Capítulo 2 - Instalações Prediais de Água Quente
Capítulo 2 - Instalações Prediais de Água Quente
Capítulo 2 - Instalações Prediais de Água Quente
2.1
Introduo
Temperatura (C)
Hospitais e laboratrios
100 ou mais
Lavanderias
75 a 85
Cozinhas
60 a 70
35 a 50
Conforme item 4 da NBR 7198/1993, as instalaes prediais de gua quente devem ser
projetadas de modo que, durante a vida til do edifcio que as contm, atendam os seguintes requisitos:
2.2
Partes Constituintes
As instalaes prediais de gua quente so divididas em:
2.3
Alimentao;
Barrilete;
Sistema de distribuio;
Pontos de utilizao;
Sistema de retorno.
As instalaes prediais de gua quente podem ser classificadas em sistema individual, sistema
central privado e sistema central coletivo.
Aquecedores de passagem ou instantneos (Figuras 2.3 e 2.4): a gua vai sendo aquecida
medida que passa pela fonte de aquecimento, sem ocorrer a reservao.
gua quente
gua fria
Gs
Figura 2.3 - Aquecedor de passagem (vista externa)
Serpentina
Chama piloto
Queimadores
Vlvula
gua fria
gua quente
Gs
Termostato
Dreno
2.4
O dimensionamento dos componentes das instalaes prediais de gua quente segue a NBR
7198/1993 - Projeto e Execuo de Instalaes Prediais de gua Quente.
(Equao 2.1)
sendo:
Q: vazo estimada na seo considerada [L/s];
P: somatrio dos pesos relativos de todas as peas de utilizao alimentadas pela tubulao
considerada.
2.5.2 Velocidade
Conforme subitem 5.5.1 da NBR 7198/1993 a velocidade mxima da gua, em qualquer trecho
de tubulao, no atinja valores superiores a 3,0 m/s.
(Equao 2.2)
sendo:
J: Perda de carga unitria [kPa/m];
Q: Vazo [L/s];
D: Dimetro interno da tubulao [mm].
(Equao 2.3)
(Equao 2.4)
2.5.5 Presso
Segundo subitem 5.4 da NBR 7198/1993, a presso esttica mxima nos pontos de utilizao
no deve ser superior a 400 kPa e a s presses dinmicas nas tubulaes no devem ser inferiores a 5
kPa.
Para calcular a presso disponvel, utiliza-se a Equao 2.5:
Pdisp P 10 D g h
(Equao 2.5)
sendo:
Pdisp: presso disponvel residual (jusante) [kPa];
P: presso disponvel (montante) [kPa];
Dg: desnvel geomtrico [kPa];
h: perda de carga total [kPa].
2.6
Recirculao de gua
2.6.1 Generalidades
Tanto por conveco, quanto por radiao e conduo, as instalaes prediais de gua quente
transmite calor ao seu entorno, normalmente temperatura mais baixa.
Se a gua quente no interior da tubulao no estiver em movimento durante certo perodo de
tempo, poder ocorrer queda na temperatura a um nvel tal que se torna relativamente fria, e, portanto,
incompatvel com o desempenho esperado do sistema.
Qualquer que seja o caso, o retardo excessivo de tempo espera da chegada de gua quente
ao ponto de utilizao indesejvel, sob a perspectiva do usurio, seja pelo desconforto inerente
demora, seja pelo desperdcio de grande quantidade de gua eliminada inutilmente.
Uma das tcnicas utilizadas para contornar o problema, consiste na introduo de um sistema de
recirculao (ou retorno) da gua quente.
Esta recirculao pode ser natural ou forada. Na recirculao natural, utiliza-se a carga gerada
pela diferena de temperatura da gua nas redes de distribuio e de retorno, fenmeno usualmente
denominado de termossifo; como a gua na rede de retorno se encontra a uma temperatura mais baixa,
e, portanto, mais densa, esta induz uma carga hidrosttica maior no ponto de insero da tubulao de
retorno ao equipamento de aquecimento. Na recirculao forada, a carga necessria obtida atravs
da utilizao de uma bomba, adequada temperatura de servio do sistema.
2.7.1 Generalidades
Nos ltimos anos, o aumento desenfreado dos custos e disponibilidade cada vez mais limitada
das formas convencionais de energia tem estimulado a busca por outras fontes energticas.
Nesse contexto, a energia solar surge com uma alternativa energtica de grande potencial a ser
avaliada. A quantidade total de energia solar que atinge o planeta grande, porm cada metro quadrado
da superfcie da terra recebe uma quantidade descontnua e relativamente pequena de energia, cuja
intensidade depende de diversos fatores, entre os quais o de natureza geogrfica.
Alm disso, tem-se as alternncias peridicas (dia/noite, vero/inverno) e casuais (nebulosidade,
precipitao), a quantidade de energia disponvel pode ter grande variao, tendendo a valores prximos
a zero, o que inviabiliza a utilizao do sistema.
Outro fator a ser considerado, o alto custo de implantao de um sistema de aquecimento de
gua quando comparado a outros sistemas. No entanto, quando a anlise feita a longo prazo, o
sistema demonstra grande viabilidade econmica.
Cobertura
Placa absorvedora
Isolamento trmico
Caixa do coletor
2.8
Isolamento trmico: comumente uma camada de l de vidro colocada no fundo e nas laterais
do coletor, a fim de reduzir ao mximo as perdas de calor;
Cobre;
Ferro;
2.8.1 Cobre
O cobre apresenta custo bastante elevado, vida til muito longa e com limites de temperatura
acima do mnimo normalmente exigido. Apresenta alta condutividade trmica exigindo um bom
isolamento trmico. As juntas so soldadas, exigindo mo de obra especializada.
2.8.2 Ferro
O ferro apresenta custo bastante elevado, embora menor que o do cobre, vida til curta, quando
comparada com a vida til da edificao, devido s incrustaes e corroso. Com limites de temperatura
acima do mnimo normalmente exigido. Apresenta alta condutividade trmica exigindo um bom
isolamento trmico. As juntas so rosqueadas, exigindo mo de obra especializada.
2.8.3 CPVC
O CPVC um termoplstico semelhante ao PVC, porm com percentual maior de cloro.
Apresenta menor custo, vida til longa, baixo coeficiente de dilatao e baixa condutividade trmica,
2.8.4 PPR
Os tubos de PPR podem conduzir gua quente, fria e gelada e suportar altas presses e
temperaturas (80C constantes). O mtodo de instalao permite que a tubulao seja isenta de roscas,
soldas, anis de borracha ou cola. Por isso, as unies das conexes ficam menos expostas a erros
humanos e s tenses em operao. Uma instalao completa para gua quente em PPR pode custar
20% menos que a mesma instalao em cobre.
2.8.5 PEX
Os tubos de PEX so compostos por cinco camadas: polietileno reticulado, adesivo,
alumnio, adesivo e polietileno reticulado. Como revestimento externo, o polietileno reticulado evita o
contato do cimento da construo e protege a tubulao de alumnio. J como revestimento interno,
impede a oxidao do alumnio, evitando a contaminao da gua pelo metal.
Os tubos resistem a temperaturas de at 95C, sem dilatao. O sistema usa 10% do tempo de
instalao do cobre. Os tubos so dobrveis e permanecem na posio definida.
Obs.: Conforme subitem 5.7.10 da NBR 7198/1993: Quando o tipo de componente no for
normalizado pela ABNT, o projetista, a seu critrio, pode especific-lo, desde que obedea a
especificaes de qualidade, baseadas em normas internacionais, regionais e estrangeiras, ou a
especificaes internas de fabricantes, compatveis com esta Norma, at que sejam elaboradas as
normas brasileiras correspondentes.
2.9
2.10 Bibliografia
MACINTYRE, A.J. (2010). Instalaes hidrulicas: prediais e industriais. Rio de Janeiro: LTC.
MACINTYRE, A.J. (2008). Manual de instalaes hidrulicas e sanitrias. Rio de Janeiro: LTC.
VIANA, M.R. (2004). Instalaes hidrulicas prediais. Belo Horizonte: Imprimatur Artes LTDA.