Apostila Matemática Cálculo CEFET Capítulo 03 Limites
Apostila Matemática Cálculo CEFET Capítulo 03 Limites
Apostila Matemática Cálculo CEFET Capítulo 03 Limites
LIMITE E CONTINUIDADE
3.1 Limites
O desenvolvimento teórico de grande parte do Cálculo foi feito utilizando a noção de limite.
Por exemplo, as definições de derivada e de integral definida, independente de seu significado
geométrico ou físico, são estabelecidas usando limites.
função
Inicialmente desenvolveremos a idéia intuitiva de limite, estudando o comportamento de uma
nas proximidades de um ponto que não pertence, necessariamente, ao seu
domínio. Por exemplo, seja
É claro que !" #%$& ' . Estudaremos a função nos valores de que ficam próximos de
, mas sem atingir . Para todo ( !" temos que
) * . Vamos construir uma
tabela de valores de aproximando-se de , pela esquerda (+ ) e pela direita (,- ) e os
correspondentes valores de . :
/+0
<,0 .
1 2
1 32 54 6=76
1 54 7
6 3
2 6
1 38 39
1 3: 3
8 1 : >
> 76
1 3:;: 3
;
: 8 1;1 : > 1 88
1 3:;:;: 3
;
: ;
: 8 1;1;1 : > 1;1 8
1 3:;:;:;8 1; 1;1;1;1;1;1;11 : > 1;1;1 8
1 3:;3:;:;:;:;:;:;:: 1; 1;1;1;1;1 : ;
1 ;
1 1;1 8
1 3:;:;:;:;:;: 3:;3:;:;:;:;:;:;:;:;88 >
: > 18
;
1 ;
1 ;
1 ;
1
Observando as tabelas, podemos verificar que: “à medida que vai se aproximando de , os
valores de . vão aproximando-se de > ”. A noção de proximidade pode ficar mais precisa
utilizando valor absoluto. De fato, a distância entre dois pontos quaisquer @?=A(A# é B C% B .
Assim a frase escrita entre aspas, pode ser expressa por: se B D B aproxima-se de zero, então
99
100 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
B
> B tambémse aproxima de zero; em outras palavras: para que B . " > B seja
.
quando
pequeno é
necessário que B B também seja pequeno. O número > é chamado limite de
está próximo de . No exemplo, temos B . > B B B ; logo, a distância de
a > é igual
a duas vezes a distância de a . É claro que quando aproxima-se de , B D B aproxima-se
de zero e consequentemente B
> B também aproxima-se de zero. Mais ainda, poderemos
tornar
tão perto de > quanto desejarmos, bastando para tal considerar suficientemente
1
próximo de . Por exemplo, se desejarmos que B
> B seja igual a ? , basta considerar
1 1 1
B B ? ; agora, se desejarmos que B
> B + ? , basta considerar B B + 1 ? 1 .
De um modo geral, considerando qualquer número real positivo (letra grega epsilon), tão
pequeno quanto se deseje e definindo o número real (letra grega delta),
.
a > é menor que , desde que a distância de a seja menor que . Então
, teremos que
para todo número real positivo existe outro número real positivo , que depende de , tal que
a distância de
1
se + B D B + , então B
> B B D B + . Note que todos os intervalos abertos
que contém intersectam # $& ' de forma não vazia.
Figura 3.1:
# (#
L+ε
L- ε
b- δ b b δ
Figura 3.2:
3.1. LIMITES 101
Esta propriedade nos permite "simplificar"antes de calcular o limite, como no primeiro exem-
plo.
Exemplo 3.2.
.
se
; então, , como já foi verificado.
[2]
não existe.
Se
existisse, então para valores de muito muito próximos de zero, a função
deveria se aproximar de um valor fixo, que seria o limite. Mas isto não ocorre. De fato, consi-
(# , ( ( ), ficará próximo de zero se for muito grande. Mas,
derendo
C ?
102 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
e a função ficará oscilando entre (se é par) e (se é ímpar). Logo, o limite de não pode
existir.
1.0
0.5
-3 -2 -1 1 2 3
-0.5
-1.0
Calcule .
, mas o valor do limite da função quando
Observemos que
. 2 tende a não depende
do valor da função no ponto , pois se
; logo:
, se ( .
. 1
5.
/
, se e é qualquer natural, ou . positivo,
negativo ou nulo e é um natural ímpar.
1
6.
.
.
? se . ,
e existe , 1 tal que . .
, para 1 + B
B + ,
7. Se
.
então .
Provas no apêndice.
Segue diretamente da proposição 10.3:
(a) Se .
é uma função polinomial, então:
.
(b) Se
é uma função racional e
( !" , então:
=
Exemplo 3.3.
[1] > . Neste caso . % % > ; logo:
>
:
1 1
2 4 , podemos
[2]
4 . Como
aplicar a proposição 10.3; então,
0.75
0.5
0.25
.
-1 1 2 3 4
0.01
-0.01
1
uma função tal que B
B ; então,
[8] Seja
1 .
De fato. Pela proposição 10.3, ítem 7, temos: B B , o que implica,
1 .
( #
[9] Verifique que
, .
Se (
, então:
,
; denotando por .
, temos:
1
Se ( e + , fazendo ? ( , temos:
106 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
Definição 3.2.
(# (#
? ! " 1
é o limite à direita de
,
1. Seja
tal que existem
e
,
. O número real
1
, tal que B . )B + , se
+ <+
quando se aproxima de pela direita se para todo
. Notação:
, existe
2. Seja
(# tal que existem ( # e ?
= !" . O número real1 é o limite
.
, , 1 tal que
à esquerda
de
B . B + , se
+ /+
. Notação:
, quando se aproxima de pela esquerda se para todo , existe
.
L . .
. L .
+ -
a a
Exemplo 3.4.
[1] Calcule e
, se:
se +
.
se
: se ,
Para calcular estes limites observemos que significa que fica perto de , para valores
de maiores que e significa que fica perto de , para valores de menores que .
Assim:
2 e
: 2
3.2. LIMITES LATERAIS 107
-4 -2 2 4
-2
, se:
1
.
B B se
se
1
Novamente, para calcular estes limites observemos que
1 significa que fica perto de 1 ,
1
para valores maiores que e
1 1
significa que fica perto de , para valores menores
1
que . Primeiramente, escrevamos a função da seguinte maneira:
se / + 1
se
1
.
Assim
e
.
1
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2 -1 1 2 3
?
onde é o comprimento do objeto em repouso e é a velocidade da luz. A velocidade da luz
é de aproximadamente
>1 1
. Da teoria da relatividade é conhecido que nenhum objeto
:
pode ir além da velocidade da luz; logo
1
Isto significa que para um observador parado o objeto desaparece.
.
Teorema 3.2. Seja . nas condições
uma função com domínio
das definições. Então
se e somente se os limites laterais existem e .
Para a prova, veja o apêndice.
das páginas anteriores temos e
.
2
. 2
Utilizando o teorema anterior, basta calcular os limites laterais correspondentes. Do exemplo1]
. Pelo teorema, temos que
2.
[2] Calcule
, se:
1
.
1
se
se
Utilizando o teorema anterior, basta calcular os limiteslaterais
correspondentes.
e
Pelo teorema, temos que
. não existe.
[3] Calcule
, se:
. se +0
> se 0
Utilizando o teorema anterior, basta calcular os limites laterais correspondentes. Do exemplo
[3] da página anterior, temos
. > e
Logo, não existe.
[4] A função degrau unitário é definida como:
1 se <+
? se
onde )(D# . Logo, .
1 e
; logo,
não existe.
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-3
(
,
Se
e
; logo, não existe. Se
( 0
# , então
.
1
[2] Verifique que .
1 existe ,
De fato, pois para todo , , 1 , tal que se <+0 , então + .
implica <, 1 e
implica + 1 .
Observe que
1
Proposição 3.3. Para todo número natural e para (# $ ' , tem-se:
1
1. .
1
2.
1. Devemos provar que para todo ,
1 existe , 1 tal que + se , . De fato,
+ +
se , ou seja, se <, ; logo basta considerar . A prova de
2 é análoga a do item 1.
.
.
?
.
>
. ? se . 1
As provas são análogas às das propriedades dos limites num ponto.
Exemplo 3.7.
> 2 .
[1] Calcule
.
se
. 1 se +
112 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
De fato:
.
@
Aplicando limite e as propriedades da proposição 3.4, obtemos o resultado. Para , , veja o
próximo parágrafo.
Exemplo 3.8.
[1] Calcule 2 % .
Como + , temos: 2 % 1
>
[2] Calcule > .
>
Como , temos: > >
[3] Calcule
.
2
Neste problema, a função não é racional, mas utilizaremos a mesma idéia dos exercícios ante-
riores. Reescrevendo a expressão temos:
2
então:
2
[4] Calcule
2.
[3]; mas devemos ter cuidado, pois,
1
, significa que <+ ; logo, consideramos
:
Aparentemente este limite é análogo ao do exemplo
Figura 3.13:
intervalos. Seja um ponto que não pertence necessariamente a , mas tal que nas proximi-
dades de existam pontos de ; em outras palavras, qualquer intervalo aberto que contem
intersecta de forma não vazia.
Definição 3.4.
. 0 , 1 , existe , 1
, (
1. Diz-se que
1 + B
B + . , quando para todo tal que , se e
2. Diz-se que
, 1 , existe , 1
+0 <(
1e + B
B + . , quando para todo tal que , se
Exemplo 3.9.
0
[1]
.
, 1 , existe
Como
, , se
+ , isto é, se B B + , então para todo
, 1 tal que . , se 1 + B B +
0
[2]
.
114 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
, , 1 , existe , 1
B B +
,
1 + B B +
.
Como se , então para todo tal que se
Analogamente podemos definir limites laterais infinitos. Assim:
, 1 , existe , 1
Diz-se que .
%,
+ +
, quando para todo tal que se
e
.
funções tais que e . Então
. 1
1.
se . , para valores de próximos de
.
. 1
2.
se . + para valores de próximos de
.
As provas das proposições são deixadas como exercícios.
Exemplo 3.10.
[1] Calcule >
.
e
1 , observando que se ,
, mas , então
, 1
Como >
Analogamente podemos definir outros tipos de limites. Como exercício, defina os seguintes
. 0? . . 0?
limites:
se ,
1 se
se +
Exemplo 3.11.
[1]
>
%
. Como >
; temos,
> >
.
% >
[2] > . Como
; temos,
> >
.
%
[3] . Como ; temos,
0
.
[4]
2 .
Como , , pelo corolário anterior: 2 0
[5] Na teoria da relatividade especial, a massa de uma partícula é função de sua velocidade:
=
?
em outras palavras, se a velocidade de uma partícula aumenta, sua massa aumenta em ralação
a sua massa inicial .
[6] Considere o fractal de Koch e denote por o perímetro da linha poligonal após passos;
logo:
>? 6?
9
>
1
em geral, > 6 , se ; então,
. Fica como exercício interpretar
o limite.
>
116 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
? 1 ? ? 11 ? 1 ? ?
chamados símbolos de indeterminação. Quando aparece um destes símbolos no cálculo de
um limite, nada se pode dizer sobre este limite. Ele poderá existir ou não, dependendo da
expressão da qual se está calculando o limite.
Exemplo 3.12.
então, . . 0 , mas
. não existe.
. . 1 . 1
[3] Se
0
.
e .
1
, onde e são definidas para , , então, 1
e , mas . De fato,
.
C
+ para todo , ; então
1 + +
. Aplicando limite a
. . C+ para ; logo,
ambas partes e usando o item [7] da proposição 10.3, válida também para limites no infinito,
temos o resultado.
#
$ 1 '
1
[4]Se e , onde e são definidas em , então,
e
, mas
, não existe.
3.6 Limites Fundamentais
[1] Primeiro limite fundamental:
Antes de provar este limite faremos uma tabela, usando o fato de que
é uma
1
função par:
1 38 6 6
1 32 1 3:;2;8;8
1 1 3:;: >;>
1 1 3:;:;8 >
11 1 3:;:;:;:;8
1 1; 1 1 3:;:;:;:;:
3.6. LIMITES FUNDAMENTAIS 117
T
P
Θ
O Q S
Figura 3.14:
e
a área do
Denotemos por
setor circular
e as áreas dos triângulos
. Claramente + +
respectivamente e por
Por outro lado, se ,
1 + +
?
e
Então, da desigualdade acima:
+
+
; e, como
,
1 se
(- 1 ?
, temos + +
, ou D+ +
; se 1
+ +
. Co-
; logo,
.
1
118 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
-4 -2 2 4
Exemplo 3.13.
[1] Calcule
.
.
.
.
3.6. LIMITES FUNDAMENTAIS 119
[2] Calcule
>
.
>
>
>
>
>
1 então ; logo:
[3] Calcule
% . Seja
; se
[4] Calcule , onde é um número real.
Seja , então:
[5] Calcule , onde é um número real.
Seja , então:
[6] Sabemos que se uma quantia é investida a uma taxa de juros compostos,
vezes ao ano, o saldo , após anos é dado por
capitalizados
. Se os juros forem
capitalizados continuamente, o saldo deverá ser:
[7] Calcule , onde é um número real.
> >
[8] Verifique que
.
" 1
Seja
; então
=% ; logo
% e
= . Quando
temos que
1 e:
"
.
=
[9] Calcule
, onde
? , 1 e
? .
=
[10] Se
: e , determine .
Primeiramente, note que
; então,
. Por outro lado
, donde e
. Portanto, .
> ; logo,
>
: 4 6&:
120 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
3.7 Assíntotas
Definição 3.5. A reta <
é uma assíntota horizontal ao gráfico da função < . se pelo menos
uma das seguintes afirmações é verdadeira:
ou
Exemplo 3.14.
Seja
)
. tal que
( !" , isto é,
) 1 ; então, .
=
, ,-
e
1 ; analogamente
<
= . , 1 e
= 1 . Se + , fazendo
, temos
, onde
é uma função definida em
.
Então B . B .
3.7. ASSÍNTOTAS 121
0
; e , então:
1
e
1 ;
logo, e são assíntotas verticais. Por outro lado,
; logo, é uma
assíntota horizontal.
2
-4 -2 2 4
-1
-2
!" # $& ? ' e a curva passa por 1 ? 1 . Por outro lado . . , onde
1
;
e
, ; então,
0
, . . Analogamente:
, onde
;
e + 1 ; então, . e . 0
;
logo D e são assíntotas verticais. Por outro lado, . ; logo, é uma
assíntota horizontal.
-4 -2 2 4
-1
-2
Definição 3.7. Seja uma função e
( !" , onde ! " é um intervalo aberto ou uma reunião
de intervalos abertos. é dita contínua em
, se:
1.
existe.
2. 0
.
Se não verifica qualquer das condições da definição, é dita descontínua em
.
Exemplo 3.16.
[1] Considere:
. se
se
3.8. CONTINUIDADE DE FUNÇÕES 123
Note que ! "
#
, mas não é contínua em . De fato,
.
.
Veja o desenho:
Figura 3.22:
A função degrau unitário não é contínua em , pois não existe .
se 1
% se + 1
?, 1 ; é contínua
em .
1
De fato, como
@
.
.
,
1
existe e
@ . Então,
1
é
contínua em .
[5] Seja
se /+0
.
se /( ?
2 4 se /,0
Ache e tais que seja uma função contínua em . #
Os pontos problemáticos do domínio de são 0 e . Utilizando a definição, é
contínua se:
.
?
que é equivalente ao sistema: 6
logo, 8 e 6 . Então:
se <+0
.
8 6 se
2 4 se <,0
20
15
10
-3 -2 -1 1 2 3
-5
-10
Figura 3.24:
=
A continuidade também pode ser expressa em função de e . De fato,
nifica que: para todo , 1 existe
, 1 tal que, se ( !
"
e B B , então
+ sig-
3.8. CONTINUIDADE DE FUNÇÕES 125
B ,
1
= B + . .(AEm outras palavras, é contínua em
quando para todo ,
1 , existe
tal que !
= ?
= " desde que <(
?
!" .
Proposição 3.8. Sejam e funções contínuas no ponto . Então:
2. é contínua em .
( .
3. é contínua em , se
As provas destas propriedades decorrem imediatamente das definições.
*#
contínua em e
Definição 3.8. Uma função é dita contínua em
, então, é contínua em . se é contínua em cada ponto de . Se é
Exemplo 3.17.
#
[1] Os polinômios são funções contínuas em
funções contínuas em . # , pois são expressos por somas e produtos de
0.6
0.4
0.2
-0.2
-3 -2 -1 1 2 3 4
-1
-2
-3
1 2 3 4
-1
-2
Figura 3.27:
Proposição 3.9. Sejam e funções tais que e é contínua no ponto . Então:
.
.
Exemplo 3.18.
As
funções
/
e
/
são funções contínuas em #
, então:
[2] ; logo, se existe
3.8. CONTINUIDADE DE FUNÇÕES 127
.
.
[3] A função
é contínua em ? ; logo, se
(A ? , então:
1 1
.
%
[4]
> .
.
1
[5]
.
[6]
.
.
[7]
.
Teorema 3.4. Sejam e funções tais que esteja bem definida. Se é contínua no ponto
e é
contínua em
= , então é contínua em
.
Prova:
!"
. Como é contínua em
= , para todo , 1 existe , 1 tal que
se (
!" e B ;B + , então B = B + . Por outro lado é contínua em
; logo,
existe
,
1 tal que se ( !" e B
B +
, então B
A
= B B . ;B + . Logo,
se ( !
"
?
, B !
!
= B + .
Exemplo 3.19.
B
D B é uma função contínua em # , pois é a composta das seguintes
.
[1] A função
funções:
e
B B ; ambas funções são contínuas em # . (Verifique !).
[2] A função .
é contínua. (Verifique !).
[3] A função .
6 é contínua. (Verifique !).
estabelece que com hipóteses adequadas, uma função , definida num
O teorema seguinte
?
, assume todos os valores entre
= e ; em outras palavras, para
que passe de
a tem que passar por todos os valores intermediários. A definição
intervalo fechado
anterior de continuidade foi feita considerando como domínios intervalos abertos ou reunião
de intervalos abertos; então necessitamos da seguinte definição:
?
#
Teorema 3.5. (do Valor Intermediário)
?
e
= + + + +
, então existe
Se
(
?
tal que
é uma função contínua em
.
ou
Exemplo 3.20.
?
# tal que
. ; então assume o valor > . De fato é
Seja
contínua e + > + > ; logo, do teorema, temos que existe C( ? tal que
> .
3.0
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
Figura 3.28:
1
?
#
?
. Se
= e
ou seja
= +
Corolário 3.6. Seja
, então existe (A
?
uma função contínua em
tal que . 1 tem sinais opostos,
c c
a c b
Figura 3.29:
1
Este resultado pode ser utilizado para localizar as raízes reais de um polinômio de grau ímpar.
uma função polinomial de grau ímpar,
(#
De fato, seja
. Para os
, escrevemos:
3.8. CONTINUIDADE DE FUNÇÕES 129
Como + + 1 , 1
? pois,
; então,
.
0
e é
ímpar. Logo, existem
(
? tais que 1 e
. é contínua no intervalo ?
;
tal que . Se é par, a conclusão é falsa. O polinômio
não possui raízes
pelo corolário, existe
reais.
Exemplo 3.21.
[1] A equação 6 1 possui > raízes reais distintas.
De fato, a função
0 6 C é contínua em # ; logo, é contínua em qualquer intervalo
fechado. Como > - 9 , existe ( > ? tal que
1 . Como 1
, existe
(A ? tal que
. Como , existe ( ? tal que 1 .
1 1
-2 -1 1 2
-1 1 2
. , atinge o valor no intervalo 1 ?
.
[3] A função
1
Considere a função
0
; é função contínua no intervalo ?
e
C 9
1
8
130 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
Figura 3.32:
O seguinte algoritmo serve para determinar aproximadamente as raízes de uma equação, uti-
lizando o corolário:
1
= + 1 , então, existe pelo menos um (
? tal que
?
.
.
i) Seja contínua em Se
1 1 ou
ii) Considere ; se , achamos a raiz. Caso contrário,
= C+
+ 1 .
iii) Se
+
1 , então,
1 tem solução em
?
. Considere
; se
1 , achamos a raiz. Caso contrário
+ 1 ou
+ 1 .
iv) Se
<+
1 , então, . 1 tem solução em
?
; seja
, se
1 , achamos a raiz. Caso contrário
+ 1 ou + 1 .
Continuando obtemos tal que B B é menor que a metade do comprimento do
último intervalo.
Exemplo 3.22.
(r)
. "
(i)
>
6
(j)
8
(s)
132 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
(t)
(v) 8
(u)
2 4
5. Calcule os seguintes limites laterais:
=
(b) B B
> >
(g)
.
(h)
(c)
(d) 9
9 2 (i)
2> 6
(e)
6
>
(j)
> 2 e . , calcule:
9. Se
!
>
(a) (f) ! "
(k)
A" .
(b)
"
(g) ! .
"
(l)
.
(c)
. (h)
!
(d) (i) "
(m)
.
.
(e) (j) B
B (n)
(a)
?
(f)
?
(b)
?
(g)
. ?
(c)
>
?
?
1 (h)
>
?
(d)
B B (i)
?
(e)
@?
(j)
?
1
. A
= 1
12. Se B
A
B B B , para todo @
=
? ( D # , verifique que:
.
(b) Que quantia deveria ser investida hoje a uma taxa anual de 4 1;1;1;de1 reais?
juros capitalizados
continuamente, de modo a se transformar, daqui a 20 anos, em
1;1;1;1;1
16. Durante uma epidemia de dengue, o número de pessoas que adoeceram, num certo bair-
ro, após dias é dado por
:;: ;1 1
.
(a) Determine a quantidade máxima de indivíduos atingidos pela doença.
(a) (d)
(b)
(e)
>
(c)
(f)
>
18. Use a continuidade da função para calcular os seguintes limites:
(a)
(d)
.
(b) (e)
;
"
(c)
(f)
19. Verifique se as seguintes funções são contínuas:
.
B
. B
"
se ,
se
6 se
6 se
Esboce os gráficos correspondentes.
136 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE
se 1
= . , no ponto
1.
se
1
: se
> > , no ponto > .
se >
se 0 0
+
, no ponto .
se
/
>
+ 1
, 1
23. Determine em que pontos as seguintes funções são contínuas:
3.9. EXERCÍCIOS 137
(a) .
% "
(d)
"
.
(b) .
6
(e)
9
(c) .
;
(f)
24. Verifique se as seguintes equações admitem, pelo menos, uma raiz real:
, 1 . Como escolher o valor de 1 , para que a função
1?
25. Seja seja
contínua em
, , é possível escolher o valor de tal que a função
26. Sendo
seja contínua em ?
1
27. Determine de modo que as seguintes funções sejam contínuas em
1:
.
(a)
; (b) . ;
c)
. .
1 se
<, 1
28. A função sinal de é definida por:
1
se <+ 1
se
1 + 1
se
se 1
?
1 +
.
se
(d) Se se
, verifique que
34. A aceleração devida a gravidade varia com a altitude em relação à superfície terreste.
é função de (a distância ao centro da terra) e, é dada por:
&
+
se
se ?
onde é o raio da terra, a massa da terra e a constante gravitacional. Verifique se
é contínua. Esboce o gráfico de .
35. Seja 1 ?
1 ?
contínua. Verifique que existe ( 1 ?
tal que .
36. Sejam ?
?
# contínuas tais que
+
e , . Verifique que existe
(
?
tal que .
3.9. EXERCÍCIOS 139
37. A população (em milhares) de uma colônia de bactérias, minutos após a introdução de
uma toxina é dada pela função:
" 4 se + 2
8 4 se 2
e
Explique por que a população deve ser de 10000 bactérias em algum momento entre
. 4
38. Verifique que a função &#* # definida por
. " > assume o valor
.
140 CAPÍTULO 3. LIMITE E CONTINUIDADE