Apostila de Engenharia Do Meio Ambiente
Apostila de Engenharia Do Meio Ambiente
Apostila de Engenharia Do Meio Ambiente
F015
Cdigo de
periculosidade
(T)
Os seguintes solventes
halogenados gastos utilizados
em desengraxe:
tetracloetileno, ..........e
fluocarbonos clorados e lamas
provenientes da recuperao
solues exauridas de banhos (R,T)
contenho cianeto provenientes
das operaes de extrao de
metais de minrios.
Sobrenadante de separadores
tipo DAF, nas indstrias de
refinao de petrleo
Slidos da emulso de leo
residual da indstria de
refinao de petrleo
Cdigo de
periculosidade
(T)
(T)
importante frisar que todo material em contato com resduo perigoso fica contaminado
e passa tambm a ser considerado como resduo perigoso.
Qualquer outro resduo que se suponha txico e que no conste nas listagens da norma, dever ter
sua classificao baseada em dados bibliogrficos disponveis.
Resduos classe IIA No inertes: Aqueles que no se enquadram nas classificaes de resduos
de classe I ou classe IIB. Aqueles que podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em gua.
Resduos classe IIB Inertes: Quaisquer resduos amostrados de uma forma representativa,
segundo a NBR 10.007, que submetidos a um contato esttico ou dinmico com gua destilada ou
deionizada, temperatura ambiente, conforme NBR 10.006 (Solubilizao) no tiverem nenhum
de seus constituintes solubilizados a concentraes superiores aos padres de potabilidade de
gua, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor (anexo G).
As decises tcnicas e econmicas em relao a todo o gerenciamento dos resduos slidos
(manuseio, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte e disposio final), devero
estar fundamentadas na classificao dos mesmos. Contudo essa identificao bastante
complexa em determinados casos, e so poucos laboratrios que realizam este servio.
A amostragem do resduo uma operao fundamentalmente importante, como j foi dito
anteriormente existe uma norma a NBR 10007 que orienta sobre a forma de se realizar um
processo de amostragem, porm quanto mais heterogneo o resduo, mais crtica a sua
amostragem.
Realizar uma determinao das caractersticas de resduos que possa ser considerada
representativa no tarefa simples e depende de um bom programa de amostragem e da correta
preparao das amostras.
A ausncia de uma padronizao nos mtodos de determinao das caractersticas fisico-qumicas
e microbiolgicas dificulta a comparao de resultados e , atualmente, um dos problemas da
discusso entre especialistas na rea de resduos.
Tabela 1 Responsabilidade pelo gerenciamento dos
resduos
Origem do resduo
Responsvel
Domiciliar
Prefeitura
Prefeitura
Gerador
Gerador (hospitais, etc)
Gerador (indstrias)
Gerador (portos, etc.)
Gerador (agricultor)
Gerador
resduo
Segundo DALMEIDA ET AL, 2000 (IPT), resduo slido, pode ser classificado como:
ABNT NBR
I Domiciliar aquele originado na vida diria das residncias, constitudos por restos
de 10004:2004
CLASSIFICAO:
alimentos, produtos deteriorados, jornais, garrafas, embalagens em geral, papel higinico, dentre
noalm de alguns resduosTem
outros,
considerados
txicos.
origem
II Comercial aquele originado nos diversos estabelecimentos comerciais e de servios, como
conhecida ?etc. O lixo destes locais tem grande quantidade de papel,
supermercado, lojas, bares, restaurantes
plstico e embalagens diversas.
sim de limpeza pblica urbana, incluindo-se todos os
III Pblico aquele originado dos servios
resduos de varrio das vias pblicas; limpeza das praias; limpeza das galerias, crregos e
terrenos; restos de poda de
rvores,
Consta
nos corpos
anexos de
A animais etc. Inclui-se
sim tambm nessa categoria os
resduos da limpeza de reas de feiras livres, constitudos por restos de vegetais diversos,
ou B?
embalagens etc.
IV Servios de Sade e Hospitalar constituem os resduos spticos, ou seja, aqueles que
contm ou potencialmente podem conter germes patognicos, oriundos de locais como hospitais,
clnicas, laboratrios, farmcias, clnicas veterinrias,
postos de sade etc. Esto tambm nessa
no
categoria os resduos asspticos destes locais, constitudos por papis, restos da preparao de
alimentos, resduos de limpeza gerais e outros materiais.
V - Portos, Aeroportos e Terminais Rodovirios e Ferrovirios constituem-se de materiais de
higiene, asseio pessoal e Tem
restos
de alimentos;de:
caracteristicas
VI Industrial aquele originado nas atividades dos diversos sim
ramos de indstria como a
resduo
perigoso classe I
metalrgica, qumica,Inflamabilidade,
petroqumica, corrosividade,
papeleira, alimentcia etc. O resduo slido
industrial
bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos leos, resduos alcalinos ou cidos,
reatividade, toxicidade ou
plsticos, papis, cermicas etc.
VII Agrcola so resduospatogenicidade?
slidos das atividades agrcolas e da pecuria. Incluem embalagens
de fertilizantes e defensivos agrcolas, raes, restos de colheita etc.
VIII Entulho so os resduos da construo civil, composto por materiais de demolies, restos
de obras, solos de escavaes diversas etc.
no
DAlmeida et al (2000) indica ainda a responsabilidade pelo gerenciamento dos resduos descritos
acima e ilustrados
na Tabela
1:
resduo
no perigoso
classe II
Tabela 1 Responsabilidade pelo gerenciamento dos resduos
Origem do resduo
Responsvel
Domiciliar
Prefeitura
Comercial
Prefeitura1
resduo inerte Classe II B
Possui
constituintes
que
so
Pblico
Prefeiturano
Servios de
Sade
Gerador (hospitais, etc)
solubilizados
em concentraes
Industrial
Gerador (indstrias)
superiores
ao anexoferrovirios
G?
Portos, aeroportos
e terminais
e Gerador (portos, etc.)
rodovirios
Agrcola
Gerador (agricultor)
Entulho
Gerador
1
sim
Medidas preventivas:
Segregao em local adequado para evitar a diluio dos materiais pelas guas de chuva e
que fiquem dispostos ao tempo;
Separao dos resduos entre si, para evitar a contaminao dos menos perigosos com os
outros e para que no ocorram reaes qumicas entre os diferentes materiais.
Medidas corretivas
Cada resduo deve ter o seu gerenciamento desde a fase imediatamente aps a gerao
at a disposio final, de forma a garantir a minimizao de riscos sade pblica e ao
meio a ambiente.
Cabe ao gerador de resduos assumir a responsabilidade de assegurar que empresas terceirizadas,
responsveis pela disposio final, tratamento, compra e reciclagem estejam de acordo com as
normas ambientais vigentes.
Vale salientar que todo o gerenciamento no definitivo, devendo ser reformulado dependendo
das circunstncias e das necessidades do momento.
As relaes entre pases, no que se refere aos problemas ambientais provocados por produtos e
resduos, tm sido objeto de tratados que visam estabelecer novos padres nas relaes
internacionais. Alguns dos tratados atuais que interferem na questo dos resduos so:
Protocolo de Montreal, para controle das substncias que destroem a camada de oznio
A Conveno da Biodiversidade, que regula as condies de acesso a recursos biolgicos
entre os signatrios.
A Conveno da Basilia, que probe a movimentao de resduos perigosos, entre
fronteiras, para pases no participantes da conveno, e estabelece regras para a
movimentao entre os pases signatrios.
Resduos Industriais
Incinerao
Co-processamento
Blend energtico
Outros (land-farming, incorporao
em cermica, estocagem)
O investimento nessa rea muito alto tanto na isntalaao como na operao dos incineradores,
cobrando preo mdio oscilante de R$ 1,50 a R$ 3,00 por kg de resduo incinerado.
RESDUOS PASSVEIS DE INCINERAO
resduos inorgnicos contaminados com leo, gua contaminada com solventes, entre
outros)
resduos ambulatoriais
RESDUOS NO-PASSVEIS
radioativos
VANTAGENS DA INCINERAO
Desvantagens:
custospessoal especializadopossvel emisso de gases txicosmetais pesados (cinzas e
gases)
Legislao
NBR 11.175 (Teste de queima, Padres de emisso: HCl, HF, CO, SOx, NOx e material
particulado, Monitoramento)
Resoluo CONAMA No. 316, 29/10/2002 (Dispe sobre procedimentos e critrios para o
funcionamento de sistemas de tratamento trmico de resduos)
A regulamentao brasileira se baseia na norma NBR 11.175, de dezembro de 1989, de padres
de desempenho de incinerao de resduos perigosos. Na norma, por exemplo, esto os padres
de emisso de HCl , HF, CO, SOx, NOx, e materiais particulados. Tambm define o monitoramento
contnuo, requisitos de operao e orienta a respeito do chamado teste de queima.
No teste de queima, normalmente feito de dois em dois anos, o incinerador opera sob as piores
condies. Se nesse teste a empresa conseguir ter seus padres de emisso dentro dos limites,
em qualquer outra operao ela diretamente estar apta, afirmou o gerente do setor de ar, rudo
e vibraes da Cetesb, Carlos Eduardo Komatsu. O resduo utilizado no teste ser ento de baixo
poder calorfico e com alta emisso de material particulado e dos outros poluentes. Ele dever
provar que consegue aliar o controle de emisses com capacidade de destruio, completa. Caso
passem no teste, realizado tambm quando so ampliados, os incineradores recebem atestado de
eficincia de 99,9999%.
Combusto incompleta
Consumo excessivo de combustvel pelo resduo muito mido, como lixo urbano
Monitoramento
Co-processamento em Cimenteiras
Incinerao
No
pode
halogenados
tratar
alguns
RIP
1450Cclnquer/4-6s)
Pode
tratar
resduos
mais
contaminados (ex:organoclorados)
eficincia
as
na
PLASMA TERMICO
O plasma um gs ionizado, literalmente a matria que forma o Sol e as estrelas. um grande
condutor de eletricidade. Cientistas dizem que no universo mais de 90% da matria estaria sob o
estado de plasma. Plasma conhecido como o quarto estado da matria (slido, lquido, gasoso
e plasma).
Pode-se defini-lo como um gs ionizado constitudo de eletros livres, ons positivos, ons negativos
e tomos neutros (Alves Jr., 2001). No estado de plasma, o gs atinge temperaturas
extremamente elevadas que podem variar de 5.000-50.000 C.
A incinerao por plasma processa vrios tipos de resduos: municipal, industrial, comercial,
agrotxicos, PCBs, os mais perigosos materiais biolgicos infectados, resduos patolgicos,
materiais blicos, munies, armas qumicas e de efeito biolgico, resduos de navios, e uma
infinidade de outros materiais, incluindo resduos nucleares de baixa radiao.
VANTAGENS
Processo com emisso zero, ou ordens de magnitude inferior s exigncias das leis
ambientais;
O resduo convertido/ reciclado em um produto vitrificado, similar a um mineral de
altssima dureza, de aparncia vtrea e negra, denominado obsidiana;
Este produto pode ser reaproveitvel pela sociedade, podendo conter metais de alto valor
a serem posteriormente reciclados/refinados;
Elimina qualquer outra necessidade de tratamento subseqente, estocagem ou disposio
em aterros especiais;
No processo a plasma no so gerados compostos txicos como dioxinas e outros;
O volume de gases muito inferior ao utilizado em outros processos e por isso muito fcil
de ser tratado;
Reduo de volume extremamente elevada, a fraes podendo ser inferiores a 1%;
A partir de ento, surgiram inmeros processos: Dumfries, Windrow, Dano, Frazer-Eweson, Riker,
Jersey, Earp-Thomas, Triga, Kneen, Prat, Nusoil, dentre outros.
A avano tecnolgico permite que muitos dos atuais sistemas instalados sejam totalmente
operados e controlados por computadores.
Definio: um processo aerbio e controlado de decomposio biolgica e estabilizao da
matria orgnica em condies que permitam o desenvolvimento de temperaturas termoflicas
(65oC) resultantes de uma produo calorfica de origem biolgica, com obteno de um produto
final estvel, higinico, rico em compostos hmicos e cuja utilizao, no solo, no oferea riscos ao
meio ambiente.
O fato da decomposio do resduo ser controlada que difere a compostagem da putrefao
natural, sendo esse controle em suma, o objeto de todos os estudos sobre o assunto.
Composto orgnico
O vocbulo compost, da lngua inglesa deu origem palavra composto, usada para indicar
um fertilizando orgnico preparado a partir de restos vegetais e animais atravs de um
processo denominado de compostagem.
um produto homognio obtido por um processo biolgico, pelo qual a matria orgnica
existente em resduos convertida em outra mais estvel pela ao de microrganismos. Os
resduos podem se restos agrcolas, estercos de animais ou resduos urbanos, separados ou
combinados.
Seu controle
absolutamente necessrio. Para melhores resultados, deve ser mantida entre 50 e 55oC
nos primeiros dias e entre 55 e 60oC no restante do perodo de compostagem. Se deixar
aumentar a temperatura acima de 70oC por um perodo significativo de tempo, a atividade
biolgica ser reduzida.
Bactria
Mnima*
tima*
Mxima*
Mesoflica
15 a 25
25 a 40
43
Termoflica
25 a 45
50 a 55
85
pH
Na fase inicial da compostagem, a acidez do material tende a aumentar em virtude da formao de
cidos orgnicos, atingindo valores de pH prximos de 4,5. A partir da, o processo toma o sentido
inverso, observando-se um crescente aumento do pH, que chega a atingir valores superiores a
8,0. Normalmente deve ser mantido na faixa de 8,0 a 9,0;
Umidade
A faixa ideal de operao fica entre 40- 60%, abaixo desta poderemos ter inibio do processo
microbiano, pois os microrganismos necessitam, para sua plena atividade metablica, de uma
certa quantidade de gua, que funciona como importante veculo de nutrientes e via de excreo
dos metablitos e acima podemos favorecer o processo anaerbio.
Aerao
Deve ser tal que seja fornecida a quantidade de oxignio necessria para que o processo de
oxidao-reduo transcorra favoravelmente com a liberao da energia necessria;
Relao C/N
Os microrganismos para manterem ativo o processo de compostagem exigem, alm do substrato
orgnico, uma quantidade mnima de outros elementos necessrios sua constituio celular.
Entretanto, suas maiores necessidades so o carbono, como fonte de energia e o nitrognio, como
importante formador da estrutura celular. Para o incio do processo, aceita-se como tima uma
relao de 30 partes de carbono para cada parte de nitrognio (30 : 1);
Inicialmente, o ideal est em torno de 30/1, terminando o processo com cerca de 10/1.
Se a relao estiver alta corrigida, deve ser feita uma correo adicionando fonte de N (ex:
lodo ou fertilizantes)
Desta forma, muito importante que o composto aplicado no solo esteja realmente
maturado, C/N 10/1.
A compostagem no pode ser empregada sozinha. Para um bom rendimento, e para a obteno de
um composto aceitvel, o processo, ento, feito em uma sequncia de 4 fases:
- tratamento preliminar do lixo, com triagem e seleo de materiais aproveitveis;
- fermentao propriamente dita;
- tratamento secundrio do produto fermentado; e
-armazenamento e fermentao lenta do composto obtido.
Vantagens:
- aproveitamento do lixo para se obter um produto final til para o solo;
- o meio mais econmico para se produzir um composto hmico;
- no ocorre a contaminao do ambiente durante o processo;
- necessita de rea muito menor que os aterros sanitrios;
- pode tornar-se rentvel ao se conjugar a venda do composto com a coleta de lixo municipal.
Inconvenientes:
- necessita de mais espao que a incinerao;
- a descarga do lixo libera odores que devem ser eliminados por instalaes para ventilao;
- a qualidade do composto varia em funo da composio do lixo fresco;
- devido aos grandes gastos com transporte no preo final do composto, sua venda ainda
limitada.
afetada por diversos fatores (pH, temperatura, aerao, umidade, tamanho das
partculas, concentrao de nutrientes e segregao de materiais (coleta seletiva))
Caso no haja rigoroso controle do processo, podero surgir impactos ambientais, com
emanao de odores e produo de chorume
Necessita de espao
Legislao
As caractersticas dos materiais comercializados como fertilizantes devem obedecer s
especificaes da legislao existente, que dispem sobre a inspeo e a fiscalizao da produo
e comrcio de fertilizantes e corretivos agrcolas e aprovam normas sobre especificaes, garantias
e tolerncias.
Portaria MA 84 de 29/3/82
Parmetro
Valor
Tolerncia
pH
Mnimo de 6,0
At 5,4
Umidade
Mximo
40%
de
At 44%
Mat. Org.
Mnimo de 40%
At 36%
Nitrognio total
Mnimo
1,0%
At 0,9%
Relao C/N
Mximo de 18/1
de
At 21/1
Microbiologia do processo
A compostagem uma bio-oxidao da matria orgnica conduzida por uma variedade de
microrganismos. A diversidade, sobretudo de bactrias, fungos e actinomicetos favorece uma boa
compostagem.
Bactrias: sempre presentes no processo, predominantes na fase de degradao dos
compostos biodegradveis, desenvolvem-se rapidamente no incio do processo, liberam
energia na forma de calor, necessitam de umidade e so ativas numa larga faixa de
pH.
Fungos dominantes quando existe uma alta relao C/N no meio (materiais
celulosicos), suportam baixos teores de umidade e larga faixa de variao de pH (2-9)
Actnomicetos atacam as substncias no degradadas por bactrias e fungos (baixa
relao C/N), desenvolvem-se sobretudo na fase final da maturao.
Para um bom rendimento nas diferentes etapas da compostagem e para a obteno de um
composto aceitvel, o processo, deve ser feito em uma sequncia de 4 fases:
- tratamento preliminar dos resduos slidos, com triagem e seleo de materiais aproveitveis;
- fermentao propriamente dita;
- tratamento secundrio do produto fermentado;
- armazenamento e fermentao lenta do composto obtido.
1) Tratamento preliminar do resduos slidos:
Na entrada de uma usina de compostagem, os caminhes contendo os resduos slidos so
pesados e, a seguir, vazam a carga nas fossas de recepo.
Das fossas de recepo, o resduo transportado fresco atravs de correias transportadoras para o
tratamento primrio que consiste de:
- crivagem para eliminao de elementos de maior dimenso, que prejudicam os processos
posteriores;
- triturao e homogeneizao, para facilitar a fermentao;
- triagem e seleo mecnica ou manual de elementos aproveitveis.
Os crivos geralmente so peneiras vibratrias, que deixam passar o material pequeno, geralmente
decomponvel por fermentao .
A triturao conseguida, com o emprego de moinhos de martelo, que tem como objetivo obter
uma granulometria uniforme para a massa do resduo, que ser enviada fermentao.
A seleo mecnica realizada por separadores eletromagnticos, que separam as latas e chapas
ferrosas, e por flotadores, que recuperam os papis e outros materiais celulsicos.
Na seleo manual so empregadas correias transportadoras planas (esteiras rolantes), de onde
so retirados materiais no fermentveis e aproveitveis, como vidros, latas, peas de alumnio,
zinco, chumbo, nquel e cobre, plstico, trapos, etc.
O material separado encaminhado para prensagem e ensacamento e, quando possvel, posterior
comercializao.
2) Fermentao:
2.1) Fermentao clssica/natural ou fermentao em leiras com reviramento:
Processo muito utilizado, no qual o resduo fresco triturado e selecionado disposto em reas
preferivelmente pavimentadas, em montes/pilhas ou em leiras. Em regies frias ou midas,
conveniente que o local de disposio das leiras seja coberto.
A temperatura de fermentao regulada pela quantidade de oxignio nas leiras, que, por sua
vez, adicionado simplesmente pelo reviramento das leiras.
As experincias realizadas na UFV indicam que um ciclo de reviramento satisfatrio deve ser feito
a cada trs dias, na fase de degradao ativa e na fase de maturao as leiras no devem ser
Os contaminantes volteis, como os solventes, devem ser pr-tratados, para evitar a emisso
destes para a atmosfera, causando assim a poluio do ar.
O landfarming vem levantando preocupaes quanto ao risco de contaminao de guas
subterrneas e liberao de odores.
A maior vantagem dessa tcnica o baixo custo com equipamentos, construo e operao.
Como o consumo de oxignio aumenta de acordo com a quantidade de carbono orgnico
disponvel e a taxa de difuso do oxignio atravs do solo muito baixa, podendo no haver
oxignio suficiente para sustentar a atividade aerbia dos microrganismos.
Para contornar esse problema, o solo deve ser revolvido, promovendo a aerao de todo o seu
volume. Um outro fator limitante desse processo a umidade, pois pode ocorrer um ressecamento
na superfcie.
Desta forma necessrio que se adicione gua ao sistema para manter nveis de umidade
propcios atividade microbiana. O solo pode ser tanto irrigado, atravs de dispersores, ou
drenado, se a umidade for excessiva.
A homogeneizao, responsvel pela melhora do contato entre os contaminantes e os
microrganismos, assim como uma maior interao com o oxignio, realizada atravs de aragem
por meio de tratores.
Para acelerar e otimizar o processo, nutrientes (fontes de nitrognio, fsforo e potssio - NPK) e
corretivos de pH devem ser periodicamente analisados e adicionados conforme a necessidade e
relaes pr-estabelecidas.
Todo um preparo da rea das clulas de tratamento exigido, a fim de que se reduza, ao mnimo,
os riscos de contaminao dos lenis freticos por lixiviao de poluentes. O material lixiviado
passvel de recirculao, tratamento em outra unidade e/ou coleta para posterior retirada de
compostos orgnicos volteis.
O custo envolvido no processo depende das condies especificas do local, da exigncia ou no de
impermeabilizao, da extenso da rea de escavao requerida e da obrigatoriedade ou no do
tratamento da gua e dos compostos orgnicos volteis emitidos.
Tipicamente, o perodo de tratamento varia entre 2 e 6 meses.
Sendo bem monitoradas e operadas, as clulas de landfarming podem oferecer elevadas taxas
de biodegradao de ampla faixa de compostos orgnicos.
NBR 13894 Tratamento no Solo (landfarming) ABNT junho de 1997. Fixa as condies
exigveis para o tratamento no solo de resduos slidos industriais suscetveis biodegradao.
,002
0,05
argila
0,1
silte
0,25
muito
fina
0,5
fina
mdia
1,0
grossa
2,0 mm
muito
grossa
cascalho
Areia
Segundo USDA
0,002
argila
0,02
silte
0,2
2,0 mm
fina
grossa
cascalho
areia
Segundo ISSC
Figura 2.1 Principais escalas (em mm) de tamanhos de partculas
A frao mineral do solo constituda quimicamente por aluminosilicatos, xidos, carbonatos,
sulfatos e minerais argilcos. Apresenta propriedades qumicas e atividades variveis de acordo
com o tamanho das partculas.
Dentre esses materiais que constitui a frao mineral, as argilas apresentam maior reatividade, e
uma complexa constituio qumica. A areia e as outras partculas minerais so formadas por
quartzo, feldspatos, micas e outros silicatos. Sua atividade qumica quase nula e se decompe
lentamente liberando seus elementos constituintes.
A argila constituda por silicatos e xidos de Al e Fe que caracterizam-se por apresentar
propriedades coloidais, com predomnio de cargas eletrostticas negativas. So formadas por
minerais secundrios (decomposio) do grupo da montmorilonitas, ilitas, caolinitas, etc.
Frao Orgnica - Matria Orgnica - Materiais orgnicos de origem animal ou vegetal,
decompostos por atividade microbiana, constituem a matria orgnica presente no solo.
A populao microbiana produz enzimas tais como desaminases, fosfatases e sulfatases, as quais
atuam na liberao de nitrognio, fsforo, enxofre e outros nutrientes que estejam presentes como
constituintes de molculas orgnicas.
Diferentes tipos de matria orgnica presentes no solo esto associados a diferentes composies
da microfauna e da microflora. A matria orgnica que no completamente degradada contribui
para a formao de hmus.
Fase Lquida
A fase lquida, isoladamente, caracteriza a umidade do solo e representada pela gua ou soluo
do solo, contendo ons como H2PO4-, SO42-, NO3-, Na+, K+, Cl-, Ca2+, H+, NH4+ etc.
A disponibilidade da gua o fator fsico-qumico que mais afeta os microrganismos do solo, os
quais requerem uma alta atividade de gua (a w) para seu desenvolvimento.
Atividade de gua pode ser definida como a razo entre a presso de vapor do ar em equilbrio
com a substncia ou soluo e a presso de vapor da gua pura.
Fase Gasosa
A fase gasosa caracteriza a porosidade de aerao do solo ou porosidade livre de gua, a qual
contm gases como CO2, O2, NH3 e vapor de gua.
Como o ar e a gua dividem os mesmos espaos entre os micro hbitats, a composio gasosa do
solo pode ser facilmente manipulada pela alterao no contedo de gua.
Caractersticas Microbiolgicas
O solo contm uma grande populao de bactrias, fungos, algas, protozorios, nematides e
vrus. A flora microbiana do solo est distribuda em todos os tipos de solo com ligeiras
modificaes: os microrganismos so cosmopolitas e sua distribuio apresenta algumas variaes
de acordo com o tipo de solo e com a profundidade do mesmo.
Nesse hbitat heterogneo, ocorrem interaes biolgicas intensas e processos bioqumicos
associados degradao da matria orgnica, alm de ocorrerem transformaes de elementos
minerais, importantes para a nutrio das plantas como N, P, S, Fe e Mn.
As bactrias, que formam o grupo de microrganismos mais abundante nos solos, so seres
unicelulares, procariontes e possuem parede celular. So os organismos mais comuns no planeta,
presentes em todas as regies.
Aterro Sanitrio
Pode-se definir um aterro sanitrio de resduos slidos como sendo a forma de disposio final de
resduos slidos no solo, segundo normas operacionais especficas, de modo a evitar danos ou
riscos sade pblica e segurana, minimizando impactos ambientais, ABNT,(1984). Esta
tcnica de tratamento se denomina de aterro sanitrio celular quando se opta pela construo e
operao do aterro em unidades separadas de tratamento, a saber, as clulas.
Algumas Vantagens:
No caso de se dispor de terrenos baratos o mtodo mais econmico.
Devido a decomposio do lixo se obtm um terreno rico em "humus" e aps 2-5 anos do
encerramento do aterro sanitrio, pode-se utilizar o terreno para parques, jardins, estgios
esportivos, etc.
Algumas Desvantagens:
Problema social-comunidade.
No se recupera os subprodutos (quando no se realiza coleta seletiva e
reciclagem de materiais .
Tem que haver uma vigilncia rigorosa.
Possibilidade de contaminao das guas e do solo.
Produo de biogs (~ 60% metano - Pode passar a ser vantagem, desde que
seja feita a recuperao dos gases).
Condies necessrias para implantao de um aterro:
Estar afastado de aeroportos .
Estar afastado no mnimo 2 Km de zonas residenciais.
Estar prximo da zona de coleta (+/-30 Km p/ida e volta (5 a 20 Km)).
Apresentar vias de acesso em boas condies de trfico para os caminhes.
Estar afastado de cursos d'gua, nascentes e poos (no mnimo 200 metros,
minimizar problemas com contaminao).
. Garantir que os recursos hdricos superficiais ou subterrneos no sejam atingidos.
Ter jazidas acessveis de material para cobertura.
A primeira, oriunda dos EUA, afirma que os efluentes de um aterro no devem nunca
atingir as guas subterrneas. Isto implica em aterros completamente confinados ou,
ento em aterros completamente drenados.
A segunda, que vem da Inglaterra, afirma que os solos tem uma capacidade de atenuao
de poluentes e sua utilizao deve ser permitida. Isto implica em aterros parcialmente
confinados, podendo uma parcela do percolado ir parar nas guas subterrneas, aps ter
atravessado uma camada do solo.
A terceira, que se originou na Sua , recomenda que se drenem as guas do fretico
juntamente com os lquidos percolados para posterior tratamento.
No Brasil se da preferncia ao primeiro tipo, porm e aceitvel uma outra concepo, desde que
seja justificada atravs de uma anlise de impacto ambiental.
A escolha da rea mais apropriada um processo que permitira sensvel diminuio de custos de
investimentos e tambm minorao dos efeitos adversos sobre o meio ambiente.
Alm das caractersticas do solo (elevado teor de argila (56 30%), baixa permeabilidade (6,4 x
10-4 7,1 x10-6 )), para escolha procede-se uma analise econmica onde sero avaliados os
custos: do terreno, de implementao de acessos, e de transportes. Aquela que apresentar menor
custo total por unidade de volume ou de massa deve ser a escolhida.
Uma vez escolhida a rea do aterro, determinam-se todas as condicionantes necessrias
execuo do projeto. Desse modo deve-se obter dados sobre os resduos a serem dispostos, dados
topogrficos, dados de sondagem do terreno e dados meteorolgicos da regio.
1. Resduos - os resduos devem ter suas caractersticas fsicas, fsico-quimicas, qumicas e
infecto-contagiosas muito bem definidas. Esse conhecimento condicionara a escolha da
forma do aterro, dos materiais (que devem ser compatveis com os resduos), o projeto
dos sistemas de impermeabilizao, de coleta e tratamento do percolado, do
monitoramento, os planos de seguranca e a prpria operao do aterro.
2. Topografia necessrio que pelo menos duas plantas sejam feitas em escalas de 1:1000
ou 1:2000 e outra em 1:5000, com curvas de nvel mostrando os detalhes significativos do
terreno.
3. Sondagens e necessrio para se obter dados sobre as caractersticas do solo (curva
granulomtrica, umidade, massa especifica, porosidade, coeficiente de permeabilidade) e
distncia do lenol fretico. No existe uma regra geral para se determinar o numero ideal
de furos de sondagem, quanto menor a rea e mais homogneo for o subsolo, menor ser
o numero de furos necessrios para a sua caracterizao. Entretanto, recomenda-se no
mnimo trs furos para sondagens de reconhecimento e um furo com amostra
indeformada.
Os aterros industriais para resduos Classe I e II, no so muito difundidos no Brasil, devido a dois
fatores principais: o atraso geral que o Brasil apresenta quanto as solues para os resduos
industriais e a sndrome do nimby (not in my backyard) onde a tentativa de implantar aterros
industriais recebida com hostilidade pelas comunidades locais e com reserva pelos rgos
ambientais.
absolutamente essencial determinar o volume, a taxa de produo, as propriedades fsicas e
qumicas do resduo. Os resduos devem ser compatveis, isto , no devem tornar-se explosivos,
corrosivos, reativos ou txicos, ou liberarem gases perigosos quando misturados. (ver norma NBR
13896/1997).
Forma de disposio final especialmente projetado e implantado para a disposio de resduos
slidos industriais, garantindo um confinamento seguro em termos de poluio ambiental e
proteo sade pblica. Este aterro possui, no mnimo, todas as infra-estruturas de um aterro
sanitrio. Para resduos perigosos, o conceito construtivo o de conteno total, o que significa
impermeabilizar tanto a parte inferior (no caso, com impermeabilizao dupla) quanto parte
superior do aterro.
Resduos que no devem ser dispostos em aterros
Nem todos os resduos podem ser dispostos em aterros industriais, a seguir sero mostrados os
resduos que no devem ser dispostos em aterros industriais:
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