Testes em Elastomeros PDF

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6.

TESTES E ANLISES DE ELASTMEROS


6.1. Comentrios gerais sobre testes de elastmeros
As propriedades fsicas dos elastmeros dividem-se em: propriedades de material no
vulcanizado e propriedades de material vulcanizado.
Entre os testes de material no vulcanizado destacamos apenas dois: a reometria e a
viscosidade Mooney, uma vez que eles so utilizados para o processo de vulcanizao
(captulo 4) e processamento (captulo 5).
6.1.1.Reometria
O propsito do teste de remetro predizer os parmetros de processamento de um
composto para a medio de suas caractersticas de cura.
Um Remetro de Disco Oscilante (ODR) um instrumento usado para medir a
viscosidade de um composto de borracha enquanto ela vulcaniza. A amostra de
borracha com um rotor na forma de um disco oscilante embebido nesta amostra,
confinada em uma cavidade seca enquanto sujeita a uma temperatura de vulcanizao
desejada. O torque requerido para oscilar o rotor medido. Enquanto acontece a
vulcanizao, o torque necessrio para cisalhar a borracha aumenta e gerada uma
curva de torque versus tempo.
Preparao da Amostra:
Uma amostra de um composto vulcanizado para teste de remetro deve ter forma
circular, com 302 mm de dimetro e 11,51,5 mm de espessura; deve pesar entre 9 e
12 gramas quando o composto tiver uma gravidade especfica de 1,15.
O procedimento para teste de remetro descrito na ASTM D2084-93.
Curva de Remetro:
Os pontos a que mais nos referimos em uma reografia so: ts2, que indicam a segurana
de pr-vulcanizao temperatura de cura; MH, MHL ou MHR, que do uma
indicao do torque mximo e Tc90, que indica o tempo para tima vulcanizao.
Seguem abaixo alguns exemplos de curvas reomtricas geradas por diferentes sistemas
de vulcanizao.

6.2.2. Viscosidade e Pr-Vulcanizao Mooney


O propsito do teste Mooney determinar as caractersticas de processamento de um
composto.
O viscosmetro Mooney um instrumento usado para medir a viscosidade de
cisalhamento de um elastmero ou composto de borracha a uma temperatura elevada,
em um determinado perodo de tempo. Esta ao de cisalhamento desenvolvida por
um disco de rotao em uma cavidade carregada com composto de borracha. O
viscosmetro Mooney pode ser usado para medir viscosidade de elastmero bruto,
borracha composta.
A viscosidade usualmente medida aps 1 minuto de pr-aquecimento, seguida por 4
minutos de ao de cisalhamento.
Medies contnuas de viscosidade na temperatura de processamento, usualmente
121C, indicam o tempo adequado para processamento do composto. A medida mais
comum de viscosidade Mooney o tempo, 5 pontos acima do mnimo. A figura abaixo
mostra uma curva tpica de viscosidade Mooney.

Os procedimentos completos para testes de viscosidade Mooney so descritos na ASTM


D1646.
6.2. Testes mecnicos
Os testes mecnicos medem as propriedades fsicas bsicas de um composto
vulcanizado. So propriedades relacionadas aos compostos vulcanizados e, salvo
excees, seguem a padronizao ASTM D2000 para definir as propriedades
requeridas.
A Classificao ASTM para Borrachas
O sistema de classificao ASTM D2000/SAE J200/ABNT EB362, baseia-se no fato de
que as propriedades dos elastmeros vulcanizados podem ser agrupadas em classes.
O objetivo deste sistema fornecer um guia para o engenheiro, na seleo prtica e
econmica dos elastmeros disponveis.
Ele tambm fornece o meio para especificao destes materiais.
Exemplo:
ASTM D 2000 M2BC 507 A14E034
Requerimentos bsicos

SI
|
M

Grade No.
|
2

Tipe
|
BC
|
Classe

Dureza
|
507
|
Carga de ruptura

Primeira Designao (2)


Nmero para designar requisitos suplementares alm da chamada bsica.
Segunda Designao (B)
Indica os requisitos de resistncia trmica nas quais o polmero deve ser testado.

Tabela 1- Requisitos Bsicos


Definio do Tipo pela Temperatura
Tipo
Temperatura de
Teste, C
A
70
B
100
C
125
D
150
E
175
F
200
G
225
H
250
J
275

Terceira Designao (C)


Indica o grau requerido de resistncia a leo, medido por variao volumtrica.
Tabela 1- Requisitos Bsicos
Definio de Classe por Variao de Volume
Tipo
Variao de Volume Mxima
em leo ASTM IRM 903
A
140
B
120
C
100
D
80
E
60
F
40
G
30
H
20
J
10
K
10
Quarta Designao (5)
Indica a dureza requerida 50 5
(3 indica dureza de 30 5)
(4 indica dureza de 40 5)
(6 indica dureza de 60 5)
(7 indica dureza de 70 5)
(8 indica dureza de 80 5)
(9 indica dureza de 90 5)

Quinta e Sexta Designao (15)


Indica a fora tensora requerida de 1500 psi.
Nota: a letra M antes da primeira designao, indica sistema mtrico e a medida MPa;
ou seja, 1500 psi = 10 MPa.
(05 indica 5 MPa)
(10 indica 10 MPa)
(20 indica 20 MPa,etc)
Stima Designao
As letras (A-C-E e G) indicam requisitos suplementares para aplicaes particulares,
que so requisitos mais rgidos do que os requisitos-padro da classificao.

A
B
C
D
EA
EF
EO
F
G
H
J
K
M
N
P
Z

Tabela 3- Significado dos Sufixos


Resistncia Trmica
Deformao Permanente
Resistncia ao Oznio e Intemprie
Resistncia Compresso Deflexo
Resistncia a Fluidos (Aquosos)
Resistncia a Fluidos (Combustvel)
Resistncia a Fluidos (leos)
Resistncia Baixa Temperatura
Resistncia ao Rasgo
Resistncia Flexo
Resistncia Abraso
Adeso
Resistncia Combustibilidade
Resistncia ao Impacto
Resistncia ao Manchamento
Qualquer requisito especial, que deve ser especificado em detalhes

Oitava Designao
O sufixo numrico (14-12-14-21) indica o mtodo de teste ASTM aplicvel ao primeiro
dgito:
Requerimentos bsicos e
primeiro sufixo numrico
Requisito ou Sufixo
Fora
Tensora,
Alongamento
Dureza
Sufixo
A,
Resistncia
Trmica
Sufixo B, Deformao
Permanente, Espcime de
Teste, Padro retirado de
uma manta
Sufixo C, Resistncia ao
Oznio e Intemprie

Bsico

D573 70 h

D865 70 h

D865 168 h

D573 168 h

D395 22 h
mtodo B,
slido

D395 70 h
mtodo B,
slido

D395 22 h
mtodo B,
camadas

D395 22 h
mtodo B,
camadas

D412
molde C
D2240

D1171, E
D1171
exposio ao
tempo
oznioB,
mtodo A
D575 Mtodo D575 Mtodo
A
B
D471
D471
Combustvel Combustvel
de referncia de referncia
B, 70 h
A, 70 h

Sufixo D, Resistncia
Compresso Deflexo
Sufixo EF, Resistncia a
Fludo

Sufixo EA, Resistncia a


Fludo Aquoso

D471 gua
Destilada 70
hD

Sufixo F, Resistncia
baixa Temperatura

D2137
Mtodo A

Sufixo G, Resistncia ao
Rasgo
Sufixo H
Sufixo J, Resistncia
Abraso
Sufixo K, Adeso

D471
Combustvel
de referncia
D, 70 h

D471
Percentual
Volumtrico
em
Combustvel
D + 15% de
Etanol, 70 h

D2137
Mtodo A,
9.3.2, 22 h

D1329 molde
de 38,1 mm,
50% de
along.,
retrao
mn.10%

D1329
molde de
38,1 mm,
50% de
along.,
retrao
mn. 50%

D925 Mtodo
B, Painel de
Controle

Sufixo R, Resilincia

D925 Mtodo
A
D945

Requerimento

Sufixo EO, Resistncia a


leo

D471 Partes
Vol. gua
Destilada e
Etileno Glicol
70 hG
D1053 5 mm,
T2, T5, T15,
T50 ou T100

D1171
exposio ao
oznioF,
mtodo B

9.3.2, 3
D624 Molde
minutos
C
D624 Molde D430 Mtodo D430 Mtodo
B
B
C
D430 Mtodo
A
A
D429 Mtodo
B
D429 Mtodo
A

Sufixo M, Resistncia
Combustibilidade A
Sufixo N, Resistncia ao
ImpactoA
Sufixo P, Resistncia ao
Manchamento

Sufixo Z,
Especial A

1
D471
leo
ASTM
N. 1C
70h

2
D471
leo
ASTM
N. 2C
70h

3
D471
leo
ASTM
N.3C
70h

4
D471
leo
ASTM
N. 1
168h

5
D471
leo
ASTM
N. 2
168h

6
D471
leo
ASTM
N. 3
168h

7
8
D471
D471
Fluido de
leo
Servio
especif.
101, 70 h na tabela
6, 70h

A Mtodo de teste a ser especificado


B - Utilize o Mtodo de Teste D471
C- leo ASTM N 1 deve ser adquirido de MZF Assoc.; 11200 Homedale St., Los
Angeles, CA 90049. leos ASTM IRM 902 e 903 devem ser adquiridos de R.E.
Carroll, P.O. Box 139, Trenton, NJ8601.
D- Deve ser utilizada gua destilada. Determinar o aumento de volume pelo mtodo de
deslocamento de gua, no efetuando o banho em lcool. Para determinar variaes de
fora tensora, alongamento e dureza, o tubo de teste deve ser de 3/4, que deve ser cheio
aps a imerso dos espcimes. Determinaes devem ser feitas aps 30 min. Resfrie em
gua destilada; no se usa o banho de acetona.
E- Mtodo de Teste D1171. Teste ao Tempo- tem durao de 6 semanas. A rea de teste
e o tempo do ano ser acordado entre o comprador e o fabricante.
F Use exposio na cmara de oznio do teste D1171, mtodo B.
G partes iguais de gua destilada e etileno glicol grau reagente. Aumento em volume
pelo mtodo do deslocamento, no utilizando banho em lcool. Na determinao de
variaes de fora tensora, alongamento e dureza, o tubo de teste deve ser de , cheio
aps a imerso dos espcimes. Determinaes devem ser feitas aps 30 min. Resfrie em
gua destilada; no utilizar acetona.
H O fludo a ser utilizado especificado por sufixos apropriados na Tabela 6.
Nona Designao
O sufixo numrico (14-12-14-21): o segundo dgito denota a temperatura na qual o teste
deve ser conduzido.
Sufixos Aplicveis
A, B, C, EA, EJ, EO, G, K

A
B

Segundo Sufixo Numrico


11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12

Temperatura de Teste, CA
275
250
225
200
175
150
125
100
70
38
23

Estas temperaturas de teste so baseadas na Prtica D1349


Temperatura ambiente no caso de teste no exterior

23
0
-10
-18
-25
-35
-40
-50
-55
-65
-75
-80

ASTM D2000

Tipo de Polmeros Normalmente Utilizados

AA
AA,BA
AK,BK
BG
BC
FC,FS,FE,GE
DH

Natural, borrachas sintticas ou regeneradas


Natural, borrachas sintticas ou regeneradas
Polisulfetos
NBR, uretano
Policloropreno
Silicones (Alta trao)
Poliacrilicas

Tabela de referncia para classe e elastmero


6.2.1. Dureza
Uma pergunta que freqentemente fazemos: qual o significado da dureza em um
artefato? No entanto, por si s, a dureza pouco representa para determinar a utilizao
de um artefato; devemos acrescentar outras caractersticas, como tenso de ruptura e
alongamento.
Mas, o que efetivamente representa a dureza, seja ela Shore A ou IRHD? Elas so
definidas por mtodos padronizados.
Os mtodos padronizados de medio da dureza de borrachas e plsticos,utilizam
nomenclaturas como Shore A e D ou mtodos IRHD (N, H, L e M); estes mtodos esto
especificados na ISO 868 e BS903/ISSO 48, respectivamente. Atravs do uso destas
tcnicas, temos como resultado a melhor acuidade do processo de medio.
Dureza Shore:
A dureza Shore especifica mtodos para determinao da dureza dos materiais por meio
de durmetros de dois tipos: tipo A, para materiais macios e tipo D, para materiais
duros, mesmo que o padro ASTM tenha 8 tipos de escalas.
O mtodo permite medir a penetrao inicial na superfcie do artefato, aps um breve
perodo de tempo. A medida da dureza inversamente proporcional a esta penetrao;
ou seja, quanto maior a penetrao, mais mole ser o produto (menor dureza). uma
propriedade que depende do mdulo elstico e da viscoelasticidade do material.
A forma do penetrador, a fora aplicada e a durao do teste influenciam os resultados.
O durmetro Shore A consiste de uma base para apoio, um penetrador, um dispositivo
indicador, e uma mola calibrada que aplica a fora ao penetrador. A diferena entre a
dureza Shore A e a D est na forma do penetrador e a mola calibrada.
Tabela 1. Escalas de dureza Shore A
Durmetro
Shore

Penetrador

Tipo A

Cilindro de ao endurecido 1,10 mm - 1,14 mm dia, com um cone


truncado a 35 cone, 0,79 mm dia.

Tipo D

Cilindro de ao endurecido 1,10 mm - 1,14 mm dia,


Com um ponto cnico a 30, 0,79 mm dia

Fora aplicada, F
/ mN
F = 550 + 75 HA

F = 445 HD

Nota 1: Para durezas acima de 90 Shore A, utilizar a escala D; para durezas abaixo de
20 Shore D, utilizar a escala A.
As unidades de dureza variam de 0-com a penetrao total do cilindro de 2,50 mm-, at
100-sem penetrao.

A fora aplicada o mais rapidamente possvel, sem choque, e a medio da dureza


feita aps 15 1 s. Se especificada a leitura instantnea, este tempo ser de 1s. A relao
entre os diferentes resultados obtidos por um durmetro, pode ser diferente dos
resultados obtidos por outro equipamento de medio.
Dureza IRHD
Na realidade, a dureza IRHD (Graus Internacionais de Dureza da Borracha) possui 4
graus distintos de medio para a medida da dureza em borrachas vulcanizadas ou
termoplsticos (N, H, L e M), e quatro mtodos para a determinao da dureza aparente
de superfcies curvas (CN, CH, CL e CM).
O teste consiste na medida da diferena entre a profundidade de penetrao de uma
esfera na superfcie da borracha, sob uma fora de contato inicial, seguida da aplicao
total da fora de contato. Os mtodos diferem no dimetro da esfera de penetrao e na
magnitude da fora de penetrao, selecionada de acordo com a dureza da borracha.
Tabela 2 . Escalas de dureza IRHD e foras de teste.
Mtodo de
teste

Dimetro do
penetrador,

Fora de
contato,

/ mm

/N

Fora
adicional/ N

Fora total,
/N

Aplicao

Espessura: = 4
mm,
N

2,50 0,01

0,30 0,02

5,40 0,01

5,70 0,03 Faixa: 35 - 85


IRHD,
ou 30 - 95 IRHD

1,00 0,01

0,30 0,02

5,40 0,01

Espessura: = 4
mm,
5,70 0,03
Faixa: 85 - 100
IRHD

5,00 0,01

0,395 0,005

0,30 0,02

0,008 3
0,000 5

5,40 0,01

0,145 0,000 5

Espessura: = 6
mm,
5,70 0,03
Faixa: 10 - 35
IRHD

0,153 3
0,001

Espessura: < 4
mm,
Faixa: 35 - 85
IRHD,
ou 30 - 95 IRHD

Nota 2: As durezas obtidas no mtodo N na faixa de 85-95 IRHD e 30-35 IRHD no


correspondem aos valores obtidos nos mtods H ou L
A relao entre a profundidade de penetrao D, a dureza da borracha, e o valor IRHD
baseada na frmula.
F/E = 0,0038r0,65 x D1,35

Onde:
F = fora de penetrao, em N
R = raio do penetrador, em mm
E = mdulo de Young, em MPa
A escala de dureza foi escolhida de maneira que IRHD representa a dureza de um
material com mdulo de Young = 0, e 100 IRHD representa a dureza de um material
com mdulo de Young infinito.

> COMPARAO DA ESCALA DE DUREZA


SHORE
Shore A

Shore D

Shore 00

10

20

30

40

50
10

50 60 70 80

70
20

90

--borracha
de apagar--

60

80
30

90
40

99
50

60

70

80 90 99

99

---o-rings---

----plsticos----

Durmetro Shore A
Referncia
ISO 868:1985
ASTM D 2240-00
BS 903: Part A26: 1995
6.2.2. Carga de ruptura e alongamento
A carga de ruptura e o alongamento foram definidos, para aplicao em borracha, pela
Associao Americana para a Prova de Materiais (na ASTM D 412):
CARGA DE RUPTURA a fora aplicada por unidade de seo reta inicial de um
corpo de prova, no momento da ruptura.
O ALONGAMENTO, ou deformao elstica, o estiramento entre dois traos de
referncia marcados no corpo de prova e produzido pela aplicao de uma fora.

Expressa-se comumente como percentagem da distncia inicial entre estes dois traos.
O alongamento final o alongamento no momento da ruptura.
MDULO, ou Esforo de Trao, a fora necessria para conseguir que um corpo de
prova apresente um alongamento determinado. Mede-se em quilos por centmetro
quadrado da seo inicial. Por conseguinte, se for necessrio aplicar uma carga de 70
kg/cm2 para obter um alongamento de 650 % em um corpo de prova, diz-se que o
mdulo desse material para o alongamento de 650 % de 70 kg/cm2. Na borracha,
diferente do que ocorre no ao, o esforo de trao e o alongamento no so
proporcionais e, portanto, o termo mdulo tem significao diferente para os dois
materiais. Em relao ao ao, o mdulo corresponde ao esforo dividido pelo
alongamento, e simultaneamente uma relao e uma constante. Na borracha, porm, o
mdulo significa esforo a um alongamento determinado, no representando uma
relao ou uma constante, mas apenas as coordenadas de um ponto da curva esforoalongamento.
Mtodo de ensaio
Os mtodos para realizao dos ensaios de trao foram padronizados e acham-se
descritos na ASTM D412. Utilizam-se corpos de prova com a forma de halteres, de 10
ou 13 cm de extenso, recortados de 1minas de borracha e marcados na parte mais
estreita com dois traos de referncia, distanciados de 2 ou 5 cm. Ambas as
extremidades do corpo de prova so presas s garras da mquina de ensaio. A garra
inferior, acionada mecanicamente, afasta-se velocidade de uns 50 cm por minuto e
estica o corpo de prova at a ruptura. medida que aumenta o afastamento dos traos
de referncia, mede-se a distancia entre os seus centros, a fim de determinar o
alongamento. A temperatura normal para preparao e ensaio dos corpos de prova de
23C 1C.
Interpretao dos dados das provas
A carga de ruptura e o alongamento final so importantes sob trs aspectos: produo de
composies, controle da manufatura e determinao da suscetibilidade, deteriorao
pelos leos, calor e intempries.
Os ensaios de tenso so essenciais para a produo das composies de borracha.
Utilizam-se quase que universalmente para determinar o efeito dos vrios ingredientes
da composio, principalmente quando estes ingredientes afetam a velocidade e o
estado da vulcanizao.
Depois de se ter determinado que uma composio possui as propriedades convenientes,
e aps ter sido iniciada a sua produo, as medidas de carga de ruptura e alongamento
so timos instrumentos de controle. Elas reagem aos acidentes de manufatura e
informam ao composteiro se o produto foi bem vulcanizado, se a mistura dos
ingredientes foi bem feita e se o produto final contm ou no materiais estranhos.
Os ensaios de tenso realizam-se freqentemente, tanto antes quanto depois das provas
de exposio, a fim de se avaliar a resistncia relativa de um grupo de compostos
deteriorao por agentes como leo, oznio, intemprie, oxignio, calor e produtos
qumicos. Mesmo os graus de deteriorao mais insignificantes refletem-se
imediatamente sob a forma de alteraes apreciveis nas caractersticas de tenso.

Cumpre observar aqui que as propriedades da tenso so muito mais significativas do


que os valores absolutos medidos, tanto antes quanto depois da exposio aos agentes
deteriorantes. Suponhamos que, antes da exposio aos leos, o composto de prova
tinha uma carga de ruptura de 211 kg/cm2 e o composto Y, de 127 kg/cm2, e que a
capacidade desses dois compostos exercerem funes determinadas j tenha sido
estabelecida em provas anteriores. Depois da exposio aos leos, a carga de ruptura do
composto X baixou de 211 kg /cm2 para 141 kg /cm2 , e a do composto Y, de 127 para
apenas 120 kg/cm+. Neste caso, a carga de ruptura do composto X ainda mais elevada
que a do composto Y, mas este estar em melhores condies para desempenhar suas
funes nos servios onde estiver sujeito exposio aos leos. As caractersticas
superiores de reteno da carga de ruptura do composto Y so uma indicao de que
tambm reteve mais algumas de suas outras propriedades.
Apesar disto, porm, as medidas carga de ruptura e alongamento na ruptura, ainda que
indispensveis aos tecnologistas da borracha, tm interesse limitado para os tcnicos de
aplicaes, cuja funo consiste predominantemente em determinar se esta ou aquela
composio so satisfatrias para utilizao de um produto especfico. Aquelas medidas
no so utilizveis nos clculos de planejamento, e tm relao muito pequena com a
capacidade dos artefatos ou peas de borracha para executarem suas funes. Esta
concluso ainda mais evidente se recordarmos que os produtos de borracha quase
nunca so empregados sob tenso permanente, e muito menos sob tenses que se
aproximem da sua carga de ruptura ou do seu alongamento na ruptura. As correias de
transmisso, mangueiras, anis, suportes, gaxetas e muitos outros produtos de borracha
utilizados na indstria, s muito raramente funcionam sob tenses de servio superiores
a 7 kg/cm2. Portanto, evidente que o fato de sua carga de ruptura ser de 105 ou 210 kg
/cm2 no tem a menor influncia na sua capacidade para prestarem os servios a que se
destinam.
Todavia, afirma-se com freqncia que a carga de ruptura e o alongamento na ruptura,
mesmo no tendo significao relevante por si mesmos, so bons ndices da qualidade
global. Isto no correto. Se existir algum grau de verdade nessa afirmao, apenas
nos dois extremos da escala da carga de ruptura. Assim, os compostos cuja carga de
ruptura seja inferior a 70 kg/cm2 possuem geralmente propriedades mecnicas fracas,
enquanto que os compostos com cargas de ruptura superiores a 210 kg /cm2,
normalmente apresentam boas propriedades mecnicas. Mas, no meio desta escala,
digamos entre 105 e 210 kg/cm2, onde est includa a maioria dos produtos de borracha,
a correlao entre a carga de ruptura e as demais propriedades, como resilincia,
resistncia abraso, deformao permanente compresso e resistncia flexo, , na
melhor das hipteses, puramente acidental.
Nessa gama intermediria, possvel criar duas composies de borracha diferentes
(para correias em V, diafragmas ou outra qualquer aplicao) com a mesma carga de
ruptura e o mesmo alongamento na ruptura - mas com propriedades inteiramente
distintas no que diz respeito sua durao em servio.
As provas de carga de ruptura e alongamento carecem de significao, principalmente
quando se comparam compostos fabricados com borrachas diferentes. Antes da
Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a carga de ruptura das bandas de rodagem dos
pneumticos fabricados com borracha natural de primeira qualidade era de 315 a 350
kg/cm2. Todavia, durante a guerra, foi necessria a utilizao de bandas de rodagem de

borracha sinttica, cuja carga de ruptura no ia alm de 175 kg/cm2. Apesar disso, a
indstria da borracha no tardou em produzir bandas de borracha sinttica que duravam
tanto tempo em servio nos carros de passageiros quanto as bandas de borracha natural
de antes da guerra.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D 412
3. ISO
6.2.3. Deformao permanente compresso
Denomina-se deformao permanente compresso a deformao residual definitiva
apresentada por uma pea de borracha aps a remoo da carga que produziu a
deformao.
O mtodo de anlise da deformao permanente compresso acha-se descrito no
mtodo ASTM D 395 e pode ser efetuado de duas maneiras: o mtodo A, deformao
permanente por compresso sob carga constante; e o mtodo B, deformao permanente
por compresso sob deformao constante.
No primeiro mtodo, comprime-se um corpo de prova padro entre pratos de ao,
carga constante de 28 kg/cm2. Ajusta-se depois o conjunto para uma prova de durao e
temperaturas determinadas (por exemplo: 22 h/70oC). Decorrido este tempo, remove-se
o corpo de prova e deixa-se repous-lo temperatura ambiente durante meia hora. A
deformao permanente compresso sob carga constante a diferena entre a
espessura original do corpo de prova e a espessura final, expressa como porcentagem da
espessura original.
No mtodo B, comprime-se o corpo de prova at 25% da espessura original. A
deformao permanente compresso sob deformao constante, representada pela
diferena entre a espessura original do copo de prova e espessura depois da prova,
expressa como porcentagem da compresso aplicada.
Os perodos de teste e as temperaturas esto especificados pelo ASTM, outras condies
tambm podem ser acordadas entre consumidor e fabricante.

Dispositivo para ASTM D395 Mtodo B

Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ISO 815 (Ambiente & Alta Temp.)
3. ISO 1653 (Baixa Temp.)
4. ASTM D395 (Ambiente & Alta
5. ASTM D1229 (Baixa Temp.)

Temp.)

6.2.4. Abraso
Denomina-se resistncia abraso, a resistncia oposta pelas composies de borracha
ao desgaste pelo contato com superfcies abrasivas em movimento. A resistncia
abraso medida sob condies definidas de carga e velocidade, sendo expressa em
porcentagem, aps comparao com uma composio padro: (perda de volume do
padro/perda de volume da amostra X 100).
Mtodo de ensaio
Os dois mtodos padro para verificao da resistncia dos elastmeros vulcanizados
abraso acham-se descritos nas normas ASTM D394 e D1630. Ambas as mquinas, Du
Pont (D394) e National Bureau of Standards (D1630), comprimem o corpo de prova sob
determinada carga, contra um abrasivo (geralmente esmeril ou papel de lixa), montado
em um disco ou tambor rotativo. A superfcie abrasiva gira a uma velocidade
especificada, prosseguindo a prova durante um tempo determinado (Du Pont) ou at que
se tenha desgastado certa quantidade do corpo de prova (N.B.S.).
Em qualquer destes dois mtodos, necessria a repetio do teste depois de
comprovada a composio desconhecida. O material usado como comparao no
segundo teste uma de trs composies padres, cujas caractersticas de tenso/
deformao mais se aproximem da composio desconhecida. Comparam-se depois,
sob a forma de relao, os volumes desgastados do corpo de prova e da amostra padro.
As restries utilidade prtica das provas de abraso so mencionadas de maneira
expressa nas ASTM D394 e D1630: No h nenhuma relao explcita ou implcita
entre esta prova e a performance ou desempenho em servio...O significado de seus
resultados s poder ser determinado em cada laboratrio para o problema especfico a
ser estudado...
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D 394 e D1630
6.2.5. Resistncia flexo
Denomina-se resistncia flexo, a propriedade que os materiais tm de suportar a
fadiga provocada por esforo repetitivo, por dobramento, distenso ou compresso. A
fadiga pode produzir vrios tipos de defeitos, sendo o mais comum o fendilhamento
flexo, que consiste na formao de fendas superficiais na pea. Este o tipo mais
comum de fendilhamento observvel em pneumticos, solas de calados e correias.
Artefatos que contenham materiais txteis podero apresentar defeitos causados pelo
dobramento sucessivo, fazendo com que a borracha se separe do tecido. Defeito comum
em pneumticos e correias.

Mtodos de ensaio da resistncia flexo


Existem 3 tipos de mquinas padro para as provas de flexo: a mquina de flexo
Scott, a mquina de Mattia e a da Du Pont. Segundo a ASTM D430, emprega-se a
mquina Scott para comprovar a separao das camadas, nas peas compostas de tecido
e borracha, enquanto que as mquinas de Mattia e Du Pont so utilizadas para provocar
o fendilhamento superficial da borracha. A norma ASTM D813 descreve o emprego da
mquina de Matia para estudar a expanso ou aumento de dimenses das fendas
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D430
3. ASTM D813
6.2.6. Resistncia ao rasgamento
Define-se resistncia ao rasgamento como a fora por unidade de espessura, necessria
para:
1) expandir um corte ou rasgo numa direo perpendicular fora aplicada, ou
2) para iniciar um rasgo em uma direo perpendicular da fora aplicada.
A norma ASTM D624 descreve um mtodo padro para determinao da resistncia ao
rasgamento, mediante o emprego de corpos de prova padro, com rasgos e sem rasgos.
A mesma norma ASTM D624 restringe a utilidade destas provas, ao afirmar: como a
resistncia ao rasgamento afetada em grande escala pela direo das fibras da borracha
submetidas prova, assim como pela distribuio do esforo, velocidade de estiramento
e tamanho do corpo de prova, os resultados obtidos nesta prova somente podero ser
considerados como expressando uma medida da resistncia s condies dessa prova,
no tendo nenhuma relao imediata com as condies do servio. Portanto, estes
mtodos so teis apenas para comparaes de laboratrio, no devendo ser aplicados a
avaliaes prticas.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D624
6.3. Propriedades eltricas
As propriedades eltricas da borracha mais comumente utilizadas so as seguintes:
resistncia do isolamento, resistividade corrente contnua, condutividade, rigidez
dieltrica, constante dieltrica e fator de potncia.
Alm das propriedades eltricas, devem os elastmeros reunir outras caractersticas, em
propores adequadas aplicao a que se destinam. A resistncia tenso, ao
alongamento, s altas temperaturas e gua, so importantes em muitos casos. A
preservao das propriedades eltricas em condies de exposio gua tem grande
importncia quando o elastmero empregado em locais midos.
Resistncia do isolamento
A resistncia do isolamento entre dois condutores que esto em contato com o
elastmero ou nele embutidos, representada pela relao entre a voltagem da corrente
contnua aplicada aos eletrodos e a intensidade total de corrente entre eles. A corrente

poder passar diretamente atravs do material, como no caso do isolamento de um fio,


ou seguir o contorno de uma superfcie ou capa, como nos terminais de ligao de
borracha moldada.
O mtodo ASTM D257, consiste na aplicao de corrente contnua de baixa voltagem
(geralmente 500 volts) entre eletrodos e na medio da intensidade de corrente que
circula entre eles atravs do artefato.
Resistividade corrente contnua
A resistividade corrente contnua, ou resistividade volumtrica, semelhante
resistncia do isolamento, porque tanto uma quanto a outra indicam a intensidade da
corrente que passa entre dois eletrodos. Este teste poder ser utilizado para se
determinar a convenincia de uma composio de elastmero para fins de isolamento.
Os materiais com alta resistividade corrente contnua podero ser considerados como
isolantes. Denomina-se resistividade, o valor da resistncia entre eletrodos de um
centmetro quadrado, situados nos lados opostos de um cubo hipottico de um
centmetro de lado, fabricado com o material que se pretende comprovar, desde que seja
possvel desprezar o escoamento superficial. A resistividade corrente contnua
expressa em ohms por centmetro. O mtodo para o teste, tambm descrito na ASTM
D257, consiste fundamentalmente na aplicao de corrente contnua a 500 volts em
grandes eletrodos, colocados em lminas finas do material a ser comprovado, e na
medida da corrente circulante. Efetuam-se depois os clculos necessrios para a
converso ohms por centmetro, como ndice da resistividade - valor da resistncia
obtida para essa amostra em lminas finas. Tal converso no oferece problemas,
porque a resistncia eltrica diretamente proporcional espessura e inversamente
proporcional rea ou superfcie. Como o aumento da temperatura e da umidade
diminui os valores de resistividade, todos os testes eltricos so efetuados em ambientes
de temperatura e umidade controladas.
Condutividade
Os elastmeros so considerados condutores se sua resistividade corrente contnua for
inferior a 105 ohms por centmetro. A condutividade o oposto da resistividade, sendo
expressa em mhos. Esta unidade, porm, pouco usada na indstria da borracha; todos
os materiais condutores so descritos de acordo com sua resistividade corrente
contnua. A norma ASTM D991, descreve em linhas gerais um mtodo para a medio
da resistividade volumtrica dos elastmeros condutores de eletricidade.
Rigidez dieltrica
Denomina-se rigidez dieltrica de um elastmero, voltagem necessria para perfurar
uma amostra de espessura conhecida. A rigidez dieltrica sempre expressa em volts
por milmetro ou em volts por milsimo de polegada.
O regime de aplicao da voltagem e a forma geomtrica dos eletrodos e da amostra,
exercem grande influncia sobre os resultados do teste. A norma ASTM D149, descreve
o teste standard.
Constante dieltrica e fator de potncia
A constante dieltrica ou capacidade indutiva especfica, uma medida da capacidade
do isolamento para armazenar energia eltrica. Ela sempre uma relao entre a
capacidade eltrica de um condensador em que se utiliza como dieltrico o material a

ser comprovado, e a capacidade de um condensador semelhante em que o dieltrico o


prprio ar. Um dos fatores que podem influenciar a constante dieltrica a freqncia
da corrente. Por esse motivo, as provas so geralmente efetuadas entre os limites de 25
ciclos e vrios megaciclos por segundo.
O fator de potncia de um material isolante indica sua tendncia em gerar calor quando
em servio.Carregando com corrente contnua um condensador que utilize um
elastmero como dieltrico, aps ele ser descarregado, haver uma perda de energia sob
a forma de calor. Se esse condensador for sucessivamente carregado e descarregado por
uma corrente alternada, as perdas eltricas resultantes provocaro o aquecimento do
dieltrico. A relao entre essas perdas e a energia necessria para carregar o
condensador, indica o fator de potncia, comumente expresso sob a forma de um
decimal ou percentagem da energia de carga.
A perda de energia diretamente proporcional freqncia. A 60 ciclos, ela
geralmente bastante pequena para poder ser desprezada, mas em freqncias mais altas,
utilizadas nas comunicaes, a perda to grande que s permite o emprego de
materiais com fator de potncia muito baixo. O mtodo empregado para medir o fator
de potncia o ASTM D150.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D257
3. ASTM D991
4. ASTM D149
5. ASTM D150
6.4. Propriedades trmicas
A borracha possui trs importantes propriedades trmicas. Duas delas, a condutividade
trmica e o coeficiente de expanso, tm na linguagem da borracha as mesmas
definies que na metalurgia. Por isso, a ASTM no adotou mtodos especiais para a
prova dessas propriedades na borracha. O efeito Joule, porm, uma propriedade
peculiar da borracha, para o qual existe um mtodo padronizado para sua medio.
Condutividade trmica
A condutividade trmica varivel para cada composio de borracha, dependendo das
propores e da condutividade de cada elemento da composio. A condutividade
importante para os tcnicos, porque afeta o tempo exigido para aquecer o interior de um
artefato de borracha at a temperatura de vulcanizao.
A condutividade tambm importante para o projeto de artefatos que geram calor
devido vibrao, flexo ou atrito (suportes, correias de transmisso, vedaes, etc.)
Como a borracha m condutora, devemos adotar medidas necessrias para assegurar a
dissipao trmica.
Coeficiente de expanso
O coeficiente de expanso tambm varivel com as composies, dependendo da
qualidade e quantidade de cargas de enchimento incorporadas na composio. A adio
de cargas de enchimento diminui este coeficiente. Diz-se frequentemente que a borracha
possui um coeficiente linear dez vezes maior que o ao carbono. Contudo, esses valores

podero ser duas vezes maiores para os materiais de goma, ou cerca de metade para as
composies de borracha dura. Com uma amplitude to grande, nas moldagens de
preciso, necessrio medir primeiro o coeficiente de expanso a utilizar, baseando as
dimenses do molde nos valores medidos.
O alto coeficiente de expanso da borracha provoca a contrao dos artefatos durante o
seu esfriamento, desde a temperatura que foram vulcanizados no molde at
temperatura ambiente. Esta contrao tambm chamada retrao do molde, torna
difcil e dispendiosa a moldagem da borracha dentro de limites de tolerncia muito
apertados.
Considere-se, por exemplo, uma arruela de 25,4 mm de dimetro exterior ( 0, 15 mm),
com uma coroa circular de 3,175 mm ( 0,10 mm). Tal artefato poder ser considerado
como moldagem de preciso. Todavia, os limites de tolerncia indicados no so rgidos
demais, visto que o moldador pode consegui-los adotando uma tcnica adequada.
Entretanto, se qualquer dessas tolerncias fosse reduzida metade (para 0,07 mm no
dimetro exterior, ou 0,05 mm na coroa), o moldador ficaria em uma situao
impossvel, pois no teria maneira de manter o artefato dentro de limites de tolerncia
to apertados. Nenhum processo de produo do molde e nenhum grau de percia
tcnica poderiam assegurar tal preciso, com uma porcentagem de rejeio aceitvel. O
nico recurso desse moldador seria fazer um grande nmero de arruelas, confiando em
que o clculo das probabilidades lhe desse algumas aceitveis. Teria, porm, que
aumentar consideravelmente o preo de venda do artigo.
As tolerncias utilizadas no exemplo acima no podem ser aplicadas a outros artefatos
de borracha. A linha divisria entre tolerncias razoveis e tolerncias impossveis,
depende, em propores considerveis, das dimenses e da configurao das peas a
serem moldadas.
Efeito Joule
Quando se aquece com um fsforo uma tira de borracha submetida ao estiramento com
um peso na sua extremidade, a maioria das pessoas espera que ela se alongue um pouco,
devido expanso trmica. Mas ela no se alonga; contrai-se e levanta o peso. Esta a
demonstrao do efeito Joule, um fenmeno de grande importncia prtica,
desconhecido de muitos projetistas de mquinas. Ele significa, em termos gerais, que: a
borracha estirada e submetida ao aquecimento, tem tendncia a contrair-se. O seu
mdulo de elasticidade, rigidez ou capacidade para suportar cargas, aumenta na razo
direta do aumento de temperatura. A borracha que estiver sob carga constante, contraise; a que estiver sob tenso constante, exerce tenso ainda maior.
Outro efeito relacionado com este: a borracha libera calor quando estirada rapidamente,
e absorve calor quando se permite sua rpida retrao. Um elstico comum preso entre
os lbios, produzir sensao de calor se estirado bruscamente, e sensao de frio se
afrouxado rapidamente.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963

6.5. Deteriorao pelo Calor


A resistncia trmica de um elastmero geralmente definida como sua capacidade para
resistir a alteraes permanentes em suas propriedades, em conseqncia da exposio
prolongada s altas temperaturas. A natureza dessas alteraes e a rapidez com que
ocorrem dependem do tipo de elastmero, da composio e das condies da prova.
O mtodo normal de prova da resistncia trmica o descrito na norma ASTM D454.
Nesse ensaio, conhecido como prova trmica sob presso, as propriedades de trao so
medidas antes e depois da exposio ao ar a 127C e a 5,6 kg/cm2. A durao da prova
varivel, entre 3 e 30 horas.
Quando a composio se destina ao servio determinada temperatura, os corpos de
prova so frequentemente ensaiados mediante exposio a essa temperatura em estufa
de ar (ASTM D573) ou em tubos de ensaio (ASTM D865).
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D454
3. ASTM D573
4. ASTM D865
6.6. Propriedades em temperaturas baixas
Todos os elastmeros sofrem tipos diferentes de alteraes quando submetidos a baixas
temperaturas. Algumas dessas alteraes ocorrem imediatamente; outras, apenas depois
de exposio prolongada. Todas estas alteraes so reversveis, isto , o elastmero
recupera suas propriedades originais depois que retorna temperatura ambiente.

RIGIDEZ SIMPLES: O grfico mostra como uma composio tpica de um


elastmero afetada pela exposio a temperaturas sucessivamente mais baixas.
medida que o corpo de prova esfriado atravs da zona A, ele torna-se cada vez mais
difcil de esticar ou dobrar. Esse enrijecimento gradual, at ser atingida uma
determinada temperatura abaixo de zero.

TRANSIO DE SEGUNDA ORDEM: Quando a temperatura continua a diminuir


at zona B, a rigidez aumenta de maneira acentuada. Nesta zona, uma queda de
temperatura de apenas 11C pode centuplicar a rigidez. A zona B comea geralmente
em temperaturas entre -29C e -40C. Aps esta transio secundria brusca, novas
redues na temperatura (zona C) produzem pouco ou nenhum efeito.
A uma determinada temperatura na zona B ou na zona C, o corpo de prova torna-se
quebradio, estilhaando-se se for dobrado bruscamente ou submetido a choques. A
temperatura em que ocorre este fenmeno depende do regime de aplicao da carga.
Quando determinada em condies especiais de ensaio, esta temperatura recebe o nome
de ponto de friabilidade da composio. Todavia, este ponto de friabilidade no
mantm nenhuma relao com a curva de rigidez. Assim, por exemplo, as medidas de
rigidez podem indicar um alto grau de flexibilidade a uma determinada temperatura,
enquanto que os testes podem revelar que a composio se torna quebradia a esta
mesma temperatura ou a uma temperatura mais alta. Esta ausncia de relao entre a
rigidez e a fragilidade no muito surpreendente, porque as medidas de rigidez incluem
a aplicao de cargas com velocidades e deflexes baixas, enquanto que as provas de
fragilidade so baseadas em cargas de choque, com velocidades e deflexes altas.
CRISTALIZAO: Entre os principais elastmeros, a borracha natural, a borracha
butlica e a maioria dos tipos de policloropreno so cristalizveis. A cristalizao produz
enrijecimento que se torna aparente apenas depois de exposio prolongada. Esse
enrijecimento pode exigir horas, dias ou mesmo semanas, dependendo da temperatura
de exposio e tipo de composio. Contudo, embora produza aumento de rigidez, a
cristalizao no provoca necessariamente a fragilidade. Alm disso, a ocorrncia de
cristalizao parece tambm no afetar o ponto de cristalizao da composio. A
velocidade de cristalizao aumenta quando o elastmero submetido deformao.
Devido sua energia trmica, as molculas dos elastmeros esto em movimento
constante, apresentando por vezes, entre si, relaes semelhantes s dos cristais.
temperatura ambiente, a energia trmica das molculas bastante forte para superar as
foras que tendem a manter essa relao de cristais, evitando que se produza a
cristalizao. Em temperaturas muito baixas, o movimento molecular leve, sendo nula
a probabilidade de que venha a adquirir a configurao adequada; tambm por isso no
h cristalizao. Mas, em algumas temperaturas moderadamente baixas, as molculas
tm energia trmica suficiente para adotarem a estrutura cristalina, sem que essa energia
seja bastante forte para desfazer posteriormente tal estrutura; devido a isso, as estruturas
cristalinas aumentam em nmero e dimenso, fazendo com que o artefato de borracha se
torne sucessivamente mais rgido com o transcorrer do tempo.
EFEITOS PLASTIFICANTE-TEMPO. Quase todas as composies planejadas para
o servio em temperaturas baixas, contm quantidades apreciveis de plastificantes
especiais, destinados a melhorar a flexibilidade em baixas temperaturas e a abaixar o
ponto de friabilidade da composio. Em condies de temperatura normais estes
plastificantes so solveis no elastmero. Contudo, aps exposio prolongada em
temperaturas baixas, a compatibilidade do plastificante reduzida, sendo uma parte do
mesmo expulsa da soluo. Essa parte deixa, portanto, de ser eficaz. Por conseguinte, a
borracha mais rgida a temperaturas superiores do ponto de friabilidade, podendo o
ponto de friabilidade ser elevado em diversos graus. Via de regra, os efeitos
plastificante-tempo so aparentes apenas aps a exposio prolongada a temperaturas

extremamente baixas, da ordem de -40oC, sendo observados somente se forem


empregadas grandes quantidades de alguns plastificantes.
Mtodos de ensaio
O teste de friabilidade (ASTM D746) relativamente simples. Uma extremidade do
corpo de prova fixada num suporte, de maneira que o corpo de prova atue como uma
viga em balano. Aps condicionamento de alguns minutos temperatura ambiente, o
corpo de prova golpeado por um brao acionado a motor ou por solenide que se
desloca a velocidade de 1,8 a 2,1 metros por segundo. Submetem-se ao mesmo teste
novos corpos de prova do mesmo material, a temperaturas sucessivamente mais baixas,
at ser atingida uma temperatura na qual o corpo de prova se quebre em dois ou mais
fragmentos. Essa temperatura que se denomina temperatura de friabilidade, ou mais
comumente, ponto de friabilidade.
Entre as diversas provas de rigidez, a mais empregada, devido sua simplicidade,
aquela em que se utiliza a dureza ao durmetro como medida da rigidez (ASTM D676)
Ao determinar as alteraes simples de rigidez ou as transies de segunda ordem, as
amostras so condicionadas durante perodos curtos a temperaturas sucessivamente
mais baixas, sendo a dureza ao durmetro registrada em funo da temperatura. Para
determinar as alteraes provocadas pelos efeitos plastificante-tempo ou pela
cristalizao, condiciona-se o corpo de prova a temperatura constante, traando-se a
curva de dureza em funo do tempo.
Esta prova tem os inconvenientes inerentes a todas as medidas de dureza obtidas com o
durmetro. Os seus resultados so indicados em unidades de dureza puramente
arbitrrias. Alm disso, as amostras testadas em temperaturas baixas apresentam desvios
freqentes, sendo as leituras momentneas seguidas de redues na dureza. O regime e
a magnitude dessas redues so bastante variveis de uma composio para outra.
A prova de rigidez em que se utiliza uma amostra em forma de viga simples (ASTM
D797) tambm bastante usada. Neste teste, o corpo de prova, apoiado em cada
extremidade por um suporte, solicitado por uma carga que incide sobre o seu centro. A
medida da deflexo da viga sob a ao dessa carga permite calcular o mdulo de Young
em flexo. Tal como nas outras provas de rigidez, este teste possibilita a medida das
alteraes produzidas pelos efeitos simples da temperatura, pelas transies secundrias,
pela cristalizao e pelos efeitos plastificante-tempo.
O aparelho de toro mede o grau de toro de um corpo de prova submetido a um
esforo conhecido, aplicado mediante um arame de toro. As medidas da toro em
temperatura ambiente e em temperaturas baixas permitem obter os ndices da rigidez
relativa.
Este mtodo de toro til porque, tal como o da viga simples, proporciona dados em
forma suscetvel de interpretao rpida. A vantagem deste mtodo sobre o da viga
simples est em que as deflexes utilizadas aproximam-se mais das correspondentes ao
servio real.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D746

3. ASTM D676
4. ASTM D797
5. ASTM D1053
6.7. Imerso em produtos qumicos
A definio mais simples de resistncia qumica a que explica esta resistncia como a
capacidade de um material para desempenhar de maneira satisfatria a sua funo em
um ambiente qumico determinado. Sob este ponto de vista os materiais podem falhar
de duas maneiras:
1) degenerando at ao ponto de no poderem mais executar sua funo, e
2) contaminando o meio qumico sem que eles prprios sejam seriamente afetados.
A norma ASTM D471 descreve os mtodos de exposio dos corpos de prova
influncia de lquidos em condies definidas de tempo e temperatura, a fim de se medir
a deteriorao sofrida. Esta deteriorao medida pela comparao das propriedades
fsicas, antes e depois da imerso no lquido de prova. As propriedades medidas so o
peso, volume, resistncia trao, alongamento final e dureza ao durmetro, mas a
inspeo visual e manual tambm pode ser includa.
A temperatura de prova selecionada entre as de uma lista padronizada, de maneira a
aproximar-se da correspondente ao servio real. O perodo de imerso igualmente
selecionado na base das condies previstas para o servio, sendo recomendados
perodos variveis de 22 horas a 30 dias. Todos os testes de imerso so efetuados ao
abrigo da luz direta.
Se o liquido empregado no servio real no tiver composio constante, conveniente
substitu-lo por um lquido de prova que inclua todas as propriedades encontradas neste
servio. Recomenda-se para este fim os leos e combustveis de referncia ASTM
Standard. O leo ASTM N 1 produz pequeno inchamento; o IRM 902 produz
inchamento mdio e o IRM 903 produz grande inchamento. O combustvel de
referncia A consiste em isooctana a 100%, comparvel a gasolina ntegra; o
combustvel de referncia B consiste em 70% de isooctana e 30% de tolueno por
volume, sendo comparvel ao combustvel de aviao.
Outros fluidos de imerso incluem a gua, os lquidos refrigerantes para automveis,
cidos, bases, etc.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D471
6.8. Resistncia ao oznio
O ataque do oznio manifesta-se geralmente sob a forma de algumas fendas profundas
ou, pela formao de milhares de pequenas fendas. Em qualquer hiptese, as fendas so
sempre perpendiculares ao eixo do esforo a que submetida a borracha, podendo
causar a ruptura da amostra se o esforo for muito grande.
O ataque do oznio um fenmeno comum, visto que os artefatos de borracha esto
submetidos a esforos quando em servio, e o oznio acha-se sempre presente na

atmosfera. Sua concentrao pode variar entre 1 a 5 partes por cem milhes nas zonas
rurais, e 50 partes por cem milhes, nas regies mais industrializadas.
O EFEITO CORONA, ou simplesmente corona, uma descarga eltrica que se
manifesta na atmosfera, sob a forma de eflvios, em volta dos cabos de alta tenso.O
corona faz gerar oznio que, por sua vez, causa o fendilhamento dos artefatos de
borracha submetidos a tenses ou esforos mecnicos. A formao do oznio pode
ocorrer tanto no ar confinado no cabo, quanto na atmosfera ao seu redor.
A norma ASTM D1149 descreve um dos mtodos de determinao da resistncia ao
oznio das composies de borracha vulcanizada. Neste teste, algumas tiras finas de
borracha, de forma retangular, so distendidas entre dois grampos, com um
alongamento de 20%. Aps o seu condicionamento durante 24 horas, as tiras assim
distendidas so colocadas em uma cmara onde circula o ar a uma temperatura
determinada (geralmente entre 32 e 49C). O ar, com uma concentrao de oznio de 25
5 partes pro cem milhes, incide transversalmente sobre as tiras de borracha, as quais
so observadas com freqncia, a fim de investigar o aparecimento das fendas.
Em alguns casos empregam-se outras concentraes de oznio, assim como corpos de
prova no padronizados (tais como sees de produtos manufaturados) e outros mtodos
de montagem dos corpos de prova.
O resultado do teste indicado pelo tempo gasto at o aparecimento das primeiras
fendas.
A norma ASTM D470 descreve outra prova muito mais rigorosa, criada expressamente
para medir a resistncia ao oznio dos revestimentos isolantes para fios e cabos. Essa
prova exige que a amostra mantenha o isolamento intacto aps ter sido enrolada em
volta de um mandril e exposta ao oznio durante trs horas. A concentrao do oznio,
geralmente entre 100 e 150 partes por milho, indicada nas especificaes do produto.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D1149
3. ASTM D470
6.9. Permeabilidade
Chama-se permeabilidade de uma pelcula de borracha, a medida da facilidade com que
ela pode ser atravessada por um lquido ou gs. A permeao parece consistir na
presena de uma soluo de um dos lados do elastmero, seguida da sua difuso atravs
da pelcula, at o lado oposto, no qual ocorre a evaporao. Conclui-se, portanto, que a
permeabilidade uma funo da solubilidade e da difusibilidade.
Existem mtodos padronizados para medir a permeabilidade das pelculas de
elastmeros aos lquidos volteis (ASTM D814) e, tambm, a permeabilidade ao
hidrognio gasoso dos tecidos revestidos com elastmeros (ASTM D815).
Essencialmente, o teste para os lquidos limita-se ao vazamento do lquido em um
recipiente de vidro, vedao perfeita deste com a pelcula a ser testada, e inverso do
recipiente, medindo-se depois, em intervalos determinados, a perda de peso do lquido.
A superfcie da pelcula exposta ao lquido, assim como a temperatura so controladas,

assegurando-se igualmente a livre circulao do ar ao longo da parte lateral da pelcula


que no est exposta ao lquido utilizado no teste. A permeabilidade ento
representada pela perda de peso por 24 horas por metro quadrado do corpo de prova.
indispensvel mencionar a espessura do corpo de prova e identificar a composio do
elastmero e o lquido utilizado no teste, visto que a permeabilidade uma funo
destas variveis.
A medida da permeabilidade das pelculas de elastmeros aos gases exige tcnicas mais
complexas. O mtodo descrito na norma ASTM D815 aplica-se especificamente ao
hidrognio e aos tecidos revestidos, mas tpico dos mtodos adotados para os demais
gases. Neste teste, submete-se um dos lados de um corpo de prova de 12,7 cm de
dimetro, constitudo pelo tecido revestido com o elastmero, ao hidrognio presso
de 3 cm de coluna de gua acima da presso atmosfrica, sob temperatura controlada. O
hidrognio que atravessa o corpo de prova entra em uma cmara de anlise, integrada
em um dispositivo tipo Ponte de Wheatstone. O desequilbrio provocado pelo
hidrognio medido por um galvanmetro calibrado de maneira a possibilitar a leitura
direta da permeabilidade. Tal como no caso dos lquidos, a temperatura do teste, a
espessura do revestimento e a descrio exata da composio devem ser anotadas
conjuntamente com a permeabilidade. Outros mtodos para medir o volume de gs que
atravessa a pelcula ou o tecido revestido, incluem a medida tica da refratividade com
um interfermetro de gs e a medida do volume de gs recolhido aps um perodo de
tempo determinado. Neste ltimo caso, porm, necessrio tomar o mximo cuidado a
fim de se evitarem as fugas.
Referncia
1. A Linguagem da Borracha DuPont 01/1963
2. ASTM D814
3. ASTM D815

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