Pge Cavaleiro Da Dinamarca
Pge Cavaleiro Da Dinamarca
Pge Cavaleiro Da Dinamarca
PORTUGUS 7. ANO
PROVA GERAL DE ESCOLA
2013/2014
1. Para cada um dos itens que se seguem (1.1 a 1.5), escolhe a letra correspondente alternativa que completa
cada afirmao de acordo com o sentido do texto.
1.1 A afirmao que melhor resume o esprito do Bookcrossing
(A) se um livro caro, no o devemos perder de vista.
(B) se gostamos de livros, no os devemos estragar.
(C) se um livro nos cativa, no o devemos guardar s para ns.
(D) se queremos uma biblioteca, no devemos emprestar livros.
1.2 Na expresso por outros (linha 8), a palavra outros deve ser entendida como
(A) outros espaos.
(B) outros livros.
(C) outros percursos.
(D) outros leitores.
1.3 Teresa Laranjeiro apresentada como leitora compulsiva (linha 13), o que significa que se trata
de algum que
(A)
(B)
(C)
(D)
1.4 A expresso a ambio de tornar o mundo numa biblioteca gigante (linhas 17 e 18) contm uma
(A)
(B)
(C)
(D)
personificao.
hiprbole.
anttese.
enumerao.
H muitos anos, h dezenas e centenas de anos, havia em certo lugar da Dinamarca, no extremo Norte do pas,
perto do mar, uma grande floresta de pinheiros, tlias, abetos e carvalhos. Nessa floresta morava com a sua
famlia um Cavaleiro. Viviam numa casa construda numa clareira rodeada de btulas. E em frente da porta de
casa havia um grande pinheiro que era a rvore mais alta da floresta.
A maior festa do ano, a maior alegria, era no inverno, no centro do inverno, na noite comprida
e fria do Natal.
Ento havia sempre grande azfama em casa do Cavaleiro. Juntava-se a famlia e vinham
amigos e parentes, criados da casa e servos da floresta.
A noite de Natal era igual todos os anos. Sempre a mesma festa, sempre a mesma ceia, sempre
as mesmas coroas de azevinho penduradas nas portas, sempre as mesmas histrias. Mas as coisas
tantas vezes repetidas e as histrias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e mais misteriosas.
At que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ningum esperava. Pois terminada a ceia o
Cavaleiro voltou-se para a sua famlia, para os seus amigos e para os seus criados e disse:
- Temos sempre festejado e celebrado juntos a noite de Natal. E esta festa tem sido para ns cheia de paz e
alegria. Mas de hoje a um ano no estarei aqui.
- Porqu? perguntaram os outros todos com grande espanto.
- Vou partir respondeu ele. Vou em peregrinao Terra Santa e quero passar o prximo Natal na gruta
onde Cristo nasceu e onde rezaram os pastores, os Reis Magos e os Anjos. Tambm eu quero rezar ali. Partirei na
prxima primavera. De hoje a um ano estarei em Belm e, de hoje a dois anos estaremos, se Deus quiser,
reunidos de novo.
A mulher do Cavaleiro ficou aflita e inquieta com a notcia. Mas no tentou convencer o marido a ficar, pois
ningum deve impedir um peregrino de partir.
Caminhava ao acaso, levado por pura esperana, pois nada via e nada ouvia. As ramagens roavam-lhe a cara e
caminhava sem norte e sem oriente.
O cavalo enterrava-se na neve e avanava muito devagar. At que de repente parou. O homem tocou-o com as
esporas mas ele continuou imvel e hirto.
- Vou morrer esta noite pensou o Cavaleiro.
Ento lembrou-se da grande noite azul de Jerusalm toda bordada de constelaes. E lembrou-se de Baltazar,
Gaspar e Melchior que tinham lido no cu o seu caminho. O cu aqui era escuro, velado, pesado de silncio. Nele
no se ouvia nenhuma voz nem se via nenhum sinal. Mas foi em frente desse cu fechado e mudo que o
Cavaleiro rezou.
Rezou a orao dos Anjos, o grande grito de alegria, de confiana e de aliana que numa noite antiqussima
tinha atravessado o cu transparente da Judeia. As palavras ergueram-se uma por uma no puro silncio da neve:
- Glria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.
Ento, na massa escura dos arvoredos comeou ao longe a crescer uma pequena claridade.
- Deus seja bendito! murmurou o Cavaleiro. Deve ser uma fogueira. Deve ser algum lenhador perdido como
eu que acendeu uma fogueira. A minha reza foi ouvida. Junto dum lume e ao lado de outro homem poderei
esperar pelo nascer do dia.
O cavalo relinchou. Tambm ele tinha visto a luz. E reunindo as suas foras o homem e o animal recomearam
a avanar.
A luz continuava a crescer e medida que crescia, subindo do cho para o cu, ia tomando a forma dum cone.
Era um grande tringulo radioso cujo cimo subia mais alto do que todas as rvores.
Agora toda a floresta se iluminava. Os gelos brilhavam, a neve mostrava a sua brancura, o
ar estava cheio de reflexos multicolores, grandes raios de luz passavam entre os troncos e as
ramagens.
- Que maravilhosa fogueira pensou o Cavaleiro. Nunca vi fogueira to bela!
Mas quando chegou em frente da claridade viu que no era uma fogueira, pois era ali a
clareira de btulas onde ficava a sua casa.
(texto com supresses)
1. Considera as sete palavras sublinhadas no conto transcrito. Indica apenas as suas classes e subclasses
(sempre que possvel).