Aspectos Eticos e Legais em Radiologia Odontologica

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FBIO ALVES CORNIATI

ASPECTOS TICOS E LEGAIS EM RADIOLOGIA ODONTOLGICA

CAMPINAS
2010

FBIO ALVES CORNIATI

ASPECTOS TICOS E LEGAIS EM RADIOLOGIA ODONTOLGICA

Monografia apresentada Faculdade de


Odontologia So Leopoldo Mandic, como
requisito para a obteno do ttulo de
Especialista em Radiologia Odontolgica.
Orientador: Prof. Dr. Luiz
Coutinho Manhes Jnior.

CAMPINAS
2010

Roberto

Apresentao da Monografia em _____/_____/_____ ao curso de Radiologia


Odontolgica.

_______________________________
Coordenador (a): Prof. Dra. Milena Bortolotto

_______________________________
Orientador: Prof. Dr. Luiz Roberto Coutinho Manhes Jnior

DEDICATRIA

Aos meus pais.


Por uma vida inteira de apoio e
dedicatria para que eu pudesse ser
sempre o melhor.

A Minha Eterna Namorada Fernanda.


Pelas horas de pacincia na realizao
desse trabalho, por sempre acreditar que
sou capaz, por todos os sonhos e desejos
que ela torna realidade.

AGRADECIMENTOS

coordenadora do curso Milena Bortolotto.


Pela pacincia e dedicao em fazer sempre o melhor possvel e satisfazer s
expectativas de todos.
Ao meu orientador Prof. Dr. Luiz Roberto Coutinho Manhes Jnior.
Por sua valiosa contribuio nesse trabalho.
Aos Colegas.
Pela boa convivncia durante o curso, em especial ao Marcelo, Chicle e Edgar pelas
inmeras quintas-feiras muito bem aproveitas. Ao Marcos, Wesley e Srgio por toda
experincia compartilhada.

Somos o que repetidamente fazemos. A excelncia,


portanto, no um feito, mas um Hbito.
Aristteles

RESUMO

Esta pesquisa teve por objetivo revisar a legislao pertinente sobre a utilizao de
raios-x e enfatizar os perigos causados pelas radiaes, quando no seguidas as
normas para a instalao de equipamentos e a utilizao adequada dos mesmos.
Acrescenta tambm os aspectos ticos e legais, tempo de guarda, quem pertence a
documentao clnica, especificamente a radiogrfica, frisando a importncia de seu
correto processamento e arquivamento, no sentido de se dispor de instrumentos
adequados s percias odontolgicas, e mesmo da defesa judicial do cirurgiodentista frente o processo de responsabilidade profissional. Neste contexto analisouse tambm a validade dos arquivos digitais e criao dos Pronturios Eletrnicos. A
inteno deste trabalho no causar ansiedade na comunidade radiolgica, mas
alertar os profissionais do diagnstico por imagem da necessidade de cooperao
mtua e educao continuada.
Palavras-chave: Legislao. tica. Radiologia Odontolgica.

ABSTRACT

This research aimed to analyze the relevant legislation on the use of x-rays and
emphasizes the dangers caused by radiation when not observing the regulations for
equipment installation and proper use of instruments. It also adds the ethical and
legal aspects, storage time and who belongs the clinical documentation, specifically
the x-ray, stressing the importance of its correct processing and archiving, in order to
have adequate tools to dental skills, even the legal defense of dentist in case of a
process of professional responsibility. In this context we also analyzed the validity of
digital files. The intention of the article is not to cause anxiety in the radiology
community, but alert imaging diagnosis professionals of the need for mutual
cooperation and continuing education.
Keywords: Legislation. Ethica. Dental Radiology.

LISTA DE ABREVIATRAS E SIGLAS

AC Autoridade Certificadora
AC-Raiz Autoridade Certificadora Raiz
ANOREG Associao dos Notrios e Registradores do Brasil
CC Cdigo Civil
CD Cirurgio-Dentista
CDC Cdigo de Defesa do Consumidor
CDI Centro de Imagens Digitais
CEO Cdigo de tica Odontolgica
CFM Conselho Federal de Medicina
CRO/RS Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul
ICP-Brasil Infra-estrutura de Chaves Pblicas Brasileiras
ITI Instituto de Tecnologia de Informao
MP Medida Provisria
Pb Chumbo
PEP Pronturio Eletrnico do Paciente
RIPSA Rede Integrada de Informaes para Sade
RT Responsvel Tcnico
SPR - Supervisor de Proteo Radiolgica
TIC Tecnologia da Informao e da Comunicao

SUMRIO

1 INTRODUO ....................................................................................................... 10
2 PROPOSIO ....................................................................................................... 13
3 REVISO DA LITERATURA .................................................................................. 14
3.1 A Quem Pertencem os Exames Complementares?.................................. 14
3.2 Tempo de Guarda dos Exames Complementares .................................... 16
3.3 Laudos ...................................................................................................... 21
3.4 Bioproteo ............................................................................................... 22
3.5 Percia e Odontologia Legal ...................................................................... 22
3.6 Pronturio Eletrnico ................................................................................ 33
3.7 Arquivos Digitais ....................................................................................... 40
3.8 Radiografias .............................................................................................. 49
3.9 Modelos .................................................................................................... 50
3.10 Fotografias .............................................................................................. 51
4 DISCUSSO .......................................................................................................... 55
5 CONCLUSO......................................................................................................... 78
REFERNCIAS ......................................................................................................... 79
ANEXO 1: Portaria Federal no 453 ............................................................................ 85

10

1 INTRODUO

Na instalao de uma clnica radiolgica preciso observar no s os


equipamentos e materiais necessrios, bem como a legislao pertinente ao uso dos
raios-x, a fim de proteger pacientes e operadores contra as radiaes ionizantes.
Freitas (1994) observou que o exerccio da radiologia, pelas suas
caractersticas, ligadas principalmente produo de efeitos biolgicos sobre os
organismos vivos, est sujeito a regras e normas que visam a proteger todos
aqueles, que de forma habitual ou no, recebem radiaes.
A prtica radiolgica uma atividade complexa. Percebe-se assim que
nem todas as clnicas radiolgicas seguem legislao pertinente rea. Wuermann
(1977) salientou que a atitude teimosa de alguns profissionais, pode levar outros a
agirem de maneira descuidada.
Verdussen (1978) concluiu que o local de trabalho deve ser sadio e
agradvel, pois o homem precisa encontrar as condies capazes de lhe
proporcionar o mximo de proteo e, ao mesmo tempo, satisfao no trabalho.
Com o desenvolvimento de novos mtodos diagnsticos, como a
radiologia intervencionista (diagnstica e teraputica), ultra-sonografia, tomografia
computadorizada e ressonncia magntica, o radiologista passou a ter maior
envolvimento e responsabilidade com o paciente e os familiares (Fenelon, 2003).
O uso dos raios-X para diagnstico odontolgico cada vez mais intenso
e as exposies radiolgicas na rea da sade constituem a principal fonte de
exposio da populao s fontes de radiaes ionizantes. O exame radiogrfico
executado com critrio melhora o padro diagnstico, o planejamento e o tratamento

11

odontolgico, aumentando consideravelmente a segurana do cirurgio-dentista no


atendimento de seu paciente. Alm disso, o exame radiogrfico e as fichas clnicas
so importantes para evitar possveis problemas jurdicos com pacientes, por auxiliar
nas percias odontolgicas (Tavano, 2005).
Entretanto percebe-se na prtica diria, que as clnicas radiolgicas, ao
serem projetadas, nem sempre tm o paciente e profissional como foco de sua
ateno e cuidados. Alm disso, em muitos casos, descuidam dos princpios legais e
ticos pertinentes.
Outra dvida de muitos radiologistas em relao ao tempo de guarda
tanto das radiografias como das fotografias ou mesmo dos modelos. Outro fator
importante em relao s radiografias so sua digitalizao e autenticidade.
Assim analisa-se os aspectos ticos e legais da documentao clnica,
especificamente

da

radiogrfica,

frisando

importncia

de

seu

correto

processamento e arquivamento, no sentido de se dispor de instrumentos adequados


s percias odontolgicas, e mesmo da defesa judicial do cirurgio-dentista frente o
processo de responsabilidade profissional.
Riscos e benefcios devem ser estimados quando da utilizao dos raios x
com finalidade de diagnstico. No Brasil, somente em 1998, foi editada a Portaria
MS/SVS n. 453, que Aprova o regulamento tcnico que estabelece as diretrizes
bsicas de proteo radiolgica em radiodiagnsticos mdico e odontolgico, dispe
sobre o uso de raios-x diagnsticos em todo o territrio nacional e d outras
providncias, visando defesa da sade dos pacientes, dos profissionais
envolvidos e do pblico em geral. Sua inobservncia constitui infrao de natureza
sanitria nos termos da Lei 6.437, de 20 de agosto de 1977, ou outro instrumento
legal que venha a substitu-la, sujeitando o infrator ao processo e penalidades

12

previstas, sem prejuzo das responsabilidades civil e penais cabveis (Art. 4 da


referida Portaria), assim como da responsabilidade tica, conforme Resoluo
MS/CNS n. 196/1996 (Brasil, 1996).
Desta forma, vale alertar aos cirurgies-dentistas da rea de radiologia
odontolgica que, alm da busca na satisfao no trabalho, deve-se tambm
observar as medidas fundamentais de proteo. Desdobrando-se a propor como
objetivos especficos analisar a legislao pertinente, sobre a utilizao dos raios-x e
enfatizar os perigos causados pelas radiaes, quando no observada as normas
para instalao de equipamentos e utilizao adequada de instrumentos. Assim
sero expostos os conceitos fundamentais para se trabalhar com os raios-x.

13

2 PROPOSIO

A proposta deste trabalho foi examinar os aspectos ticos e legais da


documentao clnica, especificamente da radiogrfica, dentro da legislao
vigente.

14

3 REVISO DE LITERATURA

Para facilitar o entendimento e compreenso, dividiu-se o trabalho em


tpicos para melhor expor os assuntos tratados referentes ao enquadramento de
uma clnica radiolgica.

3.1 A Quem Pertence os Exames Complementares?

Segundo a legislao do Brasil (1988) foi possvel verificar que de acordo


com o Artigo 5, inciso XIV da Constituio Brasileira assegurou "a todos o acesso
informao". Reconhece, assim, o direito do paciente ter acesso, tambm,
documentao clnica radiogrfica, em se tratando de exame laboratorial
complementar que traz informaes sobre este. A propriedade dos originais da
documentao radiogrfica que poder variar: pertencer a quem custeou (o
paciente, ou o profissional, ou a instituio de previdncia, etc.).
Freitas (1977) afirmou que a presena de radiografias nos arquivos do
profissional constitui imperativo de ordem tcnica, cientfica e legal e que estas
pertencem ao cirurgio-dentista e no ao paciente.
Silva (1997) divulgou que toda documentao odontolgica pertence
legalmente ao paciente.
Gauderer (1998) argumentou que os exames complementares (raios-x,
exames laboratoriais) pertencem ao paciente. Seu argumento foi sustentado pela

15

premissa que o mesmo pagou por eles. Desta forma, os documentos estariam
apenas sob custdia do laboratrio, do profissional de sade ou do hospital.
Silva (2000) relatou que as radiografias bucais devem ser encaradas
como uma documentao legal de propriedade do paciente que pode, mediante
contrato de ttulo, estar sob a posse do cirurgio-dentista devido a seu ofcio. Todas
as informaes devem ser repassadas ao paciente. O material deve ser arquivado
adequadamente, e devidamente identificado. As radiografias so importantes
matrias de prova que podem ser requisitadas por peritos ou assistentes tcnicos ou
mesmo, para corroborar as aes do dentista.
Nogare (2001) observou que as radiografias pertencem a quem pagou por
elas. Assim, caso o paciente tenha efetuado o pagamento dos mesmos e solicite
entrega, dever o cirurgio-dentista providenci-la, mediante recibo discriminado
assinado pelo paciente ou responsvel legal.
Severo et al. (2002) divulgaram que quanto a dvida de se as radiografias
odontolgicas pertencem ao profissional ou ao paciente, observou que legalmente
existe respaldo e garantia propriedade do paciente, e esta deve ser respeitada. No
entanto, devido a importncia de acesso e acompanhamento peridico do dentista a
esse material ou em situaes penais, este deve ter sob seu resguardo, ao menos,
uma cpia ou quando devidamente solicitada a posse desse material. Logo,
independente de relaes de consumo e fornecimento, ou de pagamentos, as
radiografias so sempre do paciente.
Almeida et al. (2004) ressaltaram que a documentao pertence ao
paciente e, portanto, quando por este solicitada dever ser entregue. Constatou
tambm, a necessidade de se relacionar todos os documentos que esto sendo

16

entregues em dupla via, para que o paciente assine e esta seja retida como
comprovante pelo profissional.

3.2 Tempo de Guarda dos Exames Complementares

De acordo com as leis publicadas no Brasil (1992a) possvel observar


que de acordo com o inciso VIII do Artigo 5 do Cdigo de tica Odontolgica, "
dever fundamental dos profissionais da Odontologia elaborar e manter atualizados
os pronturios dos pacientes, conservando-os em arquivo prprio". Quanto ao tempo
de guarda do pronturio, segundo o Parecer 195/92 do Conselho Federal de
Odontologia, de 10 (dez) anos aps o ltimo comparecimento do paciente no
consultrio. No caso de menores de idade, devem-se contar os 10 (dez) anos a
partir da data em que foram atingidos dezoito anos. A documentao odontolgica
um instrumento na garantia de qualidade do tratamento, devendo se nortear por
normas tcnicas legais e ticas.
Brasil (1992b) regulamentou o tempo de guarda do pronturio por meio da
Resoluo CFM n 1.331/89, e esta estabeleceu em seu Artigo 1 que o pronturio
mdico documento de manuteno permanente pelos estabelecimentos de sade
e depois de decorrido prazo no inferior a dez anos, a fluir da data do ltimo registro
de atendimento do paciente, o pronturio pode ser substitudo por mtodos de
registro capazes de assegurar a restaurao plena das informaes nele contidas.
Segundo Serra (2000), muita controvrsia se faz em relao ao tempo de
guarda da documentao odontolgica. O Cdigo Civil, em seu Artigo 177, afirma
que as aes pessoais prescrevem em vinte anos. J o Artigo 27 do Cdigo de

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Proteo e Defesa do Consumidor afirma que prescreve em cinco anos a pretenso


reparao de danos causados por servio, iniciando-se a contagem do prazo a
partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Vanrell (2002) salientou que a conservao e a guarda da documentao
odontolgica por tempo indefinido, mesmo quando o cirurgio-dentista abandone a
profisso ou o atendimento em consultrio, poder ser extremamente til e
recomendvel. Afirmou tambm sobre como deve ser guardado o pronturio
odontolgico, que existe um consenso no sentido de que a documentao
odontolgica deve ser guardada de forma perptua, pela forma e mecanismos que
sejam mais adequadas para o profissional, no devendo ser descartada.
Segundo a Resoluo do Conselho Federal de Medicina no 1.638/02
(Brasil 2002) dispe sobre o tempo de guarda dos pronturios, valendo ressaltar que
foi resultante de um detalhado Parecer do Conselho Federal de Medicina, de n o
30/02.
Art. 2 - "a guarda permanente para os pronturios mdicos arquivados
eletronicamente em meio ptico ou magntico, e micro filmados".
Art. 4 - "o prazo mnimo de vinte anos, a partir do ltimo registro, para a
preservao dos pronturios mdicos em suporte de papel".
Em seu pargrafo nico, determina que, findo esse prazo, a Comisso de
Avaliao de Documentos definir o que relevante, do ponto de vista mdicocientfico, histrico e social, para manuteno permanente.
Art. 5 - "no caso de emprego de microfilmagem, a eliminao do suporte
de papel dos pronturios micro filmados, de acordo com os procedimentos previstos
na legislao arquivista em vigor (Lei No 5.433/68 e Decreto No 1.799/96), aps

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anlise obrigatria da Comisso Permanente de Avaliao de Documentos da


unidade mdico-hospitalar geradora do arquivo".
Art. 6 - "no caso de digitalizao dos pronturios, a eliminao do suporte
de papel dos mesmos, desde que a forma de armazenamento dos documentos
digitalizados obedea norma especfica de digitalizao contida no anexo desta
Resoluo e aps anlise obrigatria da Comisso Permanente de Avaliao de
Documentos da unidade mdico-hospitalar geradora do arquivo".
Maciel et al. (2003) relataram que quanto guarda da documentao
odontolgica dever ser por tempo indeterminado permitindo que, em qualquer
momento, todas as fases do atendimento odontolgico do consumidor sejam, caso
necessrio, reveladas.
Pereira et al. (2003) observaram que na medicina e odontologia, o grande
volume dos pronturios est impossibilitando o suporte em meios fsicos. O
departamento jurdico do CRO/RS recomenda que devam ser preservados por vinte
anos.
Souza (2003b) relatou a Lei no 8.159, de 08 de Janeiro de 1991, a qual
determina:
Art. 2 - Consideram-se arquivos, para o fim desta lei, os conjuntos de
documentos produzidos e recebidos por rgos pblicos, instituies de carter
pblicas e entidades privadas em decorrncia do exerccio de atividades especficas,
bem como por pessoa fsica, qualquer que seja o suporte da informao ou a
natureza dos documentos.

19

Art. 11 - Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos


produzidos ou recebidos por pessoas fsicas ou jurdicas, em decorrncia de suas
atividades.
Art. 25 - Ficar sujeito responsabilidade penal, civil e administrativa, na
forma da legislao em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor
permanente ou considerado como de interesse pblico e social.
De acordo com a publicao no Brasil (2004), segundo a Resoluo
59/2004 do Cdigo de Processo tico Odontolgico, prescrevem em cinco anos as
infraes ticas praticadas pelos

inscritos

em

Conselho de

Odontologia,

interrompendo-se este prazo pela propositura da competente ao, no havendo


assim nenhuma variao do antigo. Quanto ao tempo de guarda do pronturio
odontolgico, o assunto de extrema complexidade, se levarmos em conta as
informaes obtidas, que variam da indeterminao at indefinidamente. Contudo,
avaliando as implicaes clnicas e legais j abordadas e debatidas, a Comisso
sugere o perodo de dez anos aps o ltimo comparecimento do paciente, ou, se o
paciente tiver idade inferior aos dezoito anos a poca do ltimo contato profissional,
dez anos a partir do dia que o paciente tiver completado ou vier a completar os
dezoito anos.
Ramos (2005) relatou que a documentao odontolgica deve ser
guardada "ad eternum" e no deve ser descartada. A organizao da documentao
algo que os prprios pacientes percebem, e acaba se transformando tambm em
um fator de diferenciao do profissional. Alm disso, no devemos esquecer
aqueles que realmente agem de m f ao escolher um profissional para acionar,
certamente ser aquele mais desorganizado e menos documentado. sempre
tempo de rever nossos procedimentos e adequ-los a nova realidade. Neste final de

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sculo, as mudanas so muitas, cleres e dinmicas - mercado de trabalho difcil,


relao profissional/paciente mais impessoal, advento de sistemas de odontologia
de grupo. A documentao adequada imprescindvel. O profissional inteligente
aquele que tem a coragem de mudar de idia e de hbitos.
Pereira (2005) comentou que na medicina e odontologia, o grande volume
de pronturios impossibilita o suporte em meios fsicos, que segundo o Cdigo Civil
de 1916, devem ser preservados por vinte anos.
Tavano (2005) observou que as radiografias devem ser arquivadas junto
ao pronturio clnico do paciente em timas condies de armazenagem, durante
um perodo mnimo de vinte anos, como preconizado pela odontologia legal.
Eid (2007) salientou que o Conselho Federal de Odontologia recomenda
que estes documentos devem ser arquivados, por questes legais, por um perodo
de, no mnimo, vinte anos aps o ltimo registro do paciente.
Cerveira (2008) mostrou que o tempo de guarda dos documentos deve
ser indeterminado, ou seja, por toda a vida profissional do cirurgio-dentista. Refora
essa tese o Parecer 31/95 do Conselho Federal de Medicina - CFM - de 14/07/95,
que diz: A partir do momento da morte tanto para o mdico como para qualquer
outro cidado, instala-se a cessao da pessoa natural ou personalidade jurdica.
Ou seja, por motivo bvio, o mesmo no poder mais ser responsabilizado pelo que
ocorrer com seus arquivos aps o desenlace carnal. Tendo em vista o exposto, o
arquivo particular de mdico falecido sem herdeiro profissional deve, ento, ser
incinerado por pessoa de convivncia diria direta, familiares ou secretria
particular. Por analogia o mesmo se aplica ao cirurgio-dentista.

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3.3 Laudos

Fenelon (2003) relatou que o laudo radiolgico um documento. Nele,


devemos mencionar a tcnica utilizada e as possveis intercorrncias ocorridas
durante o procedimento. A descrio dos achados deve ser redigida de forma
sucinta e completa, e quando o diagnstico seguro, terminar com uma
impresso/concluso. prtica desaconselhada utilizar neologismos, abreviaes,
preposies inadequadas e principalmente termos anatomopatolgicos. Os exames
sem laudo somente devem ser liberados em caso de absoluta necessidade do
paciente e com o intuito de promover o bem-estar deste. Infere-se que, se o mdico
solicitante aceita o filme sem laudo e baseia-se apenas na sua prpria interpretao,
ele, ento, o responsvel mdico-legal pelas conseqncias dessa interpretao.
Um estudo realizado por Vincent et al. (1988) mostraram uma taxa de
39% de erro de diagnstico para anormalidades clinicamente significativas, feitos por
mdicos no especialistas em diagnstico por imagem. Na entrega de resultados de
exames, deve-se fazer o registro para quem foi entregue o exame, seja mdico,
clnica ou outra pessoa. Alm disso, diz-nos que tradicionalmente, o imaginologista
acredita que o seu papel de comunicar os resultados de exames no vai alm do
relatrio escrito e da sua assinatura. Como forma de cortesia e boa prtica mdica,
deve-se utilizar da comunicao verbal direta com o mdico que solicitou o exame,
seja atravs do telefone ou da comunicao pessoal. Essa conduta ainda
imprescindvel quando os achados so significativos ou requerem conduta mdica
urgente.

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3.4 Bioproteo

No Brasil em 1998 foi editada a Portaria MS/SVS n. 453, que Aprova o


regulamento tcnico que estabelece as diretrizes bsicas de proteo radiolgica em
radiodiagnsticos mdico e odontolgico, dispe sobre o uso de raios-x diagnsticos
em todo o territrio nacional e d outras providncias, visando defesa da sade
dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do pblico em geral.
Falco et al. (2003) salientaram que um dos objetivos intentados pelas
normas de bioproteo a reduo dos nveis de exposio radiao x, o que vem
sendo conseguido com a substituio progressiva do sistema convencional pelos
sistemas digitais, para a obteno de imagens radiogrficas, chegando a uma
reduo de 40 a 60% nos nveis de exposio.

3.5 Percia e Odontologia Legal

Segundo Arbenz (1988) relatou que os dentes e os arcos dentrios


podem fornecer, em certas circunstncias, subsdios de real valor para a soluo de
problemas mdico-legais e criminolgicos, de sorte a constituir, mesmo, s vezes, os
nicos elementos com os quais pode contar o perito. Caracterizou tambm que
documento uma declarao escrita para servir de prova, considerando como tais,
atestados, laudos, receiturios, que possui interesse jurdico, com respaldo mdicocientfico. Acrescenta ainda, que a violncia atual crescente, homicdios seguidos
de ocultao de cadveres, catstrofes naturais e artificiais, como acidentes areos
criam a necessidade de arquivamento organizado dos registros odontolgicos, para

23

o reconhecimento da vtima. As demandas judiciais contra clnicas odontolgicas e


cirurgies-dentistas tm sido uma constante, sendo o pronturio o nico e mais
perfeito instrumento de defesa.
No Brasil em 1990 foi regulamentado o Cdigo de Defesa do Consumidor
por meio da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990. Esta estabeleceu em seu
Artigo 26 que o direito de reclamar pelos vcios aparentes ou de fcil constatao
caduca em trinta dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produto no
durveis, noventa dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produto
durveis; porm destacou que se tratando de vcio oculto, o prazo decadencial
inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. J em seu Artigo 27
apontou que prescreve em cinco anos a pretenso reparao pelos danos
causados por fato do produto ou do servio prevista na Seo II deste Captulo,
iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua
autoria. Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva o
produto ou do trmino da execuo dos servios. Obstam a decadncia: a
reclamao comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e servios at a resposta negativa correspondente, que deve ser
transmitida de forma inequvoca; a instaurao de inqurito civil, at seu
encerramento. Tratando-se de vcio oculto, o prazo decadencial inicia-se no
momento em que ficar evidenciado o defeito. Prescreve em cinco anos a pretenso
reparao pelos danos causados por fato do produto ou do servio prevista na
Seo II deste Captulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria.
Saad (1991) discorreu sobre o Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC)
no seu Art. 2, consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire produto ou

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servio como destinatrio final J o fornecedor, segundo o Art. 3 do CDC, toda


pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produo, montagem,
criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio ou
comercializao de produtos ou prestao de servios. Produto, segundo o Art. 3,
1 do CDC qualquer bem, mvel ou imvel, material ou imaterial. Servio,
segundo o Art. 3, 2 do CDC qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo mediante remunerao.
Moraes (1991), tratando do erro mdico, afirmou que nos processos o
paciente tem de provar que o profissional agiu com imprudncia, negligencia ou
impercia e o advogado do reclamante deve apresentar provas de que houve erro de
conduta pelo qual ele saiu prejudicado. Nesse ponto, o que tem valor decisivo a
documentao clnica (que inclui a radiografia) do paciente, na qual se podem colher
as provas que negam a responsabilidade do profissional.
Kessler & Pemble (1993) descreveram a atuao da odontologia legal na
identificao das vtimas americanas na "Operao Tempestade no Deserto". Dos
duzentos e cinqenta e um exames de identificao dental realizados, duzentos e
quarenta e quatro possibilitaram a individualizao e positiva identidade das
pessoas. Tais exames foram facilitados pela existncia de um arquivo com
radiografias panormicas da maioria das pessoas envolvidas com a "Operao", os
casos no identificados foram justamente os que no apresentavam registros
dentais prvios.
Ramos et al. (1994) demonstraram que na falta de outras informaes
clnicas odontolgicas por falhas da documentao clnica do cirurgio-dentista, da
vtima ou por alteraes ou mutilaes ocorridas no cadver, uma simples

25

radiografia periapical pode nos fornecer dados clnicos suficientes para o processo
de identificao. Alm disso, descreveu sobre a Constituio da Republica
Federativa do Brasil, de cinco de outubro de 1988, ao tratar "Dos Direitos e
Garantias Fundamentais", assegura "a todos os acessos a informao" (Art. inciso
XIV). A propriedade dos originas da documentao radiogrfica que pode variar:
pertencera a quem a custeou (o paciente, ou o profissional, ou a instituio de
previdncia), mas o direito de ter uma cpia desta tanto do paciente como do
profissional. Como o Cdigo Civil Brasileiro prev a possibilidade de o paciente
acionar judicialmente o profissional por dano causado em ato profissional at vinte
anos aps o trmino do tratamento (Art. 177 do Cdigo Civil Brasileiro), e como
processos de identificao podem ocorrer em prazos at superiores a esses vinte
anos mesmo aps a morte do paciente, recomendamos que o profissional no
descarte tal documentao, guardando-a sempre. A mesma lgica vale para os
"herdeiros" do profissional, por determinadas responsabilidades jurdicas se
transmitem com a herana (Art. 1526 do Cdigo Civil Brasileiro).
Kahana & Hiss (1994) relataram um caso em que um indivduo foi
positivamente identificado analisando a morfologia radiogrfica do trabeculado sseo
de falanges distais e de ossos do metacarpo.
Austin & Maples (1994) descreveram um estudo da verificao da
eficincia dos mtodos de superposio de imagens, para identificao de crnios
humanos desconhecidos. Neste estudo os autores procuraram verificar a exatido
do mtodo sem fazerem uso dos registros da dentio. E puderam concluir que,
mesmo sem fazer uso dos dados odontolgicos, possvel se realizar a
superposio de imagens, identificando o indivduo, se possuirmos pelo menos duas
boas fotografias (frontal e lateral) anteriores ao bito do indivduo.

26

Silva et al. (1995) apontaram que para o cirurgio-dentista se ver livre de


possveis processos, auxiliar odonto-legistas em caso de necessidade e ter
documentao em ordem, algumas observaes so importantes: 1 - Radiografias:
devem ser arquivadas pasta do cliente. Elas so imprescindveis para a
composio das provas; 2 - Modelos de estudo: apesar do volume, esse material
tambm deve ser arquivado. Existe tambm a possibilidade de xerocopi-los.
Oliveira et al. (1996) concluiram que o campo de atuao do odontolegista nos processos de identificao humana post-mortem, no se restringe ao
exame dos vestgios dentais, estendendo-se a vrias reas do saber, como
exemplo: antropologia, gentica, bioqumica, balstica forense, tanatologia e
traumatologia forense, radiologia, computao, prosopografia e mixagem de
imagens. Todos os atos respaldados por competente legislao federal.
Silva (1997) salientaram que as radiografias esto presentes, como
matria de prova, na maioria dos processos jurdicos, embora muitas vezes no
estejam devidamente arquivadas ou no tenham sido reveladas e fixadas
adequadamente, tornando-se imprestveis quando requisitadas pela justia.
Silva (1999) ressaltou que os modelos podem constituir elementos de
prova judicial. Diante da dificuldade de serem arquivados todos os modelos de
prtese ou outros servios odontolgicos, recomendou-se a guarda, tirando-se uma
fotocpia do modelo em gesso nos demais casos, e anexando-os ao pronturio do
paciente. Chamou a ateno ainda para as radiografias as quais deveriam ser
duplicadas, preventivamente, ou na eventualidade de serem requisitadas pela justia
ou quando pedidas pelo paciente, fazendo a entrega da cpia, uma vez que
representam o embasamento de atos operacionais realizados pelo profissional,

27

podem ser acrescentadas ainda as radiografias panormicas, fotografias, enfim tudo


que for documento odonto-legal.
Fenelon (2003) mostrou que o mdico passa a ser responsvel pelo erro
cometido no exerccio profissional quando so evidenciados atos de impercia,
imprudncia ou negligncia. A falha no diagnstico radiolgico responsvel por
70% dos processos envolvendo radiologistas nos Estados Unidos. De acordo com o
Conselho Mdico do Estado de Wisconsin (EUA), espera-se que um radiologista
mediano detecte todas as leses bvias, mas nem todas as leses sutis.
Entretanto, o fenmeno da no visualizao, de alteraes bvias facilmente
reconhecidas numa segunda anlise, ainda no foi satisfatoriamente explicado.
Tambm citou um estudo publicado por Yerushalmy (1969) que mostrou uma
discordncia de 20% entre radiologistas, analisando uma mesma radiografia em
ocasies diferentes. O diagnstico por imagem, no Brasil, ainda no uma das
especialidades mais envolvidas em processos judiciais. Nos Estados Unidos,
entretanto, a especialidade ocupa o 3 lugar entre as mais demandadas. Ainda,
relatou que ocasionalmente, os resultados de procedimentos e laudos mdicos
realizados pelos radiologistas podem provocar esclarecimentos quanto aos meios e
condutas adotados. Tambm demonstrou as condies que freqentemente levam a
processos judiciais: 1 Erros diagnsticos. 2 Complicaes de exames. 3 Casos
no diagnosticados ou atraso no diagnstico. 4 Trauma (fraturas e luxaes.
Falco et al. (2003) concluiram que a radiologia constitui-se numa grande
aliada da odontologia legal como auxiliar a justia. Para fins legais, as radiografias e
as fotografias pertencem a mesma classe de provas, somando itens de evidncias
reais para inspeo perante a justia.

28

Souza (2003a) relatou sobre o novo Cdigo Civil, que trouxe um artigo de
fundamental importncia na avaliao jurdica do erro mdico. O novo Cdigo Civil
determina este, em seu Artigo 206 que prescreve em trs anos a pretenso de
reparao civil. Este, por conseqncia, dever ser o prazo adotado em nossos
tribunais para avaliao da prescrio da possibilidade de se impetrar uma ao de
responsabilizao civil do mdico, em casos de erro mdico.
Maciel et al. (2003) relataram que o cirurgio-dentista um fornecedor de
servios e produtos, e o paciente um consumidor onde o servio prestado pelo
cirurgio-dentista, enquadra-se, via de regra, nos preceitos do Cdigo de Defesa do
Consumidor (CDC). Tambm salientou que de acordo com o CDC, o paciente tem
direito de pleitear a reparao do dano a partir da data do conhecimento deste at
cinco anos aps o seu conhecimento. Quanto liberao da documentao, no caso
de o paciente desejar trocar de profissional, a conduta correta a liberao do
paciente com toda a documentao, sem fazer nenhuma exigncia, posto que esta
pertence, por direito, ao mesmo, cabendo aos cirurgies-dentistas a sua guarda,
conforme o inciso VI do Artigo 4 do Cdigo de tica Odontolgica. O CDC, em seu
Artigo 72, define a quem pertence a ficha clnica ao afirmar que constitui crime
contra as relaes de consumo, impedir ou dificultar acesso do consumidor as
informaes. importante lembrar que de acordo com o Artigo 4 do CDC, na
relao existente entre o consumidor e o fornecedor, o paciente a parte vulnervel
no mercado de consumo. O paciente mais fraco nessa relao porque, na maioria
das vezes, no detm o conhecimento sobre os procedimentos que nele sero
realizados.
Pereira et al. (2003) ressaltaram que a adulterao de documentos e
imagens digitais, com a inteno de mudar sua interpretao cientfica, com ou sem

29

assinatura digital, crime de falsificao. A confirmao deste acontecimento ir


levar seu autor a responder por crime na justia comum, como falsrio, crime muito
mais grave que o erro cientfico, que pode levar a perda do seu ttulo profissional.
Alm disso, se a falsificao for feita em imagem fornecida por uma clnica de
radiologia, haver o comprometimento de crime de, no mnimo, dois profissionais: o
cirurgio-dentista clnico e o responsvel pela clnica de radiologia.
Almeida et al. (2004) relataram que entre os exames complementares
mais realizados pelo cirurgio-dentista encontram-se as radiografias. Em processos
tico-administrativos ou judiciais, as radiografias so, via de regra, os meios de
prova mais importantes para a comprovao da qualidade dos tratamentos
realizados. Para que possa, todavia, produzir os efeitos legais desejados
fundamental que sejam processadas, rotuladas, identificadas e arquivadas
corretamente. Mostrou tambm que os modelos de estudo e de trabalho, muito em
uso em determinadas especialidades, tambm devero ser arquivados. As
fotografias so excelentes recursos na comprovao de questes relativas ao
tratamento, razo pela qual, devem tambm ser rotuladas, identificadas e
arquivadas. Todos os documentos que sejam produzidos no atendimento do
paciente devem ser guardados em arquivo prprio, conforme preceitua o Cdigo de
tica Odontolgica em seu Artigo 5, inciso VIII.
Baldacci (2004) citou que com a edio do Cdigo de Defesa do
Consumidor houve uma transformao na atitude da sociedade frente a relao de
consumo de produtos e servios, tendo como conseqncia o aparecimento de
conflitos de interesse nesta rea. Entre os fornecedores de servios, encontra-se o
cirurgio-dentista, que observa o incremento de aes de responsabilidade civil
movidas por pacientes insatisfeitos pela prestao dos servios odontolgicos.

30

Tavano (2005) relatou que o exame radiogrfico e as fichas clnicas so


importantes para evitar possveis problemas jurdicos com pacientes, por auxiliar nas
percias odontolgicas.
Silva et al. (2006) destacaram que o maior suporte para a identificao
odonto-legal advm da documentao clnica produzida cotidianamente pelos
clnicos. Da a importncia de se conscientizar a classe odontolgica da necessidade
de se registrar e arquivar adequadamente as informaes e dados obtidos durante
os atendimentos de rotina. Tambm citou que associada finalidade clnica, a
documentao radiogrfica pode constituir relevante fonte de prova em questes
periciais, mas para subsidiar efetivamente os processos judiciais estas peas devem
ser devidamente processadas e arquivadas.
Wood (2006) evidenciou a importncia de uma avaliao radiolgica do
complexo maxilo-facial, em que indivduos foram identificados com base em
radiografias odontolgicas e pstero-anterior de crnio.
Silva et al. (2007) relataram que uma anlise radiogrfica pode subsidiar
adequadamente a identificao de corpos em decomposio, esqueletizados ou
carbonizados, pelo fato de as impresses digitais apresentarem-se destrudas. A
literatura pericial relata casos de identificao humana utilizando os diversos tipos de
radiografias. Salientou tambm que a identificao de corpos carbonizados
normalmente exige abordagem multidisciplinar em que as diversas reas da cincia
podem contribuir relevantemente para a obteno de resultados confiveis. A
odontologia, por exemplo, auxilia adequadamente nesses casos pelo fato de os
dentes e materiais odontolgicos possurem resistncia considervel ao do calor
e do fogo. Alm disso, diz-nos que a realizao de uma entrevista adequada com os

31

supostos familiares da vtima pode revelar a existncia de documentao mdica


e/ou odontolgicas produzidas em decorrncia de tratamento clnico.
Pacheco (2008) citou Pereira que revelou que as radiografias no podem
ser avaliadas pelo paciente, nem pelo juiz, os quais no tm conhecimentos tcnicos
para isso. Sendo assim, o que vale o laudo do radiologista. Em caso de litgio, o
laudo vale mais do que a prpria radiografia, no importa que seja com emulso e
revelador qumico ou digital.
Cerveira (2008) citou a importncia da documentao odontolgica a qual
fica cada vez mais evidente. As crescentes demandas dos pacientes/clientes em
aes indenizatrias ou ticas revelam uma tendncia observada desde o advento
do Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC). Vrios estudos dirigidos nesse sentido
comprovam essa perspectiva. Citam-se, a ttulo de ilustrao, alguns deles:
Aspectos do perfil das denncias nos processos ticos no Rio Grande
do Sul. Esse estudo analisou a origem das denncias ticas no Conselho Regional
de Odontologia/RS em um perodo de dez anos, cinco anteriores ao Cdigo de
Defesa do Consumidor e cinco posteriores. Os resultados evidenciaram um
crescimento de 96,33% nas denncias originrias de pacientes nos cinco anos
posteriores promulgao do CDC.
Anlise dos processos ticos no Rio Grande do Sul, no perodo entre
2001 e 2006, quanto origem e legislao vigente. Esse estudo fez uma anlise dos
processos ticos instaurados no CRO/RS quanto origem das denncias e base
legal de suas fundamentaes em concorrncia com o Cdigo de tica
Odontolgica. Os resultados demonstraram que 37,61% dessas denncias
originaram-se de pacientes que utilizaram o CDC para sustent-las. A maior origem

32

de denncias, nesse caso, decorreu de ao de ofcio do CRO/RS, perfazendo


51,6% do total.
Responsabilidade Civil Odontolgica: pesquisa realizada no Foro
Central de Porto Alegre e Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul. Essa
pesquisa encontrou entre 1985 e 1999 apenas sete processos civis contra
cirurgies-dentistas, sendo trs deles anteriores ao CDC e quatro posteriores. No
trabalho encontram-se dois dados interessantes que, embora no tenham relao
direta coma a temtica proposta, merecem alguma considerao. O primeiro refere
que dos sete processos instaurados, cinco deles foram movidos por pacientes do
sexo feminino. O segundo revela que o tempo mximo de instaurao daqueles
processos foi de trs anos aps a ocorrncia do fato supostamente danoso.
Cirurgies-Dentistas: aes judiciais resultantes do exerccio profissional
no Rio Grande do Sul. Esse trabalho demonstrou que, dos quatorze acrdos
proferidos entre os anos de 1989 e 2001, apenas dois so anteriores vigncia do
CDC. Mesmo que se considere a distribuio desproporcional no tempo dos
acrdos em relao ao CDC, verifica-se um crescimento. Esse estudo identificou,
tambm, uma predominncia das mulheres na propositura das aes, nove dos
quatorze processos. Diante dessa nova perspectiva que se estabelece na relao
profissional/paciente, torna-se imprescindvel um novo comportamento, um novo agir
dos cirurgies-dentistas em uma expectativa da Odontologia Defensvel. No se
trata de uma nova especialidade odontolgica, mas de uma nova maneira de
conduzir a prtica da odontologia baseada na nfase que deve ser dada
documentao odontolgica. Documentao essa considerada em todos os seus
aspectos, que variam desde a concepo de instrumentos de registros, incluso dos
prprios registros e se estendem a produo e guarda desses documentos. Pode-

33

se, para facilitar o entendimento, mencionar, por exemplo, o prprio Cdigo de


Defesa do Consumidor que estabelece as regras para as relaes de consumo no
seu Cap. III Dos Direitos Bsicos do Consumidor Art. 6, especialmente nos
incisos II e III, abaixo transcritos: II-a educao e divulgao sobre o consumo
adequado dos produtos e servios, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contrataes; III-a informao adequada e clara sobre os diferentes
produtos e servios, com especificao correta da quantidade, caractersticas,
composio, qualidade e preo, bem como sobre os riscos que apresentem.

3.6 Pronturio Eletrnico

Segundo o Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, define-se alguns


termos:
Pronturio: o lugar onde se guardam ou depositam coisas das quais
se podem necessitar a qualquer instante. II - Ficha (mdica, policial, etc.) com os
dados referentes a uma pessoa.
Ficha: folha solta ou carto com anotaes para ulterior classificao
ou pesquisa informaes, em carter confidencial, sobre algum ou alguma coisa.
Dado: elemento ou base para a formao de um juzo; Princpio em
que se assenta uma discusso.
Arquivo: conjunto de documentos manuscritos, grficos, fotogrficos,
etc. Recebidos ou produzidos oficialmente por uma entidade, por seus funcionrios e
destinados a permanecer sob a custdia dessa entidade ou funcionrios; Lugar onde
se recolhem, guardam esses documentos.

34

Grmy (1987) verificou que o pronturio eletrnico do paciente o ncleo


do sistema de informao hospitalar funcionando, principalmente, como o
documento de acompanhamento do paciente, mas tambm como ferramenta de
sntese e de auto-ensinamento, de documento mdico-legal, de comunicao,
pesquisa clnica e outros campos, gesto das organizaes de sade, estudos
epidemiolgicos, evoluo da qualidade de cuidados e ensinamento. Em outras
palavras, o pronturio do paciente, que antes tinha funo de documentar as
informaes da sade e da doena do paciente, hoje, se tornou complexo, passando
a ter um papel de fundamental importncia na sociedade contempornea, tendo as
seguintes funes: fornece subsdio de manuteno da sade do paciente; Favorece
o compartilhamento de informaes entre diferentes profissionais; o documento de
base legal para as aes mdicas e dos pacientes; uma fonte de pesquisa clnica,
de estudos epidemiolgicos, de avaliao da qualidade, do cuidado e de vigilncia a
reaes adversas de drogas; uma fonte de educao e reciclagem mdica
continuada; uma fonte de informao para identificar grupos de pacientes
especficos, tratamentos e cuidados praticados nos pacientes, visando cura de
determinadas enfermidades; Fornece subsdios para o faturamento e o reembolso,
para a pr-autorizao por pagadores, como base para a sustentao organizacional
e para a gerncia de custos.
Nightingale (1989), durante suas atividades cuidando dos feridos dos
campos de concentrao da Guerra da Crimia (1853-1856), defendeu com
veemncia a importncia desses registros como fundamental para a continuidade no
tratamento dos pacientes, principalmente no que se refere assistncia de
enfermagem.

35

Genovese (1992) relatou que o pronturio odontolgico faz parte hoje, de


forma irrefutvel, do arsenal diagnstico dos dentistas, enfatizando que fotografias,
modelos, radiografias e outros elementos, tambm devem compor esse pronturio.
Guimares et al. (1994) observaram que para a correta identificao do
paciente os seguintes dados devem ser anotados: nome completo, naturalidade,
estado civil, sexo, local e data de nascimento, profisso, endereo residencial e
profissional completos, ressaltando ainda que se o paciente for menor ou incapaz,
devero constar tambm os dados do responsvel.
Moehr (1995) salientou que fcil prever que os pronturios do futuro
sero baseados em sistemas de informaes conectados em rede, resultando em
um pronturio virtual. Um sistema de informaes integrado deve ter a capacidade
para a comunicao e integrao de todos os dados do paciente durante sua vida.
Deboscker (1997) citou a histria dos registros de informaes
concernentes as pessoas doentes remonta idade antiga, atribuem-se ao mdico
egpcio Imhotep os registros feitos em papiro.
Van Ginneken (1997) mostrou que somente com a institucionalizao da
medicina cientifica por Hipcrates de Cs, no sculo V a.C., que foi mostrada a
necessidade real de se fazer os registros escritos sobre os pacientes a fim de
refletir, de maneira exata, o curso da doena e indicar as suas possveis causas.
Sales et al. (2001) descreveram ainda quais so os constituintes de um
pronturio odontolgico. E que os exames complementares fazem parte dessa
documentao. As radiografias devem ser bem reveladas e fixadas, pois as mesmas
devem ser bem guardadas, pois podero vir a servir de provas no futuro.

36

A partir de 2002, o Brasil mostrou ao Conselho Federal de Medicina


(CFM) que, no Artigo 1 da Resoluo de n 1.638/2002, define o pronturio do
paciente como sendo um documento nico constitudo por um conjunto de
informaes, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos
e situaes sobre a sade do paciente e a assistncia a ele prestada, de carter
legal, sigiloso e cientfico. utilizado para possibilitar a comunicao entre membros
da equipe multiprofissional e a continuidade da assistncia prestada ao indivduo.
De acordo com a legislao do Brasil (2003) em relao a rea
odontolgica, segundo o Cdigo de tica Odontolgico, pelo Conselho Federal de
Odontologia, importante saber que:

Art. 5 Constituem deveres fundamentais dos profissionais e

entidades odontolgicas:

VIII elaborar e manter atualizados os pronturios de pacientes,

conservando-os em arquivo prprio.

XVI garantir ao paciente ou seu responsvel legal acesso a

seu pronturio, sempre que for expressamente solicitado, podendo conceder cpia
do documento, mediante recibo de entrega.
Almeida et al. (2004) salientou como devem ser elaborados esses
documentos, os quais a comisso dividiu, didaticamente em documentos
fundamentais e documentos suplementares. So documentos fundamentais aqueles
que devero ser preenchidos em todo e qualquer atendimento ao paciente, sendo
constitudo da ficha clnica e seus anexos.
A Ficha Clnica deve conter as seguintes partes:

37

Identificao do Profissional De acordo com o Art. 33, do Cdigo de


tica Odontolgica CEO/2003 - obrigatrio constar em todos os impressos o
nome do profissional, o nome da profisso, que cirurgio-dentista, e o nmero de
inscrio no Conselho Regional.
Identificao do Paciente A comisso entende que para suprir as
seguintes informaes: nome completo, nmero do registro geral (identidade civil),
nmero do cadastro individual de contribuinte (CIC), data de nascimento,
naturalidade, nacionalidade, estado civil, sexo e endereos residencial e profissional
completos. Deve-se registrar ainda a forma como o paciente chegou at o
profissional (indicao). Necessrio se faz quando o atendimento dispensado for a
paciente menor de dezoito anos ou incapaz absoluto sejam registrados os dados
relativos ao responsvel legal e seu cnjuge. Por oportuno interessante que, para
os pacientes atendidos sob a forma de convnio e credenciamentos, sejam
anotados os dados relativos a empresa mantenedora e o nmero de identificao do
segurado. Anote-se tambm o nome do profissional ou profissionais que atenderam
o paciente anteriormente e, se possvel, a data e o local do atendimento.
Anamnese:
1. Queixa principal ou motivo da consulta atual - sendo recomendado que
sejam essas informaes registradas com os termos utilizados pelo paciente.
2. Evoluo da doena atual O profissional deve nortear as perguntas
de forma obter o maior nmero de informaes possveis, visando ao
estabelecimento do correto diagnstico, prognstico e planejamento teraputico.
3. Histria mdica e odontolgica Constar das informaes acerca do
estado geral do paciente passado e presente, onde dever ser apresentado um

38

questionrio de sade elaborado com as informaes a critrio do profissional.


Ressalte-se a necessidade de o paciente ou seu responsvel legal assinar o
questionrio de sade ratificando a veracidade das informaes obtidas.
Contrato de Locao de Servios Odontolgicos
1. O Cdigo Civil Brasileiro, Lei 10.406, de 10 de Janeiro de 2002, estatui
em seu Art. 594 Toda espcie de servio ou trabalho lcito, material ou imaterial,
pode ser contratada mediante retribuio. Do Artigo transcrito pode-se inferir que o
contrato de prestao de servios odontolgicos no obrigatrio. Cabe salientar
que os contratos podero ter durao de no mximo quatro anos; Expirado esse
prazo devero ser novamente firmados, de acordo com o Artigo 598 do Cdigo Civil
Brasileiro.
Exames Complementares
1. Entre os exames complementares mais realizados pelo cirurgiodentista encontram-se as radiografias. Em processos tico-administrativos ou
judiciais, as radiografias so, via de regra, os meios de prova mais importantes para
a comprovao da qualidade dos tratamentos realizados. Para que possa, todavia,
produzir os efeitos legais desejados fundamental que sejam processadas,
rotuladas, identificadas e arquivadas corretamente.
2. Os modelos de estudo e de trabalho, muito em uso em determinadas
especialidades, tambm devero ser arquivados para, se necessrio, comprovar o
diagnstico e correo do plano de tratamento e sua execuo.
3. As fotografias so excelentes recursos na comprovao de questes
relativas ao tratamento, razo pela qual, devem tambm ser rotuladas, identificadas
e arquivadas.

39

Todos os documentos enfim, que sejam produzidos no atendimento do


paciente devem ser guardados em arquivo prprio, conforme preceitua o Cdigo de
tica Odontolgica em seu Artigo 5, inciso VIII.
Por derradeiro,

recomenda-se

que

todos os documentos sejam

arquivados em pastas ou em envelopes tipo saco de papel madeira individuais,


salientando tambm que a documentao pertence ao paciente e, portanto, quando
por este solicitada dever ser entregue. Ressalta-se, todavia, a necessidade de se
relacionar todos os documentos que esto sendo entregues em dupla via para que o
paciente assine e esta seja retida como comprovante pelo profissional.
Pinto (2006) relatou que de acordo com o documento do Conselho
Econmico e Social das Naes Unidas, no contexto da sade, as TIC (Tecnologia
da Informao e da Comunicao) vm contribuir para a sade dos cidados, uma
vez que servem para melhorar os processos de tomada de decises. Contribuem
para as trocas de experincias de domnios especficos e tambm aos cuidados
pessoais, bem como a assistncia qualificada e, igualmente, para reforar a eficcia
das instituies de sade. Ajudam, ainda, para o desenvolvimento de sistemas de
informao de organizaes de sade, para a criao e implantao de redes
pblicas e particulares de sade, para a construo de sistemas expertos, entre
outros. Essas tecnologias proporcionam, naturalmente, inovaes concernentes aos
pronturios dos pacientes - antes em suporte papel e atualmente de forma eletrnica
PEP (Pronturio Eletrnico do Paciente). Salientou tambm que o pronturio
eletrnico um documento que contm registradas todas as informaes
concernentes a um paciente, sejam elas de carter de identificao, socioeconmico
ou de sade.

40

Muller (2006) alertou que se deve considerar a necessidade de um


pronturio mais abrangente para toda rea da sade. Seja utilizando-o em
consultrios

particulares

seja

em

empresas,

possibilitando

completo

acompanhamento da sade do paciente. Tambm concluiu que a presena de um


pronturio completo, tanto em consultrio particular quanto em empresas, trar
benefcios ao profissional da sade que desempenha seu papel da mesma forma ao
paciente, que estar tendo um acompanhamento de sua sade geral, melhorando
sua qualidade de vida pessoal e profissional. Alm disso, enfatizou que com a
criao da RIPSA (Rede Integrada de Informaes para Sade) onde diversos
grupos e comisses esto trabalhando para o estabelecimento de padres comum
que possibilitem a intercomunicao de sistemas de dados para a efetiva integrao
da informao em sade.

3.7 Arquivos Digitais

Nery & Nery (1997) observou o Art. 385 "A cpia de documento particular
tem o mesmo valor probante que o original, cabendo ao escrivo, intimadas as
partes, proceder conferncia e certificar a conformidade entre a cpia e o
original".
Pargrafo 1: Quando se trata de fotografia, esta ter de ser
acompanhada do respectivo negativo.
Pargrafo 2: Se a prova for uma fotografia publicada em jornal, exigir-seo o original e o negativo. Entretanto, observa-se no Art. 383 "Qualquer reproduo
mecnica, como fotografia, cinematografia, fonografia ou de outra espcie, faz prova

41

dos fatos ou das coisas apresentadas, se aquele contra quem foi produzida lhe
admitir a conformidade.
Pargrafo nico: Impugnada a autenticidade da reproduo mecnica, o
juiz ordenar a realizao de exame pericial. Observa-se que a necessidade de
original, quanto reproduo mecnica de documentos, refere-se exclusivamente a
imagens de fotografias feitas pelo sistema antigo. No havendo referncias a
fotografia digital o juiz ordenar o exame pericial.
Pereira (2001) mostrou que adulteraes e simulaes, em imagens
digitais de radiografia, em que s h tons de cinza, so mais fceis de fazer e mais
difceis de serem identificadas. Mesmo assim no so perfeitas. Alm de que, para
as radiografias e tomografia computadorizada em caso de litgio, o mais importante
o laudo do radiologista, pois nem juiz, nem advogados e nem clientes sabem
interpretar estes exames.
O Decreto Brasileiro 2044 que legalizou os arquivos eletrnicos,
consolidando a Infra-estrutura de Chaves Pblicas Brasileiras para garantir a
autenticidade, integridade e o no repdio dos mesmos. Iniciou-se a validade
jurdica dos documentos em forma eletrnica, por meio dos certificados digitais, os
quais tambm permitem a realizao de transaes eletrnicas seguras, atravs da
Medida Provisria (MP) n 2.200-2 de 24 de agosto de 2001 (Brasil, 2001).
Blum (2002) mostrou que a MP 2.200-2 assegura que as declaraes
constantes dos documentos em forma eletrnica, produzidos com a utilizao de
processo de certificao, presumem-se verdadeiros em relao aos signatrios, da
mesma forma que o Cdigo Civil (Art. 10 1 da MP 2.200-2 e Art. 131 do CC),
inovando e preenchendo a lacuna legislativa existente.

42

Fenelon (2003) citou que a internet hoje uma das principais ferramentas
utilizadas pelos imaginologistas, seja para a troca de informaes ou no
aperfeioamento do conhecimento. Essa nova tecnologia tambm possui um
enorme potencial de aplicao na prestao de servios mdicos e principalmente
em imaginologia. No caso da telerradiologia (transmisso de imagens de exames via
rede), necessrio preservar o sigilo mdico das imagens transmitidas, atravs de
sistemas tecnolgicos de segurana avanados. O consentimento prvio do
paciente tambm aconselhado, j que a elaborao do laudo ser realizada por
outro profissional e em outra localidade. Enfim, desde que seja respeitado o segredo
mdico, o consentimento do paciente e observadas as implicaes mdico legais,
quaisquer aplicaes na rea da radiologia seriam possveis atravs da internet.
Pereira et al. (2003) salientaram que os arquivos em formato digital para
que se tenha a validade jurdica inquestionvel, necessria a autenticao
utilizando um certificado digital emitido por Autoridade Certificadora. Alm disso,
tambm, observou que os documentos eletrnicos assinados com certificado digital,
passam a ter maior confiabilidade pela consistncia do que os papis. Os
documentos que originalmente no so eletrnicos ou documentos antigos em
meios fsicos podem ser digitalizados, e apresentados e conferidos por autoridade
competente, que atesta a autenticidade com o original. Citou tambm que a
assinatura digital tem valor jurdico inquestionvel, sendo mais confivel do que a
assinatura do prprio punho, que para ter total validade jurdica, deve ser
reconhecida em cartrio, ou ter duas testemunhas idneas que assinem juntos, caso
contrrio a assinatura de prprio punho pode ser contestada como prova. A
assinatura digital ganhou legalidade em todo mundo, sendo reconhecida pelos
tribunais por ser considerada de maior confiabilidade.

43

Moraes (2003) observou que a obteno da legalidade dos documentos


digitais, se dar, com a certificao digital dos mesmos. Recorre-se ao didtico texto
que explica o certificado digital: Aps identificao e cadastramento do usurio pela
AC (Autoridade Certificadora), lhe fornecido uma chave (chamada de Token).
Tecnicamente, um dispositivo USB, que libera atravs de uma senha um texto que
impresso no documento. Esta assinatura arquivada ou impressa junto ao
documento ou enviada com ele ao destinatrio. Mas se houver a alterao de um
byte que seja, o certificado cai cancelando o reconhecimento. Desta forma o
documento est protegido contra adulterao. O certificado digital, por si s j
vlido para dar autenticidade a um documento, mas deve-se ainda enviar via internet
uma cpia do documento autenticado, a um dos cartrios credenciados pelo sistema
ICP, integrantes da ANOREG (Associao dos Notrios e Registradores do Brasil)
para registro e autenticao, o que lhe confere f pblica. Esse processo vlido e
adequado para qualquer tipo de documento quer seja imagem ou texto. Fica-se
ainda com uma dvida. Como proceder em relao assinatura do paciente,
especialmente nos momentos de elaborao dos documentos em que ela
imprescindvel. O recurso que se pode utilizar o da assinatura em documentos de
papel e o posterior escaneamento dos mesmos.
Portugal (2003) citou que atravs da tecnologia implementada pelo
Instituto de Tecnologia da Informao (ITI), dispomos das garantias bsicas
necessrias legalizao dos documentos digitais; Isto torna possvel a utilizao
de qualquer documento digital, em qualquer formato de arquivo, de forma segura e
confivel.
Lemos (2003) relatou que no mundo, 90% dos documentos produzidos
atualmente tm origem eletrnica e aqueles que forem autenticados passam a ter

44

total validade jurdica, sem nunca antes ter existido em papel. Os documentos
antigos, em papel, podem a qualquer momento serem escaneados, por autoridade
competente. Muitos cartrios esto fazendo estes servios, atestando a coincidncia
entre o papel apresentado e o documento digitalizado. Neste caso o suporte papel
no mais necessrio e pode ser eliminado. Concluiu, ainda, que o profissional
pode utilizar os servios de um cartrio de notas e digitalizar seus documentos
antigos armazenados em papel, pronturios, imagens clnicas, receiturios, planos
de tratamento, entre outros, sem perder a integridade das informaes originais. Os
documentos digitais devero ser autenticados pelo cartrio de notas e assim, com os
arquivos digitais assinados, os documentos em papel podero ser eliminados.
Almeida et al. (2004) salientaram que em 24 de Agosto de 2001, o
governo brasileiro com a Medida Provisria 2.200-2 instituiu a ICP-BRASIL (Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira) com poderes para formar a cadeia de
certificao digital, destinada, conforme o texto da lei, a garantir a autenticidade, a
integridade e a validade jurdica de documentos em forma eletrnica, das aplicaes
de suporte e das aplicaes habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como
a realizao de transaes seguras. Equiparou-se para fins de certificao de
documentos, imagens fotogrficas ou radiogrficas e bancos de dados, ou seja,
qualquer informao digital integrante do pronturio.
Pereira & Eid (2004) citaram que de acordo com a Medida Provisria
2200-2, o Instituto Nacional de Tecnologia e Informao (ITI) foi designado para
atuar como Autoridade Certificadora Raiz (AC Raiz). Como primeira Autoridade na
Cadeia de Certificao Digital, da competncia do ITI emitir, expedir, distribuir,
revogar e gerenciar a lista de certificados emitidos, revogados e vencidos, assim
como fiscalizar e auditar as demais Autoridades Certificadoras e Autoridades de

45

Registro e prestadoras de servios habilitados na Infra-Estrutura de Chaves Pblicas


Brasileiras (ICP-Brasil). Relatou, tambm, que as imagens digitais, sejam
radiografias ou fotografias, so mais facilmente alterveis do que os processos
antigos de pelcula, emulso e revelao. importante ressaltar que a adulterao
de imagens crime de falsificao, a confirmao deste acontecimento ir levar seu
autor a responder por crime na justia comum. E mais, se a falsificao for feita em
imagem fornecida por um centro de documentao, haver o comprometimento de
crime de, no mnimo, dois profissionais: o cirurgio-dentista clnico e o responsvel
pelo centro de documentao. Relatou, alm disso, que a certificao digital um
procedimento necessrio para todos os arquivos digitais, de qualquer espcie, a fim
de lhes dar identidade, invulnerabilidade e presuno de validade jurdica. Salientou,
tambm, que o certificado digital mais adequado para a odontologia o padro ICPBrasil, tipo A3, o qual oferece maior garantia e total aceitao, com fulcro na
legislao atual.
Bastos (2004) ressaltou que, consideram-se inaceitveis, todas as
manipulaes feitas a documentos, fotografias, ou outras imagens, que alteram sua
informao cientfica, criando uma nova interpretao para estes.
Carneiro (2004) mostrou que por questes de segurana e para que as
imagens digitais no tenham seu valor legal comprometido, o radiologista, como
prestador de servios, dever:
Guardar sempre a imagem original assinada com certificado digital
padro ICP Brasil;
Ao manipular as imagens, para correo de sombras ou giros, fazer
sempre numa cpia, nunca na imagem original;

46

A fotografia deve ser um registro fiel daquilo que o olho humano v.


Qualquer alterao que influencie negativamente deve ser evitada a qualquer
custo;
Realizar as exposies fotogrficas com a uma mquina regulada em
resoluo mxima.
Eid (2004) concluiu que de forma prtica podemos exemplificar a
utilizao

dos

certificados

digitais

sua

aplicao

nas

documentaes

odontolgicas. Aps a aquisio das imagens radiogrficas e fotogrficas digitais, o


profissional pode assinar estes arquivos protegendo os de possveis manipulaes e
dando valor jurdico aos mesmos, resguardando sua atuao frente ao caso clnico
em questo. Da mesma forma o profissional pode realizar a assinatura de um
receiturio, atestado ou plano de tratamento, armazenando seus registros de forma
otimizada, economizando espao e facilitando o acesso s informaes. Na troca de
informaes com outros profissionais, o radiologista, ou mesmo, um cirurgiodentista que utiliza certificados digitais, pode ter a certeza de que a informao
mantm-se segura e ntegra durante o trajeto remetente destinatrio, garantindo
desta forma o sigilo clnico. Em contrapartida, o profissional que recebe a
informao, ao devolver seus comentrios assinados digitalmente, assegura sua
autoria, criando uma cadeia segura de troca de informaes em meio digital.
Freitas (2005) relatou sobre a MP 2200-2 que instituiu os meios para a
validao jurdica dos documentos digitais, garantindo sua autenticidade e
integridade. Com isto, o certo agora autenticar os arquivos digitais. Recomenda-se
que os profissionais adquiram certificados digitais, em Autoridade Certificadora ICPBrasil (Infra-Estrutura de Chaves Pblicas Brasileira), a fim de resguardarem-se,
garantido a identidade, integridade e o no repdio de seus documentos digitais e

47

assim armazen-los, dispensando o suporte fsico. Vale ressaltar que a assinatura


do paciente ou responsvel de grande importncia. O documento que no tiver a
devida assinatura, seja ele manuscrito ou impresso pelo computador, poder ter sua
validade contestada. Tambm informou-nos sobre o certificado digital mais
adequado para a odontologia o padro ICP-Brasil, tipo A3, que oferece maior
garantia e total aceitao na legislao atual.
Fischman (2005) mostrou que existem programas capazes de rastrear
qualquer modificao, o que obviamente anularia a veracidade de qualquer prova.
Garbin et al. (2005) relataram que importante destacar a alternativa da
guarda de pronturios de pacientes submetidos a tratamento odontolgico, utilizando
a tecnologia digital. Visto no haver tempo de guarda mnimo definido para a
manuteno dos registros contidos nos pronturios odontolgicos, a documentao
digital desponta como uma das alternativas mais viveis, considerando custo e
espao de armazenagem, para manuteno das informaes clnicas de pacientes.
Considerada como mdia, sem tempo de vida til definida, pode-se armazenar por
tempo indeterminado, sem prejuzo de dados, todas as informaes de nossos
pacientes.
Eid (2007) citou os tipos de certificados digitais: So oito os tipos,
inicialmente previstos. Certificados relacionados assinatura (A1, A2, A3 e A4) so
utilizados em aplicaes como confirmao de identidade na Web, correio
eletrnico, transaes on-line, redes privadas virtuais, transaes eletrnicas,
informaes eletrnicas, cifrao de chaves de sesso e assinatura de documentos
eletrnicos com verificao da integridade de suas informaes. Certificados
relacionados ao sigilo (S1, S2, S3 e S4) so utilizados em aplicaes como cifrao
de documentos, bases de dados, mensagens e outras informaes eletrnicas, com

48

a finalidade de garantir o seu sigilo. Recomenda-se que os cirurgies-dentistas, que


utilizam arquivos digitais, passem a assinar seus documentos com certificado digital
tipo A3 padro ICP-Brasil. O certificado digital considerado vlido a partir do
momento de sua emisso. Com ele, o indivduo poder assinar todos os
documentos emitidos na forma eletrnica. Atravs de um software para assinatura
de documentos poder selecionar qualquer arquivo, no importando seu formato
(texto, imagem ou vdeo) e inserir sua assinatura. Assim, um documento eletrnico
assinado tem a garantia de integridade, de no repdio alm da garantia da
autenticao.
Pacheco (2008) citou que o cirurgio-dentista, com o certificado digital
pode assinar e criptografar qualquer tipo de documento eletrnico, dando a estes o
mesmo valor jurdico de um documento de papel. Este certificado tem valor de um
ou dois anos, de acordo com seu tipo, podendo ser renovado por igual perodo.
Zampiere (2009) relatou que os arquivos digitais, em sua forma virtual,
podem ser aceitos, como prova em tribunal, baseado no Cdigo de Processo Civil,
Lei 585869 de 11 de janeiro de 1973, Art. 332: "Todos os meios legais, bem como
moralmente legtimos, ainda que no especificados neste Cdigo, so hbeis para
provar a verdade dos fatos, em que se funda a ao ou a defesa". bom ressaltar
que em quase todas as manifestaes da lei, h referncia, de uma maneira ou
outra, sobre a tica que o principal fundamento filosfico da jurisprudncia e do
exerccio profissional da medicina e odontologia. Manifestaes do Conselho
Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Paran, cujo
cdigo de tica fundamenta-se no Cdigo Sanitrio Nacional, comum para a
medicina e odontologia, reconhecem, clara e incisivamente, que os arquivos podem
ser armazenados em sua forma digital e, quando necessrios, impressos e

49

assinados pelo profissional responsvel, no caso um mdico. Nestes pareceres de


1993, alm de reconhecer como legais os arquivos digitais, ainda recomendada a
sua utilizao em medicina.

3.8 Radiografias

Silva (1999) chamou a ateno dos profissionais quanto a radiografias


para a necessidade de adotarem o sistema de duplicao das mesmas,
preventivamente, ou na eventualidade de serem requisitadas pela justia ou quando
pedidas pelo paciente, fazendo a entrega da cpia, uma vez que representam o
embasamento de atos operacionais realizados pelo profissional. No caso de
profissionais

cuja

clnica

seja

diferenciada

economicamente,

podem

ser

acrescentadas ao pronturio bsico radiografias panormicas, fotografias, vdeos,


enfim, tudo o que constituir documentao odonto-legal.
Silva et al. (2005) concluiram que dentre os exames complementares, as
radiografias odontolgicas se destacam pela enorme quantidade de informaes que
podem auxiliar nas questes jurdico-legais tanto em casos de alegao de erro
odontolgico quanto nos casos de identificao odonto-legal.
Silva et al. (2006) relataram que ao serem observadas corretamente as
etapas de confeco, processamento e arquivamento das radiografias, os
profissionais tero documentos importantes para o controle dos tratamentos
odontolgicos efetuados e, em acrscimo, tero a oportunidade de oferecer provas
de qualidade que subsidiaro eventuais esclarecimentos justia.

50

Segundo Costa et al. (2008), para o correto acompanhamento de


determinadas condies bucais faz-se necessrio que as radiografias sejam datadas
corretamente, permitindo acompanhar o processo que est sendo analisado em
determinado perodo de tempo. A identificao da cartela em que foi arquivada a
radiografia outra condio extremamente importante e que deve ser considerada
pelos profissionais de sade, pois ao manusear o pronturio as radiografias podero
cair dos mesmos, impossibilitando posteriormente a identificao do pronturio a
qual

elas

pertencem.

Considerando,

ainda,

importncia

desse

exame

complementar no atendimento clnico odontolgico, toda documentao radiogrfica


deve ser arquivada em cartelas apropriadas, identificadas pelo nome completo do
usurio do servio de sade e datadas, conforme dia, ms e ano da tomada
radiogrfica. Assim como os modelos e fotografias devem ser identificados e
arquivados corretamente. As radiografias constituem um dos exames mais
solicitados diante de processos judiciais e para identificao humana. Por esse
motivo, sempre que possvel deveriam ser reproduzidas, uma vez que existe a
possibilidade delas serem requeridas pelo paciente ou como prova em acusaes.

3.9 Modelos

Silva (1999) citou que ao lado da sua funo odontolgica, os modelos


podem constituir elementos de prova judicial. Diante da dificuldade de serem
arquivados todos os modelos de prtese ou outros servios odontolgicos,
recomenda-se a guarda, pelo menos, dos casos mais complicados, tirando-se uma
cpia do modelo em gesso dos demais casos, e anexando-a ao pronturio do
paciente.

51

3.10 Fotografias

Pinzam (1997) props sobre as tomadas de fotografias intra-orais:


Fotografias da face: As imagens fotogrficas da face devem abranger o
torso (busto), chegando ao pescoo e uma pequena parte do trax.
Nestas fotografias os dentes devem estar em posio de mxima
intercuspidao, a mesma posio em que foram tomadas as telerradiografias.
Posies recomendveis:
a) Frente e perfil. Em ambos os casos, os lbios devem estar em posio
de repouso. No havendo, nesta posio, o feche labial natural, tomar, tambm,
fotografias com os lbios fechados pela contrao muscular;
b) Frente com amplo sorriso e meia face (posio intermediria entre
frente e perfil - 45 mostrando o zigomtico). Totalizando seis fotografias da face,
caso no ocorra fecho labial natural.
No perfil, o paciente deve ser fotografado com o Plano de Frankfurt na
horizontal (tragos - infra-orbitrio).
Na fotografia frontal, a linha bi-pupilar deve estar na horizontal.
Os cabelos, quando compridos, devem ser posicionados atrs das
orelhas.
As imagens da face devem ter uma proporo de 5/7.

52

Para o armazenamento, as imagens intra-orais e da face podem ser


grandes (hoje no h problemas de espao de armazenagem, cada uma pode ter
at 200 KB). Na utilizao, sero redimensionadas tomando o tamanho em acordo
com a finalidade a que se destina. Por exemplo, se for para a internet ou para a ficha
de manuseio clnico, deve ter o menor tamanho compatvel com a qualidade
necessria para a boa visualizao do que interessa no caso.
O formato da imagem, para armazenamento, deve ser PCX. Depois, na
utilizao, o formato ser transformado em acordo com a finalidade a que se
destina. Por exemplo, se for para a internet, dever ser transformado para JPG.
Peculiaridades importantes, como a interposio de lbio entre os
incisivos, devem ser registradas. O fundo deve ser neutro. Pode ser branco e at
mesmo de outra cor, porm, deve ser uma cor nica. O fundo no deve ser
chamativo e perturbar a imagem da face que o importante.
Hayden (2000), em seu artigo bastante esclarecedor sobre os aspectos
legais da manipulao de fotos digitais o qual foi publicado no Journal of
Biocomunication, destacou que alm de analisar a questo das imagens digitais com
bastante lucidez, lembra, que a fotografia, independente de ser digital ou
convencional, representa nada mais do que a interpretao de um objeto ou evento.
Entretanto, a maioria das pessoas acredita ainda no velho clich, que a fotografia
no mente, traduzindo assim, de maneira real, o objeto fotografado.
Pereira & Eid (2004) lembraram de um tema bastante procurado no
Centro de Imagens Digitais (CDI): a manipulao e a segurana das imagens
digitais. Neste momento em que os colegas esto utilizando a fotografia digital de
maneira crescente devemos lembrar que cuidados devero ser tomados para que
estas imagens no tenham seu valor legal comprometido.

53

A seguir uma breve lista destes cuidados:


1. Guardar a imagem original sempre.
2. Ao manipular as imagens, para correo de sombras ou giros, fazer
sempre isto numa cpia, nunca na imagem original.
3. A fotografia deve ser um registro fiel daquilo que o olho humano v,
qualquer alterao que influencie nisto deve ser evitada a qualquer custo.
4. Realizar as tomadas fotogrficas com a sua mquina regulada com a
resoluo mxima.
Segundo Bastos (2004), historicamente, a discusso sobre a legalidade e
a tica da manipulao de imagens digitais teve incio em 1982, aps a publicao
de uma foto inusitada na capa da revista National Geographics. Tratava-se, na
verdade, de uma montagem onde duas pirmides apareciam uma atrs da outra, em
um ngulo impossvel de ser obtido pelo fotografo. Desde ento, muito se discute
sobre a legalidade tica, moral e jurdica das manipulaes e dos ajustes nas
imagens digitais.
Freitas (2005) destacou que a fotografia digital est sendo utilizada de
maneira crescente, e diz dos cuidados que devero ser tomados para que estas
imagens no tenham seu valor legal comprometido.
1. Guardar a imagem original sempre;
2. Ao manipular as imagens, para correo de sombras ou giros, fazer
sempre numa cpia, nunca na imagem original;
3. A fotografia deve ser um registro fiel daquilo que o olho humano v.
Qualquer alterao que influencie, deve ser evitada a qualquer custo;

54

4. Realizar tomadas fotogrficas com a sua mquina regulada com a


resoluo mxima.
Pereira & Corra (2009) relatou sobre: Imagens na Ortodontia - Padro
SPO.
1 - Radiografias: As imagens radiogrficas de telerradiografias, de
panormicas e de intra-orais, quando tomadas por servio de documentao
ortodntica, devem ser fornecidas, aos ortodontistas, em formato digital, alm do
tradicional, se assim for obtido o original.
2 - Telerradiografias: As telerradiografias devem ser tomadas com os
dentes em posio de mxima intercuspidao e os lbios em posio de repouso,
obedecendo ainda os demais requisitos tradicionais.
Zampiere (2009) divulgou que a princpio necessrio deixarmos bem
claro que no existe uma lei que diga: "fotos digitais no tem validade jurdica". Pelo
contrrio, existem vrias citaes que mostram o quanto as imagens digitais so
legais.

Apresenta

algumas

na

apresentao

de

Bidegain

no

Frum

"Regulamentao dos documentos pticos e magnticos na odontologia" ocorrido no


5 Seminrio de Ortodontia Comunitria - 2001 - SP: Considerando que uma das
fontes do direito o direito de fato - direito consuetudinrio - aquilo que faz parte dos
costumes de uma civilizao ou grupo - cujo exemplo clssico o concubinato, que
at 1994 era aceito nos tribunais como direito de fato, sem ser, at aquela data, de
direito previsto em lei, o que s ocorreu em 29/12/94, com a lei n 8.971 - os
arquivos digitais, em sua forma virtual podem ser aceitos nos tribunais, visto que so
utilizados pelos prprios tribunais e demais poderes da repblica.

55

4 DISCUSSO

De acordo com o Artigo 5, inciso XIV da Constituio Brasileira que


assegura a todos o acesso a informao. Relata o direito de o paciente ter acesso
tambm aos exames complementares (radiografias, fotografias e modelos).
Assim, no se tem dvidas que quando essa documentao for solicitada
deveremos repassar ao paciente. Agora quanto posse dessa documentao ainda
no determinada.
Freitas (1977) destacou que pertencem ao cirurgio-dentista, pois
constitui imperativo de ordem tcnica, cientfica e legal, mas em contrapartida,
muitos autores como Silva (1997), Gauderer (1998), Silva (2000), Nogare (2001),
Severo et al. (2002) e Almeida et al. (2004) ressaltaram que os exames
complementares pertencem ao paciente, ao qual pagou por eles.
Entende-se

assim,

que

os

exames

complementares

originais

(radiografias, fotografias e modelos) pertencem a quem custeou por elas, ou seja, o


paciente, ou o profissional, ou a instituio de previdncia (Brasil, 1998). E ressaltase ainda que caso tenha sido o paciente que efetuou o pagamento dos mesmos e
solicitar a entrega, dever o cirurgio-dentista providenci-la, mediante recibo
discriminado (Nogare, 2001) em dupla via (Almeida et al., 2004) assinado pelo
paciente ou responsvel legal. E se possvel manter uma cpia desses exames
devidamente identificados e arquivados uma vez que esses exames so importantes
materiais de prova, podendo ser requisitados por peritos ou assistentes tcnicos ou
mesmo, corroborar as aes do dentista. (Severo et al., 2002).

56

Existe muita controvrsia no que se faz em relao ao tempo de guarda


da documentao odontolgica.
O inciso VIII do Artigo 5 do Cdigo de tica Odontolgica relatado que
dever fundamental dos profissionais da odontologia elaborar e manter atualizados
os pronturios dos pacientes, conservando-os em arquivo prprio. Em relao ao
tempo de guarda, segundo o parecer 195/92 do Conselho Federal de Odontologia e
o Conselho Federal de Medicina de 1992 por meio da Resoluo CFM n 1.331/89
no seu Artigo 1, o tempo de guarda do pronturio de dez anos. Aps o ltimo
comparecimento do paciente no consultrio, devendo ser substitudo aps, por
mtodos de registros capazes de assegurar a restaurao plena das informaes
nele contidas.
J o Cdigo Civil em seu Artigo 177, afirma que as aes pessoais
prescrevem em vinte anos. J o Artigo 27 do Cdigo de Proteo e Defesa do
Consumidor afirma que prescreve em cinco anos de pretenso reparao de
danos causados por servio iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.
Em 2004, com a Resoluo 59/2004 do Cdigo de Processo tico
Odontolgico prescrevem em cinco anos as infraes ticas praticadas pelos
inscritos em Conselho de Odontologia.
Souza (2003) relatou que os pronturios em suporte de papel, em
qualquer poca, podero ser digitalizados e/ou micro filmados; no entanto, os
originais somente podero ser eliminados depois de decorrido um prazo mnimo de
vinte anos e avaliao da Comisso Permanente de Avaliao de Documentos. A
legislao arquivista prev que "Documentos ainda em Trnsito" no podero ser
destrudos antes de seu arquivamento final. Os definidos como de valor de guarda

57

permanente no podero ser eliminados, mesmo que micros filmados. Em tese, o


arquivamento final do pronturio mdico seria com o bito do paciente; no entanto,
esta norma especfica definiu o prazo mnimo de vinte anos. Nos casos de exames
radiolgicos realizados em paciente no pertencente instituio mdico - hospitalar
ou unidade radiolgica isolada, em que o mesmo no procura receb-los para levlos ao seu mdico assistente, entendo que permanece a responsabilidade de
guarda, e, seguindo-se o princpio da analogia, deve ser obedecida a mesma
normatizao existente para a guarda de pronturios, definida na Res. CFM n o
1.639/02:
Art. 2 - "a guarda permanente para os pronturios mdicos arquivados
eletronicamente em meio ptico ou magntico, e micro filmados".
Art. 4 - "o prazo mnimo de vinte anos, a partir do ltimo registro, para a
preservao dos pronturios mdicos em suporte de papel".
Muitos autores defendem a guarda mnima de vinte anos dos pronturios
odontolgicos (Pereira et al., 2003; Souza, 2003; Pereira, 2005; Tavano, 2005; Eid,
2007) preconizado pela odontologia legal.
Contudo, acredita-se ser de extrema importncia a guarda do pronturio
odontolgico, o qual faz parte os exames complementares, a guarda pelo resto da
vida do paciente ad eternum (Vanrell, 2002; Maciel et al., 2003; Ramos, 2005;
Cerveira, 2008). Reforando essa tese temos o Parecer 31/95 do Conselho Federal
de Medicina - CFM - de 14/07/95, que diz: A partir do momento da morte tanto para
o mdico como para qualquer outro cidado, instala-se a cessao da pessoa
natural ou personalidade jurdica. Ou seja, por motivo bvio, o mesmo no poder
mais ser responsabilizado pelo que ocorrer com seus arquivos aps o desenlace
carnal. Tendo em vista o exposto, o arquivo particular de mdico falecido sem

58

herdeiro profissional deve, ento, ser incinerado por pessoa de convivncia diria
direta, familiares ou secretria particular. Por analogia o mesmo se aplica ao
cirurgio-dentista.
O laudo radiolgico um documento. Deve-se mencionar a tcnica
utilizada e se ocorrer intercorrncias durante o exame, mencion-las tambm. Os
achados radiogrficos devero ser descritos de maneira completa e sucinta.
(Fenelon, 2003).
No se aconselha utilizar neologismos, abreviaes, preposies
inadequadas e termos anatomopatolgicos.
As liberaes de exames sem laudo devero ser feitos somente em
absoluta necessidade com o intuito de promover o bem estar do paciente, sendo o
responsvel mdico/odonto-legal pelas conseqncias da sua prpria interpretao.
Na entrega dos resultados dos exames, deve-se fazer o registro para
quem foi entregue o mesmo, seja o dentista, mdico, clnica ou outra pessoa.
Alm disso, tambm de boa prtica utilizar da comunicao verbal direta
com o clnico que solicitou o exame, sendo imprescindvel quando os achados so
significativos.
Falco et al. (2003) relatou que em relao aos aparelhos convencionais
e digitais a uma reduo de 40% a 60% a menos de radiao nos nveis de
exposio nos digitais.
Toma-se como base a Portaria Federal 453 de 1 de Junho de 1998, na
qual, no seu Artigo 6, relatado que: todos os servios de radiodiagnstico devem
manter um exemplar deste regulamento nos seus diversos setores que empregam
os raios-x diagnsticos. Ao final deste trabalho apresentados a Portaria na integra.

59

A justificao o princpio bsico de proteo radiolgica que estabelece


que nenhuma prtica ou fonte adstrita a uma prtica deve ser autorizada a menos
que produza suficiente benefcio para o indivduo exposto ou para a sociedade, de
modo a compensar o detrimento que possa ser causado.
Fica proibida toda exposio que no possa ser justificada, incluindo:
a) Exposio deliberada de seres humanos aos raios-x diagnsticos com
o objetivo nico de demonstrao, treinamento ou outros fins que contrariem o
princpio da justificao.
b) Exames radiolgicos para fins empregatcios ou periciais, exceto
quando as informaes a serem obtidas possam ser teis sade do indivduo
examinado, ou para melhorar o estado de sade da populao.
c) Exames radiolgicos para rastreamento em massa de grupos
populacionais, exceto quando o Ministrio da Sade julgar que as vantagens
esperadas para os indivduos examinados e para a populao so suficientes para
compensar o custo econmico e social, incluindo o detrimento radiolgico.
d) Exposio de seres humanos para fins de pesquisa biomdica, exceto
quando estiver de acordo com a Declarao de Helsinque, devendo ainda estar de
acordo com resolues especficas do Conselho Nacional de Sade.
e) Exames de rotina de trax para fins de internao hospitalar, exceto
quando houver justificativa no contexto clnico, considerando-se os mtodos
alternativos.
O princpio de otimizao estabelece que as instalaes e as prticas
devem ser planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das
doses individuais, o nmero de pessoas expostas e a probabilidade de exposies

60

acidentais sejam to baixos quanto razoavelmente exeqveis, levando-se em conta


fatores sociais e econmicos, alm das restries de dose aplicveis.
Exposies ocupacionais
a) A dose efetiva mdia anual no deve exceder vinte mSv em qualquer
perodo de cinco anos consecutivos, no podendo exceder cinqenta mSv em
nenhum ano.
b) A dose equivalente anual no deve exceder quinhentos mSv para
extremidades e cento e cinqenta mSv para o cristalino.
c) Para mulheres grvidas devem ser observados os seguintes requisitos
adicionais, de modo a proteger o embrio ou feto:
- A gravidez deve ser notificada ao titular do servio to logo seja
constatada;
- As condies de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose
na superfcie do abdmen no exceda dois mSv durante todo o perodo restante da
gravidez, tornando pouco provvel que a dose adicional no embrio ou feto exceda
cerca de um mSv neste perodo.
d) Menores de dezoito anos no podem trabalhar com raios-x
diagnsticos, exceto em treinamentos.
e) Para estudantes com idade entre dezesseis e dezoito anos, em estgio
de treinamento profissional, as exposies devem ser controladas de modo que os
seguintes valores no sejam excedidos:
- Dose efetiva anual de seis mSv;
- Dose equivalente anual de cento e cinqenta mSv para extremidades e
cinqenta mSv para o cristalino.
f) proibida a exposio ocupacional de menores de dezesseis anos.

61

As exposies normais de indivduos do pblico decorrentes de todas as


prticas devem ser restringidas de modo que a dose efetiva anual no exceda um
mSv.
Nenhum tipo ou modelo de equipamento de raios-x diagnsticos,
componentes (tubo, cabeote, sistema de colimao, mesa "bucky", "bucky" mural,
serigrafo, sistema intensificador de imagem) e acessrios de proteo radiolgica
em radiodiagnstico pode ser comercializado sem possuir registro do Ministrio da
Sade.
Os fornecedores de equipamentos de raios-x diagnsticos devem
informar semestralmente por escrito a cada autoridade sanitria estadual, sobre
cada equipamento comercializado a ser instalada no respectivo estado, incluindo o
seu nmero de srie, de modo a permitir a rastreabilidade dos equipamentos
instalados no pas.
Nenhum

servio

de

radiodiagnstico

pode

funcionar

sem

estar

devidamente licenciado pela autoridade sanitria local.


O licenciamento de um servio de radiodiagnstico segue o seguinte
processo:
a) Aprovao, sob os aspectos de proteo radiolgica, do projeto bsico
de construo das instalaes.
b) Emisso do alvar de funcionamento.
Em cada servio de radiodiagnstico deve ser nomeado um membro da
equipe para responder pelas aes relativas ao programa de proteo radiolgica,
denominado supervisor de proteo radiolgica de radiodiagnstico (SPR).
Para

cada

setor

de

radiologia

diagnstica

ou

intervencionista

desenvolvida no estabelecimento, o titular deve designar um mdico, ou um

62

odontlogo, em se tratando de radiologia odontolgica, para responder pelos


procedimentos radiolgicos no mbito do servio, denominado responsvel tcnico
(RT).
a)

RT

deve

estar

adequadamente

capacitado

para

as

responsabilidades que lhe competem e possuir certificao de qualificao,


conforme especificado neste regulamento.
b) O RT pode responsabilizar-se por, no mximo, dois servios, desde
que haja compatibilidade operacional de horrios.
c) Cada RT pode ter at dois substitutos para os casos de seu
impedimento ou ausncia.
d) O titular do servio que

tambm RT deve assumir as

responsabilidades de ambos.
Nenhum

indivduo

pode

administrar,

intencionalmente,

radiaes

ionizantes em seres humanos a menos que:


a) Tal indivduo seja um mdico ou odontlogo qualificado para a prtica,
ou que seja um tcnico, enfermeiro ou outro profissional de sade treinado e que
esteja sob a superviso de um mdico ou odontlogo.
b) Possua certificao de qualificao que inclua os aspectos proteo
radiolgica,

exceto

para

indivduos

que

estejam

realizando

treinamentos

autorizados.
Para responder pela solicitao ou prescrio de um procedimento
radiolgico necessrio possuir formao em medicina ou odontologia, no caso de
radiologia odontolgica.

63

O equipamento de radiografia intra-oral deve ser instalado em ambiente


(consultrio ou sala) com dimenses suficientes para permitir equipe manter-se
distncia de, pelo menos, 2 m do cabeote e do paciente.
O equipamento de radiografia extra-oral deve ser instalado em sala
especfica, atendendo aos mesmos requisitos do radiodiagnstico mdico.
As salas equipadas com aparelhos de raios-x devem dispor de:
a) Sinalizao visvel nas portas de acesso, contendo o smbolo
internacional da radiao ionizante acompanhado da inscrio: "Raios-x, entrada
restrita" ou "Raios-x, entrada proibida a pessoas no autorizadas";
b) Quadro com as seguintes orientaes de proteo radiolgica, em
lugar visvel:
- "Paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbfera para sua
proteo durante exame radiogrfico";
- "No permitida a permanncia de acompanhantes na sala durante o
exame radiolgico, salvo quando estritamente necessrio";
- "Acompanhante, quando houver necessidade de conteno de paciente,
exija e use corretamente vestimenta plumbfera para sua proteo durante exame
radiolgico".
Para cada equipamento de raios-x deve haver uma vestimenta plumbfera
que garanta a proteo do tronco dos pacientes, incluindo tireide e gnadas, com
pelo menos o equivalente a 0,25 mm de chumbo.
O servio deve possuir instalaes adequadas para revelao dos filmes.
a) A cmara escura deve ser construda de modo a prevenir a formao
de vu nos filmes; Deve ser equipada com lanterna de segurana apropriada ao tipo
de filme e possuir um sistema de exausto adequado.

64

b) Para radiografias intra-orais, pode ser permitida a utilizao de


cmaras portteis de revelao manual, desde que confeccionadas com material
opaco.
c) Para revelao manual, deve estar disponvel no local um cronmetro,
um termmetro e uma tabela de revelao para garantir o processamento nas
condies especificadas pelo fabricante.
A fim de reduzir a dose no paciente, devem ser adotados os seguintes
procedimentos:
a) Exames radiogrficos somente devem ser realizados quando, aps
exame clnico e cuidadosa considerao das necessidades de sade geral e
dentria do paciente, sejam julgados necessrios.
Deve-se averiguar a existncia de exames radiogrficos anteriores que
tornem desnecessrio um novo exame.
b) O tempo de exposio deve ser o menor possvel, consistente com a
obteno de imagem de boa qualidade. Isto inclui o uso de receptor de imagem mais
sensvel que possa fornecer o nvel de contraste e detalhe necessrios. No caso de
radiografias extra-orais, deve-se utilizar uma combinao de filme e tela
intensificadora com o mesmo critrio.
c) A repetio de exames deve ser evitada por meio do uso da tcnica
correta de exposio e de um processamento confivel e consistente.
d) Para radiografias intra-orais deve-se utilizar, preferencialmente:
- A tcnica do paralelismo com localizadores longos;
- Dispositivos de alinhamento (posicionadores);
- Posicionadores de filme e de "bite-wing" de modo a evitar que o paciente
tenha que segurar o filme.

65

e) A extremidade do localizador deve ser colocada o mais prximo


possvel da pele do paciente para garantir tamanho de campo mnimo.
f) Em radiografias extra-orais deve-se utilizar tamanho de campo menor
ou igual ao tamanho do filme.
g) O operador deve observar e ouvir o paciente durante as exposies.
h) proibido o uso de sistema de acionamento de disparo com retardo.
i) Uso de vestimenta de proteo individual de modo a proteger a tireide
o tronco e as gnadas dos pacientes durante as exposies. Os aventais
plumbferos devem ser acondicionados de forma a preservar sua integridade, sobre
superfcie horizontal ou em suporte apropriado.
Proteo do operador e equipe:
a) Equipamentos panormicos ou cefalomtricos devem ser operados
dentro de uma cabine ou biombo fixo de proteo com visor apropriado ou sistema
de televiso.
- O visor deve ter, pelo menos, a mesma atenuao calculada para a
cabine.
- A cabine deve estar posicionada de modo que, durante as exposies,
nenhum indivduo possa entrar na sala sem o conhecimento do operador;
b) Em exames intra-orais em consultrios, o operador deve manter-se a
uma distncia de, pelo menos, 2 m do tubo e do paciente durante as exposies. Se
a carga de trabalho for superior a 30 mAmin por semana, o operador deve manter-se
atrs de uma barreira protetora com uma espessura de, pelo menos, 0,5 mm
equivalentes ao chumbo,

66

c) O operador ou qualquer membro da equipe no deve colocar-se na


direo do feixe primrio, nem segurar o cabeote ou o localizador durante as
exposies.
d) Nenhum elemento da equipe deve segurar o filme durante a exposio.
Somente o operador e o paciente podem permanecer na sala de exame
durante as exposies:
a) Caso seja necessria a presena de indivduos para assistirem uma
criana ou um paciente debilitado, elas devem fazer uso de avental plumbfero com,
pelo menos, o equivalente a 0,25 mm Pb e evitar localizar-se na direo do feixe
primrio.
b) Nenhum indivduo deve realizar regularmente esta atividade.
Proteo do pblico:
a) O titular deve demonstrar atravs de levantamento radiomtrico que os
nveis de radiao produzidos atendem aos requisitos de restrio de dose
estabelecidos neste regulamento.
b) O acesso sala onde exista aparelho de raios-x deve ser limitado
durante os exames radiolgicos.
c) Uma sala de raios-x no deve ser utilizada simultaneamente para mais
que um exame radiolgico.
No processamento do filme:
a) Devem ser seguidas as recomendaes do fabricante com respeito
concentrao da soluo, temperatura e tempo de revelao.
- Deve ser afixada na parede da cmara uma tabela de tempo e
temperatura de revelao;
- Deve-se medir a temperatura do revelador antes da revelao.

67

b) As solues devem ser regeneradas ou trocadas quando necessrio,


de acordo com as instrues do fabricante.
c) No devem ser utilizados filmes ou solues de processamento com
prazo de validade expirado.
d) No deve ser realizada qualquer inspeo visual do filme durante os
processamentos manuais.
e) A cmara escura e as cubas de revelao devem ser mantidas limpas.
Os filmes devem ser armazenados em local protegido do calor, umidade,
radiao e vapores qumicos.
Para que o cirurgio-dentista seja responsvel pelo erro cometido no
exerccio profissional devem ser evidenciados atos de impercia, imprudncia ou
negligncia. Impercia: ocorre quando h inobservncia das normas tcnicas, por
despreparo prtico ou por insuficincia de conhecimentos. Considerar um cirurgiodentista imperito discutvel, tratando-se de um profissional treinado na faculdade
por vrios anos. uma premissa que, no sendo aceita, torna-se agravante.
Imprudncia:

ato

ou

conduta

caracterizado

pela

precipitao,

insensatez,

intempestividade ou falta de cautela. Negligncia: a forma mais freqente e ocorre


quando o cirurgio-dentista negligencia nos cuidados odontolgicos, ou seja, o
cirurgio-dentista deixa de praticar algum ato sabidamente necessrio, provocando
assim um dano ao paciente. (Fenelon, 2003).
Muitos autores concordam que os dentes e arcos dentrios fornecem
subsdeos de real valor para a soluo de problemas odonto-legais e criminolgicos,
sendo muitas vezes os nicos elementos com os quais pode contar o perito.
(Arbenz, 1988; Moraes, 1991; Kessler & Pemble, 1993; Ramos et al., 1994; Kahana
& Hiss, 1994; Austin & Maples, 1994; Ferreira, 1995; Silva, 1997; Silva, 1999; Falco

68

et al., 2003; Almeida et al., 2004; Tavano, 2005; Silva et al., 2006; Wood, 2006; Silva
et al., 2007; Cerveira, 2008).
Tanto

os

atestados,

radiografias,

modelos,

fotografias,

laudos,

receiturios, pronturios, bem como a cefalometria possuem interesse jurdico com


respaldo odonto-cientfico. (Arbenz, 1988; Moraes, 1991; Kessler & Pemble, 1993;
Ferreira, 1995; Silva, 1999; Falco et al., 2003; Maciel et al., 2003; Fenelon, 2003;
Almeida et al., 2004; Tavano, 2005; Silva et al., 2006; Cerveira, 2008).
Assim sendo, as radiografias, fotografias, modelos, laudos, enfim toda
documentao odontolgica, devem ser arquivadas pasta do paciente. (Ferreira,
1995). E se o arquivamento no for correto, ou seja, radiografias mal fixadas ou que
no tenham sido reveladas adequadamente, tornam-se imprestveis quando
requisitadas pela justia. (Silva, 1997; Pereira & Eid, 2004; Almeida et al., 2004).
Bem como os modelos que tambm servem de prova judicial (Ferreira, 1995; Silva,
1999; Silva et al., 2006).
Recomenda-se, assim que no caso dos modelos podemos xerocopi-los
(Ferreira, 1995; Silva, 1999), e no caso das radiografias podemos duplic-las (Silva,
1999), fazendo a entrega da cpia quando requisitadas pelo paciente ou pela justia.
O mesmo poder ser feito com as fotografias.
Outro dado interessante relatado por Fenelon, em 2003, foi que 70% dos
processos envolvendo radiologistas nos Estados Unidos se devem falha de
diagnstico radiolgico. Alguns erros so cognitivos (interpretao incorreta), mas,
tambm existem erros causados pela utilizao de tcnica radiolgica inadequada
(exposio e posicionamento). Esse mesmo autor demonstrou as condies que
freqentemente levam os processos judiciais: 1 Erros de diagnstico; 2

69

Complicaes nos exames; 3 Casos no diagnosticados ou atraso no diagnstico e


em 4 Traumas.
Devemos alertar tambm que a adulterao de documentos e imagens
digitais, com inteno de mudar sua interpretao cientfica, com ou sem assinatura
digital, crime de falsificao. A confirmao deste acontecimento ir levar seu
autor a responder por crime na justia comum, como falsrio, crime muito mais grave
que o erro cientfico, que pode levar a perda do seu ttulo profissional. Alm disso, se
a falsificao for feita em imagem fornecida por uma clnica de radiologia, haver o
comprometimento de crime de, no mnimo, dois profissionais: o cirurgio-dentista
clnico e o responsvel pela clnica de radiologia. (Pereira et al., 2003).
Outro fator importante que as radiografias no podem ser avaliadas pelo
paciente, nem pelo juiz, os quais no tm conhecimentos tcnicos para isso. Sendo
assim, o que vale o laudo do radiologista. Em caso de litgio, o laudo vale mais do
que a prpria radiografia, no importa que seja com emulso e revelador qumico ou
digital. (Pacheco, 2008).
A inteno do artigo no causar ansiedade na comunidade radiolgica,
mas alertar os profissionais do diagnstico por imagem da necessidade de
cooperao mtua e educao continuada. Melhor do que se defender de um
processo, preveni-lo. o chamado gerenciamento de riscos ou risk management,
que visa diminuir a chance de envolvimento em um processo mdico legal, alm de
aumentar as chances de defesa do profissional ou instituio e melhorar o cuidado
mdico com o paciente. O objetivo evitar transtornos psicolgicos, dvidas em
relao prpria qualidade profissional, despesas com processos e advogados,
aborrecimento, perda de tempo, etc. Por outro lado, caso haja o envolvimento em
um processo judicial, devemos enfrent-lo juntamente com a orientao dos

70

conselhos regionais de medicina e das sociedades de radiologia. Algumas


recomendaes gerais que se seguem podero ajudar os profissionais da imagem a
alcanar os objetivos do risk management. (Fenelon, 2003).
Definimos pronturio do paciente segundo Gremy, 1987: o ncleo do
sistema de informao hospitalar funcionando, principalmente, como o documento
de acompanhamento do paciente, mas tambm como ferramenta de sntese e de
auto-ensinamento, de documento mdico-legal, de comunicao, pesquisa clnica e
outros campos, gesto das organizaes de sade, estudos epidemiolgicos,
evoluo da qualidade de cuidados e ensinamento.
Assim tem-se que o pronturio eletrnico tem fundamental importncia na
sociedade contempornea, como: fornecer subsdio de manuteno da sade do
paciente;

favorecer

compartilhamento

de

informaes

entre

diferentes

profissionais; o documento de base legal para as aes mdicas e dos pacientes;


uma fonte de pesquisa clnica, de estudos epidemiolgicos, de avaliao da
qualidade do cuidado e de vigilncia a reaes adversas de drogas; uma fonte de
educao e reciclagem mdica continuada; uma fonte de informao para
identificar grupos de pacientes especficos, tratamentos e cuidados praticados nos
pacientes, visando cura de determinadas enfermidades; fornecer subsdios para o
faturamento e o reembolso, para a pr-autorizao por pagadores, como base para
a sustentao organizacional e para a gerncia de custos. (Gremy, 1987).
J sabido que o registro do paciente, ou seja, seu pronturio e aqui se
engloba, radiografias, modelos, fotografias, entre outros dados, de fundamental
importncia no que se refere a sade do paciente. (Gremy, 1987; Nightingale, 1989;
Genovese, 1992; Moehr, 1995; Sales et al., 2001; Almeida et al., 2004; Pinto, 2006;
Mullert, 2006).

71

Deve-se lembrar tambm que segundo o Cdigo de tica Odontolgico


pelo Conselho Federal de Odontologia, importante sabermos que:
Art. 5 Constituem deveres fundamentais dos profissionais e entidades
odontolgicas:
VIII elaborar e manter atualizados os pronturios de pacientes,
conservando-os em arquivo prprio.
XVI garantir ao paciente ou seu responsvel legal acesso a seu
pronturio, sempre que for expressamente solicitado, podendo conceder cpia do
documento, mediante recibo de entrega.
Neste contexto a Organizao Mundial da Sade e o Ministrio da
Educao argumentando sobre o papel das TIC (Tecnologia de Informao e
Comunicao) no contexto da sade, centrou a ateno no sentido de que a
telemtica faa parte de todas as suas estratgias de sade para o sculo XXI.
Essas tecnologias proporcionam, naturalmente, inovaes concernentes aos
pronturios dos pacientes - antes em suporte de papel e atualmente de forma
eletrnica PEP (Pronturio Eletrnico do Paciente). (Pinto, 2006; Mullert, 2006).
Assim, deve-se considerar que o pronturio do paciente seja mais
abrangente para toda rea da sade, e que atravs da Tecnologia de Informao e
Comunicao seja utilizado tanto por consultrios particulares, empresas, hospitais,
faculdades, enfim, possibilitando o completo acompanhamento da sade do
paciente.
O sistema de radiologia digital nos propicia a utilizao de uma srie de
recursos que permitem melhorar a qualidade das imagens ou at corrigir certos erros
de tcnica, como excesso ou falta de tempo de exposio, sem que se precise

72

submeter o paciente a novas exposies. Subtrao radiogrfica, mudana de cor


da imagem, ampliaes, inverso de imagem, alterao do brilho e contraste so
ferramentas das quais podemos lanar mo para aumentar a acuidade diagnstica
do examinador.
O Decreto Brasileiro 2044 que legalizou os arquivos eletrnicos,
consolidando a infra-estrutura de Chaves Pblicas Brasileiras para garantir a
autenticidade, integridade e o no repdio dos mesmos. Iniciou-se a validade
jurdica dos documentos em forma eletrnica, por meio dos certificados digitais, os
quais tambm permitem a realizao de transaes eletrnicas seguras, atravs da
Medida Provisria no 2.200-2 de 24 de agosto de 2001.
A internet hoje uma das principais ferramentas utilizadas pelos
imaginologistas, seja para a troca de informaes ou no aperfeioamento do
conhecimento. Essa nova tecnologia tambm possui um enorme potencial de
aplicao na prestao de servios mdicos e principalmente em imaginologia.
(Fenelon, 2003).
Os documentos eletrnicos assinados com certificado digital passam a ter
maior confiabilidade pela consistncia do que os papis, uma vez que so mais
difceis de serem falsificados (Pereira et al., 2003).
Existiram muitos questionamentos em torno da legalidade dos arquivos
digitais, que hoje j esto superados atravs da Medida Provisria 2200-2 de 24 de
Agosto de 2001, que institui meios para instituies pblicas e organismos privados
atuarem na validao jurdica dos documentos produzidos, transmitidos ou obtidos
sob a forma digital, garantindo sua autenticidade, integridade e validade jurdica. A
autenticao dos arquivos digitais os torna imutveis e totalmente confiveis. A
certificao digital um instrumento de segurana das informaes compartilhadas

73

entre emissor e receptor. Os profissionais podem transformar em digital todos os


documentos do paciente que chegam em meios fsicos e, da mesma forma que os
documentos de origem exclusivamente digital, devem autentic-los, usando as
ferramentas de validao jurdica que agora so de reconhecimento universal.
Diversos autores so incisivos quanto a assinatura digital ter totalmente valor
jurdico, atravs da Medida Provisria 2.200-2. (Blum, 2002; Freitas, 2003; Pereira et
al., 2003; Moraes, 2003; Almeida et al., 2004; Pereira & Eid, 2004).
Para que as imagens digitais no tenham seu valor legal comprometido, o
radiologista, como prestador de servios, dever:
Guardar sempre a imagem original assinada com Certificado Digital
Padro ICP-Brasil;
Ao manipular as imagens, para correo de sombras ou giros, fazer
sempre numa cpia, nunca na imagem original;
A fotografia deve ser um registro fiel daquilo que o olho humano v.
Qualquer alterao que influencie negativamente deve ser evitada a qualquer custo;
Realizar as exposies fotogrficas com a uma mquina regulada em
resoluo mxima. (Neto, 2004).
O certificado digital mais adequado para a odontologia o padro ICPBrasil, tipo A3, o qual oferece maior garantia e total aceitao, emitido pelas
autoridades certificadoras, devidamente credenciadas pelo Instituto Nacional de
Tecnologia de Informao. (Pereira & Eid, 2004; Freitas, 2005; Eid, 2007).
O cirurgio-dentista, com o certificado digital pode assinar e criptografar
qualquer tipo de documento eletrnico, dando a estes o mesmo valor jurdico de um
documento de papel. Este certificado tem valor de um ou dois anos, de acordo com

74

seu tipo, podendo ser renovado por igual perodo. (Nery & Nery, 1997; Pacheco,
2008).
Apesar de toda tecnologia disponvel para contribuir favoravelmente com
o cirurgio-dentista (CD) no desempenho de sua profisso e estando a certificao
digital legalmente amparada, ainda parece ser um processo complicado, se no
invivel, para se fazer uso rotineiro. No realidade ainda para a grande maioria
dos CDs dispor de um computador com internet e um funcionrio com certa
disponibilidade para executar as etapas da certificao digital. Portanto, ao optar por
migrar para o sistema digital em sua clnica, o CD estaria automaticamente
agregando um custo elevado sua despesa mensal. Se o sistema digital ainda no
uma realidade os consultrios e clnicas odontolgicas, a radiologia odontolgica
digital por mais que evolua, fica limitada, pois depende da evoluo paralela do seu
cliente, que o cirurgio-dentista.
As Radiografias constituem um dos exames mais solicitados diante de
processos judiciais e para identificao humana. (Silva et al., 2005; Costa, 2008;
Silva et al., 2006). Por esse motivo sempre que possvel deveriam ser reproduzidas,
uma vez que existe a possibilidade delas serem requeridas pelo paciente ou como
prova em acusaes. (Silva, 1999; Costa, 2008).
Toda documentao radiogrfica devem ser datadas e identificadas
corretamente. Tambm devem ser arquivadas em cartelas apropriadas, identificadas
pelo nome completo do usurio do servio de sade e datadas, conforme dia, ms e
ano da tomada radiogrfica. Assim como os modelos e fotografias devem ser
identificados e arquivados corretamente. (Costa, 2008)
Deve-se observar tambm uma correta tomada radiogrfica e o seu
correto processamento. (Silva et al., 2006).

75

Todos os modelos de prtese ou outros servios odontolgicos,


recomenda-se a guarda, pelo menos, dos casos mais complicados, tirando-se uma
cpia do modelo em gesso dos demais casos, e anexando-o ao pronturio do
paciente, pois podem constituir elementos de prova judicial (Silva, 1994).
Neste momento em que os colegas esto utilizando a fotografia digital de
maneira crescente devemos lembrar que cuidados devero ser tomados para que
estas imagens no tenham seu valor legal comprometido.
A seguir uma breve lista destes cuidados:
1. Guardar a imagem original sempre.
2. Ao manipular as imagens, para correo de sombras ou giros, fazer
sempre isto numa cpia, nunca na imagem original.
3. A fotografia deve ser um registro fiel daquilo que o olho humano v,
qualquer alterao que influencie nisto deve ser evitada a qualquer custo.
4. Realizar as tomadas fotogrficas com a sua maquina regulada com a
resoluo mxima. (Pereira & Eid, 2004; Freitas, 2005).
Em relao ao padro em imagens na ortodontia iremos relatar o que
Pereira em 2006 props:
1 - Radiografias: As imagens radiogrficas de telerradiografias, de
panormicas e de intra-orais, quando tomadas por servio de documentao
ortodntica, devem ser fornecidas, aos ortodontistas, em formato digital, alm do
tradicional, se assim for obtido o original.
2 - Telerradiografias: As telerradiografias devem ser tomadas com os
dentes em posio de mxima intercuspidao e os lbios em posio de repouso,

76

obedecendo ainda os demais requisitos tradicionais, que sero posteriormente


minuciosamente descritos.
Para as fotografias intra-orais sugerimos a padronizao relatada por
Pinzam em 1997:
Fotografias da Face: As imagens fotogrficas da face devem abranger o
torso (busto), chegando ao pescoo e uma pequena parte do trax.
1. Nestas fotografias os dentes devem estar em posio de mxima
intercuspidao, a mesma posio em que foram tomadas as telerradiografias.
2. Posies recomendveis:
a) Frente e perfil. Em ambos os casos, os lbios devem estar em posio
de repouso. No havendo, nesta posio, o feche labial natural, tomar, tambm,
fotografias com os lbios fechados pela contrao muscular;
b) Frente com amplo sorriso e meia face (posio intermediria entre
frente e perfil - 45 mostrando o zigomtico). Totalizando seis fotografias da face,
caso no ocorra fecho labial natural.
3. No perfil, o paciente deve ser fotografado com o Plano de Frankfurt na
horizontal (tragos - infra-orbitrio).
4. Na fotografia frontal, a linha bi pupilar deve estar na horizontal.
5. Os cabelos, quando compridos, devem ser posicionados atrs das
orelhas.
6. As imagens da face devem ter uma proporo de 5/7.
7. Para o armazenamento, as imagens intra-orais e da face podem ser
grandes (hoje no h problemas de espao de armazenagem, cada uma pode ter

77

at 200 KB). Na utilizao, sero redimensionadas tomando o tamanho em acordo


com a finalidade a que se destina. Por exemplo, se for para a internet ou para a ficha
de manuseio clnico, deve ter o menor tamanho compatvel com a qualidade
necessria para a boa visualizao do que interessa no caso.
8. O formato da imagem, para armazenamento, deve ser PCX. Depois, na
utilizao, o formato ser transformado em acordo com a finalidade a que se
destina. Por exemplo, se for para a internet, dever ser transformado para JPG.
Peculiaridades importantes, como a interposio de lbio entre os
incisivos, devem ser registradas. O fundo deve ser neutro. Pode ser branco e at
mesmo de outra cor, porm, deve ser uma cor nica. O fundo no deve ser
chamativo e perturbar a imagem da face que o importante.

78

5 CONCLUSO

De acordo com a literatura abordada e os dados tcnicos colhidos, podese concluir que se deve ter um critrio muito rigoroso, com embase na legislao
vigente, para o trabalho, montagem, armazenagem e emisso de laudo radiogrfico,
podendo levar complicaes legais caso no seja seguida na prtica clnica.

79

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ANEXO 1

PORTARIA FEDERAL N 453, DE 1 DE JUNHO DE 1998


Aprova o Regulamento Tcnico que estabelece as diretrizes bsicas de
proteo radiolgica em radiodiagnstico mdico e odontolgico, dispe sobre o uso
dos raios-x diagnsticos em todo territrio nacional e d outras providncias.
A Secretria de Vigilncia Sanitria, no uso de suas atribuies legais, tendo
em vista as disposies constitucionais e a Lei 8.080, de 19 de outubro 1990, que
tratam das condies para a promoo e recuperao da sade como direito
fundamental do ser humano, e considerando: a expanso do uso das radiaes
ionizantes na Medicina e Odontologia no pas; os riscos inerentes ao uso das
radiaes ionizantes e a necessidade de se estabelecer uma poltica nacional de
proteo radiolgica na rea de radiodiagnstico; que as exposies radiolgicas
para fins de sade constituem a principal fonte de exposio da populao a fontes
artificiais de radiao ionizante; que o uso das radiaes ionizantes representa um
grande avano na medicina, requerendo, entretanto, que as prticas que do origem
a exposies radiolgicas na sade sejam efetuadas em condies otimizadas de
proteo; as responsabilidades regulatrias do Ministrio da Sade relacionadas
produo, comercializao e utilizao de produtos e equipamentos emissores de
radiaes ionizantes; a necessidade de garantir a qualidade dos servios de
radiodiagnstico prestados populao, assim como de assegurar os requisitos
mnimos de proteo radiolgica aos pacientes, aos profissionais e ao pblico em
geral; a necessidade de padronizar, a nvel nacional, os requisitos de proteo
radiolgica para o funcionamento dos estabelecimentos que operam com raios-x
diagnsticos e a necessidade de detalhar os requisitos de proteo em radiologia
diagnstica e intervencionista estabelecidos na Resoluo n 6, de 21 de dezembro
de 1988, do Conselho Nacional de Sade; as recomendaes da Comisso
Internacional de Proteo Radiolgica estabelecidas em 1990 e 1996, refletindo a
evoluo dos conhecimentos cientficos no domnio da proteo contra radiaes
aplicada s exposies radiolgicas na sade; as recentes Diretrizes Bsicas de
Proteo Radiolgica estabelecidas em conjunto pela Organizao Mundial da
Sade, Organizao Pan-americana da Sade, Organizao Internacional do
Trabalho, Organizao de Alimento e Agricultura, Agncia de Energia Nuclear e
Agncia Internacional de Energia Atmica; as recomendaes do Instituto de
Radioproteo e Dosimetria da Comisso Nacional de Energia Nuclear, rgo de
referncia nacional em proteo radiolgica e metrologia das radiaes ionizantes;
que a matria foi aprovada pelo Grupo Assessor Tcnico-Cientfico em Radiaes
Ionizantes do Ministrio da Sade, submetida a consulta pblica atravs da Portaria
n 189, de 13 de maio de 1997, debatida e consolidada pelo Grupo de Trabalho
institudo, resolve:
Art. 1 Aprovar o Regulamento Tcnico "Diretrizes de Proteo Radiolgica
em Radiodiagnstico Mdico e Odontolgico", parte integrante desta Portaria, que
estabelece os requisitos bsicos de proteo radiolgica em radiodiagnstico e
disciplina a prtica com os raios-x para fins diagnsticos e intervencionistas, visando
a defesa da sade dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do pblico em
geral.

86

Art. 2 Este Regulamento deve ser adotado em todo territrio nacional e


observado pelas pessoas fsicas e jurdicas, de direito privado e pblico, envolvidas
com a utilizao dos raios-x diagnsticos.
Art. 3 Compete aos rgos de Vigilncia Sanitria dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municpios o licenciamento dos estabelecimentos que empregam os
raios-x diagnsticos, assim como a fiscalizao do cumprimento deste Regulamento,
sem prejuzo da observncia de outros regulamentos federais, estaduais e
municipais supletivos sobre a matria.
Art. 4 A inobservncia dos requisitos deste Regulamento constitui infrao de
natureza sanitria nos termos da Lei 6.437, de 25 de agosto de 1977, ou outro
instrumento legal que venha a substitu-la, sujeitando o infrator ao processo e
penalidades previstas, sem prejuzo das responsabilidades civil e penal cabveis.
Art. 5 As Secretarias de Sade Estaduais, Municipais e do Distrito Federal
devem implementar os mecanismos necessrios para adoo desta Portaria,
podendo estabelecer regulamentos de carter suplementar a fim de atender s
especificidades locais.
Pargrafo nico. Os regulamentos estaduais e/ou municipais sobre esta
matria devem ser compatibilizados de forma a observar os requisitos do
Regulamento aprovado por esta Portaria.
Art. 6 Todos os servios de radiodiagnstico devem manter um exemplar
deste Regulamento nos seus diversos setores que empregam os raios-x
diagnsticos.
Art. 7 Esta Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicao,
revogando as disposies em contrrio.
MARTA NOBREGA MARTINEZ
DIRETRIZES DE PROTEO RADIOLGICA EM RADIODIAGNSTICO MDICO
E ODONTOLGICO
CAPTULO 1 - DISPOSIES GERAIS
DEFINIES
1.1 Os termos em itlico devem ser interpretados neste Regulamento
conforme definidos no Glossrio (Anexo C).
OBJETIVOS
1.2 Atendendo poltica nacional de proteo sade, o presente
Regulamento tem por objetivos:
a) Baixar diretrizes para a proteo da populao dos possveis efeitos
indevidos inerentes utilizao dos raios-x diagnsticos, visando minimizar os riscos
e maximizar os benefcios desta prtica
b) Estabelecer parmetros e regulamentar aes para o controle das
exposies mdicas, das exposies ocupacionais e das exposies do pblico,
decorrentes das prticas com raios-x diagnsticos.
c) Estabelecer requisitos para o licenciamento e a fiscalizao dos servios
que realizam procedimentos radiolgicos mdicos e odontolgicos.

87

CAMPO DE APLICAO
1.3 Este Regulamento deve ser adotado em todo o territrio nacional pelas
pessoas jurdicas e fsicas, de direito privado e pblico, envolvidas com:
a) A produo e comercializao de equipamentos de raios-x diagnsticos,
componentes e acessrios.
b) A prestao de servios que implicam na utilizao raios-x diagnsticos
para fins mdicos e odontolgicos.
c) A utilizao dos raios-x diagnsticos nas atividades de pesquisa biomdica
e de ensino.
AUTORIDADE REGULATRIA
1.4 A Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade e os rgos de
Vigilncia Sanitria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, aqui
designados de autoridades sanitrias, adotaro as medidas cabveis para assegurar
o cumprimento deste Regulamento.
1.5 Compete s autoridades sanitrias dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios o licenciamento dos servios que empregam os raios-x diagnsticos,
assim como a fiscalizao do cumprimento deste Regulamento, sem prejuzo da
observncia de outros regulamentos federais, estaduais e municipais supletivos
sobre a matria.
INSPEES SANITRIAS
1.6 Os responsveis principais devem assegurar autoridade sanitria livre
acesso a todas as dependncias do servio e manter disposio todos os
assentamentos e documentos especificados neste Regulamento.
INFRAES
1.7 A inobservncia dos requisitos deste Regulamento ou a falha na execuo
de aes corretivas ou preventivas em tempo hbil constitui infrao de natureza
sanitria, sujeitando o infrator ao processo e penalidades previstas na legislao
vigente, sem prejuzo das responsabilidades civil e penal cabveis.
1.8 Em casos de no conformidade com o cumprimento de qualquer requisito
deste Regulamento, os responsveis principais devem, conforme apropriado:
a) Providenciar uma investigao de suas causas, circunstncias e
conseqncias.
b) Tomar as medidas cabveis para corrigir as circunstncias que levaram
infrao e prevenir a recorrncia de infraes similares.
INTERPRETAES E CASOS OMISSOS
1.9 Os casos omissos e dvidas relativas interpretao e aplicao deste
Regulamento sero dirimidos pela Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da
Sade.
CAPTULO 2 - SISTEMA DE PROTEO RADIOLGICA

88

PRINCPIOS BSICOS
2.1 Os princpios bsicos que regem este Regulamento so:
a) Justificao da prtica e das exposies mdicas individuais.
b) Otimizao da proteo radiolgica.
c) Limitao de doses individuais.
d) Preveno de acidentes.
JUSTIFICAO
2.2 A justificao o princpio bsico de proteo radiolgica que estabelece
que nenhuma prtica ou fonte adscrita a uma prtica deve ser autorizada a menos
que produza suficiente benefcio para o indivduo exposto ou para a sociedade, de
modo a compensar o detrimento que possa ser causado.
2.3 O princpio da justificao em medicina e odontologia deve ser aplicado
considerando:
a) Que a exposio mdica deve resultar em um benefcio real para a sade
do indivduo e/ou para sociedade, tendo em conta a totalidade dos benefcios
potenciais em matria de diagnstico ou teraputica que dela decorram, em
comparao com o detrimento que possa ser causado pela radiao ao indivduo.
b) A eficcia, os benefcios e riscos de tcnicas alternativas disponveis com o
mesmo objetivo, mas que envolvam menos ou nenhuma exposio a radiaes
ionizantes.
2.4 Na rea da sade existem dois nveis de justificao: justificao genrica
da prtica e justificao da exposio individual do paciente em considerao.
a) Justificao genrica
(i) todos os novos tipos de prticas que envolvam exposies mdicas devem
ser previamente justificadas antes de serem adotadas em geral.
(ii) os tipos existentes de prticas devem ser revistos sempre que se adquiram
novos dados significativos acerca de sua eficcia ou de suas conseqncias.
b) Justificao da exposio individual
(i) todas as exposies mdicas devem ser justificadas individualmente, tendo
em conta os objetivos especficos da exposio e as caractersticas do indivduo
envolvido.
2.5 Fica proibida toda exposio que no possa ser justificada, incluindo:
a) Exposio deliberada de seres humanos aos raios-x diagnsticos com o
objetivo nico de demonstrao, treinamento ou outros fins que contrariem o
princpio da justificao.
b) Exames radiolgicos para fins empregatcios ou periciais, exceto quando
as informaes a serem obtidas possam ser teis sade do indivduo examinado,
ou para melhorar o estado de sade da populao.
c) Exames radiolgicos para rastreamento em massa de grupos
populacionais, exceto quando o Ministrio da Sade julgar que as vantagens
esperadas para os indivduos examinados e para a populao so suficientes para
compensar o custo econmico e social, incluindo o detrimento radiolgico. Deve-se
levar em conta, tambm, o potencial de deteco de doenas e a probabilidade de
tratamento efetivo dos casos detectados.
d) Exposio de seres humanos para fins de pesquisa biomdica, exceto
quando estiver de acordo com a Declarao de Helsinque, adotada pela 18
Assemblia Mundial da OMS de 1964; revisada em 1975 na 29 Assemblia, em

89

1983 na 35 Assemblia e em 1989 na 41 Assemblia, devendo ainda estar de


acordo com resolues especficas do Conselho Nacional de Sade.
e) Exames de rotina de trax para fins de internao hospitalar, exceto
quando houver justificativa no contexto clnico, considerando-se os mtodos
alternativos.
OTIMIZAO DA PROTEO RADIOLGICA
2.6 O princpio de otimizao estabelece que as instalaes e as prticas
devem ser planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das
doses individuais, o nmero de pessoas expostas e a probabilidade de exposies
acidentais sejam to baixos quanto razoavelmente exeqveis, levando-se em conta
fatores sociais e econmicos, alm das restries de dose aplicveis.
2.7 A otimizao da proteo deve ser aplicada em dois nveis, nos projetos e
construes de equipamentos e instalaes, e nos procedimentos de trabalho.
2.8 No emprego das radiaes em medicina e odontologia, deve-se dar
nfase otimizao da proteo nos procedimentos de trabalho, por possuir uma
influncia direta na qualidade e segurana da assistncia aos pacientes.
2.9 As exposies mdicas de pacientes devem ser otimizadas ao valor
mnimo necessrio para obteno do objetivo radiolgico (diagnstico e teraputico),
compatvel com os padres aceitveis de qualidade de imagem. Para tanto, no
processo de otimizao de exposies mdicas deve-se considerar:
a) A seleo adequada do equipamento e acessrios.
b) Os procedimentos de trabalho.
c) A garantia da qualidade.
d) Os nveis de referncia de radiodiagnstico para pacientes.
e) As restries de dose para indivduo que colabore, conscientemente e de
livre vontade, fora do contexto de sua atividade profissional, no apoio e conforto de
um paciente, durante a realizao do procedimento radiolgico.
2.10 As exposies ocupacionais e as exposies do pblico decorrentes das
prticas de radiodiagnstico devem ser otimizadas a um valor to baixo quanto
exeqvel , observando-se:
a) As restries de dose estabelecidas neste Regulamento.
b) O coeficiente monetrio por unidade de dose coletiva estabelecido pela
Resoluo-CNEN n. 12, de 19/07/88, quando se tratar de processos quantitativos
de otimizao.
LIMITAO DE DOSES INDIVIDUAIS
2.11 Os limites de doses individuais so valores de dose efetiva ou de dose
equivalente, estabelecidos para exposio ocupacional e exposio do pblico
decorrentes de prticas controladas, cujas magnitudes no devem ser excedidas.
2.12 Os limites de dose:
a) Incidem sobre o indivduo, considerando a totalidade das exposies
decorrentes de todas as prticas a que ele possa estar exposto.
b) No se aplicam s exposies mdicas.
c) No devem ser considerados como uma fronteira entre "seguro" e
"perigoso".
d) No devem ser utilizados como objetivo nos projetos de blindagem ou para
avaliao de conformidade em levantamentos radiomtricos.

90

e) No so relevantes para as exposies potenciais.


2.13 Exposies ocupacionais
a) As exposies ocupacionais normais de cada indivduo, decorrentes de
todas as prticas, devem ser controladas de modo que os valores dos limites
estabelecidos na Resoluo-CNEN n. 12/88 no sejam excedidos. Nas prticas
abrangidas por este Regulamento, o controle deve ser realizado da seguinte forma:
(i) a dose efetiva mdia anual no deve exceder 20 mSv em qualquer perodo
de 5 anos consecutivos, no podendo exceder 50 mSv em nenhum ano.
(ii) a dose equivalente anual no deve exceder 500 mSv para extremidades e
150 mSv para o cristalino.
b) Para mulheres grvidas devem ser observados os seguintes requisitos
adicionais, de modo a proteger o embrio ou feto:
(i) a gravidez deve ser notificada ao titular do servio to logo seja constatada;
(ii) as condies de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na
superfcie do abdmen no exceda 2 mSv durante todo o perodo restante da
gravidez, tornando pouco provvel que a dose adicional no embrio ou feto exceda
cerca de 1 mSv neste perodo.
c) Menores de 18 anos no podem trabalhar com raios-x diagnsticos, exceto
em treinamentos.
d) Para estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estgio de treinamento
profissional, as exposies devem ser controladas de modo que os seguintes
valores no sejam excedidos:
(i) dose efetiva anual de 6 mSv ;
(ii) dose equivalente anual de 150 mSv para extremidades e 50 mSv para o
cristalino.
e) proibida a exposio ocupacional de menores de 16 anos.
2.14 As exposies normais de indivduos do pblico decorrentes de todas as
prticas devem ser restringidas de modo que a dose efetiva anual no exceda 1
mSv.
PREVENO DE ACIDENTES
2.15 No projeto e operao de equipamentos e de instalaes deve-se
minimizar a probabilidade de ocorrncia de acidentes (exposies potenciais).
2.16 Deve-se desenvolver os meios e implementar as aes necessrias para
minimizar a contribuio de erros humanos que levem ocorrncia de exposies
acidentais.
CAPTULO 3 - REQUISITOS OPERACIONAIS
OBRIGAES BSICAS
3.1 Nenhuma instalao pode ser construda, modificada, operada ou
desativada, nenhum equipamento de radiodiagnstico pode ser vendido, operado,
transferido de local, modificado e nenhuma prtica com raios-x diagnsticos pode
ser executada sem que estejam de acordo com os requisitos estabelecidos neste
Regulamento.
REGISTRO

91

3.2 Nenhum tipo ou modelo de equipamento de raios-x diagnsticos,


componentes (tubo, cabeote, sistema de colimao, mesa "bucky", "bucky" mural,
serigrafo, sistema intensificador de imagem) e acessrios de proteo radiolgica
em radiodiagnstico pode ser comercializado sem possuir registro do Ministrio da
Sade.
3.3 Os fornecedores de equipamentos de raios-x diagnsticos devem informar
semestralmente por escrito a cada autoridade sanitria estadual, sobre cada
equipamento comercializado a ser instalada no respectivo estado, incluindo o seu
nmero de srie, de modo a permitir a rastreabilidade dos equipamentos instalados
no pas.
LICENCIAMENTO
3.4 Nenhum servio de radiodiagnstico pode funcionar sem estar
devidamente licenciado pela autoridade sanitria local.
3.5 O licenciamento de um servio de radiodiagnstico segue o seguinte
processo:
a) Aprovao, sob os aspectos de proteo radiolgica, do projeto bsico de
construo das instalaes.
b) Emisso do alvar de funcionamento.
3.6 A aprovao de projeto est condicionada anlise e parecer favorvel
sobre os seguintes documentos:
a) Projeto bsico de arquitetura das instalaes e reas adjacentes, conforme
Portaria 1884/94 do Ministrio da Sade ou outra que venha a substitu-la, incluindo:
(i) planta baixa e cortes relevantes apresentando o leiaute das salas de raiosx e salas de controle, posicionamento dos equipamentos, painel de controle, visores,
limites de deslocamento do tubo, janelas, mesa de exame, "bucky" vertical e
mobilirio relevante;
(ii) classificao das reas do servio indicando os fatores de uso e os fatores
de ocupao das vizinhanas de cada instalao;
(iii) descrio tcnica das blindagens (portas, paredes, piso, teto, etc.)
incluindo material utilizado, espessura e densidade.
b) Relao dos equipamentos de raios-x diagnsticos (incluindo fabricante,
modelo, mA e kVp mximas), componentes e acessrios, previstos para as
instalaes.
c) Relao dos exames a serem praticados, com estimativa da carga de
trabalho semanal mxima, considerando uma previso de operao de cada
instalao por, no mnimo, 5 anos.
d) Planilha de clculo de blindagem assinada por um especialista em fsica de
radiodiagnstico, ou certificao equivalente, reconhecida pelo Ministrio da Sade.
3.7 Ficam dispensadas do item 3.5-a) as instalaes que dispem apenas de
equipamentos mveis, desde que no utilizados como fixos, e os consultrios
odontolgicos com somente equipamentos de radiografia intra-oral.
3.8 O alvar de funcionamento inicial do servio deve ser solicitado instrudo
dos seguintes documentos:
a) Requerimento, conforme modelo prprio da autoridade sanitria local,
assinado pelo responsvel legal do estabelecimento;
b) Ficha cadastral devidamente preenchida e assinada, conforme
apresentado no Anexo B.

92

c) Termos de responsabilidade, conforme modelo prprio da autoridade


sanitria:
(i) termo de responsabilidade primria, assinado pelo responsvel legal;
(ii) termo de responsabilidade tcnica, assinado pelo responsvel tcnico (RT)
do servio;
(iii) termo de proteo radiolgica, assinado pelo supervisor de proteo
radiolgica em radiodiagnstico (SPR) do servio.
d) Memorial descritivo de proteo radiolgica, assinado pelo responsvel
legal do estabelecimento e pelo SPR.
3.9 O memorial descritivo de proteo radiolgica deve conter, no mnimo:
a) Descrio do estabelecimento e de suas instalaes, incluindo:
(i) identificao do servio e seu responsvel legal;
(ii) relao dos procedimentos radiolgicos implementados;
(iii) descrio detalhada dos equipamentos e componentes, incluindo modelo,
nmero de srie, nmero de registro no Ministrio da Sade, tipo de gerador, ano de
fabricao, data da instalao, mobilidade e situao operacional;
(iv) descrio dos sistemas de registro de imagem (cassetes, tipos de
combinaes tela-filme, vdeo, sistema digital, etc.);
(v) descrio da(s) cmara(s) escura(s), incluindo sistema de processamento.
b) Programa de proteo radiolgica, incluindo:
(i) relao nominal de toda a equipe, suas atribuies e responsabilidades,
com respectiva qualificao e carga horria;
(ii) instrues a serem fornecidas por escrito equipe, visando a execuo
das atividades em condies de segurana;
(iii) programa de treinamento peridico e atualizao de toda a equipe;
(iv) sistema de sinalizao, avisos e controle das reas;
(v) programa de monitorao de rea incluindo verificao das blindagens e
dispositivos de segurana;
(vi) programa de monitorao individual e controle de sade ocupacional;
(vii) descrio das vestimentas de proteo individual, com respectivas
quantidades por sala;
(viii) descrio do sistema de assentamentos;
(ix) programa de garantia de qualidade, incluindo programa de manuteno
dos equipamentos de raios-x e processadoras;
(x) procedimentos para os casos de exposies acidentais de pacientes,
membros da equipe ou do pblico, incluindo sistemtica de notificao e registro.
c) Relatrios de aceitao da instalao:
(i) relatrio do teste de aceitao do equipamento de raios-x, emitido pelo
fornecedor aps sua instalao com o aceite do titular do estabelecimento;
(ii) relatrio de levantamento radiomtrico, emitido por especialista em fsica
de radiodiagnstico (ou certificao equivalente), comprovando a conformidade com
os nveis de restrio de dose estabelecidos neste Regulamento;
(iii) certificado de adequao da blindagem do cabeote emitido pelo
fabricante.
3.10 Validade e renovao
a) O alvar de funcionamento do servio tem validade de, no mximo, dois
anos.
b) A renovao do alvar de funcionamento do servio deve ser solicitada
pelo titular instruda de:

93

(i) requerimento e termos de responsabilidade, conforme modelos prprios da


autoridade sanitria;
(ii) relatrio do programa de garantia de qualidade, assinado por um
especialista em fsica de radiodiagnstico, ou certificao equivalente, reconhecida
pelo Ministrio da Sade;
(iii) documento de atualizao do memorial descritivo de proteo radiolgica,
caso tenham ocorrido alteraes no notificadas no perodo.
3.11 A concesso e renovao de alvar de funcionamento do servio est
condicionada aprovao dos documentos apresentados e comprovao do
cumprimento dos requisitos tcnicos especificados neste Regulamento, mediante
inspeo sanitria.
3.12 Quaisquer modificaes a serem introduzidas nas dependncias do
servio ou nos equipamentos de raios-x devem ser notificadas previamente
autoridade sanitria local para fins de aprovao, instrudas dos documentos
relevantes do processo de aprovao de projeto.
3.13 Um novo relatrio de levantamento radiomtrico deve ser providenciado:
a) Aps a realizao das modificaes autorizadas.
b) Quando ocorrer mudana na carga de trabalho semanal ou na
caracterstica ou ocupao das reas circunvizinhas.
c) Quando decorrer 4 anos desde a realizao do ltimo levantamento.
3.14 O alvar de funcionamento, contendo identificao dos equipamentos,
deve ser afixado em lugar visvel ao pblico no estabelecimento
3.15 Todo servio deve manter uma cpia do projeto bsico de arquitetura de
cada instalao (nova ou modificada), conforme especificado no item 3.6-a),
disponvel autoridade sanitria local, inclusive nos consultrios odontolgicos e
nas instalaes com equipamentos mveis, dispensados do processo de aprovao
de projeto.
3.16 A desativao de equipamento de raios-x deve ser comunicada
autoridade sanitria, por escrito, com solicitao de baixa de responsabilidade e
notificao sobre o destino dado ao equipamento.
3.17 A desativao de um servio de radiodiagnstico deve ser notificada
autoridade sanitria local informando o destino e a guarda dos arquivos e
assentamentos, inclusive dos histricos ocupacionais, conforme especificado neste
Regulamento.
REQUISITOS DE ORGANIZAO
3.18 Os servios de radiodiagnstico devem implementar uma estrutura
organizacional de modo a facilitar o desenvolvimento de uma cultura de segurana
que se traduza em:
a) Adoo de uma atitude de preveno e de aprimoramento constantes em
proteo radiolgica, como parte integrante das funes dirias de cada membro da
equipe.
b) Definio clara das linhas hierrquicas para a tomada de decises no
mbito do estabelecimento, e as responsabilidades de cada indivduo.
c) Estabelecimento de um conjunto de regras e procedimentos, tendo a
proteo radiolgica como tema prioritrio, incluindo a pronta identificao e
correo dos problemas, de acordo com sua relevncia.

94

3.19 Em cada servio de radiodiagnstico deve ser nomeado um membro da


equipe para responder pelas aes relativas ao programa de proteo radiolgica,
denominado supervisor de proteo radiolgica de radiodiagnstico (SPR).
a) O SPR deve estar adequadamente capacitado para cumprir as
responsabilidades que lhe competem e possuir certificao de qualificao conforme
especificado neste Regulamento.
b) O SPR pode assessorar-se de consultores externos, conforme a
necessidade e o porte do servio. As atividades exercidas pelos assessores
externos devem estar discriminadas no memorial descritivo de proteo radiolgica.
3.20 Para cada setor de radiologia diagnstica ou intervencionista
desenvolvida no estabelecimento, o titular deve designar um mdico, ou um
odontlogo, em se tratando de radiologia odontolgica, para responder pelos
procedimentos radiolgicos no mbito do servio, denominado responsvel tcnico
(RT).
a) O RT deve estar adequadamente capacitado para as responsabilidades
que lhe competem e possuir certificao de qualificao, conforme especificado
neste Regulamento.
b) O RT pode responsabilizar-se por, no mximo, dois servios, desde que
haja compatibilidade operacional de horrios.
c) Cada RT pode ter at dois substitutos para os casos de seu impedimento
ou ausncia.
d) O titular do servio que tambm RT deve assumir as responsabilidades
de ambos.
3.21 permitido ao RT assumir tambm as funes de SPR desde que seja
possvel a compatibilidade entre as funes e no haja prejuzo em seu
desempenho.
3.22 Em estabelecimentos hospitalares deve haver um comit de proteo
radiolgica integrando por, no mnimo, o SPR, um representante da direo do
hospital e um mdico especialista de cada um das unidades que fazem uso das
radiaes ionizantes, de modo a:
a) Revisar sistematicamente o programa de proteo radiolgica para garantir
que os equipamentos sejam utilizados e os procedimentos executados observandose os regulamentos vigentes de proteo radiolgica.
b) Recomendar as medidas cabveis para garantir o uso seguro dos
equipamentos emissores de radiao existentes na instituio.
RESPONSABILIDADES BSICAS
3.23 Os empregadores e titulares dos servios so os responsveis principais
pela aplicao deste Regulamento.
3.24 Constitui obrigao dos responsveis principais tomar todas as
providncias necessrias relativas ao licenciamento dos seus servios.
3.25 Compete aos titulares e empregadores, no mbito do seu
estabelecimento, a responsabilidade principal pela segurana e proteo dos
pacientes, da equipe e do pblico em geral, devendo assegurar os recursos
materiais e humanos e a implementao das medidas necessrias para garantir o
cumprimento dos requisitos deste Regulamento. Para tanto, os titulares e
empregadores devem:

95

a) Assegurar que estejam disponveis os profissionais necessrios em


nmero e com qualificao para conduzir os procedimentos radiolgicos, bem como
a necessria competncia em matria de proteo radiolgica.
b) Incumbir aos mdicos do estabelecimento (ou odontlogos, no caso de
radiologia odontolgica) a tarefa e obrigao primria de garantir a proteo global
do paciente na requisio e na realizao do procedimento radiolgico.
c) Nomear um membro qualificado da equipe para responder pelas aes
relativas ao programa de proteo radiolgica do servio, com autoridade e
responsabilidades definidas (SPR).
d) Nomear um mdico da equipe (ou odontlogo, em radiologia odontolgica)
para responder pelos procedimentos radiolgicos, levando em conta os princpios e
requisitos de proteo radiolgica estabelecidos neste Regulamento, com autoridade
e responsabilidades definidas (RT).
e) Tomar todas as medidas necessrias para evitar falhas e erros, incluindo a
implementao de procedimentos adequados de calibrao, controle de qualidade e
operao dos equipamentos de raios-x.
f) Garantir os recursos necessrios para o treinamento apropriado e
atualizao peridica da equipe sobre tcnicas e procedimentos radiolgicos,
incluindo aspectos de proteo radiolgica.
g) Assessorar-se de um especialista de fsica de radiodiagnstico na
execuo das medidas de proteo radiolgica no mbito do servio, incluindo
controle de qualidade.
h) Assegurar que nenhum paciente seja submetido a uma exposio mdica
sem que seja solicitada por um mdico, ou odontlogo, no caso de radiologia
odontolgica.
i) Zelar para que as exposies mdicas de pacientes sejam as mnimas
necessrias para atingir o objetivo radiolgico pretendido e que sejam consideradas
as informaes relevantes de exames prvios que possam evitar exames adicionais
desnecessrios.
j) Zelar para que cada profissional tome todas as medidas necessrias para
restringir as exposies ocupacionais e exposies do pblico a valores to baixos
quanto razoavelmente exeqveis, limitados conforme especificado neste
Regulamento.
k) Assegurar que a exposio voluntria de acompanhante, ao ajudar um
paciente durante um procedimento radiolgico, seja otimizada de modo que sua
dose seja to baixa quanto razoavelmente exeqvel, considerando o nvel de
restrio de dose estabelecido neste Regulamento.
l) Prover monitorao individual e o controle de sade do pessoal
ocupacionalmente exposto, conforme descrito neste Regulamento.
m) Prover as vestimentas de proteo individual para a proteo dos
pacientes, da equipe e de eventuais acompanhantes.
n) Manter as instalaes e seus equipamentos de raios-x nas condies
exigidas neste Regulamento, devendo prover servio adequado de manuteno
peridica.
o) Assegurar que todos os procedimentos operacionais estejam escritos,
atualizados e disponveis equipe.
p) Garantir que seja fornecida equipe, por escrito, informao adequada
sobre os riscos decorrentes das exposies mdicas e das exposies
ocupacionais.

96

q) A responsabilidade de obter os histricos de exposies ocupacionais


prvias, como pr-requisito para contratao ou engajamento de pessoal.
r) Manter um exemplar deste Regulamento em cada servio de
radiodiagnstico sob sua responsabilidade e assegurar que cada membro da equipe
tenha acesso ao mesmo.
s) Estabelecer, e assegurar que sejam entendidas, as funes e
responsabilidades de cada profissional, assim como linhas claras de autoridade para
tomada de deciso no mbito do estabelecimento.
3.26 Compete ao SPR assessorar o titular nos assuntos relativos proteo
radiolgica, com autoridade para interromper operaes inseguras, devendo:
a) Elaborar e manter atualizado o memorial descritivo de proteo radiolgica.
b) Verificar se as instalaes esto de acordo com todos os requisitos deste
Regulamento.
c) Certificar a segurana das instalaes durante o planejamento, construo
e/ou modificao.
d) Estabelecer, em conjunto com o RT, os procedimentos seguros de
operao dos equipamentos e assegurar que os operadores estejam instrudos
sobre os mesmos.
e) Realizar monitorao de rea, periodicamente, e manter os assentamentos
dos dados obtidos, incluindo informaes sobre aes corretivas.
f) Implementar o programa de garantia da qualidade e manter os
assentamentos dos dados obtidos, incluindo informaes sobre aes corretivas.
g) Manter os assentamentos de monitorao individual e informar
mensalmente, ao pessoal monitorado, os valores das doses registradas.
h) Revisar e atualizar periodicamente os procedimentos operacionais de
modo a garantir a otimizao da proteo radiolgica.
i) Investigar cada caso conhecido ou suspeito de exposio elevada para
determinar suas causas e para que sejam tomadas as medidas necessrias para
prevenir a ocorrncia de eventos similares.
j) Coordenar o programa de treinamento peridico da equipe sobre os
aspectos de proteo radiolgica e garantia de qualidade.
k) Informar ao titular todos os dados relevantes obtidos nos programas de
proteo radiolgica e garantia de qualidade, para subsidiar o mesmo no exerccio
de suas responsabilidades.
l) Redigir e distribuir instrues e avisos sobre proteo radiolgica aos
pacientes e profissionais envolvidos, visando execuo das atividades de acordo
com os princpios e requisitos estabelecidos neste Regulamento.
3.27 Compete ao RT responsabilizar-se pelos procedimentos radiolgicos a
que so submetidos os pacientes, levando em conta os princpios e requisitos de
proteo radiolgica estabelecidos neste Regulamento, devendo:
a) Assegurar que nos procedimentos radiolgicos sejam utilizados as tcnicas
e os equipamentos adequados.
b) Zelar para que as exposies de pacientes sejam as mnimas necessrias
para atingir o objetivo do procedimento radiolgico requisitado, levando em conta os
padres aceitveis de qualidade de imagem e as restries conferidas pelos nveis
de referncia de radiodiagnstico estabelecidos neste Regulamento.
c) Elaborar e revisar as tabelas de exposio (tcnicas de exames) para cada
equipamento de raios-x do servio, com o apoio do SPR.
d) Orientar e supervisionar as atividades da equipe no que se refere s
tcnicas e procedimentos radiolgicos.

97

e) Assegurar que sejam feitos os assentamentos dos procedimentos


radiolgicos, requeridos neste Regulamento.
f) Apoiar o SPR nos programas de garantia de qualidade da imagem e
otimizao da proteo radiolgica.
3.28 Compete aos tcnicos e auxiliares:
a) Executar suas atividades em conformidade com as exigncias deste
Regulamento e com as instrues do RT e do SPR.
b) Realizar apenas exposies mdicas autorizadas por um mdico do
servio, ou odontlogo, em se tratando de radiologia odontolgica.
c) Atuar no programa de garantia de qualidade, nas avaliaes de doses em
pacientes e nas avaliaes do ndice de rejeio de radiografias, segundo instrues
do SPR.
d) Assentar os procedimentos radiogrficos realizados.
e) Manter assentamento, em livro prprio, de qualquer ocorrncia relevante
sobre condies de operao e de segurana de equipamentos, das manutenes e
dos reparos.
3.29 Compete a cada membro da equipe:
a) Estar ciente do contedo deste Regulamento, dos riscos associados ao seu
trabalho, dos procedimentos operacionais e de emergncia relacionados ao seu
trabalho, e de suas responsabilidades na proteo dos pacientes, de si mesmo e de
outros.
b) Informar imediatamente ao SPR qualquer evento que possa resultar em
alteraes nos nveis de dose ou em aumento do risco de ocorrncia de acidentes,
assim como qualquer outra circunstncia que possa afetar a conformidade com este
Regulamento.
c) Submeter-se aos treinamentos de atualizao regularmente oferecidos.
d) Fornecer ao titular informaes relevantes sobre suas atividades
profissionais atuais e anteriores, de modo a permitir um controle ocupacional
adequado.
e) Utilizar o dosmetro individual e vestimentas de proteo individual,
conforme os requisitos deste Regulamento e as instrues do SPR.
f) Notificar ao titular sua gravidez, confirmada ou suspeita, de modo a
possibilitar os passos necessrios para garantir a observao do limite de dose
estabelecido para o perodo restante da gestao.
g) Notificar autoridade sanitria condies inseguras de trabalho.
h) Evitar a realizao de exposies mdicas desnecessrias.
3.30 responsabilidade do mdico ou odontlogo, no caso de radiologia
odontolgica, que prescreve ou solicita um procedimento radiolgico estar ciente dos
riscos das radiaes ionizantes, do princpio de justificao, das proibies, das
limitaes e vantagens da prtica radiolgica comparada com tcnicas alternativas.
3.31 Os responsveis legais das empresas prestadoras de servio de
manuteno e/ou assistncia tcnica de equipamentos de raios-x diagnsticos
devem:
a) Providenciar o licenciamento de sua empresa junto autoridade sanitria
local.
b) Assegurar que sua equipe tcnica esteja treinada e ciente dos requisitos de
desempenho e de segurana dos equipamentos, especificados neste Regulamento.
c) Atender aos requisitos de controle ocupacional estabelecidos neste
Regulamento.

98

QUALIFICAO PROFISSIONAL
3.32 Nenhum indivduo pode administrar, intencionalmente, radiaes
ionizantes em seres humanos a menos que:
a) Tal indivduo seja um mdico ou odontlogo qualificado para a prtica, ou
que seja um tcnico, enfermeiro ou outro profissional de sade treinado e que esteja
sob a superviso de um mdico ou odontlogo.
b) Possua certificao de qualificao que inclua os aspectos proteo
radiolgica, exceto para indivduos que estejam realizando treinamentos
autorizados.
3.33 Para responder pela solicitao ou prescrio de um procedimento
radiolgico necessrio possuir formao em medicina ou odontologia, no caso de
radiologia odontolgica.
3.34 Para responder pela funo de RT necessrio possuir:
a) Formao em medicina, ou odontologia, no caso de radiologia
odontolgica.
b) Certificao de qualificao para a prtica, emitida por rgo de
reconhecida competncia ou colegiados profissionais, cujo sistema de certificao
avalie tambm o conhecimento necessrio em fsica de radiodiagnstico, incluindo
proteo radiolgica, e esteja homologado no Ministrio da Sade para tal fim.
3.35 Para desempenhar as funes de SPR no servio necessrio atender
a um dos seguintes requisitos:
a) Possuir certificao de especialista de fsica de radiodiagnstico, emitida
por rgo de reconhecida competncia ou colegiados profissionais cujo sistema de
certificao avalie o conhecimento necessrio em fsica de radiodiagnstico,
incluindo metrologia das radiaes ionizantes e proteo radiolgica, e esteja
homologado no Ministrio da Sade para tal fim, ou b) Possuir a mesma certificao
de qualificao exigida para o RT do servio.
3.36 Para desempenhar as atividades de tcnico de raios-x diagnsticos
necessrio:
a) Possuir formao de tcnico em radiologia na rea especfica de
radiodiagnstico.
b) Comprovar conhecimento e experincia em tcnicas radiogrficas em
medicina, considerando os princpios e requisitos de proteo radiolgica
estabelecidos neste Regulamento.
3.37 Qualquer indivduo em treinamento em tcnicas e procedimentos
radiolgicos somente pode realizar exposies mdicas sob a direta superviso de
um profissional qualificado e sob a responsabilidade do RT.
TREINAMENTOS PERIDICOS
3.38 Os titulares devem implementar um programa de treinamento anual,
integrante do programa de proteo radiolgica, contemplando, pelo menos, os
seguintes tpicos:
a) Procedimentos de operao dos equipamentos, incluindo uso das tabelas
de exposio e procedimentos em caso de acidentes.
b) Uso de vestimenta de proteo individual para pacientes, equipe e
eventuais acompanhantes.
c) Procedimentos para minimizar as exposies mdicas e ocupacionais.
d) Uso de dosmetros individuais.

99

e) Processamento radiogrfico.
f) Dispositivos legais.
CONTROLE DE REAS DO SERVIO
3.39 Os ambientes do servio devem ser delimitados e classificados em reas
livres ou em reas controladas, segundo as
caractersticas das atividades desenvolvidas em cada ambiente.
3.40 Nos ambientes classificados como reas controladas, devem ser
tomadas medidas especficas de proteo e segurana para controlar as exposies
normais e prevenir ou limitar a extenso de exposies potenciais.
3.41 As salas onde se realizam os procedimentos radiolgicos e a sala de
comando devem ser classificadas como reas controladas e:
a) Possuir barreiras fsicas com blindagem suficiente para garantir a
manuteno de nveis de dose to baixos quanto razoavelmente exeqveis, no
ultrapassando os nveis de restrio de dose estabelecidos neste Regulamento.
b) Dispor de restrio de acesso e de sinalizao adequada, conforme
especificado neste Regulamento.
c) Ser exclusivas aos profissionais necessrios realizao do procedimento
radiolgico e ao paciente submetido ao procedimento. Excepcionalmente,
permitida a participao de acompanhantes, condicionada aos requisitos
apresentados neste Regulamento.
3.42 Em instalaes de radiodiagnstico, toda circunvizinhana da rea
controlada deve ser classificada como rea livre, sob o aspecto de proteo
radiolgica.
3.43 Um programa de monitorao de rea deve ser implantado para
comprovar os nveis mnimos de radiao, incluindo verificao de blindagem e dos
dispositivos de segurana.
3.44 A grandeza operacional que deve ser usada para verificar a
conformidade com os nveis de restrio de dose em monitorao de rea o
equivalente de dose ambiente, H*(d).
3.45 Para fins de planejamento de barreiras fsicas de uma instalao e para
verificao de adequao dos nveis de radiao em levantamentos radiomtricos,
os seguintes nveis de equivalente de dose ambiente devem ser adotados como
restrio de dose:
a) 5 mSv/ano em reas controladas,
b) 0,5 mSv/ano em reas livres.
CONTROLE OCUPACIONAL
3.46 Compensaes ou privilgios especiais para os indivduos
ocupacionalmente expostos no devem, em hiptese alguma, substituir a
observncia das medidas de proteo e segurana estabelecidas neste
Regulamento.
3.47 Monitorao individual
a) Os titulares devem estabelecer um programa rotineiro de monitorao
individual de modo a:
(i) obter uma estimativa da dose efetiva e/ou da dose equivalente no cristalino
e extremidades, compatvel com a atividade exercida, de modo a demonstrar

100

conformidade com os requisitos administrativos e operacionais estabelecidos pelo


servio e com as exigncias estabelecidas por este Regulamento;
(ii) contribuir para o controle e melhoria da operao da instalao;
(iii) em caso de exposio acidental envolvendo altas doses, fornecer
informaes para investigao e suporte para acompanhamento mdico e
tratamento.
b) Todo indivduo que trabalha com raios-x diagnsticos deve usar, durante
sua jornada de trabalho e enquanto permanecer em rea controlada, dosmetro
individual de leitura indireta, trocado mensalmente.
c) A obrigatoriedade do uso de dosmetro individual pode ser dispensada, a
critrio da autoridade sanitria local e mediante ato normativo, para os servios
odontolgicos com equipamento periapical e carga de trabalho mxima inferior a 4
mA min / semana.
d) Os dosmetros individuais destinados a estimar a dose efetiva devem ser
utilizados na regio mais exposta do tronco.
e) Durante a utilizao de avental plumbfero, o dosmetro individual deve ser
colocado sobre o avental, aplicando-se um fator de correo de 1/10 para estimar a
dose efetiva. Em casos em que as extremidades possam estar sujeitas a doses
significativamente altas, deve-se fazer uso adicional de dosmetro de extremidade.
f) O dosmetro individual de uso exclusivo do usurio do dosmetro no
servio para o qual foi designado.
g) Durante a ausncia do usurio, os dosmetros individuais devem ser
mantidos em local seguro, com temperatura amena, umidade baixa e afastados de
fontes de radiao ionizante, junto ao dosmetro padro, sob a superviso do SPR.
h) Se houver suspeita de exposio acidental, o dosmetro individual deve ser
enviado para leitura em carter de urgncia.
i) Os titulares devem providenciar a investigao dos casos de doses efetivas
mensais superiores a 1,5 mSv. Os resultados da investigao devem ser
assentados.
(i) os titulares devem comunicar autoridade sanitria local os resultados
mensais acima de 3/10 do limite anual, juntamente com um relatrio das
providncias que foram tomadas.
(ii) quando os valores mensais relatados de dose efetiva forem superiores a
100 mSv, os titulares devem providenciar uma investigao especial e, havendo
uma provvel exposio do usurio do dosmetro, devem submeter o usurio a uma
avaliao de dosimetria citogentica.
j) No caso de indivduos que trabalham em mais de um servio, os titulares de
cada servio devem tomar as medidas necessrias de modo a garantir que a soma
das exposies ocupacionais de cada indivduo no ultrapasse os limites
estabelecidos neste Regulamento. Pode-se adotar, entre outras medidas:
(i) guias operacionais individuais, considerando a frao das jornadas de
trabalho em cada estabelecimento, ou
(ii) acerto de cooperao entre os titulares de modo a fornecer/ obter os
resultados de monitorao em cada servio.
k) Os dosmetros individuais devem ser obtidos apenas em laboratrios de
monitorao individual credenciados pela CNEN.
l) A grandeza operacional para verificar a conformidade com os limites de
dose em monitorao individual externa o equivalente de dose pessoal, Hp(d).
3.48 Controle de sade

101

a) Todo indivduo ocupacionalmente exposto deve estar submetido a um


programa de controle de sade baseado nos princpios gerais de sade ocupacional.
b) Exames peridicos de sade no podem ser utilizados para substituir ou
complementar o programa de monitorao individual.
c) Ocorrendo exposio acidental com dose equivalente acima do limiar para
efeitos determinsticos, o titular deve encaminhar o indivduo para acompanhamento
mdico e, se necessrio, com o aconselhamento de um mdico especialista com
experincia ou conhecimento especfico sobre as conseqncias e tratamentos de
efeitos determinsticos da radiao.
RESTRIES DE DOSE EM EXPOSIES MDICAS
3.49 Exposio mdica de pacientes
a) Os exames de radiodiagnstico devem ser realizados de modo a
considerar os nveis de referncia de radiodiagnstico apresentados no Anexo A
deste Regulamento.
b) Os nveis de referncia de radiodiagnstico devem ser utilizados de modo a
permitir a reviso e adequao dos procedimentos e tcnicas quando as doses
excederem os valores especificados (como parte do programa de otimizao).
c) Os nveis de referncia apresentados neste Regulamento foram obtidos
apenas para paciente adulto tpico.
3.50 Exposio de acompanhantes
a) A presena de acompanhantes durante os procedimentos radiolgicos
somente permitida quando sua participao for imprescindvel para conter,
confortar ou ajudar pacientes.
(i) esta atividade deve ser exercida apenas em carter voluntrio e fora do
contexto da atividade profissional do acompanhante;
(ii) proibido a um mesmo indivduo desenvolver regularmente esta atividade;
(iii) durante as exposies, obrigatria, aos acompanhantes, a utilizao de
vestimenta de proteo individual compatvel com o tipo de procedimento radiolgico
e que possua, pelo menos, o equivalente a 0,25 mm de chumbo;
b) O conceito de limite de dose no se aplica para estes acompanhantes;
entretanto, as exposies a que forem submetidos devem ser otimizadas com a
condio de que a dose efetiva no exceda 5 mSv durante o procedimento.
ASSENTAMENTOS
3.51 O responsvel legal pelo servio deve manter um sistema de
assentamento de dados, conforme discriminado neste Regulamento, sobre os
procedimentos radiolgicos realizados, sistema de garantia da qualidade, controle
ocupacional implantado e treinamentos realizados.
a) Cada procedimento radiolgico deve ser assentado, constando de:
(i) data do exame, nome e endereo completo do paciente, sexo, idade,
indicao do exame, tipo de procedimento radiolgico realizado, quantidade de
filmes utilizados e, quando aplicvel, tempo de fluoroscopia, nmero de cortes de CT
e intervalo dos cortes;
(ii) peso e tcnica radiolgica (kVp, mAs, distncia fonte-receptor de imagem,
tela-filme), quando justificvel.
(iii) no necessrio um sistema de registro em separado quando for possvel
recuperar a informao requerida com referncia a outros registros do servio.

102

b) No assentamento de garantia de qualidade devem constar os dados


relativos ao controle de qualidade implantado no servio e conter, no mnimo, os
resultados dos testes descritos neste Regulamento.
c) Os assentamentos de levantamentos radiomtricos devem incluir:
(i) croquis da instalao e vizinhanas, com o leiaute apresentando o
equipamento de raios-x e o painel de controle, indicando a natureza e a ocupao
das salas adjacentes;
(ii) identificao do equipamento de raios-x (fabricante, modelo, nmero de
srie);
(iii) descrio da instrumentao utilizada e da calibrao;
(iv) descrio dos fatores de operao utilizados no levantamento (mA,
tempo, kVp, direo do feixe, tamanho de campo, fantoma, entre outros);
(v) carga de trabalho mxima estimada e os fatores de uso relativos s
direes do feixe primrio;
(vi) leituras realizadas em pontos dentro e fora da rea controlada,
considerando as localizaes dos receptores de imagem. As barreiras primrias
devem ser avaliadas sem fantoma. Os pontos devem estar assinalados no croquis;
(vii) estimativa dos equivalentes de dose ambiente semanais (ou anuais) nos
pontos de medida, considerando os fatores de uso (U), de ocupao (T) e carga de
trabalho (W) aplicveis;
(viii) concluses e recomendaes aplicveis;
(ix) data, nome, qualificao e assinatura do responsvel pelo levantamento
radiomtrico.
d) Assentamento de controle ocupacional (histrico ocupacional)
(i) os dados relativos ao controle ocupacional devem ser assentados para
cada indivduo ocupacionalmente exposto, incluindo a natureza do trabalho que
executa treinamentos de atualizao realizados, todos os resultados dosimtricos
mensais contabilizados anualmente (ano calendrio) e todas as ocorrncias relativas
monitorao individual, desde o incio da monitorao no estabelecimento;
(ii) o nvel de registro estabelecido para monitorao mensal do tronco de
0,10 mSv.
(iii) as doses anuais (ano calendrio) devem ser computadas considerando os
valores abaixo do nvel de registro como iguais a zero e as doses mensais
desconhecidas ou extraviadas iguais ao valor mdio das doses assentadas no ano;
(iv) cpias dos dados de controle ocupacional devem ser fornecidas ao
empregado no ato da demisso;
e) No assentamento dos treinamentos realizados devem constar os dados
relativos ao programa, tais como, carga horria, contedo, perodo e identificao
dos participantes.
f) Todos os dados assentados devem ser mantidos atualizados e
apresentados autoridade sanitria sempre que solicitado.
g) O titular deve zelar pela integridade dos assentamentos por 5 anos, exceto
dos dados de monitorao individual que devem ser armazenados por um perodo
mnimo de 30 anos aps o trmino da atividade com radiao, exercida pelo
indivduo monitorado. Podem ser utilizados meios adequados de armazenamento
digital.
CARACTERSTICAS GERAIS DOS EQUIPAMENTOS

103

3.52 Todo equipamento de raios-x diagnsticos importado ou fabricado no


Pas deve estar de acordo com os padres nacionais, com os padres internacionais
que o Brasil tenha acordado, alm dos requisitos estabelecidos neste Regulamento.
a) Todo equipamento de raios-x diagnsticos deve ser projetado e construdo
visando garantir que:
(i) seja facilitada a execuo de exposies mdicas a nveis to baixos
quanto racionalmente exeqveis, consistente com a obteno da informao
diagnstica necessria;
(ii) eventuais falhas em um nico componente do sistema possam ser
imediatamente detectadas, para prevenir exposies no planejadas de pacientes e
operadores;
(iii) seja mnima a probabilidade de ocorrncia de erro humano como causa
de exposies no planejadas.
b) O equipamento de raios-x deve possuir:
(i) documentao fornecida pelo fabricante relativa s caractersticas tcnicas,
especificaes de desempenho, instrues de operao, de manuteno e de
proteo radiolgica, com traduo para a lngua portuguesa, quando se tratar de
equipamento importado;
(ii) certificao da blindagem do cabeote quanto radiao de fuga.
c) Componentes tais como gerador, tubo, cabeote, mesa e sistema de
colimao devem possuir identificao prpria (marca, tipo, nmero de srie),
mediante etiqueta fixada em lugar visvel, e documentao conforme item anterior.
d) A terminologia e os valores dos parmetros de operao devem estar
exibidos no painel de controle do equipamento em linguagem ou simbologia
internacionalmente aceita, compreensvel para o usurio.
e) Os parmetros operacionais, tais como tenso do tubo, filtrao inerente e
adicional, posio do ponto focal, distncia fonte-receptor de imagem, tamanho de
campo (para equipamento distncia fonte-receptor de imagem constante), tempo e
corrente do tubo ou seu produto devem estar claramente indicados no equipamento.
f) A emisso de raios-x, enquanto durar a exposio radiogrfica, deve ser
indicada por um sinal sonoro e luminoso localizado no painel de controle do
aparelho.
g) As taxas de kerma no ar fora da regio de exame, devido radiao de
fuga ou espalhamento, devem ser mantidas em nveis to baixos quanto
racionalmente exeqveis, levando-se em conta as restries apresentadas neste
Regulamento.
h) Os equipamentos radiogrficos devem ser providos de dispositivo que corte
automaticamente a irradiao ao final do tempo, dose, ou produto corrente-tempo
selecionados.
i) O boto disparador deve ser do tipo que permita interromper a exposio a
qualquer momento dentro do intervalo selecionado de exposio, observando-se
ainda os seguintes requisitos:
(i) a emisso do feixe de raios-x deve ocorrer somente enquanto durar a
presso intencional sobre o boto disparador, exceto em CT;
(ii) para repetir a exposio, deve ser necessrio aliviar a presso sobre o
boto e pression-lo novamente, salvo em casos de seriografia automtica;
(iii) o boto disparador deve estar instalado de tal forma que seja difcil efetuar
uma exposio acidental.
j) Todo equipamento com anodo rotatrio deve ter dois estgios de
acionamento do feixe.

104

3.53 No deve ser autorizada a importao de equipamentos de raios-x cuja


utilizao tenha sido proibida por razes sanitrias no pas de origem ou por
recomendao explcita de organismos internacionais.
3.54 Equipamentos de raios-x diagnsticos usados, reformados ou
reconstrudos somente podem ser comercializados mediante documentos
comprobatrios de teste de desempenho que demonstrem o cumprimento de todos
os requisitos estabelecidos neste Regulamento Tcnico.
GARANTIA DE QUALIDADE
3.55 Os titulares devem implementar um programa de garantia de qualidade,
integrante do programa de proteo radiolgica, com os seguintes objetivos:
a) Verificar, atravs dos testes de constncia, a manuteno das
caractersticas tcnicas e requisitos de desempenho dos equipamentos de raios-x e
do sistema de deteco/ registro de imagem.
b) Identificar, levando-se em considerao as informaes fornecidas pelos
fabricantes, possveis falhas de equipamentos e erros humanos que possam resultar
em exposies mdicas indevidas e promover as medidas preventivas necessrias.
c) Evitar que os equipamentos sejam operados fora das condies exigidas
neste Regulamento e assegurar que as aes reparadoras necessrias sejam
executadas prontamente, mediante um programa adequado de manuteno
preventiva e corretiva dos equipamentos.
d) Estabelecer e implementar padres de qualidade de imagem e verificar a
sua manuteno.
e) Determinar os valores representativos das doses administradas nos
pacientes em decorrncia dos exames realizados no servio e verificar se podem ser
reduzidas, levando-se em considerao os nveis de referncia de radiodiagnstico
estabelecidos neste Regulamento.
f) Verificar a adequao da calibrao e das condies de operao dos
instrumentos de monitorao e de dosimetria de feixe.
g) Averiguar a eficcia do programa de treinamento implementado.
3.56 O programa de garantia de qualidade deve incluir, o assentamento dos
testes e avaliaes realizadas e os resultados obtidos, assim como a documentao
e verificao dos procedimentos operacionais e das tabelas de exposio,
considerando os requisitos de proteo radiolgica estabelecidos neste
Regulamento.
3.57 Os titulares devem implementar auditorias peridicas, internas e/ou
externas, para rever a execuo e eficcia do programa de garantia de qualidade.
3.58 Toda vez que for realizado qualquer ajuste ou alterao das condies
fsicas originais do equipamento de raios-x, deve ser realizado um teste de
desempenho, correspondente aos parmetros modificados, e manter o relatrio
arquivado no servio.
3.59 Aps troca de tubo ou colimador ou manuteno do cabeote, a
adequao da blindagem do cabeote e do sistema de colimao deve ser
comprovada novamente por um especialista em fsica de radiodiagnstico ou pelo
fabricante.
3.60 Os instrumentos para medio de nveis de radiao em levantamentos
radiomtricos e dosimetria de feixe devem ser calibrados a cada 2 anos em
laboratrios credenciados, rastreados rede nacional ou internacional de metrologia
das radiaes ionizantes, nas qualidades de feixes de raios-x diagnsticos.

105

CAPTULO 4 - REQUISITOS ESPECFICOS PARA RADIODIAGNSTICO


MDICO
4.1 Em adio aos requisitos gerais aplicveis, dispostos nos Captulos 1, 2 e
3, os servios de radiodiagnstico mdico devem obedecer s exigncias definidas
neste Captulo.
DOS AMBIENTES
4.2 Os ambientes do estabelecimento de sade que emprega os raios-x
diagnsticos devem estar em conformidade com as normas estabelecidas pelo
Ministrio da Sade para Projetos Fsicos de Estabelecimentos Assistenciais de
Sade, Portaria 1884 de 11/11/94, ou a que vier a substitu-la.
4.3 As salas de raios-x devem dispor de:
a) Paredes, piso, teto e portas com blindagem que proporcione proteo
radiolgica s reas adjacentes, de acordo com os requisitos de otimizao,
observando-se os nveis de restrio de dose estabelecidos neste Regulamento.
Deve-se observar, ainda:
(i) as blindagens devem ser contnuas e sem falhas;
(ii) a blindagem das paredes pode ser reduzida acima de 210 cm do piso,
desde que devidamente justificado;
(iii) particular ateno deve ser dada blindagem da parede com "bucky"
mural para exame de trax e s reas atingidas pelo feixe primrio de radiao;
(iv) toda superfcie de chumbo deve estar coberta com revestimento protetor
como lambris, pintura ou outro material adequado.
b) Cabine de comando com dimenses e blindagem que proporcione
atenuao suficiente para garantir a proteo do operador. Deve-se observar ainda
os seguintes requisitos:
(i) a cabine deve permitir ao operador, na posio de disparo, eficaz
comunicao e observao visual do paciente mediante um sistema de observao
eletrnico (televiso) ou visor apropriado com, pelo menos, a mesma atenuao
calculada para a cabine;
(ii) quando o comando estiver dentro da sala de raios-x, permitido que a
cabine seja aberta ou que seja utilizado um biombo fixado permanentemente no piso
e com altura mnima de 210 cm, desde que a rea de comando no seja atingida
diretamente pelo feixe espalhado pelo paciente;
(iii) a cabine deve estar posicionada de modo que, durante as exposies,
nenhum indivduo possa entrar na sala sem ser notado pelo operador;
(iv) deve haver um sistema de reserva ou sistema alternativo para falha
eletrnica, no caso de sistema de observao eletrnico.
c) Sinalizao visvel na face exterior das portas de acesso, contendo o
smbolo internacional da radiao ionizante acompanhado das inscries: "raios-x,
entrada restrita" ou "raios-x, entrada proibida a
pessoas no autorizadas".
d) Sinalizao luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso,
acompanhada do seguinte aviso de advertncia: "Quando a luz vermelha estiver
acesa, a entrada proibida". A sinalizao luminosa deve ser acionada durante os
procedimentos radiolgicos indicando que o gerador est ligado e que pode haver
exposio. Alternativamente, pode ser adotado um sistema de acionamento

106

automtico da sinalizao luminosa, diretamente conectado ao mecanismo de


disparo dos raios-x.
e) Quadro com as seguintes orientaes de proteo radiolgica, em lugar
visvel:
(i) "No permitida a permanncia de acompanhantes na sala durante o
exame radiolgico, salvo quando estritamente necessrio e autorizado";
(ii) "Acompanhante, quando houver necessidade de conteno de paciente,
exija e use corretamente vestimenta plumbfera para sua proteo".
f) Quadro no interior da sala, em lugar e tamanho visvel ao paciente, com o
seguinte aviso: "Nesta sala somente pode permanecer um paciente de cada vez".
g) Vestimentas de proteo individual para pacientes, equipe e
acompanhantes, e todos acessrios necessrios aos procedimentos previstos para a
sala, conforme estabelecido neste Regulamento. Deve haver suportes apropriados
para sustentar os aventais plumbferos de modo a preservar a sua integridade.
4.4 Junto ao painel de controle de cada equipamento de raios-x deve ser
mantido um protocolo de tcnicas radiogrficas (tabela de exposio) especificando,
para cada exame realizado no equipamento, as seguintes informaes:
a) Tipo de exame (espessuras e partes anatmicas do paciente) e respectivos
fatores de tcnica radiogrfica.
b) Quando aplicvel, parmetros para o controle automtico de exposio.
c) Tamanho e tipo da combinao tela-filme.
d) Distncia foco-filme.
e) Tipo e posicionamento da blindagem a ser usada no paciente.
f) Quando determinado pela autoridade sanitria local, restries de operao
do equipamento e procedimentos de segurana.
4.5 A sala de raios-x deve dispor somente do equipamento de raios-x e
acessrios indispensveis para os procedimentos radiolgicos a que destina.
4.6 No permitida a instalao de mais de um equipamento de raios-x por
sala.
4.7 O servio de radiodiagnstico deve implantar um sistema de controle de
exposio mdica de modo a evitar exposio inadvertida de pacientes grvidas,
incluindo avisos de advertncia como:
"Mulheres grvidas ou com suspeita de gravidez: favor informarem ao mdico ou ao
tcnico antes do exame".
4.8 As instalaes mveis devem ser projetadas e utilizadas observando-se
os nveis de restrio de dose estabelecidos neste Regulamento.
4.9 A cmara escura deve ser planejada e construda considerando-se os
seguintes requisitos:
a) Dimenso proporcional quantidade de radiografias e ao fluxo de
atividades previstas no servio.
b) Vedao apropriada contra luz do dia ou artificial. Ateno especial deve
ser dada porta, passa chassis e sistema de exausto.
c) O (s) interruptor (es) de luz clara deve(m) estar posicionado(s) de forma a
evitar acionamento acidental.
d) Sistema de exausto de ar de forma a manter uma presso positiva no
ambiente.
e) Paredes com revestimento resistente ao das substncias qumicas
utilizadas, junto aos locais onde possam ocorrer respingos destas substncias.
f) Piso anticorrosivo, impermevel e antiderrapante.

107

g) Sistema de iluminao de segurana com lmpadas e filtros apropriados


aos tipos de filmes utilizados, localizado a uma distncia no inferior a 1,2 m do local
de manipulao.
4.10 A cmara escura para revelao manual deve ser provida de
cronmetro, termmetro e tabela de revelao para garantir o processamento nas
condies especificadas pelo fabricante dos produtos de revelao.
4.11 Deve ser previsto local adequado para o armazenamento de filmes
radiogrficos, de forma que estes filmes sejam mantidos:
a) Em posio vertical.
b) Afastados de fontes de radiao.
c) Em condies de temperatura e umidade compatveis com as
especificaes do fabricante.
4.12 A iluminao da sala de interpretao e laudos deve ser planejada de
modo a no causar reflexos nos negatoscpios que possam prejudicar a avaliao
da imagem.
DOS EQUIPAMENTOS
4.13 Em adio s caractersticas especificadas no captulo anterior, todo
equipamento de radiodiagnstico mdico deve possuir:
a) Condies tcnicas em conformidade com os padres de desempenho
especificados neste Regulamento.
b) Blindagem no cabeote de modo a garantir um nvel mnimo de radiao de
fuga, restringida a uma taxa de kerma no ar de 1 mGy/h a um metro do ponto focal,
quando operado em condies de ensaio de fuga. Este mesmo requisito se aplica
radiao de fuga atravs do sistema de colimao.
c) Filtrao total permanente do feixe til de radiao de, no mnimo o
equivalente a:
2,5 mm de alumnio, ou 0,03 mm de molibdnio para equipamentos de mamografia.
d) Diafragma regulvel com localizao luminosa para limitar o campo de
radiao regio de interesse clnico. Equipamentos que operam com distncia
foco-filme fixa podem possuir colimador regulvel sem localizao luminosa ou
colimadores cnicos convencionais, desde que seja possvel variar e identificar os
tamanhos de campo de radiao.
e) Sistema para identificar quando o eixo do feixe de radiao est
perpendicular ao plano do receptor de imagem e para ajustar o centro do feixe de
radiao em relao ao centro do receptor de imagem,
nos equipamentos fixos.
f) Indicao visual do tubo selecionado no painel de controle, para
equipamentos com mais de um tubo.
g) Cabo disparador com comprimento mnimo de 2 m, nos equipamentos
mveis.
h) Suporte do cabeote ajustvel, de modo a manter o tubo estvel durante
uma exposio, a menos que o movimento do cabeote seja uma funo projetada
do equipamento.
4.14 Os sistemas de radiografia convencional devem possuir gerador do tipo
pulsado retificado ou de armazenamento de carga. Fica proibida a utilizao de
sistemas auto-retificados ou retificao de meia onda.

108

4.15 Quando houver sistema de controle automtico de exposio, o painel


de controle deve possuir uma indicao clara de quando se utiliza este modo de
operao.
4.16 A absoro produzida pela mesa ou pelo porta-chassis vertical deve ser,
no mximo, o equivalente a 1,2 mm de alumnio, a 100 kVp.
4.17 Todo equipamento de fluoroscopia deve possuir, alm dos requisitos
aplicveis do item 4.13:
a) Sistema de intensificao de imagem.
b) Dispositivo para selecionar um tempo acumulado de fluoroscopia. Este
tempo no deve exceder 5 min sem que o dispositivo seja reajustado. Um alarme
sonoro deve indicar o trmino do tempo pr selecionado e continuar soando
enquanto os raios-x so emitidos, at que o dispositivo seja reajustado.
Decorridos 10 min sem que seja reajustado o dispositivo, a exposio ser
interrompida.
Alternativamente, o dispositivo pode interromper a exposio ao final do
tempo selecionado.
c) Diafragma regulvel para definir o feixe til.
d) Cortina ou saiote plumbfero inferior/lateral para a proteo do operador
contra a radiao espalhada pelo paciente, com espessura no inferior a 0,5 mm
equivalente de chumbo, a 100 kVp.
e) Sistema para impedir que a distncia foco-pele seja inferior a 38 cm para
equipamentos fixos e 30 cm para equipamentos mveis.
f) Sistema para garantir que o feixe de radiao seja completamente restrito
rea do receptor de imagem.
g) Um sinal sonoro contnuo quando o controle de "alto nvel" estiver
acionado.
4.18 Todo equipamento de mamografia deve possuir, alm dos requisitos
aplicveis do item 4.13:
a) Dispositivo para manter compresso firme na mama de forma a assegurar
uma espessura uniforme na poro radiografada. A placa de compresso deve
produzir uma atenuao de, no mximo, o equivalente a 2 mm de PMMA. A fora de
compresso do dispositivo deve estar entre 11 e 18 kgf.
b) Suporte de receptor de imagem com transmisso menor que 1 Gy por
exposio a 5 cm, sem a presena da mama, para valores mximos de kVp e mAs
empregados.
c) Tubo especificamente projetado para mamografia, com janela de berlio.
d) Gerador trifsico ou de alta freqncia.
e) Escala de tenso em incrementos de 1 kV.
f) Distncia foco-pele no inferior a 30 cm.
g) Tamanho nominal do ponto focal no superior a 0,4 mm.
4.19 Os fabricantes de equipamentos de mamografia devem disponibilizar
fantoma de mama para testes de qualidade de imagem.
4.20 Todo equipamento de tomografia linear deve possuir, alm dos requisitos
aplicveis do item 4.13.
a) Mtodo para ajustar a posio do centro de corte.
b) Indicao da posio do centro do corte.
4.21 Todo equipamento de tomografia computadorizada, CT, deve possuir,
alm dos requisitos aplicveis do item 4.13:
a) Meios que permitam a determinao visual do plano de referncia.

109

b) Dispositivo que permita ao operador interromper, a qualquer instante,


qualquer varredura de durao maior que 0,5 s.
c) Indicao visual, no painel de controle, dos parmetros de tcnica,
incluindo espessura de corte e incremento de varredura, antes do inicio de uma
srie.
d) Meios para ajustar os nmeros de CT, de modo que os dados de
calibrao no fantoma de gua produzam nmeros iguais a zero.
4.22 Os fabricantes de equipamentos de CT devem disponibilizar fantoma
para calibraes e testes de constncia, incluindo rudo e uniformidade da imagem.
4.23 Fica proibida a utilizao de sistemas de CT de primeira e segunda
gerao.
4.24 A documentao fornecida pelo fabricante, relativa s caractersticas
tcnicas e operacionais dos equipamentos de raios-x, deve estar facilmente
disponvel no servio para a equipe de trabalho, o pessoal de manuteno e a
autoridade sanitria.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO
4.25 A fim de produzir uma dose mnima para o paciente, consistente com a
qualidade aceitvel da imagem e o propsito clnico do procedimento radiolgico, os
mdicos, os tcnicos e demais membros da equipe de radiodiagnstico devem
selecionar e combinar adequadamente os parmetros abaixo discriminados.
Ateno particular deve ser dada aos casos de Radiologia Peditrica e Radiologia
Intervencionista. Os valores padronizados para os exames rotineiros devem ser
estabelecidos em tabelas de exposio.
a) A regio do corpo a ser examinada e o nmero de exposies por exame
(e.g., nmero de filmes ou de cortes em CT) ou o tempo de exame em fluoroscopia.
b) O tipo de receptor de imagem (e.g., telas rpidas ou regulares).
c) Grade anti-difusora apropriada, quando aplicvel.
d) Colimao apropriada do feixe primrio, para minimizar o volume de tecido
irradiado e melhorar a qualidade da imagem.
e) Valores apropriados dos parmetros operacionais (e.g., kVp, mA e tempo
ou mAs).
f) Tcnicas apropriadas para registrar imagem em exames dinmicos (e.g.,
nmero de imagens por segundo).
g) Fatores adequados de processamento da imagem (e.g., temperatura do
revelador e algoritmo de reconstruo de imagem).
4.26 Durante a realizao de procedimentos radiolgicos, somente o paciente
a ser examinado e a equipe necessria ao procedimento mdico ou treinandos
podem permanecer na sala de raios-x.
a) Todos, os profissionais necessrios na sala devem:
(i) posicionar-se de tal forma que nenhuma parte do corpo incluindo
extremidades seja atingida pelo feixe primrio sem estar protegida por 0,5 mm
equivalente de chumbo;
(ii) proteger-se da radiao espalhada por vestimenta ou barreiras protetoras
com atenuao no inferior a 0,25 mm equivalentes de chumbo.
b) Havendo necessidade da permanncia de acompanhante do paciente na
sala durante a realizao do exame, isto somente ser possvel com a permisso do
RT e aps tomadas todas as providncias de proteo radiolgica devidas,
conforme item 3.45.

110

c) O tcnico operador deve manter-se dentro da cabine de comando e


observar o paciente durante o exame radiogrfico, em instalaes fixas.
d) As portas de acesso de instalaes fixas devem ser mantidas fechadas
durante as exposies. A sinalizao luminosa nas portas de acesso dever estar
acionada durante os procedimentos radiolgicos, conforme item 4.3-d).
4.27 A realizao de exames radiolgicos com equipamentos mveis em
leitos hospitalares ou ambientes coletivos de internao, tais como unidades de
tratamento intensivo e berrios, somente ser permitida quando for inexeqvel ou
clinicamente inaceitvel transferir o paciente para uma instalao com equipamento
fixo. Neste caso, alm dos requisitos previstos no 4.26-a) e 4.26-b), deve ser
adotada uma das seguintes medidas:
a) Os demais pacientes que no puderem ser removidos do ambiente devem
ser protegidos da radiao espalhada por uma barreira protetora (proteo de corpo
inteiro) com, no mnimo, 0,5 mm equivalentes de chumbo; ou, b) Os demais
pacientes que no puderem ser removidos do ambiente devem ser posicionados de
modo que nenhuma parte do corpo esteja a menos de 2 metros do cabeote ou do
receptor de imagem.
4.28 O tcnico deve realizar apenas exposies que tenham sido autorizadas
por um mdico do servio.
Toda repetio de exposio deve ser anotada nos assentamentos do paciente e ser
especialmente supervisionada pelo RT.
4.29 Deve ser evitada a realizao de exames radiolgicos com exposio do
abdmen ou pelve de mulheres grvidas ou que possam estar grvidas, a menos
que existam fortes indicaes clnicas.
a) Informao sobre possvel gravidez deve ser obtida da prpria paciente.
b) Se a mais recente menstruao esperada no ocorreu e no houver outra
informao relevante, a mulher deve ser considerada grvida.
4.30 O feixe de raios-x deve ser cuidadosamente posicionado no paciente e
alinhado em relao ao receptor de imagem.
a) O feixe til deve ser limitado menor rea possvel e consistente com os
objetivos do exame radiolgico.
(i) o campo deve ser no mximo do tamanho do receptor de imagem;
(ii) o tamanho do filme/cassete deve ser o menor possvel, consistente com o
tamanho do objeto de estudo.
b) Deve-se colocar blindagem adequada, com menos 0,5 mm equivalente de
chumbo, nos rgos mais radio sensveis tais como gnadas, cristalino e tireide,
quando, por necessidade, eles estiverem diretamente no feixe primrio de radiao
ou at 5 cm dele, a no ser que tais blindagens excluam ou degradem informaes
diagnsticas importantes.
4.31 Os procedimentos radiolgicos devem ser realizados apenas com
equipamentos que possuam potncia suficiente para realiz-los.
4.32 Para realizao de exames contrastados do aparelho digestivo, o
equipamento deve possuir serigrafo.
4.33 Equipamentos mveis com potncia inferior a 4 kW e instalados como
fixos s podem ser usados para exames de extremidades.
4.34 Chassis nunca devem ser segurados com as mos durante a exposio.
4.35 Exceto em mamografia, a tenso do tubo, a filtrao (adicional) e a
distncia foco-pele devem ser as maiores possveis, consistente com o objetivo do
estudo, de modo a reduzir a dose no paciente.

111

4.36 proibida a realizao de radiografia de pulmo com distncia fontereceptor menor que 120 cm, exceto em radiografias realizadas em leito hospitalar,
observando-se o disposto no item 4.27.
4.37 O filme, a tela intensificadora e outros dispositivos de registro de imagem
devem ser de maior sensibilidade possvel, consistentes com os requisitos do
exame. Cassete sem tela intensificadora no deve ser utilizado para nenhum exame
radiogrfico rotineiro.
4.38 Em exames de mamografia, devem ser utilizados apenas:
a) Equipamentos projetados especificamente para este tipo de procedimento
radiolgico, sendo vedada a utilizao de equipamentos de raios-x diagnsticos
convencionais ou modificados.
b) Receptores de imagem especficos para mamografia.
c) Processadoras especficas e exclusivas para mamografia.
d) Negatoscpios com luminncia entre 3000 e 3500 nit.
4.39 Os equipamentos de abreugrafia devem ser desativados ou substitudos
por equipamentos de fotofluorografia com intensificao de imagem ou tcnica
equivalente ou, ainda, por equipamentos de teleradiografia com potncia suficiente
para produzir radiografias de trax de alta qualidade.
4.40 Em fluoroscopia:
a) As palpaes devem ser realizadas somente com luvas plumbferas com
proteo no inferior ao equivalente a 0,25 mm de chumbo.
b) A durao do exame deve ser a mais breve possvel, com a menor taxa de
dose e menor tamanho de campo.
c) Em nenhuma circunstncia o tubo deve ser energizado quando o executor
do exame no estiver olhando para o monitor.
d) O tempo de exposio deve ser anotado nos assentamentos do paciente.
4.41 A fluoroscopia no deve ser utilizada em substituio radiografia.
4.42 As vestimentas plumbferas no devem ser dobradas. Quando no
estiverem em uso, devem ser mantidas de forma a preservar sua integridade, sobre
superfcie horizontal ou em suporte apropriado.
4.43 Para assegurar o processamento correto dos filmes, deve-se:
a) Seguir as recomendaes do fabricante com respeito concentrao das
solues, tempo e temperatura, de modo a garantir uma revelao adequada.
b) Monitorar as solues regularmente e regener-las, quando necessrio,
levando-se em conta a quantidade de filmes revelados.
c) Proceder manuteno preventiva peridica nas processadoras
automticas.
d) Manter limpa a cmara escura e assegurar a sua utilizao exclusiva para
a finalidade a que se destina.
e) Monitorar rotineiramente a temperatura e umidade da cmara escura.
CONTROLE DE QUALIDADE
4.44 Todo equipamento de raios-x diagnsticos deve ser mantido em
condies adequadas de funcionamento e submetido regularmente a verificaes de
desempenho. Ateno particular deve ser dada aos equipamentos antigos. Qualquer
deteriorao na qualidade das radiografias deve ser imediatamente investigada e o
problema corrigido.

112

4.45 O controle de qualidade previsto no programa de garantia de qualidade,


deve incluir o seguinte conjunto mnimo de testes de constncia, com a seguinte
freqncia mnima:
a) Testes bianuais:
(i) valores representativos de dose dada aos pacientes em radiografia e CT
realizadas no servio;
(ii) valores representativos de taxa de dose dada ao paciente em fluoroscopia
e do tempo de exame, ou do produto dose-rea.
b) Testes anuais:
(i) exatido do indicador de tenso do tubo (kVp);
(ii) exatido do tempo de exposio, quando aplicvel;
(iii) camada semi-redutora;
(iv) alinhamento do eixo central do feixe de raios-x;
(v) rendimento do tubo (mGy / mA min m2);
(vi) linearidade da taxa de kerma no ar com o mAs;
(vii) reprodutibilidade da taxa de kerma no ar;
(viii) reprodutibilidade do sistema automtico de exposio;
(ix) tamanho do ponto focal;
(x) integridade dos acessrios e vestimentas de proteo individual;
(xi) vedao da cmara escura.
c) Testes semestrais
(i) exatido do sistema de colimao;
(ii) resoluo de baixo e alto contraste em fluoroscopia;
(iii) contato tela-filme;
(iv) alinhamento de grade;
(v) integridade das telas e chassis;
(vi) condies dos negatoscpios;
(vii) ndice de rejeio de radiografias (com coleta de dados durante, pelo
menos, dois meses).
d) Testes semanais:
(i) calibrao, constncia e uniformidade dos nmeros de CT;
(ii) temperatura do sistema de processamento;
(iii) sensitometria do sistema de processamento.
4.46 Testes relevantes devem ser realizados sempre que houver indcios de
problemas ou quando houver mudanas, reparos ou ajustes no equipamento de
raios-x.
4.47 Para mamografia, os testes relativos ao processamento devem ser
realizados diariamente e os cassetes, limpados semanalmente.
4.48 Em cada equipamento de mamografia, deve ser realizada, mensalmente,
uma avaliao da qualidade de imagem com um fantoma mamogrfico equivalente
ao adotado pela ACR. No devem ser realizadas mamografias em pacientes se o
critrio mnimo de qualidade de imagem no for alcanado.
As imagens devem ser arquivadas e mantidas disposio da autoridade
sanitria local.
4.49 Padres de desempenho
a) Os nveis de radiao de fuga so definidos a 1 m do foco, fora do feixe
primrio. Cada ponto de medida no campo de radiao pode ser dado pelo valor
mdio obtido em uma rea de medio de 100 cm2, com dimenso linear que no
exceda 20 cm.

113

b) O valor representativo de dose dada aos pacientes pode ser determinado


em fantoma apropriado ou pelo terceiro quartil da distribuio de dose em pacientes,
para cada tipo de exame, ou por outro mtodo apropriado. O Anexo A apresenta os
nveis de referncia de radiodiagnstico para fins de otimizao.
c) A taxa de kerma no ar em fluoroscopia deve ser inferior a 50 mGy/min na
entrada da pele do paciente, na menor distncia (foco-pele) de operao, exceto
durante cine ou quando o sistema opcional de "alto nvel" estiver ativado. Se o tubo
estiver sob a mesa, as medidas devem ser realizadas a 1 cm sobre a mesa ou
bero.
d) O indicador de tenso do tubo deve apresentar um desvio (diferena entre
o valor nominal e o valor medido) no intervalo de tolerncia de 10% em qualquer
corrente de tubo selecionada, exceto para equipamentos de mamografia, que devem
apresentar um desvio no intervalo de tolerncia de 2 kV.
e) O indicador de tempo de exposio deve apresentar desvio (diferena
entre o valor nominal e o valor medido) no intervalo de tolerncia de 10% em
qualquer tempo de exposio selecionado.
f) O valor da camada semi-redutora do feixe til no deve ser menor que o
valor mostrado na Tabela I, para uma dada tenso do tubo e fase, de modo a
demonstrar conformidade com os requisitos de filtrao mnima. Valores
intermedirios podem ser obtidos por interpolao.
g) A camada semi-redutora para mamografia (filme/tela) deve estar entre os
valores medidos de kVp/100 e kVp/100 + 0,1 mm equivalentes de alumnio. A
camada semi-redutora deve incluir a contribuio da filtrao produzida pelo
dispositivo de compresso.
h) O eixo central do feixe de raios-x deve apresentar desvio de alinhamento
menor que 3 graus em relao ao eixo perpendicular ao plano do receptor de
imagem.
i) Para uma tenso de tubo de 80 kV, o rendimento de um sistema com
gerador trifsico ou multipulso com filtrao apropriada deve estar no intervalo de
4,8 a 6,4 mGy / mAminAm2, e para um gerador monofsico com retificao de onda
completa, deve estar entre 2,4 a 4,8 mGy / mA min m2.
j) Para uma dada tenso do tubo, a taxa de kerma no ar deve ser linear com o
produto da corrente pelo tempo (mAs) para a faixa de corrente e de tempo utilizados
rotineiramente. O desvio (diferena entre duas taxas de kerma no ar expressas em
mGy/mAs) mximo no deve ultrapassar 20% do valor mdio, para todas as
combinaes de tempo e corrente comumente utilizadas.
k) Para um dado mAs, a taxa de kerma no ar deve ser reprodutvel em 10%.
Isto , para um grupo de quatro medidas, a diferena mxima entre duas medidas
deve ser menor que 10% do valor mdio.
l) A taxa de kerma no ar com sistema automtico de exposio deve ser
reprodutvel em 10%.
m) Para colimadores ajustveis e com indicao visual do campo, o
desalinhamento entre as bordas do campo visual e do campo de raios-x deve ser
menor que 2% da distncia foco-filme.
n) Resoluo de baixo contraste: salincias ou cavidades cilndricas de 5 mm
de dimetro (ou objeto de tamanho equivalente, dependendo do fantoma) devem ser
visveis na imagem fluoroscpica quando a atenuao do feixe diferir de 1% ou mais
daquela obtida no meio onde esto situadas.
o) Resoluo de alto contraste: salincias ou cavidades cilndricas de 1 mm
de dimetro (ou objeto de tamanho equivalente, dependendo do fantoma) devem ser

114

visveis na imagem fluoroscpica quando a atenuao do feixe diferir de 10% ou


mais daquela obtida no meio onde esto situadas.
p) Se o sistema de tomografia computadorizada utiliza nmeros de CT
expressos em unidades de Hounsfield, o mesmo deve estar calibrado de modo que
uma exposio no ar produza um valor mdio dos nmeros de CT de -1000 5 e na
gua produza um valor mdio dos nmeros de CT de 0 5.
q) Os sistemas de radiografia de mama devem ser capazes de identificar a
imagem de uma fibra de 0,75 mm, uma microcalcificao de 0,32 mm e uma massa
de 0,75 mm no fantoma, equivalente ao adotado pelo ACR.

CAPTULO
5
ODONTOLGICA

REQUISITOS

ESPECFICOS

PARA

RADIOLOGIA

5.1 Em adio aos requisitos gerais aplicveis, dispostos nos Captulos 1, 2 e


3, os estabelecimentos que empregam os raios-x em odontologia devem obedecer
s exigncias definidas neste Captulo.
DOS AMBIENTES
5.2 O equipamento de radiografia intra-oral deve ser instalado em ambiente
(consultrio ou sala) com dimenses suficientes para permitir equipe manter-se
distncia de, pelo menos, 2 m do cabeote e do paciente.
5.3 O equipamento de radiografia extra-oral deve ser instalado em sala
especfica, atendendo aos mesmos requisitos do radiodiagnstico mdico.
5.4 As salas equipadas com aparelhos de raios-x devem dispor de:
a) Sinalizao visvel nas portas de acesso, contendo o smbolo internacional
da radiao ionizante acompanhado da inscrio: "raios-x, entrada restrita" ou
"raios-x, entrada proibida a pessoas no autorizadas";
b) Quadro com as seguintes orientaes de proteo radiolgica, em lugar
visvel:
(i) "paciente, exija e use corretamente vestimenta plumbfera para sua
proteo durante exame radiogrfico";
(ii) "no permitida a permanncia de acompanhantes na sala durante o
exame radiolgico, salvo quando estritamente necessrio";
(iii) "acompanhante, quando houver necessidade de conteno de paciente,
exija e use corretamente vestimenta plumbfera para sua proteo durante exame
radiolgico".
5.5 Para cada equipamento de raios-x deve haver uma vestimenta plumbfera
que garanta a proteo do tronco dos pacientes, incluindo tireide e gnadas, com
pelo menos o equivalente a 0,25 mm de chumbo.

115

5.6 O servio deve possuir instalaes adequadas para revelao dos filmes.
a) A cmara escura deve ser construda de modo a prevenir a formao de
vu nos filmes; deve ser equipada com lanterna de segurana apropriada ao tipo de
filme e possuir um sistema de exausto adequado.
b) Para radiografias intra-orais, pode ser permitida a utilizao de cmaras
portteis de revelao manual, desde que confeccionadas com material opaco.
c) Para revelao manual, deve estar disponvel no local um cronmetro, um
termmetro e uma tabela de revelao para garantir o processamento nas condies
especificadas pelo fabricante.
DOS EQUIPAMENTOS
5.7 Em adio s caractersticas gerais aplicveis, todo equipamento de
raios-x para uso odontolgico deve atender aos seguintes requisitos:
a) Tenso:
(i) em radiografias intra-orais a tenso no tubo de raios-x deve ser maior ou
igual a 50 kVp, preferencialmente maior que 60 kVp;
(ii) equipamentos para radiografias extra-orais no devem possuir tenso
inferior a 60 kVp.
b) Filtrao total:
(i) equipamentos com tenso de tubo inferior ou igual a 70 kVp devem possuir
uma filtrao total permanente no inferior ao equivalente a 1,5 mm de alumnio;
(ii) equipamentos com tenso de tubo superior a 70 kVp devem possuir uma
filtrao total permanente no inferior ao equivalente a 2,5 mm de alumnio.
c) Radiao de fuga:
(i) em radiografias intra-orais, o cabeote deve estar adequadamente blindado
de modo a garantir um nvel mnimo de radiao de fuga, limitada a uma taxa de
kerma no ar mxima de 0,25 mGy/h a 1 m do ponto focal, quando operado em
condies de ensaio de fuga;
(ii) para outros equipamentos emissores de raios-x, os requisitos para
radiao de fuga so os mesmos estabelecidos para radiodiagnstico mdico.
d) Colimao:
(i) todo equipamento de raios-x deve possuir um sistema de colimao para
limitar o campo de raios-x ao mnimo necessrio para cobrir a rea em exame;
(ii) para radiografias intra-orais o dimetro do campo no deve ser superior a
6 cm na extremidade de sada do localizador. Valores entre 4 e 5 cm so permitidas
apenas quando houver um sistema de alinhamento e posicionamento do filme;
(iii) em radiografias extra-orais obrigatrio o uso de colimadores
retangulares.
e) Distncia foco-pele:
(i) equipamentos para radiografias intra-orais devem possuir um localizador
de extremidade de sada aberta para posicionar o feixe e limitar a distncia focopele;
(ii) o localizador deve ser tal que a distncia foco-pele seja de, no mnimo, 18
cm para tenso de tubo menor ou igual a 60 kVp, no mnimo de 20 cm para tenso
entre 60 e 70 kVp (inclusive) e, no mnimo, 24 cm para tenso maior que 70 kVp;
(iii) o localizador e o diafragma/colimador devem ser construdos de modo que
o feixe primrio no interaja com a extremidade de sada do localizador.
f) Durao da exposio:

116

(i) a durao da exposio pode ser indicada em termos de tempo ou em


nmero de pulsos;
(ii) o sistema de controle da durao da exposio deve ser do tipo eletrnico
e no deve permitir exposio com durao superior a 5 s;
(iii) deve haver um sistema para garantir que raios-x no sejam emitidos
quando o indicador de tempo de exposio se encontrar na posio "zero" e o
disparador for pressionado.
g) O boto disparador deve ser instalado em uma cabine de proteo ou
disposto de tal forma que o operador que o maneje possa ficar a uma distncia de,
pelo menos, 2 m do tubo e do paciente durante a exposio.
h) O sistema de suporte do cabeote deve ser tal que o mesmo permanea
estvel durante a exposio.
PROCEDIMENTOS DE TRABALHO
5.8 A fim de reduzir a dose no paciente, devem ser adotados os seguintes
procedimentos:
a) Exames radiogrficos somente devem ser realizados quando, aps exame
clnico e cuidadosa considerao das necessidades de sade geral e dentria do
paciente, sejam julgados necessrios.
Deve-se averiguar a existncia de exames radiogrficos anteriores que
tornem desnecessrio um novo exame.
b) O tempo de exposio deve ser o menor possvel, consistente com a
obteno de imagem de boa qualidade. Isto inclui o uso de receptor de imagem mais
sensvel que possa fornecer o nvel de contraste e detalhe necessrios. No caso de
radiografias extra-orais, deve-se utilizar uma combinao de filme e tela
intensificadora com o mesmo critrio.
c) A repetio de exames deve ser evitada por meio do uso da tcnica correta
de exposio e de um processamento confivel e consistente.
d) Para radiografias intra-orais deve-se utilizar, preferencialmente:
(i) a tcnica do paralelismo com localizadores longos;
(ii) dispositivos de alinhamento (posicionadores);
(iii) prendedores de filme e de "bite-wing" de modo a evitar que o paciente
tenha que segurar o filme.
e) A extremidade do localizador deve ser colocada o mais prximo possvel
da pele do paciente para garantir tamanho de campo mnimo.
f) Em radiografias extra-orais deve-se utilizar tamanho de campo menor ou
igual ao tamanho do filme.
g) O operador deve observar e ouvir o paciente durante as exposies.
h) proibido o uso de sistema de acionamento de disparo com retardo.
i) Uso de vestimenta de proteo individual de modo a proteger a tireide o
tronco e as gnadas dos pacientes durante as exposies. Os aventais plumbferos
devem ser acondicionados de forma a preservar sua integridade, sobre superfcie
horizontal ou em suporte apropriado.
5.9 Proteo do operador e equipe
a) Equipamentos panormicos ou cefalomtricos devem ser operados dentro
de uma cabine ou biombo fixo de proteo com visor apropriado ou sistema de
televiso.
(i) o visor deve ter, pelo menos, a mesma atenuao calculada para a cabine.

117

(ii) a cabine deve estar posicionada de modo que, durante as exposies,


nenhum indivduo possa entrar na sala sem o conhecimento do operador;
b) Em exames intra-orais em consultrios, o operador deve manter-se a uma
distncia de, pelo menos, 2 metros do tubo e do paciente durante as exposies. Se
a carga de trabalho for superior a 30 mAmin por semana, o operador deve manter-se
atrs de uma barreira protetora com uma espessura de, pelo menos, 0,5 mm
equivalentes ao chumbo,
c) O operador ou qualquer membro da equipe no deve colocar-se na direo
do feixe primrio, nem segurar o cabeote ou o localizador durante as exposies.
d) Nenhum elemento da equipe deve segurar o filme durante a exposio.
5.10 Somente o operador e o paciente podem permanecer na sala de exame
durante as exposies.
a) Caso seja necessria a presena de indivduos para assistirem uma
criana ou um paciente debilitado, elas devem fazer uso de avental plumbfero com,
pelo menos, o equivalente a 0,25 mm Pb e evitar localizar-se na direo do feixe
primrio.
b) Nenhum indivduo deve realizar regularmente esta atividade.
5.11 Proteo do pblico
a) O titular deve demonstrar atravs de levantamento radiomtrico que os
nveis de radiao produzidos atendem aos requisitos de restrio de dose
estabelecidos neste Regulamento.
b) O acesso sala onde exista aparelho de raios-x deve ser limitado durante
os exames radiolgicos.
c) Uma sala de raios-x no deve ser utilizada simultaneamente para mais que
um exame radiolgico.
5.12 No processamento do filme:
a) Devem ser seguidas as recomendaes do fabricante com respeito
concentrao da soluo, temperatura e tempo de revelao.
(i) deve ser afixada na parede da cmara uma tabela de tempo e temperatura
de revelao;
(ii) deve-se medir a temperatura do revelador antes da revelao.
b) As solues devem ser regeneradas ou trocadas quando necessrio, de
acordo com as instrues do fabricante.
c) No devem ser utilizados filmes ou solues de processamento com prazo
de validade expirado.
d) No deve ser realizada qualquer inspeo visual do filme durante os
processamentos manuais.
e) A cmara escura e as cubas de revelao devem ser mantidas limpas.
5.13 Os filmes devem ser armazenados em local protegido do calor, umidade,
radiao e vapores qumicos.
CONTROLE DE QUALIDADE
5.14 O controle de qualidade, previsto no programa de garantia de qualidade,
deve incluir o seguinte conjunto mnimo de testes de constncia, com freqncia
mnima de dois anos:
a) Camada semi-redutora;
b) Tenso de pico;
c) Tamanho de campo;

118

d) Reprodutibilidade do tempo de exposio ou reprodutibilidade da taxa de


kerma no ar;
e) Linearidade da taxa de kerma no ar com o tempo de exposio;
f) Dose de entrada na pele do paciente;
g) Padro de imagem radiogrfica;
h) Integridade das vestimentas de proteo individual
5.15 Padres de desempenho
a) Os nveis de radiao de fuga so definidos a 1 m do foco, fora do feixe
primrio, pelo valor mdio sobre reas de medio de 100 cm2, com dimenso
linear que no exceda 20 cm.
b) O valor da camada semi-redutora do feixe til no deve ser menor que o
valor mostrado na Tabela II para tenso de tubo mxima de operao, de modo a
demonstrar conformidade com os requisitos de filtrao mnima. Valores
intermedirios podem ser obtidos por interpolao.
c) A tenso medida no tubo no deve ser inferior a 50 kVp, com uma
tolerncia de - 3 kV.
d) O seletor de tempo de exposio deve garantir exposies reprodutveis de
modo que o desvio (diferena entre duas medidas de tempo de exposio) mximo
seja menor ou igual a 10% do valor mdio, para quatro medidas. Alternativamente,
para um dado tempo de exposio, a taxa de kerma no ar deve ser reprodutvel em
10%.
e) A taxa de kerma no ar deve ser linear com o tempo de exposio. O desvio
(diferena entre duas medidas) mximo no deve ultrapassar 20% do valor mdio,
para os tempos comumente utilizados.
f) As doses na entrada na pele dos pacientes em radiografia intra-oral devem
ser inferiores ao nvel de referncia de radiodiagnstico apresentados no Anexo A.
Tabela II. Valores mnimos de camadas semi-redutoras em funo da tenso
de tubo mxima de operao kVp CSR (mm AI)

CAPTULO 6 - DISPOSIES TRANSITRIAS


6.1 A aplicao deste Regulamento implica em reavaliaes de instalaes,
equipamentos, procedimentos, qualificao profissional e de prticas. Desta forma,
ficam concedidos prazos diferenciais para o cumprimento dos requisitos
discriminados neste Captulo. As autoridades sanitrias locais podem reduzir em
atos normativos os prazos estabelecidos.
6.2 As exigncias abaixo devem ser atendidas no menor tempo possvel, no
ultrapassando os prazos indicados, contados a partir da data de publicao deste
Regulamento.
a) Um ano para que sejam adquiridos apenas equipamentos que atendam
aos itens relativos a certificao de blindagem do cabeote e teste de aceitao. Os
equipamentos j instalados devem ser avaliados por um especialista em fsica de
radiodiagnstico (ou certificao equivalente) no prazo mximo de trs anos.

119

b) Quatro anos para que as exigncias relativas qualificao profissional


sejam cumpridas.
c) Trs anos para implantao do sistema de garantia da qualidade e
respectivos assentamentos.
d) Um ano para que sejam desativados ou substitudos os equipamentos de
abreugrafia convencional.
e) Cinco anos para substituir os atuais sistemas convencionais de
fluoroscopia por sistema com intensificador de imagem. A partir da data da
publicao deste Regulamento Tcnico somente devem ser instalados
equipamentos de fluoroscopia com intensificadores de imagem.
f) Um ano para que sejam substitudos ou desativados os sistemas de disparo
com retardo de raios-x de uso odontolgico.
g) Um ano para que sejam substitudos nos equipamentos odontolgicos os
controladores de durao de exposio mecnicos por eletrnicos e com sistema de
disparo do tipo "dead-man".
h) Trs anos para atendimento dos requisitos de calibrao dos instrumentos
de dosimetria de feixe e de monitorao de rea.
i) Um ano para que sejam utilizados em radiografias apenas filmes verdes e
telas intensificadoras de terras raras correspondentes, ou outros receptores de
imagem com sensibilidade maior ou igual.
6.3 Em casos de relevante interesse de sade pblica, o prazo estabelecido
no item 6.2-e) pode ser dilatado, em ato normativo, a critrio da autoridade sanitria
local.
6.4 At que sejam concludos os estudos de implementao do sistema de
calibrao em termos das novas grandezas operacionais no LNMRI-IRD/CNEN,
devem ser utilizadas as seguintes grandezas;
a) Dose individual, para monitorao individual visando a estimativa da dose
efetiva em exposies ocupacionais.
b) Dose de extremidade, para estimativa da dose equivalente nas
extremidades em exposies ocupacionais.
c) Dose externa, para monitorao do ambiente de trabalho e sua
circunvizinhana.
ANEXO A - NVEIS DE REFERNCIA DE RADIODIAGNSTICO

120

ANEXO B - FICHA DE CADASTRO DE INSTITUIO


Com a finalidade de permitir a padronizao dos dados cadastrais mnimos e
a implementao de uma base de dados nacional sobre os servios de
radiodiagnsticos, as autoridades sanitrias locais devem providenciar a preparao
de fichas cadastrais conforme especificao apresentada neste Anexo.
Anexo B1 - Instituies de radiodiagnstico mdico
Campo 1: Tipo de movimentao cadastral - 2 alternativas: cadastro inicial ou
alterao de cadastro
Campo 2: Cdigo da Instituio
Campo 3: Natureza da Instituio (cdigos no verso) - 7 alternativas
numeradas de 1 a 7
Campo 4: Razo Social
Campo 5: CGC
Campo 6: Nome Fantasia
Campo 7: Setor/Departamento
Campo 8: Endereo (rua, av, nmero e complemento)
Campo 9: Municpio
Campo 10: Bairro/Distrito
Campo 11: UF

121

Campo 12: CEP


Campo 13: DDD/Telefone
Campo 14: FAX
Campo 15: Titular/Proprietrio
Campo 16: Prov Dosmetro Individual? - 2 alternativas: sim ou no
Campo 17: Laboratrio
Campo 18: Responsvel Tcnico pelo setor
Campo 19: CPF
Campo 20: CRM
Campo 21: Substituto do responsvel tcnico
Campo 22: CPF
Campo 23: CRM
Campo 24: Supervisor de proteo radiolgica de radiodiagnstico.
Campo 25: CPF
Campo 26: Formao do SPR (cdigos no verso) - 4 alternativas
Campo 27: Tabela de equipamentos e exames com 13 linhas e 8 colunas
Cabealho das colunas:
1 - Ref.
2 - Mobilidade do aparelho
3 - Identificao da Sala
4 - Fabricante e modelo
5 - Quantidade de tubos
6 - Exames que realiza (cdigos no verso)
7 - Nmero de exames/ms
8 - Exame mais freqente
Campo 28: Observaes
Campo 29: Local e data
Campo 30: Assinatura do titular/proprietrio
Instrues para o preenchimento da ficha de cadastro de instituio (verso da
ficha cadastral)
Campo 1: Assinalar "cadastro inicial" quando se tratar de Instituio nova ou
no cadastrada. Assinalar "alterao de cadastro" quando se tratar de mudana de
endereo, modificao da instalao, aquisio ou modificao de aparelho de raiosx, etc. Neste caso, preencher a identificao da Instituio e os itens referentes s
alteraes.
Campo 2: Cdigo de cadastro da Instituio na autoridade sanitria. No
preencher no caso de cadastro
inicial.
Campo 3: Natureza da Instituio. Marque com X at trs dos seguintes
cdigos:
1 - Municipal, 2 - Estadual, 3 - Federal, 4 - Privada, 5 - Universitrio / Instituio de
Pesquisa, 6 - Militar, 7
- Convnio SUS.
Campo 4: Escrever o nome completo da Instituio (razo social). Utilizar uma
cpia desta ficha para cada unidade (filial) ou setor/departamento da Instituio, se
houver.
Campo 5: Escrever o nmero de registro no CGC.
Campo 6: Escrever o nome Fantasia, quando houver.

122

Campo 7: Nome completo do Setor/Departamento (Servio de


radiodiagnstico, Unidade ou Diviso) da Instituio. Caso no haja identificao
para o setor, deixar este campo em branco. Caso exista mais de um setor, favor
utilizar uma cpia desta ficha para cada.
Campo 8 a 12: Escrever o endereo completo da Instituio/setor.
Campos 13 e 14: Telefone, ramal e fax.
Campo 15: Nome completo do Responsvel Legal pela Instituio (Titular,
Diretor ou Proprietrio).
Campo 16 e 17: Indicar se realizada Monitorao Individual no pessoal
ocupacionalmente exposto. Em caso afirmativo, indicar a Entidade/Laboratrio
prestadora deste servio.
Campo 18: Nome completo do Responsvel Tcnico pelo setor.
Campo 19: Escrever o CPF do Responsvel Tcnico.
Campo 20: Escrever o nmero de registro no CRM do Responsvel Tcnico.
Campo 21: Se houver, escrever o nome do substituto do responsvel tcnico.
Campo 22: Escrever o CPF do substituto do responsvel tcnico.
Campo 23: Escrever o nmero de registro no CRM do substituto do
responsvel tcnico.
Campo 24: Nome completo do supervisor de proteo radiolgica de
radiodiagnstico (SPR).
Campo 25: CPF do SPR.
Campo 26: Marque com um X a formao do SPR (1 - fsico, 2 - mdico, 3 engenheiro, 4 - outro)
Campo 27: Preenchimento da tabela de equipamentos e exames:
Ref.: Nmero de referncia do aparelho. Devem ser cadastrados todos os aparelhos
de raios-x existentes no servio.
Mobilidade do Aparelho: Indicar com a letra F se o equipamento for Fixo, com
M se for do tipo mvel/ transportvel, com V se o aparelho estiver instalado em
veculo.
Identificao da sala: Indicar o nmero da sala ou outro tipo de identificao
onde est localizado o aparelho. Caso haja mais de um aparelho nesta sala, repetir
a identificao. Para aparelho mvel, identificar a localizao mais freqente do
mesmo.
Fabricante e modelo: Indicar o nome do fabricante (ou marca) e o modelo do
aparelho.
Quantidade de tubos: Indicar a quantidade de tubos de raios-x que o aparelho
possui.
Exames que realiza: Utilizando os cdigos abaixo, indicar os tipos de exames
realizados com o aparelho.
Nmero de exames/ms. Indicar o nmero de exames radiolgicos que so
realizados por ms com o aparelho. Nos casos de grandes variaes mensais,
indicar o nmero mdio.
Exame mais freqente: Utilizando os cdigos abaixo, indicar o exame mais
freqente realizado com este aparelho.
Campo 28: Observaes: Utilizar para informar ou explicar dados cadastrais
no includos no formulrio e demais observaes julgadas necessrias. Por
exemplo, aparelho desativado; aparelho anteriormente cadastrado e que foi alienado
(vendido, cedido, etc.).
Campo 29 e 30: Local, data e assinatura: O Titular da instituio deve datar e
assinar o formulrio, responsabilizando-se pelas informaes prestadas.

123

CDIGO DE EXAMES
00 - Exames Gerais 01 - Crnio/face 02 -Coluna 03 Extremidades
04 - Plvis/bacia 05 - Trax 05a - Abreugrafia 05b Planigrafia
06 - Aparelho Digestivo 07 - Aparelho geniturinrio 08 Abdmen
08a - Mamografia 08b - Densitometria ssea 09 Procedimentos especiais
10 - Neuro-radiologia 12 - Angiografia 13 - Intervencionista
34 - CT 99 -Outros (favor especificar no formulrio)
Anexo B2 - Instituies de radiodiagnstico odontolgico
Campo 1: Tipo de movimentao cadastral - 2 alternativas: cadastro inicial ou
alterao de cadastro
Campo 2: Cdigo da Instituio
Campo 3: Natureza da Instituio (cdigos no verso) - 7 alternativas
numeradas
Campo 4: Razo social
Campo 5: CGC/CPF
Campo 6: Nome Fantasia
Campo 7: Setor/Departamento
Campo 8: Endereo (rua, av, nmero e complemento)
Campo 9: Municpio
Campo 10: Bairro/Distrito
Campo 11: UF
Campo 12: CEP
Campo 13: DDD/Telefone
Campo 14: FAX
Campo 15: Titular/Proprietrio
Campo 16: Prov Dosmetro Individual? - 2 alternativas: sim ou no
Campo 17: Laboratrio
Campo 18: Responsvel Tcnico pelo setor
Campo 19: CPF
Campo 20: CRO
Campo 21: Substituto do responsvel tcnico
Campo 22: CPF
Campo 23: CRO
Campo 24: Supervisor de proteo radiolgica de radiodiagnstico.
Campo 25: CPF
Campo 26: Tipo de instalao - 2 alternativas: "consultrio" ou "clnica
radiolgica"
Campo 27: Tabela de equipamentos e exames com 7 linhas e 6 colunas
Cabealho das colunas:
1 - Ref.
2 - Mobilidade do aparelho
3 - Identificao da Sala
4 - Fabricante e modelo
5 - Exames que realiza (cdigos no verso)

124

6 - Nmero de filmes por ms


Campo 28: Observaes
Campo 29: Local e data
Campo 30: Assinatura do titular/proprietrio
Instrues para o preenchimento da ficha de cadastro de instituio (verso da ficha
cadastral)
Campo 1: Assinalar "cadastro inicial" quando se tratar de Instituio nova ou
no cadastrada. Assinalar "alterao de cadastro" quando se tratar de mudana de
endereo, modificao da instalao, aquisio ou modificao de aparelho de raiosx, etc. Neste caso, preencher a identificao da Instituio e os itens referentes s
alteraes.
Campo 2: Cdigo de registro da Instituio na autoridade sanitria. No
preencher no caso de cadastro inicial.
Campo 3: Natureza da Instituio. Marque com X at trs dos seguintes
cdigos:
1 - Municipal, 2 - Estadual, 3 - Federal, 4 - Particular, 5 - Universitrio / Instituio de
Pesquisa, 6 - Militar,
7 - Convnio SUS.
Campo 4: Escrever o nome completo da Instituio (razo social). Utilizar uma
cpia desta ficha para cada unidade (filial) ou setor/departamento da Instituio, se
houver.
Campo 5: Escrever o nmero de registro no CGC ou CPF no caso.
Campo 6: Escrever o nome Fantasia, quando houver.
Campo 7: Nome completo do Setor/Departamento (Servio, Unidade ou
Diviso) da Instituio. Caso no haja identificao para o setor, deixar este campo
em branco. Caso exista mais de um setor, favor utilizar uma cpia desta ficha para
cada.
Campo 8 a 12: Escrever o endereo completo da Instituio/setor.
Campos 13 e 14: Telefone, ramal e fax.
Campo 15: Nome completo do Responsvel Legal pela Instituio (Titular,
Diretor ou Proprietrio).
Campo 16 e 17: Indicar se realizada Monitorao Individual no pessoal
ocupacionalmente exposto. Em caso afirmativo, indicar a Entidade/Laboratrio
prestadora deste servio.
Campo 18: Nome completo do Responsvel Tcnico pelo setor.
Campo 19: Escrever o CPF do Responsvel Tcnico.
Campo 20: Escrever o nmero de registro no CRO do Responsvel Tcnico.
Campo 21: Se houver, escrever o nome do substituto do responsvel tcnico
no setor.
Campo 22: Escrever o CPF do substituto do responsvel tcnico.
Campo 23: Escrever o nmero de registro no CRO do substituto do
responsvel tcnico.
Campo 24: Nome completo do supervisor de proteo radiolgica de
radiodiagnstico.
Campo 25: CPF do supervisor de proteo radiolgica de radiodiagnstico.
Campo 26: Marque com um X se o servio um consultrio odontolgico ou
clnica de radiologia odontolgica
Campo 27: Preenchimento da tabela de equipamentos e exames:

125

Ref.: Nmero de referncia do aparelho. Devem ser cadastrados todos os aparelhos


de raios-x que existem no servio.
Mobilidade do Aparelho: Indicar com a letra F se o equipamento est
instalado como fixo, caso contrrio indicar M, mvel.
Identificao da sala: Indicar o nmero da sala ou outro tipo de identificao
onde est localizado o aparelho. Caso haja mais de um aparelho nesta sala, repetir
a identificao. Para aparelho mvel, identificar a localizao mais freqente do
mesmo.
Fabricante e modelo: Indicar o nome do fabricante (ou marca) e o modelo do
aparelho.
Exames que realiza: Utilizando os cdigos abaixo, indicar os tipos de exames
realizados com o aparelho.
Nmero de filmes/ms. Indicar o nmero de filmes utilizados nos exames
radiolgicos que so realizados por ms com o aparelho citado. Nos casos de
grandes variaes mensais, indicar o nmero mdio.
Campo 28: Observaes: Utilizar para informar ou explicar dados cadastrais
no includos no formulrio e demais observaes julgadas necessrias. Por
exemplo, aparelho desativado; aparelho anteriormente cadastrado e que foi alienado
(vendido, cedido, etc.).
Campo 29 e 30: Local, data e assinatura: O Titular da instituio deve datar e
assinar o formulrio, responsabilizando-se pelas informaes prestadas.
CDIGO DE EXAME
I - Intra-oral
C - Cefalomtrico
P - Panormico
O - Outros (favor especificar no formulrio)
ANEXO C - GLOSSRIO
(1) Acidente - Qualquer evento no intencional, incluindo erros de operao e
falhas de equipamento, cujas conseqncias reais ou potenciais so relevantes sob
o ponto de vista de proteo radiolgica.
(2) ACR - "American College of Radiology".
(3) Alvar de funcionamento - Licena ou autorizao de funcionamento ou
operao do servio fornecida pela autoridade sanitria local. Tambm chamado de
licena ou alvar sanitrio.
(4) rea controlada - rea sujeita a regras especiais de proteo e segurana
com a finalidade de controlar as exposies normais e evitar exposies no
autorizadas ou acidentais.
(5) rea livre - rea isenta de controle especial de proteo radiolgica, onde
os nveis de equivalente de dose ambiente devem ser inferiores a 0,5 mSv/ano.
(6) Autoridade competente - Autoridade municipal, estadual ou federal, que
dispe de poderes legais para decidir sobre alguma matria tratada neste
Regulamento.
(7) Autoridade sanitria - Autoridade competente, no mbito da rea de
sade, com poderes legais para baixar regulamentos e executar licenciamento e
fiscalizao, inclusive na rea de segurana e proteo radiolgica.

126

(8) Autorizao - Ato administrativo pelo qual a autoridade competente emite


documento permitindo ao requerente executar uma prtica ou qualquer ao
especificada no item "Obrigaes Gerais" deste Regulamento.
(9) Blindagem - Barreira protetora. Material ou dispositivo interposto entre
uma fonte de radiao e seres humanos ou meio ambiente com o propsito de
segurana e proteo radiolgica.
(10) Camada semi-redutora - CSR - Espessura de um material especificado
que, introduzido no feixe de raios-x, reduz a taxa de kerma no ar metade. Nesta
definio, considera-se excluda a contribuio de qualquer radiao espalhada que
no estava presente inicialmente no feixe considerado.
(11) Carga de trabalho (semanal) - W - Somatrio dos produtos da corrente
pelo tempo (mAs) utilizados na semana. Aproximadamente, o produto do nmero de
radiografias semanais pelo mAs mdio utilizado. Para relatrios de levantamento
radiomtrico e para planejamento de blindagem, os seguintes valores tpicos de
carga de trabalho semanal, podem ser utilizados como orientao para a obteno
de valores realistas.

(12) CNEN - Comisso Nacional de Energia Nuclear.


(13) Colimador - Dispositivo ou mecanismo utilizado para limitar o campo de
radiao.
(14) Condies de ensaio de fuga - So definidas pelos parmetros
especficos utilizados para medir radiao de fuga em cabeotes de equipamentos
de raios-x diagnsticos, estabelecidos como segue:
(a) para equipamento com energia armazenada em capacitores: tenso
mxima (kVp) especificada pelo fabricante e nmero mximo de exposies
especificado pelo fabricante para 1 h com o menor mAs disponvel, desde que
superior a 10 mAs;
(b) para equipamento com operao pulsada: nmero mximo de pulsos
especificado pelo fabricante para 1 h de operao na tenso mxima (kVp);
(c) demais tipos de equipamento: tenso mxima (kVp) especificada e a
mxima corrente contnua de tubo especificada pelo fabricante para a mxima kVp.
(15) CT - Tomografia computadorizada. Produo de imagens tomogrficas
atravs de medidas mltiplas de transmisso de raios-x e processamento
computacional.
(16) Detrimento - O dano total esperado para um grupo de indivduos e seus
descendentes como resultado da exposio deste grupo radiao ionizante.
Determinado pela combinao dos danos sade (por unidade de dose)
compreendidos pela probabilidade condicional de induo de cncer letal, cncer
no letal, danos hereditrios e reduo da expectativa de vida.

127

(17) Dose absorvida - D - Grandeza expressa por D = d /dm, onde d o valor


esperado da energia depositada pela radiao em um volume elementar de matria
de massa dm. A unidade SI de dose absorvida o joule por quilograma,
denominada gray (Gy).
(18) Dose - Dose absorvida, dose efetiva, dose equivalente, equivalente de
dose, dependendo do contexto.
(19) Dose coletiva - Expresso da dose efetiva total recebida por uma
populao ou um grupo de pessoas, definida como o produto do nmero de
indivduos expostos a uma fonte de radiao ionizante pelo valor mdio da
distribuio de dose efetiva destes indivduos. A dose coletiva expressa em
sievert-homem (Sv-homem).
(20) Dose de entrada na pele - DEP - Dose absorvida no centro do feixe
incidente na superfcie do paciente submetido a um procedimento radiolgico. Inclui
retro-espalhamento.
(21) Dose de extremidade - Grandeza operacional para fins de monitorao
individual de extremidades, obtida em um monitor de extremidade, calibrado em
termos de kerma no ar, pelo fator f = 1,14 Sv/Gy.
(22) Dose efetiva - E - Mdia aritmtica ponderada das doses equivalentes
nos diversos rgos. Os fatores de ponderao dos tecidos foram determinados de
tal modo que a dose efetiva represente o mesmo detrimento de uma exposio
uniforme de corpo inteiro. A unidade de dose efetiva o joule por quilograma,
denominada sievert (Sv). Os fatores de ponderao dos tecidos, wT, so
apresentados na publicao No 60 da ICRP (1991), com os seguintes valores: para
osso, superfcie ssea e pele, 0,01; para bexiga, mama, fgado, esfago, tireide e
restante, 0,05; para medula ssea, clon, pulmo e estmago, 0,12; e para gnadas,
0,20.
(23) Dose equivalente - HT - Grandeza expressa por HT = DTwR, onde DT
dose absorvida mdia no rgo ou tecido humano e wR o fator de ponderao da
radiao. Para os raios-x, wR = 1 e a dose equivalente numericamente igual
dose absorvida. A unidade SI de dose equivalente denominada sievert, Sv.
(24) Dose individual - Hx - Grandeza operacional definida pela CNEN para
monitorao individual externa a feixes de ftons, obtida multiplicando-se o valor
determinado pelo dosmetro individual utilizado na superfcie do tronco do indivduo,
calibrado em kerma no ar, pelo fator f = 1,14 Sv/Gy.
(25) Dose externa - Grandeza operacional para monitorao de um campo de
raios-x, definida neste Regulamento como o valor determinado pelo monitor de rea
calibrado em kerma no ar, multiplicado por
f = 1,14 Sv/Gy.
(26) Dose mdia em cortes mltiplos (MSAD - "multiple scan average dose") Termo empregado em tomografia computadorizada e definido como:
onde n o nmero total de cortes em uma srie clnica, I o incremento de distncia
entre os cortes, e D(z) a dose na posio z, paralela ao eixo de rotao.
(27) Dosimetria citogentica - Avaliao de dose absorvida atravs de
contagem da freqncia de cromossomas discntricos em cultura de linfcitos do
indivduo irradiado.
(28) Dosmetro individual - Dispositivo usado junto a partes do corpo de um
indivduo, de acordo com regras especficas, com o objetivo de avaliar a dose efetiva
ou a dose equivalente acumulada em um dado perodo. Tambm chamado de
monitor individual

128

(29) Dosmetro padro - Dosmetro de leitura indireta, mantido fora do alcance


da radiao produzida no servio, utilizado como base para correo da radiao de
fundo nos dosmetros individuais, incluindo qualquer exposio durante o trajeto.
Tambm chamado de dosmetro de referncia
(30) Efeitos determinsticos - So aqueles para os quais existe um limiar de
dose necessrio para sua ocorrncia e cuja gravidade aumenta com a dose.
(31) Efeitos estocsticos - So aqueles para os quais no existe um limiar de
dose para sua ocorrncia e cuja probabilidade de ocorrncia uma funo da dose.
A gravidade destes efeitos independente da dose.
(32) Efeitos indevidos (da radiao) - Efeitos estocsticos e efeitos
determinsticos produzidos pela radiao em decorrncia de uma prtica autorizada.
(33) Empregador - Pessoa jurdica com reconhecidas responsabilidades e
deveres para com seu empregado no seu trabalho devido a um contrato de mtuo
acordo. Um autnomo considerado empregador e empregado.
(34) Equipamentos fixos - Aqueles cujo uso restringe-se a um ambiente
exclusivo de operao.
(35) Equipamentos mveis - Aqueles que podem ser deslocados para
diversos ambientes, tais como em berrios e unidades de terapia intensiva.
Tambm chamados de equipamentos transportveis.
(36) Equivalente de dose - H - Grandeza definida por H = D Q, onde D dose
absorvida em um ponto do tecido humano e Q o fator de qualidade da radiao.
Q=1 para raios-x.
(37) Equivalente de dose ambiente (em um ponto de um campo de radiao) H*(d) - Equivalente de dose que seria produzido por um campo alinhado e
expandido em uma esfera da ICRU a uma profundidade d, no raio oposto ao sentido
do feixe de radiao incidente.
(38) Equivalente de dose pessoal - Hp(d) - Grandeza operacional de
monitorao individual externa definida como o equivalente de dose em um ponto a
uma profundidade d do corpo, no tecido mole.
(39) Especialista em fsica de radiodiagnstico - Indivduo com formao
plena de nvel superior, com conhecimento, treinamento e experincia comprovada
em fsica das radiaes em medicina e em proteo radiolgica nas prticas com
raios-x diagnsticos. A habilitao deve ser comprovada mediante certificao
emitida por rgos de reconhecida competncia ou colegiados profissionais cujos
critrios de
avaliao estejam homologados pelo Ministrio da Sade.
(40) Exposio acidental - Exposio involuntria e imprevisvel ocorrida em
condies de acidente.
(41) Exposio do pblico - Exposio de membros da populao a fontes de
radiao ionizante, excluindo exposio ocupacional, exposio mdica e exposio
natural normal devido radiao ambiental do local. Incluem exposies a fontes e
prticas autorizadas, e em situaes de interveno.
(42) Exposio mdica - Exposio a que so submetidos:
a) pacientes, em decorrncia de exames ou tratamentos mdicos ou
odontolgicos;
b) indivduos no ocupacionalmente expostos que voluntariamente ajudam a
confortar ou conter pacientes durante o procedimento radiolgico (acompanhantes,
geralmente, familiares ou amigos prximos);
c) indivduos voluntrios em programas de pesquisa mdica ou biomdica e
que no proporciona qualquer benefcio direto aos mesmos.

129

(43) Exposio normal - Exposio esperada em decorrncia de uma prtica


autorizada, em condies normais de operao de uma fonte ou de uma instalao,
incluindo os casos de pequenos possveis contratempos que podem ser mantidos
sob controle.
(44) Exposio ocupacional - Exposio de um indivduo em decorrncia de
seu trabalho em prticas autorizadas.
(45) Exposio potencial - Exposio cuja ocorrncia no pode ser prevista
com certeza mas que pode resultar de um acidente com uma fonte de radiao ou
em conseqncia de um evento ou uma srie de eventos de natureza probabilstica.
(46) Fantoma - Objeto fsico ou matemtico utilizado para reproduzir as
caractersticas de absoro e espalhamento do corpo ou parte do corpo humano em
um campo de radiao.
(47) Fator de ocupao - T - Fator utilizado para reduo dos requisitos de
blindagem, determinado pela estimativa da frao de ocupao por indivduos na
rea em questo, durante o perodo de operao da instalao. Para fins de
orientao: T=1 em reas controladas, adjacncias com permanncia constante,
recepo; T=1/4 em vestirio, circulao interna; T=1/16 em circulao externa, WC,
escada, etc.
(48) Fator de Uso - U - Fator que indica a percentagem de carga de trabalho
semanal para uma determinada direo de feixe primrio de raios-x.
(49) Feixe primrio (de radiao) - Feixe de radiao que passa atravs da
abertura do colimador e que usado para formao da imagem radiogrfica.
(50) Filtrao total - Filtrao permanente dada pela soma da filtrao
inerente e a filtrao adicional, incluindo o espelho do sistema colimador.
(51) Filtrao - Material no feixe primrio que absorve preferencialmente a
radiao menos penetrante.
(52) Fiscalizao - Verificao, pela autoridade competente, da conformidade
com requisitos estabelecidos em legislao especfica e a adoo de medidas
cabveis para impor o cumprimento destes requisitos.
(53) Fornecedor - Pessoa jurdica com obrigaes relativas ao projeto,
fabricao, produo ou construo de um equipamento ou fonte de radiao
ionizante. Um importador de um equipamento de raios-x tambm um fornecedor.
(54) Garantia de qualidade - Conjunto de aes sistemticas e planejadas
visando garantir a confiabilidade adequada quanto ao funcionamento de uma
estrutura, sistema, componentes ou procedimentos, de acordo com um padro
aprovado. Em radiodiagnstico, estas aes devem resultar na produo continuada
de imagens de alta qualidade com o mnimo de exposio para os pacientes e
operadores. A parte do programa de garantia de qualidade que consiste do conjunto
das operaes
destinadas a manter ou melhorar a qualidade chamada de controle de qualidade.
(55) Guias operacionais - So expresses da poltica gerencial dirigidas aos
empregados (incluindo projetistas de equipamentos e instalaes). Eles so
geralmente expressos como doses anuais abaixo das quais a gerncia deseja
operar. Eles no so limites nem alvos e devem ser suplementados por um requisito
superior de fazer o melhor sempre que seja razoavelmente exeqvel.
(56) Grandezas de limitao de dose - Dose efetiva e dose equivalente.
(57) Grandezas operacionais - Grandezas mensurveis, definidas em um
ponto, estabelecidas para avaliar as grandezas de limitao de dose.
(58) ICRP - "International Commission on Radiological Protection".

130

(59) ICRU - "International Commission on Radiological Units and


Measurements".
(60) Indivduo do pblico - Qualquer membro da populao no submetido a
exposio ocupacional ou exposio mdica.
(61) Instalao radiolgica, ou simplesmente instalao - O equipamento de
raios-x, seu painel de controle e demais componentes, o ambiente no qual est
instalado, e respectivas blindagens.
(62) Instalaes mveis - Equipamentos de raios-x montados em veculos
automotores.
(63) IRD - Instituto de Radioproteo e Dosimetria.
(64) Kerma - Grandeza definida por k = dEtr/dm, onde dEtr a energia
cintica inicial de todas partculas carregadas liberadas por partculas ionizantes no
carregadas em um material de massa dm. A unidade SI o joule por quilograma,
com denominao especial de gray (Gy).
(65) Levantamento radiomtrico - Monitorao de rea.
(66) Licena - Documento no qual a autoridade sanitria autoriza o requerente
a executar determinada prtica sob condies estabelecidas em leis e regulamentos,
bem como condies especificadas na prpria Licena.
(68) Licenciamento - Operao administrativa de autorizao para execuo
de uma prtica onde a pessoa jurdica responsvel pela mesma comprova e se
submete a avaliao dos requisitos estabelecidos pela autoridade sanitria.
(69) Limites de dose individual, limites de dose ou simplesmente limites - So
valores estabelecidos para exposio ocupacional e exposio do pblico, de modo
que uma exposio continuada pouco acima do limite de dose resultaria em um risco
adicional que poderia ser considerado inaceitvel em circunstncias normais. Os
limites constituem parte integrante dos princpios bsicos de proteo radiolgica
para prticas autorizadas.
(70) LNMRI - Laboratrio Nacional de Metrologia das Radiaes Ionizantes do
IRD/CNEN, por delegao do INMETRO.
(71) Memorial descritivo de proteo radiolgica - Descrio do servio e suas
instalaes, do programa de proteo radiolgica, da garantia de qualidade,
incluindo relatrios de aceitao da instalao.
(72) Modificao - Qualquer alterao de estrutura, sistema ou componente
que envolva a segurana e a proteo radiolgica em uma instalao radiolgica,
para a qual a autoridade sanitria local j tenha concedido qualquer autorizao.
(73) Monitorao - Medio de dose para fins de controle da exposio
radiao, e a interpretao dos resultados. Pode ser classificada em monitorao
individual e monitorao de rea.
(74) Monitorao individual (externa) - Monitorao por meio de dosmetros
individuais colocados sobre o corpo do indivduo para fins de controle das
exposies ocupacionais. A monitorao individual tem a funo primria de avaliar
a dose no indivduo monitorado. tambm, um mecanismo efetivo para detectar
flutuaes das condies de trabalho e para fornecer dados teis para o programa
de otimizao.
(75) Monitorao de rea - Levantamento radiomtrico. Avaliao dos nveis
de radiao nas reas de uma instalao. Os resultados devem ser expressos para
as condies de carga de trabalho mxima semanal.
(76) Nveis de investigao - Valores estabelecidos pelo titular que, se
excedidos, demanda-se uma investigao local.

131

(77) Nveis de referncia de radiodiagnstico - Valores de uma grandeza


especfica na prtica de radiodiagnstico para exames tpicos em grupos de
pacientes tpicos. Estes nveis no devem ser ultrapassados nos procedimentos
habituais quando so aplicadas as boas prticas correntes relativas ao diagnstico.
Estes nveis so uma forma de nvel de investigao e devem ser relativos apenas a
tipos comuns de exames diagnsticos e a tipos de equipamentos amplamente
definidos. Os nveis no foram planejados para serem utilizados de maneira exata e
uma multiplicidade de nveis reduziriam sua utilidade.
(78) Nvel de registro - Valor de dose obtido em um programa de monitorao,
com significncia suficiente acima do qual justifica-se o seu assentamento.
Estabelecido pelo titular da instalao e/ou autoridade nacional e aplica-se
principalmente exposio ocupacional com particular referncia monitorao de
indivduos e dos locais de trabalho.
(79) Nmeros de CT - Conjunto de nmeros definidos em uma escala linear,
relacionados ao coeficiente de atenuao linear e calculados pelo tomgrafo
computadorizado. Os nmeros de CT variam de -1000 para o ar at +1000 para o
osso, com valor zero para a gua, em unidades "Hounsfield".
(80) OMS - Organizao Mundial da Sade.
(81) Operador - Profissional treinado e autorizado a operar equipamentos de
raios-x.
(82) Paciente adulto tpico (para fins de avaliao de exposio mdica em
adulto) - Indivduo com caracterstica biomtrica tpica de adulto, com peso entre 60
e 75 kg e altura entre 1,60 e 1,75 m.
(83) Painel de controle - Componente do equipamento de raios-x onde esto
montados o boto disparador e demais dispositivos necessrios para selecionar os
fatores de tcnica antes de iniciar uma exposio.
(84) PMMA - Polimetil-meta-acrilato, comercializado como plexiglass, acrlico
e lucite.
(85) Prtica - Qualquer atividade humana que implique ou possa
potencialmente implicar em exposies de pessoas radiao ionizante.
(86) Procedimento radiolgico - Exame de radiodiagnstico ou utilizao
intervencionista dos raios-x diagnsticos.
(87) Proteo radiolgica - Conjunto de medidas que visam proteger o
homem, seus descendentes e seu meio ambiente contra possveis efeitos indevidos
causados pela radiao ionizante. Tambm chamada de radioproteo.
(88) Radiao ionizante, ou simplesmente radiao - para fins de proteo
radiolgica, qualquer partcula ou radiao eletromagntica que, ao interagir com a
matria biolgica, ioniza seus tomos ou molculas.
(89) Radiao de fuga - Radiao que consegue atravessar o cabeote e/ou
sistema de colimao, no pertencente ao feixe primrio. Tambm chamada
radiao de vazamento
(90) Radiodiagnstico - Prtica com utilizao de raios-x diagnsticos.
(91) Raios-x diagnsticos - Ftons obtidos em tubos de at 150 kVp,
utilizados para impressionar um receptor de imagem, com fins de diagnstico ou
para orientar procedimentos mdicos invasivos (ou intervencionistas).
(92) Receptor de imagem - Um sistema que transforma os ftons de raios-x
que passam atravs do paciente em uma imagem visvel ou outra forma que pode
tornar-se visvel por transformaes adicionais. Exemplos: sistema filme-tela,
sistema intensificador de imagem, detetor de estado slido em CT.

132

(93) Registro - Ato pelo qual o Ministrio da Sade autoriza a fabricao, a


comercializao e uso/consumo de produtos de interesse sade. Esta exigncia
aplica-se tambm a produtos importados.
(94) Responsveis principais - Empregadores e titulares.
(95) Responsvel legal - Indivduo responsvel perante a justia por um
estabelecimento. Este indivduo geralmente o diretor ou o proprietrio, quando no
existe diretoria.
(96) Responsvel tcnico ou RT - Mdico ou odontlogo que atende aos
requisitos de qualificao profissional estabelecidos neste Regulamento e que
assina o termo de responsabilidade tcnica perante a autoridade sanitria local.
(97) Restrio de dose - Restrio prospectiva nas doses individuais
relacionadas a uma determinada fonte de radiao ionizante, destinada a ser usada
como uma fronteira na etapa de planejamento de proteo radiolgica para limitar a
gama de opes consideradas no processo de otimizao.
Estabelecida por autoridade nacional, aplica-se s exposies ocupacionais e do
pblico e a voluntrios em pesquisa biomdica e em assistncia no ocupacional a
pacientes. No caso de exposies mdicas de pacientes, pode ser interpretada
como o nvel de referncia de diagnstico.
(98) Servio de radiodiagnstico, ou simplesmente servio - Estabelecimento,
ou um setor definido do estabelecimento ou instituio, onde se realizam
procedimentos radiolgicos mdicos ou odontolgicos.
Nesta definio esto includos os consultrios odontolgicos com equipamento de
raios-x diagnsticos.
(99) Smbolo internacional da radiao ionizante - Smbolo utilizado
internacionalmente para indicar a presena de radiao ionizante. Deve ser
acompanhado de um texto descrevendo o emprego da radiao ionizante.
(100) Supervisor de proteo radiolgica em radiodiagnstico ou SPR Indivduo com formao plena de nvel superior, com conhecimento, treinamento e
experincia comprovada em fsica das radiaes e proteo radiolgica na rea de
radiodiagnstico, designado pelo titular de um servio para assumir as tarefas
estabelecidas neste Regulamento
(101) Termo de proteo radiolgica - Documento assinado pelo supervisor
de proteo radiolgica em radiodiagnstico assumindo, perante a autoridade
sanitria local, as suas responsabilidades conforme estabelecido neste
Regulamento.
(102) Termo de responsabilidade primria - Declarao do titular do servio
listando suas responsabilidades, para fins de licenciamento.
(103) Termo de responsabilidade tcnica - Documento assinado pelo
responsvel tcnico assumindo, perante a autoridade sanitria local, as sua
responsabilidades conforme estabelecido neste Regulamento.
(104) Teste de aceitao (do equipamento) - Um conjunto de medidas e
verificaes, realizadas aps a montagem do equipamento na sala, para atestar a
conformidade com as caractersticas de projeto e de desempenho declarados pelo
fabricante e com os requisitos deste Regulamento. Deve confirmar que quando
operado como desejado, a imagem obtida com a qualidade requerida e a menor
dose para o paciente.
(105) Teste de constncia - Avaliao rotineira dos parmetros tcnicos e de
desempenho de instrumentos e equipamentos da instalao.
(106) Teste de desempenho - Um conjunto de medidas e verificaes para
atestar conformidade com os padres de desempenho.

133

(107) Titular - Responsvel legal pelo estabelecimento para o qual foi


outorgada uma licena ou outro tipo de autorizao.
(108) Vestimenta de Proteo Individual - Aventais, luvas, culos e outras
blindagens de contato utilizadas para a proteo de pacientes, de acompanhantes
autorizados ou de profissionais durante as exposies.

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