Agua Quente
Agua Quente
Agua Quente
NOTAS DE AULA
INSTALAES HIDRULICAS
GUA QUENTE
Sumrio
III. - INSTALAES PREDIAIS DE GUA QUENTE
III.1 Objetivos
III.2 - Sistema de Distribuio
III.3 - Partes Constituintes de uma Instalao
Predial de gua Quente
III.4 - Consideraes Gerais
III.5. Produo de gua Quente
32
32
32
35
35
38
60 a 70 0C
em lavanderias
75 a 85 0C
em finalidades mdicas
100 0C ou mais.
34
(mm)
15
20
25
32
40
50
65
80
100
1/2
3/4
1
1 1/4
1 1/2
2
2 1/2
3
4
Vazes max
l/s
1,60
1,95
2,25
2,50
2,75
3,15
3,55
3,85
4,00
0,20
0,55
1,15
2,00
3,10
6,40
11,20
17,60
32,50
Consumo litros/dia
24 /pessoa
36 /pessoa
45 /pessoa
60 /pessoa
45 /pessoa
45 /pessoa
36 /hspede
125 /leito
12 /refeio
15 /Kgf de roupa seca
gua quente
necessria, a 60oC
Consumo nas
ocasies de Peak
(l/s)
Durao do Peak
Horas de Carga
Capacidade do
reservatrio em
funo do CD
Capacidade horria de
aquecimento, em
funo do uso dirio
Residncia
Apartamentos
Hotis
Edifcios de
escritrios
Fbricas
Restaurante
3a classe
2a classe
3a classe
Restaurante 3
refeioes por dia
Restaurante 1
50 l / pess.dia
1/7
1/5
1/7
2,5 l / pess.dia
1/5
1/5
1/6
6,31 / pess.dia
1/3
2/5
1/10
1/8
1/10
1/10
1/5
1/10
1/5
2/5
1/6
1,9 l / refeic.
3,2 l / refeic.
5,6 l / refeic.
36
7,8
10,4
7,8
10,4
15,6
7,8
19,5
26
19,5
26
65
39
26
65
26
65
39
26
26
19,5
26
3,9
13
3,9
26
15,6
3,9
26
3,9
26
15,6
26
3,9
13
3,9
13
26
36,4
36,4
36,4
36,4
26
6,5
97,5
30
13
195
30
292
10
13
97,5
25
13
97,5
25
292
40
30
6,5
97,5
30
13
292
40
125
90
100
60
80
100
200
70
100
III.4.3.1. - EXEMPLOS
a) Aquecimento para uma residncia de 8 pessoas:
consumo dirio(CD) = 50 l / pess 8 pess = 400 l
consumo de Peak = 400 1/7 = 57 l
capacidade do reservatrio = 400 1/5 = 80 l
capacidade de aquecimento = 400 1/7 = 57 l
b) Edifcio de apartamentos, com 10 unidades residncias, Com os seguintes
aparelhos, por unidade: bid, lavatrio, chuveiro e pia de cozinha
10 bids (=lavatrio) 2,6 = 26
10 lavatrios
2,6 = 26
10 chuveiros
97,5 = 975
10 pias de cozinha.... 13 = 130
Total = 1157 l/h
Consumo mximo provvel = 0,30 1157 = 347 l/h
Capacidade do reservatrio = 1,25 347 = 434 l
III.4.4. VAZO DAS PEAS DE UTILIZAO
Para dimensionar as tubulaes necessrio o conhecimento da vazo das peas de
utilizao, tal como realizado nas instalaes de gua fria. A tabela abaixo fornece a descarga e o
peso correspondente para cada pea.
Peas de utilizao
Banheira
Bid
Chuveiro
Lavatrio
Pia de cozinha
Peso
1,0
0,1
0,5
0,5
0,7
37
0,30
0,30
1,0
1,0
boiler deve derivar da coluna em cota superior ao aquecedor, entrando nos mesmos
pela parte inferior
A figura 07 demonstra o esquema de instalao do aquecedor eltrico em uma residncia.
39
1
2
3
Para uma temperatura de gua gelada qualquer, pode-se tambm utilizar as equaes
clssicas para mistura, dada pela equao abaixo.
t1 V1 t 2 V2 t 3 V3
Q m c t 2 t1
sendo: m = massa do lquido ( em litros )
c = calor especfico (em kcal/oC; igual a 1)
t2 = temperatura final (em oC)
t1 = temperatura inicial (em oC)
lembrando que 1kwh = 860 kcal.
III.5.1.3 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO
a ) Dimensionar um aquecedor eltrico que ir atender um apartamento com 2
quartos, supondo 2 pessoas por dormitrio.
a.1) Capacidade do Aquecedor
Capacidade do aquecedor = 60 l/pessoa 4 pessoas = 240 litros
Entretanto devemos considerar que a gua a ser utilizada ter uma temperatura inferior a
700C, devendo observar ento o valor estimado de consumo na tabela 08, portanto:
Capacidade do aquecedor = 29 l/pessoa 4 pessoas = 116 litros
Pela tabela 07 temos que utilizar de capacidade de 150 litros e potncia de 1,25 kwh.
Observao: Pode-se determinar a capacidade do aquecedor utilizando a equao da mistura, vista
nos itens anteriores.
III.5.2. AQUECIMENTO SOLAR
Utiliza-se o coletor solar para aquecimento dgua para uso domstico, piscinas e em
processos industriais Apresenta a vantagem de ser uma fonte de energia inesgotvel aliada a outras
razes pelos quais o seu emprego vai se difundindo, tais como:
no ser poluidora do ar;
ser auto suficiente;
ser completamente silenciosa;
ser fonte de energia alternativa.
Para se obter melhor rendimento, precisa-se orientar o coletor de modo a receber a maior
incidncia dos raios solares, j que a radiao solar no constante ao longo do dia e variando
tambm em relao as estaes do ano.
Coletores fixos devem apresentar, em relao a horizontal, um ngulo resultante da soma da
latitude do local mais 5 ou 100 objetivando assim uma melhor incidncia dos raios solares durante o
ano todo. Deve tambm estar voltado para o norte (hemisfrio sul).
41
42
43
Q
I
sendo: S = rea em m2
Q = Quantidade de calor necessria em kcal/dia
I = intensidade de radiao solar em kwh/m2 ou kcal.h/m2
= rendimento do aproveitamento da energia por painel (na prtica = 50%)
III.5.2.3. - EXEMPLO
Considere uma residncia com 5 pessoas. Calcular qual a rea necessria de coletor solar.
consumo dirio = m = 5 45 = 225 litros
Quantidade de calor Q = mc(t2-t1) = 2251(60-20) = 9000 kcal (supondo que
a gua entre na temperatura de 200C e saia do coletor a 600C).
44
9000
4,3m 2
4200 0,5
III.5.3. AQUECIMENTO A GS
III.5.3.1 AQUECIMENTO A GS DE RUA
Nos grandes centros urbanos comum o uso de gs resultante da queima da hulha, ou gs
nafta, que quando puro, pode fornecer at 5500 kcal por metro cbico; quando misturado, 4000 kcal
por metro cbico de gs.
Normalmente o aquecedor a gs instalado no banheiro ou na cozinha, sendo o aquecedor
automtico o mais encontrado (aquele que consta de um pequeno bico de gs). Automaticamente
transmite a chama a uma srie de bicos dispostos em linhas, tambm chamados de queimadores,
bastando apenas que se abra uma torneira ou registro.
Em volta dos queimadores existe uma serpentina de gua, que recebe calorias pelo contato
direto com as chamas ou gases quentes. O conjunto encerrado em uma caixa de ferro esmaltada,
dispondo de um dispositivo para exausto dos gases(chamin). O conjunto pode ser melhor
visualizado pela figura 13.
Existe um tipo de aquecedor (Junkers) que dispensa o uso de chamin, em virtude de melhor
queima dos gases, mas entretanto, o volume mnimo que a dependncia deve ter ser de 12 m 3 . A
figura 14 nos traz um esquema de instalao desses aquecedores.
Os aquecedores devem possuir dispositivos de segurana, como:
Registro de segurana, que permite somente a passagem de gs quando o piloto
estiver aceso e a gua passando pela serpentina;
Vlvulas de segurana que permitem a passagem do gs, quando a gua aberta, e
obturam a passagem quando a gua fechada.
45
Nos aquecedores Junkers existe um elemento bimetlico que instalado prximo ao piloto
e, por dilatao, faz abrir uma vlvula, permitindo a passagem do gs. Na ocorrncia de a chama
apagar-se pela ao do vento, o elemento bimetlico comprime-se por esfriamento, fechando a
passagem do gs. Na figura 15 podemos observar o esquema de um aquecedor a gs.
No ponto A temos a vlvula automtica, que composta de uma membrana M que
impulsiona a haste H. Quando h circulao de gua pelo fato de se abrir uma torneira ou registro
de gua quente, verifica-se uma diferena de presso entre as partes alimentadas pelos tubos B e B.
Assim, quando a presso B maior do que em B, a haste H comprime a mola M, dando passagem
ao gs pelo tubo C; este gs, fluindo pelo queimador Q e em contato com a chama do bico P,
ascende-se, aquecendo a gua da serpentina S. O piloto P pode ser aceso independentemente da
vlvula A, bastando abrir o registro R.. Depois que se fecha a gua, restabelecido o equilbrio de
presses em B e B, voltando a se fechar a entrada de gs por ao da mola M.
Fig.15 Aquecedor a Gs
46
III.5.3.2. CONSUMO DE GS
Admite-se que 1 m3 de gs pode produzir em mdia 4000 kcal; admitimos que o rendimento
mdio dos aquecedores seja de 70%.
III.5.3.3. AQUECIMENTO A GS LIQEFEITO DE PETRLEO
O G.L.P pode ser utilizado na instalao de aquecedores, exigindo mais cuidado na
instalao, em virtude de ser mais pesado que o ar e altamente nocivo. O aquecedor praticamente
do tipo observado na figura 15.
III.5.3.4. EXEMPLO
Calcular o consumo de gs par um banho em que o consumo de gua seja 25 litros, na
temperatura de 500C. Considere a temperatura da gua fria a 200C.
Calorias teis = 30 (50-20) = 750 kcal
Calorias efetivas =
Consumo =
750
1072kcal
0,70
1072
0,27 m3
4000
consumindo gua, a caldeira continua fornecendo calorias que vo sendo transferidas gua do
storage.
Considera-se que a gua quente a ser utilizada esteja em torno dos 400C (como visto nos
itens anteriores), e que no storage ela seja aquecida em torno dos 700C ou mais, dependendo claro
das condies climticas locais. A graduao da temperatura feita nos aparelhos, pela mistura com
a gua fria.
Antes de comear a utilizao de gua quente, pela manh, dispe-se de um perodo de 2
horas para efetuar o primeiro aquecimento da gua do storage. Quanto maior for o tempo que se
admitir para esse primeiro aquecimento, tanto menor dever ser a potncia calorfica da caldeira. A
determinao do consumo de sua durao no fcil de se fazer com exatido em certos casos,
como apartamentos, hotis e hospitais. No caso de colgios, pela maneira como funcionam esses
estabelecimentos, pode-se calcular, com certa exatido, o consumo mdio e o tempo de durao da
demanda mxima.
III.5.5.1. CAPACIDADE DO STORAGE E POTNCIA DA CALDEIRA (PRDIOS DE
APARTAMENTOS E HTEIS)
Para o clculo da capacidade do storage pode-se utilizar os mtodos descritos anteriormente,
ou seja:
Considerando a equao da mistura;
Utilizando os valores descritos na tabela 08.
Pode-se utilizar o mtodo simplificado aplicvel a prdios residenciais, considerando a relao entre
o volume terico do reservatrio de gua quente e o consumo total dirio. Pela equao abaixo
temos:
Vterico
A
CD
P Vstorage
t2 t1
T
48
70 20 15%deperdas
2
= 55056 kcal/h
(t 2 t1 ) Vstorage m P
65 15 V
2 P
5
34
38
42
46
51
56
60
66
70
76
6
38
42
47
51
57
62
67
75
78
83
50
Fig.16 - Loops
51
Exemplo de Dimensionamento
Considere um edifcio de 8 pavimentos, com 4 apartamento por andar, 2 dormitrios por
apartamento para 2 pessoas por dormitrio. Adotar p direito de 3.00 metros assim como altura do
reservatrio.
52
Dimensionar o sistema de gua quente dado pela figura 17, adotando o esquema de um
banheiro representado pela figura abaixo
53
Soluo
a) Populao Total
PopulaoTotal 8 4 2 2 128 pessoas
Vazo
Q 0,30
1-3
2-3
3-5
4-5
5-6
0,50
0,10
0,50
-
0,60
1,10
0,20
0,09
0,23
0,20
0,32
Dimetro
Polegadas
Velocidade (m/s)
3/4
3/4
3/4
3/4
3/4
0,63
0,29
0,73
0,64
1,01
Peso Unitrio
6-7
7-8
8-9
9-10
10-11
11-12
12-13
13-14
Dimetro
Polegadas
Q 0,30 P
1,1
2,2
3,3
4,4
5,5
6,6
7,7
8,8
0,31
0,44
0,54
0,63
0,70
0,80
0,83
0,90
Velocidade (m/s)
3/4
3/4
3/4
1
1
1
1 1/4
1 1/4
0,98
1,40
1,72
1,28
1,43
1,63
1,03
1,12
14-15
Dimetro
Q 0,30 P Polegada
8,8
0,90
Velocidade (m/s)
1 1/4
1,12
d) Perdas de Carga
Para calcular as perdas de carga foi empregado o mtodo dos comprimentos
equivalentes e a equao utilizada foi a frmula universal, que ser apresentada abaixo para que os
alunos um pouco esquecidos ou que no leram a apostila com a devida ateno, no se sintam
navegando por mares desconhecidos, utilizando a frmula de Swamee-Jann para o clculo do
coeficiente de atrito f.
h f
l V 2
D 2g
onde:
1,325
5,74
0 ,9
3,7 D Re
ln
e Re
V D
No ser descrito os ndices das equaes, pois acredita-se que o aluno j tenha o
conhecimento.
Os valores adotados para a viscosidade cinemtica dada a seguir:
= 110-6 m2/s a 200C
= 0,41610-6 m2/s a 700C
d.1) Trechos
55
Trecho 14 15
material = PVC
dimetro = 1 1/4" (32 mm)
vazo = 0,90 l/s
2 entradas normais
1 registro de gaveta
3 curvas 900
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,022
h = 1,95 m
1,20
0,40
2,10
3,47
40,00
43,74 m
P14 = P15 h14-15 = 28,05 m.c.a
Trecho 13 14
material = Cobre
dimetro = 1 1/4" (32 mm)
vazo = 0,90 l/s
entrada normal
registro de gaveta
curvas 900
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,018
h = 0,24 m
0,60
0,40
0,70
1,70
4,80
6,50 m
P13 = P14 h13-14 4,80 = 23,01 m.c.a
Trecho 12 13
material = Cobre
dimetro = 1 1/4" (32 mm)
vazo = 0,83 l/s
T passagem direta
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,018
h = 0,14 m
1,50
1,50
3,00
4,50
P12 = P13 h12-13 3,0 = 19,87 m.c.a
Trecho 11 12
material = Cobre
dimetro = 1" (25 mm)
vazo = 0,80 l/s
T passagem direta
0,90
56
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,018
h = 0,38 m
0,90
3,00
3,90
P11 = P12 h11-12 3,0 = 16,49 m.c.a
Trecho 10 11
material = Cobre
dimetro = 1" (25 mm)
vazo = 0,70 l/s
T passagem direta
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,018
h = 0,30 m
0,90
0,90
3,00
3,90
P10 = P11 h10-11 3,0 = 13,19 m.c.a
Trecho 9 10
material = Cobre
dimetro = 1" (25 mm)
vazo = 0,63 l/s
T passagem direta
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,018
h = 0,24 m
0,90
0,90
3,00
3,90
P9 = P10 h9-10 3,0 = 9,95 m.c.a
Trecho 8 9
material = Cobre
dimetro = 3/4" (20 mm)
vazo = 0,54 l/s
T passagem direta
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
0,80
0,80
3,00
3,80
f = 0,018
h = 0,53 m
P8 = P9 h8-9 3,0 = 6,42 m.c.a
Trecho 7 8
material = Cobre
dimetro = 3/4" (20 mm)
vazo = 0,80 l/s
57
T passagem direta
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,019
h = 0,37 m
0,80
0,80
3,00
3,80
P7 = P8 h7 -8 3,0 = 3,05 m.c.a
Trecho 6 7
material = Cobre
dimetro = 3/4" (20 mm)
vazo = 0,31 l/s
T passagem direta
compr. equivalente
compr. tubulao
comprimento total
f = 0,02
h = 0,20 m
0,80
0,80
3,00
3,80
P6 = P7 h6-7 3,0 = - 0,15 m.c.a
Pode-se verificar que, para que a carga mnima nas peas sanitrias sejam atendidas
(no caso mais crtico, o chuveiro), a carga no ponto 6 deveria apresentar um valor maior que 1 m.c.a
(pois a este valor dever ser computadas as perdas de carga). Ento existe a necessidade de
instalao de uma bomba de recalque junto a coluna de gua quente prximo ao storage.
Soluo: Pode-se considerar duas hipteses
1) O projetista poderia aumentar o dimetro das colunas principais,
conseguindo diminuir as perdas de carga. Desta maneira, poderia-se obter um ligeiro acrscimo de
carga no ponto 6 a um valor compatvel ao requerido pelas peas sanitrias.
2) Com o conhecimento da carga necessria no ponto 6 e com o valor
da presso disponvel neste ponto o projetista conseguiria obter a altura manomtrica, para a
escolha da bomba mais conveniente ao problema.
58