Lemos Britto - Os Systemas Penitenciarios Do Brasil
Lemos Britto - Os Systemas Penitenciarios Do Brasil
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PENITENCIARIOS
DO BRASIL
UJF'.!IJ!.G.
BIBLIOTECA UNIVERSiTRiA
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590429301
RIO DE JANEIRO
IMPRENS~
NACIONAL
1924
--
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INDICE.
paginas
Exposio:
Confisso necessaria.
Palavras de tull jornal italiano
Summario.
Palavras ao Ministro da Justia.
Razo de ser desta parte introdllctofla.
A cura dos delinquentes .
Evoluo da pena 1[.
As penas e o nosso Codigo
A sentena indeterminada
Liberdade sob palavra.
O problema dos menores delilrq'ntes no' Brasil.
Tribunaes para menores.
Os menores e a !taIla ..
As leis inglesas.
As leis aUems.
no~
Do Amazonas.
Par.
l)
Maranho.
Cear.
Rio Grande do Norte.
Da Parahyba. .
De Pernambuco.
Alagas
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Sergipe .
7
9
11
13
15
21
28
42
47
54
60
78
80
83
85
91
100
Estados:
127
151
175
195
219
235
259
293
319
EXPOSIO
APRESENTADA Ao
EM
22 DE DEZEMBRO DE 1923
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talldollc I: sistcmi carcerar-i.
Nel/a slla lunga pcregr;fl(i,oione il dott, Lelllos Britto
ha 1'acolto lUllllCTOSO JIlater-ialc chc g1i servirei. di base per
la rela:::iollc che prcscntar a1 ministro di Gillsti::;ia, e nclla
quate" oltre Zf'esposis-ione chiara c particolarcgyiata dl/a
sitlla::;ionc di fatto, 'verrano Sllq[/criti tlltti 1: 'lJl.iyliora11lc'llti
c/ic j?OSSOllO essere ap!)ortat,i nel sistema carcerario dclla
Rep11 blica ,
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SUAJ111ARIO - PalmJras ao Sr. Jfinisfro: lima sentena do Sr.
Blilw Roat c sllccro 'Fcconhccnento das m.inhas 1'cspollsabilidadcs -neste Inqucrito - Razo de ser desta parte introductoria - N eccssidade da reforma penal corlro base da rcfon11o. pcnitc11-c-iar-ia - A cura. dos delinqucntes - Conceito
conl-C11IpOrG11CO do cr-nc O hO'nlcm c o 1neio - Digciro estudo da 1I1rJl.talidadc humana - Actos criminosos)/O passado c '110 presente _. A desoladora interrogatiz!a - E'uoluo da pena - Opinies de crilninalista..s - O qu.adro di!
Laur'cnt - Estudos de Dcmogue, Ma.)'Grt de Vauglans c
fOllsse - No Brasil -- Adopo da COl1sti-tu.io Hespanhola
c sua pCJ1alist-ica -- A rcfonnG hllmanitria - Doutrina da
emenda moral c 1'cgimc'l1 penitenciaria - O que o caracteriza
1W ophlio de Paul COlfchc As pe-nas e o nosso Cod1go
- E'r!/' que se resumem el1as - Suas fonles - O Codigo
Penal de 1830 - A sentena indeterminada" imprcscindh'cl
refonna- O critcria desta sentena, conforme P.rins - As
vantagens a.{a'nadas - Sua applicaa - Jui:::o de Paul
Couche -- Opinio de ],11'. Barr0'7.f) Sentena indeterminada na Amer-ica do Nade - -Pala doI/. Fernando Cadalso
- O que eu cscre'via em- 1916 -- Liberdade sob palavra, C()rollario da sentena illdcteY1!1-inada - Corno se a concede no.'
E. Unidos - Admiraf-'C/ e,t-emplo do refonnatorio de El11'l-ira
- O decreto brasileiro de 5 de sete'JII,bro de 1922 - O decreto .de 6 de' sctC1ubro de 1924 - O problcma dos mcnores
---.--- Ogl'riza do Congresso a essa 1'efor-nw - O que se verit-ica
'/lOS ca.rccres brasileiro~\' Um cu:emf?lo '/la Cear - A cri'IIlrJlalidade infantil - Syn.fhesc de m,eu trabalho UM PROBLEMA GRAVISSIMO As cstatisticas ater-radoras - Nova lgisla,a tribunaes para 1Henores, O Codigo Penal e a:
q-uesto - O que eu preconizei pemnte o Prime'o Congresso
AmericaHo da criana. e lhe 11Mreceu o voto ttnanime -Vistas dJolhos sobre a propaganda e sobre a legislao da
Attst1'ia, Italia~ A-me1'ica do Norte, All('manha~, Frana, Bclg'ica- c Estados Unidos. - O decreto de 20 de dezC'-vnbro de
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5mhor MiJstro.
Permittir V. Ex. que eu COll1ece por agradecer-lhe
a confiana com que me distinguiu: e11a ll1e sensibiJiz0l1
profundamente, tanto mais quanto o nossO conhecimento
r:essmt1 nasceu 110 instante lneS11l0 en1 que V. Ex. resolvia
pr sobre lnens frageis hon1bros essa tarefa espinhosa e de
to altas responsabilidades.
,
O gesto de V. Ex., inspirado nos meus obscuros
labores provincianos, sem qualquer pensamento extranho
aos fins (lue ento vizava, faZ-l11e lembrar uma passagem
do discurso que o Se Elihu ROQt, ainda senador pelo Es,
tado de Nova Y or k, pronunciou a 6 de maio de '99, O
embaixador brasileiro em Vil ashington, Sr. Joaquim N abuco, j por esse temt)o gozando de uma real popu1aridad~
nos Estados Unidos, offerecia UUla festa ao Grind'on
C/ub, e aquelle (Jue teria de ser o notavel Secretario de Es
'lado de sua patria, saudando a grande fora que est
moldando o sentill1ento e traando o futuro da An1erica)
pronunciou estas palavras, que agora, passados alguns
2.nnos de sua leitura, 111e sobrenadam n1elTIOria: Quer
pareCer-lTIe que as grandes coisas da vida, os grandes feitos
que affectam o c.urso e o desenvolvimento da civilizao~
so levados a cabo por homens que na occasio no pensam
estar desempenhando importante papeL
O eminente e.stadista accrescentou que toda vez que
o homen1 tem consciencia de estar fazendo grandes coisas , en1 verdade est fazendo coisa nenhuma. Para
elle, as grandes obras da vida so feitas por certos homens que se esto esforando afin1 de realizarem o que lhe
14
benio5 'Britto.
16
17
das nossas leis penaes. J\Ias ser desse remedio, cega obediencia lei do menor esforo, que carece o Brasil ?
Por toda parte, Senhor l\Iinistro, na Italia, na Frana,
na Argentina, no Uruguay, recentemente no Per, na
_Belgica, 110S Estados Unidos: na propria Allcmanha, to
cauta nas suas reformas, esse eSr~_!t.9__ 11g.}r~, llue 111al}da
estudar o _criminoso enl vei--(repl~nir o -crne, ~ que d
"p-ena um caracter de refornla, a despeito de no poder ti~
i'ar-lhe 11l1~a certp. fe.io inti~llidati\;-a, vae desbravado
. caminho a UU1 futnro melhor, emquanto no Brasil perm<lneccnlOS estacionarias, C01110 se j bouvtssmos attigido a
,,,ltima etapa da legislao penal.
E, todavia, como estamos atrazados !
Que se ha de conseguir nas prises do Brasil, Senhor
~ifi11istro, com este ,regimcn obsoleto das sentenas determinadas, fixas, rigidas, inflexiveis ?
-1> Dc que serVC111 o ensino moral e civico, o trabalho llas
officinas, todo O esforo da administrao penitenciaria,
optimas prises, moldadas 110S typos americanos ou belgas,
se o sentenciado sabe que o seu esforo no lhe garante
apreo ou evita, pelo menos, depois, quando liberado, o des..apreo d sociedade?
Successivas tentat1,Tas tll1 fracassado no .Congresso.
E, todavia, como V. Ex. ver no derradeiro tomo deste
trabalho, que s o desejo de ser util ao meu paiz e de corresponder fl confiana ele V. Ex. nle fariam escrever ne.-;te
curto lapso de tempo, nada de real, de util e ele pratico teremos feito se no acoll1panharmos a ~'eforma material das
prises e sua reorganizao interna ela reviso elo Co digo, no
que, se l)rende execuo e plasticidade da, pena de. accrdo
com os titulos e fIualidades do delinquente.
Eu sinto de tal geito a necessidade de insistir neste problema CJue exaro da suprema bondade de V. Ex. me permitta uma rapiela excurso pelo dominio por a3si111: dizer
'
<Estamos numa Poca em que os fundamentos apparentc/JI-entc solidos do direito criminal pa-rece11't oscilla-r,
CIJ1. que Il{'(:cssario cOJlstrnir um 1/O'UO cdificio, clljo ,11UI-teria! ahlda ni'fo foi experll1e/ltao e nn parte tem de ser
procurado ainda. Para o conseguirmos, nada. de discusses
de gabinete, nada de abstraces thcoricas. S '/,un methodo
ser(')lo de ill,-Jestigar;es q'lle estllde, livre de prcjuizos, a
arde11t de Phenomenos sociaes (I Que chacl-namos crnes, que
obsc1"i..IC primc-ira e conclua depois; fo , s o 1'JLcthodo CIIIl'Jrl.'gado nas sfencins da. nature:m pde aplanar o cal-ninho
que COJ1du::: ao <ucl'dade'o conhccirnel1to do crime e do ho11Le11l delinquente. Esta a i-mica base inabalavel para edificarmos IIIJ1 estado social em que os dil'f'os pessoaes esteja-In segruramente gara11tidos.
I)
problema do crne tenl ll1antido en1"pern1anente agitao os criminologos e os philosophos (*). Que , na vefdade-, o crime? Onde COll1ea o livre 'arbtrio! a responsabilidade humana? Qual eleve ser o con~eito da pena? Deve
eUa ser represso, -castigo, vindieta, ou agente therapeutico
da alnll ?
Eis a complexa questo que se estende,_ fria, aos olhos
dos criminalistas; 'eis os problemas que as tres escolas penaes
e111 evidencia procuram resolver.
Depois que Cezare Lombroso, no famoso trabalho O
hotn.e1lt dehnquenJc, e- seus discipulos revolucionaranl a
sciencia COlU a affirmativa de que o -crill1e deve ser encal'ado como uma enfermidade do caracter, e creal-am a dontrina da_irresponsabilidade, crime e pena soffrerarn o enlbate das mais desencontradas theorias, cada qual vaidos::l
de seu triumpho sobre as demais.
j~ sciencia procura affeioar a represso penal, da
-mesma frll1a qe, pelo emprego de anesthesicos, busca diminuir a dr physica do paciente, toda vez que se trata
de extrahir, mutilar ou golpear 't1111 de seus ll1embros. J se
no sl1pportaria aquelle conceito da responsabilidade, que
ImpaJ'-
22
\,
1,1:
.. 'I
fazia arder nas fogueiras da Idade ~Vldia os infelizes atacados do mal epidemico da clemonolatria. Os progressos da
psychologia . o estudo ela alma do homeu1, as obseryaes
sobre a influencia do 111Cio e da educao sobre o individuo,
a rC11crcl1sso das necessidades economicas sabre o ser
humano, vieram demonstrar que efa inC0111pativel com a
cvoluc~ mental do sentIo a escola que apresenta\'a o de1inql1;nte, fosse elle qual fosse, como unl typo execravel,
consciente de sua maldade, e (Jue, na pratica do delicto, agia
deliberariaulcntc, por querer agir, livre da actuao de qualquer energia occulta, social ou organica. Donde o immcnso
clamor elos criminologos para o lanamento das ba~es de um
novo direito penal, n1~tis racional, 111ais hluna.no, mais scie11tiflco e 1nenos em desaccrdo C0111 a 10gica natural dos phe1l(1111enos.
y i--- Que o crime? Poderia111s alinhar aqui, enchendo
'paginas sobre paginas, UUla sde vasta cle definies.
Julgo preferivel abrir mo desse proposito, para dizer simplesmente que o crime , luz das varias legislaes penaesJ
uma violao da lei moral ou -civil.
]\,las a lei, quer 11101"al, quer civil, variavel e instavel.
Ella varia, conforme o prisnla pelo qual um congresso, U111
povo, 11111 h0111em . el1~a ra os phenomenos sociaes.
El1a instavel, porqne os novos habitos, as descobertas,
a 111entalid4de nova que a evoluo vae sllccessivanlente
creando nos povos, inlprimeul ao organismo social uma instabilidade visivel, que o signal da propria evoluo. Ora,
se essas leis variam assIm, sem termo e sel1l medida, claro
que o conceito da pena ha de variar tambe1l1.
Cada _hom~11l encara a yida_ ]2Qr um pris111a partic~!~_
e esse~p~~i'~'ma-.varia ao ;~~o~- d~_s _pai:x:.5_~s':-~os inte~~<:si~~: _d2.
ne~-vsi~mo, __ (lU~ _'~tu~~;i~[~__ ~ll~_~nLKr~g_s_.~ii_!~~~E:~~
C~da povo' te!T!" s'- stlas par~icu1aridades, os seus_~l~ti_cJ.~--~~~
oi-seus Ti'i~?S- de-';i-ec1.e Ji1Jg;l~-':' -pa~-; U1~,-;-p~~a de 1110rte
l-ml- vel~dadeira monstruosidade; para outros, essa insti-
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24
----- ------ --
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-----6
I
I
crime deve ser estudado de accrdo C0111 os conselhos e os principias ela escola positiva. O criminoso ha cle
/ ser tratado por processos racionaes J dentro de uma legisla>'
o que faa a pena elastica, ductil, adaptavel ao individuo.
Se o criminoso um enfermo, que soffre' de UHl nlal sm:geners . a sociedade no teIll o direito de condemnal-o se111
reaTa
nehl medida, a!)enas tendo em conta a gravidade da
b
violao da lei 1110ral ou civil, e senl indagar se elle passivel ou no de regenerao ou de cura.
A pena ca;-~ce 4~_, ~~~ptar-se _~o cr_it~lip_o_~ __~_?~_?_, ~o
" cri111_e. De~~ s~~' r-e~~;edi; e no -"expresso de unla vindicta
social.
~ -Neste pajz, eIn que tanto valelll as creaes arbitrarias
da naginao, escrevi eu elll 11111 de ll1eus estc10s de propaganda, - abenoado seja aquelle que firnlar a refornla
do nosso direito penal nas bases solidas e seguras que acima
sVl1thet~alos nesta expresso, intencionahnente repetida:
_~
26
jl
ii!
27
28
29
populao.
..
-Oue
,- causas tero contribuido para essa transformao?
Se corrermos a vista atravs das varias fazes caracteristicas da- historia, pasmarenl0S diante da diversidade de
conceitos que, sobre o crinle e sobre o criminoso, fazia111 os
antigos e fazen1 os 1110dernos.
Bastar perlustrar os annaes da justia entre os povos
pa'ra que. se apanhe en1 toda sua extenso o avano da pena
nos ultin10s telnpos .. E' uma evoluo lenta, clurante seculos, lTIas que de repente se precipita e attinge a 11111 gro
espantoso de progresso.
.!;"'""'''''''"'"'~'='l
Prins, o notavel n1estre contemporaneo, especifica q't-la:~:
t~o grandes periodos dentro dos quaes se pde _determinar
~ 4~; TI con-ceito especial do direito de punir:
:-.2.: ~ R1 O periodo primitivo, ou cOl1suetudinario, que se pro,~ , ':~1611ga at aos humbraes elos tempos tenebrosos da Idade
. "Mdia;
.. ~
O perodo da expiao, ou da intinlidao, que vae da
~ ~.~ Ilade l\1dia Renascena;
r_~,_, ",j O periodo .hltn~anitario, que se inicia com o seculo
:'",,""~~L."=XVIII e se dilata at -certa altura do seculo XIX;
O periodo scientifico, contemporaneo, (Scien.cia penal
l1
e direito positivo, )
Vidal admitte, com elle, quatro periodos, mas remonta
o primeiro ao da vingana privada, con1 o que est de accrdo o criminalista portugus Sr. Caeiro da Motta,
Ferri aborda o problema por uma face especial: aborda
as phases nat'lwal ou pril1~itiva) religiosa, ethica) jlwidica e
social. (S ociologl:a criminal,) Garrand, ao contrario, dis0!
tingu_e 2.penas tres frmas typi-cas no desenvolvimento d\
direito ele punir: a da concepo barbara, a da concepo
theocratica, a d~ concepo politica, (Tratado theorico e
30
31
no
tugus. )
1\os sertes brasileiros elo Norte ha eXl1lplos semeihantes ~
.Mas a vingana pri-vada soffria do grande mal de ficar
ao arbitrio do individuo. No havia medida par"a ella. A
consciencia e o insti11cto de cada qual eram os unicbs juizes
da sentena. E cada sentena executada, C01110 bem 12Q1-:!e[OU von Ihering~p~ava a c01?-stitu uma fonte de novas
__ injustias.
A humanidade, a caminho da perfeio, acabou por
comprehender esta - verdade, C01110 outras tantas que 1a111
illuminando o espirito dos povos-o Surgiu a ida da limitao
da pena, a ida da correspondencia do castig"o ao crime pra-
ticado. E' o dente por dente, olho por olho, da famosa pena
cle T;l1io, ele que as leis mosaicas nos deixaram a fn11111a
expressi,,'a: fracturam pro fractu-ra.., ocullllJl. pro ocltlznn)
dCl/tell? pro dcntc rcsh:tuct.
Contina, a11i, a aco privada, mas 'j o senso jurdico!')
elos POYOS estabeleceu um limite ao ~ireito de punir, que ~
assiste ao aggredido.
X essa noite escura, em que transcorre a Idade ]Hdia,
a autoridade no tem a fora de que carece para impor-se
2,05 povos e a intelligencia no tem bastantes luzes para
comprehender a necessidade de chamar a si o direito de
castigar os culpados . ..I.,',\'5si111, porm, eUa adquire essa fora,
trrebaf:a ao individuo a faculdade de castigar para exercitaI-a por si mesma.
E' quando alvorece o conceito da pena e do delicto.
,lHas o direito de punir fica 'em mos dos reis e ele seus
instrumentos, como uma conservao da divindaue c1ele- ;_J
gac1a aos seus manda tarlos .
O Estado substitue o individuo no direito de punir,
ms o Estado el1carlla-se nos reis: L' ntat c' ('.rit l-Ilo(, disse
Luiz XIV.
No se pde precisar uma poca certa para essa trans-
Ionnao, seno ahi, porque os povos antigos tmnbem fizeram, en1 perodos diversos de Sl1a historia, e sempre na
faze mais a.guda de sua civilizao, esse conceito da faculdade de punir, posto desfigurassem o verdadeiro caracter
da pena.
Foi o l110'yi111~11to philosophico 40 ~.JJl0 ,XVIII que ilJlmlnOl1 a consciencia dos povos e deu inicio reforma das
1r:!stitllies . penaes. A revoluo operada nos espiritos
attingiu a propria pena, porque o avano das sciencias detern1inou o conhecimento de certos factores do crime at
ento desconhecidos da humanidade. Essa revoluo, coineada sob a fI-ma de simples evoluo, acabou por tomar
o caracter violento que assignalou a famosa Revoluo
33
32
os
punho decepado;
lingua furada conl U111 ferro ell1 braza;
gals perpetuas;
exposio 110 cavallo de po;
degradao.
i\s corporaes ll1ari timas erarn as de:
chibatadas;
pol;
argola, tan1ben1 appEcada aos militares, e nlalS as de
bolina;
ferros;
cabrestantes;
queimaduras, etc.
3
3;
35
~'\rt. 245. Os tribunaes no podero exercer outras funces mais que as de julgar e fazer
que soe execute o julgado.
Art. 246. To pouco podero suspender a
execuo das leis nem fazer algum regulamento
para a administrao de justia.
Ar\. 247. K cnhum hespanhol poder ser
julgado em causas civis nem crir:;,1naes por alguma comnlisso, 111as smente p-do tribunal con1petente, determinado com autoridade pela lei.
Art. 24B. En1 os negocias communs, civis
e ctiminaes, no haver mais do que um s fro
para toda a classe ele pessas.
36
37
39
38
l\!Ionarchia ou em parte della a suspensao de algumas das formalidades prescriptas neste capitulo para a priso dos delinquentes, podero as
crtes decretaI-a por mll tempo determinado.
'i,
UlTla
1'1,
,
:" I'
,
40
41
11101'al
* *' *
I::
43
42
45
44
.Assim, apenas liber'Lo do dOll1ir:io de Portugal, o Brasil a~antajou-selhe de n1odo n()tavel en1 materia penal,
no se cOll1prehenclendo, por isso, o subito estacionamento
a q11e . na materia, o coagiram as legislatu~-as republicanas.
A Constituio do Imperio aboliu o aoite, a tortura,
a lual-ca a ferro quente e todas as filais penas crueis .. Determinou que nenh1l111a pena passaria da pessoa do delinquente, acabou COll1 o confisco e com a transmisso da infamia aos descendentes do ro.
Em r830 j possui a o Brasil o seu Codigo Penal que,
apezar ele luanter certos dispositivos, constituia indubit;:t-
47
46
'''I!
morte na forca l art. 38); gals (que sujeitava os ros a andarem. de caketa ,aos ps e
corrente de ferro, juntos ou separados, e 3: enlpregarem-se eil1 trabalhos publicas na provincia
onde tivesse sido comn1ettido o delicto, disposio
do Go-verno, no podendo ser tal pena appEcada a,
Illulheres, nem a menores de 21 annos, nenl a
maiores de 60 (arts. 44 e 45); priso COm t1'aballw (que obrigava os ros a se occuparem diariamente no trabalho que lhes fosse destinado
dentro do recinto das prises na conformidade
das sentenas e aos regulamentos policiaes
das 'mesmas prises (ar!. 46); priso simPles
(que obrigava os ros a estar,eTn ,reclusos nas prises publicas pelo tempo ll1arcado nas sentenas
(art. 47). banimento (que privava os ros dos
direitos de cidados brasileiros e os inhibia perpetuamente de habitar o territorio do Imperio
(an. 50); degredo (que obrigava os ros a residirem no logar destinado pela sentena, seUl podere111 sahir delle durante o tempo que a mesma
marcasse (art. SI); dcslcrro (que, qua.ndo outra
declarao n;;;'o houvesse, obrigava os ros a sahi1~em dos ternlOs dos lagares dos delictas, da sua
principal residencia e da principal residencia do
offendido, no podendo entrar em algum del1es
durante o tempo. marcado na sentena (art 52);
multa (quc: obrigava os ros ao pagall1ento de
unla quantia pecuniaria que seria, sempre, regulada pelo que os condemnados pudessen1 haver em
cada un1 dia pelos seus bens, empregos, ou indus-
No seu aspecto geral, pois, enl confronto com a legislao de r830, o Codigo de 1890 apresenta uma sria
transformao _ A priso cellular ou com tJ-abalho domina, j, esse corpo de principios juridicos, e o conceito da
pena apparece expurgado da ida de vindicta social.
A SENUNA INDETERMINADA
I
A sentena indeterminada, cJue te111 sido ao l1leslnd'y
tempo um remedio heroico contra a crimil1alidade e Ul11 poderoso derivativo econon1ico para as naes que so obrigadas a manter numerosas e grandes penitenciarias, UUl
coro11ario logico do chamado s):stema de reforma. Se a
pena j no visa desforrar a victin1a, fazer soffrer ao criminoso e vingar a sociedade; se j n,inguem contesta que
dentro de cen1 delictos semelhantes no ha dois criminosos
iguaes; e se com a creao dos refornlatOl-jos se procuram
restaurar no delii1quente a f perdida e a confiana nas
proprias virtudes, transfor11lando a pena num elemento de
correco, no se pde admiir que para essa variedade de
criminosos, e dentro dessa conlplexidacle de Inoveis e de
fins, o magistrado decrete uma penalidade rigida, immutaveL Contra a graa ou o perdo, assegurados pelas constituies da Unio e dos Estados aos presidentes da Republica e aos governadores, eu o sou, porclue o perdo avilta_
48
49
possivel nas penas elevadas. Raramente um individuo poder disfarar a sua indole e propositos aps quatro ou l1Iais
annos de convivio C01TI os companheiros, C0111 os guardas e
com as autoridades superiores da priso. Os receios do pe~
figo social, de que se declarava possui do o grande cri111inalista belga, no devem, portanto, subsistir.
Com o que estou de accrdo 'com a affirmativa da
inapplicabilidade da sentena indeten11inada ao systema
cellular puro. De que elel11entos se dispor para constatar o
gro d regenerao ou de reforma de un1 preso que vive sepultado num cubicl1lo, mudo e s? Mas esta face da qnesto
no nos deve interessar, uma vez (que os dispositivos do Codigo relativos priso cellular no tm applicao em
qualquer Estado do Brasil, e tal pena transformada na de
priso 'con1 trabalho, esta em priso sin1ples com o augmento da sexta parte. Agora, o que a sentena indeterminada
:impe que, da mesma sorte que se din1inue o tempo da rec1uso para os regenerados, se deve ampliaI-o para os que,
.cumprida a sentena, no se regeneraralTI _ Apenas no primeiro caso deve caber a faculdade de deliberar cOlllmsso das prises, e no segundo, enI meu desautorizado jUlzo,
por se tratar de uma nova pena, deve tal facnldade caber a
tribnnal revisor, provocado por aql1ellas antoridades pc11itenciarias.
Com razo e clareza escreve textual111ente Paul Couche em sua notavel systen1atizaci dos estudos penitenciarios:
A la libration antecipe, quand l'amendel1Ient parait obtenu avant, 1'chance du jour fix
par le juge p~nr l'expiration de la peine, correspond tres 10giquement, comme l'observait Bonneville de Marsangy, la dtention supplmentaire, q uand, ce moment dtenu, ne senIble pas
encore entr dans la voie de.la r forme morale.
Si 1'on se fait ainsi l'ide que la peine peut tre
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li'
'i
o que
Nossos legisladores jan1ais quizeranl autorizar a recluso de uma pessoa sem fixar lJn liInite maxilllO sua deteno. Sete Estados, Nova
Y ork, J\iassachusetts, Pensylvania, 1\linesota, Dlinais, Indiana e Oh10 adoptaranl a sentena dita
indeterminada, ll1as enl todos esses Estados so
prescriptos limites maxi1110 e 111inimo, de modo
que a sentena est longe de ,ser absolutamente
indeten11inada.
J a lei de 22 de abril de 1877, relativa ao Reformatario de Elnlira, prescrevia esse 1l1aximo enl seu 2 do
art. "73.
No ]\/Iassachusetts, a lei de r844, que organizava o Reformatorio de Concord, dispunha que o juiz no devia fixar o limite da internao do preso, salvo quando se tratasse de unl periodo superior a cinco annos.
O juiz tem, pois, muito limitada sua aco, C01110 observa Paul Couche.
No resta duvida que a pratica do tal principio encontra difficuldades, e a maior dellas est na fora da;
trad/:o) que entre ns quasi invencivel.
Cadalso argumenta:
El poner en libertad ai condenado por toda
la vida aI poco tiempo-de estar ~n prisin, muchos
consideran peligroso; el retener indefinidanlente
aI autor de un leve delito, lo estiman ot1'Os in justo.
El tratamiento reformador que en teoria satis-
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face, no es fcil llevarle a la prctica con la perfeccin requerida, y las personas llamadas a fa~
lar sobre la conducta de un prisionero para liberarle o retenerle, no 5011 infalibles y pueden equ~
vocm'se, COI1 grave dano de la sociedad en el primel" caso y de] individuo el1 eI segundo. Por esta.
la sentencia indeterminada 5in limite 110 tiene a111b.iente propicio, 110 ciertamente por la lgica eil
que descansa, sino por las dificultades de hecho,
que en ll1ucho obedecen a la falta de preparacin
de! espritu publico y a la deficiencia de medios
reformadores para 3U general aplica-cin. Eu
cambio, la linlitada por un ll1ximo}Yiun ll1nilno o
slo por un 111ximo, se halla en vig+encia en la
mayor parte de los Estados.
accrcscenta:
o Congresso Juridico de '98 adoptou a these de defesa s sentenas indeterminadas, o 111esnlO fazendo o de
1922 . Os doutores Carvalho 1\10uro e Galdino de Siqueira
estudaram, ento, profcienten1ente o assumpto sobre o
qual ha n1uito o que escrever.
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<[lU~
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de desgraa.
Como nobre e salutar ahi a aco do Estado 1 No
despede o convicto com asco, no abandona, no o deixa
s. Segue-o, fortalece-o, aconselha-o, guia-o, defende-o: e
ainda quando ferido pelo infortunio, lembra-lhe que, antes
de cair, procure o Reformatorio, que ahi encontrar pousada, abrigo, lSt"oteco e trabalho.
Essa medida, comO a da sentena', indeten11inada, no
exige grande esfo~o legislativo, e o' Congresso pde adoptal-as, se no o Executivo, j autorizado para essa reforma, como se deprehende do decreto n. 4577, de 5 de setembro de 1922.
Sanccionadas pela pratica, pelo voto dos Congressos e
dos publicistas, essas 111edidas, o good t-imc law e o surs.,.
no carecen1 111ais de experimentao.
Sua introduco em nosso systema penitenciaria un1a
necessida-de a que o actual governo, \1. ,Ex. frente, Se-o
nhor Ministro da Justia, no faltar ,(*)
(*) A proposito da ad~ptao da ('Qndemna? ~ondicional ao>
Brasil" recommenda-se o vahoso estudo do notavel. ]ur1sconsulto bahiano, desembargador Felinto Bastos, a pag. 201 dos seus Estudos de-
Direito Penal.
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3"-A enorme despe.sa que o estabelecimento. de pwitenciarios-modeJos
acarretar necessariamente.
O primeiro embarao s pde ser removido pela decretao do 110VO
Co digo Penal; o segundo, pela reviso da Constituio, para unificar as leis
'de processo; o terceiro, pela melhoria da situao financeira, ao que V. Ex.
-desveladamellte se dedica.
E', porm, possvel melhorar a organizao da Casa de Detellco, da
Casa de Correco e da Calouia Correccional de Dois Rios e a isso dedico a
minha attello.
Quanto ao projedo ora submettido approvao de V. Ex., e que,
pela sua simplicidade, dispensa longa justificao, devo informar que foi
-organizado por uma commisso de juristas competentes, que estudou cuida.dosamente o assumpto.
Foi preferido o regimen frallcez do sursis - suspenso da condemnao; ao inglez -..:probatlon - suspenso do julgamento, por ser este, na
phrase de douto tratadista menos garantidor, quer em relao ao criminoso,
,quer em relao Sociedade, no tem o effeito juridico de determinar a reincidencia, o que inconveniente). Quanto ao maximo da pena de priso a
que pde ser condemnado o sursisD, variam as legislaes: - a belga e
a italiana limitam-n'a priso no maior de seis mezes, a suissa-um anno;
a ingleza, a dois annos, e outras vo at cinco annos. Parece-lIas razoavel
-o prazo de um anno, attendendo natureza das infraces a que appUcada essa pena.
.
O prazo dentro do qual deve prevalecer a ameaa da pena suspensa
iambem varia nas legislaes estrangeiras.
Os organizadores do nosso projecio foram felizes na soluo dada, estabelecendo um maximo de dois a quatro annos, de um a dois anoos, con.forme se trata de crime ou contraveno, deixando dentro desses extremos
certa latitude ao juiz, que apreciar as condies especiaes de cada caso.
A fundamentao da sentena de suspenso da pena, a ausencia de
Tecutso em caso de sua denegao e outras providencias so as acceitas
pela legislao penal estrangeita, a que me hei referido. Estou convencido
de que V. Ex., dignando-se approvar o projecto, prestar re.levante servio
causa da justia e da represso penal. Rio de Janeiro, em 5 de setembro
de 1924. - JOo Luiz Alves, Ministro da Justia e Negocios Interiores.
Dcreto n. 16.588, de 6 de setembro de 1924 - Estabelece a condemnao condicional em materia penal:
O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da
autorizao constante do art. 1, n. 11 do decreto ll. 4.577, de 5 de setembro
de 1922 1 resolve decretar:
Art. 1. Em caso de primeira cOl1demnao as penas de multa conversivel em priso ou de priso de qualquer natureza at um anno, tratando-se
de accusado que no tenha revelado carader perverso ou corrompido, o
juiz ou tribunal, tomando em considerao as suas condies individuaes, os
motivos que determinaram e circumstancias que cercaram a infraco da lei
-penal, poder suspender a execuo da pena, em sentena fundamentada,
por um prazo expressamente fixado de dois a quatro annos, se se tratai' de
crime, e um a dois annos, se de contraveno.
1. Quando a condemnao fr imposta por deciso do Tribupal do
Jury, a suspenso ser decretada pelo juiz presidente.
2, Se no prazo fixado, a contar da data da suspenso, no tiver sido
imposta outra p~na ao accusado, por facto anterior ou posterior mesma
suspenso, ser a condemnao considerada inexistente, pelo juiz ou tribunal, ex-o/ficio, ou a requerimento do accusado ou do Ministerio Publico.
. 3. Em caso contrario, a suspenso ser revogada e executada immed13tam~nte a pena, de f:'ma a no se confundir com a segunda condemnao.
~ 4<>. A revogao ser declarada, na frma estabelecida para os incidentes de execuo, pelo tribunal ou juiz competente e susceptivel de
recurso, sem effeito suspensivo.
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Art. 2. A suspenso no comprehende as penas accessorias e incapanem 0.5 effeifos relativos indemnizao do daml10 resultante da
infracao da lei penal.
1. Na sentena de suspenso ser fixado um prazo para o accusado
pagar as custas. d~ processo, tendo o juiz ou tribunal em attenco as suas
condies eeOOOlTIlCaS ou profissionaes.
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_ E' m idiota.
-
Idiota, C01110?
-:- Imagine o doutor que s agora, em minha administrao; com geito e paciencia, conseguimos acalmal-o.
Quando elle para aqui veio, tinha sempre a ida fixa de ser
-um irracional qualquer. Essas idas eram periodicas. DuTante mezes cantava semelhan.a de un1a ave, depois cocoricava como os gal1as, n1uita vez zurrava como os burros
e at urrava como as onas do serto L .. Nestes periodos
de excitao o infeliz no consentia que os companheiros
dormissem, e muita vez, durante o dia, cortavan1-se na
.seco de sapateiros C0111 o susto de um longo bramido i11,opinado que el1e deixava escapar.
a commandante Roriz adoptou o methodo do conselho
e da suggesto para acalmaI-o, ~llas eu soube que anteriormente os guardas, praas de pulicia,
castigavam physiocamente para que se calasse !
Vale a pena demorar sobre este caso, para o qual
possue, no Brasil,. cada cadeia in11urneros semelhantes.
Ou este lnenor agiu CQ1TI instincto perverso, e C011_sciente, ou agiu sob a aco dos elementos 1110rbidos que
eu pude constatar. ElTI qualquer os casos, a sciencia penal
foi sacrificada. Porque se o menor apresentava taes instinaos: tudo impunha a sua segregao para o fim de edu-cal-o e adaptaI-o vida honesta e ao trabalho; se enfermo,
-o seu logar era num manicomio, ou num asylo, nunca num
. -carcere !
Ser, ento, que ainda nos devamos conformar com as
theorias do seculo XVI, quando ninguern admittia que a
loucura fosse causa de irresponsabilidade, ou com as dos
seculos XVII e XVIII) en1 que s se adn1ittia a irresponsabilidade dos loucos furiosos ou dos cretinos verdadeiraensandecidos? A loucura no consiste apenas em
tal privao absoluta dos sentidos, antes a psychiatria e a
neurologia provarmll j saciedade que ha manifestaes
disfal'adas de loucura, perturbaes funccionaes do ce01.1 dos nervos, que asseguram a irresponsabilidade.
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Penal e do Processo Criminal em face dos menores. Recapitularei, assim; p2-ra \1. Ex. poder apanhar a harmonia
de minhas idas c propositos, ~ tudo que, ao ,longo ele uma.
eXlstcncia to obscura quanto trabalhada, avancei e escnO:Yl, em fascicnlos, theses, discursos e artigos de jornaL
'<
>:<
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1890
1891
1892
r 893
1894
1895
22,96
23,70
22,95
22,46
23,5 2
23,28
Na Frana:
1\Ienores
(Por cem julgados)
1826-5 0 .
13,20
1880
189 0
"7,99
r891
189 2
I&)3
"7,46
"7,78
18,2,1
18,42
Numa synihese ll1ais apurada, a delinquencia dos lnenores augmentou, na Austria, de 1882 a 1892 - 12 %; na
Flollanda, iderl, 37 %; na Hungria, idem, 24 %; na Dinamarca, idenl, 25 '~~; na Suecia, idem, 48 % ! !
V-se, dahi, que o problema da criminalidade dos menores tomou 1m1 aspecto gravissimo, a provocar os zelos
dos criminalistas e dos homens de Estado.
O professor Aschaffenbourg, na obra a que me arrimei quanto evoluo da delinquencia na Allemanha
(Crime e j-cpresso) pago 128), escreveu:
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menores senl freio e sem assistencia domestica ou do Estado augmentam as fileiras dos criminosos de 1110do extraordinario
Ouanlos, a proposita, as consideraes do notavel
professor italiano a qllenl a Suissa confira a cadeira de
Direito Penal da Universidade de Lausanne.
Para tornar evidente aos olhos dos leigos a necessidade da campanha que eu entreguei inlprensa culta e aos
magistrados do paiz, mister se faz 1110strar a todos que
a criminalidade dos lnenores aSSt1111e propores positivamente espantosas, surprehendentes. S ento ser possiveI
advogar ll1edidas capazes de amparar esses culpados infelizes, e, o que 111alS , de evitar que centenas de menores
caiam na voragenl que os levar irremissivelnlente rnina
moral, ao crime e ao carCere.
Os doutos, os que vivem do lnanuseio quotidiano das
estatsticas crinlinaes, os 111estres da sciencia penal, estes
dispensariam esta digresso por dominios to do seu conheci~ento. Mas preciso no esquecer que toda obra de
propaganda de UIna ida carece ser, antes de tudo, pratica. Escrevendo este capitulo, no devo esquecer aquelles
homens, - e constitl1enl a classe mais numerosa, - que,
no estando en1 intimo contacto com '3. sciencia penal,
impenl a misso de se os esclarecer, e elucidar.
Proseguindo na analyse do problelna, eu accrescel1tava:
No devemos perdoar o descaso dos nossos honlenspublicas pelo que entende visceralulente C0111 a estructura
do 110SS0 organiS1TIO politico-morl. Elles se deixan1 seduzir pela~ obras materiaes, esquecendo os problemas de
maior vulto, arrebitando a ponta do nariz, como se diz nas
classes populares, eIn signal de desapreo ou de tedio,
quando a audacia dos homens de sciencia cresce a ponto
de bater s portas da governana, alvitrando medidas de
salvao publica.
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Sen1 estatisticas, porm, e apenas apoiados' no ,110tidos jornaes, os juristas poden1 attestar que o Brasil
no foge dtu-a realidade consig11ada quanto aos paizes
estrangeiros. Aqui tambem a porcentagem de menores accusados ou condemnados grande, con1 :1 aggravante de
que as crises economicas ainda no chegaram a produzir
neste paiz a verdadeira fOll1e que, na Europa, segundo o
depoimento de Liszt, eleva de modo brutal o coefficiente
dos delictos. (Op. cit.)
}\TO norte do Brasil, eSC1eveu o digno criminalista
patrio Sr. Chaves de Gusmo, o ballditismo um verdadeiro flagello, cujas consequencias para o nosso equilibrio ethnico, rnoral e intellectual no se avalia com preciso, infelizmente. O crinle nessa regio campeia infrene .,
(O banditismo - '9'4, pago 52.) A impunidade entre ns
uma triste verdade, e os n1embros dos tribunaes do jury
no tm a, con1petencia necessaria para penetrar na tran1a
da maioria dos delictos praticados pelos 3dultos.
In1aginen10s esse tribunal de sentena julgando UH1
menor de 15 annos, indagando se, de accrdo COll1 o co digo
patrio, unl accusado de I2 anDas agIU com o necess1-flo
discernilnento !
-f-..llnagine-se esse julgamento o que ser quando, relativamente ao juiz que julga os menores nos paizes de novissima legislao penal, se requer um amplo conhecimento da alma infantil, uma vasta conlpetencia en1 psychologia e physiologia, em n101estias ment.es e nervosas!
Eis ahi est porque eu, aproveitando o ensejo do discurso do Sr. presidente do Superior Tribunal de Justia,
desejo pleitear do mesmo passo as tres refonl1as seguintes:
a) modificao da legislao penal brasileira no que
se refere aos 111enores;
b) creao de tribunaes especiaes para o julganlento
destes;
cia~rio
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c) construco de colonias-1l1odel0 para o internamento elos menores que se I110strareUl insubnlissos s medidas brandas da lei.
No lne preoccupava apenas a reforma do nosso Codigo, preoccupava-lue a refornla penal e111 toda parte.
\lenda-se quanto as 111ais cultas legislaes esto atrazadas
do seu verdadeiro objectivo, ficaremos estarrecidos diante
da realidade de estar o 110SS0 Co digo atrazaclo enormemente de todas essas legislaes.
\T ae por alguns annos, Ferri abordou, COlTI o brilho
de sua dialectica, o probletl1a de reforma das penas. O que
elle visava, de pal- C0111 ?S mais eminentes crim.inalistas da
escola positiva, era -imprimir s penas um caracter ffiilis
. racional e hUll1ano, partindo do principio de que, se os
crimes de um ll1esmo grupo so 111ais ou inenos identicos,
os criminosos varian1 extraordinarian1ente conforme a indole, a educao, o meio an1biente e a herana dos caracteres physiologicos e psychologicos de seus antepassados
ou progenitores.
Mostrando a desigualdade dos criminosos dentro da
figura juridica de um meS1110 crill1e, eu accrescentava:
Dahi a. nova frn1111a preconizada pela sciencia
penal: - para scrcs desZ:gU'aes~ tratautento designal.
J em 1871, Du J:vlesnil escrevia, n11111 estudo notavel
(Rgnc er s"j'stcme penitcllcia'es), que o detido un1
doente mais ou menos curavel na ordem lnoral, e por consequencia preciso applicar-Ihe os grandes principias da
arte medica: diversidade de males oppr a diversidade
de re111edios. Ferri diz a mesn1a coisa por outras palavras: - apropriao das medidas defensivas s categorias anthropologicas dos delinquentes. (Sociologia criminal, trad. ir., pago 574.)
O conservantismo pernicioso insiste nas velhas praxes
dos codigos. O que ahi est que serve.
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eu esc!-evia;
Entregue ao jury, inhabil e sempre incapaz, ;esta
ao
, I'I'
,
',i
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lan!s. )
Os Estados Unidos guarda111 o titulo ll1Uito honroso de
nao lniciadora da refonna. Vae por 10 an110S apenas que
se opera a revoluo jurdica 1105- d0111inios da lnenoridade
culposa, e j a Inglaterra, a Belgica, a Allemanha, a
Frana abraaram a feliz e generosa iniciativa aU1ericana.
A propria Hungria votou, a 31 de maro de 1913, a
lei que punha em execuo. a reforn1a do Codigo Penal.
O .advogado veneziano i\.rrigo Bernau, estudando La.
legge ungherese sul tribumale dei 11nor-i, r-egista a profunda
modificao operada neste particular na legislao da
Hungria: - In trent'anni, che aI 1888 risale il codice
ungherese, il llwdo d-i considerare la dcl~q~tensa de-l~ 'l1nornni ha avuto te-m-po di m.ntare profondamente (Rcv.
de Diritto e procedura penale. Anna IV, f. 12, pago 747);
posto nesta ultin1a nao o legislador no tenha tido, C01TIO
nos Estados Unidos, a coragen1 indispensaveI para r0111per
inteiramente com o passado.
Arrigo reconhece que a dita lei ha per duto la disinvoltura che possiedi in An1erica, in Inghilterra e nel
Belgio ,. 111antendo o defeito de haver conservato le pene,
110n os ando passar sopra alle forn1e processuali che s.'acco111pagnno, alla loro -applicazione. (Idem, pag. 752.)
Observo, porm, que o Codigo en1 questo 1111to se
distancia do nosso ..
Se o crilne de que se accusa o lnenor incide, quanto aos
maiores, na pena de morte, ou recluso perpetua) o maximo
da pena que poder cai.r sobre o i11enor de 15 annos. Se o
delieto importa em pena de recluso a tempo determinado,
'0 maximo ser de 10 annos. Nos outros casos, de cinco.
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O 'lne se deve adoptar para taes casos a pena individualizada, e condicional, cabendo ao juiz acompanhar o
desenvolvimento do reclus'o, de modo a, se elle no prosegue
no seu pendor ci-l1inoso, regenerando-se, poder, auctorizado pela lei, transformar a pena de rec111zo en1 pena de
liberdade restricta e fiscalizada. Reincidindo, o lnenor no
teria, ento, outro caminho seno subn1ette~-se a nova
prova mais severa.
O Codigo cercaria, em tal hypothese, o menor de todas
as garantias contra o arbtrjo do juiz, exigindo um inquerito especi~l, orientado sempre pela ida de remisso do
culpado e no de vingana social ou punio.
Vale a pena reproduzir aqui as concluses do notavel
Congresso de .f\nthropologia Cri111inal, realizado en1 Turim
em 111aio de 1906 :
I ~ Para prevenir e para conlbater a cdminalidade juvenil ser preciso tomar medidas de
prophylaxia e medidas penaes e penitenciarias que
seja111 baseadas umas e outras sobre U111 l11esmo
principio edncativo.
II C130 :
aprendizado;
b) a privao jndiciaria do exerclClO do
patrio poder contra os paes indignos;
c) a colloeao dos meninos sob a gurda de
fan1ilias honradas, principalnlente 110 campo;
d) o estabelecimento de casas de preservao
especial.
III - Para o tratamento penal e penitenciaria ser preciso abandonar a distinco tradicional segundo a fnna theoriCa do discernimento,.
e, pelo contrario, confiar ao juiz a faculdade de
escolher, com 1-1111a liberdade illinlitada, segundo
as exigencias do' caso individual, dentre uma serie
de nledidas que, enl seus traos geraes, so modeladas sobre a disc1plna domestica e que consistiro em: a) admoestao; b) peqnenas mL11tas
impostas sobre o salario do proprio joven; c) internarnento de curta durao e111 UlTI estabelecimento pedagogico de disciplina; d) condemnao
condicional; e) collocao disposio do governo, para a educao systen1atica e profissional, at a 111ajoridade civil, elTI eqtabelecimentos
particulares oli fanlilias, sob a vigilancia do Estado, con1 liberdade condicional por experiencia.
IV - Todo tratamento dos jovens criminosos, conlO daquelles que COlTenl o risco de se.
tornareln taes, penal ou de preservao, dever
ser precedido necessarialnente de exames lnedicopsychologicos do individuo, feitos depois de tere1
tomado informaes sobre sua ascendencia. Em
todo o tratanlento a auctoridade dos ll1edicos psychologos dever ser absolutanlente reconhecida;
elles podero ordenar, se fr neeessario, principal-
"l '
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81
C01110
111i111,
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lneu
gabinete
1
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os
E' conhecido o livro, publicado e111 Coimbra nos ultimas dias de 1914, _denominado Sentenas e critica juridica, do Sr. Oliveira Guimares.
O anctor no 11111 n1ero escriptor aferrado a theorias,
juiz illustre, que ha mais de trinta annos ao servio da
i,i "
"i,
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83
ou
84
85
'lisa a lei inglesa impedir que os menores sejam julgados 110 fro C0111i11U111, dispe que elles no entraro
quer antes, quer depois do julgamento, em contacto com o~
delinquentes adultos.
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ctivas com que resguarda, ampara e protege no seu territorio os 111e110res e as crianas. Entretanto, no perodo da
guerra o augmento da criminalidade infantil na Inglaterra
foi extraorclinario, passando o numero de 111enores levados
s jll'Venile CQurts de 37.520, enl 1913, a 51.323 em 1917,
para cahir depois da guerra, 'em 1923, a 30.253. (Internatiol1al Record, junho de 1923) .
No seu recentissimo trabalho, o 81'. Levy Carneiro
accenta que a orientao inglesa a de tirar aos tribunaes
de 111enores qualquer feio penal e de n0111ear para
elles 111lheres e homens experimentados no trato de
cnanas .
O augnlento da criminalidade durante a guerra perfeitam'ente logico, pois a maioria dos paes deixotl os filhos sem sujeio. Mas o . elogio dos tribunaes de que tratamos feito pela queda espantosa dessa crinlinalidade
para um nvel inferior ao de 1913 enl cerca de 20 0[0 nas
suas estatsticas
AS 1EIS A11EMS
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11 n'a pas falIu 1110difier la lgislatioll, escreve ColIard, pour introduire parei11e reforme; il a suffi de spcialiser le tribunal des chevins, qui jl1ge, au cri111inel, la
majorit des ll1ineurs tradl1its en justice, et de runir,
dans les ll1ains du juge poul' enfants, les pouvoirs du juge
de tute11e et du juge pnal. (Les tribunaux speciaux pour
enf an ts . )
Na Allemanha encontram-se hoje dois typos de tribunaes, o de }i'rancfort 'e o de Calonia Ou Hamel. Num, um
s juiz de tutela preenche as funces de juiz para 111enores ; noutro, todos os juizes de tutela dos tribunaes
ordinarios so juizes de 111ellores. Aqui, pois, no ha especializao de funces, o que julgo indispensa ve! para
o bom exito da reforma.
As ,sesses dos tribunaes so publicas; apenas, com o
fim de evitar o mais possvel a curiosidade publica, estas
reunies realizanl-se enl salas acanhadas, destinadas s
querellas civis.
A lei allem retira, como as demais, todo o apparato
ao julganlento. O :iuiz nem siquer enverga a toga. Nada
de banco de rus. O magistrado fala ao menor vagabundo
ou ladro en1, tom amoravel, numa linguagenl paterna1.
Auxiliados pelas associaes de patronato e de proteco infancia, cujo ll1eInbros podell1 tomar a defesa
dos menores e em alguns tribunaes se sentanl ao lado dos
magistrados, associaes conhecidas por Jllgengcrichthiffe,
os juizes allemes tnl conseguido apreciaveis resultados.
A organizao dos tribunaes allemes repousa sobre a
especializao de unla jurisdico de direito commun1 para
julgar os menores com juiz especial; sobre a unio nas
mos do juiz dos poderes do juiz de tutela e do juiz penal,
e sobre' a cooperao das sociedades de proteco infancia na obra do tribunal, visando a liberdade vigiada para os
jovens delinquentes.
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Bores at a idade de 16 annos o tratmnento tutelar e educativo, 'seja qual fr a accusao que sobre elles pese,
O !l.roprio capitulo que trata Des meSllres prelldre
Fgard dcs lIIinCll'rS tradu/ts en justice . tira todo o caracter de juiz criminal quelles que o soberano designa para
julgar os menores at 18 annos. O art. I I da lei belga
diz textualmente:
O Rei designa de cada tribunal d primeira
instancia, un1 111agistrado que, com a assistencia
no J\1inisterio Publico encarregado do julga111ento dos n1enores conforme as distinces estabelecidas aqui adiante.
Este 111agtrado tOInQ. o nome de jrf.1:z das
crianas Unge des enfants) , nomeado pelo
prazo de tres annos. Seu 111andato renova,rel.
No artigo 13, a 111eS111a lei escreve:
O' juiz das crianas toma, em face dos lnenores que COll1parecen1 diante delle, 111ediclas de
proteco, educao e preservao.
O parlamento francs no imprimiu lei de 22 de
julho esse caracter liberal da belga.
Restringiu bastante o conceito dos tdbunaes para
menores, alm dos que no teve a coragell1 necessaria para
romper C0111 o tal discernimen.to.. do qual, c0111111entando a
legislao respectiva, at '9IO, o eminente Georges Vida1
dizia: Alei no define discerntnento. Dahi differentes
interpretaes sobre o sentido, in1portante a fixar, desta
palavra. E logo adiante: A frmula do discernimento
empregada pela lei tem o grande inconveniente de ser vaga
e de prestar -se a 1'lterpretaes diversas. Por outro lado,
na pratica, a soluo da questo do discernimento pelos
j~izes, para cada n1enor levado a sua prese1i.a, muito
dlffici1 e muito delicada, sempre incerta e baseada sobre
malicia precoce (malitia sllpplet aetatem), na execuo do
94
95
9'7
96
vigente.
No se cuidara, pornl, dos tribunaes para Inenores, e
ahi (lue est a condio 'prinlacial da reforma.
Coube a M. Juilhiet a honra da primeira conferencia,
realizada na Frana, sobre os tribunaes para nlenores, que.
elle estudra largamente nos Estados Unidos. Jnstia ,
porm, salientar que desde r895, quatro annos antes dos
Estados Unidos, a Frana fizera, sob a iuiciativa de l'II.
Rollet, um arremedo de tribnnal deste genero, no tribnnal
do Sena. Igualmente Monier, notavel procurador da Republica, e Millard, ministro da Justia, cuidaram do problema.
Constituiam, estas varias leis, 111eras tentativas isoladas, reduziam-se apenas a silhares depositados para a
proxima construco, C01no vereI110S 110 desdobrar destes
commentarios.
A propaganda proseguia, animada por essa viva f
que impulsiona, fortalece e conduz as grandes idas. Prgava-se a refonna. O juiz AbaneI, pornl, entendia que,
C01110 se deu na Allemanha, ter-se-ia1n em Frana os tribunas para 111enores por via administrativa. E expunha
que, para o conseguir, bastaria uma circular ou decreto do
governo determinando a designao de uma caInara cor-reccianal nas grandes cidades, onde serianl julgados os l11enores de r8 annos, e a institui<:;o de audiencias especializadas em todos os tribunaes, alnl de outras medidas, COD1()
a obscr'L'ao do jov-en delinquente e a suspenso do julgamento por certo tenlpo, de modo a pennittir maior segurana 110 julgamento definiti\,o.
Essa opinio no satisfazia, e a obra legislativa continuou, embora timida e lenta_
No cabe nos estreitos moldes destes capitulos uma
synthese bem feita elo trabalho legislativo que antecedeu
lei de 22 de julho de 1912; cumpre-nle, todavia lembrar
com elle, os projectos e estudos de JVL Grimanelli e seus
companheiros do conselho superior das prises de Paris
(198-1909), e destacar Mr. Drelon (1907), Paul Deschanel (1909), Maurice Viollette (19lO), novamente Dl"elon
em 19lO, at Mr. Ferdinand Dreifus (1912).
Estes ultimas projectos construiam systenlas um tanto
appl"oximados do americano ou do ingls. J\{as estavanl
longe de os igualar no espirito liberal e na ampla perspectiva de seus Codigos da Infancia, como aconteceu propria lei de 22 de julho, a qual, mantendo a velharia do
discernimento para os nlenores de 13 a 18 annos, e conservando outras disposies, apresentadas, confornle bem
disse o jurista veneziano Bernau, adiantou sob este ponto
de vista muito pouca cousa. (La difesa soaJc contro la
delinqnen:za in rapporto ai nl1:norcnni.) Como de facto,
compulsando-se a citada lei, encontra-se ainda uma disposio C01110 esta:
1
98
99
courl1 la preine de mort, eles travaux forcs perptuit, de la deportation, il sera condanl11 h
peine de dix a vingt ans d' emprisol1nenlent dans
une colonie correctionelle. S'il a encouru la peine
eles travaux forcs temps, de la dtention ou de
la rc1usiol1, i1 ser a conc1amn tre enfenll dans
une colonie cortectionelle par UH temps gal au
tiers au 111oi11S et la 1110iti au plus de ceIui paur
lequel il aurait pu tre condanl11 l'une de ces
1'ei11es. (Loi de 22 lu/11ft '912, art. 26.)
E assinl por diante. De sorte que a lei francesa lnalltinha as penas para os menores de 13 a 16 annas, que tiveSSEm agido C0111 discernimento, elevando-as at 20 anHOS
de priso ! Ao contrario da lei belga de 15 de ll1aio do
mesmo anHO, que aboliu a pena para os 111enores at 16
anHOS, deixando-a, quanto aos de 16 a i8, a criterio do
juiz, 111as senlpre adoada. Fra dessa revivescencia do
antigo espirito penal, a lei francesa prescrevia as grandes
ll1edidas que propugnamos.
EUa comeava por detrminar Cjue le minem de ]'U11
ou de l'autre sexe, de 1110i11S de treize ans, auquel est 111pute une infraction la loi pnale, qualifie crime ou dlit~
11'est pas dfr la juridictio11 rpressive (Art. 1'), e
ahi mesmo estabelecia que as decises tomadas pelo tribunal no serian1 inscriptas no cadastro judiciario.
Cercava o meDor delinquente de todas as gaTantias no
processo, prohibia as sesses publicas das camaras crin1inaes que o tiveSSt111 de julgar, mandava que se O entregasse
vigilancia dos paes ou associaes, em certos casos, adn1ittia o recurso contra as decises do tribunal (Art. 9), e esta-belecia a liberdade vigiada. (Arts. 20 a 28.)
O passo mais difficil estava dado. O resto viria eUl
bre"ve, escrevia 'eu. A lei francesa, enl face da americana ou
da inglesa, uma lei que no satisfaz ainda porque no anl-
pliu
.
, o dispositivo de seu artigo 1 aos menores at r6 anuas,
porque deixou suspensa sobre estes a espada terrivel do
discernimellto" il11possivel 111lta vez de "verificar, ou i111possivel sen1pre, porquanto um 111enor de 13, 14 ou 15
annos janlais poder ter esse discernimento de que ella
tanto cabedal faz, numa poca en1 (lue se proclama por toda
a parte o fracasso do livre arbitrio.
Digamos com Dorado: - Los delitos deben ser
castigados. r\silo pide la jllsticia y asilo reclan1a tambin
una cierta in1prescindible exigencia de sin1etra moral que
cada h0111bre siendo dentro de s 111is1110. (Bases para un
lllle"O dcrcelw penal, pag. 56.)
lo/Ias digan10s tall1bell1 C0111 elle que un sisten1a penal
congruente con las modernas concepciones filosficas y
sociolgicas, con las concepciones derivadas del naturaliS1l10 causalista, no Pllede ll1enos de partir de la c011sideracin deI delincuente C01110 un individuo dbil, dbil de cuerpo
de espritu, de a111bos casos, y, por tal 1110tiVO, necesitado
de fortalecimie11to y ay1.1da . (Op. Gil., 1'ag. 76.)
I\ lei francesa, se ben1 que nluito adiantada, recusava
todavia a sua 9-juda aos 111enores de I3 a 16 annos, C011servando para elles a pena de priso correccio11al at 20
annos.
Minha previso no falhou: a lei de 22 de fevereiro de
1921 veio completar e 111'elhorar en1 muitos de seus pontos
a de I912. Quanto prneira, que subsiste com as 1110dificaes da ultima, eu recommendo a \1. Ex.' o recente
trabalho de miss Chloe Owings, Le Trib"nal po"r cntants,
que o auctorizado juiz He111-i Rollet considera o mais COlnpleto, imparcial e sincero que j se publicou sobre a materia.
101
108
AS LEIS AMERICANAS
]Has a .America do 1\ orte era, j quella poca, a l11alS
adiantada das naces nesta 111ateria, porque. dispondo d.e
larg'os recursos 111ateriaes, costuma'la entregar-se com
animo resoluto a todas as experimentaes de caracter
sociologico e politico.
Dorado, de quen1 nos tenlOS repetidamente soccorrido)
accupando-se dos tribunaes para ll1enores, 'escreveu que lnientras 110305tr03 andall10s anos buscando eI canlino
recto que debe conducir aI tratamiento racional de los 4elincuentes, los yanql1is los vienen recorriendo tiempo ha
COI1 sus refOfmatorios, sentencia indeterminada, etc.
(Bases para {['lI- nlfe'uo derecho penal) pago 167.)
E' que os americanos do N arte, libertos, desde as
origens, das funestas lutas que divi_diranl e en1pobreceram
estas regies sul-americanas, cedo comprehenderanl a necessidade cle cuidar da sua organizao nloral, que tenl nas
novas geraes o plasma essencial.
Cous,a semelhante poder-se- registar entre a Frana
e a Inglaterra. O meS1TIO escriptor conta que Ribot, inaugurando, ha um bom par de annos, seu curso de psychologia na Soborna, affirmara: - Emquanto ns outros, os
latinos, passamos o tempo a discutir o melhodo de fazer a
ps)'chologia, os ingleses nol-a deralTI feita.
Afigura-se-nos 111lta vez que a civilizao norte-americana serve de paradign1a nossa, e todavia a verdade
que as sus reformas pouco tm influido entre ns. Pelo
m~nos, esta a verdade 110 que se prende criminalidade
juveni1. J no ha memoria do anno em Cjne os Estados
Unidos entraranl resolutamente na soluo deste problema,
e ns ainda nos encontranlOS na faze da propaganda, espera de que os governos, ou melhor, o Congresso, l11aterialize tantas aspiraes, j realidade na 1naioria dos paizes
cultos.
J
103
102
que zela pelo 111enOr, preparando o processo, e acompanhando-o com solicitude paternal depois de proferida a
sentena. (Tribunaes para menores, "9" 6 .)
::-Jo ha codigo para o juiz e para o 111enOf, at 16 anl10s.
O magistrado age de accrdo com a sua consciencia, os
seus conhecimentos, a pratica e tacto que tenha da alnla
medidas maIS severas, retira-o da companhia em que esti\'e1~ e o interna em estabelecimentos especiaes. 1\0 Brasil
podel:-se-ia aproveitar a instituio de senhoras de caridade para esse fim de fiscalizar e ele amparar as crianas
desviadas.
A jurisdico dos tribl111aeS de menores estende-se aos
paes 011 c111l1plices, que hajanl contribuido para os delictos
da infancia por encorajamento ou negligencia. Vae, mais,
ao anlparo e resguardo dos nlenorcs enl perigo de se perverterenl !
So evidentemente prodigiosos os resultados que to
engenhoso apparelho forense, digno por certo de figurar
entre as grandes conquistas que assignalaranl o secul0 passado, ha offerecido grande Confederao All1ericana.
que ha provido a reunio de diversos Congressos para es~
tudar o complexo problema da criminalidade juvenil , escreveu Balthazar da Silveira.
Os resultados destes tribunaes so, reahnente, prodigiosos, C01110 se verifica na obra de Clemente Griffe, ele Juilhet e, entre ns, nos estudos de Evaristo de rdoraes e ]VIello
1attos. Para accentuar, entretanto, perante V. Ex.,
Senhor Ministro, a influencia desses tribunaes e dessa
legislao, direi que, nunl anuo, sobre 680 julgados do
tribunal cle Indianopolis, apenas se deranl 110 casos de
reincidencia, e que, tendo sido, destas crianas, 250 entregues liberdade vigiada, apenas seis vieraIl1 a carecer de
aco mais energica da auctoridade judiciaria. Os exemplos
na Inglaterra so identicos.
..
105
104
'I':,'
PARTE GERAL
CAPITULO I
DO
OTI]EC1'O E
FlJ\l D."-
L1;"'1
CAPITULO IH
CAPITULO II
DA
DOS
Art.
2.
MENORES
I, que no tenham habitaao certa,. nem meios de su~sistel~ci:a', por s_erem seus paes. fallecidos, <;!esapparecrd?s ou desconheCldos, tU por nao
terem tutor, ou pessoa sob CU] a guarda VIvam;
. _
.
II, que se euco,ntrem ev~ntua~m!ente seu:- h3iblta,ao ~erta, ne:? _ m:elOS
de subsisteucia, devido a indlgenCla, enfermIdade, ausenCla ou pusao dos
paes tutor ou pessoa encarr;egada de sua guarda;
que tenham pae, me ou tutor, ou encarreg~do de sua guarda, reconheci(l,a~menlte impossibilitado ou incapaz de cumpnr os seus dewc'res para
com o filho, oru lmpillo, ou prot~gido; _
_
IV que vivam eIn companhm de pae, mae, tutor ou pessoa que se el1tregu.-~ ' pratica de actos contrarios nI~ral e aos bops c 5tumes i .
v, que se encotrem em estado habJtua.l de vadJagem, mendlcldade ou
libertinagem;
_ .
VI, que, devido crueldade, ~xploraao ou perversidade dos paes, tutor
ou encarregado de sua guarda, seJam:
ao) victimas de mos trato,g physi~os habituaes ou c<l;stigos i.l1ln:lOderado~;
b) privados habirt:ualmente do's alnnentos ou dos CUIdados mdlspensavels
S"aude'
. '
c) ~mpregados em occupaes. prohibidas .(lU rnal1lfest.~mente ~ontrana.s
moral
e
aos
bons
costumes,
ou
que
lhes
ponham
em nsco a VIda ?ll a
saude;
mendicidade
ou libertid) excitados hahitualmente pa:ra a gatunice,
nagem;
VII, que tenham pae, m,e O~l tutor.' ou pess-oa encarregada de sua
guarda, condemnado por sentena ll"recornve1:
a) a mais de dous a.nIlJOS de priso por qualquer crime;
b) a qualquer pena como co-autor, cl1l11plice, encobridor ou reQ~ptado1"
de crime cCt1l1meido por filho, pupillo ou" menor sob sua gua!rda, ou por
crime Ci;ntra estes.
_
LO Entende-lse por cllcarregada da guarda ~o mlenor a pess03; .que, llao
sendo seu pae, me, tutor, tem, por qualquer tltulc:, a responsabJ.dade da
vigilancia, direco ou educao delle, ou voluntanamente o traz em seu
poder ou c0i111panhia.
IH
l::<}IIDI."l:O
ABANDO)!ADOS
105
107
I~ ,
,
Art. 17 O pae. 'ou a me inhibido do patrio poder n-o p de Ber re'integTado seno depOIS de preenchidas as seguintes condies:
I, serem decorridos dois annos, pelo mehos, depois de passad,a em jul-'
g~do a respectiya sentena, 11C caso de suspenso; e cinco a11n03, pelo menos.
110 caso c1e perdal;
Il, provar a sua regenerao, ou o desapparecimento da causa da inhibiio;
m. no hayer inconVelliel1cia na vlt-a do menor ao seu poder;
IV, ficar o l1;enor sob a yigilancia do juiz Oll tribunal durante 1.1111
anno,
CAPITULO IV
DAS
J\,IEDIDAs
Al'PLICAVEIS
AOS
:r.-IENOR1~S
tt~tela,
108
,t
jui~ lhe applicar o arL 65 do Cocligo Penal, e o remetter a um estabele~1:?ellto para eOlldemnados _ de menor idade, ou, em falta deste, a uma
'pr~.sao cenllnun~,. com separaao dos cOl1demllados adnltos, onde permanecer
ate que se yenflque sua. regenerao, sem que, toda-da, a -durao ela 11 ln
possa exceder o seu maXl1TlO legal.
e ,
CAPITULO V
Art. 24. O menor de 14 anno,S, indigitado autor ou cumplice de factoqualificado nime ou co.ntraveno, no .ser Sllbmettido a processso penal de
especie alguma; a auctoridade competente tomar smente as informaes precisas, registrando-as, SObl"e .o facto punive1 e seus agentes, o estado physico,
mell'~al e moral do l11I~110r, e a situao social, 1110ral e economica dos pael3,
ou tutor, ou pessOa em cuja guarda viva.
1.0 Se o menor soffrer de qualquer frma cle alienaao ou deiiciencia
me11tal, fr epileptico, surdo-mudo, sega, ou por seu estado de saude pr'ecisar de cuidados especia-es" a anctoridade ordenar sej a elle submettido ao
tratamento apropriado.
2. Se o menor fr abandonado." pervertido, ou estiver em perigo de
o ser, a auctoridade competente promover a sua colIocao em asylo, casa
de educao, escola de preservaao, 'Ou o confiar a pe.ssoa iclollea, por todo o
N:mpo nece,%ario sua educao, comtanto q:ue nao ultrapasse a idade de
21 annos.
3. Se o me110r no fr abandonado, ne1'n pervertido, nem estiver em
perigo de o ser, nem precisar de tr-atamellto especial, a auctoridade, o deixar
oO,m os paes, ll1 tutor, ou pessoa sob cuja guarda viva, podendo faze1-o
mediante condies que julgai uteis.
.:1.. 0 Sao rl:o'sponsaveis, pela repa,raao civil do damno causado pelo
menor, os paes ou a pessoa a quem incumbida legalmente a sua vigilancia,
salvo be provarem que no hot1ye da sua parte cnlpa ou negligencia. (Cod-igo
Civil, arts. ,1.521 e 1.523.
;\rt. 25. O menor in digitado ant-Or ou cumplice de fado qualificado
crime ou contraveno, que contar mais de 14 al1110S e menos de l8, ser
suhmettido a processo especial, tomando, ao mesmo tempo, a autoridade
competente 'as precisas informaes a respeito do estado physico, mel1tal
e moral delle, e da situao social, moral e economica dos padi, tu/cor ou
pessoa incumbida de 15ua guarda.
LO Se
menor soffrer de qualquer frma de alienao, ou deficiencia
mental, fr epileptico, surdo-mudo, cego, ou por seu estado de saude. precisar de cuidados ei&peciaes, a auctoridade ordenar seja submettido ao tratamento apropriado.
2.0 Tratando-se de c'ontravenao, que llo reve\'e vicio Ou m indole,
pde o juiz DU tribuna.}, advertindo o menor, entregaI-o aos paes, tUtOl" ou
encarregado de sua guarda, QU dar-lhe outro destino, sem proferir condemlllao.
3. 0 Se o menor no- fr abandol1ado, nem pervertido, nem esver em
perigo. de o ser, nem l)recisar de tratamento especial, a auctoridade o recolber a uma escola de reforma, pelo pl azo de mn a cinco annos.
4." Se o menor fr abandonado, pervertido, ou esti-i,'er em perigo de oser, a auctoridade o internar em uma escola de reforma, por todo 'O. tempo
necess,ario .sua educao o que poder ser de tres annos, no mil1no, e de
sete annos. no maximo.
'
-5. Se fr imputado crime, co.nsideraclo grave pelas circumstancias do
facto e condies pelssoa,es do agente, a um menor que contar miais de r6
e menos de r'8 anl10S de idade ao tempo da perpetrao, e ficar provado
que se trata de individuo perigoso pelo seu estado de perverso moral, o
. ~) entregaI-o s?J~condies, como a submisso ao patronato, a aprendlzag,em . de Ulu OfflC10 ou Uina arte, '3 absteno de bebidas a1co-olicas. a
freqllenCla ' de uma d
escola'
a bo-arantia de bom compo't
,
amel1 t o, 50)I pena
I SU,spel~sao Ou per a do l),atno poder Oll destituio da tnt~la'
(e
c) entregal-,o '3 pessoa ldone,a. ou instituto de educao.
7" S{(o re.~p01Emeis liela. rl'parai-o civil do c1all111o causado pdo l1)('lJ01'
o~ ~aes Ol1 a, p~ssoa ~ quem lllcUlnbi"l legalmente a, sua yjgilancia, salyo se
plO\arem que nao houve da sua parte culpa ou neglio-encia. (Codio-o Ci ,'1
arts, 1.52'1 e 'l.523,)
to
b
,1,
Art -->6 ~e o
d' -' -d ~, d ?ae, '" mae, tutor Oll ~-espon~ave-l pelo menor estiver em
~on l~?eS e o e ucar, e 1)01' culpa sua nao o trver feito a auctoridade Ih
)mp~~ a ;:l1a de mult,a de IO?$ a 500$, ou priso cellular' d,e cinco a 15 diis
l~. -I A auc.tondade pode a todo tempo, por proposta elo director do
re~ect1vo estabelecm1en!o, transferir o menor de 1.11na escola cle reforma
pala outra de preServacao.
Art. 28. A idade cle 18 a 21 an110s constitu'C circumstancia
lluante. (Codigo Penal, art. 42, lI.)
atteArt. 29 Se. ao perpetrar o crime ou contraveno, o menor
tin~a mais de 18 annos e menos de 21, ,o cumprimento da pena
sera,
dur,ani'e a menoricJi<l'de do condemliado,
1
separado do.s presos mai-o,rts.
comp etamente
Art. 30. Os vadios,. mendigos. capoeiras, que tiverem mais de
18 anuos
e 111enos de 21, sero' recolhidos Colonia Oorreccional
pelo prazo d,~ Um aJ Cll1CO an11'os
Art. 3'1','0 processo a que forem submettid-o-s os menores
de
18" .anuos sera .sempre secreto.
S podero assistir s audiencias
pe~soals !leces:,al"1'as ao pr?ce.ss.o e as auctoridades pelo juiz.
. f
.~. O '
Jornal >ou mdlvlduo, 'lue. poe q,,,,,,]ooe'
fo',ma de publicao,
"'<>"-j.
111 nnglr este preceito, incorrer na mtilta de I :000$ a 3 000$ alm de outras
penas em que possa incorrer.
.
,
.
't 2. bNo processo 12m (IUe houver ""0"-"(0
"
'--., 'ne,",ores e maJOres
se obser\"ara am em esta regra, e para o julgamento ,se proceder se'--'Ict:rao dCi~
menores.
1-'
~
L
III
110
ficar o menor em companhia
A ltbC/dadc Vlgwda consiste em O"u~rda, aos cuidados d~ mr:
Ar~t. ~~sponsablhdade dos p,!-e~, tutOI o~d~ com os preceitos segmutes.
e "ob a
b
19i1ancJa do Jtl1Z, de ace
sob a
patronato, e 50 a v
.' exera pela pessoa e
A.. vilfilancla sobre os !11en?r.es Sela
.
L d' ot"'n~1inada pelo respectiVo JUlZ.
re OT3.iS de procedimento e aos
rUl8. '-. '-.
d .
aos menores as
<o
2. O JUIZ, P,O e ~~~~tes, que achar conV~11l.er:te;' nos d~as e horas q~e
seus respOllSa\ el~ /,sa obr10"ado a comparecer e11. J~lZ
sidencia ou ansencn
fore~ ~esl~~~:O;os .1e Em c;so de mo~tetu~~~ld~1.~l~uaredareSO obrigados a pre-d d do menor os paes,
n anetO,r! a e
. )
, ~
ue o juiz
venir o juiz sem demora. ,,~ r8. )0 e 6, entre as condloes, ~O" o dos
4 Nos casos do art. -~, :;;~ ~
comprehend-se a 01)11<oa d'd
pcle 'e;tabeleer para a .ntrdga ~~a~~;-0~1'l11a indemnizao ao oHen 1 o e
paes, ou tutor, ou guar a, e p '"
as custas do. ~roce~so. ~
_ cler de um anHO.
. 1
5. A V1ganCI<l _lHO :xC~'ceitos impostos pelo juiz pUl11',e: da sua
6. A 'transgress ao do'~ pIe
aes .ou tutor -ou guard.a, se
a) com 'multa de ~o$ a. IOO$ taof:n~lcia pela i:1:1ta commetda;
.d neO"h o 'el1Cla ou
<
parte tiver )taVI o _'" do 111""110r aLt oito dias;
b) com a detel1~ao '.
~
c) com a remoa0 do me~l,~r.
' . 'cO"aU!a, se .0 menor, commetter
rt 34 A liberdade 'i')l!]wda .sera /e~"~a restrictiva da bberdade, o",:
'.'
ntraveno ~ue 1111por e ~'_
Em tal casO, o menOl
algUl"? Cr1;~~pr~~ ~lO"uma da'3 c1ausu1Iad's da .CdO:1C~~~~~te ; livramento no). ser
se nao Cl
,::, d
o
tempo
ecoro',
f
n que o lvraser:'!. de novo inteo:a 0, e ,
t c1 o tempO, qtle altava, seI
d -D corndo porem,
o'
, d ,.' litiva
computa o.
e
d ' liberd'lde se tornara. eru" d - do juiz co;mp,e~
t "" a -evoO"a 'o, a,
<
,
edld'\ por eusa
,
men o 1 A
l"berdade vigiada sera cone d' o t . da respectiva eSCOla, O
I\rt. 35
'..
0p'oiSta do lrec 01
d
1 trio
tent~ mediante iniclat1V~ e. P~a concesso em fU1:damel~ta o re '~~ d~ repmprlad,Qs a exeCU
'. ,'{"car a convenlenclR
qua ) lU'S'1 16 E
f lta de estabelecimentos R_
d 4 a 18 annos serao reArit 3
mal
mel1'ores e I
.
e
dos dos condemnados ma1Ores, ,
.
. eado por este regu amento, os
O'lmen cr
porm
separa
'
.
.
ez de pel11'" 11 . d s a prises com muns ,
d"
r
r e educatrvo, em v
CO,1: O a reO"imen adequado lSClp ma
SUJeit o
'"
tenciario.
o.
PARTE BSPEC.lAL
- t . t Federal
,
,'eferentes ao D 15 nc'O
DisDOsioes
-
CAPITULO I
113
112
CAPITUUO II
DO PROCESSO
adm~1j~\;a~Y~o~~~':'
d: ~:~~~~~~~iaP~:o~l1;lqu;r l~~n.or
~est:
nos casos
regn. ".
, . d
'jz
or todo mei-o ltco de ComlU"U111Caao.
,
lamento pode ser c-va a ao lU ~.
f'
11' ao .4.urigo mandar,l
~ '7 o Recebendo o mel1'or, o JUlZ o
ara reco 1el
.
.
subr~ett'el-o ~ exam'' meclico-pedagogico, e 1iciar o process'o, que na ('5-
peci~"'-~t~U~~~: O
Stll11mal"1SS 11 no.
0\
(art. 46).
st confiad o menor, ser intimado
I. O tut?r" ou a pessf:t: ~~el~b~ervaes e oppo5ies que fr util
a apresentar 110 1nteress.e (e, '" .'
',
1
rCUlTIstanoas a 111 eml11za
.
fn::ara, segnneo as Cl ,
,.
_
d . dio-encia elos paes ne11,
luma 111~
do menor, ou ckr:larara que em razao a m to>
elemnizao hav~ra,
l ' t do no poder ser reno-\'ado seno
4.0 10 pechdo do pae, sel1C o relel a ,
pela mae illtlocente, no: .ten~os dos art~~d:~,e d~\uiz em razo do a'rt, 19
Art. 49, O men 0 1 .111tl1na~o ,~O{o metliante reclamao do responsavel,
p6de ser entregue por Sllnp es c esp,,:c 1 ,
_
quando 110uver cessado a causa dat 1!1te~i~~:~i do menor nas condies deste
L", Um ascendente ou paren e co
~~_ el por 'el1e no o fizer, Ole
artigo, poder rec1amal-o, emquanto. o, respon~;1~iderar Idoneo o reclamante
estiver impedido, d-e rece~el-r e ~ ,~U{:~ sde cac~rdo com ,cs arts. 20 e
pde entreg,~r-lh o por S1mp es d C-~P c ,
al er aggraYo para a
2.0 Da deciso do juiz, recusando a entrega, c )
Crte de Appdlao.
2I.
vigia.da.
Art. 55, A fixaJo definitiva da penso, a que se refere o art. 13, se
far nos termos e segundo as frmulas da aco de alimento ex-officio, Da
deciso final haver 'appellao smente no effeito devolutivo, para a Crte
de Appdlao.
114
Art. 56. As multas impostas em virtude elos arts. 23, 26 e 3I, , .1, 33
n. (lo letra a e as despesaLs a Que se refere o art. 21, 2, sero cobradas
por l~eio de ~co executiva, intentada ex-ofticio.
.
.
L Imposta a multa, ou apurada a m1portancl~ das. despesas a 1:;-_
clemnizar, ser intimado o ro, para Que, no prazo de cmco d1as, que CQfr!erao
em cartorio, pague 'ou apresente excusa, que o releve da pena.
2. Se ,o ro dentro do prazo no pagar, nem apresentar excusa, o~ ~e
esta no fr procedente, o juiz, assim. c1eclarando, .f~r autuar a cert:dao
da intimao com os documentos respectrvos, e expedIra mandado executivo.
. 3. O mandado executivo deve d,eterminar que o ro pague incon1tinente, ou que se proceda penhora 110S bens, que elle of.f~recer ou lhe forem
achad!os, tantos quant,o.s ba-stem para o pagamento da dIVIda e custas.
, 4. Accl1sa-da a penhora, s,ero assignados seis dias ao ro, para a,Ilegar
seus embargos.
5. Se dentro de seis dias o r-o, no allegar embargos, ser a penhora
julgada por ,sentena, e se proseguir nos termOs ulteriores, como na execuo da sentena. Todavia, o ro poder appeliar da referida, sentena
para a Crte de Appellao, s ,com efeito devohivo.
6. Dentro dos seis dias assignados, poder o ro produzir testemunhas
e jUl1t3r documentos.
7. Com OIS embargos, documentos e prova testemunha~ se houver
sero os antos conclusos ao juiz, que receber DU rejeitar os embargos.
8.0 Se forem recebidos os embargos, dar-se- a contestao no praz'o
de cinco dias; em .seguida ter lagar a dilao das provas, que ser de dez
dias, e arrazoados os atltos pelo ro e o curador, dentro de cinco dias cada
lm), a causa ser julgada afinal.
9." Se os embargos forem rejeitados, proceder-se- na frma do 5.
10. A importancia cobrada ser recolhida ao Thesomo Nacional, por
meio de gni;j, passada pelo escrivo; a de despesas ser entregue a quem
couber, depois de passada em julgado a sentena.
, lI. Da deciso final cahe appeIlao, de effeito devolutiv'o" para a
Crte de Appel1ao.
Art. 57. A fiana a que se referem os arts. 8 e SI, n n, sempre
definitiva, e s pde ser prestada por meio de deposito nos cofres publicos em
dinheiro, metaes ou pedras preci'Osas, ou apoEces, ,ou titulas da divida .nacional, ou da municipalidade; ou hyptheca de immoveis livre de pr-eferenClas.
LO O valor da fiana ser de 100$ a 1:500$; e, para determinar o seu
valor, o juiz tomar e.m oonsiderao as circumstancias pessoaes do meno'r e
as condie,s de foHun~ do fiador.
2. 0 O quebramento da fiana imp'rta na perda da totalidade do 'Seu
valor e a remoo do menor; e o valor depositado ser applicado a favor do
Thesouro Nacional, depois de deduzidas as custas do processo.
3. 0 Do, despacho, que d,ec1ara perdida a quantia afianada, cabe recurso
para a Crte de' Appellao.
4, A todo tempo, que achar conveniente, 0 juiz poder revogar a
fiana, manda'l1do restituir sua importancia ao fiador.
Art. 58. A Crte de Appel1ao julgar em sesso secreta todos os recurs-os da's decises do juiz de menores. Esses julgamentos tero preferencia
so.bre quaesquer outros servios.
Art. 59. lOs julgamentos desses recursos sero feitos de accrdo com
os regulamentos da Crte de Appellao.
As par1tes arrazoaro na instancia inferior.
O juiz remetter os autos 'superi,or instancia, justificando succintamente a deoiso recorrida.
Art. 60. Dos autos de processo, do registro iudicial, ou d,o,s assentatamentos das escolas no se extrahiro certides, excepto as necessarias
instruco de 'outro processo.
Art. 6r. As leis de organizao jttdiciaria e de processo da justia local
do Districto Federal so subsidiarias deste regulamento, nos casos omissos,
quando forem com elle compativeis.
115
CAPITULO III
DO ABRIGO
DJ~
:ME:r:\ORI~S
CAPITULO IV
DOS INSll'Il'U'I'QS DISCIPLINARES
Art. 69. E' crea,da Ulna escola de pre'servao para menores do s.exo
feminino, que ficarem sob a proteco da auctoridade publica.
. Art. 70. A e;;c-ola destinada a dar educao physica, moral, profisSlO11al e hteraria as menores, que a eUa forem recolhidas por ordem do juiz
competente.
117
116
Art. 71. A esta escola no sero recolhidas menores com idade inferior
a sete annos, nem excedente a 11 8" .
'li proxlmos uns dos
Art. 72. A escola ser constlt1-11da por pavl 10es tres iturmas de eduoutros, ma's independentes, cada um dos quaes a~~,'pg:~~r a "O e com capaca-ndas, constitui das cada uma por numero 113.0 ."- ....
cidade paia 300 menores abandonadas.
.
s
LO Haver um pavilho para menores Que forem processadas e Julgada,
por infraco da lei penal.
. .
11 1
d f
d
lavac1eiras~engmnmadeiras;
4 Serventes;
8 guardas;
2 jardineiros;
2 chacareiros;
I co'theiro;
I aj ud,,:nte de cocheiro;
caplllelr-o, ;
'1_. O Governo escolhe-r entre as acttlaes officinas da Escola Quinze
de Novembro as q1.1e devem passar para a secao de r~forma_
2. Para cada Iturma de internad:Js haver um professor, um inspector,
dons guardas e um servente.
3. A' medida que se forem organizando as turmas regulamentares,
ir sendo, nomeado o respectivo pe5soal.
Art. 77. O director ser nomeado por decreto; o secretario, o medico, o
pharmaccutico, o dentista,
escripturario, o amanuense, o almoxarife. os
professores, os mestres e 0,5 inspectores por portaria do Ministro; os demais
empregado.s por portaria do director.
Art. 78. As escolas d'e qualquer dos sexos, em ambas as seces.. obser"aro no seu funccionamento as regras estipuladas nos artigos seguintes.
Art. 79. Cada turma ficar sob a regencia ele um professor, que tratar
paternalmente os menores, morando com estes, partilhando de -seus tra~
ba11108 e devertimentos, occupando-se de :sua educao individual, incutilldo~lhes os principios e selltimentos de moral necessarios sua 112generao,
observando: cuidadosamente em cada um seus vicios, tendencias, aHeies,
virtudes, o's effeitos da educao que recebem, e o mais que seja digno de
atteno, annotand suas observaes em livro especial.
Ar1t. 80. Aos menores ser ministrada educao physica, moral pro~
is'sional e literaria.
L A educao physica comprehender a hygiene, a gymnastica, os
exerci cios militares (pa.ra o sexo masculino), os jogos desportivos, e todos
os exer'cicios pr:oprios para o desenvolviment e robustecimento do organismo.
2. A o;;ducao moral ser dada pelo ensino da moral pratica. abran~
gendo ,o-s deveres do homem para comsigo, a famlia, a esc-ola, a officina, a
soci-edade e a Patria. Sero facuMadas aos internados as praticas da religio
de cada um, compatveis com o regimen 'escolar.
3. A educao profissio,nal consistir na aprendizagem de uma arte
011 de l!m officio, adequado idade, fora e capacidade dos menores e s
eondies do estabelecimento. Na escolha da profisso a adoptar o direetor
attender informao do medico, prooedencia url)al1a ou rural do menor,
sua inclinao, aprendizagem adquirida anteriormente ao internamento, e
ao pr-ovave1 destino.
4. A educao literaria constar do ensino primario obrigatorio.
Art. 81. O ensino ser gradual e progressivo, dividido e1)1 classes, ministrado segundo os programmas que forem estabelecidos'.
Art. 82. O producto liquido da venda de artefactos e dos trabalhos ele
campo realizados peleis- alu11'mos s-er dividido em tres partes iguaes: uma
ser applicada compra de materias primaiS e s despesas da casa; ou'~ra
a premios ,e gratificaes aos menores, que se distinguirem po.r sua. assiduidade e pericia no trabalho, por sel,l estudo e applicao, por _seu comporta~
mento e regenerao moral; e a terceira. constituir um peculi.o dos menores,
que ser depo.sitado trimestralmente em cadernetas da Caixa Economica, e
lhes ser entregue sahida do I;stabelecimento.
Atit. 83. No r.egulamento da escola se estabelecer o -regimen de premios
e punio applicavei,<; ans educ<:'.nd.os.
Paragrapho :t111ico. So expressamente prohibidos os castig'os cor~
poraes, qualquer que seja'a frma que revistam.
Art. 84. O juiz, ao mandar internar o menor, enviar uma lloticia sobre
a natureza do crime ou contraveno e suas circumstancias; comportamenlto,
habitas e ahtecedentes do menor; o caracter, a moralidade, a situao e -os
meios de vida do pae, me, tutur ou pessoa encarregada de sua guarda; ,e
todas as dema informaes uteis ao. conhecimento das condies physicas,
intellectuaes .e mor<1es do internado e sua familia.
119
118
r." As relaes entre o juiz de menores e os directores das escolas
, t.
se farao sem dependencia do Governo.
, 2. OS directores remettero ao juiz de menores um bok ;1TI das
notas de comportamento, applicao e trabalh.o do menur, em cada tnmes~r~,
e quaesquer informaes, que achem conv.ementes, para mostrar o apTO> e1tamento que o menor vai colhendo do reglmen escalar.
.
.
Art. 85. Qualquer menor, ao dar. entrada na escola, sera r.eCl?lhldo .ao
pavilho de observafuo, pelo prazo hxado ?O ~egula~ento, depoIs. ~e 1~16cripto na secretaria, photogn:phado, submettldo as medIdas de ldenttcaao
e exame medico-pedagogico.
Art. 86. Os menores no trabalharo mais de .oito horas por dia, e
haver um ou mais intervallos de d.escano, no inferior a tres quartos de
Q
vigiada.
juiz, pde:
,o) desligar condicionahnent.e o educando: q?e s,: ~chc apto para ganhar
a vida por meio de officio, e no tenha attmg1do a 1dade legal, desde que
apropria .escob, ou uma soci,edade 4e p~tronato, se encarregue de lhe obter
trabalho e velar por elle ate a ma,lOr Idade:
b) desligar o, educando, dando-lhe trabalho em officio da escola, como
operario, passando neste caso o edu~ando a vive,r sobre Si, recebe;'1do s~
manalrne11te o salario, que lhe ser fIxado de accordo. com o que for ordInariamente pago, attendendo sua h~bilitao e_ capacldade de trabalho.
.
Art. 89. A' sahidJa do estabelecm~ento serao dad,os ao I?~nor um dtploma do oHicio ou arte, em que fr J ulgaclo apto, e um certifIcado de sua
conducta moral durante os dois ultimos annos.
. ~
.
Art. 90. E' licito a's particulare.s, p,essoa-s .ou assoc:aoes: p~r~ 1S'SO
especialmente organizadas, ou que a ISSO 'se quetram. jedlcar, _1l1sbtmr escolas de preservao para qual'CJ!uer sexo, C:;J111 ~a condlao de nao ter,em .el?
mira lucrOS pecuniaris, de obterem autonzaa? do. 9overno, de se sUJeitarem sua fi'scalizao e as molc1ar,em petas dlspos1oes legaes.
O Governo no permittir o funcciOllamento ae taes escolas, sem que
provem dispr de p2.trimonio inicial no inferior a 5:000$000.
CAPITULO VI
CAPITULO V
DO COKSELHO DE ASSISTEKCIA E PROTltCO AOS
MISNORES
121
120
Art lO? O Governo expedir sob a frma de re&ulamento .OtS ac.tos complemen1;res~'ou decorrentes deste, nece~sarios ao servIo de aSSlS enCla e pPO-
tec~rtO~0~e~~:e~ea~d~~o~~~~~n~e~el~~1~ed~~~~to,
acarn~tem ~1;1tner~~~
que
de despesa, s sero postas em vigor dep01s de votados o~ cre
cessarios.
.
. ~
Art. 104. Revogam-se as dlSposloes em contrario.
_ Joo Lu;::: Alves.
Rio de Janeiro, 20 de dezembro - cle 192 3.
os
Pessoal
Empregos
Ordenado
Gratificao
juiz
curador
medico ....
esc:rivo ....
. ........ .
I escrevente juramentado
6 commis'sarios de vigilancia ........ .
2 offidaes de justia ..
seryente (sahrio mensal) ..
porteiro
.... ' .......... .
22 :400$000
10 :000$000
4 :800$000
4:800$000
1:600$000
11 :200$000
5 :000$000
:2 :400$000
I
I
I
20400$000
2 :'DOO$OOO
1 :000$000
800$000
:000$000
500$000
125$000
1 :600$000
800$000
Seco de Reforma
JUIZO DE ).[]~NOR~S
Total
33 :600$000
15 :000$000
7 :200$000
7: 200$000
2 :400$000
18 :000$000
3 :000$000
1 :500$000
:2 :'4ro$ooo
Pessoal
Empreg-os
4 pr01eSSOl'es primarias ....
I amanuense
r dispenseiro ....... .
I inspector geraL ... .
4 illspe~tores ...................... .
I portelro .......................
I roupeiro
.. '
TI .enfermeir-a
....... '1'
I cozinheiro .. '..... ' ...............
I ajudante de cozinheiro ...........
S lavadeiras-engomadeiras ........... .
4 serventes
8 guardas
2 jardineiros
2 chacareiros ............ .
I cocheiro .................. .
I ajud~nte de cocheiro ...... .
I carrelr ..
I capineiro
Ord.enado
2 :400$000
1:600$000
1:600$000
2 AOO$OOO
2 :000$000
2:000$000
2 :000$000
Gratificao
:200$000
800$000
800$000
:200$000
1:000$000
1 :000$000
1 :000$000
060$000
1:200$000
600$000
1:200$000
1:200$000
:800$000
:200$000
:200$000
960$000
90 :300$000
Total
14 :400$000
2 AOO$ooO
2 :400$000
3 :600$000
12 :000$000
3 :000$000
3 :000$000
960$000
'I :200$000
600$000
4,300$000
4 :800$000
9:600$000
2 :555$500
2:555$500
:800$000
:200$000
11 :200$000
960$000
72 :6n$ooo
AJ3RIGO DE )IENOMS
Ordenado
Empregos
directO'r ....
I escripturario
amanuense
I
............
I almoxarife
........... 1
I identificador
..........
I auxiliar do identificador.
..........
I porteiro . . . . . . .
.
.... ... .
6 serventes
..............
I cozinheira
I ajudante d:e cozinheiro ...
. . . ........
1 professor pri!;:lari~
! professora pnmana ....
I mestre de gymnastica. .............
manuaes ......
I mestre de trabalhos
I inspector ...........
I sub.jinspector
...........
I inspedora
...... .....
I sub-inspectora
......................
I dentista ...
.......
I enfermeiro
............
I enfenJieira
6 guardas
........... .............
DE 20 DE DEZEMBRO DE 1923
4 :800$000
3 :200$000
1 :600$000
3 :200$000
2:400$000
1 :600$000
2 :000$000
2 :400$000
2 :400$000
2 :400$000
:2 :000$;000
:2 :400$000
2 :000$000
Gratificao
.400$000
:600$000
800$000
:600$000
:200$000
800$000
I :000$000
I :200$000
:200$000
600$000
1 ::200$000
1:20::;$000
2 :400$000
2 :400$Q{Kl
1:200$000
1:000$000
1::200$000
1:000$000
060$000
60$000
960$000
1:200$000
2
'I
Total
7 :200$000
4 :800$000
2 :400$000
4:800$000
3 :600$000
2:400$000
3 :000$000
7 :200$000
1:200$000
600$000
3 :600$000
3 :600$000
2:400$000
2 :400$000
3 :600$000
3 :000$000
3 :600$000
3 :000$000
960$000
960$000
960$000
7 :200$000
72 :480$000
Art. 197. Os juizes de direita so classificados em tres entrancias, pertencendo primeira as varas criminaes, a eleitoral e a do Tribunal do Jl1ry;
segunda as varas civ,eis e dos Feitos da Fazenda Municipal e terceira
as de orphos, da provedoria e de menores.
L" A nomeao de juiz de direito da la entrancia ser para a vara
em que a vaga se verificar.
2. Quando a vaga fr de juiz de menores, o Conselho de Justia resolver se dever ser preenchida pela promo' de um dos juizes de direito
. cive} ou pelo concurso, nos termos deste regulamento, tendo sempre em atteno
as condies technicas e formao moral do magistrado para oQ, exercido daquelle cargo.
3. Em relao ao, juiz de menores, quer se trate de promoo 011 de concurso, o candidato dever ter dez annos, pel-o menos, de exerccio em cargo
de judicatura, ou Ministerio Publico, ou advogada.
LEI N. 4.793 -
123
122
Art. -l'.".0 seu patrimoni0 Soe constituir pelas doaoes. heranas e leo-ados que receba e pelas subvenes officiaes, cOlltribuies ele seus membros, subsp"-ipes populares. etc.
DE 27 DE FEVEREIRO DE '92 4
CAPITULO In
do com
Inte~~~e~le
Repubiica.
AR'l'RUR DA
SILVA BERNARDES.
Art 1.0 O Conselho de Assistencia e Proteco aos Menores tem por fins:
I ;io-iar proteger e collocar os menores egresSOS de qualquer escola de
prese~Yaio. ourefonna,. os 9-u~ estej'am em liberdade vigiada e os qU'e orem
designados pelo r,espectiVo JUIZ;
.
.
d
"1
'a'
Il, aux-iliar a aco d,o, juiz de menores e se'l!-s comr,nlssanos : Vlg1 ancI ,
IlI, exercer sua aco sobre os .menores na_via p:1bhca, con.conendo para a
fiel observancia da lei de 'aSlS'istencI<l e protecao aos meno:es.
f
IV, visita'r e fiscalizar os estabelecime!lto,g de e.d~c~B:0 de mer:ores, a=
bricas e ofcinas -oude tral)alhal? e coml:,-u111ca-r ao M1l11s-DenO .da Justia e Ne
godo_s Interiores os abusos e Irregul-andades que encontrar,
.V fazer propaganda na Capital Federal e no E~tados, com o ftm neO
s de' prevenir os males sociaes tendentes a prodUZIr o abandono~d a perverso e o crime entroe os menores, ou compromette: sua saude e lVI a, ma's
tambem de indic~r os meios que neutrali~em os effel~os desses ma,es,.
tambem d eindicar OiS- meios que enutraltzem os effettos desses malles.
alta funco social:'
_
I fundar estabelecimentos para a educaao e reforma dos menor-es
abandonad'ls, viciosos e anorma~s pathologlcos;
II obter dos institutos partlculares a acceJtao de menores protegIdos
pelo c~nselho ou tutelados pela justi~ j
lII, organizar, fomentar e coadJuvar a constituio de patronatos de
meno{es no Districto Federal;
1IV, pr,oI\UOy,er por todos os meios ao seu alcance ~ .comp eta prestaao
de assistencia aos menores sem recurso, doentes ou debels,
V, occupar-se do estudo e. resoluo de todos os probtem<ls relacionados
com a infancia e a adoles'cencla;
. . . -fr
VI, organizar uma lista das pess'?-s idoneas., ou das l1lstttUloe~ TO 1ciaes ou particulares que queiram t?l?ar a, .seu CUIdado menores, que tn erem
de ser collocados em casas de f~mJlta ou 1l1tel:natos,;
. ' '"'
VII administrar os fundos que forem postos a sua dlsposlao para o
preenchiment'; dos seus fins.
CAPITULO II
DO
PA'I'RIMONIO
Art. 3. 0 l Cons.eho de Assistencia e Proteco .aos t4en?~es considerado associao de utilidade pub1ica, com personahdade ]t1ndl'Ca, para os
eHeitos de receber doaes, legados, heranas. etc.
DA COMPOSIO DO CONS~:LHO
124
CAPITULO IV
DA
AD:MINlS'fRA..:i;O
.,
ESTADO DO AMAZONAS
SUJlfillARIO A penitenciaria
110
U1'na
escola protissional
de
Qneiroz
J
prO'Z'il1cia -
Dl'.
ESTADO DO AMAZONAS
Actual
pre-
de janeiro
C0111
133
132
situao, dando-lhe
Coube a Tenreiro Aranha melhorar-11le a
ul11a Qutra sala e asseiando-a.
d P
Reg-ia-se essa priso pelo Regulame.nt.o da o ar.a..
uh o edifcio, a
Com a mudana ~ Camara MUlllclpa1 para o
.
t
t
em
1864
DOIS annos
cadeia de Manaus vanhou novos d epar "amell os,
.
b
de madeira que a resguardava por
mais tarde substituia-se a cerca
zona:;:
um muro.
. o sett aspecto repulsivo,
Nada disto, porm, tirava a tal pnsao
.
.\ 1
m - dizia em 1873 o presi-
Na propna capI a, por ,
.
.
~
existe systema pemtendente Dr. Monteiro PeIxoto - , nao
. dTcar a natureza dos
.'
~ o s pr.ocura com a pus ao mO 1 1
ClaflO, na e
. .
, "
"
no se lhes d o
infelizes que transgndem as leIS soClaes,
.
>.
to
essencial
ao
seu
desenvolvImento
o
po da 111stru cao, a
incute o amor ao' trabalho, nao se pr moral, no se lhes
. "
,
cidados utels a SI e a
move sua regenerao, tornand o-os
sociedade.
_
Jose'
as
precisas
1M
lE
grandes propores e sim na razo das circumstancias financeiras, para que, no intuito de remdiar
U111
u'm- s pavimento.
Lnada a pedra fundamental j unto Ponte da Cachoeirinha,
mal, no se
nheiros publicas.
que publicou n'A Imprensa, em delicada homenagem minha passagem pelo seu Estado,
registar
ainda o
volume
do
convindo
a planta
2I
de Chalon-sur-
de capacidade.
O Sr. Fileto Pires lanou a pedra fundarnental dessa peniten-
CUb1COS
0"
condemnado edificio que hombi-eava, na sua sordicia, com o palado do Governo, e ento deliberou construir a nova penitenciaria,.
dessa vez levada a bom termo.
C0111
liberdade.
Foram recolpidos Casa de Deteno 43 presos sell-
137
135
culpa; ao todo 89
Um dos sales desse estabelecimento foi destinado
-D
que custou cerca de 5.000 contos. Pois bem: oua V. Ex. o que
.sobre o seu funccionamento escreveu o Dr. Caio Nunes Carvalho,
poS'iti~'a.meHte
lclm
1/Iorta. O tra-
1'OS
negociantes da
praa,
app1cando
nO'ua
.sr.
139
138
Casa de Deteno.
C11l
d"
lversas
O governador, D r. Joua
'd"
. .
Cao;a de Deteno, alem de e 1mensagens, dlzla que a
.,
d'
aos dictaficada Em terreno insalubre, no correspon la
a-
,_
.
ldanca para Paricatu a) regtaolmpunha-se, aSS1111, a mt
d
dT . .
Estado tem um gran e e 1 lC10
muito salubre, e onde o .
.
o 'encerramento dosadaptado com pequeno cl1spendlO, a
.
d d
'
.
enlpregados na agrlcultura, an o
sentenciados, que senam
. .,..
, em facU execuo alli a instItulao
o
poder por
margem a ,s~.
1
1 f
de Policia,
do patronato O fficial suggerida pe o c le c
>
NO REGULAMENTO
A Casa de Deteno, transferida desde 19 14 do excelIente edificio man da d o construil', especialmente, pelo
,
desta cidade, para" Paricatuba,
Estado, rua M llnicipal,
.
,..
1
exio-encias da serventIa a
absolutamente nao preenc le as
b.
~
que destinada. InstaUada no velho e rumoso casarao ~~n
nao"
. - o ex"tindo Instituto Affonso Penna,
'que f 11l1CClOll0U
.
necessana,
nem;:
adaptabilidade
dispe, como o outro) d a
Co
Matadouro _
141
140
---,
multa que houver sido imposta ao preso, outra para soccorrer sua mulher e filhos, se os tiverem, e a ultima para
constituir o fundo de reserva, que lhe ser entregue quando.
posto em liberdade. (Art. 170.)
IO
desses vigi--
de
dois ou malS presos tenham de ser reco l1C
e]' a possivel, reunidos condemnados por CrImes
sero, sempre que S
-igual nat"llreza".
t
164 e 165 do
Do ponto de vista do trabalho.. rezam os ar s.
Teferido Regulamento:
- d' . fra de suas
Os sE'ntcnciados tero sempre occupaao tarJa
\ cellulas.
O tr
~
'teiros camisas e outras obras de carregaao,
JaInes, mosqm
,
. da
.
d
crdo com a tabella orgamza ,
admltidas sempre e ac
depois de sua approvao pelo Cl1e f e de Policia.
NA PRATICA
Quando cheguei a lVIanaus, Senhor Ministro, como se a populao houvesse concertado uma opinio t11lica, toda gente dizia-me
que eu no logrmia visitar as prises do Estado. Ainda a bordo,
afirmavam-mc. isto. Em terra, era a voz geral.
Puz-me, logo, cle sobreaviso, e tentei fazer alli o que, nos de-
143
142
Instituto.i; e qne logo foram reclamados ao 100crover nac1ar pe1o Dr. Vie
Ienad os, que me
yaldo Lima, illnstre director do HOSl)icio. dAI'
tuba! Construido para um internato de menores, o 1nstituto Affonso Penna, o palacio de Paricatuba tem tanto de priso quanto a
'
acompanhava. Verifiquei , e commigo
o cl1 ef e d e po 1"lCla, que o di- .
rector do estabelecimento havia um mez alI,' na-o appareCla,
' tanto que
., foi substituido".
No havia
, _ .guardas civ is na D et enao,
e o servio de vigilancia
em
. . promiscuidade com os adultos . No te11 d o obt'd
1 o o mappa estastlco completo da priso , icrnoro
b
se ha 11m 11:leres entre os presi-
presos 1!
Por mais extraordinario que isto parea, a verdade. O proprio
officinas.
tavam em trabalho, e
que,
presentante do Governo Federal para o fim de inspeccionar as cadeias e os penados, avisado com antecedencia o governo estadual,
apresentei, em
1921,
tento ... Ignoro- a causa real de todo esse retrahimento, de toda essa
"
o
edificio da antiga colonia de Paricatuba, onde f unCClonou
Deteno o Governo do Estado mandou construir, especialmente, o magnifico edificio em que ora se encontram a
da
Crnz",
~~
Deteno.
Dizendo-me o senhor chefe de policia que os presos dormiam
V. S.
ja
oramentaria
consignar
cinco contos
mensaes
para
custeio
Mas, por um
~lTO de administrao e sob o pretexto de que o estado sanitario constituia perenne ame'aa saude dos detentos,
145
144
ue
'
lO:~S
i',
I
ESTATISTICA PENITENCIARIA
A informao official dava Penitenciaria amazonense, em dede 1923, 51 detentos. Pela nacionalidade eram:
Brasileiros
49
z
Estrangeiros
Total.
S'
I6
Cear . .
Piauhy . . . . .
Par . . . . .
Rio Grande do N arte
Pernambuco
Parahyba .
Alagas.
Portugal
Bahia: " .
Maranho
Sergipe
'3
4
3
3
2
.......
Total.
z
2
2
I
I
I
S'
'4
2
35
Total.
'ii
li~
149
148
At 3I annas
Pela profisso:
Agricultores,
inclusive seringueiros
Maritimos . .
Estivadores .
Jornaleiros .
Vendedor ambulante
Mecanico
C0111111erciante
Fruteiro. . . .
Total.
" 32
38
"
2
I
I
I
I
42
43
S'
S'
52
S'
S'
"
,.
I
I
I
21
22
" 28
29
3
"
,.
3
I
"
"
"
3
I
2
"
"
I
I
"
"
;111~.
Total.
20
" 23
24
" 25
" 26
" 27
I
2
Sentenciados
Aguardando
'9
"
S'
Pelas idades:
At 18 a11110S
"
Total.
50
Total.
44
45
" -16
" 50
" 59
Homicidas
Ferimentos .
"
3-1
35
36
" 38
" 41
Rudimentar
Analphabetos .
Pelos crinles:
" 33
4
3
Pela instruco:
Total.
"
5
3
42
9
S'
AS PRISES DO PAR
ESTADO DO PARA
il'
i
do
Patroni, as
da
fortaleza da Barra,
onde
es-
p~'ises,
actllaes xadrezes annexos aos corpos das guardas militares. E', pelo
menos" o que se deduz dos termos do oHicio dirigido pela Junta
Provisoria ao capito ingls John Pascos Greenfe11, em r8 de outubro de r823:
!
I
I'
;\
,-
:\
I'
I_
...
157
156
.. .,
a ontamentus da historia do
. ' b"
ala,
T ~o Fral1ClSCO LlS oa.
ema da
J\Iaranho, colhidos e COlllillentados por "oa
Francisco de S e Menezes, no gov
,
.
ave1 Jela atrocidade C0111 que
Antecedera, de facto, a,
not
Capitania, Ignacio Coelho da Sllva, a
} eSel-l-\1to r maranhense,
- - d""
d s
gTanue
tratava aos se1lS Juns lCClOna o "
,
.
d
f roci- 't d - dIZ que e sua _e _ .
alludindo a esse facinoroso ae11111111S ra 01,
~
de umas horn
documento na con5-t lUcao
dade "deixou mellloravel
que o mesmO povo, a
i::cis _1.naSJ1Wrras slrbtcf1'an cas c CSC'll-TaS,
foram deexemplo das da inquisio, chamava casinhas, c que s
de Belm,
-el-teraelas rel)resentaes da Camara
11101idas depois cle l
larenta a1111os". (]. F. Lisba, Obras,
passados perto de ql
pag_ 85,)
- s'ldo destruidas alli pelo anno de 17 21 .
Estas prises devian1 lel
1 d S Jos localizada num antigo
A priso actual. a Cac ela e .
"
. e toda ella havia
.
.
convento da praa desse nome. Quando la eshv ,
.
" ,1
E' um edificio cujo aspecto llnpresSlOna ,
sido recentemente calaua.
t os
massa extranha e pesada, com escadas circulares, .abobadas e Pda e ,
a, e11a
.
'
. d 4 t::08 metros quae1ra dos. Ba Ixa< , acac<lj)a
~
~ua <lrea e e ~. - '
....
Poder ser uma
l1 unca, J' ma~s, se prestar a uma pemtenClan,a,
d ta no ser,
cadeia menos sordida; penitenciaria, por maiS mo es ,
orque faltam ao edificio condies para tant.o,
t
ao falta nos requisitos
O que alli sobra em solidez e1a cons ruc.
.
7"
O seus cul)lculos e prises,
d
indispensaveis a ur~la regular etenao.
s
.
d 'e to zelo no asseIO con1
em numero de dezesete, se bem attestan o c r
.
el
so tratados, no podem ser justificados l~um<t capItal comO
ue
. 't, t l)ela imponencJa de seuS palacios,
Belm, que surprehencI e o VlSl a11 e
de suas avenidas e de seUs parques.
lI' A f . o do edificio presta-se a
No ha adaptao pOSSlVel a. 1.
eI
. _
'1l11pleS deposito de presos, porque dlspoe
S
uma cadeia, isto , a l1111
d
,
1113 8'""'5' no tem
entretanto, nos o
de con1partimentos ate com 259 , I , <
,
. 11 ejue lhes facilitem a illU111inao ea a.re.
J'anenas crradeadas.
pavimento terreo, Janc as
d supenor veem-se
<
b
,
j ao; apenas em aI guns o
respiradouros, sem os quaes senam
Nos ouos, rasgaram ocuI os ou
_d
inhabitaveis aquelles cubiculos.
.
do
Estado
deseInbargador
Ju110
Cezar
e
"
O c11Cj e d e po IlCla
'
NO REGULAMENTO
I
I,
I
liil
I[
Ir
li
!
li
I,I
159
Capitulo XIII do
Seco TV do' Capitt110 V, e do
teria consta da
decreto
11. 3'.5 16 ,
policial, 'baixado pelo
"Recrulamento do Servio
b
do Estado o Sr. Laurod
, de 26 de maro de 19 19, sendo goyerna ar
Sodr.
xi~tp.,
Par classi'
S ~ IV
e coO"ita de penitenciaria. -:-\ ecao
ficao das cadeias nem s
to>
."
attrlb1.1ices -elo acl111inis. I \7
t
88 a 90 espcCltJca as
,
do Capltu o ,ar s . ,
.
Estabelece que
tr2dor da cadela, de seu ajudante e dos carcereIros.
<
dem abandonaI o estabelecimC'nto serl1 ordein
tacs serventu2 f 'OS naO po
. f 't
e dos sub.1 f d
alicia, na capital, dos pI e elOS
._
expressa do c le e e p
'1 . - ~ de fiscahzaca'
.'
e irnpe-lhes essas attn)tuOC!:i
. ' '_,
prefentos, no mtenor,
bem c01110 obedlencla as.
stbO"urana,
ordem
e
asseio
d.O
car.
cere,
da
comi111Jl1S a todos os re.
.
~ s das autoridades supeno res ,
deterrnmaoe
C01110
f
do Recrulamento, -nao
se verI leU
b
e~ !:i -,
110
.J
>
_
ero expedIdos pelo?2- _ Regulamentos espectaes, que s
, .
,
Art. ~ .:J.
. __ sobre as providencias necessanas, tendo-se
chefe de pohoa , d1sporap
. . _ l1111stancias peculiares s.
.
_
. pacldade e 1113.15 C11 c
em attenao a poslao, ca
d as cadeias as disposies.
rises--' e localidades, observando em to as
p
, . b - d s presos.
a seguir relativmente a dlstn Ulao o
ll> _
Os sexos sero sempre 'separado~;
e detidos de confonn1dade com o art. 3 do'
-70_ O smenOlS
_'
Codi~O Penal nunca sero recolhidos no mesmo aposento C0111 os.
criJiosos -adultos.
"
" 'f' '- CF
o-Os detento's'par divida civil oU c0111merclal,. por 111 lac~
3
. d" . 1 ar ou reCO, outro motivo meramente lSClp 111 ' "
_
de posturas ou por
ao
auctoridade administrativa ou estrangelr~, n '
lhidos requisio de
. "
. d s oU pronuncIados~ .
f ndidas C0111 os cnl1111~OSOS selltell~la o
" _
. d"d
r1~_.
serao con u
.
_. _
.
b"
quaesquer outros 111 lvl uos '-V"
40 _ Os, vagabundos, ,e nos ou
-,
".
',.
" t d
u indiciados em crimes sero separados dos reos.
ttdos em cus o la o
ronunciados ou sentenciados.
...
.
P
separao entre os
I
-o - Guardar-se-, tanto quanto posslve, a.
que possvel,
os ros de cnmes af1::1naveis dos de crimes inafian,
veis,; e
entr~
r quanto
.o
I, 2 e 3.
<'
8 - Alm das divises mencionadas, poder o administrador ou
carcereiro, de accrdo com a auctoridade policial, separar presos da
mesma classe, conforme a posio social e os costumes de cada um
ou o seu comportamento na priso, sendo a separao, neste ultimo
caso, a titulo de recompensa.
9 -
,I
j
II
li"
ri!
161
160
'I
de officinas.
I
I'
Ii
I'!
""
"C d" d S Jos, vi a inercia corroendo
Em V1sIta a c. ela e .
' ?
)
"
.
d"
.
VIdas que po Iam ser ainda uteis. (Rcla.torw, 19~I.
Em 1922, dirigndo-se ao Secretario Geral do Estado, o desembargador Costa voltou a referir-se nestes termos ao trabalho dos
presos:
"O trabalho dos sentenciados deve ser um dos pontos
de vista dos nossos administradores estaduaes. Os sentenciados no devem ser entes relegados cellula estupida c
deshumana. Nem aproveitaria sociedade o systema quasi
inquisitorial de segregao martyrisante do individuo em
uma caf{ta sem bygiene e sujeito a um completo abandono
animal, smcnte porque commetteu o crime."
Para sanar esses abusos no encontra elle, portanto, melhor elemento que o trabalho, aproveitando-se o esforo individual do sentenciado, devidamente remunerado. No cuida, porm, de organizar
esse trabalho industrial ou agricola para os mesmos, limitando-se a
-r
mandaI-os em certo ,numero trabalhar num estabelecimento do Estado, o Institu,to Lauro Sodr, votando a maioria ao. trabalho das ruas
e das estradas.
-ilEntre os trabalhos que os presos podem prest21-, insiste elle, devemos notar, alm da limpeza das ruas, o que
alis j temos iniciado C0111 proveito nos trabalhos da prophylax'ia rural, os de abertura de estradas de rodagem,
cujo valor ninguem nobremente poder contestar."
I
\)
li
162
C01110
dissemos, actualmcnte
Sodr. Elle espera do Congresso paracnse uma lei que o oriente 110
assumpto. Seja qual fr a especie de trabalho, diz o desembargador
ESTADO DO PAR
C011-
preparado
163
O fecta de 1Imo das prises do primro andar> ameaando. dcsaba1ItclIfo, reclama promptas providencias, por
fazer Ihel'i.r;ar a 'uid(fr de Tintc e tantps presos a.!1i reco.;hidos.
O ladrilho de toda o. aJ1dar su.pc-r-io1' est mu-ito esburacado e falha de tijolos; a frro da tecto, onde falta-In di'Z'Crsos faboas, est apodrecida; a rde interna de exgottos
as
E' tanto. mais de extranhar esta situao quando o Par se encontra admiravelmente collocado entre os Estados que pcssucm o
melhor serVlo medico-legal 'e de identificao civil e criminal.
COLONIA CORRECClONAL
Deve-se ao desembargador Costa a feliz organizao da CoIol1ia
Correccional ora installada em Santo Antonio do Prata. AI1i j
existia um ensaio de colonia, que o governo, de accrdo com a lei
tl.
164
155
..
1" Estas duas classes sa~ o mantidas em
.
para o livramento condlC1ona .
. 1, alm da necessana',.
obrio-adas a trabalhos agnco as,
alas.
separado e sero
b.
.
professado nas esc
aprendizagem das noes pnmanas do ellSll1Q
publl
cas .
. ~ transcrevo a d,aI1te, nOs seus,
A Calonia, cuja lei de orgamzareaSollltadOS, apezar de seus moldes,
.'
tTecbos prmclpaes,
es t'a dando bons
rudimentares.
l itares. (Art. 3)
. t
. que tambem
. 11av er< um escrlp urano
Como auxiliar do serVIo
a
. . . t - balhos de ao-ricu1tura, e dois capatazes par
se occtrpar de dUlglr 1 a ,
f
to d ensino primario. (Art. 40,}
- lhidos e um pro essor e
as classes de Ieco
d
1 fe de !)olicia; sendo
'" " r
a carao o C1e
Todas as n0111eaoes 1ca111
b
satisfeitos pela
d -com a tabella al1nexa,
os vencimentos de accor o
b 1 . ento no der renda
.
P !"'a emquanto o esta e eClm
thesonrana da o lCl ,
d dministrador compete ao go. .
('t
5') A nomeaao
e _a 1..
_n,.1..
sufflc1ente.
,.
t do chefe de po lC1a.
vemO, 111(':(]1ante propos a ,
rco da a11ub 11
sero recom_pensados na propo ,c
Todos os tra a 105
!"dades (Art. 60.)
d
0dl da tabella e sujeitos aos descontos por pena 1 .
,
.duma auarda de praas e p
to
I"
( Art 70)
N o estabelecimento sera manb a
.
,
cri teria do chefe de po le12..,
.
.
!icia, cujo numero fICara a~
er reb-ibuido segundo a tabella anO trabalho dos recolhIdos S
, d' 'd"d
em dec:imos proport' a ser paga e lV1 1 a
h bTtaes de cada um. O compornexa, na qual a quan ta
tamento e as alI
d
cionaes ao compor
,
d t-mestra.lmente pelo 'chefe e
11 . d
sera apura o 11
tamento dos reco 11 os
'd
1 administrao da colonia.
d
s notas forneCI as pe a
R
policia, s,egun o a
.d
' ssim classificado: Bom, eO comportamento dos recolhI os s~ra a(A t 80)
. S ff' 1 Mau Pessllllo.
r. .
gular, MdlO, o. -TIve,
,
'd
tituiro dois pecul1os: o
.
recolhI os cons
As quanbas pagas aos
d fr afastado da co.
,-,
lhe ser entregue qual1 o
, .
pecuho de 1 ese1 va, que
f'
"disposico immediata do
. e. o pecHlt'o dispo-nivel, que Icara a
,
1onm,
h
qu~nto
D. )
movimenta~o
co'
Os reco.lhidos de ambas as classes podero, por excepo, re'ceber pessas estranhas, idoneas, em qualquer occasio, uma vez
,que se trate de recursos legaes tendentes a sua liberdade. (Art. 14.)
Constituem faltas disciplinares para o effeito da observancia da
tabella: a) romper o silencio ou infringir qualquer das regras m-dispensaveis aos trabalhos da cn10nia; b) desobediencia aos superiores; c) provocar qual-quer dos companheiros de trabalho, empregados ou guardas; d) praticar obscenidades, por gestos, palavras
ou escriptos; e) tentar a pratica de actos immoraes; f) estragar voluntariamente ou desviar qualquer objecto ou instrumento de tra:balho; g) furtar-se ao trabalho, sem causa'justificada. A apreciao
,da' falta compete ao adnlinistrador da colonia. (Art. 15.)
As faltas no previstas neste Regulamento. sero punidas pelo
administrador da colonia, conforme a penalidade e do modo mais
<conveniente ba ordem e disciplina. (Art. 16.)
Os castigos corporaes so prohibidos. (Art. 17.)
165
ESTATISTICA PENITENCIARIA
(Art. 20.)
O recolhimento dos menores cessa
C0111
a idade de
2I
annos,
tomar occupao. O recolhimento dos condemnados cessa com o cumprimento da pena, sendo facultada a continuao no estabelecimento,
se nisso convier o chefe de policia. (Art. 2I.)
Ao recolhido de qualquer classe, de exemplar comportamento, o
diversCl:s para
os
recolhidos
que
revelem
vocao
es-
Brasileiros. . .
Portugus.
Peruano. . .
2
I
Total.
74
Conforme os Estados:
Par . . . .
Cear. . . ,
45
Pernambuco.
Maranho.
Piauhy .
Parahyba..
Minas. . .
Amazonas.
5
4
3
2
I
I
I
I
Matto Grosso.
Bahia . .
Portugal.
Per.
I
I
Total.
74
. .
Brancos . .
48
14
12
Total.
74
r
168
Sabem ler.
Analphabetos.
Total. . . .
74
53
18
3
74
Belm.
Bragana . .
Santarm.
Iguarap-Ass~t
I
!
!!I
I
Afu . .
Cacap.
Breves.
S. Donngos da Boa Vista.
Aveiros . . .
Altan1ira.
Obidos . .
Anajs . .
35
7
5
3
3
3
74
"
"
18
"
20
22
" 23
1
25
" 26
S. Caetano.
Porto de Moz.
Guan . . . .
C. Araguay . . .
Sanzel. . . . .
Alemquer . . .
Cachoeira. .
'9
Total
Mazago.
Abaet . .
Total
--169
5
3
3
3
4
"
"
"
27
" 28
" 29
" 30
7
"
3
5
3
"
" 33
"
34
" 36
"
"
" 38
"
"
1
1
74
32
" 39
"
2
1
1
1
170
De 41 anuOS
.,
" 43
"
"
" 44
" 45
"
"
"
1
1
1
1
1
46
"
"
47
49
" 5
" 58
" 61
ESTADO DO PAR
"
" 7
de
II,
e de
21
De 16 annas
" 19 "
2
"
" 23
"
"
"
"
" 25
" 26
" 27
" 28
" 29
" 32
" 33
" 34
essa
2
1
1
2
2
2
4
1
"
"
"
"
"
"
" 36
"
" 39
" 41
" 43
"
"44
% para
"
"
"
Aspecto da enferma
na da Cadeia de S . Jose.
3
3
4
2
2
1
1
1
1
:2
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De 46
anno~
47
49
" 50
" 58
" 61
"
Total
43
De r6 a
20
annos
21
30
3
18
3'
40
10
50
S' " 60
.60 " 70
41
"
42
10
3
3
2
Typographo
Mecanico . . .
Vendedor ambulante .
Barbeiro
Ferreiro
Jornaleiro
Total. .
............
74
1"-I
\
\
173
172
LQGARES
PROPRIE~ CLASSIFICAO
DADES
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PROPRlE- CLASSIFICAO
nADES
]UDICIARIA
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JUDlCIARIA
ao
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LDGARBS
24 Iritnia.
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\~----- -----1
25 Iguarap-Mirym.
26 Iguarap Ass
1 Alemquer.
2 Altamira
27 Itaituba
28 Muan.
3 Alu
29 Mosqueiro
4 Apeh.
30 Maracan.
5 Abaet.
31 Macap .
6 Americano
32 Monte-Alegre
1 Anajs.
8 Anhallga
1
9 Aveiro.
35 Mazago.
4 Bagre.
5 Camet
37 Montenegro
38 Mansars.
39 Mocajllba.
40 Obidos
41 Ourem.
42 Porto de Moz
Pinheiro.
8 Curu.
PorteI.
9 Camar
Prainha
20 Chaves.
1
21 Curralinho.
22 Fro
23 Gurup.
1
1
~I
35 Mariluba.
13 Breves.
7 Cachoeira.
34 MeIgao .
2 Bragana.
6 Castanhal.
33 Marapallim
Baio
1 Benevides.
1
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Santarm.
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PROPRIE- CLASSiFICAO
DADES I JUDICIARIA
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Miglle1deGuam
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49 isalillas
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52 ISantarm-NOVO.
54 S. Sebastio.
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51 S. Joo de Pirabas.
53
11
Caetano d'Odivelas
60 Sub-prefeitura do Marco.
I-
1 I' -
1: -
I -
1 ,-
AS PRISES DO MARANHO
CAPITAL:
59 Sub-prefeitura do Umarizal
55 Vigia.
53 Sub-prefeitura de S. Braz.
11
55 Vizeu.
571Reparuo central.
-1
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SUl\I1v{ARIO - o llfaranho, aptimo campo para estudos da ilistoria prional 110 Brasil - As fortalcsas, prises politicas ~_
A cadeia publica. de.So Luiz em r685 -
ESTADO DO MARANHO
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C0111
o indispensavel lazer,
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I
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I
180
18l
demorado e paciente.
Passemos, por isso mesmo, Senhor :Ministro, aos nossos tempos.
Se a Cadeia de So Luiz j aquella a que se referia o desembargador syndicante de 1865, nenhuma differena deve ter da do
Imperio, quando se fundou, apezar de lhe ter }eito o governador
Raul da Cunha Machado obras apreciaveis na fachada e no interior.
Aqui a photographia illude, porque o aspecto do muro e as
platibariclas da Casa da Administrao, com o seu elegante mastro de
bandeira e o titulo pomposo de Penitenciaria, que a encima, deixam
o observador convencido de que interiormente a impresso ser identica. Infelizmente, no .
Pde-se affirmar que a Cadeia de S. Luiz no superior '
de Belm, salvo em ter duas officinas, que fUllCcionam e do trabalho a certo numero de presos.
Situada na Praa da Justia, em lagar ermo, a Penitenciaria maranhense dispe de teuenos' sufficiente~ para uma reforma; tal reforma, porm, no se pde comprehender sem o abandono da actuaI
eu tive alli uma impresso lastimave1, sendo que num dos raios, ou
C011-
r
I
182
183
Em principio do
,I
I)
anDO
encarregado o proposito de se afastar das condies da incumbencia, seduzido pela ambio de maiores lucros, est
sendo occupado por diversos presos.
O segundo raio. tambem em concerto e pelo mesmo
11
se\ls !10mens
t~111
O actual governador, Sr. Godofredo Vianna, entregue a um impressionante programma de reforma em seu Estado, cujo atrazo era
esiranhave1, promette prestar brao forte a V. Ex., Senhor Ministro,
assim lhe exponha V. Ex. as linhas principaes de seu plano de reforma, ardentemente desejado.
NO REGULAMENTO
cimento e pietura, que se lhes deu, j recebeu tecta e travejamento novos, sendo este de m qualidade, por ser de
pouca durao, e ainda precisa de muito servio e dispendio
para a conch18o de suas obras.
O raio 11. 3 ainda no recebeu concerto algu.1n, est
-infecto., sem- condies habl:tM!eis, dei.rando ao 'l/isitanfe m
CIA.
A casa da administrao 111uitissirno acanhada e est
em pessl1l1as condies hygienicas e de segurana." (Rela~
t01'io, pag. I3.)
A Penitenciaria do Estado, que se rege pelo Regulamento baixado pelo decreto de 5 de setembro de 1913' o estabelecimento destinado execuo das penas, conforme o .systema prescripto no
titulo 5, livro I(), do Coeligo Penal da Republica, e funcciona sob a
inspeco- do chefe de policia. Emquanto no forem creadas todas
as dependencias
inc1ispensayeis pratica elo mesmo systema, se
observar. durante o c].ja o trabalho em comlllU111 e durante a noite o
encerramento ccll111ar, sob o regimen rigoroso do silencio. (Artigos
I
2.
lizadas pelo Sr. Raul Machado, clav~ o estabelecimento por "completamente preparado".
seja tratado na sua cella, sua custa e por medico de sua confiana.
O condemnado poder, no caso de molestia grave, solicitar a assistencia de- U111 ministro da religio que professar.
Os doentes de- molestia contagiosa sero transferidos por algum
tempo, por ordem do chefe de policia, para algum hospital, ou curados
em cellulas separadas da enfermaria, no podendo os obj ectos de que
se tiverem servido ser usados seno. depois de rigorosa desinfeco.
A enfermaria ter camas numeradas para todos os doentes e os
utensilios e- roupa indispensaveis para uso elos mesmos.
As mulheres sero tratadas nas respectivas ceUnlas umas pelas
outras, observando-se, quanto ao mais, o que est disposto para o tratamento dos homens. (Arts. 12 a r6.)
~I
n
. !
185
184
O e1.1sino c0111prehende:
Leitura.
Escripta.
Arithmetica elementar.
IV.
O condemnado levar para a sua cellula os objectos de que necessitar para esse fim.
Findo a refeio, o encarregado da casinha ou guarda examinar
se foram restituidos pelos condemnados os objectos de que se servirarll.
Se faltar algum objecto, sero o conden1l1ado e a cellula immecEatamente revistados e o condemnado responsabilizado pelo seu valor,
se o mesmo objecto no fr encontrado.
O vestuarlo geral dos presos ser feito de accrc10 com o modelo
e qualidade que fmcm adoptados pelo chefe de policia, co111 approvao do Governo.
As peas de roupas sero marcadas com o numero do condemnado a que perten~ere:-n.
Os condemnados que trabalharem expostos ao tempo usaro
dlapeu de palha onlinaria.
Cada condemnado responsavel pelo extravio oU estrago v01un-
47 a 56.)
O sustento dos condenmados e o custeio da Penitenciaria sero
1.
2.
peculio.
O administrador organizar uma tabella da diaria ou jornal dos
4. Rcstl'ico alimentar .
polida.
O peculio do condemnado ser dividiido em duas partes eguaes,
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I
,
187
186
IO
.
- gera1 das pt-t'so-es do, Estado C0111))ete ao chefe de
A 111specao
(Arts. I8 a
21.)
alime~ltao_
NA PRATICA
Apenas desembarquei em S ao L'
UlZ, S en1lar Ministro, antes ele
qualquer outra visita, procurei ir penitenciaria.
Fica elIa, como disse, !1llma praa deserta, sem c;1I\~tinento e
sem ajardinamento, que, talvez por ser a da priso e de a11i se
COll-
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189
188
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"Alienados, dizia o Df. Soares
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C0111-
cialistas; ele agasalho, hygiene e 111uito conforto, que na Penitenciaria no podem receber; de modo que, longe de melhorarem nas suas condies de saude, pelo contrario, como
Se tem observado, peioram consideravelmente; a molestia,
o soHrimerito, emfim, o infortunio que os feriu, augmentmTI
por falta de tratamento especifico, e devido ao meio em que
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estabelcci~
Tambem o regulamento da cadeia no tem. execuo, quando pre5crel"" a instmco obrigatoria dos detentos.
ESTATISTICA PENITENOIARIA
Havia na Penitenciaria de S. Luiz em 1923, excepo dos loucos
recolhidos, 146 detentos. Destes, eram:
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h
I'
I',
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Homens
Mulheres
'", i!
Total
Pela cr:
'!
Brancos
21
l\1estios
90
Pretos
35
Total
'46
45
IOI
Total
I
I
I
Pela profisso:
Lavrador
Sapateiro
Domestico
Maritimo
Pescador
Engoll11l1ador
Carpinteiro
Electricista
Artista
Ferreiro
II?
8
6
3
3
2
I
I
I
I
I,
!
193
192
At 39 annos
AHaiate . . . . . . .
Auxiliar do commercio
Machinista . .
146
Total
Pelos crimes:
13 1
Homicidas
Offensas physicas
Ferimentos graves
Furto . . . .
Defloramento
Estupro
Roubo.
4
4'
43
"44
45
49
"60
4
2
" 71
"
" 78
Sem especificao.
Total
At 17 annas
" 18
"
22
" 23
" 24
" 25
"
".
" 26
" 27
" 28
"
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"
"
"
"
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"
31
32
33
34
35
36
37
38
5
" 60
13
4
6
9
7
"
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"
"
"
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" 29
146
"
5
6
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"
21
69
36
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At'2I annos.
19
Pela idade:
"
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Total
" 20
" 21
" 46
4
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5
4
2
4
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Total.
13 1
'9 ' 4
'9 ' 5.
6
2
"
"
"
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1917 .
" 1918 .
'9 ' 9.
1920 .
1.
13
194
Anno de
1921.
1922 .
18
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19 14.
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8
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5.
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19 17.
19
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1919.
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1920 .
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1921 .
34
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1922 .
1923.
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AS PRISES DO OEAR
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ESTADO DO CEARA
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Brasil _
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fati'i'ClS
Sua prat-ica -
O rcgwla.m.enfo
BeIlo aspecto da
priso central - Regi.men carccrario e trabalho - As offlcinas - Autonomia tiniIllccira - .d. Colonia Presliaria de
IrCanJ1atistula~' - Seu exito - ]\lozla Colonia em IbiapabaRefoi'wa projeetada O projccto Perdigo Nogueira. e o
objecth'o do Sr. Ildcfollso Al~a"/lo.
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U111
de julho de 1880.
Passando a seu successor, senador Pedro Leo Velloso, o governo
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200
Ouamos a palavra e10quente de Paula FIemy, o anctor da celebre
orao de 1882, a que Evaristo ue Moraes chamou - discurso _
libel10 aCC115atorio, sobre o quadro tenebroso que defrontra em Fortaleza, em 1880:
"Pelo lado economico, eram
foras
VlVas
que se
perdiam; pelo lado physico, organizaes athleticas que def111hava111 e se aniquilavam em vicias; pelo lado moral,
entes humanos que se corrompiam; pelo lado jurdico,
ESTADO DO CEAR
C011-
ao
hedio'n~o deposito_
auetor
"Distribuindo~se o pavimento teneo, para casa de deteno, para capel1a e refeito rio e mais dependencias, alm
da cozinha e das officinas junto s muralhas do recinto,
convinha estabelecer-se no pavimento superior dois vastos
201
200
conclemnados,
as
foras
do
preso,
C0111
em. silencio e sob rigorosa disciplina durante o dia, e a separao noite em alcovas economicas, bem arejadas e com
o necessario confmto, muito podem concorrer at para o
meihOl"amento moral do condel11nado.
202
COI1-
de ces, a da propria AI fandega e a do porto, aresses infelizes do estado. d abjeco em que jazem,
"',80 de comprimento,
pensas."
e do pessoal.
U111a
aco:
"Depois de organizado o oramento, confiei ~ execuo
delle _a U111a con1l1:isso composta do- chefe' ele policia, jlliz
de direito, Gonalo Paes de Azevedo Faro, do engenheiro
da Provincia Alfredo Augusto Borges e do secretario de
policia, bacharel Manoel de Souza Garcia. Os trabalhos
comearam no dia 22 de novembro C0111 a reconstnlco elo
andar superior, eleyando a3 paredes lateraes altura de
quatro metros e 111elo e formando dois vastos sales com
alcova~,
uma,
dies do primeiro.
Na antiga cozinha, situada de encontro muralha do
C01110
ESTADO DO CEAR
204
para. o conseguir me dijo a V. S., propondo se encarregue de fazer a enol11menda a razo de 180 trancos cada
alcova, comprehei1dicla nesse preo a commisso que lhe
-_pdqSa~-,0111petir. Fica entendido _que a despesa de encaixotao,: Ji'H:utO=- e' o _cireto da fabrica ao pon.to de em.ha,rque cori:.d;!:I.'.i20i-' conta -da - P'l-6vit~cia."Se ~v. S. _ppdel: encarregar-;-se Jlessa commisso pelo
, preo_ acima indicado," reSi)O~1d.-1)1e~ por .teleg'l~_an;llll-, po'rque
<- meu" desejo ii1tro_d:~,ir 'j. o. \lelhtai~lellto 'N ..ca:so con, , -axib,. basta-" ..que' o', fay'r, pela correio. __ Q telegranllil~ deve
, 2.,
0-,
dois
~--
,_~__ '.-!,,~ '~ ~E.l-1- xz-o--'pa econo:nlia, -cbnvin. 'se construan) _quarenta
cada
UQl
_e:
_oi~o ~ ai'co:~_?-s.iso-
-l~;;ts;_ t;ma _vez __ que todas as_pe~as _possam: ser bem ',e:ncai~
~ot,ad~s" Ji.cando . ella~ _~isl?ostas '_ .d~," .ni.odo_ -~-(i.~~ -em' . cada
", :0.,
"",:!:J:Oaj~,t!~t:~f:a~aVe~:~I~~;~!:tI!j~d,n, ou.a.,qem
O 8r. Dr. Jos Loureno de Castro e Silva,
se de 'Havre -
205
ql1aesquer
priso.
Elle
"Consegui fazer cessar o estado de confuso e i111moralidade T~st11tantes de ser feita f~'a e conduzida duas
vezes ao dia a comida dos presos por suas mulheres, meretrizes e meninos, pondo em arrematao os generos necessarias para a alimentao dos presos pobres, e mandando
preparar a comida na cozinha do estabelecimento, onde para
isso se fizeram as accol11l11odaes precisas."
240
1-:
: I
11
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coronel commandante do
(Do Relatario de
II
demittido
ISO
NO REGULAMENTO
U111
de 1890, anterior ao
Penal. Ps!3H~e, porm, como parte do Regulamento Policial,
\~:ai,,"d.o coni,_p, dc-re-{g,:n;:. 39, de 19 de outubro de 1916, disposies
11
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11
de abril de 1881.)
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II
em mau e 25 em
O Regulamento
(Art. 5, 6",)
!.
C0111
diaria
dos parentes
ou
NA PRATICA
Do que sejam as prises do Cear disse o ex-chefe de
Sr. Dr. Jos Eduardo Torres Camara, que elIas,
<I
em sua Imucyna,
,!e
chifre,
ESTADO DO CEAR
208
fechada a ele ferreiro e no tendo fUl1ccionado. efn virtude da difficuldade e preo da materia prirna. a df, tecer rcles. So rndimentares, e se devem principalmente ao seu d::dicado administrador, o
coronel S Roiz, que, no ;;endo um cri111inali~ta , c0111tudo, um es-
I' '
11
pirito organizador, C01110 soe vae.' Y,e~ -da sua obra com a Cotol'ia Penitenciaria de Call11afist111a,. e C0111 as cifras que eu aqui reproduzo
p~l'a', te~~el"!:.1U,?ho ~: exel~lpl0 de' qu~ s 'as, pris~es incipientes e mal
d~ a~cbr~lo CO~l
O dn1inistridor,
]V('tns,
chfe
da
Segttrana
-Ptiblica,
hllecido poc~
_.
--- <o, '
, , ____ , - -,
. _., . - : ..
depois .de"1inha visita ao Cear,conseguiuojgnizar a oHi,;a
-Dr" Abi1i~
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Escola
Em
19 21
1922
E1 192 3 .
39:90$000
38 :601$600
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cifo, .eni cujo&"
assentamento~. vi"notas veladeiral11~nte ,1e",;",e,,te
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49-.:S~:-
S R~_rii;:,
209
1920,
AS CADEIAS DO CEARA
II
O estado das cadeias do interior do Cear e, como tantas, desabonador dos nossos fros de cultura e de humanidade. Para que,
entretanto, no se afigure que eu, pel~ desejo de precipitar a reforma, ennegreo em demasia o quadro que me foi dado contemplar,
reduzo tud quanto pudesse aqui deixar sobre o assumpto seguinte louvavel confisso do ex-chefe de policia do Estado, Dr. Jos
Eduardo Torres Camara, feita ao ento governador do Cear.
Sr. Dl'. Joo Thom de Saboya e Silva, em 19 19:
"
210
211
.
do Estado no provIdencIa, cha111andoo governo
as ordem.
A causa publica exige que, para maior segurana dos
e~quanto
'desejar.
REFORMA PROJECTADA
installar a Colonia
Correc-
A rt.
"
e"
que se dividir em duas partes: PccuHo de reserva e Pendia dponiz'cl. O primeiro s poder ser entregue ao detido na sua li-
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Correccional occttpar-se-o
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C0113-
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ESTADO DO CEAR
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expedido,
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Art. -9 ._ -E' aind o Gov-etno do - Estado auctorizac1o _a adquirir, por compra e pelo seu valor veilal, todas as obras de sapataria
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dii:eito,.
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os creditos necessarios.
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12. -
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A NOVA PENI'IiEKc:ARI
Fru~to 'd~' iniciativa de-,V. -Ex.,
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ESTADO DO CEAR
ESTATISTICA PENITENOIARIA
Encontrei na Cadeia Publica de Fortaleza 106 detentos, Destes,
pelo sexo, eram:
Homens
Mulheres . .
Total
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I:
5
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Pela cr:
Brancos
Mestios
Pretos
3'
63
12
Total
I06
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Pela naturalidade:
Brasileiros .
Estrangeiros
Total
I"
105
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I06
Pelos Estados:
Cear. ,
Parahyba . . .
Pernambuco .
Total.
83
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ESTADO DO CEAR
216
0.
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Sabem ler
Analphabetos.
106
1'otal
Pelos crimes:
7'
Homicidio
Roubo.
No classificados
Furto . .
Infanticidio
Ferimentos graves
Bigamia
Estupro
8
6
4
4
I
I
Campo presidiario -
Total .
Residencia do administrador
106
Pela idade:
I
At 16
anHOS
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21
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Sem especificao
Tota!
106
'9 ' 3
'9 I4
168
83
67
lI8
IOIS
'9 , 6
'9 I 7
'9 , 8
'9 ' 9
'3 2
lI8
'3 '
I25
192 0
1921
'3 2
1922
192 3
at
31
de maio,
II5
lI2
Quadro demonstrativo da mortalidade na Cadeia, Publica de Fortaleza, no periado de 1913 a 1914 (maio).
1
1
1
i!
'i
I':
ESTADO DO CEAR
218
2
19 16
'9 ' 7
'9 ,8
19' 9
.1920
I9 21
1922
'92 3
3
7
7
6
Z
Campo presidiario
. ,. ,-i
[
c
!
I
II
~
I
f
'I'
SU1JkIARIO-Histor,ico das prises do Rl:0 Grande do Norte eintessante trabalho do DI'. Atltonio de Sou:;a _ Da antiga
cade,ia da ru.a Grande Deteno do "Monte" _ Depoimento
do D1'. H cnriqu.e Castn:c,iano em a "Revista do lnst-itufo Hto1'ico
filada se l-ucrou, com a mudana"_ Iuizo auctorizado e
ins'ttspeo do Dl'. Sebasti-t1-o Fernandes - Synthese do Regula1nento de I92 I e praf.ica observada na priso de N ataZ _ O
Y
I,:
I,
!i",
I
I:
li:
"
c apphcaes de sociologia crni.nal; 1922, pag., 95.) Sua defoi feita luz de um inquerito realizado em 1846 pelo
Henrique Castriciano, e est publicada na Revista do Instituto
de seu Estado, vol. n.
2,
',I,'
,:'1
224
Municipal, sito rua Grande, hoje Praa Andr de Albuquerque. O predio era o mesmo de agora (1907), sem as
actuaes modificaes para melhor. Tinha duas fachadas:
uma que dava para a praa e outra para ,o lado apposto. No
primeiro havia duas janellas e uma porta; no outro apenas
uma janella. O pavimento terreo era, por muros inteiiores~
dividido em tres, dos quaes dois serviam de priso; no terceiro aquartelavam-se os soldados encarregados da vigilancia
dos detentos.
m
O logar destinado s mulheres media 2 ':22 de largura
e 9m 45 de comprimento, tudo. clareado sment_e por um
postigo gradeado C0111 1"',60 de altura, _por Im,SO de'largura,.
por uma fresta abe:r:ta na parede do lado esquerdo e por
dois buracos de frma triangular de I ,20 de altur~ por cima
lll
da porta ~e entrada"
A pris.o dos homens ficava nQ centro e entrava-se
nella por ?m alapo aberto no soalho, servido por uma esm
cada movel. Media de largura gffi,IO e 9 ,75 ele comprimento,
tendo duas janellas com gracJes do lado da--praa e uma no
lado- opposto, todas com Im,O de largm-a e -Im,I O de -altma.
Os presos de ~mbos os sexs nuilc st: banhavam e co':"
zinhavan-{ na sala da priso, sobre o slo c?berto de pedras
irregulares, de superficie humida e lodosa. Os que no possuiam rcles deitavam-se em tabmts soltas e as fezes eram:
lan.adas mll'_ barril que ficava todo o' dia a- um canto.
Relativamente alimentao hasta lembrar que, existindo 27 presos, a verba designada pela assembla provincial era ele 30$ mensaes, menos de 1$ diarios para rilanter'
I9II,
quando dahi
225
em relao ao presos, e que s por fora de circumstancias materiaes, entre as quaes a da deficiencia do predio e recente augmento
da populao e da criminulidade, se cogitou alli de retirar pal~a outro
edificio os infelizes sepultados vivos no antro da rua Grande. liMas,
apenas 111udmos de logar, escreveu o chefe de policia em Sua brilhante monographia. Levmo3 para sitio menos frlquentado
'
que
nos estava envergonhando, sem pensarmos que quasi comprometteriamos a evidencia dos nossos surtos de progresso e civilizao. "
Em 1914 foi pedido ao Congresso estadual ullctorizao para a
construco .. de penitenciaria-modelo e llma ba planta foi organizada
e apresentada ao governador desse perodo. Ella figura no salo de
NO REGULAMENTO
I
f
jadas; se o numero de presos nella accommodados excede sua capacidade; se so revistadas toqos os dias pela manh e tarde; e conservam-se noite com luz sufficiente; se diariamente se procede
sua limpeza; se dentro das mesmas "se faz fogo", e s,;:: "os presos
esto bem classificadas por seus sexos, idades, detenes, prises
preventivas e sentenas condemnatoras; se tm soffriclo mo tratai5
~"'
-li
I
220
I:
227
, e !tsam banhos
o devido asseIO
.
b
111
menta do carcere1ro; se o serva
o )
elo menos, etc. (Art. 3 .
uma vez por semana p
1~
"classificao" dos detentos, e-se
No que t oca
no
Regul a -
menta:
, f 't d modo seO"uinte:
"A classificao das prises sera eI a o d
o
as dos homens.
I As rnulheres em priso propria e separa
I~.
",
_
1 . A Casa de Detenao
" crimen de traballo
.
l ' nto e condiRelatIvamente ao reI;>
'. .
tas comportem o desenvo V1me
ter tantas ofhcmas quall
. .
d ' tanto quanto
d stas ofhcmas se ara,
es da mesma. Na creaao e
)
, I" preferencia s industrias locaes. (Art. 25
d
posslve ,
chefes e seco
As officinas tero mestres, contra-nlestr~s. e
6 )
,
a J'uizo do chefe de pohcm. (Art. 2
forem necessanas,
1 de
r . "O producto da venda do trabalho 1l.1ensa
que
Sobre o pecu 10 .
d _ uma para as
ser dividido em tres partes, seu o,
'
.
Ta constitui co di) seu pecuho,
cada penado
despesas de, sua subsisten~:: :~~;:a p;o estabelecin~ento; e outl"a para
que lhe sera entregue ao
.
t do penado o peculio
.
.
No caso de falleClmen o
'
a c:itxa carcerana.
..
termos da legislao em
passara, aos seus successores legItlmos, nos
P
12 7,)
NA PRATICA
,
'ada sem rea sufficiente, foi apenas uma casa de
Balxa, acacap
,
.
.r aos
:
1 familia do Estado fizera constrUlr para 1
vero; que tra d lClona
d t
Mede
overno adquiriu-a e a ap ou-a.
banhos de mar. Em 19IO, o g
,
t
ro 8
"Entre 1.1.111 corredor, a l'e am
de frente 29 ,83, de fmido 33 ,3 .
.
d
,- Fernandes, a quem vamos tomar e
guarda, escreve o Dr. Sebastlao
2m,OI
de largura por
28m,I4
de
comprimento, que se prolonga pelos flancos direito e esquerdo, medindo, cada um I mA8 de largura por 23m,43 de comprimento e uma
rea de IIm,83 de largura por 15m,IO de comprimento, esto dezeseis cellulas, das quaes doze medem, mais ou menos, 2m,50 de largura por 4 m ,08 de comprimento, e as quatro restantes 4 metros de
largura por 4"',50 de comprimento.
As menores so, ordinariamente, occupadas por quatro a cinco e
as maiores por seis a oito condemnados.
Na parte que constitue a fachada do edificio ficam, alm do
corpo da guarda, que mede 4111,3 de largura por 5"',30 de
COlll-
proximo, e cmno mezes 'inteiros seja insuflicientc ou nenhum o fornecimento p1'cciso, os detentos vo buscar a cacimbas, que ficam ao
sop do "Monte", a de que necessitam, escoltados por praas da
guarda elo presidio."
f
I
229
li
torna rnenos
, t
,
.
especialmente a nmte
J
'ficio penet1'a pelas grades de ferro das
entra jw-r to d o o ed I "
I
ccllulas, j'nstigando, numa tortura alighieria1j.~ os rec usos~
_ d' p- ic cobertores e dor']I1.C111 C'IH redes, armadas"
q-ue nao ,IS oe ( ,
(ff f)
'Illas flor sobre as outras.
..'
1Jl'lIitas 'Vc:::cs, 1I
d
que
vae'
pelo resto
'
t
Dr. Sebastio Fernandes fa 1a, en ao, o
111
o er
,
'
_ t
no H1vcrno U1H vcno
f j',ia
,)
eOl'tante
J)
de seu Estado:
"Pelo que fica exposto, escusad.o, _fala.rmos
pri,
deI'as do interior assim como e facll conc1tllr que
'
. d
_
soes ou ca
a nossa Casa de Deteno no adopta, nem podena a optar,
qualquer dos systemas penitenciarios conhecidos na respe-
da:
ctiva sciencia.
Cada um dos cubiculos
. _
peqttena prtsao, C0111-O as
das aldeias, onde esto na mais completa pr01ni~Cttidade de
qnatro a oito deten,tos de differentes classes soctG:s, presos
por diffetentes criNies, de idades dispQ1~es, de ~ab1.tos e costumeS os mais diversos. P01'a attenuar os effe1.tos do ar fatalmente v-iciado, q1.te cada um daqueUes grupos de homens
scm hygiene respira e evitar que .se f~a f~go dentro d~s
cell-ulas, o que agg-ravaria ainda 11W1.S a s#uaao dcUes e ~~Y'ta
s
,
do presid'io,asadministraes
pohctae
em 1'1.SCO
a segu?,anca
~
~.
.
tll1W
ESTATISTIOA PENITENCIARIA
Na Casa de Deteno de Natal encontrei 54 criminosos, sendo
todos brasileiros. Pelo que toca naturalidade, eram:
Do Rio Grande do N mte
Da Parahyba . . . .
De Pernambuco .
Da Bahia.
De Alagoas
Total.
37
II
4
r
54
3
r8
33
Estupro
Defloramento .
Total
37
2
7
2
I
54
11
232
233
pelas idades:
Com
De 17 annas
" 18
" 19
3
3
20
"
" 21
"
" 22
23
24
"
"
" 25
" 26
" 27
29
"
"
"
"
"
"
"
42
8
6
43
52
61
3
I
I
3
1
"
3
31
33
34
35
4
41
42
45
47
52
61
Total . . . . . . . . . . . . . . .
3
I
De 18 a 21 anDas.
" 21 3
3 1 40
" 41 5
I
I
I
"
"
"
"
Com 18 annos
" SI
" 60
61
19 14.
54
7
4
I
Cl
19 13.
18
20
21
23
24
25
26
" 27
37
Temos, aSSIm:
33
34
" 36
37
41
Total
vr
29 annos.
" 3
" 31
19 1 5.
,.
1916 .
I
I
19 17 .
1918.
1919.
192 0.
4
I
(*) Esta idade a actuaI dos presos. Muitos delles acham-se ha muitos
annos no carcere, e assim, ainda aqui a contribuio de menores deve ser muito
maior do que os algarismos apparentam.
!:
234
192I . . . . . .
1922 . . . . .
1913
1922
458 presos:
45.
'9'3
'9'4
'9 ' 5.
'9 ,6 .
'9 ' 7.
'9 ,8 .
'9 ' 9.
78
27
63
66
1920 .
3
37
33
1921
44
1922 .
35
Total.
45 8
AS PRIS6ES DO ESTADO
Na capital: -
No interior: -
AS PRISES DA PARAHYBA
ESTADO DE SERGIPE
I
!;
l
{
, ;
i!
I
!
!,
:1
!
I
I
1.1
!
,11
ESTADO DA PARAHYBA
SU11LMARIO - A historia antiga da Parahyba e as prises-Relatarias e referencias do engenheiro ,nlifar Pereira da Silva em
I849 -lJlen10rias de P1zano - Carencia de dados na obra do
Sr. Joo Lyra Tavares - A antiga cadeia central da Parahyba
- Q'Mando se construtt a nova - Quando se transfer'iram os
p1'esos para elia - Testemunho do Dr. Manuel Cle111entino_
As prises militares - Aco do PreSidente Dl'. Antonio Coelho
de S e Albuqucrque_A pr'iso da Parahyba, sua reforma,
pelo Dr. Cal1llo de Hollanda, e sua ad11tinistrao actual _ A
melhor cadeia do Norte> mas si1nples1'ltente cadeia-Palavras
do Dr. DC111.ocrito de Almeida - Confisso do Sr. Solon de
Lucena-As officinas-,O Regulamento de I9I7 _ Sua pratica - Declarao do Dl'. Euripedes Tavares, administrador _
A classificao dos presos - A dormida dos detentos _ As
offinas: os presos tI'abalham por conta propria _ Estado
sanitario da priso - Os presos a servio da Prefeitura_A
organizao aciual-Falta de uma Colonia Correccional.
J ia
240
em beneficio dos
I:
:i
seu Estado.
Sabe-se que a antiga Cadeia Central da Parahyba e-ra, comotodas as cadeias das provincias brasileiras a esse tempo, um presidio
infecto, colonial, de tradies tenebrosas, e que assim se conservou
at 18 52 , qt1ando se iniciou a construco da priso actual, ou at z"
ESTADO DA PARAHYBA
sentenci~dOS
"
241
cadeia, em que apenas se distinguiam os sexos. A. adminis- trao trata de mc~horar o systema de exgotto dos liquidos e
materias fecaes para tornar o edifcio mais salubre. Rel1l0\"ido o defeito que neste ponto se nota na casa, ficar
uma priso de algul11a regularidade e coml110do. "
Ainda b~bendo nesse documento, fica-s~ sabendo que' havia na
Parahyba) a essa poca, tres pris::'s militares, que localizavam nos
quarteis do exercito e da policia, e na fortaleza, hoje esboroada, de
Cabedello.
A fundao da nova cadeia deve-se ao Presidente Dl'. Antonio
Coelho de S e Albuquerque. No se ufana do nOle de penitenciaria,
nem a tal titulo faz jus, bastando attender ao facto de no dispr
de uma rea sufficiente para exercicios assecuratorios da boa saude
dos presos nem sufficiente a alguns ensaios agrcolas. Mas , sem
favor, Senhor Ministro, a cadeia melhor administrada e asseiada do
Norte, excepo da de Recife.
Sente-se que as auctoridades parahybanas ainda no esto satisfeitas com a obra realizada em I917 pelo Sr. Camillo de Hollanda.
Em I921 assim se manifestav::;' o - ilust~e chefe de policia do E.stado,
Dr. Democrito de Almeida, falando ao governador; Sr. Solon Barbosa de Lucena:
"Este estabelecimento, apezar de no corresponder aos
moldes prescriptos pela pel1alogia moderna, em todo caso,
se encontra melhorado e accrescido de 110VOS beneficios alE
introduzidos pelo governo passado.
Verdade que, C,0111 o dinheiro gasto naquellas clependencias e mais, qualqtler coisa, ostentaria a Parahyb um
presidio consentaneo com os actuaes preceitos penaes e de
accrdo- com as suas necessidades e condies. Todayia, omelhoramento referido no para desmerecer-se. Louvores.
cabem-lhe, sem favor, principalmente por parte daquelles
que conheceram a nossa. deteno, negra, infecto) se1lt hy2
giene, e com aq1tclle ar de aballdono que C11t tudo se reflectia .. Hoje, porm, o, aspecto outro; o asseio atre" logo
16
243
242
graves lconvenlentes de
abrandar-lhes os temperamentos e infiltrar-lhes outros sentimentos, apezar da mOTalidade, ordem. ~ assei~ l exis~
tentes os faLtorcce JlQ. sua incliJ1ao V1ClOsa, atu'ando-os a;
ociosi~adc
celIente situao."
118.0
tello
Reformato-ros
apezar de.
proclamar a capacidade do novo administrad'Jr da priso, Dl'. Eu...,
ripedes Tavares; o asseio e a ardern observados na Deteno do Es-
I92I,
Ulll
deposito d'agua e um
bom.
244
245
NO REGULAMEXTO
" de 0";
de setembro de 1917' pelo governador
o deeret o n. 86 :J,
Francisco Camillo de Hollanda.
A Cadeia Publica da capital do Estado, subordinada Chefatura
de Policia, destina-se recluso dos presos recolhidos pelas auctoridaeles judiciarias, administrativas e policiaes do Estado.
Os presos recolhidos Cadeia Publica, nos termos do art. 1, obe-
appellao,
- na Cadeia e111C!Uanto se no creal'
.os sentencia d os permanecerao
a penitenciaria,
As mulheres sero sernpre recolhidas em pnsao separada,
Cadeia Publ,ica.
b) virificar se o Regulamento, instruces e ordens so fielmente cumprido-s; a ordem da escripturao; a regularidade e sufficiencia da alimentao; se os accusados tm patronos; se estes
curam da defesa de seus constituintes; se os presos soffrem de
constrangimento ou priso illegal, etc.;
21.)
. ) ac1vertencia e reprehenso;
246
b) suspensao do exerc1ClO;
c) demisso ou dispensa. (Art. 28.)
Todo e qualquer individuo que fr apresentado Cadeia Publica deve~ ser acompanhado de guia, mandado ou nota de culpa,
firmados por auctoridades competentes, com as devidas especifica-
o cle sexo, permanecendo muitas vezes, os proprios menores, o que constitue grave anomalia, em prorniscuidade
com os demais presos, isso por falta absoluta de commodos.
Como v V, Ex., seria improficua qualquer reforma sobre
esse ponto,"
fim designado;
VII - Ter em seu podei' os objectos necessarios para seu uso,
exceptuaclos dinheiro ou objectos cle valor, que ficaro confiados ao
Sala Livre
Priso 11. I (Dos menores) .
Priso 11. 2 (Sentenciados - Homicidio)
Priso 11. 3 (Indiciados e absolvidos em appel1aes - Varas Criminaes) , , .
Pso 11, 4 (Das mulheres) , , , ,
Priso n, 5 (Sentenciados
Homicidio)
Priso 11. 6 (Pronunciados - Morte e ferimen----2
~) . . . . . . . . . . . . . .
prisE's;
NA PRATICA
Eis ahi est o Regulamento de
1917,
Vejamos
C01110
nL>auyua
o executa,
Vimos que elle fala em uma distribuio dos presos por
3
Ir
r6
9
2
20
10
7
17
17
6
I I
14
17
15
248
249
A dormida dos presos ain da e" ma, apezar da'::; cjueixas do administrador, que em igual data (1922) confessaya:
"As prises deste estabelecimento sao inteirarnente des~ ~soalho
ou
In-
, o ff"1e111 a s,
~ o hahalho ainda positivamente
Pelo que toca as
deficiente. Sendo, em abn 'I d e 1923, de 166 o numero dos presos
"
I CacItIa,
' eI'apenas
de 5"J' menos da
distribui dos nas LI- prlS0es
(a
a
tera parte,
'
24
49, pelos
12
41
32
4
2
15
53
Total;. .
11 as
201
de 30 % dos
detentos enfermos, o que era excessivo. O chefe de policia esc;r~veu:
"Os doentes so sempre em pequeno numero, apezar
da. misen'a phydologt'ca de quas'i todos os detentos e da falta
suas aulas
de fre'que~cia.
acham matric1.1Iados,
24
, 33 o}
smente uns.
Se, p01S,
/0 dos'_ presos frequentam as fficiiias,
__,
22 % frequentam a escola, o qtlE! constitue baixa pe~cent~em.
Dentro de uma cadeia dE:.1 to reduzido perimetro, e C0111 ceHulas
.
- sentenciados , o coefficiente
C01110 V11110S,
20 e lnals
nU111er~sas.
em que vivetn,
construir 1.1ina nova Deten, aproveitando para fim diverso o edificio em apreo.
1922
"
Presos de justia
,I
Total , , '
i,
I
Correccionaes . .
4'
Sapataria
1Tarcenaria.
Funilaria.
Artefactos de palha.
'I
160
739
89
65 0
Regulam~nto interno
110
citado Regula-
lTlQnto,
;".,
,,'
I
I
1
I'
I'
,I
.,1
ri :;'" ;
:1,
ri,
250
Certas medidas, porm, suggeridas pela directoria e approvadas
pela Chefatura de Policia, vieram ampliaI-o na parte referente escripturao, policia das prises e vantagens d-os presos, installanc\o
ainda uma b~bliotheca em complemento escola, e como um recreio
para estimular o
b0111
ESTADO DA PARAHYBA
1'1
I
I:,
:d
251
ESTATISTICA PENITENOIARIA
Na Casa de Deteno da Parahyba do N arte havia, em maio,
175 detentos, que, quanto nacionalidade, as;;nll se distribuiam:
Brasileiros .
Estrangeiros
'74
I
Total
175
Destes, eram:
Brancos .
Mestios
65
88
Pretos
22
Total
175
Pelos sexos:
Homens
Mulheres . .
Total
Jornaleiros .
Sem profis,so certa .
Sapateiros . . . . .
'I
'I'
'I
173
2
"
'75
ro6
58
8
3
'75
89
42
I6
! ,
254
255
Pedreiros
Ferreiros
Empregados publicas fecleraes
Pintores
Negociantes
Padeiro
Carroceiro
Domestico
Maritimo
]\-i! arcineiro
2
2
De 16 anuos
,
,
Foguista
Electricista
Ex-bombeiro
Ignorada
Total
."
'75
18
'9
,
,
,
,
,
'7
20
" 2'
"
"
22
7
IO
!O
" 25
II
" 26
"
4
6
"
6
5
"
" 29
3
Homicidio
Ferimentos "graves
IOO
" 3'
32
33
" 34
35
" 36
5
4
"
5
3
6
5
"
37
Roubo
23
" 38
Furto
Alineao mental
IS
'5
39
Estupro . . . .
Estellionato .
Ferimentos leves
Defloramento .
Desfalque
Attentac10 ao pudor
lncendio .
,
,
Total . .
41
42
43
44
" 46
" 55
'75
,4
"
47
49
53
Para averiguaes
3
2
" 58
"
3
3
3
,
,
,
2
4
256
257
De 55
De 59 annos
,-, 61
" 64
" 73
Idade ignorada
2I
Total .
20
"
23
24
8
6
" 26
3'
32
3
" 3'
4
4I
., 5
60
5'
6r " 70
7 ' " 80
O'
-j
"
2I
22
27
" 28
29
30
Ignorada
Onde, por gl"UPOS:
Dos '9 aos 20 almas', .
"
3
3
6
4
19 13
"
"
"
'9 ' 4
'9 ' 5
'9 ,6
'9 ' 7
'9 r8
5
2
" 34
" 35
'9'9
" 36
1920.
" 37
" 38
3
8
1921
39
" 40
4'
43
" 44
" 46
47
49
" 52
.,
3
3
"
"
72
56
60
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Total
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36
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I
al1110S
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Quadro
3
3
7
I7
258
19 16
19 17
1918
19 19
3
3
1920
1921
19 22
Existem cadeias
N a capital.
pt~hlicas:
Em Souza.
Em Patos.
Em Cajazeiras.
'Em Campina Grande.
Em Alaga-Grande.
Em Guarabyra.
Em Mamanguape.
Em Itabaiana.
Em Catol do Rocha.
Nos dema:s municipios, que so em numero de 30, existem apenas
xadrezes.
AS PRISES DE PERNAMBUOO
ESTADO DE PERNAMBUCO
".,"
11m.'1
18 17 :
aos mais enviou para a Fortaleza do Brum, e 3.
ns, por um 1"01 particular, mandou-nos para a cadeia 1ncQnuliunicaveis em um calabouo, que dantes serVIa de
armario de guardar as cabeas dos enforcados. Este infernal calabouo tem de comprimento trese palmos, e de largura to estreito que um dos companheiros, que era ()
mais alto _dentre ns, estando deitado, tocava com a cabea
em uma parede, e com o.S ps na outra oppo.sta. O p aVlmenta deste terrivel lagar estava todo alagado de alcatro. . .. Este terrivel, estreito e immul1do ca!abouo to
tenebrosa que, esta,rido. ns unidos uns aos outros.. no
255
- 264
--"-'
U111
nos avistavamos, porque nem um raio de luz por elle entrava, e unicamente, por muito favor, nos levava o 2 carcereiro, de 24 em 24 horas,' na occasio do jantar, um rlo
que se accendia tH1icamente emqual~to entregassernos os
pratos, o que acabado se acabava, e hcavamos envoltos nas
trevas
(FIei
Caneca,
edifjcio.,~na
propria Deteno.
A' grande reforma do 3r. Borba deve-se a inaugurao
~erall11(:nte enviados para Fernan:dC: de Noronha, bem assim lS COlldemnados a priso cellular por mais de seis annos, que tiverem bom
procedimento, comtanto que hajam cumprido, j! metade da p,:;na.
A PENITENCIARIA DE RECIF'E
cnitse da pesada grade de ferro que separa do carcere a adminisirao. E' um con1.partimento a~llplo, decentemente mobiliado. Ahi
despacha o administrador. Do -outro lado est a Secretria. Co-r'lido o porto de ferro, cujas chaVES permanecem nas mos (1:;; um
'
e obrigatorio.
Todos, os Congressos Penitenciarios, todos os tratadistas
l,i
constr~tida
em fr11la
ESTADO DE PERNAMBUCO
265
('"11
fenna-
10
10
cubiculos duplos.
cubiculos dup:os.
O cho de lage, humido e de mau aspecto. O madeiyame eas ferragens pintados de cr cinza. Eri1 todo o pavimento teneocorre uma faixa ou barra de piche, o que, com o negro' das portas
chapeadas das cdlulas, d uma impresso desagradavel ao visita,--.te.
Ha ba:stal1te luz nas galerias, luz que entTa por cJarabolas rasgadas_ no tcet?; mas sente-se uma i-ndisfaravel humidade nb rez
do "cho e os presos, que j se -encontram alE ha longo tempo, no,
apresentam 'physionomia saudavel e de vitalidade.
Tambem no impressiona de: maneira agradaveI o systema d~
apparelhos' sanitarlos dentro' das ce!lulas, no --porque isto s::ja C011denmado-, mas porque taes installaes', para serem admittidas e
louvaveis, carecem de obedecer a uni systema aperfeioadissimo e-exigem cel1~las -como as que eu ob.servei na Penitenciaria de ~10n
tevido. O cuto que o -aspecto daquel_le ta-bique, -isolante do appal-elho, dentro- dos cubic\.11os- de paredes grossas e- maL pintadas, nJagrada vista; senqo facilmente perceptiveis as exhaia~s de cert03:C01111110dos .,Nos cub!culos do pavimentQ teneo que costumam guardar os:
preso_s correccionaes, v'agabundos e menotes.
_O goverilO vae realizando paulatinamente melhoras no est(1belecimento. Um dos raios;~_C01110 :facil de verificar da ptlotogTapbia,;,
tem j as -b~latistradas -das, galerias e cantoneir.s de ferro
o que' lhes_:d tn a::pecto diffe:r:ente, -devendo a iniciativa ser
aos demais.
Passa-se da -parte central, de onde se observa o
tQdos os- raios, para o pateo interior, e dahi para o
lavanq.eri,a, _banheiros, _~o.sinha e officinas, assim especificads:
pataria" marcen~ria, typographia, alfaitaria, _ encadernao e
ria, sendo esta a que dispe.de menos inaterial aperfeioado-o
que tod~s ainda reclamem aperf~ioamento,- o certo que- o
nellas, superintendidL pelo digno administrador, 8r. coronel
257
111uel Orlando da Silva Rios, feito em ordem e offerece opportunidac\,e, no s para que o Estado aufira lucros, como p.ara que se
coajam os presos ao trabalho, o melhor elemento de regenerao.
So curiosos os seguintes dad-os relativos ao movimento industrial das varias seces da Penitenciaria de Recife, sendo, entretanto, as' ci fras de produco claramente deficientes, em relao ao
numero de detentos, que superior a 600:
Rcnda bruta
Sapataria,
Marcenaria.
Typographia.
Alfaiataria.
Encadernao.
Ferraria.
I05:99 6$790
36 :097$000
42 :955$5 60
20:743$z8o
II:454$3 OO
2 :706$840
77 :90 4$6ro
22 :021$140
32 :475$470
22:99 8$55
IO =767$790
I:550$65
Sapataria.
Marcenaria.
Typographi.
Alfaiataria. .
Encadernao.
Ferraria ..
I4: 0 75$860
IO :480$090
$
886$5 10
I:156$19 0
Alfaiataria (Deftct"t).
55 =490 $830
2 :355$160
Total . . .
53 :23 5$670
29 :92$180
268
269
Todas as auctoridades estaduaes esto satisfeitas com a Penitenciaria de Recife, e tanto o presidente do Estado, Sr. Dr. Sergio
FERNANDO DE NORONHA
Presidio agricola
Aquella especie de condemnados a que nos referimos remet.tida para Felnando de Noronha, Penitenciaria Agric-ola do Estado.
A ilha de Fernando Noronha, pertencente ao archipelago de seu
'Dome, est situada a 3(156'20" de laL sul e :wo96'30" de longitude.
j ceto ser perfeil111ente coberto em 24 horas. Seu aspecto vul-canico, seg-undo J. Branl1er, e sua suptrficie mede cerca de nove
por tres kilometros.
At certa poca considerava-se a ilha esteril, como ainda hoje se
.affirma da Trindade. Sabe-se, agora, pela experiencia, que produz
excellente mandioca e milho, tendo o cons. Rohan falado em 111agnifico arroz colhido por um presidiario. Mario Mello, Archipe-
::;
,
,
270
ESTADO DE PERNAMBUCO
Des~a .visita, que acabamos de ,fazer, verifica-se que
s gora
par-
.Bsta,:':que os sustenta.
~co~r~u
p;lr tirar
d~ Fernand~" ~
c.onstitue.
11111
-.110
incentivo para 9.
,-continente no en--'
com esse 1'Cgl:nwH, e nesse sentido est devidamente instruida a nova administrao do presidia. Para extirpar
um mal assim to velho, num meio to anormal como a de
Fernando, toma-se' necessaria uma administrao ngorosa,
sem ser
i~justa
nem deshumana."
de
N~~'
"
tan~adas e
fr indicando, espero transformar F"l"llalld"
i'
de
! .;
!;
fimos'o:' 'presidio.
Moveis fabricados pelos detentos
271
NO REGULAMENTO
Alm daquelles individuos a que me referi paginas atraz, na Penitenciaria de Recife sero recolhidos tambem os apresentados pelos
consules e demais representantes estrangeiros, auctoridade.s militares
de terra e mar e outras de reconhecido caracter official. O assentameto referente a esses presos ter feio especial, dada a circumstancia de sua priso.
Os individuos recolhidos para serem detidos observaro a seguinte classificao:
a) condemnados;
b) pronunciados;
c) presos preventivamente;
d) condemnados que tenham de ser transferidos para o presidio de Fernando de Noronha;
e) menores delinquentes.
Sero n:colhidlis em priso separada:
a) os menores e as mulheres;
b) os destinados extradio e expulso do territorio nacional;
c) os correccionaes;
d) os que, segundo o paragrapho unico do artigo antecedente,
forem recolhidos em caracter provisorio ou par.!- Jnvestigaes.
(Art. 2'.)
Ser observado e111- relao aos condemnados e o regimen de isolamento allular para C01ner e donnir e de trabalho commum durante
.f) dia sob o rcgimen do silencio relativo.
C rtas funces no especificadas no Regulamento podero Scr
exercidas pelos presos ,que -.estiverem em condies de bem servir ou
por pessoas estranhas contractadas pelo chefe de policia, mediante
.(riarias -razoaveis. (Art. 7.)
Os guardas e os enfermeiros no oxercicio de suas attribuies
usaro o uniforme seguinte.: cal, collete e blusa de brim escuro
-com_ botes pretos, no- vero; blusa e cala de panno azul marinho
escuro" bonnet da meSma fazenda, com emblema, tendo no centro as
iniciaes C. D. douradas, gravata, preta e botinas pretas no inverno.
I
I
li,
272
273
,20.
c) arithmetica elementar;
d) noes de grammatica;
274
ESTADO DE PERNAMBUCO
(Ar-ts. 54
a '56.)
O salario -dos de,tentos"- sel~ rnarcaclo pelos mestres das offi~
cl11as, de accrdo com o director" e serft por dia ou yorpea de ira:':
l;all~o ,confeccionado"_ Da importancia que o.~ detentos ganharem por'
mez. uma parte ser-lhes- entreguei para suas necessidades e a outra
ser recolhida trimestralmente Caixa Econ~ll1ica,-- em cadernet'a
l1on;inal. (Arts. 69 e 70. )
Os -pr~sos podero conversar mqderadamente 'at a hora d~'
silencio, sei11 perturbar -a '_disciplina" no ,p~dendo, porm, CO,nversar
(ie:un1as pal:a mtra~ ceHutas., (Art. 87-) - ,
~'~.~_~ 'B'm _';;tela" p~:iso: -have~-' uma v~s.so~1ra-, una: mesa de t.a111anh~.
~J~6;.ci~);;l'
:~Q~
_;~~1~1;i~~'_
'd~ p;'es~s:
~hi cOl~tid'os,
e,'- para ~ada, um
'_.'
L _' ,_' ,_" --,' ',_
_ __
, __ :
" .-'
' , ' , _.
,- - _
-~:
C0111
dois passeios de meia hora. Os de mo procedireito a esse passeio, salvo por determinao
e 95.) Em caso algum os de uma priso p.ode.
com os de outra, salvo ordem e~pecial do di":
rect01: .
Impe-se aos presos aii.d9.r sempre vestidos com decencia e as:seio, sendo fomeci~a pelo estabelecimento roupa simplesn1ente aos
1ue no tiverel~~ r''~urso-s para adquiril-a. Os banhos so determi--:
nados tr~s ,:ezes'-,
,s,rnna; o barbeamento uma e o corte- elo
belIo uma vez-opor l1'l'eZ :cada, preso. (Art. 104). 0- vestuario d6s
del1\n~ds' con~h~"'d'e -'ma -bi~l~i -- e'- cal' de - algod"o azul;
bi-l';:c~ ele' l~b:dao 1iso;-_-_~i-i1- bOl1et Ted6ndo- da-'niesi fazelid .. e
l1eHqs" 'g~ossos (rt-~-_'-'I;;,f/~~'-_-r6up~s-"dos ;-cridenirmds' 'e,5",'"i"
por,
>
275
C01110:
Advertencia;
Reprehenso;
de
a 7,
appro-
poder
dispensar-se da consulta
276
277
I1
11I
tl,1
anno de redu~o no presidia ou os que por faltas commettidas foram rebaixados de classe.
Antes de tudo, no. pde haver boa e fiel execuo de um regulamento onde no ha funccionarios especial~zados e compenetrados
de seus deveres. O Dl'. Fernando S chamava especialmente a atten~
o de seu governo para este ponto. Que se veTifica, porm? Veri~
fica-se que na Penitenciaria de Recife no ha, em regra, funcciona~
rios altura' de SUa misso, e, portanto.. no pde haver execuo
perfeita de regulamento. Eis o que escreveu, com uma admiravel
/i
~i
I.
!I
I'
",1
1:1
li'l
'
I!,
JI
II
NA PRATICA
Se bem possamos sustentar que Pernambuco o Estado
cujas penitenciarias os regulamentos internos soffrem menos
nhes e teni melhor applicao o systema do Codigo, longe
riamos da verdade se affirmassemos a sua perfeita execuo.
i,' :
278
ESTADO DE PERNAMBUCO
de
:,l_ .
-,
'~~g ,,;3'~)
.'
- -
': QJ.-1tra face pela q-l~al-? -fe;1;ite:Xlc-i;ri"a, q_~:: ~ecif~ :'a~nda n,o pd~_
ser' considerada -mod~lo' - a dD trabalho. Apezar das officinas qtie
possue, o numero dos que no trabalham , nella, ainda grande. As
officinas existentes no tnl capacidade para o numero de presidiarios, que sbe a 500 e mais, no incluindo a populao volante, que
entr, e- s?-e,
-d-e- I
. .e excede
. -.,-,
'
Machinismos da sapataria
.000.,' ,-
._
_o.
'-,,:""-- - '--";
_.
'-
:-
-- - -,
"
-,
- - ":
---
"
(,:rill1illos,qf
,'1.1.n1a.':necess"ida:@~;\ .t~_Q-..to AU,an.tc?'~ a. do~_ .?e}o~ e_a ,das_ ida9~s .
.,: , -cr_eb1J-.::"s-ej-:-agoi--a~ _ a'_ colrinia:_ de ~:enp~-~s : '-e.s:t~ -n~o-- te}l; ,el1.tn'!,n!,i
l1'iL_
atti~gida ~ lotao
279
ESTADO DE PERNAMBUCO
280
libertos, ,passam vida relativamente' mais folgada. Os primeiros trabalham -no campo ou na offid~1a, sob a direco
dos -sargenteantes"
Ha outra classificaao,_ quanto s moradias:" a1deiados'"
os que, no- ~eI':ido:-familia ou sendo
d~
niau-compi3rtamento,
En~ \:,~z ~~e< goi~ros, _?,S pr,~si~iarios receben-:,_ com as. mupas e
l1tensjli~s de, S~~l 'uso. chapo5 de, palha, determinada, esta substituio pela nat~1reza' d~ t~"~ba!1'lO .a que se entreganl. Alimentam-se
com tres-'ljgrammas d~ xarcp,le,--seis 'de faril1ha~ 'um de assucar,
meio de _caf em gro, sema?almerite. L~v~i1tam-s~ ~- 4 horas da
111,anJ-'l, prepa"a'm'.-o -~f~l"_;'l~l, e
r 5
por toques
f~ :_~ _~a'~~i~!18:' "e;_:~'e- fabri~~m :;as' e' tij-olos p~r~' '~qn~1!mb -da -_iI~a.
Os presos so designados por alcunhas, algumas -curiosas) que levaram do "mundo", como naql1elle desterro chamaqo o continente"
ao's respectivos
aloj~mentos,
-orde"l
'; r~~'~a
281
110
As eolonias correec1onaes sempre tiveram em Pernam_bueo defensores e enthusiastas entre os criminalistas, os .sociologos e os
homens de governo. Poy vezes passaram da propaganda aco, e
Pernambuco viu fund~das pro.speras eolonias.
Nunca, porm, -i organizao_dada a esses institutos foi em
bases to solidas' qe lhes garantissem a perennidade do fl1l1ccionamento '. Dahi
genero.
0,
iniciativas no
Em maio deste anno, porm, o Governador Sergio "Loreto, empenhado em resolver estes problemas em_ seu Estado e tambem em
con-esponder aos intuitos da Unio, sanccionou o seguinte projecto
de lei:
Art. 1. O Governador do Estado fica auctorizado a crear duas
eolonias eorreeeionaes
no Estado: uma para menores viciosos outra
.
para- adultos vagabundos, mendigos validos, brios habituaes, capoeiras' e desordeiros, afim de rehabilital-os pelo trabalho e instruco.
Art.
2.
.il
284
285
8' 5' Findo este prasa, a auctoridade, relatando o feito, 111andar que os autos sejam remettidos ao juiz municipal, para julga-
ilha~ maritimas ou
mento.
6. A sentena que condemnar o ro como vagabundo o obri-
gar a assignar termo de tomar occupao dentro de IS dias, contados do cumprimento da pena (Codigo Penal, art. 399,
lO),
auctoridade preparadora, que mandar lavrar o referido termo, as signando-o com o condemnado, ou com ~uas testemunhas, se o c~n
demnado declarar que no sabe,. no pde ou no quer assignar, declarao que tambem deve constaI do termo.
Art. 9. As infraces do termo de tml1ar occupao sero
processadas e julgadas pela frma estabelecida no art. 6.
lO. Qu~brado o tenno, ser o ro recolhido colonia, por um
Ia,
provar superveniente acquisio de renda bastante para sua subsistencia, e ficar suspensa se o infractor apresentar fiador idoneo
que, por elle se obrigue.
Paragrapho unico. A sentena que, a requerimento do fiador,
julgar quebrada a fiana, tornar effectiva a condemnao
(Codig~
Art.
lO
ser. a!JrE:sentada
12.
ESTADO DE PERNAMBUCO
,
,
,
I
I
l
I,
,
ESTATISTICA PENITENCIARIA
Brasileiros. . . . .
Estrangeiro.
C0111
Homicidio.
I89
Roubo.
63
Furto.
55
Ferimentos.
44
Morte e roubo.
Defloramento.
7
5
Arrombamento.
Este11ionato.
Attentado ao pudor.
Anarchista.
Moeda falsa.
AssaltD e roubo.
Desertor do Exercito.
,E.6pancamento.
Total.
382
crimes
semelhantes,
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288
289
De '3
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all11OS.
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ESTADO DE PERNAMBUCO
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Casados . .
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Vil1vos . .
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313
Alagas. .
22
Parahyba.
Rio Grande do N arte.
Bahia.
20
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Cear~
i\Taranho.
Os menores em marcha
291
Par . .
S. Paulo.
Rio de Janeiro.
Portugal. .
Sabcll: lr~r.
Analphabetos. .
,
102
280
Jomaleiros.
Agricultores.
J\Iaritimos.
Operarias.
Servios domesticas. .
Ex-of ficiaes do Exercito
C01l11l1cr(:io. . . .
Outras profisses.
I5 2
133
10
4
7
4
27
Total.
Podemos, entretanto, S0111111ar os jornaleiros com os agricultores,
porque em geral so todos homens do campo:
Lavradores. . .
Outras profisses.
285.
97
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19 1 5_
.IC)16.
19 I 7
1918 .
19 19.
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1922 .
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I7
4
i'
ESTADO DE PERNAMBUCO
_,.i' -
:,1
AS PRISOES DE ALAGOAS
SUMMARIO -
liili.,
\!
,i
li
1:
OI'igem -
o. enterro
dos presos -
entermm7a - O Regulamento - Vista d--'olhos sobre a pra.tica. penitencian'o em Alagoas - No ./W escola nent troballro - A ind1tstria rudi-mentm' dos presos c o cos das" of- _
finas" da priso - A pl'omJscuidade dos presos _ A
horrivel solitaria_ de JJlacei - Uma PhotograPhia do carcera
alagoG11o feita pelo p1'om.otor publico da comarca de S. Luid
'do Quitundc), em oflicio dirigido ao Governadm': presos farrapentos, celtas imJ11.undas, falta .de illtttn-w.o.
ESTADO DE ALAGOAS
Que eu saiba, Alagas ainda espera,. . como tantos outros Estados do Brasil, o historiador de suas origens. A propria obra do
Dl'. A. de JYfarroquim, publicao official de 1922, intitulada Terra
OCC1,.1-
I;
298
299
central ela capitania. Procurei, por 1SS0 mesmo, visitd- a , tendo feito,
por nimia bondade de um amigo
particular, que
me facilitou essa
accusac10 de
de
deita para a
rua, ao
tentativa de
em que hoje se encontra a Deteno. E', pelo menos, o que eu presumo. Como a villa de Macei (alis Massai ou Maay), fundada em I8I6, se installou num sobrado onde antes morara o ouvidor
Batalha (DieguesJunior, Noh-cia H-istorica. de
Ala.g~as),
natural-
110
andar
superior, duas portas, de um lado, e duas janellas, do outro, no inferior. Ahi deveria ter sido a primitiva cadeia da villa, que no tardaria a ser capital da provinda, arrebatando a palma velha cidc1.de de Alagas, aps tantas peripecias curiosas.
Cerca de
20
ter-se-ia
consh"uido a Deteno,
de
residencias
quando nos pinta, aqui no Rio, o enterro dos infelizes Ratclif, Loureiro e ).Jetrewich, "cujos corpos, depois de justiados, foram conduzidos para o deposito da Misericordia por negros
particulares.
embriagados,
que os fizeram c.ahir por vezes, na rua, com grande gritaria de mo"'
leques e capadocios, segundo refere Fabregas Surigu".
Os enterros dos presos so feitos agora num caixo. Mas, causa
curiosa e ao resmo tempo Iamentavel: o caixo um s para tOd'J5
os mortos! Uma vez esvasiado,
e o augmento da criminalidade,
110.
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I9 22 .
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TI
!
300
o interior da pnsao positivamente sordido. Comea pela Secretaria, sem qualquer decencia ou conforto, e pe10 corpo da guarda,
muito hostil a
1..1111
ESTADO DE ALAGOAS
1920
C0111
vestimento.
Macei.
comrn~'C
1'1'
I',
{"
302
303
A classificao e subdivises de que tratam os artigos ant!=cedentes podero ser alteradas pelo administrador,
C0111
approvao do
chefe de policia, quando o exigir a segurana dos presos ou as condies do estabelecimento. (Arts. 24 a 27)
O servio de vigilancia interna ser feito pOl" uma guarda, que
permanecer destacada no estabe1ecirnento, coniposta
ele praas de
C0l11111allll2.cla.
sempre que
C0111-
Jnunique C0111 os presos pelas grades que do para a r~t,a. Aos que
desobedecerem podero prendre ordem do chefe de policia. (Artigo 40')
De noite, depois do toque de recolher, ninguem poder se approximar do edificio, mandando as s.entinellas fazer alto aos que para
alli se encaminharem, afim de serem pl'imelramente reconhecidos. Os
O administrador ou seu ajudante no poder abrir pnsao alguma sem se achar acompanhado da fora necessaria, fornecida pelo
c0l11111andante da guarda interna ou externa, e devidamente armada.
(Art. 64.)
Haver em cada pnso um lampeo e nos corredores e rea do
estabelecimento o.s que forem necessarios para que no escape vigilancia das guardas qualquer motim dos presos.
Os lampees sero accesos _logo depois do sol posto, e assim se
conservaro at ao amanhecer, ficando a cargo de um dos detentos
de 3u classe,
aquella preferencia.
Os presos devem entregar-se. sem interrupo s occupaes
lhes forem designadas, e no poderao, sob pretexto algum,
de cumprir a tarefa que lhes tocar, podendo, com permisso
mInistrador, dar outro. por sl. (Arts. 52 e 53)
S6
C-0111
304
305
o
2
da tarde.
C0111
um
l"O'Llpa
11.
I02
e 103.)
:t~:~
NA PRATICA
306
307-
sidiarios acamados.
No admira que isto se observe quanto enfermaria, quando,
contendo mais de
130
Se
1111la
de sapataria c de aHaiataria.
uma grossa porta, na qual apenas s::,.' abre, no alto, uma fenda de
boal ou criminoso, ainda sob restrico alimentar, chega-se a duvidar desta civilizao. l\hs, C01110 tenho feito, Si. Ministro toda
Nada mais.
teria ele prises, leia V. Ex., para remate deste capitulo, o quanto
branco e correias de embira, reveladoras de talentos praticas, desgraadamente inu'tilizados nesse ambiente de vicio. e de abandono.
A classificao a que aUude o Regulamento no se respeita,
letra morta. A promiscuidade nos cubiculos manifesta. As proprias
mulheres no ficam em permanente segregao. O administrador,
:leigo, apezar de sua boa vontade. vae no arrasto dessa cadeia ca-
em
sua COlnal'Ca.
ESTADO OE ALAGOAS
308
Disse-nos um dos policiaes que alli tndo difticil adquirir; noe, s esC'nras, falta de kerozenc, e para litnpezQ. ge1'al do estabelccnenfo no te.11i seqner uma vassaum.
fttmaa, pois no sei como - permittido pelo Sr. administrador qnc os presos faam.' fogo
prises!
Capella dJ esabelecim.enGl
111anidade, pois nem alimento tm os detentos. Dois criminosos que vo ser julgados dormem em duas enxergas e
por piedade de till1 policial foram-lhes oHertadas duas
esteiras.
Todo
lhado, sendo de urgencia que o Exmo. Sr. Governador de'termine a pintulI'a, caiao, limpeza para o edificio e ali1
"
I
"
ESTATISTIOA PENITENOIARIA
Existiam na Casa de Deteno de Alagas, em junho deste
anno, 130 presos. Destes, 18 Eram correccionaes. Os 112 condemnados, pronunciados e denunciados assim se distribuiam:
Homicidios. . . . . .
Homicidio e furto
79
,I
Ferimentos
Roubos. .
9
5
Furtos de cavallo.
12
Furtos. . . .
Defloramento
4
,I
Moeda falsa .
Temos, pois, que fazer aqui, como nos demais Estados, um estudo de confronto des~as proprias cifras, porquanto nas cadeias do
interior ha numerosos st'tltenciados, pronunciados e denunciados.
Temos ahi o hornicidio conc-orrendo com 72
.o
% do
21,
-os- ferimentos orn o numero de nove. A moeda falsa e o defloramento do apenas I, cada.
Esses criminosos tinham tido a seguinte origem, quanto aos
nicipio.s onde haviam praticado o crime e sido julgados.:
C,.
16
16
Macei
Unio
Atalaia
Parahyba
Agua Branca .
Palmeira dos lndios
'.
Hom.
'4
12
12
6
7
7
6
7
7
4
ll1U-
313
312
"
4
1
" '7
"
"
1
1
5
6
" 25
" 26
" 27
"
112
2I
annos
21
"
"
40
"
,,'
4 " 5
" 5 " 60
" 60 " 7
"
cnmmosos,
38
45
20
"
"
112
3
2
2
28
" 3
" 3
'
" 33
" 34
" 35
36
58
" 39
4
4'
" 44
" 45
47
"
"
"
"
"
" 29
"
de honlicidios.
21
24
gunte maneira:
Dos 15 aos
ii
20
23
,'I
"
18
22
2
!:.
'9
5 "
" 55 "
" 58 "
" 66
,I
80
De r6 annos
" 48
II2
"
47
N mnero de criminosos
" homicdios
3 "
3'
32 "
33 "
" 34
35
" 36
37 "
" 38
39
4
4'
44
45
,,I
De 29 a11nos
VejamDs,
" 48
" 5
" 55
" 64
"
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"
"
3
4
1
','
"
"
"
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"
','
2
1
1
1
1
"
"
"
"
"
j,
"
li
, ,
:! "
315
314
Assim:
De 16 a 21 annas
21
3
" 31 4"
41 " 5
51 " 60
" 61 " 7
29
24
15
6
"
"
"
Defloramento . . .
"Tentativa de morte
Infanticidio
Estupro . .
II
De I9 annas .
20
Numero
de detentos
Penedo .
Palmeira dos Indios .
Paulo Affonso
Porto Calvo
Muricy .
Agua Branca .
Anadia .
S. Miguel de Campos
Piassahuss
Victaria
Pilar
Be11a Monte
Cururype .
Limoeiro .
Parahyba . .
So Joo da Lage .
Leopoldina . .
23
7
6
"
3
3
3
3
3
6
2
2
2
"
"
"
'I
"
"
a~signalacla
Homicidio.s
No especificados .
Cadeias:
,.
34
12
Furtos.
Roubos
<.
"
"
"
"
"
"
"
"
21
22
23
24
25
26
28
29
3
32
33
34
35
36
38
39
4
41
42
43
45
5
65
73
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I
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3
2
3
I
I
I
I
I
2
I
I
I, I!':
I,
316
317
I918-
dueo, o que impossivel. Verificadas as idades exactas dos detentos, veriamos crescer de modo espantoso a contribuio dos me-
I9 2Q -
Branca
'7
Negra.
Mestia.
48
25
33
Solteiros
Viuvos
10
Pelas profisses:
Agricultores
Jornaleiros
Sem profisso
35
28
5
Temos, ento, para as prises de Alagas, incluindo a da capital, excluso feita dos correccionaes, I. r80 presos, dos quaec; 114
so homicidas e
Existiam.
1910 I9II 19 12 -
'9'3'9'4'9'519,6'9 ' 7-
"
"
"
"
.144
.150
"
'3 8
lI09
"
"
"
"
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"
"
"
"
"
"
124
'Il
"
"
"
sendo:
'20
"
"
Pelas raas:
139
"43
1921 -
nores.
rogo -
Existiam.
"
"
Condemnados
61
Pronunciados
Detentos . . . . .
47
3
i'
',i
AS PRISOES DE SERGIPE
,,
, i
ESTADO DE SERGIPE
SUJ.I1J\1ARIO -
U'/IIa caj)ital ~
N obnsima confisso do
gipe -
As '/J1.ulheres- Os menOres_
qtW
so
do actual go'ue-rnador.
,
,
i:i
I
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"
2i
'i
'I:
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~.=-::,----::-;-o.,.",.,._=Jd'
324
325
No existe em Sergipe, que lne conste, uma larga literatura
contra esse deposito cle presos foi sempre intenso no Estado. Posso
dos
systemas
pnslOnaes, pro-
stitutos, os patronatos destinados infancia desviada e delinquente. Tal o regimen que intenciono fundar em Sergipe, valendo-me dos ensinamentos dos Congressos Penitenciarios cle Londres, em 1872; de Istokolmo, em I878; de
Roma, em 1885; de S. Petersburgo, em I890; de Paris, em
Um
------ - ---
progressos philosophicos e as tendencias hodiernas da interveno do Estado, erl1 mais alta escala, em beneficio da
propria sociedade, ele que orgam, lembrarei Assembla
Legislativa a creao cle juizes e tribunaes especiaes para
menores, servindo-me d~s medidas
c providencias convi-
e~tadual,
propugnarei pelo
326
327
NO REGliLAl\!ENTO
os
pronunciados
por
120
e 121.)
As officinas sero estabelecidas de modo que no estejam confundidas as classes dos presos que trabalham, estes
sempre separados. (Art. 173)
producto da venda dos obejctos manufacturados, ou
valor da mo de obra, quando se manufacturarem roupas
para os presos, fornecimento para a fora armada, ou outros
quaesquer artigos cuja despesa corra por onta do Estado,
se di vidir em tres partes: uma para o Estado e duas para
os presos manufadores. Na o(casio do dividendo o preso
receber uma parte e a outra ser recolhdia ao Thesouro,
como um peculio para o mesmo preso. (Art. 128.)
Dllrante o trabalho s podero os presos -falar para
pedir explicao de objectas tendentes ao trabalho. (Artigo 139.)
NA PRATICA
A cadeia de Aracaj, dada a data da fundao da cidade, no
pde 'ser da-s mais remo-tas do paiz.
Distribue-se -em dois pavimentos. A entrada, fil1e d para uma
praa ajardinada, ampla, 'e tem num dos lados os corpos de guarda
328
329
do estabelecimento. Construiram-n'a em frma de cruz, o que mostra o conhecimento da materia pelos seus fundadores.
No pavimento superior, um simples guarda pde yigiar as galerias, que so, ahi, alis, duas s11lente, trans"versaes, sendo aproveitado o raio lontitudinal C0111 a Secretaria, com a Capella, etc. Se bem
inferim da Ba11ia, a Priso de }\racaj tem sobre aquella uma van-
compunge, e alguns delles, a quem interroguei sobre seus crimes, tiritavam de sezes emqu3nto me falavam.
da rudimentar
industria
o.s
era de compnngir ao. -corao mais duro. Imagine V. Ex. que nesse
antro cumprem pena, de mistura com individuas de todas as idades,
menores, verdadeiras crianas! E, o que mais , saiba V. E:x:. que
ahi esto, envergando as vestes de presidiario, menores de 14 e 16
annos, simples pronunciados, que ha dois. tres e maIS annos esperam a reunio do jury que os deve julgar
Um c1elles, de nome
Jos Floro de Souzo, de 17 annos, alli est por vae muito tempo,
aguardando julgamento por crime de furto 1 Outro, de nome Jos
'1'iburcio. natur.al do Riacho, actualmente com 17 annos, accusado
de furto de cavalIo, de cuja importancia o pae, alis, indemnisra o
dono do animal, alE est vae pm um anno e melO espera de julgamento! Assim, em Sergipe, atiram s prises moos e' crianas.
fazem-nos vestir a blusa infamante, estragam-n'os na saude e na
moral, quando podem ser innocentes, e ainda quando o no sejam _
com direito a um trato especial, a uma educao cuidada, a um processo privilegiado de assistencia psychologica.
No so apenas os pro'nunciados que alli se encontram de cambulhada com os grandes criminosos; s os proprios denunciados!
No ha outra cadeia no Estado, a no serem as de Estancia e
S. Christovam, e as prises-xadrezes nos lagares onde ha de3taca-
330
331
110
prises~ hediondas,
cujos carceres ficavar!l abaixo do' nivel "do rio; tal acontece de Ja-
asso.cia9-~.,:
Annos
Presos
Morto.g
19 19.
1920 .
15
145
10
192I .
147
I3 6
T9 22 .
8
4
rotar
.0
600
Existencia.
ris. Com
. '--..
II
Sobreviventes.
Fallcc-idos. . .
esta ri4icl1la quantia deve um honiem alimentar-se a1li. Eis por que
'5
Posto em liberdade.
II
falleceram,. no para
150
se~pr
reclusos, em
1920?
332
333
<!oso, vae construir UlTIa granele e notavel penitenciaria, que lhe immortalizar o nome e engrandecer Sergipe.
trabalho, cultura da intelligencia, aperfeioamento dos 1nstinctos e sentimentos. Melhores remedios para a regenerao.
scienc1a e da humanidade.
de outubro cle
no qeu concerne a
24
1922,
estatudo pelo Codigo Penal da Repl1blica, desde maio ultimo ordenou as proyjdencias preliminares para a construc-
PaTCCC)'
technico, apresentado ao
frente por
IDO
do systema geral de seg~J.irana, os cantos. no esto arredondados como nos dois outros projectos.
do conjunto da peni-
I
334
333
proc~ssos
de construco proprios
v.
110
capitulo Uma
Presidente de Sergipe:
C0111
a aclaptao
necessidades.
336
ESTATISTICA PENITENCIARIA
olhos antes, constituem um typo curioso na raa brasileira, e habitam na regio de ltabaianinha e adjacencias, com pronunciadas
:~i~
'~~)
Mestios
l4
Bl-ancos
Pretos
Total .
. . . . . . .
I.
l2
. .
Pelos sexos:
.........
Homens.
Mulheres
........
74
2
.. ~
.......
Total
68
2
Q
............
I
I
Catraeiro
Total
76
22 -
338
Pelos crimes:
Homicidios . . . . . .
Contra a propriedade . .
Tentativa de morte
Ferimentos . .
Defloramento
;1
ERRATA
Total
{'
Emenda
PagIna
Lagarto
Maroim
Mucambo
N. S. das Dores
N. S. da Gloria
Propri
Caul1abrava
Campos
Campo do Britto
Capital
Divina Pastora
Estancia
Espirito Santo
Furado
Garar
Ger
Itabaianinha'
Itabaiana
Itaporanga
]aporatuba
Jaboato
Laranjeiras
Pacatuba
Porto da Folha
Pedrinhas
Pinho
Riachuelo
Riacho
Rosario
S. Christovam
Soccorro
Santo Amaro
Salgado
Santa Luzia
Sitio do Meio
. Santa Cruz
Sacco do Ribeiro
S.' Paulo
Siriry
Villa Christina
Villa Nova
54
Ultima
33
9
60
25
55
209
fi
11
19
27
224
25
13
49
180
199
'"
241
241
315
13
325
326
12
Ih,
dtenu
reintegressar
A
iury
lhes
le dtenu
reingressar
O jury
completa
completo
j no
C01ll0 se apenas
corno tantos,
como se a pena
, corno o de tantos
184.6
no careo de alongar
l\31l5
no careo alongar
localisavallJ
do decreto
1.190
Estatstica
Estatistica
Si: localisavam
do decreto?
180
Estancia
Estancia
"