Ruanda e Sua Independencia

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ASPECTOS GERAIS

Duas etnias sempre foram s majoritrias em Ruanda. Sua presena no Pas se deu a partir
do sculo XIV quando os tutsis, em sua origem, criadores de animais, imigraram pa
ra a rea e subjugaram os hutus que baseavam sua economia no plantio. A partir de
ento se estabeleceram alguns estados. At fins do sculo XIX a regio seria dominada po
r uma monarquia liderada por diversos vassalos, todos da etnia tutsi.
A histria do armamento de uma parcela dominante pelo imperialismo em Ruanda remon
ta ao incio do sculo XIX, com os reinos de Mutara II e Kigeri IV. O segundo reinou
o pas de 1853 a 1895, e seu governo foi considerado o auge do poder monrquico naq
uela regio, no qual foi estabelecida uma autocracia militar. O reino mantinha aco
rdos comerciais para conseguir armamentos com os mercadores na costa Leste da fri
ca.
A histria da colonizao de Ruanda se inicia em 1890 quando esta foi entregue Alemanh
a em 1890, numa conferncia em Bruxelas, sendo suas fronteiras sido estabelecidas
oficialmente em 1900.
Em 1890, o reinado acordou com a Alemanha a entrega de seu territrio ao pas sem ne
nhuma resistncia, tornando-se parte da frica do Leste Germnica.
Em 1911, a Alemanha j ajudaria os tutsis a reprimir uma revolta hutu no Norte de
Ruanda.
Durante a Primeira Guerra, em 1916, depois da derrota da Alemanha, foras belgas o
cuparam Ruanda e em 1919 esta se tornou parte da Liga Belga das Naes.
Durante este perodo os tutsis e hutus tornaram-se indistinguveis. O imperialismo b
elga, necessitando um esquema racial definido para a sua dominao estabeleceram artif
icialmente uma etnia tutsi para servir como base de apoio sua dominao contra a maior
ia do pas, catalogado como hutu . Toda pessoa que tivesse mais de 10 vacas e um nari
z europeu era considerado como tutsi e assim registrado.
A Blgica estabeleceu uma ditadura ainda pior que a dos alemes e apoiando-se na Igr
eja Catlica os belgas criaram com os tutsis , uma elite do pas, um governo de dura re
presso aos hutus . Os acordos incluam impostos altssimos e o trabalho forado, o que fez
abrir um abismo econmico ainda maior entre ambas as partes da populao no pas africa
no.
Outros expedientes dos belgas mostravam a poltica consciente de diviso do povo de
Ruanda. A partir de 1933 as carteiras de identidade comearam a vir com carimbos q
ue diferenciavam a populao entre hutus e tutsis. Os hutus que acendiam socialmente
e conseguiam um determinado nmero de riquezas eram considerados em seus cartes de
identidade como tutsis. A Igreja catlica impunha instituies de ensino para os tuts
is em separado dos hutus. Entre 1940 e 1950, a imensa maioria dos estudantes era
m tutsi devido situao de ensino pssima para os hutus. Foi a Igreja Catlica europeia
a que mais difundiu, pela educao, a ideia de separao entre as duas etnias por suas a
tribuies fsicas.
Em 1959, o primeiro levante da parcela mais subjugada da populao foi o est
opim de todo um processo que seria utilizado posteriormente pelos imperialismos
francs e belga para lanar uma parte da populao contra a outra em uma guerra civil ge
nocida.
Ruanda foi dominada por um sculo e meio pelas mesmas aristocracias tutsis apoiada
s pelo imperialismo belga, que s foram derrubadas pela onda de independncia de tod
o o povo africano e pela onda revolucionria em todo o mundo.
Em 1957 abre-se uma crise no pas gerando uma mobilizao popular contra a aristocraci
a tutsi, influenciada pela crise geral da colonizao da frica nos anos de 1950.
Dezenas de pases pelo mundo estiveram convulsionados, em particular as colnias. Ap
enas para citar alguns casos mais importantes, desde 1954, houve o movimento de
independncia da Arglia contra a colonizao francesa, que depois de uma dura guerra ci
vil, veio abaixo. Marrocos e a Tunsia tornaram-se independentes da Frana em 1956.
Houve tambm a revoluo socialista Cubana na Amrica Central que foi vitoriosa em 1959
contra o colonialismo do imperialismo norte-americano.
Finalmente em 1962, a Frana seria obrigada a reconhecer a independncia da maioria
das suas colnias africanas.
Surgiram lderes pela independncia como Julius Nyerere na Tanznia e Patrice Lumumba
no Congo, que expressavam a onda revolucionria em toda a frica, como resultado da

crise imperialista.
Em Ruanda, a colonizao havia se enfraquecido assim como a francesa e em 1954 o rei
de Ruanda requisitava a independncia da Blgica e havia concordado em abolir o sis
tema de trabalho forado contra os hutus, sofrendo presso da onda pela independncia
e sendo obrigado a tomar uma medida defensiva.
No ano de 1959 assassinado o rei Mutara III e este sucedido por Kigeri V.
Os hutus protestaram contra a indicao de Kigeri. Diversos partidos hutus haviam si
do formados.
Entre eles estava o Partido pelo Movimento da Emancipao Hutu (Parmehutu), um parti
do burgus nacionalista, que escreveu o Manifesto Hutu in 1957, reivindicando maior
representao no governo e melhorias para a populao hutu. O grupo rapidamente transfor
mou-se em um exrcito armado e em 1959 em resposta foi formado o Unar pelos Tutsis
, que reivindicavam independncia por meio de um acordo para manter a monarquia.
Em novembro de 1959, surgiram rumores de que foras tutsis teriam assassinado Domi
nique Mbonyumutwa, um poltico hutu, o que fez com que explodisse no pas uma revolt
a hutu, conhecida como ventos da destruio , onde milhares de Tutsis eram mortos e mai
s milhares se refugiaram.
Em 1960, o governo belga aceitou organizar eleies municipais em Ruanda-Burundi nas
quais Hutus foram eleitos.
Houve ento um levante hutu contra os tutsis, diversos violentos conflitos pelo pas
, o que expulsou 100 mil tutsis do territrio de Ruanda, incluindo Kigeri V, que f
ugiram para pases vizinhos como o Congo belga e Uganda. Naquele pas, levantes anti
europeus na cidade de Leopoldville mataram 71 em janeiro de 1960.
Um esforo para criar uma Ruanda independente com hutus e tutsis no poder falhou e
alimentou uma onda de violncia, a qual Blgica aproveitou para dividir Ruanda e Bu
rundi e para a realizao nos dois territrios em 1961 em uma transio para a independncia
formal e por um referendo apoiado pela Blgica, foi abolida a monarquia.
Dominique Mbonyumutwa, que havia sobrevivido foi nomeado o primeiro presidente d
o governo de transio e em Burundi, ao contrrio, foi estabelecida uma monarquia cons
titucional com o governo de Louis Rwagasore, filho de monarcas tutsis e um poltic
o popular e agitador anticolonialista como primeiro ministro que, no entanto, fo
i assassinado. No entanto, naquele Pas pela presso popular tambm houve eleies a parti
r de 1965.
Ainda em 1960, Grgoire Kayibanda se tornou o primeiro ministro interino, tendo em
1962 proclamado a republica no Pas.
A revolta hutu havia sido vitoriosa e expressava a situao de revolta da parcela ma
is explorada da populao. No entanto, a burguesia africana, assim como as burguesia
s de todos os pases capitalistas atrasados, por sua prpria condio se alia ao imperia
lismo para conter a revoluo popular.
ASPECTOS POLTICOS
A conquista colonial interrompeu brutalmente os processos que, em numerosos pont
os do continente africano, vinham conduzindo ao nascimento de Estados protonacio
nalistas. E o fez utilizando outras violncias, pois a colonizao constituiu apenas u
ma modalidade de violncia, cujas consequncias explicariam, em parte, os conflitos
e antagonismos irredutveis vividos pela frica de hoje e cujas sadas so extremamente
complexas e difceis.
Contam os mitos de origem que Ruanda era um pas inicialmente habitado pelo povo t
wa, denominado pigmeu por causa de sua baixa estatura. Em seguida, em tempos mui
to remotos, vieram os hutus, oriundos do sul e do oeste do continente, e finalme
nte os tutsis, povo niltico, vindo do norte e do leste. Os twas, hoje cerca de 1%
da populao, so caadores, coletores e nomadizantes. Apesar da mestiagem com os hutus,
eles constituem atualmente a minoria mais marginalizada e sem a plenitude de se
us direitos de cidadania.
Numa mesma estrutura social dominada pelos tutsis, no sculo XVII, os hutus conviv
iam de forma estratificada e hierarquizada. Era um sistema social que os estudio
sos consideram de castas, de classes ou posies sociais, mas que apesar de tudo iss
o foi construdo numa mesma e nica cultura partilhada por todos: twas, hutus e tuts
is. O que significa que todos viviam num mesmo territrio, falavam a mesma lngua, c

ultuavam o mesmo deus e participavam de um mesmo sistema poltico - uma monarquia


de origem divina, encabeada pelo rei, Mwami , de origem tutsi. No existia uma viso de
mundo oriunda do ocidente (colonizadores) que toma por base o fato de um povo se
sobrepor ao outro povo por ter mais, ou menos, conhecimento. Conhecimento este
que parte da perspectiva de que a atividade do conhecer passa a ser reconhecida
como um privilgio dos que so considerados mais capazes, mais bem-dotados, sendo-lh
es, por isso, conferida a tarefa de formular uma nova viso do mundo, capaz de com
preender, explicar e universalizar o processo histrico.
Lavradores, os hutus se tornaram vassalos dos tutsis, pois uma vaca tinha mais p
restgio que os produtos agrcolas. Pastores e pecuaristas, os tutsis ocupavam os al
tos cargos polticos, administrativos e militares, formando consequentemente a ari
stocracia da sociedade ruandesa pr-colonial.
Em outras palavras, fica perceptvel que a principal diferena existente antes da co
lonizao era o fato de uns cuidarem das plantaes e outros cuidarem das vacas. Como a
cultura desse povo afirmava que a vaca era mais importante do que os produtos ag
rcolas, os tutsis ocupavam cargos melhores do que os hutus. E essa simples diferena
serviu de base para que os colonizadores exaltassem que um tutsi, somente por se
r tutsi, j que essa era a etnia que mais se aproximava das caractersticas fsicas do
s europeus, era superior a um hutu e, portanto, devia compor a elite poltica e ec
onmica do pas.
At o sculo XIX a ocupao da frica havia sido apenas superficial. A presena europeia no
continente limitava-se s proximidades da costa, enquanto o interior permanecia qu
ase intocado, sobre o controle de grupos tribais nativos. O domnio colonial s se c
onsolidou aps a Conferncia de Berlim, que teve como principal objetivo organizar,
atravs de regras, a ocupao da frica pelas potncias coloniais.
O "pacto" resultante definiu, entre outros, que Ruanda se tornaria posse da Blgic
a, mas pouco antes, a Alemanha j iniciara seu Imperialismo na regio, durante a rea
lizao do II Reich, na soberania de Bismarck. Sem possibilidade de resistncia frente
ao poderio europeu, os Tutsis colaboraram com as naes imperialistas. Mas devido a
pouca representatividade territorial, foi demorada a questo de sua posse, resolv
ida apenas em 1890, sendo enfim incorporada ao Imprio Alemo.
As ambies imperialistas geraram uma corrida armamentista, polarizando duas potncias
: as tradicionais Alemanha (que constituiria a Trplice Aliana) e Inglaterra (que l
ideraria a Trplice Entente). O estopim foi o assassinato do futuro Imperador Aust
ro-Hngaro em 1914, o que ps em conflito a ustria (aliada da Alemanha) e a Srvia (ali
ada da Inglaterra). Deu-se assim a Primeira Guerra Mundial, com vitria da Trplice
Entente, e tendo como maior beneficirio os emergentes Estados Unidos da Amrica. Co
mo consequncia da derrota alem, Ruanda tornou-se novamente posse da Blgica.
Ruanda passou a ter uma poltica de separao tnica ainda mais acentuada. Belgas de ndol
e racista julgavam que os Tutsis, em nvel de moral e intelecto, eram superiores a
os Hutus, dado que sua constituio fsica era mais prxima do caucasiano (mais altos, e
sguios e de cor mais clara). Assim, indivduos prximos ao esteretipo que fossem dono
s de certa quantidade de animais recebiam em suas identificaes pessoais o termo "T
utsi" carimbado, seno recebiam o registro de "Hutu". Esse incremento ao "ubuhake"
aprofundou o abismo socioeconmico entre etnias, e gerou inevitavelmente uma situ
ao de dio da parte dos Hutus.
Com o fim da 2 Grande Guerra, nasce a ONU (Organizao das Naes Unidas), e Ruanda deixa
de ser colnia, passando a ser "protetorado" dessa organizao, tendo os belgas apena
s a funo de administrar o territrio. Como minoria, os Tutsis so forados a cederem mai
s direitos aos Hutus, num lento processo. Em 1954, o "Mwami" Mutara III (famoso
por ter sido o primeiro a se converter ao Catolicismo, e liderado uma onda de ba
tismos por todo o territrio) requisitou a independncia do pas, e embora mantivesse
o "ubuhake", para legitimar sua requisio, aboliu os trabalhos forados aos Hutus. Em
1958, temendo possvel levante, a Blgica fora os Tutsis a abolir o "ubuhake", em vi
gor h sculos na regio.
No ano seguinte, Mutara III supostamente assassinado. Sem os poderes oriundos do
"ubuhake", o sucessor Kigeri V no consegue conter a revolta Hutu ocorrida no mes
mo ano. O resultado foi o incio de uma onda de violncia contra os Tutsis, o exlio f
orado de Kigeri V e a fuga de centenas de milhares de pessoas para outros pases (e
specialmente Uganda). Em 1 de Julho de 1962, Ruanda proclama independncia, adota o

modelo presidencial e elege como primeiro lder um Hutu, Gregire Kayibanda. Segue
a represso geral aos Tutsis, em preldio ao genocdio de 1994.
Em 1973, devido instabilidade dentro das diversas classes de Hutus, o ministro d
a Defesa Juvnal Habyarimana destitui o presidente Kayibanda e dissolve os partido
s polticos formados ao fim do "ubuhake", com o apoio de Tutsis e Hutus moderados.
Muitos Tutsis perseguidos retornam ao pas. Em 1978, ocorrem novas eleies, sendo Ha
byarimana confirmado como presidente. At 1994, ele se mantem no poder, sendo nota
dos conflitos mais intensos entre Hutus e Tutsis a partir de 1990. fundada por P
aul Kagame a Frente Patritica Ruandesa (FPR), formada por Tutsis exilados, gerand
o resposta armada do governo Habyarimana. Um cessar-fogo assinado na Tanznia em 1
992. ento formado um governo de transio, tendo novamente Habyarimana como lder, e co
mo misso da ONU, organizar um processo de paz.
Em 6 de abril de 1994, Habyarimana e Cyprien Ntaryamira, presidente da nao vizinha
e irm de Burundi, foram assassinados aps atentado que atingiu o avio em que viajav
am, prestes a pousar em Kigali, capital de Ruanda. Logo aps o atentado que vitimo
u Habyarimana, uma terrvel onda de violncia a partir da capital Kigali, liderada p
ela guarda presidencial e milcias, assolou o pas. Autoridades e personalidades Tut
sis, como a primeira-ministra Agathe Uwilingiyimana e a viva do "Mwami" Mutara II
I, Rosalie Gicanda, foram executadas com suas famlias. Estaes de rdio inflamavam os
Hutus contra os Tutsis, barreiras eram criadas nas estradas para evitar a fuga d
e Tutsis ou Hutus moderados (tidos como "traidores"). Qualquer Tutsi capturado e
ra quase sempre sumariamente executado.
Aps esforo conjunto dos exilados da FPR liderada por Paul Kagame, esta ocupou part
e do territrio ruands, e em 4 de julho de 1994, as tropas de Kagame entraram na ca
pital Kigali, sendo que a essa altura, a ONU j havia retirado suas tropas de todo
o territrio. Alguns dos lderes do genocdio fugiam do pas, o governo provisrio era de
posto e muitas prises efetuadas.
Foi criado um novo governo de coalizo. O genocdio oficialmente chegava ao fim, mas
os refugiados Tutsis nos pases vizinhos demorariam a retornar ao pas depois do ho
rror. Em 2000, devido a problemas internos e intervenes em algumas guerras de pases
vizinhos, Paul Kagame tornou-se presidente, sendo eleito pelo voto popular em 2
003 e reeleito em 2010.
A atual constituio foi adotada na sequncia de um referendo nacional em 2003, substi
tuindo a constituio de transio que j estava em vigor desde 1994. A constituio determin
um sistema multipartidrio de governo, com polticas baseada na democracia e escolh
a dos representantes atravs de eleies. No entanto, a constituio coloca condies sobre a
forma como os partidos polticos podem operar, onde afirma que "organizaes polticas e
sto proibidas quando baseadas na raa, etnia, tribo, cl, regio, sexo, religio ou qualq
uer outra diviso que pode dar origem a qualquer discriminao". O governo tambm aprovo
u leis criminalizando a ideologia genocida, que inclui manifestaes de intimidao, dis
cursos difamatrios, negao do genocdio e ridicularizao das vtimas.
O presidente de Ruanda o chefe de estado, e tem amplos poderes, incluindo a criao
de polticas pblicas em conjunto com o gabinete ministerial, concede perdo judicial,
comanda as foras armadas, negocia e ratifica tratados, assina ordens presidencia
is, e ainda pode declarar guerra ou estado de emergncia. O presidente eleito por
voto popular a cada sete anos, e nomeia o primeiro-ministro e todos os outros me
mbros do gabinete.
O Parlamento consiste de duas cmaras. Ele faz as leis e est habilitado pela consti
tuio a fiscalizar as atividades do presidente e de seu gabinete. A cmara baixa a Cma
ra dos Deputados, com oitenta membros que cumprem mandatos de cinco anos. Vinte
e quatro destes assentos so reservados para as mulheres, eleitas atravs de uma ass
embleia conjunta de funcionrios do governo local; outros trs assentos so reservados
para os membros jovens e pessoas com deficincia, os outros 53 so eleitos por sufrg
io universal sob um sistema de representao proporcional. Aps a eleio de 2008, h 45 dep
utadas, tornando Ruanda o nico pas com uma maioria feminina no parlamento nacional
. A cmara superior o Senado, com 26 cadeiras. Seus membros so selecionados por uma
variedade de corpos, e tem mandato de oito anos. A quantidade mnima obrigatria de
senadoras de 30%.
O sistema legal de Ruanda amplamente baseado nos sistemas de direito civil alemo
e belga, e no direito consuetudinrio. O judicirio independente do poder executivo,

embora o presidente e o senado estejam envolvidos na nomeao de juzes da Suprema Co


rte.
ASPECTOS SOCIAIS

A taxa de natalidade anual estimada em 40,2 nascimentos por 1000 habitantes, e a


taxa de mortalidade de 14,9. A expectativa de vida de apenas 58,02 anos (59,52
anos para as mulheres e 56,57 anos para os homens), o que deixa a nao com o posto
de 30 ndice mais baixo dentre 221 pases e territrios. A proporo entre os sexos pratic
mente igual.
Com 408 habitantes por quilmetro quadrado, a densidade populacional de Ruanda est
entre os maiores da frica. Historiadores como Grard Prunier acreditam que o genocdi
o de 1994 pode ser atribudo, em parte, esta elevada densidade. A populao predominan
temente rural, com algumas cidades grandes; as habitaes esto uniformemente espalhad
as por todo o pas. As nicas reas pouco povoadas do pas so uma regio de savana na antig
a provncia de Umutara e o Parque Nacional Akagera, no leste do pas. Kigali a maior
cidade, com uma populao de cerca de um milho de habitantes. Seu crescimento popula
cional desafia o desenvolvimento em infraestrutura. Outras cidades notveis so Gita
rama, Butare e Gisenyi, todas com populao abaixo de 100 000 moradores. A taxa de u
rbanizao aumentou de 6% em 1990, para 16,6% em 2006; em 2011, no entanto, a proporo
caiu ligeiramente para 14,8%.
Ruanda um estado unificado desde tempos pr-coloniais, e sua populao composta a part
ir de apenas um grupo tnico e lingustico, o Banyarwanda; muito diferente da maiori
a dos estados africanos modernos, cujas fronteiras foram traadas pelas potncias co
loniais e no correspondem s fronteiras tnicas ou dos reinos pr-coloniais. Dentro do
povo Banyarwanda, existem trs grupos distintos, os hutus (84% da populao em 2009),
os tutsis (15%) e os Twa (1%). Estes ltimos so um povo pigmeu que descem desde os
primeiros habitantes de Ruanda, mas os estudiosos no concordam sobre as origens e
as diferenas entre os hutus e tutsis. O antroplogo Jean Hiernaux alega que os tut
sis so uma raa parte, com uma tendncia de "cabeas longas e rostos e narizes estreito
s", outros, como Villia Jefremovas, acreditam que no h diferena fsica discernvel e as
categorias no foram historicamente rgidas. Na Ruanda pr-colonial os tutsis eram a
classe dominante, da qual os Reis e a maioria dos chefes foram derivados, enquan
to os hutus eram agricultores. O atual governo desencoraja a distino Hutu/Tutsi/ T
wa, e removeu essa classificao das cdulas de identidade.
Populao
Total: 7,7 milhes (2000), sendo hutus 90%,tutsis 9%,tvs1% (1996)
Densidade: 292,35 hab./km.
Populao urbana: 6% (1998)
Populao rural: 94% (1998)
Crescimento demogrfico: 7,7% ao ano (1995-2000)
Fecundidade: 6,2 filhos por mulher (1995-2000)
Expectativa vida M/F: 39/42 anos (1995-2000)
Mortalidade infantil: 124 por mil nascimento (1995-2000)
Analfabetismo: 33% (2000)
ASPECTOS ECONOMICOS
Economia Ruandesa sofreu grande abalo durante o genocdio de 1994, com a imensurvel
perda de sua populao, no teve capacidade de manter sua infraestrutura, saques e ab
andono de culturas de rendimento importante, causando grande queda no PIB e dest
ruiu a capacidade do pas de atrair investimentos privados e externos. A economia,
desde ento, reforada, com PIB per capita estimado em $951 dlares em 2008 em compar
ao com $390 em 1994. Principais mercados de exportao incluem China, Alemanha e da ec
onomia dos Estados Unidos. Sendo gerido pelo banco central nacional de Ruanda e
sua moeda o franco ruands, em junho de 2010, a taxa de cmbio foi 588 francos para
o dlar Americano. Ruanda aderiu Comunidade do Leste Africano em 2007 e h planos pa
ra um comum do Leste Africano, o que poderia entrar em vigor at 2012.
Ruanda um pas de poucos recursos naturais, e a economia baseada principalmente na

agricultura de subsistncia por parte dos agricultores locais usando ferramentas


simples. Cerca de 90% das fazendas de populao ativa, e incluiu uma agricultura 42,
1% estimada do PIB em 2010. Desde meados dos anos 1980, dimenses das exploraes e pr
oduo de alimentos tm vindo a diminuir, em parte devido ao reassentamento das populaes
deslocadas. Apesar do ecossistema frtil de Ruanda, a produo de alimentos, muitas v
ezes no acompanha o ritmo do crescimento populacional, e as importaes de alimentos
so obrigatrios.
Culturas cultivadas no pas incluem caf, ch, piretro, bananas, feijo, sorgo e batata.
Caf e ch so as culturas principais de rendimento para exportao, com a altitudes elev
adas, encostas ngremes e solos vulcnicos proporcionando condies favorveis. Dependncia
das exportaes agrcolas faz Ruanda vulnerveis a mudanas em seus preos. Animais criados
em Ruanda incluem vacas, cabras, ovelhas, porcos, galinhas e coelhos, com variao g
eogrfica nos nmeros de cada um. Sistemas de produo so mais tradicionais, embora exist
am algumas exploraes leiteiras intensivas em torno de Kigali. Escassez de terras,
alimentos de qualidade, falta de gua, e epidemias regulares com a falta do servio
veterinrio so insuficientes, se tornando os principais obstculos que restringem a s
ada. praticada a pesca em lagos do pas, mas estoques esto muito esgotados, e peixes
vivos esto sendo importados em uma tentativa de reavivar a indstria.
O setor industrial pequeno, contribuindo 14,3% do PIB em 2010. Produtos fabricad
os incluem cimento, produtos agrcolas, em pequena escala bebidas, sabo, mveis, sapa
tos, produtos de plstico, txteis e cigarros. Indstria de minerao de Ruanda um importa
nte contribuinte, gerando EUA $ 93 milhes em 2008. Minerais extrados incluem cassi
terita, wolframita, ouro e coltan, que usado na fabricao de dispositivos eletrnicos
e de comunicao, como telefones celulares.
Setor de servios de Ruanda sofreu durante a recesso final da dcada de 2000 os banco
s reduziram emprstimos e projetos de ajuda externa e investimentos foram reduzido
s. O setor se recuperou em 2010, tornando-se o maior setor do pas, a produo econmica
e contribuindo 43,6% do PIB do pas. Principais contribuidores tercirio incluem ba
ncos e finanas, hotis e restaurantes, transporte, armazenamento, comunicao, seguros,
imobilirio, servios de negcios e administrao pblica, incluindo educao e sade. O tur
um dos recursos mais rpido crescimento econmico e agora ganhador de cmbio do pas lev
ando estrangeiros, gerando $214 milhes em 2008, um aumento de 54% sobre o ano ant
erior. Apesar do Genocdio, o pas est cada vez mais considerada internacionalmente c
omo um destino seguro, 980.577 pessoas visitaram o pas em 2008, contra 826.374 em
2007. A mais popular atividade turstica do pas a visitao aos gorilas das montanhas,
que acontece no Parque Nacional de Vulces. Outras atraes incluem a Floresta de Nyu
ngwe, que abriga chimpanzs, os resorts do Lago Kivu, e Akagera, uma reserva de ce
rrado pequena no leste do pas.

REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
MENDONA, Marina Gusmo de. O genocdio em Ruanda e a inrcia da comunidade internaciona
l. Rio de Janeiro, v. 2, N 2, Maio/Agosto 2013.
BATISTA, Cleival Kisney da Silva. Ruanda: Uma Anlise da Ingerncia Internacional em
seus Conflitos tnicos. Pernambuco, v. 1, n 1, 2010.
GEORGE, Terry. Filme: Hotel Ruanda. Reino Unido, 2004.

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