Lei 4898.65 - Abuso de Autoridade PDF

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ABUSO DE AUTORIDADE (Lei n 4.898/1965)


O art. 1 da Lei 4.898 estabelece que o direito de representao e o processo de responsabilidade
administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exerccio de suas funes, cometerem
abusos, so regulados pela presente lei.
Para que possamos compreender perfeitamente todos os artigos da Lei de Abuso de Autoridade,
importante que sejam esclarecidos os significados exatos dos termos utilizados pela lei.
Direito de Representao
A lei j comea com uma expresso que causa certa confuso aos alunos iniciantes. Isso porque ao
dizer que a lei regula o direito de representao nos casos de abuso de autoridade, traz a errnea
ideia de que os crimes de abuso de autoridade so de ao penal pblica condicionada
representao, o que no verdade.
OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE SO DE INICIATIVA PBLICA
INCONDICIONADA.
S por amor didtica, preciso relembr-lo que os processos criminais podem ser iniciados
judicialmente por iniciativa do Ministrio Pblico (ao pblica incondicionada) ou da vtima
(ao penal privada), ou ainda por iniciativa do Ministrio Pblico, mas s aps representao
(autorizao) do ofendido (ao pblica condicionada representao) ou requisio do
ministro da justia (ao pblica condicionada requisio do ministro da justia).
Pois bem. O fato de a lei mencionar que o direito de representao ser exercido por meio de
petio dirigida ao rgo do Ministrio Pblico que tiver competncia para iniciar processocrime contra a autoridade culpada (art. 2), no pode ser compreendido no sentido de que o
Ministrio Pblico somente poder iniciar a ao penal com essa representao. Como eu destaquei
acima, os crimes de abuso de autoridade so de iniciativa pblica incondicionada.
Mas, por que a lei menciona esse tal direito de representao?
Na verdade, a lei somente est esclarecendo que qualquer pessoa pode pleitear perante as
autoridades competentes a punio dos responsveis pelo abuso. a prpria Constituio da
Repblica, inclusive, que assegura esse direito (art. 5, XXXIV, a):
So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a)
o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;

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b)
a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situaes de interesse pessoal;
Em resumo, ento, podemos dizer que a representao mencionada pela lei, nada mais do que
o direito de petio aos poderes pblicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidades.
Essa petio deve ser recebida pelas autoridades como mera notitia criminis.
( CESPE - 2009 - PC - PB ) Considerando que um cidado, vtima de priso abusiva, tenha apresentado
sua representao, na Corregedoria da Polcia Civil, contra o delegado que a realizou, assinale a opo
correta quanto ao direito de representao e ao processo de responsabilidade administrativa, civil e
penal no caso de crime de abuso de autoridade.
a) Eventual falha na representao obsta a instaurao da ao penal.
b) A ao penal pblica incondicionada.
c) A representao condio de procedibilidade para a ao penal.
d) A referida representao deveria ter sido necessariamente dirigida ao Ministrio Pblico (MP).
e) Se a representao apresentar qualquer falha, a autoridade que a recebeu no poder providenciar,
por outros meios, a apurao do fato.

Autoridade
O conceito de "autoridade" posto na Lei n. 4.898/65 abrangente, abarcando todo e qualquer
agente pblico quem exerce cargo, emprego ou funo pblica, de natureza civil, ou
militar, ainda que transitoriamente e sem remunerao.
O agente pblico aposentado pode cometer crime de abuso de autoridade?
No. Para ser sujeito ativo o agente pblico precisa manter vnculo com o Estado. Caso contrrio,
no poder figurar como sujeito ativo do crime de abuso de autoridade. Ao contrrio, caso o agente
pblico esteja s de licena, no deixa de ser autoridade para os fins da lei, pois ainda mantm
vnculo funcional com a Administrao Pblica.
essencial estar em horrio de servio para que o agente pblico possa cometer abuso de
autoridade?

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No. Pense na hiptese em que Joo, Delegado de Polcia Federal, fura a fila do banco, passando a
frente de vrias pessoas que ali esperavam. Ao ser interpelado por Jos, cliente do banco, comea
uma discusso, ocasio em que Joo d voz de priso a Jos por desacato a autoridade.
Vamos ver como o STJ enfrentou situao semelhante:
O Tribunal a quo concluiu que o ora recorrente, delegado de Polcia, passou frente do ora
interessado, que se encontrava na fila de um banco. Comearam ento a discutir e, no pice do
desentendimento, o delegado deu voz de priso ao interessado por desacato autoridade,
recolheu-o delegacia onde se lavrou o auto de priso em flagrante e, para ser posto em
liberdade, foi preciso pagar fiana. O litisdenunciado, ora recorrente, agiu como agente pblico
ao mobilizar o aparato estatal e efetuar a priso ilegal. Logo h responsabilidade civil do Estado
e, em razo do abuso, cabe ressarcir o Estado pelos valores despendidos com a reparao dos
danos morais. A Turma no conheceu do recurso. (REsp 782.834-MA, 20/3/2007).
Em resumo, basta que seja demonstrado que o sujeito atuou valendo-se de sua
condio de autoridade para responder pelo crime.
H possibilidade de particular responder por abuso de autoridade?
Sim. Desde que o particular atue em concurso de pessoas com uma autoridade. Isso se deve ao art.
30 do Cdigo Penal, que assim dispe: no se comunicam as circunstncias e as condies de
carter pessoal, salvo quando elementares do crime.
(CESPE - 2010 - MPU - Analista - Processual ) Hlio, maior e capaz, solicitou a seu amigo
Fernando, policial militar, que abordasse seus dois desafetos, Beto e Flvio, para
constrang-los. O referido policial encontrou os desafetos de Hlio na praa
principal da pequena cidade em que moravam e, identificando-se como policial
militar, embora no vestisse, na ocasio, farda da corporao, abordou-os,
determinando que se encostassem na parede com as mos para o alto e, com o auxlio
de Hlio, algemou-os enquanto procedia busca pessoal. Nada tendo sido
encontrado em poder de Beto e Flvio, ambos foram liberados. Nessa situao, Hlio
praticou, em concurso de agente, com o policial militar Fernando, crime de abuso de
autoridade, caracterizado por execuo de medida privativa de liberdade individual.
Explico. As circunstncias que envolvem um crime podem ser objetivas (ex.: modo, tempo, lugar)
e subjetivas (ex.: ser funcionrio pblico, ser autoridade). Quando um agente pratica um crime,
as circunstncias de carter pessoal (subjetivas), no contaminam o coautor, em regra. Exemplo:
se Suzanne mata os pais em companhia de Joo, aquela ter uma pena maior por ter praticado o
crime contra seus antecedentes. Contudo, essa circunstncia pessoal, subjetiva (ser filha) no
contamina o coautor do crime, que no ter tal aumento de pena.
De outra forma, quando a circunstncia de carter pessoal (subjetiva) for elementar para o crime,
ou seja, o crime no existe sem ela, essa circunstncia contamina o coautor. Se Jos, policial militar,
pratica crime de abuso de autoridade em coautoria com seu primo Joo, particular, a circunstncia
pessoal de Jos ser autoridade contamina o segundo, pois elementar (essencial) para o crime
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de abuso de autoridade esse elemento. Enfim, se um particular for coautor de uma


autoridade no cometimento do abuso de autoridade, ambos respondero pelo
crime, mesmo que um deles seja particular.
A autoridade militar pratica o crime de abuso de autoridade ou algum crime especfico do Cdigo
Penal Militar?
No existe um crime de abuso de autoridade nas leis militares, por esse motivo se um militar
cometer o crime de abuso de autoridade responder pelo crime conforme a Lei 4.898.
Observe que compete Justia Comum processar e julgar militar por crime de
abuso de autoridade, ainda que praticado em servio.
(Smula n 172/STJ).
Nesse sentido, caso um policial militar, como exemplo, praticar crime de abuso de autoridade ir
responder pelo crime na justia comum e no na justia castrense (militar).
Em resumo, a condio de militar ou o fato de estar a servio quando da prtica do
crime no so suficientes para caracterizar a ocorrncia de crime militar e, assim,
atrair a competncia da Justia Castrense (Militar).
(CESPE - 2009 - TRE-MA - Analista Judicirio - rea Judiciria) Compete justia militar processar
e julgar militar por crime de abuso de autoridade, quando praticado em servio.

(CESPE - 2008 - PRF - Policial Rodovirio) Compete justia militar processar e julgar militar por
crime de abuso de autoridade, desde que este tenha sido praticado em servio.

E se o militar cometer crime militar em concurso com crime de abuso?


Vamos pensar na hiptese em que o policial militar Joo, durante a priso ilegal de Jos, desfira
um violento soco no conduzido sem que houvesse qualquer justificativa para tanto. Veja que o
abuso de autoridade (priso ilegal) foi seguido de leso corporal (art. 209 do Cdigo Penal Militar).
Bom. J vimos que mesmo sendo Joo um militar, a justia comum deve julglo por abuso de
autoridade. Ocorre que tambm existe um crime militar cometido em concurso com o abuso. Nesse
caso, a justia militar deve julgar o crime militar (leso corporal) e a justia comum deve julgar o
crime de abuso de autoridade, devendo os feitos ser separados.
Veja o que diz a smula n 90 do STJ:

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Compete Justia Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prtica do crime
militar, e Comum pela prtica do crime comum simultneo quele.
Competncia para o Processo e Julgamento do Abuso de Autoridade
Faz diferena a autoridade ser servidor federal ou estadual?
O STJ tem um julgado bem recente em que entendeu que a simples condio de ser servidor federal
no atrai a competncia para a justia federal.
No caso concreto, um delegado de polcia federal, aps se identificar como tal, exigiu que o chefe
do planto de um hospital lhe apresentasse os pronturios de atendimento mdico, o que foi
negado. Por esse motivo, o delegado o agrediu. Ao julgar o caso, o STJ entendeu que a simples
condio funcional de agente no implica que o crime por ele praticado tenha ndole
federal, se no comprometidos bens, servios ou interesses da Unio (STJ, HC 102.049ES, 13/04/2010).
Vamos supor, ento, que o hospital em que ocorreram os fatos seja de administrao federal e que
esse servidor agredido seja um servidor federal. Nesse caso, a Unio teve um interesse atingido,
pois teve um servidor seu agredido em servio, o que levaria a competncia para a justia federal.
Crime de abuso de autoridade x crime de violncia arbitrria (art. 322 do CP)
Segundo entendimento do STJ e STF, o crime de violncia arbitrria (art. 322 do CP)
no foi revogado pela Lei de Abuso de Autoridade
(STF, RHC 95617-MG, 25.11.2008)
A violncia arbitrria, tipificada no art. 322 do Cdigo Penal ("Praticar violncia, no exerccio de
funo ou a pretexto de exerc-la "), entendida como aquela ilegalidade do funcionrio pblico
que, violando o Direito da Administrao Pblica, age arbitrariamente, isto , sem autorizao
de
qualquer norma legal que lhe justifique a conduta, contra o cidado (ex.: O Policial Joo
desfere um soco Jos pelo fato de este estar de madrugada caminhando em via pblica).
No abuso de autoridade, o funcionrio, ao executar sua atividade, excede-se no Poder
Discricionrio, que facultaria a escolha livre do mtodo de execuo, ou desvia, ou foge da
sua finalidade, descrita na norma legal que autorizava o Ato Administrativo (ex.: aps priso
legal de Jos, o policial Joo os lesiona durante algemamento).
Viu a diferena? No?
que no crime de Abuso, a autoridade poderia usar a fora em determinada medida, mas excedeuse nesse direito desnecessariamente. No caso do art.322 o policial no poderia usar a fora de forma
alguma. Essa diferena serve para voc fazer a prova, mas no prtica no tem sido observada.
FORMAS DE ABUSO DE AUTORIDADE
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Abusos contra direitos fundamentais (art. 3)


A lei descreve vrios atentados que levam ao abuso por parte da autoridade. Nesse sentido, assim
dispe o art. 3 da Lei:
Art. 3. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

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a) liberdade de
locomoo;

b) inviolabilidade do
domiclio;

c) ao sigilo da
correspondncia;

d) liberdade de
conscincia e de crena;

e) ao livre exerccio do
culto religioso;
Qualquer atentado
f) liberdade de
associao;

g) aos direitos e
garantias legais
assegurados ao exerccio
do voto;

h) ao direito de reunio;

i) incolumidade fsica
do indivduo;

j) aos direitos e
garantias legais
assegurados ao exerccio
profissional.

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Pense na seguinte estria: Joo se LOCOMOVE em direo ao seu DOMICLIO, abre a caixa de
CORRESPONDNCIAS. Ao entrar na sala, v sua irm fazendo uma macumba. Ele no fala
nada, pois LIVRE O EXERCCIO RELIGIOSO ( e o de conscincia e de crena). Na cozinha,
ele v sua me em uma REUNIO debatendo interesses da ASSOCIAO de moradores do
bairro. Ele vai para o quarto, entra na internet e VOTA na gata do campeonato brasileiro de futebol.
A namorada de Joo o surpreende e o agride, atingindo sua INCOLUMIDADE FSICA. Aps
apanhar, Joo vai para o TRABALHO.

( CESPE - 2009 - TRE-MA - Analista Judicirio - rea Judiciria) Constitui abuso de autoridade
qualquer atentado ao sigilo de correspondncia, ao livre exerccio de culto religioso e liberdade de
associao.

( CESPE - 2009 - PGE-PE - Procurador de Estado) O atentado contra o direito de reunio, nos termos
da Lei n. 4.898/1965, no constitui abuso de autoridade.

Impossibilidade de tentativa nos crimes de atentado a direitos fundamentais


Muito bem. Perceba que o art. 3 diz ser punvel qualquer atentado aos direitos acima. Nesse
sentido, a doutrina ensina que esses crimes so de atentado, ou seja, aqueles em que a lei pune a
tentativa e a consumao da mesma forma. Assim, tanto faz conseguir consumar ou no o atentado
que o crime ser o mesmo.
Se a autoridade Joo, por abuso, determinar o fechamento de uma igreja, mas for impedido por
fieis, ter praticado o crime, mesmo no ter atingido seu objetivo.
S para aproveitar a oportunidade, tenho um macete para memorizar os crimes que no admitem
tentativa. Aqueles que j fizeram o curso de Parte Geral e Especial para Polcia Federal conhecem
bem esse macete. Veja s:
---------------------------------------------------------------------------------------------CRIMES QUE NO ADMITEM TENTATIVA

A doutrina elenca alguns crimes que no admitem tentativa, ou seja, em tais infraes no possvel fracionar o iter
criminis.

C.C.H.O.U.P

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C ontravenes ( art. 4 da LCP)

C ulposos ( Imprudncia, impercia e negligncia)

Habituais (Arts. 229, 230, 284 do CPB)

O missivos prprios ( Art. 135 do CPB)

U nisubsistentes

P reterdolosos (dolo+culpa)

Obs1.: Existem os crimes de atentado ou de empreendimento que so aqueles em que a tentativa j punida como se fosse
consumado o crime ( art. 352 e 358 do CP).
Obs.2: O crime de induzimento, instigao e auxlio ao suicdio s possvel na sua modalidade consumada, uma vez que, no
mnimo devem restar leses graves (Art. 122 do CPB).
Obs.3: os tipos unissubsitentes so aqueles em que a realizao do ilcito da ao d-se em apenas um ato. Isso torna a
impossvel a ocorrncia de tentativa, vez que no se poder diferenciar incio de execuo da consumao, como ocorre na
injria verbal e no falso testemunho. Resumindo, o tipo tentado exige para sua configurao o fracionamento do iter criminis.
Obs.4 Os crimes de perigo no admitem tentativa, uma vez que so exemplos de crimes unissubsitentes. Aceitar a tentativa dos
crimes de perigo, nas palavras de lvaro Mayrink, seria aceitar a tentativa da tentativa, ou seja, o perigo do perigo.
Da mesma forma, os crimes omissivos prprios so unissubsitentes, no aceitando a modalidade tentada, portanto.
Ao contrrio, factvel a configurao da tentativa nos tipos de omisso imprpria, onde a presena da conduta diversa da
exigida e da esperada configura uma autntico iter, cuja interrupo pode originar o tipo da tentativa.1 Obviamente, somente o
crime omissivo imprprio doloso admite a tentativa, como no exemplo do mdico que, ao ver um desafeto, nega-se a atend-lo,
para que este morra na sala de espera. Um terceiro o socorro a outro hospital e salva a vtima. O incio da tentativa dos crimes
omissivos imprprios d-se quando da inatividade do garante decorre aumento do risco de perigo concreto diante do bem
jurdico.
Obs. 5: Os crimes preterdolosos no admitem tentativa quanto ao seu resultado agravador, porquanto este d-se com culpa e,
conforme vimos, no h possibilidade de conatus nesses casos. Ao contrrio, quando a circunstncia qualificadora gerada
por dolo ( ex. Dolo de leso e dolo de amputao na leso corporal gravssima) a tentativa mostra-se teoricamente vivel.
Obs. 6: Crime Habituais so aqueles que exigem a pratica da conduta como um modo de vida.
O exemplo seria do dentista prtico (aquele que no tem diploma de Curso Superior em Odontologia). Para praticar o crime,
deve ser demonstrado que ele exerce a profisso como um modo de vida.
Perceba que no importa que o prtico seja eficiente como dentista, pois no tem autorizao legal para exercer a profisso.

Mayrink da Costa, lvaro. Direito Penal: volume 1 parte geral. 8 ed. Corrigida e atualizada. Editora Forense, 1568.

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Exercer, ainda que a ttulo gratuito, a profisso de mdico, dentista ou farmacutico, sem autorizao legal ou excedendolhe os limites (art. 282 do CPB)

Contravenes
INFRAES QUE
NO ADMITEM
TENTATIVA

C.C.H.O.U.P

Culpososo
( salvo culpa
imprpria)
Habituais

Omissivos
Prprios

Preterdolosos

---------------------------------------------------------------------------------------------Algumas informaes devem ser apresentadas sobre os atentados aos direitos estudados no art. 3:
a) liberdade de locomoo;
Vamos tratar de abusos especficos em relao s prises ilegais quando do comentrio do art. 4.
O art. 5, XV da CF prev que livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com os seus bens.
Entretanto, esse direito no absoluto, podendo ser restringido:

Em caso de estado de stio (art. 139 e 137, I da CF);

Priso em flagrante realizada por qualquer do povo ou por autoridade pblica;

Priso por mandado judicial;

Priso administrativa de militar;


Determinao de parada de veculos em barreiras policiais.

b) inviolabilidade de domiclio
A CF estabelece que a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar em
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinao judicial. Podemos, ento, apontar as seguintes hipteses em
que possvel ingressar em casa alheia mesmo sem autorizao do morador:

Em caso de flagrante delito (dia ou noite);

Para prestar socorro ou em caso de desastre (dia ou noite);

Por fora de mandado judicial (somente dia);

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A expresso domiclio tem sido interpretada na forma do art. 150, 4 do CP, que considera
casa (a) qualquer compartimento habitado (inclusive mvel como o trailer); (b) aposento
ocupado de ocupao coletiva (ex.: quarto de hotel); (c) compartimento no aberto ao pblico onde
algum exerce ofcio ou profisso (ex.: escritrio, consultrio mdico etc).
O txi considerado casa para o taxista?
A doutrina ensina que no. Entretanto, devemos analisar caso a caso, pois se o caminhoneiro utiliza
a boleia como dormitrio no se pode afastar a inviolabilidade de domiclio.
c) ao sigilo de correspondncia
Inicialmente, informo que o sigilo refere-se correspondncia fechada. Uma vez aberta, ela recebe
o tratamento de qualquer documento comum. O sigilo, do mesmo modo, permite as seguintes
restries, entre outras:

Possibilidade de restrio em estado de stio (arts. 136, 1, I, b e art. 139, III da CF);

Apreenso de documentos destinados ao acusado ou em seu poder, quando seu contedo


for til elucidao do fato, bem como na apreenso de documento em poder do defensor
do acusado quando seu contedo constituir elemento de corpo de delito ( arts. 240 e 243,
2 do CPP);

Quebra do sigilo de correspondncia do preso (art. 41 da LEP).

No caso de correspondncia do preso, a violao est justificada pela segurana interna do


estabelecimento prisional. No entanto, essa violao pode ser determinada pelo Diretor
do estabelecimento ou exige autorizao judicial?
O STF entendeu em determinado julgamento que a prpria administrao penitenciria, com
fundamentos em razes de segurana pblica, de disciplina prisional ou de preservao da ordem
jurdica, pode, excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita na Lei de Execues
Penais (LEP), proceder a interceptao de correspondncia remetida pelos sentenciados, eis que a
clusula tutelar de inviolabilidade do sigilo epistolar no pode constituir instrumento de
salvaguarda de prticas ilcitas (STF, HC n 70.814, 01.03.1994).
d) incolumidade fsica do indivduo
possvel que durante o cometimento do abuso, a autoridade pratique alguma violncia fsica.
Por exemplo, durante priso ilegal a vtima lesionada fisicamente durante algemamento. Nesse
caso, o entendimento do STF de que o autor deve responder pelos dois crimes em concurso
(somam-se as penas).
Abusos de autoridade relacionados priso ilegal (art. 4)
(UESPI - 2009 - PC-PI - Delegado)Constitui abuso de autoridade (Lei 4.898/65):

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a)

ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as formalidades legais.

b)

submeter pessoa sob sua guarda ou custdia a qualquer tipo de vexame ou constrangimento.

c)
deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a priso ou deteno de qualquer
pessoa.
d)

deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de priso ou deteno legal que lhe seja comunicada.

e)

levar priso e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiana, no permitida em lei;

O art. 4 trata de determinadas condutas praticadas por autoridades pblicas que ferem o direito
de liberdade da vtima. Vamos esquematizar tais condutas:

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( CESPE - 2009 - DPE - ES - Defensor Pblico) O delegado de polcia que efetua a priso de
determinado cidado e no a comunica ao juiz competente comete o delito de abuso de autoridade.
No entanto, a autoridade judicial que no ordena o relaxamento de priso ou deteno ilegal que lhe
tenha sido comunicada pratica apenas infrao administrativa.

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Sobre o art. 4, podemos assinalar as seguintes observaes:


a) Depositrio Infiel
O STJ (smula n 439) e o STF (smula vinculante n 25) determinaram ser ILCITA a priso
civil de depositrio infiel, qualquer que seja o depsito.
Hoje, portanto, a nica dvida que pode levar priso aquela relacionada inadimplncia de
penso alimentcia.
Era muito comum o sujeito comprar um veculo atravs de financiamento bancrio e, aps no
conseguir adimplir com as prestaes, negar-se a devolver o veculo, determinando o juiz sua
priso. Hoje, esse tipo de priso, se determinada pelo juiz, ser considerada Abuso de Autoridade.
b) Priso Militar
No mundo militar, em decorrncia da hierarquia e disciplina, possvel a determinao de priso
administrativa de inferior hierrquico, desde que fundamentada em norma militar. Se no houver
tal justificativa legal, a priso ser considerada Abuso de Autoridade. Inclusive, poder haver
Habeas Corpus para questionar os requisitos de legalidade da priso, mas nunca para discutir o
mrito (ex.: um soldado que se nega a fazer a barba, mesmo aps determinao de superior, pode
ser preso administrativamente, pois h justificativa pela desobedincia, mesmo que o mrito (o
motivo) da priso seja banal. A justia no poder questionar esse motivo da priso).
c) submeter pessoa sob sua guarda ou custdia a vexame ou constrangimento no autorizado em
lei
Existe um crime da Lei de Tortura que muito parecido com este crime de abuso. Vamos comparlos:

Abuso de Autoridade

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Tortura

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Submeter pessoa sob sua guarda ou Na mesma pena incorre quem submete
custdia a vexame ou constrangimento pessoa presa ou sujeita a medida de
no autorizado em
segurana a sofrimento fsico ou
mental, por intermdio da prtica de
lei
ato no previsto em lei ou no
resultante de medida legal.

Vamos falar do crime de tortura ainda nesta aula, mas nesse momento poderia apontar as seguintes
diferenas:
1) No caso de Abuso, a vtima deve estar sob a guarda ou custdia do agressor (Ex.: filhos, tutelado,
enteados, presos, pacientes em hospital etc.);
2) No Abuso no h emprego de sofrimento fsico ou mental, mas mero constrangimento (ex.: se
o carcereiro deixa o preso nu para que ele seja exposto aos demais detentos, poder ocorrer abuso
de autoridade. Entretanto, se essa nudez foi causada para que o detento sofresse com frio intenso
durante a madrugada, o crime seria de tortura).
(TJ-SC - 2010 - TJ-SC - Juiz adaptada) Comete crime de tortura aquele que submete pessoa sob sua
guarda ou custdia a vexame ou a constrangimento no autorizado em lei.

( FGV - 2008 - TCM-RJ ) Assinale a afirmativa incorreta.


a)
Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pblica que, no exerccio de suas
funes, deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a priso ou deteno de qualquer
pessoa.
b)
Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pblica que, no exerccio de suas
funes, leva priso quem quer que se proponha a prestar fiana, permitida em lei.
c)
Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pblica que, no exerccio de suas
funes, submete algum sob sua guarda com emprego de violncia a intenso sofrimento mental,
como forma de aplicar castigo pessoal.
d)
Constitui abuso de autoridade o comportamento da autoridade pblica que, no exerccio de suas
funes, pratica, com desvio de poder, ato lesivo da honra ou do patrimnio de pessoa jurdica.
e)
Constitui abuso de autoridade deixar o juiz de ordenar o relaxamento de priso ou deteno
ilegal que lhe seja comunicada.

d) Uso de Algemas
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( CESPE - 2009 - Prefeitura de Ipojuca - PE - Procurador) A conduta do agente pblico que conduz
preso algemado, justificando o uso da algema pela existncia de perigo sua prpria integridade
fsica, no caracteriza abuso de autoridade, uma vez que est executando medida privativa de
liberdade em estrita observncia das formalidades legais e jurisprudenciais.

O STF resolveu agir ao perceber que as polcias estavam conseguindo prises de grandes figures
(polticos, grandes empresrios etc.). Algemar preto, pobre em favela nunca incomodou o STF, mas
algemar o ex-prefeito de So Paulo j foi demais! A polcia no tem direito de cometer tal
constrangimento, no mesmo?
Vou lhes dizer que vivi uma situao inusitada. Uma senhora de 60 anos foi presa por trfico de
drogas. Durante a conduo da indiciada, pedi aos policiais que no a algemassem, por conta de
sua idade. Ela foi conduzida sem algemas no banco de trs da viatura. Durante o trajeto, ela
avanou no policial que conduzia a viatura, dando-lhe unhadas, socos e dentadas e por muito pouco
no causou um acidente.
Daquele dia em diante, mando algemar at bebezinho.
De qualquer forma, considere a determinao do STF explicitada atravs da smula vinculante n
11:
S lcito o uso de algemas em casos de resistncia e de fundado receio de fuga ou de perigo
integridade fsica prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou
da autoridade e de nulidade da priso ou do ato processual a que se refere, sem prejuzo da
responsabilidade civil do Estado.

e)
cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou
qualquer outra despesa, desde que a cobrana no tenha apoio em lei, quer quanto espcie quer
quanto ao seu valor; recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importncia
recebida a ttulo de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
Essas condutas no so mais aplicveis, uma vez que no h no sistema penitencirio brasileiro
qualquer custa ou despesa de carceragem.
Se o carcereiro cobrar esses valores, poder estar cometendo outros crimes, como extorso,
concusso, corrupo passiva etc.
f)
o ato lesivo da honra ou do patrimnio de pessoa natural ou jurdica, quando praticado com
abuso ou desvio de poder ou sem competncia legal
O crime contra a honra fica absorvido pelo crime de abuso?

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Vamos utilizar aquele exemplo acima em que o carcereiro Joo deixa o detento Jos nu em uma
cela com a inteno de que este passe por constrangimento perante os demais internos. Pois bem.
Durante esse ato, o carcereiro, ainda, passa xingar o detento com palavras de baixo calo.
Nesse caso, o carcereiro deve responder tanto pelo crime de abuso de autoridade quanto pelo crime
de injria em concurso material (somam-se as penas).
Veja, a propsito, a seguinte deciso do STJ. No caso concreto, o Juiz alm de abuso cometeu injria
contra Advogado em audincia:
O cerne da questo seria aferir se as ofensas ao advogado proferidas por um magistrado no
desempenho de suas funes judicantes configuraria delito de abuso de autoridade (Lei n. 4.
898/1965, arts. 3 e 4) ou crime contra a honra, difamao e injria (CP, arts. 139 e 140). O
Tribunal a quo rejeitou a queixa-crime, entendendo que o tema tratado na lei de abuso de
autoridade demandaria ao pblica incondicionada por parte do MP e decretou a ilegitimidade
ativa do querelante. O Min. Relator explicitou que, na conduo da causa, o juiz pode praticar
ambos os crimes tanto o abuso de autoridade (a lisura da atuao do funcionrio pblico exigido
em lei) quanto o contra a honra (sua responsabilidade como pessoa em respeito honra de
outrem) que nada tem a ver com o atuar do poder estatal. Sendo assim, um ambiente processual
em que transitam vrios sujeitos (partes, testemunhas, advogado e serventurios) pressupe
possibilitar o concurso de crimes. Outrossim, a Lei n. 4.898/1965 no pode ser tida como especial
em relao aos tipos do Cdigo Penal de difamao e injria, uma vez que seu texto no
recepcionou todos os crimes contra a honra. Isso posto, a Turma deu provimento em parte ao
recurso, declarando extinta a punibilidade do crime de injria pela ocorrncia
de prescrio e recebeu a queixa-crime pelo delito de difamao. REsp 684.532-DF, Rel. Min.
Jos Arnaldo da Fonseca, julgado em 8/3/2005.
Sanes cabveis ao Abuso de Autoridade (art. 6)
A lei no apenas trata da responsabilidade penal, mas tambm da responsabilidade administrativa
e civil daquele que pratica o abuso de autoridade.
Pode o autor receber as trs penalidades concomitantemente?
Em tese, sim. No se pode falar de bis in idem, pois so distintas as naturezas das sanes.
Sanes Administrativas

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a) advertncia;

b) repreenso;

A sano administrativa ser


aplicada de acordo com a
gravidade do abuso cometido
e consistir em:

c) suspenso do cargo,
funo ou posto por prazo de
cinco a cento e oitenta dias,
com perda de vencimentos e
vantagens;

d) destituio de funo;

e) demisso;

f) demisso, a bem do servio


pblico.

Observe que a aplicao da devida punio administrativa deve respeitar as regras do processo
administrativo disciplinar, com oportunidade de defesa ao agente pblico, variando a
complexidade e o formalismo do procedimento de acordo com a gravidade da sano.
Deve a Administrao aguardar o desfecho do processo penal para aplicar a sano administrativa?
No. Apurada a falta funcional, pelos meios adequados (processo administrativo, sindicncia ou
meio sumrio, dependendo da gravidade da sano), o servidor fica sujeito, desde logo,
penalidade administrativa correspondente.
Sano civil

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Conforme o determinado pelo art. 6, 2, da Lei a sano civil, caso no seja possvel fixar o valor
do dano, consistir no pagamento de uma indenizao de quinhentos a dez mil cruzeiros.
A primeira coisa que esses valores devem ser, por bvio, desconsiderados. Isso no impede que o
juiz arbitre valor que considerar justo para a reparao do dano causado aps o devido processo
civil.
Sano penal
A sano penal consistir em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
O valor deve ser desconsiderado. No caso, o juiz deve aplicar o sistema de diasmulta disciplinado
no CP.
b) deteno por dez dias a seis meses;
Veja que a pena irrisria. Pelo fato de a pena mxima ser inferior a 2 anos, o procedimento para
os crimes de abuso de autoridade ser aquele da Lei 9.099/95 (Juizado Especial Criminal). Tratase, portanto, de crime de menor potencial ofensivo.
c) perda do cargo e a inabilitao para o exerccio de qualquer outra funo pblica por prazo
at trs anos.
Trata-se de sano penal e no administrativa. Assim, o juiz criminal, durante ao final do processo
penal poder aplicar, justificadamente, a perda do cargo como sano principal.
Obs.: se a lei determina que Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil
ou militar, de qualquer categoria, poder ser cominada a pena autnoma ou acessria, de no
poder o acusado exercer funes de natureza policial ou militar no municpio da culpa, por prazo
de um a cinco anos.
Essa sano impede que, mesmo aps perder o cargo e participar de novo concurso, o condenado
no poder tomar posse em cargo de natureza policial militar no municpio da culpa, por prazo de
um a cinco anos. Dever, portanto, prestar concurso para qualquer outra cargo que no seja de
natureza policial
durante aquele perodo.

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Lista de exerccios

1. (CESPE - 2009 - PC - PB ) Considerando que um cidado, vtima de priso abusiva, tenha apresentado sua
representao, na Corregedoria da Polcia Civil, contra o delegado que a realizou, assinale a opo correta quanto
ao direito de representao e ao processo de responsabilidade administrativa, civil e penal no caso de crime de
abuso de autoridade. a) Eventual falha na representao obsta a instaurao da ao penal.
b) A ao penal pblica incondicionada.
c) A representao condio de procedibilidade para a ao penal.
d) A referida representao deveria ter sido necessariamente dirigida ao Ministrio Pblico (MP).
e) Se a representao apresentar qualquer falha, a autoridade que a recebeu no poder providenciar, por outros
meios, a apurao do fato.
2. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Processual ) Hlio, maior e capaz, solicitou a seu amigo Fernando, policial
militar, que abordasse seus dois desafetos, Beto e Flvio, para constrang-los. O referido policial encontrou os
desafetos de Hlio na praa principal da pequena cidade em que moravam e, identificando-se como policial
militar, embora no vestisse, na ocasio, farda da corporao, abordou-os, determinando que se encostassem
na parede com as mos para o alto e, com o auxlio de Hlio, algemou-os enquanto procedia busca pessoal.
Nada tendo sido encontrado em poder de Beto e Flvio, ambos foram liberados. Nessa situao, Hlio praticou,
em concurso de agente, com o policial militar Fernando, crime de abuso de autoridade, caracterizado por
execuo de medida privativa de liberdade individual.
3. (CESPE - 2009 - TRE-MA - Analista Judicirio - rea Judiciria) Compete justia militar processar e julgar
militar por crime de abuso de autoridade, quando praticado em servio.
4. (CESPE - 2008 - PRF - Policial Rodovirio) Compete justia militar processar e julgar militar por crime de
abuso de autoridade, desde que este tenha sido praticado em servio.
5. ( CESPE - 2009 - TRE-MA - Analista Judicirio - rea Judiciria) Constitui abuso de autoridade qualquer
atentado ao sigilo de correspondncia, ao livre exerccio de culto religioso e liberdade de associao.
6. (CESPE - 2009 - PGE-PE - Procurador de Estado) O atentado contra o direito de reunio, nos termos da Lei n.
4.898/1965, no constitui abuso de autoridade.
7. (UESPI - 2009 - PC-PI - Delegado) Constitui abuso de autoridade (Lei 4.898/65):
a)

ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, com as formalidades legais.

b)

submeter pessoa sob sua guarda ou custdia a qualquer tipo de vexame ou constrangimento.

c)

deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a priso ou deteno de qualquer pessoa.

d)

deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de priso ou deteno legal que lhe seja comunicada.

e)

levar priso e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiana, no permitida em lei;

8. ( CESPE - 2009 - DPE - ES - Defensor Pblico) O delegado de polcia que efetua a priso de determinado cidado
e no a comunica ao juiz competente comete o delito de abuso de autoridade. No entanto, a autoridade judicial que
no ordena o relaxamento de priso ou deteno ilegal que lhe tenha sido comunicada pratica apenas infrao
administrativa.

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GABARITOS

1-B
2-C
3-E
4-E
5-C

6-E
7-C
8-E

Referencias:

Disponvel em: <http://impactopmdf2013.files.wordpress.com/2013/02/09_abuso-de-autoridade.pdf> .


Acesso em : 11 de mai. 2014

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