A Contabilizacao e Controlo Das Despesas Publicas
A Contabilizacao e Controlo Das Despesas Publicas
A Contabilizacao e Controlo Das Despesas Publicas
Universidade Pedaggica
Nampula
2017
i
Supervisor
Universidade Pedaggica
Nampula
2017
ii
NDICE
2.7.4.1.Conceito ................................................................................................................. 17
2.7.4.2.Classificao .......................................................................................................... 17
2.7.4.3.Pagamento e Prescrio .......................................................................................... 18
2.7.4.4.Anulao das despesas pblicas .............................................................................. 18
2.8.Regimes Contabilsticos ................................................................................................... 18
2.8.1.Regime de caixa ........................................................................................................ 18
2.8.2.Regime de Competncia ............................................................................................ 19
2.8.3.Regime misto ............................................................................................................ 19
2.8.4.Regime de Adiantamentos das despesas pblicas ....................................................... 20
2.9.Livros Contabilsticos ...................................................................................................... 20
2.10.Contabilizao da despesa pblica ................................................................................. 20
2.10.1.Contabilizao da despesa pblica na fase de fixao .............................................. 21
2.11.Controlo da despesa pblica ........................................................................................... 21
2.11.1.Controlo Interno da despesa pblica ........................................................................ 22
2.11.2.Controlo Externo da despesa pblica ....................................................................... 23
2.11.3.Fiscalizao e Inspeco da despesa pblica ............................................................ 23
2.11.4.Entidades sujeitas a fiscalizao prvia das despesas pblicas.................................. 24
2.11.5.Entidades sujeitas fiscalizao das despesas pblicas ................................................ 24
2.12.Auditoria das despesas pblicas ..................................................................................... 25
2.13.Tribunal Administrativo (TA) ........................................................................................ 26
2.13.1.Conceito .................................................................................................................. 26
2.13.2.Competncias Constitucionais do TA ...................................................................... 26
2.13.3.Competncias Legais do TA .................................................................................... 27
2.13.4.Prestao de contas .................................................................................................. 27
2.13.5.Tipos de prestao de contas.................................................................................... 28
CAPITULO III METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................ 29
3.1.Introduo ....................................................................................................................... 29
3.2.Tipo de pesquisa .............................................................................................................. 29
3.3.Tcnica de recolhas de dados ........................................................................................... 29
3.4.Populao ou Universo da Pesquisa ................................................................................. 30
3.5.Amostra da Pesquisa ........................................................................................................ 30
3.6.Instrumentos de processamento de dados ......................................................................... 30
CAPITULO IV APRESENTAO, ANALISE E INTERPRETAO DE DADOS ............. 31
4.1.Direco Provincial da Indstria e Comrcio da Cidade de Nampula (DPICCN) .............. 31
4.1.1.Introduo ................................................................................................................. 31
4.1.2.Objectivos ................................................................................................................. 31
4.1.3.Funes ..................................................................................................................... 31
4.1.4.reas de actividades .................................................................................................. 31
4.1.5.Estrutura.................................................................................................................... 32
4.1.6.Funes da Repartio de Administrao e Finanas ................................................. 32
4.2.Contabilizao da despesa pblica no DPICCN ............................................................... 34
4.3.Regime Contabilstico ...................................................................................................... 35
4.4.Livros Contabilsticos ...................................................................................................... 35
iv
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRFICOS
LISTA DE ABREVIATURAS
TA Tribunal administrativo
viii
DECLARAO
Declaro que esta monografia cientfica foi o resultado da minha investigao pessoal e das
orientaes do meu supervisor, o seu contedo original e todas as fontes consultadas esto
devidamente mencionadas no texto, nas notas e bibliografia final.
Declaro ainda que esta monografia no foi apresentada em nenhuma outra instituio para
obteno de qualquer grau acadmico.
Nome do Autor
______________________________________________
Nome do Supervisor
_____________________________________________
(MSc. Armando Agostinho Toms)
ix
DEDICATRIA
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar agradeo Deus por me dar o dom da vida e a capacidade de superar todas
as dificuldades e barreiras encontradas durante a minha caminhada.
Em seguida agradecer o meu supervisor Mestre: Armando Agostinho Toms, pelo empenho e
dedicao no acompanhamento da presente monografia e pelos ensinamentos indispensveis
por ele transmitidos.
Aos meus familiares em particular meus irmos, Primos Sobrinhos, e filhos pelo apoio moral
e material e pela dedicao e confiana por eles oferecido durante toda a caminhada.
Aos meus amigos e colegas de Trabalhos em particular que de uma forma ou outra me
transmitiram forca e confiana em todos os momentos.
Finalmente agradecer a todos que direita ou indirectamente deram de si para o alcance deste
objectivo.
xi
RESUMO
Esta pesquisa tem como tema a contabilizao e controlo das despesas pblicas na Direco
provincial da Industria e Comercio da Cidade de Nampula, principal objectivo de avaliar at
que ponto o nvel de execuo das despesas pblicas nesta entidade se conformam com a Lei
n 09/2002, de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE) e compreender como feita a realizao
dessa mesma despesa pblica. O motivo principal para a escolha deste tema deveu-se ao facto
de os gestores e contabilistas pblicos serem obrigados por lei, a aplicar normas e
procedimentos previstos na lei do SISTAFE, sobre a contabilizao e controlo das despesas
pblicas. A escolha deste tema, tambm deveu-se ao facto deste proporcionar uma
informao muito importante para o desenvolvimento e crescimento econmico do pas e
melhorar o nvel de confiana entre o pblico em geral e as entidades pblicas. Finalmente,
deveu-se pelo facto dos funcionrios da Direco da Industria e Comercio mostrarem
disponibilidade imediata em fornecer informaes para a concretizao deste trabalho.
CAPITULO I INTRODUO
1.1.Introduo
O controlo das despesas pblicas desperta particular ateno, garantindo motivao aos
gestores e contabilistas pblicos na concretizao das metas traadas duma forma eficaz,
eficiente e econmica. Ainda no que diz respeito ao controlo interno, a contabilidade pblica
deve ser tambm entendida observao da legalidade dos actos de execuo oramental,
atravs do controlo e acompanhamento, que ser prvio, concomitante e subsequente, alm
de verificar a exacta observncia dos limites das quotas trimestrais atribudas a cada unidade
oramental, dentro do sistema que for institudo para esse fim.
O presente trabalho tem particular enfoque a contabilizao e controlo das despesas pblicas
na Direco provincial da Indstria e Comrcio da Cidade de Nampula DPICCN), cujo
objectivo principal perceber se as formas de contabilizao e controlo das despesas pblicas
adoptadas nesta instituio pblica se conformam com a Lei n 09/2002 de 12 de Fevereiro.
2
1.2.Objectivos do trabalho
1.2.1.Objectivo geral
1.2.2.Objectivos especficos
1.3.Justificativas
1.3.1.Objectiva
O estudo permite a orientao dos agentes tanto polticos quanto sociais sobre a necessidade
de melhor identificar os pontos positivos e negativos da implementao de quaisquer poltica
no tange a contabilizao, de forma conjunta buscar solues favorveis.
3
1.3.2.Subjectiva
A escolha desse tema prende-se com o facto de ser um assunto bastante actual que assume
uma importncia saliente para a contabilizao. Entretanto, constatamos que muitos utentes
internos ou externo ainda so deficientes na compreenso e identificao do valor que os
muncipes desempenham na sensibilizao da populao para os assuntos nacionais.
Por outro lado, acredita-se que o estudo pode contribuir para a compreenso do processo da
implementao no que tange a contabilizao das despesas e sem maior teor de controvrsias,
para da obter-se os objectivos sobejamente traados.
1.4.Problema
1.5.Hipteses
Dai que, os gestores e contabilistas pblicos so exigidos por lei a aplicar regras, polticas e
princpios estabelecidos na Lei do SISTAFE para mostrar a situao financeira das entidades
pblicas e para o melhor controlo do bem pblico e permitir a realizao eficiente, eficaz e
econmica das despesas pblicas.
4
1.6.Relevncia do Tema
Esta pesquisa tem como objectivo a contabilizao das despesas pblicas na Direco
provincial da indstria e comercio em Nampula, e a sua conformidade com a Lei
Moambicana.
A informao sobre a execuo oramental das despesas pblicas produzida pelos gestores e
contabilistas pblicos importante, e ajuda ao Estado e ao Governo a prestar muita ateno
aos problemas actuais, s oportunidades e ajuda a prever o futuro das decises tomadas pelo
mesmo Governo.
Este tema pretende abrir uma possibilidade dum debate tcnico-cientfico, partindo do
princpio de que as despesas pblicas representam um papel preponderante na vida
econmica dum pas, por tratar-se duma operao que afecta a vida de todos residentes duma
determinada regio.
1.7.Delimitao do estudo
A contabilidade sempre teve a necessidade de usar as melhores ferramentas que mais lhes
condizem com a sua realidade e necessidade, e surge a contabilizao e controlo com intuito de
destacar um grande suporte para as empresas, seja em elas grandes ou pequenas, no processo
decisrio. No de se estranhar o facto comprovado em investigaes cientficas, que raros so
5
1.8.Estrutura do trabalho
Para uma melhor percepo e anlise, o trabalho est estruturado em cinco captulos. Sendo que
a parte pr-textual do trabalho apresenta primeiro a lista de tabelas, abreviaturas, depois a
declarao, dedicatria, agradecimentos e resumo do trabalho.
O quarto captulo apresenta uma breve apresentao do cenrio actual da empresa em anlise e
faz anlise, apresentao e interpretao dos dados dos inquiridos, e avaliao das hipteses
formuladas para a pesquisa. No ltimo captulo apresentada concluses recomendaes,
referencia bibliogrfica utilizada para a elaborao do trabalho e os apndices.
6
CAPITULO II CONTEXTUALIZAO
2.1.Introduo
No sentido de dar resposta ao problema a que se props, a reviso de literatura que a seguir se
apresenta ira incidir sobre questes relacionadas com a Contabilizao, Controlo interno
assim como sobre as despesas pblicas na administrao pblica.
Bens pblicos so o conjunto de meios pelos quais o estado desenvolve suas actividades de
prestao de servios comunidade. (BEZERRA FILHO, 2005:127-128).
Para no se limitar apenas aos dois conceitos sobre a contabilidade acima citados, no
entender de ANGLICO (1994:107), a Contabilidade pblica a disciplina que aplica, na
administrao pblica, as tcnicas de registos e apuramentos contabilsticos em harmonia
com as normas gerais do direito financeiro. Com os conceitos acima citados pode afirmar-se
que a Contabilidade pblica a parte da contabilidade que controla e regista o patrimnio
duma entidade pblica.
Finanas Pblicas: designam a actividade econmica dum ente pblico tendente a afectar
bens satisfao de necessidades que lhe esto confiadas. (FRANCO, 2001:3).
O Oramento uma prvia autorizao do poder legislativo para que se realizem receitas e
despesas dum ente pblico, obedecendo a um determinado perodo de tempo. Por meio do
oramento podemos verificar a real situao econmica do Estado, evidenciando os seus
gastos com a sade, educao, saneamento, obras pblicas, etc. (FORTES, 2002:70)
Assim pode concluir-se que o Oramento pblico define a previso das receitas e a fixao
das despesas pblicas.
8
Os servios pblicos, tais como a educao, sade, defesa e segurana e outros so feitos
atravs das despesas pblicas.
SILVA citado por BEZERRA FILHO (2005:61), define despesa pblica, como sendo todos
os desembolsos efectuados pelo Estado no atendimento aos servios e encargos assumidos no
interesse geral da comunidade, nos termos da constituio, das leis ou em decorrncia de
contractos ou outros instrumentos.
Em geral as despesas pblicas dividem-se em dois grandes grupos que so: Despesas
Oramentais e Despesas Extra-Oramentais.
2.5.1.Despesas Oramentais
Para reforar a definio acima, cita-se FORTES (2002:146), que afirma que a despesa
oramental corresponde todos os factos representativos de sada de recursos, excepto as
devolues de terceiros caues, depsitos judiciais para recursos, etc.) e das operaes de
crdito por antecipao da receita oramental e os pagamentos de passivos financeiros
anteriores restos a pagar).
2.5.2.Classificao Econmica
Apesar das definies acima citadas serem unnimes em realar que economicamente as
despesas oramentais classificam-se em despesas correntes e despesas de capital, a
classificao econmica das despesas pblicas acrescenta as operaes financeiras.
Ainda de acordo com a Lei acima citada, a classificao econmica das despesas pblicas,
assenta em princpios e conceitos de Contabilidade Nacional e respeita as recomendaes dos
organismos internacionais (Sistema de Contabilidade Nacional, de 1993 e Manual de
12
Cdigo Designao
1 Despesas Correntes
1.1 Despesas com o pessoal
1.2 Bens e Servios
1.3 Encargos da Dvida
1.4 Transferncias Correntes
1.5 Subsdios
1.6 Outras Despesas Correntes
1.7 Exerccios Findos
2 Despesas de Capital
2.1 Bens de Capital
2.2 Transferncias de Capital
2.3 Outras Despesas de Capital
3 Operaes Financeiras
3.1 Operaes Activas
3.2 Operaes Passivas
Fonte: Manual da Classificao Econmica das Despesas Pblicas de 1997
Esta classificao ocorre quando tem por finalidade delimitar a despesa, definindo-a por sua
funo, ou seja, pelo maior nvel de agregao das diversas reas de despesa que competem
ao sector pblico. A classificao funcional subdivide-se em funes e sub funes, com a
finalidade de reflectir as polticas, directrizes, objectivos no planeamento das aces dos
administradores pblicos. (ANDRADE, 2002:77).
13
2.6.Despesas Extra-Oramentais
Fixao;
Empenho; e
Pagamento.
Segundo o n 1 do artigo 30 da Lei n 09/2002, de 12 de Fevereiro, a realizao das despesas
compreende as trs fases seguintes:
Apesar de as citaes acima mostrarem nmero de fases diferentes, as fases da realizao das
despesas pblicas da primeira citao esto resumidas dentro das fases das duas ltimas
citaes.
16
Inscrever a despesa: a despesa tem que constar da relao de pagamentos e tem que
possuir uma origem;
Legalidade da despesa: a despesa tem que possuir um enquadramento legal, ou seja,
autorizada pela lei;
Cabimento oramental: a despesa tem que ter um oramento para suport-la;
Liquidez: devem existir fundos para pagar a despesa.
2.7.1.Conceito
2.7.2.Ocorrncia
De acordo com BEZERRA FILHO (2005:98), podero ser pagos, na dotao de despesas de
exerccios anteriores, desde que autorizado pelo ordenador de despesa, os seguintes casos:
2.7.3.Prescrio
2.7.4.1.Conceito
2.7.4.2.Classificao
Despesa por pagar processados: so aquelas cujo empenho foi entregue ao credor, que
por sua vez forneceu o material, prestou o servio ou ainda executou a obra, e despesa
foi considerada liquidada por ter sido cumprido o terceiro estgio correspondente
liquidao, estando na fase de pagamento. Verifica-se que a despesa processou-se at
a liquidao e em termos oramentais foi considerada despesa realizada, faltando
apenas o processamento do pagamento;
Despesas por pagar no processados: so aquelas cujo empenho foi legalmente
emitido, mas depende, ainda da fase de liquidao, isto , o empenho foi emitido,
porm, o objecto adquirido ainda no foi entregue e depende de algum factor para a
18
2.7.4.3.Pagamento e Prescrio
Para BEZERRA FILHO (2005:101), a anulao da despesa pblica efectua-se nas seguintes
circunstncias:
2.8.Regimes Contabilsticos
2.8.1.Regime de caixa
anual, dispensa o perodo adicional, bem como o apuramento dos resduos activos ou restos a
arrecadar, e das despesas a pagar.
Para reforar a definio acima, cita-se ANDRADE (2002:29), que entende que o regime de
caixa destaca como receitas e despesas todas entradas e sadas de recursos financeiros ou no,
recebidos, pagos, arrecadados ou recolhidos, efectivamente, durante o exerccio financeiro,
independentemente de referir-se a crditos ou dbitos doutros exerccios.
2.8.2.Regime de Competncia
Ainda para complementar a definio acima, ANDRADE (2002:29) afirma que o regime de
competncias destaca-se com as movimentaes oramentais pertencentes a factos geradores
efectivamente realizados dentro dum exerccio, com o reconhecimento e a apropriao nesse
exerccio, repercutindo financeiramente no exerccio seguinte.
2.8.3.Regime misto
2.9.Livros Contabilsticos
Para ANGLICO (1994:73), a contabilizao das despesas pblicas feita em dois nveis,
isto , por meio da escriturao analtica e escriturao sinttica. Os registos analticos so
feitos por partidas simples no dirio da despesa prevista, empenhada e realizada (despesa
21
paga) e os registos sintticos so feitos no dirio geral por totais mensais e pelo mtodo das
partidas dobradas.
De acordo com o artigo 40 da lei n 09/2002, de 12 de Fevereiro, que diz respeito ao princpio
digrfico, assume que em Moambique o critrio utilizado para o registo dos actos e factos
administrativos, no mbito do SISTAFE o princpio digrfico das partidas dobradas.
De acordo com MORAIS et al (1999:14), Controlo qualquer aco aplicada pela gesto
para reforar a possibilidade de que os objectivos e metas previamente estabelecidas sejam
atingidos.
Como processo social que , a actividade financeira suscita, em particular nas complexas
civilizaes da actualidade, o aparecimento de mltiplas formas de controlo, as quais incidem
sobre os seus diversos instrumentos e instituies. (FRANCO, 2001:452).
22
O controlo interno da despesa pblica tem a finalidade de ajudar os gestores da coisa pblica
no cumprimento dos objectivos previamente traados, atravs duma eficincia e eficcia na
gesto das despesas pblicas.
A COSO citada por MORAIS et al (1999:17), define o controlo interno como sendo a forma
levada a cabo pelo conselho de administrao, direco e outros membros da organizao
com o objectivo de proporcionar um grau de confiana razovel na concretizao dos
seguintes objectivos:
O Controlo Externo a etapa de verificao em que cabe aos rgos externos de fiscalizao
de cada poder verificar, analisar, apurar e concluir atendimento sobre determinado assunto
administrativo ou contabilstico. O controlo externo pode ser exercido pelo poder legislativo,
assim como pelo tribunal administrativo, conselhos e comisses especiais e at pelo cidado.
Todos os actos e factos contabilsticos, administrativos e judiciais da entidade pblica so
passveis de controlos externos. Sua finalidade exaltar eventuais distores entre o
objectivo do acto ou do facto, com seu resultado. Qualquer disparidade nesse sentido pode, e
deve, ser averiguada e at punida de acordo com a legislao em vigor. (ANDRADE,
2002:32).
Ainda de acordo com o n 2 do artigo 228 da CRM de 2004, o controlo dos actos e factos
administrativos e da aplicao das normas regulamentares emitidos pela administrao
pblica, bem como a fiscalizao da legalidade das despesas pblicas e a respectiva
efectivao da responsabilidade por infraco financeira cabem ao TA.
O artigo 36 da lei n 25/2009 de 28 de Setembro, admite que esto sujeitas julgamento das
despesas e receitas pblicas as seguintes entidades:
Desde o seu surgimento na Itlia nos sculos XV ou XVI, a auditoria evoluiu bastante. A
necessidade de prestar servios e administrar os recursos do cidado de maneira mais
eficiente, econmica e eficaz, alm da necessidade de fornecer instrumentos aos gestores
pblicos para demonstrar a transparncia nos actos pblicos, serviu de base para o
desenvolvimento da auditoria de gesto do sector pblico. (DOS SANTOS, 2008:16).
A auditoria contabilstica uma tecnologia que se utiliza de reviso, pesquisa para fins de
opinio e orientao sobre situaes patrimoniais de empresas e instituies. (S, 2007:21).
ARAJO citado por DINIZ et al (2007:4), afirma que o controlo externo juntamente com o
controlo interno, utilizam um processo de auditoria que consiste na confrontao entre uma
situao encontrada e um determinado critrio, ou seja, a comparao entre o facto ocorrido
e o que deveria ocorrer. Onde se pode entender ento que auditoria um conjunto de
procedimentos tcnicos aplicados sobre determinada aco, objectivando verificar se os
relatrios e as informaes, decorrentes dessa relao, so adequados e justos e se eles foram
ou so realizados em conformidade com as normas, regras, oramentos e objectivos
previamente estabelecidos.
2.13.1.Conceito
2.13.2.Competncias Constitucionais do TA
Compete ao TA, de acordo com o artigo 230 da CRM de 2004 e artigo 23 da Lei n 05/92, de
06 de Maio:
Julgar as aces que tenham por objecto litgios emergentes das relaes jurdicas
administrativas;
Julgar os recursos contenciosos interpostos das decises dos rgos do Estado, dos
respectivos titulares e agentes;
Conhecer dos recursos interpostos das decises proferidas pelos tribunais
administrativos, fiscais e aduaneiros;
Emitir o relatrio e o parecer sobre a Conta Geral do Estado;
Fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura oramental dos actos e contractos
sujeitos jurisdio do TA;
Fiscalizar, sucessiva e concomitantemente os dinheiros pblicos;
Fiscalizar a aplicao dos recursos financeiros obtidos no estrangeiro, nomeadamente
atravs de emprstimos, subsdios, avais e donativos.
27
2.13.3.Competncias Legais do TA
2.13.4.Prestao de contas
Sem se limitar a nica citao, realar que no entender de KOHAMA (2001:199), a prestao
de contas no regime de adiantamento o processo de tomada de contas relativo a cada
28
Para FORTES (2002:206), existem 2 (dois) tipos de prestao de contas que, nomeadamente:
3.1.Introduo
Para o alcance dos objectivos propostos, este estudo desenvolveu-se por uma pesquisa descritiva,
pesquisa bibliogrfica, documental e Estudo de caso. Descritiva porque objectivou-se na
descrio dos procedimentos de contabilizao e controlo das despesas pblicas de determinada
instituies. Pesquisa bibliogrfica porque realizou-se atravs da consulta de manuais que
abordam assuntos ligados finanas e contabilidade pblica.
3.2.Tipo de pesquisa
Pesquisa exploratria: uma vez que visa proporcionar maior familiaridade sobre a
contabilizao e controlo das despesas publicas na DPICCN de Nampula, em diversos
departamentos com vista a torn-lo explcito, usando basicamente o levantamento
bibliogrfico e entrevista
Pesquisa descritiva: uma vez que visa a descrever as caractersticas bsicas vividas
sobre a contabilizao e controlo das despesas pblicas, em Particular na DPICCN.
Segundo a ideia apresentada pela autora, a pesquisadora se apoiou na entrevista como tcnica
de colecta de dados.
Ter tambm o questionrio e a observao que so definidos como:
Questionrio uma tcnica de investigao composta por um nmero grande ou
pequeno de questes apresentadas por escrito que tem por objectivo propiciar
determinado conhecimento ao pesquisador; e
Observao directa por ser uma soluo para o estudo de fenmenos complexos e
institucionalizados, quando se pretende realizar anlises descritivas e exploratrias ou
quando se tem o objectivo de inferir sobre um fenmeno que remeta a certas
regularidades, passveis de generalizaes.
A entrevista e a observao so tcnicas interactivas visto que a entrevista conduz o
pesquisador para a observao, enquanto as observaes podem sugerir os
aprofundamentos necessrios para as entrevistas.
30
Para alm dessas tcnicas o pesquisador apoiara-se pela consulta documental, que realizada
a partir de documentos contemporneos ou retrospectivos, considerados cientificamente
autnticos.
3.5.Amostra da Pesquisa
Contudo, foi seleccionada apenas 20 funcionrios. Dai que, em ordem foi seleccionada 10
utentes de servios de planificao da DPICCN, 5 Finanas e 5 da logstica.
4.1.1.Introduo
A DPICCN, um rgo local para direco, planificao e coordenao das reas definidas
no Decreto Presidencial n 15/2000, de 19 de Setembro, que tenham aplicao a nvel das
provncias de acordo com o desenvolvimento econmico e social. A mesma localiza-se entre
Balco de atendimento nico e a frente da Universidade Catlica de Moambique, em
Nampula. (Documento de Apresentao da DPICCN, 2005)
4.1.2.Objectivos
4.1.3.Funes
4.1.4.reas de actividades
Para a realizao dos seus objectivos e funes a DPICCN est organizada de acordo com as
seguintes reas de actividades:
Produo Industrial;
Comrcio; e
Prestao de Servios. (Ibidem).
32
4.1.5.Estrutura
Departamento da Indstria;
Departamento do Comrcio;
Inspeco Provincial;
Repartio dos Recursos Humanos;
Repartio de Estudos e Anlise Econmica;
Repartio de Administrao e Finanas. (Ibidem).
Sexo %
Masculino 75,0
Feminino 25,0
Total 100,0
Fonte: Adaptado pela autora, 2016
Como se pode ver pela tabela, podemos constatar que num total de 30 funcionrios que
responderam ao inqurito por questionrio, 75% so de sexo masculino. E dai, pode-se
afirmar que existem mais clientes do sexo masculino em relao ao sexo feminino.
Idade %
<20 Anos 10,0
25 - 30 35,0
31 - 40 15,0
41 - 45 15,0
46 - 65 25,0
Total 100,0
Fonte: Adaptado pela autora, 2016
A tabela diz nos que, a idade dos inqueridos varia entre 20 e 55 anos, tambm foi verificado
que 15% situa-se do intervalo de 41 45., dai que 25% dos clientes variam entre 46 a 65 anos
de idade.
Habilitao %
Doutoramento 15%
Mestrado 25%
Licenciatura 40,0
34
12 Classe 15,0
10 Classe 5,0
At 7 Classe 0,0
At 5 Classe 0,0
Total 100,00
Fonte: Adaptado pela autora, 2016
Os funcionrios submetidos ao questionrio na sua maioria 40% tm habilitaes acadmicas
da 12 Classe de escolaridade. Se termos em conta com a idade da maioria dos clientes
podemos verificar que as pessoas nesta faixa etria no tem muitas oportunidades de
formao, pelo menos para ensino superior, dai a razo do baixo nvel de formao. Tendo
em conta que, na provncia de Nampula tem muitos centros de formao e universidades
existentes.
Nota: Saldo final = Saldo existente - Valor das requisies Tratando-se do fim do exerccio
foi solicitado e autorizada pela autoridade competente a libertao da reserva (cativo)
obrigatria de 10%.
Antes das fases da realizao da despesa propriamente ditas e previstas na Lei do SISTAFE, a
DPICCN faz previamente a abertura do processo administrativo das despesas gerais que
feita pelo agente de execuo oramental, registando o fundamento da requisio feita.
4.3.Regime Contabilstico
Para o registo das suas despesas o DPICCN usa o regime de compromissos (competncias),
visto que as despesas desta entidade so reconhecidas aos exerccios econmicos conforme a
real ocorrncia, e no quando so pagos em dinheiro.
4.4.Livros Contabilsticos
4.5.Controlo Interno
Esta entidade pblica tem feito o controlo interno das suas despesas pblicas atravs de
programas de inspeco, auditoria interna, fiscalizao e acompanhamento. Para racionalizar
o controlo interno da despesa pblica, a RAF e a Inspeco Provincial da DPICCN verifica o
seguinte:
A despesa legal;
A realizao da despesa foi feita por uma pessoa competente ou autorizada para o efeito,
que neste caso a DPICCN;
Foram cumpridas todas as normas e regras na realizao das despesas pblicas;
A classificao oramental est correcta;
H cabimento oramental para a verba.
4.5.1.Controlo Externo
Pelo facto da contabilizao e controlo interno das despesas pblicas na DPICCN fornecerem
resultados econmicos e financeiros e evidenciar a racionalidade por parte dos gestores e
contabilistas pblicos, no significa que esteja dispensado ao controlo externo, e nesta
ordem de ideias que esta Direco tem tido uma estreita relao entre o controlo interno e o
controlo externo, visto que o controlo interno ajuda o controlo externo no exerccio da sua
misso.
atenes esto viradas para este tribunal. O TA tem feito regularmente uma fiscalizao
prvia, concomitante ou sucessivamente da legalidade das despesas pblicas da DPICCN,
atravs da seco de fiscalizao das despesas pblicas e do visto (3 seco do TA),
socorrendo-se aos relatrios fornecidos pelas entidades de controlo interno e pelas outras
entidades de controlo externo.
4.5.2.Prestao de Contas
As instituies pblicas nacionais so responsveis pela gesto dos dinheiros pblicos e por
contrapartida so obrigadas por lei a efectuar a prestao de contas da conta gerncia do fim
de exerccio ao Tribunal Administrativo. No processo de prestao de contas ao TA, a
DPICCN apresenta os seguintes modelos:
De sublinhar que o pagamento da despesa efectuado com pelo menos uma nota de
liquidao, que so pagas em conformidade processual sem restrio, e o valor no pago
usado para outro pagamento.
Tipo de instituio
150%
100%
100%
50%
0%
0%
Publica Privada
Como se pode ver pelo grfico, a instituio em estudo, foi identificado que dos 100% dos
inqueridos afirmam que a instituio pblica e dotada de direitos governamentais.
39
50% 20%
0%
Sim Nao
5 3.2
1.4
0
Caixa Competencia Misto
Segundo os dados do grfico, v-se que a conta da DICCN presta-se semestralmente e numa
percentagem de 45% e as vezes mensalmente com 25%.
4.7.2.Regime Contabilstico
Para o registo das suas despesas a DPICCN usa o regime de compromissos (competncias),
visto que as despesas desta entidade so reconhecidas aos exerccios econmicos conforme a
real ocorrncia, e no quando so pagos em dinheiro.
4.7.3.Livros Contabilsticos
capital
23 Outras 32.000,00 28.800,00 28.800,00 0,00 100
despesas
Total 6.058.250,00 5.827.051,00 5.409.607,70 417.443.30 92,8
A execuo oramental anual foi de 92,8%. Neste ano a DPICCN no conseguiu atingir uma
execuo oramental de 100% porque houve atrasos de certos desembolsos pela autoridade
competente (Caixa do Estado e a Tesouraria do Estado) e por outro lado existem certas
dificuldades no domnio do e-Sistafe por parte dos agentes da RAF, devido aos fracos
conhecimentos informticos.
45
5.1.Concluso
A presente pesquisa tinha como objectivo geral avaliar at que ponto a contabilizao e
controlo das despesas pblicas na Direco provincial da Industria e Comercio da Cidade
de Nampula se conformam com a Lei do SISTAFE e compreender como feita a
realizao dessa despesa; e o problema era saber se as formas de contabilizao e
controlo da despesa pblica adoptadas nesta entidade se conformam com a Lei do
SISTAFE. A realizao da despesa pblica nesta entidade feita seguindo os estgios
previstos na Lei do SISTAFE, nomeadamente: o cabimento, a liquidao e o pagamento.
Dai que, o sistema fiscal, entendido no seu sentido amplo, como um conjunto de
normas jurdicas que regulam a actividade fiscal e ou tributria de uma nao,
constitui um dos meios de assegurar o desenvolvimento do aparelho de Estado, parte
fundamental do crescimento dos servios administrativos e consequentemente
desenvolvimento do pais, dai a necessidade de estrutura lo de forma abrangente e ou
inclusiva com a finalidade de garantir o bem-estar comum.
Contudo, a sociedade vem crescendo, este crescimento geralmente acompanhado
pelo incremento do nvel de despesas pblicas como consequncia disso, e para fazer
face a isso o Estado precisa traar metas mais rgidas no sentido de captar mais
recursos para a gesto dos bens pblicos visando satisfazer a colectividade.
O fenmeno supracitado deve ser acompanhado tambm pela reviso e actualizao
constante do sistema fiscal nacional como forma de captar a abranger as entidades
econmicas que vem surgindo dia ps dia, devido a dinmica e constante crescimento
dos mercados. Um sistema fiscal sempre actualizado contribui um grande meio para o
progresso econmico dos pases.
A realizao da despesa pblica nesta entidade feita seguindo os estgios previstos
na Lei do SISTAFE, nomeadamente: o cabimento, a liquidao e o pagamento. E
durante a realizao deste trabalho constatou-se que a contabilizao feita na
DPICCN, pela Clula Oramental da Despesa (COD). Por outro lado tem ocorrido
tambm registos contabilsticos que tm o papel de reduzir a quota do limite
financeiro para cabimento. A liquidao pode ser feita com desconto (pagamento feito
47
pelo valor liquido ao respectivo credor) e sem desconto (pagamento feito pelo valor
total ao respectivo credor); A contabilizao da liquidao feita na DPICCN, com
base nas notas de cabimento seleccionados, o Nmero nico de Identificao
Tributria (NUIT) do credor e o nmero do processo administrativo. A contabilizao
na fase de pagamento feita na clula oramental da despesa pela importncia a
pagar.
As entidades que velam pelo controlo externo das despesas pblicas na DPICCN so
o TA, a Direco Provincial de Plano e Finanas da Cidade de Nampula, o
Departamento de Administrao e Finanas do Ministrio de Indstria e Comrcio e
outras entidades contactadas para o efeito.
O TA faz a apreciao das contas da despesa pblica da DPICCN socorrendo-se ao
artigo 86 da lei n 26/2009, de 26 de Setembro, pelas seguintes formas: a verificao
do 1 grau ou preliminar, a verificao do 2 grau, a inspeco, a auditoria e o
julgamento.
Assim sendo, confirma-se a hiptese1, que admite que a contabilizao e controlo das
despesas pblicas na DPICCN so adoptados atendendo a lei do SISTAFE; o que faz
com que a contabilizao e controlo da despesa nesta entidade seja mais prxima da
realidade; e no se confirma a hiptese nula que admite que a contabilizao e
controlo das despesas pblicas na DPICCN so adoptados sem atender a lei do
SISTAFE.
48
5.2.Sugestes
Bibliografias
COSTA, Carlos B.; ALVES, Gabriel C. Contabilidade Financeira.4 edio. Lisboa. Editora
DINIZ, Jose dilton et al. Controle interno na Administrao pblica municipal: aplicao da
anlise discriminante para modelar uma congruncia com o controle externo. Disponivel em:
http://www.congressousp.fipecapi.org/artigos.2007.pdf
DOS SANTOS. Ndia R.R. Cardoso. Artigo sobre o papel da auditoria e da contabilidade
fiscal.Brasilia.2008.Disponvel em http://www.bdjur.stj.gov.br/artigos.2008.pdf
Livraria Almeida.2001.
Governo de Moambique.2002.
GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 4 ed. So Paulo, editora Atlas,
2002.
GIL, Antnio Carlos. Mtodos e Tcnicas de Pesquisas Sociais. 4 Edio. So Paulo. Editora
Atlas S.A.2007
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pblica: Teoria e Prtica.8 edio. So Paulo: Atlas, 2001.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Andrade. Como elaborar projectos de pesquisa, 4 Ed.,
ANEXOS
52
APNDICES
53
Privada
1.2 Onde Se localiza a instituio?
1.3 Qual o ano em que foi criado e publicado?
1.4 Quais so as suas funes?
1.5 Qual a estrutura da instituio?
1.6 Quais so as reas de actividade?
1.7 Quais so os objectivos da Instituio?
54