Candomble - Ifá Divination William Bascom Traduzido
Candomble - Ifá Divination William Bascom Traduzido
Candomble - Ifá Divination William Bascom Traduzido
If
Divination
william bascom
1.
INTRODUO
If um sistema de divinao baseado em 16 configuraes bsicas e
256 derivadas ou secundrias (Od), obtidas por intermdio da manipulao de
16 castanhas de palmeira (ikin) ou pelo meneio de urna corrente (opl) de oito
meias conchas. O culto de If, na sua qualidade de deus da divinao, impe
cerimnias, sacrifcios, tabus, parafernlias, tambores, cnticos, louvaes,
iniciao e outros elementos rituais comparveis aos de outros ritos iorubs;
estes no so tratados aqui exaustivamente uma vez que o tema primordial do
presente estudo o de If como um sistema de divinao. O modus de divinao
ser discutido pormenorizadamente mais adiante, mas urna breve descrio
faz-se necessria na etapa inicial.
As 16 castanhas de palmeira so pegadas pela mo direita, deixando
apenas uma ou duas na esquerda; caso duas castanhas sobrem, um sinal nico
feito na bandeja de divinao; se uma ficar, um duplo sinal ser feito. Repetindo
esse procedimento quatro vezes, resultar uma das 16 configuraes bsicas,
tais como mostradas na Ilustrao 1, A; repetindo-o oito vezes d um par ou
combinao das configuraes bsicas, isto , uma das 256 configuraes
secundrias. Alternativamente, uma das 256 configuraes derivadas pode ser
obtida com um s lanamento da corrente divinatria (opl), com cara/coroa
ao invs de par/mpar. Essa corrente segurada ao meio, de tal modo que
quatro meias conchas pendam para cada lado, num s alinhamento. Cada meia
concha pode cair cara ou coroa, isto , pode cair com sua superfcie cncava
para cima, o que equivale a uma marca nica, ou com essa superfcie para
baixo, o que corresponder a duas marcas na bandeja. Representando-se a parte
interna cncava por um -O- e a parte externa convexa por um --, as 16
configuraes bsicas (metade da corrente divinatria) aparecem conforme
mostrado na Ilustrao 1,B.
As figuras bsicas esto listadas na Ilustrao 1 na ordem
reconhecida em If, mas uma outra, ligeiramente diferente, mais largamente
reconhecida (ver Captulo IV, Ilustrao 3,B).
A divinao If praticada pelo Iorub e Benin Edu, da Nigria
(Dennett, 1910: 148; Melzian, 1937: 159; Bradbury, 1957: 5460; Parrinder, 1961:
148); pelos Fn, do Daom (hoje Rep. do Benim), que a denominam Fa
2.
3.
GB
OYEK
IWRI
ED
OBAR
OKANR
IRSUN WRIN
I
I
I
I
II
II
II
II
II
I
I
II
I
II
II
I
10
11
12
13
OGUND
OS
IRET
OTUR
OTURUKPO
II
II
II
I
I
I
II
II
II
II
II
I
14
15
16
IK
OFN
II
I
II
II
I
II
I
II
II
I
II
I
I
I
I
II
B-
I
II
II
II
II
I
I
I
I
I
II
I
I
II
I
I
II
II
I
II
GB
OYEK
IWRI
ED
OBAR
OKANR
IRSUN WRIN
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
10
11
12
13
14
15
16
OGUND
OS
IRET
OTUR
OTURUKPO
IK
OFN
O
O
O
4.
O
O
O
O
O
O
O
Assinie, cidadezinha 1itornea, fica mais prxima da fronteira com Gana - a leste da Costa do
Marfim - mas bem a oeste do territrio Iorub. (N do T)
2
) Fui incapaz de localizar o original mas a passagem citada inteira por Maupoil (1943: 45) e por
Labouret e Rivet (1929: 28) e rapidamente citado por Parrinder (1949: 161;1961: 146). Tauxier
(1932: 151) e Maupoil data a visita de Loyer ao redor de 1700; Bosman (1705: 17) esteve em
Gana em 1690. Para o uso de objetos representando o bem e o mal, ver o Captulo V.
Field (1937: 40) relta sobre os Gan, da Gana costeira:Ali tambm se uniu a Labadi, em poca
incerta, uma colnia Ewa, vinda de Little Popo, venerando seu prprio deus Okumaga. El no
fornece pormenores acerca da natureza dessa divindade, mas conforme registrou Parrinder (1949:
156), ogumaga o nome Fon para a corrente divinatria, ou agunmaga secundo nota Maupoil (1943:
196).
3
Siwah, osis situado no extremo noroeste do Egito, quase junto fronteira com a Lbia - bacia
mediterrnea. (N do T)
5.
dando dez figuras no total. Como cada uma pode conter quatro nmeros
mpares e quatro pares, elas so suscetveis de 16 permutaes, cada uma das
quais com um significado isolado e uma casa prpria, ou seja, uma parte do
quadrado na qual deveria surgir.
O Derb er raml apenas se distingue desse pelo fato de ser mais complicado,
novas combinaes sendo obtidas mediante a adio de cada par de figuras.
(Hamilton, 1856: 264-265, citado por Ellis, 1894: 63).
Usando quatro ao invs de duas figuras bsicas e ao fazer uma linha
para um nmero mpar de favas e duas linhas para um nmero par, o Derb el
ful mais se assemelha aos talhos na areia islmicos que divinao If.
Segundo Frobenius (1924b: 61-62), adivinhos entre os Nupe, que
vivem precisamente ao norte do territrio iorub, do outro lado do rio Nger,
usam um cordo (bba), de oito pedaos de cabaas ou, por vezes, duras cascas
de frutas, amarradas juntas, correspondendo corrente divinatria iorub.
Entretanto, Nadel (1954: 39) descreve ba como uma srie de oito cordes de
quatro metades de shea nut ou do dompalm kernel.
Os Jukun, do leste da Nigria, empregam um par de cordes ou
correntes (nk) 5, cada um dos quais composto de quatro pedaos de cabaas,
metal ou nozes de esterco de elefante. So equivalentes s duas metades do
cordo divinatrio If. O instrumento divinatrio (agbandi) dos vizinhos Tiv
so feitos com pedaos da casca dos caroos da nativa manga (ive) e so
0idnticos aos usados pelos Jukun e todas as tribos das redondezas, at
possivelmente mais abaixo dos rios Cross 6 (Downes, 1933:59).
Parrinder (1961: 140) menciona o uso desse instrumento entre os Ib
assim como o uso de quatro cordes anlogos. De acordo com Mansfeld (1908:
176), os Eki, da regio do rio Cross, tambm empregam duas correntes (ewu),
cada um montado com 4 meias sementes de manga; segundo Talbot (1912: 174175), eles usam 4 desses cordes, conhecidos como ebu ou efa. Os dados so
5
Numa publicao anterior, Meek (1925: II 70) mencionou 6 cordas mas isso corrigido em
Meek (1931:326-327) aqui citado e em MEEK (1937: 82), e mencionado corretamente por
Frobenius (1924a:236).
6
rio Cross, extremo leste nigeriano, prximo aos Camares.(NdoT)
6.
7.
so conhecidas por afa, aha ou ef, entre os Ibo; por afa entre os Ekoi; por eba
entre os Idoma; por eva entra os Isoko edu e por Ogwega entre os Benin edu,
bem como, obviamente, por nomes no relacionados, nestas e noutras
sociedades nigerianas; mas a distribuio deste mtodo no precisa ser
pormenorizado aqui. suficiente dizer-se que ela conhecida em partes do
norte da Nigria e at o leste e o sul do que foram os Camares britnicos e que
Talbot (1926: II: 186) conclui: O sistema Aupele, porm com 4 cordes ao invs
de 2, e com 4 peas de cada cordo montadas geralmente com sementes de
manga brava (selvagem - Irvingia Barteri), o que usado por quase todo o sul
da Nigria.
A significao destas 16 figuras bsicas estenda-se para muito alm
do territrio iorub e de seus vizinhos. elas so obtidas na divinao Sikidy, na
Repblica Malgaxe, tanto por meio da manipulao de sementes quanto pelo
difundido mtodo dos cortes na areia. Este ltimo envolve a feitura, ao acaso,
de um nmero de marcas na areia ou p, cancelando as duas a duas at que
restem apenas uma ou duas, dai desenhando-se uma linha nica ou dupla. Em
Sikidy, tal como em If, uma linha dupla feita caso uma s marca permanea,
enquanto uma linha nica se restarem duas marcas. Repetindo quatro vezes
esse procedimento resulta em uma das 16 figuras bsicas.
J o corte na areia uma difundida forma de Geomncia, praticado
em muitos agrupamentos muulmanos no oeste e no norte da frica. Suas
semelhanas com o Fa daomeano e o If iorub foram notadas por Fisher (1929:
67-73), Monteil (1932), Trautman (1940), Echildo (1940: lCC-164), Maupoil (1943:
49-51), Jaulin (1966: 156-159) e outros, citando anlogos praticados na Europa,
Prsia e ndia. J em 1864, Burton havia percebido analogias entre o Fa
daomeano e a geomncia dos gregos, muito cultivado pelos rabes com a
denominao Alraml, a areia, porque as figuras eram moldadas sobre o cho
do deserto. O Livro do Destino de Napoleo um notvel espcime de
vulgarizao europia e moderna (Burton, 1893: 1, 222). Napoleo, ao retornar
da Europa, trouxe um manuscrito achado no alto Egito por M. Snini, em 1801,
e subseqentemente publicado sob esse e outros ttulos em uma dzia ou mais
edies, desde por volta de 1820 at cerca de 1925 (Napoleo, s.d.).
Entre os lorub, o corte na areia (iyanrin tite) praticado por
adivinhos muulmanos conhecidos por alufa. Chamam-no de Hati Ramli, ou
Atimi em lorub, distinguindo-se do If. Os nomes da 16 figuras bsicas (Al
8.
9.
10.
11.
12.
13.
que assim como dos padres das folhas de ch ou das linhas das mos. Na
cresta-lo ou hidromancia, onde ningum pode confirmar ou contra dizer aquilo
que o adivinho assegura enxergar, e em trabalhos xamansticos ou estado de
possesso,nos quais esprito familiar ou divindade fala apenas para ou atravs
de seu mdium, interpretaes no so suscetveis de verificao em pelos
prprios clientes nem por outro adivinho.
Em contraste com isso, o babalaw segue um sistema regular de
normas e qualquer desvio delas criticado por seus colegas e condenado por
seus clientes. Pelo menos as regras elementares so de conhecimento de seus
consulentes habituais e, mesmo quando no so conhecidas, os clientes esto
municipados com reconhecidas tcnicas para impedir que um babalw, se
afaste das regras e utilize seu conhecimento pessoal sobre os assuntos de sua
intimidade em proveito prprios ou de terceiros. Um cliente sequer precisa
revelar ao adivinho a natureza do problema que o leva a buscar seu
aconselhamento. Em vista deste fato, algumas das primeiras descries de If
que se fizeram so divertidos reflexo de ingenuidade, dos preconceitos e das
supersties dos observadores que fizeram os registros.
II- ESTUDOS ANTERIORES
As duas mais antigas descries que se conhecem da divinao de
If, entre os Iorubs, datam do mesmo ano. Falando das deidades iorubs, Tucke
r(1853:33) diz: Uma das principais entre elas If, o deus das amndoas das
palmeiras, a quem eles atribuem poder de cura e a cujos sacerdotes recorrem em
momentos de enfermidades. Nessas ocasies, os amigos do sofredor arrumam
um carneiro ou um bode para sacrifcio enviam ao babalaws ou sacerdotes,
que inicia a cerimnia traando um nmero de inslitas figuras com giz sobre
uma parede. Toma depois de uma cabaa l dentro coloca alguns caurs ou
amndoas de palmeira e a pousa em frente as figuras desenhadas, realiza suas
magias, as quais se julga iro persuadir o deus a penetrar nas sementes ou
caurs. O sacrifcio , ento realizado, a garganta secionada e o sacerdote
asperge um pouco do sangue sobre a cabaa e a parede. Em seguida ele
lambuza com o lquido toda a testa do doente desse modo, como imaginam,
transferindo a vida da criatura para o interior do paciente.
Irving(1853:233) diz: If, deus das amndoas de palmeira ou deus
da divinao, julgado superior a todo o resto. consultado a propsito de
qualquer empreendimento seja a partir para uma jornada, ou, seja para entra
14.
15.
16.
17.
Este um erro do tradutor; Baudin (1884: 224) registra amndoas/nozes de palmeira (noix de
palme) no original.
18.
Este processo repetido oito vezes e as marcas so feitas sucessivamente em duas colunas, de
quatro cada.
19.
20.
que lhe venha mente e que se adapte ao caso a respeito do qual ele
consultado, pronuncia sua resposta oracular e prescreve o sacrifcio que seria
aceito (Dennett, 1906: 246-247).
A divinao realizada por um babala sobre uma grandemente
estimada tigela circular e larga ou um leque quadrangular de dimenses
mdias, geralmente recoberto de p branco proveniente de uma rvore seca,
sobre o qual ele trabalha, e com um dedo da mo direita fixa certos sinais,
simbolizando os representantes de If, conforme deixados na palma de sua mo
esquerda, depois de haver conseguido, com um gesto da mo direita, agarrar
todas as 16 peas do lugar onde se achavam encerradas. Essas reduzidas
marcas, representando certo nmero de tentativas, so colocadas uma aps a
outra horizontalmente e, segundo seu nmero e respectivas posies,
simbolizariam um ou outro dos Ods ou divindades principais ou
subordinadas. A partir desse Od ou divindade e uma ou outra das histrias
tradicionais associadas a ele, e ainda com a ajuda da leitura da sorte e de Opel,
a divinao realizada e proferida(Dennett, 1906: 249).
Opel ou ppr um orculo de categoria inferior de If e
olhado como seu constante assistente, falando-se comumente que o seu
escravo. Opel sempre representado por oito achatadas peas de madeira,
metal ou outra coisa, amarradas juntas, em duas fileiras de quatro de cada lado,
colocadas a iguais distncias uma das outras e unidas todas juntas. A disposio
de uma ou outra dessas peas quando a insgnia inteira lanada e feita
espalhar-se sobre o solo, representaria imediatamente um Od especial, e um
dos principais deveres de Opel mostrar ao babala qual Od particular ele
deveria consultar ante um caso a ele encaminhado.
Opel assiduamente e, por isso, independentemente consultado
pelos babalas, que habitualmente levam suas insgnias de um lado para outro,
isto porque lhes d muito menos trabalho e menor dificuldade do que dirigir-se
ao Mestre, o prprio If, embora devesse ser apenas o caso em assuntos de
menor importncia, e sua reao ou capacidade de resposta seria a de um
servial diante de seu patro, o que no sempre de absoluta confiabilidade
(Dennett, 1906: 250-251).
Em seu prprio trabalho sobre os Iorub, Dennett (1910: 146-150) faz
citaes, ao invs de simplesmente repetir sem quaisquer referncias, de Ellis, J.
Johnson e outros acerca do mtodo de divinao, no acrescentando informaes
21.
novas, exceto sua prpria lista dos nomes das figuras, os quais compara com os
de escritores que o precederam.
Frobenius surge como o primeiro a haver registrado as figuras de If
assim como seus nomes e ordenamento para os Iorub, atribuindo-se ao
Iorub Central, por o que ele provavelmente quer dizer Ibadan. Sua descrio
do processo divinatrio acompanha as de Ellis, J. Johnson e Burton. Na traduo
inglesa (1913: I, 244) de seu trabalho, diz ele que depois de polvilhar a bandeja
divinatria com madeira finamente reduzida a p, o nmero par ou mpar de
amndoas 11 capturadas ao carem registrado em uma srie de linhas simples
ou duplas, desenhadas no fino p, quatro das quais configuram um Odu. Isto
mais tarde ampliado numa passagem, parte da qual confusa tanto em Ingls
quanto no original Alemo. Em Ingls: Ele espalha p branco sobre ela, toma
todas as sementes e arremessa-as em direo sua mo esquerda, com a qual
ele agarra alguma delas. Se o nmero apresado mpar, duas linhas verticais
so desenhadas desse modo: //. Caso seja par, uma linha nica traada com o
dedo da mo direita, desta maneira: /. Quatro lanamentos so efetuados e as
marcas so colocadas uma abaixo da outra. A figura resultante de quatro desses
sinais chamado de Medji, ou um par. Esse procedimento repetido oito
vezes, de modo a dois Medjis estarem sempre prximos, e tambm 4x2 acima,
um do outro. Em Alemo: (oito vezes repetido esse procedimento e por sinal
ficam sempre dois Medji um junto ao outro, portanto 4x2 reciprocamente,
desenhados.) Os nmeros assim registrados so os Odus, traados diante do
orculo para o dia. O quadro assim desenhado sobre o p lido da direita para
a esquerda. ...Cada Medji representa um Odu, suposto consistir de 16 odus, cada
um dos quais novamente composto de 16 e assim por diante (Frobenius, 1913: I,
251-252; 1912-1913: I, 280).
E, finalmente, h o Okpel. um cordo unindo oito metades de
nozes de palmeira 12, e suas extremidades so habitualmente terminadas em
borla de contas, de grande beleza. O Sumo Sacerdote em If possua um com
nozes amarelas em lugar das meias nozes e futuros iniciados em divinao
11
O original diz sementes (Ing. kernels; Al. Kerne-caroos). Frobenius (1912-1913: I, 271-280) diz
repetidamente Palm kernels (Palm-kerne-al) ou If kernels (Ifakerne) e s poucas vezes palm nuts
(Palmnusse-al.), nozes de palmeira. (N do T: -para o portugus mais difcil porque Bascom
impreciso: o ingls kernel semente, o alemo Kern caroo, duas coisas diferentes entre si pois
caroo envoltrio mais semente, portanto no sinnimos; o ingls nut sinnimo perfeito de
Nuss alemo noz).
12
O original novamente diz palm kernels (al. Palmkerne). Frobenius (1912-1913: I, 278) (N do T:
prossegue o impasse de Bascom; tampouco os franceses do soluo quando tratam de If
usam amande amndoa, que caroo, envoltrio plus semente).
22.
23.
24.
25.
26.
Price (1939: 134), que serviu como diretor regional em if, d outro
breve independente depoimento a respeito do babalaw: Eles aprenderam a ler
augrios e dar conselhos a clientes de longe e de perto observando seu futuro.
No posso atestar a preciso desses profetas mas os absorvei trabalhando. Usam
uma bandeja redonda de madeira decorada com entalhes na borda, sobre a qual
esparzida uniformemente areia, como dezesseis nozes da palmeira, metade
das quais tm quatro orifcios naturais cada, enquanto a outra metade s tem
trs. Algumas delas so agitadas como dados e arremessadas ao solo. De acordo
com o modo que caem certas marcas so feitas na areia com os dedos do
sacerdote. Aps vrias repeties desse processo, ele l a configurao final feita
na bandeja e revela seu significado na medida em que diz respeito questo
sobre a qual foi consultado. Demanda anos de intenso estudo para tornar-se um
eficiente babala; havendo, ao que se diz, noventa e nove graus a serem
vencidos antes de atingir o nvel mais elevado. Mais adiante ele repete, as
nozes de palmeira so ento sacudidas e lanadas tais como dados e o veredicto
lido segundo a maneira em que caem. (Prince, 1930: 138-139).
27.
28.
Spieth (1911) sobre o Ewe, Le Herisse (1911), Monteil (1931), Quenum (1935), Gorer
(1935), Bertho (1936), Herskovits (1938), Trautman (1940), o obra monumental de
Maupoil (1943), Alapini (1950), Garnier e Fralon (1951) sobre os Ewe, e uma
coleo de mitos Fa em Herskovits e Herskovits (1958). Houve tambm erros e
repeties nessas obras embora elas incluam alguns estudo independentes e
importantes. Vrios se calcaram em relatos publicados sobre divinao If entre
os iorub; mas os estudos relatados entre os iorub raramente deram ateno as
fontes daomeanas, com exceo para Burton, cuja as informaes so as
primeiras.
Os pontos essenciais do mtodo de divinao foram descritos na
literatura inicial mas que precisa ainda ser escoimada de algumas discrepncias.
Tediosas repeties nestes relatos anteriores, muitas das quais foram excludas
aqui, mostram quo freqentemente narrativas precedentes foram repetidas ou
parafraseadas, habitualmente sem indicao de crditos respectivos. O nmero
de vezes que uma afirmao feita no medida de sua credibilidade, como o
caso das 16 x 4096 configuraes e os 1680 versos para cada figura, para o que
no existe indicao de qualquer verificao independente por escritores que
sucederam a declarao original de J. Johnson.
Da maior parte das discrepncias trataremos mais adiante, nas
discusses a respeito da parafernlia e procedimentos de divinao, mas
algumas delas podem ser deslindadas aqui mesmo. As declaraes de Campbell,
Stone, Bouche, Southon e Price, segundo as quais as nozes de palmeira so
espalhadas ao acaso sobre a bandeja divinatria ou arremessadas ao solo e suas
posies depois interpretadas o que sugere os ossos divinatrios da frica
Oriental so inexatas. A manipulao das nozes conforme fornecido por Meek,
Farrow, Southon, Lucas e Abraham deriva de Ellis, que diz que elas so lanadas
por entre os dedos semi-cerrados, enquanto outros escritores, desde Burton at
Clarke, falem apenas de arremesso de nozes de palmeira de uma mo para
outra. Mais precisa a descrio de J. Johnson, que afirma que o adivinho se
empenha em com um s ato da palma de sua mo direita apoderar-se de todas
as 16.
A descrio de Baudin sobre a mulher ou a me do cliente
carregando as nozes de palmeira s costas e destinadas ao adivinho, embora
repetida por Ellis e Farrow, no confirmada por escritores subseqentes e foi
negada por informantes,tampouco todos os devotos de If trazem
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
meio cozido esmigalhado, conforme descrito por Burton (1863: I, 190), foi
negada por informantes e no tem sido sugerida por observadores
subseqentes.
A SINETA DIVINATRIA (IRO, IRO IFA)
Como as figuras so cosideradas como decorrentes, no
simplesmente do acaso ou sorte, mas controladas por If, que pessoalmente
supervisiona cada divinao, o adivinho pode atrair a ateno desse deus antes
de iniciar a divinao. Com esse objetivo ele percute uma sineta ou baqueta
ritual (iro) contra o tabuleiro divinatrio. Esta conhecida como a baqueta de
If (irofa, iro Ifa) em If, como a baqueta de marfim (iroke, iro ike) em Ibadan e
regio de Oyo, e como orunfa (orun Ifa) ou orunke (orun ike) em Meko; mas os
termos irofa e iroke so amplamente reconhecidos. A baqueta tem, geralmente,
cerca de 20 a 40 centmetros de comprimento, e esculpida em madeira, com a
extremidade inferior, que se bate no tabuleiro, modelada na forma de uma
presa de elefante. A extremidade superior (quando ela segurada)
simplesmente decorada mas tambm entalhada por exemplo, representando
uma mulher ajoelhada; por cima, h, por vezes, uma ponta no formato de
sineta, com ou sem badalo interno. Essa sineta no topo muito mais incomum
que a ponta em forma de presa que percute o tabuleiro. Frobenius (1913: I, 253)
reproduz esboos de quatorze sinetas de If, ilustrando a gama de variedades
existentes em sua forma.
Adivinhos mais ricos possuem sinetas esculpidas em marfim ou
moldada em lato. Um par incomum, procedente de if, fundido em bronze,
acha-se ilustrado na figura 13. Um simples basto coberto com as contas
castanhas e verde-claras de If tambm usado para esse fim em Meko e
conhecido pelos moesmos nomes ou cabo do chicote rabo-de-vaca pode ser
empregado. Muitos adivinhos possuem sinetas divinatrias embora elas no
sejam essenciais divinao e, em if, os adivinhos mais experientes com
freqncia no utilizam os seus.
A seguinte lenda de If, que d conta da origem da sineta ou
baqueta ritual, foi contada por um adivinho de if que a atribuiu figura gb
Okanran:
Em certa poca, Orunmil protegia Elefante e foi para a floresta com
ele. Faziam qualquer tipo de trabalho para obter dinheiro, mas Orunmil no
36.
Ala significa simultaneamente uma parte dos intestinos de um elefante e uma roupa branca.
37.
tabuleiro. Duas bolsas de caurs, uma das quais tambm contm dezoito
dends, so colocadas em frente ao tabuleiro.
O adivinho retira os dends de dentro da bolsa e os pousa dentro do
alguidar divinatrio e, em seguida, o soergue com ambas mos e assopra saliva
nos dends. Ento diz: If acorda, oh, Orunmil. Se voc est indo para a
fazenda, voc deveria vir para casa, oh. Se voc est indo para o rio, voc
deveria vir para casa, oh. Se voc est indo caar, voc deveria vir para casa, oh.
(Ifa ji-o, Orunmil; bi o lo l(i) oko, ki o wa-(i)l-o; bi o lo l(i)-odo, ki o wa- (i)
le-o; bi o lo l(i)-ode, k(i) o wa- (i) le-o.) Isso para assegurar que If
supervisiona a divinao e veja que a figura correta escolhida.
Ele ento coloca o alguidar ritual no solo, esquerda do tabuleiro,
dizendo Eu tomo seu p e aperto o cho assim. (Mo fi esse re te-(i) le bayi.)
Ele ento o ps sobre a esteira assim. Eu carrego voc para sentar sobre a
esteira, assim voc pode me carregar para sentar na esteira para sempre. (Mo fi
esse re te ori eni bayi. Mo gbe o ke l(i) ori eni, ki o l gbe mi ka l(i) ori eni
titi lai.) Ele recoloca o alguidar sobre o tabuleiro dizendo Eu carrego voc para
sentar no tabuleiro de Ifa, desse modo voc pode me carregar para sentar no
tabuleiro de If para sempre. (Mo gbe o ka l(i) ori opon-(I)fa, ki o l gbe mi
ka l(i)-ori opon-(I)fa titi lai.) Essas oraes por vida longa so seguidas por
outras, por filhos e dinheiro.
Ele desenha uma linha no sentido dos ponteiros do relgio com seu
dedo, no p de madeira, ao redor da base do alguidar, dizendo Eu construo
uma casa ao redor de voce, assim voc pode construir uma casa ao redor de
mim 15, assim voc pode deixar filhos me rodearem, assim voc pode deixar
dinheiro me cercar. (Mo ko-(i)l yi o ka, ki o l ko-(i)le yi mi ka, ki o l jeki
Omo yi mi ka, ki o le jeki owo yi mi ka.) Ele apaga a linha com seu chicote
rabo-de-vaca dizendo: Eu fao homenagem, oh; fao homenagem, oh.
Homenagem vem para passar; homenagem vem para passar; homenagem vem
para passar. (Mo ju-(i)ba-o, mo ju-(i)ba-o; iba se, iba se, iba se.) Ele pega um
pouco de p de madeira do tabuleiro e o pe sobre o solo, dizendo, Cho, eu
presto homenagem; homenagem vem para passar. (Ile mo ju-(i)ba; iba se.)
Ele coloca de novo o alguidar de lado e traa, no p divinatrio ao
centro do tabuleiro, uma linha que se afasta dele, dizendo: Eu abro para voc
15
Ou Eu fao uma cerca em torno de voc, assim voc pode fazer uma cerca em torno de mim.
(Mo so-(o)gba yi o ka, ki o la so ogba yi mi ka.)
38.
um caminho reto e direito; assim voc pode abrir para mim um caminho reto e
direito; assim voc pode deixar que as crianas tomem esse caminho at minha
presena, assim voc pode deixar que dinheiro tome esse caminho at minha
presena. (Mo la ona fun o tororo, ki o le la ina fun mi tororo; ki o le jeki
Omo to ona yi wa s(i)-odo mi, ki o l jeki owo to ona yi wa s(i) odo mi.)
Depois ele remexe o p de madeira no cho com a extremidade do cabo do
chicote rabo-de-vaca, dizendo: Eu fao o cho assim. (Mo se ile bayi.) Do
mesmo mo-do ele remexe o p de madeira sobre o tabuleiro, dizendo: Eu fao
o tabuleiro assim.(Mo se opon bayi.)
Batendo no tabuleiro com a sineta divinatria ou com o cabo do
chicote rabo-de-vaca, ele recita: Escalar e tagarelar. Se o Cinzento Picapau
Oeste-africano sobe ao topo de uma rvore, ele vai tagarelar. Escalar e tagarelar,
oh, escalar e tagarelar. Se o pssaro Agbe desperta 16, ele vai tagarelar. Escalar e
tagarelar, oh, escalar e tagarelar. Se a Galinhola desperta, ele vai tagarelar.
Escalar e tagarelar, oh, escalar e tagarelar. (A-gun se-o, a-gun se. Bi Akoko
g(un) ori igi a se. A-gun se-o, a-gun se. Bi Agbe ji a ma se. A-gun se-o, a-gun
se. Bi Aluko ji a ma se. A-gun se-o, a-gun se.)
Ele prossegue: Elegbara (ou seja, ), homenagem, oh (Elegbara,
iba-o) e recita diversos nomes de louvor de , Ogum tagarela (Ogun se),
seguido de nomes de louvor de Deus de Ferro; Oxum vai tagarelar (Oun a
ma se), acompanhado de nomes de louvor de Deusa do Rio Oxum; Xang,
sua homenagem, oh, homenagem (ango iba-e-o, iba) e nomes de louvor do
Deus do Trovo. Ele continua a invocar e recitar os nomes de louvor de tantas
divindades quantas possa, sendo a ordem sem importncia depois de e
Ogun. Ele, ento, passa a invocar os reis vivos e mortos: Reis na terra e Reis nos
cus, sua homenagem, oh (Oba aiye ati oba orun, iba yin-o) e a terra: Cho,
sua homenagem, oh. (Ile iba e-o.)
Ele conclui, Orunmil, sacrifcio oferecido; Orunmil, sacrifcio
satisfatrio; Orunmil, sacrficio vem para passar 17 (Orunmil-bo-ru,
16
39.
40.
II
II
II
II
II
II
41.
Destarte, a figura gb Meji ser representada por duas longas linhas paralelas
e Oyek Meji por quatro delas.
Tal modelo constitui uma das 256 figuras (odu) de If, neste caso
Okanran Irete. Essas figuras so tambm conhecidas por caminhos de If,
enquanto sua designao mais vulgar, odu, explicada como significando algo
grande ou volumoso. Cada figura recebe denominao e interpretada em
termos de suas duas metades, na qual a direita considerada como masculina e
mais poderosa do que a esquerda, feminina; por este motivo, o nome da
metade da direita precede o da esquerda. As metades de uma figura so ditas
ps, de acordo com Epega, e lados ou braos ou mos conforme
informantes de If, mas no h termo especfico para distinguir as 16 figuras
bsicas das 256 derivadas.
Cada metade de uma figura pode tomar uma das 16 formas bsicas
mostradas anteriormente, obedecendo frmula 2n- para o nmero de
permutaes de caras/coroas para uma moeda jogada quatro vezes sucessivas,
com 2 sendo o nmero de alternativas (cara ou coroa) e n o nmero de jogadas.
Cada uma dessas configuraes 16 pode surgir tanto numa quanto noutra
metade duma figura e ficar associada com a mesma configurao ou com uma
das outras quinze da outra metade. Se gb aparece direita, por exemplo,
pode ser combinada com outra figura gb, ou com Oyeku, Iwri , Edi, Obar
e assim por diante no lado esquerdo, dando um total de dezesseis figuras com
gb do lado direito. Como o mesmo vale para cada uma das 16 configuraes
bsicas, um total de 16 X 16 ou 256 figuras derivadas so possveis.
A cada figura derivada dado um nome composto, baseado nos
nomes dos modelos da direita e da esquerda. O nome do lado direito precede
sempre o do lado esquerdo, de modo a que, na ilustrao acima, a figura
Okanran Iret e no Iret Okanran. Porque esta ltima outra figura, com um
diferente conjunto de predies e sacrifcios, essencial a diferenciao entre as
duas metades da figura por meio da orientao do tabuleiro divinatrio e das
duas metades do cordo ritual apropriadamente. Note-se que o divinador
trabalha da direita para a esquerda ao desenhar as linhas no tabuleiro, ao ler a
figura e ao escolher entre alternativas especficas, conforme descrito adiante. De
novo, assim como If ensinou os divinadores a fazer.
Em 16 das 256 figuras, as duas metades so idnticas, de modo que
se pode encontrar gb gb, Oyek Oyek, Iwri Iwri, etc. Essas figuras
42.
43.
44.
Obatal (orial)
Hevioso (sang)
Orial ou Oun para menino, esposa de if para menina
ang, Oy, Ogun, Agbona, Buku (Nan Buruku).
ang
2. Oyek Meji
Beyioku:
Awon Yia mi (fenticeiras)
Herskovits: Maw (Odua, Odudwa)
If:
Or ( cabea)
Meko:
Oun, Agbon, Osi, Oy
Oyo:
Obatal ( Orisal)
20
45.
3. Iwri Meji
Beyioku:
If
Herskovits: Dan, arco-irs
If:
If, E
Meko:
Nan Buruku, Babaligbo (opon), Oumar
Oyo:
Ogun
4. odMeji
Beyioku:
Herskovits:
Ife:
Meko:
Oyo:
E
Hoho, Ibeji
Egungun, Odu de If
Obatal (orisal), ang, Iroko,
On
5. bar Meji
Beyioku:
Wr
Herskovits: Dangbe
Ife:
gb, (abiku) para menina; Odu de If para homem, Wash Head (cabea
lavada) para ancio.
Meko:
Erinl, Ar
Oyo:
y
6. Okaran Meji
Beyiouku: Erikiran
Herskovits: Loko (Iroko)
If:
If
Oyo:
Yemonj
7. Irosun Meji
Beyioku:
un
Herskovits: Lisa (rial)
If:
If, ang
Meko:
Osumar, legbara (Eu), Iroko
Oyo:
Ibeji
8. worin Meji
Beyioku:
balufon
Hersokivits: Thsu
If:
Meko:
legbara, un
Oyo:
nril`
9. Ogunda Meji
Beyoiku:
Ogua
Herskovits: Gu (ogun)
If:
Orisal
Meko:
Iya mi (fenticeiras)
Oyo:
ang
1. Irt Meji
Beyioku:
baluaiye (pn)
Herskovits: Na
If:
ranfe
Meko:
si, Agbona, Iroko, Oro
Oyo:
ang
12. Otura Meji
Beyioku:
ang
Herskovits: Kukut, o morto (oku)
If:
un odo (un onde pessoas tiram gua)
Meko:
lrun, Ogun, um
Oyo:
Alufa (advinhos mulumanos)
46.
Meko:
Oyo:
47.
14. Ik Meji
Beyioku:
nile (Ougbo,Ogbni)
Herskovoits: Hoho, Ibrjis
If:
On ( Caminho)
Meko:
Agbona, Ogun, Are, Itagun
Oyo:
Ori (cabea)
15. Meji
Beyoiku:
Aj (dinheiro)
Herskovits: Dfda Zodji
If:
Oro, un,
Oyo:
Oris Oluwa, If, Lgbara.
16.Ofn Meji
Beyioku:
Orianl (Orial)
Herskovits: Aido Hwedo (Oumar)
If:
Odu de If
Meko:
Oris Olwa, If, lgbara ( Eu)
Oyo:
Odu (ver captulo IX)
Um exame de 86 listas das 16 figuras bsicas de If, fundamentadas
em 61 fontes, estabeleceu que estes nomes constituem padro atravs do
territrio Yorub, e com alagumas modificaes de pronncias e grafia, entre os
Fn do Daom, os Ewe e Gana, e em Cuba e no Brasil igualmente (Bascom, 19611966). Ficou tambm demostrados que uma ordem apara as 16 figuras
emparalhedas predominante, sendo dada em 42 das 86 listas incluindo 30 das
60 dentre os Yorubs. 4 das 16 para Fn, e uma das 3 listas Ewe, 5 dentre as 6 de
Cuba e na nica lista disponvel no Brasil 21.
Embora a ordem dominante corresponda metade do nmero total
das listas analisadas, 21 outras hierarquias foram registradas. Algumas destas
so indubitavelmente imprecisas, conquanto outras sugerem fortemente
variaes regionais. Para os Yorubs , essas variantes esto amplamente
21
Duas listas Iorub adicionais, na ordem dominante, foram acrescentadas por Prince (1963:3) e
McClelland (1966:422), este ltimo corroborado por 22 informantes
48.
49.
que foi wrin Meji que combateu Ofn Meji. Um deles explicou que eles so
iguais por estarem ainda lutando pela oitava posio. O outro adivinho narrou
a seguinte lenda (fazendo o reparo que hoje gb Meji considerado o pai de
todas as figuras enquanto isto apenas se refira sua posio na hierarquia).
QUADRO 3
A ORDEM DAS FIGURAS BSICAS DE IF
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
1111
2222
2112
1221
1222
2221
1122
2211
1112
2111
1121
1211
2212
2122
1212
2121
IF
gb
Oyek
Iwri
d
br
karan
Irosun
wrin
Ogund
s
Irt
Otur
Otorukpon
Ik
O
Ofn
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
SUDOESTE IORUB
1111
gb
2222
Oyek
2112
Iwri
1221
d
1122
Irosun
2211
wrin
1222
br
karan
2221
1112
Ogund
s
2111
2122
Ik
Oturukpon
2212
1211
Otur
Irt
1121
1212
O
Ofn
2121
50.
Otur no havia retornado, e ele tambm ficou para comer e beber com Obg
Meji. Um aps o outro foi mandado para desvendar o que passava, at que
todas as figuras casadas e todas as combinaes se tinham ido, tendo Ofn Meji
sido deixado sozinho.
Finalmente, Ofn Meji segui pessoalmente e bateu a pota de gb
Meji. Todo mundo sabia de quem se tratava e lhe disseram para que aguardasse
l fora. Trataram, em seguida de ajuntar os ossos, de seu banquete e os jogaram
para ele l fora, dizendo-lhe que no mais o queriam. E que ele agora ficaria
abaixo de todos e receberia apenas o ltimo pedao. Ofn Meji no concordou
com issu, Penetrou na casa e comeou a lutar para abrir o seu caminho atravs
dos grupos, em direo a gb Meji. Lutou com cada um por sua vez,
derrotando todas as combinaes e figuras emparelhadas at alcanar Oworin
Meji. Os dois lutaram, e lutaram at quem os demais apelaram para If no cu.
If determinou que Ofn Meji e Oworin Meji seriam iguais na hierarquia,
fazendo rodzio da prioridade. Esta e a razo pela qual Ofn Meji passa adiante
a Oworin Meji quando Ofn Meji lanado primeiro, mas quando wrin
Meji arremessado primeiro,passa a frente de Ofn Meji (ver captulo V).
Pelo mesmo motivo, Ofn gb wrin gb so equivalente, Ofn
yek e wrin yek tambm o so eassim por diante. As dezesseis figuras
parelhas destituem, em posio todas as combinaes, que tambm seguem esta
ordem modificada, com gb Ofn e yek wrin dividindo a 23 posio,
yek Ofn e yek wrin ligados na 38, e por ai vai. De acordo com alguns
informantes, Os Otur, na qualidade de mensageiro das figuras emparelhadas,
os segue imediatamente e desbanca toda as outras combinaes, mas outros
encaram gb yku como combinao mais antiga, e em um verso (2-1) referese a gb yku, pai das combines.
QUADRO 4
A ordem de procedncias das primeiras sessenta e uma figuras
1. gb Meji
2. yk Meji
3. Iwri Meji
4. Od Meji
5. br Meji
6. karan Meji
7. Irosun Meji
8. Ofn Meji
9. wrin Meji
10. Ogund Meji
11. s Meji
12. Iret Meji
13. Otur Meji
14. Oturukpon Meji
15. Ik Meji
16. Meji
17. gb yk
18. gb Iwri
19. gb d
20. gb br
21. gb karan
22. gb Irosun
23.gb Ofn
24. gb wrin
25. gb Ogund
26. gb s
27. gb Irt
28. gb Otur
29. gb Otorukpn
30.gb Ik
31. gb
32. yek gb
33. yek Iwri
34. yek Od
35. yek br
36. yek karan
37. yek Irosun
38. yek Oun
39. yek wrin
40. yek Ogund
41. yek s
42. yek Irt
51.
52.
53.
Segundo arremesso
Iwori Meji
yeku Ogbe
Iwri Edi
Ofun
wrin Iwori
yku Ofun
Otura wrin
Ofun meji
54.
Deste modo, quando wrin Meji seguido por Ofun meji, como
H, a primeira alternativa escolhida porque as duas so de equivalente
hierarquia e o segundo arremesso, confirma o primeiro. De modo anlogo, se
Ofun Meji, aparecesse no primeiro arremesso, teria tambm precedncia em
relao a wrin Meji num segundo arremesso, embora na realidade prtica
isto no aconteceria por que Ofun Meji uma das figuras que so finais na
escolha entre alternativas especficas quando aparecem no lanamento
inicial.Por conseguinte, no se colocaria a questo de se fazer um segundo
lanamento. Essas figuras no so finais quando elas terminam o
questionamento do consulente por meio de alternativas especficas mas
somente ao responderem ao ponto em questo no momento e apenas se
aparecerem no primeiro arremesso. As figuras que so finais nesse sentido e por
conseguinte, selecionam a primeira alternativa imediatamente, que so: Ofun
Meji, Iwori Ofun, baro Ika, wri Ika, Ogund Ogbe, Ogund Iwori, Irt
e Otur. A esta lista, um adivinho acrescentou Ogbe yk, e outro
aduziu Otur Ogbe, Otur karan, e Iret. Todos esse informantes eram
adivinhos de If, assim sugerindo que podem haver variaes individuais em
relao a este tema, dependendo do professor com que o adivinho estudou.
Quando If solicitado a escolher entre mais de duas alternativas
existem diversas ocasies em que lhe so submetidas cinco, o aparecimento
dessas figuras no primeiro arremesso de novo indica que a primeira alternativa
est selecionada e nenhum outro lanamento se faz mais necessrio.
Mas, se Ofun Meji aparecesse no segundo, terceiro, ou quarto,
arremesso, a srie completada; neste caso, Ofun Meji seja confirmado por
wrin Meji num lanamento subseqente, como no exemplo I do quadro 6,
embora pudesse ser sobrepujada por uma figura mais elevada em qualquer
outro arremesso, como em J. Em todos os exemplos seguintes, a segunda
alternativas escolhidas e a figuras que seriam finais caso ocorressem no
primeiro arremesso sero indicadas por asteristicos.
O exemplo K ilustra como Ofun confirma wrin desde
que no seja excedido em graduao, enquanto L mostra que, por mais
freqentemente que uma figura tenha sido confirmada, ela pode ser batida por
outra de mais elevada categoria. Como Ogb Meji precede todas as outras
figuras, ela constitui uma figura final em qualquer conjunto nico de
55.
alternativas, qualquer que seja a posio em que ocorra uma vez que no existe
possibilidade alguma de laser batida em qualquer arremesso subseqente.
Dois modelos variantes, descritos por nico adivinho em caso,
deveriam ser elevados em considerao. Um defendia que qualquer das figuras
finais encerrava o lanamento para um determinado conjunto de alternativos,
independentemente da posio em que ocorriam. Se uma aparecia no terceiro
arremesso, por exemplo o quarto e o quinto no seria realizados e a mais
elevada graduao das trs primeiras seria a escolhida. No exemplo I a L, no
haveria lanamento mais nenhum depois do primeiro asteristicos de cada
fileira, mas a figura selecionada continuaria ainda a ser aquela da segunda
coluna.
QUADRO 6
A ESCOLHA ENTRE CINCO ALTERNATIVAS ESPECFICAS
ARREMESSOS
Primeiro
Segundo
Terceiro
Quarto
Quinto
I. Ogund Meji
Ofun Meji
Osa meji
wrin Meji
Irt Meji
J. Iwori Meji
yku Meji
Ofun Meji
wrin Meji
Odi Meji
K. Otur Odi
wrin e
Ogund Iwori
Otur
Ofun
L. e Ogbe
Iworin Ofun
Ogbe
Ogbe
Ogbe
56.
57.
58.
59.
60.
Quadro 7
A. Boa Sorte
5
loua
osso
Caracol
caurs
pedra
Derrota dos
inimigos
filhos
casamento
dinheiro
Vida longa
Pedra
Caracol
Osso
Luta
Doena
Morte
B. M Sorte
5
Loua
Perda
4
Caurs
Carncia de
dinheiro
61.
ADIMU
Quando a natureza da iminente boa ou m sorte tiver sido
explorada na medida de satisfazer o cliente, prximo passo perguntar se um
sacrifcio (b) a ser suficiente ou se uma oferenda adicional se faz
necessria. Isto indagado em termos de duas alternativas, eb e adimu; este
ltimo, que interpretado como significando abrigar-se , sendo entendido ter
em mira adimu, alm do sacrifcio (eb) mencionado no verso.
Se adimu escolhido, If precisa ento ser perguntado sobre a quem
seria oferecido, de novo em termos de uma escolha entre cinco alternativas
especficas. Os mesmos objetos so usados para represent-las, e so dispostos
diante do adivinho como mostrado no quadro m9, com os nmeros novamente
indicando a ordem na qual o opel arremessado.
62.
Probabilidade
1 em 2
1 em 4
1 em 8
1 em 16
1 em 32
Percentual
50,0
25,0
12,5
6,25
3,125
Cada6
Cada7
Cada8
Cada9
Cada10
1 em 64
1 em 128
1 em 256
1 em 512
1 em 1024
63.
1,563
0,761
0,391
0,195
0,098
QUADRO 9
A ESCOLHA DE ADIMU
5
Loua
Occpito
4
Pedra
Fronte
3
Caurs
If
2
Caracol
Orix
1
Osso
Egungun
64.
65.
66.
67.
68.
para o consulente ou que algum morrer certamente o que quer que possa
fazer. Isso coerente com a crena Yorub em um destino que controla suas
vidas e em um pr-determinado perodo de vida que pode ser encurtado por
foras malficas mas nunca alongado (ver cap- XI). Delano (1937:180-181)
descreve uma predio para a filha de um amigo: A molstia vai provar-se fatal.
Algum sacrifcio? Perguntamos juntos a ele. No h sacrifcio. Ele morrer.
Anunciou, ele, mas alertou ao pai para obter certas medicinas que poderiam ter
efeito curativo. No fica chato se essas medicinas eram uma amigvel ilao
ntima,ou se estavam prescritas nos versos. Com essas poucas excees, toda
divinao deveria terminar com oferecimento de um sacrifcio, e s no assim
se o consulente deixa de cumprir com suas obrigaes implcitas.
considerado recomendvel realizar o sacrifcio to cedo quanto
possvel e certo nmero de versos (por exemplo,14-1, 18-2) advertem para os
perigos de seu adiantamento. Conforme vrios verso (35-7, 54-6) deixam claro,
se um consulente no dispem de recursos para custear o sacrifico prescrito,
prudente para ele dar pelo menos uma parte, a fim de acalmar . Se um
sacrifcio barato e exige apenas matrias rapidamente disponveis, com
freqncia feito imediatamente. O consulente pode enviar algum a sua casa
para pega-los ou dar-lhe o dinheiro para adquiri-los no ,mercado, aguardado
com o adivinho at que eles cheguem, ou ele pode sair em sua busca,
pessoalmente. Se o consulente tem dificuldade em levantar o dinheiro ou
encontrar algum material, o sacrifcio pode ser feito vinte um ou mais dias mais
tarde.
Quando postergado, um sacrifcio, comumente oferecido no dia de
segredo (j Aw), que sagrado para If, mais amplamente conhecido em If
(ja If). Nesse dias, os babalaws fazem divinaes uns para os outros, e em
Meko eles preferem jogar semente decola, isto porque dizem que os dends e o
Opel requerem sacrifcio mais dispendiosos.
Se o sacrifcio custa mais caro do que o consulente possa suportar, se
ele no confia no divinador, ou ainda se no credita da predio, ele
simplesmente vai embora e no volta. Mesmo que o verso tenha especificado
que o sacrifico teria de ser realizado imediatamente, o divinador no dispem
de meios de conhecer sua deciso,e de qualquer modo, no faz a menor
tentativa para for-lo a realizar o ato ou induzi-lo assim proceder mediante
reduo do sacrifcio. Se o consulente e o adivinho se encontram na rua, este
69.
70.
tanto pode ser aumentado quanto diminudo. Novamente por meio de duas
alternativas especficas, o divinador sugere um sacrifcio semelhante ao
mencionado no verso mas alterando-lhe as quantidades ou intens involvidos e
perguntando se aceitvel ou no . Um srie de tais variaes e proposta at
quem uma delas seja aceita por If se um sacrifcio inclui duas sementes de cola
seu nmero pode ser aumentado para quatro, seis, oito ou mais, ou, ento,
reduzido a uma ou nenhuma.
71.
2.000 caurs era 4s.6d. 23 , segundo tuckeer (1853: 26) e como tendo cado para a
faixa entre 2s. e um 1s. 5d., segundo Burton (1863: I, 318-319), quando caurs
ainda mais baratos estavam sendo importados de Zanzibar. Estes caurs de
Zanzibar (owo ey) conduziram os menores caurs brancos da ndia e das ndia
Orientais para fora de circulao como moeda, conquanto ainda sejam usados
com propsitos rituais. Quando caurs foram substitudos por moeda corrente,
o valor de 2.000 caurs estabilizou-se a 6 d. , pelo menos com o fim de divinao
ou 80.000 libra. Caurs eram contados em cordes de 40 cada, em feixes de 200
( 5 cordes), em cabeas de 2.000 (10 feixes) e em sacas de 20.000 (10 cabeas)
pesando 60 libras. Na faixa de dinheiro incluido nos sacrifcios, a unidade
bsica de contagem de 2.000 caurs (egebewa, egba).
Quando dinheiro est includo no sacrifcio, fica entendido que,
exceto quando especificado diversamente no verso, fica em poder do divinador
a ttulo de pagamento (eru). Alguns versos elucidam quando ele no recebe
pagamento algum; outros dizem que ele no pode conserv-lo e precisa passlo adiante.
Alguns versos (p.e. 35-7, 241-2, 248-1, 248-2) exigem a mesma soma
de dois ou mais indivduos, incrementando o rendimento potencial do
divinador mas no o custo para cada consulente individual. Os montantes mais
comumente mencionados nos versos registrados so 7 d. 2 o. (doze exemplos), 1
s. 7d.8 o. (catorze exemplos), 3 s. (vinte e trs exemplos) e 11 s. (doze exemplos).
A faixa estende-se desde menos de um penny (7,8 oneres) at trinta Shilling, com
dois shilling com medial.
Essas somas de dinheiro eram muito mais custosas naqueles tempos
anteriores a inflao, que reduziu o valor dos caurs, mas mesmo assim eles no
eram nada baratos em 1937-38. Segundo Farde e Scott (1946:91) o salrio por dia
dos trabalhadores das fazendas de cacau de If era apenas uma safra muito
prspera de cacau, e, em 1937, trabalhadores de cacau recebiam simplesmente
seis pence por dia, de acordo com informantes de If.
Se Ogb Meji ou karan Iwori so a primeira figura de um
arremesso para o consulente, ele precisa um adicional de seis pence. Ambas
remuneraes adicionais so chamadas de 2.000 caurs (Egba, bgw), e a
23
72.
ltima conhecida como karan que Egan toma a mas o dinheiro fica com
o adivinho, como parte de seu pagamento.
Ao invs de dinheiro, ou adicionalmente a ele, os sacrifcios
demandam aves domsticas ou animais selvagens ou carne de caa, ratos ou
peixes secos, caracis, ovos, cars, dends, cola, amendoins, feijes, folhas,
comida cozida, cerveja de milho, tecidos ou roupas, corda, sacos , potes,
pratos,cabaas, escavadoras, enxadas, machados, cutelos ou alfanjes, facas
lminas de barbear, agulhas, anis, contas, giz, chicotes, porretes piles,
tambores, ou outros matrias. O valor global de eles exceder o do dinheiro
exigido no sacrifico .
Salvo especificam outra contida no verso, o sacrifcio inteiro, exceto
por dinheiro, pertence em teoria a Olorun e deve ser depositado no sacrrio a
. No entanto, o divinador pode indagar If. Por meio de alternativas
especficas, se ele pode ficar com alguns dos matrias sacrificais para si prprio
como parte do pagamento que lhe devido; e pode sugerir em se dar
apenas uma pena de frango ou um plo de bode ao invs de abater ou oferecer
apenas um fio de linha em lugar de uma pea de tecido.Em cada caso, as
probabilidades so meio a meio.
Quando um animal sacrificado, sua cabea dada a , mas If
tem de ser perguntado quando desateno a ser dada ao corpo. A primeira
indagao se ser comido. Caso a resposta seja afirmativa, a carne cozida e
ingerida pelo divinador, sua famlia e visitantes, com o consulente no
recebendo nada. Se a resposta for negativa, If consultado se ser dado outro
adivinho ou se divinador um lgan ou um Olhudo ( ver cap IX); finalmente os
nome individuais de adivinhos so sugeridos, seqencialmente. Caso no seja o
caso de ser e nenhum deles, If perguntado se a carne pra ser assada e
dividida entre os habitantes de um mesmo conjunto habitacional (compoud) do
divinador. Se a resposta negativa, indaga-se a If se para corta-lo em pedaos
e os pr dentro de um fragmento de cramica com leo de dend e deixado
como oferenda (ipes) para feiticeiras (aje) numa bifurcao de vereda, um rio e
outros lugares determinados.
Uma vez que tamanha quantidade de perguntas so deixadas em
mos de If e tambm porque a destinao dos matrias sacrificais
freqentemente no so especificadas no verso, no existe frmula fcil para se
listar os sacrifcios mencionados nos versos que se relacionam com rendimentos
73.
74.
lhe o que poderia fazer para recompensar pela ajuda. ela disse que no tinha
filho e assim If teve relao com ela. E lhe disse que uma vez suas outras
esposas no podiam saber que ele havia tomado outra mulher, ela no poderia
viver com ele Poye ficou grvida deu a luz a uma filha. Perguntaram-lhe quem
era o pai da criana e ela disse que era If. Deu a criana o nome de lm.
Naqueles tempos, If costumava sacrificar seres humanos. Disse a
sua gente que lhe trouxessem um escravo para que pudesse sacrificar a sua
ancestral alma guardi e eles lhe trouxeram lm. Ele disse que faria seu
ascrifcio trs dias depois, nesse entretempo, ordenou lm a socar maisena n o
pilo. Enquanto pilava, ela dizia Sou filha de Poye, se eu tivesse um pai no me
teriam prendido para sacrifcio. As trs mulheres de If (Osu, Odu e Osun)
escutaram o que ela dizia e contaram a If que a menina que moia a maisena era
estranha e que ele deveria escutar o que ela falava. Quando If ouviu, indagou
Como aconteceu que voc a filha de Poye?, Ao que ela respondeu que sua
me havia contado: Ajudei a seu pai a sair de um poo depois tivemos relaes
e eu tive voc como filha. If disse Oh! Que desgosto! ela minha filha!
Suas trs esposas perguntaram Oh! Quando foi isso que voc
tomou esta mulher e teve outra filha ? If replicou, No foi assim eu estava em
dificuldade e essa mulher me tirou de dentro de um buraco. Pediu-me um filho
e eu a recompensei pelo o que tinha feito por mim. Ento ele as mandou
comprar um bode para sacrificar e libertou lm 25. E disse que daquela vez
em diante eles no deveriam mais trazer sacrifcios humanos para ele; que
deveriam sacrificar apenas cabras. Desde aquele tempo, cabras tm sido
sacrificadas a If.
Sacrifcios so rituais em si mesmos, variando de caso a caso, o que
os divinadores tm de aprender a realizar corretamente durante o perodo de
aprendizado. No exemplo que se segue, o verso escolhido (183-4), destinado a
um consulente que projeta fazer uma viagem, indicou quatro pombos e 16 mil
caurs (quatro shillings) como sacrifcio, a que dois grandes bocados de massa de
maisena e uma pequena quantidade de leo de dend foram agregados por
meio de alternativas especficas. Dois ratos secos e dois peixes, tambm secos,
tinha sido selecionados como adimu a ser dado a If. O consulente deu ao
divinador quatro shillings, que constituam os seus honorrios, e trs shillings e
seis ponce para seu aprendiz adquirir o material restante no mercado. Os
25
75.
quatro pombos custam trs shillings embora menores poderiam haver sido
comprados por sete pence cada, enquanto seis cobriam os gastos com peixes,
ratos, a massa e o leo de dend
A figura Otur Irosun que havia sido jogada com o opel, achava-se
marcada no p divinatrio no tabuleiro, e quatro pilhas de folhas,
providenciadas pelo divinador encontravam-se pousadas frente a bolsa
divinatria os dois torres de massa de maisena foram partidos pela metade e
cada pedao foi colocado no topo de cada uma das pilhas de folhas. Os 4
shillings fornecidos pelo consulente foram ento postos sobre o tabuleiro, com
oito caurs que eram para representar o todo26 e eram intermitentemente
mexidos no p enquanto o divinador repetia todos os versos de Otur Irosun, j
previamente recitados, segurando os quatro pombos com sua mo esquerda.
Em seguida, os caurs eram retirados e postos em contato com a cabea do
consulente; os quatros shilling foram postos parte, para o divinador.
Dois pombos foram dados a cada um dos dois assistentes, postados
a cada lado do adivinho. Depois de passar leo de dend nas lminas da faca,
fabricada localmente, e da navalha, importada, que eles usavam, cada um
cortou fora a cabea de um pombo, abriu seu estmago com um corte, esvaziouo de alimento, tirou fora o corao e jogou-o ao solo perto da cabea. Foi dito
que os coraes e as cabeas seriam jogadas fora. Os dois pombos foram
pousados no alto de duas pilhas de folhas centrais e a massa de maisena serviulhes de recheio.
Os dois pombos remanescentes foram devolvidos ao divinador que
os segurou enquanto arremessava o Opel novamente perguntando a If se
poderia ficar com eles como parte de seus honorrios. If recusou e eles
abatidos do mesmo modo que os outros, recheados co a massa de maisena e
colocados sobre pilhas exteriores de folhas. Dois caurs foram ento colocados
sobre a massa de recheio de cada pombo, p divinatrio polvilhado sobre eles e
leo de dend derramado por cima de cada um (cf. verso-1-9). Os pombos
foram ento encostados na cabea do consulente, dois por vez, e postos dentro
de um cabaa; em seguida, um pouco do p divinatrio foi polvilhado em
estreita linha desde detrs da cabea at a testa do consulente(cf.n 6,verso-1-5 e
figura 20.). Naquela noite, depois de escurecer, o divinador faria o sacrifcio ser
levado para uma encruzilhada, onde seria deixado para . Seria evitado pelas
26
Como caurs so contados em unidades de 2 mil, 4 shillings aquivalem a oito unidades; cada
unidade, valendo seis pence, era representado por um cauri
76.
AS PREDIES
Trs etapas principais etapas envolvem a divinao If. A principal
a seleo da figura ou configurao correta, com a qual associada a mensagem
que If deseja ver transmitida ao consulente. Isso conseguido por intermdio
da manipulao de dends ou pelo arremesso de Opel, e pode ser interpretado
em termos das leis da probabilidade, com cada uma das figuras tendo uma
chance em 256 para parecer. Conforme encarado por divinadores Iorub e
consulentes, a escolha no deixada ao acaso ou sorte; antes, controlado por
If, pessoalmente. Do nosso ponto de vista, If, mais que , poderia ser
descrito a divindade ou a persnificao do acaso ou da sorte. A figura inicial
jogada que determina o grupo de versos que sero recitados.
Em segundo lugar, o verso correto relacionado com o problema do
consulente precisa ser selecionado dentre aqueles que o divinador tiver
memorizado para essa figura. Os versos lidam com uma gama de problemas
com os quais o consulente pode est sendo afrontado, incluindo enfermidade e
morte, pobreza e dvidas, contraindo matrimnio e tendo filhos, adquirindo
terra nova e construindo nova casa, escolhendo um chefe e obtendo um
ttulo,empreendendo um negocio, fazendo viagem e recuperando uma
propriedade perdida. Os versos prescrevem o sacrifcio a ser oferecido, embora
isso possa ser, de algum modo, modificado, e eles predizem o resultado ou
desenlace do problema do consulente. Os versos so a chave do sistema inteiro
de divinao; e a seleo do verso correto, contendo a mensagem que If deseja
ver comunicada ao consulente ponto crucial de todo o processo.
77.
78.
recitado como espera at o fim dos versos antes de decidir qual o mais
apropriado. Como cada figura tem versos ligados a uma variedade de
problemas, no existem nada de misterioso, como Delano e outros j sugeriram,
a cerca de modo como o divinador chega a uma resposta para o problema do
consulente. Este descobre sua prpria resposta, ou seja, a predio e o sacrifcio
requerido quando escolhe o verso mais diretamente relacionado ao seu prprio
caso.
Isso no quer dizer que os divinadores so charlates ou que o
sistema inteiro seja uma fraude, conforme tanto observadores europeus como
africanos cultivados por vezes concluram. O que realmente significa, entretanto
que a divinao de If essencialmente, uma tcnica projetiva, comparvel ao
teste de Rorschach, em que sua interpretao depende das motivaes do cliente
e de outros fatores psicolgicos, conforme Ren Ribeiro (1956: 18 49) diz. Este
paralelo foi reconhecido por uma sacerdotisa de um culto afro- brasileiro
derivado de Yorub, no Recife, que encarou o teste de Rorschach como uma
tcnica divinatria e perguntou a Ribeiro (1956:5-6) para espiar If para ela.
Finalmente, deveria ser ressaltado que , uma vez que os versos de If so
freqentemente ambguos, acarretando obrigatoriamente a reestruturao para
fins de interpretao de stimuli francamente estruturados para fins de
interpretao, sua aproximao com os melhores mtodos projetivos torna-se
mais do que legitima.(Ribeiro, 1956:20) O cliente, dependendo de seu prprio
problema, seleciona o verso que fornece sua resposta, e ele tambm interpreta
os problemas das personagens mitolgicas nos versos em termos de sua
prprias necessidades e ansiedades. Relacionado a isso, deve ser recordado que,
de acordo com trs autores Iorub, J.Johnson, S.Johnson e Lucas mais o
divinador e no cliente quem seleciona o verso adequado.
Para aqueles que esperam que a divinao lhes conte qual candidato
ir ganhar a prxima eleio ou qual cavalo ir vencer no terceiro preo, uma
palavra explicativa se faz necessria. possvel fazer tais perguntas por meio da
tcnica alternativas especficas, mas fazer assim seria tolice e nem provaria nem
desmentiria a eficincia do sistema de divinao pois que suas estruturas de
referncia so bastante diferentes das perguntas que If responde. Em essncia,
estas so: Qual dos candidatos propostos deveria ser selecionado no melhor
interesse de todos os envolvidos? ou Qual dentre as localizaes residenciais
sugeridas ser a melhor para o bem estar das pessoas que l vo habitar? e
Quais sacrifcios so necessrios para assegurar o resultado mais favorvel?
79.
80.
81.
conhea versos bastantes para a figura que jogada, ele pode tocar os
problemas mais importantes que confrontam qualquer consulente na sociedade
Iorub, e umas outras sociedades igualmente. Os prprios iorubs tem ponto de
vista assemelhaste sustentando que respostas a todos os problemas so
encontradas em If e censurando a ignorncia do divinador ao invs do sistema
toda vez que ele deixa de recitar um verso aplicvel as suas necessidades
quando tal ocorre, a resposta e que o divinador no sabe o suficiente e a soluo
obvia e consultar outro que sabe mais. Um provrbio refere-se satiricamente ao
divinador que hesita e fica olhando para o alto, desamparadamente por no
haver aprendidos versos suficientes ou no consegue lembrar-se do que vem em
seguida: Aquele que no conhece If olha pra cima mas existe If dentro do
sto. (Ai-gbo-(I)fa li a nwo-(o)ke, ifa kan ko si ni para.)
A interpretao do consulente depende do nmero e tipo de versos
que um divinador tiver memorizado para a figura que tiver sido jogada em If,
sustentan-se que um divinador precisa conhecer pelo menos quatro versos para
cada figura, ou seja, um mnimo de 1.024 versos, antes que ele possa comear a
praticar profissionalmente por conta prpria. Um respeitado divinador de meia
idade afirmou que conhecia apenas quatro versos para a maioria das figuras
mas que divinadores mais experimentados como Ag bom bom sabia cerca de
oito. Maior nmero de versos so aprendidos para figuras dobradas do que
para combinaes.
Em Igana, um novio tende saber pelo menos dois versos pra cada
figura antes que possa fazer divinao por si prprio. O arab de Igana disse
saber cerca de quatro versos para todas as figuras exceto Egi ogb, para o qual
conhecia oitenta. Em Meko, um novio testado por suas sniores, mas um
verso para cada figura encerado como suficiente para que ele passe. Dois dos
principais divinadores de Meko admitiram que para uma figura (Oturupontawere) eles sabiam somente um verso e, para outro (Edi Ik) apenas dois,
conquanto conhecessem mais para as outras figuras.
Quanto mais versos conhecer um divinador, mais provavelmente
ser capaz de recitar um que atinja o problema do consulente. Um divinador
no pra de estudar uma vez que tenha completado seu aprendizado e
comeado a praticar por conta prpria. Ele continua a aprender novos versos e
medicinas com seu instrutor e de outros divinadores que desejem ensinar-lhe,
82.
83.
(1) -1-4, 3-3, 7-2, 7-5, 17-2, 18-4, 18-7, 18-9, 18-10, 19-1, 19-3, 33-1, 33-6, 34-2, 35-6, 35-7, 547, 86-1, 101-1, 111-1, 123-1, 153-1, 167-1, 170-2, 175-2, 181-1, 181-3, 225-2, 239-1, 239-2, 2412, 241-3, 243-3, 245-4, 248-1, 256-3.O sublinhado indica que o problema se acha mais adequado
do que propriamente citado especificamente..
(2)-6-6, 9-2, 18-2, 30-2, 33-6, 153-1, 154-1, 170-1, 175-1, 183-1, 241-1, 243-4, 247-2, 256-4.
(3)-1-3, 1-9, 4-2, 4-3, 5-3, 6-5, 7-2, 9-1, 18-1, 18-6, 18-11.
84.
(3) 19-3, 20-3, 33-4, 35-2, 52-4, 54-3, 86-3, 103-1, 137-1, 181-1, 225-3, 246-2, 247-4, 248-2,
255-2
(4) 1-9, 1-10, 1-11, 3-4, 7-4, 34-1, 35-2, 52-5, 54-3, 54-5, 101-1, 103-2, 123-1, 131-1, 153-1, 1751, 245-2, 246-2, 247-1, 247-3, 248-3, 249-3, 249-6
(5) 1-9, 5-1, 5-4, 9-3, 35-2, 52-3,137-1, 225-3, 245-3, 245-3, 255-3.
(6) 14-3,17- 4, 18-1, 18-3,35-2, 54-2, 137-1, 181-1, 225-3, 246-2
(7) 7-4, 18-11, 18-12, 131-1, 225-3, 243-1, 249-1, 255-3, 256-2.
85.
para pagar esse peclio (33-1,33-2). Alguns versos prometem lucros (7-3,256-2),o
reembolso por perdas (249-2),ou que algo perdido ser recuperado (35-3) ou
alertam contra perdas(6-2,54-4) ou um acordo de negcios estagando (241-4)
Dinheiro tambm habilita um homem competir por um ttulo ou
aumentar seu status social caso no seja elegvel um.Um verso afirma que o
consulente no vai receber um ttulo mais ser mais importante que um chefe
(245-3); outro ainda diz que mesmo que seja feito chefe , obter mais honrarias
que aqueles que o so (225-3). Titulao mencionada em dez versos (6); outros
simplesmente falam de atingir uma importante posio (2-3, 54-7, 170-3, 222-1,
255-1, 256-1) ou tornar-se importante (2-1, 2-2). A perda de um ttulo e a de uma
posio so citadas em dois versos (246-4, 255-1). Trs versos indicam que um
homem construir ou possuir sua casa prpria(137-1, 243-1, 256-2), o que
constitui uma promessa de status como cabea de estirpe (Bale) mais que
riqueza, desde casa significam linhagem e no propriedade pessoal. A mesma
promessa est subentendida em trs versos que dizem que o cliente tomar
nova terra para povoamento (35-5, 52-2, 167-1), j que isso pertence a linhagem.
Medida importante para se avaliar o status social de um homem o nmero de
pessoas que o acompanham quando ele circula pela cidade (Bascom, 1951:496497), e sua influncia depende do nmero de seguidores e parentes com quem
pode contar de apoio. Acompanhantes tema mencionado ou subentendido em
nove versos, quase to freqentemente quantos ttulos (7). Outros versos, quase
prenunciam honra, glria, fama,(1-8, 52-3, 54-7, 111-2, 131-1, 243-4, 250-2) fazer
um nome (1-6), evitar desgraa ou vergonha (5-2, 168-1, 241-1, 250-3), evitar ou
terminar com o ridculo ou insultos (20-1, 246-2, 255-3, 256-2).
A seqncia dos passos necessrios para fazer uma bem sucedida
carreira dos passos necessrios para fazer uma bem sucedida carreira masculina
explicada pormenorizadamente em vrios versos: dinheiro, esposas, filhos e
ttulo (35-2), dinheiro, esposas, filhos, ttulo e longa vida (225-3) essas etapas
correspondem tambm a hierarquia das cinco bem aventuranas no mundo,
mais nela a vida longa se citua em primeiro lugar (ver captulo V).
Outros versos so mais variados em seus pressgios. O cliente se
tornar um adivinho um devoto de If (6-3, 86-2), poder repousar (1-8, 18-3),
receber visitantes (18-35, 35-2) ou far um novo amigo (1-9). Ele evitar ou
sobrepujar seus inimigos (35-5, 137-2, 247-2), algum que deseja algo maligno
(4-1), a ruaceiro (166-1), um mexiqueiro (225-2) ou um inimigo (35-3, 52-2, 54-1,
86.
87.
1),tomando nova terra (33-5, 52-2, 157-1). O cliente pertubardo por seus
parentes que no querem deixa-lo ter uma casa ou fazenda(35-5), ou
envolvido em um caso em tribunal (246-3, 249-6). Ou que ele est se
comportando como se estivesse perdido o caminho (247-5), ou sido
amaldioado (225-1) ou insano (243-1).
TICA PROFISSIONAL
Como indicado no cap. VI, o sacrifcio especificado no verso pode
ser modificado, mas desde que a pregunta se o sacrifcio deveria ser alterado
formulada em termos de duas alternativas especficas, pode-se dizer que no
existe modificaes em 50% dos casos. O cliente no pode sugerir ao divinador
como ele poderia ou deveria ser alterado porque No se pode barganhar com
If como se faz na praa do mercado. O adivinho dispe de completa
autonomia para fazer essas propostas, mas elas ficam sujeitas a aceitao ou
rejeio de If; e to logo aprovao tenha sido indicada, nenhuma modificao
subquente pode ser sugerida. Se o sacrifcio for grande e dispendioso,
provvel que menores somas de dinheiro ou quantidade de bens sero
propostas, e caso seja barato ele pode ser aumentado, mas esta deciso tambm
depende da estimativa que faz o adivinho a cerca das posses de seu cliente. Os
adivinhos dizem que um bode ou um carneiro a conta mais elevada que seria
sugerida, a no ser que o cliente seja um rei, caso em que uma vaca poderia ser
mencionada; um homem pobre no poderia ser solicitado a sacrificar uma vaca
Por que If no nenhum tolo!.
Dentro de certos limites, o princpio de cobra segundo o comrcio
possa agentar admitido pelos adivinhos aceito como justo por seus clientes.
Ao discutir essa questo, um adivinho citou o provrbio Qualquer que seja a
soma que agrada a algum aquela pelo qual vendemos If!(Oye Ti o ba ww(e) ni ni a ta If-(e) ni pa.) No obstante, mesmo que um cliente seja rico,
espera-se que o adivinho seja razovel em suas sugestes e seja orientado pelo
sacrifcio mencionado no verso que ele acabou de recitar para o cliente. Os
divinadores dizem que seria injusto tirar vantagem de uma pessoa doente e
cobrar mais a estranhos que a parentes. Os clientes dizem que If ensina que os
adivinhos sejam bondosos e que se eles sabem que um cliente pobre, podem
sugerir um plo em lugar de um cavalo, um pouco de l ao invs de uma ovelha
ou uma pena em lugar da galinha; ou ainda sugerir uma cabaa de gua ou 16
seixos, ou algo outro de nenhum valor. Conforme registrado anteriormente, um
88.
89.
lugar tem menos que uma chance em mil (ver cap.5, quadro 8). Alm do que,
conforme os prprios adivinhos reconhecem, a escolha pode ser fixada ao invs
de ficar entregue a sorte, pelo adivinho que esconde o osso e ou os caurs em
suas prprias mos. Ele simplesmente anuncia que qualquer que seja o objeto
que If selecionar representa no no caso de candidatos a serem rejeitados e que
representa sim para o caso daquele consensualmente escolhido por antecipao.
Ningum pode desafiar sua declarao uma vez que apenas ele sabe o que
sussurrou para os objetos. A mesma trapaa pode ser praticada quando a If e
apresentada uma escolha entre dois candidatos, e provavelmente prtica
comum onde um sucessor do rei ou em outra posio importante j tenha sido
escolhido depois de longa campanha e cuidadosa considerao, sendo If
perguntado para ratificar a sabedoria da escolha.
importante que o candidato a ser rejeitado no fique de forma
alguma, desconfiado e para que, em conseqncia, no pea as alternativas que
sejam anunciadas e voz alta. Habitualmente ele preparado para ocasio por
aqueles que arranjam esse embuste, mediante campanha em que se faz ele crer
que todo mundo o que v escolhido grande desapontamento manifestado
quando outro candidato e selecionado. A concluso que muito mais seguro
para um candidato confiar no divinador e insistir para que tudo seja feito as
claras do que permitir que as alternativas sejam ocultadas sobe as escuras ou
fundamentao de que o adivinho poderia ser bem capaz de controlar as figuras
jogadas.
Pode igualmente ser mais seguro insistir para que seja empregado o
opel em lugar de dends. H chance reduzida de que o cordo divinatrio
possa ser controlado, desde que seja um bom instrumento, que permite livre
queda das sementes, sendo significativo que esse o tipo de corrente preferido
dos adivinhos (ver pgs. 29-30) e que escolhas entre alternativas especficas
habitualmente so feitas com ela.
possvel que um adivinho inescrupuloso possa alcanar destreza
suficiente na manipulao de dends para acabar controlando a figura que
produz, talvez escapando at mesmo de serem detectados por seus colegas. Isto
seria difcil de ser feito diretamente, uma vez que os dends no so fceis de
manipular. Ele pode, entretanto, continuar simplesmente a bate-los at que o
nmero desejado resta em sua mo. Por exemplo, caso corresponda a seu
propsito produzir a figura Ogb Meji, ele poderia catar de novo os dends se
90.
91.
92.
93.
OS DIVINADORES
Os divinadores de If so mais usualmente chamados de Babalaw
ou pai tem segredos (baba-li-aw) ou simplesmente awo, segredos ou
mistrios. Podem tambm ser distinguidos dos outros devotos de If como pais
dos que tem If (Baba nifa). O termo nifa ou aqueles que tem If (O-ni-fa)
se refere a todos os devotos de If, inclusive os Babalaw, do manso modo que
seu sinnimo,Orunmil, ou aqueles que tem Orunmil (O-liOrunmil). Os
devotos de If incluem homens que herdam ou so iniciados na devoo de If,
sem se tornarem divinadores assim como mulheres que so encarregadas de
cuidar dos dends do pai mas que jamais se podero tornar babalaw. Tambm
so babalaw os sacerdotes de If, servindo outros devotos de If assim como
divinando para aqueles devotados a outras divindades.
Alguns, mas no todos, so devotos de If aprendem a recitar If
(Kika, Ki-If) sem se tornarem divinadores. Dependendo meramente da
escolha pessoal, eles memorizam versos de If ao estudarem com Babalaw,
apos o que so chamados os que recitam a divindade (Akisa, a-ki-oris). A
significao integral disso no clara, ou seja, como se relaciona com aqueles
membros de outros cultos religiosos que recitam louvaes de suas deidades.
Em verso (6-3), entretanto, o consulente instrudo ou a praticar a divinao ou
recitar If. Em Igana, estimava-se que havia trezentas pessoas que conheciam
versos de If em 1938, contra vinte praticando o babalaw. Em Meko, em 1951, a
estimativa era de vinte praticando divinao e talvez duzentos devotos de If.
Em If, o nmero de babalaw, em1937, variava estimativamente, segundo
94.
95.
96.
Deve ter sido isto, ao invs da tigEl divinatria, aque as obeservaes cerca desses materiais
se refere Frobenius. Ver captulo III
97.
98.
99.
100.
101.
102.
Ele se recusou at mesmo a dizer quantos filhos possua, afirmando que esse coonhecimento
poderia ser usado para enfeitia-los, Explicou que enquanto um fliho trabalha para seu pai. (sin
baba), sua produo vai inteira para as mos do pai enquanto depois que seus filhos trabalhaem
por conta prpria, a eles podem plantar 2.000 pilhas de inhame para seus pais e mil para si, ou
apenas 200 para seus pais e 2.000 para si prprios, apenas para ajuda-los.
103.
divinao. Olhe minha casa (que era grande), disse ele. Olhe minha gente! (que
era numerosa). Eu os alimento e o que tenho, a maior parte vem de If.
Um divinador pode desejar ver seu filho seguindo sua prpria
profisso, do mesmo modo que um tocador de tambor pode querer seu filho se
tornando um tocador de tambor, mas nem isto nem o fato de If ter sido
venerado na famlia suficiente para torna a idia atraente para jovens meninos.
Estes no adotam divinao como um acarreira, como a de ferreiro ou tecelo,
porque as iniciaes so muitos dispendiosas e o trabalho de aprender as
figuras e memorizar os versos, sacrifico, medicinas, e outros ritiuais associados
como culto do babalaw para fazer dinheiro, dizem eles. Habitualmente
atravs de infortnios que algum se torna divinador, atravs de enfermidade,
perdas no comrcio ou negcios, ausncias de filhos ou a morte das esposas ou
filhos.32
Agbnbn, que era o segundo rei na hierarquia dos divinadores do
Rei e o mais respeitado babalaw em If at sua morte por volta de 1947, foi
instrudo por seu pai quando tinha quatro ou cinco anos de idade que ele tinha
que estudar If, o que ele recusou. Mais tarde, ele foi mandado embora de casa
quatro vezes como colnos contratado ou peo (Iwfa). Antes de deixar sua casa
pela primeira vez, seu pai lhe disse que, embora ele fosse cristo havia nascido
para tornar-se um babalaw, e lhe explicou que deveria ser mandado para um
divinador para estudar If, embora isto no fosse possvel porque era necessrio
empenha-lo com algum outro. Segundo Agbnbn isto aconteceu em 1854.
Quando seu pai o resgatou, ele retornou para casa e trabalhou para ele na
fazenda, administrando-a. Enquanto no campo, uma apario lhe surgiu e o
mandou comer p. Quando assim o fez, ele engoliu e ficou enfermo e isso lhe
aconteceu cada vez que retornava para casa depois de ser resgatado.
Por volta de 1888, na poca em que se encontravam em Isoya, cerca
de sete milhas do sul, onde habitantes de If haviam sido conduzidos em
conseqncias da guerra o pai de Agbnbn o chamou e lhe disse eu no
retornarei a If com voc porque estou preste a morrer. Voc no foi feito para
cultivara terra mas para ser um babalaw. Tenho visto isso por diversas vezes
em sonhos. E deu a Agbnbn um Opel. Seu pai era um homem que tinha
32
De acordo com Arab de Lagos, este no o caso cidade, onde meninos voluntariamente
adotam divinao como carreia. Ele sugeriu que perderia se ter diferna do pq tantas fmlias
foram convertidas para o cristianis,o, de modo que If precida lutar com as pessoas para fazelo
vir at a ele. Entretanto, o padro de recusar a iniciaa nos cultos at que a divindade luta com a
pessoa disseminado ente os Yorubs e se aplica a diversas deidades.
104.
105.
106.
decorre do fato de haver ela deixado seu marido, isto porque estava destinado
ser esposa de If.
Quando como no decorrer o divinador que If escolhe para ser seu
marido est proibido de despos-lo em decorrncias de parentesco e regras que
regem incestos, ela casada com algum outro mas no sem antes fazer uma
expiao ou reparao para liber-la de If. Seu marido precisa arranjar um rato,
um peixe, uma cabra, uma galinha, cerveja de milho e um tanto de lenha como
presentes para If e o pai dela paga ao divinador 2-10-0, 5-0-0 ou outra soma
de dinheiro inferior ao valor de peclio de noiva, conforme for determinado por
meio de alternativas especficas. Expiao semelhante exigida se o pai dela
roga sua liberao por j estar prometida em casamento com outro homem.
Uma menina pode ser mandada torna-se esposa If quando de sua
primeira divinao ou quando enferma durante a infncia, como em trs dos
versos registrados aqui (3-4,7-12,17-2); ou pode ser profetizado antes que ela
nasa quando sua mo consulta os divinadores porque tem estado incapaz de
conceber ou em virtude de uma molstia durante a gravidez, e informada de
que dar a luz a uma filha que dever tornar-se esposa de If. Caso um dos
versos selecionado como adequado, o divinador com o qual ela deve casar
determinado por meio de alternativas especficas. Em Igana, onde no existem
Awni, a primeira pergunta se o futuro marido pertence ou no linhagem do
divinador consultado. Em caso, afirmativo, os divinadores dessa estirpe so
mencionados na ordem de suas idades; se no, outros divinadores da cidade
so citados em ordem de antiguidades e experincias. Em If, a primeira
pergunta se o futuro marido ou no um dos Awni, e ento nomes
individuais de divinadores por categorias so sugeridos at que um dentre eles
seja o escolhido. Como as chances dos Awori serem os indicados na primeira
escolha so meio a meio e como h no mximo 16 deles contra vrias centenas
de divinadores comuns, os do Rei se beneficiam mais freqentemente dessa
maneira do que os divinadores ordinrios.
OS DIVINADORES DO REI
Os 16 babalaw do Rei de If, conhecidos como Awni ou segredos
do ni (Aw ni), parecem constituir uma instituio especial restrita ao ni e
ao reino de If. Outros reis Iorub tm seus divinadores especiais mas
organizaes de complexidade comparveis no so mencionadas na literatura,
107.
108.
1.
Arab, um ttulo cujo significado foi explicado como rvore da seda
de algodo (Ceiba pentandra) 34 que, por sua dimenso, chamada de Arab,
pai das rvores (Arab baba igi) e se refere sua importncia. Arab tambm
o divinador-chefe em Igana e outras cidades Iorub.
2.
Agbnbn, que significaria aquele que vem primeiro e o nome do
primognito de Orunmil.
3.
Agesinyowa, ocupado pela primeira vez por homem suficiente rico
para possuir um cavalo que ele montava (agun-esi) e que cavalgava para si as
reunies dos divinadores.
4.
Aseda, interpretado como significando aquele que faz criaturas (ase-eda) porque ela cria gente no cu.
5.
Akoda, um ttulo que habitualmente quer dizer portador de
espada ou o que pendura uma espada (a-ko-ida) mas quei foi interpretado
como corruptela de Akode, significando o que chega primeiro, isto porque
aquele que chama os demais no festival anual e, por seguinte, os precede. Este e
o ttulo precedente so mencionados numa saudao a If para o mundo inteiro;
e Aseda que ensinou a todos os ancios (o) entendimento (Akoda ti nko
gbogbo aiye ni Ifa, Aseda ti nko gbogbo agba nimeran).
6.
Amosun, traduzido como o que toma osun, refere-se lana de
ferro (osun, orere) que o primeiro Amosun levou para If.
7.
Afedigbe, explicando como sendo senhor de idigba, se refere s
grandes contas (digba) que cada Awni possui. Afedigba arranja as contas de
Arab enquanto ele dana, ajudando a mant-las no lugar.
8.
Adifolu, que se diz significar o que divina todos os gneros de If,
misturando-os todos, com quanto na prtica ele proceda divinao tal qual os
outros.
9.
Obakin, o rei okin (Ob okin), se referindo a um pssaro branco
(okin), identificadopor Abraham como agrete 35 que se diz rei dos pssaros e
cujas penas altamente valorizadas so usadas nas coroas de alguns reis Iorub.
necessrio descrever como descrita a cabea de reis destronados, com a
34
109.
110.
111.
encontrava Isoya, onde haviam buscado refgio por causa da guerra. Lemeloye
seguiu para Isoya e Kinfolarin restituiu o ttulo de Arab para ele, reassumindo
seu ttulo anterior de Agbnbn. Quando Lameloye morreu, Kinfolarin
novamente se tornou Arab e foram seus sucessores (7) Afala em Oketase (8)
Jolugbo em Ile Atibi, (9) Fayemi em Iremo, (10) Ogbolu em Ile Seru e (11) Ipeti
em Oketase.
Entretanto, aceita-se geralmente que o ttulo de Arab se restringe
linhagem da Casa Oketase e aos homens que podem reivindica-lo alegando
descendncia atravs de suas mes. O ttulo de Amosun, de modo anlogo, de
propriedade da linhagem do Ile Arab Gidiogbo e de suas Casas subsidirias(
Ile Otutu e Ile Ajagbuko), mas o prprio Amosun disse que houve rodzio entre
essa estirpe e duas outras (Ile Kirosinla e Ile Olugbodu) at que o ttulo ficou mais
importante. Megbon pertence ao quarteiro Iremo, Tedimole ao quarteiro Ilare e
Obakin gente de Ijugbe, um dos cinco vilarejos suburbanos que se mudou If
adentro durante as guerras do sculo passado, talvez at mesmo antes. Todos os
demais ttulos acham-se abertos a qualquer candidato qualificado.
Em tempos de antanho, os elegveis para se tornarem Awni
competiam para aquela posio para aquela posio toda vez que ocorresse
uma vaga. Se Arab morsesse, a escolha de seu sucessor seria feita por
Agbnbn e vice-versa; quando um ttulo mais baixo ficava vago, eles decidiam
todos juntos ou deixavam a escolha ficava a critrio de If em caso de dvida ou
discordncia. A posse de um candidato marcada por uma festa (ihaye, iha-oye,
iwuye, iwuoye), a qual ele deve abastecer para todos os Awni, os chefes e o ni.
Precisa tambm dar dinheiro aos Awni, alm de uma caixa de gin da marca
Gordons. O montante em dinheiro oscilava, havendo sido 3-10-0 em pocas
primaveras, por pouco tempo se elevando at 5-0-0 e, emto reduzido para
2-10-0. De um at cinco shillings dessa soma so dados a assistentes (Ojugbona)
que servem de mensageiros dos Awni; cinco shillings e seis pence so remitidos
aos mensageiros de orei ou atendentes (Emese), responsveis pelo sacrrio de If
(Ile Omirim) cituado no palcio; e o resto e dividido em duas partes. Uma
metade e dividida entre Arab e Agbnbn , o primeiro ficando com um shilling
ou dois a mais que Agbnbn. A outro e dividida entre os outros Awni segundo
suas categorias. Arab leva tambm para casa trs garrafas de gin, Agbnbn,
duas, e o sete restante so tomados na festa.
112.
113.
Essas saudaes qua no puderam ser traduzidas, so ditas como sendo senhas de If. Afirmase que Ogbedu, era aprimeira coisa que dizia If quando queria romar nozes de cola, e as senhas
so respeitadas enquanto essas nozes so jogadas para If e em outras ocasies rituais.
114.
estao. O primeiro festival Egbodo ni, ou inhames novos do Rei, antes qual
o ni, e seu squito palaciano esto proibidos de comer inhames novos. O
festival tem lugar em fins de junho. Afirme-se que, antigamente, os 16 Awni
iam at o bosqueta de If, prximo a Oketase, e construam um acasa em If (Ile
If). Abatiam bode, dividiam-no e envolviam nas folhas com os quais cobriam a
casota, de molde a faz-la durar apenas um dia e ser reconstituda a cada ano.
Esta parte do festival no mais observada.
No primeiro dia, todos os Awni vo para o bosque e quebram as
folhas de If (jawefa, j-ewe-If), colhem 16 espcies de folhas e astrazem de
volta para o palcio do Rei. Tambm trazem o primeiro milho novo da estao a
palcio, com o qual preparam uma massa de maisena (rifa lori, ri-If, li-ori).
Os dends do ni so deixados na grossa papa durante toda noite dentro de
uma grande cuba, e os Awni permanecem em palcio dormindo junto a eles,
exceo feita do Arab, que repousa de fontes deles na varanda dos
mensageiros do Rei (Od Emese). Apenas ao Arab permitido ter um fogo
aceso, sendo esta noite conhecida como dormir sem fazer fogo. (Asundana, asun-i-da-ina).
Na manh do segundo dia os Awni vo para casa mas por volta do
escurecer, retornam de novo a palcio. Pegam as folhas que colheram e
astrituram juntas em gua, juntamente com os dends do Rei, que foram
previamente retirados da cuba de massa. Dessa maneira lavam If (Wefa, we-fa)
ou dends do ni nas folhas de If. Os dends so esto colocados dentro do
alguidar divinatrio do Rei (Opon Igede), que pousado no seu sacrrio de If e
recoberto de finos tecidos. Nessa noite, muitos animais so sacrificados,
inclusive uma vaca,uma cabra, e um carneiro. Um pouco de sangue e da carne
so colocados por cima dos dends como um sacrifcio a If (Bofa, bo-Ifa) e
deixados no alguidar divinatrio por toda noite. Um pequeno inhame novo
partido em dois, leo de dend escorrido sobre ele, que levado para o
sacrrio de s. O restante da carne dividido entre ni, suas mulheres, seus
mensageiros (ms), os chefes da cidade e do palcio, e Arab e Agbnbn. A
carne levada para casa e uma parte cozida e consumida com inhames novos,
que so comumente de doce tipos e inhame amarelos (Olo e Igangan),
especialmente bons para fazer po de car. A partir de ento ni e outros
participantes pemanecem a noite inteira em palcio.
115.
38
116.
Os nome das 16 folhas foram dados como sendo 1- mariwo (folhas novas do dendezeiro, Eleis
guineensis), 2- Tete (em port: amaranto,ing. Spinach, Amaranthus spp), 3- Ewe Jemijoko ou Ewe
jenjoko(Cissampelos ssap), 4- Ewe banabana (albizzia sspa),5- Ewe alukerese (em port.ipomia, I,
Ipomoea Involucrata),6- Ewe Ita (Celtis Soyauxii), 7- Ewe Orkika (spondias mombin), 8- Ewe Omu
(Cyperus esculentes?), 9- Ewe Ade (Myrian-thus arboreus?), 10- Ewe Alugbirirn(Triclisia
subcordata?), 11-Ewe Ibaigbo (mistragnya stipulosa?)e 12-Renren, 13- Ewe Orijin, 14- Ewe Apase,
15- Ewe Olojongbolu, 16- Eti Olobo, no identificados.
117.
118.
frente casa, onde se enfileiram com uma criana que carrega o recipiente
cilndrico do Odu frente (ver igura 21). Ficam postados no lugar enquanto os
divinadores danam ao redor delas ao som de tambores e cnticos, que o Olodu
inicia cantando O-o-o Soko e outros respondendo Bani. Depois eles voltam
para dentro da casa do Olodu onde dormem novamente aquela noite,
retornando para casa na manh seguinte.
Apos o Egbodo Erio, os devotos de If e os das divindades brancas
podem comer inhames novos, mas muita gente assim no pode fazer at que
outros rituais tenham sido realizados. Aos devotos de Oranfe permitido comer
inhames amarelos mas no podem comer os novos inhames brancos seno at o
festival Edi, que vem em outubro ou novembro. Antes de Egbodo Erio, inhames
novos so proibidos a todos excetos a participantes do Egbodo ni, aos cristos
e mulumanos e aqueles que no cultuam coisa alguma. Todos os que
reverenciam outrora desvendada Yorub observam esse tabu.
O Egbodo If, isto , o festival dos inhames novos de If, tambm
conhecido por festival Ogido (Odun Ogido), o que vem em seguida em agosto,
quando os devotos de muitas outras divindades comem inhames novos pela
primeira vez, mas o divinadores nada tem a ver com esta cerimnia. Sua
prxima o festival Ewunrin (Odun Ewurin), que tem lugar em Setembro ou
Outubro. Mais sacrifico so oferecidos a If em agradecimento por haverem
vivido ao longo das cerimnias, em nmero de trs, dois inhames novos; os
divinadores raspam seus cabelos, que foram deixados intactos desde o comeo
Egbodo Erio.
Os Awni mantm encontros (Ajo, ajo If) em Oketase, o lar de
Arab a cada 16 dias em Ojaife, dia sagrado de If, dia sagrado de If. Nessas
reunies, eles discutem os assuntos de If, partilhando seus conhecimentos e
ensinando, uns aos outros, os versos que ignoram, debatem a respeito da
conduta de seus prprios membros, comendo e bebendo, juntos. Pra esees
encontros, cada membro por seu turno, fornece comida (preparada em prpria
casa),e bebida. Ao descutirem a conduta de seus associados, decidem a cerca da
obedincia s regras dos Awni e caso tenha havido desobedincia s regras
dos Awni e caso tenha havido desobedincia pem-se os acusados em
julgamento e impe-se multa aos ofensores. As regras so anlogas s outros
gremios de If.
119.
1.
Um Awni no pode procurar a mulher de outro Awni. Se a mulher de
Arab ou Agbnbn estiver envolvida, o ofensor passado s mos do ni para
punio. Em qualquer hiptese, ele destitudo de sua posio podendo ser readimitido mais tarde provenha de boa famlia, que por ele apelar. Neste caso,o
infrator ter de pagar uma multa, inclusive quarenta nozes de cola, uma cabra,
uma caixa de gim, e uma soma em dinheiro a ser determinada. A multa varia
em funo das posses do indigitado.
2.
O Awni no pode de modo algum envenenar (fazer uma medicina
contra) outro Awni. Se a pessoa morre, o ofensor destituido e levado ao ni
para punio. O mesmo acontece porm se restabelece, o ofensor demitido
mas, pode ser reconduzido se pertence a boa famlia que por ele intercende.
Mais uma vez, uma multa aplicada, incluindo gim e dinheiro.
3.
Os Awni no podem conspirar contra qualquer de seus membros. Um
ofensor demitido neste caso e se a conspirao tiver como alvo o Arab ou
Agbnbn o individuo conduzido ao ni para o castigo. Se diversos Awni
so culpados, em conjuto, de conspirao ento no so destituidos mas
multads pagand cada um uma caiza dew giz.
4.
5.
Um Awni no pode abandonar outro que esteja em dificuldades sem
providenciar que tudo fique em ordem com ele. Se um Awni assim se
comportar com Arab, o caso relatado ao ni, mas os prprios Awni que
tratam do transgressor.
6.
Nenhum Awni pode divulgar o teor das discusses travadas em seus
encontros a um estranho.
Se um menbro se torna suspeito de transgredir qualquer uma dessas
regras, escolhe-se algum para obeserva-lo. Quando provas suficientes so
reunidas, o acusado trazido perante todo o grupo que ento julga. So
chamadas testemunhas e ao ofensor dada um oportunidade para inquiri-las e
defender-se. Caso consiga provar sua inocncia, a multa que ele corria perigo de
ter de pagar imposta pessoa que falsamente o acusou. A deciso
exclusivamente tomada luz das evidncias, no havendo quaisquer divinaes
nestes casos. Uma vez expostas todas as provas, os Awni se retiram para
120.
121.
parede, assim como tambm os grandes chapus de feltro dos Awni. Arab e
Agbnbn usavam mitras de palha e os outros Awni turbantes de tecido,
havendo os outros divinadores removido os seus de suas cabeas e amarrando
ao redor de seus peitos. Acompanhando a discusso, fui convidado a
permanecer e observar os procedimentos.
122.
40
A palvra, Erio, que aparece tambm no nome do segundo festival de If, Egbodo Erio, dizi-se
que significava o conjunto dos Awni mais todos os Oluwo, isto , todos os babalaw que usam
penteado especial. Um divinador afirmou que queria dizer: Todas as divindades.
123.
daqui a dezessete dias, e ele replicou, tocando com ela a cabea e o peito:
Minha cabea aceita, meu peito aceita.41 A reunio ento foi ento adiada.42
O UNIVERSO DO CREDO
Alguns elementos da complexa viso do mundo que tm os Iorub
precisam ser discutidos, pelo menos brevemente referncias a eles e que surgem
nos versos de If, alm da prpria significao da divinao de If.Esta parte
considera precisamente trs divindades If, , e Olorun d ateno ao
conceito de destino sua relao com as mltiplas almas da humanidade. A
importncia desses dois conceitos e o papel desempenhado por essas trs
deidades transparecem nitidamente nos versos. If ou Orunmil o deus da
divinao que informa os mortais dos desejos de Olorun, o trapaceiro
divino e tambm o mensageiro de Olorun, entregando-lhe sacrifcios alcancem
seus objetivos enquanto os que no o fazem sejam punidos; Olorun o Deus
dos deus, que revelado nos versos de If como o deus do destino.
Desde, pelo menos , 1800 os Yorub tem estado em contacto direto
com Isl, embora no decorrer do sc. XIX tenham estado em guerra contra seus
vizinhos muulmanos e por mais de um sculo, misses crists tenham estado
instaladas no interior do territrio iorubno. As crenas Yorub tem sido
influenciadas por ambs religies, mas aquelas discutidas adiante so
provavelmente to prximas das do perodo pr- contactos quanto se possa
esperar at a data de hoje, sobretudo porque foram registradas principalmente
nos anos de 1937-1938 e de babalaw que se mantiveram afastados tanto do
Islamismo quanto do Cristianismo. Alm disso, as interpretaes deles foram
fundadas em versos que eles memorizam em sua juventude e freqentemente
41
124.
125.
tem odu, filho de Pton (Er). No obstante, um divinador de Oyo sustentou que
er simplesmente o nome da me das 116 figuras de If, sendo Olorun seu 17
filho. Antes de Olorun nascer, Er dirigiu-se a If para relatar-lhe que havia tido
um sinal de que daria a luz a outra criana importante, mais importante do que
qualquer outro no cu em na terra. Quando Olorun nasceu, chamaram-no
Aquele que tem figura (de If), o filho de Er Olodu omo er.
Alguns escritores tem fornecido diferentes interpretaes 43 mas em
If esse nome claramente compreendido como se referindo a Olorun e , nos
versos de If, Olodumare identificado como rei do cu (256-3).44
Conquanto chamado de filho de Pton45 e embora aparea nas lendas
de If citadas neste captulo como traficante de escravos, um corno (marido
enganado) e sendo irmo de Orunmil, Olorun tem sido sincretizado com o
Deus cristos e o Al mulumano. Ele o equivalente ao Nyame entre os
Ashanti e outros altos deuses oeste- africanos, postando-se acima alm de todas
as outras divindades. No tem devotos especiais, nenhum culto nem santurio,
oraes lhe so dirigidas mas sacrificos no lhe so oferecidos diretamente.
Mesmo assim, ele no nem remoto, e nem to indiferente para que ele no
intervenha nos assuntos terrenos.46 Nos versos, vemos vamos Olorun dando
comida (241-1), prosperidades (14-3), dinheiro (255-3), esposas (54-3), filhos (542), ttulos (246-4), honra (243-4) e bnos (250-1,255-1,256-1), recompensado por
perdas (249-2); e derrotando inimigos (248-4). Como divindades da
humanidade, Olorun ocupa um lugar proeminente na divinao de If.
( Seu Bar, Elegabara, Elegba) a mais jovem e a mais sagaz das
divindades. o mensageiro divino (Irns), e um de seus papis entregar os
sacrifcios que receber a Olorun. Compreensivelmente, os divinadores
consideram este papel importante. Ele tambm um manhoso trapaceiro, a
divina contraparte do Cgado nos contos populares Yorub, quem no somente
deleita com as desordens que arma seno tambm serve Olorun e as outras
43
Lucas (1948:74) d Olodumare como ttulo de If. Epega (1931:10,11,22) identifica Olodumare
com Odudua, como deus e como aquele que leva os sacrifcios . Sowande (s.d:31,33b,41)
considera Oludumare como um elemento da Santssima Trindade, junto com Olorun e eleda (a
alma guardi ancestral). Crowther, J.johsone Frrow igualam Olodumare a Olorun mas d como seu
significado o todo poderoso ou o sempre justo. Vrias outras interpretes de seu significado
tem sido sugeridas..
44
Ver tambm o veso de Ogudabode (Ogunda-Ogbe), citado por Lijadu (1923:8)
45
Pton no apenas a serpente mortapor Apolo, mas grande adivinho, nigromante. Esta, sugere
rElo com negros ou com mortos mas, nas berdade, deriva do grego nekromanteia, latim
nigromancia-arte de adivinhar futuro atravs da invocao dos mortos. (NdoT)
46
Idowu (1962) tambm provou que Olorun de modo nenhum est afastado dos assuntos
humanos como por vezes tem sido configurado.
126.
Midair (ing) corresponde denominao antoga de atmosfera mdia, entre a junto ao solo e as
nuvens. Esse conceito de outrora, presente entre os Yorub, mesmo que fez, no cristianismo, os
pintores aboletarem os anjos j nas nuvens, altura mxima imaginvel. (NdoT)
127.
128.
129.
Idowu (1962: 76-77) sustenta essa distino, ainda que na pgina seguinte ele cite um verso do
Iwori Meji que diz If, fixe seus olhos em mim e olhe-me bem. Ver tb Ckarke (1939:235-236) e
Bascom (1942:43)
130.
131.
132.
comprou pra vir (A-ra-bo), e foi o primeiro Arab (o Awni de mais elevada
categoria) ento Orunmil amarrou um pano arredor do seu peito e entrou
terra e se transformou numa pedra. Por este motivo at hoje ainda realizam
sacrifcios a Orunmil exatamente neste lugar em Oketase.
If com freqncia chamado de escriba ou escrivo, aquele que
escreve livro (akowe, a-ke-iwe). Como outros empregados de escritrio que
servem como secretrios ou guarda-livros no mundo dos negcios e governo
modernos, If escrevia para as outras divindades e ensinou aos babalaws a
escrever as figuras sobre seus tabuleiros divinatrios .Em Ijea, ele e tambm
descrito como homem instrudo ou erudito (scholar/amuye) em virtude de todos
o conhecimento e sabedoria contido nos versos de If, na qualidade de
interprete (Agbonfo) entre os deuses e humanos. Em oyo fala-se dele tambm
como interprete (nitumo) aquele que traduz quem explica, ou quem solta
conhecimento que escuta o dialeto y (nitumo gbdegbeyo, o-ni-tu-imo, gboede-gbo-Eyo) olorun deu lhe o poder de falar pelos deuses e comunicar-se com
os seres humanos por meio da divinao, e quando Xang, orixal ou qualquer
outra divindade desejam sacrifcio especial ele envia uma mensagem aos serem
humanos na terra por intermdio de If. Embora ele sirva a todas as divindades
dessa maneira, If no servidor delas, ao invs, ele o mais sbio dentre as
deidades, segundo os babalaw e , de acordo com alguns, o pai de todas as
divindades, exceto Olorun.
A fbula, conta a seguir que se diz ser baseada em um verso e Ofun
Ogund, conta que If foi inventor da escrita, como os cristos vieram a usar
calas compridas e o modo como os lw vieram a ter um tufo de cabelos em
suas cabeas. Agbobon, que a contou comeou explicando que Olorun
tambm chamado Ajalorun (Aja-li-orun) ou teo do Cu, porque foi l que ele
nasceu.
Olorun foi a mais velha das divindades e o primeiro filho do rei do
ar (Oba Orufi), Uns quarenta anos depois, o rei do ar teve um segundo filho,
ela, que foi o pai dos divinadores. Pela manh todos os homens brancos
costumavam vir ter filhos Africanos, os babalaw, reuniam-se sua volta para
memorizar os versos de If e aprender a divinar. If ensinou-lhes aescrever em
seus tabuleiros divinatrios, os quais os mulumanos copiaram fazendo suas
tboas de madeira escrita (Wala) e os cristos copiaram para fazerem as lousas
utilizadas por escolres e como livros.
133.
134.
tinham aprendido bastante acerca de divinao e ento ela deu a cada um, um
conjunto de dends e as dezesseis figuras para usarem por conta prpria.
Quando foram embora, no entanto, eles roubaram todas as noivas de ela, em
outras cidades.
To logo se tornou sabedor, ela fez If contra eles de modo a que
seus tornozelos ficassem cobertos de feridas (Elerinja), que atraam moscas. O
resultado foi que eles fizeram calas compridas a fim de cobrir,outrora, as calas
alcanaram apenas os joelhos. Como isto no os fez parar de roubar as suas
noivas, ela ajuntou seus seguidores e partiu para enfrent-los fora. pos
derrota-los, impeliu-os para o sul at que atingisse o litoral e l permaneceu ele
durante setenta anos para impedir que retornassem. Ali no havia, naqueles
dias quaisquer casas, somente choupanas.
Finalmente seu povo em casa comeou a cantar para ele,implorandolhe que voltasse:
Dends, voltem pra casa, oh; o fesitival anual est chamando voc, oh,
Erigiabola. (Ikin bo wa-(i)le-o Odun ma pe-o, Erigiabola.)
Palmeira, volte para casa, oh; O festival anual est chamando voc, oh,
Erigiabola. (Ope bo wa(i)le-o Odun ma pe-o, Erigiabola.)
Dends, voltem pra casa, oh; O festival anual est danando, oh, Erigiabola.(
Ikin bo wa(i)le-o, Odun ma jo-o, Erigiabola.)
Quando ela escutou esta cano, ele utilizou uma coisa 50 e voou de
volta pelos ares; aquilo hoje conhecido por um aeroplano. Quando pousou em
terra, chamou suas esposas e lhes pertou como vinham sendo tratadas por seus
outros alunos, que com elas havia deixado. Responderam que os que tinham
inhames, com elas os haviam divididos, e os que possuam dinheiro, algum lhes
tinham dado.
ela chamou, ento, esses professores. Rspou-lhes as cabeas,
deixando um ponto com cabelos, da forma como ele os usava, e nele botou um
apena vermelha da cauda do papagaio.51 O ltimo homem a se raspado tinha
50
135.
uma calva no centro de sua cabea, de modo que seu tufo de cabelo ficava um
pouco mais pro lado, e este o modo como os Awni dispem o cabelo at o dia
de hoje. Ele colocou cada um de seus fiis professores em um bairro da cidade e
disse populao que fossem at cada um que perto morasse e com ele
aprendessem. Aqueles que haviam sido escorraados at a costa e que usavam
calas compridas devolveram os dends e se recusaram a servi-lo. Eles so os
cristos educados de lagos, que quando retornavam a If, tentam vingar-se ao
lesarem aqueles que ela ali deixou.
Idowu (1962: 101-102) considera ela destino de Orunmil, alm de
mais velho, conquanto cite um ditado segundo o qual ela o filho de
Agbonniregun. A certa altura, disse Agbnbn que Orunmil era o filho de ela
mas depois contou uma lenda que informa que ela o nome primitivo de
Orunmil. Essas diferenas de opinio manifestam-se em virtude dos versos de
If, que do informes contraditrios. A fbula a seguir, associada a Ogund
Meji pelo divinador de Ijea que contou, faz Orunmil predecessor de ela:
Um dia, Olofin, o rei, mandou chamar Orunmil. Este se encontrava
justamente preparando um sacrifcio com uma galinha e no podia deix-lo
imcompleto. Aps o sacrifico, partilhou a ave com seus filhos. Deu uma asa a
Iboru, uma asa a Iboya e um aperna a Ibosise ( ver cap: III). Tomou seu cajado de
ferro (Opa Orere) e o cravou no do palcio de Olofin. Havendo divinado para
o rei, voltou para casa. Passados cinco dias, Olofin chama-o de novo.
Nesse nterim, trs caadores de Olofin (Arstas,Arstas e
tmts) foram floresta para caar elefante. Atiraram em um, em conjunto,
mas ele no ,orreu e veio para a praa em frente ao palcio de Olofin e ps sua
tromba sobre o muro dele. Quando viram esse prodgio, eles chamaram
Ogunnipete, o divinador da casa dos Alara, e Ogbontere, divinador dos Ajero, e
o divinador Jewejimo, e divinador Apaja Oji. Abriram o elemento e em suas
vceras acharam uma trouxe envolta em tecido branco. L dentro havia uma
cabaa tampada e nela encontraram um recm nascido com barba e cabelos
brancos em sua cabea; em cada punho fechado havia oito dends (Ikin). Olofin
exclamou que tinha visto coisa igual em sua vida e emto mandou chamar
Orunmil. Quando chegou, Olofin lhe contou o ocorrido e Orunmil comeou
a cantar:
De que chamamos o recm nascido beb?
136.
137.
pode ver sua sagrada palmeira com dezesseis frondes. Entretanto, como um
divinador de Ijea ressaltou, Ewi o ttulo de rei de Ado Ekiti, de modo que Ado
Ewi Ado Ekiti e no uma cidade separada; ele mantinha que If veio de If mas
viajava pela regio, permanecendo em Ado Ekiti, Ijea e outras cidades.
Segundo um divinador de Igana, as figuras de If so para ser vistas
marcadas em pedra, no em Ado Ekiti mas em Ado Awaiya, dezesseis milhas ao
sul de Iseyin; Ado Awaiye o pai de todas as cidades de nome Ado, e If praticou
ali como divinador durante muito tempo; mas seu verdadeiro lar sobre Oke
Geti (8), em If onde ele nasceu e onde, ao final se tornou uma divindade. H
um bem grande afloramento de granito prximo a Ado Awaiye, no topo do qual
eu vi almofarizes no leito do solo, dentro da rocha; talvez esses buracos se
refiram s figuras de If, mas eles so tambm encontrados em outros lugares
do territrio Yorub, inclusive Igana. Bowen (1858: XVI) diz: o quartel-general
de If est em Ado, uma aldeia no topo de uma imensa rocha a Awaya, um
gigantesco cone de granito, com oito a dez milhas de circunferncias, visto
distncia de vrios dias de viagem, destacando-se solitariamente acima da
paisagem e encimada, ao que se diz, por uma palmeira, que dispe de dezesseis
galhos (ver tambm Maupoil, 1943:42).
Um divinador de Oyo disse que If permaneceu primeiro em If e
depois em diversas cidades, inclusive Ado Awaiye, onde se tornou uma
divindade e sua palmeira e as dezesseis figuras pode ser vistas; Ado Ekiti; e Iresa,
depois de Benin; e acima de Oke Igbeti no cu. Um verso de If de Okanran Edi
assegura que um certo ponto If foi para Ado Ayiwo (no identificado) para viver
(Epega,s.d.: V, 11; Lijadu, 1925: 59). A cidade de Benin tambm conhecida como
Ado, o tambm conhecida como Ado, e tambm l existe outro Ado 52 a treze
milhjas ao norte do Badagry. If esta associado a Ado do mesmo que If, mas a
desacordo em relao ao qual Ado sej.
Afora as divindades, muitos outros elementos do sistema da crena
iorub aparecem nos versos, incluindo os gmeos (Ibeji), crianas nascidas para
morrer (Abiku), bruxas (Aji, Ara aiye, iya mi) , e uma variedade de espritos
malgnos. So tambm mencionados sonhos (1-7,7-1,35-7,181-1,175-2) e os
augrios (175-2), os juramentos (166-1,256-3) e as provaes (166-1,246-4),
maldies (225-1,246-4,246-6), e o mal olhado (167-1), bem como variados
sortilegios e medicinas bons e maus. Proeminetes nos versos, mas diretamente
52
Um divinador de If tambm menciona Oke Beti como o lar do pai de If, sem revElr sua
localizao exceto para negar que seja no cu.
138.
139.
140.
I
I
I
I
II
II
141.
142.
143.
144.
prometidas e para viver inteiramente o lapso de vida que lhe houve sido
reservado. Diz tambm quando sacrifcios especiais so requeridos pela alma
guardi ancestral, pela do pai ou da me de algum ou pelas muitas diferentes
divindades e em que ocasio uma medicina precisa ser preparada. Pode
advertir contra feiticeiras, maus espritos, medicinas malignas, malidies,
provocaes e juramentos quebrados. Uma vez que os versos e predies dizem
respeito a to largo espectro de crenas religiosas e prescrevem sacrifcios para
tantos seres e foras sobrenaturais diferentes, a divinao Uf o centro da
religio Yorub.
Um indivduo teve sua prpria divindade pessoal cultuada e, por
vezes, a de seu pai e me igualmente, mas no fez oferendas para as centenas de
outros deuses iorub a no ser que tenha sido instrudo para assim agir por um
divinador. Mas todos os adeptos da religio Yorub se voltaram para If em
tempos de dificuldades e a conselho dos babalaw, todos sacrificaram para
e por, seu intermdio, para Olorun. Esta importante trindade pblica e
acessvel a todos e juntos- Olorun, If, e permitem e assistem os homens
alevar a cabo o destino que consignado a cada indivduo antes que sua alma
ancestral renasce.
Os pressgios dos babalaw do tambm conselhos prticos para o
comportamento do prprio consulente e alertam contra caluniadores, inimigos
e outros malfeitores. Atravs da vida, um indivduo consulta If em caso de
enfermidade ou infortnio, quando novos empreendimentos tem de ser
encetados e quando importantes decises tem de sr tomadas. Quando ele no
consegue solucionar um problema por meio de seus prprios esforos, ele pode
encontrar seu primeiro recurso em sua divindade pessoal ou em sortilgios e
medicinas, mas caso eles falhem ou ele deseje ser sabedor do que se entende
adiante ou qual o curso a ser tomado, ento ele consulta um divinador.
A alma guardi ancestral, as divindades, os espritos malignos,
feiticeiras, sortilgios e medicinas, maldies, juramento e provocaes foram
assuntos de sria crena, e religio nas suas variadas formas permeava todos os
aspcetos da vida Yorub. Ainda assim, seria errnco concluir que os Yorub
estavam resignados ante incontrolveis destinos ou que se satisfizessem em
confiar na divinao e outras prticas religiosas a fim deresolver todos os seus
problemas. Diversos provrbios Yorub claramente transmitem a mensagem de
que deus ajuda aqueles que se ajudam, e alguns exibem uma atitude quase que
145.
cptica face a esses crenas religiosas, abravura por si mesma to boa quanto a
magia. Um chefe est chamando voc e voc est jogando If, se ela; se If fala
benos e o chefe fala de males, o que ser ento?? Um feitio para se tornar
invisvel no melhor que encontrar um agrande floresta para se esconder, um
sacrificio no melhor do que muitos defensores, e uma divindade para erguerme at uma plataforma no melhor que ter um cavalo para manter e ir
embora.55
OS VERSOS DIVINATRIOS
Os versos, que contm tanto as predies quanto os sacrificos,
constituem o cerne da divinao If. A escolha do verso correto, dentre aqueles
memorizados pelo divinador,constitui o ponto crucial de qualque consulta, e
feita pelo prprio problema. As figuras em si, que so partilhados com outros
largamente distribuidos sistemas de divinao, assim como o mecanismo pelo
qual figura a figura correta selecionada, so apenas meios para o fim ltimo
do verso adequado. Os versos fornecem a chave para o objetivo final, qual seja o
de determinar o sacrifico, as questes ficam nas mos dos deuses.
Os 186 versos aqui publicados representam menos que uma quinta
parte daquilo que se espera que um divinador de If tenha memorizado, antes
que d incio prtica, no obstante constituam uma bastante grande amostra e
possam ser encaradas como havendo sido escolhidos aleatoriamente. Exceto
para uma prova das relaoes entre os versos e os mitos foi deixada ao critrio
dos informantes. Vale ser notado que houve forte oposia de alguns dos
divinadores ao registros dos versos, considerados segredos profissionais cuja
publicao poderia traser-lhes desvantagenseconmicas. Como resultado, quase
todos foram ditados por um nico divinador. Embora o nmero aqui publicado
seja insuficiente para justificar suas ansiedades, a atitude deles confirma a
inportncia dos versos para o sistema de divinao.
Este estudo poder tirar um tanto do mistrio da divinao If mas
certamente no permite ao leitor divinar por si mesmo, j que verso algum
apresentado para cada figura, ainda assim sua publicao no propriciaria um
meio satisfatrio para divinao. Mais importante ainda, o fato de o prprio
cliente selecionar o verso adequado pode, de novo, haver sido negligenciado, e o
equvoco de se concluir que existe uma figura pode haver sido repetido.
55
Ayia nini to Ogun loto. Are npe o o nd(a)-If, b(i)- If re fo ire, bi Are fo ibi, nko? Aferi kan ko ju bi
ka ri igbo nla ba si lo; ebo kan ko ju opo enia lo, oris gbe mi le atete ko ja ori esin lo.
146.
Duas coletneas no vieram a pblico em tempo para serem incluidas nas seguintes anliases
de duplicao de versos. A primeira, de Sowande (1965), contm 89 versos em iorub para as
primeiras 4 figuras pares e a primeira publicao mimeografada em uma srie projetada. A
segunda, por Abimola (prestes a ser publicada), contm 64 versos em iorub e em ingls, para os
16 versos pares; no me recordo de quaiquer versos duplicados nestes ,manuscrito em um leitura
apressada que dele fiz em Ibad.
147.
148.
149.
classificados como Odu, a mesma palavra que usada para as figuras de If, ou
com designaes de louvor (Oriki, Okiki, E kiki) de If.
Ocasionalmente, uma das trs pores pode ser omitida e a ordem
das segundas e terceiras partes por vezes, invertida. Quatro versos omitem o
caso mitolgico que habitualmente serve de precedente. Um destes (19-8)
comea com frases obscurasque se assemelham aquelas identificadas como
nomes de divinadores, mas no h referncia a um cliente mitolgico ou a seus
problemas. Um outro (19-1) comea com frases que a predio fez. Nenhum
desses versos tem uma narrtaiva mas dois outros (9-1,247-2) comeam
simplesmente por designar as duas figuras centrais no conto, sem referncias a
seus problemas.
Uma diferente estrutura encontrada em nove dentre os versos (1-1,1-2,6-1,1812,35-2,111-2,137-1). Isto ilustrado no primeiro verso (1-1) que dprincipia
Orunmil diz que isso deveria ser feito pouco apouco, eu digo que pouco a
pouco que se ccome a cabea do rato... Neste exemplo, nem o sacrifcio nem o
pressgio especificado, embora ambos sejam em outros casos. A introduo
Orunmil diz ( ou ele diz) repetida duas, trs, quatro,ou cinco vezes e um
exemplo (18-5) um conto acerca de Orunmil incorporado.
No padro mais genrico, as frases iniciais so interpretadas pelos
divinadpores como nomes de louvor de divinadores que foram consultados por
personagens mitologicas em passado remoto. Alguns so semelhantes na forma
a nomes de louvor dados a animais, plantas e objetos variados, como em
fumaa glria do fogo; relmpago a glria da chuva; um grande pano a
glria de Egungun (18-2). Alguns so adaptados divinao na forma seguinte:
Arremetida felina, o divinador de gato (222-2), razes o divinador da base da
palmeira (54-5), brotos de folhas, o divinador do topo da berinjela (166-1).
Com outros nomes de louvao, essas expresses iniciais
frequentemente relembram provbios em sua forma de afirmao. Muitos
tambm partilham a excessiva exagerao caracterstica dos provbios Yorub, e
alguns podem muito bem ser provbios que j foram de uso corrente: Duas
pessoas no podem dormir numa toca de duiker (pequeno antlope africano) (544). O lodo no faz flutuar um barco (183-4). Clios No ajuntam orvalho (35-4).
Vaca velha no fala (86-2). Moscas no expe contas para vemder (204-1). Cabo
de enxada tem cabea que no tem miolos (35-1). Nuca de urubu parece cabo de
machado mas no pica madeira (35-5). Uma parede encobre os olhos da gente
150.
mas no veda os ouvidos. (33-1). Quem no vai dormir, sabe onde o sol nasce
(55-1). O trovo no estronda durante o Harmato 57 e o raio n fasca em
segredo, (86-1). Escarradeira de boca pequena puxa para junto do travesseiro
(111-1). Quem no constroi uma casa, ainda assim no tem de dormir no topo
de uma rvore; quem no capina os inhames nem por isso tem de comer terra;
um ancio que aprende If no obrigado a comer nozes de cola ranosas (1311). Frases parecidas so identificadas nos versos como palavras de louvor de
personagens mitologicas como, por exemplo, cabana no campo mantm guarda
da fazenda mas no pega ladres, um nome para a Hiena Malhada (35-3).
A imagtica potica de alguns desses nomes umas das feies
estticas dos versos de If. Delgada lua em um lado do cu, tune estrela da
noite no crescente da lua (1-6). Desce a noite e estendemos nossasesteiras de
dormir, rompe o dia e as enrolamos; aquele que estende os fios da trama precisa
caminhar, para frente e para trs ...(14-1). O cavalo acorda de manh, logo leva o
ferio na boca (35-6). As penas do abutre lhe chegam at as coxas; para o resto,
ele usa calas. (7-3). Os quadris se comportam com indiferena mas vo senta-se
na esteira; as redes atuam suavemente mas seguram suas cargas com firmeza
(181-1).
Por outro lado, estas deniminaes frequentemente contm palvras
arcaicas cujo significado os prprios divinadores ignoram; eles foram obrigados
simplesmente a decor-las maquinalmente sem have-las compreendido. Com
resultado, as vezes so intraduzveis, podendo haver inevitveis erros nas
tradues que se tentaram fazer.
Em muitos casos, impossvel dizer se os nomes de referem a um ou
vrios divinadores, no sendo possvel aos informantes ajudar no assunto. As
divises que tem sido feitas, no interesse da inteligibilidade, so, com
frequncia, puramente subjetivas. Certo nmero de versos (p.e. 1-7,1-11,2-2,34,4-1) obviamente citam um s divinador, e trs (1-4,244-2,247-2) claramente
distinguem dois divinadores. Nesses trs casos alm disso, as frases iniciais
claramente so identificadas como nomes de divinadores, sustentando a
interpretao dos divinadores de If.
57
Harmato- Vento quente e seco que sopra initerruptamente por alguns dias na costa dddo golfo
da Guin, do mesmo modo que o Siroco e o mistral nas costas africanas do norte, originados no
Saara. (NdoT)
151.
152.
foi para i povo de Ilabesan (222-1), o povo de Igbad (244-2), o povo de If (24-1) e
toda a populao da terra (236-1).
Outros clientes so Banana (1-30), Milho (248-2), semente de Benni
(86-3), Cactus (6-4), Cola (239-2), e a rvore Odan (52-2), Abutre (1-5,5-2,2411,248-1), guia de Peixe, Vulturina (248-1), Pssaro Tecelo de cara laranja (203), Pombo (19-3,33-1), Pomba (33-1,33-3), Galo (123-1), o pssaro Agbe ( 17-2) e o
pssaro Olubutu (255-1), Leo 92-1). Leopardo (167-10, Gato (1-2,222-2)., Hiena
(35-3), Urso Trepador (18-2), camundongo do campo (54-8), Porco-espinho (551). Carneiro (Ewe) de Ipopo (18-11), Pton (54-2), Lagarto (54-5), camaleo (2551), dois tipos de Sapo (55-2,170-1,170-2,170-3), Cgado (168-1), Cracol (20-1), um
pequeno molusco semelhante litorina (54-7), Rei das Trmicas (54-1) e Mosca
(245-2), Ereje, identificada como a me do carneiro selvagem, Elefante e Bfalo
(86-1); e Olokunde, a me do Cavalo a da rvore fruta-po (5-3). Bode, Carneiro
selvagem e galo aparecem juntos como clientes (18-6); assim como Lato,
chumbo e ferro (35-6), cerveja de milho, vinho de palmeira e vinho de bambu
(54-6); urina, saliva e smem (241-2); e ms, m e a me do jardim da beira-dgua (250-2). As 165 espcies de animais (166-1), 249-6), os 165 tipos de folhas
(250-3) e os 165 tipos de tecidos alm do Morin (18-4) aparecem em conjunto
como clientes. Outros clientes so ainda o pano (255-4), o pigmento e o
mordente (183-2), o cutelo (243-2), o Anzol (4-4), a vara (2-1), a trombeta (246-2),
Cabaa de Shea butter (241-4), a cabea (4-1) o olho (35-4,256-1), o pnis (4-2), o
sosl(1-6,52-1) a me do sol (103-1), a me da chuva (18-11), a terra (181-1,181-4) o
fogo (222-3,245-1), o caminho (17-3), o armazm (243-4), o Cupinzeiro (33-5,336), a pilha de inhames (19-2) e o monte e Escria (247-3).
Personagens do tipo semelhantes aparecem em outros papis nos
versos, enquanto aqueles nomeados clientes incluem tambm certo nmero dos
quais o divinador pode no saber mais nada seno o que consta do prprio
verso, tais como, por exemplo, dogb (3-1,3-2) Voz trmelua (7-5), o Vendedor
de bolinhos fritos de feijo em Eriw (243-), e Srk, o filho do sacerdote que
mata oitocentos cgados para comer (255-2). Em alguns desses exemplos, a
descrio do cliente parece correlacionada ao seu problema, tal como no caso de
Velhaco (7-1), Forte mas estpido ancio (7-4), e assim o , nitidamente,no caso
da mulher Estriel (4-3).
Tudo indica que existe mais significao em alguns dos versos que e
que foi compreendido pelos divinadores junto aos quais os textos foram
153.
154.
muitos anos (35-6). Somente uma dessas narrativas mnimas (48-1) aparece em
coletneas publicadas de folclore Yorub, mas outros contos de comparvel
simplicidade o so (Ogumefu, 1929: 2-3, 5-6, 6-7, 17-18).
Algumas dessas narrativas ntimas so sumrios de contos mais
extensos. A histria do chapu bi-color de (48-1) fornecida em uma verso
mais longa por Frobenius (1913: I, 240-243) enquanto o conto do pombo e da
pomba (33-1) reduzido ao seguinte, na verso registrada por Epega (s.d: II, 9394).
Erukuku da casa sacrificou; Erukuku do campo no sacrificou.
Erukuku do campo deu luz dois filhos; Erukuku do campo disse que no
sacrificaria mas tinha tido filhos. ela fez sua casa no topo de uma peineira. Veio
uma tempestade e a rvore caiu e ambos os filhos de Erukuku do campo
(pomba) morreram. ela gritou, O primeiro ou o segundo, ela no v (ambos).
Erukuku da casa (pombo), ela gritou Toca o pote com a cauda; no morre.
Imagina-se em tais casos que o divinador aprendeu apenas a verso
abreviada ou simplesmente no recitou a narrativa.
A maioria dos mitos que surgem nos versos de natureza etiolgica
ou explicativa. Malinowski (1954: 108-111) provou que mitos etiolgicos
realmente no explicam coisa alguma; antes, apresentam um precedente e
fornecem uma sano aos costumes e instituies. Esta ltima funo muito
importante mas, at onde eu possa julgar, esses contos foram aceitos outrora
como esclarecimentos das caractersticas das caractersticas de pssaros,
animais, insetos, plantas e outras coisas assim como de costumes e pormenores
de rituais. Essas explicaes so declaradas em termos de precedentes, decerto,
como acontecimentos que se acreditava haverem ocorrido, mas isso no
significa que eles no expliquem porque uma coisa como ou deveria ser feita
como foi. Existe a necessidade de oferecer testemunho para a antiguidade de
instituies sociais e religiosa mas dificilmente uma necessidade de justificar as
caractersticas do lato, do chumbo e do ferro (35-6).
Os versos so responsveis pelos quatro olhos na superfcie dos
dends do divinador (175-2); pelo papel de If em relao alma guardi
ancestral (111-1); pelo uso de cabras em lugar de seres humanos como
sacrifcios a If (204-1); porque Iwori Meji vem em terceiro entre as figuras de
If (35-5); pelo significado dos nomes de algumas figuras de If (18-10, 20-2, 247-
155.
156.
157.
158.
Em alguns caos, nome sde figuras aparecem outros que aquele q que o verso pertence, como
no verso 19-1.
159.
160.
If 175-1
If 225-4
If ------If 123-1
If 54-5
If -------If----- (mas cf. 86-1)
If 167-1
If -----
Fobenius (250-254)
Frobenius (255-289)
Frobenius (289-292)
Conto 25
Conto 44
Conto 45
161.
If ------If 168-1
If 222-1
162.
163.
poder mgico. No entanto Limba, o animal mais forte aterroriza o mais fraco ao
matar seis vacas selvagens com mau olhado; o mais fraco apavora o mais forte
ao ser capaz de transportar todas elas, e ambos fogem embora, deixando a casa
abandonada. Em uma verso Yorub, o animal mais fraco faz todo o trabalho na
primeira metade dessa histria.
Uma vez que a primeira e segunda partes dela podem ser narradas
separadamente, ela provavelmente representa dois contos-padro isolados,
Leopardo e Bode
Leopardo e Bode
Leopardo e Carneiro Selvagem
Leopardo e Carneiro Selvagem
Leopardo e Lobo
Leopardo e Mangusto
Leopardo e Rato de Palmeira
Leopardo e Esquilo
Leopardo e Gamo da Savana
Leo e Antlope
Leo e Lebre
Leo e Asno
Leo e Homem
Pantera e Hiena
Gato-do-matoce Hiena
Hiena e Macaco
Homem e Ave
164.
165.
299, Skinner, s.d.: II, contos 3 e 7), os Digo (Nyika), da Tanzania (Dammann, 19351936: 217-219), os Lia, do Congo Kinshasa oriental (Mamet, 19 60: 114-119), os
Yao, do Malawi (Mac Donald, 18882: II, 365, Stanus, 1922: 335-336); os Sotho, do
Transvaal setentrional (Hoffmas, 1915-1916: 305); e os Hotentotes de Nama (Schultze,
1907: 398-399) e os Xhosa, da Repblica da frica do Sul (Theal,1886: 122-126).
Tem sido relatado tambm em quatro verses das Ilhas de Cabo Verde (Parsons,
1923: I, 121-125,125-131,131 n2,131-132), em uma verso espanhola (Hernndez
de Soto, 1886: 249-257) e em oito versos entre agrupamentos afro-africanos,
inclusive um conto Tio Remus, da Georgia (Harris, 1917: 189-190), dois da
Guiana Inglesa (Harris, 1892:V-VI) e quatro das Bahamas (Parsons, 1918: 66,6667,67-68,69-70).
Usualmente, um esprito ou animal da floresta aparece sob a forma
de uma bela mulher, casa-se com um caador, acoss-o para cima de uma rvore
na floresta e tenta abater a rvore e mat-lo; mas ela destruda Poe seus
cachorros, os quais ele consegue chamar de casa pelo nome. O caador
substitudo por dois meninos no conto da Carolina do Norte e por duas garotas
na verso Xhosa. Este conto-padro destinto de outros contos citados por
Clarke (s.d: 123) sob Tema B421, Co Prestimoso, que trata com a origem da
morte oriunda de uma mensagem falsificada (Tema A1 335.1), a aquisio de
fogo (Tema A1414) ou descoberta do vinho de palmeira (Tema A 11428).
Mesmo os nomes dos cachorros, quando estes foram traduzidos,
mostraram freqentemente semelhanas flagrantes, fato que aceito como
decisivo no estabelecimento das relaes histricas entre Pequeno Capuz
Vermelho Montado e seus homlogos em francs, onde os nomes dos ces no
traduzidos ou sequer registrados, suas aes so por vezes, indicadoras. Meus
informantes no puderam traduzir inteiramente os nomes dos dois primeiros
cachorros que eles interpretaram como significando Aquele que corta filho de
Kerewu e OsopaKa toma a criana e a engole, o nome do terceiro co foi
traduzido como Aquele que varre o cho e varre as folhas secas (ver n 2,
verso 175-1). Fuja (1962: 155) traduz os trs nomes iorubnos como corta em
pedaos, engole tudo e limpa os restos. Frobenius (1926: 236) os d como:
a)
Abscneider- Cortador;
b)
c)
166.
Reiniger des Platzes- Limpador local. Walker and Walker ((1961:1719) no d os nomes Yorub mas diz que o primeiro co matava a
mulher, o segundo lambia o sangue e o terceiro limpava o local.
167.
No quero ver sobra nenhum pedacinho deles; para o terceiro conto, dispomos
apenas dos nomes dos trs cachorros (Caljon, Seljon e Hetjon); e no quarto
conto cabo-verdiano, existe apenas um co, d nome Leozinho a quem dito
Agarra-a e no deixe cair uma s gota no cho. Nem os papeis os nomes dos
cachorros so muito sugestivo no conto espanhol (Ferro, Chumbo e Ao), no
Georgia (Minny- Minny- Morack e Follamalinska), no da Carolina do Norte
(King Kilus e King Lovus), nos dois contos da Guiana Inglesa (Yarmearroo e
Gengamaroto, Ya-me-o-ro e Cen-ga-mo-ro-to) ou em um dos contos das
Bahamas (Vigia, Tigre e Leo). Mas nos trs outrosbaamianos os nomes dos ces
so Corta-garganta, Mastigou-fino e Chupa-sangue; e Aperta-Toco, Cortagarganta, Mastigou-fino, Chupa-sangue e Estiva-Tudo.
At mesmo (1-7), o que d o conselho prticos para uma esposa,
sugerindo que ela cozinhe para seu marido, lave suas roupas, limpe sua casa e
leve cerveja de milho para seu sacrrio para re-obter seu favor, tem um seu
paralelo em um conto folclrico Limba, de Serra Leoa (Finnegan, 1967: 177-179).
Finalmente, o conto da caveira falante (ou animal) que se recusava
afalar (181-1,181-4,249-5) provavelmente um outro conto-padro, ou
possvelmente dois. Alem das cinco variantes Yorub (ver n 1, verso 181-4)
existe um conto popular (no identificado mas possivelmente Yorub) da
Nigria (Annimo, 1930: 14-16) de carneiro falante, foi registrado nos Efick (
Jablow, 1961: 213-214, fonte no identificada) e os Nupe, da Nigria ( Frobenius,
1924: 150-151; Frobenius and Fox, 1937 161-162), os tem, ddo Togo central
(Frobenius, 1924: 234-235, em Swahili, da Tanznia ( Landemann e outros, 1910:83),
entre os Ya, de Malawi ( Stannus, 1922: 322), e os Lamba, de Zmbia ( Doke, 1927:
177). Foi registrado com um cgado cantante em Gana ( Barker and Sinclair, 1917:
119-121) e com um Leopardo falante para os Bakongo, do Congo ( Courlander,
1963: 64-66). Esses contos so distintos daquele envolvendo Tema E632.1, Ossos
de pessoa assasinada ao falarem (cantarem) revelam homicidio (Clarke, s.d.: 226)
e Temas D1318 flios. Objeto mgico revela culpa ( Clarke, s.d.: 192-193), mas so
relacionados com o Tema K1162. Simplrio logrado por caveira falante que faz
declarao executado por haver mentido (Clarke, s.d: 192-193), mas so
relacionados . O tema da cabea falante (D1610.5) aparece em um bastante
diferente conto Yorub registrado por Frobenius (1926: 294-296).
J que os versos so recitados apenas como uma parte do ritual de
divinao e porque tem de ser recitados precisamente tal qual foram
168.
169.
o seguinte conto de Fon que Alapini (1950: 109-112) registra como associado com
a figura Oturukpon Otur:
Antes do trem surgir na terra, ele foi, como fazem as almas, para
diante de Deus; e foi-lhe dito para sacrificar galinhas, ovos, bananas e assentos
num confortvel aposento luxuoso. Vago fez o sacrifcio, mas locomotiva se
recusou. Quando chegaram terra, tantos brancos quanto negros sentaram-se
misturados nos assentos que vo tinha arrumado em seu belo compartimento,
*******************************************