Hemorragias de Primeiro Trimestre
Hemorragias de Primeiro Trimestre
Hemorragias de Primeiro Trimestre
DE
GINECOLOGIA E OBSTETRCIA
ADEMIR B. RODERO
OSNY R.MARTINS LUZ
DISCIPLINA OBSTETRCIA
HEMORRAGIAS DO 1 TRIMESTRE
ABORTAMENTO
Definio:
OMS e FIGOFIGOexpulso ou a extrao de concepto pesando
menos de 500g, ou com menos 22 semanas de
gestao completas (154 dias). Pode ser
espontneo ou provocado.
Incidncia:
A gravidez humana processo deficiente porque 70% das
concepes deixam de atingir a vitabilidade, com taxa
de perdas de 50% antes da prxima falha menstrual
(abortamento subsub-clnico). Do ponto de vista clnico
(gravidez diagnosticada pelo BHcG sanguneo ou US)
10 a 15% das gravidezes terminam espontaneamente no
1 trimestre ou no incio do 2 (<15sem) (abortamento
clnico).
Etiologia:
A grande maioria dos casos de abortamento espontneo espordico
determinada por cromossomopatias (50 a 60% dos casos).
A trissomia do 16 a mais comum responsvel por 30% dos casos
de cariopatias.
As triploidias 69XXY 69XXX e a sndrome de Turner
(monossomia X) cada uma delas com 10% dos casos.
Em natimortos de 55-12% apresentam defeitos cromossomiais, e os
mais frequentes so as trissomias 21, 18 e 13.
Etiologia:
Qualquer doena grave materna , traumatismo ou
infeces, podem levar ao abortamento. As
intoxicaes somente o provocam depois de lesar
inteiramente o organismo da me.
Patogenicamente o 1 evento que leva ao sangramento a
hemorragia na decdua basal, com posterior necrose
tecidual: atua como foco irritante que estimula as
contraes miometriais que levam a maior
descolamento placentrio
Ultra-sonografia 3D.
UltraHisterossalpingografia.
Hemograma completo e coagulogama.
Bipsia de endomtrio (24
(24 - 26
26dias do ciclo).
Deteco do lupo anticoagulante e dosagem de
anticardiolipina (significativo quando IgG>20) se
positivo tratar com heparina e aspirina em baixa
dosagem.
Investigao gentica do casal.
Pontos chave:
1.
2.
3.
Pontos chave:
4. controversa a associao entre defeito na fase lutenica e perda
habitual da gravidez. Se o diagnstico for aventado deve ser
confirmado pela bipsia de endomtrio.
5. O suporte na fase ltea com progesterona no est provado ser
proveitoso.
6. Casais com abortamento de repetio devem ser rastreados para
anomalias cromossomiais balanceadas.
7. Mulheres com abortamento habitual e tero septado devero
sofrer resseco histeroscpica do septo.
Pontos chave:
8. Em cerca de 50% das vezes no se consegue identificar qualquer
causa para o abortamento habitual.
9. Mulheres com abortamento habitual de causa ignorada devem ser
aconselhadas no sentido de que a probabilidade de gravidez
normal, sem qualquer tratamento, da ordem de 6060-70%.
10. A incompetncia istmo cervical uma das principais causas de
abortamento tardio ou de parto pr termo habitual
(interrupo a partis de 16 sem). O tratamento padro a
cerclagem do colo uterino pela tcnica de Mac Donald,
realizada com 14 sem de gravidez.
Prenhez ectpica
Sinonmia: Ectociese ou prenhez extraextra-uterina.
Definio: quando o ovo se implanta fora do tero
(tubrea, ovariana, abdominal).
Incidncia: 2% das gestaes, dependendo do nvel scio
econmico da populao, sendo que a tubrea
representa 98 a 99% das ectpicas.
Prenhez tubrea: 98
98--99% das gestaes ectpicas podendo
implantar--se nos diversos segmentos da tuba.
implantar
1.
2.
3.
Evoluo:
n
Prenhez abdominal:
Constitui cerca de 1% das ectocieses, tendo um risco de morte materna 7,7 vezes
superior ao da prenhez tubrea e 90 vezes mais elevado que uma gestao
uterina.
Classifica--se pela idade gestacional:
Classifica
PA precoce 20 sem.
PA avanada na segunda metade da gravidez.
Pode desenvolverdesenvolver-se e culminar em:
-morte ovular precoce com reabsoro.
-crescimento e maturao do concepto com alta incidncia de mal formaes
50%, ou morre = reteno = cisto fetal = mumificao = saponificao =
litopdio. Se houver infeco do cisto fetal sua eliminao pode ser atravs de
fstula (pele,reto, vagina e bexiga).
Tratamento Clnico:
oferecido mulher com quadro clnico estvel, ou BHcG < 5000mUI/ml e
saco gestacional < 30mm, sem BCF ou sinais de hemoperitnio . O xito
pode chegar a 90%.
n Methotrexato (MTX) 1mg/Kg de peso, IM, dose nica no 1 dia.
Falhas no tratamento:
-Prenhez tubrea persistente: queda do BHcG <15% entre os dias 4 e 7 do
tratamento, onde estaria indicada a 2 dose.
-Sinais de rotura tubrea: dor abdominal, hemoperitonio, etc.
n Tubocentese: com embrio apresentando BCF, onde o MTX sistmico no se
mostra eficaz, usausa-se KCl precedendo o MTX para determinar o bito do
concepto.
n Aps o tratamento clnico a monitorizao semanal com dosagens de BHcG
mandatria.
n
Tratamento expectante:
Reservado a grupo seleto de pacientes (10(10-15%), com
quadro estvel, BHcG inicial <1500 mUI/ml e
declinante. xito em torno de 85%.
O acompanhamento dessas pacientes requer USG seriado
e dosagem de BHcG at sua negativao.
Pontos Chave:
1.
2.
3.
4.
5.
Pontos chave:
6. A forma aguda (30%) corresponde rotura tubrea, comum no istmo, com
intensa hemorragia intraperitonial.
7. Na forma aguda o tratamento cirrgico, conservando a poro intersticial da
trompa e o ovrio.
8. Se o quadro clnico for estvel, o tratamento clnico com Methotrexate (MTX)
hoje o procedimento de eleio 1mg/Kg de peso IM dose nica.
9. Tratamento expectante da PT em regresso, oligossintomtica, BHcG<
1500mUI/ml e declinante.
10. O tratamento da prenhez abdominal a laparotomia. O que fazer com a
placenta desinseridesinseri-la? Abandona
Abandona--la? A mortalidade e a morbidade elevadas
acompanham as duas condutas com hemorragias, hipofibrinogemia,
obstruo intestinal, perfurao.
Mola hidatiforme:
Conceito: Tudo decorre da ausncia de circulao vilositria ou de
seus distrbios por causas diversas (deficincia do meio,
determinismo gentico, etc).
Para alguns autores seria a degenerao hidrpica das vilosidades
corinicas acompanhada de hiperplasia dos elementos
trofoblsticos. Para outros a degenerao hidrpica
consequncia do processo neoplsico benigno do trofoblasto.
A hiperplasia a anaplasia e o poder invasor a caracterizam.
Incidncia:
Varia muito sendo muito frequente no oriente, oscila de
1/80 a 1/2000 gestaes, maior nas populaes pobres
onde prevalece a m nutrio, fator que pode estar em
jogo na gnese da doena.
Em 2/3 dos abortamentos espontneos, quando os ovos
so anembrionados as vilosidades corinicas mostram
edema precoce (degenerao micromolar do ovo)
No comum a recidiva da mola hidatiforme.
Patologia:
Macroscopicamente so pequenas vesculas translcidas,
cheias de lquido claro, semelhante a cachos de uva
ou Sag ou hidtides.
Microscopicamente apresenta proliferao trofoblstica
que vai desde a hiperplasia at a anaplasia, degenerao
hidrpica do estroma e vascularizao ausente ou
deficiente.
Tipos:
Mola completa:
completa: mais encontrada clinicamente, apresenta
grandes vesculas, ausncia de feto e mnio.
Em 90% das vezes ela caritipo 46XX (fertilizao de vulo por
espermatozide 23X com duplicao do genoma
vazio/masculino), ausncia do embrio, edema generalizado
das vilosidades, hiperplasia trofoblstica grosseira, nveis
elevados de hCG e maior probabilidade de transformao em
coriocarcinoma 2,5%.
Nos outros 10% ele decorrente da dispermia (fertilizao do
vulo por 2 espermatozides distintos com caritipo XX ou XY.
n
Mola Parcial:
Clinicamente menos comum, mas quando submetesubmete-se
todo produto de aborto a exame citogentico mais
frequente.
Caracteriza--se pela presena de pequenas vesculas
Caracteriza
hidrpicas (at 5mm),entremeadas de tecido
trofoblstico normal, existncia de feto e/ou mnio,
raramente evolui para formas malignas.
O caritipo triplide (69XXX e 69XXY) 2n de origem
paterna e 1 n de origem materna.
Alteraes ovarianas:
Aproximadamente 40% dos casos de mola hidatiforme
apresentam ovrios volumosos, com grandes cistos
lutenicos, decorrentes da hiperestimulao hormonal
pelo hCG.
Habitualmente sofrem regresso espontnea, podendo
complicar--se pela toro ou pela rotura, levando a um
complicar
quadro de abdome agudo.
Exames complementares:
Ultra-sonografia: Na mola completa h ausncia de
UltraSG e do embrio, o doppler no mostra fluxo intraintratumoral apenas periperi-trofoblstico por serem avasculares
as vilosidades hidrpicas. Na mola parcial coexistindo
com feto ((- de 2% dos casos de NTG) a dificuldade
diagnstica maior.
Cistos tecalutenicos >5cm so detectados em 40% dos
casos.
Exames complementares:
n
Prognstico:
n
n
n
n
Prognstico:
O obiturio ocorre por motivo de complicaes
abdominais, hemorragias, infeces, perfuraes e pelas
metstases, onde a gravidade provm da obstruo
vascular de certos rgos, como o sistema nervoso
central, e no do crescimento dos elementos
trofoblsticos.
A mola invasora pode se transformar em coriocarcinoma.
Coriocarcinoma:
a forma maligna da NTG, que pode surgir aps
qualquer tipo de gestao; excepcionalmente originaorigina-se
de teratomas.
Incidncia: 1:14.000 a 1:160.000 gestaes normais,
1:15.000 abortamentos, 1:5.000 prenhezes ectpicas,
1:40 molas hidatiformes.
O Coriocarcinoma procede 50% da mola, 25% do
abortamento, 22,5% da gestao normal e 2,5% da
prenhez ectpica.
Patologia:
O coriocarcinoma geralmente enche a cavidade uterina ,
s vezes est circunscrito ao miometrio sendo ento
impossvel o diagnstico de material obtido por
curetagem.
Histologicamente no revela vilosidades e o trofoblasto
bem anaplsico.
Na maioria das vezes explodem metstases atravs do
sistema sanguneo principalmente para pulmes, vagina,
crebro e fgado.
Idade
<39
>39
--
Gravidez
anterior
Mola
Aborto
Termo
---
Meses da gesta
<4
4-6
7-12
>12
hCG anterior ao
tratamento
10.000
100.000
100.000 a
1.000.000
>1.000.000
Maior tumor
3-4 cm
5 cm
Local
matstases
Bao, rins
Sist. Gnito
urinario
Crebro, fgado
1-4
5-8
>8
Agente nico
2 ou mais
agentes
N metstases
Quimio ant.
malograda
Prognstico:
n
Pontos chave:
1.
2.
3.
Pontos chave:
4. O diagnstico da mola feito pelo USG e pela dosagem do hCG
(>100.000 UI/24hs).
5. A mola invasora sempre provm da mola hidatiforme mas o
coriocarcinoma s em 50% dos casos; nos restantes 50%
sucedem a abortamento molar (25%), gravidez normal (22,5%)
e prenhez ectpica (2,5%).
6. O tratamento da mola feito com aspirao vcuo ou
curetagem uterina.
7. O seguimento ps molar pode ser descontinuado aps 6meses
consecutivos de nvel zero de hCGhCG-beta.
Pontos chave:
8. O diagnstico das NTG persistentes feito no seguimento ps
molar: exame clnico, hormonial (hCG(hCG-beta) e ultraultrasonogrfico.
9.
No seguimento ps molar, sempre que o hCGhCG-beta estacionar
por 3 semanas consecutivas, aumentar ou aparecerem
metstases feito o tratamento quimioterpico com MTX.
10.
O tratamento com a quimioterapia combinada feito quando
falha q quimioterapia simples e nas formas de NTG
persistentes de alto risco.