Carraher, T. N. O Método Clínico PDF
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INTRODUO
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0 MTODO CLNICO
O
treinam ento que m uitos recebem os nas escolas tende,
com freqncia, a despreparar-nos para a com preenso da m e
todologia usada por Piaget e seus colaboradores. D e modo es
pecial, a abordagem tpica ao problem a de m ensurao de ha
bilidades m entais est apoiada em pressupostos que diferem
fundam entalm ente daqueles que norteiam a m etodologia piagetiana. Por esta razo, exam inarem os a seguir alguns desses
problem as, procurando voltar-nos apenas para os m ais amplos.
1. Controle
A
lidades
dies
nador,
..
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com m aior rapidez. Alguns sujeitos podem mesmo ter necessidade de exam inar algumas alternativas diferentes antes de
encontrarem a resposta que julgam mais apropriada. O controle
do tem po serve aperias para in te rfe rir com este processo.
Concluindo, vem os que, enquanto a metodologia tradicio
nal no estudo da inteligncia enfatiza controle pela padroniza
o de situaes externas (form a especfica das perguntas e
instrues, nm ero de vezes que estas podem ser repetidas,
tem po m xim o dado ao sujeito para responder etc.), a m eto
dologia piagetiana procura voltar-se para a situao psicol
gica do sujeito, reconhecendo que a padronizao de condies externas no pode satisfazer o requisito de colocar todos
os sujeitos na mesma situao psicolgica.
2 . O bjetivos do exam e
Tradicionalm ente, os testes de habilidades m entais to
mam como objeto de seu interesse as respostas d o -s u je ito .
As respostas podem ser certas ou erradas. fim de se supe
rar o problem a de acerto por acaso ou a influncia de condi
es particulares esprias sobre os resultados, vrios itens
diferentes so criados T todos com o mesmo objetivo, soman
do-se, no final, o nmero de respostas corretas. Se o nmero
de itens for m uito reduzido por exem plo, trs itens com
duas alternativas cada um a probabilidade de acerto em
todos os itens sim plesm ente por acaso ainda consideravel
m ente alta (1 /8 ). Considera-se, pois, necessria a utilizao
de um nm ero de itens suficientem ente grande para que o
acaso tenha papel secundrio na determ inao do escore final.
tam bm reconhecida a possibilidade de que condies
particulares possam influenciar a perform ance do sujeito em
qualquer item . O sujeito pode, por exemplo,, te r visto a solu
o de um item sem elhante em algum dia prximo passado
e acertar por ser capaz de lem brar-se desta soluo. Ou ainda,
podem surgir influncias desfavorveis por exem plo, o con
tedo especfico do item pode estar relacionado a bloqueios,
dada a histria de desenvolvim ento daquele sujeito.
Quando aliadas nfase nas respostas do sujeito, tais
consideraes im plicam na necessidade da incluso de um
grande nm ero de itens no exam e de habilidades m entais.
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y
^
Em contraste com esta posio, a nfase no m todo clnico-piagetiano recai sobre o processo que leva o sujeito a
dar esta ou aquela resposta. A dm ite-se que uma resposta er
rada possa m esm o resultar de processos mais sofisticados do
que uma resposta certa. Em um exam e recente, tivem os uma
demonstrao clara disto, qe descrevem os a seguir. Um a cri
ana de cinco anos, que ainda no tinha a noo de conser
vao de quantidades, viu o experim entador colocar 15 balas
em uma vasilha fina e com prida e, ao m esm o tem po, contou
o nmero de balas colocadas na vasilha. S im ultaneam en te,
para cada bala que o exam inador punha em sua vasilha, a cri
ana colocava uma bala em uma segunda vasilha, que era bem
larga. Ao final, o exam inador, entre outras perguntas, quis
saber da criana quantas balas havia na segunda vasilha. A
criana retirou todas, contou-as m edida que as recolocava
na vasilha, e re sp o n d e u c o rre ta m e n te 15 balas em bora
negasse a igualdade das quantidades de balas nas duas vasi
lhas. Uma segunda criana, esta de 11 anos de idade, passou
pela mesma situao e com eteu, por distrao ou qualquer
outro fator sem elhante, um erro na contagem in icial, contando
duas vezes uma das balas colocadas pelo exam inador. Guan
do, posteriorm ente, o exam inador perguntou-lhe sobre o nm e
ro de balas na segunda vasilha, a criana re s p o n d e u in c o rre
ta m e n te 16 balas sem ju lgar necessrio cont-las porque
ela sabia que havia 16 balas na prim eira vasilha e que as
quantidades eram iguais, devido ao estabelecim ento da cor
respondncia inicial.
Devem os reconhecer que o erro com etido pela criana
mais velha fo i um e rro casual, e o processo que gerou a res
posta errada quanto ao nm ero de balas na segunda vasilha
foi mais sofisticado do que o processo pelo qual a criana
mais nova chegou sua resposta. Enquanto a criana de cinco
anos, ignorando a necessria igualdade entre o nm ero de
balas nas duas vasilhas, lim itou-se a repetir o processo em
prico de contagem para descobrir o total de balas, a criana
mais velha deduziu logicam ente o nm ero de balas nesta se
gunda vasilha, sabendo o nm ero de balas da prim eira e re
conhecendo a necessidade da igualdade. Este processo pode
ser confirm ado pelo exam inador como a base da resposta da
criana mais velha quando este solicitou que a criana con
tasse as balas da segunda vasilha. A criana contou-as e,
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22
I.
'
1. Preparao para o exam e
A pesar
d qualquer
m ente livre.
da soluo