Contestação Alimentos Correta - 0009546-97.2016.8.19.0007

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA DE

FAMLIA DA COMARCA DE BARRA MANSA/RJ

PROC. N.0003546-97.2016.8.19.0007

RAFAEL DE PAULA SOUZA, brasileiro, solteiro, encanador industrial,


portador da Carteira de Identidade n 20.410.973, do CPF n 111.83864779,
do e-mail [email protected], residente e domiciliado na Rua J, n 48,
Ponte Alta, Volta Redonda/RJ, 27.267-280, por seu advogado infra-assinado,

com endereo na Avenida Paulo de Frontin, n752/108, Aterrado, Volta

Redonda, nos autos da Ao de Alimentos em epgrafe, proposta por MARIA


EDUARDO CERQUEIRA LEITOGUINHO, representada por sua genitora

FLAVIA CERQUEIRA MACHADO LEITOGUINHO, vem presena de Vossa


Excelncia apresentar defesa, na forma de

CONTESTAO, com

fulcro no artigo 335, do Novo Cdigo de Processo Civil, e nos fatos e


fundamentos aduzidos abaixo.

DA GRATUIDADE DE JUSTIA
Inicialmente, por tratar-se de pessoa juridicamente pobre, no possuindo,

pois, meios de arcar com as custas, sem prejuzo do sustento prprio ou de

sua famlia, tendo como fulcro o artigo 98, do Novo Cdigo de Processo Civil,

requer, desde j, a concesso do benefcio da GRATUIDADE DE JUSTIA.

DOS VERDADEIROS FATOS


Excelncia, est muito longe de ser verdica a informao de que o ru possui
uma

renda

mensal

de

R$

5.000,00,

como

aduzido

na

exordial.

O ru possui uma renda mensal de, aproximadamente, 2.000,00 (dois mil


reais), sendo que deste valor, devemos subtrair R$ 325,00, referente a 50%
do valor do aluguel do imvel em que vive com os pais, sem contar as demais
despesas da casa que o autor divide com o pai.

Importante frisar, que o ru sempre manteve em dia o seu dever de custear


o

sustento

de

aproximadamente

sua
de

famlia,

R$

pagando

500,00

por

mensalmente

ms.

Mesmo

uma

quando

quantia

esteve

desempregado nunca deixou de dar suporte para o sustento de sua filha,

porm, por confiar na me de sua filha nunca exigiu um comprovante de


pagamento, pois inocentemente achou desnecessrio.

Acontece, Excelncia, que em 08 de junho de 2015, o Ru que mantinha um

relacionamento amoroso com uma ex-namorada, teve mais uma filha ANNA
CAROLINA CASTRO DE PAULA (Certido em anexo), diante do

nascimento de mais uma filha, o Ru se viu obrigado a dividir o valor dos

alimentos para R$350,00 para cada filha. Pois o Ru no possui a guarda de


nenhuma das filhas.

Veja bem, Excelncia, o Ru nunca se negou ao cumprimento de sua


obrigao como alimentante, ele apenas se viu obrigado a reduzir o valor,
pois no se assim no fizesse, no teria como custear o sustento de suas
duas filhas.

DO BINMIO NECESSIDADES X POSSIBILIDADES


A ao de alimentos norteada pelo binmio necessidade X possibilidade,
consoante lio do professor Christiano Abelardo Fagundes Freitas, in

Melhorando o Portugus no Exame da OAB, 3 ed., LTr, 2015, pg. 69, So


Paulo, verbis:

Na ao de alimentos, a argumentao tem de ser muito bem

trabalhada, pois o juiz fixar o valor da penso, observando o binmio

necessidade (de quem pede) e possibilidade (de quem dar os


alimentos).

Nesse mesmo compasso a lio do eminente mestre em Direito Civil pela


PUCSP, Carlos Roberto Gonalves. Ipsis litteris:

O fornecimento de alimentos depende, tambm, das possibilidades

do alimentante. No se pode condenar ao pagamento de penso

alimentcia quem possui somente o estritamente necessrio prpria


subsistncia. O 1 do art. 1.694, do Cdigo Civil dispe que os

alimentos devem ser fixados na proporo das necessidades do

reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. o requisito da


proporcionalidade, impedindo que se leve em conta somente um
desses fatores.

Nessa toada o magistrio da civilista Maria Helena Diniz, ao comentar o artigo


1695, do Cdigo Civil, in Curso de Direito Civil brasileiro, 16 d., So Paulo:
Saraiva, 2001, v. 5, p. 407 e 408. Verbis:

Este dispositivo repete os pressupostos essenciais da obrigao de


alimentos:

necessidades

do

alimentando

possibilidades

do

alimentante, que binmio reconhecido tambm no artigo anterior.

Assim, deve ser avaliada a capacidade financeira do alimentante, que


dever cumprir sua obrigao alimentar sem que ocorra desfalque do

necessrio a seu prprio sustento, e tambm o estado de necessidade


do

alimentrio,

que,

alm

de

no

possuir

bens,

deve

estar

impossibilitado de prover sua subsistncia por meio de seus


prprios recursos.

No que tange incidncia de penso alimentcia sobre frias, F.G.T.S.,

PIS/PASEP, em caso de o ru vir a possuir vnculo empregatcio, no deve

prosperar, em consonncia com a jurisprudncia e doutrina pacficas. Para


ilustrar, registra-se a lio do preclaro civilista Carlos Roberto Gonalves.
Verbis:

A penso deve ser estipulada em percentual sobre os rendimentos

auferidos pelo devedor, considerando-se somente as verbas de


carter permanente, como salrio recebido no desempenho de suas
atividades empregatcias, o 13 salrio e outras, excluindo-se as

recebidas eventualmente, como as indenizaes por converso de

licena-prmio ou frias em pecnia, o levantamento do FGTS (que

se destina a fins especficos), as eventuais horas extras, o reembolso


de despesas de viagens etc.

DA INEXISTNCIA DE DESPESAS EXTRAS COM A AUTORA


A autora goza de excelente sade, fsica e mental, no havendo nenhuma
despesa extra neste particular.

Mister trazer baila que sequer a autora narra, na pea vestibular, as


despesas habituais.

DAS POSSIBILIDADES DA REPRESENTANTE LEGAL DA AUTORA


Esqueceu-se a representante legal da autora de que a obrigao de prestar

alimentos, de cuidar, de arcar com as despesas dos filhos de AMBOS OS


CNJUGES.

A representante legal da autora possui uma situao econmica estvel, pois,


trabalha por conta prpria vendendo roupas e acessrios.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelncia o seguinte:
a) os benefcios da gratuidade de justia, por no possuir meios de arcar com
as custas, sem prejuzo do sustento prprio ou de sua famlia, tendo como
fulcro o artigo 98, do Novo Cdigo de Processo Civil;

b) a improcedncia do pedido de penso alimentcia no valor constante da


pea vestibular, para que o valor seja fixado em 15% (vinte por cento) do
seu salrio mensal;

c) seja no mrito julgado a improcedncia dos pedidos formulados na inicial,

notadamente quanto a fixao da verba alimentar, devido ausncia do binmio


necessidade/possibilidade.

d) requer, com base no artigo 336, in fine, do Novo Cdigo de Processo Civil,
provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito, especialmente, a

documental, a testemunhal e o depoimento pessoal da representante


legal da autora.

Nesses termos, pede deferimento.

Volta Redonda, 22 de agosto de 2016

Wellington Alves da Silva.


OAB/RJ 166.544

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