Ponte APS 1 UNIP

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Engenharia Mecnica

Jefferson Esquizato de Souza


Albert Aleixo Paulino
Gabriel Norato dos santos

Atividade Prtica Supervisionada


Projeo e confeco de uma ponte de macarro tipo espaguete

Birigui-SP
2015
1

Resumo
Trata-se de uma APS (Atividade Prtica Supervisionada) aplicada pela instituio de
ensino Universidade Paulista (UNIP) intitulada como Projeo e confeco de uma
ponte de macarro tipo espaguete. Neste trabalho ser demonstrado os resultados de
ensaios com o macarro escolhido e proposto pela UNIP para a realizao do mesmo.
Tambm ser proposto os clculos estruturais da ponte que foram necessrios para
execut-la. O trabalho segue com imagens de CAD elaboradas pelo autor para melhor
compreenso.
Palavras-chave: Ponte. Macarro. APS. Trelias. Espaguete.

SUMRIO

1. INTRODUO ....................................................................................................................... 4
2. OBJETIVO .............................................................................................................................. 4
3. JUSTIFICATIVA.................................................................................................................... 4
4. TIPOS DE PONTES ............................................................................................................... 5
4.1 Ponte em Arco ..................................................................................................................... 5
4.2 Ponte Suspensa .................................................................................................................... 6
4.3 Ponte em Viga ..................................................................................................................... 7
4.4 Ponte em Trelia ................................................................................................................. 7
5. CLCULOS ESTRUTURAIS DA PONTE EM TRELIA ............................................... 8
5.1 Ns da trelia....................................................................................................................... 8
5.2 Clculo da esttica nos eixos x e y ...................................................................................... 9
5.3 Clculos da esttica para momentos.................................................................................. 11
5.4 Clculos dos ns de uma trelia ........................................................................................ 12
5.4.1 Clculo do momento na trelia ................................................................................... 13
5.4.2 Clculo das foras em x e y na trelia ........................................................................ 13
5.4.3 Clculo das foras nos ns da trelia.......................................................................... 14
6. PROJETANDO A PONTE DE MACARRO ................................................................... 16
6.1 Regras do projeto .............................................................................................................. 17
6.2 Vistas da ponte .................................................................................................................. 17
6.3 Clculo dos ns ................................................................................................................. 18
7. CONCLUSO ....................................................................................................................... 25

1. INTRODUO
A necessidade de se criarem pontes est associada ao homem desde muitos anos
atrs, quando se era necessrio ultrapassar obstculos procura de alimento e abrigo. Seja
um lago ou um vale, desde muito antes o homem sempre precisou se locomover de um
lugar ao outro superando qualquer obstculo.
As primeiras pontes surgiram de forma natural com a queda de troncos de rvores
prximo a rios, permitindo assim que o homem pudesse ultrapassa-lo chegando a outra
margem. Desde ento, bastou apenas aperfeioa-la para que comeassem a surgir as
primeiras pontes feitas por homens.
Com o passar dos anos, novas necessidades foram surgindo, como a do comrcio, do
transporte, militar, entre outras. Da mesma forma, evolui-se tambm a engenharia, que 4
possibilitou a construo de novas pontes cada vez mais resistentes e eficientes.
Foi na Revoluo Industrial, no sculo XIX, que comearam a ser desenvolvidos
sistemas de ferro-forjado para pontes. Mas este, no possua resistncia a trao para os
trens vapor da poca, o que os levou a inveno de novos mtodos de fabricao do ao,
que este sim possu tima resistncia para a construo de pontes pertinentes a nova
necessidade.
As pontes fazem parte do nosso dia a dia. Seria impossvel o mundo como hoje
se no houvessem pontes cada vez mais resistentes e com vos cada vez maiores para unir
margens de rios, cidades ou mesmo pases, como o caso da Ponte da Amizade, que une
o Brasil e o Paraguai.
2. OBJETIVO
O principal objetivo desde trabalho est relacionado ao estudo de uma das mais
belas aplicaes da engenharia, a construo de pontes, por isso, ser feita a ponte de
macarro projetada para vencer um vo de 1 metro, suportando uma carga de 60 [KgF].
O objetivo tambm se aplica ao entendimento das estruturas, em especfico as estruturas
treliadas, que foi o modelo de ponte seguido no trabalho.
3. JUSTIFICATIVA
Um estudante de engenharia, seja civil ou mecnica deve desde cedo, ao entrar na
universidade, entender como um engenheiro atuar depois de graduado. Pensando nisso,
a projeo, mesmo que simples, e execuo de uma ponte feita de macarro tipo
4

espaguete, consegue de forma clara demonstrar a atuao do engenheiro quanto a


projeo e execuo de um projeto.
4. TIPOS DE PONTES
Com o passar dos anos, medida que a engenharia e o estudo dos materiais
evoluem, a possiblidade de novas pontes serem criadas para vencerem vos e cargas cada
vez maiores foram surgindo. E isso acontece por que o homem vai adquirindo
conhecimento dos pontos onde as foras agem nas estruturas das pontes, possibilitando o
dimensionamento de barras ou cabos ideais para a sua execuo.
4.1 Ponte em Arco
Sendo o modelo de ponte mais antigo feito pelo homem, alm de estar entre as
mais baratas, as pontes em arco conseguem unir margens de rios sem a utilizao de
pilares de sustentao, evitando a obstruo do rio. Tambm so usadas para vencer vos
de vales, por mais profundos que sejam.
A Figura 1 e Figura 2 representam respectivamente as pontes com a estrutura em
arco na parte de cima e na parte de baixo da ponte. Para a Figura 1, considere as linhas
em azuis para representar uma fora de compresso e as linhas em vermelho de trao.
Figura 1 Ponte em Arco com estrutura superior

Fonte: Haus, Tiago. Pontes: Tipos principais e como funcionam

Figura 2 - Ponte rodoviria do Rio Zhijinghe


5

Fonte: http://gigantesdomundo.blogspot.com.br/
A Figura 2 representa a ponte em arco mais alta do mundo. A ponte est situada
na regio de Trs Gargantas, na China, na rodovia G50 Expressway Xangai, entre as
cidades de Yesanguan e Dazhiping. Com um vo principal de 430 metros a ponte
tambm uma das 10 pontes em arco, mais longas do mundo.
4.2 Ponte Suspensa
As pontes suspensas surgiram da necessidade de se ultrapassar lagos e vales mais
extensos, tanto para o vo quanto para a altura da ponte em relao ao rio. Isso permitiu
que os navios pudessem passar a ponte sem causar o choque entre ambos. As pontes
suspensas tambm dispensam pilares de sustentao, pois baseiam-se no princpio de
pendurar a ponte por cabos de trao.
A Figura 3 representa o modelo de uma ponte suspensa. Considere as linhas em
azuis para representar uma fora de compresso e as linhas em vermelho de trao.
Figura 3 - Ponte suspensa

Fonte: Haus, Tiago. Pontes: Tipos principais e como funcionam


6

4.3 Ponte em Viga


O modelo mais simples de ponte uma estrutura reta apoiada nas extremidades
do rio que se quer transpe. um modelo utilizado h milnios (tbuas sobre pilares de
madeira). At hoje este tipo de estrutura o mais utilizado, pois que a construo de
pontes sobre pilares de concreto mais barata do que os outros tipos de pontes.
A Figura 4 representa de maneira simples uma ponte em viga.
Figura 4 Ponte em viga

Fonte: Haus, Tiago. Pontes: Tipos principais e como funcionam


4.4 Ponte em Trelia
As pontes em trelias so pontes projetadas baseadas nas estruturas compostas por
vrios tringulos para sua sustentao. So pontes de fcil construo e conseguem vencer
vos consideravelmente grandes, como a ponte de Quebec no Canad, que tem um vo
central de mais de 500 metros.
A Figura 5 um exemplo de ponte treliada.
Figura 5 Ponte de Quebec, Canad

Fonte: miliauskasarquitetura.wordpress.com
7

5. CLCULOS ESTRUTURAIS DA PONTE EM TRELIA


Cada ponte existente que foi projetada antes de sua construo, por trs de todas
aquelas barras e cabos presentes em sua estrutura, houve uma srie de clculos efetuados
por engenheiros para que sua execuo fosse possvel. Os clculos so baseados na carga
que a ponte deve suportar e o vo que ela deve vencer.
Para este projeto, escolhemos a ponte do tipo treliada. A escolha foi feita com
base no material determinado pela UNIP para sua construo, no caso, o macarro do tipo
espaguete da marca Barilla N 7. Tambm foi escolhido a ponte em trelias por ser de
fcil construo, alm de oferecer tima resistncia a vos pequenos.
5.1 Ns da trelia
Em cada trelia da ponte, existem junes de encontros de barras e foras que
denominamos Ns. Considere a Figura 6 como um exemplo.
Figura 6 Representao dos Ns na ponte de trelias

Fonte: Elaborado pelo Autor


A Figura 6 representa os ns de uma ponte em trelia simples, composta por 3
tringulos issceles, sendo eles ABE, BCE e CDE. Os ns podem ser identificados nos
crculos da figura. Essa trelia possui 5 ns, no eles A, B, C, D e E. Eles so compostos
por 7 barras, so elas AB, AE, BE, BC, CE, CD e DE.
As barras que formaram as trelias so determinadas com base na carga que iro
suportar, o tipo de fora que ser aplicado sobre ela e a distncia que ela ter de uma
extremidade a outra. As foras podem ser de dois tipos, trao ou compresso. Para saber
qual ser a fora plicada e sua intensidade, necessrio que seja efetuado o clculo dos
ns.

5.2 Clculo da esttica nos eixos x e y


Quando pesamos na farmcia, a balana nos mostra a nossa massa, em Kg, ou
seja, a quantidade de matria existente em nosso corpo. Na realidade o nosso peso o
resultado da gravidade exercida sobre ns, e como a gravidade uma acelerao, logo o
peso uma fora e, por tanto, no deve ser dito em Kg, mas sim em Newtons [N]. E por
que isso acontece? Devido a segunda lei de Newton, onde a fora resultante resultado
do produto entre a massa do corpo e da acelerao sobre ele exercida.
Considere um objeto deixado em repouso em cima de uma mesa. Por que este
corpo no se move? Nem nas direes horizontais ou verticais, por que isso acontece?
Por que ele permanece esttico? A resposta est na terceira lei de Newton, tambm
conhecida como ao e reao. Essa lei prope que uma fora exercida em um corpo, ser
devolvida com intensidade proporcional a exercida, porm com direo e sentido opostos.
No exemplo do objeto posto sobre a mesa, este corpo possui uma massa M, por
tanto ele exerce uma fora peso sobre a mesa (sempre vertical para baixo) de M*g
(constante gravitacional da Terra, prximo a 9,8 m/s), logo a mesa devolve essa fora
com intensidade igual ao seu peso, porm com direo oposta, isto , vertical para cima.
Como as foras so opostas e com intensidade exatamente iguais, elas se anulam e a fora
resultante do corpo torna-se zero, ou seja, nenhuma fora est sendo exercida sobre o
corpo, por tanto ele encontra-se esttico.
A Figura 7 faz a representao dessa explicao.
Figura 7 Representao da fora de reao

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 8 Representao de foras atuando em um corpo

Fonte: Elaborado pelo Autor


A Figura 8, faz a representao das foras T, R, P e F sobre o bloco de massa M.
Neste sistema, o bloco est sendo tracionado por dois cabos interligados em duas polias
presas a mesa, analisando o sistema podemos dizer que o bloco se encontra imvel. Isso
acontece por que o somatrio das foras no eixo x e o somatrio das foras no eixo y, so
iguais a zero.
Para o eixo x, temos as foras T e F. Adotando que para cima e para direita a
fora positiva, para baixo e para esquerda a fora negativa temos que T=-T e P=-P.
Considerando que o bloco em vermelho tem massa z, as foras T e F tem a mesma
intensidade, e se elas tm a mesma intensidade, porm com sentidos opostos, ento a sua
resultante igual a 0.
Para o enxio y, temos as foras R e P. Como visto anteriormente, R a fora
resultante do peso e tem intensidade igual a P, porm com sentido oposto. Logo a
resultante no eixo y tambm 0. Por tanto, sendo Ry=0 e Rx=0, o bloco encontra-se
ESTTICO, ou seja, a fora resultante do corpo igual a 0.
Abaixo esto as equaes da esttica dos eixos x e y, utilizados no exemplo visto
anteriormente:
= 0
= 0

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5.3 Clculos da esttica para momentos


Quando abrimos uma porta empurrando-a pela maaneta, utilizamos menos fora
do que a empurrando com uma distncia menor em relao a dobradia da porta. Isso
acontece devido a um efeito chamado Momento. O momento a distncia em relao a
um eixo quando aplicado uma fora. No caso da porta, a fora aplicada na maaneta
menor do que a aplicada na extremidade prxima a dobradia por conta da distncia entre
a maaneta e a dobradia ser maior.
A equao do momento dada por: M=d*F, onde M o momento [N.m], d a
distncia da fora em relao a um eixo (metro [m]) e F a fora aplicada (Newton [F]).
A Figura 9 representa o exemplo citado:
Figura 9 Momento em uma porta vista de cima

Fonte: Elaborado pelo Autor


No clculo da esttica de um corpo, alm de considerar a somatria das foras nos
eixos x e y sendo iguais a zero, tambm devemos adotar que a somatria dos momentos
em relao a um ponto, tambm seja igual a 0. Deste modo, a equao da esttica para
momento fica:
= 0
Na Figura 9, a porta no se encontra esttica, pois duas foras esto sendo
aplicadas em relao ao eixo A, no sistema representado pela dobradia. O momento para
a foraK em relao a A, maior que o momento para a fora F em relao a A.
Neste caso, adotaremos que os momentos que esto girando em sentido horrio sero
negativos e em sentido anti-horrio positivos. Ou seja, o somatrio de momentos neste
sistema Mr(Momento resultante)= [-F*d(distncia menor) +(-K*D(distncia maior)]
sendo 0.

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Em momento, no existe eixo y, pois uma fora perpendicular ao eixo


completamente nula. Isso acontece por que esta no representa uma toro ao eixo, ou
seja, o momento nulo. Por exemplo, se na Figura 9 houvesse uma terceira fora entrando
na lateral da porta perpendicular a K, no consideraramos essa fora quando fossemos
calcular o momento em relao a A, pois ela no realiza toro.
5.4 Clculos dos ns de uma trelia
Como visto anteriormente, uma trelia formada por vrios ns. Os ns, por sua
vez, so formados por barras e foras que se encontram em um determinado ponto. Em
uma ponte, devemos considera-la completamente esttica, ou seja, as foras resultantes
sobre ela devem ser iguais a 0.
Para dimensionarmos uma barra para formar um n, devemos saber a carga que
ela deve suportar, se ser uma fora de trao ou compresso, a distncia que ela ter
entre suas extremidades (se for o caso de uma fora de compresso) e as caractersticas
do material utilizado na barra.
Os ns devem ser calculados de um em um. Se a ponte deve ser esttica, ento os
ns tambm devem ser, logo o somatrio das foras em x, y e dos momentos, devem ser
iguais a 0.
Considerando a Figura 10 como uma trelia que est apoiada sobre duas
superfcies planas e que est sofrendo uma fora vertical para baixo.
Figura 10 Trelia sofrendo uma fora no centro

Fonte: Elaborado pelo Autor

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Para a Figura 10, vamos considerar que a distncia entre os ns A e D so de 20


cm. Logo, o vo entre a trelia de 40 cm. Os ngulos dos ns A e C so de 51, por
tanto, o ngulo do n B de 78. Ra e Rc, so as foras da reao de apoio dos ns C e A
com relao as superfcies.
5.4.1 Clculo do momento na trelia
A trelia apresentada na Figura 10 deve estar esttica, por tanto, a somatria dos
momentos deve ser igual a 0. Nesta figura, ser calculado o momento em relao ao n
A. Desta forma, temos que 10KgF = 100N (para g=10 m/s) e 20cm=0,2 m. A equao
fica:
= (100 0,2) + (+ 0,4) = 0
20 + 0,4 = 0
=

20
= 50
0,4

= 50
Ao efetuar o clculo do momento em relao ao n A, obtemos a intensidade da
reao de apoio Rc.
5.4.2 Clculo das foras em x e y na trelia
Para que a trelia proposta na Figura 10 esteja completamente esttica, o
somatrio das foras em x e y devem ser iguais a 0. Com os dados obtidos at agora,
temos que as foras em y da trelia so: Rc=50N, P=100N e Ra=x. Desse modo, a equao
da esttica para o eixo y fica:
= +50 100 + = 0
= 100 50 = 50

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5.4.3 Clculo das foras nos ns da trelia


Obtendo as informaes necessrias para comeara a calcular os ns, em A:
Figura 11 Foras no n A

Fonte: Elaborado pelo Autor


A fora Rba no est nos eixos x e y, impossibilitando o clculo. Neste caso,
devemos decompor essa fora para chegar em suas componentes horizontais e verticais.
Essas componentes so respectivamente as foras Rbax e Rbay. Temos que:
= +50 = 0 = 50
Utilizando a trigonometria, podemos calcular Rba considerando que os ns A, B
e D formam um tringulo retngulo. Dessa forma, temos que:
(51) =
=

50
=
= 65
(51) 0,77

= (51)
= 0,63 65 41
= + = 0
41 + = 0 = 41
Como a fora resultante Rba est entrando no n A, ento a barra AB uma barra
que sofre uma fora de compresso de intensidade igual a 65N. E como a fora Rad sai
do n, ento a barra AD sofre uma fora de trao com intensidade de 41N, portanto a

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barra DC equivalente a barra AD, ou seja, sofre uma fora de trao com intensidade
de 41N.
A trelia proposta na Figura 10 formada por um tringulo issceles, por tanto os
dois ngulos que formam a base do tringulo so iguais, e se os ngulos so iguais e as
reaes de apoio tambm so, ento as componentes Rbcx e Rbcy so equivalentes
respectivamente as componentes Rbax e Rbay, assim como as barras BC e CD so
respectivamente de compresso e trao.
Com esses dados, resta calcular os ns B e D. Para o no B temos:
Figura 12 Foras no n B

Fonte: Elaborado pelo Autor


Como demonstrado anteriormente, as foras Rab e Rbc so equivalentes, isso
significa que |Rbcy|=|Raby| e |Rbcx|=|Rabx|, portanto, Rbcy, Rbcx e Rbc valem
respectivamente 50N, 41N e 65N. Temos que:
= + + = 0
+50 + 50 = = 100
Com o clculo do n B, conseguimos encontrar o valor de Tbd. Ou seja, a barra
BD possui intensidade de 100N e sofrer uma fora de trao, pois a fora Tbd est saindo
do n.

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No n D, encontramos a seguinte situao:


Figura 13 Foras no n D

Fonte: Elaborado pelo Autor


At aqui todos os clculos j foram feios. Basta apernas montar uma tabela com
as informaes obtidas nos clculos para o dimensionamento das barras da trelia.
Tabela 1 Barras da trelia e suas caractersticas
Barra
Tipo de fora
Carga a
suportar [N]
AB
Compresso
65
BC

Compresso

65

BD

Trao

100

AD

Trao

41

CD

Trao

41

6. PROJETANDO A PONTE DE MACARRO


Como dito anteriormente, a ponte escolhida para a execuo do trabalho foi do
tipo treliada. A Figura 14 representa o modelo da ponte, projetada para suportar uma
carga de at 500N entrando imediatamente em colapso quando excedido.

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Figura 14 Ponte projetada

Fonte: Elaborada pelo Autor


6.1 Regras do projeto
A ponte projetada dever atender as seguintes regras:
1. Dever vencer um vo de 1 m livre;
2. No poder exceder 1 Kg;
3. No poder ter altura superior a 50 cm;
4. Dever ter uma largura de no mnimo 5 cm e no mximo 20 cm;
5. Em suas extremidades, dever estar com um cano de 0,5 para facilitar o
apoio bem como uma haste de ao de 1 cm de dimetro em seu centro por
onde ser presa a carga;
6. A ponte deve passar no teste de 2 Kg para prosseguir com os pesos;
7. Aps passar no teste anterior, ser adicionado carga at o colapso;
8. Podero usar colas tipo fria ou quente, a critrio do projetista;
9. O macarro a ser utilizado deve ser da marca Barilla N7;
6.2 Vistas da ponte
A Figura 15 representa as vistas da ponte. As linhas em azul indicam que a barra
sofrera uma fora de trao, em vermelho, indica que a barra sofrera uma fora de
compresso.

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Figura 15 Viso tcnica da ponte

Fonte: Elaborado pelo Autor


Para efeito de clculo, neste projeto iremos considerar apenas a vista frontal da
ponte, como na Figura 14. No ser levado em considerao a vista lateral e nem a
planta.
6.3 Clculo dos ns
A ponte composta por 5 ns, como demonstra a Figura 14, so eles A, B, C, D,
e E. A ponte proposta completamente simtrica e isso facilita muito o clculo, pois basta
calcular metade dela que a outra metade ser exatamente igual a calculada.
Fazendo os clculos referentes aos ns A e B, C e D iro ser iguais
respectivamente, j o n E ser resolvido de maneira espontnea. Comeando pelo clculo
do momento em relao ao n A para saber a intensidade da fora de reao Rd. Como
visto anteriormente, fica fcil de saber qual o mdulo dessa fora. Ora, se existem duas
superfcies de apoio para a ponte e uma nica fora no meio da ponte puxando-a para
baixo, ento as reaes de apoio sero exatamente a metade da fora que a puxa para
baixo, dessa forma, as resultantes nos eixos y sero iguais a 0.
Como a ponte est sendo projetada para aguentar uma carga de 500N, ento as
reaes Ra e Rd so iguais e com intensidade de 250N cada uma.
Dessa forma, o n A ir ficar:

18

Figura 16 N A da ponte suas foras

Fonte: Elaborado pelo Autor


Como visto anteriormente, Ra ser igual a Raby e Rabx ser igual a Rae, com isso,
o n se manter esttico, pois suas foras resultantes sero nulas.
Para encontrar Rab, basta usar a trigonometria, ento:
=

250

= 322
(51) 0,777

= = (51) 322 0,63 = 203


Para o n B temos a seguinte situao:
Figura 17 N B da ponte e suas foras

Fonte: Elaborado pelo Autor


19

Na Figura 17, podemos destacar que a fora Raby ser igual a Rbey, para que que
o n permanea esttico no eixo y. Por tanto, a equao fica:
=

250
=
= 322
(51)
0,777

= (51) 322 0,63 = 203


= + = 0
203 + 203 = 0 = 203 + 203 = 406
Feitos os clculos dos ns A e B, basta montar a tabela com os dados calculados
para poder dimensionar as barras da trelia que formar a ponte.

Barra
AB
BC
CD
CE
AE
BE
DE

Tabela 2 Barras da ponte projetada


Tipo de fora
Carga [N]
Compresso
Compresso
Compresso
Trao
Trao
Trao
Trao

322
406
322
322
203
322
203

Comprimento
[mm]
435
500
435
433
250
433
250

6.4 Dimensionamento das barras


Como dito anteriormente, um dos fatores que influenciam muito no
dimensionamento das barras que iram compor a trelia, o material que ser utilizado.
Na ponte projetada, ser utilizado o macarro tipo espaguete da marca Barilla, N 7.
A fim de realizar um dimensionamento mais preciso, a Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) realizou alguns ensaios com os fios do macarro e chegaram
a algumas concluses:

20

Figura 18 Curva de ruptura para 3 fios

Fonte: http://www.ppgec.ufrgs.br/
Figura 19 Curva de ruptura para 7 fios

Fonte: http://www.ppgec.ufrgs.br/

21

Aps os ensaios realizados, chegaram ao seguinte grfico:


Figura 20 Curva de Flambagem Elstica

Fonte: http://www.ppgec.ufrgs.br/
As informaes abaixo dentro das caixas foram retiradas do artigo
produzido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul:

A equao de Euler :

Onde PCR o Esforo Normal de compresso que a barra


deve suportar, A a rea da seo transversal, o ndice
de esbeltez da barra, lfl o comprimento de flambagem da
barra, o raio de girao e I o momento principal
central de inrcia da seo.
22

Considerando-se que a partir de um certo nmero de fios de


espaguete, a seo transversal tende para uma seo
circular, pode-se escrever:

e que, em barras rotuladas-rotuladas, o comprimento de


flambagem igual ao comprimento real ou distncia entre
ns, obtm-se:

Mesmo que os ns no sejam rotulados, mas rgidos com


unies coladas, a considerao anterior conservativa pois
no se pode garantir o engasgamento perfeito das barras
nos ns, levando a uma situao intermediria entre a
considerada e a engastada-engastada.
O nmero de fios pode ser obtido dividindo-se a rea
necessria pela rea de cada fio.

onde r o raio de um fio de espaguete.


Assim, para os dados do espaguete, a equao acima fica:

para N em kgf, l e r em cm

para N em N, l e r em mm

23

Com bases nessas informaes para o dimensionamento das barras, a Tabela 2


pode ser reescrita da seguinte maneira:
Barra
AB
BC
CD
CE
AE
BE
DE

Tabela 3 Dimensionamento das barras


Tipo de fora
Carga [N]
Comprimento
[mm]
Compresso
322
435
Compresso
406
500
Compresso
322
435
Trao
322
433
Trao
203
250
Trao
322
433
Trao
203
250

Nmero de
fios
58
75
58
8
5
8
5

Atravs dos clculos obtidos e dimensionamento das barras, foi possvel a


execuo da ponte. A Figura 21 representa o resultado obtido na construo.
Figura 21 Ponte construda

Fonte: Elaborado pelo Autor

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7. CONCLUSO
As pontes so uma soluo proposta pelos homens para ultrapassar barreiras da
natureza, seja um rio ou um vale. Surgiram naturalmente com as quedas de rvores
prximas das margens de rios, permitindo sua ultrapassagem. Os homens apenas
refinaram este princpio.
Existem muitos tipos de pontes, entre eles pontes do tipo arco, treliada e
suspensa, cada uma com suas caractersticas, benefcios e malefcios.
Os clculos necessrios para se dimensionar uma ponte so baseados na esttica,
ou seja, considerando que as foras que atuam sobre a ponte sejam nulas. Tambm
levando em considerao o material utilizado e suas resistncias a compresso e trao.
A execuo da ponte de extrema importncia para se alcanar os resultados
calculados, pois algumas falhas tcnicas podem arruinar o projeto
Enfim, estre trabalho proporcionou uma viso maior do que a engenharia e nos
ajudou a atuar, de certa forma, como engenheiros.

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