5.2 .CEBES - 1.A-Reforma-Sanitária-Brasileira-e-o-CEBES PDF
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SECRETARIA / SECRETARIES
Secretaria Geral:
Pesquisador:
Assistente de Projeto:
JORNALISTA / JOURNALIST
Priscilla Faria Lima Leonel
EXPEDIENTE
Organizao:
Edio:
Diagramao e Capa:
P144r
Paim, Jairnilson Silva.
A Reforma Sanitria e o CEBES / Jairnilson Silva Paim. Rio de Janeiro: CEBES, 2012.
27p.; 14 X 21cm.
ISBN
CDD - 362.10981
A REFORMA SANITRIA
BRASILEIRA E O CEBES
projeto
FORMAO EM CIDADANIA PARA SUDE:
TEMAS FUNDAMENTAIS DA REFORMA SANITRIA
A REFORMA
SANITRIA BRASILEIRA
E O CEBES
Rio de Janeiro
2012
Sumrio
Introduo | 7
Alguns antecedentes | 9
O que se entendia como Reforma Sanitria? | 12
O que ocorreu com a RSB? | 16
Concluses provisrias | 23
Referncias | 27
INTRODUO
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Alguns artigos, livros e teses tm procurado examinar mais profundamente o seu significado e suas consequncias. No entanto, possvel que a maioria dos trabalhadores de sade, da populao e dos polticos ignore essa
discusso. Trata-se, portanto, de ampliar essa reflexo entre
as cidads e os cidados.
Verifica-se nos ltimos anos um renovado interesse pelo
tema, especialmente entre os mais jovens, que no tiveram a
oportunidade de vivenciar os acontecimentos da Histria do
Brasil nas dcadas de setenta e oitenta do sculo XX. No deve
ser por acaso que, entre tantos assuntos de interesse atual nas
polticas de sade do pas, a Reforma Sanitria tenha sido um
dos mais referidos em consulta recente feita pelo CEBES.
A histria do CEBES, fundado em 1976, confunde-se com a prpria histria da RSB. Portanto, as pessoas
interessadas em compreender a natureza, as lutas e as possibilidades dessa reforma social podero consultar, entre as
diversas fontes, a coleo da revista Sade em Debate, publicada desde aquela data at o presente, assim como boletins,
livros, documentos, panfletos e blogs do CEBES (www.cebes.org.br e www.saudeemdebate.org.br).
No presente texto, busca-se apresentar de forma
introdutria parte do conhecimento sobre o tema, mencionando referncias bibliogrficas para o seu estudo e
fundamento para a ao. Alm disso, procura-se sistematizar argumentos e fatos, considerando a RSB como um
processo e no apenas como um projeto que fez parte da
histria das polticas de sade no Brasil e que desembocou
ALGUNS ANTECEDENTES
A reforma agrria e a reforma universitria integraram lutas
sociais no Brasil desde as dcadas de cinquenta e sessenta do sculo passado. Naquela poca e em alguns crculos
restritos chegava-se a falar em socializao da medicina ou
medicina socializada. A expresso reforma sanitria aparece no Brasil em 1973 num artigo sobre as origens da Medicina Preventiva no ensino mdico (SILVA, 1973). Nesse
trabalho, o autor discutia o sanitarismo que se desenvolveu
na Inglaterra em meados do sculo XIX, comparando-o
com o movimento da Medicina Social surgido, concomitantemente, na Frana e na Alemanha. Sugeria que a Medicina Social propunha mudanas mais amplas na sociedade
para alcanar a sade, enquanto que na Inglaterra vingou
apenas uma reforma sanitria mais limitada.
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Nesse fragmento fica evidente, mais uma vez, o entendimento da RSB para alm do sistema de sade, ou seja,
a RSB passava pelo SUS (primeiro sentido), mas no se
esgotava nele, exigindo mudanas, tambm, em outros setores (segundo sentido). A questo da modernidade dentro
da RSB, por exemplo, era examinada a partir do reconhecimento de problemas estruturais na sociedade brasileira como o fisiologismo poltico, quando a sade usada
como base de clientelismo. Embora a CNRS j alertasse,
anteriormente, para os interesses eleitoreiros e clientelistas,
vinculados cultura e ao poder, como obstculos ao desenvolvimento da RSB (BRASIL, 1987b), o autor citado
reconhecia o problema, mas sugeria que a sua superao
passava pela transformao social e pelo fortalecimento da
cidadania.
Portanto, a RSB implicava um conjunto articulado
de mudanas e, ao contrrio de outras reformas propostas
pelo Estado, surgia da sociedade civil, como parte de um
projeto de transformao social que no se restringia ao setor sade. Nessa perspectiva foram elaboradas as primeiras
Desse modo, o primeiro livro sobre a RSB j articulava tal projeto a questes gerais como democracia, socialismo, hegemonia, Estado, saber e prxis. E o referencial terico elaborado para a RSB buscava compreender
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e seus aparelhos, com descentralizao do processo decisrio, controle social, tica e transparncia nos governos;
c) democratizao da sociedade alcanando a produo e
distribuio justa da riqueza numa totalidade de mudanas, passando por uma reforma intelectual e moral e pela
democratizao da cultura.
Portanto, a Reforma Sanitria no se reduz ao SUS.
A sua concepo e formulao, tambm, transcendem s
polticas estatais. Trata-se de um projeto de reforma social
(PAIM, 2008). Enquanto processo, a RSB requer anlises
da conjuntura ps-88 no sentido de examinar as suas bases de sustentao poltica e social. possvel, desse modo,
analisar avanos e retrocessos na dependncia da correlao
de foras e da capacidade de iniciativa poltica do movimento sanitrio.
Enquanto a classe mdia, categorias de trabalhadores
mais organizados e empregados das estatais no manifestaram interesse em relao ao SUS, at mesmo por terem seus
prprios planos de sade, os trabalhadores menos organizados e rurais, os do mercado informal e os desempregados
careciam de fora poltica para pressionar por reformas de
sade de mbito nacional (ARRETCHE, 2005). Assim,
as bases sociais e polticas da RSB permaneceram estreitas,
restritas fundamentalmente ao movimento sanitrio. E at
mesmo o movimento parece ter perdido naquela poca o
seu carter militante e mobilizador, reduzindo a sua influncia na poltica governamental, o que, para alguns autores,
o impediu de exercer um papel vigilante no cumprimento
da Constituio (GERSCHMAN; VIANA, 2005, p.321).
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CONCLUSES PROVISRIAS
Ainda que para alguns autores a RSB possa ser considerada
inconclusa ou represente uma promessa no cumprida das
foras que apostaram na democratizao da sade como
prxis de uma reforma geral ou de uma revoluo no
modo de vida, no h como negligenciar certas conquistas
alcanadas na construo do SUS e na ampliao da conscincia sobre o direito sade (PAIM, 2009).
O movimento sanitrio d sinais de vitalidade, mesmo que no apresente o mesmo protagonismo de dcadas
atrs. E a compreenso crtica acerca dos filtros que operam num processo de reforma (SCHRAIBER, 2008), possivelmente vinculados seletividade estrutural do Estado
capitalista (OFFE, 1984) quando permite assimilar apenas
aqueles componentes mais orgnicos reproduo social,
aponta para a pertinncia de apostar no desequilbrio da
revoluo passiva brasileira, favorecendo o polo da mudana.
Como se ressaltou, em outra oportunidade, a fora da inrcia dosou os ritmos e os contedos do processo da RSB,
tendo em vista as caractersticas do desenvolvimento histrico da sociedade brasileira:
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Este parece ser um dos desafios do CEBES na atualizao da agenda da RSB, especialmente quando investe
na constituio de novos sujeitos para a ampliao e aprofundamento da cidadania ou quando se apresenta como
portador da anttese para superar o predomnio da conservao. E uma das formas de superar o insulamento e
ampliar a interlocuo com outras foras sociais quando
o movimento da Reforma Sanitria Brasileira, partindo do
setorial, avana no espao societrio. Nessa reatualizao
da agenda cabe lembrar uma das ltimas proposies de
Srgio Arouca:
Retomar os princpios da Reforma
Sanitria que no se resumiam criao do SUS. O conceito de sade/
doena est ligado a trabalho, saneamento, lazer e cultura. Por isso, temos que discutir a sade no como
poltica do Ministrio da Sade, mas
como uma funo de Estado permanente. Sade cabe o papel de sensor crtico das polticas econmicas
em desenvolvimento. O conceito
fundamental o da intersetorialidade
(AROUCA, 2002, p.19).
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REFERNCIAS
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