Projecto Suspensão Formula Student
Projecto Suspensão Formula Student
Projecto Suspensão Formula Student
Orientador:
Doutor Rui Pedro Chedas de Sampaio
Jri:
Presidente: Doutor Joaquim Infante Barbosa
Vogais:
Doutor Carlos Jos de Oliveira Pereira e Jorge Alcobia
Doutor Rui Pedro Chedas de Sampaio
Dezembro de 2013
Orientador:
Doutor Rui Pedro Chedas de Sampaio
Jri:
Presidente: Doutor Joaquim Infante Barbosa
Vogais:
Doutor Carlos Jos de Oliveira Pereira e Jorge Alcobia
Doutor Rui Pedro Chedas de Sampaio
Dezembro de 2013
Agradecimentos
com enorme satisfao que expresso aqui o mais profundo agradecimento a
todos aqueles que tornaram este trabalho possvel.
Quero agradecer primeiramente minha famlia por sempre acreditar nas minhas
capacidades, pelo seu contnuo incentivo, compreenso e ainda pela oportunidade que
me deram em frequentar o ensino superior.
Um especial obrigado minha namorada Ins Melo, pelas suas palavras de
motivao, carinho e pelo seu grande apoio no decorrer deste trabalho.
Aproveito tambm para expressar um grande obrigado aos amigos mais
chegados, mas tambm aos meus colegas de curso (nomeadamente ao Nuno Ribeiro,
Lus Martins e Joo Loureno) no s por todos os momentos vividos mas tambm pela
troca de conhecimentos, de amizade e de apoio.
Um agradecimento ao ISEL pelo facto de me proporcionar a aquisio de novos
conhecimentos e tambm pelo facto de me ter proporcionado uma grande experincia
enquanto monitor na seco de projecto mecnico.
Agradeo ao Professor Chedas Sampaio, orientador deste trabalho final de
mestrado, pelo seu apoio, disponibilidade e motivao.
Um especial agradecimento ao Professor Joo Travassos pelas suas palavras e
motivao ao longo dos dois ciclos de estudo.
Agradeo vivamente a todos os elementos da equipa ISEL Formula Student,
pelo seu apoio em algumas das decises ao longo do projecto da suspenso.
II
Resumo
O trabalho que se apresenta incide no estudo e projecto de um sistema de
suspenso para veculos de competio, com vista aplicao do mesmo num veculo
do tipo formula (actualmente em fase de concepo no ISEL) para a participao numa
competio de desportos motorizados mundialmente conhecida, a Formula Student.
Fazendo uso da teoria e dos fundamentos da dinmica automvel, elaborou-se
uma metodologia de projecto de um sistema de suspenso de competio capaz de
cumprir determinados requisitos tcnicos. Grande parte dos parmetros adoptados no
projecto da actual suspenso partiu de gamas de valores (aconselhados nas diversas
fontes bibliogrficas) utilizadas num sistema de suspenso capaz de garantir um bom
desempenho global.
Numa segunda fase e com o intuito de analisar a cinemtica e dinmica do
sistema de suspenso de competio projectado, utilizou-se a capacidade computacional
que actualmente existe para a resoluo deste tipo de projectos, mais propriamente o
software comercial MSC ADAMS/Car. O uso deste meio permitiu verificar qual a
resposta da suspenso e do veculo para uma srie de situaes a que o mesmo poder
estar sujeito no decorrer da competio Formula Student. Foram realizadas diversas
simulaes apresentando-se para algumas delas, solues que visam uma melhor
performance da suspenso e do veculo de competio.
No cmputo geral os resultados so satisfatrios, podendo-se e devendo-se com
um trabalho futuro optimizar todo o sistema de suspenso.
Palavras-chave
Dinmica de veculos, Sistemas de Suspenso, Competio, Simulao Computacional,
Formula Student
III
IV
Abstract
The present work focuses on the study and design of a suspension system for
racing vehicles, aiming his use in a formula car type (which is in a concept phase in
ISEL) to enter in Formula Student, a world-wide known motorsports competition.
It was performed by making use of the theory and fundamentals of vehicle
dynamics, a design procedure of a competition suspension system able to meet certain
technical requirements. Much of the parameters used in the design of the current
suspension come from recommended values that culminate (according to different
automotive literature) in a suspension system capable of ensuring a good overall
performance
The second stage of this work was concerned on the kinematic and dynamic
analysis of the racing suspension system previous designed. It was used the
computational capability that currently exists for solving this type of design, more
specifically the commercial software MSC ADAMS/Car. Therefore, by making use of
this computer software, it was possible to verify the response of the suspension system
and the behavior of the vehicle for a number of situations in which it will be subjected
in reality. Several simulations were developed and for some of them it was presented
solutions that provide a better suspension and vehicle performance.
In the end of the design it was observed that the results are satisfactory, yet an
optimization of the suspension system earlier developed can improve the overall
performance of the vehicle.
Keywords
Vehicle Dynamics, Suspension Systems, Racing, Computer Simulation, Formula
Student
V
VI
VII
Smbolos
Factor de amortecimento
Deslocamento mximo da roda ou factor de viscosidade do amortecedor
Deslocamento da roda para as condies de servio
Acelerao lateral de servio
Coeficiente de amortecimento
CG Centro de gravidade
F ndice representativo do eixo dianteiro
Body bounce frequency
Wheel hop frequency
Ride frequency
G Acelerao gravtica
h Altura Roll Center
Altura centro de gravidade
Ride Rate
Suspension Rate
Rigidez da mola
Rigidez do pneu
Roll Stiffness
l Distncia entre eixos
m / M Massas parciais
Massa suspensa
VIII
Massa no suspensa
R - ndice representativo do eixo traseiro
Relao compresso extenso do amortecedor
Roll Stiffness
t Largura de eixos
W Massas individuais
IX
ndice
Agradecimentos ................................................................................................................. I
Resumo ........................................................................................................................... III
Abstract .............................................................................................................................V
Lista de Abreviaturas e Smbolos .................................................................................. VII
ndice .............................................................................................................................. XI
Lista de Figuras ........................................................................................................... XVI
Lista de Tabelas .......................................................................................................... XXII
Lista de Grficos ......................................................................................................... XXV
1.
2.
Introduo ................................................................................................................. 1
1.1.
Enquadramento .................................................................................................. 2
1.2.
Motivao .......................................................................................................... 2
1.3.
1.4.
2.2.
3.
3.2.
3.3.
Definies e Terminologia............................................................................... 16
XI
3.3.1.
3.3.2.
3.3.3.
3.4.
3.4.1.
3.4.2.
3.5.
4.
5.
5.2.
5.3.
5.4.
5.5.
5.6.
a)
b)
c)
Localizao Vertical (
5.7.
) do CG .............................................................. 66
5.7.1.
5.7.2.
5.7.3.
SLA
...76
5.7.4.
5.7.5.
5.7.6.
5.8.
5.8.1.
5.8.2.
Determinao de: Ride Rate, Suspension Rate e Spring Rate (Rigidez das
molas) ...85
5.8.3.
5.9.
6.
5.9.1.
5.9.2.
Transmissibilidade .................................................................................... 97
5.9.3.
5.9.4.
5.9.5.
5.9.6.
6.1.1.
6.1.2.
6.2.
7.
6.2.1.
6.2.2.
6.2.3.
XIV
XV
Lista de Figuras
Figura 2.1 - Carroa Sumeriana - Ref (2) ......................................................................... 6
Figura 2.2 - Evoluo cronolgica da dinmica de veculos - Ref (4) ............................. 8
Figura 3.1 - Exemplo de elementos orientadores - Imagem adaptada de Ref (1) .......... 13
Figura 3.2- Molas do sistema de suspenso de um veculo Imagem adaptada de Ref
(8) ................................................................................................................................... 14
Figura 3.3 - Princpio de um amortecedor - Ref (7) ....................................................... 14
Figura 3.4 - Conjunto Roda - Imagem adaptada da Ref (2) ........................................... 15
Figura 3.5 - Modelo matemtico de um veculo - imagem adaptada de Ref (11) .......... 15
Figura 3.6 - Sistema de eixos do veculo segundo SAE - Ref (3) .................................. 17
Figura 3.7 - Sistema de eixos da terra - Ref (1).............................................................. 18
Figura 3.8 - Sistema de eixos do pneu segundo SAE - Ref (1) ...................................... 19
Figura 3.9 - ngulo Camber - Imagem adaptada de (11) .............................................. 20
Figura 3.10 - ngulo Caster - Ref (12) .......................................................................... 20
Figura 3.11 - ngulo Toe -Ref (12) ................................................................................ 20
Figura 3.12 - a) Jounce, b) Rebound Imagem adaptada de Ref (13) ........................... 21
Figura 3.13 - IR para um sistema de suspenso simples - Ref (1) ................................. 22
Figura 3.14 - Exemplo de um sistema de suspenso dependente ................................... 23
Figura 3.15 - Performance dos sistemas dependentes - Ref (2) ..................................... 23
Figura 3.16 - Suspenso Hotchkiss - Ref (6) .................................................................. 24
Figura 3.17 - Suspenso dependente four-link - Ref (3) ................................................ 25
XVI
Figura 4.1. Prova Tilt Test com mesa a 60 graus de inclinao. Ref (19) ...................... 37
Figura 4.2 - Prova de Acelerao da Competio Formula Student (19) ....................... 38
Figura 4.3 - Formula Student SKIDPAD Layout Imagem retirada do Regulamento da
prova Formula Student 2013 .......................................................................................... 39
Figura 4.4 - Parte do percurso da prova Autocross - Ref (19)........................................ 40
XVII
Figura 5.14 - Efeito Anti-Squat para Suspenses Traseiras do tipo Independentes ....... 80
Figura 5.15 - Geometria Lateral 2D da roda direita da suspenso traseira em SolidWorks
........................................................................................................................................ 81
Figura 5.16 - Layout dos eixos pivs interiores da roda direita da suspenso traseira em
SolidWorks ..................................................................................................................... 81
Figura 5.17 - Modelao tridimensional do conjunto roda direita mais respectivos
tringulos da suspenso traseira - a) vista de cima, b) vista lateral direita, c) vista frontal
........................................................................................................................................ 82
Figura 5.18 - Modelo 1/8 de Carro ................................................................................ 83
Figura 5.19- Wheel Center Rate e Tire Spring Rate Modelo de carro .................... 89
Figura 5.20 - Variao do factor de amortecimento imagem adaptada de Ref (1)...... 95
Figura 5.21 - Efeito do factor de amortecimento na massa do sistema - Ref (32) ......... 96
Figura 5.22 - Transmissibilidade de um sistema de 1 GDL - Ref (33) .......................... 97
Figura 5.23 - Transmissibilidade para diferentes factores de amortecimento - Ref (33) 98
Figura 5.24 - Amortecedor Ohlins Cane Creek DB-1 .................................................... 99
Figura 5.25 - Modos e reas de operao do amortecedor ........................................... 100
Figura 5.26 - Curva Genrica de Fora vs. Velocidade de um amortecedor - Ref (34) 101
Figura 5.27 - Modelo 1/8 .............................................................................................. 102
Figura 5.28 - Resposta do sistema de 1GDL excitado por uma fora tipo degrau - Ref
(35) ............................................................................................................................... 103
Figura 5.29 - Modelo 1/4 de carro - Imagem adaptada de Ref (11) ............................. 109
Figura 5.30 - Exemplo de uma resposta em velocidade da massa no suspensa de um
dado veculo para diferentes coeficientes de amortecimento - Ref (34) ...................... 110
Figura 5.31 - Curva Base do Amortecedor Ohlins C11 R11 ........................................ 122
XIX
XX
XXI
Lista de Tabelas
Tabela 4.1 Objectivos Cinemticos do Sistema de Suspenso .................................... 46
Tabela 4.2 - Objectivos Dinmicos do sistema de Suspenso ........................................ 47
Student ............................................................................................................................ 52
Tabela 5. 3 - Valores iniciais de - ,
Tabela 5.4 - Jantes para eixo dianteiro, segundo catlogo do fabricante KEIZER ........ 54
Tabela 5.5 - Jantes para eixo dianteiro, segundo catlogo do fabricante KEIZER ........ 54
Tabela 5 6 Pneus para eixo dianteiro segundo catlogo dos fabricantes AVON e
Hoozier ........................................................................................................................... 54
Tabela 5.7 - Pneus para eixo traseiro segundo catlogo dos fabricantes AVON e
Hoozier ........................................................................................................................... 55
Tabela 5.8 - Rodas seleccionadas para o carro ISEL ..................................................... 55
Tabela 5 9 - Percentagem de distribuio de pesos dos carros de equipas de verses
anteriores da competio Formula Student .................................................................... 57
Tabela 5.10 - Massas arbitradas por grupo para o carro ISEL ....................................... 58
Tabela 5.11 - Percentagem de distribuio de massas do carro ISEL ............................ 58
Tabela 5 12 - Pesos individuais em kg considerando o carro ISEL simtrico
relativamente ao plano perpendicular aos eixos ............................................................. 59
Tabela 5 13 - Massas Parciais - no suspensa e suspensa, em kg considerando o carro
ISEL simtrico relativamente ao plano perpendicular aos eixos .................................... 60
XXII
XXIV
Lista de Grficos
Grfico 5.1 - Roll Gradient em funo da acelerao lateral do veculo ....................... 92
Grfico 5.2 - Resposta da suspenso dianteira do veculo no Regime de Baixa
Velocidade para diferentes valores de zeta - em funo de IR ..................................... 104
Grfico 5.3 - Resposta da suspenso traseira do veculo no Regime de Baixa Velocidade
para diferentes valores de zeta - em funo de IR ........................................................ 107
Grfico 5.4 - Transmissibilidade em Funo da Frequncia da Suspenso Dianteira Isolamento de Vibraes .............................................................................................. 114
Grfico 5.5 - Transmissibilidade em Funo da Frequncia da Suspenso Dianteira
RoadHolding................................................................................................................. 115
Grfico 5.6 - Acelerao RMS da massa suspensa vs. valor de amortecimento Suspenso Dianteira ..................................................................................................... 116
Grfico 5.7 - Transmissibilidade em Funo da Frequncia da Suspenso Traseira Isolamento de Vibraes .............................................................................................. 117
Grfico 5.8 - Transmissibilidade em Funo da Frequncia da Suspenso Traseira
RoadHolding................................................................................................................. 117
Grfico 5.9 - Acelerao RMS da massa suspensa vs. valor de Amortecimento
Suspenso Traseira ....................................................................................................... 118
Grfico 5.10 - Curva base dos Amortecedores Dianteiros para o Regime de Baixa
Velocidade .................................................................................................................... 120
Grfico 5.11 - Curva base dos Amortecedores Dianteiros para o Regime de Alta
Velocidade .................................................................................................................... 121
Grfico 5.12 - Curva base dos Amortecedores Traseiros para o Regime de Baixa
Velocidade .................................................................................................................... 122
XXV
Grfico 5.13 - Curva base dos Amortecedores Traseiros para o Regime de Alta
Velocidade .................................................................................................................... 123
Grfico 6.1 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso dianteira do carro ISEL camber vs. deslocamento da roda esquerda .................................................................. 128
Grfico 6.2 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso dianteira do carro ISEL camber vs. deslocamento de 41mm Jounce/bump da roda esquerda ........................... 129
Grfico 6.3 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso dianteira do carro ISEL coeficiente de camber em Roll ..................................................................................... 129
Grfico 6.4 - Wheel Rate vs. Tempo da suspenso dianteira do carro ISEL ................ 130
Grfico 6.5 - Deslocamento da roda esquerda vs. tempo - Suspenso dianteira carro
ISEL .............................................................................................................................. 131
Grfico 6.6 - Fora do amortecedor (esquerdo) vs. tempo - Suspenso dianteira carro
ISEL .............................................................................................................................. 132
Grfico 6.7 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso traseira- camber vs.
deslocamento da roda esquerda .................................................................................... 134
Grfico 6.8 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso traseira do carro ISEL camber vs. deslocamento de 41mm Jounce/bump da roda esquerda ........................... 134
Grfico 6.9 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso traseira do carro ISELcoeficiente de camber em Roll ..................................................................................... 135
Grfico 6.10 - Wheel Rate vs. Tempo da suspenso traseira do carro ISEL ................ 135
Grfico 6.11 - Deslocamento da roda esquerda vs. tempo - Suspenso traseira carro
ISEL .............................................................................................................................. 136
Grfico 6.12 - Fora do amortecedor (esquerdo) vs. Tempo - Suspenso traseira carro
ISEL .............................................................................................................................. 137
Grfico 6.13 - Slip angle vs. acelerao lateral - Carro ISEL com molas de projecto . 141
XXVI
Grfico 6.14 - Slip angle vs. acelerao lateral - Carro ISEL com molas 2010 fsae
template ........................................................................................................................ 142
Grfico 6.15 - Roll do Chassis vs tempo - Carro ISEL ................................................ 144
Grfico 6.16 - Anlise Vibracional do carro ISEL - deslocamento vertical da massa
suspensa e das rodas ..................................................................................................... 146
Grfico 6.17 - Anlise Vibracional do carro ISEL - Foras nas rodas durante a
simulao ...................................................................................................................... 147
XXVII
XXVIII
1. Introduo
Ao longo dos tempos tem-se vindo a assistir a uma evoluo significativa dos
veculos automveis, derivada no s de uma procura diversa em termos de
caractersticas de conduo como tambm da enorme competitividade existente neste
tipo de indstria.
As maiores alteraes que surgem nos veculos terrestres utilizados no nosso
dia-a-dia, tm a sua origem na competio automvel, uma vez que nesta rea assiste-se
a um grande investimento em pesquisas com vista optimizao dos veculos de
competio, o qual s possvel graas a um bom planeamento do oramento
disponvel e a um rduo e coeso trabalho de equipa.
O objectivo no desporto motorizado vencer corridas. Este tipo de
entretenimento
tambm
considerado
como
uma
actividade
de
Pesquisa
&
1.1.
Enquadramento
1.2.
Motivao
Sendo o signatrio aficionado por desportos motorizados e por tudo o que estes
envolvem como dedicao, entrega total, articulao de conhecimentos, adrenalina e
divertimento, sempre foi sua inteno poder elaborar e criar algo que o permitisse estar
dentro da rea da competio e desenvolver tcnicas futuras em termos de projecto que
permitam um melhor conduo automvel.
Junta-se ao gosto pelos desportos motorizados, o ambiente em que o signatrio
vive desde criana j que esteve quase sempre envolvido em eventos motorizados.
Outro dos motivos reside no facto de poder participar e vencer com o instituto
que o possibilitou a aquisio de uma enriquecida base de conhecimentos numa
competio internacionalmente prestigiada como a Formula Student.
Este projecto significa tambm para o signatrio, a possibilidade de comear a
investir na rea em que pretende trabalhar no futuro. A pouca aposta na pesquisa e
2
1.3.
tcnicas, teste de inclinao a 45 e a 60, travagem e teste de rudo. Por sua vez, o
evento dinmico completa as provas: SkidPad Test, autocross, acelerao e resistncia e
poupana de combustvel.
Aps todas as etapas estarem concludas, os resultados finais so apresentados s
equipas aps uma anlise detalhada por parte dos jris.
1.4.
2. Reviso Bibliogrfica
2.1.
2.2.
3. Fundamentos Tericos
O objectivo do presente captulo dar a conhecer quais os fundamentos tericos
de um sistema de suspenso. Na primeira fase do presente captulo, dar-se- a conhecer
as funes bem como a importncia do sistema de suspenso na dinmica do veculo.
De seguida, falar-se- dos componentes gerais de uma sistema de suspenso seguindose uma apresentao de algumas definies e terminologia associada a um sistema de
suspenso. A fase posterior tem o intuito de apresentar resumidamente os tipos de
sistemas de suspenso existentes. Por fim far-se- referncia aos sistemas de suspenso
mais utilizados na competio automvel.
As funes do sistema de suspenso de um veculo so desconhecidas por
muitos condutores. Certamente que grande parte dos condutores reconhecero a
importncia de um eficaz e eficiente sistema de suspenso para uma conduo
agradvel, mas poucos so aqueles capazes de identificar a sua importncia na
performance global do veculo e portanto, a influncia na dinmica global do veculo
(6).
Um sistema de suspenso tem de proporcionar um bom comportamento do
veculo em inmeras situaes, como por exemplo travagens, aceleraes, curvas com
diferentes velocidades e em diferentes tipos de terrenos. Portanto, o sistema de
suspenso de um veculo tem de garantir no s o conforto deste mas sobretudo tem de
garantir a segurana do veculo e por conseguinte a segurana de todos os passageiros.
3.1.
10
11
Tambm segundo a mesma referncia (7), estas duas perspectivas podem ser
descritas por trs importantes princpios que vo de encontro ao que citado por Wong
em (9): isolamento da estrada, capacidade de aderncia (RoadHolding) e capacidade de
curva. Cada um destes princpios encontra-se explicado abaixo.
Isolamento da estrada a capacidade que o veculo tem em absorver ou isolar
irregularidades da estrada no compartimento do condutor. A soluo para se garantir um
bom isolamento, passa ento por absorver energia das irregularidades da estrada e sem
causar grandes oscilaes do veculo.
RoadHolding, segundo (10), a capacidade de aderncia que o veculo tem com
a superfcie da estrada em vrias mudanas de direco e em linha recta, sem que se
perda o controlo total do mesmo. Como refere Craig em (7), o objectivo manter os
pneus em contacto com o solo, pois o atrito entre o cho e os pneus que ir afectar a
capacidade do veculo curvar, travar e acelerar. Assim quanto mais na vertical os pneus
estiverem para uma dada situao melhor, pois existir uma maior rea de contacto.
Capacidade de curva segundo (7), a capacidade do veculo percorrer um
determinado caminho curvo sem sair da trajectria. Ao minimizar-se a transferncia de
peso do carro, proveniente das aceleraes laterais durante uma curva, ir maximizar-se
a capacidade de curva do veculo.
possvel ento apresentar trs objectivos genricos que uma suspenso dever
garantir: Contacto, Controlo e Conforto.
Existem inmeros parmetros que se podem alterar num sistema de suspenso de
modo a melhorar cada um dos princpios descritos anteriormente. A alterao destes
parmetros levar alterao global da dinmica do veculo.
3.2.
Figura 3.2- Molas do sistema de suspenso de um veculo Imagem adaptada de Ref (8)
14
Analisando todos os componentes de um sistema de suspenso, pode considerarse este sistema como um tpico sistema mecnico massa mola amortecedor mas com
uma enorme complexidade. Como se pode observar na Figura 3.5, atravs deste sistema
possvel caracterizar teoricamente toda a dinmica associada a um veculo.
15
3.3.
Definies e Terminologia
16
17
3.3.1.3.
18
19
ngulo Toe (Figura 3.11): Inclinao dos planos das rodas relativamente ao eixo
X do veculo. Designa-se por Toe-in quando as rodas se encontram inclinadas
para dentro e Toe-out quando se encontram inclinadas para fora do veculo.
20
. Portanto
21
3.4.
22
Estes sistemas so muitas vezes montados em veculos pesados (2). Uma das
suas vantagens a nvel da dinmica do veculo relaciona-se com o facto do camber da
roda no ser afectado pelo Roll do veculo (3). A maior desvantagem destes sistemas
verifica-se quando estes fazem parte do eixo onde se encontra montado o sistema de
direco, uma vez que estes so susceptveis de provocar vibraes no volante.
23
Hotchkiss
3.4.1.2.
Four-Link
24
3.4.1.3.
De Dion
25
Trailing Arm
Figura 3.19 - Suspenso independente trailing arm utilizado no eixo traseiro de um Mercedes class A de 1977
Ref (2)
26
3.4.2.2.
3.4.2.3.
Multi-Link
Este sistema de suspenso pode ser pensado como um caso particular do sistema
SLA (7). Quando se substitui o tipo de ligao das duas posies de montagem dos
tringulos ao chassis (passam de buchas deslizantes\casquilhos para articulaes
esfricas\rod ends), e tanto os amortecedores como as molas deixam de ser suportados
por um dos tringulos (superior ou inferior) passando a adoptar uma nova localizao, o
sistema SLA passa a ser designado por Multi-link (11) ver Figura 3.23.
Neste tipo de sistema, a relao de movimento do amortecedor com o
movimento da roda menor que 1 e por conseguinte menor que nos sistemas SLA (em
que a relao prxima de 1 e como tal necessrio um amortecedor e mola de maior
dimenso e peso). Esta reduo da relao deve-se utilizao de um componente
mecnico que desmultiplica o movimento e as foras, e designa-se por Rocker /
Bellcrank).
28
Figura 3.23 - Transformao de SLA para Multi-Link - imagem adaptada de (14) e (13)
29
3.4.2.4.
MacPherson
Uma suspenso deste tipo tambm pode ser pensada como um caso especial do
sistema SLA (1). Em vez de ter um tringulo superior, este tm uma estrutura que vai
desde o topo da manga de eixo (tambm designada de upright ou como na Figura 3.26
de knuckle) at um dispositivo de montagem que ser posteriormente aparafusado ao
chassis do veculo (13). A estrutura deste sistema um membro telescpico que
incorpora amortecimento (3).
30
31
3.5.
32
Figura 3.28 - Aplicao de um sistema SLA no eixo traseiro de um veculo Formula Student
34
35
4. Especificao de Requisitos
O presente captulo pretende dar a conhecer as provas a que o veculo ir estar
sujeito durante a competio Formula Student, bem como algumas das regras da
competio que devem ser cumpridas e que se encontram intrinsecamente ligadas ao
projecto do sistema de suspenso.
Neste mesmo captulo apresentar-se- tambm os requisitos necessrios que um
sistema de suspenso dever possuir quando projectado para a competio.
Existem inmeros factores, a nvel do sistema de suspenso, que condicionam a
performance de um veculo de corrida. No existindo um sistema de suspenso ideal
para todas as situaes a que o veculo estar sujeito, necessrio ter-se em conta cada
um desses factores e adapt-los consoante a prova e percurso, de modo a se conseguir a
mxima performance.
O sistema de suspenso ser projectado tendo por base alguns requisitos gerais
para se conseguir que o veculo esteja em condies de ser conduzido em segurana e
com alguma competitividade e performance. Assim, o captulo destinado s simulaes
do projecto da suspenso, centrar-se- em verificar o comportamento do veculo Base /
inicial com a suspenso projectada bem como na alterao de parmetros dependendo
das provas e percursos a que o veculo estar sujeito.
36
Figura 4.1. Prova Tilt Test com mesa a 60 graus de inclinao. Ref (19)
4.1.2. Acelerao
A prova de acelerao constitui o primeiro evento dinmico que se realiza na
competio formula Student, e tem como objectivo avaliar a acelerao do veculo
numa recta com uma superfcie plana. uma prova onde o veculo que fizer o percurso
de 75 metros no menor tempo possvel vence.
Como cita (20), so muitas as qualidades do veculo avaliadas nesta prova, tais
como o Roll da massa suspensa (Body Roll), o gradiente de over/understeer. J Gillespie
em (3), descreve que provas deste tipo pretendem verificar o comportamento e a
resposta direccional do veculo.
Devido s foras que se fazem sentir durante a manobra de curva (devido
acelerao lateral, de atrito e da acelerao tangencial), o veculo tender a desviar-se
do trajecto que o condutor pretende. Portanto, necessrio que a suspenso seja
projectada de modo a conseguir-se um menor tempo neste tipo de prova, pois a mesma
tem influncia directa na dinmica do veculo.
Na Figura 4.3 mostra-se o layout da prova. Os carros entraro no percurso e iro
executar uma volta completa no crculo da direita, de modo a estabelecerem a curva
numa situao o mais perto possvel de um regime estacionrio. A volta seguinte,
tambm no crculo direita, ser cronometrada. Imediatamente aps a concluso da
segunda volta no crculo da direita, o veculo entrar no crculo esquerda e procederse- do mesmo modo que no crculo da direita, terminando a prova assim que o mesmo
completar a quarta volta e sair da zona de prova.
Figura 4.3 - Formula Student SKIDPAD Layout Imagem retirada do Regulamento da prova Formula
Student 2013
39
4.1.4. Autocross
Este evento pretende avaliar as capacidades e qualidades de manobra do veculo
num percurso apertado. Cada veculo ir participar nesta prova individualmente, ou seja,
sem interferncia de outros veculos.
O presente evento, ir combinar as caractersticas de performance de acelerao,
travagem e capacidade de curva num nico evento. Para se atingir o mnimo de tempo
ao longo da prova e para se ter o maior sucesso, a suspenso dever estar projectada e
afinada para uma resposta rpida a nvel da direco, minimizar os movimentos de pitch
associados travagem e proporcionar um bom comportamento do veculo quando este
executa as manobras de curva.
O percurso da prova composto por rectas, curvas com raio constante, curvas
apertadas, chicanes e zig-zags atravs de cones. O veculo ter de ser capaz de
terminar esta prova no menor tempo possvel e como foi referido anteriormente ter de
exibir uma boa performance global.
40
41
Figura 4.5 - Configurao tpica de um veculo Formula Student imagem retirada de www.triumphantracers.in
T.2.3. Distncia entre eixos: O carro dever ter pelo menos uma distncia entre
eixos de 1525 mm (60 in). Esta distncia medida a partir do centro da
superfcie de contacto dos pneus dianteiros e traseiros com o pavimento da
estrada:
T.2.4. Largura de Eixo: A largura do menor eixo do veculo (dianteiro ou
traseiro) no dever ter menos de 75% da largura do maior eixo (dianteiro ou
traseiro).
42
A distncia ao solo dever ser suficiente para prevenir que qualquer parte
do carro, excepto os pneus, toque no piso durante todo o tipo de eventos de
pista. Um excessivo ou intencional contacto com o piso de qualquer parte do
carro ir resultar numa penalidade da corrida ou de um evento dinmico
completo.
T.6.3. Jantes
T.6.3.1. Dimenso das jantes: As jantes do carro devem ter pelo menos
203.2 mm (8.0 in) de dimetro.
43
impossvel como foi dito, garantir uma suspenso ideal de modo a satisfazer o mximo
de contacto (entre todas as rodas e o solo) e o mximo de controlo.
Existem inmeras variveis que afectam o contacto dos pneus com o solo e o
controlo do veculo e como tal existem diversos critrios para obter determinados
valores. Assim sendo, e caso no exista background e know-how suficiente, o ideal ser
projectar um sistema de suspenso com os valores para as diferentes variveis
aconselhados pela diversa bibliografia automvel, capaz de garantir uma boa
performance e o mnimo dos requisitos impostos pela regulamentao da Formula
Student. A partir deste ponto, com o veculo com o sistema de suspenso Base, com
as simulaes computacionais e tendo conhecimento de diversas provas e percursos
possvel alterar as variveis da suspenso que faro com que o veculo atinja a maior
eficincia possvel para cada uma dessas situaes.
A bibliografia automvel apresenta diversos objectivos e requisitos para o
sistema de suspenso. Segundo Wong em (9), num carro de competio o interesse
manter o mximo de rea de contacto do pneu com a estrada, i.e. manter as rodas
exteriores curva (e que se encontram sujeitas a uma maior carga devido transferncia
de peso) na vertical, o maior tempo possvel durante essa mesma manobra. Veja-se na
Figura 4.6 a posio aparentemente vertical das rodas externas e as internas com um
camber bastante negativo na roda direita do eixo dianteiro.
Figura 4.6 Veculo da competio Formula Student durante a prova SKIDPAD Ref (19)
45
Existem outros objectivos que podem fazer parte da Tabela 4.1, no entanto os
que se apresentam na mesma tabela so os mais gerais, uma vez que todos os outros
objectivos estaro interligados com os apresentados na Tabela 4.1. A alterao destes
objectivos gerais passa pela alterao de algumas variveis comuns entre os objectivos.
Podero existir diversos critrios para se atingir os objectivos acima referidos, e
o mais comum passa por fazer variar o comprimento dos tringulos do sistema de
suspenso (normalmente o tringulo superior que tem uma maior influncia na curva do
camber) at se atingir um valor mnimo da variao do camber e se possvel um valor
mnimo para as duas situaes, bump e Roll. (E.g. camber igual a zero a
aproximadamente metade do deslocamento vertical da suspenso situao de bump
far com que haja o mximo de rea do pneu em contacto com o solo).
46
47
48
49
Metodologia de Projecto
1
Seleco de tF, tR e
5.1.
5.2.
Seleco de tF, tR e
A seleco da distncia entre eixos () e da largura dos eixos (tF e tR), dever ser
executada tendo em conta diversos factores e.g. Regulamento da prova ou experincia
adquirida.
50
que ir ter influncia no espao que se tem no veculo para se colocar todos os
componentes do mesmo.
Quanto maior a largura dos eixos, menor ser a transferncia de peso entre as
rodas e maior ser a acelerao lateral que o veculo consegue suportar. No entanto,
quanto mais largo o veculo for, mais ter que se mover lateralmente durante as diversas
manobras de curva (e.g. chicane).
Note-se tambm que uma dianteira maior implicar uma fora aerodinmica
(drag) de maior intensidade que o veculo ter que vencer.
Lamers em (18) vai de encontro ao que se refere em (21), um eixo traseiro
menor que o dianteiro ir aumentar a velocidade em manobras do tipo zig-zags. Isto
porque a traseira ter um menor movimento lateral volta dos cones. Por sua vez e
segundo Lamers, estudos comprovaram que uma distncia entre eixos acima de
1600mm ir aumentar o tempo que o veculo demora a percorrer um percurso com zigzags.
A Eq. 1 segundo (18), d-nos a relao entre a largura de eixos e a distncia
entre eixos e designa-se por wheelbase-track ratio, ou WTR. comum encontrar-se
um valor de WTR=75% para veculos Formula Student e que resulta numa boa
performance e estabilidade.
51
(Eq. 1)
(mm)
tF (mm)
tR (mm)
WTR(%)
1700
1275
1525 (60in)
1168.4 (46
in)
1130.3 (44.5
in)
75.4
1600
1200
1150
73.4
Carro ISEL
(mm)
tF (mm)
tR (mm)
WTR (%)
1700
1200
1100
68
do carro ISEL
Apesar de Lamers em (18) referir que 1600 o valor mximo adequado para l,
adoptou-se um valor de l igual a 1700 pois foi o espao mnimo que a equipa ISEL
Formula Student considerou ser o suficiente para colocar todos os componentes do
veculo. Isto resulta num valor de WTR 7% inferior ao valor comum utilizado em carros
formula Student, de 0.75, o que no deve influenciar em muito a dinmica final do
veculo.
52
5.3.
53
Srie
Dimenso
(dimetro
largura) in
Espao
interno da
Jante (in)
Material
Preo
Unitrio
()
Observaes
Kosmo
Magnesium
13 - 6
Al 6061
CL1
13 - 6
Al 6061
Aperto Central
4L Four Lug
13 - 6
Al 6061
Aperto 4 furos
Tabela 5.4 - Jantes para eixo dianteiro, segundo catlogo do fabricante KEIZER
Srie
Dimenso
(dimetro
largura) in
Espao
interno da
Jante (in)
Material
Preo
Unitrio
()
Observaes
Kosmo
Magnesium
13 - 7
Al 6061
CL1
13 - 7
Al 6061
Aperto Central
4L Four Lug
13 - 7
Al 6061
Aperto 4 furos
Tabela 5.5 - Jantes para eixo dianteiro, segundo catlogo do fabricante KEIZER
Dimenso (Largura /
Dimetro Dimetro
jante) in
Rigidez (kg/mm) a 0 de
camber e a uma presso de 19
Psi (1.31 bar)
Preo
Unitrio
()
Referncia
Avon
6.2 / 20 - 13
16.4
9241
Hoozier
6.0 / 20.5 - 13
25.4
130
43128
Tabela 5 6 Pneus para eixo dianteiro segundo catlogo dos fabricantes AVON e Hoozier
54
Dimenso (Largura /
Dimetro Dimetro
jante) in
Rigidez (kg/mm) a 0 de
camber e a uma presso de 19
Psi (1.31 bar)
Preo
Unitrio
()
Referncia
Avon
7.2 / 20 - 13
18.0
9760
Hoozier
7.0 / 20.5 - 13
25.4
130
43162
Tabela 5.7 - Pneus para eixo traseiro segundo catlogo dos fabricantes AVON e Hoozier
Verifica-se atravs das tabelas anteriores que no eixo traseiro, tanto os pneus
como as jantes, so de maior dimenso a nvel de largura uma vez que se pretende
garantir uma maior traco no eixo motor do veculo.
No que diz respeito s jantes, como todas elas apresentam aproximadamente o
mesmo peso (cerca de 3 kg cada) escolher-se- as da srie Kosmo Magnesium, devido
sua versatilidade de aperto manga de eixo (pode ser central ou com 4 furos), por se ter
mais dados disponveis relativamente as dimenses do que qualquer outro fabricante de
jantes e por terem sido best seler.
Quanto aos pneus, optar-se- inicialmente por utilizar os do fabricante AVON,
uma vez que so mais fceis de adquirir devido existncia de um revendedor AVON
em Portugal juntamente com a existncia de uma maior informao das suas
propriedades.
Resumindo, as rodas sero compostas pelos produtos apresentados na tabela que
se segue:
Rodas Seleccionadas
Tipo
Eixo
Marca
Dimenso
Preo
Jante
Dianteiro
13 6
Jante
Traseiro
13 - 7
Pneu
Dianteiro
AVON
6.2/20 13
Pneu
Traseiro
AVON
7.2/20 - 13
55
5.4.
56
Escolhendo-se para o carro um sistema RWD, ser necessrio mais peso na parte
de trs do veculo do que na frente do mesmo (devido a diversos componentes, e.g.
motor, eixos de transmisso, etc.). Assim pode-se utilizar percentagens de pesos para
estimar o peso total e parcial do veculo.
Aps uma investigao dos atributos dos carros de algumas equipas do Formula
Student de anos anteriores, obteve-se os seguintes valores para a percentagem de
massas:
Percentagem de Distribuio de Pesos
Dianteira (%)
Traseira (%)
270
268
45
55
278
Uni. Metropolitana de
Manchester
50
50
268
Universidades
Tabela 5 9 - Percentagem de distribuio de pesos dos carros de equipas de verses anteriores da competio
Formula Student
57
Peso
(kg)
Chassis
30
40
Grupo 3 Body\Aerodinmica
Body
75
85
Componentes electrnicos
Total
240
Grupo
Grupo 1 Chassis
Grupo 2 Sistema de Suspenso e
Direco
Universidades
Carro ISEL
55
276
Resta ento proceder-se ao clculo dos pesos parciais do veculo tendo em conta
a Figura 5.1.
58
59
5.5.
Existem ainda outros parmetros que devero ser estipulados antes de se avanar
com o projecto, nomeadamente:
Deslocamento mximo da roda
Camber inicial
Percentagem de Travagem
Anti-dive e Anti-squat
Tal como nos passos anteriores, investigaram-se as caractersticas de alguns
carros de equipas que participaram em edies passadas da competio Formula
Student. Analise-se ento cada um dos parmetros individualmente.
O deslocamento mximo que a roda poder ter, depende de vrios factores como
por exemplo o espao da carroaria (body) e/ou o regulamento da prova a que o carro
estar sujeito.
Para o parmetro de deslocamento mximo que a roda poder ter, o regulamento
de 2013 da mesma competio (artigo 6 T6.1) impe um deslocamento mnimo de
50.8 mm (2 in), sendo 25.4mm (1 in) para bound\bump e 25.4mm (1 in) para rebound.
Apresenta-se de seguida alguns valores pesquisados:
60
30/30
30/30
28/28
28/28
Universidades
45/45
45/45
Carro
ISEL
Tabela 5.15 - Deslocamento mximo da roda do carro ISEL
61
-2
-1
62
Carro ISEL
Suspenso Dianteira
Suspenso Traseira
60%
40%
63
Adams Herb em (17) e Carrol Smith em (26) referem que actualmente os carros
de competio do tipo Formula, apresentam 0% de Anti-Dive uma vez que so leves e
tm o centro de gravidade bastante baixo
Para o efeito Anti-squat sendo o inverso de Anti-dive, os valores aconselhados
so os mesmos segundo (26) dever ser inferior a 20%. Considera-se ento os seguintes
valores para estes dois efeitos a implementar no carro ISEL:
Valores de Anti-Dive e Anti-Squat do carro ISEL
Suspenso Dianteira (Anti-Dive) Suspenso Traseira (Anti-Squat)
Carro ISEL
5%
10%
5.6.
64
(Eq. 3)
(Eq. 4)
(Eq. 5)
(Eq. 6)
Nota: Como se mostra na Figura 5.3,
65
Carro ISEL
a (mm)
b (mm)
935
765
(mm)
0
Tabela 5.19 - Localizao do CG nos planos, paralelo e perpendicular s rodas do carro ISEL
c) Localizao Vertical (
) do CG
(Eq. 7)
66
Localizao Vertical do CG
Universidades
(mm)
330
267
240
280
Tabela 5.20 - Localizao Vertical do CG de caros de edies anteriores da competio Formula Student
Para uma boa performance e uma menor transferncia de peso ao longo de todas
as provas a que o carro estar sujeito, e tambm com o intuito de garantir que o carro
passa o teste Tilt Table, ser imposto a toda a equipa que se cumpra o valor de 250 mm
de altura vertical do CG para todo o projecto formula Student.
Resumindo os valores do passo 6, tem-se:
Localizao global do CG ISEL
a (mm) b (mm)
Carro ISEL
935
765
(mm)
0
(mm)
250
67
5.7.
O primeiro passo ser desenhar a vista frontal da roda completa na sua posio
esttica (incluindo uma inclinao da roda camber - no valor de -1). De seguida
dever ser colocado no desenho, metade da largura do eixo (t/2). Aps definido, quais
os elementos que sero agregados roda, i.e. traves, mangas de eixos, cubos, etc,
68
devero ser colocados no desenho dois pontos designados de UBJ e LBJ (upper ball
joint e lower ball joint - Figura 5.4 ).
a) Estabelecer o Comprimento front view swing arm (fvsa)
Este parmetro dever ser definido antes de se proceder ao desenho da geometria
da suspenso. Este parmetro a distncia onde se verifica a interseco entre as linhas
que se iniciam em UBJ e LBJ tal como se verifica na Figura 5.4
Segundo (17), um valor elevado de fvsa resultar num movimento suave da roda
mas menos ganho de camber, o oposto caso que se adopte um valor reduzido de fvsa,
onde ir existir mais ganho de camber mas movimentos mais instveis da roda ao longo
do seu deslocamento.
A Tabela 5.22
69
Fvsa Curto
(20 a 40 in)
Permite ter um Roll Center baixo mas ir afectar a sua localizao lateral
Fvsa Longo
ao longo do movimento da suspenso, o que resultar numa menor
(70 a 180 in)
variao positiva de camber em bump e rebound.
Fvsa Mdio
(40 a 70 in)
Fvsa Ultra
Longo (e.g.
mais que
14000 in)
(Eq. 8)
Sendo este parmetro um dos factores que poder alterar a variao do camber
que a suspenso ir apresentar (e como tal alterar o valor final de um dos requisitos de
70
uma suspenso de competio), no captulo 6 das Simulaes poder ser alterado este
valor mediante a alterao geomtrica dos braos da suspenso de modo a verificar se se
consegue reduzir a variao do camber ao longo do movimento da suspenso.
b) Estabelecer a Localizao da Altura do Roll Center (
) e Determinar IC
71
Resumindo, quanto mais alto for RC, menor ser o Roll sobre o RC que ter que
ser resistido pelas molas.
primeira vista seria uma boa opo ter o RC o mais prximo possvel do CG,
no entanto, isto no se verifica verdade devido existncia de dois efeitos, os quais se
passam a descriminar:
Se o RC estiver acima do nvel do cho, a fora lateral dos pneus (
), criar
Figura 5.6- Efeito Jacking com um RC elevado imagem adaptada de Ref (1)
nome de Packing.
Nos dois efeitos, h deslocamento vertical da massa suspensa o que pode ser um
problema, mais concretamente no caso do Packing onde pode haver contacto da massa
suspensa com o solo, e por conseguinte no se conseguir cumprir o regulamento da
prova (artigo 6 T6.2).
72
73
74
Figura 5.9 - Derivao das caractersticas Anti travagem com traves exteriores - Ref (1)
a) Determinao do ngulo
Determina-se atravs da Eq. 9 e Eq. 10 o valor da tangente de
que provm da
(Eq. 9)
(Eq. 10)
para um Anti-Dive de 5% e
b) Estabelecer Comprimento Svsa Deve-se estabelecer o comprimento svsa ou a altura svsa (tendo em ateno
fora criada pela caracterstica Anti-dive), para obter-se a linha B-B. Atravs da Figura
5.8, verifica-se que se a altura svsa for maior que a altura do centro de gravidade, ir
criar-se um momento contrrio ao esperado e como tal efeito contrrio ao Anti-dive.
Assim sendo, necessrio garantir que
75
Considerando que
obtm-se
c) Determinao de IC lateral
Determinar o IC da vista lateral atravs da interseco dos passos a) e b).
Utilizou-se novamente o SolidWorks para a resoluo deste passo.
76
Figura 5.11 - Layout dos eixos pivs interiores da roda direita da suspenso dianteira em SolidWorks
77
Figura 5.12 - Modelao tridimensional do conjunto roda direita mais respectivos tringulos da suspenso
dianteira - a) vista de cima, b) vista lateral direita, c) vista frontal
78
) Determinar IC
. Sendo assim
Figura 5.16 - Layout dos eixos pivs interiores da roda direita da suspenso traseira em SolidWorks
81
Figura 5.17 - Modelao tridimensional do conjunto roda direita mais respectivos tringulos da suspenso
traseira - a) vista de cima, b) vista lateral direita, c) vista frontal
82
5.8.
de carro,
Figura 5.18. Roll Stiffness (ou Roll Rate) a rigidez toro da suspenso.
]
[
e a acelerao
estacionrio, i.e.
(Eq. 11)
[ ]
(Eq. 12)
[ ]
Onde:
a acelerao lateral no
84
Valor
9.125 m
0
10 m/s
1.118 g
1.118 g
5.8.2. Determinao de: Ride Rate, Suspension Rate e Spring Rate (Rigidez das
molas)
No presente procedimento dever ser especificado uma srie de parmetros.
Alguns destes parmetros podero ser arbitrados aps a consulta de determinadas
referncias ou escolhidos atravs da prtica e know-how.
85
5.8.2.1.
Ride Rate
86
0.5 a 0.8 Hz
Carros desportivos
1.2 a 1.5 Hz
1.6 a 2.0 Hz
2.0 + Hz
0.5 a 1.5 Hz
1.5 a 2.0 Hz
3.0 a 5.0+ Hz
Aps a escolha das Ride Frequencies tanto para o eixo dianteiro como para o
eixo traseiro, calcula-se o valor de Ride Rate.
(Eq. 13)
(Eq. 14)
Onde:
(Eq. 15)
],
Ride Rate [ ],
frequncia dianteira entre 10% a 20% maior que a frequncia traseira. Adoptar-se- os
seguintes valores:
Ride Frequency Carro ISEL - Hz
Parmetros
Valor
2.5
2.25
Tabela 5.29 - Ride Frequency da suspenso dianteira e suspenso traseira do carro ISEL
Valor
12450 N/m
12330 N/m
Tabela 5.30 - Ride Rate da suspenso dianteira e suspenso traseira do carro ISEL
5.8.2.2.
O prximo passo ser adicionar o efeito da rigidez vertical do pneu (Tire vertical
Spring rate) para se obter o valor de Suspension Rate (Wheel Center Rate ou Rigidez da
Suspenso).
[ ]
[ ]
Onde:
(Eq. 16)
(Eq. 17)
Ride Rate [ ],
88
Figura 5.19- Wheel Center Rate e Tire Spring Rate Modelo de carro
Valor
13490 N/m
13250 N/m
5.8.2.3.
No presente passo pretende-se fazer o clculo da rigidez das molas que sero
utilizadas no veculo. necessrio ter em conta o valor do Installation Ratio (IR).
[ ]
(Eq. 18)
89
Deve considerar-se nesta fase o valor de 1 para o IR. Note-se que quando a
suspenso estiver totalmente modelada, possvel verificar o valor real de IR. Atravs
do software de modelao computacional (e.g. SolidWorks). Segundo (1), este o
mtodo mais adequado para se determinar o IR uma vez que no se tem a suspenso
construda.
Spring Rate (Rigidez das Molas) Carro ISEL
Parmetros
Valor
13490 N/m
13250 N/m
Roll Stiffness
(Eq. 19)
Valor
9716 Nm/rad
8017 Nm/rad
90
5.8.3.2.
Tendo por base o conjunto de equaes que vai desde a Eq. 20 Eq. 24, obtmse o Grfico 5.1que representa os graus de rotao do veculo em funo da acelerao
lateral do carro em Gs.
(
(Eq. 20)
Nota:
(Eq. 21)
(Eq. 22)
(Eq. 23)
(Eq. 24)
seguintes unidades
91
Valor
680 mm
1020 mm
0.034 m
0.216 m
1.952 deg/g
92
Verifica-se atravs do Grfico 5.1 que o Roll Gradient diminui medida que a
acelerao lateral do veculo aumenta. Isto deve-se ao facto de haver menos
transferncia de peso medida que a acelerao aumenta, como tal menos body
roll.
O valor de Roll Gradient resultante dos parmetros definidos anteriormente
cerca de 1.95 deg/g. Em (1), apresentada a uma tabela (aqui designada por
Tabela 5.35) onde se mostra valores tpicos de Roll Gradient consoante o tipo de
veculo. Verifica-se que os valores obtido para o carro ISEL apenas varia em
0.45 deg/g quando comparado com os valores de Roll Gradient apresentados na
Tabela 5.35 para veculos de competio, concluindo-se assim que o carro
exibir um bom comportamento ao Roll. No entanto, uma reduo deste valor
ser sempre uma vantagem e melhoria para a dinmica do veculo.
Valores Tpicos de Roll Gradients
Type of suspension)
Roll Gradient
(deg / g.)
8.5
7.5
7.0
6.0
5.0
4.2
3.0
1.5
-
93
5.8.3.3.
Este passo completa assim os clculos para a rigidez das molas verificando se o
veculo apresentar a especificao de deslocamento da roda previamente determinado.
Recorde-se que anteriormente, na Tabela 5.15, foram definidos valores tericos para o
deslocamento mximo admissvel da roda.
[
(Eq. 25)
[ ]
Onde
uma acelerao
(Eq. 26)
Valor
41 mm
37 mm
pontos pivs, braos, etc. No entanto, os clculos ilustram a interligao entre os vrios
elementos da suspenso. Nota: Neste projecto no se contempla as barras Anti Roll. No
futuro ser avaliado as vantagens e desvantagens da sua colocao no veculo.
5.9.
95
Em conformidade com a Ref (1), (32) refere que para veculos de passageiros o
factor de amortecimento aconselhado de 0.25, valor que menor quando comparado
com os utilizados em carros de competio (0.65 at 0.7).
96
5.9.2. Transmissibilidade
Uma das mais importantes definies na verificao da dinmica do veculo o
parmetro da transmissibilidade que dever ser analisada detalhadamente e que fulcral
que se entenda.
Segundo (33), a transmissibilidade (TR) a relao entre as amplitudes de sada
com as de entrada (Eq. 27). No caso do veculo e de um modelo de 1 GDL massa mola
amortecedor, as amplitudes de entrada so as alturas das irregularidades da estrada e a
nossa sada o movimento vertical da massa suspensa do veculo (Figura 5.22).
(Eq. 27)
entanto,
verifica-se
que
partir
da
frequncia
) e baixa velocidade
), Ref (34).
Bound
(compresso)
Alta Velocidade
Rebound
(Extenso)
Modos e reas de
operao do
amortecedor
Bound
(compresso)
Baixa Velocidade
Rebound
(Extenso
100
amortecedor, i.e. curva de Fora vs. Velocidade (Figura 5.26). Isto proporcionar uma
boa aproximao inicial do comportamento do amortecedor.
Figura 5.26 - Curva Genrica de Fora vs. Velocidade de um amortecedor - Ref (34)
101
102
Figura 5.28 - Resposta do sistema de 1GDL excitado por uma fora tipo degrau - Ref (35)
iguais a 0.01
(amortecimento nulo), 0.65 e 0.7 (boa aproximao segundo (33)) e por fim um factor
de amortecimento igual a 1 (amortecimento critico).
Nota: O valor da resposta obtido neste passo poder ser convertido para unidade
angular atravs do IR, ou deixado em funo deste.
5.9.5.2.
103
Tendo por base os valores da Tabela 5.37 e a Figura 5.28, obtm-se as respostas
do sistema de suspenso dianteira para 4 valores diferentes de amortecimento,
representadas no Grfico 5.2 .
Parmetros dianteiros para baixa velocidade Carro ISEL
Parmetros
Valor
1978 N
11.564 rad/s
0.2
x( t 0.65)
x( t 0.01)
x( t 0.7)
x( t 0.99)0.1
0.5
1.5
Grfico 5.2 - Resposta da suspenso dianteira do veculo no Regime de Baixa Velocidade para diferentes
valores de zeta - em funo de IR
aquele que garante uma resposta com o mnimo de overshoot / sobre impulso num
menor tempo possvel at ao equilibro.
Determinao de ptimo
5.9.5.3.
Segundo (32), o valor ideal do facto de amortecimento aquele que garante uma
resposta com o mnimo de overshoot / sobreimpulso num menor tempo possvel at ao
equilbrio.
Uma boa abordagem para se obter o valor ideal a que se apresenta de seguida:
a) Para
(este
ser o tempo mximo que o sistema ir ter antes de chegar ao equilbrio pior
situao). Retirar tambm o valor da mdia dos deslocamentos obtidos com este
valor de factor de amortecimento
b) Para
(Eq. 28)
105
{
{
{
. Escolher
Valor
0.85
1984 N*s/m
Tabela 5.38 - Amortecimento ptimo da suspenso dianteira no regime baixa velocidade Carro ISEL
5.9.5.5.
106
Valor
2417 N
10.365 rad/s
Grfico 5.3 - Resposta da suspenso traseira do veculo no Regime de Baixa Velocidade para diferentes valores
de zeta - em funo de IR
107
5.9.5.6.
Valor
0.85
2173 N*s/m
Tabela 1- Amortecimento ptimo da suspenso traseira no regime de baixa velocidade Carro ISEL
5.9.5.7.
A massa no suspensa (
A rigidez da mola
e o amortecimento
108
Relembrando:
A ressonncia da massa no suspensa designa-se de Wheel hop Ressonance
A ressonncia da massa suspensa designa-se de Body Bounce Ressonance.
Segundo (9), as frequncias naturais destes casos so dadas por:
(Eq. 29)
(Eq. 30)
Figura 5.30 - Exemplo de uma resposta em velocidade da massa no suspensa de um dado veculo para
diferentes coeficientes de amortecimento - Ref (34)
110
a) Isolamento de Vibraes
Este parmetro pode ser avaliado, analisando-se a transmissibilidade da massa
suspensa com a excitao do solo (9). Assim sendo pode verificar-se a resposta da
massa suspensa para uma gama de frequncias de excitao.
Segundo Wong em (9), desprezando-se o amortecimento do pneu, a
transmissibilidade (em deslocamento ou outra unidade) para este caso dado por:
Transmissibilidade
Isolamento de
vibraes
(Deslocamento)
]
[
Tabela 5.40 - Formula para transmissibilidade (Isolamento de vibraes - Deslocamento) - Ref (9)
Transmissibilidade
RoadHolding
(Deslocamento)
]
[
[
]
]
Os grficos obtidos nos dois pontos anteriores do uma ptima perspectiva sobre
a influncia do amortecimento nas massas suspensa e no suspensa, quando estas so
sujeitas a um determinado input de alta velocidade. No entanto estes carecem de uma
informao fundamental para uma boa anlise e para a determinao do valor do factor
de amortecimento ptimo a utilizar neste regime de velocidade (34).
Como citado em (34), na gama de alta velocidade, a suspenso deve ser
projectada para que se garanta um determinado isolamento entre cada uma das quatro
rodas e a massa suspensa.
O critrio para uma boa suspenso e para um bom isolamento segundo (11),
baseia-se na minimizao das aceleraes absolutas da massa suspensa atravs da
utilizao do valor eficaz ou RMS dessas mesmas aceleraes. Dever ser escolhido o
valor de factor de amortecimento (), que garanta um menor RMS. Para tal Traa-se a
curva de RMS em funo de . Segundo (11), as expresses para este clculo so:
112
Tabela 5.41 - Formula RMS para Optimizao da suspenso no Regime de Alta Velocidade - Ref (11)
5.9.5.8.
Valor
2.5 Hz
19.589 Hz
Traseira
Valor
2.25 Hz
18.281 Hz
Tabela 5.42 - Body Bounce Frequency e Wheel Hop Frequency para a suspenso dianteira e traseira - Carro
ISEL
113
5.9.5.9.
114
5.9.5.10.
Determinao de
115
Grfico 5.6 - Acelerao RMS da massa suspensa vs. valor de amortecimento - Suspenso Dianteira
Valor
0.17
539.1 N*s/m
Tabela 5.43- Amortecimento ptimo Regime Alta Velocidade Suspenso dianteira carro ISEL
5.9.5.11.
116
117
Grfico 5.9 - Acelerao RMS da massa suspensa vs. valor de Amortecimento Suspenso Traseira
Valor
0.165
575.7 N*s/m
118
Coeficiente de amortecimento
velocidade
(Eq. 31)
(Eq. 32)
Progressividade
(Eq. 33)
119
, Viscoso:
anteriores.
Com este ltimo passo, a suspenso fica projectada, garantindo uma boa
performance ao longo da prova. Apresenta-se de seguida os resultados obtidos:
5.9.6.1.
Amortecedores Dianteiros
Grfico 5.10 - Curva base dos Amortecedores Dianteiros para o Regime de Baixa Velocidade
120
Grfico 5.11 - Curva base dos Amortecedores Dianteiros para o Regime de Alta Velocidade
121
Amortecedores Traseiros
Grfico 5.12 - Curva base dos Amortecedores Traseiros para o Regime de Baixa Velocidade
122
Grfico 5.13 - Curva base dos Amortecedores Traseiros para o Regime de Alta Velocidade
123
suspenso dianteira e traseira, como tambm da dinmica do veculo global. Com este
software, possvel a explorao da performance do projecto desenvolvido da
suspenso e a sua optimizao antes de se partir para a construo e testes fsicos do
prottipo, poupando assim tempo e investimento.
Este captulo encontra-se dividido em duas partes: a primeira parte em que se
levar a cabo o estudo individual da suspenso dianteira e traseira em dois eventos e a
segunda parte que tem como objectivo a simulao do veculo inteiro em trs eventos.
Existe ainda uma nota importante a referir antes de se iniciar qualquer simulao
com o MSC ADAMS/Car, que se encontra relacionada com os dois sistemas de eixos j
referidos no captulo 3 e intrnsecos a qualquer simulao efectuada no MSC
ADAMS/Car: o sistema de eixos do veculo adaptado e o sistema de eixos SAE do
pneu.
Figura 6.2 a) Sistema de eixos do veiculo no MSC Adams/Car, b) Sistema de Eixos do pneu segundo SAE
adoptado para o MSC Adams/Car Imagem retirada do software Adams/Car
Analisando a Figura 6.2, verifica-se que tanto o eixo Z como o eixo X adoptam
sentidos diferentes quando comparado a) com b). esta particularidade exige uma
interpretao bastante cuidadosa de todos os resultados e grficos obtidos nas
simulaes que se seguem, uma vez que se os resultados que se obtero vm em funo
destes dois eixos.
125
6.1.
Abrir o
Assembly
Definir
Parmetros
Submeter a
Simulao
Resultados:
Grficos,
Animaes e
Comenttios
Figura 6.3 - Processo de Anlise Individual do Sistema de Suspenso - Processo adaptado dos Tutoriais MSC
Adams
Tal como nos captulos anteriores, iniciar-se- o presente captulo pela anlise
do comportamento da suspenso dianteira e seguidamente partir-se- para a simulao
da suspenso traseira.
6.1.1. Suspenso Dianteira
Aps a abertura do conjunto e da definio dos parmetros no software de
simulao, o resultado o que se apresenta na figura seguinte:
126
6.1.1.1.
127
Grfico 6.1 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso dianteira do carro ISEL - camber vs. deslocamento
da roda esquerda
Analisando o Grfico 6.1, verifica-se que o camber varia cerca de 0,5 graus, para
uma situao de Roll que far com que as rodas do veculo se desloquem 20 mm na
vertical. Conclui-se, tendo em conta os sistemas de eixos adoptados pelo software, que
medida que se d o Roll, o camber tende a tornar-se positivo e como tal aumenta-se a
superfcie de contacto do pneu com o solo.
No entanto nesta situao em que a roda exterior se desloca 20 mm para cima
(compresso / Jounce), no se verifica um grande aproveitamento da superfcie de
contacto do pneu com a estrada e como tal menor ser a acelerao lateral que o veculo
conseguir suportar. primeira vista tal situao parece ser pouco eficaz, porm
necessrio lembrar que as rodas frontais, para uma acelerao de 2 G, iro mover-se
verticalmente 41 mm, o que levar a uma variao de camber maior da a necessidade
de garantir que a superfcie de contacto do pneu com a estrada seja mxima nesta
situao.
Ento numa situao de Roll em que as rodas se desloquem 41 mm de jounce e
41 mm de rebound, o resultado o apresentado no Grfico 6.2. Atravs da sua anlise
possvel confirmar que para uma acelerao lateral de 2 G, o camber ser de 0,1219 deg
positivos. Isto leva a que se conclua que o camber esttico, definido no captulo 5,
suficiente para se garantir quase a superfcie mxima de contacto do pneu com o solo,
mesmo tendo ido para um valor ligeiramente positivo.
128
Grfico 6.2 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso dianteira do carro ISEL - camber vs. deslocamento
de 41mm Jounce/bump da roda esquerda
Grfico 6.3 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso dianteira do carro ISEL - coeficiente de camber em
Roll
Grfico 6.4 - Wheel Rate vs. Tempo da suspenso dianteira do carro ISEL
(Eq. 34)
Verifica-se ento que o valor real do IR apenas varia 0,11 do valor inicialmente
considerado, IR=1.
6.1.1.2.
Grfico 6.5 - Deslocamento da roda esquerda vs. tempo - Suspenso dianteira carro ISEL
131
Grfico 6.6 - Fora do amortecedor (esquerdo) vs. tempo - Suspenso dianteira carro ISEL
132
133
Grfico 6.7 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso traseira- camber vs. deslocamento da roda
esquerda
Grfico 6.8 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso traseira do carro ISEL - camber vs. deslocamento
de 41mm Jounce/bump da roda esquerda
134
Grfico 6.9 - Deslocamento oposto das rodas da suspenso traseira do carro ISEL- coeficiente de camber em
Roll
Grfico 6.10 - Wheel Rate vs. Tempo da suspenso traseira do carro ISEL
Iniciando a anlise pelo Grfico 6.7 e pelo Grfico 6.8, possvel afirmar que
quando o veculo sujeito a uma acelerao de 2 G e a roda exterior curva (roda
esquerda o presente caso) se deslocar 37 mm (jounce), o camber da roda esquerda
apenas se alterar 1,15 deg, ficando assim o camber com um valor de
. Conclui-se ento que o camber inicialmente definido para a roda traseira (2 deg), no ir permitir que exista a maior rea de contacto do pneu com solo. Assim,
uma alterao possvel para a melhoria da rea de contacto numa situao de uma
acelerao lateral de 2 G, passa por se alterar o camber da suspenso traseira para 1,15
135
(Eq. 35)
Grfico 6.11 - Deslocamento da roda esquerda vs. tempo - Suspenso traseira carro ISEL
136
Grfico 6.12 - Fora do amortecedor (esquerdo) vs. Tempo - Suspenso traseira carro ISEL
137
6.2.
Abrir o
Assembly
Definir
Parmetros
Submeter a
Simulao
Resultados:
Grficos,
Animaes e
Comenttios
Figura 6.6- Processo de Anlise Global do Veculo- Processo adaptado dos Tutoriais MSC ADAMS/Car
138
139
Segundo (3), qualquer parmetro de projecto que influencie nas foras que iro
estar presentes no pneu, iro ter um efeito directo na resposta direccional do veculo.
Essas foras derivam do sistema de suspenso que se tem bem como do sistema de
direco.
Numa situao em curva podem existir 3 situaes tpicas (ver Figura 6.9), duas
das quais alteram a direco do veculo. Estas situaes encontram-se apresentadas na
Figura 6.9 e definidas abaixo da mesma.
Grfico 6.13 - Slip angle vs. acelerao lateral - Carro ISEL com molas de projecto
141
Figura 6.10 - Molas dianteiras 2010 fsae template obtido em MSC ADAMS/Car
Grfico 6.14 - Slip angle vs. acelerao lateral - Carro ISEL com molas 2010 fsae template
142
possvel analisar que apesar de ocorrer novamente understeer com molas mais
rgidas, apenas acontece a partir de aproximadamente 6 segundos onde a acelerao
lateral de aproximadamente 0,85 G. Confirma-se assim o referido anteriormente, o
aumento da rigidez das molas retarda o understeer e o seu efeito atravs de uma menor
transferncia lateral de peso.
Os resultados obtidos atravs desta simulao permitem afirmar que durante esta
prova o condutor dever manter sempre a mesma acelerao lateral (e portanto uma
velocidade constante) evitando que a mesma varie. Se tal se verificar, garantir-se- uma
conduo neutra sem oversteer ou understeer sendo o tempo por volta e o tempo global
do evento menor, caso exista no variao de acelerao lateral.
6.2.2. Mudana de Faixa Norma ISO 3888
Numa simulao como esta e de acordo com a ISO 3888, o veculo conduzido
numa pista com 250 metros de comprimento e ter que fazer duas mudanas de faixa. A
durao desta manobra depende da velocidade a que o veculo se encontra. Apesar do
presente evento estar destinado a veculos de passageiros, possvel utiliz-lo para se
verificar como o carro se comportar numa situao igual a esta e.g., uma
ultrapassagem, ou por exemplo um percurso como o do evento Autocross em que o
veculo tem que passar por entre cones.
Procedeu-se simulao deste evento com o veculo a ser conduzido a 30 km/h
e fez-se uma comparao entre as molas originalmente projectadas e as molas
apresentadas na Figura 6.10.
143
Verifica-se que o mximo de Roll que o veculo exibir, quando tem aplicadas as
molas que foram projectadas, ocorre na segunda mudana de direco e toma o valor de
aproximadamente 0,75 deg, enquanto que a primeira mudana de direco apresenta um
valor menor na ordem dos 0,5 deg. Por sua vez, ao se instalarem umas molas mais
rgidas, haver uma menor transferncia de peso lateral, o que faz com que o Roll
apresentado pelo veculo ao longo da simulao seja de menor amplitude, sendo o Roll
mximo novamente verificado durante a segunda mudana de faixa e com
aproximadamente metade do valor apresentado pelas molas rgidas, i.e. 0,30 deg.
de referir tambm que se se optar por umas molas diferentes s de projecto,
dever ser verificada a sua influncia na dinmica global do veculo, tal como se tem
procedido.
6.2.3. Anlise Vibracional do Carro ISEL
intuito desta simulao verificar como o veculo se comportar verticalmente
quando as rodas so excitadas verticalmente. O veculo ser excitado numa gama de
frequncias que comea em 0 Hz e termina nos 20 Hz, sendo a amplitude de
deslocamento vertical imposta de 10 mm.
144
se referirem
145
Grfico 6.16 - Anlise Vibracional do carro ISEL - deslocamento vertical da massa suspensa e das rodas
importante analisar tambm as foras que actuaram nos pneus durante toda a
simulao. O resultado desta anlise baseia-se na comparao entre o resultado obtido
com as molas de projecto e o resultado obtido com molas mais rgidas j previamente
utilizadas em algumas simulaes anteriores.
Depois de aproximadamente quatro segundos de simulao, as foras dos pneus
tendem a aumentar em ambas as simulaes e so praticamente idnticas, podendo
assim centrar-se a anlise da influncia das molas nas foras exercidas nos pneus
durante os primeiros quatro segundos.
Assim at aos quatro segundos verifica-se a existncia de uma grande variao
nas foras na simulao com molas mais rgidas ao comparar-se com a simulao com
as molas de projecto. Esta grande variao deve-se ao facto de se estar a excitar o
veculo perto da frequncia natural da massa suspensa. Logo, durante esse perodo de
tempo apesar da massa suspensa do veculo exibir menores amplitudes, devido a uma
maior rigidez das molas (quando comparada com as molas de projecto), as foras nos
pneus aumentam devido ao maior valor de rigidez.
146
Grfico 6.17 - Anlise Vibracional do carro ISEL - Foras nas rodas durante a simulao
.
de notar que medida que as foras nos pneus aumentam, mais rapidamente o
eles se desgastaro e em eventos de grande durao, e.g. endurance, isso torna-se um
problema, pois ir aumentar o tempo por volta directa e indirectamente: atravs da perda
de tempo durante a conduo em pista uma vez que os pneus perdem propriedades e
indirectamente devido s paragens necessrias nas boxes para substituio dos mesmos.
O que se conclui desta simulao que de facto se consegue uma reduo de
amplitudes da massa suspensa com as molas mais rgidas, contudo, como as foras que
actuam no pneu sero maiores, dever ser feito um compromisso na escolha das molas
tendo em considerao a durao dos pneus.
A anlise vibracional do veculo encerra assim o presente captulo, sendo,
contudo, importante fazer-se alguns comentrios, que se encontram de seguida,
relativamente a todo este captulo.
Quanto anlise independente dos sistemas de suspenso dianteiro e traseiro,
verifica-se que os resultados so satisfatrios e que nas situaes anteriormente
simuladas se confirmar que a suspenso projectada ir cumprir os requisitos de uma
suspenso de corrida, i.e. ir proporcionar uma maior rea possvel de contacto do pneu
com o solo.
147
148
149
7. Concluses
O trabalho desenvolvido incidiu sobre o estudo de sistemas de suspenso para
veculos de estrada e a sua influncia na dinmica global. Teve como objectivo principal
o projecto de um sistema de suspenso a aplicar num veculo de competio. Para esse
efeito utilizaram-se diversas metodologias baseadas na teoria da dinmica automvel, e
procedeu-se ao estudo cinemtico e dinmico do sistema de suspenso e posteriormente
ao estudo da performance global do veculo completo.
O desempenho do sistema de suspenso projectado neste trabalho foi verificado
atravs da utilizao do software de simulao computacional MSC Adams/Car. O uso
deste meio computacional permite estudar o comportamento do veculo atravs de
modelos matemticos que o simulam. Esses modelos analticos podem simular apenas o
sistema de suspenso ou o veculo completo uma vez que possuem uma srie de
parmetros que podem ser alterados e que influenciam o comportamento final do
veculo.
Tendo por referncia valores aconselhados pela literatura automvel e devido
falta de know-how, dimensionou-se um sistema de suspenso base para ser aplicado
num veculo Formula Student (que se encontra a ser desenvolvido pelo ISEL). O
sistema de suspenso projectado capaz de garantir um bom funcionamento global mas
no a performance ptima, uma vez que muitos dos seus parmetros foram
seleccionados consonante uma determinada gama de valores aconselhados pela diversa
bibliografia automvel. O sistema de suspenso projectado foi um sistema de suspenso
independente Multi-Link tanto para o eixo dianteiro como para o eixo traseiro.
Os resultados obtidos com os clculos tericos segundo a diversa metodologia
utilizada e com as anlises computacionais foram satisfatrios, no entanto como se pode
verificar possvel proceder optimizao do sistema de suspenso e por conseguinte
melhoria da performance global do veculo.
Analisando cinematicamente a suspenso dianteira constatou-se que esta para as
condies de servio definidas no projecto, ir proporcionar uma superfcie de contacto
entre o pneu e a estrada perto da ptima, uma vez que o camber da roda ir tender para
150
positivo medida que existe Roll do veculo. Verificou-se ento que o camber ir variar
0,71 deg sempre que o veculo se inclina 1 deg, o que satisfatrio pois o camber
esttico de 1 grau negativo, conseguindo-se uma folga para em casos de aceleraes
mais elevadas haver um contacto superficial entre o pneu e a estrada.
Quanto cinemtica da suspenso traseira do carro ISEL, constatou-se que o
camber esttico (-2 deg) adoptado na elaborao do projecto no ir permitir a
existncia de uma rea de contacto dos pneus com o solo to boa como na suspenso
dianteira. Isto deve-se ao facto de o ganho de camber ao Roll ser de 0,25 deg/deg.
Assim confirma-se que aconselhvel uma reduo do ngulo negativo de camber
esttico.
Relativamente ao estudo global da dinmica do veculo e do comportamento do
sistema de suspenso desenvolvido no captulo 6, verificou-se que a performance da
suspenso e por conseguinte do veculo podem ser melhoradas atravs da alterao de
diversos parmetros. Verificou-se que para aplicaes de competio e com o intuito de
se conseguir um melhor tempo nos eventos, a suspenso dever ser afinada
especificamente para esse percurso o que se pode revelar uma tarefa de grande
complexidade.
Para futuros desenvolvimentos, prope-se a realizao de mais estudos ao
sistema de suspenso projectado, entre os quais estudos de optimizao ao nvel da
cinemtica do sistema de suspenso, estudos a nvel estrutural para cada componente da
suspenso utilizando o mtodo dos elementos finitos e um estudo aerodinmico ao
mesmo sistema apresentando sugestes de melhoria.
Foram diversas as dificuldades sentidas ao longo da elaborao deste trabalho
final de mestrado, uma vez que no incio da sua elaborao pouco se conhecia sobre os
fundamentos da dinmica automvel. A maior dificuldade sentida derivou-se ao facto
de se ter comeado a elaborao do presente trabalho pela sequncia errada. De modo a
facilitar todos os possveis leitores na sua iniciao dinmica de veculos e ao projecto
de um sistema de suspenso para veculos de passageiros, mercadorias e para aplicaes
de competio, sugere-se a seguinte sequncia de leitura: 1 Fundamentals of Vehicle
151
Dynamics (3), 2 Theory of Ground Vehicles (9), 3 Race Car Vehicle Dynamics (1) e
por fim 4 Tune to Win (26).
152
153
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1. Seleco de tf, tr e l
tF 1200 ( mm)
tR 1100 ( mm)
l 1700 ( mm)
Eixo
Marca
Dimenso
Jante
Dianteiro
13 6
Jante
Traseiro
13 - 7
Pneu
Dianteiro
AVON
6.2/20 13
Pneu
Traseiro
AVON
7.2/20 - 13
Preo
Componentes
Peso
(kg)
Chassis
30
40
Grupo 3 Body\Aerodinmica
Body
75
85
Componentes electrnicos
Total
240
Universidades
Dianteira (%)
Traseira (%)
45
55
276
Carro ISEL
( kg)
WF WT 0.45 124.2
WT WT 9.81 2.708 10
( N)
( kg)
WF WF 9.81 1.218 10
WR WR 9.81 1.489 10
( N)
( N)
WF
2
WR
2
609.201
( N)
W2 W1 609.201
( N)
744.579
( N)
W4 W3 744.579
( N)
mF ( 10 2 ) 1.15 23
mR ( 10 2 5 ) 1.15 28.75
( kg)
( kg)
( kg)
( kg)
mR M R 152.088
( kg)
( kg)
M Total mF M F mR M R 276
M Corner_F
M Corner_R
mF M F
2
61.956
mR M R
2
( kg)
76.044
( kg)
traseira 0.090
( m)
cR 1
( )
( m)
( )
AD 0.05
AS 0.1
BF 0.6
BR 0.4
WF l
WT
765
tF tR
2
50
a l b 935
( mm)
( mm)
( mm)
W1
W4 tR
tR
tF d
d
0
WT
WT
WT
2
W2
( mm)
h CG 250 ( mm)
fvsaF 2 tF 2.4 10
h Frc 30
( mm)
( mm)
( mm) KP 8
( )
AD
B l
F h
CG
0.012
0.702
h svsaF
tgF
( mm)
1.428 10
( mm)
( )
( mm)
AS
B l
R h
CG
0.037
lsvsaR
R
2.106 ( )
h svsaR
tgR
( mm)
4.76 10
( mm)
R 9.125 ( m)
( )
V2
R 1.118
A
9.8
V 10
m
s
(g)
(g)
AY 2 ( g )
fnr
fnf
0.9
KRf 2 fnf
MF
2
1.245 10
N
m
2 MR
4
KRr 2 fnr
1.233 10
2
N
m
Dimenso (Largura
/ Dimetro
Dimetro jante) in
Rigidez (kg/mm) a 0
de camber e a uma
presso de 19 Psi (1.31
bar)
Preo
Unitrio
()
Referncia
Avon
6.2 / 20 - 13
16.4
9241
Hoozier
6.0 / 20.5 - 13
25.4
130
43128
Preo
Unitrio
()
Referncia
Dimenso (Largura
/ Dimetro
Dimetro jante) in
Rigidez (kg/mm) a 0
de camber e a uma
presso de 19 Psi (1.31
bar)
Avon
7.2 / 20 - 13
18.0
Hoozier
7.0 / 20.5 - 13
25.4
N
m
N
m
KRf KTf
4
KSf
1.349 10
KTf KRf
N
m
KRr KTr
4
KSr
1.325 10
KTr KRr
N
m
9760
130
43162
KSf
KSPRf
KSPRr
( IR)
KSr
( IR)
N
m
N
m
1.349 10
1.325 10
tR
Kr 0.5 KSr
8.017 103
1000
Nm
rad
Nm
rad
B l BF 1.02 10
( mm)
B hFrc A h Rrc
0.034
h ra
1000
h i
h CG
1000
R g
h ra 0.216
WT
hi
g
( m)
Kf Kr WT hi
( m)
( mm)
0.06
R g 0.04
0.02
10
R( 1 ) 180
rad
g
1.952
deg
g
( rad )
tF
sin( ) 0.041
1000
( mm)
tR
sin( ) 0.037
1000
( mm)
zwf 0.5
zwr 0.5
( N)
wnf
x ( t ) e
MF
w nf t
11.564
rad
s
PoF
PoF
PoF
2
2
cos wnf 1 t
sin wnf 1 t
K
2
KSPRf
SPR
SPRf
1
0.2
x( t 0.65)
x( t 0.01)
x( t 0.7)
x( t 0.99) 0.1
0.5
1.5
Para =0.01
Dmx
80
x ( t 0.01) dt 11.725
Para =0.999
Tmin 1 ( s)
Para =0.05
D0.05
T0.05 18 ( s)
18
x ( t 0.05) dt 2.637
Para =0.1
D0.1
10
x ( t 0.1) dt 1.463
Para =0.15
T0.15 8 ( s)
Para =0.2
T0.2 5.7 ( s)
D0.2
5.7
x ( t 0.2) dt 0.83
Para =0.25
D0.25
4.8
x ( t 0.25) dt 0.697
Para =0.3
D0.3
3.9
x ( t 0.3) dt 0.564
Para =0.35
D0.35
3.2
x ( t 0.35) dt 0.46
Para =0.4
D0.4
2.6
x ( t 0.4) dt 0.371
Para =0.45
D0.45
2.3
x ( t 0.45) dt 0.326
Para =0.5
D0.5
2.1
x ( t 0.5) dt 0.295
Para =0.55
D0.55
1.8
x ( t 0.55) dt 0.25
Para =0.6
D0.6
1.6
x ( t 0.6) dt 0.219
Para =0.65
D0.65
1.3
x ( t 0.65) dt 0.174
Para =0.7
D0.7
1.2
x ( t 0.7) dt 0.158
Para =0.75
D0.75
1.1
x ( t 0.75) dt 0.142
Para =0.8
D0.8
1.05
x ( t 0.8) dt 0.134
Para =0.85
D0.85
0.95
x ( t 0.85) dt 0.118
Para =0.9
( s)
Para =0.95
D0.95
T0.95 0.8 ( s)
0.8
x ( t 0.95) dt 0.093
0.8
temponorm treal
0.6
0.4
0.2
0
20
40
treal
60
80
Para Deslocamento:
Dmin D0.95
10
mdesl
0.086
Dmx Dmin
0.8
deslnorm deslreal
0.6
0.4
0.2
0
10
deslreal
Para =0.01
Tn0.01 1
Tn0.01 Dn0.01 2
Para =0.999
Tn0.999 0
Dn0.01 1
Dn0.999 1
Tn0.999 Dn0.999 1
Para =0.05
Para =0.1
Para =0.15
Para =0.2
Para =0.25
Para =0.3
Para =0.35
Para =0.4
Para =0.45
Para =0.5
Para =0.55
Para =0.6
Para =0.65
Para =0.7
Para =0.75
Para =0.8
Para =0.85
Para =0.9
Para =0.95
Verifica -se atravs dos dados anteriores que o valor de =0.85 tem um valor
minimo da soma dos valores normalizados. E tendo por base a ref OptimumG este
valor no se afasta muito do valor aconcelhado. Assim sendo adoptar-se- este
valor.
FLopt 0.85
3
N s
m
x R( t ) e
KSPRr
10.365
MR
wnr t
rad
s
PoR
PoR
PoR
2
2
cos wnr 1 t
sin wnr 1 t
K
K
KSPRr
SPRr 1 2
SPR
0.2
xR( t 0.65)
xR( t 0.01)
xR( t 0.7)
xR( t 0.99) 0.1
0.5
1.5
Para =0.01
DRmx
80
x R( t 0.01) dt 14.595
Para =0.999
DR0.999
1.25
x R( t 0.999 ) dt 0.193
Para =0.05
TR0.05 22
( s)
DR0.05
22
x R( t 0.05) dt 4.012
Para =0.1
DR0.1
11
x R( t 0.1) dt 2.003
Para =0.15
TR0.15 7.2( s)
DR0.15
7.5
x R( t 0.15) dt 1.363
Para =0.2
DR0.2
TR0.2 5.4( s)
5.4
x R( t 0.2) dt 0.978
Para =0.25
DR0.25
TR0.25 4.25 ( s)
4.25
x R( t 0.25) dt 0.767
Para =0.3
DR0.3
3.7
x R( t 0.3) dt 0.664
Para =0.35
DR0.35
3.1
x R( t 0.35) dt 0.553
Para =0.4
DR0.4
2.6
x R( t 0.4) dt 0.46
Para =0.45
DR0.45
2.3
x R( t 0.45) dt 0.404
Para =0.5
( s)
Para =0.55
DR0.55
TR0.55 1.75 ( s)
1.75
x R( t 0.55) dt 0.3
Para =0.6
DR0.6
1.6
x R( t 0.6) dt 0.271
Para =0.65
DR0.65
1.5
x R( t 0.65) dt 0.251
Para =0.7
DR0.7
1.4
x R( t 0.7) dt 0.231
Para =0.75
DR0.75
1.3
x R( t 0.75) dt 0.211
Para =0.8
DR0.8
TR0.8 1.25 ( s)
1.25
x R( t 0.8) dt 0.2
Para =0.85
DR0.85
1.05
x R( t 0.85) dt 0.162
Para =0.9
DR0.9
1.25
x R( t 0.9) dt 0.196
Para =0.95
DR0.95
1.35
x R( t 0.95) dt 0.213
0.8
temponormR treal
0.6
0.4
0.2
0
20
40
60
80
treal
Para Deslocamento:
DRmin DR0.85
10
mdeslR
0.069
DRmx DRmin
0.8
deslnormR deslreal
0.6
0.4
0.2
0
5
deslreal
10
Para =0.01
TnR0.01 1
TnR0.01 DnR0.01 2
Para =0.999
TnR0.999 0
DnR0.01 1
DnR0.999 1
TnR0.999 DnR0.999 1
Para =0.05
Para =0.1
Para =0.15
Para =0.2
Para =0.25
Para =0.3
Para =0.35
Para =0.4
Para =0.45
Para =0.5
Para =0.55
Para =0.6
Para =0.65
Para =0.7
Para =0.75
Para =0.8
Para =0.85
Para =0.9
Para =0.95
Verifica -se atravs dos dados anteriores que o valor de =0.85 tem um valor
minimo da soma dos valores normalizados. E tendo por base a ref OptimumG este
valor no se afasta muito do valor aconcelhado. Assim sendo adoptar-se- este
valor.
RLopt 0.85
3
N s
m
Dianteira:
KSPRf KTf
KSPRf KTf
2.5
fFns
2
MF
2
( Hz)
1
fFnus
mF
2
( Hz)
Traseira:
KSPRr KTr
KSPRr KTr
2.25
fRns
M
2
R
( Hz)
1
fRnus
mR
2
( Hz)
fFns
rad
s
15.708
MF
KTf w
2 wFns
MF 2
mF 2 MF
2
B2F( w) KSPRf
w KTf w KSPRf w
2
2 2
MF MF 2
w w
C2F( w) 2 wFns
2 2
Z1_Z0F( w)
mF 2
w KTf
2
A2F( w)
B2F( w) C2F( w)
1.5
Z1_Z0F( 0.05 w)
Z1_Z0F( 0.2 w)
Z1_Z0F( 0.65 w) 1
Z1_Z0F( 0.9 w)
0.5
20
40
60
80
Frequncia (Hz)
MF 2
MF
2
2
Z2_Z0F( w)
A3F( w)
B2F( w) C2F( w)
Z2_Z0F( 0.05 w) 3
Z2_Z0F( 0.2 w)
Z2_Z0F( 0.65 w)
Z2_Z0F( 0.9 w)
10
20
30
40
Frequncia (Hz)
wFnus
fFnus
2
wFns
rad
s
123.082
0.128
wFnus
r( w)
wFns
MF
mF
Z1F( w) ( r( w) ) ( r( w) ) 1 1 ( 1 ) ( r( w) )
2
Z2F( w ) 2 r( w) 1 ( 1 ) ( r( w) )
2
F2( w )
4 ( r( w) ) 1
Z1F(w)2 Z2F(w)2
SuF( )
40
2
40
( r( w) ) 2 F2( w ) d( w)
4.388
0.15
0.1
SuF ( )
0.05
0.2
0.4
0.6
0.8
N s
m
Limpa a variavel
clean
fRns
1
2
rad
s
14.137
MR
KTr w
A2R( w) KSPRr KTr 2 wRns
B2R( w) KSPRr
MR 2
w KTr
2
mR 2 MR
2
w
KSPRr w
2 2
MR MR 2 mR 2
w
w w KTr
C2R( w) 2 wRns
2 2
2
A2R( w)
Z1_Z0R( w)
B2R( w) C2R( w)
Z1_Z0R ( 0.05 w)
Z1_Z0R ( 0.2 w)
Z1_Z0R ( 0.65 w)
Z1_Z0R ( 0.9 w)
1
10
20
30
40
Frequncia (Hz)
Z2_Z0R( w)
MR 2
MR
w 2 wRns
KTr w
2
2
A3R( w)
B2R( w) C2R( w)
Z2_Z0R ( 0.05 w) 3
Z2_Z0R ( 0.2 w)
Z2_Z0R ( 0.65 w)
Z2_Z0R ( 0.9 w) 2
1
0.343
10
20
30
40
0.391
45.846
Frequncia (Hz)
wRnus
fRnus
1
2
rad
s
114.861
wRns
R
0.123
wRnus
w
rR( w)
wRns
MR
mR
4.29
R2( w )
4 rR( w)
2 1
Z1R(w)2 Z2R(w)2
SuR( ) R
40
2
40
r ( w) 2 R2( w ) d( w)
R
0.15
0.1
SuR( )
0.05
0.2
0.4
0.6
0.8
N s
m
clean
N s
m
CFLopt 1.984 10
CFHopt 539.055
N s
m
2 CFLopt
1.45
N s
m
2.736 10
N s
m
FCLF VL CCLF VL
FELF VL CELF VL
( N)
( N)
m
s
VL = 0 0.05
CC Low
CE Low
50
0
F ELF VL
50
F CLF V L
100
150
0.02
0.04
VL
2 CFHopt
1.45
N s
m
743.524
N s
m
FCHF VH CCHF VH
( N)
FEHF VH CEHF VH ( N)
VH = 0.05 0.15
m
s
CC High
CE High
50
0
F EHF VH
50
F CHF VH
100
150
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
VH
N s
m
N s
m
CRHopt 575.67
2 CRLopt
1.45
2.998 10
N s
m
N s
m
FCLR VL CCLR VL
FELR VL CELR VL
( N)
1
( N)
m
s
VL = 0 0.05
CC Low
CE Low
F ELR VL
F CLR VL
100
200
0.02
0.04
VL
2 CRHopt
1.45
N s
m
794.027
N s
m
1 (N)
FCHR VH CCHR VH
FEHR VH CEHR VH ( N)
VH = 0.05 0.15
m
s
CC High
CE High
50
0
F EHR V H
50
F CHR VH
100
150
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
VH
160
por Roll, devido transferncia lateral de peso. A Fig A2.1 ilustra este fenmeno.
Fig A2.1 - Roll devido acelerao lateral - Imagem adaptada de Ref (3)
(Eq. 36)
(Eq. 37)
161
A fora da mola pode ser substituda pela rigidez da mesma da seguinte forma:
(Eq. 38)
(Eq. 39)
(Eq. 40)
162