Trabalho Sobre Estruturas de Pontes

1.
INTRODUO
Por meio deste trabalho sero apresentadas ao leitor, algumas das principais foras
atuantes sobre as estruturas de pontes em viga, arco e suspensa. O principal desafio do
engenheiro especialista em pontes trabalhar com a manipulao dos fenmenos atuantes
sobre a estrutura. Apresenta se assim a importncia do conhecimento de tais foras
responsveis pela maioria dos acidentes j constatados ao longo da histria. As estruturas em
arco, viga e suspensa no foram ocasionalmente escolhidas, mas sim por representarem
praticamente uma unanimidade mundial, no setor de construo, seja de pontes ou de
viadutos. No h dvida da responsabilidade adquirida pelo engenheiro projetista de pontes,
por isso, este profissional deve reunir o maior nmero de informaes possveis, para tornar
uma estrutura, a responsvel pelo equilbrio e estabilidade de uma ponte.
2. PRINCIPAIS FORAS ATUANTES NAS ESTRUTURAS DE PONTES

Existem trs tipos principais de pontes, as quais so pontes em viga, ponte em arco e
ponte suspensa. O principal fator que define a ponte ideal a ser implantada em determinado
lugar, a melhor adaptao entre o obstculo natural, podendo este, ser um rio, mar, ou um
vale, e a estrutura da ponte. Desta maneira cabe ao engenheiro escolher o modelo de estrutura
a ser usada, para que as foras atuantes sobre a obra ao invs de exercer um papel destrutivo
se tornem essenciais para o equilbrio da mesma.
inegvel a importncia, dos trs principais modelos de pontes citados anteriormente,
que representam a histria no caso das pontes em arco construdas desde a idade mdia, e a
evoluo no caso das pontes suspensas. Na tentativa da mxima transmisso de conhecimento
ao leitor sero destacadas as principais foras atuantes nas estruturas em geral, aps isso as
pontes em arco, viga e suspensa e suas respectivas foras atuantes.
A maior diferena entre estes trs tipos de pontes a distncia que elas podem cruzar
entre duas espcies de suportes, podendo estes serem naturais ou construdos pelo homem.
Esse quesito est intimamente relacionado com a forma de distribuio e aplicao
principalmente das foras de compresso, trao, ressonncia e toro no caso da ponte
suspensa, alm da resistncia dos materiais perante aos agentes naturais.
2.1 Compresso e Trao
Monrrissey (2000) ressalta que a compresso e a trao esto presentes em todas as
pontes, e trabalho do projetista da ponte lidar com essas foras sem o risco de que a ponte
entorte ou rache [...].
A compresso a fora que comprime ou diminui o material no qual est agindo.
Sendo assim, para facilitar o entendimento, deve-se imaginar uma mola, quando empurrada
uma extremidade contra a outra, a mola se contrai, esta a conseqncia da atuao da
compresso sobre uma ponte, que faz os materiais entortarem.
No entanto a trao a fora responsvel por expandir ou aumentar o material sobre o
qual est atuando, ou seja, a trao o inverso da compresso. Novamente utilizando uma
mola como exemplo, quando esticamos as extremidades, no sentido contrrio uma da outra, a
mola ir expandir, esse o efeito da trao onde em condies reais, faria com que os
materiais de uma ponte rachassem.
O grande desafio do engenheiro, alm da compatibilidade entre estrutura e condies

naturais do terreno a proposta de anulao das foras atuantes. A melhor maneira de efetuar
esse processo dissip-las, em uma grande rea, para que o impacto seja absorvido com
sucesso ou transferi-las, onde as foras so aplicadas em reas com capacidade de suportar,
um maior impacto.
2.2 Ressonncia e Clima
Uma fora que inevitavelmente deve ser levada em considerao, em todas as
estruturas de pontes, a ressonncia. A sua ao sobre a estrutura dependendo da intensidade
pode ser fatal e destrutiva construo.
A atuao da ressonncia surge perante a combinao de alguns fatores. Todo objeto
possui certa vibrao que obedece a uma dada freqncia, at este ponto tudo natural e
compreende a uma natureza fsica de vibrao das molculas. Entretanto se determinado
corpo ou conjuntos de corpos entrarem em contato com a estrutura e por coincidncia a
vibrao desses corpos estarem na exata freqncia de vibrao da estrutura, permitir que as
ondas de vibrao se propaguem, aumentando cada vez mais a intensidade, culminando no
colapso da estrutura. Antes de tudo, para que uma catstrofe assim ocorra pela ao da
ressonncia, necessrio ressaltar a relevncia do corpo influente sobre a estrutura antes
descrito, sendo assim, corpos pequenos ou com pouca massa, mesmo estando na mesma
frequncia de vibrao no so capazes de danificar seriamente a estrutura.
Os agentes provocadores da ressonncia geralmente a ao dos ventos no
necessariamente fortes. Para melhor entender o efeito da ressonncia pode se conjectura um
grande exrcito marchando sobre uma ponte. Com todos os soldados marchando a um mesmo
ritmo, provocaria uma sequncia de ondas na estrutura da ponte, danificando assim a
construo. Em conseqncia dos efeitos da ressonncia, projetistas de pontes devem planejar
a plataforma da ponte, dividida em inmeras placas, assim quando uma fora atuar sobre
estas, ser provocado o atrito, sendo este o principal responsvel por impedir que as ondas de
vibrao se propaguem.
Figuerola (2009, p. 48) diz que os parmetros crticos de intensidades dos ventos,
sobretudo da intensidade da turbulncia, foram fatores decisivos para o desenvolvimento e
evoluo dos projetos de pontes.
Deve se acrescentar em fim a atuao do clima nas pontes. Este o maior
responsvel por acidentes, mais do que falhas estruturais e mau planejamento. Ao longo da
histria os mtodos construtivos e os materiais foram sendo aperfeioados levando o clima em

considerao, mas nenhum, no entanto, conseguiu diminuir ou eliminar os efeitos do sal,
chuva, gelo ou vento. Basta, no entanto continuar inovando e experimentando novas tcnicas,
e nunca descuidar ou falhar na hora de avaliar as estruturas, para isso deve se sempre
prevenir por meio de fiscalizaes, antes mesmo de que a estrutura inicie um processo
prejudicial a sua construo.
3. ATUAO DAS FORAS EM DIFERENTES ESTRUTURAS

3.1 Pontes em arco
Conforme Pinho (2007, p. 26), a estrutura de ponte em arco, uma das mais antigas,
pois os romanos fizeram vrias delas em pedra h 2100 anos.
A ponte em arco compreende um fator um fator histrico, responsvel por um grande
passo na engenharia, a fascinante capacidade do arco em transferir foras, ainda deixa de p e
ainda seguras pontes romanas projetadas em uma poca em que eram construdas somente
com pedras sem o uso da argamassa.
Conforme o prprio nome apresenta, a ponte em arco projetada com suportes em
forma de arco que vo de uma extremidade outra, entre as pilastras. O sucesso apresentado
pela ponte em arco de transferir o peso responsvel pela sua capacidade de desviar o peso
aplicado no centro, para as pilastras.
A compresso a principal fora atuante, entretanto a mesma empurrada para fora,
pela curvatura do arco em direo aos suportes. J a trao pode ser considerada uma fora
insignificante neste tipo de ponte, pois a curva natural reduz o seu efeito na parte inferior do
arco. Porm claro h uma limitao, quanto maior for o grau de abertura do arco, resultar
em mais trao na parte inferior.
A nica diferena entre as potes em arco so as sua caractersticas arquitetnicas, no
entanto todas influem nas mesmas capacidades de dissipao. As pontes e aquedutos romanos
so provas da eficcia da ponte em arco.
3.2 Pontes em viga
A ponte em viga representa um dos modelos, mais tradicionais de pontes. Seu projeto
compreende em uma resistente estrutura posicionada de forma horizontal, sobre os suportes
ou torres de sustentao. Todo e qualquer peso aplicado em sua superfcie, ser suportado
pelos postes e direcionado no sentido do solo.
Neste tipo de ponte a compresso atuar na superfcie, (ou na estrada), fazendo com
que esta estrutura seja contrada. Por sua vez a compresso aplicada na superfcie, resultar
em trao na parte inferior da estrutura horizontal, expandindo-a. Para melhor compreender,
pode-se imaginar um pedao de madeira sobre dois suportes, medida que for colocado peso
sobre o material a parte superior ir afundar, no entanto a inferior estar expandindo. Em certo
ponto a madeira ir quebrar, pois a parte de cima envergou, e a de baixo rachou, por
conseqncia da trao e da compresso.
A funo de dissipao das foras trabalho para as vigas, podendo estas ser de ao ou
concreto. O sucesso na dissipao ir depender da espessura e principalmente da altura da
viga. Sendo assim quanto maior for a viga, haver mais rea para as foras serem dissipadas.
Outro importante fator que interfere na construo de grandes vigas a implementao de
redes de apoio, geralmente feitas em barras de ao com o formato de um X, interligando vigas
e as estruturas horizontais. Tais redes de apoio so reconhecidas como tesouras, que
aumentam significativamente o poder de dissipao. Todavia, no possvel adicionar
grandes vigas e redes interminveis de apoio, esperando que a ponte alcance infinitas
distncias. O sistema limitado, podendo entrar em colapso, caso sejam construdas
distncias maiores que o recomendado.
Existem inmeros modelos de ponte em viga, com diferentes designers, projetados de
tal maneira visando melhor dissipao de foras, dependendo em grande parte da
composio e localizao da tesoura.
importante ressaltar a importncia do formato da viga, para um melhor desempenho.
Tendo em vista que a estrutura horizontal recebe forte compresso na parte superior causando
trao na inferior, no caso da viga ocorre exatamente o mesmo. Por esse motivo as vigas so
projetadas em formas de I, sendo maiores nas regies receptoras de trao e compresso, e
afinando ao centro, lugar onde as atuaes de foras praticamente se anulam.
3.3 Pontes suspensas
As pontes suspensas representam as mais belas obras da engenharia, alm de ser o
resultado da evoluo, permitindo atingir a distncia de at dois mil e cem metros de um
suporte ao outro, sendo assim so os cartes postais de muitos lugares, como a ponte Golden
Gate em San Francisco. Entretanto estas pontes representam um desafio para todos os
engenheiros, pois com este modelo de ponte necessrio colocar em equilbrio, mais foras
atuantes, do que as j mencionadas trao e compresso atuantes nas pontes em viga e em
arco. Nesse modelo de ponte, a plataforma onde se localiza a estrada suspensa por inmeros
cabos de ao, que por sua vez so interligados s torres responsveis por sustentar a maior
parte do peso. Atualmente as pontes suspensas possuem duas grandes torres de sustentao.
Por se tratar de uma ponte suspensa toda compresso transferida para as torres de
sustentao atravs dos cabos, finalmente so dissipadas diretamente no solo. A fora de
trao a principal atuante, pois os cabos so esticados e tracionados para suportar todo o
peso aplicado. Porm como os cabos so presos em sistemas nas torres, a trao acaba sendo
dissipada. Alm disso, para enrijecer a estrutura e diminuir os riscos de oscilao tambm so
implantadas as tesouras de apoio.
H dois modelos de pontes suspensas, uma delas a qual as caractersticas mencionadas
pertencem, famosa pelo seu formato em M, e a ponte estaiada com o seu formato parecido
com a letra A, que est iniciando a sua popularizao. O sistema adotado pela ponte estaiada
uma cpia da ponte suspensa, embora haja algumas diferenas. Na estrutura estaiada os
cabos so ligados apenas a uma torre, e a ao da toro se torna um desafio ao projeto.
As pontes em arco e em viga proporcionam caractersticas como os arcos e tesouras
que possibilitam a anulao da ao da toro, entretanto principalmente as pontes suspensas
e estaiadas mais altas, sendo presas por cabos e expostas a atuao de ventos, so mais
suscetveis a toro. As tesouras implantadas nas pontes em viga, tambm so adotadas nas
pontes suspensas na resoluo da toro. Todavia as tesouras no so suficientes para as
pontes suspensas muito extensas, em face disso so aplicados inmeros teste em tubos de
ventos, e outros recursos tecnolgicos que permitem a simulao em condies reais
melhorando a aerodinmica de estruturas de tesouras e dos cabos de suspenso, estas so
algumas das alternativas para tornar possvel a construo desse tipo de pontes suspensas.
Segundo Pinho (2007, p.17), o engenheiro tem a sua disposio atualmente, um
grande poder de anlise, com o uso de programas computacionais nunca antes imaginados,
esta ferramenta pode desenvolver em minutos o que antes levaria meses ou anos.
Em suma devemos constatar que nos dias atuais o engenheiro possui uma vasta gama
de recursos, estes devem ser utilizados para o desenvolvimento de novos mtodos e materiais
visando melhor manipulao das foras nas estruturas, por conseguinte evitando acidentes,
que sem sombra de dvidas so letais, e de enorme risco.
4. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
PINHO, Fernando Ottoboni; ILDONY Hlio Bellei: Pontes e viadutos em vigas mistas. Rio
de Janeiro: CBCA, 2007.
MONRRISSEY, Michael. Como funcionam as pontes. Howstuffworks, 01 abril 2000.

Disponvel em < http:// ciencia.hsw.uol.com.br/pontes12.htm>. Acesso em 25 maro2011.
FIGUEROLA, Valentina. prova de tufes. Tchne. Manaus AM. v.1, n. 146, p. 44 48,
maio, 2009.
NAKAMURA, Juliana. Acidentes anunciados. Tchne. Manaus, AM. v.1, n. 98, maio ,2005.

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