PRTP 1083
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_____, brasileiro, solteiro, empregado rural, CI n _____, SSPUF, CPF n _____, residente e domiciliado na _____, Vila _____,
na cidade de _____ -UF, vem com lhaneza e acatamento, no
prazo legal, apresentar
DEFESA PRELIMINAR
desse interesse pelo incio da persecuo penal. 3. Na espcie, constatase uma situao peculiar, em que no se pode conceber que o registro da
ocorrncia policial revele a manifestao inequvoca das vtimas de
representar contra o paciente. Isso porque as vtimas do suposto crime de
calnia so os policiais militares responsveis pela priso em flagrante do
paciente, os quais tinham por dever legal a comunicao da ocorrncia, por
serem os condutores do flagrante. 4. A simples declarao narrativa dos
fatos pelos policiais militares/vtimas no caracteriza a manifestao
inequvoca de vontade de promover a persecuo penal. 5. No havendo
representao dos ofendidos, imperioso reconhecer a ausncia de
legitimidade do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios para
oferecer denncia em desfavor do paciente quanto ao crime de calnia, por
faltar-lhe condio de procedibilidade, devendo, portanto, ser trancada a
ao penal. 6. Diante da ausncia de representao ou de queixa dentro
do prazo decadencial de 06 (seis) meses, h de ser reconhecida a perda
do direito de ao pelo decurso do tempo e, por conseguinte, ser declarada
extinta a punibilidade, com base no artigo 107, inciso IV, do Cdigo Penal.
7. Habeas corpus admitido e ordem concedida para trancar a ao penal
quanto ao crime de calnia e para extinguir a punibilidade pela decadncia,
com fulcro no artigo 107, inciso IV, do Cdigo Penal, em relao ao mesmo
delito. (Processo n 2011.00.2.003409-3 (495130), 2 Turma Criminal do
TJDFT, Rel. Roberval Casemiro Belinati. unnime, DJe 11.04.2011).
PENAL - VIOLNCIA DOMSTICA - LESO CORPORAL DE NATUREZA
LEVE - REPRESENTAO DA OFENDIDA - CONDIO DE
PROCEDIBILIDADE DA AO PENAL - RETRATAO - PRAZO
DECADENCIAL - REJEIO DA DENNCIA E EXTINO DA
PUNIBILIDADE PELA DECADNCIA. 1. O delito de leses corporais leves,
praticado no mbito domstico e familiar, de natureza pblica
condicionada representao, devendo a ofendida exercer o seu direito
dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber
quem o autor do crime, tratando-se de condio de procedibilidade da
ao, sob pena de decadncia (art. 103 do Cdigo Penal). 2. O simples
fato de a Lei 11.340/06 ter criado normas diferenciadas com o intuito de
garantir maior proteo s mulheres que sofrem violncia domstica e
familiar, em momento algum, tornou incondicionada a ao na hiptese de
crime de ameaa ou de leso corporal previsto no art. 129, 9, do Cdigo
Penal. 3. Recurso improvido. (Processo n 2008.01.1.044294-7 (395152),
1 Turma Criminal do TJDFT, Rel. Joo Egmont. unnime, DJe
21.01.2010).
PRESCRIO. EXTINO DA PUNIBILIDADE. OCORRNCIA. A
prescrio, causa de extino da punibilidade, matria de ordem pblica
e deve ser reconhecida a qualquer tempo, de ofcio, e em qualquer grau de
jurisdio. (Apelao n 0046099-50.2007.8.22.0501, 1 Cmara Criminal
do TJRO, Rel. Zelite Andrade Carneiro. j. 02.06.2011, unnime, DJe
06.06.2011).
Sobre o valor da manifestao da ofendida, MARIA LCIA KARAM registrou, em
seu artigo Violncia de gnero: o paradoxal entusiasmo pelo rigor penal (Boletim
do IBCCRIM, n. 168, p. 6, nov. 2006):
Quando se insiste em acusar da prtica de um crime e ameaar com uma
autoria do fato. Existindo dvida, ainda que nfima, deve o julgador optar pela
absolvio do ru. Nesta alheta a mais abalizada e lcida jurisprudncia, digna
de decalque face sua extrema pertinncia ao caso submetido a desate:
Embora verdadeiro o argumento de que a palavra da vtima, em crimes
sexuais, tem relevncia especial, no deve, contudo, ser recebida sem
reservas, quando outros elementos probatrios se apresentam em conflito
com suas declaraes. Assim, existindo dvida, ainda que nfima, no
esprito do julgador, deve, naturalmente, ser resolvida em favor do ru". (RT
681/330).
[...] a palavra da vtima no absoluta, cedendo espao, quando isolada,
no conjunto probatrio, diante dos princpios da presuno de inocncia e
do in dubio pro reo. o caso dos autos. [...] (Apelao n 21154-7/2009, 1
Cmara Criminal do TJBA, Rel. Lourival Almeida Trindade. j. 01.09.2009).
[...] Apesar de a palavra da vtima ter especial relevncia nos crimes
praticados no mbito de violncia domstica e familiar, estando o
depoimento da ofendida isolado nos autos e a verso do acusado
compatvel com outras provas produzidas em juzo, de modo que a autoria
reste duvidosa, impe-se a absolvio do agente, aplicando-se o princpio
in dubio pro reo. 3. Preliminar rejeitada. Apelo provido. (Processo n
2008.09.1.010785-3 (466987), 2 Turma Criminal do TJDFT, Rel. Arnoldo
Camanho de Assis. unnime, DJe 01.12.2010).
APELAO CRIMINAL - SENTENA ABSOLUTRIA - RECURSO DO MP
PRETENDENDO A CONDENAO DO RU - ATENTADO VIOLENTO AO
PUDOR E ESTUPRO INADMISSIBILIDADE - INEXISTNCIA DE
TESTEMUNHAS PRESENCIAS DO FATO. Palavras da vtima que no
encontram amparo nas provas produzidas, porquanto isoladas - cedio
que nos delitos de estupro e atentado violento ao pudor, a palavra da vtima
de grande relevncia, porque tais crimes quase sempre so praticados
na clandestinidade - Por tal fato, exige-se que as declaraes prestadas
sejam firmes, seguras e coerentes, o que no ocorreu na espcie Princpio basilar do processo penal - Busca da verdade real - No
comprovada satisfatoriamente a autoria delitiva imputada ao acusado, de
rigor a prolao de um decreto absolutrio, por insuficincia de provas,
aplicando-se o princpio do in dubio pro reo - Apelo ministerial no provido
mantendo-se a r. sentena por seus prprios e jurdicos fundamentos.
(Apelao n 9092768-74.2009.8.26.0000, 16 Cmara de Direito Criminal
do TJSP, Rel. Borges Pereira. j. 04.10.2011, DJe 18.10.2011).
APELAO CRIMINAL. ESTUPRO. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR.
RU ABSOLVIDO. IRRESIGNAO DO MINISTRIO PBLICO. VTIMA.
DECLARAES DESPIDAS DE FIRMEZA SUFICIENTE AO AMPARO DE
DECRETO CONDENATRIO. MATERIALIDADE NO COMPROVADA.
(...) Situao presente nos autos, onde os dizeres da ofendida no
oferecem a segurana necessria vinda de edito condenatrio. No tendo
a vtima sido submetida a exame clnico, em delito que deixa vestgios,
prejudicada fica a demonstrao da materialidade do delito. Recurso no
provido. (Apelao Criminal n 1.0024.06.150137-5/001(1), 2 Cmara
Criminal do TJMG, Rel. Beatriz Pinheiro Caires. j. 07.08.2008, unnime,
Publ. 27.08.2008).