Transformadores e Esfasamentos
Transformadores e Esfasamentos
Transformadores e Esfasamentos
Ligaes e Esfasamentos
Manuel Vaz Guedes
F E UP F a cu l d a d e d e E n g e n h a r i a
U n i ve r s i d a d e
N os
transformadores
trifsicos
existe
uma
diferena
de
fase
do
Porto
entre
os
fasores
A a
A a
B b
B b
C c
C c
N
Y d 11
YNz 7
2004
pag. 1 a 13
Ligaes e Esfasamentos
transformadores no momento da ligao que estabelecer o paralelo entre eles, para uma
correcta aplicao dos transformadores trifsicos torna-se necessrio conhecer bem a
indicao do ndice horrio de um transformador trifsico, a respectiva determinao, e a
aplicao desse conhecimento dos ndices horrios na forma de estabelecer o paralelo entre o s
transformadores.
1.
a
A
a
A
n
N
n
n
Assim tem de se atribuir um sentido ao fluxo criado pela bobina do enrolamento primrio, e
depois, considerando que na coluna do transformador o fluxo da induo magntica tem
sempre o mesmo sentido, verifica-se que em cada bobina secundria h que associar um
sentido para a fora electromotriz que nela induzida pelo fluxo magntico. Desta forma fica
devidamente caracterizada a tenso que surge nos terminais da bobina secundria.
Ligaes e Esfasamentos
UC
Uc
UA
UB
Ua
Ub
ABC
Uc
A
UC
N UA
UB
Ua
n
Ub
ABC
Ub
C
B
UC
N UA
UB
Ua
n
A
Uc
ABC
Pode-se ver que a diferena de fase entre as tenso simples do enrolamento primrio e
a tenso simples do enrolamento secundrio de um transformador trifsico depende
da forma como feita a ligao das bobinas nos enrolamentos, portanto das ligaes
nos enrolamentos,
Mas notrio que a determinao desse ngulo depende de um conjunto de convenes
sequncia de fases no sistema de tenses de alimentao; sentido das foras
electromotrizes no enrolamento; as tenses a relacionar que no devem variar com
a pessoa que faz a determinao daquela diferena de fase.
Existe portanto uma necessidade de normalizar os conceitos empregues, e o modo de
determinao do ngulo de diferena de fase.
Ligaes e Esfasamentos
2.
Definies
Note-se que pode haver um terceiro enrolamento, com uma potncia nominal
normalmente inferior do enrolamento secundrio que chamado: enrolamento
tercirio.
Para cada bobina de um enrolamento possvel caracterizar a dependncia do sentido da
fora electromotriz induzida relativamente ao fluxo magntico indutor polaridade da bobina
atravs de uma seta ou atravs de um ponto (maior potencial) num dos terminais da bobina.
A
Diz-se que dois terminais, cada um da sua bobina, so homlogos quando tiverem a mesmo
polaridade (quando estiverem igualmente situados relativamente ao sentido positivo de cada
enrolamento ).
A ligao das trs bobinas de um enrolamento pode ser feita em estrela, em tringulo e em
zigue-zague. Derivada da ligao em tringulo existe um ligao ligao em V ou em
tringulo aberto.
ligao em estrela Y , y ligao de um enrolamento trifsico em
que cada uma das bobinas de fase tem unidos num ponto comum
(o ponto neutro ) os terminais homlogos, enquanto que os outros
terminais esto ligados aos terminais de linha.
Ligaes e Esfasamentos
Ligaes e Esfasamentos
Atendendo a que a estrela de tenses simples do enrolamento de mais alta tenso constitui
a origem dos esfasamentos com a tenso simples no enrolamento de mais baixa tenso, e
representa o desvia angular 0 (zero), o desvio angular da tenso simples do enrolamento de
baixa tenso representa o ndice horrio do transformador
A representao do ndice horrio feita pelo algarismo representativo da hora
correspondente ao desvio angular dividido por 30 , ou por uma representao esquemtica do
mostrador de um relgio com os ponteiros na posio dos fasores das tenses consideradas na
definio de ndice horrio.
12
C
Ub
UC
N UA
UB
Ua
Dy 5
Uc
ABC
em
baixo;
indicando-se
sentido
das
foras
Yd ?
3) desenha-se a estrela de tenses do enrolamento de alta tenso (neste caso real):
12
A
Ligaes e Esfasamentos
a
(a c) = A N
a tenso composta de
a para c tem o mesmo
sentido que a tenso
de A para o Neutro
ou
C
(a c) = A N
a
A
(b a) = B N
b
ou
C
a tenso composta de
b para a tem o mesmo
sentido que a tenso
de B para o Neutro
Faz-se a seguinte anlise: a tenso entre os terminais b e a tem o mesmo sentido que a
tenso entre o terminal B e o Neutro no enrolamento de mais
a
alta tenso (enrolamento de referncia). Pode-se acompanhar
A
este raciocnio com a escrita da frmula: (b a) = B N.
a
A
b
C
b
C
B
J se podia concluir sobre a posio do fasor das tenso simples
na fase a, que estaria numa posio fazendo um ngulo em atraso
de 330 , a que corresponde o ndice horrio 11.
Mas pode-se completar a anlise feita (que necessariamente tem de
Manuel Vaz Guedes, 2004
Ligaes e Esfasamentos
(a c) = A N
(b a) = B N
(c b) = C N
b
ou
a tenso composta de
c para b tem o mesmo
sentido que a tenso
de C para o Neutro
Faz-se a seguinte anlise: a tenso entre os terminais c e b tem o mesmo sentido que a
tenso entre o terminal C e o Neutro no enrolamento de mais alta tenso ( enrolamento
de referncia ). Pode-se acompanhar este raciocnio com a escrita da frmula:
(c b) = C N.
Note-se que o ponto neutro da estrela de tenses simples no enrolamento de baixa
tenso no coincide com o ponto Neutro do enrolamento
de alta. Deve-se isto a o desenho ser apenas um esboo ua
que acompanha o raciocnio, expresso na tabela com as
A
frmulas, para estabelecimento da direco e o sentido
do
fasor
Ua .
ub
Uma representao mais correcta seria
C
uc
Yd 11
5.b) representao dos relgios
12
A
11
12
Ligaes e Esfasamentos
YNy ?
12
A
12
A
a
(n a) = A N
(n b) = B N
uc
ub
C
N
B
(n c) = C N
ua
YNy ?
YNy 6
Neste caso ( dos mais simples) a maior dificuldade estava em passar do diagrama das
ligaes do transformador horizontal para a representao vertical ( imposta pela
Norma ).
Seguindo a direco da tenso, e acompanhando com a escrita das frmulas da tabela,
logo na primeira anlise (n a) = (A N) se detectava que o desvio angular era de
180 . O resto da anlise serve apenas para confirmar o resultado.
No caso de o enrolamento secundrio estar ligado em zigue-zague, h que ter presente a
definio de ligao em zigue-zague de um enrolamento trifsico a tenso simples no
enrolamento a diferena da tenso nos enrolamentos parcelares que esto percorridos por
fluxos magnticos esfasados de 120 (2/3 rad ) (por isso as foras electromotrizes geradas em cada um
dos enrolamentos parcelares que compe uma ligao entre o neutro e o terminal esto esfasadas de 120 ).
12
A
12
a
ua
(n a) = (C N) + (N A)
(n b) = (A N) + (N B)
(n c) = (B N) + (N C)
Yz ?
N
B
Yz 1
10
Ligaes e Esfasamentos
ua
uc
N
ub
Exerccio: aconselha-se a repetir a determinao do ndice horrio para qualquer uma das
ligaes apresentadas na figura da pgina 123 dos apontamentos [CCC1],
atendendo alterao das normas de representao apresentadas neste texto.
Um erro possvel na determinao do desvio angular do enrolamento de baixa tenso do
transformador consiste em trocar os ndices indicadores das fases enquanto o sistema de
tenses trifsico simtrico directo, o sistema de tenses secundrio no coincide com essa
ordem de sucesso de fases.
12
A
a
a
b
b
c
c
A
c
N
C
C
b
a
Dd ?
Dd 8
Dd o
Dd 4
a
B
Mas este erro permite verificar que as ligaes com ndices horrios que difiram de 120
((2/3 rad) ou (4 h)) so redutveis umas s outras por mera permutao circular das designaes
das fases. Isso leva definio de grupo de ligaes.
Grupo de ligaes conjunto de ligaes dos enrolamentos de um transformador
trifsico com o mesmo desvio angular ou com desvios angulares redutveis
Grupo I 0, 4, 8
Grupo II 6, 10, 2
Grupo III 1, 5
Grupo IV 7, 11
Note que num mesmo grupo os ndices horrios diferem de 4 (120 ; 2/3 rad) ou 8
(240 ; 4/3 rad), o que corresponde aos ngulos de fase de um sistema trifsico.
No caso particular do grupo III e do grupo IV, a inverso da ordem de sucesso de fases
permite passar de um grupo para outro:
Manuel Vaz Guedes, 2004
Ligaes e Esfasamentos
11
12
12
A
II
I
a
Dy 5
Dy 11
R
S
T
II'
c
a
A
a
N
B
B
b
A
a
C
c
B
b
C
c
r
s
t
3.
12
Ligaes e Esfasamentos
1)
2)
R
S
T
R
S
T
A
r
s
t
3)
A
a
10
r
s
t
grupo I
grupo II
grupo III
1 1 grupo IV
R
S
T
A
r
s
t
1
7
r
s
t
7
1
R
S
T
r
s
t
A
a
1
11
11
1
R
S
T
A
5
7
7
5
r
s
t
5
11
11
5
Ligaes e Esfasamentos
13
Para alm dos transformadores trifsicos com ndices horrios dos grupos III e IV no
possvel estabelecer o paralelo entre transformadores de grupos de ligao
diferentes.
Bibliografia
[CCC1]
[MIT1]
[CEI_60076]
[NP443}
[JSP1]