Livro Do Estudante I - Do A Filosofia Cainita
Livro Do Estudante I - Do A Filosofia Cainita
Livro Do Estudante I - Do A Filosofia Cainita
CAPÍTULO I
Lúcifer, o Anjo Rebelde
Cerca de cinco meses após o ato vivificante, quando o último dos signos
aquosos, Pisces, já passou, o representante dos espíritos de Lúcifer, Samael,
focaliza as forças do signo ígneo, Áries, no qual Marte é polarizado
positivamente de maneira que, sob o impulso de sua energia dinâmica, as
águas do útero são expelidas e o espírito cativo é libertado para o mundo
físico, para lutar a batalha da vida. Ele pode bater cegamente sua cabeça
contra as forças Cósmicas representadas pelo primeiro dos signos de fogo,
Áries, o Carneiro, que é um símbolo da força bruta com que as raças mais
primitivas suportavam problemas da vida; ou pode adotar o método mais
moderno da astúcia, como um meio de alcançar o domínio sobre outros, cuja
característica é indicada no segundo dos signos de fogo, Leo, o Leão, o rei dos
animais; ou pode erguer-se acima da natureza animal e apontar para as
estrelas com o arco da aspiração espiritual, representado pelo último dos
signos de fogo, Sagittarius, o Centauro. O Centauro está precisamente na
frente do signo aquoso Scorpius, uma advertência de que aquele que tentar
alcançar aquele último estágio e afirmar seu direito divino de escolha e
prerrogativa como "Phree Messen", um filho do Fogo e da Luz, sentirá por certo
a ferroada do Escorpião no seu calcanhar, o que o incentivará a ir em frente,
pelo caminho onde o homem se torna "sábio como serpentes". Desta classe é
que a Maçonaria Mística arregimenta homens que têm a indômita coragem de
ousar, a inquebrantável energia de fazer, e o diplomático discernimento de
saber calar.
CAPÍTULO II
A LENDA MAÇÔNICA QUE PROMOVEU A FILOSOFIA CAINITA
Para alcançar este objetivo, um acordo foi feito com a humanidade, quando ela
foi expulsa do jardim de Deus para vagar no deserto do mundo. De acordo com
aquele plano, construiu-se um Tabernáculo consoante um modelo planejado
por Deus, O Único Acima, e uma arca, simbolizando o espírito humano, foi nele
colocada. Suas hastes nunca eram tiradas de seu lugar, para mostrar que o
homem é um peregrino sobre a terra, e que nunca poderá descansar até que
alcance sua meta. Havia dentro dela um vaso dourado com "maná" (man -
homem) "caído do céu", juntamente com a tábua das leis divinas que o homem
precisa aprender em sua peregrinação pelo deserto da matéria. Esta arca
simbólica continha também um bastão mágico, um emblema do poder
espiritual, chamado vara de Arão, o qual se acha agora latente em todos, no
caminho que leva para o céu do repouso - o templo místico de Salomão. O
Velho Testamento conta também como a humanidade foi milagrosamente
guiada e sustentada, como depois da luta com o mundo foi-lhe dada à paz e a
prosperidade pelo Rei Salomão. Em suma, sem rebuscamentos, a história
relata os fatos mais salientes da descida do homem do céu, suas principais
transformações, sua transgressão às leis do Deus O Único Acima, como foi
guiado no passado e como O Único Acima deseja guiá-lo no futuro até alcançar
o Reino do Céu - a terra da paz - para seguir de novo, docilmente, a orientação
do Regente Divino.
Por outro lado, enquanto Caim, regido pela ambição divina, labutava e cultivava
o solo para fazer crescer duas folhas de grama onde só crescia uma, Abel, o
descendente humano de pais humanos, não desejava nada, nem se
inquietava. Sendo ele próprio uma criatura de O Único Acima, por meio de
Adão e Eva, ele estava satisfeito em conduzir os rebanhos também criados por
Deus, e aceitar o seu modo de vida, cônscio de sua descendência divina,
gerada sem esforço ou iniciativa própria. Essa atitude dócil era o que mais
agradava o Deus O Único Acima, que era extremamente ciumento de Sua
prerrogativa como Criador. Portanto, Ele aceitou cordialmente as oferendas de
Abel obtidas sem esforço ou iniciativa, mas desprezou as oferendas de Caim,
porque derivavam do seu próprio instinto criativo divino, análogo ao de O Único
Acima. Então, Caim matou Abel, mas não exterminou outras criaturas de O
Único Acima, porque, como foi-nos dito, Adão conheceu Eva novamente e ela
deu à luz Seth. Seth tinha as mesmas características de Abel, e transmitiu-as
aos seus descendentes, que até hoje continuam a confiar inteiramente no
Senhor e vivem pela fé e não pelo trabalho. Por árdua e enérgica diligencia nos
trabalhos do mundo, os Filhos de Caim adquiriram a sabedoria mundana e o
poder temporal. Foram capitães de indústria e mestres na arte da política,
enquanto os Filhos de Seth, tomando o Senhor por guia, tornaram-se canais
para a sabedoria divina e espiritual. Eles constituem o sacerdócio. A
animosidade entre Caim e Abel perpetuou-se de geração a geração entre seus
respectivos descendentes. Nem podia ser de outro modo, porque uma classe,
como governantes temporais, aspira elevar o bem-estar físico da humanidade
através da conquista do mundo material, enquanto o Sacerdócio, no seu papel
de guia espiritual, estimula seus seguidores a abandonar o mundo perverso, o
vale de lágrimas, e a buscar consolo em Deus. Uma escola visa formar
mestres trabalhadores, peritos no uso de ferramentas com as quais possam
tirar seu sustento da terra, que foi amaldiçoada por seu adversário divino, O
Único Acima. A outra produz mestres mágicos, hábeis no uso da palavra para
fazer invocações e, dessa forma, ganham aqui o apoio daqueles que trabalham
e rezam para que eles alcancem o céu.
"Receio que você não considere este templo de grande importância. Ele deve
ser visto de certo modo e sob determinadas condições. Algumas pessoas
nunca o vêem na sua totalidade. Compreenda que ele não é um monte de
pedras mortas e vigas insignificantes, mas É UMA COISA VIVA".
Segundo a Lenda Maçônica, a Rainha de Sabá pediu a Hiram Abiff que lhe
mostrasse os trabalhadores do Templo. O Grande mestre golpeou com seu
martelo uma rocha próxima, de maneira que faíscas de fogo se soltaram e, ao
sinal de fogo combinado com a ação do poder, os trabalhadores do Templo
juntaram-se em volta do seu Mestre, formando uma multidão incalculável,
todos prontos e ansiosos para cumprir suas ordens. Este espetáculo do
admirável poder desse homem impressionou tanto a Rainha de Sabá, que ela
decidiu romper com Salomão e conquistar o coração de Hiram Abiff. Em outras
palavras, a Humanidade quando tem seus olhos abertos para a impotência do
clero, os Filhos de Seth, que também dependem do favor divino, e quando vê o
poder e a potência dos regentes temporais, sente-se impelida para eles e deixa
o espiritual pelo material. Isto sob o angulo Microcósmico da matéria.
Quando Caim e Abel viviam na Terra, Abel cuidava com satisfação dos
rebanhos que foram criados - assim como ele e seus pais Adão e Eva - por O
Único Acima; porém, em Caim, estirpe semi-divina do Espírito Lucífero Samael
e de Eva, a criatura de O Único Acima, ardia o divino incentivo do esforço
original; ele lavrou o campo e fez brotar dois pés de erva onde nascia
anteriormente um só; o instinto criador precisava ter expressão.
Com esta finalidade, ele enviou mensageiros para todas as partes do mundo,
para recolher os metais com os quais os Filhos de Caim sempre tinham
trabalhado. Com seu martelo triturou-os e lançou-os em uma fornalha ardente
para extrair alquimícamente e de cada partícula, a quintessência do
conhecimento obtido nessa experiência de trabalho. Desse modo, a
quintessência desses diversos metais básicos formaria um sublimado
conhecimento espiritual, incomparável em potência e mais valioso do que todas
as coisas da Terra. Sendo de máxima pureza, não conteria nenhuma cor, mas
se assemelharia a um "mar de vidro". Todo homem que aí se lavasse, seria
dotado de perpétua juventude. Filósofo algum poderia comparar-se com ele em
sabedoria; este conhecimento da "pedra branca" o capacitaria a erguer o véu
da invisibilidade e o poria em contato com as Hierarquias super-humanas, que
trabalham no mundo com uma potência jamais sonhada pela maioria das
pessoas.
"Tu, Hiram", disse Caim, "estás destinado a morrer sem veres realizados tuas
esperanças, mas a viúva terá muitos filhos que manterão viva a tua memória
no transcurso das eras e depois de um longo período surgirá alguém maior que
Tu. Não despertarás até que o Leão de Judá te levante com a poderosa força
das Suas garras. Hoje recebeste teu batismo de fogo, porém, Ele te batizará
com Água e com Espírito a ti e a todo filho da viúva que O procurar. Maior que
Salomão, Ele edificará uma nova cidade e um Templo onde as nações poderão
prestar culto. Os Filhos de Caim e os Filhos de Seth se encontrarão ali em Paz,
no mar de vidro. E, assim como Melquisedeque, Rei de Salem (Salem significa
Paz), e Sacerdote de Deus, abençoou Abraão, o pai das nações, quando a
Humanidade estava ainda na sua infância, assim também, essa nova Luz
reunirá em si os ofícios, o de Rei e o de Sacerdote da Ordem de
Melquisedeque. Julgará as nações com a lei de amor e, para aquele que
vencer, ser-lhe-á dada uma Pedra Branca com um nome que servirá como
senha para o templo. Ali encontrará o Rei, face a face."
Christian Rosenkreuz
Ele fundou a Ordem dos Construtores do Templo que leva o seu nome; nessa
Ordem, as almas aspirantes ainda recebem instruções de como fundir os
metais básicos e produzir a Pedra Branca.
CAPÍTULO V
O MISTÉRIO DE MELQUISEDEQUE
"Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de várias maneiras aos nossos
pais, pelos profetas, a nós falou nestes últimos dias pelo Seu Filho, a quem Ele
constituiu herdeiro de todas as coisas, por quem Ele fez também os mundos ***
Nenhum homem toma para si esta honra, senão aquele que é chamado por
Deus, como foi Arão. Assim também Cristo não Se glorificou para se tornar
Sumo Sacerdote, mas Aquele que Lhe disse: `Tu és meu Filho, hoje Te gerei. '
Como Ele também diz em outro lugar Tu és um Sacerdote eterno, segundo a
ordem de Melquisedeque, o qual nos dias de Sua carne, quando Ele ofereceu,
com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que O podia salvar da
morte e foi ouvido quanto ao que temia, e, embora fosse o Filho, ainda
aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu; e, tornando-se perfeito,
tornou-se a causa de eterna salvação para todos que O obedecem; chamado
por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, do qual muito
temos que dizer, de difícil interpretação. * * * Porque este Melquisedeque, que
era rei de Salem, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de
Abraão quando ele regressava de destroçar os reis, e o abençoou; a quem
também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei
de justiça e depois também rei de Salem, que quer dizer rei de paz; sem pai
nem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, mas sendo
feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. *** E
aqui certamente recebem dízimos os homens que morrem (os Levitas); ali,
porém, Ele acolhe aquele de quem se afirma que vive. *** De sorte que, se a
perfeição tivesse podido ser realizada pela lei e seu sacerdócio, que
necessidade havia de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão? *** Porque é manifesto que
nosso Senhor procedeu da tribo de Judá, tribo da qual Moisés nunca atribuiu o
sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de
Melquisedeque, se levantar outro sacerdote que não foi feito segundo a lei do
mandamento carnal, mas segundo o poder da vida eterna, porque dele assim
se testifica; `Tu és sacerdote através dos séculos, segundo a ordem de
Melquisedeque. ' *** Jesus tornou-se, por isso mesmo, o fiador de uma aliança
melhor: *** mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio
perpétuo; *** porque a lei constituiu sumos sacerdotes a homens débeis, mas a
Palavra de Deus que era desde a lei, constituiu o Filho, consagrado para
sempre. A suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote que está
assentado nos céus à direita do trono da majestade, ministro do santuário, e do
verdadeiro Tabernáculo, o qual o Senhor erigiu, e não o homem: *** E quase
todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue, e sem derramamento
de sangue não há remissão; de sorte que era bem necessário que as figuras
das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as mesmas coisas
celestiais com sacrifícios melhores do que estes, porque Cristo não entrou num
santuário feito por mão de homem, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu,
para agora comparecer por nós diante de Deus; *** Mas agora alcançou Ele
ministério tanto mais elevado, quanto é mediador da melhor aliança, que está
confirmada em melhores promessas; porque se aquela primeira aliança fora
irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda. Porque,
repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias em que com a casa de Israel e
com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança. Não como a aliança que
fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão para tirá-los da terra do
Egito; como não permaneceram na minha aliança, eu para eles não atentei, diz
o Senhor. *** Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a
casa de Israel, diz o Senhor: "porei as minhas leis no seu entendimento, e em
seus corações as escreverei; e Eu lhes serei por Deus, e eles Me serão por
povo; e não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão,
dizendo: Conheça o Senhor: porque todos me conhecerão, desde o menor
deles até ao maior".
Como a suprema habilidade dos Filhos de Caim foi focalizada em Hiram Abiff
na ocasião do seu batismo de fogo, assim também a sublime espiritualidade
dos Filhos de Seth foi centralizada em Jesus na ocasião de Seu batismo nas
águas do Jordão. Quando Ele se ergueu dessa água, estava na mesma
situação que Hiram ao emergir do fogo; cada um tinha deixado seu pai,
respectivamente O Único Acima e Samael, e cada um estava pronto para servir
o Cristo. Por isso, o Espírito Cristo foi visto no Batismo descendo sobre o corpo
de Jesus, o qual foi habitado e usado por Cristo durante Seu ministério. Jesus,
o Espírito, deixou aquele corpo e foi-lhe dada a missão de servir as igrejas
enquanto seu corpo estava sendo usado por Cristo para divulgar os novos
ensinamentos e seu sangue estava sendo preparado como um Abre-te-
Sésamo para o Reino de Deus, uma Panacéia para ser usada pelos Seus
irmãos, os Filhos de Seth, do mesmo modo que o Mar Fundido serve os Filhos
de Caim.
Quando Fausto fez o pacto com Mefistófeles, como é lembrado no antigo mito-
alma daquele nome, ele estava prestes a assiná-lo com tinta, quando Mefisto
disse: "Não, assina em sangue". Quando Fausto perguntou a razão disso,
Mefistófeles disse esperta e astutamente: "O sangue é uma essência
muitíssimo peculiar!" A Bíblia diz que o sangue dos touros e bezerros não tirará
os pecados e isso é compreensível, mas qual a explicação para o sangue de
Jesus que é exaltado como uma panacéia? Para compreender esse grande
mistério do Gólgota é necessário estudar a composição e função do sangue, do
ponto de vista oculto.
(1) A Primeira Era, quando cada ser humano era uma unidade criadora
completa, macho-fêmea, bissexual e regida por um Hierarca, Melquisedeque,
que exercia o duplo cargo de Rei e Sacerdote.
O éter contido em uma fibra densa de madeira, depois de ter passado pelo
processo de combustão em uma fornalha, passa para fora através do ferro sob
forma de ondas de calor semi-invisíveis, que vibram em diferentes velocidades,
de acordo com o grau de calor na fornalha. Assim, a vibração espiritual, gerada
pela combustão de oxigênio e ferro em nossos corpos físicos, passa para fora
e colore nossos veículos invisíveis de acordo com o seu grau vibratório. As
vibrações baixas parecem vermelhas, as mais altas são amarelas e as mais
altas de todas são azuis. A experiência ensinou-nos que material combustível
pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para
a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão
consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma
corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é
necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral. A
razão disto é que os minerais, por estar mais baixo na escala da evolução,
vibram em grau mais lento do que a planta, o animal ou o homem. Portanto, é
necessário o máximo esforço para elevar as vibrações a um grau em que a
combustão possa liberar sua essência espiritual. Oxigênio é o acelerador desse
processo. Se a mesma quantidade de oxigênio fosse aplicada a um bom
combustível vegetal que vibra a um grau muito mais elevado que o do mineral,
a fornalha correria o risco de destruição devido à intensidade do calor gerado.
Isto está em harmonia com a máxima de Cristo quando diz que para tornarmo-
nos Seus discípulos, é preciso deixar pai e mãe. Esta é uma das severas
asserções do Evangelho e geralmente é mal compreendida por entender-se
que se refere ao pai e à mãe físicos na vida presente, enquanto que, segundo
o ponto de vista esotérico, pretendeu-se algo muito diferente. Para captarmos a
idéia, vamos recordar que os espíritos de Lúcifer, com a introdução do ferro no
sistema, fizeram com que fosse possível ao ego humano tornar-se um espírito
interno; porém, a contínua oxigenação do sangue faz com que, com o tempo, o
corpo fique inadequado como morada, seguindo-se a morte. Embora os
espíritos de Lúcifer nos tenham ajudado dentro do corpo, eles são também os
anjos da morte, e os descendentes de Samael e de Eva estão sujeitos a ela,
assim como os filhos dela e de Adão pois são todos de carne.
O Sol é o centro de vida e rege o gás dador de vida que conhecemos como
oxigênio, o qual se mistura com o ferro marcial. Assim, Cristo, o Senhor do Sol,
é também o Senhor de Vida e quando, pela alquimia espiritual como já foi
explicado, tornamo-nos semelhantes a Ele, somos imortais e assim deixamos
nosso pai Samael e nossa mãe Eva, e a Morte não terá mais domínio sobre
nós. Isto não quer dizer que a morte não possa acontecer para o corpo de tais
pessoas, mas o corpo está totalmente sob o controle delas e um corpo usado
por tais pessoas geralmente dura centenas de anos, a menos que se torne
conveniente tomar outro corpo. Então, pelo mesmo processo de alquimia
espiritual, elas são capazes de criar um corpo adulto para si mesmas e
abandonar o antigo que desejam substituir pelo novo que fizeram
anteriormente e que está apto a servir a seus propósitos. A pergunta surgirá
agora na mente do leitor: "Como pode um Iniciado criar um novo corpo adulto,
pronto para ser usado, antes de abandonar seu velho corpo?" A resposta a
esta pergunta envolve a compreensão da lei de assimilação. Devemos dizer,
no entanto, que nem mesmo aquele que tem conhecimento do mundo espiritual
e aprendeu recentemente a funcionar no corpo alma, é capaz de realizar este
feito. Isto requer um desenvolvimento espiritual muito grande e somente
aqueles que estão muito elevados na escala da iniciação, na nossa época
atual, são capazes disto. Diz-se, porém, que o método é o seguinte:
Durante o curso de sua evolução, o homem tornou-se cada vez mais iluminado
em relação ao mistério da Vida. Contudo, há algumas centenas de anos atrás,
a vida e a liberdade foram colocadas em perigo pela expressão de opiniões
que eram consideradas avançadas para os pontos de vista comumente aceitos.
Foi por esta razão que os alquimistas, que haviam estudado este assunto com
mais profundidade, foram forçados a expressar seus ensinamentos em
linguagem altamente alegórica e simbólica. Seus ensinamentos relativos à
evolução espiritual do homem, e o uso dos termos Sal, Enxofre, Mercúrio e
Azoth, tão confusos para as massas, estavam enraizados em verdades
cósmicas, altamente iluminadoras para o Iniciado. Os estudantes dos
ensinamentos Cainitas, que aprenderam como o mundo surgiu e o processo da
criação gradual, não deveriam ter dificuldade em compreender adequadamente
a linguagem dos alquimistas.
Na época em que metade da força sexual humana foi dividida com o propósito
de construir o cérebro, os homens estavam desamparados e não sabiam como
superar essas condições. Não tinham nem mesmo consciência para
compreender que havia uma dificuldade e se não tivesse havido ajuda externa,
a raça teria desaparecido. Portanto, os Anjos da Lua, que eram os guardiães
da humanidade, agrupavam os sexos em grandes templos quando as linhas
interplanetárias de força eram propícias à propagação e, assim, perpetuavam a
raça. Foi proposto também que, quando o cérebro se completasse, os
Senhores de Mercúrio, os Irmãos Maiores de nossa atual humanidade, que
possuíam uma inteligência excepcional, deveriam ensinar-nos como usar a
mente e torná-la realmente criadora para que não mais ficássemos
dependentes do processo de geração através da separação sexual, agora em
voga. Pelo trabalho destas duas grandes Hierarquias fomos elevados da
inconsciência para o primeiro estágio de inteligência criadora, do vegetal para
Deus.
Pelo processo da geração, levado a efeito em época propícia sob a direção dos
Anjos, o homem estava trilhando o caminho do vegetal para Deus, seguindo a
estrada da evolução como foi planejada originalmente.
CELIBATO E MATRIMÔNIO
Para evitar algum mal-entendido, devemos dizer que esta lição foi dada ao
aspirante ao discipulado, para mostrar-lhe porque é necessário que viva uma
vida pura e casta. Isto não se aplica às massas que não possuem nenhuma
aspiração espiritual e são ainda incapazes de dominar suas paixões. Os
Cainitas não pregam uma vida totalmente celibatária para seus estudantes, ao
contrário, eles consideram um dever religioso para o homem ou mulher
místicos e iluminados casarem-se com uma pessoa de espírito semelhante, se
for possível encontrá-la, e fornecerem às almas uma oportunidade para o
renascimento. Quando um casal devotado realiza o ato gerador na aspiração
de servir um ego que está à espera, quando as condições pré-natais são
mental, moral e fisicamente puras, quando os dias da primeira infância do ego
são passados em um ambiente familiar de elevados e nobres pensamentos,
tanto os pais quanto os filhos estão fazendo um maravilhoso progresso. E,
como grandes almas não podem nascer de pais ignóbeis, da mesma maneira
que a água não pode descer abaixo de seu nível, seria errado que o aspirante
ao discipulado vivesse uma vida totalmente celibatária para auto desenvolver-
se, quando as condições permitem que ele contraia matrimônio. Além do mais,
o uso da força criadora nas ocasiões da vida em que ela é requerida
legitimamente para a propagação, não vai interferir no desenvolvimento
espiritual empreendido para se tornar a Pedra Filosofal, e o crescimento
anímico, adquirido ao assumir os deveres da paternidade e maternidade,
excederiam o peso de qualquer perda possível.
O que os Cainitas ensinam é que o casamento entre pessoas que limitam o
uso da função criadora com o propósito da propagação, é eminentemente bom,
nobre e produz um grande crescimento anímico, mas os aspirantes que não se
casam devem viver uma vida absolutamente celibatária se desejarem elevar-
se.
CAPÍTULO VIII
O CAMINHO DA INICIAÇÃO
Como a serpente não se desenvolve completamente até que o nono arco dos
Mistérios Menores tenha sido transposto e os candidatos tenham se tornado
aspirantes dos Grandes Mistérios e, além disso, porque a Casa dos Phree
Messen (Filhos da Luz) do antigo Egito foi transferida para os diversos ramos
da atual raça Anglo-Saxônica onde o som Naim significa "nine" (nove), a
palavra original foi alterada para enganar os que não estavam ainda
preparados para o conhecimento.
Como todas as coisas mudam nesta esfera terrestre, isto também se aplica aos
métodos de Iniciação e aos requisitos para adquiri-Ia. Hiram Abiff falhou em
seu grande esforço para fazer o Mar Fundido na época em que estava
construindo o Templo de Salomão, porque ele, o filho dos ígneos espíritos de
Lúcifer, não sabia como misturar o elemento fogo com a água derramada em
seu molde pelos Filhos de Seth, as criaturas do Deus da água, O Único Acima.
Nesta época foi-lhe dado um novo Martelo e uma nova Palavra. O Martelo tinha
forma de uma Cruz. A Palavra foi escrita sobre um disco, antes dele ser morto
por seus adversários. Assim, ele adormeceu até que, como Lázaro, o filho da
viúva de Naim, ele foi ressuscitado pelo aperto forte da garra do leão, o Leão
de Judá. Então, o disco foi encontrado, assim como o novo Martelo em forma
de cruz e, sobre o disco, o símbolo místico, A Rosa. Estes dois símbolos
ocultam o grande segredo da vida, a mistura da água e do fogo, como está
simbolizado pela seiva fluídica nascida da terra, que sobe através do tronco e
do cálice da flor até as pétalas tingidas de fogo, nascidas pela pureza do Sol,
porém ainda protegidas pelos espinhos dos marciais espíritos de Lúcifer.
Assim, fogo e água, masculino e feminino, Igreja e Estado são opostos entre si,
com o inevitável resultado da luta que vem sendo travada desde a separação.
O pecado, a tristeza e a morte são predominantes e a humanidade está orando
para o dia da redenção, quando as duas correntes serão unidas no Reino do
Céu, onde não existe nem matrimônio nem o dar-se em matrimônio, e onde
reina Cristo, o Rei da Paz, exercendo o cargo duplo de Rei e Sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque, para o bem de todos.
Mas esta nova ordem não pode surgir em um dia. São precisas eras de
preparação, não só na Terra em si, como do povo que irá habitá-la. Para
termos uma idéia de como as pessoas e esta Terra são constituídas será de
muita ajuda levarmos em consideração a carreira evolutiva da humanidade que
nos conduziu até aqui e a Terra onde vivemos hoje. Isto nos dará a
possibilidade de avaliarmos o que está reservado para nós no futuro.
Esta mudança pode ser realizada através de uma vida de simples ajuda e
prece, como é praticada pelos Cristãos devotos, não importando a que igreja
estejam filiados ou se seguem o caminho dos Filhos de Seth. Outros
conseguiram isso, seguindo os exercícios específicos dados pelos Cainitas.
Assim, o processo da unificação das duas correntes já está se processando.
Mas a guerra entre a carne e o espírito ainda agita a maioria das pessoas, tão
ferozmente como aconteceu nos dias em que Paulo deu vazão a seus
sentimentos reprimidos e falou-nos de como a carne estava lutando contra o
espírito dentro dele, e como fez coisas erradas que não queria fazer, omitindo
as boas ações que tão ardentemente aspirava realizar. A luta jamais cessará
para o maçom Místico enquanto ele não aprender a construir o Templo sem as
mãos; templo que não estará completo até que ele chegue ao Décimo - oitavo
(1 mais 8) Grau, que é o Grau da Rosa Cruz. Este é o último do Trigésimo -
terceiro Grau, pois três vezes três são nove, e um mais oito são nove. Sendo
nove o mais alto grau dos Mistérios Menores, aquele que já tenha passado
este grau da genuína Ordem Mística é, então, e somente aí, o filho da viúva de
nove ou Naim, pronto para ser ressuscitado pelo forte aperto da garra do Leão
de Judá até ao Reino dos Céus. Lá receberá o "bem fizeste tu, bom e fiel
servo, entra na alegria de teu Senhor"; pois, "Aquele que supera, Eu o farei um
Pilar na Casa de Deus, então dali não mais sairá". Ele é imortal, liberto da roda
de Nascimento e Morte.
RESUMO
Para concluir, seria bom resumir os pontos que foram abordados nestes artigos
sobre a Ordem dos Cainitas, a Maçonaria e o Catolicismo, entendendo-se que
o termo "Catolicismo", como foi empregado aqui, não se refere apenas à Igreja
Católica Romana, sendo que "Católico" é usado no sentido de Universal, de
maneira que o termo inclui todos os movimentos iniciados pelos Filhos de Seth,
o Sacerdócio.
O espírito Lucífero Samael uniu-se a Eva (depois que Lilith havia deixado Éden
e Adão), e gerou um filho semi-divino, Caim. Como ele abandonou Eva antes
do nascimento do filho, Caim era o filho de uma viúva e uma Serpente da
Sabedoria.
Adão e Eva se uniram e geraram um filho, humano como eles, cujo nome era
Abel. O Único Acima, por ser o Deus Lunar, está associado à água, daí ter
havido inimizade entre Caim, o Filho do Fogo, e Abel, o Filho da Água. Caim,
então, matou Abel e Abel foi substituído por Seth.