Sartre, Jean Paul - Da Liberdade Inútil À Consciência
Sartre, Jean Paul - Da Liberdade Inútil À Consciência
Sartre, Jean Paul - Da Liberdade Inútil À Consciência
xistencialismo ou a filosofia
da existncia uma vasta
corrente filosfica contempornea que se afirma na Europa logo
aps a Primeira Guerra Mundial, se
impe no perodo entre as duas
guerras e se desenvolve ainda mais
e se expande at tornar-se moda
sobretudo nas duas dcadas posteriores Segunda Guerra Mundial.
Assim, se consideramos o tempo de
seu nascimento e de seu crescimento, fcil perceber que o existencialismo expressa e leva conscientizao a situao histrica de
uma Europa dilacerada fsica e moralmente por duas guerras, de uma
humanidade europia que, entre as
duas guerras, experimentam em
muitas de suas populaes a perda
da liberdade, com regimes totalitrios.
que presumem ter captado o princpio da realidade e o sentido progressivo absoluto da histria. O existencialismo, porm, considera o homem
como ser finito, lanado no mundo e
continuamente dilacerado por situaes problemticas ou absurdas. E
precisamente pelo homem, o homem
em sua singularidade, que o existencialismo se interessa. O homem do
existencialismo no o objeto que
exemplifica uma teoria, um membro
de uma classe ou um exemplar de
gnero substituvel por outro exemplar qualquer do mesmo gnero. Da
mesma forma, o homem considerado
pela filosofia da existncia tambm
no simples momento do processo
de uma Razo oniabrangente ou
uma deduo do Sistema. A existncia indedutvel e a realidade no se
identifica com a racionalidade e nem
se reduz a ela.
A no identificao da realidade com
a racionalidade acompanhada,
como elemento caracterstico, por
trs pontos bsicos do pensamento
existencialista, que so: a) a centralidade da existncia como modo de
ser daquele ente finito que o homem; b) a transcendncia do ser - o
mundo e/ou Deus - com o qual a
existncia se relaciona; c) a possibilidade como modo de ser constitutivo
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a infinita
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Isto significa que no se pode encontrar para a minha liberdade outros limites alm da prpria liberdade:
ou, se se preferir, que no somos
livres de deixar de ser livres. A liberdade no o arbtrio ou o capricho
momentneo do indivduo: radica na
mais ntima estrutura da existncia,
a prpria existncia. Um existente
que, como conscincia, est necessariamente separado de todos os
outros, j que esses se encontram
em relao com ele apenas na medida em que existem para ele, um
existente que decide do seu passado, sob forma de tradio, luz do
seu futuro, em vez de deix-lo pura e
simplesmente determinar o seu presente, um existente que se perspec-
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Referncias Bibliogrficas
SARTRE, Jean-Paul. Ltre et le Nant - Essai dOntologie Phnomnologique. Paris.
Gallimard, 1953.
_______. La Nause. Paris. Gallimard, 1938.