Michele Dos Santos Janovik - TCC
Michele Dos Santos Janovik - TCC
Michele Dos Santos Janovik - TCC
CINCIAS ECONMICAS
BACHAREL EM ADMINISTRAO
So Leopoldo
2010
So Leopoldo
2010
AGRADECIMENTOS
So muitas as pessoas que contriburam, de alguma forma, para que eu pudesse realizar este
trabalho. De corao, agradeo...
... a DEUS, Pai Soberano, a quem pedi nimo, calma e sabedoria em minhas oraes;
... aos meus pais, Flvio e Snia, por todo o amor e apoio nas horas difceis;
... ao meu amor, Roberto Pacheco, por todo apoio, incentivo, compreenso, dedicao e
carinho, que me permitiram seguir em frente;
.... as minhas amigas queridas, Ana Carina Reichert, Luana Busnello, Cristina Heller, Deise
de Mattos, Andresa Sandin, Adriana Abelin, Ariane Dias, Natacha Cordeiro e Savanna
Busnello, que entenderam minha ausncia e me apoiaram constantemente;
.... ao meu orientador, Sandro Cortezia, por toda a ateno e dedicao, que foram
fundamentais para o sucesso deste trabalho;
... ao meu chefe e amigo, Oscar Kronmeyer, pela compreenso, pelas palavras de carinho e
por tantas horas disponibilizadas para a construo deste trabalho;
... ao Rgis Haubert, da empresa Exatron, que se prontificou em colaborar com o estudo;
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
SUMRIO
1 INTRODUO .............................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................. 14
1.1.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos Especficos ................................................................................................ 15
1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAO TERICA ................................................................................. 17
2.1 GERENCIAMENTO DE PROJETOS .......................................................................... 17
2.1.1 Conceito de Projeto .................................................................................................. 17
2.1.2 Projetos e Processos .................................................................................................. 19
2.1.3 Gerenciamento de Programas ................................................................................. 21
2.1.4 Gerenciamento de Projetos x Gerenciamento por Projetos ................................. 21
2.1.4.1 Gerenciamento de projetos ...................................................................................... 22
2.1.4.2 Gerenciamento por projetos .................................................................................... 23
2.2 O GERENCIAMENTO DE PROJETOS CONFORME O PMI ................................... 25
2.2.1 Project Management Body of Knowledge (PMBOK) ............................................... 26
2.2.1.1 Ciclo de vida do projeto........................................................................................... 26
2.2.1.2 Os processos de gerenciamento de projetos ............................................................ 27
2.2.1.3 reas de conhecimento em gerenciamento de projetos .......................................... 28
2.2.2 Project Management Office (PMO) .......................................................................... 35
2.2.3 O Gerente de Projetos .............................................................................................. 35
2.3 ORGANIZAES SEM FINS LUCRATIVOS ........................................................... 37
2.3.1 A Gesto de Projetos em Organizaes sem fins Lucrativos ................................ 38
3 MTODOS E PROCEDIMENTOS ............................................................................. 44
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 44
3.2 DEFINIO DA UNIDADE DE ANLISE ............................................................... 45
3.3 TCNICA DE COLETA DE DADOS.......................................................................... 45
3.4 TCNICA DE ANLISE DE DADOS ........................................................................ 47
4 O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO SEBRAE/RS ...................................... 48
4.1 O SISTEMA SEBRAE .................................................................................................. 48
4.1.1 O SEBRAE/RS .......................................................................................................... 49
4.2 O GERENCIAMENTO DE PROJETOS DO SEBRAE/RS E AS PRTICAS DO PMI 53
12
1 INTRODUO
13
14
1.1 OBJETIVOS
15
1.2 JUSTIFICATIVA
16
17
2 FUNDAMENTAO TERICA
18
(1999,
p.5)
diz
que
projetos
so
iniciativas
no
repetitivas,
Anos
Curto Prazo
Mdio Prazo
Longo Prazo
1 ms a 1 ano
At 2 anos
Mais de 2 anos
5 ........10
Neste sentido, para que os prazos sejam cumpridos importante buscar uma forma de
gerenci-los para que atinjam os objetivos propostos. Isto referenciado por Bouer e
Carvalho (2005) ao mencionarem que:
19
relevante para prover velocidade, robustez, consistncia e excelncia operacional na
consecuo de projetos (BOUER; CARVALHO, 2005, p. 2).
20
Esta afirmao sustentada por Sucupira (2006, p. 5) quando diz que processo a
organizao de pessoas, equipamentos, procedimentos, informaes, energia e materiais, em
atividades de trabalho logicamente inter-relacionadas para atingir os objetivos dos negcios.
Harrington (1988) complementa estas ponderaes quando menciona que processos
so atividades que recebem insumo, agrega-lhe valor e produz um produto. So atividades
repetitivas que devem ser controladas. O controle do processo abrange funes, ferramentas e
recursos humanos para assegurar uma produo sem erros. Incluem planos de treinamento e
certificao de operrios e inspetores da produo bem como toda a documentao do
processo. O controle do processo deve ser auditado para assegurar que o sistema continue
operando de forma planejada.
Depois de implantado um processo em uma organizao, o mesmo deve ser
gerenciado para que no se torne desorganizado, e cumpra seu objetivo de alinhar as
atividades para que as mesmas proporcionem maior velocidade e economia na fabricao de
seu produto ou nos servios oferecidos (CRUZ, 2005).
De acordo com Tachizawa (1997) o objetivo do gerenciamento de processos
coordenar as tarefas e atividades relativas aos processos da organizao.
To importante quanto gerenciar processos desenvolver a metodologia de
gerenciamento de projetos, pois so aes complementares. Quaisquer mudanas que sejam
necessrias realizar-se nos processos de uma empresa pode implicar em custos e riscos para o
negcio caso no seja planejado um projeto para isto. Desta forma, importante as
organizaes adotarem, tambm, metodologia de gerenciamento de projetos para que assim
possam conduzir seus negcios de forma mais confivel e eficaz (SUCUPIRA, 2006).
Neste sentido, entende-se que a metodologia de gerenciamento de projetos rene uma
srie de processos que devem ser gerenciados. Tais processos oferecem maior viso sobre o
andamento dos projetos e contribuem para a tomada de decises e direcionamento das aes,
consequentemente, resultados mais efetivos.
Heldman (2006, p. 6) confirma a importncia de aderir metodologia de
gerenciamento de projetos quando diz que todo projeto composto por processos, por mais
fortuita que seja a abordagem empregada. H muitas vantagens em organizar projetos e
equipes conforme os processos de gerenciamento endossados pelo PMI.
A abordagem proposta pelo PMI em relao aos processos de gerenciamento de
projetos ser apresentada na seo 2.2 deste estudo.
21
22
De acordo com Kerzner (2006, p. 15), a gesto de projetos pode ser definida como o
planejamento, a programao e o controle de uma srie de tarefas integradas de forma a
atingir seus objetivos com xito para benefcio dos participantes do projeto.
O PMBOK (2008, p. 11) diz que o gerenciamento de projetos a aplicao de
conhecimentos, habilidades, ferramentas e tcnicas s atividades do projeto a fim de atender
seus requisitos.
De acordo com Page Jones (1990, p. 83), o gerenciamento de projetos definido
como sendo a repetida execuo das cinco atividades de planejar, reorganizar, integrar, medir
e revisar at que sejam alcanados os objetivos do projeto.
O gerenciamento de projetos trata do planejamento e do controle dos projetos. Isto
significa que se um projeto for bem planejado, de acordo com as necessidades e expectativas
do cliente, e sua execuo for devidamente controlada, o resultado ser a satisfao do mesmo
quanto qualidade do produto ou servio ofertado, respeitando o custo e os prazos definidos
(PRADO, 2004).
Vargas (2000, p. 7) considera que:
Neste sentido, Menezes (2007, p. 70), refora estes aspectos levantados ao mencionar
que o objetivo da administrao de projetos o de alcanar controle adequado do projeto de
modo a assegurar sua concluso no prazo e no oramento determinados obtendo a qualidade
estipulada. Esta meno do autor aborda a restrio tripla em projetos, onde se considera que
o equilbrio entre o escopo, o tempo e o custo do projeto afeta a qualidade.
A terceira edio do PMBOK (2004) diz que os projetos de alta qualidade entregam o
produto ou servio dentro do escopo, prazo e oramento. A relao entre estes trs fatores
ocorre de tal forma que se algum deles mudar, pelo menos um dos outros fatores tambm ser
afetado. Assim, entende-se que a restrio tripla uma forma interessante de mostrar as
23
escolhas que devem ser feitas entre prioridades do projeto. A figura 2 apresenta como
visualizada a restrio tripla em projetos.
CUSTO
QUALIDADE
ESCOPO
OoO
TEMPO
Desde a dcada de 80, inmeras mudanas relacionadas aos conceitos sobre projetos
vm sendo apresentado s empresas, o que ocasionou uma mudana de como elas gerem seus
projetos. So centenas de pequenos projetos ocorrendo juntamente com as operaes
rotineiras que esto empregando tcnicas e mtodos de gerenciamento de projetos com grande
sucesso. Estes processos tm um pouco de projetos e operao rotineira. Isto chamado de
gerenciamento por projetos (PRADO, 2004).
A gesto por projetos tem por objetivo determinar as melhores condies para
implantao de uma inovao, seja tecnolgica, contabilstica ou social. Em vez da passagem
da inovao em sua causa pela hierarquia, ela diretamente confiada a uma equipe autnoma
(RAYNAL, 1996).
24
A adoo das empresas pelo gerenciamento por projetos deve-se ao fato que ela
focaliza os resultados, permite o emprego dos recursos, usa equipes multidisciplinares e
promove envolvimento e desenvolvimento profissional dos participantes (VALERIANO,
2001).
Neste contexto, entende-se que o gerenciamento por projetos leva em considerao a
organizao como um todo, promovendo o desenvolvimento de todos os envolvidos com
projeto.
25
tradicional procura saber como tornar um projeto mais eficaz e eficiente, j o gerenciamento
por projetos procura saber como tornar o negcio mais adaptvel e lucrativo em um ambiente
de mltiplos projetos, que muda rapidamente. Estes conceitos se complementam e trabalham
juntos para maximizar a produtividade e a eficcia da organizao.
Gerenciamento de Projetos
O PMI (Project Management Institute) uma organizao sem fins lucrativos que foi
estabelecida em 1969, na Filadlfia, Pensilvnia EUA, e trabalha na promoo de padres e
ticas nos assuntos relacionados ao gerenciamento de projetos, disponibilizando publicaes,
treinamentos, seminrios e faculdades para propagar o assunto. Desde ento esta entidade
vem absorvendo um nmero de associados significativo que cada vez mais colaboram para
que seja reconhecida mundialmente pelas prticas que so desenvolvidas e oferecidas para as
organizaes no que concerne gesto de projetos (PMI, 2010).
Na dcada de 90 o nmero de associados crescia cerca de 20% ao ano. O PMI lanou
o Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide), que um guia que
26
Todo projeto pode ser dividido em fases que so desenvolvidas pela empresa para terse um controle total dos recursos gastos para atingir as metas estabelecidas. Estas fases so
chamadas de ciclo de vida do projeto, que contm uma srie de passos principais do processo
de contextualizar, desenhar, desenvolver e colocar em operao uma necessidade do projeto
(VARGAS, 2000).
As fases e ciclo de vida do projeto descrevem como ser concludo o trabalho
associado ao produto do projeto. Para que seja reconhecido o trmino de cada fase de um
projeto necessria a apresentao de uma entrega que marca o final da etapa. A entrega
27
tudo o que deve ser produzido para que a fase ou o prprio projeto sejam encerrados
(HELDMAN, 2006).
O Ciclo de vida do projeto consiste nas fases do mesmo que, geralmente, so
sequenciais e seu nmero determinado pelas necessidades de gerenciamento e controle das
organizaes envolvidas. O ciclo de vida pode ser definido ou moldado de acordo com
aspectos exclusivos da organizao, oferece uma estrutura bsica para o gerenciamento do
projeto e dividido em quatro fases principais: Incio, organizao e preparao, execuo e
encerramento (PMBOK, 2008).
De acordo com o PMI, so as pessoas ou organizaes que tm algum interesse envolvido nos projetos,
podem ser: clientes, contratados, fornecedores, gerentes e equipe do projeto. Estes devem ser identificados
no incio do projeto.
28
permanea em sincronia com os objetivos. Assim, este processo tem por objetivo
fazer com que as atividades planejadas aconteam.
Monitoramento e Controle: Analisa a avaliao de desempenho para verificar se o
projeto est sendo realizado de acordo com o planejamento. Se forem identificadas
variaes, aplicam-se aes corretivas necessrias para atender os objetivos do
projeto.
Encerramento: Formaliza e documenta o trmino das atividades de uma fase ou do
projeto em si, assim que os objetivos so atingidos.
Processos de
Iniciao
Processos de
Planejamento
Processos de
Execuo
Processos de
Controle
Processos de
Finalizao
29
Gerenciamento da
INTEGRAO
Gerenciamento do
ESCOPO
Gerenciamento do
TEMPO
Gerenciamento do
CUSTO
Gerenciamento da
QUALIDADE
Gerenciamento da
COMUNICAO
Gerenciamento dos
RISCOS
Gerenciamento de
RECURSOS
HUMANOS
Gerenciamento da
AQUISIO
Integrao do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Iniciao. o processo de
Desenvolver o termo de desenvolvimento de um documento que formaliza a autorizao de um
abertura do projeto
projeto o uma fase, bem como documentao dos requisitos iniciais que
satisfaam as necessidades e expectativas das partes interessadas
Faz parte do grupo de processos de Iniciao.
Desenvolver o plano de
o processo de documentao das aes necessrias para definio,
gerenciamento do projeto
preparao integrao e coordenao de todos os planos auxiliares.
Faz parte do grupo de processos de Execuo. o processo de
Orientar e gerenciar a
realizao do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto
execuo do projeto
para atingir os objetivos do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
Monitorar e controlar o
processo de acompanhamento, reviso e regulao do progresso para
trabalho do projeto
atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de
gerenciamento do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
Realizar o controle
processo que revisa todas as solicitaes de mudana, aprovao e
integrado de mudanas
gerenciamento de mudanas nas entregas, documentos de projeto e
plano de gerenciamento de projeto.
Faz parte do grupo de processos de Encerramento. o processo que
Encerrar o projeto ou fase finaliza todas as atividades de todos os grupos de processos de
gerenciamento do projeto para o trmino formal do projeto ou fase.
Quadro 2: Processos de gerenciamento da integrao do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
30
Escopo do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo que
Coletar os requisitos
define e documenta as necessidades dos interessados para atingir o
objetivo do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo que
Definir o escopo
desenvolve uma descrio detalhada do projeto e do produto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo da
subdiviso das entregas e do trabalho do projeto em componentes
menores e facilmente gerenciveis. A estrutura analtica do projeto
(EAP) uma decomposio hierrquica orientada s entregas do
Criar a EAP
trabalho a ser executado pela equipe para atingir os objetivos do projeto
e criar as entregas requisitadas, sendo que cada nvel descendente da
EAP representa uma definio gradualmente mais detalhada da
definio do trabalho do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
Verificar o escopo
processo que formaliza a aceitao das entregas terminadas do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
processo de monitoramento do progresso do escopo do projeto e do
Controlar o escopo
produto e gerenciamento das mudanas feitas na linha de base do
escopo.
Quadro 3: Processos de gerenciamento do escopo do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
31
Tempo do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Definir as atividades
identificao das aes especficas e serem realizadas para produzir as
entregas do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Sequenciar as atividades identificao e documentao dos relacionamentos entre as atividades
do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Estimar os recursos da
estimativa dos tipos e quantidades de material, pessoas, equipamentos
atividade
ou suprimentos que so necessrios para realizar cada atividade.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Estimar as duraes da
estimativa mais prxima possvel do nmero de perodos de trabalho
atividade
que sero necessrios para finalizar atividades especficas com recursos
estimados.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Desenvolver o
anlise das sequncias das atividades, suas duraes, recursos
cronograma
necessrios e restries do cronograma visando criar o cronograma do
projeto.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
processo de monitoramento do andamento do projeto para atualizao
Controlar o cronograma
do seu progresso e gerenciamento das mudanas feitas na linha base do
cronograma.
Quadro 4: Processos de gerenciamento do tempo do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
Custos do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Estimar os custos
desenvolvimento de uma estimativa de custos dos recursos monetrios
necessrios para terminar as atividades do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Determinar o oramento agregao dos custos estimados de atividades individuais ou pacotes de
trabalho para estabelecer uma linha de base autorizada dos custos.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
processo de monitoramento do andamento do projeto para atualizao
Controlar os custos
do seu oramento e gerenciamento das mudanas feitas na linha de base
dos custos.
Quadro 5: Processos de gerenciamento dos custos do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
32
Qualidade do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
identificao dos requisitos e/ou dos padres de qualidade do projeto e
Planejar a qualidade
do produto, assim como documenta de que modo o projeto demonstrar
a conformidade.
Faz parte do grupo de processos de Execuo. o processo de auditoria
Realizar a garantia da
dos requisitos de qualidade e dos resultados das medies de controle
qualidade
de qualidade para garantir que sejam usados os padres de qualidade e
as definies operacionais apropriadas.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
Realizar o controle da
processo de monitoramento e registro dos resultados da execuo das
qualidade
atividades de qualidade para que se avalie o desempenho e se
recomende as mudanas necessrias.
Quadro 6: Processos de gerenciamento da qualidade do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
33
Comunicao do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
identificao de todas as pessoas ou organizaes que podem ser
Identificar as partes
afetadas pelo projeto e de documentar das informaes relevantes
interessadas
relacionadas aos seus interesses, envolvimento e impacto no sucesso do
projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Planejar as comunicaes determinar as necessidades de informao das partes interessadas no
projeto e definio de uma abordagem eficaz de comunicao.
Faz parte do grupo de processos de Execuo. o processo de
Distribuir as informaes disponibilizar as informaes necessrias s partes interessadas no
projeto, de acordo com o planejado.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
Gerenciar as expectativas processo de comunicao e interao com as partes interessadas a fim
das partes interessadas
de atender s suas necessidades e solucionar as questes medida que
ocorrerem.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
Reportar o desempenho
processo de coleta e distribuio de informaes sobre o desempenho,
incluindo relatrios de andamento, medies do progresso e previses.
Tabela 8: Processos de gerenciamento da comunicao no projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
34
Riscos do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo que
Planejar o gerenciamento
define como conduzir as atividades de gerenciamento dos riscos de um
dos riscos
projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo que
Identificar os Riscos
determina os riscos que podem afetar o projeto e documenta suas
caractersticas.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Realizar a anlise
priorizao dos riscos para anlise ou ao adicional atravs da
qualitativa dos riscos
avaliao e combinao de sua probabilidade de ocorrncia e impacto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo de
Realizar a anlise
analisar numericamente o efeito dos riscos identificados, nos objetivos
quantitativa dos riscos
gerais do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo para o
Planejar as respostas aos
desenvolvimento de opes e aes que proponham o aumento das
riscos
oportunidades e reduzem as ameaas aos objetivos do projeto.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
processo de implementao de planos de respostas aos riscos,
Monitorar e controlar os
acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos
riscos
residuais, identificao de novos riscos e avaliao da eficcia dos
processos de tratamento dos riscos durante todo o projeto.
Quadro 9: Processos de gerenciamento dos riscos do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
Aquisies do projeto
Processos
Descrio Resumida
Faz parte do grupo de processos de Planejamento. o processo que
Planejar as aquisies
documenta as decises de compras do projeto, especificando a
abordagem e identificando fornecedores em potencial.
Faz parte do grupo de processos de Execuo. o processo de
Realizar as aquisies
obteno de respostas de fornecedores, seleo de um fornecedor e
adjudicao de um contrato.
Faz parte do grupo de processos de Monitoramento e Controle. o
processo de gerenciamento das relaes de aquisio, monitorando o
Administrar as aquisies
desempenho do contrato e realizao de mudanas e correes
conforme necessrio.
Faz parte do grupo de processos de Encerramento. o processo que
Encerrar as aquisies
finaliza todas as aquisies do projeto.
Quadro 10: Processos de gerenciamento de aquisies do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes do PMBOK (2008).
35
36
tendncia que eles tm em focar-se apenas aos aspectos tcnicos do projeto, ignorando de
outros aspectos do gerenciamento de projetos (VARGAS, 2000).
Kerzner (2002) refora que as habilidades do gerente de projetos devem ser mais do
que tcnicas ao ressaltar que estas eram importantes na gesto de projetos tradicional, mas que
a moderna gesto de projetos requer habilidades mais apuradas quanto ao conhecimento do
negcio, ao gerenciamento de riscos e a capacidade de integrao.
O PMBOK (2008) apresenta que, alm da importncia das habilidades, o gerente de
projetos deve obter outras trs caractersticas: conhecimento, desempenho e pessoal, que so
apresentados no quadro 11:
Conhecimento
37
Apresentam-se aqui alguns conceitos sobre as organizaes sem fins lucrativos, que
propiciam um entendimento em relao funcionalidade e a importncia de seus papis nos
setores em que atuam.
Para que uma entidade seja legitimada, precisa ter seus estatutos aprovados por uma
assemblia geral, registradas em Cartrio de Registro Civil de Pessoas Jurdicas e publicados
no Dirio Oficial do Estado onde estiver operando. As entidades podem ser empresariais, de
empregados, de profissionais e de diversas categorias, com a finalidade de cuidar de assuntos
especficos de um determinado setor, seja no mbito cultural, educacional, assistencial, entre
outros, os quais devem estar citados nos estatutos (COSTA, 1999).
De acordo com Hudson (1999, p. 8) o setor sem fins lucrativos um termo oriundo
dos EUA e que inclui universidades e hospitais sem fins lucrativos, sindicatos, associaes
profissionais e outras organizaes que podem dar lucro, mas no o distribui. Neste contexto,
pode-se dizer que atualmente existem diversas entidades que defendem interesses de empresas
(associaes), de pessoas (sindicatos), de causas sociais (ONGs) e buscam o desenvolvimento
de um setor.
As organizaes sem fins lucrativos existem em todo lugar do mundo com o intuito de
contribuir com servios que beneficiem a sociedade e que proporcione ambiente mais
saudvel, humanitrio e cultural para melhorar o mundo em que vivem (HUDSON, 1999).
Melo Neto (1999), afirma que as organizaes sem fins lucrativos fazem parte do que
chamado o Terceiro Setor, e este tem sido a soluo para diminuio da pobreza no
Brasil, cujas aes so voltadas principalmente para o campo social. Muitas destas aes
partem das empresas que atuam de forma inovadora, tendo um impacto positivo na sociedade.
De forma resumida, a seguinte meno complementa os demais conceitos:
38
39
trabalhos para capacitao dos profissionais do terceiro setor, atravs de cursos e seminrios
gratuitos como: Capacitao em Gerenciamento de Projetos no Terceiro Setor; Seminrio de
Gerenciamento de Projetos no Terceiro Setor; Pesquisa de Maturidade em Gerenciamento de
Projetos no Terceiro Setor e a Cartilha de Gerenciamento de Projetos no Terceiro Setor
(METODOLOGIA..., 2008).
A metodologia ajustada para o gerenciamento de projetos no Terceiro Setor prope
cinco etapas que compem o gerenciamento de um projeto, que so descritas no quadro 12:
Etapas
Descrio Resumida
Prev o gerenciamento das nove reas de conhecimento (escopo,
tempo, custo, qualidade, risco, aquisies, recursos humanos,
Proposta de Projeto
comunicaes, e integrao). Quanto mais completo o planejamento,
maior ser a qualidade e integridade da proposta.
Concluda a proposta de projeto, possvel captar recursos de modo a
Captao de Recursos
viabiliz-lo. A proposta bem completa tem maior probabilidade de
sucesso nesta etapa.
Com os recursos disponveis, deve-se formalizar e comunicar o incio
Realizao do Projeto
da execuo do projeto e detalhar o planejamento. O projeto deve ser
gerenciado nesta etapa.
a realizao do acompanhamento, medio e avaliao do
Monitoramento e
desempenho do projeto e controle de mudanas. nesta fase que
Controle do Projeto
podero ser propostas aes corretivas ou preventivas, caso necessrio.
Nesta etapa deve ser gerado um relatrio de avaliao dos resultados,
comparando com o que foi previsto inicialmente. Os documentos
Encerramento do Projeto gerados so finalizados e devem ser arquivados. Os envolvidos devem
ser comunicados do encerramento do projeto. Deve ser feito um
registro das lies aprendidas.
Quadro 12: Etapas gerenciamento de projetos no terceiro setor.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes da Metodologia... (2008).
40
41
Proposta de Projeto
Processos
Descrio Resumida
Identificar o Objetivo
Gerar uma relao das partes envolvidas. Esta relao tambm servir
Geral e as Partes
de referncia para o planejamento das comunicaes. O objetivo geral
Envolvidas
o benefcio que o projeto trar. PARA QU? PARA QUEM?
So os objetivos a serem alcanados, especificamente para o pblico
Definir os Objetivos
alvo. Os resultados so definidos para ter claro aonde se quer chegar; o
Especficos e Resultados
que se quer atingir.
Escopo a soma dos produtos, servios e resultados a serem fornecidos
Planejar o Escopo
na forma de projeto. necessrio realizar a descrio do escopo; A
Estrutura Analtica do Projeto (EAP)
O documento que representa o planejamento do tempo em um projeto
Planejar o Tempo de
o cronograma. Este deve apresentar a data planejada para o incio e fim
Execuo
de cada atividade.
Aqui, se identifica o perfil dos recursos humanos necessrios para o
Planejar os Recursos
desenvolvimento do projeto. Define a forma de contratar ou mobilizar
Humanos
estes recursos. Tambm se deve definir a matriz de responsabilidades
para os profissionais do projeto e fazer o organograma do projeto.
Planejar como ser realizada a gerao, a coleta, o armazenamento e o
controle das informaes do projeto e, tambm, a distribuio por
Planejar as Comunicaes
meios adequados. interessante que se faa um mapa das
comunicaes.
Aqui se faz um mapa das aquisies, que um documento que indica a
Planejar as
relao de aquisies de bens e servios para atender ao projeto,
Aquisies/Doaes
adequando a contratao ao cronograma.
Planejar as Respostas aos O processo tem trs etapas: Identificar os riscos, analisar os riscos e
Riscos
planejar respostas aos riscos.
Incluir as necessidades para garantir e controlar a qualidade do projeto.
Planejar a Qualidade
Aqui, so estabelecidas as atividades que devero ser conduzidas e a
sua periodicidade.
importante saber quanto o projeto custar. Aqui, realizado o
Planejar os Custos
oramento do projeto, que deve conter todas as despesas referente ao
mesmo.
O plano de projeto um documento que guia a execuo do projeto;
Consolidar o Plano do
documenta as premissas relacionadas ao planejamento; documenta as
Projeto
decises do planejamento em relao s alternativas escolhidas; define
revises gerenciais importantes do contedo, extenso e cronograma.
Justificar a necessidade do projeto; pblico alvo; que servios sero
Redigir a Proposta de
gerados pelo projeto; necessidade de mo de obra, delegao das
Projeto
funes; deve-se descrever como e nde ser feito o trabalho; em que
perodo e qual o oramento.
Quadro 13: Etapa proposta de projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes da Metodologia... (2008).
Aps a etapa de proposta de projeto, a etapa de captao de recursos tem por objetivo
viabilizar o projeto. O quadro 14 apresenta os processos desta etapa.
42
Captao de Recursos
Processos
Descrio Resumida
Deve ser designado um responsvel, com habilidades para planejar a
captao de recursos. Importante realizar reunies para alinhamento
Planejar a Captao de
com a equipe. Deve-se obter o diagnstico oramentrio da instituio
Recursos
para saber o recurso disponvel. necessrio elaborar um contrato e um
plano para captar recursos. importante que se elabore, tambm, o
cronograma de captao.
Realizar a Captao de
Aqui, se executa o plano de Captao, conforme o escopo da captao e
Recursos
monitorar e controlar a mesma.
Assinar acordos com
Deve-se desenvolver ou adequar documentos para formalizao de
Investidores
investimento. Os documentos devem ser assinados pelas partes.
Quadro 14: Etapa captao de recursos.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes da Metodologia... (2008).
Realizao do Projeto
Processos
Descrio Resumida
Processo que autoriza formalmente o incio de um projeto. Deve-se
Autorizar o Incio do
emitir o termo de abertura e processos administrativos; Marcar reunio
Projeto
para formalizar abertura do projeto.
Aqui realizado o detalhamento do planejamento: Plano inicial,
modificaes realizadas nas propostas devido as negociaes;
Detalhar o Planejamento detalhamento das atividades, seleo de recursos humanos; novos
do Projeto
riscos associadas ao escopo do projeto. Detalhar o escopo, o tempo de
execuo, definir recursos humanos, detalhar comunicaes e
aquisies, respostas aos riscos, detalhar a qualidade e os custos.
Este processo consiste em fazer acontecer o que est previsto no plano
Gerenciar a Execuo do
do projeto detalhado, ou seja, a gerao do escopo do projeto, de forma
Projeto
coordenada, com recursos otimizados e com qualidade prevista.
Quadro 15: Etapa realizao do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes da Metodologia... (2008).
A etapa de monitoramento e controle onde ocorre o acompanhamento, medio e avaliao
do desempenho do projeto e controle de mudanas. nesta fase que podero ser propostas aes
corretivas ou preventivas. O quadro 16 apresenta os processos desta etapa.
43
Por fim, a etapa de encerramento do projeto, prev que seja gerado um relatrio de
avaliao dos resultados, realizando um comparativo com o que foi previsto no incio do projeto. Os
documentos gerados so finalizados e devem ser arquivados. As partes envolvidas devem ser
comunicadas do encerramento do projeto. nesta fase que deve ser feito um registro das lies
aprendidas. O quadro 17 apresenta os processos desta etapa.
Encerramento do Projeto
Processos
Descrio Resumida
Aqui, devem ser avaliadas as partes interessadas quanto satisfao
Avaliar os Resultados do com o projeto. Um bom encerramento do projeto reflete numa boa
Projeto
imagem da organizao. Nesta etapa devem ser avaliados os
indicadores previamente definidos.
Nesta fase, devem ser encerrados os contratos e importante
documentar as lies aprendidas. Aps, dever ser realizado o relatrio
Encerrar o Projeto
final, desmobilizar a equipe e emitir o termo de encerramento do
projeto.
Quadro 17: Etapa encerramento do projeto.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes da Metodologia... (2008).
44
3 MTODOS E PROCEDIMENTOS
45
46
Funo
Nome no Estudo
Gestor de Projetos
GP1
Gestora de Projetos
GP2
Gestor de Projetos
GP3
Gestor do Escritrio de Projetos GEP
Gestora de Programas
GPROG
Diretor Tcnico
DTEC
Empresrio de MPE
CLIENTE
Fonte: Dados da pesquisa.
Tempo no SEBRAE/RS
05 anos
07 anos
14 anos
13 anos
08 anos
01 ano
Tempo na Funo
05 anos
10 meses
04 anos
01 ano
04 anos
01 ano
Para realizao das entrevistas semi-estruturadas foi utilizado um roteiro bsico para
ser aplicado aos profissionais do SEBRAE/RS. Foram identificadas quatro funes chaves,
descritas na tabela 1, e foram aplicadas seis entrevistas. Tambm, foi aplicada uma entrevista
para o cliente da organizao. A mdia de 13 perguntas por entrevista enriqueceu o material
para posterior anlise dos dados. As entrevistas foram gravadas e totalizaram 5 horas e 47
minutos de durao, resultando no tempo mdio de 47 minutos cada entrevista.
47
48
49
4.1.1 O SEBRAE/RS
projetos
setoriais
(SEBRAE/RS,
2010).
Estes
projetos
ampliaram
50
Projetos
Descrio Resumida
Executados diretamente Junto ao pblico-alvo do SEBRAE ou
Finalsticos
parceiros.
Relacionado ao desenvolvimento e disseminao de produtos e
Conhecimentos e Tecnologia
metodologias.
Executados diretamente junto parceiros institucionais, visando
Articulao Institucional
potencializar a atuao do SEBRAE e melhorar o ambiente das
MPEs.
As atividades so padronizadas e contemplam aes direta ou
Suporte Negcios
indiretamente vinculadas a apoiar a atuao Finalstica, de
Conhecimento e Tecnologias e de Articulao Institucional.
Relacionados s funes corporativas do SEBRAE: planejamento,
recursos humanos, administrao, finanas, marketing, comunicao,
Gesto Interna
tecnologia da informao, gesto oramentria auditoria e assessoria
jurdica.
Quadro 19: Classificao dos projetos do SEBRAE/RS.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes disponibilizadas atravs da intranet
do SEBRAE/RS.
51
confeces,
mquinas
equipamentos,
tecnologia
da
informao,
52
Caixa
Rio grande do Sul
Servios
do
Rio
Econmica
FEDERASUL - Federao das Associaes
Grande do Sul
Federal
Comerciais e de Servios do Rio Grande do Sul
FECOMRCIO
FCDL - Federao das Cmaras de Dirigentes
Federao do
lojistas
Comrcio de
FIERGS - Federao das Indstrias do Estado do
Bens e Servios
Rio Grande do Sul
do Estado do Rio
FECOMRCIO - Federao do Comrcio de Bens
Grande do Sul
e Servios do Estado do Rio Grande do Sul
FAPERGS - Fundao de Amparo Pesquisa do
Rio Grande do Sul
SEDAI - Secretaria do Desenvolvimento e dos
Assuntos Internacionais
SEBRAE - Servio de Apoio s Micro e Pequenas
Empresas
SENAI/RS - Servio Nacional de Aprendizagem
Industrial
SENAR/RS - Servio Nacional de Aprendizagem
Rural
Quadro 20: Composio dos Conselhos Deliberativo Estadual e Fiscal do SEBRAE/RS.
Fonte: Elaborado pela autora com base nas informaes disponibilizadas atravs da Intranet
do SEBRAE/RS.
53
54
55
iniciou-se no ano de 2008, quando os gestores receberam treinamentos em PMO, mas foi no
ano de 2009, com a posse do diretor Marco Kappel, que formalmente comearam os trabalhos
para consolidar o escritrio. Nota-se o reconhecimento dos gestores de que a metodologia de
projetos do SEBRAE/RS, com base nas melhores prticas do PMI, consolidou-se com a posse
da nova diretoria, no ano de 2009.
Percebe-se que as boas prticas do PMI so reconhecidas pelos profissionais de
gerenciamento de projetos setoriais do SEBRAE/RS. Tais prticas oportunizam o
entendimento de um conjunto de atividades com sequenciamento e cronograma, oramentos
mais consistentes e indicadores que devem ser controlados, promovendo maior qualificao
da gesto de projetos da organizao e facilitando o trabalho do gestor (GP1, 2010).
Da mesma forma, uma das gestoras de projetos reconhece que a padronizao
oferecida organizao com a utilizao destas boas prticas, faz com que o SEBRAE/RS
obtenha uma nica forma de trabalho, facilitando o entendimento de todos os envolvidos nos
projetos. Alm disso, um grande benefcio para o gerente de projetos nas suas tarefas do dia
a dia (GP2, 2010).
O gestor do escritrio de projetos concorda com os gestores ao relatar que, atualmente,
existe uma clara definio das atividades que devem ser realizadas para gerenciar os projetos
da organizao, bem como uma definio dos objetivos, pblico alvo, foco estratgico e os
resultados que se deseja atingir. Ainda, de acordo com o gestor do escritrio de projetos, [...]
se no fosse o gerenciamento de projetos, no sei se teramos esta viso (GEP, 2010).
relevante comentar que, para as empresas participantes dos projetos setoriais do
SEBRAE/RS, importante que se tenha uma metodologia que defina os objetivos do projeto e
os indicadores para mensurar os resultados. De acordo com Cliente (2010) A organizao
que tenha uma sistemtica para cobrar e avaliar o andamento do projeto obtm os resultados
com mais velocidade e isto est sendo percebido no SEBRAE/RS.
Verifica-se que h uma sinergia entre as diversas percepes dos profissionais do
SEBRAE/RS, sobre os benefcios adquiridos para o gerenciamento de projetos atravs de uma
metodologia que organize e padronize as atividades da organizao, como o PMI.
A partir de 2009, com a posse da nova diretoria do SEBRAE/RS, iniciaram-se as
avaliaes para definir as prticas de gerenciamento de projetos que seriam adaptadas
organizao. Conforme o diretor tcnico: Neste ltimo ano estamos criando uma norma
SEBRAE/RS de gerenciamento de projetos que contempla uma srie conceitos do PMI, mas
estamos procurando fazer isso adaptando ao que j existe no SIGEOR. Para isso, foi
necessrio um estudo das prticas do PMI, para entender o que poderia ser alinhado ao que j
56
Planejamento
Processos
1. Desenvolver o termo de abertura do projeto.
2.
3.
4.
5.
6.
Para cada um destes processos esto sendo criados padres de documentos, que
devero ser utilizados pelos gestores para o gerenciamento dos projetos no SEBRAE/RS.
De acordo com a gestora de programas:
Todo ano inicia-se o ciclo de planejamento para novos projetos. Ento, fazemos um
estudo dentro de um determinado setor, onde se analisa nmero de empresas,
empregados, PIB do setor, etc. Estas anlises so realizadas para sugerir uma
carteira. Aps, enviamos estas sugestes de carteiras para as regionais, e as
mesmas avaliam questes mais locais e chegamos a uma validao entre estes
pontos (GPROG, 2010).
57
anlise das partes interessadas, declarao de escopo, EAP, cronograma e oramento, que
fazem parte dos processos de planejamento de projetos (GEP, 2010).
Na avaliao de um dos gestores de projetos:
Isto reforado pela gestora de projetos, ao relatar que [...] muito positivo ter uma
padronizao nos processos, porque sem esta metodologia cada um gerenciava do jeito que
achava melhor ou imaginava que era certo (GP2, 2010). O termo de abertura j um
processo que est sendo realizado por todos os gestores do SEBRAE/RS. Isto implica em ter
um modelo padronizado que todos devero us-lo, conforme relata um dos gestores de
projetos [...] hoje o termo de abertura padronizado, temos que fazer uma contextualizao
do projeto para posterior validao de novos projetos (GP3, 2010). Nota-se que os gestores
reconhecem a consolidao deste processo no gerenciamento de projetos do SEBRAE/RS, e
concordam que importante, conforme diz o gestor do escritrio de projetos [...]
inicialmente tivemos certa resistncia, um documento a mais para ser preenchido, mas a
gente v que importante e, aos poucos, o pessoal est entendendo esta importncia e
adotando. O termo de abertura de projetos contempla uma srie de informaes que iniciam
pela justificativa do projeto, definies dos objetivos, indicadores, as metas que definem as
aes e as entregas, conforme relata um gestor de projetos [...] no termo de abertura
precisamos descrever o que o projeto, como vai funcionar e para quem est direcionado
(GP3, 2010).
Em relao s entregas, para o GP1 (2010), [...] uma linguagem que j est sendo
muito utilizada, no SEBRAE/RS, onde temos que definir o que vamos entregar para o cliente
ou para os parceiros. Entende-se que os clientes e os parceiros percebem o profissionalismo
do SEBRAE/RS em preocupar-se com as entregas e com a qualidade das mesmas. Conforme
afirmao do GP1 (2010) [...] apresentamos um plano de gerenciamento para os cliente e
parceiros e os mesmos perceberam que estvamos nos preocupando com as entregas e com o
controle da qualidade; e, para quem est investindo tempo e recurso, assinando como
entidade apoiadora, enxerga isso como muito profissional. Esta afirmao validada pelo
58
cliente do SEBRAE/RS, ao mencionar que [...] nesta nfase moderna das empresas, onde a
gente no tem muito tempo livre, importante que, ao participarmos das reunies, o projeto
j esteja bem estruturado, com a definio dos resultados que se quer atingir, para que
possamos validar o mais breve possvel (CLIENTE, 2010).
Atualmente, os gestores do SEBRAE/RS devem tambm fazer um cronograma para
todos os projetos. Conforme o gestor do escritrio de projetos, [...] esta foi uma exigncia da
diretoria. Para um dos gestores de projetos, [...] a questo de gerenciamento de
cronograma est se consolidando muito bem; a estrutura analtica j est bem clara na casa
e o detalhamento do plano de trabalho e das entregas j avanou bastante (GP1, 2010). O
gestor do escritrio de projetos complementa: a partir do momento que todos os gestores
passarem a utilizar estes processos, vai fazer parte do dia a dia deles, e tero um ganho
muito grande em relao ao cumprimento dos prazos e o oramento. Neste contexto,
percebe-se que a utilizao destes processos j est bem estruturada, e todos sabem da
existncia das prticas que esto sendo exigidas pela diretoria da organizao para o
gerenciamento dos projetos.
Dentre os processos apresentados, existem ainda os processos de execuo que so: o
plano de comunicao e o gerenciamento e mobilizao das partes interessadas. Para o GP1
(2010), [...] sem dvida fundamental um plano de comunicao bem feito, pois temos que
comunicar o que est sendo realizado e o que o projeto est trazendo, para que os prprios
parceiros e as empresas se comprometam mais. Isto mostra que a partir do plano de
comunicao, o SEBRAE/RS est buscando mobilizar as partes interessadas, os chamados
stakeholders pelo PMI, para que participem efetivamente das decises a serem tomadas nas
aes dos projetos. O gestor de projetos complementa: [...] pra ns o que marcou bastante
foi a possibilidade de ver que existe como fazer um plano e como gerenciar esta
comunicao, para termos maior engajamento das partes interessadas (GP1, 2010). O
gestor do escritrio de projetos afirma que a mobilizao das partes interessadas um dos
principais processos que temos hoje, de fazer com que as partes interessadas assinem um
termo de adeso, por exemplo, o que antes no se fazia (GEP, 2010). Esta afirmao
confirmada pelo diretor tcnico ao discorrer que:
[...] nos nossos projetos isso muito importante, s vezes mais importante do que
numa indstria, pois l o chefe define e direciona e a equipe baixa a cabea e vai
embora. J em um projeto setorial a gente tem que negociar com a comunidade,
logo, tem uma reunio em um parceiro e, ento, os projetos dependem de uma
interao muito grande do SEBRAE/RS com vrios agentes. Se o SEBRAE no
59
consegue orquestrar com sindicatos, prefeituras, entidades de classe, ele no
consegue fazer bons projetos, porque at mesmo as empresas ficam um tanto
desconfiadas (DTEC, 2010).
60
Percebe-se que este processo tem uma funo importante de informar diretoria, e s
partes interessadas, que sero promovidas mudanas nos projetos, caso seja identificada a
necessidade, mudanas essas que devero ser previamente validadas atravs de uma
justificativa.
O diretor tcnico relata que [...] em cima do que o SIGEOR, estamos inserindo
vrias coisas do PMI, mas eu diria que so 30% ainda, temos um caminho enorme pela
frente. Nota-se a preocupao de que, para isso, necessrio que a organizao tenha bem
consolidado o contedo de escopo do projeto, um cronograma bem estruturado, oramento
tanto fsico quanto financeiro, alm da anlise das partes envolvidas. De acordo com DTEC
(2010), [...] no estamos entrando ainda na parte de riscos, de qualidade e gesto das
aquisies, por exemplo, e eu acho que no d para entrar nisso enquanto no tivermos mais
slida essas questes do escopo, custos, prazos e comunicao. Assim, os treze processos
que foram elencados pelo SEBRAE/RS, suprem uma necessidade imediata, mas ainda v-se
necessria a integrao de novos processos ao gerenciamento de projetos da organizao. O
tpico 4.5, adiante, abordar estas questes.
61
O diretor tcnico exemplifica: [...] temos no setor financeiro uma srie de rotinas em
que queremos execut-las, dentro dos conceitos usuais de projetos, como: eu quero ter um
cronograma associado a estas aes, quero ter um oramento associado, etc. (DTEC,
2010).
De acordo com o diretor tcnico, tanto o SEBRAE Nacional quanto o SEBRAE/RS,
no diferenciam e no praticam a questo de gerenciamento por projetos, [...] eu posso dizer
que o gerenciamento por projetos um grau de maturidade de uma instituio que j est
com o gerenciamento de projetos bem consolidado (DTEC, 2010).
O prximo item apresenta mais detalhadamente as diferenas e semelhanas entre
projetos empresariais e projetos de desenvolvimento setorial.
62
[...] existe uma potencialidade que tu nem imaginas, algo que tu poderias
implementar dentro da tua empresa que, muitas vezes, tu nem sabes que existe. Se tu
fazes parte de um projeto setorial, comea a ter outras percepes, outras vises e
passa a perceber possibilidades que nem tinha imaginado (GP2, 2010).
[...] a grande diferena que se tem uma facilidade muito grande no setorial para
as demandas que a gente no tem a expertise ainda. O que eu quero dizer que
voc pode comear um projeto pelo SEBRAE/RS e aps obter o conhecimento e ter
a expertise, voc acaba levando isso para dentro da empresa. Individualmente
acredito que seja mais difcil para as pequenas empresas desenvolverem algumas
coisas por si mesmas, acho que a troca de informaes no grupo, sobre as
facilidades e dificuldades em algumas coisas contribui para melhorarmos nossos
negcios. Hoje j sabemos coisas que antes no tnhamos noo (CLIENTE, 2010).
[...] os projetos setoriais permitem uma margem um pouco maior de risco, porque
no interferem diretamente no sucesso de um negcio. At porque existe um grupo
63
de empresas e, logo, algum projeto que no for to bem sucedido rateado e
dividido entre todos. J em um projeto empresarial voc no tem muito espao para
assumir um risco muito grande, pois a empresa que est colocando recurso prprio.
Talvez seja por isso que a gente no trabalha muito bem esta questo da gesto do
risco em projetos setoriais (GP1, 2010).
Outra questo levantada pelo gestor do escritrio de projetos, que uma empresa tem
um controle muito mais rgido de hora/homem, por exemplo, enquanto que a preocupao
maior do SEBRAE/RS, em projetos setoriais, com a execuo das aes e seus resultados. O
gestor do escritrio de projetos complementa: difcil mensurar os resultados de um projeto
que tem por finalidade aumentar o faturamento de um grupo de empresas. J um projeto de
mbito empresarial, poder mensurar seus resultados atravs do aumento de faturamento
consequente da venda do produto. O diretor tcnico do SEBRAE/RS confirma: Eu acho
que num projeto empresarial, todo o investimento que se faz para lanamento de um produto,
tem que ser recuperado por um faturamento da empresa ao longo do perodo, aumento da
participao de mercado, que tambm vai se traduzir no aumento do faturamento. Para o
diretor tcnico, uma empresa tem que ter lucro atravs dos seus projetos, caso contrrio ela
corre o risco de falir. J um projeto setorial trabalha o desenvolvimento de empresas de
determinados setores e isto no traz lucro ou aumenta os recursos do SEBRAE/RS, e sim
aumenta os resultados da empresa que participa. Segue o comentrio do diretor tcnico: Uma
empresa precisa lucrar com os resultados de um projeto, enquanto que ns precisamos fazer
com que o resultado seja apropriado pela empresa que participa do projeto.
Sendo assim, as diferenas entre projetos empresariais e de desenvolvimento setorial
so claramente percebidas. O SEBRAE/RS ainda no trabalha a questo do risco, j nas
empresas isto um fator fortemente considerado quando h uma metodologia de
gerenciamento de projetos bem consolidada. Por ser uma organizao sem fins lucrativos, o
SEBRAE/RS aplica recursos em projetos que desenvolvam determinado setor como um todo,
analisando toda a cadeia envolvida, atravs de aes que promovam a competitividade das
empresas e que os resultados sejam efetivamente registrados.
A interao que h entre as empresas que participam de um projeto setorial, oportuniza
a troca de informaes e possibilitam resultados mais efetivos dos que se trabalhassem
algumas aes sozinhas. Um projeto de desenvolvimento setorial aplica recursos em
atividades coletivas que, ao final, contribuem com o aumento do faturamento das empresas
participantes, enquanto os projetos empresariais, os recursos aplicados tm o objetivo de
maior lucratividade para a prpria empresa.
64
Apesar de ter sido dado um foco maior nas diferenas, entre projetos setoriais e
projetos empresarias, identifica-se algumas semelhanas significativas quanto s prticas de
gerenciamento de projetos. Percebe-se que ambos os projetos necessitam de um escopo bem
detalhado, um cronograma bem estruturado, um plano de qualidade, para que contemple a
avaliao do desempenho do projeto e um bom plano de comunicao, para engajar as partes
interessadas.
Neste contexto, acredita-se que a utilizao das prticas de gerenciamento de projetos,
sugeridas pelo PMI, contribuem para que as organizaes, sejam elas com ou sem fins
lucrativos, organizem e padronizem seus processos para obterem maior controle sobre o
andamento do projeto, com objetivo de cumprirem os prazos estabelecidos, contemplando os
custos e a qualidade planejados. Tambm, nota-se que as diferenas entre os projetos
empresariais e setoriais, apresentam algumas prticas imprescindveis nas empresas, ou seja,
alguns processos so importantes para conduzir um projeto empresarial, enquanto que um
setorial, no sente tanto a diferena em no utiliz-lo, como, por exemplo, a gesto do risco.
Isto no significa que a gesto de riscos no tenha relevncia para um projeto de
desenvolvimento setorial, mas pelo que foi exposto, no um processo de necessidade
imediata.
O prximo tpico abordar as questes sobre as avaliaes dos resultados dos projetos
do SEBRAE/RS, previstas nos processos de monitoramento e controle.
65
[...] cada projeto tem indicadores e metas que esto relacionadas evoluo das
empresas, e estes so medidos mediante uma pesquisa que aplicamos anualmente,
que so as T0, T1 e TFs. contratada uma empresa de pesquisa externa, que pega
o questionrio e contata cada uma das empresas, para buscar aqueles indicadores
(GPROG, 2010).
66
[...] eu vejo os relatrios que esto sendo solicitados, que pedem o que estamos
gerando de empregos; o que est aumentando de faturamento; quantos produtos
novos tem desenvolvido; se existe inovao na empresa e de que tipo : de produto,
processo, gesto. So pontos que esto sendo cobrados e eu acho que tem mesmo
que ser. Isto comeou agora com mais nfase, mas eu no sei se estas informaes
esto chegando e se vai ser feita alguma coisa (CLIENTE, 2010).
Este comentrio sugere uma reflexo sobre a comunicao das partes interessadas,
pois importante que as empresas recebam o retorno de suas avaliaes para que possam
vislumbrar o quanto o projeto agregou para a mesma.
As avaliaes dos projetos so feitas depois de recebidos os resultados das pesquisas
realizadas com as empresas. Um dos gestores de projetos diz que as avaliaes dos projetos
so semestrais e so realizadas junto ao comit gestor do projeto (GP3, 2010). Porm, de
acordo com a gestora de projetos, [...] solicitado que sejam feitas as avaliaes, mas, na
prtica, nem todos os projetos fazem. O correto que a cada seis meses o gestor do projeto,
as entidades, as empresas e o comit gestor se renam para fazer as avaliaes (GP2,
2010). Nota-se que h uma divergncia entre a percepo destes gestores. Ambos tm cincia
da freqncia com que as avaliaes devem ocorrer, mas no se percebe a concordncia de
67
que elas efetivamente acontecem. Isso confirmado pela gestora de programas ao afirmar que
a sistemtica de avaliao, alm das pesquisas, [...] acredito que ainda no esteja bem claro
como a gente faz isso. Entretanto, um dos gestores de projetos diz que Todo ms a gente faz
esta avaliao, baseado em como se est executando e no que est previsto executar para
frente (GP1, 2010). Desta forma, deve haver uma reflexo para adequar um padro para que
as avaliaes sejam realizadas com a mesma frequncia em todos os projetos, em qualquer
unidade do SEBRAE/RS. Esta falta de regularidade acaba fazendo com que cada gestor faa
sua maneira e isso pode ser um motivo pelo qual o cliente do SEBRAE/RS diz no receber
um retorno das pesquisas respondidas. De
acordo
com
gestora
de
programas,
68
aquilo que at ento era assimilado por todos como certo; e voc ter que quebrar
este modelo para comear a fazer de outra forma, gera um pouco de stress (GP3,
2010).
Tudo o que se tenta normatizar ou sistematizar so coisas que, s vezes, tem que
vencer a cultura da empresa. Ento, difcil de fazer em curto prazo. Eu acho que a
resistncia das pessoas se d ao fato de que se eu venho fazendo as coisas de uma
forma, a tendncia que continuem assim, e l pelas tantas vem uma norma onde
diz que agora teremos que fazer a estrutura analtica de todo projeto. Isto vai exigir
algum tempo, vai ter que ser discutido com o grupo (DTEC, 2010).
Neste contexto, percebe-se que, apesar de o diretor tcnico concordar que existe
dificuldade de implantar uma nova metodologia na organizao, os prazos estipulados para
que isso ocorra no SEBRAE/RS so curtos. Na avaliao de um dos gerentes de projetos:
Acredita-se que seja necessria uma avaliao mais acentuada sobre a questo do
tempo ou prazos para se realizarem mudanas na metodologia da organizao. Isto se
confirma pelo que menciona a gestora de projetos [...] as coisas vo acontecendo uma por
cima da outra, assim acaba gerando retrabalho (GP2, 2010).
A falta de uma ferramenta para gerenciar os projetos, se estabelece como uma das
principais dificuldades dos profissionais do SEBRAE/RS. Um dos gerentes de projetos diz:
69
[...] esta ferramenta serve mais para informar os resultados dos projetos do que
para gerenciar. Ela possibilita apresentar o que se fez e o que est sendo feito, mas
para o gerenciamento no dia a dia, no eficiente. Para mim de extrema
importncia que se tenha uma ferramenta para gerenciamento (GP2, 2010).
70
[...] s vezes a parte prtica mais fcil de atender do que a burocrtica que a
organizao nos pede. Um exemplo que tivemos que pegar assinatura em termos
de adeso; depois se teve que reforar com outro documento a ser assinado. Ento
estas coisas quebradas, com objetivos burocrticos acabam explicitando certa
desorganizao da nossa parte (GP3, 2010).
[...] mudanas da estrutura da diretoria, gerentes e tudo mais, que complicou todo o
processo do SEBRAE/RS, e parou tudo. Independente do gestor que vai entrar, por
ser uma entidade pblica privada, tem que ter uma sequncia nos projetos que esto
sendo tocados. O que vemos hoje que entra uma nova diretoria e muda tudo, para
tudo, e altera o trabalho que vinha sendo feito. Isso tem que mudar (CLIENTE,
2010).
71
Problemas Identificados
Problemas
Implicaes
Leva maior tempo para que a organizao consiga
Resistncia dos profissionais do
estruturar e colocar em prtica a metodologia para o
SEBRAE/RS
gerenciamento de projetos.
Gera retrabalho nas atividades que no foram bem
Prazos muito curtos para implementao
planejadas em virtude do curto prazo e a desmotivao
da metodologia
por parte dos profissionais.
Os processos no so bem gerenciados e no oferecem
subsdios para a tomada de decises. Os documentos
Falta de uma ferramenta informatizada
para gerenciamento acabam no sendo padronizados,
para gerenciamento de projetos
pois os profissionais acabam fazendo acompanhamento
em planilhas paralelas.
Os processos no prevem as mudanas nas demandas
Adaptar os processos de gerenciamento
dos clientes. Hoje as empresas precisam de algo, mas
realidade do SEBRAE/RS
amanh pode no ser mais aquilo.
Afeta o incio dos projetos, pois no so iniciados sem
que os documentos estejam assinados, de acordo com as
Burocracia nos processos
metas de atendimento. Da mesma forma, algumas aes
devem passar pela anlise de outros departamentos, o
que atrasa o incio dos trabalhos.
Pode ocasionar a modificao da metodologia que
Mudanas de Diretoria
acabam interrompendo os trabalhos realizados. Isso pode
gerar conflitos com os profissionais e clientes.
Quadro 22: Principais problemas identificados.
Fonte: Elaborado pela autora.
72
Na minha viso o que mais gera impacto com o cliente um bom plano de
comunicao. Para mim, isso fundamental e eu acho que nisso a gente tem que
melhorar muito ainda.
Durante todo o estudo percebe-se que as prticas adotadas pelo SEBRAE/RS prevem
que seja realizado o plano de comunicao. Porm o comentrio do gestor de projetos mostra
que ainda existe certa dificuldade ou inabilidade dos gestores em realizar um plano eficiente.
Assim, a importncia de obterem um padro para isso se faz necessria. Quanto matriz de
responsabilidades, nota-se a importncia de que se sejam definidas as responsabilidades dos
stakeholders para que o gestor tenha subsdios para cobrar maior envolvimento de todos.
De acordo com a gestora de projetos:
73
[...] quando planejar um projeto, antes de definir qualquer coisa, a gente deve
sentar com o Cliente. O que acontece no SEBRAE/RS que tomamos decises,
definimos o que ser trabalhado, sem consultar os Clientes. Ns propomos um
projeto no ano passado e s fomos falar com o cliente no incio deste ano. E quando
a gente conversou com os clientes, percebemos que algumas coisas tinham que ter
sido diferentes, mas o projeto j est proposto e tu tens que fazer acontecer. Ento,
uma melhoria seria, antes de propor os projetos, devemos falar com o empresrio,
com as empresas (GP2, 2010).
Sugiro que a gente adotasse uma ferramenta para gerenciar projetos e programas,
que poderia ser na linha do MS Project, para que a gente conseguisse ter um
melhor aproveitamento e um melhor gerenciamento de tudo o que a gente faz;
porque hoje realmente a gente tem algumas dificuldades justamente por no
gerenciar isso de uma forma bem completa. E, tambm pra que a gente consiga ter
resultados mais apurados para podermos tomar decises. Na medida em que a
gente consiga, por exemplo, colocar um projeto bem detalhado dentro de um
sistema, a gente consegue ter subsdios para tomar decises (GPROG, 2010).
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Acredito que teramos que ter um escritrio de projetos formalizado, e que a gente
realmente consiga implantar todas estas ferramentas. [...] eu acredito que elas vo
contribuir para melhorar a gesto dos projetos e poder ter isso de forma
padronizada e acessvel para todo mundo. Acho que isso trar um grande ganho
para a organizao. Tem uma srie de coisas que a gente no est trabalhando dos
processos como s questes de risco, matriz de responsabilidades. Os setoriais
podero fazer uma avaliao dos projetos atravs destas ferramentas, teremos um
grande ganho de melhor aplicao de recursos. O escritrio tambm poder
controlar melhor a capacitao dos seus gestores (GEP, 2010).
A padronizao boa, mas se for engessada demais pode ser ruim porque a gente
no pode esquecer que estamos trabalhando com empresas e com grupos de pessoas
e no podemos coloc-los na caixinha. [...] existem diferenas de comportamento
das empresas, tem regies mais ativas, outras menos ativas, ento, no podemos
pegar um modelo pronto e implementar ele em qualquer lugar achando que pode
dar certo (GP3, 2010).
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Deve ter um modelo de trabalho e gesto do trabalho de forma que quando mudar
a diretoria tudo aquilo que est sendo feito no seja questionado de forma a parar
tudo para ver como vai ficar, se isso ou aquilo vai ou no ser continuado. lgico
que se tem a necessidade de melhorar e de propor novas aes de gesto para o
SEBRAE, mas desde que no implique em tudo aquilo que estava sendo feito e que
pare (CLIENTE, 2010).
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5 CONSIDERAES FINAIS
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escopo, cronogramas e oramentos bem definidos, para que o tempo e os recursos no corram
o risco de serem desperdiados.
O terceiro objetivo buscou avaliar se as prticas de gerenciamento de projetos
adotadas pelo SEBRAE/RS auxiliam a obteno de melhores resultados nos projetos
gerenciados. Percebeu-se que, em um primeiro momento, os profissionais do SEBRAE/RS
demonstraram certa resistncia s mudanas promovidas pela nova metodologia. Porm, as
prticas acabaram sendo percebidas por todos os entrevistados como importantes no
gerenciamento de projetos, pois contribuem com a padronizao das atividades de toda
organizao e facilitam o trabalho de todos os envolvidos. Os projetos devem prever metas e
indicadores e os resultados so acompanhados durante o projeto, isso faz com que a
organizao tenha conhecimento da aplicao de seus recursos em aes que apresentem
resultados que contribuam com o desenvolvimento das MPEs. Desta forma, entende-se que a
organizao percebe que as prticas de gerenciamento de projetos proporcionam maior
controle da aplicao dos seus recursos e, consequentemente, melhores resultados.
O quarto e ltimo objetivo especfico prope sugestes de melhorias a partir da
identificao de eventuais problemas ou dificuldades nas prticas de gerenciamento de
projetos adotadas pelo SEBRAE/RS. Os entrevistados propuseram algumas melhorias das
quais nove foram elencadas e apresentadas no estudo. Destas, trs podem ser facilmente
aplicadas ao gerenciamento de projetos, pois no implicam em custos significativos para a
organizao. Resumidamente, teriam que ser mobilizados os gestores e adequados alguns
documentos. Seguem algumas consideraes sobre essas sugestes de melhorias:
Melhorar o plano de comunicao e a matriz de responsabilidades seria possvel
atravs de um modelo padro que informasse as diretrizes e as responsabilidades das partes
interessadas. O plano de comunicao poderia contribuir com outra sugesto que est voltada
a conversar com o cliente antes de serem definidas as aes dos projetos, pois necessrio
entender o que o cliente necessita, para que os recursos no sejam desperdiados em projetos
que no traro resultados.
Outra questo importante que os trabalhos se mantenham, independentemente da
troca de diretoria. A criao de um escritrio de projetos deve proporcionar a padronizao da
metodologia de gerenciamento de projetos na organizao, sendo os processos de
gerenciamento mantidos pelos profissionais do escritrio. Assim, a mudana de diretoria no
implicaria em uma mudana de metodologia.
Em relao s demais sugestes, destaca-se a utilizao de uma ferramenta para
gerenciamento de projetos. Acredita-se que isto facilitaria o trabalho dos profissionais do
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SEBRAE/RS e forneceria mais subsdios para a tomada de decises e at mesmo para medir
os resultados dos projetos.
Em suma, considera-se que o estudo atingiu os objetivos propostos. possvel se
afirmar que os processos e prticas recomendadas pelo PMI so aplicveis no gerenciamento
de projetos de desenvolvimento setorial gerenciados por organizaes sem fins lucrativos,
como o caso do SEBRAE/RS. Percebe-se que as prticas adotadas por esta organizao,
proporcionam maior segurana no gerenciamento de projetos e oferecem subsdios para que
os gestores possam mensurar os resultados dos projetos e tomar decises acertadas. Pode-se
dizer, tambm, que a comunicao dos projetos s partes interessadas mais eficaz, pois
realizada atravs de documentos que informam os objetivos e metas dos projetos.
No geral, as informaes coletadas no estudo so teis para a organizao apreciar que
a metodologia de gerenciamento de projetos est trazendo melhorias na conduo de projetos
de desenvolvimento setoriais. Estes resultados podem, ainda, proporcionar ao SEBRAE/RS
um melhor entendimento sobre as dificuldades dos profissionais para que possam adequar
seus processos e aderir s propostas que contribuam com a excelncia ao gerenciamento de
projetos do SEBRAE/RS.
importante se reconhecer, porm, as limitaes identificadas quanto ao mtodo
utilizado para o estudo. O objetivo do estudo foi analisar se os processos e as prticas
recomendadas pelo Project Management Institute (PMI), para o gerenciamento de projetos,
so aplicveis em projetos de desenvolvimento setorial gerenciados por organizaes sem fins
lucrativos. Para isso, foram analisadas as prticas de uma nica instituio, o SEBRAE/RS.
Assim, os resultados obtidos no podem ser automaticamente replicados a todas as
organizaes sem fins lucrativos.
Outra limitao identificada, que o estudo focou as prticas de gerenciamento de
projetos sugeridas pelo PMI. Porm, existem outras metodologias que podem ter novas
interpretaes. Futuras pesquisas podero abordar estas metodologias.
Cita-se o fato de ter sido realizada a entrevista com apenas uma empresa participante
dos projetos do SEBRAE/RS. Ento, as respostas ficam limitadas percepo de um nico
cliente, no podendo ser comparada ou contestada. Assim, recomenda-se um mtodo de
pesquisa survey, para estudos futuros. Tambm no foram analisadas as demais partes
interessadas, o que pode comprometer a viso dos parceiros do SEBRAE/RS quanto s
prticas adotadas.
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REFERNCIAS
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APNDICE
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12. Na sua avaliao, existe facilidade na gesto de projetos utilizando as melhores prticas
do PMI na organizao?
13. O gerenciamento de projetos no SEBRAE/RS informatizado? Explique a importncia
desta ferramenta, na sua avaliao.
14. Existem metas especficas para o gerenciamento de projetos da organizao? Como so
mensurados os resultados dos projetos de cada rea de atuao?
15. So realizados treinamentos internos para os gestores de projetos? Como so estes
treinamentos e como os gestores so avaliados?
16. Na sua avaliao, quais as diferenas entre projetos de desenvolvimento setoriais de
projetos empresariais?
17. Voc entende que a prtica de gerenciamento de projetos o caminho para o bom
andamento dos trabalhos em uma organizao sem fins lucrativos?
18. Que sugestes voc faria, para melhorar o gerenciamento de projetos do SEBRAE/RS?
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Entrevistado:
Cargo:
Tempo na funo atual:
Tempo na Organizao: