Comissionamento Trocadores de Calor

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO

CENTRO TECNOLGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA
CURSO DE PS GRADUAO LATO SENSU
ENGENHEIRO DE CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO PROMINP

TRABALHO DE FIM DE CURSO

METODOLOGIA BSICA DE CONDICIONAMENTO E


COMISSIONAMENTO DE TROCADORES DE CALOR DO
TIPO CASCO E TUBOS

DAVID FIORILLO
PAULO NASCIMENTO MARTINS

VITRIA ES
05/2010
DAVID FIORILLO
PAULO NASCIMENTO MARTINS

METODOLOGIA BSICA DE CONDICIONAMENTO E


COMISSIONAMENTO DE TROCADORES DE CALOR DO
TIPO CASCO E TUBOS

Parte manuscrita do Trabalho de Fim


de Curso elaborado pelo(s) aluno(s)
David Fiorillo e Paulo Nascimento
Martins e apresentado ao Colegiado
do Curso de Ps Graduao Lato
Sensu, em Engenharia de
condicionamento/comissionamento
do Centro Tecnolgico da
Universidade Federal do Esprito
Santo, para obteno do certificado
Especialista.

VITRIA ES
05/2010
DAVID FIORILLO
PAULO NASCIMENTO MARTINS

METODOLOGIA BSICA DE CONDICIONAMENTO E


COMISSIONAMENTO DE TROCADORES DE CALOR DO
TIPO CASCO E TUBOS
COMISSO EXAMINADORA:

___________________________________
Eng. Paulo Cesar Alves dos Santos
Orientador

___________________________________
Eng. Patrcia Renata Carvalho de
Mendona
Co-Orientadora

___________________________________
Eng. Patrick Bertolo Lucas da Silva
Co-orientador

___________________________________
Prof. Dr. Joo Luiz Marcon Donatelli
Examinador

___________________________________
Prof. MsC Leonardo Rodrigues Arajo
Examinador

Vitria - ES, 15 de Maio 2010


DEDICATRIA

Dedicamos este trabalho a todos que contribuem por uma sociedade e cada vez
melhor.
AGRADECIMENTOS

Ao orientador Paulo Cesar Alves dos Santos, da Petrobras, pois sem seu incentivo a
concluso deste trabalho no seria possvel.
Aos engenheiros Patrcia Renata Carvalho, Patrick Bertolo e Roseane Barcelos, da
Petrobras, pelo entendimento de nosso problema, fornecimento de informaes
essenciais e reviso do trabalho.
Aos colegas do curso de engenharia de condicionamento e comissionamento do
PROMINP que proporcionaram discusses, sugestes e idias para a elaborao deste
trabalho.
RESUMO

O presente trabalho discute metodologia para elaborao do condicionamento e


comissionamento de trocadores de calor do tipo casco e tubos. Atualmente, o
condicionamento e comissionamento esto presentes, num empreendimento, desde a
fase de projeto. O trabalho motivado pela importncia dos trocadores no
processamento primrio do petrleo. Os cuidados na verificao de documentos at a
partida desta planta derivam uma boa fase de condicionamento e comissionamento,
passando por procedimentos especficos envolvendo as reas: de mecnica,
instrumentao e automao. Rene tambm estruturas de documentos como:
desenhos tcnicos, folhas de dados, listas de materiais e entradas/sada, e boas prticas
de engenharias de diversas empresas e fabricantes. Portanto, a aplicao de mtodos e
discusses de procedimentos para execuo do condicionamento e comissionamento
em trocadores de calor contribui para melhoria da segurana, transporte,
conformidade, prazos e operacionalidade.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Do projeto ao condicionamento e comissionamento, Fabris 2008 [5]. ......13


Figura 2 - Fases de um projeto tpico. .........................................................................14
Figura 3 - Diagrama de condicionamento/comissionamento. .....................................15
Figura 4 - Ciclo de execuo, Bendiksen et al 2005 [1]. .............................................20
Figura 5 Esquema do trocador de calor casco e tubo, Emerson [17]. ......................24
Figura 6 - Vista explodida de trocador de calor do tipo casco-tubos, Trocalor [8]. ....25
Figura 7 Feixe tubular de um trocador de calor industrial. Fotografia tirada pelo
autor no campo.............................................................................................................25
Figura 8 Cabeote de um trocador de calor casco-tubo retirado para manuteno.
Fotografia tirada pelo autor no campo. ........................................................................27
Figura 9 Detalhe interno do cabeote ilustrando a diviso das cmaras de
distribuio do fluido primrio. Fotografia tirada pelo autor no campo. ....................28
Figura 10 - Arranjo bsico de instrumentao para trocador de calor do tipo casco e
tubos de controle por by pass. ..................................................................................33
Figura 11 - Arranjo bsico de instrumentao para trocador de calor do tipo casco e
tubos de controle direto de gua aquecida. ..................................................................34
Figura 12 - Vlvula de segurana (PSV), Ribeiro 2005 [18] Figura 13 - Vlvula de
controle, Masoneilan [13]. 34
Figura 14 - Caractersticas de vazo de vlvulas, Masoneilan [13]. ...........................36
Figura 15 Manmetro, Ribeiro 2005 [18].................................................................36
Figura 16 - Termoelemento e transmissor de temperatura, Ribeiro 2005 [18]. ..........37
Figura 17 - Requisitos para condicionar e comissionar empreendimentos. ................39
Figura 18 - Estrutura de condicionamento/comissionamento de trocador de calor. ...40
Figura 19 - Assinatura de vlvula, Emerson [17]. .......................................................56
Figura 20 - Resposta da vlvula ao degrau, Emerson [17]. .........................................57
Figura 21 - Instalao da vlvula em local acessvel, Ribeiro 2005 [18]. ...................59
Figura 22 - Arquitetura de redundncia 2oo3, Ribeiro 2005 [18]. ..............................62
Figura 23 Exemplo de resumo de alarmes de tela de superviso de caldeira...........63
Figura 24 - Matriz de causa-efeito. ..............................................................................64
Figura 25 - Exemplo de tela de superviso de resfriador. ...........................................65
Figura 26 Fluxograma de processo. ..........................................................................78
Figura 27 - Fluxograma de instrumentao de um trocador de calor. .........................79
Figura 28 - Detalhe do sistema de controle do aquecedor leo/leo. ..........................80
Figura 29 - Detalhe do sistema de controle do aquecedor gua/leo. .........................81
Figura 30 - Detalhe do sistema de controle do resfriador gua salgada. ..................81
Figura 31 - Tabela de dados do trocador de calor, Petrobras N-1492 [16]. ................82
Figura 32 - Placa de identificao de trocador de calor...............................................83
Figura 33 - Lista de instrumentos ................................................................................84
Figura 34 - Lista de equipamentos...............................................................................85
Figura 35 - Lista de I/Os discretos. ..............................................................................85
Figura 36 - Lista de I/Os analgicos. ...........................................................................86
Figura 37 - Certificado de calibrao. .........................................................................87
Figura 38 - Primeira pgina de folha de dados de manmetros. .................................88
Figura 39 - Segunda folha de dados de manmetros ...................................................89
Figura 40 - Terceira folha de dados de manmetros. ..................................................89
Figura 41 - Folha de dados de sistemas de medio de vazo por placa de orifcio. ..90
Figura 42 - Folha de dados de vlvula de controle de temperatura. ............................91
Figura 43 - Folha de dados de vlvula de segurana. ..................................................92
Figura 44 - Legenda de LI de I/Os...............................................................................93
Figura 45 Pontos do anel, gaxetas e espelho flutuante [32]. ....................................96
Figura 46 Pontos da tampa do casco montada [32]. .................................................96
Figura 47 Pontos do feixe tubular [32]. ....................................................................96
Figura 48 Pontos de teste do casco [32]. ..................................................................97
Figura 49 Relatrio de inspeo do trocador de calor [33]. .....................................98
Figura 50 Relatrio de inspeo de soldagem [37]. .................................................99
Figura 51 Relatrio de inspeo de soldagem - ensaios [37]. ................................100
Figura 52 - Relatrio de inspeo de soldagem ensaios .........................................101
Figura 53 - Notas do relatrio de inspeo ................................................................102
LISTA DE TABELA

Tabela 1 Sistemas auxiliares do tratamento de leo. ................................................31


Tabela 2 Dados de trocadores de calor do tipo casco e tubos. .................................31
Tabela 3 Prazos de inspeo sem servio prprio [25]. ...........................................49
Tabela 4 Prazos de inspeo com servio prprio [25]. ...........................................49
Tabela 5 - Classificao de estanqueidade de vlvulas, Ribeiro 2005 [18]. ...............57
Tabela 6 - Largura dos calos. .....................................................................................95
SIMBOLOGIA

Smbolos mtricos
Smbolo Descrio Unidade do
SI
Q Calor ou vazo J ou m/h
Re Nmero de Reynolds Adimensional
Diferena de presso jusante e montante da
P (t ) bar
vlvula
Coeficiente de vazo da vlvula, fornecido gpm
Cv
( psig )
a Presso suportada kgf/cm
P Carga de iamento kgf
N Nmero de calos Adimensional
L Largura do anel da saia cm
B Largura do calo cm
Velocidade mdia do perfil de escoamento na
v m/s
tubulao
Curva caracterstica inerente de vazo pela
f (X ) Adimensional
vlvula
G Densidade do relativa Adimensional
D Dimetro interno da tubulao m

Letras Gregas
Smbolo Descrio Unidade
Massa especfica do fluido kg/m3
Dimetro mm
Viscosidade dinmica do fluido N.s/m2
SUMRIO
DEDICATRIA........................................................................................................... I
AGRADECIMENTOS .............................................................................................. II
RESUMO ................................................................................................................... III
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... IV
LISTA DE TABELA ................................................................................................ VI
SIMBOLOGIA .........................................................................................................VII
SUMRIO .............................................................................................................. VIII
CAPTULO 1 - INTRODUO ..............................................................................11
1.1 OBJETIVOS .....................................................................................................12
CAPTULO 2 COMISSIONAMENTO E CONDICIONAMENTO .................13
2.1 DEFINIES ...................................................................................................13
2.2 METODOLOGIA .............................................................................................15
2.2.2 PLANEJAMENTO .................................................................................15
2.2.2.1 INDICADORES .........................................................................16
2.2.2.2 RESPONSABILIDADES ..........................................................17
2.2.3 PREPARAO.......................................................................................19
2.2.4 EXECUO ...........................................................................................19
2.2.5 DOCUMENTAO E ENTREGA ........................................................20
CAPTULO 3 TROCADORES DE CALOR E SUAS INSTALAES
TPICAS .....................................................................................................................22
3.1 Importncia dos sistemas de aquecimento em plataformas ..............................23
3.2 Trocador de calor ..............................................................................................23
3.2.1 Instalaes ...............................................................................................24
3.2.1.1 Feixe tubular...............................................................................25
3.2.1.2 Casco ..........................................................................................26
3.2.1.3 Tampa .........................................................................................26
3.2.2 Incrustao...............................................................................................28
3.3 Sistema de aquecimento para tratamento de leo .............................................30
3.4 Operao dos aquecedores/resfriadores ............................................................31
3.5 Instrumentao e equipamentos de trocadores de calor....................................32
CAPTULO 4 MODELO DE CONDICIONAMENTO E
COMISSIONAMENTO DE TROCADOR DE CALOR DO TIPO CASCO E
TUBOS ........................................................................................................................38
4.1 - INTRODUO ..............................................................................................38
4.2 CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO: MECNICA ................40
4.2.1 Planejamento ...........................................................................................41
4.2.1.1 Condicionamento Inspeo na Fbrica ...................................41
4.2.1.1.1 SELEO DO MATERIAL DE FABRICAO ..................................42
4.2.1.1.2 FLANGES E ESPELHOS..........................................................................42
4.2.1.1.3 CASCO E TUBO ........................................................................................43
4.2.1.1.4 SOLDAS ......................................................................................................44
4.2.1.1.5 ENSAIOS NO DESTRUTIVOS .............................................................44
4.2.1.1.6 INSPEO DE MONTAGEM .................................................................45
4.2.1.1.7 TRANSPORTE E ENTREGA...................................................................45
4.2.2 Preparao ...............................................................................................46
4.2.2.1 Fundaes ...................................................................................47
4.2.2.2 Armazenamento de materiais .....................................................47
4.2.2.3 Exigncias da NR 13 ..................................................................48
4.2.2.3.1 INSPEO E COMPLEMENTAO MECNICA ............................50
4.2.2.3.2 TESTE HIDROSTTICO NO LOCAL DE INSTALAO ................51
4.2.2.4 Teste a frio ..................................................................................52
4.2.3 Comissionamento ....................................................................................52
4.3 CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO: INSTRUMENTAO 55
4.3.1 Recebimento de instrumentos e equipamentos ....................................55
4.3.2 Calibrao .............................................................................................55
4.3.3 Instalao de vlvulas ...........................................................................57
4.4 CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO: AUTOMAO ...........61
4.4.1 - Checklist................................................................................................61
4.4.2 Simulao de falhas ..............................................................................62
4.4.3 Teste de controle ..................................................................................64
CAPTULO 5 COMENTRIOS FINAIS ............................................................67
GLOSSRIO ..............................................................................................................74
REFERNCIAS .........................................................................................................75
ANEXO A DESENHOS, DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS ...................78
ANEXO B PLANOS DE FABRICAO ............................................................94
ANEXO C ORIENTAO PARA DIMENSIONAMENTO DOS CALOS
DO TROCADOR .......................................................................................................95
ANEXO D EXEMPLOS DE PONTOS DE VERIFICAO DO TESTE
HIDROSTTICO SIMPLIFICADO .......................................................................96
ANEXO E EXEMPLO DO RELATRIO DE INSPEO ..............................98
ANEXO F CHECK LIST DE INSPEO DE FBRICA...............................101
ANEXO G DEFINIES DE DOCUMENTOS PARA
CONDICIONAMENTO E COMISSIONAMENTO ...........................................103
11

CAPTULO 1 - INTRODUO

Os trocadores de calor desempenham papel importante nas diversas reas do


conhecimento, pesquisa cientfica e aplicaes tecnolgicas. Na indstria so usados
para aquecer ou resfriar fluidos para usos diversos.
Pode-se imaginar uma infinidade de aplicaes para este dispositivo: a transferncia
otimizada e a conservao de energia sob a forma de calor um desafio constante;
trocadores de calor mais eficientes e baratos so necessidades.
A corrente proveniente de um poo de perfurao off-shore, geralmente, constituda
por gua, leo e gs natural associado. A separao dessa mistura trifsica
gua/leo/gs se faz necessria pelo fato da indstria ter grande interesse econmico
nas fraes leo e gs.
No processamento primrio de petrleo, os trocadores de calor desempenham papel
fundamental para segregao entre gs, leo e gua. Estes equipamentos que, no
contexto nacional, j possuem normas de projeto, construo e montagem, carecem de
literatura que complemente seu condicionamento e comissionamento.
O projeto de comissionamento o processo de assegurar que todos os sistemas e
componentes de uma instalao industrial so concebidos, instalados, testados,
operados e mantidos de acordo com as necessidades operacionais do proprietrio ou do
cliente final.
Um processo de comissionamento pode ser aplicado no s para os novos projetos,
mas tambm para as unidades existentes e os sistemas sujeitos a ampliao, renovao
ou reformulao.
Na prtica, o processo de comissionamento compreende a aplicao integrada de um
conjunto de tcnicas de engenharia e procedimentos de controle, inspeo e teste de
cada componente operacional do projeto, das funes individuais, tais como
instrumentos e equipamentos, at funes complexas, tais como mdulos, subsistemas
e sistemas.
O presente trabalho discute conceitos, procedimentos, boas prticas para atender a
instalao de um trocador de calor em uma plataforma, mas seu contedo pode ser
12

utilizado em outros trocadores de calor tipo casco tubo, bastando observar as


particularidades de cada indstria especfica. So apresentadas aqui noes bsicas de
um condicionamento e comissionamento de um trocador de calor tipo casco tubo.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho apresentar o problema de comissionamento e


condicionamento aplicado ao trocador de calor do tipo casco e tubos e procedimentos
que resultem na correta execuo e acompanhamento dos procedimentos, para deixar o
equipamento operando conforme especificaes, eliminando possveis no
conformidades e retrabalhos. A principal motivao para a realizao deste trabalho
foi de reunir informaes, to pouco difundidas no acervo tcnico nacional, sobre o
assunto de condicionamento e comissionamento de trocadores de calor.
13

CAPTULO 2 COMISSIONAMENTO E CONDICIONAMENTO

Este captulo contm as definies e metodologias, na rea de condicionamento e


comissionamento de trocadores de calor, necessrias para os captulos posteriores.
O condicionamento e comissionamento desempenham papel fundamental na concluso
de uma obra. Em projetos mais antigos, iniciavam em etapas finais de um
empreendimento. Hoje, o condicionamento e comissionamento esto presentes desde a
fase de projeto, conforme Figura 1.

Completao Aceitao
Mecanica Mecanica TTAs 1 TTAs 2

projeto
construo
recebimento

inspeo mecanica
Testes de itens

insp. Func. De malha TAP-1 TAP- 2 Entrega


Perservao

CONDICIONAMENTO COMISSIONAMENTO

A equipe de condicionamento Passagem orgo


assume o controle da area operacional

Figura 1 - Do projeto ao condicionamento e comissionamento, Fabris 2008 [5].

2.1 DEFINIES

Um projeto pode conter diversas fases at sua implantao. Segundo Horsley 1998 [4],
projetos tpicos contm fases que podem ser resumidas, conforme a Figura 2.
14

Projeto
Contratao
Construo Fabricao
Instalao

Condicionamento

Comissionamento

Entrega
Figura 2 - Fases de um projeto tpico.

O presente trabalho abordar apenas o problema de condicionamento e


comissionamento aplicado ao trocador de calor do tipo casco e tubos.
Da engenharia de condicionamento e comissionamento entende-se como uma rea
multidisciplinar o qual executa testes em plantas capazes de torn-las operacionais.
Pode ser definida como o conjunto de tcnicas e procedimentos de engenharia
aplicados de forma integrada a uma unidade ou planta industrial, visando torn-la
operacional, dentro dos requisitos de desempenho especificados em projeto. Seu
objetivo central assegurar a transferncia da unidade industrial do construtor para o
operador de forma ordenada e segura, certificando a sua operabilidade em termos de
segurana, desempenho, confiabilidade e rastreabilidade de informaes (vide Figura 3
e ANEXO G DEFINIES DE DOCUMENTOS PARA CONDICIONAMENTO E
COMISSIONAMENTO). Adicionalmente, quando executado de forma planejada,
estruturada e eficaz, o comissionamento tende a se configurar como um elemento
essencial para o atendimento aos requisitos de prazos, custos, segurana e qualidade do
empreendimento [3]. No presente trabalho, o foco do condicionamento e
comissionamento sero para as reas de mecnica e automao bem como seus
subprocessos.
15

Condicionamento Comissionamento

Start-up
MECNICA
Recebimento AUTOMAO
MECNICA Inspees Op. assistida
AUTOMAO MECNICA MECNICA
AUTOMAO AUTOMAO
Preservao Desempenho
MECNICA
MECNICA
AUTOMAO
AUTOMAO

Figura 3 - Diagrama de condicionamento/comissionamento.

2.2 METODOLOGIA

Na literatura, podem ser encontradas muitas metodologias para elaborao de plano de


condicionamento e comissionamento. A metodologia, apresentada neste trabalho,
baseou-se na aplicao de projetos na rea de petrleo e gs. Portanto, o conceito das
atividades de comissionamento de um projeto baseado em quatro fases:
planejamento, preparaes, execuo e documentao/entrega. Segundo Bendiksen et
al 2005 [1], o no cumprimento de, pelo menos, uma destas fases poderia acarretar em
atrasos e/ou multas.

2.2.2 PLANEJAMENTO

A definio de planejamento, para o comissionamento, a reunio de todos os pr-


requisitos necessrios para o desenvolvimento de um plano da qualidade Bendiksen et
al 2005 [1]. O plano da qualidade assemelha-se a um cronograma de atividades que
inclui todos os eventos de fabricao, inspeo ou realizao de um servio. Estas
tarefas so organizadas cronologicamente e com um resumo detalhado de quem
16

responsvel por cada etapa, quais as normas, os documentos e procedimentos


aplicveis realizao da etapa, e se o cliente (ou um rgo inspetor) pode ou deve
intervir ou acompanhar, quais os registros que sero gerados no decorrer dos eventos,
quais critrios de aceitao (onde aplicvel).
A menos, que j existam formulrios e procedimentos padres para um determinado
planejamento de servio, recomenda-se, como boa prtica, o uso de ferramentas
computacionais conhecidas como banco de dados para estruturar um planejamento.
Estes bancos de dados devem possuir telas de fcil operao para o carregamento e
recuperao de dados Bendiksen et al 2005 [1].

2.2.2.1 INDICADORES

Recomenda-se conhecer os indicadores de um determinado planejamento, antes


mesmo, de sua elaborao. Na literatura, podem-se encontrar diversos indicadores para
o planejamento de comissionamento como:
1. Quantidade de sistemas com o comissionamento em andamento
2. Quantidade de atrasos
3. Quantidade de sistemas completamente comissionados
4. Quantidade de sistemas comissionados e pronto para serem entregues
operao
5. Quantidade de sistemas tomados pela operao

Cada relatrio, acima citado, pode ser detalhado em:


Nvel 1: gerente
o Curva-S: um tipo de curva destinado ao acompanhamento peridico de
um determinado servio. formada pelos custos acumulados em cada
unidade de tempo em que o projeto foi divido.
o Acompanhamento do projeto por sistema: exemplificado como os cinco
itens acima citados.
17

o Folha de monitoramento: Este um resumo global com contagens e


grficos de todos os trabalhos pendentes da construo,
comissionamento e at entrega.
Nvel 2: chefes
o Relatrio de pontos: O relatrio mostra que planejado e o que
realizado neste nvel.
o Rastreamento de fornecedores
o Relatrio individual de lderes de projeto
Para evitar os atrasos que ocorrem quando o sistema tem a infelicidade de falhar, as
seguintes diretrizes devem ser implementadas:
Use a boa e velha planilha (Excel);
D prioridade aos andamentos e no aos detalhes do sistema;

2.2.2.2 RESPONSABILIDADES

As equipes de comissionamento so organizadas em trs macros hierarquias, gerncia,


engenharia e operao; cada uma contendo um lder com responsabilidades
diferenciadas. So denominados gerente de comissionamento, engenheiro de
comissionamento e operador especialista de comissionamento, KLM [14].

Gerente de comissionamento: um engenheiro que deve possuir pelo menos 15


anos de conhecimento dos setores operacionais da empresa e j ter participado de
operaes de partida. O gerente responsvel por:
a) Tornar-se o elo entre a contratante (empresa operadora) e contratada (fabricante).
Gerenciar os trabalhos de fabricao, montagem, instalao at finalizao da
partida.
b) Guiar a interao dos processos, conhecer suas necessidades e compartilhar
experincias de liderana;
c) Escrever manuais de operao para os operadores;
18

d) Garantir que o processo est seguro, monitorado, controlado e capaz de atingir o


potencial solicitado;
e) Treinar os operadores para situaes no rotineiras, para que tenham condies de
atender a emergncias;

O engenheiro de condicionamento e comissionamento um profissional com


alguma experincia em desenvolvimento e operao. Contribui para a equipe
orientando tecnicamente os servios, devendo respeitar o papel de superviso dos
supervisores e trabalhar todas as questes relacionadas com as operaes. Ele tambm
acompanha e armazena os dados dos testes de aceitao e desempenho, recomendando
ajustes, se necessrio. Durante a partida responsvel por:
a) Incentivar a comunicao aberta de todos os setores e equipes;
b) Comunicar o incio das operaes aos superiores e supervisores;
c) Garantir o armazenamento seguro dos dados dos testes;
d) Treinar massiamente as equipes, chamando a ateno para situaes de
emergncias, transmitindo experincias;
e) Informar a organizao sobre qualquer mudana operacional ou no processo. Nesse
caso, todos os manuais e instrues de operao devem ser revisados para que no
existam no conformidades.

Operador especialista um profissional com pelo menos 10 anos de experincia


na rea, e j ter participado de um processo de partida. Deve respeitar o papel de
superviso dos supervisores e trabalhar todas as questes relacionadas com as
operaes. Acompanha e registra o teste de aceitao e desempenho. responsvel
por:
a) Desenvolver a comunicao entre os operadores;
b) Registrar o teste de aceitao e desempenho;
c) Garantir que o processo est monitorado e controlado;
d) Treinar os operadores, transmitindo experincias anteriores;
19

e) Comunicar as equipes sobre qualquer mudana e verificar os manuais de operao,


nesses casos.

2.2.3 PREPARAO

Aps a definio do plano de qualidade e do escopo do empreendimento a ser


comissionado deve-se iniciar a organizao das fases seguintes do projeto como
Bendiksen et al 2005 [1]:
A anlise de risco
Aspectos contratuais
Auditoria de sua equipe ou a equipe de empreiteiros
Teste de aceitao de fbrica (TAF) de trocadores conforme pode ser
exemplificado no ANEXO F CHECK LIST DE INSPEO DE FBRICA)
Normas, como normas ASME, Petrobras, etc.

2.2.4 EXECUO

A execuo a fase de maior esforo tcnico. Nela, a literatura recomenda uma


metodologia chamada de ciclo de execuo (vide Figura 4) para controlar suas
atividades, Bendiksen et al 2005 [1].
20

Figura 4 - Ciclo de execuo, Bendiksen et al 2005 [1].

Essa metodologia visa controlar os seguintes itens:


Questes de segurana
Acompanhamento de atividades
Questes de pessoas
Questes tcnicas
Comunicao entre disciplinas, envolvidas na obra.
Recursos
Transportes

2.2.5 DOCUMENTAO E ENTREGA

A fase de documentao no pode ser confundida como a fase em que se inicia a


documentao de um projeto. Na verdade, a documentao deve iniciar e ser
acompanhada desde a fase da concepo do projeto. Portanto, nessa fase que a
21

documentao complementada e ento concluda. Desta complementao pode-se


citar, Bendiksen et al 2005 [1]:
Verificao de documentos as builtados;
Verificao de manuais (acervo impresso e digital);
Manuais de operao;
Treinamentos
Documentos de entrega.
22

CAPTULO 3 TROCADORES DE CALOR E SUAS INSTALAES


TPICAS

Ao longo da vida produtiva de um campo de petrleo ocorre, geralmente, a produo


simultnea de gs leo, e gua, juntamente com impurezas.
Como o interesse econmico somente na produo de hidrocarbonetos (leo e gs),
h necessidade de dotar os campos (martimos ou terrestres) de instalaes destinadas
a efetuar, sob condies controladas, o processamento primrio dos fluidos, ou seja,
Thomas 2001 [6]:
a separao de leo, do gs e da gua com as impurezas em suspenso;
o tratamento ou condicionamento dos hidrocarbonetos para que possam ser
transferidos para as refinarias onde efetuado o processamento propriamente
dito; e
o tratamento da gua para reinjeo ou descarte.

Dependendo do tipo de fluidos produzidos e da viabilidade tcnico-econmica, uma


planta de processamento primrio pode ser simples ou complexa. As mais simples
efetuam apenas a separao gs/leo/gua, enquanto as mais complexas incluem o
condicionamento e compresso do gs, tratamento e estabilizao do leo e tratamento
da gua para reinjeo ou descarte, Thomas 2001 [6].
Toda planta possui capacidade nominal de processamento, projetada em funo do
estudo de diversos parmetros do campo produtor.
A produo de leo offshore pode ser transportada para terra diretamente por
oleoduto ou pode ser temporariamente armazenada em tanques. Quando a soluo de
tanques adotada, freqentemente um petroleiro reformado e equipado para poder
ser conectado aos poos. O petrleo acumulado at que haja uma quantidade
suficiente para carregar um petroleiro. Algumas FPSOs (Unidade Flutuante de
Produo, Armazenagem e Descarregamento) j realizam um pr-processamento do
leo. Processos como separao de leo, gs e gua.
23

A mistura trifsica de leo, gs e gua proveniente dos poos submarinos remotos


coletada e aquecida antes da separao do gs, do leo e da gua para a produo de
leo estabilizado para armazenamento presso atmosfrica. Esta energia trmica
fornecida atravs da troca de calor entre gua produzida quente e o petrleo bruto
estabilizado, e suplementada com o meio para aquecimento do sistema.

3.1 Importncia dos sistemas de aquecimento em plataformas

O aquecimento de fluidos em plataformas com processamento primrio se faz


necessrio face s seguintes razes:
Aquecimento do leo para aumentar a velocidade de quebra da emulso
(tratamento e separao do leo);
Regenerao de produtos que fazem parte do processamento do gs
Aquecimento de fluidos para utilidades.

O equipamento responsvel pelo fornecimento de energia ao fluido so os trocadores


de calor.

3.2 Trocador de calor

O trocador ou permutador de calor est presente em estaes de produo de leo


terrestre, em plataformas, em refinarias e at em terminais que cuidam da logstica de
transporte petrleo e seus derivados.
Os trocadores de calor tm a funo trocar energia trmica entre fluidos de diferentes
temperaturas e so normalmente classificados de acordo com o tipo de construo e
arranjo do escoamento.
Dentre uma gama de geometrias de trocadores de calor, o presente trabalho abordar
apenas o estudo de trocadores de calor do tipo casco-tubo (shell and tube), pois um
dos mais usados na indstria petrolfera nacional. Este trocador constitudo por um
24

conjunto de tubos envolto por um casco (shell) no qual um fluido circula no interior de
tubos (fluido primrio) enquanto outro fluido (fluido secundrio) escoa entre as partes
externa dos tubos e o casco, conforme ilustrado na Figura 5.

Figura 5 Esquema do trocador de calor casco e tubo, Emerson [17].

Atravs da Figura 5 tambm possvel perceber que o trocador de calor possui um


passe (trajeto) no casco e quatro passes pelos tubos (dois passes por tubo em U).
No caso de um fluido muito viscoso, como o petrleo, e o outro pouco viscoso, como
o vapor dgua, comum que o fluido mais viscoso escoe pelo casco.

3.2.1 Instalaes

O trocador de calor do tipo casco-tubos composto de:

Feixe tubular;
Casco; e
Cabeotes.

A Figura 6 detalha os componentes do trocador de calor do tipo casco-tubos.


25

Figura 6 - Vista explodida de trocador de calor do tipo casco-tubos, Trocalor [8].

3.2.1.1 Feixe tubular

O feixe tubular um conjunto de tubos fixados em suas pontas em espelhos,


conforme a Figura 7. Os espelhos so placas planas furadas que tamponam as
aberturas do casco cilndrico e fixam os tubos. Estas fixaes podem ser atravs de
mandrilagem, solda, ou ambos.

Figura 7 Feixe tubular de um trocador de calor industrial. Fotografia tirada pelo autor no campo.
26

Transversalmente ao feixe de tubos, so montadas as chicanas (vide Figura 6)


de modo a proporcionar um fluxo para grande troca de energia e sirva de suporte para
o feixe de forma a evitar vibraes, GEA do Brasil [7]. A Figura 6 tambm mostra
estes feixes em detalhes.

3.2.1.2 Casco

O casco composto de um cilindro que pode ser ou no soldado nos flanges


ou nos prprios espelhos. Este ainda pode conter junta de expanso para o caso do
diferencial de dilatao trmica ser muito elevado. A Figura 6 ilustra o casco de um
trocador de calor.

3.2.1.3 Tampa

A tampa ou cabeote (vide Figura 8) tem a funo de receber e distribuir um


fluido pelos tubos. O cabeote permite que o fluido quente (vapor) escoe, de uma das
pontas do tubo em U para a outra, e fornea calor ao fluido frio.
27

Figura 8 Cabeote de um trocador de calor casco-tubo retirado para manuteno. Fotografia tirada pelo autor
no campo.

Aps trocas trmicas, o cabeote recebe, em outra cmara, o condensado. A Figura 5


ilustra o caminho do vapor ou fluido primrio enquanto a Figura 9 mostra a parte
interna de um cabeote real.
28

Figura 9 Detalhe interno do cabeote ilustrando a diviso das cmaras de distribuio do fluido primrio.
Fotografia tirada pelo autor no campo.

3.2.2 Incrustao

A deposio de materiais indesejveis como produtos de corroso, microorganismos,


partculas inorgnicas e macromolculas, nas superfcies dos equipamentos de
transferncia de calor, caracterizam o fenmeno chamado incrustao. Na indstria de
processo, a incrustao uma das maiores incertezas associadas com a operao e
manuteno de trocadores. Uma vez iniciada a operao, inicia-se o processo de
incrustao no equipamento. Sob estas condies, os desempenhos trmicos e
hidrulicos destes equipamentos diminuem continuamente com o tempo.
Existem vrios mecanismos responsveis pelo problema da incrustao, dentre estes se
destacam, Sigwalt 2002 [10]:
1. Sedimentao de slidos em suspenso. Este mecanismo causado pela ao da
fora da gravidade sobre as partculas suspensas no meio fluido.
2. Cristalizao/Solidificao. Hidrocarbonetos de origem parafnica e quando
resfriados tendem a depositar cristais na superfcie fria do trocador de calor. Para
que a cristalizao inicie, um grau de supersaturao para a soluo requerido
antes que a precipitao ocorra.
29

3. O efeito da solubilidade causando deposio/precipitao. O petrleo apresenta em


sua constituio uma mistura de vrios componentes dispersos. O que o torna
estvel o equilbrio de solubilidade entre todos estes componentes. Uma mudana
neste equilbrio pode causar a precipitao de um ou mais componentes levando
formao da incrustao.
4. Agregao/Floculao. Na composio do petrleo, molculas de asfaltenos esto
presentes. A diminuio da polaridade no meio do leo causa a agregao e a
floculao destes componentes.
5. Efeito coloidal. Este efeito resultado da combinao de asfaltenos floculados e
das resinas presentes no leo.
6. Reaes Qumicas. Este mecanismo geralmente nos leva a incrustao por corroso
e por polimerizao.
7. Crescimento Biolgico. Este mecanismo pode ser descrito como o crescimento de
micro e macroorganismos (bactrias, fungos ou algas), aerbios e anaerbios, na
superfcie de transferncia de calor. A preferncia pela bactria em se fixar na
superfcie do tubo deve-se ao fato de que o material da superfcie passa a ser uma
fonte de nutrientes.
8. O efeito interfacial. O processo de incrustao pode ser dividido em duas fases: o
perodo de induo e o perodo de incrustao. Pesquisas atuais tm sido feitas no
sentido de avaliar a influncia da fora de adeso do cristal com a superfcie de
transferncia de calor. A anlise e o entendimento desta fora tm ajudado a
aumentar o perodo de induo, o qual pode ser caracterizado como o perodo em
que a variao da resistncia da incrustao desprezvel.

Conforme a literatura Butterworth 2002 [11], quanto maior a velocidade do leo


dentro do trocador de calor menor ser a resistncia trmica devido incrustao.
Assim, a incrustao torna-se uma restrio para o sistema de controle que dever
manter o perfil de temperatura para velocidades mais altas do leo.
30

3.3 Sistema de aquecimento para tratamento de leo

Como qualquer planta em plataforma, o sistema de produo tem uma capacidade total
limitada: para leo, gs e de gua produzida.
O sistema de tratamento do leo compreendido por dois trens da separao:
O trem de produo, que possui dois estgios: para aquecimento um pr-
aquecedor de leo/gua e aquecedor de leo/leo.
O trem de teste, que possui apenas um estgio de aquecimento: o aquecedor de
teste que tem como fonte de calor a gua quente.
Em ambos os sistemas de pr-aquecimento, o leo cru pode ser aquecido de 36C a
90C. O Trem de teste opera tambm como produo, ou seja, a sua capacidade pode
ser adicionada para incrementar a produo.
O fluido proveniente do poo passa atravs dos Separadores de Produo/Teste que
separam o leo, o gs e a gua produzida. A fase rica em leo aquecida at 140C no
aquecedor do desidratador do leo que usa a gua quente como o meio de
aquecimento. Depois o leo cru enviado para o Vaso de Flash do desidratador que
permite a separao do gs produzido e estabiliza o leo. O leo aquecido at 140C,
antes do leo entrar no desidratador eletrosttico. O leo estabilizado e desidratado
enviado ao Sistema de Medio Fiscal de leo Cru, sendo antes resfriado. O
resfriamento final ento feito num resfriador de leo, que abaixa a temperatura a
menos que 50C, para permitir o armazenamento do leo nos tanques de carga. O
fluxo de leo, no processo de tratamento, pode ser elucidado conforme a Figura 26 do
ANEXO A DESENHOS, DIAGRAMAS.

Sistemas de injeo qumica para inibio de incrustao, anti-espumante e


desemulsificante so fornecidos na entrada dos trens de produo. O separador de teste
possui uma bomba que possibilita que opere a baixas presses nas operaes de
auxilio a partida e interveno nos poos.
O sistema operacional de recebimento e tratamento de leo compreendido pelos
equipamentos, conforme a Tabela 1.
31

Tabela 1 Sistemas auxiliares do tratamento de leo.

LANADORES DE PIG
RECEPTOR DE PIG
PR-AQUECEDOR LEO/LEO
PR-AQUECEDOR LEO/GUA
SEPARADOR DE PRODUO
AQUECEDOR DE TESTE
SEPARADOR DE TESTE
MEDIO FISCAL
AQUECEDOR DO DESIDRATADOR DE LEO
VASO DE FLASH DO DESIDRATADOR DE LEO
DESIDRATADOR DE LEO
RESFRIADOR DE LEO
BOMBA DO SEPARADOR DE TESTE

3.4 Operao dos aquecedores/resfriadores

Os permutadores de calor de leo/gua operam simultaneamente, 2 x 50%. Sua funo


recuperar o calor produzido depois do tratamento da gua produzida nos
hidrociclones e pr-aquecer a alimentao da mistura trifsica no header de produo.
A temperatura na sada dos permutadores de calor de leo/gua depende da quantidade
de gua produzida, que varia de acordo com a curva de produo. A Tabela 2 mostra
um exemplo de estrutura de dados resumido de trocadores de calor do tipo casco e
tubos. Um exemplo de folha de dados de trocadores de calor pode ser visto na Figura
31 do ANEXO A DESENHOS, DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS.

Tabela 2 Dados de trocadores de calor do tipo casco e tubos.

Lado do casco Lado dos tubos


32

Entrada Sada Entrada Sada


Fluido leo estabilizado / leo cru leo cru / gua quente
Vazo (kg/h)
Temperatura de op. (C)
Presso de op. (kPa)
Temperatura de proj. (C)
Presso de proj. (kPa)
Troca trmica (W)

Portanto, os permutadores devem ser dimensionados para atender os seguintes casos:


Caso em que o BSW (Basic Sediment and Water quantidade de gua no leo)
seja 0% e os pr-aquecedores no operem: Os aquecedores so projetados para,
em carga mxima, provocar o aumento de temperatura no leo necessrio,
supondo que os pr-aquecedores estejam fora de operao.
Caso em que os pr-aquecedores operem em carga mxima e os aquecedores
em carga mnima: Os aquecedores tambm so projetados para operar com
metade de sua carga caso os pr-aquecedores operem em plena carga.
O controle de temperatura nestes permutadores feito atravs de uma vlvula de
controle que by-pass os permutadores de calor, controlando a vazo de entrada do
leo quente estabilizado, de acordo com a temperatura de sada do leo cru (vide
Figura 28).
J os trocadores gua quente controlam a temperatura de sada do leo atravs de
uma vlvula de controle de fluxo da gua atravs do trocador (vide Figura 29).

3.5 Instrumentao e equipamentos de trocadores de calor

Os trocadores de calor so equipamentos que associados a outros equipamentos e


instrumentos desempenham a nobre funo de controlar a temperatura de fluidos. Da
33

mesma forma que existem variados tipos de trocadores h diversos arranjos de


equipamentos de controle e instrumentao.
A Figura 10 mostra um arranjo simples de instrumentao para controle e
monitoramento de trocador de calor por by pass. Este arranjo visa controlar a
temperatura do leo a ser aquecido atravs do desvio de leo (de aquecimento) que
passa atravs do trocador. O arranjo conta com uma vlvula de controle, um
controlador de temperatura e um transmissor de temperatura. medida que a
temperatura ultrapassa uma referncia, a vlvula aumenta sua abertura para by
passar o leo quente que trocar calor com o leo a ser aquecido. Da mesma forma,
caso a temperatura esteja abaixo de uma referncia vlvula dever evitar o by
passe, permitindo que o leo quente passe atravs do trocador e aumente a
temperatura do leo a ser aquecido.

TT

PT

Figura 10 - Arranjo bsico de instrumentao para trocador de calor do tipo casco e tubos de controle por by
pass.

Outro arranjo de controle que pode ser encontrado em plantas de plataforma est
representada conforme a Figura 11. Este arranjo compensa a temperatura de sada do
leo aumentando ou diminuindo o fluxo de gua quente dentro do trocador, j que o
fluxo de leo no controlado. Para incrementos de temperatura no leo aumenta-se o
fluxo de gua quente com o aumento da abertura da vlvula. Para decrementos de
temperatura basta diminuir a abertura da vlvula.
34

PT TT

Figura 11 - Arranjo bsico de instrumentao para trocador de calor do tipo casco e tubos de controle direto de
gua aquecida.

Vlvulas de segurana e alvio controlam a presso a montante abrindo-se


automaticamente, quando essa presso ultrapassar um determinado valor para o qual a
vlvula foi calibrada (presso de abertura da vlvula). A vlvula de segurana pode ser
usada tanto no circuito do fluido quente quanto do frio e pode ser vista na Figura 12.

Figura 12 - Vlvula de segurana (PSV), Ribeiro 2005 [18] Figura 13 - Vlvula de controle, Masoneilan [13].
35

Para atuao, o elemento final de controle mais utilizado na indstria a vlvula de


controle. Basicamente, a vlvula de controle uma vlvula capaz de variar a restrio
ao escoamento de um fluido em resposta a um comando recebido na forma de um sinal
padro (vide Figura 13).

Em geral, o movimento da haste da vlvula obtido pelo balano entre duas foras: a
tenso de uma mola ligada haste (funo da posio da haste), e a fora exercida
sobre um diafragma na cabea da vlvula (funo da presso de ar na cabea da
vlvula). O comando da vlvula feito pela variao da presso de ar fornecido
vlvula.
Atualmente, comum encontrar vlvulas com posicionadores eletropneumticos, que
permitem que o sistema de controle envie um sinal de 4 a 20 mA diretamente para a
vlvula. Em outros sistemas, o sinal eletrnico deve ser convertido em um sinal
pneumtico por meio de um conversor I/P.
Um dos aspectos importantes na especificao de uma vlvula de controle a sua
posio de falha, ou seja, sua posio na ausncia do sinal de controle externo. Esta
especificao geralmente ditada pela segurana do processo. Em algumas aplicaes,
como no suprimento de gua quente para um trocador, desejvel que a vlvula feche
na falta de um sinal de comando: esta vlvula chamada de falha-fecha, ou ar-para-
abrir. Em outras situaes, a segurana do processo exige a abertura da vlvula em
caso de falha do sistema: falha-abre, ou ar-para-fechar.
O tamanho da vlvula normalmente dado por um coeficiente de tamanho, Cv. Este
coeficiente determinado experimentalmente pela passagem de fluido pela vlvula.

A Figura 14 mostra as caractersticas das vlvulas.


36

Figura 14 - Caractersticas de vazo de vlvulas, Masoneilan [13].

O trocador tambm conta instrumentos puramente mecnicos como manmetro (vide


Figura 15) e termmetros. As caractersticas bsicas para dimensionamento de so as
seguintes:
1. Dimetro nominal do visor;
2. O valor de trabalho da varivel deve trabalhar entre 40 e 70% da escala do
instrumento.
3. Instalaes onde h vibrao recomenda-se preencher o visor com glicerina.
4. Instalaes onde h ambiente corrosivo recomenda-se usar de material inox.

Figura 15 Manmetro, Ribeiro 2005 [18].


37

O sistema trmico tambm conta com transmissores para controle e monitoramento de


presso e temperatura (Figura 16)

Figura 16 - Termoelemento e transmissor de temperatura, Ribeiro 2005 [18].


38

CAPTULO 4 MODELO DE CONDICIONAMENTO E


COMISSIONAMENTO DE TROCADOR DE CALOR DO TIPO CASCO
E TUBOS

O captulo aborda normas, procedimentos e boas prticas para o correto


condicionamento e comissionamento nas reas de mecnica, instrumentao e
automao. Alm deste, exemplifica boas parte dos documentos utilizados no processo
de comissionamento de trocadores de calor do tipo casco e tubos.

4.1 - INTRODUO

Conforme as definies do item 2.1 DEFINIES, o trabalho de condicionamento/


comissionamento de um empreendimento est apoiado no pilar do conhecimento de
normas e na experincia de tcnicos e engenheiros. Essas normas envolvem as
fronteiras do empreendimento (normas externas, no caso deste trabalho, a norma
TEMA para construo de trocadores de calor) e das corporaes (normas internas, no
caso deste trabalho, a norma da Petrobras N-466), que esto contratando os servios.
Servios de condicionamento e comissionamento exigem experincia de equipe de
tcnicos e engenheiros envolvidos (vide Figura 17).
39

Conhecernormasepadressobreo
empreendimento(ASME,ANSI,NR,TEMA,ISA,ABNT)

Conhecernormasda Conhecero
Tcnicoseengenheiros
empresa(Normas empreendimento(ETs,
devempossuir
internaspetrobras, MDs,FDs,DEs,LIs,
experinciamnima
e.g.,N466ouN2511 etc.)

Iniciar
condicionamentoe
comissionamentodo
emprendimento

Figura 17 - Requisitos para condicionar e comissionar empreendimentos.

O presente trabalho aborda os aspectos tcnicos das reas de: mecnica (construo e
montagem de trocadores de calor do tipo casco e tubos); de instrumentao
(dispositivos de segurana e transmissores); e de automao (superviso e malhas de
controle). As instalaes eltricas no fazem parte do escopo deste trabalho.
A estrutura de condicionamento e comissionamento proposta pode ser vista conforme
a Figura 18.
40

Condicionamentoe
comissionamentode
trocadordecalor

Instrumentaoe
Mecnica
automao

Verificaodo
Recebimentode
planejamentode
instrumentos
fabricao

Calibraodos
Transporteaocampo
equipamentos

Checklistdesinais Recebimento

Simulaodefalhas Testeafrio

Testedecontrole

Figura 18 - Estrutura de condicionamento/comissionamento de trocador de calor.

4.2 CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO: MECNICA

Os trocadores de calor so considerados vasos de presso, pois estes so reservatrios


no sujeitos chama, que contenham qualquer fluido em presso manomtrica igual
ou superior a 103 kPa (1,05 kgf/cm2) [27]. As normas referentes a vasos de presso
tambm devem ser observadas na construo desses equipamentos.
Segundo a NR 13 [25], todo vaso de presso deve possuir, no estabelecimento onde
estiver instalado, a seguinte documentao devidamente atualizada:
41

a) Pronturio do Vaso de Presso, a ser fornecido pelo fabricante, contendo as


seguintes informaes:
Cdigo de projeto e ano de edio;
Especificao dos materiais;
Procedimentos utilizados na fabricao, montagem e inspeo final e
determinao da PMTA;
Conjunto de desenhos e demais dados necessrios para o monitoramento da sua
vida til;
Caractersticas funcionais;
Dados dos dispositivos de segurana;
Ano de fabricao;
Categoria do vaso.
b) Registro de Segurana, em conformidade com o subitem 13.6.5 [25];
c) Projeto de Instalao, em conformidade com o item 13.7 [25];
d) Projetos de Alterao ou Reparo, em conformidade com os subitens 13.9.2 e
13.9.3 [25];
e) Relatrios de Inspeo, em conformidade com o subitem 13.10.8 [25].

4.2.1 Planejamento

4.2.1.1 Condicionamento Inspeo na Fbrica

A equipe de inspeo de fabricao deve verificar se os planos de fabricao de cada


etapa e inspeo correlacionada foram planejados pelo fabricante (vide ANEXO B
PLANOS DE FABRICAO). Os trocadores de calor devem ser projetados de acordo
com as normas PETROBRAS N-253 [27], N-268 [30] e N-466 [23], o cdigo ASME
Section VIII, Division 1 [apud 23], e a norma Standards of Tubular Exchanger
Manufacturers Association TEMA [24], classe R. As classes B e C da TEMA s
podero ser utilizadas com permisso da PETROBRAS [23]. Todos os trocadores
42

devem ter uma placa de identificao conforme a norma PETROBRAS N-2159 [apud
23], contendo dentre outras informaes (vide Figura 32 do ANEXO A
DESENHOS, DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS):
Identificao do equipamento de acordo com N- 1521 [28];
Normas de projeto;
Temperatura e presso de projeto (casco / tubo);
Sobrespessura de corroso (casco / tubo);
Presso mxima admissvel de trabalho (casco / tubo);
Presso hidrosttica (casco / tubo);
Temperatura mnima de operao (casco / tubo);
Nmero de srie
Identificao do fabricante.

4.2.1.1.1 Seleo do material de fabricao

Os permutadores de calor das classes R, B e C possuem casco e tubo fabricados com


material anti-chamas. Os da classe R so preparados para uso severo na indstria de
petrleo. Os de classe B so preparados para uso severo na indstria qumica. Os da
classe C so preparados para uso moderado na indstria em geral [24]. No
permitido o uso do casco tipo TEMA F [apud 23] (com 2 passes no casco) nos casos
em que: a variao de temperatura no lado do casco for superior a 190 C; ou, a perda
de presso no lado do casco for superior a 49 kPa.

4.2.1.1.2 Flanges e espelhos

Existem trs tipos de flanges e podem ser diferenciados pelo material de fabricao ou
pela classe de presso mais adequada para sua utilizao. O flange de pescoo
(welding neck), de ao forjado, admitido para qualquer classe e dimetro. O flange
sobreposto (slip-on), de ao forjado, admitido para as classes 150, 300 e qualquer
dimetro padronizado, porm limitado at 400 C. O flange tipo sobreposto no
43

deve ser usado quando a sobreespessura para corroso for superior a 3 mm. Os flanges
tipo anel (ring type), de ao forjado, laminado a quente, sem costura, ou
fabricados a partir de chapa ou de barra rolada, devem ser selecionados pela presso de
projeto conforme os itens:

4.2.1.1.3 Casco e tubo

Como regra geral, os tubos devem ser expandidos e mandrilados nos furos dos
espelhos. As extremidades dos tubos devem ultrapassar em 3 mm a superfcie do
espelho exceto nos trocadores verticais onde as extremidades dos tubos devem facear a
superfcie do espelho superior. Deve haver, no mnimo, 2 rasgos de mandrilagem, no
metal-base em cada furo do espelho, com aproximadamente 3 mm de largura e 0,4 mm
de profundidade. No caso de espelho cladeado deve haver mais 1 rasgo de
mandrilagem, feito no clad. Para a ligao tubo-espelho por mandrilagem, o
revestimento metlico deve ter uma espessura mnima de 9 mm, para conter
integralmente o terceiro rasgo de mandrilagem dos tubos. A distncia mnima entre o
bordo do rasgo e a face externa do revestimento deve ser de 3 mm.
A mandrilagem no deve ser usada nos seguintes casos: servio de classe de presso
igual ou maior que 600; servio com fluido letal, em somente um dos lados (lado do
casco ou lado dos tubos), com presso de operao superior presso de operao do
outro fluido; servio cujo vazamento seja inadmissvel (exemplos: H2 e H2S), em
somente um dos lados (lado do casco ou lado dos tubos), com presso de operao
superior presso de operao do outro fluido (servio).
Os tubos em U devem ser preferencialmente inteiros. Admite-se emendas
circunferncias, quando previamente aprovadas pela PETROBRAS, observando-se
uma distancia mnima de 500 mm em relao ao incio da curvatura, ou uma distncia
maior, considerando o dispositivo utilizado para o curvamento dos tubos de forma a
no tensionar a regio soldada.
obrigatria a colocao de olhais de suspenso no carretel, no tampo do carretel,
tampo do casco e tampo flutuante, conforme a norma PETROBRAS N-2159 [apud
44

23]. Quando houver isolamento trmico, os olhais devem ter um comprimento


suficiente para no interferir no isolamento. Os olhais devem ser colocados de forma
que a pea seja suspensa a prumo. Em espelhos com revestimento anticorrosivo, os
furos dos olhais devem ficar na periferia, fora do revestimento.

4.2.1.1.4 Soldas

As soldas de quaisquer partes, independentemente do material, espessura ou servio,


devem ser 100 % radiografadas antes de qualquer deformao severa (relao entre a
espessura e o raio local superior a 5 %), por meio de quaisquer processos, tais como:
rebordeamento, prensagem e calandragem. Aps a deformao, as soldas e as reas
mais solicitadas devem ser examinadas por meio de partculas magnticas ou lquido
penetrante, antes da realizao de qualquer operao subseqente (vide Figura 50e
Figura 51). As soldas usadas no fechamento de furos-guia, no centro de tampos
conformados, devem ser totalmente radiografadas. No caso de ensaio radiogrfico por
amostragem (spot), deve ser inspecionado preferencialmente, o cruzamento de
soldas, visando atingir todos os soldadores e operadores de soldagem e a maior
quantidade de posies de acesso difcil [30].

4.2.1.1.5 Ensaios no destrutivos

Os ensaios no-destrutivos previstos para a junta soldada devem ser refeitos, nos casos
de reparo ou alterao das juntas. No caso de restabelecimento de espessura do metal-
base atravs de solda, devem ser executados os ensaios no-destrutivos previstos na
cdigo ASME Section VIII [apud 30]. Deve ser realizado ensaio visual e ensaio de
lquido penetrante ou partculas magnticas nas superfcies sob soldas provisrias,
aps a remoo das soldas. Estas superfcies devem ficar isentas de: mordeduras,
remoo incompleta da solda e defeitos inaceitveis para as soldas das partes
submetidas presso. Caso haja reduo de espessura, o ultra-som deve ser utilizado
para medir a reduo e o valor obtido deve obedecer seguinte condio: Espessura
45

medida espessura de projeto, ou; Espessura medida (Espessura nominal a


tolerncia de fabricao da chapa).

4.2.1.1.6 Inspeo de montagem

Aps a fabricao, deve ser realizada inspeo dimensional completa no trocador de


calor.

4.2.1.1.7 TRANSPORTE E ENTREGA

Todos os equipamentos e partes independentes que forem entregues desmontadas


devem ter uma marcao feita com tinta e com letras de 40 mm de altura, no mnimo,
na prpria pea ou na embalagem. Esta marcao deve conter, no mnimo, as seguintes
informaes:
a) identificao do equipamento;
b) nome do fabricante;
c) nmero da Autorizao de Fornecimento de Material - AFM;
d) indicao das peas ou da parte do equipamento no caso de entrega de
equipamentos desmontados (para esta indicao, deve ser adotado o mesmo critrio de
numerao das peas dos desenhos de fabricao);
e) indicao do lado superior da pea ou da direo Norte de projeto, todas as vezes
que for possvel, por engano, montar a pea em posio invertida (no caso das peas
ou partes de equipamentos desmontados).
Nota: Em todos os equipamentos e partes que tenham sofrido tratamento trmico de
alvio de tenses e nos quais, portanto, no deve ser feita nenhuma solda no campo,
deve haver ainda um letreiro em local bem visvel com os dizeres: NO SOLDAR.
Todas as peas pequenas, tais como parafusos, porcas, estojos, juntas, flanges e
borbulhadores, devem ser devidamente encaixotadas. Deve ser colocada uma lista do
contedo dentro da embalagem e uma cpia da lista deve ser enviada em separado.
46

As bandejas devem ser protegidas contra danos. No deve ser feito o empilhamento
face a face das bandejas que possuem vlvulas ou borbulhadores instalados, para evitar
que ocorra entrelaamento.
Os equipamentos ou partes construdas de chapas finas ou que de qualquer forma
possam sofrer deformaes no transporte ou manuseio, devem ser contraventados ou
escorados devidamente. As arestas de chapas com chanfro para solda, faces de flanges,
outras superfcies usinadas, devem ser recobertas com compostos especiais contra a
corroso e protegidas por barras, chapas de ao ou peas em madeira, firmemente
presas, contra danos mecnicos. As roscas de parafusos e de outras peas tambm
devem ser recobertas com compostos contra a corroso.
Como procedimento comum, no pedida ao fabricante nenhuma pintura do
equipamento. Quando, entretanto, for pedida pintura, fazer a pintura rigorosamente
como discriminado em cada caso. Os equipamentos devem ser adequadamente
calados e fixados no veculo transportador. As peas calandradas ou conformadas
devem ser caladas de forma a no se deformarem no transporte.

4.2.2 Preparao

A equipe de recebimento deve verificar se o equipamento foi projetado de acordo com


as normas exigidas e se as correes nas fundaes foram finalizadas. Deve ser
reservado um vazio de um metro, alem do comprimento do tubo, na frente do trocador,
para permitir a movimentao dos tubos nos casos de inspeo e manuteno [36]. Os
vasos de presso devem ser submetidos a inspees de segurana inicial, peridica e
extraordinria. A inspeo de segurana inicial deve ser feita em vasos novos, antes de
sua entrada em funcionamento, no local definitivo de instalao, conforme a norma
regulamentadora n 13 (NR-13) [36].
47

4.2.2.1 Fundaes

Deve ser verificado o relatrio contendo a locao e dimenses reais da base, emitido
pela executante da base, para constatar se os dados do relatrio atendem s
especificaes do projeto, dentro das tolerncias da norma PETROBRAS N-1644
[apud 32]. Deve ser verificado se as referncias nvel e de coordenadas da rea onde o
equipamento montado esto corretas, de acordo com a norma PETROBRAS N-1644
[apud 32] Deve ser feita a limpeza das luvas dos chumbadores, e a proteo dos
chumbadores contra a corroso e danos mecnicos.
O nivelamento da superfcie da base deve ser executado atravs da colocao de
calos, de chapa ou barra de ao, assentados sobre a mesma. Os calos devem ser
dimensionados e espaados de modo a suportar o equipamento, levando-se em conta
os requisitos de normas (vide ANEXO C ORIENTAO PARA
DIMENSIONAMENTO DOS CALOS DO TROCADOR).

4.2.2.2 Armazenamento de materiais

Caso as peas no estejam acondicionadas e protegidas, devem ser providenciados


acondicionamento e proteo para armazen-las. Os flanges devem estar com suas
faces devidamente protegidas contra danos mecnicos e corroso, por meio de
revestimento adequado e por meio de uma cobertura de madeira. As peas pequenas,
tais como: parafusos, porcas, grampos, estojos, arruelas e juntas devem ser
acondicionadas em caixas e ficar em lugar abrigado das intempries. As roscas devem
ser previamente protegidas contra a corroso. As bandejas devem ser protegidas contra
danos. No deve ser permitido o empilhamento face a face das bandejas com vlvulas
ou borbulhadores instalados, para evitar que ocorra entrelaamento. As chapas, as
sees e os equipamentos recebidos prontos devem ser armazenados apoiados em
calos adequados, a uma distncia mnima de 300 mm do solo, e no devem ser
deixados de maneira a permitir empoamento, permanecendo devidamente estaiadas.
As chapas de reforo dos bocais devem ser armazenadas solidrias ao bocal. Os
48

consumveis para soldagem devem ser armazenados de acordo com a norma


PETROBRAS N-133 [29].
Quando a partida do trocador no for imediata, como por exemplo, cerca de 60 dias
aps sua instalao; o equipamento deve ser estocado seco, coberto e livre de
incrustaes. Drene e seque o permutador antes da pressurizao do casco e do tubo
com nitrognio seco, a 0,5 bar. Nesse caso, a temperatura ambiente no pode
ultrapassar 50C, devido ao risco de exploso. necessrio que seja instalada uma
placa visvel com esse alerta [36]. A presso interna (0,5 bar) e as vedaes devem ser
verificadas e monitoradas pelo responsvel do estoque, todo ms. Utilize a soluo
sabonada na verificao das juntas de vedaes.
A etapa despressurizao do gs inerte para iniciar o Start up iniciar com a
abertura dos purgadores e drenos correspondentes. A reduo de presso deve ser
controladas e adequada. Somente aps a total despressurizao que os flanges
podero ser removidos.

4.2.2.3 Exigncias da NR 13

A inspeo de segurana inicial deve ser feita em vasos novos, antes de sua entrada em
funcionamento, no local definitivo de instalao, devendo compreender exame
externo, interno e teste hidrosttico (ANEXO D EXEMPLOS DE PONTOS DE
VERIFICAO DO TESTE HIDROSTTICO SIMPLIFICADO), considerando suas
limitaes. As vlvulas de segurana dos vasos de presso (PSV) devem ser
desmontadas, inspecionadas e recalibradas por ocasio do exame interno peridico. A
inspeo de segurana peridica, constituda por exame externo, interno e teste
hidrosttico, devendo obedecer aos seguintes prazos mximos:

a) para estabelecimentos que no possuam servio prprio de inspeo de


equipamentos:
49
Tabela 3 Prazos de inspeo sem servio prprio [25].

b) para estabelecimentos que possuam servio prprio de inspeo de equipamentos:

Tabela 4 Prazos de inspeo com servio prprio [25].

Vasos de presso que no permitam o exame interno ou externo por impossibilidade


fsica devem ser alternativamente submetidos a teste hidrosttico, considerando-se as
limitaes previstas nas inviabilidades tcnicas:
a) resistncia estrutural da fundao ou da sustentao do vaso incompatvel com o
peso da gua que seria usada no teste;
b) efeito prejudicial do fluido de teste a elementos internos do vaso;
c) impossibilidade tcnica de purga e secagem do sistema;
d) existncia de revestimento interno;
e) influncia prejudicial do teste sobre defeitos subcrticos.
50

Quando for tecnicamente invivel a execuo do teste hidrosttico, ele pode ser
substitudo por outra tcnica de ensaio no-destrutivo ou inspeo que permita obter
segurana equivalente. A alternativa deve ser mencionada no Registro de Segurana.

Vasos com enchimento interno ou com catalisador podem ter a periodicidade de


exame interno ou de teste hidrosttico ampliada, de forma a coincidir com a poca da
substituio de enchimentos ou de catalisador, desde que esta ampliao no ultrapasse
20 (vinte) por cento do prazo estabelecido nas tabelas, conforme a Tabela 3 e Tabela 4.
Vasos com revestimento interno higroscpico devem ser testados hidrostaticamente
antes da aplicao do mesmo, sendo os testes subseqentes substitudos por tcnicas
alternativas.

A inspeo de segurana extraordinria deve ser realizada se:


a) sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrncia que comprometa
sua segurana;
b) quando o vaso for submetido a reparo ou alteraes importantes, capazes de alterar
sua condio de segurana;
c) antes de o vaso ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por
mais de 12 (doze) meses;
d) quando houver alterao do local de instalao do vaso.

4.2.2.3.1 Inspeo e complementao mecnica

Para as partes pressurizadas, incluindo as partes soldadas s mesmas, e as partes de


sustentao fabricadas de chapas e de tubos (exemplos: saia e colunas), deve ser
verificado se os certificados de material esto de acordo com as respectivas
especificaes, ASME Section VIII, Division 1 [apud 32] e se os materiais esto
perfeitamente identificados no desenho. Devem ser verificados por ensaio visual todos
os materiais, sees e equipamentos empregados.
51

A Complementao Mecnica a inspeo realizada num conjunto de equipamentos


(assessrios) para verificar se eles esto montados de acordo com o projeto, liberando
assim o conjunto para o inicio dos testes a frio.

4.2.2.3.2 Teste hidrosttico no local de instalao

O procedimento tambm chamado de Teste de Presso Simplificado. uma


complementao do teste executado na fbrica e serve para verificar, por ensaio visual,
vazamentos na regio de mandrilagem e dispositivos de vedao, provocados por
possveis danos de transporte e montagem. Todos os procedimentos de ensaio devem
ser qualificados por profissional nvel 3 de acordo com a norma de projeto, fabricao,
construo e montagem e as evidncias da qualificao devem estar disponveis para
apreciao da PETROBRAS [33]. O teste hidrosttico deve ser executado em todos os
trocadores. No caso de bateria de trocadores, prefervel que cada equipamento seja
testado em separado. Caso seja necessrio remandrilagem de tubos (ver item 8.13
[apud 32]), executar o novo teste somente aps a remandrilagem. Se no ocorrer
vazamento, o teste considerado aceito e terminado.
Antes de iniciar o teste hidrosttico, as seguintes providncias devem ser tomadas:
Os acessrios e instrumentos sensveis mudana brusca de presso devem ser
retirados, tamponados ou seus respectivos respiros abertos. Entre eles esto inclusos:
Analisadores;
Medidores de fluxo;
Alarmes de nvel de fluidos;
Sensores com diafragma;
Vlvulas de controle de presso;
Limitadores de presso;
Vlvulas de segurana;
Sensores, indicadores e transmissores de presso;
Sensores que atuam com turbinas.
Aps o teste o esses pontos devem ser completamente drenados.
52

Verificar para qual situao os espelhos e o tampo flutuante do trocador foram


projetados:

a) se foram projetados para a presso diferencial, no devem ser usados os esquemas


apresentados na norma N-269 [32] e deve ser estudado cada caso em particular;
b) se no foram projetados para a presso diferencial, seguir o procedimento 1. Se
necessrio, utilizar o procedimento 2.

Se ocorrer algum tipo de vazamento aps um dos procedimentos:


a) vazamento somente em junta de vedao externa: pode-se substituir a junta, desde
que s haja desmontagem das partes que a junta est vedando; em seguida, repetir o
procedimento 1;
b) vazamento em outro ponto diferente de junta de vedao externa: deve-se passar
para o procedimento 2, que permite detectar o ponto em que ocorreu o vazamento.

4.2.2.4 Teste a frio

o teste realizado aps a instalao dos equipamentos de instrumentao. Contempla


a passagem de um fluido fora das condies de processo, verifica as condies das
vedaes, identifica possveis vazamentos e erros de circuitos dos fluidos, pois no
podem se misturar. Geralmente um fluido diferente do de processo utilizado nesse
teste.

4.2.3 Comissionamento

O comissionamento iniciado com a partida da operao assistida, fase caracterizada


pela introduo gradativa de carga acompanhada dos necessrios ajustes e regulagens,
de modo a atingir condies estveis de operao que permitam a execuo dos testes
de aceitao do processo. necessrio que os internos do trocador de calor sejam
53

completamente limpos e inertizados. Para a inertizao geralmente utilizado


nitrognio seco a -40C, como elemento de na purga, caso o fabricante no recomende
outro gs especfico. A purga pode durar horas ou dias, dependendo da complexidade
do permutador e necessria para eliminar a presena de qualquer elemento que possa
provocar formao de hidratos e a condensao do fluido.
A operao assistida (teste a quente) a fase que se inicia aps o final do
Condicionamento e que dura at a equipe de operao estar de acordo com a
operacionalidade da instalao, de modo a dar a Aceitao Final. Entende-se como
operacionalidade o atendimento aos requisitos de desempenho, confiabilidade,
segurana e controle para os quais a unidade foi concebida. Nesta fase ocorre a
permanncia dos assistentes de operao da Contratada e da contratante, at que os
testes tenham sido finalizados. Durante o teste a quente, as condies fsicas e
identificao das caractersticas do equipamento devem ser observadas. A vistoria
deve incluir:
Pintura do Equipamento: verificar a aderncia, e a existncia de empolamento,
empoamento, descascamento, arranhes, fendas, impregnao de impurezas e presena
de corroso.
Isolamento Trmico: verificar se o isolamento trmico est integro.
Dispositivo de Aterramento: verificar as condies fsicas das ligaes.
Casco: verificar a liberdade de dilatao do casco; observar se existe a
possibilidade de cargas indevidas, como falhas em suportes de linhas, dilataes
anormais de linhas e vibraes; verificar sinais de avarias na fundao;
Juntas de expanso do casco: verificar quanto a possveis deformaes.
uma prtica recomendada providenciado um resumo de todas as informaes
pertinentes coletadas durante a vida do equipamento: pontos crticos, intervenes
relevantes, valores de espessura medidos e espessura mnima do equipamento.
Todos os itens inspecionados, defeitos encontrados, reparos e testes efetuados devem
ter sua localizao e identificao registrados de forma precisa em Relatrio de
Inspeo (ANEXO E EXEMPLO DO RELATRIO DE INSPEO) conforme
54

requisitos mnimos contidos na norma NR-13 [25] e deve ser emitido um registro de
segurana.

O Teste de Aceitao de Performance TAP o documento elaborado e gerenciado


pela a engenharia e visando a dirigir controlar e registrar as atividades de
comissionamento por sistema e subsistema da partida at o teste de longa durao. J o
Termo de Transferncia e Aceitao de Sistema TTAsvisa dirigir e controlar a
passagem de sistemas e subsistemas comissionados para o rgo operacional e
tambm serve para homologar o acordo das partes envolvidas, normalmente ele
assinado aps o teste de longa durao. No TTA 1, dado o aceite pelo o rgo
operacional e passado para a sua responsabilidade a conduo da operao assistida.

Na fase de aceitao final so vistoriados e validados todos os documentos gerados na


construo, montagem e instalao do trocador de calor. Dentre eles:
a) relatrios de inspees de fbrica;
b) programao da periodicidade de inspeo;
c)verificao da checagem da complementao mecnica;
d) relatrios de no-conformidades da fase de construo e montagem;
e) recomendaes de inspeo efetuadas durante a operao;
f) formao do histrico de anormalidades operacionais;
g) asbuilt dos desenhos de instalao e montagem;
h) acompanhamento dos TAP;
i) acompanhamento dos TTAs;
j) aceitao do TTA2.
O TTA2 o documento elaborado e gerenciado pela a engenharia e visando a dirigir e
controlar a aceitao definitiva dos sistemas e subsistemas comissionados,
normalmente ele assinado aps o TAP-2 (teste de longa durao) e a retirada de
todas as pendncias do sistema e subsistemas.
55

4.3 CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO:
INSTRUMENTAO

A etapa de condicionamento/comissionamento da rea de instrumentao envolve-se


com o recebimento de equipamentos e instrumentos pertinentes ao trocador, preocupa-
se com a calibrao dos instrumentos e equipamentos e alguns testes e detalhes de
montagem no campo.

4.3.1 Recebimento de instrumentos e equipamentos

O recebimento um processo que vai alm de uma simples verificao de material.


Est associado ao condicionamento, caso necessrio, ou ao contnuo condicionamento
de instrumentos e equipamentos at partida da planta. O processo de recebimento de
equipamentos envolve os seguintes documentos principais:
1. Listas de instrumentos ou equipamentos, em geral, LIs (vide Figura 33 e Figura
34 do ANEXO A DESENHOS, DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS);
2. Folha de dados de cada componente da LI, em geral, FDs (vide Figura 38,
Figura 39, Figura 40, Figura 41, Figura 42 e Figura 43 do ANEXO A
DESENHOS, DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS).

Instrumentos e equipamentos, em geral, so condicionados em ambientes limpos e


secos por perodos limitados. Estas recomendaes devem estar de acordo com as
recomendaes do fabricante.

4.3.2 Calibrao

Aps a etapa de recebimento, os instrumentos e equipamentos devem ser submetidos a


um processo de calibrao. Nessa etapa, sero gerados os certificados de calibrao
dos instrumentos (vide Figura 37 do ANEXO A DESENHOS, DIAGRAMAS E
56

FOLHAS DE DADOS) e equipamentos para somar aos documentos de entrega da


planta. Contudo, fica a carter do cliente decidir se vai ou no haver calibrao, visto
que, esta etapa tambm onerosa. Como boa prtica, apenas os transmissores e
vlvulas de controle passam pelo processo de calibrao.
A calibrao de vlvulas de controle um levantamento da curva de abertura e
fechamento, ou assinatura da vlvula. Atravs desta curva possvel diagnosticar
defeitos ou agarramentos. Essa curva relaciona a energia (geralmente, de presso)
cedida vlvula versus a posio de sua haste, conforme Figura 19.
Para gerar a curva Figura 19, deve-se injetar um determinado fluxo (em degraus) de
energia na entrada da vlvula e registrar sua reposta a abertura. Aps sua abertura
total, deve-se retirar sua energia no mesmo fluxo e registrar seu fechamento. Quanto
maior sua histerese (distncia entre a curva de abertura e fechamento) maior sero seus
atrasos aos estmulos de entrada e maior ser a dificuldade para controle.

Figura 19 - Assinatura de vlvula, Emerson [17].

Outro teste que tambm pode ser realizado nas vlvulas o de resposta ao degrau,
conforme a Figura 20. Este teste muito til para modelagem e acompanhamento das
caractersticas instaladas da vlvula.
57

Figura 20 - Resposta da vlvula ao degrau, Emerson [17].

4.3.3 Instalao de vlvulas

Qualquer vazo atravs da vlvula totalmente fechada, quando exposta presso


diferencial e temperatura de operao chamada de vazamento (leakage). O
vazamento expresso como uma quantidade acumulada durante um perodo de tempo
especfico, para aplicaes de fechamento com vedao completa ou como
percentagem da capacidade total, para as vlvulas de controle convencionais.
No se deve usar uma nica vlvula para fornecer simultaneamente as funes de
controle e de vedao completa (tight shutoff), Ribeiro 2005 [18].
As melhores vlvulas para bloqueio no so necessariamente as melhores escolhas
para o controle. De acordo com a norma (ANSI B 16.104), as vlvulas so
categorizadas em seis classes, de acordo com seu vazamento permissvel. Estes limites
de estanqueidade so aplicveis apenas vlvula nova, sem uso, Ribeiro 2005 [18].

Tabela 5 - Classificao de estanqueidade de vlvulas, Ribeiro 2005 [18].

Classe I No testadas nem garantidas para vazamentos.


Classe II Especificadas para vazamento menor que 0.5%
58

da vazo mxima.
Especificadas para vazamento menor que 0.1%
Classe III
da vazo mxima
Especificadas para vazamento menor que
Classe IV
0.01% da vazo mxima
Especificadas para vazamento menor que 5 x
Classe V 10-4 ml/min de vazo d'gua por polegada do
dimetro da sede
Especificadas para vlvulas com sede macia e
o vazamento e expresso como vazo
Classe VI
volumtrica de ar, com presso diferencial
nominal de at 345 kPa

Alguns fabricantes listam em seus catlogos os coeficientes de vazo, Cv, aplicveis


para as vlvulas totalmente abertas e os valores dos vazamentos, quando totalmente
fechadas. Estes valores s valem para a vlvula nova, limpa, operando nas condies
ambientes. Aps alguns anos de servio, o vazamento da vlvula varia drasticamente,
em funo da instalao, temperatura, presso e caractersticas do fluido, Ribeiro 2005
[18].
A estanqueidade depende da viscosidade dos fluidos; fluidos com viscosidade muito
baixa so muito difceis de serem contidos; por exemplo, dowtherm, freon,
hidrognio, Ribeiro 2005 [18].
A temperatura afeta o vazamento, principalmente quando o corpo da vlvula est a
uma temperatura diferente da temperatura do plug ou quando o coeficiente de
dilatao termal do material do corpo diferente do coeficiente do material do plug.
Em algumas vlvulas, por exemplo, nas borboletas, prtica usual deixar
espaamentos entre o disco e a sede, para acomodar a expanso do disco, quando se
tem grandes variaes de temperatura do processo. O vazamento ser maior quando se
estiver operando em temperaturas abaixo da temperatura de projeto da vlvula, Ribeiro
2005 [18].
59

Tenses mecnicas na tubulao onde est instalada a vlvula podem tambm


provocar vazamentos na vlvula. Por isso deve se tomar cuidados em sua instalao e
principalmente no aperto dos parafusos. Deve-se isolar a vlvula das foras externas
da tubulao, atravs de suportes, Ribeiro 2005 [18].
A deciso mais importante na aplicao de uma vlvula a sua colocao certa para
fazer o trabalho certo. Depois, mas de igual importncia, a sua localizao e
finalmente, a sua instalao. Todas as trs etapas so igualmente importantes para se
obter um servio satisfatrio e uma longa vida da vlvula.
As vlvulas devem ser localizadas em uma tubulao, de modo que elas sejam
operadas com facilidade e segurana. Se no h operao remota, nem manual nem
automtica, as vlvulas devem ser localizadas de modo que o operador possa ter
acesso a elas. Quando a vlvula instalada muito alta, alm do alcance do brao
levantado do operador, ele ter dificuldade de alcan-la e no poder fech-la
totalmente e eventualmente haver vazamento, que poder causar desgaste anormal
nos seus internos, Ribeiro 2005 [18].

Figura 21 - Instalao da vlvula em local acessvel, Ribeiro 2005 [18].

As vlvulas so geralmente embrulhadas e protegidas de danos durante seu transporte,


pelo fabricante. Esta embalagem deve ser deixada no lugar at que a vlvula seja
60

instalada. Se a vlvula deixada exposta, poeira, areia e outros materiais speros


podem penetrar nas suas partes funcionais. Se estas sujeiras no forem eliminadas,
certamente haver problemas quando a vlvula for instalada para operar, Ribeiro 2005
[18].
As vlvulas devem ser armazenadas onde sejam protegidas de atmosferas corrosivas e
de modo que elas no caiam ou onde outros materiais pesados no possam cair sobre
elas.
Antes da instalao, conveniente ter todas as vlvulas limpas, normalmente com ar
comprimido limpo ou jatos d'gua. A tubulao tambm deve ser limpa, com a
remoo de todas as sujeiras e rebarbas metlicas deixadas durante a montagem.
A tubulao que transporta fluidos em alta temperatura fica sujeita a tenses termais
devidas a expanso trmica do sistema da tubulao. Por isso, deve se prover expanso
para o comprimento de tubulao envolvido, para que estas tenses no sejam
transmitidas s vlvulas e s conexes, Ribeiro 2005 [18].
A expanso da tubulao pode ser acomodada pela instalao de uma curva em "U" ou
de uma junta de expanso entre todos os pontos de apoio, sempre garantindo que h
movimento suficiente para acomodar a expanso do comprimento de tubulao
envolvido.
Por questo econmica e para facilitar a sua operao, comum se ter o dimetro da
vlvula menor do que o da tubulao. Para acomodar esta diferena de dimetros, usa
se o redutor entre a tubulao e a vlvula. O redutor aumenta as perdas e varia o Cv da
vlvula. O comum usar um fator de correo, que a relao dos Cv's, sem e com os
redutores. Estes fatores de correo podem ser obtidos dos fabricantes ou levantados
experimentalmente, Ribeiro 2005 [18].
O efeito dos redutores na vazo crtica tambm sentido e deve-se usar o fator de
vazo crtica corrigido, que relaciona o Cv da vlvula, o Cf da vlvula sem os
redutores e os dimetros da vlvula e da tubulao.
H cuidados e procedimentos que se aplicam para todos os tipos de vlvulas e h
especificaes especiais para determinados tipos de vlvulas.
61

Quando instalar a vlvula, garantir que todas as tenses da tubulao no sejam


transmitidas vlvula. A vlvula no deve suportar o peso da linha. A distoro por
esta causa resulta em operao ineficiente, obstruo e a necessidade de manuteno
freqente. Se a vlvula possuir flanges, ser difcil apertar os parafusos corretamente.
A tubulao deve ser suportada prxima da vlvula; vlvula muito pesada deve ter
suporte independente do suportes da tubulao, de modo a no induzir tenso no
sistema da tubulao, Ribeiro 2005 [18].
Quando instalar vlvula com haste mvel, garantir que h espao suficiente para a
operao da vlvula e para a remoo da haste e do castelo, em caso de necessidade de
manuteno local. conveniente instalar a vlvula com a haste na posio vertical e
com movimento para cima; porm, muitas vlvulas podem ser instaladas com a haste
em qualquer ngulo.
Quando instalar a vlvula com a haste se movimentando para baixo, o castelo fica
abaixo da linha de vazo, formando uma cmara para pegar e manter substncias
estranhas. Estas sujeiras, se presas, podem eventualmente arruinar a haste interna ou os
filetes de rosca, Ribeiro 2005 [18].

4.4 CONDICIONAMENTO/COMISSIONAMENTO: AUTOMAO

4.4.1 - Checklist

O objetivo da lista de verificao (checklist) no processo de comissionamento em


automao verificao da condio dos sinais de todas as entradas e sadas. A
verificao pode ser classificada quanto ao equipamento (atuador ou medidor) e ao
tipo de sinal (pneumtico ou eltrico).
Portanto, deve-se construir uma planilha que seja capaz de rastrear o sinal fsico
gerado por um instrumento ou equipamento at seu destino final (e.g., um CLP ou um
painel de rels), conforme a Figura 35 e Figura 36 do ANEXO A DESENHOS,
DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS.
622

Na prtica,
p porr questo das
d grandees distnciaas envolviddas, dos deemorados tempos dee
respoosta, dimeensionamennto de cabbos e interrferncias deve-se aassegurar, atravs dee
conddicionamennto, que os sinais esteejam nas to
olerncias recomenda
r adas.

4.4.22 Simullao de falhas

mulao de falhas vissa testar oss sistemas (mecnicoos ou eltrricos) paraa


A faase de sim
condduzir a plaanta a estaados seguroos (para o operador e depois ppara a plaanta e seuss
acessrios). Paara isso, deevem-se proovocar erro
os para verrificao ddo comporttamento doo
sisteema, como::
Queda nos sinaiss analgicca e verifficao dee alarmes e intertraavamentos..
me a Figurra 22, dos trs
Conform t sinais redundante
r es um delees extrapolo
ou o pontoo
de pressso. Contuudo, nesta arquiteturaa 2oo3 o siistema gerrar intertraavamentoss
quando dois teross dos sinaiss extrapolaarem a regiio de trabaalho.

Figura 22
2 - Arquiteturra de redundncia 2oo3, Ribbeiro 2005 [18].

Queda nos
n sinais digitais
d e verificao
v de alarmess e intertravvamentos;
Queda no
n ar de innstrumentao e verifficao da atuao dee falha de vlvulas e
equipam
mentos de trabalham
t c
com mola;
63

Indues de sinais simulem sobrevalores e verificao do registro de alarmes e


intertravamentos;
Induo de erros conhecidos como tal timeout ou falta de configurao, entre
outros;
Simulao de quedas de energia e re-ligamentos do sistema, verificao de
erros;
Testes e operaes por sistemas ininterruptos de energia (UPS);
As built ou processo de reviso dos documentos aps os testes.

Nesta fase tambm so realizados testes de gerao e registros de alarmes. O principal


objetivo certificar que o sistema est reconhecendo as extrapolaes dos sinais e
alertar operadores, gerando linhas e resumos de alarmes ou ordens de servios para
manuteno (vide tela de resumo de alarme na Figura 23).

Figura 23 Exemplo de resumo de alarmes de tela de superviso de caldeira.


64

4.4.3 Teste de controle

A etapa do teste de controle uma das ltimas fases e consiste na elaborao de testes
a quente, ou seja, primeira elevao da planta para seu ponto de trabalho com fluidos
de processo e verificao de desempenho conjunto dos sistemas e subsistemas.
Antes de iniciar os testes no sistema de superviso deve-se as-builtar a
documentao lgica do sistema, como diagramas lgicos, ou, geralmente, matrizes de
causas e efeitos (vide Figura 24)

Figura 24 - Matriz de causa-efeito.


65

Aps a reviso da documentao lgica possvel planejar os testes no sistema de


superviso. Um sistema supervisrio uma Interface amigvel (eficiente e
ergonmica), cujo objetivo permitir a superviso e muitas vezes o comando de
determinados pontos de uma planta automatizada (vide Figura 25).

Figura 25 - Exemplo de tela de superviso de resfriador.

Portanto, um sistema de superviso possui as seguintes funcionalidades:


Operao, Acompanhamento, Configurao e Manuteno do sistema;
Comunicao com todos os dispositivos finais de interface com o campo;
Indicao do valor das variveis contnuas do processo tais como vazo,
presso e temperatura, em unidades de engenharia;
Escrita de valores analgicos para comando manual de elementos finais de
controle (vlvulas de controle, etc.);
Interface completa com os controladores PID implementados nos dispositivos
finais de interface com o campo, permitindo, entre outros, ajuste de valores de
set-point, modo de operao (manual/automtico/cascata) e parmetros de
sintonia de controladores
Indicao das variveis discretas do processo, tais como, vlvula
aberta / fechada, equipamento ligado / desligado;
Emisso de comandos para ligar / desligar equipamentos;
Verificao de dados e execuo da lgica de alarmes;
66

Emisso de relatrios peridicos ou por solicitao do operador;


Apresentao de telas grficas, mostrando de forma pictrica e a cores, os
componentes do processo, os valores das grandezas desejadas, o estado
operacional de equipamentos e representando atravs de cores distintas e
convencionadas os alinhamentos efetuados;
Apresentao e registro de tendncia das variveis de processo;
Registro de alarmes, eventos e aes do operador;
Armazenamento de dados histricos;

O ponto mais crtico para o processo de comissionamento da planta do trocador de


calor estabelecer os parmetros do sistema de controle que sero permanentemente
utilizados aps a entrega do empreendimento. Portanto, durante o teste de controle
deve-se:
1. alterar ponto de ajuste do controlador,
2. passar de automtico para manual e vice-versa e em modo manual, atuar
diretamente no elemento final de controle
3. estabelecer pontos de alarme de mximo e de mnimo
4. alterar os parmetros da sintonia (ganho, tempo integral e tempo derivativo).
Adicionalmente, como o instrumento dentro do computador possui muito mais
recursos, o operador pode:
5. ver a curva de resposta do controlador para atestar o resultado da sintonia
6. ver a curva de tendncia histrica
67

CAPTULO 5 COMENTRIOS FINAIS

O presente trabalho discutiu procedimentos, documentos e boas prticas de


condicionamento e comissionamento de trocadores de calor do tipo casco e tubos.
Na disciplina de mecnica o trabalho aborda os principais itens de um
condicionamento/comissionamento e seus responsveis, que iniciado no
planejamento da fabricao do trocador de calor, onde so apresentadas as normas
referentes s caractersticas de seus materiais, documentos elaborados e ensaios
realizados nessa fase, incluindo: testes de montagem, verificao de soldagem, ensaios
no destrutivos, tratamentos trmicos de alvio de tenso, listas de verificao de
fabricao (check list) e preparao para transporte. No ato da entrega, os itens a serem
armazenados antes da montagem so preparados para isso condicionados e o
equipamento passa por novos testes, gerando outros documentos de ensaios e
verificaes, que sero utilizados como referncias no histrico da vida til desse vaso
de presso. O teste hidrosttico novamente realizado para complementar o teste de
fbrica e eliminar possveis avarias no transporte. O comissionamento finalizado
aps os testes de desempenho a frio e a quente e verificao de execuo de todos ao
testes necessrios para o processo, TAPs e TTAs.
Na disciplina de instrumentao o trabalho aborda as principais caractersticas do
recebimento de equipamentos e medidores, recomendaes de seu condicionamento,
boas prticas para montagens e instalaes, testes de desempenho a frio e a
quente, calibraes, assinatura de vlvulas, entre outros. Discutiu o controle e o
preenchimento de documentos usados para as etapas de condicionamento e
comissionamento como as folhas de dados (para recebimento de equipamentos), listas
de materiais (controle de equipamentos e cabos), listas de tags (para verificao dos
estados dos sinais), certificados de calibraes. Sem o uso de tais documentos no
seria possvel aumentar as chances de sucesso da partida da planta.
Na disciplina de automao o trabalho aborda o recebimento de Controladores lgicos
programveis (CLPs), testes a frio da lgica dos sistemas de controle, comunicao
analgica e digital entre instrumentos, equipamentos e sistemas de superviso,
simulao de falhas de instrumentao e testes em sistemas de segurana (que
68

conduzem a planta para estados seguros). Para conduo dos testes citados,
anteriormente so necessrios o controle de folha de dados de CLPs, listas de licenas
de programas, diagramas lgicos, matrizes causa-efeito e P&IDs.
O sucesso de um comissionamento possui pelo menos trs pilares: no ter acidentes de
trabalho durante a execuo, ser executado sem danos nos equipamentos e respeitar os
perodos planejados. O comissionamento considerado seguro quando na construo,
montagem e entrega as normas de segurana do trabalho so respeitadas e no h
ocorrncias de acidentes. Mesmo com o compartilhamento de equipes com diferentes
habilitaes e hierarquias, as etapas e testes so executados sem danos aos
equipamentos e os prazos respeitados.
Em resumo, chegou-se ao seguinte procedimento:

MECNICA
1 Acompanhamentos
1.1 Normas de projeto
1.2 Projeto
1.2.1 Tipo
1.2.2 Geometria
1.2.3 Dimenses
1.2.4 Materiais
1.3 Construo
1.3.1 Ensaios no destrutivos iniciais
1.3.1.1 Soldas
1.3.1.2 Superfcies
1.3.2 Verificao dimensional
1.3.2.1 Posicionamento de acessrios
1.3.2.2 Espessura de chapas
1.3.2.3 Posicionamento de flanges e espelhos
1.3.3 Verificao visual inicial
1.3.3.1 Desfolhamento
69

1.3.3.2 Poros
1.3.3.3 Irregularidades de cortes
1.3.3.4 Amassamentos
1.3.3.5 Trincas
1.3.3.6 Descontinuidades
1.3.4 Teste de estanqueidade
1.3.5 Teste hidrosttico
1.3.6 Ensaios no destrutivos finais
1.3.6.1 Soldas
1.3.6.2 Superfcies
1.3.7 Verificao visual final
1.3.7.1 Desfolhamento
1.3.7.2 Poros
1.3.7.3 Irregularidades de cortes
1.3.7.4 Amassamentos
1.3.7.5 Trincas
1.3.7.6 Descontinuidades
2 Transporte
2.1 Posicionamento dos olhais
2.2 Iamento e amarrao de trocadores de calor
3 Recebimento
3.1 Verificao de placa de identificao
3.2 Verificao e identificao de pontos de tratamento trmico
3.3 Condicionamento
3.3.1 Conservao do trocador em nitrognio (0,5 bar)
3.3.2 Proteo de flanges
3.3.3 Arrumao de peas avulsas em local abrigado e em caixas identificadas
4 Instalao
4.1 Verificao dimensional de fundao
4.1.1 Empenamento
70

4.1.2 Altura e centro dos calos


4.1.3 Tolerncias
4.2 Inspeo de segurana
4.2.1 Inspeo visual e montagem
4.2.2 Teste hidrosttico complementar
4.2.3 Verificao visual final
4.2.3.1 Desfolhamento
4.2.3.2 Poros
4.2.3.3 Irregularidades de cortes
4.2.3.4 Amassamentos
4.2.3.5 Trincas
5 Aguarda testes de instrumentao e automao
6 Teste a frio
6.1 Verificao visual
6.1.1 Trincas
6.1.2 Amassamentos
6.1.3 Vazamentos
7 Teste a quente
7.1 Verificao visual
7.1.1 Trincas
7.1.2 Amassamentos
7.1.3 Vazamentos
8 Teste assistido
8.1 Start-up da planta
8.2 Start-up dos trocadores
9 Entrega
9.1 Documentao as-builtada
9.2 Treinamentos de operao
9.3 Treinamentos de manuteno
9.4 Desmobilizao
71

INSTRUMENTAO

1 Acompanhamentos
1.1 Normas de projeto
1.2 Projeto
1.2.1 Verificao de classificao de rea
1.2.2 Verificao de especificaes tcnicas
2 Recebimento
2.1 Verificao de especificaes
2.1.1 Equipamento Ex
2.1.2 Processo
2.1.3 Identificao
2.1.4 Grau IP
2.1.5 Pintura
2.1.6 Manuais
2.2 Cablagem
2.3 Licenas
2.4 Condicionamento
2.4.1 Conservar em nitrognio (0,5 bar) e em caixas identificadas
2.4.2 Ambientes limpos e secos
3 Instalao
3.1 Verificao dimensional
3.1.1 Posicionamento de tomadas de medio
3.1.2 Posicionamento de vlvulas
3.2 Inspeo visual
3.2.1 Danos
3.2.2 Acesso aos equipamentos
3.3 Configurao
3.4 Calibrao
3.5 Teste a frio
72

3.5.1 Acionamento de instrumentos e vlvulas


3.5.2 Teste de sinais de campo
4 Entrega
4.1 Documentao as-builtada
4.2 Treinamentos de operao
4.3 Treinamentos de manuteno

AUTOMAO

1 Acompanhamentos
1.1 Normas de projeto
1.2 Projeto
1.2.1 Verificao de classificao de rea
1.2.2 Verificao de especificaes tcnicas
1.2.3 SIL
2 Recebimento
2.1 Verificao de especificaes
2.1.1 Ex
2.1.2 Cartes
2.1.3 Manuais
2.2 Cablagem
2.3 Licenas
3 Instalao
3.1 Verificao de sinais e comunicao
3.2 Verificao de lgica
3.3 Simulao de intertravamentos
4 Teste a frio
4.1 Operao em modo manual e local
4.2 Operao em modo manual e remoto
4.3 Operao em modo remoto e automtico
73

4.4 Shutdowns
5 Teste a quente
5.1 Operao em modo manual e local
5.2 Operao em modo manual e remoto
5.3 Operao em modo remoto e automtico
5.4 Ajustes nos controladores (temperatura, presso, energia)
5.5 Testes de desempenho
6 Entrega
6.1 Documentao as-builtada
6.2 Treinamentos de operao
6.3 Treinamentos de manuteno

Durante a anlise de folhas de dados e trocadores de calor de muitos projetos


encontrou-se no conformidade pertinente aos passes do fluido pelo casco. Conforme a
norma TEMA, no recomendado o uso de passes duplos, pelo casco, para quedas de
presso, de fluidos pelo tubo, superiores a 49 kPa. Contudo, em alguns projetos esta
recomendao foi negligenciada assumindo-se um risco de falha do equipamento.
Por fim, acredita-se que as informaes reunidas neste trabalho podero ser utilizadas
para elaborao de procedimentos de execuo de comissionamento de trocadores de
calor do tipo casco e tubos.
Trabalhos futuros poderiam completar a monografia atravs da discusso dos seguintes
assuntos:
1. Condicionamento e comissionamento de projeto civil;
2. Condicionamento e comissionamento de projeto eltrico (instalaes de
potncia);
74

GLOSSRIO

Goivagem tcnica utilizada para a remoo de soldas defeituosas, ou dispositivos


auxiliares de montagem.

Furos Oblongos furos seqenciais numa chapa que possuem uma das dimenses
maior que a outra. Denomina-se sentido longitudinal de furao quando a maior
dimenso do furo paralela a maior dimenso da chapa a ser perfurada. Denomina-se
sentido transversal quando a maior dimenso do furo paralela a menor dimenso da
chapa a ser perfurada.

Chapas cladeadas - chapas de diversas espessuras fabricadas a partir da combinao de


dois metais e/ou ligas. Utilizada na indstria petrolfera (produo, refino), em
equipamentos sujeitos a grandes presses , como os vasos de presso.

Revestimento higroscpico - que tem a capacidade de absorver a umidade do ar.

Empoamento ficar coberto de p.


75

REFERNCIAS

1. Bendksen, T. e Young, G., Commissioning of offshore oil and gas projects:


The managers handbook Authorhouse 2005.
2. Disponvel em: <http://www.scribd.com/doc/15737051/PLANT-
Commissioning>. Acesso em: 30 de Outubro de 2009.
3. Disponvel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Comissionamento>. Acesso em:
30 de Outubro de 2009
4. Horsley, D., Process Plant Commissioning IChem Second Edition 1998.
5. Fabris, R., Apostila: Introduo ao condicionamento/comissionamento
material em pdf apresentado ao curso CM Engenharia de
condicionamento/comissionamento do PROMINP 2008/2009
6. Thomas, J. E., Fundamentos de engenharia de petrleo Editora Intercincia
2001.
7. Disponvel em:
<http://www.geadobrasil.com.br/thunder/MANUAL%20CASCO%20TUBOS
%20-%20Portugues.pdf>. Acesso em: 30 de Outubro de 2008.
8. Disponvel em: <http://www.trocalor.com.br/catalogos/casco%20tubo-
rev3.pdf>. Acesso em: 30 de Outubro de 2008.
9. Incropera, F. P. and DeWitt, D. P., Fundamentals of Heat and Mass
Transfer, 4th Edition, John Wiley, 1996.
10. Sigwalt, R. A., Negro, C. O. R., Tonin, P. C; Influncia do escoamento no
processo de incrustao, Artigo apresentado no VII Seminrio de Iniciao
Cientfica e Tecnolgica. 2002.
11. Butterworth, D., Design of Shell-and-tube exchangers when the fouling
depends on local temperature and velocity 2002 PERGAMON.
12. Koivula, T., On cavitation fluid power Tampere University of Technology
Institute of hydraulics and automation 2000.
13. Disponvel em: <http://www.masoneilan.com/>. Acesso em: 30 de Outubro de
2008.
76

14. KLM, Roles and Responsibilities of Plant Commissioning Reviso Jul


2007.
15. PETROBRAS, N-1492 Permutador de Calor folha de dados - Reviso E
1989.
16. Norma Petrobras N-1492 rev. E 1989.
17. Disponvel em: <http://www2.emersonprocess.com/en-
US/brands/fisher/DigitalValveControllers/FIELDVUESolutions/SignatureSerie
s/Pages/SignatureSeries.aspx>. Acesso em: 30 de Janeiro de 2010.
18. Ribeiro, M. A., Instrumentao Dcima terceira edio Tek Treinamento
& consultoria 2005.
19. Disponvel em: <http://www.ucs.br/ccet/demc/craltafi/TrocadoresdeCalor.pdf>.
Acesso em: 11 de Junho de 2009.
20. Disponvel em: <http://www.ucs.br/ccet/demc/craltafi/ trocadores-de-calor
a13708-pdf>. Acesso em: 11 de Junho de 2009.
21. BRASOIL, Manual de Operao I-MA-3010.01-9310-942-EJM-001 -
Reviso C.
22. PETROBRAS, Desenho I-DE-3010.01-1223-943-EJM-001 Reviso
Set/2004.
23. PETROBRAS, N-0466 Projeto de trocador de calor casco e tubo - Reviso
Mar/2007.
24. Disponvel em:
<http://www.4shared.com/file/94587044/24915e9b/TEMA_9TH_EDITION_20
07.html>. Acesso em: 10 de Janeiro de 2010.
25. BRASIL. Ministrio do Trabalho e Emprego. NR 13 - Caldeiras e Vasos de
Presso. Reviso Jul/2008.
26. PETROBRAS, N-1593 Ensaio no destrutivo - Estanqueidade - Reviso
Jun/2006.
27. PETROBRAS, N-253 Projeto de vasos de presso - Reviso Maio/2004.
28. PETROBRAS, N-1521 Identificao de equipamentos industriais - Reviso
Ago/2005.
77

29. PETROBRAS, N-133 Soldagem - Reviso Set/2002.


30. PETROBRAS, N-268 Fabricao de vaso de presso - Reviso Jan/2004.
31. PETROBRAS, N-1597 N-1593 Ensaio no destrutivo - Visual - Reviso
Jun/2006.
32. PETROBRAS, N-269 Montagem de Vaso de Presso - Reviso Jan/2004.
33. PETROBRAS, N-2511 Inspeo em servio de trocador de calor - Reviso
Out/2000.
34. BRASOIL, Folha de dados I-FD-3010.01-1223-451-CBR-002 - Reviso
Abril/2005.
35. PETROBRAS, N-2633 Elaborao de Bases de Projeto para Projetos de
Produo - Reviso Out/1999.
36. GEA do Brasil, Instruction, operation and maintenance manual shell and
tube exchangers Reviso 0, 1999.
37. PETROBRAS, N-2036 Soldagem submarina Registro de qualificao de
procedimento de soldagem Reviso D, 1997.
38. PETROBRAS, N-1883 APRESENTAO DE PROJETO DE
INSTRUMENTAO/AUTOMAO Reviso C, Set 2005.
78
ANEXO A DESENHOS, DIAGRAMAS E FOLHAS DE DADOS

Figura 26 Fluxograma de processo.


79

Figura 27 - Fluxograma de instrumentao de um trocador de calor.


80

Figura 28 - Detalhe do sistema de controle do aquecedor leo/leo.


81

Figura 29 - Detalhe do sistema de controle do aquecedor gua/leo.

Figura 30 - Detalhe do sistema de controle do resfriador gua salgada.


82

Figura 31 - Tabela de dados do trocador de calor, Petrobras N-1492 [16].


83

Figura 32 - Placa de identificao de trocador de calor.


84

Figura 33 - Lista de instrumentos


85

Figura 34 - Lista de equipamentos.

Figura 35 - Lista de I/Os discretos.


86

Figura 36 - Lista de I/Os analgicos.


87

Figura 37 - Certificado de calibrao.


88

Figura 38 - Primeira pgina de folha de dados de manmetros.


89

Figura 39 - Segunda folha de dados de manmetros

Figura 40 - Terceira folha de dados de manmetros.


90

Figura 41 - Folha de dados de sistemas de medio de vazo por placa de orifcio.


91

Figura 42 - Folha de dados de vlvula de controle de temperatura.


92

Figura 43 - Folha de dados de vlvula de segurana.


93

Figura 44 - Legenda de LI de I/Os.


94

ANEXO B PLANOS DE FABRICAO

Os documentos e planos de fabricao e, ou de inspeo, referenciam procedimentos e


instrues tcnicas aplicveis fabricao do equipamento:

a) tipo e extenso da inspeo das juntas soldadas;


b) cuidados com as soldas provisrias, incluindo o mtodo a ser utilizado para a sua
remoo;
c) planos de soldagem conforme norma PETROBRAS N-2301[apud 32];
d) procedimentos de ensaios no-destrutivos;
e) plano de inspeo e testes;
f) procedimento de execuo de cada teste previsto, incluindo os equipamentos a
serem utilizados;
g) registro dos resultados de ensaios no-destrutivos, das juntas soldadas,
mencionando os soldadores envolvidos;
h) registro do exame dimensional;
i) procedimento de tratamento trmico, incluindo posio dos termopares, forma de
aquecimento, detalhes de fixao do isolamento, velocidades de aquecimento e
resfriamento, temperatura e tempo de manuteno;
j) procedimento de teste hidrosttico, incluindo qualidade e temperatura da gua,
detalhes das ligaes para enchimento e esvaziamento, locao dos manmetros e
tempo de permanncia na presso de teste;
k) procedimento de limpeza e secagem do vaso aps o teste hidrosttico;
l) procedimento de reparos, incluindo forma de remoo do defeito, reparo
propriamente dito e tipos de exames a serem feitos aps o reparo;
m) procedimento de transferncia de marcao;
n) procedimento para transporte;
o) procedimento para hibernao;
p) procedimento para instalao no local de operao.
95

ANEXO C ORIENTAO PARA DIMENSIONAMENTO DOS


CALOS DO TROCADOR

Caso no haja informao do projeto, devem ser dimensionados os calos conforme os


itens:
A capacidade de carga dos calos deve ser calculada de acordo com a equao abaixo.
Se a carga suportada exceder 30 kgf/cm2, a largura ou o nmero de calos, ou ambos
devem ser aumentados:

Equao 1

A largura dos calos deve ser como mostrada na Tabela 6.

Tabela 6 - Largura dos calos.

O comprimento dos calos deve ser de 20 mm a 30 mm maior do que a largura da base


do equipamento.
96

ANEXO D EXEMPLOS DE PONTOS DE VERIFICAO DO TESTE


HIDROSTTICO SIMPLIFICADO

Figura 45 Pontos do anel, gaxetas e espelho flutuante [32].

Figura 46 Pontos da tampa do casco montada [32].

Figura 47 Pontos do feixe tubular [32].


97

Figura 48 Pontos de teste do casco [32].


98

ANEXO E EXEMPLO DO RELATRIO DE INSPEO

Figura 49 Relatrio de inspeo do trocador de calor [33].


99

Figura 50 Relatrio de inspeo de soldagem [37].


100

Figura 51 Relatrio de inspeo de soldagem - ensaios [37].


101
ANEXO F CHECK LIST DE INSPEO DE FBRICA

Figura 52 - Relatrio de inspeo de soldagem ensaios


102

Figura 53 - Notas do relatrio de inspeo


103

ANEXO G DEFINIES DE DOCUMENTOS PARA


CONDICIONAMENTO E COMISSIONAMENTO

1.1.1 DOCUMENTOS DE REFERNCIA

A seguir, segue as definies dos documentos de engenharia necessrios para o


desenvolvimento de condicionamento e comissionamento de plantas de processos,
norma petrobras N-1883 [38].

1.1.1.1 Especificao de Material para Tubulao

Documento que descreve todas as caractersticas tcnicas dos materiais usados no


projeto de tubulao, serve como base para a emisso da Especificao de Material
para Instrumentao, norma petrobras N-1883 [38].

1.1.1.2 Memorial Descritivo do Processo

Deve conter a descrio, em acordo com os fluxogramas, do funcionamento da


instalao, descrevendo a forma prevista de se fazer o controle, se os equipamentos
operam em paralelo ou em srie, o que se espera de determinado equipamento e que
princpio fsico ou qumico o equipamento utiliza, norma petrobras N-1883 [38].

1.1.1.3 Relatrio do HAZOP

Deve conter o nome do coordenador, o dos tcnicos da equipe participante e as


planilhas. As planilhas devem mostrar os desvios estudados, as suas causas, as
conseqncias (se houver), e indicar se existe algum meio de proteo. Sendo
104

identificada uma conseqncia grave, sem proteo adequada, apresentar uma


recomendao que a elimine ou a atenue, norma petrobras N-1883 [38].

1.2 CONDIES GERAIS DE DOCUMENTOS DE PROJETO

Quando o projeto for executado de forma eletrnica, utilizando base de dados para
gerao de documentos, deve possuir telas de acesso ao usurio, gerao de relatrios
para recuperao das informaes nele contidas e um controle de reviso para cada
documento emitido a partir da base, norma petrobras N-1883 [38].

1.3 CONDIES ESPECFICAS

A documentao para o condicionamento e comissionamento de um projeto deve


conter, no mnimo, as informaes as seguintes informaes, norma petrobras N-1883
[38].

1. Projeto bsico:
a. Fluxograma de Processo (DE): Deve conter a representao
simplificada das malhas de controle com simbologia segundo a norma
ISA 5.1, identificando a varivel, funo e localizao. Deve conter
ainda a representao de equipamentos e linhas principais de processo,
norma petrobras N-1883 [38].
b. Folha de Dados de Processo (FD): Deve conter todas as informaes de
processo necessrias seleo e dimensionamento dos instrumentos.
c. Lista Preliminar de Instrumentos (LI): Deve ser emitida em
formulrio no formato A3 ou A4. Deve conter todos os instrumentos da
unidade, agrupados por malha e em ordem crescente, indicando o servio
onde so utilizados, sua locao fsica (campo, painel, funo em sistema
digital), o nmero do fluxograma e da folha de dados de processo, e o
tipo do instrumento previsto (placa, venturi, termopar). Funes
105

lgicas/matemticas configurveis e tagueadas devem ser indicadas na


lista.
d. Critrios de Projetos para Instrumentao (ET): Deve ser emitido em
formulrio no formato A4 e conter os conceitos, normas e critrios para
orientar a execuo dos documentos do projeto de detalhamento, que
sejam complementares.
e. Memorial Descritivo do Sistema de Instrumentao (MD): Deve ser
emitido em formulrio no formato A4 e conter informaes que
permitam o entendimento do projeto de instrumentao/automao como
um todo, o escopo de fornecimento de materiais, equipamentos e
servios e a descrio dos diversos elementos dos sistemas de
instrumentao, individualmente, norma petrobras N-1883 [38].

2. Projeto Executivo
a. Cronograma de Projeto (CR): Deve listar cronologicamente as
atividades/documentos que so realizadas/emitidos, o grau de
interdependncia entre as atividades/documentos, inclusive considerando
as outras disciplinas, com um diagrama de barras associado,
identificando as datas de incio e fim da atividade e o tempo de durao.
b. Lista de Documentos de Projeto (LD): Deve conter todos os
documentos que so emitidos para o projeto e campos para o nmero do
documento, ttulo, formato, reviso, propsito da emisso e data da
emisso (ltima ou previso), norma petrobras N-1883 [38].
c. Lista de Instrumentos (LI): Deve conter todos os instrumentos da
unidade, inclusive instrumentos fornecidos com os equipamentos e
pacotes. Os instrumentos devem ser listados por malha, em ordem
alfabtica e crescente. A lista de instrumentos deve ser elaborada no
incio do projeto e usada com ferramenta de controle de andamento do
projeto, portanto deve ser revisada, aps incluso ou excluso de
106

instrumentos, emisso ou cancelamento de documentos, ou quando


necessrio. Os documentos somente devem ser lanados na lista aps sua
emisso. Funes lgicas/matemticas configurveis e tagueadas
devem ser indicadas na lista.
d. Lista de Entradas e Sadas (LI): Deve ser emitida por equipamento
(SDCD, PES, CLP, etc.) em formulrio no formato A4 ou A3. Deve
conter, no mnimo, os seguintes campos agrupados pelo tipo:
i. tag;
ii. tipo (entrada analgica, sada analgica, entrada discreta, etc.);
iii. fluxograma;
iv. endereo fsico (identificao que permita localizar o ponto fsico
da entrada ou sada no equipamento);
v. alimentao (2 fios ou 4 fios para entrada analgica ou nvel de
tenso para entrada e sada discreta);
vi. tipo de contato (NA/NF, para entrada discreta definir em funo
do contato do campo, para sada discreta definir em funo do
contato do equipamento);
vii. estado em operao (energizado ou desenergizado, para entrada e
sada discreta);
viii. redundncia (sim ou no).
e. Lista de Comunicao (LI): Deve ser emitida em formulrio no
formato A4. Deve conter todos os dados que so trocados por cada via
de comunicao entre equipamentos (SDCD, CLP, PES e outros) por
meio digital. As informaes devem ser agrupadas conforme o tipo de
acordo com a organizao do meio de comunicao, tendo, no mnimo,
os seguintes campos:
i. tag;
ii. funo;
iii. endereo lgico.
107

Nota: Deve ser identificada a via de comunicao e o equipamento


envolvido.
a. Especificao Tcnica do Sistema de Superviso e Controle (ET):
Deve ser emitida em formulrio no formato A4. Deve definir os
equipamentos, suas especificaes tcnicas, as formas de comunicao
entre os diversos componentes do sistema, com seus requisitos tcnicos e
toda e qualquer informao tcnica relevante para o correto
entendimento do sistema de superviso. Pode ser complementada por
outras especificaes, norma petrobras N-1883 [38].
b. Especificao Tcnica do Sistema Instrumentado de Segurana
(ET): Deve ser emitida em formulrio no formato A4. Deve definir
requisitos para os equipamentos, suas especificaes tcnicas e detalhar
a forma de implementar o sistema. O documento deve ainda explicitar os
requisitos gerais do projeto do SIS, intervalos requeridos para testes das
malhas de segurana e condies para by-pass e reativao do
intertravamento.
c. Nota: Pode ser complementada por outras especificaes.
d. Especificao de Material para Instrumentao (ET): Deve ser
emitida em formulrio no formato A4. Deve ser o documento que
descreve todas as caractersticas tcnicas dos materiais usados no projeto
de instrumentao, sendo correlacionados com os de tubulao.
e. Diagrama de Interligao Eltrica (DE): Deve ser emitido em
formulrio nos formatos A2 ou A1. Deve conter informaes que
permitam a ligao dos cabos ou multicabos no instrumento, nas caixas
de juno, nos armrios, nos painis, identificando o borne, fio, cabo,
eletrodutos, permitindo a ligao correta de todos os elementos do
circuito, desde o campo at o sistema de superviso. Pode ser emitido em
separado por rea fsica para atender as necessidades de montagem no
campo.
108

f. Folha de Dados de Instrumentos (FD): Deve conter as informaes


necessrias ao projeto de detalhamento e a compra dos instrumentos.
g. Requisio de Material (RM): Deve conter as informaes necessrias
compra dos materiais, documentos necessrios, manuais que devem ser
entregues e treinamentos que devem ser ministrados, entre outros.

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