Gestão Custos
Gestão Custos
Gestão Custos
sobre O autor
marcelo dos santos
tema 1
Apresentao do contedo:
Contabilidade de Custos
A contabilidade apresentada atravs de diversas expresses, tais como:
Contabilidade Gerencial, Contabilidade Financeira ou Contabilidade de
custos.
Voc verificar que existem conceitos e abordagens diferentes para a
Contabilidade e que uma est intimamente ligada outra, gerando dados
e informaes que viabilizam uma melhor gesto das organizaes.
Pode-se afirmar que at a poca da Revoluo Industrial somente existia
a contabilidade financeira ou geral, que tratava de registrar e controlar
o patrimnio das empresas comerciais. Portanto, para levantamento de
custos, somava-se ao estoque inicial o valor das compras e subtraa-se
os estoques finais, chegando ao total dos custos dos produtos vendidos.
A partir da Revoluo Industrial foram inseridos alguns custos de difcil
mensurao, pois a automatizao de processos e a produo em grande
escala geraram a impossibilidade de medir corretamente alguns custos,
como, por exemplo, o quanto de energia foi utilizada para produzir
determinado produto ou quanto da manuteno de cada mquina
deveria ser imputada a cada produto, denominando estes gastos como
Custos Indiretos de Fabricao.
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Contedo:
Neste tema, voc estudar:
A introduo contabilidade.
A contabilidade de custos auxiliando a gesto.
Introduo ao tema:
Este tema tem como objetivo apresentar uma introduo ao estudo dos custos e a utilizao
destas informaes tendo em vista maximizar o retorno dos proprietrios de capital, visando
estrategicamente um equilbrio a longo prazo e a perpetuao da organizao ao longo do
tempo.
A anlise e estudo da Contabilidade de Custos faz com que o gestor tenha cincia da importncia
do tema dentro da estrutura de rentabilidade da empresa, atuando no sentido de minimizar
os custos, maximizando, assim, o lucro da organizao.
Leitura Digital:
1. Contabilidade
Dentro de uma empresa, o gestor est sempre a frente de algum processo em que dever
tomar uma deciso ou optar por um caminho. A contabilidade um dos maiores instrumentos
para fornecer dados e informaes para a administrao da organizao, auxiliando o gestor
na tomada de decises. Ela sintetiza em relatrios todos os eventos econmicos e financeiros
ocorridos na empresa, dentro de determinado intervalo de tempo, transformando-os em
valores monetrios.
Um bom entendimento dos relatrios da contabilidade e da dinmica contbil ajuda o gestor
a adotar melhores solues para a empresa. Os principais relatrios contbeis so o Balano
Patrimonial, que trazem os bens e direitos da empresa, bem como as obrigaes e deveres da
organizao, e o Demonstrativo de Resultado do Exerccio, em que fica evidenciado o lucro
ou prejuzo.
2. O Balano Patrimonial
O Balano Patrimonial um relatrio composto de duas colunas. Na primeira coluna, do lado
esquerdo do relatrio, tomando como referencial o leitor, h o Ativo e na segunda coluna, ou
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4. A Contabilidade de Custos
Quando o gestor escuta ou l a palavra custos em algum lugar, pensa
imediatamente na palavra corte, pois esse o mantra usado nas escolas de
negcios e administrao. O objetivo de uma empresa ter lucro, perpetuando-se
ao longo do tempo com sustentabilidade, portanto, os custos a serem cortados
devem ser examinados com uma lupa potente, para que voc no quebre uma
das pernas do trip que faz com que a empresa tenha sucesso em seu ramo. Essas
pernas so lucro, perpetuao e sustentabilidade.
Analisando o termo sustentabilidade, verifica-se a existncia de trs itens essenciais
para o posicionamento e boa colocao da empresa perante o mercado. Eles so:
a esfera chamada econmica, que indica o resultado financeiro, a esfera social,
que mostra o relacionamento com a sociedade, e a esfera ambiental, que trata da
utilizao consciente dos recursos naturais.
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GASTO
DESEMBOLSO
PERDA
DESPESA
COMPRA DE
MATRIA-PRIMA
PAGAMENTO
DA COMPRA DA
MATRIA-PRIMA
MATRIAPRIMA
REFUGADA
COMISSO DE
VENDEDORES
CUSTO
MATRIAPRIMA
USADA NO
PRODUTO
ACABADO
Custos diretos
Esto diretamente ligados produo de um bem ou prestao
de
um
servio. So
facilmente
mensurveis
e
podem
ser
alocados a um produto. Exemplo: matria-prima.
Custos indiretos
Esto ligados produo, mas no so facilmente identificveis e mensurveis.
No podem ser alocados de forma direta aos produtos. Exemplo: aluguel da
fbrica, energia eltrica.
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Custos Fixos
Custos que no variam quando o nvel de produo se altera. Exemplo: aluguel da fbrica.
Custos variveis
Custos que variam quando o nvel de produo se altera. Exemplo: matria-prima.
Despesas Fixas
Despesas que no variam quando o nvel de vendas se altera. Exemplo: depreciao.
Despesas variveis
Despesas que variam quando o nvel de vendas se altera. Exemplo: comisso de vendas.
Matria-prima direta
Matria-prima o nome dado a um material que sirva de entrada para um sistema de produo
qualquer.
Mo de obra direta
Mo de obra o termo usado para referir-se a um conjunto de pessoas ou a uma populao
capaz de trabalhar na produo de um bem ou servio.
Portanto, estes so os itens necessrios para se fazer a Gesto Estratgica de Custos, podendo
a contabilidade ajudar na gesto de uma empresa.
13
Leia ao artigo: Anlise das relaes entre a gesto de custos e a gesto do preo
de venda: um estudo das prticas adotadas por empresas industriais conserveiras
estabelecidas no RS, de Dbora Gomes Machado e Marco Antnio Souza.
Disponvel em: <http://proxy.furb.br/ojs/index.php/universocontabil/article/
viewFile/109/68>. Acesso em: 7 mar. 2013.
O artigo tem como objetivo verificar se as prticas de contabilidade gerencial
esto sendo adotadas pelas empresas. O estudo foi desenvolvido no contexto da
reconhecida limitao das empresas em impor um preo de venda ao mercado,
uma decorrncia da crescente influncia do mercado comprador em estabelecer o
preo, que est disposto a pagar pela aquisio de bens e servios.
Leia ao artigo: Contabilidade de Custos: Uma ferramenta para gesto empresarial,
de Alcione Cabaline Gotardo. Disponvel em: <http://www.scribd.com/
doc/190149796/Contabilidade-Contabilidade-de-Custos-Uma-Ferramentapara-Gestao-Empresarial>. Acesso em: 7 mar. 2013.
O artigo trata da contabilidade de custos como um dos instrumentos que auxilia as
organizaes, objetivando suprir a gesto empresarial no que tange a um controle
interno, capaz de ilustrar a competncia operacional no desenvolvimento da
atividade fabril.
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Questo 1:
O Frigorfico Boi Babo est efetuando os levantamentos
mensais de seus custos, para efeito de controle. Infelizmente,
o gerente trainee encarregado da tarefa no conhece muito
da rea. Indique, dentre os itens abaixo, o que significa Custo
de Fabricao:
a) A remunerao de pessoal administrativo.
b) A depreciao de mveis e utenslios do gabinete da
presidncia.
c) Os honorrios contbeis.
d) A mo de obra aplicada na produo.
e) O gasto com material de escritrio.
Questo 2:
Explique as causas histricas que levaram ao desenvolvimento
da contabilidade de custos.
Concluso:
O texto aborda o histrico da contabilidade de custos e seus termos tcnicos,
bem como uma breve apresentao sobre contabilidade. Voc viu tambm
que, quando os custos so foco da administrao de uma organizao,
normalmente o corte maior do que o necessrio.
Uma anlise de custos bem detalhada faz com que perceba-se qual linha de
produto promissora e qual precisa ser cortada, mas somente ser possvel
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f m u
Referncias:
IUDCIBUS, S. de; LOPES, C. C. V de M.; MARION, J. C. Curso de contabilidade
para no contadores. So Paulo: Atlas, 2007.
______. Contabilidade introdutria. So Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. So Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Geral fcil. So Paulo: Saraiva, 2006.
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tema 2
Apresentao do contedo:
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Contedo:
Neste tema, voc estudar:
Os Sistemas de Custos.
Os Sistemas de custeio.
O rateio de custos indiretos de Fabricao.
Introduo ao tema:
Este tema tem como maior objetivo a instrumentalizao da fase de levantamento de dados
para a tomada de deciso, aliando um sistema de custos adequado organizao, bem como
um sistema de custeio adequado ao processo produtivo da empresa.
Este tema ser dividido em trs partes. Na primeira, sero os sistemas de custos e suas
peculiaridades. Na segunda parte ser a vez dos sistemas de custeio e, por ltimo, os
comentrios a respeito dos sistemas de rateio dos custos indiretos de fabricao.
Leitura Digital:
Trabalhando com Tecnologia da Informao (TI), pode-se obter timos sistemas de custos,
desde que trs linhas bsicas de coleta e tratamento de informaes sejam seguidas:
Sistema de acumulao de custos.
Sistema de custeio.
Modalidade de custeio.
19
Sistemas de Custeio
Quando a organizao escolhe o sistema de acumulao de custos mais adequado
para sua produo, hora da escolha do sistema de custeio. O sistema de custeio
depende muito mais das informaes gerenciais do que do sistema de produo
da empresa.
Existem dois tipos de sistema de custeio, o fundamentado em Dados Reais e o
com base em Dados Estimados, sendo que o sistema com base em dados reais
registra os custos como eles ocorreram e somente so determinados aps o final
da produo.
Esse mtodo normalmente verifica o valor da mo de obra e da matria-prima,
atualizando-os constantemente em seu preo por unidade.
O sistema de custeio fundamentado em dados reais apresenta algumas limitaes:
Dado a limitao de tempo para obteno, levantamento e controle dos dados,
o sistema torna-se pouco eficaz.
No fornece um indicador de comparao, para deciso imediata em relao ao
resultado.
Algumas partes do custo real podem ser interpretadas como custos acidentais
e no normais.
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Modalidades de custeio
H duas principais modalidades de custeio: o Custeio por Absoro, ou Integral, e o Custeio
Varivel ou Direto. Tambm existem outras modalidades com suas prprias peculiaridades
que sero citadas ao longo do estudo.
No Custeio por Absoro, alm de ser apropriado a cada produto o seu custo varivel (matriaprima, mo de obra e custos indiretos de fabricao), tambm sero atribudos os gastos fixos.
O custeio por absoro apropria ao custo dos produtos os custos fixos, variveis, diretos e
indiretos na rea de fabricao. Quando se apropria os gastos fixos ao produto, tem que se
fazer um rateio, ou diviso atravs de um critrio, e, por mais objetivo que seja, esse critrio
tende a levar a alguns erros.
Existe uma distoro sobre o que seria a normalidade dentro da apurao de custos, para
alguns critrios de rateio que no so devidamente tratados dentro da modalidade de custeio
por absoro.
Esta modalidade obrigatria na apurao do imposto de renda de pessoa jurdica, para
efeito de fiscalizao e utilizao da contabilidade com fins tributrios, portanto, no se pode
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80.000
Salrio da fbrica:
120.000
Matria-prima consumida:
350.000
85.000
Honorrio da diretoria:
40.000
120.000
Matria-prima consumida:
350.000
85.000
Despesas:
Honorrio da diretoria: 40.000
Comisses vendedores: 80.000
O segundo passo a apropriao de custos diretos:
Matria-prima consumida:
350.000
PRODUTO A (21,43%)
75.000
23
PRODUTO C (40%)
135.000
140.000
120.000
Mo de obra indireta:
30.000 (25%)
47.000 (39,2%)
85.000
40.000 (47,1%)
20.000 (23,5%)
7.000 (8,2%)
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Quadro Resumo
MATERIA PRIMA
MO DE OBRA
ENERGIA
ELTRICA
TOTAL
PROD A
75.000
22.000
PROD B
135.000
47.000
PROD C
140.000
21.000
INDIRETOS
0
30.000
TOTAL
350.000
120.000
18.000
115.000
20.000
202.000
7.000
168.000
40.000
70.000
85.000
555.000
115.000/485.000
202.000/485.000
168.000/485.000
485.000
0,24
0,42
0,35
24%
42%
35%
Agora, aplicando esse critrio de rateio, utiliza-se para os custos indiretos os percentuais dos
custos diretos em equivalncia para o produto A, produto B e produto C, resultando no quadro
a seguir, para a mo de obra indireta.
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PROD A
PROD B
PROD C
TOTAL
115.000
202.000
168.000
485.000
24%
42%
35%
100%
MO INDIRETA TOTAL
30.000*24%
7.113
30.000*42%
12.495
30.000*35%
10.392
30.000
PROD A
PROD B
PROD C
TOTAL
115.000
202.000
168.000
485.000
24%
42%
35%
100%
ENER. ELET.
TOTAL
40.000*24%
9.485
40.000*42%
16.660
40.000*35%
13.855
40.000
PROD A
PROD B
PROD C
TOTAL
MO IND
7.113
12.495
10.392
30.000
ENERG
9.485
16.660
13.855
40.000
CUSTO INDIRETO
16.598
29.155
24.247
70.000
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do total de custos para cada produto. Com os levantamentos prontos, deve-se somente
demonstrar os totalizadores em um quadro.
Totalizador de Custos por Produtos
PROD A
PROD B
PROD C
TOTAL
CUSTO DIRETO
115.000
202.000
168.000
485.000
CUSTO INDIRETO
16.598
29.155
24.247
70.000
TOTAL
131.598
231.155
192.247
555.000
Como pode-se perceber, o rateio de custos indiretos, que so aqueles de difcil alocao em
cada produto (tal como o salrio do supervisor da produo, pois impossvel verificar quanto
do salrio deste colaborador foi utilizado em cada produto, bem como a energia eltrica da
fbrica, que consumida com iluminao, produo e nas demais dependncias da linha de
produo), nem sempre utilizam critrios justos para sua diviso, pois, existe um grau de
subjetividade na escolha desses critrios.
Sendo assim, voc pde perceber como funcionam os sistemas de custos e como so feitos os
rateios de custos indiretos de fabricao.
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Questo 1:
Classifique os eventos abaixo, seguindo a terminologia
contbil, e assinale a alternativa que mostra a ordem correta:
Relativos a uma indstria de manufatura, como investimentos
(I).
Custo (C).
Despesa (D)
Perda (P)
( ) Compra de matria-prima e consumo na fbrica.
( ) Consumo de energia eltrica da fbrica.
( ) Utilizao de mo-de-obra na fbrica.
( ) Consumo de combustvel da fbrica.
( ) Gastos com pessoal do faturamento (salrio).
a) C-C-C-C-D.
b) C-D-C-C-D.
c) C-C-I-C-D.
d) C-P-D-C-D.
e) C-D-P-I-D.
Questo 2:
Quais as linhas bsicas de coleta e tratamento de informaes
nos sistemas de custos?
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Concluso:
O controle de custos na linha de produo proporciona uma melhor precificao,
portanto, a escolha do sistema de acumulao de custos e o mtodo de custeio mais
apropriado faz com que a organizao adicione vantagem competitiva ao seu negcio.
O problema do rateio dos custos indiretos de fabricao deve ser enfrentado, visando
restringir mtodos sem critrios lgicos e tentando fazer com que os critrios de rateio
fiquem mais objetivos, utilizando mtodos matemticos e cientficos para a alocao
destes custos ao produto.
Referncias:
IUDCIBUS, S. de; LOPES, C. C. V de M.; MARION, J. C. Curso de contabilidade
para no contadores. So Paulo: Atlas, 2007.
______. Contabilidade introdutria. So Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. So Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Geral fcil. So Paulo: Saraiva, 2006.
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tema 3
Apresentao do contedo:
Formao de preo
A correta formatao do preo de um produto leva ao sucesso ou
fracasso do item vendido, ou, muitas vezes, at mesmo, ao sucesso
ou fracasso da empresa. A formao de preo envolve as mais diversas
reas da organizao, como, por exemplo, a produo para quantificar
materiais, horas homem e gastos indiretos de fabricao, o pessoal
da contabilidade para formao do custo corretamente, o pessoal do
marketing para verificar a adequao do preo ao mercado e aos 4Ps
(Preo, Praa, Promoo e Produto), os colaboradores do departamento
financeiro para verificar a lucratividade e disponibilidade dos recursos
empregados na confeco e venda do produto e os vendedores que
colocaram os produtos fabricados no mercado.
Como possvel perceber, sempre h divergncias entre estas reas
quanto aos recursos empregados, pois a produo quer sempre
ter matria-prima disponvel para entregar os pedidos no prazo, a
contabilidade quer ter o menor custo e, por este motivo, no concorda
em manter estoques de matria-prima elevados, o marketing quer
empregar o mximo de recursos possveis para a promoo do produto, o
pessoal de finanas quer empregar o mnimo recurso financeiro possvel
com promoes para no prejudicar a lucratividade e os vendedores
querem vender tudo com um prazo a perder de vista e reclamam quando
o financeiro no libera o pedido e quando a produo no entrega um
pedido grande demais no prazo.
Em seus estudos, voc abordar o processo de formao de preos
como um todo, passando pelos mtodos de precificao existentes no
mercado.
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Contedo:
Neste tema, voc estudar:
Significado do preo e seus componentes.
Processo de Estabelecimento de Preos.
Estratgia de preos.
Influncia da Demanda na formao de Preo.
Mark-up.
Mtodos de custeio.
Introduo ao tema:
A empresa est sistematicamente ligada ao preo de seus produtos ou servios. Seus subsdios
para continuar existindo so oriundos de suas vendas e, uma grande parte das empresas
trabalha com produtos sensveis ao preo. Portanto, estratgico para a empresa um bom
processo de precificao de seus produtos.
Sero adotados cinco tpicos especiais no processo de formao estratgica de preos e, os
seguintes itens sero apresentados: Significado do preo e seus componentes, Processo de
Estabelecimento de Preos, Estratgia de preos, Influncia da Demanda na formao de
Preo e Mark-up.
Leitura digital:
O mercado consumidor est aprendendo a brigar por seus direitos. Aliado a este fato, h ainda
a concorrncia agressiva, tanto internamente no pas quanto internacionalmente. Na era da
informao, o consumidor tem em suas mos um poderoso aliado, que lhe fornece diversas
opes de compras, com uma grande oferta de canais e meios de atendimento.
A precificao deve levar em considerao o maior nmero de variveis possveis, embora
o modelo no possa ser demasiadamente longo, e, para evitar a perda de agilidade da
corporao, no deve se fundamentar somente na obteno de um preo base para outras
negociaes.
Um erro comum ao se precificar um produto no levar em considerao o valor do dinheiro
no tempo, os preos devem ser dinmicos, tanto para cima como para baixo, e devem valer
por um perodo. Quando se coloca o preo em um produto por um ano, esto sendo feitas
previses para este perodo, sem que sejam descapitalizados os valores levantados e previstos
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A poltica de preo consiste em regras gerais que a empresa deve estabelecer para facilitar as
decises de seus gestores intermedirios. Uma boa poltica de preos faz com que a empresa
reponha os gastos, tenha um bom posicionamento do mercado e uma boa rentabilidade, alm
de estar alinhada com os objetivos da empresa para curto e longo prazo.
Processo de Estabelecimento de Preos
Algumas situaes requerem maior ateno com estabelecimento de preos, como, por
exemplo, o caso do lanamento de produto, em que o gestor desse projeto observa qual
dever ser o preo, no contexto mais amplo possvel, verificando qual o posicionamento da
empresa no mercado, quais so os seus objetivos e quais sero os custos incorridos.
Na hiptese de mudana do preo da matria-prima, da mo de obra, energia eltrica e outros,
para fabricao de um produto, esses momentos so mpares no histrico da empresa, para
uma reavaliao de preo, acerto do norteamento da companhia e alinhamento com seu
planejamento estratgico.
Quando ocorrem alteraes nos processos, dentro ou fora da companhia (por exemplo,
terceirizao de mo de obra, automatizao da linha de produo, operador logstico
prprio ou terceirizado, incluso de mais mtodos para distribuio de produtos - Comrcio
Eletrnico), deve-se recalcular a planilha de custos e estabelecer novos preos, para baixo ou
para cima. Nesse caso especfico, a movimentao do preo para baixo depender da empresa
no optar por recomposio de margem de lucro.
No momento em que a empresa resolve adotar um reposicionamento estratgico quanto
ao mercado, isso envolver sempre o atendimento a uma nova classe de clientes, que ter
reflexo no preo do produto. Caso a empresa atenda aos pblicos da classe C e resolva atender
ao pblico da classe A, envolver melhores embalagens, produtos de melhor qualidade, de
acordo com a exigncia de seus novos clientes e isto elevar os insumos colocados no produto,
fazendo com que o preo varie para cima.
Em relao a alteraes de preo no curto prazo, pode-se afirmar que ocorrem em momentos
em que a empresa precisa renovar a linha de produtos, renovar os estoques ou at mesmo
fazer caixa para aumentar sua liquidez, recorrendo ao artifcio de liquidaes, promoes ou
outra forma que envolva a reduo do preo para aumento na quantidade vendida.
Empresas que esto envolvidas em processos de produo sob encomenda tendem a avaliar
os custos e preo a cada nova encomenda, a no ser que o cliente solicite mais de um produto
daquele tipo. No entram nesse caso as lojas e fbricas de mveis planejados, pois cada
produto diferente, mas os mdulos so padronizados e precificados como produtos em uma
linha de montagem.
O processo de precificao ocorre de maneira diferente em cada organizao, mas aps
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Custo por Transformao, Custo Estimado e utiliza como estrutura a tcnica do Mark-up ou
Payback.
Mtodo com base na deciso dos concorrentes: Preo Concorrente, Imitao de Preo,
Preos Agressivos e Preos Promocionais.
Mtodo com base nas caractersticas do mercado: efetua uma anlise complexa e
detalhada dos consumidores e tenta mensurar quanto de valor est sendo percebido para
o cliente, junto com a sua satisfao.
Mtodo Misto: mistura alguns mtodos como anlise dos custos envolvidos, decises dos
concorrentes, capacidade do mercado e valor que o cliente percebe.
Estratgia de preos
Preos seletivos:
Preos elevados, garantindo a margem de lucratividade. Normalmente so oferecidos a
segmentos que no possuem sensibilidade ao preo. Exemplo: Diamantes.
ALTA QUALIDADE X PREO ELEVADO
Preos de penetrao:
Preos baixos para atrair muitos consumidores. A estratgia vinculada a um grande volume
de vendas. Essa estratgia afasta concorrentes (margens pequenas por produto).
Preos neutros:
Estratgia utilizada para produtos ou empresas que no dependem de preo para manter ou
aumentar o seu market share.
EDLP - Every Day Low Price (Preo Baixo Todo Dia):
Estabilidade de preos baixos, com descontos. Praticado pelos grandes varejistas, pois, h
homogeneidade nos bens de consumo.
Preos altos e baixos:
Preos um pouco acima dos praticados pela estratgia EDLP, mas com promoes e descontos
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Mtodos de Custeio
H vrios Mtodos de Custeio (mtodos de clculo do preo de produtos) como: Custeio
Integral (Absoro), Custeio Marginal (Varivel) e Custeio por Atividade (ABC). Lembrando
que o Mtodo de Custeio Direto (absoro) o nico aceito pela legislao comercial e pela
legislao fiscal.
Custeio Integral: O nome do mtodo caracterstico, pois a integralidade do nome faz
referncia apropriao de todos os custos ao produto, custo direto, indireto, fixo e varivel.
A facilidade desse mtodo levar em considerao todos os custos e, a partir deste valor,
adiciona-se um resultado que a empresa deseja, chegando ao preo do produto.
Custo total + Resultado = Preo
Lembrando que:
CT = CD + CI ou CT= CF + CV
CT = Custo Total; CD = Custo Direto; CI = Custo Indireto; CF = Custo Fixo; CV = Custo Varivel.
CUSTEIO INTEGRAL : ESTRUTURA DOS CUSTO E PREO DE VENDA
A
MATERIAIS DIRETOS
CVADIR
B
CUSTOS OPERACIONAL
CDIRF,CDIRVA,CIF,CIVA
C
DESPESAS ADM E GERAIS
DDIRF,DIF
D=A+B+C
E
DESPESA FINANCEIRA - % PV
DDIRVA
F
DESPESA TRIBUTRIA DIRETA - %PV DDIRVA
G
DESPESA DIRETA COM VENDAS - %PV DDIRVA
H=D+E+F+G CUSTO TOTAL
I
RESULTADO ($ OU %PV)
J=H+I
PREO DE VENDA
CVADIR = CUSTO VARIVEL DIRETO (MATERIAIS); CDIRF = CUSTO DIRETO FIXO (PESSOAL
E MQ.); CDIRVA = CUSTO DIRETO VARIVEL (PESSOAL E MQ.); CIF = CUSTO INDIRETO
FIXO (PESSOAL E MQ); CIVA = CUSTO INDIRETO VARIVEL (PESSOAL E MQ.); DDIRF
= DESPESA DIRETA FIXA (ADM. E COM.); DIF = DESPESA INDIRETA FIXA (ADM. E COM.);
DDIRVA = DESP. DIRETA VARIVEL (TRIBUT. E VENDAS).
39
0,03
IDF
0,0365
IDTV
0,07
IDDV
0,05
0,06
IRDV
IDA
0,10
IDO
c o n e x o
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$100,00
$8,00
$2,00
$168,32
($11,78)
($6,14)
($5,04)
($10,10)
($16,83)
($110,00)
$8,43
41
CLCULOS:
NDICE DE DESPESA FINANCEIRA
NDICE DE DESPESA TRIBUTRIA
NDICE DE DESP. DIR. DE VENDAS
NDICE DE RENTABILIDADE
NDICE DESPESA ADMINISTRAT.
NDICE DESPESA OPERACIONAL
NDICE DE MARGEM DE
CONTRIBUIO
0,03
0,0365
0,07
0,05
0,06
0,10
0,20
IDF
IDTV
IDDV
IRDV
IDA
IDO
IMC
c o n e x o
f m u
$100,00
$8,00
$2,00
$110,00
$165,79
($11,61)
($6,05)
($4,97)
($110,00)
$33,43
Custeio ABC: Esse tipo de mtodo de custeio apropria ao produto todos os custos fixos e
variveis, bem como as despesas fixas e variveis. Tambm chamado de custeio por
atividade, pois a apropriao ao preo se d atravs dos centros de custos das atividades que
os produtos ou servios so submetidos. Pretende-se com esse mtodo uma maior preciso e
menor nvel de rateio por critrios fixos.
43
CVADIR
CDIR,CFDIR
DDIRF,DIF
DDIRF,DIF
DDIRVA
DDIRVA
DDIRVA
CD
CO
PV
VALOR
$1,20
ASSITNCIA E
SERV.
CRDITO E COBR.
$0,80
TOTAL
$3,00
$1,00
DIRECIONADOR
N. UNID.
VENDIDAS
N. VISITAS DE
SERV.
N. NOTAS
FISCAIS
CLCULOS:
NDICE DE DESPESA FINANCEIRA
NDICE DE DESPESA TRIBUTRIA
NDICE DE DESP. DIR. DE VENDAS
NDICE DE RENTABILIDADE
NDICE DESPESA ADMINISTRAT.
NDICE DESPESA OPERACIONAL
NDICE DE MARGEM DE
CONTRIBUIO
0,03
0,0365
0,07
0,05
0,06
0,10
0,20
IDF
IDTV
IDDV
IRDV
IDA
IDO
IMC
c o n e x o
f m u
$100,00
$8,00
$2,00
$110,00
$170,31
($11,92)
($6,22)
($5,11)
($113,00)
$34,06
PREO DE VENDA
$170,31
$168,32
$165,79
45
c o n e x o
f m u
Leia o artigo: Sistemas de Custeio, de Francis Haime Giacomelli Ferreira. Disponvel em:
<http://201.2.114.147/bds/bds.nsf/E25D644E075BE75B03256D520059AC91/$File/287_1_
Arquivos_custeio.pdf>. Acesso em: 3 maio 2013.
Este estudo objetiva identificar os sistemas de custeio e informar a respeito de mtodos de
contabilizao de custos comuns s empresas brasileiras.
Leia o artigo: Uso do Custeio por Absoro e do Sistema RKW para gerar informaes gerenciais:
Um estudo de caso em hospital, de Ilse Maria Beuren e Nair Fernandes Schlindwein. Disponvel
em: <http://www.unisinos.br/abcustos/_pdf/art.2%20Revista%20ABCustos.pdf>. Acesso
em: 3 maio 2013.
O objetivo deste estudo demonstrar o uso do custeio por absoro, aliado ao sistema RKW,
para gerar informaes gerenciais em uma organizao hospitalar, dispensando, assim, um
sistema paralelo de custeio e os custos a ele relacionados, para atendimento dos preceitos
legais.
47
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Autoavaliao:
Questo 1:
Edmilson Borges gerente de Marketing da empresa
NGOL, fbrica de bolas de futebol de couro, e estava
organizando o setor de produo devido transferncia
do gerente de produo para a filial de Macei quando
depara-se com uma fatura do aluguel da fbrica que foi
recebida e no foi encaminhada para o setor competente.
Liga para o setor de contabilidade e Marcia Santos
contadora da empresa explica que esta fatura ficaria a
cargo da fbrica, pois custo de produo. Classifique
corretamente o aluguel da fbrica para o correto
encaminhamento para pagamento.
a) Custo indireto.
b) Despesa varivel.
c) Despesa fixa.
d) Custo direto.
e) Custo Varivel.
Questo 2:
Conceitue o que o processo de formao de preo e sua
utilidade dentro das organizaes.
49
Concluso:
O preo constitui um componente muito importante no composto de
mercado, sua correta formao (precificao) e gerenciamento deve
visualizar uma unio entre as reas de marketing e finanas.
So muitos os momentos em que as organizaes se preocupam com o preo
dos produtos. A precificao correta segue sempre um caminho lgico, com
anlise aprofundada de todos os componentes que levam ao preo.
O mtodo de precificao dos produtos deve ser encarado como estratgico
dentro das organizaes e torna-se cada vez mais importante manter um
bom plano de preos para cada situao, dependendo do ambiente externo
e interno a companhia.
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Referncias:
IUDCIBUS, S. de; LOPES, C. C. V. de M; MARION, J. C. Curso de contabilidade
para no contadores. So Paulo: Atlas, 2007.
______. Contabilidade introdutria. So Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. So Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Geral fcil. So Paulo: Saraiva, 2006.
BEULKE, R. Precificao. So Paulo: Saraiva, 2009.
51
Questo 1
Alternativa: d) A mo de obra aplicada na produo.
Questo 2
Antes da Revoluo Industrial os custos eram facilmente mensurveis,
pois os artesos utilizavam matria-prima e mo de obra para gerao do
produto, enquanto que aps a Revoluo Industrial, com a mecanizao
da produo, houve o surgimento dos custos indiretos de fabricao, que
so difceis de mensurar (por exemplo, a energia eltrica - mquina +
iluminao - para produzir um produto).
tema2
Sistemas e Anlises de Custos
Questo 1
Alternativa: a) C-C-C-C-D.
Questo 2
Trabalhando com tecnologia da informao (TI) possvel haver timos
sistemas de custos, desde que sejam seguidas trs linhas bsicas de coleta
e tratamento de informaes:
Sistema de acumulao de custos.
Sistema de custeio.
Modalidade de custeio.
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tema3
Formao de preo
Questo 1
Alternativa: a) Custo indireto.
Questo 2
Segundo Las Casas (2002), a formao do preo de servios uma varivel
controlvel decisiva para a estratgia da empresa. Assim como em um
produto, tambm em servios, os preos so determinados para cobrir
custos operacionais e tambm proporcionar. Para Assef (1997), a correta
formao de preos de venda questo fundamental para a sobrevivncia
e o crescimento autossustentvel das empresas, independente de seu
tamanho ou rea de atuao. J para Bert e Beulke (2005), a formao
do preo de venda de produtos e servios um elemento essencial da
gesto econmico-financeira e mercadolgica das empresas e envolve
vrios fatores em sua composio, entre eles, destacam-se a estrutura
de custo, demanda (mercado), ao da concorrncia, governo e objetivos
pretendidos com o produto/mercadoria/servio.
53