Exercicios Modelagem - Hidrostatica e Estabilidade 2017

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ESCOLA POLITCNICA DA

UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Ocenica

HIDROSTTICA E
ESTABILIDADE
PNV3315

PROF. DR. MARCELO RAMOS MARTINS


([email protected])

2017
Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 1

1 15/01/2010 Texto original


Verso Data Observaes

Notas de Aula:
PNV3315
Hidrosttica e Estabilidade

Dept./Unidade Data Autor


PNV/EPUSP 2017 Prof. Dr. Marcelo Ramos Martins
Disciplina oferecida pela Escola Politcnica da Universidade de So Paulo
Curso de Engenharia Naval e Ocenica

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP i

SUMRIO

1. Conceitos Bsicos ................................................................................. 1


1.1 Centro de Gravidade ........................................................................ 2
1.1.1 Exerccios resolvidos ......................................................... 7
1.1.2 Exerccios propostos.......................................................... 9
1.2 Momento de Inrcia ....................................................................... 11
1.2.1 Exerccios resolvidos ....................................................... 13
1.2.2 Exerccios propostos........................................................ 14
1.3 Presso Hidrosttica e Empuxo ..................................................... 16
1.3.1 Exerccios resolvidos ....................................................... 19
1.3.2 Exerccios propostos........................................................ 20
1.4 Deslocamento e Centro de Carena ................................................ 21
1.4.1 Exerccio resolvido ........................................................... 23
1.4.2 Exerccios propostos........................................................ 23
1.5 Condio de Equilbrio de Corpos Flutuantes ................................ 25
1.5.1 Exerccio proposto ........................................................... 29

2. Plano de Linhas .................................................................................... 30


2.1 Exerccios propostos ...................................................................... 33

3. Estabilidade Inicial ............................................................................... 34


3.1 Momento de restaurao e brao de endireitamento ..................... 34
3.2 Estabilidade Inicial ......................................................................... 39
3.2.1 Exerccios resolvidos ....................................................... 43
3.2.2 Exerccios propostos........................................................ 44
3.3 Teste de Inclinao ........................................................................ 46
3.3.1 Exerccios propostos........................................................ 48
3.4 Efeito de superfcie livre ................................................................. 49
3.4.1 Exerccio resolvido ........................................................... 53
3.4.2 Exerccios propostos........................................................ 54

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4. Curvas Hidrostticas ........................................................................... 55


4.1 Propriedades Hidrostticas ............................................................ 56
4.1.1 Obteno Esquemtica das Propriedades
Hidrostticas .................................................................... 58
4.1.2 Exerccios resolvidos ....................................................... 62
4.1.3 Exerccios propostos........................................................ 65
4.2 Correo do deslocamento devido ao trim ..................................... 67
4.2.1 Exerccio resolvido ........................................................... 70
4.2.2 Exerccios propostos........................................................ 71
4.3 Curvas de Bonjean ......................................................................... 72
4.3.1 Exerccio proposto ........................................................... 73

5. Estabilidade Intacta ............................................................................. 74


5.1 Trajetria do centro de carena e do metacentro ............................ 75
5.2 Curvas Cruzadas de Estabilidade .................................................. 81
5.2.1 Exerccios propostos........................................................ 83
5.3 Curva de estabilidade esttica (CEE) ............................................ 84
5.3.1 Exerccios propostos........................................................ 87
5.4 Correo devido posio do Centro de Gravidade ..................... 90
5.5 Efeito de superfcie livre ................................................................. 92
5.5.1 Exerccios propostos........................................................ 97
5.6 Estabilidade dinmica .................................................................... 98
5.6.1 Exerccios propostos...................................................... 100

6. Adio e Remoo de Pesos ............................................................ 101

7. Estabilidade Avariada ........................................................................ 108


7.1 Mtodo da perda de flutuabilidade ............................................... 110
7.1.1 Etapa 1: Determinao do calado mdio final ............... 112
7.1.2 Etapa 2: Determinao da altura metacentrica
transversal e da inclinao transversal depois do
alagamento .................................................................... 113

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7.1.3 Etapa 3: Determinao da altura metacentrica


longitudinal e da inclinao longitudinal depois do
alagamento .................................................................... 116

8. Critrios de Estabilidade ................................................................... 119


8.1 International Maritime Organization (IMO) ................................... 121
8.2 U.S. Navy ..................................................................................... 122
8.2.1 Vento e Ondas: .............................................................. 122
8.2.2 Iamento de Pesos ao Lado do Navio: .......................... 126
8.2.3 Curvas em Alta Velocidade ............................................ 127

9. Referncias Bibliogrficas ................................................................ 130

Apndice I: Procedimentos numricos de integrao ........................... 131


Regra do trapzio ................................................................................ 131
Primeira Regra de Simpson ................................................................ 133

Apndice II: Exemplo de Tabela de Cotas............................................... 138

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NDICE DE FIGURAS
Figura 1: Determinao do momento da coordenada M Y ..................................... 3
Figura 2: Determinao da coordenada x ............................................................. 3
Figura 3: Determinao do momento da coordenada M X e y ............................. 4
Figura 4: Definio do centro de gravidade ............................................................ 4
Figura 5: Momento de Inrcia............................................................................... 11
Figura 6: Momento de inrcia de uma figura plana .............................................. 11
Figura 7: Teorema do eixo paralelo...................................................................... 12
Figura 8: Paraleleppedo imerso .......................................................................... 17
Figura 9: Centro de carena e fora empuxo. Fonte: PNA, 1988........................... 22
Figura 10: Condio de equilbrio longitudinal. Fonte: PNA, 1988. ...................... 25
Figura 11: Condio de equilbrio......................................................................... 26
Figura 12: Condio de equilbrio para corpos submersos. Fonte: PNA, 1988. ... 27
Figura 13: Condio de equilbrio para corpos flutuantes. Fonte: PNA, 1988. ..... 28
Figura 14: Vistas apresentadas num plano de linhas ........................................... 30
Figura 15: Plano de linhas de navio de passageiros. Fonte: PNA, 1988. ............. 32
Figura 16: Foras externas atuantes .................................................................... 35
Figura 17: Esquema de foras de restaurao CG entre os pontos A e M ....... 36
Figura 18: Esquema de foras de restaurao CG acima de M ........................ 37
Figura 19: Alterao da geometria submersa. Fonet: PNA, 1988 ........................ 38
Figura 20: Posio relativa dos pontos K, B, G e M ............................................. 40
Figura 21: Determinao de BM. Fonte: PNA, 1988 ............................................ 41
Figura 22: Teste de inclinao ............................................................................. 47
Figura 23: Metacentro de um tanque ................................................................... 50
Figura 24: Alterao da posio do centro de gravidade ..................................... 51
Figura 25: Exemplo de Curvas Hidrostticas. Fonte: PNA, 1988. ........................ 55
Figura 26: Plano de linha d`gua ......................................................................... 56
Figura 27: Correo do deslocamento devido ao trim .......................................... 68
Figura 28: reas das balizas ................................................................................ 72
Figura 29: Curvas de Bonjean. Fonte: PNA, 1988. .............................................. 72
Figura 30: Seo do Paraleleppedo .................................................................... 75
Figura 31: Determinao do Metacentro M .......................................................... 77
Figura 32: Trajetrias do Centro de Carena e do Metacentro .............................. 78
Figura 33: Determinao de GZ ........................................................................... 79

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Figura 34: Curva cruzada de estabilidade ............................................................ 81


Figura 35: Linhas dguas para traado das CCE para uma dado ngulo de banda
............................................................................................................ 82
Figura 36: Curva de estabilidade esttica (CEE).................................................. 84
Figura 37: Declividade da CEE em 0 ............................................................. 85
Figura 38: Posies de equilbrio ......................................................................... 86
Figura 39: Ajuste da posio vertical do CG ........................................................ 90
Figura 40: Ajuste da posio horizontal do CG .................................................... 91
Figura 41: Fatores para momento de transferncia para tanques de seo
retangular Tanque 50% cheio .......................................................... 94
Figura 42: Fatores para momento de transferncia para tanques de seo
retangular Tanque 95% cheio .......................................................... 95
Figura 43: Fatores para momento de transferncia para tanques de seo
retangular Tanque 98% cheio .......................................................... 96
Figura 44: Trabalho necessrio para adernar o navio de 1 para 2 .................... 98
Figura 45: Estabilidade dinmica. ........................................................................ 99
Figura 46: Esquema de movimentao de peso ................................................ 102
Figura 47: Determinao de calados a vante e a r ........................................... 105
Figura 48: Ponto de equilbrio estvel ................................................................ 107
Figura 49: Alagamento de um compartimento.................................................... 110
Figura 50: Esquema de compartimento avariado ............................................... 111
Figura 51: Momento de Restaurao e de Emborcamento. Fonte: PNA (1988). 119
Figura 52: Velocidade do Vento por Regies. Fonte: PNA (1988). .................... 123
Figura 53: Referncia para Anlise do Efeito do Vento na CEE. Fonte: PNA
(1988). ............................................................................................... 125
Figura 54: Efeito do Vento na CEE. Fonte: PNA (1988). .................................... 126
Figura 55: Iamento de Peso. Fonte: PNA (1988).............................................. 127
Figura 56: Fora centrifuga em Manobra. Fonte: PNA (1988)............................ 128
Figura 57: Efeito da Manobra ou Iamento de Peso na CEE. . Fonte: PNA (1988).
.......................................................................................................... 129
Figura 58: Integral definida ................................................................................. 131
Figura 59: Mtodo dos Trapzios ....................................................................... 132
Figura 60: Primeira Regra de Simpson .............................................................. 133
Figura 61: Espaamento diferente ..................................................................... 136

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Prlogo

Esta disciplina tem por objetivo capacitar o aluno a analisar a estabilidade, intacta
ou avariada, de uma embarcao. Para tanto, inicia-se com a apresentao de
conceitos bsicos necessrios como a definio do centro de gravidade, presso
hidrosttica, empuxo e condies de equilbrio de corpos flutuantes. Estes
conceitos so fundamentais para o desenvolvimento dos captulos seguintes.

Em seguida, tratada a representao usual da geometria do navio, o plano de


linhas. Esta etapa fundamental para o desenvolvimento de muitos dos tpicos
seguintes.

A estabilidade de corpos flutuantes abordada em etapas. Inicialmente


estudada a estabilidade na condio inicial, ou seja, sem banda ou trim. Nesta
etapa apresenta-se o momento restaurador, o brao de endireitamento e sua
dependncia em relao geometria submersa do corpo. Ainda neste captulo
so abordados os temas Teste de Inclinao e Efeito de Superfcie Livre na
condio inicial.

Antes de se aprofundar o tema Estabilidade, em direo Estabilidade Intacta,


que trata da condio de estabilidade da embarcao intacta em funo dos
ngulos de banda e trim, e da Estabilidade Avariada, so apresentadas e
discutidas as curvas hidrostticas.

Por fim apresentam-se critrios de estabilidade gerais que devem ser


considerados para embarcaes e sistemas ocenicos.

O texto apresentado neste material uma extrao de contedos bsicos das


referncias citadas no captulo 9 - Referncias Bibliogrficas.

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1. CONCEITOS BSICOS
Entende-se por hidrosttica todas as propriedades que definem o comportamento
esttico do corpo flutuante, resultantes da interao do corpo com o meio fluido
que o suporta, ou seja, o resultado da interao do seu peso e das foras fluidas
de presso oriundas do meio que o circunda.

A interao destas duas foras, empuxo e peso, determina a condio de


flutuabilidade e estabilidade do corpo. Como o centro de presso hidrosttica do
casco movimenta-se com a variao da poro submersa, os momentos das
foras alteram-se e conseqentemente a condio de estabilidade tambm.

Assim, o estudo da hidrosttica est fortemente vinculado ao estudo das formas


do casco e de suas propriedades geomtricas, bem como de equilbrio de foras
e momentos.

Neste tpico, sero abordados alguns conceitos bsicos da mecnica elementar


para posterior estudo da influncia da forma do casco no comportamento da
embarcao e as tcnicas utilizadas para esse estudo.

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1.1 Centro de Gravidade

O estudo da esttica1 e dinmica2 de sistemas de partculas e corpos rgidos


requer de um modo geral a determinao do centro de gravidade e/ou centro
geomtrico destes corpos e do sistema de foras que atua neste corpo, para
posterior aplicao das leis da mecnica que regulam o equilbrio esttico e o
movimento (cinemtica) dos mesmos.

Para estes estudos, em geral, o sistema de foras reduzido a uma resultante


aplicada em um determinado ponto, por exemplo, na origem do sistema de
coordenadas, mais um binrio que a soma dos momentos atuantes no corpo,
em relao ao ponto escolhido.

No caso de corpos submetidos ao de um campo gravitacional, os mesmos


ficam submetidos a um sistema de foras distribudas proporcional massa do
corpo. Neste caso, existe um ponto onde se pode aplicar a resultante deste
sistema de foras distribudas tal que o momento resultante destas foras nulo,
qualquer que seja a posio deste corpo no campo gravitacional. Este ponto
chamado de centro de gravidade ou centro de massa do corpo.

O clculo deste centro pode ser feito atravs de clculo integral ou de somatria
numrica, dependendo da distribuio de massa e geometria do corpo. Quando a
distribuio de massa uniforme e a geometria pode ser descrita por equaes
simples, este clculo integral pode ser realizado facilmente.

Considere, por exemplo, a placa plana, de espessura desprezvel, da Figura 1.

1
Estudo das situaes em que a resultante das foras e momentos atuantes nula.
2
Estudo das causas e efeitos das foras e momentos cuja resultante diferente de zero.

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Y rea A
dA
x dy Campo
gravitacional
dx

Figura 1: Determinao do momento da coordenada M Y

Sendo g a acelerao da gravidade, a placa com densidade de massa uniforme e


igual a a e A a rea da superfcie da placa, o peso da placa (PP) da figura pode
ser expresso por:

PP g a dA g a dA (1.1)
A A

e o momento na direo do eixo vertical Y da seguinte forma:

M Y x g a dA g a x dA (1.2)
A A

Assim, a posio da reta vertical de momento nulo est a uma distncia (ver
Figura 2) tal que:

M x dA
x Y A
(1.3)
PP dA
A

Y
PP
x

Figura 2: Determinao da coordenada x

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Supondo que a direo do campo gravitacional seja a do eixo X, o peso ( PP ) no


sofre nenhuma alterao, o momento na direo do eixo X e a posio da reta de
momento nulo podero ser expressos, respectivamente, por (ver Figura 3):

MX y g
A
a dA g a y dA
A
(1.4)

M y dA
y X A
(1.5)
PP dA
A

Y rea A
Y
dA
Campo PP
dy
gravitacional
dx
y
y

X X

Figura 3: Determinao do momento da coordenada M X e y

O cruzamento das duas retas determina o centro de gravidade, que tem as


coordenadas ( x , y ), representadas na Figura 4. Note que, como a constante,
as coordenadas ( x , y ) no dependem de seu valor, mas apenas da geometria do
corpo.

Y
CG

y
X

x
Figura 4: Definio do centro de gravidade

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As integrais MX e MY so chamadas de Momento Esttico, ou primeiro momento


de rea, em relao a um dado sistema de coordenadas.

Quando a forma plana composta pela unio de formas planas simples


possvel calcular o centro geomtrico somando-se os momentos estticos das
formas simples e dividindo-se pela rea total, ou seja:

N

M X yi Ai x Y ; y X
M M
i 1 A A
N N (1.6)
M Y xi Ai A Ai
i 1 i 1

onde N o nmero de formas simples, ( xi ; yi ) e Ai, respectivamente, as

coordenadas do centro de massa da forma simples i e sua rea. Assim, as


coordenadas da forma composta podem ser obtidas a partir da mdia ponderada
das coordenadas dos centros de massa de suas partes, considerando a rea de
cada parte como sendo os pesos.

Para um corpo tridimensional, as coordenadas do centro de gravidade ( x , y , z )


podem ser obtidas de forma anloga considerando a integral em todo o volume
(V) do corpo em substituio integral na rea (A). Assim, o centro geomtrico
(centride) de um corpo tridimensional pode ser encontrado a partir do clculo do
primeiro momento de volume ou momento esttico de um volume em relao
aos eixos coordenados, ou seja:

x dV x dV x A i yzi xi
x V
V
i 1

dV
N

A
V
yzi xi
i 1
N
(1.7)
y dV y dV y A i xzi yi
y V
V
i 1

dV
N

A
V
xzi yi
i 1

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z dV z dV z A i xyi zi
z V
V
i 1

dV
N

A
V
xyi zi
i 1

onde:

( xi ; yi ; zi ) so as coordenadas dos centrides individuais de volume;

Axyi; Axzi e Azyi so as reas das componentes projetadas nos planos XY, XZ
e ZY respectivamente;

xi ; yi e zi so as espessuras das componentes individuais de volume; e,

N, o nmero de componentes individuais em que foi dividido o corpo


tridimensional.

importante ressaltar que o centro de gravidade no coincide necessariamente


com o centro geomtrico do volume ocupado pelo corpo. Isto somente ocorre
para corpos macios e com densidade de massa uniforme.

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1.1.1 Exerccios resolvidos

1. Calcular o centro geomtrico do tringulo da figura abaixo.


Y

x f x
h
h y
b

x ; y
X
b
De (1.4) e (1.2), chega-se, respectivamente, a:

f x
b y b b 2
y2
MX y dA y dy dx
A 0 o 0
2
dx
0
2
dx

b y b b
M Y x dA x dy dx x y dx x f x dx
A 0 o 0 0

Assim;

2 b
1 h
b b b
y2 h2 h2 x3 h 2b
MX dx x dx 2 x 2 dx 2
0
2 0
2 b 2b 0 2b 3 x 0
6

b
h
b b b
h h x3 hb 2
M Y x y dx x x dx x 2 dx
0 0 b b 0 b 3 x 0
3

A rea pode ser obtida por:

b y b b b
h h x2 hb
rea dA dy dx y dx x dx
A 0 o 0 0
b b 2 x 0
2

De (1.3) e (1.5);

My 2 M h
x b e y x
A 3 A 3

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2. Calcular o centro geomtrico do bloco abaixo.

5m

6m
2m

12m

O bloco composto por trs formas simples: (1), (2) e (3), conforme
figura a seguir.

(2) (3)

(1)
x

onde:

A1 24m 2 com x1; y1 6;1

A2 A3 9m 2 com x2 ; y2 2;3 e x3 ; y3 10;3

Assim;

3 3 3
M X yi Ai 78m3 ; M Y xi Ai 252m3 e A Ai 42m 2
i 1 i 1 i 1

e, portanto,

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MY M
x 6 e y X 1,86
A A

Livros de esttica e resistncia dos materiais fornecem tabelas com o


momento esttico e o centro geomtrico de formas bsicas.

1.1.2 Exerccios propostos

1. Calcular o centro geomtrico da figura abaixo.


y
h
y x 2 bx f x
2
hb
4
x ; y
x
b/2 b
b 2h
Resposta: x e y
2 5

2. Considere uma barcaa de gua doce ( 1000 N / m3 ) com costados verticais e


com a forma da figura.

Y 31m

12m 25m 25m

12m

Determine as seguintes caractersticas desta barcaa e compare com as


caractersticas de uma barcaa retangular com mesmos comprimentos, boca e
calado.

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a. deslocamento com um calado de 4,5m;

b. coeficientes de bloco (CB), prismtico (CP) e de rea de linha dgua (CWL);

c. centro geomtrico do plano de linha dgua ( x ; y; z );

d. curva de rea secional;

e. posio do centro de carena (centride do volume submerso).

Considere a origem do sistema de coordenadas na linha de centro, na quilha e na


meia-nau.

Resposta: Tabela abaixo

Item Barcaa Barcaa retangular


a. 2349ton 3348ton
CB = 0.702 CB = 1
b. CP = 0.702 CP = 1
CWL = 0.702 CWL = 1
c. (x;y;z) = (-2.8; 0.0; 4.5) (x;y;z) = (0.0; 0.0; 4.5)
e. (x;y;z) = (-2.8; 0.0; 2.25) (x;y;z) = (0.0; 0.0; 2.25)
Adotado sistema de coordenadas com origem na quilha e a meia nau

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1.2 Momento de Inrcia

Momento de inrcia (I) a propriedade relacionada inrcia de uma massa


girando em torno de um eixo, conforme ilustrado na figura abaixo.

T I
r

Figura 5: Momento de Inrcia

Para uma partcula de massa m concentrada no centro de gravidade:

I m r2 (1.8)

Para uma figura plana, conforme apresentado na Figura 6, os momentos de


inrcia em relao aos eixos X e Y, so respectivamente:

IX y dA (1.9)
2

I Y x 2 dA (1.10)
A

Y
rea A
x dA

Figura 6: Momento de inrcia de uma figura plana

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Conhecendo-se o momento de inrcia para um eixo que passa pelo centride da


rea pode-se facilmente obter o momento de inrcia para qualquer eixo paralelo
este.

Considere os eixos conforme apresentado na figura abaixo.

Y Y dA

x yc
X
y
d

Figura 7: Teorema do eixo paralelo

Lembrando de (1.9) pode-se escrever:

IX y dA y d dA y dA 2d yc dA d 2 dA
2 2
2
c c (1.11)

A
A
A A A

Assim;

I X I X 2d M X d 2 A (1.12)

mas, sendo o momento esttico em relao a um eixo passando pelo centro


geomtrico ( M X ) igual a zero:

IX IX d2 A (1.13)

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1.2.1 Exerccios resolvidos

1. Calcular os momentos de inrcia do tringulo da figura abaixo.


Y

x f x
h
h y
b

x; y
X
b
De (1.9) e (1.10), chega-se a:

b y 3 b
1 hx
b b
y3 h3 x 4 bh 3
IX y dA y dy dx dx dx 3
2 2

A 0 o 0
3 3 0 b 3b 4 x 0
12

e;

b y b b b
hx h x4 hb 3
I Y x dA x dy dx x y dx x dx
2 2 2 2

A 0 o 0 0
b b 4 x 0
4

2. Calcular os momentos de inrcia do retngulo, da figura abaixo, em relao aos


eixos X1 e X2.

h/2 X1

h/2

(0;0) b X2

De (1.9);

h h/2 3
2 h
b b b
2
y3 bh 3
I X1 y dA 2 y dy dx 2
2 2
dx dx
A 0 o 0
3 y 0
3 02 12

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b h b h b
y3 h3 bh 3
I X2 y dA y dy dx dx dx
2 2

A 0 o 0
3 y 0 0
3 3

ou de (1.13);

2
bh 3 h bh 3
I X 2 I X1 d A2
bh
12 2 3

1.2.2 Exerccios propostos

1. Calcular o momento de inrcia em relao ao eixo que passa pelo centride do


perfil da figura abaixo.

2
8

Resposta:

Altura do centride: 6 m

Momento de inrcia: 896 m4

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2. Analisando os dois perfis abaixo o engenheiro naval responsvel concluiu ser o


(b) o mais apropriado para a quilha de uma embarcao que estaria
freqentemente submetida a momentos fletores no seu eixo longitudinal. Voc
concorda o engenheiro? Explique por que.
1m

0.04 m
1m

0.04 m 0.02 m

(a) (b)

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1.3 Presso Hidrosttica e Empuxo

Presso definida como fora por unidade de rea. A presso em um ponto


situado a uma profundidade h de um meio fluido obtida por meio da Lei de
Stevin:

P Po .g.h Po .h (1.14)

onde:

P a presso no ponto considerado;

Po, a presso na superfcie do fluido;

, a densidade do fluido;

g, a acelerao da gravidade;

h, profundidade de imerso;

, peso especfico do fluido.

A presso atuante em um ponto corresponde, portanto, ao peso de fluido por


unidade de rea, localizado acima do referido ponto, somada presso atuante
em sua superfcie (Po). Em se tratando de gua, a presso aumenta cerca de 1
atm (105N/m) a cada 10 metros de profundidade.

A presso hidrosttica atuante sobre a superfcie de um corpo submerso produz


uma fora. Quando esta fora integrada ao longo de todo o contorno do corpo
resulta no empuxo (E) que o responsvel pela flutuao de um navio.

Assim, em princpio, para a determinao do empuxo deve-se integrar o campo


de presso atuante ao longo de sua superfcie, ou seja:

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E p.ds (1.15)
S

onde S a superfcie do corpo e p a presso atuante no elemento de rea dS.

Para um paraleleppedo totalmente imerso, o campo de presso atuante nas suas


faces pode ser representado como na Figura 8. A figura apresenta o corpo numa
posio tal que duas de suas faces esto paralelas superfcie da gua.

Figura 8: Paraleleppedo imerso

Os campos de presso atuante nas faces verticais do paraleleppedo so


idnticos uma vez que a presso atuante em uma dada profundidade constante.
Como conseqncia, a resultante das foras que atuam no paraleleppedo na
direo horizontal nula.

A fora resultante na face superior possui mdulo igual a Fs As * Ps , sendo Ps a

presso atuante na face superior e As a rea da face. Analogamente, a fora


resultante na face inferior possui mdulo igual a Fi Ai * Pi , onde Pi a presso

atuante na face inferior e Ai a rea da face.

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Como, de acordo com (1.14), Pi g h' Ps e sendo o empuxo a resultante das

foras atuante no corpo devido ao campo de presso hidrosttica, pode-se


escrever:

E Fi Fs ( g h' Ps ) As Ps As (1.16)

e, portanto;

E g (1.17)

onde representa o volume interno do corpo ou do fluido deslocado.

Desta forma, o mdulo do empuxo igual ao peso do lquido deslocado. Assim,


verifica-se que se o espao ocupado por um corpo em equilbrio e totalmente
submerso em um fluido estacionrio for preenchido pelo mesmo fluido, a presso
atuante sobre esta poro do fluido introduzida ser exatamente a mesma da
atuante no corpo. Como esta poro de fluido permanecer tambm em
equilbrio, pode-se afirmar que o seu peso est sendo equilibrado pelo empuxo.

Este fato conduz ao enunciado do princpio de Arquimedes: A resultante da


presso hidrosttica atuante sobre as paredes de um corpo uma fora vertical e
ascendente, e tem mdulo igual ao peso do volume do fluido deslocado.

Assim, com base no princpio de Arquimedes, no se faz necessrio integrar o


campo de presses sobre o casco do navio para determinar a fora empuxo,
bastando para tanto determinar o peso do fluido deslocado.

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1.3.1 Exerccios resolvidos

1. Um bloco macio de ferro de densidade 8,0g/cm3 com 80kg encontra-se no


fundo de uma piscina com gua de densidade 1.0g/cm3 e profundidade 3,0m.
Amarrando-se a esse bloco um fio e puxando esse fio de fora da gua, leva-se o
bloco superfcie com velocidade constante. Considerando g = 10m/s2, qual a
intensidade da fora aplicada ao fio? Considere o peso do fio desprezvel.

A fora no fio ser a diferena entre o peso do bloco e o empuxo nele


atuante, ou seja:

F PE

onde P = 800N e o empuxo calculado por:

E V a g (80kg ) /(8 g / cm3 ) (1g / cm3 ) (10m / s 2 ) 100 N

Assim, F = 700N

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1.3.2 Exerccios propostos

1. Qual a resultante da fora gerada pela presso hidrosttica na chapa


identificada na figura abaixo:

Sendo:

a = 2m;
b = 2m;
c = 10 (comprimento da embarcao);
h = 5m (calado da embarcao).

Resposta:

Mdulo de 11.200 KN ;
Aplicada a 0.91 2m da base inferior da chapa;
Em direo normal chapa;
Sentido para dentro do casco.

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1.4 Deslocamento e Centro de Carena3

Volume de deslocamento de um navio o volume de fluido deslocado pela


sua poro submersa e, portanto, est associado condio de calado em que se
encontra. O Apndice I apresenta um procedimento numrico de integrao para
o clculo do deslocamento de uma embarcao a partir de sua geometria
submersa.

Conhecendo-se a densidade do fluido no qual o corpo est flutuando, possvel


determinar o peso (W) do fluido deslocado, ou seja;

W g (1.18)

Lembrando-se do Princpio de Arquimedes, o empuxo atuante na poro


submersa do corpo ser tambm igual a W e, conforme ser visto na prxima
seo, o peso total do corpo dever ser tambm igual a W para se ter garantida a
flutuabilidade do corpo nesta situao.

comum se referir condio de carregamento de uma embarcao utilizando-


se simplesmente o termo deslocamento em substituio ao volume de
deslocamento . Neste caso, estar sendo referenciado o peso da embarcao
e no seu volume deslocado. Assim sendo;

(1.19)

onde o peso especifico do fluido (t/m3).

Porm, comum ainda se referir ao deslocamento utilizando-se a unidade de


tonelada mtrica de massa (ton), onde 1 tonelada mtrica de massa igual
massa de uma tonelada de gua doce.

3
Em ingls: center of buoyancy

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O centride da poro submersa do corpo denominado centro de carena (B) e


pode ser determinado utilizando o procedimento apresentado no Apndice I. A
posio do centro de carena importante porque a fora de empuxo tem sua
linha de ao passando por este ponto, conforme representado na Figura 9.

Figura 9: Centro de carena e fora empuxo. Fonte: PNA, 1988.

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1.4.1 Exerccio resolvido

1. Determine a relao entre os volumes imerso ( Vi ) e emerso ( Ve ) de um iceberg

de densidade = 0.96t/m3 que flutua em gua de densidade a = 1.025t/m3.

Se o corpo flutua:

PE

e, portanto;

(Ve Vi ) Vi a

Assim:

Vi
14.77
Ve ( a )

1.4.2 Exerccios propostos

1. Um corpo homegneo de massa especfica e forma esfrica colocado num


recipiente contendo um lquido de massa especfica 1g/cm3. Abandonando-se o
corpo, cujo dimetro 10cm, determine sabendo que a altura mxima acima
da superfcie livre do lquido alcanada pelo corpo 5cm.

Resposta: 0.5g/cm3

2. Considerando um navio caixa com comprimento igual a 100m, boca e calado


iguais a 10m e com uma distribuio de peso uniforme, determine o peso total da
embarcao. Considere a massa especfica da gua igual a 103 Kg/m3.

Resposta: 104t

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3. Qual o calado e a posio do centro de carena de uma embarcao que possui


100m de comprimento, deslocamento 7000 t e seo transversal uniforme,
como representada na figura abaixo.

5m

10m

10m

Resposta:
Calado 12m
y 7.9m acima da quilha

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1.5 Condio de Equilbrio de Corpos Flutuantes

A condio para um corpo qualquer permanecer em equilbrio apresentar a


somatria das foras e momentos atuantes nula, ou seja:


F externas 0
(1.20)
M externas 0

Para um corpo flutuante, a primeira condio impe que o peso deve ser igual ao
empuxo, e a segunda que as foras peso e empuxo apresentem a mesma reta
como linha de atuao. Esta segunda condio impe que o centro de carena e o
centro de gravidade do corpo estejam na mesma vertical, conforme apresentado
na Figura 10.

Figura 10: Condio de equilbrio longitudinal. Fonte: PNA, 1988.

Esta posio de equilbrio dita estvel, ou positiva, se uma pequena perturbao


nesta posio de equilbrio levar ao aparecimento de foras, ou momentos, que
tendam a retornar o corpo posio inicial. Se um pequeno deslocamento leva ao
aparecimento de esforos que tendam a afast-lo de sua posio inicial, o ponto
de equilbrio dito instvel ou negativo. Existe ainda o ponto de equilbrio
indiferente ou neutro, sendo aquele para o qual o afastamento da posio de
equilbrio sempre leva a uma nova posio de equilbrio. A Figura 11 apresenta
estas trs possveis condies de equilbrio.

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Equilbrio Estvel

Equilbrio Indiferente

Equilbrio Instvel

Figura 11: Condio de equilbrio.

A posio relativa entre o centro de gravidade e o centro de carena define


tambm a condio de equilbrio. Em corpos totalmente submersos, a posio do
centro de carena fixa, uma vez que no h variao da geometria submersa
quando da presena de uma perturbao da condio de equilbrio; condio esta
definida pela posio do centro de gravidade. Caso o centro de gravidade esteja
acima do centro de carena, a posio de equilbrio ser instvel; se estiver abaixo
ser estvel e se coincidir com o centro de carena o equilbrio ser indiferente.

A Figura 12 ilustra as condies de equilbrio estvel e instvel de corpos


totalmente submersos. Nesta figura, a condio (a) representa um corpo em
equilbrio instvel, com o centro de gravidade acima do centro de carena. Nesta
situao, uma pequena perturbao provocar uma alterao da posio de
equilbrio devido ao aparecimento de um binrio que tende a potencializar o efeito
da perturbao, conforme ilustrado na situao (b). A situao (c) representa um
corpo em equilbrio estvel, com o centro de gravidade abaixo do centro de
carena. Nesta situao, uma pequena perturbao no provocar uma alterao

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da posio de equilbrio devido ao aparecimento de um binrio que tende a


retornar o corpo para a posio de equilbrio original, compensando o efeito da
perturbao, conforme apresentado na situao (d).

Figura 12: Condio de equilbrio para corpos submersos. Fonte: PNA, 1988.

Para corpos flutuantes, no totalmente submersos, o fato do centro de gravidade


estar acima do centro de carena no implica necessariamente em uma condio
de equilbrio instvel. Isto se verifica devido alterao da posio do centro de
carena aps uma perturbao que provoque uma modificao na geometria
submersa do corpo. A situao (a) da Figura 13 ilustra esta situao, mostrando
que se trata de uma condio de equilbrio estvel. medida que o centro de
gravidade se aproxima do centro de carena, o momento (binrio) restaurador
aumenta, conforme se verifica nas situaes (c) e (d) da mesma figura. medida
que o centro de gravidade se eleva, o ponto de equilbrio tende instabilidade.

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Figura 13: Condio de equilbrio para corpos flutuantes. Fonte: PNA, 1988.

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1.5.1 Exerccio proposto

1. Considere um recipiente com volume igual a v e peso prprio igual a p


flutuando em gua doce. At que volume de lquido de densidade maior que a
da gua, pode ser introduzido no recipiente antes que ele perca sua
flutuabilidade.

Resposta:

a p
V v
g

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2. PLANO DE LINHAS
A complexa geometria do navio comumente representada bidimensionalmente
atravs de um conjunto de trs vistas frontal (plano de balizas); lateral (plano de
alto ou de perfil) e superior (plano de linhas dgua), conjunto este denominado
Plano de Linhas. A Figura 14 apresenta esquematicamente as vistas
apresentadas em um plano de linhas enquanto a Figura 15 apresenta o plano de
linhas de um navio de passageiros, obtido em PNA (1988). Cada uma destas
vistas apresenta a interseco entre o casco e planos imaginrios dispostos
paralelamente entre si. J que geralmente as embarcaes exibem uma simetria
em relao sua linha de centro longitudinal, essa representao necessita
apresentar apenas um dos seus bordos.

Figura 14: Vistas apresentadas num plano de linhas

O plano de alto apresenta a interseo do casco com o seu plano de simetria


longitudinal e por planos de corte paralelos ao mesmo, espaados
convenientemente para a representao da geometria do casco e identificados
pela sua distncia ao plano de simetria. Neste plano, a interseo com o plano de
simetria identifica a geometria do corpo de proa e popa.

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O plano de linhas dgua apresenta a interseo do casco com planos paralelos


superfcie do mar, planos estes denominados planos de linhas dgua. DWL
(design water line) representa a linha dgua de projeto, ou seja, a linha dgua na
qual o casco operar quando estiver com seu carregamento de projeto.

O plano de balizas apresenta as sees transversais do casco, obtidas da sua


interseo com planos verticais perpendiculares ao plano de simetria longitudinal
e aos planos de linhas dgua. Por conveno, o plano de balizas apresenta as
intersees do casco com planos avante (AV) da seo mestra em seu lado
direito e, por conseguinte, interseces com planos a r (AR) da seo mestra em
seu lado esquerdo. Na Figura 15 o plano de balizas apresentado acima do
plano de alto, porm, comumente apresentado sua direita ou sua esquerda.

Os planos utilizados para a definio do plano de balizas so denominados


balizas e, em geral, so utilizadas 10, 20 ou 40 balizas eqidistantes entre si.
Para a representao adequada dos copos de proa e popa, balizas intermedirias
podem ser utilizadas sendo, neste caso, representadas pela subdiviso utilizada,
por exemplo, baliza , ou e a baliza mais avante, proa, sempre
identificada como baliza zero.

Alm dessas, comum a representao auxiliar da interseco entre linhas


inclinadas, WZ diagonais de bojo, no plano de balizas. Desta forma, a curva
ilustrada na poro inferior do plano de linhas dgua, diagonal de bojo expandida,
representa as formas do casco na interseco com o plano imaginrio de corte,
inclinado e longitudinal (representado no plano de balizas pelas linhas WZ).

Desta forma, o plano de linhas apresenta a completa definio bidimensional do


casco tridimensional da embarcao, suficiente para os clculos necessrios para
a determinao de todas as suas caractersticas hidrostticas, caractersticas
estas tratadas nos prximos captulos. Vale por fim ressaltar que a localizao
dos planos de corte sempre apresentada em duas das trs vistas.

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Figura 15: Plano de linhas de navio de passageiros. Fonte: PNA, 1988.

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2.1 Exerccios propostos

1. Trace o plano de linhas para o navio cuja tabela de cotas apresentada no


Apndice II. Utilize a nomenclatura usual e identifique, em cada vista, as linhas
d`gua, perfis e balizas apresentados.

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3. ESTABILIDADE INICIAL
Tendo sido definidas as condies de equilbrio no item 1.4.1, neste captulo
sero analisadas as condies necessrias para que a embarcao apresente-se
em equilbrio estvel para a condio sem banda4 ( 0 ) e sem trim5.

Para tanto sero abordados os conceitos de momento de restaurao, brao de


endireitamento (GZ), altura metacntrica (GM) e raio metacntrico (BM),
considerando tanto o equilbrio longitudinal quanto o transversal.

Para que a embarcao possua estabilidade inicial ( 0 ) positiva, o momento de


restaurao dever ser positivo. Como visto no item 1.5, para corpos flutuantes,
se o centro de gravidade estiver abaixo do centro de carena, a condio de
equilbrio estvel est garantida. Porm, se o centro de gravidade estiver acima
do centro de carena, a condio de estabilidade depender do brao de
endireitamento, que, como ser visto adiante, funo da altura metacntrica
que, por sua vez, depende do raio metacntrico.

3.1 Momento de restaurao e brao de endireitamento

Momento de restaurao o momento gerado pelo binrio formado pelas foras


peso e empuxo. Dependendo da geometria do corpo e de sua distribuio de
massa este momento poder deixar de ser um momento estabilizador.

4
Inclinao entre o plano de simetria longitudinal da embarcao e um plano perpendicular linha
dgua.
5
Inclinao, no sentido longitudinal, entre o plano de base da embarcao e um plano paralelo
linha dgua.

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Para se avaliar a atuao deste binrio ser inicialmente utilizado um slido


cilndrico de seo elptica, que possa rolar sobre uma superfcie plana horizontal,
e que seja constitudo de material suficientemente leve para que seu centro de
gravidade possa ser considerado como sendo a posio de um peso fixado em
uma de suas faces.

Neste caso, as foras externas atuantes so o peso (P) e a reao normal (N) do
apoio. A Figura 16 apresenta o corpo em anlise com as foras externas
atuantes. As condies de equilbrio so satisfeitas se estas duas foras
possurem o mesmo mdulo e atuarem sobre uma mesma vertical. No entanto
isso ainda no caracteriza o tipo de equilbrio. Para tanto deve-se observar o
resultado de um pequeno afastamento da posio de equilbrio inicial. Se esse
afastamento da posio de equilbrio origina um momento que faz com que o
sistema retorne posio inicial, a posio estvel e o momento de
restaurao.

CG (peso concentrado)

Figura 16: Foras externas atuantes

Desta forma, para que se possa afirmar se um condio de equilbrio estvel ou


no, deve-se analisar as posies relativas sucessivas ocupadas pelas foras
normal e peso em uma regio em torno da posio que se quer estudar. No
esquema da esquerda da Figura 17, o modelo se encontra em equilbrio. Foram
grafadas, alm da vertical sobre a qual atual peso e a normal, duas retas
perpendiculares ao contorno do corpo em duas posies prximas e simtricas

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em relao ao ponto de contato A. No esquema da direita o mesmo corpo foi


rotacionado no sentido horrio at um dos pontos citados tocar o solo. Nesta nova
posio, a normal apia-se na reta perpendicular ao solo, e o peso continua
atuando verticalmente no CG. Como nesta nova posio as foras no tm
momento nulo, a posio no de equilibro, e nota-se a tendncia ao retorno
para a posio inicial. O mesmo acontecer se o deslocamento do corpo for no
sentido anti-horrio. Isto caracteriza a posio inicial como uma posio de
equilbrio estvel.

M M
P
P

N N

Figura 17: Esquema de foras de restaurao CG entre os pontos A e M

O ponto M na Figura 17 o ponto de cruzamento entre a reta vertical na posio


de equilbrio inicial e a reta perpendicular superfcie do corpo aps a
perturbao, perpendicular esta que coincidem com a linha de atuao da fora
normal ps a perturbao.

Seja agora a posio do CG acima do ponto M, como apresentada na Figura 18.


Nesta situao, o afastamento do ponto de contato da posio A leva ao
aparecimento de um momento que tende a afastar mais ainda o contato de A.
Este fato caracteriza a posio incial como de equilbrio instvel.

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Assim sendo, a estabilidade de uma determinada posio de equilbrio depende


da altura do centro de massa do corpo. Se o CG estiver acima do ponto M, onde
as normais se encontram, o equilbrio instvel, caso contrrio, estvel.

P P

M M
P

N N

Figura 18: Esquema de foras de restaurao CG acima de M

Realizando a mesma anlise, agora com um corpo flutuante, o ponto de contato A


passa a ser representado pelo centro de carena B (centro volumtrico da
geometria submersa), ponto onde se considera a aplicao do empuxo6.

O adernamento promove uma mudana na geometria submersa e


conseqentemente na posio do seu centro volumtrico, passando o centro de
carena para B1, o que provoca o surgimento de um momento que pode ser de
restaurao ou emborcamento, dependendo da posio relativa do centro de
massa do corpo em relao ao ponto M. Se o CG estiver abaixo do ponto M
(metacentro), o momento ser de restaurao e a embarcao encontra-se na
situao de equilbrio estvel. Se estiver acima, o equilbrio instvel. A Figura 19
representa a situao de equilbrio estvel.

6
Apesar do centro de carena no ser necessariamento o ponto de aplicao do empuxo, a sua
linha de atuao necessariamente passar pelo centro de carena.

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Figura 19: Alterao da geometria submersa. Fonte: PNA, 1988

Na situao de equilbrio estvel, este momento restaurador7 bastante


importante e define o ngulo de banda devido a uma solicitao externa qualquer
ou mesmo uma movimentao de carga a bordo.

O valor deste momento pode ser calculado como o momento da fora peso em
relao ao centro de carena (B1). A distancia horizontal entre o CG e B tratada
por brao de endireitamento GZ, representado na Figura 19. Para a posio inicial
0 , o brao de endireitamento, como definido, pode ento ser determinado
por:

GZ GM sen 8
(3.1)

e o momento de restaurao, tambm para est posio inicial, por:

M g GM sen (3.2)

sendo o volume de deslocamento do corpo e seu ngulo de banda.

7
freqente tambm a denominao momento de endireitamento
8
GM a distncia relativa entre o CG e o ponto M, considerada positiva se o CG estiver abaixo do
ponto M, e negativa caso contrrio.

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Analogamente situao analisada anteriormente, se o CG estiver acima do


ponto M (GM<0), o momento M() atua como um momento de emborcamento,
caracterizando este ponto de equilbrio como instvel.

A determinao do valor de GM, denominado altura metacntrica, para uma dada


geometria ser tratada no prximo item.

Apesar de toda a anlise neste item restringir-se ao adernamento (banda), a


mesma anlise pode ser realizada para um perturbao longitudinal, provocando
o aparecimento de um ngulo de trim ( ). Nesta situao, o brao de
endireitamento longitudinal pode ento ser determinado por:

GZ L GM L sen (3.3)

e o momento de restaurao longitudinal por;

M L g GM L sen (3.4)

3.2 Estabilidade Inicial

Como apresentado no item anterior, para a anlise da estabilidade inicial deve-se


verificar se o momento que surge devido a uma perturbao na posio inicial de
equilbrio um momento de restaurao, com M 0 0 , ou de emborcamento,
com M 0 0 .

Desta forma, o interesse recai na determinao do valor de GM inicial ou do brao


de endireitamento (ou emborcamento) GZ, que o parmetro que permite julgar a
adequao de uma embarcao do ponto de vista de estabilidade.

Conforme apresentado na Figura 20, o valor de GM na condio inicial ( 0 )


pode ser determinado por:

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GM KB BM KG (3.5)

onde K (do termo em ingls keel) o ponto da linha de base; KB a altura do


centro de carena; BM, a distncia relativa entre os pontos B e M, conhecido como
raio metacntrico e o KG a altura do centro de gravidade.

Figura 20: Posio relativa dos pontos K, B, G e M

O valor de KB pode ser determinado facilmente pelo momento esttico de reas


das sees transversais da geometria submersa e o valor de KG pela distribuio
de massa ao longo do corpo. A determinao do parmetro BM exige um
desenvolvimento adicional.

Quando um corpo flutuante, que estava em equilbrio, inclinado de um pequeno


ngulo , a nova linha dgua intercepta a linha dgua original no plano de
centro da embarcao se seus costados forem verticais, como apresentado na
Figura 21. Desta forma, garantido que os volumes das cunhas emersa e imersa;
com centros de massa, respectivamente, em g1 e g2; sejam iguais e que o
deslocamento da embarcao seja mantido constante. Se os costados no forem
verticais, essa aproximao valida apenas se a inclinao for suficientemente
pequena.

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Figura 21: Determinao de BM. Fonte: PNA, 1988

Sendo V o volume de cada uma das cunhas, g1 e g2 seus centros de volume o


volume total do deslocamento do corpo, a banda provocar uma
movimentao do centro de carena em direo paralela linha que liga g1 e g2 e
V g1 g 2
de uma distancia BB1 igual a .

Conforme a inclinao se aproxima de zero, a linha g1g2, e portanto BB1, se


aproxima da horizontal original. Assim qualquer variao dos costados torna-se
desprezvel, e portanto:

BB1 BM tan (3.6)

O que leva a:

BB1 V g1 g 2
BM (3.7)
tan tan

Sendo y a meia boca da baliza na linha dgua e uma funo da posio


longitudinal na embarcao, a rea da seco transversal das cunhas de
1 2
y y tan e os centrides esto afastados de uma distancia 2 y . Assim:
2 3

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2
L
V .g1 g 2 . y. y. tan 2. . y dx
1
(3.8)
0
2 3

e portanto;

L
V .g1 g 2 2 3
tan 3 0
y dx (3.9)

Lembrando do exerccio 1 do item 1.2.1 e substituindo (3.9) em (3.7), chega-se a:

I
BM (3.10)

onde I o momento de inrcia do plano de flutuao em relao ao eixo


longitudinal da embarcao.

Para a verificao da estabilidade longitudinal inicial segue-se o mesmo


procedimento atentando que o momento de inrcia do plano de flutuao deve ser
em relao ao eixo de rotao longitudinal da embarcao, ou seja, em relao a
um eixo transversal embarcao que passe pelo seu centro de flutuao (LCF).
Assim, para o clculo de IL, considere um eixo transversal qualquer, por exemplo,
localizado a meia nau, e utilize o teorema do eixo paralelo, apresentado no item
1.2, para transferi-lo ao eixo que passa pelo LCF.

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3.2.1 Exerccios resolvidos

1. Considere um cilindro macio de seo na forma de um tringulo eqiltero


como representado na figura abaixo. Qual deve ser a relao entre o peso
especfico do corpo e o peso especfico da gua para que seja garantida a sua
estabilidade?

Da geometria do corpo depreende-se:

2h
KB
3
2d
KG
3
I 2h
BM
9

Lembrando-se que;

GM KB BM KG

Para que seja garantida a estabilidade ( GM 0 ) deve-se ter:

2h 2h 2d
0
3 9 3

e, portanto;

d 4

h 3

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Para que P E ;

2 3h h 2 3d d
L a L c
3 2 3 2

Assim;

d a

h c

e, portanto,

a 16

c 9

3.2.2 Exerccios propostos

1. Um corpo homogneo de seo transversal retangular tem boca B e pontal D.


Pede-se: determinar a relao B/D de tal forma que o corpo flutue em equilbrio
na condio indicada, para qualquer relao entre pesos especficos do material e
do fluido.

3
Resposta: B/D =
2

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2. Para o navio, apresentado no Apndice II, determine KB, BM transversal e BM


longitudinal quando o navio opera em calado de projeto, sem banda e sem trim.
Considere o centro de gravidade na quilha a meia nau.

Resposta:
KB=5.44m
BML=235.39m
BMT=8.27m

3. Com relao ao exerccio 1, determine a partir de qual altura do centro de


gravidade o navio se torna instvel na condio inicial.

Resposta: 13.71m

4. Considere uma semi-submersvel composta por 4 colunas e 2 pontes. As


colunas, dispostas nos vrtices de um quadrado de 70 metros, com 25m de altura
e 10m de dimetro e os pontes de seo quadrada com 10m de aresta e 90m de
comprimento. Determine o valor de GMT (altura metacentrica transversal) quando
estiver operando com um calado de 20m. Assuma o centro de massa a uma
altura de 22m em relao base. Com este valor de GM, a plataforma estvel ?

Dicas:
D4
para circunferncias: I em relao ao eixo que passa pelo seu
64
centro.

no se esquea de transportar o momento de inrcia para o eixo de


interesse.

Resposta: GM = 2.77m

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3.3 Teste de Inclinao

O item anterior apresentou a importncia do GM na avaliao da condio de


estabilidade inicial e como obter seu valor a partir da geometria da embarcao.
Neste item ser apresentado um procedimento, bastante simples, para a
obteno experimental do GM inicial.

O procedimento baseia-se na movimentao de um item de carga a bordo, de


peso conhecido (w), perpendicularmente linha de centro da embarcao e de
uma distncia d que dever ser registrada. A movimentao deste item de carga
provocar uma banda (), que dever ser medida.

Assim, conforme ilustrado na Figura 22, o momento de emborcamento, devido a


movimentao do peso, e o momento de endireitamento, provocado pela
alterao da geometria submersa da embarcao, podem ser obtidos,
respectivamente, por;

M emb w d cos (3.11)

e,

M end GM sen (3.12)

Assim, igualando-se ambos os momentos, determina-se experimentalmente o


valor de GM por;

wd
GM (3.13)
tan

E, lembrando-se ainda que,

KG KB BM GM (3.14)

possvel utilizar o teste de inclinao tambm para a determinao experimental


da altura do centro de gravidade (KG) da embarcao. Os valores de KB e BM

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devem ser obtidos a partir da geometria submersa na condio inicial, como


apresentado no item anterior.

d cos

d w

B1

GZ = GM.sen

Figura 22: Teste de inclinao

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3.3.1 Exerccios propostos

1. Tendo o conhecimento de que movimentando-se um bloco de 8000 Kg, 1 metro


perpendicularmente ao eixo longitudinal de uma embarcao de deslocamento de
100 t, provoca uma banda de 2 graus, estime a altura metacentrica inicial desta
embarcao.

Resposta: 2.29m

2. Sabe-se que a movimentao de um bloco de 1000 t, 2 metros


perpendicularmente ao eixo longitudinal de uma embarcao resulta em uma
banda de 4 graus. Sendo a embarcao prismtica de seo retangular com 10m
de boca, 10m de calado e deslocamento correspondente a 10.000 t, estime a
altura do centro de gravidade da embarcao.

Resposta: 2.97m

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3.4 Efeito de superfcie livre

Para a determinao do valor de GM na condio inicial 0 foi considerada


uma posio esttica do centro de gravidade do navio. Assim sendo, para o
clculo do momento restaurador, foi necessria apenas a determinao do novo
centro de carena do volume submerso aps o adernamento. O brao do momento
restaurador dado pela distncia horizontal do centro de gravidade ao novo
centro de carena

Porm, como conseqncia do movimento de banda ou trim, a carga a bordo


pode se deslocar, em especial os graneis lquidos ou slidos, o que provocaria
uma alterao na localizao do centro de gravidade do conjunto. Em funo
desta alterao, o valor do brao de endireitamento seria reduzido, uma vez que a
carga sempre se mover em direo ao bordo (ou extremidade, no caso de trim)
mais submerso.

Para a minimizao deste efeito possvel a utilizao de anteparas longitudinais


ou pranchas encaixadas em perfis metlicos, denominados "shifting boards", na
parte superior dos tanques. Se o navio no possui dispositivo para evitar esse
"escorregamento" progressivo da carga e isso comear a acontecer durante uma
tempestade, nada poder ser feito para evitar uma banda progressiva, que pode
eventualmente levar o navio ao emborcamento. Por este motivo, Este efeito deve
ser sempre considerado, quer nos clculos de estabilidade, quer no
dimensionamento geomtrico dos tanques.

Este fenmeno ser abordado quasi-estaticamente neste material. O problema


de deslocamento dinmico foge do escopo dessas notas. Desta forma, a nova
superfcie do lquido ser paralela a nova linha d'gua da embarcao, o que
permite a determinao de seu novo centro de gravidade.

O processo matemtico para determinar essa alterao na estabilidade idntico


ao utilizado na determinao do brao de endireitamento. Deve-se calcular, para

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cada ngulo de inclinao, a nova posio do centro de gravidade do lquido


dentro do tanque, e com isso obter a posio do centro de gravidade do navio.

Da mesma maneira que se definiu metacentro do navio, pode-se definir


metacentro de um determinado tanque, como a posio no espao ocupada pelo
ponto de interseco de duas verticais, em inclinaes diferentes, que passam
pelos respectivos centros de "carena" do tanque, que considerando lquidos
homogneos coincidente com seu centro de gravidade em cada situao.

A Figura 23 ilustra o procedimento a ser desenvolvido.

L1
m
G G1
W L

a c
W1
b b1
B
B1

Figura 23: Metacentro de um tanque

O segmento bb1, sobre o qual se move o centro de volume do tanque, tem direo
paralela a reta que une os centros das cunhas a e c e tem mdulo dado por:

itan que .
bb1 gg1 .sen (3.15)
vtan que

onde itanque o momento de inrcia da superfcie livre do tanque em relao a um


eixo longitudinal ao navio, que passa pelo centro da rea da superfcie do tanque
e tanque o volume de fluido no tanque.

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Definindo a altura metacntrica do tanque como gm, tem-se:

gm bm bb1 / sen itan que / vtan que (3.16)

O centro de gravidade do conjunto desloca-se em uma direo paralela ao


deslocamento bb1 do centro de gravidade do tanque e a amplitude deste
deslocamento pode ser determinada pela mdia ponderada entre o peso do fluido
do tanque e o peso total do conjunto, ou seja;

GG1. bb1.vtan que . lquido (3.17)

e portanto, lembrando de (3.15);

bb1.vtan que . lquido bb1.vtan que lquido itan que lquido


GG1 sen (3.18)
gua gua

Verifica-se assim que a movimentao do centro de gravidade do sistema


independe da quantidade de lquido presente nos seus tanques, mas apenas do
momento de inrcia de sua superfcie e da relao entre as densidades dos
fluidos. Essa movimentao do centro de gravidade leva a uma diminuio do
brao de endireitamento GZ, como ilustrado na Figura 24.

L1

w L
Z
w1 G G1 Z1

Z0
G0=K

Figura 24: Alterao da posio do centro de gravidade

No contexto da anlise da estabilidade inicial, que leva em considerao apenas


pequenas inclinaes, considerado que a movimentao do centro de gravidade

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do sistema flutuante se d em uma linha paralela linha dgua. Assim, o brao


de endireitamento GZ fica diminudo do valor GG1, podendo-se escrever;

GZ real GZ inicial GG1 (3.19)

e portanto:

itan que lquido


GM real GM inicial (3.20)
gua

O segundo termo da expresso acima comumente tratado por "distncia do


centro de gravidade real ao virtual" ou GGv.

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3.4.1 Exerccio resolvido

1. Determine o efeito de superfcie livre gerado pelos tanques no GM inicial do


navio representado na figura abaixo.

Considere o deslocamento do navio iguala 741t, o volume especfico da gua


igual a 1m3/t e do leo, 1,17m3/t.

Para os tanques de leo:

5.1 2.93 4.8 2.553 2.5 2.553


itan que leo 2 30.8m 4
12 12 12

Para os tanques de gua:

3.6 1.93
itan que gua 2 4.15m 4
12

Desta forma, o GM ser reduzido em:

itan queleo leo itan quegua gua


0.041m 4.1cm
gua gua

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3.4.2 Exerccios propostos

1. Considere o navio apresentado no Apndice II operando no calado de projeto.


Determine a correo a ser feita no GM inicial do navio devido a um tanque, com
comprimento de 20m, boca de 28m e profundidade de 14m, parcialmente cheio
de leo com volume especfico igual a 1,17 m3/t.

Resposta: 0.7m

2. Em relao ao exerccio anterior, de quanto seria esta correo se este mesmo


tanque fosse dividido em dois, sendo que teriam as mesmas dimenses e a boca
reduzida a metade?

Resposta: 0.25m (reduo de 75% na influncia)

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4. CURVAS HIDROSTTICAS
As curvas hidrostticas tm por finalidade apresentar de forma direta as
propriedades hidrostticas do navio em funo do seu calado T. Atravs destas
curvas obtm-se rapidamente as propriedades hidrostticas para condies
diferentes de operao. A Figura 25 apresenta as curvas hidrostticas de um
navio de passageiros cujo plano de linhas apresentado na Figura 15. Conforme
pode ser observado, as escalas utilizadas esto adaptadas para que todas as
propriedades possam ser apresentadas de uma forma legvel no mesmo grfico.

Figura 25: Exemplo de Curvas Hidrostticas. Fonte: PNA, 1988.

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A seguir so apresentadas as propriedades comumente plotadas nas Curvas


Hidrostticas e um mtodo para seus clculos.

4.1 Propriedades Hidrostticas

As propriedades hidrostticas derivam diretamente da forma do plano de linha


d`gua e da geometria submersa do casco, dependendo assim, da condio de
carregamento da embarcao.

O plano de linha d`gua a regio formada pela interseco entre um plano no


nvel da gua e o casco do navio na condio de carregamento a ser analisada,
conforme a figura seguinte.

Figura 26: Plano de linha d`gua

As principais propriedades hidrostticas so as seguintes:

AWL rea do plano de linha dgua;

Tcm Toneladas por unidade de imerso: a quantidade de massa a ser


adicionada para o navio imergir 1 cm, ou seja, aumentar seu calado em
1cm;

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CWL Coeficiente de plano de linha dgua: a frao da rea do retngulo

de lado L e B tomada por AWL ;

LCF Longitudinal Center of Flotation: centro de flutuao longitudinal a


posio longitudinal do centride da plano de linha dgua;

LCB Longitudinal Center of Buoyancy: posio longitudinal do centro de


carena;

KB Altura do centro de carena: distncia vertical do centro de carena


linha de base (quilha);

I L Momento de Inrcia Longitudinal: momento de inrcia do plano de


linha dgua em relao ao eixo formado pela interseco entre este plano
e o plano da seo do navio a meia nau;

I Llcf Momento de inrcia do plano de linha dgua em relao ao eixo

paralelo a paralelo ao citado anteriormente e passando por LCF;

IT Momento de Inrcia Transversal: momento do plano de linha dgua


em relao ao eixo formado pela interseco entre este plano e o plano de
simetria da embarcao;

BM T Raio metacntrico Transversal: a distncia entre o centro de


carena e o metacentro transversal, representado na Figura 20;

BM L Raio metacntrico Longitudinal: a distncia entre o centro de


carena e o metacentro longitudinal;

Volume deslocado pelo navio: volume de gua deslocado pela


embarcao;

Deslocamento em peso do navio;

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C p Coeficiente Prismtico: razo entre o volume submerso do navio e o

volume de um do prisma de comprimento L e seo idntica seo


mestra do navio;

Cb Coeficiente de Bloco: razo entre o volume submerso do navio e o

volume de um paraleleppedo com arestas L, B e T;

MTcm Momento para trimar 1cm.

4.1.1 Obteno Esquemtica das Propriedades Hidrostticas

Neste item apresenta-se de maneira esquemtica o modo clssico para se obter


as propriedades hidrostticas que esto relacionadas ao plano de flutuao da
embarcao (para um determinado calado).

Baseando-se na primeira regra de Simpson, apresentada no Apndice I, a tabela


a seguir construda para a determinao das propriedades dependentes do
plano de flutuao.

A B C D E F G H I J
Baliza Meia Coef de B*C Posio D*E E2 G*D B3 I*C
boca Simpson relativa
seo
mestra
0 y0 1 n/2

1 y1 4 n/2-1

2 y2 2 n/2-2

. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
n yn 1 2 3 4

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Sendo as balizas eqidistantes entre si e s a distncia entre balizas consecutivas,


tm-se:

s
AWL 2
3
1 (4.1)

AWL
CWL (4.2)
LB


Tcm AWL (4.3)
100

LCF 2 s (4.4)
1
s3
IL 2
3
3 (4.5)

I Llcf I L AWL LCF 2 (4.6)

2s
IT
9
4 (4.7)

A seguir, apresenta-se um procedimento para obteno do deslocamento e das


propriedades hidrostticas relacionadas geometria submersa do casco. Utiliza-
se a primeira regra de Simpson e as reas das balizas. Este procedimento
semelhante ao apresentado anteriormente.

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A B C D E F

Baliza rea da Coef de B*C Posio relativa D*E


Baliza Simpson baliza central
0 y0 1 n/2

1 y1 4 n/2-1

2 y2 2 n/2-2

. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
n yn 1 2

Sendo s a distancia entre balizas consecutivas, obtm-se

s
1
3 (4.8)

g (4.9)

LCB s
2 (4.10)
1
IL
BM L (4.11)

IT
BM T (4.12)


Cp (4.13)
L ( Aseomestra )


Cb (4.14)
L B T

GM L
MTcm (4.15)
100 L

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Para se obter KB basta resolver a seguinte equao:

T* T*

TA WL dT TA WL dT
KB 0
0
(4.16)
T*

A
0
WL dT

Sendo que T * o calado para o qual se deseja calcular KB.

A obteno de KB pode, portanto, ser feita por meio de algum mtodo de


integrao a partir de curvas de T x AWL ou T x .

Algumas aproximaes esto disponveis para determinar KB. Por exemplo, a


frmula de Posdunine (1925):

AWL
KB T * (4.17)

AWL
T

Considerada boa aproximao para navios de alto coeficiente de seo mestra.

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4.1.2 Exerccios resolvidos

1. Para o navio, cuja tabela de cotas est apresentada abaixo, determinar as


caractersticas hidrostticas relativas ao calado de 10,5m.

Tabela de Cotas
Calado (m)
Balizas
14,7 12,6 10,5 9,45 8,4 7,35 6,3 5,25 3,15 1,06 0
0 5,62 4,61 3,24 2 0,93
9 8,79 7,85 6,45 5,13 4,09 3,07 1,88 1,37 0,82 0,5 0,18
18 11,12 10,41 9,33 8,28 7,48 6,63 5,38 4,64 3,33 2,07 0,43
36 13,7 13,51 13,21 12,89 12,61 12,27 11,64 11,13 9,79 7,39 3,43
54 14 14 14,01 14 13,99 13,98 13,93 13,87 13,57 12,56 9,77
72 14 14 14 14 14 14 14 14 14 13,83 12,21
90 14 14 14 14 14 14 14 14 14 13,82 12,21
108 14 14 14 14 14 14 14 14 14 13,82 12,21
126 14 14 14 14 14 14 14 14 14 13,82 12,21
144 14 14 13,99 14 14 14 14 14,01 14 13,67 11,98
162 13,86 13,69 13,53 13,4 13,31 13,21 13,05 12,89 12,34 10,88 8,01
171 10,48 9,74 9,13 8,73 8,48 8,24 7,86 7,57 6,73 5,1 1,81
180 2,9 1,51 0,55
As balizas esto apresentadas por sua distncia em relao popa do navio

Utilizando o mtodo proposto constroi-se a seguinte tabela para as


propriedades a serem calculadas a partir do plano de linha d`gua:

A B C D E F G H I J
Posio
Coef de relativa
Baliza Meia boca B*C D*E E2 G*D B3 I*C
Simpson seo
mestra
0 3,24 0,5 1,62 5 8,10 25 40,50 34,01 17,01
9 6,45 2 12,90 4,5 58,05 20,25 261,23 268,34 536,67
18 9,33 1,5 14,00 4 55,98 16 223,92 812,17 1218,25
36 13,21 4 52,84 3 158,52 9 475,56 2305,20 9220,80
54 14,01 2 28,02 2 56,04 4 112,08 2749,88 5499,77
72 14,00 4 56,00 1 56,00 1 56,00 2744,00 10976,00
90 14,00 2 28,00 0 0,00 0 0,00 2744,00 5488,00
108 14,00 4 56,00 -1 -56,00 1 56,00 2744,00 10976,00
126 14,00 2 28,00 -2 -56,00 4 112,00 2744,00 5488,00
144 13,99 4 55,96 -3 -167,88 9 503,64 2738,12 10952,50

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Posio
Coef de relativa
Baliza Meia boca B*C D*E E2 G*D B3 I*C
Simpson seo
mestra
162 13,53 1,5 20,30 -4 -81,18 16 324,72 2476,81 3715,22
171 9,13 2 18,26 -4,5 -82,17 20,25 369,77 761,05 1522,10
180 0,55 0,5 0,28 -5 -1,38 25 6,88 0,17 0,08
372,17 -51,91 2542,29 65610,39

1 2 3 4

Sendo as balizas eqidistantes entre si e s = 18m a distncia entre


balizas consecutivas (e 9m para balizas intermedirias), obtm-se o seguinte
resultados:

Resultados
Valor Unidade Obs:
s
AWL 2 1 4465,98 m2
3
AWL
CWL 0,886 -
LB

Tcm AWL 45,82 t/cm gua salgada
100

LCF
2 s -2,51 m
a vante da baliza
1 central

s3
IL 2
3
3 9884404 m4

I Llcf I L AWL LCF 2 9856248 m4


2s
IT
9
4 262442 m4

Agora, para as propriedades dependentes da poro submersa,


calcula-se as reas das balizas e constroi-se a tabela proposta (as reas das
balizas foram obtidas pelo mtodo dos trapzios):

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


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A B C D E F
Posio
rea da Coef de relativa
Baliza B*C D*E
Baliza Simpson baliza
central
0 9,56 0,5 4,78 5 23,89
9 46,05 2 92,09 4,5 414,42
18 103,66 1,5 155,49 4 621,95
36 220,63 4 882,50 3 2647,50
54 282,57 2 565,14 2 1130,28
72 291,57 4 1166,27 1 1166,27
90 291,54 2 583,07 0 0,00
108 291,54 4 1166,14 -1 -1166,14
126 291,54 2 583,07 -2 -1166,14
144 290,84 4 1163,36 -3 -3490,08
162 260,51 1,5 390,77 -4 -1563,09
171 149,57 2 299,13 -4,5 -1346,09
180 0,58 0,5 0,29 -5 -1,44
7052,10 -2728,68
1 2

Assim, obtm-se o seguinte resultados:

Resultados
Valor Unidade Obs:
s
1 42312,62 m3
3
g 43412,75 t

LCB s
2 -6,96 a vante da baliza central
1
IL
BM L 233,60 m

I
BM T T 6,20 m


Cp 0,81
L ( Aseomestra )

Cb 0,80
L B T
AWL
KB T *
5,52 m
AWL
T
GM L
MTcm 28,27 t.m/cm considerando CG na quilha
100 L

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4.1.3 Exerccios propostos

1. Considere um navio de 1260 toneladas de deslocamento e com calado mdio


de 3,8m na gua salgada e 4 toneladas por centmetro de variao de calado.
Qual ser o seu calado na gua doce?

Resposta: 3.88m

2.Levante as Curvas Hidrostticas da seguinte Plataforma:

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3. Determine as propriedades hidrostticas, para o calado de projeto, do navio


apresentado no Apndice II.

Resposta:

calado LCB KB LCF BML BMT Volume AWL As.mestra


(m) (m) (m) (m) (m) (m) (m3) (m2) (m2)
10.36 4.23 5.24 -1.89 223.27 8.44 43,024.26 4,825.95 7,575.62

4. Levante as Curvas Hidrostticas para o navio apresentado no Apndice II.


Discrimine as escalas utilizadas na representao grfica para cada propriedade
hidrosttica.

Resposta:

17

15
LCB (m)
13 KB (m)
11 LCF (m)
*200 BML (m)
9
*10 BMT (m)
7 *10^3 Volume (m^3)
5 *10^5 It (m^4)
*10^3 Apf (m^2)
3

1
-5 -3 -1 1 3 5 7 9

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4.2 Correo do deslocamento devido ao trim

O trim definido como a diferena entre o calado a vante e a r da embarcao,


ou seja;

t H vante H r (4.18)

Devido s formas do casco, a mdia entre o calado a r e o calado a vante


diferente do calado (Hef) que a embarcao apresentaria, com o mesmo
deslocamento, caso no houvesse o trim. Esta variao pode ser estimada, para
pequenos ngulos, conforme PNA (1988), por:

t
H H ef H mdio LCF (4.19)
L

onde H mdio a mdia entre o calado lido a vante e o calado lido a r e H ef o

calado, para o mesmo deslocamento, quando a embarcao no apresenta trim.

A expresso acima pode ser verificada com o auxlio da Figura 27. Os calados a
vante e a r podem ser determinados a partir do LCF e do ngulo de trim (),
respectivamente, por:

L
H vante H ef LCF tan
2

e,

L
H r H ef LCF tan
2

Desta forma;

H vante H re
H mdio H ef LCF tan (4.20)
2

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t
e, verificando que tan , chega-se a expresso (4.19).
L

X
Hef
LCF

Figura 27: Correo do deslocamento devido ao trim

Desta forma a variao do deslocamento fica:

H AWL (4.21)

onde AWL a rea do plano de flutuao sem trim e o peso especfico da gua.

Quando o navio sofre uma inclinao longitudinal pequena as linhas d`gua se


cruzam na reta que passa pelo LCF. Se o LCF est a r da meia nau e o calado
lido a vante maior que o lido a r (trim de proa), a correo do deslocamento
deve ser subtrativa. Para outras configuraes a correo ser feita conforme a
seguinte tabela:

Trim LCF Correo


Proa R
Proa Vante
Popa R
Popa Vante

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De forma resumida, para a determinao do deslocamento de uma embarcao


em uma situao com trim, lem-se os calados a vante e a r e, a partir do calado
mdio, obtm-se a primeira estimativa do deslocamento utilizando-se as curvas
hidrostticas. Com este mesmo calado, obtm-se, tambm a partir das curvas
hidrostticas, o LCF e a AWL. Em seguida, estima a correo do deslocamento a
partir de (4.21), atentando-se tabela anterior. Com o deslocamento corrigido e
as curvas hidrostticas, o calado efetivo e as demais caracterstica so obtidas.

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4.2.1 Exerccio resolvido

1. Sejam: os calados iniciais de um navio 8,5m a r e 8,2m a vante; Tcm = 20t, o


momento necessrio para variar um centmetro na diferena de calado a vante e
r igual a 150t.m. Um peso de 40tons ser embarcado no plano de flutuao, a
uma distncia d = 15m para a proa do centro de rea do plano de flutuao,
localizado a meia nau. Pedem-se os novos calados.

Colocando o peso no LCF, haver um afundamento paralelo de


40t
2cm , o que levar os calados a vante e a r, respectivamente
Tcm 20t
para 8.22 e 8.52m.

Movendo o peso para a sua posio final, adiciona-se o seguinte


momento ao sistema:

M 15m 40t 600t.m

600t.m
Provocando um trim adicional de 4cm
150t.m / cm

Assim, somando este ajuste aos calados:

AV = 8.24m

AR = 8.50m

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4.2.2 Exerccios propostos

1. Em um navio em que L = 120m, GML = 150m, W = 6000t, calado a vante AV =


5,26 e calado a r AR = 5,84, deslocou-se para vante em 30m um peso p = 20
toneladas. Considerando o LCF a meia nau, pedem-se os novos calados AV e
AR.

Resposta: AV = 5,3m AR = 5,8m

2. Determine os novos calados, a vante e a r, para um navio no qual se embarca


uma carga de 300t a 6.1m a vante da seo a meia nau.

As condies iniciais so as seguintes:

AR = 8,38m
AV = 7,35m
Tcm = 26,5t
LCF = 5,3m (AV da meia nau)
MTcm = 207t.m
L = 161m

Resposta: AV = 8.00m AR = 7.87m

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4.3 Curvas de Bonjean

Para se obter o volume da geometria submersa ( ) utiliza-se as reas das


balizas, conforme ilustradas na Figura 28.

Figura 28: reas das balizas

Estas reas, para cada calado do navio, so apresentadas nas curvas de


Bonjean. Estas curvas apresentam, para cada balizas, as reas em funo do
calado, conforme a Figura 29.

Figura 29: Curvas de Bonjean. Fonte: PNA, 1988.

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As curvas de Bonjean podem ser utilizadas para se obter o deslocamento do


navio em condio de trim. Para tanto, partindo-se do calado a vante e do calado
a r, obtm-se os calados nas balizas intermedirias e faz-se uma integrao
numrica simples ao longo do comprimento do navio.

4.3.1 Exerccio proposto

1. Levante as curvas de Bonjean para o navio apresentado no Apndice II.

Curvas de Bonjean

CAV -6
1.8E+04
CAV 0
1.6E+04
CAV 5
1.4E+04 CAV 10
1.2E+04
Calado (mm)

CAV 15
1.0E+04 CAV 20

8.0E+03 CAV 25
CAV 30
6.0E+03
CAV 40
4.0E+03
CAV 50
2.0E+03
CAV 60
0.0E+00
0.0E+00 1.0E+08 2.0E+08 3.0E+08 4.0E+08 5.0E+08
reas (mm2)

Curvas de Bonjean

1.8E+04
CAV 70
1.6E+04
CAV 80
1.4E+04
CAV 85
1.2E+04
Calados (mm)

CAV 90
1.0E+04
CAV 95
8.0E+03 CAV 100
6.0E+03 CAV 105

4.0E+03 CAV 110

2.0E+03

0.0E+00
0.0E+00 1.0E+08 2.0E+08 3.0E+08 4.0E+08 5.0E+08
reas (mm2)

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5. ESTABILIDADE INTACTA
No captulo 3 foi avaliada a condio de estabilidade da embarcao na posio
inicial (sem banda e sem trim). Naquele captulo foi visto que, para pequenos
ngulos de banda, a posio do metacentro poderia ser considerada fixa o que
resultava na possibilidade de obteno do brao de endireitamento a partir da
altura metacentrica GZ GM sen .

Neste captulo, a condio de estabilidade ser estudada para todos os ngulos


de banda, quando a movimentao do metacentro suficientemente grande para
poder ser desprezada e considerando o problema real, no mais considerando
costados verticais.

O metacentro, como definido no captulo 3, o ponto de aplicao do raio vetor


da curva definida pela trajetria do centro de carena (B). Como essa trajetria no
um crculo, o metacentro se move em funo do ngulo de inclinao . O que
se verifica que esta movimentao apresenta uma magnitude bastante pequena
para pequenos ngulos de inclinao, o que permite a utilizao da expresso
GZ GM sen para ngulo de at 8. A partir deste ponto deve-se atentar aos
tpicos apresentados neste item.

Inicialmente sero apresentadas as trajetrias do centro de carena e do


metacentro para evidenciar o efeito da magnitude do ngulo de banda na
determinao do brao de endireitamento e, consequentemente do momento
restaurador. Em seguida sero descritas as curvas cruzadas de estabilidade e de
estabilidade esttica, descrevendo o efeito da posio do centro de gravidade sob
estas curvas, o efeito de superfcie livre e uma primeira considerao para a
estabilidade dinmica.

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5.1 Trajetria do centro de carena e do metacentro

Conforme mencionado, a determinao da posio do centro de carena fator


importante na verificao da estabilidade do navio. A seguir ser determinada a
trajetria do centro de carena do paraleleppedo cuja seo transversal est
ilustrada na Figura 30.

Figura 30: Seo do Paraleleppedo

Sendo a rea da seo transversal da cunha formada entre linhas d`gua igual a
a 2 tg
e fixando-se os eixos coordenados no centro de carena inicial, conforme
2
Figura 30, as coordenadas do centro de carena podem ser determinadas por:

a 2tg 2a a 2tg 2a
2ab.0
2 3 2 3
xB
a 2tg a 2tg
2ab
2 2 (5.1)

a 2tga a tg
2
a
2ab.0 tg b b tg
yB
2 3 2 3
a tg a tg
2 2
2ab
2 2

Desta forma,

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a 2tg
xB
3b
(5.2)
a tg
2 2
yB
6b

Eliminando-se a tangente de , obtm-se:

3b 2
YB XB
2a 2 (5.3)

Portanto, para o caso do paraleleppedo proposto, a trajetria do centro de carena


exatamente uma parbola. Vale ressaltar que este resultado uma boa
aproximao para navios com costados aproximadamente verticais. Alm disto, a
frmula no leva em considerao uma possvel imerso do convs ou
afloramento do bojo.

O metacentro, assim como o centro de carena, fator importante na estabilidade


do navio. A seguir, para o mesmo corpo Figura 30, a trajetria do metacentro ser
determinada. A Figura 31 apresenta o que ser descrito.

Dada a trajetria do centro de carena, sabe-se que as retas r e s, ortogonais s


tangentes a esta trajetria e que passam pelos pontos de tangncia,
respectivamente Br e Bs, contm o metacentro. Alm disto, o ponto metacntrico
definido como sendo a interseco (M, na figura) de duas destas retas, relativas
a pontos consecutivos da trajetria do centro de carena.

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Figura 31: Determinao do Metacentro M

Para determinar a posio do metacentro em funo de deve-se obter as


equaes das retas r e s. Sendo tg (90 0 ) a inclinao da reta r e tg (90 0 )
a inclinao da reta s. As equaes das retas ficam:

a2 tg
r : y tg (90 ) x tg
0
tg (900 )
3b 2
(5.4)
a2 tg ( )
s : y tg (90 ) x tg ( )
0
tg (900 )
3b 2

Formando um sistema com as equaes obtm-se

a2
x (tg ( ) tg ) tg tg ( ) (5.5)
6b

Como se pretende que Bs e Br sejam pontos consecutivos tem-se que a


coordenada x do metacentro fica:

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a2 3
xm lim x tg (5.6)
0 3b

Agora, para a coordenada y, substituindo xm em qualquer das equaes de reta:

a 2 3tg 2
Ym 1 (5.7)
3b 2

Plotando as trajetrias do centro de carena e do metacentro, para a e b iguais a 5,


obtm-se o seguinte grfico para inclinao entre 30 e 30 graus:

Trajetrias

3
Y

2,5

1,5

Trajetria do
1
Centro de Carena
Trejetria do
Metacentro

0,5

0
-1 -0,5 0 0,5 X 1

Figura 32: Trajetrias do Centro de Carena e do Metacentro

Com estes resultados possvel determinar o brao de endireitamento para cada


ngulo de banda. Isto pode ser feito relacionando a posio do centro de
gravidade e a posio do metacentro, conforme ilustrado na Figura 33:

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Figura 33: Determinao de GZ

Nomeando,

X X M X G
(5.8)
Y YM YG

Obtm-se:

GZ x. cos y.sen (5.9)

Comparando-se este resultado com o apresentado para estabilidade inicial


obteve-se, para o caso de a=5, b=5 e comprimento igual a 15, a seguinte tabela a
seguir. Os resultados desta tabela mostra que os resultados aproximados por
GM sen comeam a apresentar desvios maiores do que 0,5% para maior que
8 graus.

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Comparao para GZ
Inclinao Aproximao
Apresentado
GM sen Desvio
0 0 0 0,0%
1 0,029 0,029 0,0%
2 0,058 0,058 0,0%
3 0,087 0,087 -0,1%
4 0,116 0,116 -0,1%
5 0,146 0,145 -0,2%
6 0,175 0,174 -0,3%
7 0,204 0,203 -0,4%
8 0,233 0,232 -0,5%
9 0,262 0,261 -0,6%
10 0,292 0,289 -0,8%
11 0,321 0,318 -0,9%
12 0,350 0,347 -1,1%
13 0,380 0,375 -1,3%
14 0,409 0,403 -1,5%
15 0,439 0,431 -1,7%
16 0,469 0,459 -2,0%
17 0,498 0,487 -2,2%
18 0,528 0,515 -2,5%
19 0,558 0,543 -2,8%
20 0,588 0,570 -3,1%

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5.2 Curvas Cruzadas de Estabilidade

As curvas cruzadas de estabilidade (CCE) fornecem, para vrios deslocamentos e


ngulos de banda, o brao de endireitamento GoZo, para uma posio de
referencia do centro de gravidade Go. A figura abaixo apresenta um exemplo de
CCE.

GoZo (m)
5
60o
4
75o
3
45o
2
30o
15o
1
7o

2 4 6 8 10 12 14 16 Deslocamento em
milhares de tons

Figura 34: Curva cruzada de estabilidade

A principio a posio Go pode ser considerada qualquer desde que se faa a


devida correo quando da utilizao das curvas cruzadas de estabilidade. Esta
correo ser apresentada no item 5.4.

A consulta s curvas cruzadas permite, para uma dada posio do centro de


massa, a determinao dos braos de endireitamento em funo do ngulo de
inclinao, para qualquer valor de deslocamento do navio.

Para o levantamento das CCE so traadas vrias linhas dguas, no plano de


balizas, para cada ngulo de banda a ser considerado, como ilustra a Figura 35.

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L1

90o L2

L3

W1

W2

W3

Go
Linha de Centro

Figura 35: Linhas dguas para traado das CCE para uma dado ngulo de
banda

Cada linha dgua traada intercepta cada uma das balizas, definindo a rea
imersa de cada uma delas. Assim para cada baliza, pode-se calcular sua rea e o
seu momento esttico em relao ao eixo perpendicular linha dgua que passa
por Go. Uma integrao simples ao longo do comprimento definir o deslocamento
e a posio transversal do centro de carena. O valor encontrado para a posio
do centro de carena o prprio brao de endireitamento, uma vez que o eixo de
referncia para pelo centro de gravidade de referncia.

Desta maneira, considerando o centro de gravidade em Go, determina-se o ponto


da curva cruzada de estabilidade correspondente inclinao e ao
deslocamento correspondente linha dgua utilizada.

O mesmo procedimento deve ser utilizado para se levantar a CCE longitudinal.

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5.2.1 Exerccios propostos

1. Para a plataforma apresentada no exerccio proposto no item 4.1.2 determine a


Curva Cruzada de Estabilidade para o ngulo de 30 graus.

Resposta:
Plataforma
Curva Cruzada
(30 graus)
60

50

40
Brao (m)

30

20

10

0
0 100000 200000 300000
Deslocam ento (m ^3)

2. Para o navio apresentado no Apndice II, determine o GZ nos seguintes pontos


da CCE:
ngulo de 30 graus, deslocamento entre 40000 e 43000 m3;
ngulo de 30 graus, deslocamento entre 47000 e 50000 m3;
ngulo de 60 graus, deslocamento entre 40000 e 43000 m3;
ngulo de 60 graus, deslocamento entre 47000 e 50000 m3.

Considere o centro de gravidade na quilha a meia nau.

Resposta:

12

10
5 graus

10 graus
8 20 graus

30 graus

6 40 graus

50 graus

4 60 graus

70 graus

2 80 graus

0
6000 16000 26000 36000 46000 56000

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5.3 Curva de estabilidade esttica (CEE)

A curva de estabilidade esttica para uma dada direo (longitudinal ou


transversal) contm todas as informaes sobre a estabilidade de uma
embarcao operando em um determinado calado (ou deslocamento). A Figura
36 apresenta a forma usual de um CEE.

Brao de endireitamento x ngulo de banda

Figura 36: Curva de estabilidade esttica (CEE)

A consulta das curvas cruzadas de estabilidade (CCE) permite, para uma dada
posio do centro de gravidade (Go), a determinao dos braos de
endireitamento em funo do ngulo de inclinao, para um deslocamento
constante. Basta para isso ler os valores de GoZo sobre uma vertical no
deslocamento em questo (ver Figura 35). Assim pode-se traar a curva de
estabilidade esttica.

importante notar que a declividade da curva na origem corresponde ao valor de


GM inicial. A Figura 37 ilustra este detalhe. Ou seja, a derivada da curva na
origem vale numericamente o mesmo que GM para 0 , pois:

GZ GM sen (para 1 ) (5.10)

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e, portanto;

dGZ dGM
GM cos 0 sin 0 GM (5.11)
d 0 d

GZ

GMo

1 rd limite

Figura 37: Declividade da CEE em 0

Se fosse possvel garantir que a linha dgua continuasse a cruzar a linha de


simetria no mesmo ponto, aps a adernamento do corpo, bastaria ponderar a
distncia dos centros das reas imersas das balizas at a linha vertical que passa
pelo CG para a determinao do ponto correspondente na CEE e, repetindo-se o
processo para vrios ngulos de inclinao seria possvel obter a CEE por
completo. Porm somente no caso de costados verticais possvel assumir tal
hiptese. Assim sendo, desconhecendo-se a linha dgua associada ao ngulo de
banda desejado e com o deslocamento requerido, faz-se necessrio
primeiramente o levantamento das CCE. Consultando-se a CCE para um
determinado deslocamento, e diferentes ngulos de banda traa-se a CEE,
correspondente a este deslocamento.

Para permitir um ajuste da posio do centro de gravidade realizada uma


correo conforme descrito no item seguinte.

De posse da CEE possvel estudar o efeito de momentos externos


embarcao, e determinar as posies de equilbrio que devero ser
consideradas. Como exemplo, a Figura 38 apresenta uma curva hipottica para o

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momento externo atuante na embarcao dividido pelo seu deslocamento e a


CEE.

O equilbrio ser atingido quando o momento de restaurao se igualar ao


momento de emborcamento externo. Porm, como representado na Figura 38,
pode acontecer de existir dois pontos de cruzamento entre a CEE e a do
momento externo aplicado sobre o corpo. Neste caso, o ponto da direita
representa um equilbrio instvel, uma vez que a embarcao no conseguir
retornar a esta posio aps uma pequena perturbao.

Figura 38: Posies de equilbrio

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5.3.1 Exerccios propostos

1. Levante a Curva de Estabilidade Esttica para uma Chata com as seguintes


caractersticas:

Pontal 50 m;

Boca 50 m;

Comprimento 200 m.

Deslocamento 218750 m3

A figura abaixo ilustra as formas desta chata. Neste exerccio imponha o centro de
gravidade na quilha a meia-nau.

2. Esboce a Curva de Estabilidade Esttica do navio apresentado no Apndice II


para seu calado de projeto.

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3. Considerando uma determinada embarcao com KG 20ft , L Total 100m e

10.000 t :

a. Esboce a curva de estabilidade esttica da embarcao, considerando as


curvas cruzadas de estabilidade abaixo. Explique o procedimento utilizado.

GZ (ft)
5
60o
4
75o
3
45o
2
30o
15o
1
7o

2 4 6 8 10 12 14 16 Deslocamento em
milhares de tons

b. Estime a altura metacentrica na condio sem banca e sem trim. Justifique sua
resposta.

c. Estime o deslocamento total se o navio estiver com um trim de m pela popa.


Considere a baliza 10 como a baliza a meia nau, um calado mdio de 18ft e utilize
as curvas hidrostticas apresentadas abaixo (Benford, 1991). Se necessrio
estime o LCF a partir da curva de LCB.

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d. Na condio sem banda e sem trim, qual a condio de equilbrio da


embarcao? Estvel, instvel ou indiferente? Utilize as curvas hidrostticas do
item anterior e justifique sua resposta.

Respostas:
b. GM = 2.86ft
c. 8482.96 t
d. GM = 2.86ft

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5.4 Correo devido posio do Centro de Gravidade

Para se construir as curvas cruzadas de estabilidade assumido um centro de


gravidade de referncia, comumente na quilha. Sendo a curva de estabilidade
esttica, para um determinado deslocamento, obtida a partir das CCE, a posio
do centro de gravidade de referncia deve ser corrigida para a posio correta do
centro de gravidade do corpo, naquela condio de deslocamento.

Para permitir um ajuste da posio vertical do centro de massa, de Go para G,


realizada uma correo senoidal, conforme ilustrado na Figura 39, em todos os
pontos lidos da CCE.

M
L1

W L

Z
W1 G
GGo sen Zo

K = Go

Figura 39: Ajuste da posio vertical do CG

Assim;

GZ Go Z o Go G sen (5.12)

com GoZo obtido da CCE e GoG tradicionalmente igual a KG.

Se o centro de gravidade no se encontra na linha de centro da embarcao,


deve ser efetuada tambm uma correo cossenoidal, corrigindoo o centro de
gravidade de G para G1. A Figura 40 representa graficamente a correo.

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Desta forma,

G1Z1 GZ G1G cos (5.13)

Z
Z1
M
G
G1

L1

Z0
w L
Z G0
w1 G Z1
G1

Z0

G0=K

Figura 40: Ajuste da posio horizontal do CG

Naturalmente a correo dever ser aditiva para os casos em que o centro de


gravidade est deslocado para o bordo oposto ao da banda e independente de
qual seja o bordo onde se encontra o CG. Em ambos os casos a CEE deixa de
ser simtrica.

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5.5 Efeito de superfcie livre

O efeito de superfcie livre foi definido anteriormente no contexto da anlise da


estabilidade inicial, no item 3.4, considerando-se apenas pequenos ngulos de
inclinao (banda ou trim).

Neste captulo ser considerado o efeito de superfcie livre na curva cruzada de


estabilidade e para tanto este efeito deve ser estudado para todos os ngulos de
banda, quando a movimentao do centro de gravidade do tanque no mais
funo apenas do momento de inrcia de sua superfcie inicial e, portanto, outras
formulaes devem ser utilizadas.

A nova posio do centro de gravidade do tanque na condio inclinada deve ser


determinada por integrao de seu volume exatamente da mesma forma que o
centro de carena do navio determinado na anlise de estabilidade para ngulos
de inclinaes elevados.

Verificando que, em tanques com fluido homogneos, o centro de gravidade do


fluido no tanque coincide com o centro do seu volume, uma vez determinada a
nova posio do centro de seu volume, pode-se determinar GG1 pela expresso;

GG1. bb1.vtan que . lquido (5.14)

assim como realizado no item 3.2 e, finalmente o novo brao de endireitamento


determinado subtraindo, do brao inicial, a projeo do segmento GG1 naquela
direo.

Em princpio, deveriam ser traadas curvas para a determinao do efeito no


brao de endireitamento de cada tanque para vrias condies de carregamento
(30%, 45%, 60%, 75%...), e ngulos de banda e, somando-se o efeito de cada
tanque determinar-se-ia o efeito total no brao de endireitamento do conjunto.
Estas curvas tem um aspecto idntico s curvas cruzadas de estabilidade.

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Como este procedimento seria muito trabalho, algumas consideraes


simplificadoras so utilizadas. Em geral, os tanques de lquidos fazem parte de
um sistema onde existem vrios tanques, assim, considera-se que s se inicia a
utilizao do lquido dentro de um tanque, quando outro tanque do mesmo
sistema j foi completamente esgotado. Portanto, vlido o procedimento de se
considerar apenas os maiores tanques de cada sistema como cheios pela metade
na determinao dos braos de endireitamento.

Outra simplificao possvel a utilizao de uma tabulao de coeficientes que


fornecem, para cada ngulo de inclinao, cada relao profundidade/boca do
tanque, e para tanques 50%, 95% e 98% cheios o valor de um coeficiente C para
clculo do brao de endireitamento a partir de;


GZ corr GZ I tan que . sen GZ C.I tan que . (5.15)

Ao produto C.I tan que d-se o nome de momento de transferncia.

As figuras a seguir apresentam as tabelas disponveis em PNA (1988) para a


determinao o fator C mencionado.

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Profundidade NGULO DE INCLINAO


Boca 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0.1 0.13 0.14 0.14 0.12 0.11 0.09 0.06 0.04 0.02
0.15 0.17 0.21 0.21 0.19 0.16 0.14 0.10 0.07 0.03
0.2 0.18 0.27 0.27 0.26 0.23 0.20 0.16 0.11 0.06
0.25 0.18 0.31 0.34 0.33 0.30 0.26 0.21 0.16 0.09
0.3 0.18 0.35 0.40 0.40 0.37 0.33 0.27 0.21 0.14
0.4 0.18 0.36 0.50 0.53 0.51 0.47 0.41 0.33 0.24
0.5 0.18 0.36 0.57 0.65 0.66 0.63 0.56 0.47 0.38
0.6 0.18 0.36 0.58 0.74 0.80 0.79 0.74 0.65 0.54
0.7 0.18 0.36 0.58 0.83 0.94 0.96 0.92 0.85 0.74
0.8 0.18 0.36 0.58 0.87 1.06 1.13 1.12 1.06 0.96
0.9 0.18 0.36 0.58 0.87 1.16 1.30 1.34 1.30 1.22
1.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.24 1.47 1.56 1.56 1.50
1.2 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 1.7 2.0 2.1 2.2
1.5 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.0 2.7 3.1 3.4
2.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 3.7 5.0 6.0
3.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 9.3 13.5
4.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 13.4 24.0
5.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 16.2 37.0
6.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 16.8 54.0
7.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 16.8 73.0
8.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 16.8 96.0
9.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 16.8 121.0
10.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.31 2.2 4.5 16.8 150.0

Figura 41: Fatores para momento de transferncia para tanques de seo


retangular Tanque 50% cheio

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Profundidade NGULO DE INCLINAO


Boca 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0.1 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.01 0.01 0.01 0.00
0.15 0.04 0.04 0.04 0.03 0.03 0.02 0.02 0.01 0.01
0.2 0.05 0.05 0.05 0.04 0.04 0.03 0.03 0.02 0.01
0.25 0.06 0.06 0.06 0.06 0.05 0.04 0.03 0.03 0.02
0.3 0.06 0.07 0.07 0.07 0.06 0.05 0.04 0.04 0.03
0.4 0.08 0.09 0.09 0.09 0.08 0.07 0.06 0.05 0.05
0.5 0.10 0.11 0.11 0.11 0.10 0.09 0.08 0.07 0.07
0.6 0.11 0.13 0.13 0.13 0.12 0.11 0.10 0.09 0.10
0.7 0.12 0.14 0.15 0.15 0.14 0.13 0.12 0.11 0.14
0.8 0.13 0.16 0.17 0.17 0.16 0.14 0.13 0.14 0.18
0.9 0.14 0.18 0.19 0.18 0.18 0.16 0.15 0.16 0.23
1.0 0.15 0.19 0.20 0.20 0.20 0.18 0.17 0.18 0.28
1.2 0.16 0.22 0.24 0.24 0.24 0.23 0.22 0.23 0.41
1.5 0.17 0.25 0.28 0.29 0.29 0.29 0.28 0.31 0.64
2.0 0.18 0.30 0.35 0.38 0.38 0.38 0.39 0.45 1.14
3.0 0.18 0.36 0.46 0.52 0.56 0.58 0.62 0.77 2.6
4.0 0.18 0.36 0.53 0.64 0.71 0.78 0.87 1.12 4.6
5.0 0.18 0.36 0.57 0.74 0.85 0.96 1.12 1.5 7.1
6.0 0.18 0.36 0.58 0.80 0.97 1.14 1.36 1.9 10.3
7.0 0.18 0.36 0.58 0.85 1.09 1.30 1.6 2.3 14.0
8.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.16 1.46 1.9 2.7 18.2
9.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.22 1.6 2.1 3.2 23.0
10.0 0.18 0.36 0.58 0.87 1.27 1.7 2.3 3.6 28.5

Figura 42: Fatores para momento de transferncia para tanques de seo


retangular Tanque 95% cheio

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Profundidade NGULO DE INCLINAO


Boca 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0.1 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00
0.15 0.02 0.02 0.02 0.01 0.01 0.01 0.01 0.01 0.00
0.2 0.02 0.02 0.02 0.02 0.02 0.01 0.01 0.01 0.01
0.25 0.03 0.03 0.02 0.02 0.02 0.02 0.01 0.01 0.01
0.3 0.03 0.03 0.03 0.03 0.02 0.02 0.02 0.01 0.01
0.4 0.04 0.04 0.04 0.04 0.03 0.03 0.02 0.02 0.02
0.5 0.05 0.05 0.05 0.04 0.04 0.03 0.03 0.02 0.03
0.6 0.05 0.06 0.06 0.05 0.05 0.04 0.03 0.03 0.04
0.7 0.06 0.07 0.07 0.06 0.06 0.05 0.04 0.04 0.06
0.8 0.07 0.07 0.07 0.07 0.06 0.06 0.05 0.04 0.08
0.9 0.08 0.08 0.08 0.08 0.07 0.06 0.05 0.05 0.10
1.0 0.08 0.09 0.09 0.09 0.08 0.07 0.06 0.05 0.12
1.2 0.09 0.11 0.11 0.10 0.10 0.09 0.08 0.07 0.17
1.5 0.11 0.13 0.13 0.13 0.12 0.11 0.10 0.09 0.27
2.0 0.13 0.16 0.17 0.17 0.16 0.15 0.13 0.14 0.47
3.0 0.16 0.22 0.24 0.24 0.24 0.22 0.22 0.23 1.06
4.0 0.17 0.27 0.30 0.31 0.31 0.30 0.30 0.34 1.9
5.0 0.18 0.30 0.35 0.38 0.38 0.38 0.39 0.45 2.9
6.0 0.18 0.33 0.40 0.44 0.46 0.46 0.48 0.58 4.2
7.0 0.18 0.35 0.44 0.49 0.52 0.54 0.58 0.70 5.8
8.0 0.18 0.36 0.48 0.55 0.59 0.62 0.67 0.84 7.5
9.0 0.18 0.36 0.51 0.60 0.65 0.70 0.77 0.98 9.5
10.0 0.18 0.36 0.54 0.64 0.71 0.78 0.87 1.12 11.8

Figura 43: Fatores para momento de transferncia para tanques de seo


retangular Tanque 98% cheio

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5.5.1 Exerccios propostos

1. Deduza, para um tanque de profundidade/boca = 0.2, 50% cheio e 30 graus de


inclinao, o fator C para momentos de transferncia.

2. Assumindo a seguinte condio:

Deslocamento: 2000t;

Dimenses do tanque: comprimento = 9,15m ; boca = 6,1m profundidade =


1,22m;

Fluido dentro do tanque: gua doce (1t/m3)

Tanque 50% cheio;

Determine o efeito de superfcie livre no brao de endireitamento para um ngulo


de 30 graus.

Resposta: 0.023m

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5.6 Estabilidade dinmica

A curva de estabilidade esttica de um navio pode auxiliar na anlise de sua


estabilidade dinmica. Utilizando-se a CEE pode-se determinar o trabalho
necessrio para levar a embarcao a uma inclinao de um determinado ngulo.

Lembrando que o trabalho necessrio pode ser obtido por

W M ( )d (5.16)
1

onde M ( ) * GZ ( ) o momento restaurador que, por sua vez, uma funo


de , pode-se dizer que o trabalho necessrio para adernar o navio de um ngulo
1 para um ngulo 2 igual a rea sob a curva de estabilidade esttica entre
estes dois ngulos, conforme ilustrado na Figura 44 a seguir.


1 2

Figura 44: Trabalho necessrio para adernar o navio de 1 para 2

Plotando-se no mesmo par de eixos o momento externo atuante no casco e o


momento restaurador, determina-se as posies de equilbrio (ver Figura 45).
Como apresentado no item 5.3, o cruzamento entre ambas as curvas definem os
possveis pontos de equilbrio, sendo o mais direita um ponto de equilbrio
instvel.

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Assim, analisando estaticamente o grfico da Figura 45, conclui-se que a


embarcao, ao ser solicitada repentinamente pelo momento externo plotado,
apresentar uma banda igual a 1. Porm, considerando que a posio inicial seja
0 , a energia aplicada no casco pelo momento externo superior energia
absorvida hidrostaticamente, pelo momento restaurador, o que levar o casco a
uma inclinao 2, superior a 1.

O ngulo 2 ser tal que o trabalho realizado pelo momento externo seja igual ao
trabalho realizado pelo momento restaurador, ou seja, ser aquele que iguale as
reas hachuradas, A1 e A2, no grfico da Figura 45.

Porm, como 2 no um ponto de equilbrio, o casco retornaria at apresentar


banda igual a 1 sendo possvel que oscile ao redor desta posio at que se
atinja o equilbrio.

Se 2 ultrapassar o valor de 3, a embarcao no mais ser capaz de encontrar


uma nova posio de equilbrio estvel antes do emborcamento.

Momento restaurador
Momento externo


0=0 1 2 3

Figura 45: Estabilidade dinmica.

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5.6.1 Exerccios propostos

1. Um navio, de deslocamento conforme apresentado na figura abaixo, possui


curva de estabilidade esttica que pode ser aproximada, para ngulos de
inclinao positivos (sendo a curva anti-simtrica), e para deslocamento de
t por:

M 1000 2 500

com em radianos e o momento em t.m.

Se o peso suspenso no guindaste for solto, qual o ngulo mximo que o navio
inclinar (desconsiderando efeitos de atrito)? Qual o ngulo em que, depois de
oscilar, o navio encontrar equilbrio?

Considere: T = 20t, d = 10m e h = 10m.

Resposta: 13.3 e 6.8 graus respectivamente.

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6. ADIO E REMOO DE PESOS


Utilizando-se do contedo apresentado nos captulos anteriores, possvel prever
o comportamento da embarcao quando itens que compem seu deslocamento
total so movimentados. Neste captulo sero avaliados os efeitos na estabilidade
da embarcao devido ao embarque e desembarque de novos itens de carga. O
procedimento que ser apresentado ser til tambm na avaliao da
estabilidade em condio avariada, tpico discutido no captulo 7.

Para se realizar o embarque de uma carga necessrio prever as novas


condies de flutuao e estabilidade da embarcao. Os parmetros a serem
determinados so: deslocamento, banda, trim, calados avante, a r e nos bordos
e condio de estabilidade.

O procedimento clssico, Mtodo da Adio de Peso, para determinao desses


parmetros o subdividido em etapas que sero descritas a seguir. Para tanto
ser realizado um embarque de um peso w em um navio, inicialmente flutuando
sem banda ou trim e com um deslocamento . O peso ser colocado em uma
posio final qualquer, de coordenadas diferentes do centro de gravidade inicial
do navio.

Inicialmente considera-se o peso embarcado na posio g1 indicada na Figura 46,


de modo a causar apenas afundamento paralelo do navio, de WL a W1L1. Admite-
se que a altura, em relao quilha do navio, do centro de gravidade da carga
coincida neste instante com a altura do centro de gravidade inicial do navio, e que
esteja no plano de simetria. Assim a altura do centro de gravidade do conjunto
navio + carga coincide com a altura do centro de gravidade inicial (KG1 = KG).

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ML

g2 g3
L1
G2 G3
W L
g1
W1 B2 Hav
Hre B1

G=G1
LCF

y
M L1
g3


W G2 e G3 G4 L

G=G1
W1 B B1

Figura 46: Esquema de movimentao de peso

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O peso adicionado uma nova fora no sistema e levar ao aparecimento de


uma nova parcela de empuxo para manter o equilbrio. Esta nova parcela surgir
no centro do volume da fatia do navio que sofrer afundamento. Para se garantir a
ausncia de trim, o peso deve ser adicionado na mesma linha de atuao desta
nova parcela do empuxo, ou seja, na vertical que passa pelo centro do volume da
fatia a ser afundada.

Para a determinao do centro deste volume utilizam-se as curvas hidrostticas.


Com o novo deslocamento, w+ ,obtm-se o novo calado H1, correspondente a
linha dgua W1L1. Traa-se a nova linha dgua no perfil do navio que contem as
curvas de Bonjean determinando, para cada baliza, o aumento da rea imersa.

Atravs de uma integrao simples pode-se determinar a posio longitudinal do


centro do volume da fatia que corresponde posio longitudinal do centro do
volume adicional.

Para os casos onde o peso adicionado relativamente pequeno comparado com


o deslocamento da embarcao e suas formas no sofrem alterao brusca,
possvel a utilizao de uma aproximao. Nestes casos, determina-se a posio
dos centros de flutuao de WL e de W1L1, atravs das curvas hidrostticas. A reta
que une esses dois pontos deve, aproximadamente, conter o ponto de embarque
da carga g1. O ponto ento determinado ponderando-se a rea AWL em LCF e
AW1L1 em LCF1.

No a situao mais freqente nos casos de avaria, porm, quando a variao


de calado bastante reduzida, pode-se tomar a posio longitudinal de g1 como
no centro de flutuao da rea AWL.

Com o embarque do peso w em g1 o sistema flutuante sofre afundamento paralelo


e passa a flutuar com um novo calado H1. Todas as grandezas hidrostticas
sofrem alterao e podem ser obtidas nas curvas hidrostticas. A nova posio do

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CG do conjunto pode ser determinada atravs de uma ponderao simples


considerando o CG inicial e o da carga adicionada. Nesta situao o navio
continua sem banda ou trim.

Como o peso w foi adicionado na mesma altura do CG do sistema, KG = KG1.


Como h variao na altura do centro de carena, de B para B1, e nos raios
metacentricos, as alturas metacentricas variam, mesmo sem variao de KG.

A partir deste ponto, o peso adicionado ser deslocado na vertical, longitudinal e


transversal, para a avaliao do estado final do navio com o peso na posio
desejada.

Deslocando-se o peso verticalmente de g1 para g2, no h variao de nenhum


parmetro exceto a altura do centro de gravidade, que passa de G1 para G2 e da
altura metacentrica, de G1M1 a G2M2. Ambos facilmente determinados.

Movimentando-se o peso na longitudinal, at a posio final g3, o CG do sistema


passa de G2 a G3. Nessa situao, o navio continua sem banda mas passa a
apresentar um trim de mesmo aproamento que a direo do deslocamento do
peso.

O momento de trim induzido igual ao valor do peso w multiplicado pela projeo,


na direo horizontal, da distancia longitudinal da qual foi movimentado. Na
Figura 46, esta projeo esta representada pela dimenso x. Este momento ser
igual ao produto do deslocamento do navio () pela distancia entre G2 e G3.

O valor do trim (t) pode ser determinado dividindo-se o momento introduzido pelo
momento para mudar o trim de uma unidade (MT1), correspondente ao
deslocamento 1 w , ou seja;

w.x G2G3
t (6.1)
MT 1 MT 1

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De pose da posio longitudinal do centro de flutuao de W1L1 e do trim, pode-se


determinar o ngulo de trim e os novos calados a vante e a r. Conforme
Figura 47, tem-se:

t
tan (6.2)
Lpp

Lpp t
H av H1 LCF . (6.3)
2 Lpp

e,

Lpp t
H re H1 LCF . (6.4)
2 Lpp

L1
G2 G3
W L

W1 B1 B2 Hav
Hre

LCF

Figura 47: Determinao de calados a vante e a r

Para a determinao do calado de vante, utiliza-se o sinal de (+) se o trim for pela
proa, caso contrrio, utiliza-se o sinal de (-). Para o calado de r, considera-se o
oposto.

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Da maneira como utilizado na equao, o valor de LCF assume valores positivos


quando a r da seo mestra, e negativos quando a vante.

Tomando-se o valor do momento introduzido dividido pelo momento MT1 est se


assumindo que o ngulo de trim pequeno (inferior a 8.), e que no h imerso
da popa ou da proa. Caso contrrio, se far necessrio o uso da CEE longitudinal.

Finalmente, movimentando-se o peso transversalmente at sua posio final, o


CG do peso passa de g3 para g4 e o CG do sistema passou de G3 para G4. Desta
forma, o navio fica submetido a um conjugado de emborcamento cujo valor inicial
1.G3G4 e o sistema tomar uma banda at que o centro de carena passe a

estar na mesma vertical que passa por G4, quando ento o equilbrio fica
restabelecido.

Se a inclinao final for menor que 8, o metacentro pode ser assumido como
constante e o brao de endireitamento como sendo G3 M 3 .sen . Igualando-se o

momento de emborcamento com o momento de endireitamento, obtm-se uma


estimativa do ngulo de banda, ou seja:

w.g 3 g 4 . cos 1.G3 M 3 .sen (6.5)

e portanto;

w.g 3 g 4
tan . (6.6)
1.G3 M 3

Se a utilizao da aproximao acima fornecer ngulo de banda maior que 8 o


ngulo de banda deve ser determinado a partir da CEE. Neste caso, deve-se
traar a CEE para o centro de gravidade do navio em G4 e deslocamento 1 , o
que pode ser feito a partir da CCE e correes da posio do CG, conforme
descrito no item 5.4. O ponto de equilbrio estvel obtido a partir da interseo

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da CEE e a curva do momento de emborcamento w.g 3 g 4 . cos , conforme

representado na Figura 48.

7 Momento
Momentos
restaurador
5

3 de emborcamento

-1 0

-80 -60 -40 -20 20 40 60 80

-3 equilibrio estvel
-5

-7

Figura 48: Ponto de equilbrio estvel

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7. ESTABILIDADE AVARIADA
Neste captulo sero apresentados os efeitos de avarias na estabilidade e
flutuabilidade de embarcaes, bem como os procedimentos de clculo
pertinentes. PNA (1988) apresenta uma excelente introduo ao tema,
apresentando a necessidade de se estabelecer um compromisso entre segurana
e custo (direto e indireto), e tambm um histrico de acidentes e do
estabelecimento de regras empricas pelas sociedades classificadoras para
preveni-los que vale a pena ser lido.

Em todos os captulos anteriores, a carena do navio foi admitida intacta. Quando


o casco est parcialmente avariado, a diferena de presso causa um
escoamento de gua para dentro do casco. O alagamento resultante produz
variaes nas caractersticas do navio, podendo, em casos extremos, deixar de
ser um corpo flutuante. Mesmo que no ocorra o afundamento, haver o aumento
do calado mdio com possveis banda e trim, provocando uma variao na forma
do volume submerso.

A grandeza e a natureza destes efeitos dependem da localizao da abertura no


casco, do tamanho e forma do espao alagado e das caractersticas do navio
imediatamente antes do alagamento.

Existem dois mtodos para determinar o efeito do alagamento sobre a


estabilidade do navio: o mtodo de adio de peso, onde a gua embarcada
considerada com um peso adicionado ao navio, e o da perda de flutuabilidade,
que considera que a parte do comprimento do navio onde ocorreu o alagamento
deixa de contribuir com a flutuabilidade.

Assim, no mtodo de adio de peso, todas as caractersticas do navio variam.


Isto inclui o deslocamento, o volume submerso, o calado, centro de gravidade,
centro de carena e etc.. No mtodo da perda de flutuabilidade, o deslocamento, o

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


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volume de deslocamento e o centro de gravidade so considerados constantes.


Os dois mtodos so igualmente validos e levam aos mesmos resultados. A
vantagem do mtodo de perda de flutuabilidade fica evidente com exemplo que se
segue.

Imagine um navio que sofreu uma avaria, em um compartimento que se estende


do duplo fundo ao convs principal. A gua ser forada para dentro at que as
presses internas e externas se igualem. O nvel da gua no tanque avariado
dever ser ento igual ao nvel da gua do mar.

Com a adio do peso, o deslocamento se alterou e, portanto, tambm o calado.


O novo calado depende da quantidade de gua embarcada que, por sua vez,
depende do calado. Um procedimento iterativo deve ento ser utilizado, como por
exemplo:

adicionar ao deslocamento do navio, inicialmente, a massa de gua que


completa o tanque at o nvel do calado inicial;

com o peso embarcado determinar a nova condio de equilbrio, isto , os


calados a vante e a r e a banda apresentada;

em seguida, reiterar o processo com a adio do volume de gua que


preenche o tanque alagado at o novo calado naquela regio, definido pela
segunda etapa.

continuar o processo at que o novo clculo do volume de gua


embarcada seja da ordem de 2% do volume total de gua embarcada.

O processo converge em 3 ou 4 ciclos.

Com o mtodo da perda de flutuabilidade o problema tratado da seguinte


maneira: a perda de flutuao igual ao volume do compartimento abaixo de WL.
O navio deve, portanto, ganhar esse volume pela imerso das extremidades, o

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que deve corresponder aos volumes WW1fe mais LL1gh da Figura 49. Em primeira
aproximao esse volume pode ser considerado como a rea do plano de
flutuao original menos a rea do compartimento alagado, multiplicada pela
variao de calado.

Dessa maneira, o novo calado obtido imediatamente. Posteriormente se


determina o eventual trim ou banda. O clculo do novo calado pode ainda ser
refinado com a utilizao das curvas de Bonjean.
Compartimento
Alagado

b d L2
L1
W1 f h
W2 g L
e
W

a c

Figura 49: Alagamento de um compartimento

Tendo sido o mtodo de adio de peso descrito no captulo 6, a seguir ser


detalhado o mtodo da perda de flutuabilidade, apresentando a determinao do
calado mdio final, da altura metacentrica transversal e longitudinal aps o
alagamento, o clculo da inclinao transversal e longitudinal e do calado nos
bordos, avante e a r.

7.1 Mtodo da perda de flutuabilidade

Para se obter o aumento do calado mdio, a banda e o trim, o mtodo da perda


de flutuabilidade utiliza 3 etapas. Na realidade, todos os efeitos ocorrem
simultaneamente, mas suas grandezas podem ser calculadas como se os
mesmos ocorressem sucessivamente.

Na primeira etapa, o aumento de calado mdio calculado sob a hiptese de que


a linha dgua correspondente avaria, paralela linha dgua anterior a avaria.

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Isto equivale a admitir que o CG da perda de flutuabilidade tem as mesmas


coordenadas, longitudinal e transversal, que as do ganho de flutuao, o que,
apesar de possvel, no comum. A segunda etapa abrange a variao da altura
metacentrica transversal e a determinao da inclinao transversal, na hiptese
de que a posio longitudinal de centro de gravidade da perda de flutuao a
mesma do que a do ganho de flutuao. A terceira inclui a determinao da
expresso da variao da altura metacentrica longitudinal e do trim produzido, na
suposio de que a posio transversal do CG da perda de flutuao a mesma
do ganho de flutuao. A Figura 50 utilizada para ilustrar pontos e distancias
utilizados nos itens a seguir.

c1h

X1
X1
q
X
X
rg

Figura 50: Esquema de compartimento avariado

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7.1.1 Etapa 1: Determinao do calado mdio final

Sendo:

v1 = volume total dentro dos limites alagados, limitado superiormente pela


linha dgua WL;

= permeabilidade mdia de v1, incluindo qualquer flutuabilidade intacta.

A flutuabilidade perdida .v1 e o volume de flutuao ganha pode ser expresso


como H1 H
. A s a

onde:

H1 o calado depois da avaria, considerando-se afundamento paralelo


(W1L1);

H o calado antes da avaria (WL)

A a rea mdia entre as linhas dgua WL e W1L1

a a rea mdia horizontal do compartimento alagado, entre WL e W1L1

s a permeabilidade da superfcie mdia de a.

Como a flutuabilidade perdida deve ser igual a flutuabilidade ganha, tem-se:

H1 H . A s a .v1 (7.1)

e portanto;

.v1
H1 H (7.2)
A s a

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7.1.2 Etapa 2: Determinao da altura metacentrica transversal e da


inclinao transversal depois do alagamento

Como o centro de gravidade da embarcao permanece fixo, tem-se:

GM 1 GM MM 1 (7.3)

e, portanto, para a determinao de GM1 deve-se determinar o deslocamento


sofrido pelo metacentro, ou seja:

MM 1 KM 1 KM (7.4)

Assim,

MM 1 KB BB1 B1M 1 KB BM (7.5)

e, portanto;

MM 1 BB1 B1M 1 BM (7.6)

A variao do momento vertical do volume submerso pode ser expressa como


.BB1 , onde:

o volume do deslocamento;

BB1 a variao da posio vertical do centro de carena, considerada


positiva quando B1 est acima de B. B1 est sempre acima de B desde que
a perda de flutuabilidade esteja abaixo de WL e o ganho em flutuabilidade
acima deste plano.

A variao no momento vertical do volume submerso pode ser expressa por


.v1.c1.H c2 H1 H , onde c1H a distncia do centro de gravidade de v1 at

WL e c2 H1 H a distancia do CG da flutuabilidade ganha at WL.

Assim;

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.v1.c1.h c2 H1 H
BB1 (7.7)

Se os limites do compartimento alagado so verticais, c1 = 0.5 e, se as reas de


WL e W1L1 so iguais c2 = 0.5.

O segundo termo do segundo membro de (7.6) pode ser obtido de:

I ' '1
B1M 1 (7.8)

onde I ' '1 o momento de inrcia transversal da rea de linha dgua avariada,
em relao a um eixo que passa pelo seu centro de gravidade.

Utilizando apenas o transporte do momento de inrcia pode-se escrever:

I ' '1 I1 q 2 . A1 s i1 s a1.r q


2
(7.9)

onde:

I1 o momento de inrcia transversal da rea da linha dgua W1L1 em


relao linha de centro do navio, isto , o eixo XX da Figura 50;

q a distancia transversal do eixo XX ao centro de gravidade da rea da


linha dgua que permanece intacta depois da avaria, o eixo X1X1 da
mesma figura;

A1 a rea da linha dgua W1L1;

si1 o momento de inrcia de sa1 em relao a um eixo que passa


atravs do seu centro de gravidade;

r distancia transversal do centro de gravidade da rea sa1 ao eixo XX.

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I
Substituindo (7.9) em (7.8) e esta em (7.6), e lembrando que BM , sendo I o

momento de inrcia do plano de linha dgua na condio de navio intacto, a
altura metacentrica apresentada aps o alagamento pode ser determinada por:

.v1 I1 I q 2 . A1 s i1 s a1.r q
2
GM 1 GM .c1.h c2 H1 H (7.10)

Com um alagamento assimtrico, como representado na Figura 50, o navio se


inclina em relao a um eixo paralelo a XX, no em relao ao prprio eixo XX. Se
a inclinao pequena pode-se considerar o eixo como sendo X1X1, que contm o
centro de gravidade da rea do plano de flutuao efetiva, isto , a rea do plano
de flutuao no afetada pela gua de alagamento. De qualquer forma, o eixo de
inclinao no se afasta muito de X1X1 e, no se dispondo de informaes mais
precisas, este eixo utilizado para o clculo do ngulo de inclinao e da borda
livre restante na seo mestra.

Neste caso o momento de inclinao dado por:

M H .v1. .rg q . cos (7.11)

com rg sendo a distancia transversal do centro de gravidade de v1 ao plano de


linha de centro, o peso especfico da gua do mar e o ngulo de banda.

Se no excede cerca de 8, o conjugado de endireitamento MR pode ser escrito


como:

M R .GM 1.sen (7.12)

e o ngulo aproximado de inclinao obtido igualando-se os momentos


restaurador e de emborcamento, o que resulta em:

.v1. rg q
tan (7.13)
.GM 1

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Se, no entanto, a inclinao for grande deve ser utilizado a CEE para a
determinao do ngulo de banda a partir do momento de inclinao MR.

O calado final devido banda, no bordo avariado dado por:

1
H H1 tan . B q (7.14)
2

e o calado no outro bordo, determinado por

1
H H1 tan . B q (7.15)
2

7.1.3 Etapa 3: Determinao da altura metacentrica longitudinal e da


inclinao longitudinal depois do alagamento

Por analogia com a estabilidade transversal, tem-se:

GM 1L GM L M L M 1L (7.16)

em que GM1L a altura metacentrica longitudinal depois do alagamento, GML a


altura metacentrica longitudinal apresentada na condio de navio intacto e MLM1L
a movimentao apresentada pelo metacentro aps a avaria.

Seguindo-se exatamente o mesmo desenvolvimento apresentado no item anterior


chega-se a:

.v1 I1L I L qL . A1 s i1L s a1.rL qL


2 2
GM 1L GM L .c1.h c2 H1 H

(7.17)

onde:

I1L o momento de inrcia longitudinal da rea da linha dgua W1L1 em


relao linha de centro do navio, isto , o eixo XX da Figura 50;

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qL a distancia longitudinal ao centro de gravidade da rea da linha dgua


que permanece intacta A1 s a1 depois da avaria ao centro de gravidade

de W1L1;

A1 a rea da linha dgua W1L1;

IL o momento de inrcia longitudinal da rea da linha dgua WL em


relao linha de centro do navio, isto , o eixo XX;

si1L o momento de inrcia de sa1 em relao a um eixo que passa


atravs do seu centro de gravidade;

rL distancia longitudinal do centro de gravidade da rea sa1 ao centro de


gravidade de W1L1.

Se o ngulo de inclinao pequeno, a inclinao se d em relao a um eixo


transversal que contm o centro da rea de flutuao remanescente. Nesta
situao, o momento de trim pode ser estimado por:

M trim .v1. rL qL . cos

em que rL+qL a distancia longitudinal do centro de gravidade de v1 ao centro de


gravidade da rea da linha dgua W1L1, o peso especfico da gua do mar e e
o ngulo de inclinao longitudinal.

O conjugado de endireitamento inicial de .GM 1L .sen , vlido enquanto a proa


ou a popa no emergem. Portanto o ngulo de trim esttico pode ser obtido por

.v1. rL qL
tan (7.18)
.GM 1L

Se houver afundamento da proa ou da popa esta equao fornece apenas uma


soluo aproximada. Neste caso, o clculo do ngulo esttico deveria ser feito
com o auxlio das curvas de Bonjean.

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Os calados a vante e a r podem ser determinados por;

Lpp
Hav H 1 LCF . tan (7.19)
2

Lpp
Hre H 1 LCF . tan (7.20)
2

Para a determinao do calado de vante, utiliza-se o sinal de (+) se o trim for pela
proa, caso contrrio, utiliza-se o sinal de (). Para o calado de r, considera-se o
oposto.

Da maneira como utilizado nas equaes acima, o valor de LCF assume valores
positivos quando a r da seo mestra, e negativos quando a vante.

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8. CRITRIOS DE ESTABILIDADE
A estabilidade , muitas vezes, avaliada em termos da altura metacntrica (GM)
sem considerar, no entanto, a Curva de Estabilidade por completo; considera-se
que GZ GM sen . Para navios com boa borda livre e que tenha uma CEE com
concavidade para cima na regio prxima origem esta prtica considerada
segura, mas pode levar o projetista a subestimar a estabilidade do navio. Para
navios com pouca borda livre e CEE com concavidade para baixo na regio
prxima origem esta prtica pode ser inaceitvel, pois ela no assegura uma
adequada regio de estabilidade dinmica.

Limitando-se anlise da estabilidade intacta, a CEE (para a pior condio de


carga) juntamente com a curva do momento de emborcamento (englobando os
mximos esforos externos aos quais o navio estar sujeito) fornecem
informaes muito teis para julgar a estabilidade do navio. Alguns dados obtidos
destas curvas tm destaque neste julgamento: Pontos A e B, representados na
Figura 51, e a mxima diferena entre o brao de endireitamento com relao ao
brao de emborcamento

Figura 51: Momento de Restaurao e de Emborcamento. Fonte: PNA (1988).

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O ponto A importante por dois motivos: primeiro, seu valor absoluto determina
efeitos adversos na tripulao e na operao do navio; segundo, que seu valor
em relao ao ngulo em que o convs submerge uma medida da capacidade
do navio resistir ao emborcamento, porque o brao de endireitamento
incrementado a uma razo menor a partir do ngulo em que isto ocorre.

O ponto B importante porque apresenta o ngulo limite antes que o navio


comece a emborcar.

A mxima diferena entre o brao de endireitamento e o brao de emborcamento


representa uma margem que essencial para garantir segurana nos resultados
obtidos (caso no haja acurcia).

Alguns critrios de estabilidade esto embasados em consideraes estticas,


mas consideram trabalho e energia. Em outras palavras, toda a teoria estudada
at este ponto utilizada na formulao destes critrios.

Um critrio de estabilidade timo deve garantir que o navio possa operar dentro
do previsto em projeto sem que haja a possibilidade de emborcamento em
condies rudes de mar.

Na maioria das vezes, os critrios de estabilidade no so aplicveis a todos os


tipos de navios e condies operacionais. O projetista precisa encontrar aqueles
que melhor se aplicam ao seu navio.

Algumas organizaes estabelecem critrios de estabilidade que prevem


condies ambientais e operao especficas, por exemplo:

International Maritime Organization (IMO);

U.S. Cost Guard (USCG);

U.S. Maritime Organization (MARAD);

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American Bureau of Shipping (ABS);

U.S. Navy.

A seguir so apresentados dois exemplos de critrios de estabilidade.

8.1 International Maritime Organization (IMO)

A IMO traz, por exemplo, as seguintes recomendaes para estabilidade intacta


de navios de passageiros com comprimento menor que 100m:

A rea sob a curva de brao de restaurao no pode ser menor que 0.055
m.radianos para a regio at o ngulo de inclinao de 30 graus;

A rea sob a curva do brao de restaurao no pode ser menor que 0.09
m.radianos para a regio at o ngulo de inclinao de 40 graus;

A rea sob a curva de brao de restaurao no pode ser menor que 0.03
m.radianos para a regio entre o ngulo de inclinao de 30 e o de 40
graus;

O brao de restaurao precisa ser no mnimo de 0.2m para ngulo de


inclinao igual a 30 graus;

O brao de restaurao mximo precisa ocorrer num ngulo de inclinao


maior que 30 graus;

A altura metacntrica GM no pode ser inferior a 0.15m;

O ngulo de inclinao devido ao movimento de passageiros no pode ser


maior que 10 graus;

O ngulo de inclinao devido manobra de giro no pode ser maior que


10 graus, sendo seu momento:

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V2
M 0.02 ( KG T / 2) (8.1)
L

onde V a velocidade de servio e T o calado.

8.2 U.S. Navy

Considerando a pior condio para a CEE (em termos de carregamento,


superfcie livre, etc.) e as piores condies de esforos externos a U.S. Navy
estabelece o seguinte:

8.2.1 Vento e Ondas:

1) Seus efeitos so considerados simultaneamente, j que em mar agitado os


dois fenmenos esto presentes juntos. Se o vento fosse considerado em
separado uma anlise comparativa entre a magnitude do momento de
restaurao e o de emborcamento seria suficiente. Com as ondas torna-se
necessria a anlise dinmica do problema;

2) A velocidade do vento respeita a seguinte tabela:

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Figura 52: Velocidade do Vento por Regies. Fonte: PNA (1988).

3) O momento de emborcamento devido ao vento: a presso devido ao vento


exercida na lateral do navio considerada:

Vw2
P C a (8.2)
2g

onde:

C : Coeficiente adimensional para o tipo de navio;

a : Densidade do ar;

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Vw : Velocidade do vento;

g : Acelerao da gravidade.

A expresso comumente usada para P :

P 0.004 Vw2 (8.3)

Sendo a em lb/ft2 e Vw em ns.

O momento de emborcamento HA devido ao vento fica:

0.01985 Vw2 A l cos 2


HA (8.4)
1000

onde:

A : rea projetada do navio, em m2;

l : A medida apresentada na Figura 53, em m;

: Deslocamento do navio, em t;

Vw : Velocidade do vento, em ns;

: ngulo de inclinao.

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Figura 53: Referncia para Anlise do Efeito do Vento na CEE. Fonte: PNA
(1988).

4) Condies de Estabilidade em Vento e Ondas: A estabilidade considerada


adequada se:

O brao de restaurao no ponto C, apresentado na Figura 54, no maior


que 6 dcimos do mximo brao de restaurao;

A rea A1 no menor que 1.4 vezes a rea A2 apresentada Figura 54. (se
existir um ensaio que determina a amplitude r do roll para o
comportamento em ondas do navio, este valor deve ser utilizado no lugar
dos 25 graus propostos).;

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Figura 54: Efeito do Vento na CEE. Fonte: PNA (1988).

8.2.2 Iamento de Pesos ao Lado do Navio:

Para este caso faz-se uma correo direta na CEE do navio considerando o
seguinte momento de emborcamento:

w a cos
HA (8.5)

onde:

: ngulo de inclinao;

: Deslocamento do navio;

a : Distncia horizontal entre o centro de gravidade e o ponto de aplicao


da carga (ponto A na figura abaixo);

w : Peso levantado.

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Figura 55: Iamento de Peso. Fonte: PNA (1988).

8.2.3 Curvas em Alta Velocidade

1) A fora centrifuga, representada na Figura 56, e o momento de emborcamento


agindo num navio em manobra podem ser expressos, respectivamente, por:

V 2
CF
gR (8.6)

V 2 a cos
HA
gR (8.7)

onde:

R : Raio de curvatura da manobra;

V : Velocidade tangencial da embarcao;

: Deslocamento do navio, em t;

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g : Acelerao da gravidade.

: ngulo de inclinao;

a : Distncia vertical entre o centro de gravidade e o centro de resistncia


lateral (ponto a meio calado).

Figura 56: Fora centrifuga em Manobra. Fonte: PNA (1988).

2) Condio de Estabilidade em Manobra e Iamento de Pesos:

Nestas condies a estabilidade considerada satisfatria se:

O ngulo de inclinao assumido pelo navio no ponto C (ver Figura 57) no


exceda a 15 graus;

O brao de restaurao no ponto C, apresentado na figura abaixo, no


maior que 6 dcimos do mximo brao de restaurao;

A reserva de estabilidade dinmica (rea hachurada) no menor do que


quatro dcimos da rea total sob a curva de endireitamento.

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Figura 57: Efeito da Manobra ou Iamento de Peso na CEE. . Fonte: PNA


(1988).

Alm dos critrios apresentados at aqui existem critrios para rebocadores,


navios que operam em regies de baixa temperatura, pesqueiros, entre outros.

Est sob responsabilidade do projetista garantir que seu projeto respeite a todos
os critrios estabelecidos e aplicveis para o pas onde o navio dever ser
certificado. Alm disto, ele precisa estar certo de que todas as operaes que
influenciem a estabilidade sejam estudadas, mesmo que no seja requerido para
a certificao.

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9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Benford, H. Naval Architecture for Non-Naval Architects, Jersey City, NJ,
1991, 239p.

Lewis, E.V., PNA Principles of Naval Architecture, Volume I Stability


and Strength, The Society of Naval Arquitects and Marine Engineers
SNAME, Second Revision, 1988, 310p.

Tupper, E., Introduction to Naval Architecture. 3rd ed. Oxford; Boston:


Butterworth-Heinemann, 1996. 361 p.

Fonseca, M. M., Arte Naval, Volume I. 6a edio. Rio de Janeiro: Servio


de Documentao da Marinha, 2002.

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APNDICE I: PROCEDIMENTOS NUMRICOS DE INTEGRAO


Dada uma funo f(x), existem muitas maneiras para estimar sua integral definida.
Esta integral numericamente igual rea A apresentada na ilustrao abaixo.

Figura 58: Integral definida

Desta forma,

x2
A f ( x)dx
x1
(I.1)

Muitas vezes, em engenharia naval, se deseja obter a rea de regies delimitadas


por curvas, mas, ou pela complexidade da equao da curva ou pela
impossibilidade de determinar sua equao, torna-se necessrio o uso de
mtodos numricos. A seguir so apresentados dois mtodos clssicos muito
utilizados em arquitetura naval.

Regra do trapzio

Consiste em aproximar a rea A por uma soma de trapzios.

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O primeiro passo para se aplicar esta regra consiste de dividir o intervalo [x1: x2]
em nmero n de sub-intervalos. Sendo s o comprimento de cada intervalo, tm-se:

x2 x1
s (I.2)
n

A partir de s determina-se um conjunto de pares ordenados

x1, f x1 ; x1 s, f x1 s; x1 2s, f x1 2s... x1 n 1 s, f x1 n 1 s; x1 n s, f x1 n s

que agrupados dois a dois formam um conjunto de trapzios, conforme a figura


abaixo.

Figura 59: Mtodo dos Trapzios

A soma das reas destes trapzios uma estimativa para rea A.

Desta forma,

s n1
A ( f ( x1 i s ) f ( x1 (i 1) s )) (I.3)
2 i 0

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Primeira Regra de Simpson

Para a aplicao desta regra de integrao fundamental se conhecer o valor da


funo a ser integrada em um nmero mpar de pontos eqidistantes entre si. A
cada trs pontos consecutivos a funo a ser integrada aproximada por uma
parbola conforme representado na Figura 60.

Figura 60: Primeira Regra de Simpson

Para se aproximar a funo f x , no intervalo desejado, utilizando-se um nmero


de n parbolas, necessrio o conhecimento do valor desta funo em 2n+1
pontos x0 ; x1 ;...; x2 n

Esta regra de integrao parte da premissa de que a rea Bi abaixo de cada


parbola i assume a seguinte forma ou soluo geral:

Bi K 2i 2 Y2i 2 K 2i 1 Y2i 1 K 2i Y2i ; i 1,2,..., n (I.4)

onde Yj so os valores da funo f x para cada x j , com j variando entre 0 e 2n.

Os valores de K j com j 0,1,...,2n so constantes a serem determinadas.

Sendo a funo f x aproximada por uma seqncia de parbolas,

Y a bx cx 2 , e fazendo a mudana de varivel x x x0 , obtm-se:

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Y0 a
Y1 a bs cs 2 (I.5)
Y2 a 2bs 4cs 2

Onde s o tamanho de cada intervalo.

Substituindo-se (I.5) em (I.4) chega-se a:

B1 K 0 a K1 (a bs cs 2 ) K 2 (a 2bs 4cs 2 ) (I.6)

e portanto;

B1 ( K 0 K1 K 2 ) a ( K1 s K 2 2s ) * b ( K1 s 2 K 2 4 s 2 ) c (I.7)

Verificando que:

2s
8
Y ( x)dx 2s a 2s b s 2 c B1 (I.8)
2

0
3

conclui-se que:

s
K0
3
4s
K1 (I.9)
3
s
K2
3

Realizando o mesmo desenvolvimento para cada uma das np parbolas a serem


utilizadas na integrao da funo f x chega-se ao mesmo resultado obtido
anteriormente, ou seja;

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 135

s
K i 1
3
4s
Ki (I.10)
3
s
K i 1
3

Desta forma tm-se,

s 4s s
B1 Y0 Y1 Y2
3 3 3
s 4s s
B2 Y2 Y3 Y4
3 3 3
. (I.11)
.
.
s 4s s
Bn Y2 n2 Y2 n1 Y2 n
3 3 3

Sendo 2n um numero par de sub-intervalos e 2n1 um nmero impar de pontos.

A pretendida rea A pode ento ser estimada por:

n
s
A Bi (Y0 4 Y1 2 Y2 4 Y2 ...... 4 Y2 n 1 Y2 n ) (I.12)
i 1 3

Para o caso de espaamentos diferentes basta mudar os fatores multiplicativos.


No exemplo a seguir, para obter um melhor detalhamento, o primeiro intervalo foi
subdividido conforme representado na Figura 61.

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 136

Figura 61: Espaamento diferente

Neste caso a rea B1 fica:

s/2 4s / 2 s/2
B1 Y0 Y1 Y2
3 3 3 (I.13)

e os coeficientes de Simpson ficam:

( , 2 , 3/2 , 4 , 2 , 4 , ..., 4 , 1)

As regras de integrao apresentadas podem ser aplicadas para a estimativa de


centrides e momentos de rea sob curvas.

Desta forma, sendo M L o momento de rea, I L o momento de inrcia e x o


centride da rea em relao ao eixo transversal OY, tem-se:

x2

M L xf ( x)dx (I.14)
x1

x2

I L x 2 f ( x)dx (I.15)
x1

__
ML
x (I.16)
A

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 137

E, sendo M T o momento de rea, I T o momento de inrcia e y o centride da


rea em relao ao eixo OX, tem-se:

x
1 2 2
2 x1
MT f ( x)dx (I.17)

x2 f ( x )

IT y dydx (I.18)
2

x1 0

__
MT
y
A

Aplicando-se a variaes da regra do trapzio, conforme apresentado no PNA


(1988), obtm-se:

1 3n 1
M L s 2 [ y0 y1 2 y2 ..... (n 1) y( 2 n1) ( ) y2 n ] (I.19)
6 6

1 7 25 6n 2 12n 7 6n 2 4n 1
I L s 2[ y0 y1 y2 ....... ( ) y( 2 n1) ( ) y2 n ] (I.20)
12 6 6 6 12

E aplicando-se a primeira regra de Simpson, tambm demonstrado no PNA


(1988)::

s2
ML [4 y1 4 y2 12 y3 .... 2(n 2) yn2 4(n 1) y( n1) nyn ] (I.21)
3

s3
IL [4 y1 8 y2 36 y3 .... 2(n 2) 2 y( n2 ) 4(n 1) 2 y( n1) n 2 yn ] (I.22)
3

No ltimo caso no se apresenta o termo y0 porque se considerou x0 0 e

x n x n xo . Tambm se deve utilizar um nmero par n de subdivises.

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 138

APNDICE II: EXEMPLO DE TABELA DE COTAS


A seguinte tabela apresenta alguns pontos da tabela de cotas de um navio, cujo
calado de projeto de 10,36m. As cotas e as posies das cavernas so dadas
em milmetros. As posies se referem popa da embarcao.

calado (m)
0 1 2 3 4 5
posio CAVERNA
0 -6
600 -5
1200 -4
1800 -3
2400 -2
3000 -1
3600 0
4200 1
4800 2
5400 3
6000 4
6600 5
7200 6
7800 7
8400 8 412 665
9000 9 661 808 244
9600 10 434 823 956 444 145
10200 11 626 985 1107 643 317
10800 12 792 1148 1261 844 499
11400 13 957 1311 1418 1045 689
12000 14 107 1122 1476 1578 1246 890
12800 15 261 1342 1696 1796 1516 1172
13600 16 418 1559 1917 2037 1787 1470
14400 17 600 1778 2140 2246 2060 1788
15200 18 744 1994 2363 2476 2334 2122
16000 19 913 2211 2588 2709 2611 2474
16800 20 1108 2429 2815 2946 2886 2846
17600 21 1261 2646 3042 3183 3179 3231
18400 22 1467 2864 3273 3427 3473 3629
19200 23 1656 3082 3505 3676 3771 4038
20000 24 1840 3301 3739 3932 4079 4457
20800 25 2025 3519 3977 4197 4397 4887
21600 26 2220 3738 4217 4471 4727 5331
22400 27 2417 3957 4461 4754 5067 5783

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 139

23200 28 2620 4177 4708 5045 5418 6243


24000 29 2818 4398 4959 5344 5779 6710
24800 30 3025 4623 5217 5650 6152 7182
25600 31 3226 4849 5479 5963 6535 7656
26400 32 3447 5079 5748 6284 6930 8131
27200 33 3658 5311 6023 6610 7331 8600
28000 34 3870 5546 6302 6941 7736 9060
28800 35 4092 5786 6586 7277 8143 9506
29600 36 4285 6031 6873 7617 8447 9935
30400 37 4534 6281 7165 7961 8950 10343
31200 38 4754 6537 7461 8307 9345 10732
32000 39 4991 6798 7759 8654 9735 11103
32800 40 5217 7060 8058 9000 10116 11423
33600 41 5445 7323 8358 9344 10487 11785
34400 42 5684 7589 8659 9686 10849 12103
35200 43 5919 7857 8959 10024 11200 12405
36000 44 6155 8124 9258 10357 11539 12693
36800 45 6392 8392 9556 10683 11863 12967
37600 46 6633 8659 9850 11003 12173 13227
38400 47 6876 8923 10141 11313 12468 13474
39200 48 7121 9187 10429 11615 12749 13708
42400 49 8090 10214 11530 12725 13738 14515
45600 50 9041 11189 12527 13662 14519 15135
48800 51 9939 12095 13393 14407 15108 15584
52000 52 10765 12922 14121 14980 15536 15868
55200 53 11530 13665 14728 15416 15823 15993
58400 54 12231 14316 15219 15746 15982 16000
61600 55 12860 14862 15593 15948 16000 16000
64800 56 13409 15289 15847 16000 16000 16000
68000 57 13879 15593 15980 16000 16000 16000
71200 58 14219 15789 16000 16000 16000 16000
74400 59 14470 15892 16000 16000 16000 16000
77600 60 14500 15914 16000 16000 16000 16000
80800 61 14500 15914 16000 16000 16000 16000
84000 62 14500 15914 16000 16000 16000 16000
87200 63 14500 15914 16000 16000 16000 16000
90400 64 14500 15914 16000 16000 16000 16000
93600 65 14500 15914 16000 16000 16000 16000
96800 66 14500 15914 16000 16000 16000 16000
100000 67 14500 15914 16000 16000 16000 16000
103200 68 14500 15914 16000 16000 16000 16000
106400 69 14500 15914 16000 16000 16000 16000
109600 70 14500 15914 16000 16000 16000 16000
112800 71 14500 15914 16000 16000 16000 16000
116000 72 14500 15914 16000 16000 16000 16000

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 140

119200 73 14489 15907 16000 16000 16000 16000


122400 74 14360 15822 16000 16000 16000 16000
125600 75 14100 15643 15947 16000 16000 16000
128800 76 13727 15368 15793 15967 16000 16000
132000 77 13293 15000 15539 15821 15955 16000
135200 78 12711 14536 15182 15563 15783 15897
138400 79 12087 13981 14732 15196 15474 15628
141600 80 11397 13337 14174 14720 15043 15227
144800 81 10586 12605 13526 14133 14495 14702
148000 82 9674 11794 12787 13431 13828 14052
151200 83 8637 10912 11943 12613 13037 13278
154400 84 7469 9952 10992 11676 12119 12378
157600 85 6238 8877 9928 10619 11071 11341
160800 86 4958 7701 8746 9439 9892 10159
164000 87 3691 6422 7456 8147 8590 8840
167200 88 2487 5048 6073 6757 7180 7399
167800 89 2268 4781 5805 6487 6906 7117
168400 90 2053 4512 5534 6215 6627 6831
169000 91 1841 4242 5260 5939 6346 6542
169600 92 1634 3972 4984 5659 6061 6249
170200 93 1430 3700 4705 5376 5774 5954
170800 94 1231 3428 4425 5091 5483 5657
171400 95 1038 3158 4143 4801 5190 5358
172000 96 851 2889 3858 4509 4894 5056
172600 97 669 2621 3571 4213 4594 4753
173200 98 493 2353 3282 3915 4292 4447
173800 99 322 2088 2992 3610 3986 4140
174400 100 157 1820 2698 3304 3676 3828
175000 101 1551 2403 2993 3361 3512
175600 102 1282 2105 2680 3043 3193
176200 103 1009 1805 2362 2719 2871
176800 104 736 1503 2042 2392 2444
177400 105 461 1199 1718 2059 2212
178000 106 70 892 1390 1722 1874
178600 107 583 1059 1380 1530
179200 108 250 724 1034 1180
179800 109 386 683 824
180400 110 327 462

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 141

calado (m)
6 7 8 9 10 11
posio (mm) CAVERNA
0 -6 1206 3456
600 -5 1671 3856
1200 -4 2130 4251
1800 -3 2582 4641
2400 -2 3028 5026
3000 -1 405 3467 5405
3600 0 954 3901 5780
4200 1 1492 4329 6149
4800 2 2018 4751 6514
5400 3 2533 5166 6874
6000 4 256 3038 5574 7229
6600 5 723 3534 5967 7575
7200 6 1192 4015 6366 7918
7800 7 1662 4488 6750 8252
8400 8 70 2135 4953 7126 8579
9000 9 452 2608 5407 7494 8900
9600 10 198 839 3082 5850 7853 9214
10200 11 442 1232 3558 6280 8202 9521
10800 12 689 1630 4032 6698 8542 9822
11400 13 940 2034 4503 7103 8873 10115
12000 14 1195 2445 4969 7493 9194 10402
12800 15 1541 3006 5579 7991 9607 10773
13600 16 1900 3580 6171 8462 10002 11133
14400 17 2282 4165 6745 8913 10382 11479
15200 18 2693 4747 7291 9339 10744 11808
16000 19 3149 5327 7812 9747 11092 12123
16800 20 3647 5899 8307 10138 11428 12423
17600 21 4162 6453 8767 10507 11747 12704
18400 22 4692 6993 9207 10864 12055 12971
19200 23 5233 7518 9625 11204 12350 13227
20000 24 5773 8018 10018 11526 12630 13467
20800 25 6317 8503 10397 11837 12896 13698
21600 26 6856 8968 10762 12136 13153 13922
22400 27 7384 9413 11111 12420 13396 14135
23200 28 7901 9840 11447 12692 13628 14338
24000 29 8403 10248 11769 12953 13848 14531
24800 30 8886 10637 12076 13201 14057 14712
25600 31 9347 11007 12371 13438 14256 14882
26400 32 9788 11360 12653 13664 14443 15040
27200 33 10208 11695 12921 13879 14620 15187

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 142

28000 34 10609 12015 13176 14083 14785 15322


28800 35 10990 12318 13418 14276 14940 15445
29600 36 11354 12608 13649 14460 15085 15555
30400 37 11699 12882 13867 14632 15219 15653
31200 38 12027 13143 14073 14795 15344 15739
32000 39 12339 13390 14268 14948 15458 15814
32800 40 12632 13623 14450 15088 15561 15874
33600 41 12910 13843 14620 15219 15652 15921
34400 42 13174 14054 14783 15341 15735 15959
35200 43 13423 14252 14934 15453 15806 15985
36000 44 13656 14439 15076 15555 15867 15998
36800 45 13876 14614 15207 15646 15916 16000
37600 46 14086 14779 15329 15728 15955 16000
38400 47 14284 14933 15441 15799 15982 16000
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45600 50 15574 15861 15995 16000 16000 16000
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135200 78 15897 15897 15897 15897 15897 15897

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 143

138400 79 15694 15694 15694 15694 15694 15694


141600 80 15310 15310 15310 15310 15310 15327
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180400 110 408

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 144

calado (m)
12 13 14 15 16 17
posio (mm) CAVERNA
0 -6 4834 5860 6672 7359 7974 8533
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2400 -2 6360 7362 8150 8795 9355 9873
3000 -1 6723 7714 8496 9132 9661 10189
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4200 1 7429 8394 9161 9779 10312 10798
4800 2 7771 8721 9481 10090 10617 11091
5400 3 8107 9040 9791 10392 10915 11378
6000 4 8436 9350 10094 10687 11204 11657
6600 5 8756 9654 10387 10974 11484 11927
7200 6 9072 9950 10674 11252 11759 12190
7800 7 9379 10239 10952 11523 12024 12444
8400 8 9679 10522 11222 11786 12281 12691
9000 9 9973 10798 11485 12042 12529 12929
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26400 32 15479 15776 15945 16000 16000 16000
27200 33 15596 15854 15981 16000 16000 16000

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 145

28000 34 15700 15916 15998 16000 16000 16000


28800 35 15787 15959 16000 16000 16000 16000
29600 36 15859 15987 16000 16000 16000 16000
30400 37 15914 16000 16000 16000 16000 16000
31200 38 15956 16000 16000 16000 16000 16000
32000 39 15982 16000 16000 16000 16000 16000
32800 40 15996 16000 16000 16000 16000 16000
33600 41 16000 16000 16000 16000 16000 16000
34400 42 16000 16000 16000 16000 16000 16000
35200 43 16000 16000 16000 16000 16000 16000
36000 44 16000 16000 16000 16000 16000 16000
36800 45 16000 16000 16000 16000 16000 16000
37600 46 16000 16000 16000 16000 16000 16000
38400 47 16000 16000 16000 16000 16000 16000
39200 48 16000 16000 16000 16000 16000 16000
42400 49 16000 16000 16000 16000 16000 16000
45600 50 16000 16000 16000 16000 16000 16000
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52000 52 16000 16000 16000 16000 16000 16000
55200 53 16000 16000 16000 16000 16000 16000
58400 54 16000 16000 16000 16000 16000 16000
61600 55 16000 16000 16000 16000 16000 16000
64800 56 16000 16000 16000 16000 16000 16000
68000 57 16000 16000 16000 16000 16000 16000
71200 58 16000 16000 16000 16000 16000 16000
74400 59 16000 16000 16000 16000 16000 16000
77600 60 16000 16000 16000 16000 16000 16000
80800 61 16000 16000 16000 16000 16000 16000
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112800 71 16000 16000 16000 16000 16000 16000
116000 72 16000 16000 16000 16000 16000 16000
119200 73 16000 16000 16000 16000 16000 16000
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128800 76 16000 16000 16000 16000 16000 16000
132000 77 16000 16000 16000 16000 16000 16000
135200 78 15944 15965 15986 16000 16000 16000

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade


Departamento de Engenharia Naval e Ocenica EPUSP 146

138400 79 15730 15788 15852 15917 15972 16000


141600 80 15374 15469 15585 15708 15929 15943
144800 81 14892 15018 15186 15377 15578 15782
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179800 109
180400 110

PNV3315 Hidrosttica e Estabilidade

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