Brevíssima Introdução Ao Ofício Divino
Brevíssima Introdução Ao Ofício Divino
Brevíssima Introdução Ao Ofício Divino
viglias, assim separadas da Missa, tornaram-se um ofcio independente. Durante o primeiro perodo o nico
ofcio celebrado publicamente era a sinaxe eucarstica precedida pelas viglias, mas formando com ela uma coisa
s. Nesta hiptese a Missa dos Catecmenos seria o cerne do inteiro Ofcio Divino. A sinaxe eucarstica iniciando
ao entardecer no terminava at o amanhecer. As viglias, independentemente do servio eucarstico, foi dividido
naturalmente em trs partes; o incio das viglias, ou Ofcio da tarde; as viglias propriamente ditas; e o fim das
viglias ou Ofcio matutino. Quando as viglias eram o nico Ofcio e eram celebradas raramente, elas continuavam
durante a maior parte da noite. Assim, o Ofcio que chamamos de Ofcio da tarde ou Vsperas, o da meia noite, e
o da manh, chamado primeiramente de Matinas e depois de Laudes, eram originalmente apenas um Ofcio. Se
esta hiptese rejeitada, deve-se admitir que primeiro havia um s ofcio pblico, as Viglias. O servio do
entardecer, Vsperas, e o da manh, Matinas ou Laudes, foram gradualmente separados daquele. Durante o dia,
Tera, Sexta e Nona, horas costumeiras de orao privada tanto para judeus como para os primeiros cristos,
tornaram-se, depois, horas eclesisticas, assim como Vsperas ou Laudes. As Completas aparecem como uma
repetio das Vsperas, primeiro no sc. IV. A Prima a nica hora cuja origem e data precisas se conhece - o
final do sc. IV.
De toda forma, durante o curso do sc. V, o Ofcio era composto, como hoje, de um Ofcio noturno - as Viglias e
depois Matinas - e de sete Ofcios diurnos, Laudes, Prima, Tera, Sexta, Nona, Vsperas e Completas. Nas
"Constituies Apostlicas" lemos: "Precationes facite mane, hora tertia, sexta, nona, et vespere atque galli
cantu" (VIII, iv). Tais eram as horas como ento existiam. Ausentes esto apenas Prima e Completas, que se no se
originaram antes do fim do sc. IV, e cujo uso somente se difundiu gradualmente. Os elementos de que essas
horas eram compostas eram primeiramente poucos em nmero, idnticos aos da Missa dos Catecmenos, salmos
recitados ou cantados ininterruptamente (Trato) ou por dois coros (antfonas) ou por um cantor alternando com o
povo (responsos e versculos); lies (leituras do Antigo e do Novo Testamento, a origem dos Captulos), e oraes.
Este desenvolvimento do Ofcio Divino, no que diz respeito Liturgia Romana, completou-se no fim do sc. VI.
Alteraes posteriores no tocaram em pontos essenciais, mas referem-se a acrscimos, como as antfonas de
Nossa Senhora no final em certos ofcios, calendrio, ofcios opcionais, como os de sbado, ou dos mortos, e a
celebrao de novas festas. A influncia de So Gregrio Magno na formao e fixao do Antifonrio Romano,
uma influncia que foi questionada, aparece agora como certa (cf. "Dict. d'archol. et de liturgie", s.v.
"Antiphonaire").
Enquanto permitindo uma certa liberdade quanto forma exterior do ofcio (por exemplo: a liberdade dos
monges do Egito e, depois, de So Bento, na constituio do Ofcio Beneditino), a Igreja insistia desde tempos
antigos em seu direito de supervisionar a ortodoxia das frmulas litrgicas. O Conclio de Milevis (416) proibiu
algumas frmulas no aprovadas por um conclio ou por uma autoridade competente (cf. Labbe, II, 1540). Os
Conclios de Vannes (461), Agde (506), Epaon (517), Braga (563), Toledo (especialmente o quarto) promulgaram
decretos similares para a Glia e a Espanha. Nos sc. V e VI, vrios fatos tornaram conhecidos para ns os direitos
clamados por papas em matria litrgica. O mesmo fato se estabelece pela correspondncia de So Gregrio I.
Sob os seus sucessores a Liturgia Romana tende gradualmente a substituir as outras, e isto uma prova adicional
do direito da Igreja de controlar a liturgia (uma tese bem estabelecida por Dom Guranger em suas "Institutions
Liturgiques", Paris, 1883, e em sua carta ao Arcebispo de Reims sobre a lei litrgica, op. cit., III, 453 sq.). Do sc. XI,
sob So Gregrio VII e seus sucessores, esta influncia cresce gradativamente (Bumer-Biron, "Hist. du Brviaire",
especialmente II, 8, 22 sqq.). A partir do Conclio de Trento a reforma dos livros litrgicos entra em uma nova fase.
Roma torna-se, sob os Papas Pio IV, So Pio V, Gregrio XIII, Sisto V, Gregrio XIV, Urbano VII e seus sucessores,
Bento XIV, o cenrio de um empreendimento laborioso - a reforma e correo do Ofcio Divino, resultando no
costume moderno, com todas as suas rubricas e regras para recitao do Ofcio Divino e sua obrigao, e com a
reforma dos livros litrgicos, corrigidos de acordo com as decises do Conclio de Trento e solenemente
aprovados pelos papas (Bumer-Biron, "Hist. du Brviaire").
Fonte: Cabrol, Fernand. "Divine Office." The Catholic Encyclopedia. Vol. 11. New York: Robert Appleton Company,
1911. Disponvel em: http://www.newadvent.org/cathen/11219a.htm