Igreja Luterana 1999 Nº2
Igreja Luterana 1999 Nº2
Igreja Luterana 1999 Nº2
NDICE
VOUJME58 "
SE~1INA.RlO CONCRDIA
Diretor
Paulo Moiss Nerbas
Professores
Acir Raymann, Ely Prieto, Gerson Lus Linden, Leopoldo Heimann,
Norherto Heine (CAAPP), Orlando N. Ott, Paulo Gerhard Pietzsch,
Paulo Moiss Nerhas, Vilson Scholz.
Professores emdtos
Amaldo J. Schrnidt, Donaldo Schueler,
Johannes ti. Rottmann, Martim C. Warth
ii.;nEJA.
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LU~T~RANA
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FRUM
Trapalhadas em final de sculc
AcruzdaIELB
.
ARTIGOS
Sugesto
Vlson Scholz
ISSN 0103-779X
Revista semestral de Teologia publicada em junho a novembro pela
Faculdade de Teologia do Seminrio Concrdia, da Igreja Evanglica
Luterana do Brasil (IELB), So Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.
"Pericopite"
Assistncia Administrativa
Janisse M. Schindler
de umaeclesio1cgi:::
Igreja e sacramentos
A Revista Igreja Luterana est indexada em Bibliografia Bblica
Latino-Americana - Old Testament Abstracts .
Os originais dos artigos sero devolvidos
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" '::i~rbitten
Austaus~
I
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Correspondncia
Rev'..staIGREJALUTERANA
Seminrio Concrdia
Caixa Postal 202
93.00 1-970 - So Leopoldo, RS
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DEVOES
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Consideraes
da tica crist qc:.c...:-:::;
tcnica de reproduo humana 2.2:.:
Conselho Editorial
quando acompanhados
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Vlson Scholz
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NDICE
IGREJA LUTERANA
VOLUME
?ietzsch,
FRUM
Trapalhadas em final de sculo
A cruz da IELB
o
149
151
ARTIGOS
Sugesto
Vlson Scholz
ubro pela
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.~J.o
"Pericopite"
153
161
Brasil.
Consideraes
tcnica de reproduo
humana
in vitro como
assistida
167
181
AUXLIOS HOMILTICOS
202
DEVOES
296
147
fRUM
TRAPALHADAS
EM FINAL DE SCULO
1999 foi um ano de muitas trapalhadas entre os "profetas" da destruio. Houve quem anunciasse a destruio de Paris, com milhes de mortos em uma catstrofe nuclear. At em fim do mundo se falou. Talvez estes movimentos escatolgicos,
prprios de um final de sculo e milnio (independente da questo se o milnio de
fato comea em 2000 ou 2001), poderiam ser vistos com uma viso positiva. Afinal,
permitiram um campo para anncio da viso bblica sobre o fim. No entanto, h
aspectos preocupantes para os quais, penso, deveramos estar atentos, como pastores e lderes na Igreja.
o que acontecer diante da frustrao havida ante as falsas profecias? Impossvel responder com segurana. J houve, na histria no to distante, situaes
em que falsas profecias sobre as coisas do fim serviram para, com certas adaptaes, institucionalizar o erro. Exemplo 1- as expectativas geradas pelos discursos
de William Miller, que calculou a vinda de Jesus para 22 de outubro de 1844. Seu
erro acabou sendo reinterpretado, viabilizando o incio do Adventismo do Stimo
Dia. Exemplo 2- semelhante ao anterior, agora com Charles T. Russel, que anunciou
o fim do mundo para 1914. Apesar do engano, vem dele a seita "Testemunhas de
Jeov." Falsas profecias podem, quem sabe, seguir o roteiro destas citadas e gerar
novos grupos escatolgicos, a engrossar as fileiras dos j existentes. Segundo o
Instituto Millennium Watch, que pesquisa os fanticos milenaristas, h cerca de
1200 "profetas" nos Estados Unidos, declarando serem Cristo. (Revista Isto 04/08/
99, p. 110)
preciso manter o ensino equilibrado, sbrio e claro da Escritura sobre este assunto
cativante e tantas vezes abordado com sensacionalismo. Sem negar a realidade da
Lei, que anuncia condenao aos descrentes, preciso continuar enfatizando a
centralidade do Evangelho, tambm no ensino da Escatologia. Afinal, a Lei anunciada para que haja arrependimento e, pelo Evangelho, salvao. Corno Igreja, no
estamos a simplesmente esperando um fim, mas a revelao plena do reino do Senhor Jesus Cristo, o que aguardamos com alegria e esperana.
Escatologia mensagem de esperana e consolo. "As quatro atividades da
inumervel companhia dos salvos, nas celebradas palavras finais de A Cidade de
Deus [de Agostinho] recapitulam temas centrais na escatologia bblica. "Paz" descreve o repouso perfeito em Deus daqueles que no tempo terreno foram justificados por graa, por causa de Cristo, mediante a f. "Viso" denota o cumprimento
do intelecto humano no seu observar a verdade, que o prprio Deus. "Amor" que
brota de Deus, para encher Seu povo, e voltar a Ele, satisfaz o corao e a vontade
de homens e mulheres, feitos para a comunho pessoal com seu Criador e uns com
os outros. "Louvor" tanto a resposta da criatura misericrdia divina, que de boa
vontade rende a Deus o que dele, como tambm a voz de Cristo em ns, falando
ao Pai ..... O antigo testemunho do bispo de Hipona, no 5 sculo, permanece atual
at hoje, visto que o mistrio de Deus em Cristo e permanecer eterna fonte de
vida: L ns teremos paz e veremos; veremos e amaremos; amaremos e louvaremos. Vede o que ser no fim, que no tem fim! Pois qual o nosso fim, seno chegar
quele reino que no tem fim?" (JohnR. Stephenson, EscathoZogy - ConfessionaZ Lutheran
Dogmatics - voZ. XIII, editor: Robert D. Preus, Fort Wayne, The Luther Academy, 1993,
p.132,3).
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150
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- Confessional Lutheran
The Luther Academy, 1993,
A CRUZ
DA
IElB
Como anda a cruz daIELB? Pelo visto ela anda bem, obrigado! Basta andarmos
por esse vasto territrio "ielbiano" para constatarmos essa verdade. Pois esses dias
andei refletindo sobre ela e quero aproveitar esse espao para partilhar com os
leitores alguns pensamentos.
Esta logomarca j est conosco desde 1991. Creio que um tempo razovel para
se avaliar a sua validade ou no. Quando o Conselho Diretor (23-26 de maio de
1991) aprovou a "Cruz daIELB", estava na verdade cumprindo uma resoluo da 50"
Conveno Nacional (1986), a qual havia determinado que se criasse uma identificao fcil para as congregaes da Igreja Evanglica Luterana do Brasil. No seu
lanamento, ficou claro o que significava essa identificao fcil. A logomarca da
IELB prpria para utilizao em papelaria (papel ofcio, envelopes, cartes), painis (placas de identificao, out-doors), trabalhos em escultura e outros (cf. Mensageiro Luterano, julho de 1991, p.5).
J se passaram quase dez anos, e a cruz da IELB est a. Podemos v-Ia em
vrios tamanhos e nos mais variados e inusitados lugares. Alm da tradicional
explicao: "L" para Luterana e o "B" estilizado, sugerindo do Brasil. J h quem
veja outras explicaes para a mesma. O "1" para Igreja e o "M e L" de Martinho
Lutero! A cri atividade grande e certamente seremos surpreendidos com outras
explicaes.
Mas qual o ponto? A cruz da IELB no cumpriu o seu papel? Sim. Certamente
que sim. Hoje essa logomarca sinnimo de IELB. Ningum duvida que ela ajudou
(e ainda ajuda) na divulgao do nome da igreja e tambm na sua identificao.
Para explicar o meu ponto, quero retomar uma frase colocada acima, quando
mencionei que a cruz da IELB pode ser vista "em vrios tamanhos e nos mais
variados e inusitados lugares".
Tenho observado que no af de se utilizar a cruz da IELB, se perdeu de vista o
seu primeiro propsito - identificar a instituio. E nesse particular, a cri atividade
tem sido grande. J se pode ver a "cruz da IELB" encimando altares de igrejas, nos
paramentos do altar e do plpito, em estolas pastorais e at gravadas em utenslios
da Santa Ceia. Quem sabe se tenha dado um novo significado ao "L" da cruz da
IELB = "litrgico"?
151
ARTIGOS
SUGESfC
ESTUDAJ
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ElyPrieto
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ARTIGOS
:: JO
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Vlson Scholz
Estudo apresentado no Oitavo Simpsio Teolgico do
Concordia Seminary, St. Louis, USA, em maio de 1998.
Nenhum mtodo, nem mesmo o mais abrangente e complexo, pode garantir a adequada compreenso de um texto. Bernard J. F. Lonergan explica que "princpios de
hermenutica ou exegese apresentam os tpicos que vale a pena considerar quando se
procura entender um texto. (...) No entanto, o ponto fundamental acerca de todos esses
princpios este: a gente no entende o texto porque seguiu os princpios, mas, ao
contrrio, a gente segue os princpios para chegar compreenso do texto. 1" Outro
terico da hennenutica, o sul-africano Bernard C. Lategan, explica que, no processo
intepretativo, existe uma tenso entre o dinmico e o esttico. Do ponto de vista do
receptor ou intrprete, explicar o aspecto esttico; entender, o dinmic02.
- _ :el'.
A sugesto de mtodo- que segue quer ajudar o leitor a explicar e, assim esperase, entender as parbolas. Mas fica o aviso que possvel seguir todos os passos
e ainda assim ficar sem entender.
A estrutura do mtodo est baseada no trivium medieval: gramtica, lgica, retrica_
ElyPrieto
I. GRAMTICA(: Texto)
1. Segmentao do Discurso (Os contornos da percope no LeGionrio e em
diferentes edies da Bt'blia.)
Ttulos em Bblias tendem a revelar como os tradutores e editores lem a parbola. Por outro lado, os ttulos formam uma moldura interpretativa. Exemplo: Lucas
--'.\J enfatiza
a humanao de
~"ssa nfase.Todavia h quem
~;--,ente, creio que a cruz vazia
: - ~ueremos falar de smbolo da
_~-~} vazia (Cr Lc 24.1-12). Em
___cada, a Igreja Luterana
cr e
- ::Ja Pessoa de Cristo, V1I1, 81).
A tradio Iuterana prefere o
__. :::(-] em cima do altar e a cruz
153
fi
154
'consegue
ver a diferena
fundo" o aspecto primrio, que tende a ser expresso pelo aoristo. A insero de um
presente serve para dar "realce". J o perfeito, por ser menos freqente, usado para
dar "destaque". Exemplifiquemos com a Figueira Estril (Lc 13.6-9). A histria comea no aspecto presente, ou seja, dois imperfeitos no v. 6 (fAEYEV, "dizia", e EIXElJ,
"tinha"). No v. 7, passa-se para o aoristo (EL-1TflJ, "disse"). A surpresa vem no v. 8: "E
respondendo diz (AYEL) para ele n." Este "diz" cert<l111ente um presente histrico,
traduzido por "disse". Agora, a passagem do aoristo ao presente ajuda a dar "realce"
ao que dito. Em outras palavras, o clmax ou ponto da parbola est no v.8, o que
parece ser confirmado pelo contexto e pelo "contedo" da parbola. Alis, preciso
cautela, para no querer extrair demais do aspecto verbal. Nenhuma concluso deveria ser baseada unicamente no aspecto verbal. Moiss Silva nos lembra de que
"interpretaes do aspecto verbal tm pouco ou nenhum valor a menos que sejam
claramente apoiadas pelo contexto"4.
Outra coisa que se pode fazer notar elementos atpicos. Esta expresso, quanto se sabe, foi formulada por Norman A. Huffman5, embora outros, como Paul Ricoeur,
prefiram o termo "extravagncia"6. Huffman lista os seguintes elementos atpicos:
a) Exagero ou hiprbole; b) elementos muito pouco freqentes; c) uso de acentuado
contraste para apresentar os dois lados de uma situao; d) concluses no-convencionais. Huffman conclui que Jesus geralmente se vale desses elementosatpicos
para revelar que a vinda do reino de Deus no um fenmeno deste mundo .
-::old Academic
155
n. LGICA (= Histria
e Teologia)
156
Ao se levar o conte':':
"histrias dentro da hist"c.
A preciso ver se existe, :~.
narrativa menor) e do e\c.~.~::
parbola do Filho Prdi;
atitude o filho mais velhc "
C-, .
- Glazier, 1983.
Cospels (New York, Crossroad,
por demais preocupado com a
10
11
157
Que textos esto refletidos ou ecoam na parbola? Em geral, a lista de passagens paralelas no to extensa assim, nem mesmo numa edio Nestle-Aland.
Nem sempre todas as passagens pertinentes so citadas. Por exemplo, a parbola
do semeador j foi descrita como "um midraxe de 1saas 55". No entanto, NestleAland no apresenta 1s 55.10-11 como paralelo.
Tambm cabe perguntar se h algum "tema parablico". Temas parablicos so
palavras ou conceitos que, por sua freqncia (no AT e nas parbolas), acabam
virando tema. Rei, dono de casa, semeador, vinha, so exemplos de temas parablicos.
Outra questo a investigar se a parbola pode ser descrita como parbola do
Reino. Caso afirmativo, qual a relao? No faltam estudos das parbolas em que
se procura relacionar todas elas com o reino de Deus, mesmo aquelas em que tal
conexo no tornada explcita. Neste caso, algumas tratam da vinda do Reino
agora, outras falam da consumao do Reino, outras falam do Deus do Reino, da
graa do Reino, das pessoas do Reino, etc.
Uma questo interessante, neste particular, se devemos privilegiar o mtodo
dedutivo ou o indutivo. Em outras palavras, devemos formular uma teologia do
reino a partir dos evangelhos como um todo e aplicar isto s parbolas (dedutivo),
ou devemos partir das parbolas e entender o conceito de reino de Deus a partir
delas? Talvez tenhamos que fazer as duas coisas. No entanto, a hermenutica
luterana, adotando o princpio de que as passagens mais claras (neste caso, nofiguradas) devem iluminar as menos claras (no caso, as parbolas), d preferncia
ao mtodo dedutivo.
Ainda neste passo, cabe fazer uma comparao sintica (sempre que houver um
paralelo em outro evangelho). No entanto, luz da recente nfase nos evangelhos
como narrativas ("Narrative Criticism"), passou-se a preferir a leitura sintagmtica
(o lugar da parbola na narrativa maior) leitura paradigmtica (as semelhanas e
diferenas da parbola em relao verso paralela em outro sintico).
lU.
9. A Mensagem
RETRICA
(= Impacto
Long12
Mais recente:T:~~~:. ~.
A imagem usada :l d~ _
simplesmente reduzi~ :: ::_~~ningum questionou:, "
quanto a que vamos j"'~~z.::.:
b. Quantos pontos-de<ter? A maioria dos e5'..'::: do, que a pergunta e< :.:
tertium ou ponto-de-:::-:~
coro com Adolf Jliche: __
Aristteles, insistiu n: _
questionado, passand:~se ~ ~:ponto. Craig L. Blombe:; .: - ~
ou ponto por person::;~
comparationisl4 Om::' ::.:z.:::
pontos-de-comparafi:. -;afirmar que o mtodo de ~:..".:era na verdade melhor d: .:
problema de Agostinh: :~: do cdigo errado. Nfi:
fossem histria da igre' :::.~
e Aplicao)
da Parbola
a. As parbolas transmitem uma mensagem, que precisa ser destilada das mesmas,
ou seriam elas prprias a mensagem? Tradicionalmente se tem visto a parbola
como trazendo uma mensagem. Neste caso ela pode ser comparada a um
"cdigo" ou "vasilha", para ficar com a terminologia empregada por Thomas G.
158
13
Longl2.
Mais recentemente se passou a enfatizar que a parbola a mensagem.
A imagem usada a de uma "obra de arte". Posto em outros termos, pode-se
simplesmente reduzir a parbola a uma "verdade central"? Por muito tempo
ningum questionou a legitimidade de tal procedimento, mas fica a pergunta
quanto a que vamos pregar: a parbola oua verdade central da mesma?
b. Quantos pontos-de-comparao
(tera comparationis) pode uma parbola
ter? A maioria dos estudiosos vai responder, quase que por reflexo condicionado, que a pergunta est mal formulada, pois uma parbola tem apenas um
tertium ou ponto-de-comparao1J. Nisto, mesmo sem saber, esto fazendo
coro com Adolf J1icher, que, opondo-se ao mtodo alegrico e recolTendo a
Aristteles, insistiu no "um s ponto". Nos ltimos anos tambm isto tem sido
questionado, passando-se a admitir que uma parbola pode ter mais do que um
ponto. Craig L. Blomberg, por exemplo, defende a tese de que existe um tertium
ou ponto por personagem,
o que geralmente
resulta em trs tertia
comparationisl4.
Outros argumentam que impossvel limitar o nmero de
pontos-de-comparao, pois varia de parbola a parbola. Blomberg chega a
afirmar que o mtodo de Agostinho (i.e. alegrico, com pluralidade de pontos)
era na verdade melhor do que o de J1icher (no-alegrico, com um s ponto). O
problema de Agostinho foi decifrar detalhes que no so relevantes e valer-se
do cdigo eITado. No raras vezes Agostinho explica as parbolas como se
fossem histria da igreja e teologia em cdigo.
:.::cto e Aplicao)
" Thomas G. Long, Preaching and lhe Lilerary Forms of lhe Bible, Fortress Press, 1989.
13 O termo
latino lerriwn quer dizer "terceiro".
Designa o terceiro elemento, que faz a ligao
entre os dois outros: a imagem ou figura e o assunto de que se fala. Equivale a "ponto-decomparao" .
14 Craig
L. Blomberg, Inlerpreling lhe Parables
InterVarsity Press, 1990.
15 Jaeques
Dupont, Por que parbolas? Petrpolis, Vozes, 1980.
159
16
160
Craig L. Blomberg,
1997, p. 302.
Nashville.
Broadman
and Holman
Publishers,
Professor de Teolog'.~
Traduo da Socied:;:='E
"PERICOPITE"
E SUA CURA.:
ANLISE DA NARRATIVA
VlsOI1Scholz
~ ,~tQ?
:. Broadman
and Holman
Publishers.
161
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
luz de conceitos tirados da moderna crtica literria. Como no existe a teoria literria, mas diferentes mtodos e sistemas, adota-se em geral uma postura ecltica, ou
seja, toma-se emprestado de diferentes enfoques ou linhas. Privilegia-se, no entanto, o valor esttico da Bblia. Os textos so vistos como vitrais, belos em si, e no
mais como simples janelas que pennitem ver outra realidade.
i:;
,~
c ~
entra, no apenas o que se faz (aes), mas tambm o que se diz (discursos) e pensa
(idias). O enredo a estrutura dos eventos. O enredo interpreta os eventos,
colocando-os numa seqncia (temporal e causal), num contexto, num mundo narrativo, que interpretam seu significado. Cada evangelista conta basicamente a
mesma histria, mas? enredo de cada um deles diferente. Lucas comea com o
anncio do nascimento de Joo Batista. Joo comea "no princpio".
_, : :uactersticas bsicas:
- : :mo um meio para outros fins.
importa como o texto veio
e:c. O que importa o produto
:::mcontraposio ao aspecto
- ::1CO. 3. Enfatiza-se a unidade
:, ,: nalTativa, e no apenas um ou
.=
-'JCO
: 5
~._-
163
Vale a pena mencionar mais dois conceitos: autor implcito (ou autor modelo) e
leitor implcito (ou leitor modelo). O autor implcito o retrato do autor real que
emerge do texto. , como se diz, um epifenmeno do texto. o autor que o leitor
reconstri a partir do texto. Est implcito, ou seja, seu perfil e ponto-de-vista pode
ser determinado apenas a partir do texto.
Esta noo de autor implcito permite afirmar, por exemplo, que os livros dos
profctas menores, embora escritos por autores reais, autores de carne e osso, diferentes, revelam um autor implcito semelhante. O ponto de vista expresso e o autor
implcito que emerge quase o mesmo em todos eles. Por outro lado, um mesmo
autor real pode escrever obras diferentes, cada uma delas com um autor implcito
diferente. H quem argumente que isto explica as diferenas entre, digamos, 1
Timteo e Romanos. Ambas foram escritas pelo mesmo autor real, Paulo, mas o
autor implcito que emerge das duas epstolas diferente. Tambm obras formalmente annimas, como a carta aos Hebreus, tm um autor implcito.
J o leitor implcito (ou modelo) o leitor que o texto ou seu autor implcito
pressupe c que pode ser reconstrudo a partir do prprio texto.
O autor de
Hebreus, por exemplo, "constri" o seu leitor em termos de algum que conhece
(e conhece relativamente bem) a lngua grega, cristo, tem interesse em personagens e instituies do Antigo Testamento, etc. Outro exemplo o evangelho
de Joo. Discute-se, principalmente base de Jo 20.31, se o evangelho foi escrito
para evangelizar no cristos ou para fortalecer a f daqueles que j crem. Em
outras palavras, quem so os primeiros leitores reais do evangelho: cristos ou
no-cristos?
Em parte o argumento depende da questo textual, a opo entre
o aoristo e o presente do verbo crer. Pode parecer uma picuinha, mas uma
interessante questo histrica. Se Joo foi originalmente escrito para evangclizar,
ento talvez o nico livro do Novo Testamento escrito expressamente para tal
finalidade. No entanto, outra leitura possvel. Culpepper, em Anatomy of the
Fourth Gospel, valendo-se do conceito do leitor implcito, chega concluso de
que o evangelista se dirige a cristos. Isto porque, entre outras coisas, o autor
pressupe que o leitor conhea a maioria dos personagens, no espera que ele
esteja familiarizado com os ritos de purificao, etc.
Antes de concluir com algumas palavras de avaliao, seria interessante mos
trar como essa anlise da narrativa funciona na prtica. Para tanto, reproduzo
trechos da leitura que Mark A. Powell faz de Lucas 3.1-20, no ensaio que integra a
obra Hearing the New Testament, p. 248-253.
Em primeiro lugar, Powell examina como o trecho se relaciona com a narrativa em
seu todo. Observa que o leitor de Lucas teve um encontro anterior com Joo
Batista, no captulo primeiro (vv. 5-25, 57-80). Muitas das expectativas ali expressas
se cumprem agora. O leitor ouvira que Joo seria profeta (1.76), e isto se confirma em
Lc 3.2. Joo prepararia o caminho do Senhor (1.76), e agora o nanador cita Isaas
para mostrar que este , de fato, o caso (3.4). Joo daria ao seu povo "conhecimento
da salvao, no redimi-Io dos seus pecados" (1.77) e, de fato, Joo agora prepara o
164
para
basicamente
So Paulo, Editora
CONSIDERAES
DA
USO DA FERTIL.r;
TCNICA DE REPROr
A tcnica de fertilizao
mente nos grandes centros '.Ir::::~sonho da paternidade biolg:, 2. r:_'::
1990.
Mark Allan Powel, "Narrati ve Criticism", in H earing the New Testament: Strategies
for Interpretation. Editado por Joel B. Green. Grand Rapids, Eerdmans, 1995, p.
239-255.
:_
166
Doravanle FIV
VIDAL, Macarena.
I998, pAG.
I. Ibi., p. 42-3.
De Lc~:,c c _
CONSIDERAES
_ -
~::
.. ;
Approach to Preaching on
on 21 (1994),444-451.
Grand
A tcnica de fertilizao in vitro tem se tornado cada vez mais comum, especialmente nos grandes centros urbanos, como um grande avano cientfico em prol do
sonho da paternidade biolgica para casais infrteis.
o QUE
FERTIUZAO
IN VITRO?
A fertilizao in vitrol uma tcnica de reproduo humana assistida que consiste na fertilizao de um vulo fora do corpo humano, num ambiente artificial, tal
como um recipiente de vidro. popularmente conhecida como a tcnica para se
gerar bebs de proveta.
Rev. Rafael Juliano Nerbas pastor em Parob, RS Rev. Proi Orlando Nestor Ott
professor de Teologia Prtica no Seminrio Concrdia e na Universidade Luterana do
Brasil. Este artigo uma sntese da monografia de concluso de curso escrita pelo
primeiro em 1998 e orientada pelo segundo.
I Doravante
2
FIV
VIDAL. Macarena.
1998, pAO.
Id. Ibid., p. 42-3.
167
PROCRIAO OU REPRODUO?
o CONCEITO
Estes dois termos, procriao e reproduo, aparentemente podem parecer referir-se ao mesmo evento: a gnesis da vida humana, o surgimento de uma nova vida.
E muitas vezes so empregados como sinnimos, sem se preservar a distino
necessria quanto ao que significa e envolve a aplicao de um ou de outro.
168
!=<t
A paternidade humana envolve estas duas esferas: a unio (Gn 2.24) e a procriao (Gn 1.28). Assim, sexualidade, amor e procriao esto vinculados. O prazer do
sexo, a comunicao do amor e o desejo de ter filhos esto conectados num s ato.
Isto no significa que todo o ato sexual deve ser procriativo, mas o inverso
verdadeiro: toda procriao envolve um relacionamento sexuaI.7
De acordo com a descrio bblica do que procriao, no mandamento divino
"Sede fecundos, multiplicai-vos" (Gn 2.24), a unio de uma s carne no se refere
apenas ao relacionamento de esposo e esposa, mas tambm ao filho que de maneira
to completa e nica encarna a unio de uma s carne entre os cnjuges.8
0.
;~ODUO?
_. :":::--;temente
podem parecer refe: surgimento de uma nova vida.
>em se preservar a distino
c.co de um ou de outro.
-<
p. 26.
169
neste contexto de amor e unio abenoada por Deus que a procriao verdadeira acontece, sendo que a criana gerada, e no produzida, incorpora a unio de
seu pai e sua me. No mera reproduo, causa e efeito, mas a criana fruto de um
amor que superou a separao entre eles e os uniu em 'uma s carne', que os guiou
para fora de si mesmos e na direo um do outro. Sua doao de amor resultou em
doao de vida."lO
Estando a procriao inserida no contexto da unio de uma s carne dentro do
matrimnio institudo por Deus, e uma vez que esta unio torna-se frutfera pela
ao do poder criativo do mesmo Deus, pois ele quem proporciona a origem de
uma nova vida, pode-se ento afirmar que a concepo est nas mos de Deus, ou
seja, o gerar uma nova vida, procriar, antes de tudo uma prerrogativa divina.11
CRTICAAO
CONCeITO
DE REPRODUO
A gerao de um filho uma doao de Deus para os pais (SI 127.3). A paternidade biolgica no implica a posse da criana, mas confere uma tarefa histrica,
dada por Deus, de criar, nutrir e educar a gerao seguinte.13
o Dr. Martim Warth reafirma esta viso bblica de que os filhos so uma ddiva
de Deus dentro de uma famlia onde a procriao e o nascimento so frutos de uma
unio em que o casal se serve, apia e realiza em amor sexual diante Deus.14
dignidade.15
-=-
10
20
170
::
Christians
Procreative
MEILANDER,
op. cit.,
Ch" __,
p
:'
o perigo ento fazer da procriao um mero procedimento tcnico, reproduo, removendo-a do contexto de doao da parte de Deus ao casal, bem como do
amor mtuo doado dentro do casamento, para apenas satisfazer um desejo de autorealizao dos pais impossibilitados de procriar naturalmente .
.::_em
proporciona a origem de
: REPRODUO
.: zuinte.13
Em vista disso, a tcnica de FIV com posterior gestao de aluguel por uma me
substitutiva (me-de-aluguel) condenvel da mesma forma. 19
A partir do ponto de vista bblico da doao que existe na procriao, a questo
da me-de-aluguel ainda questionvel pelo fato de que algum concebe um ser
humano para a satisfao de outra pessoa que deseja um filho, tornando-se a criana um objeto e uma mercadoria. A me-de-aluguel faz de seu corpo e de sua capacidade de procriar instrumentos da vontade alheia e no uma relao de doao.20
~ 18.
_ -.:-:os. So Paulo, Vida Nova,
1997,
WEISE, Robert W. Begotten, not Made. Revista The Lutheran Witness, Saint Louis, \16 (6)
:6-9, jun. 1997, p. 9.
17 MEILANDER,
op. ciL, p. 35.
18 In- Vitro Fertilization.
(Division of Theological Studies of the Lutheran Council in the USA,
s.d.), p. 3 I.
l' Christians Procreative Choices - How do God's Chosen Choose?, op. ciL, p. 18.
20 MEILANDER,
op. cit., p. 39.
16
-- _ouis, Concordia,
"':sageiru Luterano,
1973, p. 34.
Porto Alegre,
73
171
A explicao de Martinho Lutero do primeiro mandamento sintetiza a obedincia ao mesmo a: "temer e amar a Deus e confiar nele acima de todas as coisas."21
Certamente, os casais cristos impossibilitados de conceber um filho pelos meios naturais devem respeito e obedincia para com o que Deus ordenou neste mandamento.
A partir desta concluso, e tendo em vista que a reproduo humana atravs da
FIV distorce o sentido bblico de reproduo e coloca a concepo de uma criana
fora do contexto da unio de uma s carne ordenada por Deus, torna-se necessrio
questionar o uso de tal tcnica como sendo uma possvel idolatria - um filho a
qualquer preo, no uma ddiva de Deus.""
Usar de quaisquer meios para obter um fim desejado questionveI ainda que
este fim seja o desejo de conceber um filho. Isto vale tanto para a cincia no seu
intuito de assistir os casais infrteis, bem como para os prprios casais que buscam
a FIV Imaginar que devemos fazer tudo o que necessrio para realizar mesmo o
mais digno dos desejos comear a pensar que somos deuses, criadores do mundo,
responsveis pela vitria do bem contra o mal, sendo esta uma responsabilidade
que compete unicamente a Deus.23
Lutero adverte os homens afogados em sua cegueira espiritual, que usam de todos
os bens e dons de Deus unicamente para a sua soberba, avareza, prazer e diverso, sem
atentar em Deus, para agradecer-lhe e reconhec-lo como Senhor e Criador."24
A Comisso de Teologia e Relaes Ec1esiais da Lutheran Church- Missouri Synod
compara o convite do diabo no momento da tentao em Gnesis 3.1: " assim que
Deus disse ...?", com o convite razo humana para abandonar a confiana plena em
Deus e em sua Palavra a respeito da vida humana e substituir por meios supostamente
wperiores Palavra de Deus na busca pelo objetivo a ser alcanado.25
Diante desta tenso entre os meios de reproduo assistida oferecidos pela
cincia e medicina atravs da FIV e a orientao da Palavra de Deus quanto
procriao humana, Gilbert Meilander afirma que o casa! incapacitado de ter filhos
pode e deve encontrar outras maneiras por meio das quais sua unio seja manifesta
e frutfera.26
MANIPU~}~
Pr-embrio uma class' ..
aproximadamente quatorze ire.:
dado na parede uterina, quar;j. c.:.'::
Tal classificao pressup:=
humano, mas de uma assim
um potencial para a vida.
31
12
LEJEUNE,
18
29
30
15
172
::_.
c.,. _"
"Cm I, 2.
" MEILANDER,
op. cit., p. 40.
23 ln Vitro Fertilizatioll,
op. cit., p. 21.
24 CM I, 21.
:.J
Igreja Luterana
"'~s DA FERTILIZAO
~:"'
. ANDAMENTO
, _..::r:1a
c _ '
- N 2 - 1999
31
32
173
Se do ponto de vista cientfico no h necessidade para se criar o termo prembrio, por que ento ele existe?
FC DS t. 7.
"CM
" Abortion in Perspective. (COMISSION ON THEOLOGY AND CHURCH
THE LUTHERAN CHURCH-MISSOURI
SYNOD), p. 7.
34 KOOP,
C. Everett apud Abortiol1 in Perspective, op. cit., p. 10-1.
35 MEILAENDER,
op. cit., p. 19-20.
" KLOTZ, op. cit., p. 48.
174
RELATIONS
OF
39
40
lI, 3l.
t ~
184.
~_ Lutheran Church-Missouri
:,'la-se a favor do momento da
- :\0 ser individual, uma clula
Salmo 51: "Deus no cria nem faz pecado em ns, mas com a natureza, que Deus
ainda hoje cria e faz nos homens, o pecado original propagado de semente pecaminosa, pela concepo e nascimento carnais de pai e me."37
: :.:ficar procedimentos
"se tomou homem, foi concebido e nasceu do Esprito Santo e da Virgem, sem qualquer
pecado, a fIm de que fosse Senhor sobre o pecado."J8 Segundo esta explicao, em contraste com o ser humano, Jesus foi concebido sem pecado, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro
tcnicos
tambm o texto de Lucas 1.31, em que Maria recebe a notcia de que conceber
ligada ao nome de Jesus como pessoa.J9
__: ::mteriormente,
afirma que na
nas
: _ o
o~
possua
anteriormenteY
-:io
Outra passagem marcante a de xodo 21.22- 23. O texto bblico original usa aqui
a palavra hebraica dly para descrever o embrio ou feto que poderia ser abortado em
conseqncia
da briga entre dois homens.
Em um artigo muito interessante
o comentarista
americano
Russel Fuller afirma que este termo hebraico utilizado em outras passagens bblicas
aplicado tambm a recm-nascidos,
adolescentes
e jovens, como por exemplo em
Gnesis 21.15, referindo-se
a Ismael; e em Gnesis 37.30, referindo-se
a Jos. A
concluso de Fuller ressalta que a Escritura aplica este termo sem distinguir estgios de desenvolvimento
da vida humana e assim confma a pessoalidade
e valorizao diante de Deus do embrio e do feto humano.4J
:05 coNTRRIos
E E~1BRIES
; ::re
Derek Kidner, em seu comentrio ao Salmo 139, diz que este trecho do Salmo
enfatiza a formao divina da vida humana pr-natal, realando o valor que Deus d
ao ser humano, mesmo sendo este um embrio ainda.40
38
RELATIONS
OF
175
Em seu parecer oficial sobre o aborto, a Lutheran Church- Missouri Synod reafirma que todo ser humano valioso porque Deus o valoriza. A criana antes de seu
nascimento, como qualquer outro ser humano em todos os seus estgios de desenvolvimento, feito imagem de Deus, feito para a vida com Deus, para responder em
amor e obedincia misericrdia c graa divina.44
JUST, Arthur A. ]r. Luke 1: 1-9:50. 1n: Concordia Commentary. Saint Louis, Concordia,
1996, p. 72-3.
4.J
BROWN, Colin, ed. Dicionrio internacional de Teologia do Novo Testamento. So Paulo,
Vida Nova, 1981. VI, p. 548.
44 Abortioll
ill Perspective, op. cit., p. 27-8.
45 KOLB,
Robert. The Christiall Faith. Saint Louis, Concordia, 1993, p. 58-9.
46 That They May Have Life.
(THE PRESIDENT'S
COMISSION ON THE SANCTITY OF
LIFE - LUTHERAN CHURCH-MISSOURI
SYNOD), p. 1.
42
176
47
48
49
50
51
THIELICKE,
op. cit., p. ::
MEILANDER,
op. cit., p . .:
WEISE, op. cit., p. 9.
Cm I, 10.
CM I, 185.
Ressaltando a importncia da obra da redeno em Cristo e seu carter universal, como fundamental na valorizao da vida humana, Gilbert Meilander afirma:
Mais importante ainda, ao menos para o cristo, o ensinamento cristolgico
de que Deus viveu em Jesus de Nazar e redimiu toda a vida humana, desde
os seus momentos iniciais at a morte que nos aguarda a todos (...) No
temos diante de Deus quaisquer direitos ou realizaes de que nos gabar;
apresentamo-nos com confiana diante dele unicamente porque toda a nossa vida foi atingida pela morte e ressurreio de Jesus. Temos, portanto, uma
boa razo teolgica para defender a continuidade da vida desdc os seus
primeiros momentos at o ltimo suspiro.48
:_,
r,~m,45
-':nentary.
Saint Louis,
Concordia.
o Batismo o momento em que Deus coloca sua marca no homem e lhe d uma
uma nova identidade que vai alm de sua carga gentica, por causa da justia de
Deus por graa atravs da f por causa de Cristo. Esta afirmao do Df. Robert
Wcise est diretamente conectada com o conceito de dignidade alheia da vida
humana, uma vez que Cristo ordenou o Batismo a todas as criaturas, conectando
assim a ordem da criao com a ordem da redeno.49
A obra da criao e da redeno so portanto a base da dignidade humana
diante de Deus e atribuda pelo prprio Deus, que d o status de sagrado vida
humana. Esta valorizao do ser humano, mesmo nos momentos iniciais logo aps
sua concepo, quando ainda no perodo embrionrio, testificada pelas Escrituras
Sagradas, pelas Confisses Luteranas e encontra apoio na cincia tambm. Tudo
isto leva a escolher a preservao ao invs da manipulao como uma atitude coneta dentro da tica bblica e crist.
A MANIPULAO DE EMBRIeS NA TCNICA DE FERTILlZAO
IN VITRO LUZ 00 QUI!\'TO MANDAMENTO
A explicao do quinto mandamento no Catecismo Menor de Martinho Lutero
alerta no apenas contra o homicdio, mas tambm para a responsabilidade da preservao da vida do prximo. 50
No Catecismo Maior, Lutero amplia essa viso: "que cada um esteja protegido,
livre de perseguio e tranqilo quanto maldade e violncia dos demais, e quer
que este mandamento envolva o prximo como muro, fortaleza e asilo sagrado, para
que nenhum mal ou dano se lhe cause no corpO."51
So Paulo.
47
48
~c,:Jrdia,
1993, p, 58-9.
= ='-lISSION
ON THE SANCTITY
1.
49
OF
50
SI
THIELlCKE,
op. cit, p. 231.
MEILANDER,
op, cit, p, 47,
WEISE, op. cit, p, 9,
Cm r, 10,
CM I, 185.
177
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
o Dr. Warth
A questo da criopreser::,::'.: _
prprias clnicas de reprodu;::'
sobrevivem ao processo de :::-. ~~ __
gum."53
A vida humana merece e deve ser preservada pois ela muito valorizada e
estimada por Deus, por causa da sua obra de criao e redeno. E esta valorizao
e dignidade se estende a qualquer estgio de desenvolvimento da vida humana,
inclusive o estgio embrionrio, logo aps a concepo.
Partindo deste ponto de vista, o embrio humano inclui-se no rol daqueles que
devem ser preservados de acordo com a explicao e aplicao do quinto mandamento.
A tcnica da FIV pode ser altamente questionada ento, visto que cria situaes
de risco para a vida humana, em que efetivamente h uma possibilidade grande de
perda de vulos fecundados no processo de manipulao. Alm disso, h a prtica
comum de se destruir embries se eles parecerem anormais. Existe ainda a
sendo
O uso da tcnica de FIV nas clnicas de reproduo assistida prev como uma
Os riscos, ainda que pequenos, mas existentes, de perda de vidas humanas pela
mal formao dos embries durante a FIV, e o uso desta tcnica mesmo estando-se
consciente deste risco, questionvel a partir da tica crist.55
CM 1,186 .
CM I, 188.
" ANDERSON.
\2
j7
'.1
.\8
frozen embryos?",
178
outubro
199~
10/98).
(10/07/98).
" RAMSEY. Paul. On In Vitro Fertilization. In: LAMMERS, Stephen E. e VERHEY, Allen. ed.
Dn Moral Medicine - Theologica! PersfJectives in Medica! Ethics. Grand Rapids, WiJliam B.
Eerdmans,
]989, p. 340-l.
56 "Diagnstico
Gentico de Pr-Implantao".
PROFERT - Reproduo Assistida, outubro
1998. <<http://www.profert.com.br/diagnost054.htm>>
(23/1 0198).
59
60
textlcri/cri-jrnl/web/crjO
125a.h:,.,..
111 Vitm Fertilization,
op. cit..
62 GREENHALGH,
Laura et a1ii.. -", 61
- c
o telogo americano Scott Rae, num artigo sobre a tica na reproduo assistida, acrescenta que um problema importante em relao criopreservao o fato de
que os embries congelados no podem ficar estocados indefinidamente, e as alternativas seriam destruir os embries, us-los para experimentao cientfica ou doIas para outros casais infrteis, numa nova forma de adoo que teria de ser melhor
avaliada do ponto de vista teolgico e legal. 60
Por esta causa, a Diviso para Estudos Teolgicos da Lutheran Council USA
recomenda que todos os vulos fertilizados no sejam criopreservados
nem
destrudos, mas voltem para o tero da me.61
Mas esta soluo tambm problemtica, pois um maior nmero de embries
no se implantaro e sero descartados pelo organismo da me. Isto acontece muitas vezes no processo natural de concepo tambm, mas no caso da FIV, ele acontece em conseqncia da manipulao dos embries, o que acarreta a responsabilidade humana sobre o uso da FIY.
Uma das conseqncias da FIV que tem-se tornado comum a mltipla gestao em conseqncia do nmero de embries implantados. Isto aumenta o risco de
problemas como nascimentos prematuros e bebs com seqelas neurolgicas, alm
de ocasionar por vezes uma gravidez de alto risco.62
57
58
- . ,urnals/sample/bibsac/8594/86a.6.htm
Assistida,
outubro
179
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
Este outro peligo para a vida humana provocado pela manipulao dos embries na FIV
o uso da tcnica de fertilizao in vitm torna-se assim, por causa da manipulao dos embries humanos e suas possveis e muitas vezes inevitveis conseqncias, algo extremamente questionvel, pois coloca em risco a vida humana e por
vezes seu uso consente com o homicdio, sendo assim uma atitude contrria ao que
Deus prescreveu como sua vontade no quinto mandamento.
ELEMENTOS ~
LUTERANA
IGREJA E SACRAMENTO
CONCLUSO
No h como negar quo impressionante o avano cientfico humano em todas
as reas, especialmente no campo da medicina. Os grandes avanos e descobertas
na rea da reproduo humana assistida em laboratrio, especialmente aps o xito
da tcnica da fertilizao in vitm, so igualmente espantosos.
Mas, do ponto de vista da tica crist, os fins nem sempre justificam os meios, e
necessrio, antes de celebrar tais avanos cientficos e fazer uso deles para auxiliar
casais cristos infrteis, analisar alguns aspectos importantes relativos tcnica a
partir de uma tica bblica e crist.
A realidade da infertilidade certamente no agradvel, muito menos insignificante, e casais cristos tambm sofrem por causa dela, Mas, como Deus mesmo o instituiu,
o matrimnio no depende da procriao para se tornar completo, feliz e abenoado. A
procriao no o nico nem fundamental objetivo de uma unio em casamento.
Certamente Deus abenoa de diversas e variadas formas tambm o matrimnio
de casais cristos impossibilitados da paternidade biolgica, sendo uma destas
formas a adoo, que no envolve questionamentos ticos de nenhum dos dois
pontos ticos levantados.
180
_-:
:-
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
CONTEMPORNEA:
IGREJA E SACRAMENTOS
EM WOlFHART
PANNENBERG
Manfred Krespsky Zeuch
181
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
o starting
Do lado protestante, Werner Elert, por exemplo, optara tambm por essa ordem de apresentao. Do lado catlico, esta ordem foi seguida especialmente depois do conclio do Vaticano
lI, na dogmtica coletiva Mysterium Salutis: J. Feiner et M. Liihrer, ed. Mysterium Salutis.
GrundriB heilsgeschichtlicher
Dogmatik, nos volumes 4/1 (1972) e 4/2 (1973).
Especialmente
com a assim chamada escola de Tbingen, cf. Systematische
Theologie, 3,
p.38.
182
block teolc~
Igreja Luterana
o starting
- N 2 - 1999
block teolgico
Cf. Denis Mller. Parole el Hisloire. Dialogue avec IVoifhart Pannenberg. Genebra, 1983, p,
33, e Philip Clayton. Anticipation and Theological Method, in The Theology of Woifhart
PannenberR. Carl Braaten et Philip Clayton, ed. Minneapolis,
1988, pp. 122-152 (128), e
R.D. Pasquariello, Pannenberg's philosophical foundations
in The Joumal of Religion 56
(1976), pp. 338-347.
, Cf. Clayton, op. cit. p. 128.
Y Tratei
este assunto em A salvao universal e a escatologia no pensamento de Wolfhart
Pannenberg.
Igreja Luterana, voi. 56, n 1 (7/1997), pp. 39-58 .
10 Offenbarung
ais Geschichte, p. 103.
7
183
" Amold, Matthieu. <<In Memoriam Oscar Cullmann. (25 fvrier 190216 janvier 1999).
L'exgese du Nouveau Testament au service de Ia Thologie. Positions Luthriennes,
47e
anne, n01 (Janvier-Mars
1999), p. 5. Abordo a diferena entre Pannenberg e Cullmann
neste particular na minha tese de doutorado: Signes du Royaume de Dieu. L'Eglise
et les
sacrements
dans Ia thologie de Wolfhart Pannenberg
(Strasbourg,
1997, 423 p. Lille
Theses, 1998, microficha),
p. 42.
" como bem o resume Clayton, op. cit. p. 129.
13ber historische und theologische Hermeneutik, in Grundfragen Systematischer Theologie.
Gesammelte
Aufsatze, vol. 1. Gottingen, 1967', pp. 123158 (146-147).
14Cf. Die Kirche und das eschatologische Gottesreich, in W.Pannenberg, C.Braaten, A.Dulles.
Kirche ohne Konfessionen?
H-J.Pesch,
trad. Mnchen,
1971, pp.119-135
(119) c W.
Pannenberg, Thesen zur Theologie der Kirche. Mnchen, 1970, p.9.
184
acontece:
20
.__.,
:.JS
10
10
Theologie
in Nederlands
lbid. p.323s.
Ibid. pp 317.
185
186
des christlichen
Glallbens
voI. 3. Tbingen,
1979, p.369s.
pensamento pannent~~~
que Deus d IgreJa. ~.ec::
mesclas do pecado, on::.~.
fim derradeiro, Dados ;:",:>:
da Igreja, Ela em Crise:. ~
a imagem da situao I:::::
Deus.
O movimento e o aI'.
cr Systematische The,
como Da Autoridade Se:'::,
27 Von dem Papstthllm
Z!i Fi'
6, 293: "[H'] aufz wilche", <,.-das reich gottis (szo nenroe: ":
wider hie noch da, sond",,::
26
iiberchristlich, iibergeisr':,'.
WA 7, 683: "Ich meyn \he
yn wilchen gott lebt und :o;c28 Lutera,
numa carta a Sp.L::605: Regnllm Dei est Ec'
29 Praelectio
D. Martini L:::'
I::'
_c.>consideraes eclesiolgicas
,_: Referindo-se ao Pestecostes,
:c.:io em direo proclamao
: A Igreja recebeu provas, ou
.' :!, iniciado (imAnbruch). Essas
:~:' dos mortos j realizada em
-: :-:-,eridopara os ltimos tempos 22
- .i:. de Deus que comea na nossa
: ~ue aguarda a vinda de Deus.
. J. Igreja com o Reino de Deus.
; . mente quantitativa entre am.: io que a Igreja.
.~ Dartirda ontologia eschatolgica
c. :u a natureza de toda existncia
-'., elar a verdadeira natureza de
: :nciui, ento, que a questo pela
.-' uma questo de fim, de futuro.
:-,.com o cumprimento do reinado
_c.,ia, seu destino.23
. \01. 3. Tbingen,
1979, p.369s.
Cf. Systematische
Theologie 3, p. 47, onde Pannenberg indica alguns escritos de Lutcro,
como Da Autoridade Secular (1523), WA 11.
27 Von dem Papstthum
zu Rom wider den hochberhmten Romanisten zu Leipzig (1520), WA
6, 293: "[ ... ] aufz wi1chen <Sprchen> [Jn 18,86: Lc 17,20s] klerlich yderman vorstet, das
das reich gottis (szo nennet er seine Christenheit) ist nit zu Rom, aueh nit an Rom gebunden,
wider hie noch da, sondern wo da inwendig der glaub ist", e respondia a Emser em Auf das
berchristlich, bergeistlich und berknstlich Buch Bocks Emsers zu Leipzig Antwort (1521),
WA 7, 683: "Ich meyn yhe, du heyssist das reych gottis die Christenliehe kirche odder uns,
yn wilehen gott lebt und regiert", sendo que Lutero concordava aqui.
28 Lutero, numa carta a Spalatin,
de 4.10.1522, refere-se aqui aRam 14.17, WA Br. N 541, p .
605: Regnum Dei est Ecc/esia Christi .
29 Praelectio
D. Martini Lutheri in Psalmum XLV (1532), WA 40/Il, 517s: "Qui dicit [Christus]:
Ego sum Prineeps vitae, persona immortalis, a morte invineibilis. Nune ergo conglutinemini
mecum, adhaerete mihi et effieiamini membra mea, tune fiet, ut, ubi ego sum, ibi etiam vos
sitis. Talem igitur habemus regem, qui sie regnat in hae vi ta incipiens aeternam vitam. Est
autem imperfeetum regnum quod ad nos, quia inehoatum tantum est, non est perfectum, tum
autem perfieietur, cum 'tradet regnum Patri' (1 Kor 15,24). Ibi perfeete cernetur Deus de
facie ad faeiem (Numa traduo do alemo: "Pois o prprio Cristo diz: 'Eu sou Deus, uma
pessoa imortal, a morte no pode me vencer, por isso vocs devem unir-se o mais intensamente a mim, e onde estou, l tambm estaro vocs'. Assim ele reina etemamente, e nessa
vida comea esse reinado. O quanto depender de ns, o reino imperfeito, est somente
comeando. Mas quando ele 'entregar o Reino ao Pai' (1 CO. ]5.24), vai ser diferente. Isto
o seu Reino: comear aqui o reino da vida, destruir a morte, e um dia estar nele sempre.").
26
187
30
WA XV, 542, num sermo sobre Jo. 16.5ss: "Hie horst du, daS sein Reich auf Erden sei, und
sei nicht sichtlich, sondem stehe im worte [--T. Existe na viso de Pannenberg uma modi
ficao clara de nfase: enquanto que Lutero e a teologia luterana antiga compreendiam
o
Reino de Deus como estando presente neste mundo, escondido na Palavra, Pannenberg o
compreende como estando somente antecipado neste mundo e representado no sacramento.
A Palavra leva o cristo a este sacramento.
BSLK, Apologia CA VI,16, p. 237: Ad haec ecclesia est regnum Christi, distinctum contra
regnum diaboli, cr aussi Martim Warth: "O reino de Deus". Palestra, 49' conveno nacional
da !ELB, So Leopoldo, 19-25 janeiro de 1984, datilografado, p. 8.
10 Ibid.,
Apologia CA VII, 18s: Nec propterea impii sunt regnum Christi, quia revelatio nondum
facta est. semper enim hoc est regnum Christi, quod spiritu suo vivificat, sive sit revelatum,
sive sit tectum cruce. (<<Nem so os mpios o Reino de Cristo, por isso que a revelao ainda
no ocorreu. Pois que Reino de Cristo sempre aquilo que ele vivifica por seu Esprito, quer
esteja revelado. quer esteja encoberto pela cruz. Traduo emprestada de A. Schueler em
Livro de Concrdia. So Leopoldo - Porto Alegre: Sinodal, Concrdia, 1980, p. 179s.)
13 Annotationes,
p. 98, cf. Wemer ELERT, Morphologie des Luthertums, Bd. 1, p. 436.
'4 Sermon: Die Epistel am ersten S01Jtag ynn der Fasten 2. Corin. 6 (1525), WA 17 lI, 185:
"Christenleute sollen gewis seyn, das sie Gotts reich sind", indicado por Elert, op. cit., p. 436.
;s "Das ist die Lehre Luthers
und der lutherischen Kirche. Um scharf hervorzuheben, daS keine
auSere Gemeinschaft mit Christen und kein auSerer Gebrauch der Gnadenmittel, sondem nur
der personliche Glaube an das Evangelium in das Himmelreich
auf Erden, das ist, in die
christliche Kirche bringe, sagt Luther: 'Sonst ware ein Mensch eben im Himmelreich,
ais
wenn ich einen Klotz oder Block unter die Christen wrfe [__.]''' <citado por Pieper de Walch'
XI, cal 490, sermo de 1523 sobre Mt 8,113>, Francis Pieper, Christliche Dogmatik, VaI.
m. SI. Louis, 1920, p. 460 (a nfase est no original). Eu abordo a questo da relao entre
os conceitos de reino do poder, reino da graa e reino da glria, na teologia luterana, em
minha dissertao de doutorado, citada supra, pp. 96ss.
36 Ver na Igreja o rosto da pecadora
uma tradio luterana, enraizada no conceito patrstico
da casta meretrix, cr H. Fries em M.v-,terillm Salul-" 4, p. 229. Luther dizia: non est tam
magna peccatrix ut christiana ecclesiae (no h pecadora to grande quanto a Igreja), citado
por Eberhard
Jngel: Die Kirche aIs Sakrament, in Zeltschrift fr Theologie und Kirche
(1983), p. 453.
31
a forma definitiva de R~
simboliza - vivendo em C:- ,..
de Deus. Ela tem, portan:.:
de vida individual e cc:rcc::-.:::
proclamaY A esperan a d :=: c . expressar na maneIra pei: -=_
Deus a capacitou.38
Igreja
Um dos problemas
Igreja sua relao com Cris:
catlica Mysterium Saiu tis t::,~'~
conceito da Igreja como IlLc:::' _'.:
pela vulgata do termo neotes:.:.'
Igreja, ou deve ele ser exclusi \l.--:-.:':-_
quando se trata do conceito de
sua concepo de revelao: : :--":"
o divina, atravs dos testen:_:-.'-..
Jesus Cristo, o seu sentido def:-.
to comunidade de Jesus Cri,: .. _
realidade.40
Pannenberg insiste ness:: :-.:.
cristocentricidade da Igrej a fc:"
mistrio da vontade divina d~ s.:.:
esse mistrio tomou forma n"
17
muito imperfeitamente
aqui I: ~_=
Ela a nova comunho daq::e, . _.
justificativa para as expectati-.:..' c c
expectativas
devem se tr3;;S=":~.
somos simplesmente confcr7T::
ao mesmo tempo a unic d Por isso ela no pode se; :~ _.
reconciliados em Cristo. E ;::.
deve realmente ser, e por 2:;:::.'
Zeichen der Einheit. TeXle
Gottingen,
1979, p. 11s.
38
3Y
40
41
42
188
e Jesus Cristo
a forma definitiva do Reino de Deus, ela tem antes uma funo simblica: ela
simboliza - vivendo em Cristo - o cumprimento final do destino humano, no reinado
de Deus. Ela tem, portanto, a tarefa de vigiar e cuidar da sua fOlTIlade organizao e
de vida individual e comunitria, para que nada obscurea a esperana que ela
proclama.37 A esperana do Reino por vir est ligada f e ao amor. F e amor vo se
expressar na maneira pela qual a Igreja estabelece e vive comunho, para a qual
Deus a capacitou.38
A Igreja
..
c
~.}
o
o
no sacramento.
_ c. " Palestra,
- ;:~fado, p. 8.
-epum Christi, quia revelatio nondum
:::,1 suo vivificat, sive sit revelatum,
~;csto. por isso que a revelao ainda
::C.c ele vivifica por seu Esprito, quer
,,:io emprestada de A. Schueler em
::21, Concrdia,
1980, p. 179s.)
- LlIth"rtums, Bd. 1, p. 436.
: Corin. 6 (1525), WA 17 lI. 185:
'. indicado por E1ert, op. cit., p. 436.
m scharf hervorzuheben, daI) keine
- c: :3uch der Gnadenmittel, sondem nur
_ .::-,melreich auf Erden, das ist, in die
\1ensch eben im Himmelreich.
ais
=
'.'
-"s
~2 to grande quanto
e Jesus Cristo
Pannenberg insiste nesse ponto, com Eberhard Jngel41alis, porque para ele a
cristocentricidade da Igreja fundamental, sua unio com ele essencial e vital. Se o
mistrio da vontade divina de salvao foi revelado ou manifestado em Jesus Cristo,
esse mistrio tomou forma na Igreja, porque ela o corpo de Cristo.42 O j.1uorijpwv
" Ibid, p. 38. Um documento de estudos sobre a unidade da Igreja, publicado em 1979, affirmava
nesse sentido: A caratetizao das deformaes da Igreja mostra que assim no se pode obter
uma determinao de sua natureza e sua misso. Manifestamente
a Igreja emprica espelha
muito imperfeitamente aquilo que ela deveria ser, de acordo com a vontade de seu Senhor. Ela a nova comunho daqueles que foram reconciliados com Deus em Cristo. Aqui est a
justificativa para as expectativas que se tem para com a Igreja. [H'] verdade que todas estas
expectativas
devem se transformar
a partir da reconciliao
em Cristo; porque ns no
somos simplesmente confoffi1ados e saciados em nossos desejos a partir da cruz. Esta Igreja
ao mesmo tempo a unio de homens cheios de capacidade de errar, de fraqueza, de pecado.
Por isso ela no pode ser reconhecida
automaticamente
como uma nova comunho dos
reconciliados em Cristo. E por isso tambm ela precisa orientar-se sempre por aquilo que ela
deve realmente ser, e por aquilo deixarse avaliar e medir. Niels Hasselmann, d. Kirche im
Zeichen der Einheil. Texte und berlegungen
zur Frage der Formen kirchlicher Einheit.
Gottingen, 1979, p. 11s.
38 CL Brinkmann,
art. cil. p. 36. Quanto ao tema f, esperana e amor, ver tambm, neste
volume de Systematische
Theologie, pp. 156ss, como tambm Thesen zur Theologie der
Kirche, p. 56 e W. Pannenberg Das Glaubensbekenntnis.
Ausgelegt und verantlvortet vor
den Fragen der Gegellwart. Hamburg, 19721, 19956 [edio revista], p. 134.
3' Systematische
Theologie, 3, p. 52 .
40 CL o resumo
de Brinkmann, art. cil. p.3 L
" Telogo sistemtico de Heidelberg.
'2 Systematische
Theofogie, 3, p. 58.
189
em Cristo que esse mistrio foi revelado, E esse mistrio em Cristo manifestase, ento, agora, na Igreja, porque esta inseparvel daquele, mesmo se distinta
dele, sendo ele a cabea do corpo. A Igreja no pode, pois, ser considerada por ela
mesma como sendo o mistrio da salvao, ou como o sacramento da unidade para
a humanidade, em sua condio de sinal, insiste Pannenberg em sua discusso com
uma parte de teologia catlica. Ela o somente porque ela est em Cristo, e Cristo
est ativo nela.45 Pannenberg o expressa assim: A Igreja , enquanto corpo de
Cristo, o povo escatolgico de Deus oriundo de todas as naes. Assim ela um
sinal da reconciliao que sinaliza e indica a unidade futura da humanidade regenerada no Reino de Deus. Jesus Cristo a revelao do mistrio divino da salvao,
porque a reconciliao da humanidade desemboca, a partir da morte e ressurreio
dc Cristo, no Reino de Deus. E pela participao do plano de salvao de Deus
revelado em Jesus Cristo, que a Igreja torna-se um sinal do futuro da humanidade
sob o Reinado de Deus. Ela participa nesse plano quando existe enquanto corpo de
Cristo.4
Comunho
dos santos
4.1
Ibid. p. 53.
M Ibid. p. 58.
4' Ibid. p. 54. Uma passagem
neotestamentria
fundamental para essa compreenso Ef. 3.49. Pannenberg afirma sobre esse relao: "O pico da afirmao de Cristo como sendo o
mistrio da salvao est na universalidade
de Cristo como o reconciliador
do mundo, na
histria da salvao (Col. 1.20), universalidade que se manifesta na vida da Igreja. sendo que
para os cristos esta manifestao se d especialmente no abolimento do abismo entre judeus
e no-judeus quando se passou misso entre os gentios, p.54s.
4' Ibid, p.57.
47 Veja por exemplo
o trabalho de Eugene Brand. Auf dem Wege ZlI einer lutherischen
Cemeinschaft:
Kanzel- und Abendmahlsgemeinschaft.
LWB-Report
26,1989. A edio
paralela em ingls: Toward a Lutheran Communion: Pulpit and Altar Fellowship. LWBReport 26 (1988).
190
4' Systematische
Theolugie 3, p.
Individuen gebildet? 1st nicht '.durch die Kirche vermittelt zc _,Christen zukame? Was aber \'''~Cc _.,
glaubenden einzelnen? Die Ki'2~.=
Glauben vorangehend
gedJct:
Gemeinschaft der Kirche aIs et\'.:os ,, __
zu denken [ ... ] Ein Zugang 2 c
erschlie!3t sich aus der fr dJS '.'.,
Gottesherrschaft
[ ... ]
49 Ibid. p.126:
<<!njedem GOL: ."
Sakramente gefeiert werder, ..
zurckgehende
und in ihrc, 2 ~
Igualmente quando fala dos J'",_
50 Veja especialmente
Systemc ..'
51
Ibid. p.125.
" Notar-se- todavia que Par::: 'c. - ,- ~
antemo (vurgegebene
EI.'
Einheit).
53
Cf. Theulogie und Reiclz Cor',-of Cud. R.l. Neuhaus, ed., Ph:=='
~_
Igreja Luterana
'i
cc
, __,:os, p.54s.
_ ".iif dem Wege zu einer /utherischen
.:fl. LWB-Report 26,1989. A edio
Pu/pit and A/tar Fe/lawship. LWB
- N 2 - 1999
Systematische Thea/ogie 3, p. 115: Wird die Kirche durch den ZusammenschluJ3 der glaubigen
Individuen gebildet? 1st nicht vielmehr umgekehrt der Glaube des einzelnen aIs immer schon
durch die Kirche vermittelt zu denken, so daJ3 der Kirche dic Prioritat vor dcn einzclnen
Christen zukame? Was aber ware die Kirche, wenn nicht Gemeinschaft von an Jesus Christus
glaubenden einzelnen? Die Kirche kann offenbar nicht in jeder Hinsicht aIs dem individuelIen
Glauben vorangehend
gedacht werden. Andererseits
ware es aber auch verfehlt,
die
Gemeinschaft der Kirche aIs etwas sekundar zum Glauben des einzelnen Christen hinzutretendes
Cf. Thealogie und Reich G(Jltes. Gters/oh, 1971 (traduo alem de The%gy and the Kingdom
af Gad. RJ. Neuhaus, ed., Philadelphia, 1969), p. 34 et Kirche ahne K(mfessionen?, p. 119.
191
em ns compaixo. 2:';', ~ _,
amor [de Deus, n.d,a,' S~ '_
Esta a dialtica conSL<:
aquela liberdade que lib~6.12).59
A problemtica
o conceito de sacraTT.
conceito mais abrangen:'~ :
o sistemtica entre O"
saber qual essa relao
esta relao seno na esf::r'
dos rituais que foram
sua definio, parecem-Ih~ . , _- '
pressa por K. Rahner e TTT.
fundamentais da Igreja',. g> , -:_
da Igreja, essa designa2.:
definir sacramento, e pod~
compreenso dos sacrarne".:' :
de Jesus Cristo do que cof'~ ..:=-:' ~
sacramentos tambm no
da instituio divina pode :i~csistico, uma vez que tod::
membros da igreja.
r' _.
54
59
55
192
da i'iO: c
60 Systematische
" Ibid. p. 369.
62
63
Theologi .. : _
Nachtragliche
zusamme,.:':,:
K. Rahner, Kirche ulld 5 ...
Grundri/3 der Sakrameli'(
370.
Igreja Luterana
. =
-i'ologie
3, p. 58.
- N 2 - 1999
A problemtica
da noo de sacramento
370,
193
-~----------Igreja Luterana
- N 2 - 1999
graa divina (teilen Gnade mit). esta a funo do sacramento.64 Portanto, somente
Deus pode instituir um sacramento da nova aliana.65 Pannenberg tenta escapar do
impasse no qual a exegese histrico-crtica chegou com respeito instituio dos
sacramentos. A origem histrica dos sacramenta maiora (batismo e santa ceia) no
prprio Jesus no causa dvida alguma para Pannenberg - seja qual for a natureza
dessa origem, segundo uma viso histrico-crtica66 Sem um elo direto entre os
sacramentos e Cristo, no se poderia falar em meios da graa, argumenta Pannenberg.
Esse elo entre os sacramentos e Cristo vital no somente para a vida da Igreja, mas
para a sua prpria constituio, para a sua essncia.
Pannenberg ope duas tendncias que procuram contornar o problema que
surgiu com a exegese histrico-crtica dos textos que relatam a instituio dos sacramentos. Uma tendncia, catlica, consiste em deduzir os sacramentos do grande
sacramento original, a Igreja. Uma outra tendncia, de uma parte do protestantismo, consiste em deduzir os sacramentos da palavra eficaz. No ltimo caso,
Pannenberg receia, os sacramenrtos correm o risco de se tornarem simples aspectos da Palavra. Pela crtica de Pannenberg a Ebeling67um dilogo intra-luterano se
anuncia. Porque segundo Pannenberg, Ebeling estaria negligenciando, como a teologia catlica tambm, a origem cristolgica dos sacramentos. Parece que Pannenberg
ope um certo realismo sacramental de Lutero viso mais reformada de Ebeling.
Ele conclui que Ebeling dilui o sacramento na Palavra. Ele receia, com razo, que
essa atitude possa levar ao raciocnio seguinte: quemj tem a Palavra, no necessita
tantes, referindo-se,
num arte;
como evento da Palavra de .-::__.
suprieur de pdagogie,
53
pregao e o sacramento, mas
Pannenberg no tem dvida alguma quanto vis effectva dos sacramentos. Com E. Jngel
ele est aqui na tradio de Lutero, da qual Jngel diz: offensichtlich
ist es die in dcr
schbpferischcn Kraft seines Verheillungswortes vollzogene, Glauben provozierende und Glauben
strkende Selbstvergegenwrtigung
Jesu Christ in Brot und Wein, die Luther im Sakrament
so hoch schtzte [ .. ,], Jngel, art. cit. p, 438,
(" Pannenberg argumenta indutivamente aqui, Compare-se o raciocnio dedutivo de Lutero nos
artigos de Marburgo: Sonder weil Gottes Wort darbei ist und sie auf Gottes Wort gegrundet,
so ists (di e Taut) ein heilig, lebendig, krftg Ding, und wie Paulus sagt, Titus 3 und Eph,5, ein
Bad der Wiedergeburt und Vomeuerung des Geistes etc, und dall solche Tauf auch den Kindlein
zu reichen und mitzuteilen sei (<<Mas porque a Palavra de Deus nele est, e por estar ele
fundamentado
na Palavra de Deus, o batismo uma coisa santa, viva, e poderosa [H'])'
Marburger Artikel, Art. 9, BSLK (1952'), p.63.
06 Tenhamos
sempre em mente que Pannenberg recusa a facilidade da afirmao dogmtica
pura e simples e argumenta num quadro em que a cincia pode contestar qualquer realidade da
f crist. Esse , na verdade, o desafio que a teologia precisa encarar se quiser convencer o
mundo da universalidade desta f.
f4
67
194
Ambos luteranos, mas de tendncia teolgica opostas: Pannenberg representando a tendncia nova, cL acima, e Ebeling, conhecido luterlogo, representando a escola ps-bultmaniana
existencialista que negligenciava a histria em benefcio de um evento existencial de palavra
e linguagem, para escapar s crticas da cincia histrica.
7()
Systematische
Theologie, 3.;:
-__
_: :,r:i
_ o :',
. 2C.
O telogo francs Andr Birmel fez uma nuance entre essas diferentes concepes protestantes, referindo-se,
num artigo, a uma ala do protestantismo
que considera o sacramento
como evento da Palavra de Deus, na Revue de I' Institut Catholique de Paris. Institut
suprieur de pdagogie.
53 (1995), p. 47: No existe, pois, nenhuma oposio entre a
pregao e o sacramento, mas ambos so compreendidos como sendo duas maneiras equivalentes do mesmo dom do evangelho. Em alguns casos e em alguns momentos, preferir-se- a
pregao, em outras situaes a forma sacramental ser mais apropriada do que a pregao
para permitir a vinda da Palvra nica de Deus. As duas celebraes pedem, alm disso, a
resposta da f, a confisso de f. Francis Pieper tambm falava de um idem effectus de todos
os meios da graa, em sua Christliche Dogmatik. vol. 3, Sl. Louis, 1920, p.133. Ele diz: A
Escritura e a experincia mostram que no h nada mais difcil para pessoas que reconheceram seus pecados, do que crer no perdo de seus pecados. Assim a proclamao repetida e
variada [palavra e sacramento, n.d.a.] do perdo dos pecados atravs dos meios da graa
corresponde a uma necessidade dos cristos , p. 135. Para uma compreenso do conceito de
Lutero sobre a relao entre o sinal sacramental e a Palavra, bem como a relao entre o sinal
e Cristo, veja-se o excelente estudo do dinamarqus Regin Prenter Spiritus Creator. Studien
zu Luthers Theologie. Forschungen
zur Geschichte und Lehre des Protestantismus.
Emst
Wolf, ed. Zehnte Reihe, voI. VI. Mnchen, 1954.
Systematische
Theologie,
3, p. 377. Para a diferena entre as duas tendncias,
veja-se
tambm Gunther Wenz. Einfhrung
in die evangelische
Sakramentenlehre.
Darmstadt,
1988, p. 69 bem como as pp. 47ss.
70 A. Birmel,
art. cil. pA8. verdade que Birmel, contrariamente
a Pannenberg
nesse
contexto, no toma em considerao
a compreenso
da relao entre a Igreja e Cristo,
ibid. Mas Jngel mais reservado ou ctico quanto distino que faz Rahner. De acordo com
sua opinio, Rahner no atinge realmente o ceme cristocntrico,
quando afirma ao mesmo
tempo: A Igreja realmente o sacramento original, o ponto de origem dos sacramentos no
sentido prprio do termo. citado por JngeI, arl. cil. p. 436.
69
_51
a facilidade
da afirmao
dogmtica
representando
a tendn-
195
Concluso e avaliao
Mesmo se Pannenberi' 'e
antiga,78o seu conceito de Ii'Te':' .
refere ao carter missionr::-= c :;r-=
fora das circunstncias dE =: =:.:.
ceito da eommunio sane>::"
Pannenberg quanto para L~:=r'
somente parcial porque s':'=',',
expressa suficientemente
25:=.
instrumento e antecipao.:.: em seu movimento em
'0.
J7
J7
76
196
vollzieht
aber nicht sein Leben aIs Glied der Kirche, Ibid. p. 385.
7R
79
80
cr Ulrich
Assim por
tambm de
objetivo de
;:
.' c
_~._~llo,
7Y
80
<',che,
Ibid. p. 385.
cr
Ulrich
Assim por
tambm de
objetivo de
Khn, Kirche.
exemplo Paul
um ministrio
que 'o mundo
197
" Isso por causa da abertura ecumnica da igreja catlica, da sua oferta eclesiolgica, como o
Conclio Vaticano o formulou, da sua entrada nos dilogos ecumnicos bilaterais e multilaterais, e da renovao da sua teologia, Khn, op. ciL p. 138.
" como Pannenberg diz em seus prprios termos, numa carta de pessoal de 1995.
'.1 cf
lembra Andr Birmei, arL ciL p. 50.
B4 lbid.
p. 49.
" Ibid. p. 50.
86 Por exemplo
W. Kasper Wort und Sakrament in Glaube und Geschlchte. Mainz, 1970.
"' Por exemplo E. jngel, K. Rahner. Was 1st eln Sakrament? Freibug, 1971.
" Birmel, arL cil. p.50.
RO
198
R. Prenter, op. cil. Cr. assunto que abordei em '''O Esprito embrulhado na carne': o choque
entre Lutero e os entusiastas e espiritualistas da Reforma". Vox Concordlana, ano lI, NI,
(1996), p. 8-19.
Ibid.
91Systematische Theologle
longe de ter terminado.
3. p.':
bilaterais
como o
e multilate-
138,
Mainz,
1970.
-"ient?
90Ibid.
9lSystematische Theologie
longe de ter terminado.
3, p.398,
Aqui, tambm,
o dilogo
com a teologia
catlica
est
199
"Abendmahlsverwal
tu-, ~ _
Korrespondenzblatt XE:., ,-,
La teologia della SperaEZ-:. = ..
in: 1Martedi 19 Dicemtrc ,~~,'
Chiesa come commUnIcn:: .:.,
P. 818-834.
Baptism as remembered ':~,
Sacramental Word. 1I1ca!T,~: .
p.77-88.
Die berwindungen der g::g::
Gemeinsehaft. ln: J, Brc,,~aktuellen Diskussion ::'
Neukirehen, 1996, p. 31-.19
Das Christentum - eine R:' ='
des Johanniterordens 1. 199 c
__<h.
ln: Evangelisches
"Abendmahlsverwaltung
und Ordination".
Homiletisch-Liturgisches
Korrespondenzblatt Neue Folge (1988/89), pp. 30-35.
La teologia della Speranza. Entrevista com W. Pannenberg de Andrea Porcarelli,
in: I Martedi 19 Dicembre 1995. Bologna, p. 44-45.
Chiesa come communione dei credenti. ln: Humanitas (Morcellianao, (1995/6),
p. 818-834.
Baptism as remembered 'ecstatic' identity. ln: D. Brown/A. Loades: Christ. The
Sacramental Word. lncarnation, Sacrament and Poetry. London (SPCK), 1996,
p.77-88.
Die berwindungen der gegenseitige Verurteilungen aIs Schritt zur kirchlichen
Gemeinschaft. ln: J. Brosseder, ed: Von der Verweifung zur Versohnung. Zur
aktuellen Diskussion um die Lehrverurteilungen
des 16. lahrhunderts .
Neukirchen, 1996, p. 31-49.
Das Christentum - eine Religion unter anderen?. Theologische Schriftenreihe
des Johanniterordens 1, 1996.
A first Step Toward Restoring Ecclesial Communion. Response to Avery Dulles.
ln: Dialog. A Journal ofTheo1ogy 36, (1997), p. 62-64.
Papiez i ekumenica. ln: ZNAKXKIX, Krakw, 1997,503, p. 46-49.
Evangelische berlegungen zum Petrusdienst des romischen Bischofs. ln: P.
Hnermann, ed. Papsamt und Okumene. Zum Petrusdienst an der Einheit aller
Getauften. Regensburg, 1997, p. 43-60.
La tarea de Ia escatologia cristiana. ln: Selectiones de teologia, 144, 1997, p.
265-274.
Lutherans and Episcopy. ln: Colin Podmore, ed: Community - Unity Communion. Essais in Honour of Mary Tanner. London: Church House
Publishing, 1998,p. 137-148.
Di e lutherische Tradition und die Frage eines Petrusdienstes an der Einheit der
Christen. ln: Il primato deI Successore di Pietro. Atti del Simposio teologico
Roma, dicembre 1996. Citt deI Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 1998, p. 472475.
AUXLIOS HOMIlTICOS
CONTEXTO
Com muita propriedade a percope da entrada triunfal de Jesus em Jesusalm tem
sido colocada como uma das leituras no incio do ano eclesistico como evangelho
do primeiro domingo de advento. Assim como Jesus entrou humilde, mas como rei,
justo e salvador, em Jerusalm, a filha de Sio, assim ainda hoje vem a sua igreja, a
filha de Sio do Novo Testamento, trazendo justia e salvao, pela sua palavra e
sacramentos. A percope serve assim como preparao, no tempo do advento, para
a sua vinda espiritual aos nossos coraes, a fim de que possamos avanar com
gratido a Deus, conforme o lema de nossa igreja para o novo ano eclesistico. A
percope encontra-se nos quatro Evangelhos com algumas diferenas na narrao
que, porm, no so conflitantes. Aps haver passado a noite em Jeric, na casa de
Zaqueu, Jesus dirigiu-se a Betnia, aonde deve ter chegado sexta, tardinha. Passou o sbado com seus amigos Lzaro, a quem recentemente ressuscitara dos moro
tos, Marta, Maria e outros seguidores, que ali moravam. No dia seguinte, domingo,
ps-se em marcha rumo de Jerusalm com seus discpulos e outros peregrinos.
Quando muitos peregrinos, j em Jerusalm para a festa da Pscoa, ouviram de sua
chegada, saram da cidade para encontrar-se com ele, com ramos de palmeiras,
unindo as suas vozes ao cortejo, procedente de Betnia.
TEXTO
Quanto s aldeias de Betfag e Betnia, s podemos localizar a ltima, tendo a
primeira desaparecido. Betnia situava-se no lado leste do Monte das Oliveiras,
onde se encontra hoje a aldeia El Azarigeh (cidade de Lzaro). Betfag deve ter-se
encontrado entre Betnia e Jerusalm. Seu significado casa de figos e o de Betnia,
casa de tmaras. At o ano de 70 A.D. aquela regio era coberta de rvores frutferas
e o Monte das Oliveiras, de oliveiras, quando os romanos mandaram cort-Ias,
sendo at hoje seu nmero escasso.
V 1- Jesus enviou dois de seus discpulos, que talvez fossem os mesmos de Lc
22.8, Pedro e Joo. Se o Evangelho de Marcos registrou de fato as memrias
de Pedra, ento um dos enviados deve ter sido Pedro, devido exatido dos
dados fornecidos. R.A.Cole chama a ateno sobre o fato de que foram de
dois em dois. Jesus costumava confiar uma tarefa a ser realizada em conjunto, a um grupo, no mnimo de dois em dois. A ao solitria do cristo nunca
foi um ideal bblico. Apenas entrou mais tarde na igreja com o surgimento
dos monges e eremitas.
202
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
V2- A aldeia que estava diante deles pode ter sido a prpria Betfag. Por que
deveria ser umjumentinho oqual ainda ningum montara? Talvez porque
ainda no tinha sido usado para executar trabalhos indignos e deveria servir
de instrumento de primeira mo para o Senhor. Deveria ser urna espcie de
primcias. Passagens como Nm 19.2; Dt 21.3 e 1 Sm 1.7 parecem confinuar
esta interpretao. Para executar propsitos sagrados no A.T. s animais
ainda no usados poderiam ser empregados. Cada detalhe tinha sido muito
bem planejado.
V 3- O Senhor precisa dele. Como essa palavra era decisiva para que os donos do
animal o liberassem, assim ainda hoje uma palavra do Senhor pode romper
as maiores barreiras e dar fora e direo ao cristo a fim de que a sua
vontade seja feita e os planos de seu reino possam ser executados.
V4- Os discpulos enviados foram e encontraram o jumentinho amanado junto ao
porto, certamente da propriedade dos donos, do lado de fora, na rua. Essa
ltima palavra uJJcjJo6ov,a combinao de D:JJcjJL
(em torno) e o6 (caminho,
rua), originalmente uma rua indo em torno de algo, podendo tambm ter o
sentido de quarteiro, aqui provavelmente tem o sentido de rua e no necessariamente de urna rua cercando a casa.
c:' :hegado sexta, tardinha. Pasel1temente ressuscitara dos mor:':''' amoNo dia seguinte, domingo,
. _; discpulos e outros peregrinos.
resta da Pscoa, ouviram de sua
ele, com ramos de palmeiras,
: 3etnia.
, o:'
:.
~,
Vv. 5-6- Diz o nosso texto que alguns dos que ali estavam reclamaram quando os
discpulos estavam soltando o jumentinho. Lucas os identifica com os donos (Lc 19.33). Esses donos deviam ter sido bons amigos de Jesus ou o
chegaram a conhecer recentemente, talvez atravs da ressuneio de Lzaro
e, por isso, penuitiram que o levassem, confiando na sua pronta restituio
conforme a ltima frase do V. 3.
Os que no admitem a oniscincia e onipotncia dc Jesus insistem num acordo
prvio de Jesus feito com os donos, mas os que aceitam a divindade de Jesus no
encontram dificuldade em ver aqui um procedimento sobrenatural, que parece ser
sugerido em Lc19.33 em que os donos expressam a sua surpresa. Confira outras
passagens em que a oniscincia de Jesus claramente se evidencia (Mt.l7.27; Jo
1.48; Jo 2.4,25; Mc 10.33,34).
Merece destaque o procedimento dos discpulos que executaram uma tarefa
para eles obscura da qual ainda no entendiam o sentido (Jo 12.16) e que poderia
comprometer a sua honestidade, mas confiantes na palavra do Senhor enfrentam o
desafio e so coroados de pleno xito (cp. Lc 5.5). Assim tambm ns no temamos
as tarefas penosas, muitas vezes obscuras para ns, no reino de Deus e, realizandoas mesmo com risco, sempre de novo experimentaremos com gratido o sucesso
concedido pela fidelidade das promessas do Senhor.
V 7- uma das caractersticas do estilo vvido de Marcos o emprego do presente
histrico pelo que seu Evangelho j foi chamado o Evangelho da ao. J
nos primeiros versculos constatamos em verbos sucessivos o presente,
203
grito de homenagem ou
o incio para o uso litrgi:'~ : -Tanto a frase Bendito c c c
extrados do SI 118.25,26 E .:-:- 113-118), cantados duran:=.:. :=
com o Messias esperado.
_
dos: hosana ao Filho de Do"
(Joo) e Marcos, em lugar d= ::._
Rei e reino se completam e 2r:' c.: ~ .
um reino deste mundo. Iss: 2:0: _.
morada de Deus para onde: o.:
ainda so mais explcitas: pC.:
paz que s Jesus poderia dar = .:._
Tema
A entrada de Jesus em Je:'..:.:o'igreja atravs da palavra e sacr:::--:1. Ele vem humilde, porm c::-.' := .
2. Ele deve ser recebido cc:-:.
louvor e testemunho) e cc:-:- .: :-:-~
Igreja Luterana
(v.1),
(v.2).Nov.7
presente: <jJpouow,
-_.~':i estilstica, sendo todos os
: '-no podemos perceber a su__:.' " maioria desses verbos se
.c
~'::<:,S no
- N 2 - 1999
Paulo F. Flor
Dois Irmos, RS
J,1-8
1.1) "areh" = incio, origem, princpio. Neste texto, descreve o comeo do evangelho de Cristo, segundo Marcos.
Evangelho significa boas novas. Marcos usa esse termo para se referir aos fatos
histricos, palavra e obra de Jesus Cristo, como plenamente de acordo com as
profecias do AT.
UlOU
theou" = Filho de Deus. Essa designao aps o nome Jesus Cristo
encontra-se somente aqui em todo o NT. Assim, Marcos apresenta Jesus Cristo
como o eterno Filho de Deus. Jesus (cujo significado Salvador, cf Mt 1.21), de
fato pode salvar inteiramente dos pecados, por ser ele de natureza divina (ct. Hb
7.23-28). A natureza divina de Cristo o fundamento do evangelho.
1.2,3)
"ngelos " = Joo Batista mensageiro de Deus. Essa uma das poucas
ocasies no NT em que o termo usado para referir-se a mensageiro humano e no
a anjos. Alm deste texto, encontramos o vocbulo com o mesmo sentido de mensageiro humano emLc 7.24; 9.52; Tg 2.25 e Mt 11.10.
"Consciente de ser ele o porta voz e preparador do caminho para Aquele que
estava para vir, o "mais poderoso" (l'vIc1.7), Joo o proclamou como sendo o executor do julgamento divino. Ao mesmo tempo, Joo via nele o cumprimento da promessa proftica sobre a outorga do Esprito (Me 1.8). Porquanto o juzo de Deus
iminente, exigido o imediato arrependimento. Joo no exigia apenas a confisso
206
PARA A I\1ENSAGR\ I
Quatro sculos se passar2.:-:-~
~de silncio proftico. A relig:3:
_
as de purificao exteriores
e conformidade com a lei.
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
_:-_'0
1.4) Na pregao de Joo temos Lei e Evangelho. Aqui a lei aplicada na denncia
do pecado, visando o arrependimento ("rnetnoia" = converso, mudana
de mente e atitude, voltar-se para Deus). O Evangelho est vinculado ao
Batismo como meio "para a remisso dos pecados". O resultado se apresenta
na atitude dos batizados confessando os seus pecados (v.S). Excelente auxlio
poder ser a citao da Confisso de Augsburgo, Artigo XII: Do Arrependimento.
O texto traz "batismo de arrependimento". Qual o significado desse batismo de
arrependimento? No se tratava apenas de uma limpeza exterior do corpo, nem de
uma purificao cltico-cerimonial. Era, antes, uma preparao do homem todo para
o seu encontro com o juiz vindouro. Esse um aspecto que pode ser destacado na
pregao, tomando-se como auxlio a epstola do dia (2 Pe 3.7-14).
O batismo de Joo relacionava-se com uma converso total, a nica maneira de
livrar-se do julgamento. Atravs desse Batismo, o pecador penitente era inserido no
alTependimento e, por causa dele, produzia frutos do alTependimento e aguardava a
salvao no juzo vindouro ... No coube a Joo, mas sim ao que vir aps ele, operar
a purificao e renovao escatolgica mediante o Esprito Santo, conforme prometido pelos profetas (Mc 1.8; Mt 3.11; Lc 3.16; At 1.5 ). O Batismo de Joo exige
arrependimento, dirige ao arrependimento e reconhece o arrependimento como
escatologicamente vlido. Nesse aspecto, o batismo de Joo pode ser caracterizado
como um selo eficaz do arrependimento. (SCHLINK, op.cit., pp. 18,19).
1.7,8) Joo anuncia a vinda de Jesus Cristo como seu superior. Este batizar "no
Esprito Santo". No se refere aqui ao batismo com gua, mas outorga do
Esprito Santo sua igreja. Mateus acrescenta o fogo ao se referir ao Esprito,
o que faz pensar no dia de Pentecostes.
Aps a morte e ressurreio de Jesus, o Esprito Santo foi enviado ao seu povo
e desde ento atua em todos os crentes. Embora o Esprito j agisse na Antiga
Aliana nos profetas, reis e outros mensageiros de Deus, agora ser derramado em
sua plenitude. Cada membro da igreja de Cristo recebe o Esprito. Cada um, por
conseguinte, alistado pelo Esprito como um instrumento do Cristo exaltado (Jo
7.39; 2 Co 3.6), para ser mensageiro e precursor daquele que h de vir para o juzo.
PARA A MENSAGE.l\1
TERCEI:RO
CONTEXTO
O
Jesus
Estes,
Deus,
Evangelho de k:"
diante dos discpc:;.: : _.
porm, foram f;,.~
e para que, crend: . .:::".
pregao:
Rudi Thoma
So Borja, RS
CONTEXTO
O Evangelho de Joo expressa claramente o seu propsito: "Na verdade fez
Jesus diante dos discpulos muitos outros sinais que no esto escritos neste livro.
Estes, porm, foram registrados para que creiais que Jesus o Cristo, o Filho de
Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (20.30-31).
Nossa percope se situa no prlogo do Evangelho de Joo, onde testificado
que o Verbo (Jesus) eterno (1.1-2); estava junto ao Pai na criao (1.3); e o Verbo
(Jesus) a redeno (1.9-14), e se estende pelos testemunhos de Joo Batista a
respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus que tira o pecado do mundo (1.29-34).
No v. 6 Joo (o Batista) apresentado como "enviado" por Deus. Algum que
tem autoridade dada por Deus para falar. Deus intervm na vida de um casal de
idosos (Zacarias e Isabel) e lhes concede um filho na velhice, e o anjo ao anunciar o
nascimento de Joo afirma: "Este ser grande diante do Senhor ... ser cheio do
Esprito Santo, j no ventre materno" (Lucas 1.15); e aps o seu nascimento dito:
"E a mo do Senhor estava com ele" (Lucas 1.66). E Joo o cumprimento da
Promessa Divina, de algum para preparar o caminho do Senhor (Mateus 3.3). Joo
era um representante pessoal de Deus no seu plano de salvao.
vv. 7 e 8- dito que Joo veio como "testemunha". Joo foi o "profeta final", que
estava no mundo testemunhando, apontando para o Salvador que j est
presente. E mais tarde, face a face com Jesus, Joo d o grande testemunho:
"Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Joo 1.29). Joo no era
a luz, como bem disse Jesus: "Ele era a lmpada que ardia e alumiava"( Joo
5.35); ou seja, Joo era um instrumento na mo de Deus para mostrar a luz
verdadeira. A funo da lmpada mostrar a luz, e Joo fez isso muito bem.
vV.19-23 - Uma delegao dos lderes religiosos judeus foram at Joo para especular
sobre quem ele era e o que pregava. Perguntaram se era ele Elias, uma referncia
promessa de Deus em Malaquias 4.5: "Eis que eu vos enviarei o profeta
Elias, antes que venha o grande e terrvel Dia do SENHOR". Questionaram se
ele era o profeta que Deus prometeu enviar em Deuteronmio 18.18: "Suscitarlhes-ei um profeta do meio de seus irmos, semelhante a ti, em cuja boca porei
as minhas palavras, e ele lhes falar tudo o que eu lhe ordenar". E Joo responde: No. A delegao persiste em seus questionamentos, pois o que iriam
209
QUARTO
~J
INTRODUO
Um jornalista disse: "Um ,',"
cheio". Pode nossa vida do dia-::-::. ~
com extraordinrios significad::' .~,
sim. Ela mostra-nos o que accm,:<:"
... quando o comum torna-S
;','
PROPOSTA HOMILTICA
I - Quando Deus providencia tu!
Advento: queremos esperar com fidelidade a Deus testemunhando a respeito da
Luz: Jesus.
c-
O reconhecimento
(lc --'
CONCLUSO
Deus ainda muda o cornu:-:'
210
L-:~
Nota: Contexto e Anlise do texto: ver Igreja Luterana, vaI. 49, n 2, ano 1990.
INTRODUO
Um jornalista disse: "Um fato como um saco - s fica em p quando est
cheio". Pode nossa vida do dia-a-dia, agitada com a preparao do Natal, ser enchida
com extraordinrios significados? A experincia de Maria responde com um forte
sim. Ela mostra-nos o que acontece ...
... quando o comum torna-se extraordinrio
I - Quando Deus providencia tudo
n- Quando
Osvino Vorpagel
lndaial,
se
I. CONSIDERAES I,iRe
Normalmente inicia-s_=exegticas que consideram
estrutura do texto, a gramtic::. -:
repartir alguma experincia e " ~
contri buio uma coletnea de -:-_
refletiram sobre o texto. Esc!'e
pregao relevante nesses rIC', :, Krst, Lindolfo Weingartner. e
:e,~
Osvino Vorpagel
lndaial, se
DIA DE NATAL
25 de dezembro de 1999
Lucas 2. 1-20
I. CONSIDERAES INTRODUTRIAS
Normalmente inicia-se um estudo homiltico com reflexes isagglcas e
exegticas que consideram termos, verbos, palavras chaves na lngua original, a
estrutura do texto, a gramtica, etc. Decidi ir por outro caminho, numa tentativa de
repartir alguma experincia e vivncia como pregador do Evangelho. Trago como
contribuio uma coletnea de pensamentos de mais de uma dezena de autores que
refletiram sobre o texto. Escrevo o que julguei ser o mais significativo para uma
pregao relevante nesses novos tempos. Os autores consultados foram: Nelson
Krst, Lindolfo Weingartner, entre outros.
Enfim, fiz o trabalho de uma abelha. Fui a muitas flores colher o nctar para
oferecer o mel saboroso do Evangelho de modo compreensvel e aplicado ao hoje
de nossas vidas.
ll. CONSIDERAES GERAIS SOBRE O EVENTO DO NATAL,
AS EXPECTATNASDACONGREGAOEOS
CUIDADOS
DO PREGADOR
A histria do Natal em si no causa mais tanto impacto, razo porque surgiram
outros tipos de prdicas, como os sermes sociais, polticos de protesto contra
sociedades de consumo, sobre as diferenas sociais e os exageros do luxo contraposto ao lixo e misria de nossas multides.
Mas, falar e ouvir o bvio e o normal do Natal cansa!? De tanto repetir ainda se
presta ateno no profundamente radical do Natal? So perguntas que o mensageiro de Deus precisa fazer ao preparar seu recado natalino.
O pregador precisa lembrar que provavelmente o culto neste dia ser um dos
mais freqentados do ano, e que Natal um acontecimento para as pessoas de
todas as idades. Viro avs, pais, jovens, crianas, especialmente crianas. A memria natalina est viva graas a muitos fatores, entre os quais esto os meios de
comunicao de massa que exploram esse momento para seus fins de lucro.
Mas, apesar de tudo, as pessoas querem ter um momento celebrativo. Querem
parar, por um instante. Tem sede e fome por consolo, esperana, paz, harmonia,
alegria e amor. E se a festa do Natal ficou to normal, preciso que algum nos diga
o que est acontecendo na sua essncia.
213
m. CONSIDERAES
HISTRICAS E HOMILTICAS
A histria mais recontada do mundo a do Natal. Um levantamento da populao, em todo o imprio, visando atualizar e melhorar a arrecadao de impostos
movimentou um marceneiro chamado Jos e sua esposa Maria, da cidade de Nazar
para a cidade de Belm, cidade de seus antepassados, e ali fazer seu registro.
Quando chegaram a Belm, souberam que no havia mais lugar nas hospedarias, e Maria estava em adiantado estado de gravidez. Acomodados numa estrebaria,
Maria deu luz a seu primeiro filho, e colocou o beb num cacho de animais.
At aqui uma histria normal. Meros fatos corriqueiros. O que d um significado nico histria desse menino deitado num cacho que a alguns quilmetros
dali, naquela mesma noite, nos campos ao redor da cidade, um grupo de pastores de
ovelhas estava batendo um papo, enquanto cuidavam das ovelhas, e algo de extraordinrio aconteceu: apareceu-lhes um mensageiro de Deus e lhes disse que tinha
uma notcia maravilhosa para eles, a saber, que nesse momento acabara de nascer,
ali na cidade, o Messias to esperado! Deus intervm para dizer, atravs do mensageiro, um absurdo: naquele beb est o Salvador de vocs, o Cristo. Deus esclarece
com sua palavra. E receberam o convite para ir l e conferir. E eles foram e viram. Essa
a essncia da alegria do Natal: ver o Messias.
O objetivo da mensagem de Natal a encarnao: o Verbo se tornou carne. Deus
entra na aflio do mundo para que todos vejam sua glria. Sua misso como Messias recolocar em ordem as relaes entre os homens e Deus. Por si prprios os
homens no tm condies de reatar as relaes com seu Criador. Esta criana a
nica chance de salvao para a humanidade.
No entanto, Ele se revela contra toda a expectativa humana. Identifica-se com os
humildes, como um Deus aparentemente fraco. Sua fragilidade impede Seu reconhecimento. o milagre e mistrio da humanao divina.
Onde em todos os registros das divindades que os humanos criaram pode encontrar-se um Deus como esse que criou as criaturas humanas e ele mesmo tornouse um humano? Ele no se esconde atrs do vu de sua glria majestosa, mas deitase numa manjedoura.
214
o Evangelho
na teria arquitetado IYi:: o:
jedoura, oficina de C3.IT':: ::,sinais da aparente frac~;:::'::'~
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PERSONGENS
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Maria reflete e medita 500:e =_.::.
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E Maria pensa, reflete, aprcL:2-:. ;
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e::1para dizer, atravs do mensa- .e -.ocs, o Cristo. Deus esclarece
. ' : :,Ierir. E eles foram e viram. Essa
o Evangelho simples, modesto, to diferente daquilo que a inteligncia humana teria arquitetado para solucionar os problemas que afligem a humanidade: manjedoura, oficina de carpintaria, um barco, um deserto, umjumentinho, uma cruz so
sinais da aparente fraqueza e loucura de Deus.
PERSONAGENS DA HISTRIA:
A cincia de obstetrcia no conhece tais coisas como a gravidez da virgem e a
concepo pelo Esprito Santo. Alguns chamam isso de fbula, mas para Lucas e
para o que cr o milagre, o mistrio .
Maria - me sem leito. Para dar luz, Maria provavelmente teve que se deitar no
cho da estrebaria, pois no havia lugar para eles na penso. O romantismo europeu
encobriu o lugar escandaloso do nascimento do Filho de Deus: um cocho num
estbulo fedorento. Deus se humilha mesmo .
Maria reflete e medita sobre tudo que vivenciou e ouviu. Ela liga os fatos. a ao do
Esprito Santo na serva do Senhor. O diabo separa, cria confuso (diabolein). Essa sua
especialidade: separar. O Esprito de Deus liga, une, ilumina. E certa.'TIenteiluminou at o
fim da vida aquela que foi instrumento especial nesse evento nico da histria humana,
E Maria pensa, reflete, aprofunda sua compreenso sobre os acontecimentos.
O anjo que anunciou o nascimento de Jesus para os pastores nos campos de
Belm foi um mensageiro de poucas palavras. Esse primeiro sermo de Natal foi uma
maravilha de simplicidade. Nessas simples palavras tudo que era necessrio ser dito
foi dito. mensagem transformadora.
Da estrebaria ao campo. Os primeiros ouvintes da melhor boa notcia do mundo
foram os simples pastores, que prontamente dizem: "Vamos at Belm"! A disponibilidade, o despojamento visvel. Esto envolvidos no evento histrico decisivo. Eles
creram com os coraes e com os ps, pois eles foram apressadamente para o lugar
indicado pelo anjo. No fazem uma reunio de anlise dos fatos para depois decidirem
o que e como fazer. Vo para ver. ao espontnea de quem est contagiado. A
mensagem recebida os pe em movimento. No versculo 17 diz que os pastores viram.
So testemunhas oculares do mistrio da encarnao do prprio Deus. mistrio que
contradiz tudo o que a razo humana capaz de captar pelo esforo prprio.
E a mensagem foi adiante, se espalhou, nas visitas e nas conversas de olho no olho,
de amigo para amigo. E isso maravilhoso, pois foi e desse jeito que a notcia do Amor
de Deus se espalhou e se espalha, no contato humano, no testemunho espontneo
pessoal simples e verdadeiro. Esses contatos, essas visitas, esses dilogos precisam ser
incrementados entre ns humanos da era do contato e comunicao virtual eletrnica.
IV - OUTROS PENSAMENTOS PARA A PRDICA
Por ocasio do Natal cabe a pergunta sobre os critrios de escolha de Deus: a
me de Jesus, porque no uma mulher das fileiras da nobreza? Seu lugar de nascimento, porque no Jerusalm, a antiga capital de Israel? A mensagem primeiramente
215
Esse o jeito de Deus. Ele escolheu as coisas loucas do mundo para confundir
os sbios, as coisas fracas para confundir os poderosos. Nenhuma carne pode
gloriar-se na Sua presena. Manjedoura e cruz o seu jeito de atuar e agir no mundo.
Entra em cena como Servo sofredor e no como conquistador de naes. Aparentemente fraco. Deus tornou-se homem - o homem que aceita os homens, que no
julga conforme os mritos nem os ama por causa de eventuais boas obras.
o problema
com essa histria de Natal que ela to conhecida. Quando ouvimos, vamos logo pensando: Ah, j sei o que vem e deixamos de ouvir muita coisa
importante, que precisamos ouvir sempre de novo, como alimento dirio.
No temais! - a primeira parte do recado do anjo. Ele sabe que h medo no corao
humano. O ser humano por natureza tem medo e raiva de Deus. No temais recado,
ordem e oferta. mo estendida do Deus amoroso, pronto para perdoar e aceitar.
No temais - Cada pregao crist precisa ter esse carter de convite, de atrair,
acolher, atrair pessoas assustadas, apavoradas, aterrorizadas. Deus convida a todos, seja quem for e seja l o que tenha feito.
Jesus no a nica criana que nasceu em condies to humildes. Nascem
crianas em condies bem mais pobres e com menos chances de vida do que
Jesus. Hoje muitas vezes no h lugar para muitas Marias, para muitos Joss, para
muitos meninos e meninas. A causa dessa desarmonia social, existencial e espiritual
Jesus veio tratar, a saber, o pecado.
Deus amou e deu Seu Filho. Deus no s falou. Ele agiu. E com o nascimento de
seu Filho tudo mudou e mudar. Ns somos desafiados a nos tornarmos testemunhas natalinas, como os pastores.
Na Santa Ceia temos nosso encontro com o Cristo. o mistrio do Cristo presente no
po e vinho nos convidando a vir a Ele com f e celebrar Sua presena em ns - o seu bero.
Uma das curiosidades desta histria natalina o fato que o primeiro natal no
esteve ligado ao templo, igreja organizada, Tudo aconteceu em meio rotina do
quotidiano e profano. Foi l que Cristo se manifestou e nesse dia a dia da vida
secular que Ele quer ser reconhecido e identificado.
Os momentos importantes, decisivos no acontecem na igreja, mas no dia a dia
da vida. A se pe em prtica o que se recebe e oferece na igreja, a saber, Palavra e
Sacramento e o nosso louvor e adorao.
Gerhard Grasel
Capelo Geral da ULBRA Canoas / RS
216
CONTEXTO
Lc 2 apresenta a histri2. ~.
do A. Testamento. Era o s,::~::
verdadeiro Deus, desde teci::.
verdadeiro homem, em car::.~~
acordes do primeiro Natal.
Jesus, agora sendo levado
TEXTO
Lc 2.25-27 apresenta 3
Sirneo.
,~=.
DOMINGO
APS O NATAL
26 de dezembro de J 999
Lc 2.25-40, ou Lc 2.25-38
CONTEXTO
Lc 2 apresenta a histria do 1()Natal. Cumpriam-se, desta maneira, as profecias
do A. Testamento. Era o amor de Deus se encarnando no Verbo (Lagos). Jesus,
verdadeiro Deus, desde toda a eternidade, passa, a partir de Lc 2, a ser tambm
verdadeiro homem, em carne e sangue, para ser Emanuel- Deus-conosco. Com os
acordes do primeiro Natal, como pano de fundo, o texto de Lc 2.25-40 apresenta
Jesus, agora sendo levado Sua Casa, casa de orao e adorao, a igreja.
TEXTO
Lc 2.25-27 apresenta 3 vezes a ao forte e direta do Esprito Santo na vida de
Simeo.
Simeo, geralmente, visto como sendo idoso, em parte como inferncia, a partir
da idade da profetisa Ana (84 anos), e do v.26 que diz: "no passaria pela morte antes
de ver o Cristo do Senhor". Contudo, no h provas de Simeo ser idoso.
Nn entende salvao "agora", "aqui", na pessoa desta criana: Jesus, nos
braos de Simeo .
:==:
. '-f'50
Gerhard Grasel
Geral da ULBRA Canoas / RS
Keitai passivo, "est destinado" por Deus, j desde antes dos tempos eternos .
PROPOSTA HOMILTICA
Texto: Lc 2.25-40
Tema: Jesus Cristo, Sinal destinado por Deus
INTRODUO
O Natal passou, mas o seu clima paira no ar com as suas melodias e a sua
mensagem. Os pastores saram dos campos e foram at Belm. Agora Jesus,
acompanhado de Maria e Jos, que sai de Belm e vai a Jerusalm. Vai para sua Casa,
Casa de orao, a Igreja. Jesus ali tomado nos braos por Simeo, homem justo e
piedoso, que canta feliz o seu Nunc Dimitis: "Agora, Senhor, despedes em paz o teu
servo, porque os meus olhos viram a Tua salvao" .
217
Igreja Luterana
. N 2 . 1999
Guiado pelo Esprito Santo, Simeo faz, ento, uma grandiosa profecia: "Eis que
este Menino est destinado tanto para runa como para levantamento de muitos em
Israel e para ser alvo de contradio (tambm uma espada traspassar a Tua prpria
alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos coraes". Lc 2.34,35.
SEGUNDO
1-
Contexto Bblico:
Estes 18 primeiros vero:: __
considerados um hino de :lf:'
claro em Joo 20.31 e em ::::=
pois os milagres em Joo sE.'
o Cristo, o Filho de Deus.
Simeo "esperou com fidelidade a Deus". Deixou se guiar pelo Esprito do Senhor
e foi muito feliz. Tomou a seu Senhor e Salvador nos braos, ou melhor, em sua
mente e corao.
Jesus Cristo, para ele, no foi sinal de contradio e muito menos de runa, mas
de levantamento e salvao.
Frente a Jesus Cristo no h neutralidade, nem coluna do meio, nem jeitinho
brasileiro. Ou Jesus Cristo "runa", ou "levantamento". Esperemos, por isso, com
fidelidade a Deus at o fim deste Milnio, at a entrada do Novo Milnio e sempre.
Felizes aqueles que ainda hoje se deixam guiar pelo Esprito a Jesus. Eles podem
cantar alegres: "Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, porque os meus olhos
j viram a Tua Salvao". Amm.
Gennano Neumann
Tapes, RS
218
2 - Contexto Litrgico:
Estamos no segundo d:::-. - ~.
humanao do Filho de Deus :'." mas na "glria do Unignit,=:: = ::-=Mas, com certeza, o ambier:re c:
que para o Natal. Devemos :l-:rcorretas bases para o nove, C.r
leituras do domingo:
Salmo 147.12-20, Is 61
ao de graas pelas bniics
continuamente. Reconhecere::: e - _
a luz do mundo, avanand:. - c_com gratido em nossos c'
TEXTO
Vv. 1-3: a origem de le'u: re-Filho de Deus sempre e-, ,Sua eternidade segurc:..-:.=-o princpio racional que ~ . __
_<
termoaDeus.Joo.d2~:r=
de forte significado ]:'2-:. :=-- r
Vv. 4,5: "vida" aparece 3" . ece
morte. "Luz": a r,::=- c.
somos a luz (Mt 5, 1"".
entre trevas e luz cl:'.s:._ -
SEGUNDO DOMINGO
APS O NATAl
2 de janeiro de 2000
Joo 1.1-18
o' -
1 - Contexto Bblico:
'dos os fundamentos e sinais
.. , Is 8.14,15; Mt 21.42,44; Jo
_:.. 5.J
-= :
Germano Neumann
Tapes, RS
2 - Contexto Litrgico:
Estamos no segundo domingo aps o Natal. Da este relato diferente da
humanao do Filho de Deus: No na simplicidade da manjedoura (como em Lucas),
mas na "glria do Unignito do Pai" que "se fez carne e habitou entre ns" (v 14).
Mas, com certeza, o ambiente est todo mais voltado para a entrada do ano 2000 do
que para o Natal. Devemos aproveitar as expectativas e os festejos para lanar as
corretas bases para o novo ano, "Avanando com Gratido a Deus". As demais
leituras do domingo:
Salmo 147.12-20, Is 61.10-62.3, Ef 1.3-6, 15-18 so palavras de gratido, louvor e
ao de graas pelas bnos da salvao e por outras bnos que Deus nos d
continuamente. Reconhecendo estas bnos, reafirmamos nossa f em Jesus Cristo
a luz do mundo, avanando neste novo ano confiantes e alegres, servindo a Deus
com gratido em nossos coraes!
TEXTO
Vv. 1-3: a origem de Jesus remonta ao princpio de todas as coisas (Gn 1.1). O
Filho de Deus sempre existiu e no surgiu apenas a partir do Natal em Belm.
Sua eternidade segurana no novo ano. "O verbo" para os gregos significava
o princpio racional que governa todas as coisas. Os judeus aplicavam este
termo a Deus. Joo, dirigindo-se tanto ajudeus como a gregos, usa um termo
de forte significado para ambos ao falar de Jesus.
Vv. 4,5: "vida" aparece 36 vezes em Joo. Ele a vida e Ele d a vida. Sem Ele h
morte. "Luz": a nica qualidade referida a Jesus e a ns: Jesus a luz, ns
somos a luz (Mt 5.14). Lutero fala que somos "pequenos cristas". O contraste
entre trevas e luz clssico na Bblia. Jesus volta ao tema em Jo 8.12: "Eu sou a
219
mas
_ - ~. c::.
CONCLUSO
Um relato diferente do Natal: v. 14: festa de luz.
Ou: Novo ano: com Jesus podemos seguir confiantes.
. e
belos, impressionantes,
mas
:ncerteza, insegurana.
ientro de casa quando acaba a luz;
.=es e os semforos; ou no meio do
221
09 de janeiro de 2000
Marcos 1.4-11
CONTEXTO.
Quando Jesus tinha em torno de 30 anos foi apresentado ao povo de Israel,
iniciando, assim, seu ministrio de Salvador, Messias de toda a humanidade. Joo
Batista, filho de Zacarias, foi precursor de Jesus em conformidade com a profecia de
Isaas: "Eis a envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparar o teu
caminho ..."(Mc 1.2).
Conforme o evangelista Lucas (3.1,2), esses fatos aconteceram "no dcimo quinto
ano do reinado de Tibrio Csar, sendo Pncio Pilatos governador da Judia, Herodes
tetrarca da Galilia, seu irmo Pelipe tetrarca da regio da Ituria e Traconites, e
Lisnias tetrarca de Abilene, sendo sumo-sacerdotes Ans e Caifs ...", no deixando,
assim, nenhuma dvida quanto ao fato histrico em si, a exemplo da narrativa do
nascimento de Jesus.
confisso
-=--
..:_
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
vida. O inusitado, o novo, o desafiador era Joo Batista querer que os judeus
tambm fizessem aquilo que exigiam dos gentios. Joo os convidava para se voltarem
dos pecados para Deus.
1,:>::5 EPIFANIA
Joo, com isso, mostrava os equvocos da religio de seus dias. E era radical na
sua pregao. Joo Batista preparava o caminho no s para que o povo aceitasse
Jesus como o Messias libertador prometido pelos profetas, mas tambm para a
mensagem que Jesus pregaria a todos quanto O ouvissem: a mensagem de uma
nova aliana que transforma os convertidos em NOVAS CRIATURAS, arrcpendidas
e agora movidas pela f.
_-:~ sentado ao povo de Israel,
:k toda a humanidade. Joo
, :',Iormidade com a profecia de
c ~~eiro, o qual preparar o teu
'.:nta:
arrependimento,
confisso
SEGUNDO DoMINGO
APS EPIFANIA
16 de janeiro de 2000
Joo 1.43-51
CONlEXTO
1. No perodo da Epifania (manifestao) queremos, junto com Filipe, apresentar o
Senhor Jesus. Esta no a apresentao do "Rabi" ou do "Rei de Israel", apenas,
mas a apresentao do "Senhor dos senhores", do "Mestre dos mestres", e do
"Rei dos reis", aquele sobre o qual os anjos esto descendo e subindo, o Cristo,
o Ungido, escolhido pelo Senhor, o Mediador entre Deus e os homens, a prpria
escada que liga os homens a Deus.
2. Junto com Filipe, desempenhando o papel de apstolos, convidamos a todos
para conhecer o Messias, pois tambm ns estamos vidos por compartilhar a
experincia da nossa f, pois nesta f descobrimos o nosso Salvador.
3. Junto com Filipe, na Epifania, convidamos a todos para conhecer Jesus e
reconhecer nEle pela f, o Cristo. Temos este objetivo pois tambm, seguindo o
lema para este ano, queremos "Avanar com fidelidade a Deus", e s podemos
avanar com fidelidade quando estamos conhecendo e reconhecendo o Messias,
neste ponto a percope se toca com o nosso lema. Este "avanar" seguir com
passos seguros, na nica e verdadeira f em Deus, o ser fiel. s a Ele amar e
s nEle confiar. Para permanecer e avanar nesta fidelidade, sempre de novo
precisamos apresentar e reapresentar o Cristo. Sempre de novo precisamos repetir
as palavras de Filipe, "Vem e v" o que tambm o testemunho da nossa f.
4. Nossa percope se coloca no incio desta manifestao aos primeiros discpulos.
N as palavras do evangelho, podemos perceber a alegria, o entusiasmo e a
disposio em aceitar o chamado de Jesus, percebendo nEle mais do que um
"Rabi", mas aquele anunciado por "Moiss e pelos profetas" (v. 45). Percebendo
em Jesus, o Cristo, os discpulos se mobilizam para estarem com Ele e para
seguirem com Ele, percebemos neles o movimento da f em direo ao Sal vador,
pelo qual aguardavam e esperavam. Ao entrarem em contato com Jesus, no
resta dvidas, " Ele". Uma pequena amostra de sua oniscincia como verdadeiro
Deus o suficiente para convencer o ctico Natanael sobre "se de Nazar poderia
sair alguma coisa boa" (v. 46).
5. A verdadeira f dos discpulos, deve apoiar-se no fato de que Jesus, o Filho do
homem, de Nazar, o Filho de Deus, que desceu do cu e se humanou. Isto o
que Natanael os discpulos veriam nas manifestaes de sua glria, cuja primeira
224
..!..;rJSEPIFANIA
foi o milagre em Can. Jesus lhe promete uma viso ainda maior do que a
manifestao de sua oniscincia, quando o viu debaixo da figueira. Promete
que veria o Filho do homem como o elo entre o cu e toda a humanidade, o que
amplia a viso particularizada de Natanael, e at limitada, sobre a ao do Messias
no mundo. Sua confisso sobre o Messias foi a "de um verdadeiro israelita em
quem no h dolo" (v. 47). Esta declarao limita a ao do Messias a Israel.
Jesus amplia sua ao e sua viso para a salvao de toda a humanidade e de
sua reconciliao com Deus.
6. Percebemos em tudo isso a importncia do "Vem e v", no apenas para os
israelitas, mas para todo o mundo .
TEXTO
1. Nossa percope, dentro do Evangelho de Joo, colocada na seqncia imediata
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
e -) Notamos o ceticismo de Natanael (v. 46) ti agatn - alguma coisa boa - uma
pergunta com desprezo.
PROPOSTA HOMILTICA
Tema - "Vem e v," v. 46
INTRODUO
testemunho.
2 COM FILIPE
DIZEMOS:
"VEM E V"
os homens.
6- ) Mas quem aceita o con \i:~ ....
CONCLUSO
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
.= ~ ;; studar,
Rubens J. Ogg
So Loureno do Sul, RS
=-;;
=-
__
=-
..
v.18: SimoeAndr
2'.'.:
CONTEXTO
Esse texto marca o incio do ministrio de Jesus na Galilia ( v.14 ). Logo aps
esse texto comeam os relatos dos milagres de Jesus, que a nfase do evangelho
de Marcos.
Interessante: Jesus no inicia seu ministrio sozinho. Ele "chama" quatro de
seus discpulos para irem com ele.
Dentro do ano da igreja estamos vivendo o perodo de Epifania, onde lembramos
de forma especial a manifestao de Jesus para os gentios, para os povos e para os
discpulos. Essa poca e esse texto so timos para enfatizar o "Cristo para Todos",
a misso da igreja.
..
muito importante citar a relao ntima do texto do AT desse domingo ( Jn. 3. 1-5,
10) com o evangelho. Os ninivitas levaram a srio a Palavra de Deus, mesmo que em um
segundo momento. Arrependeram-se, por causa da pregao de Jonas, e Deus se
agradou muito da situao.
'IEXTO
v. 14: K7]puaawv - proclamar.
O ministrio de Jesus proclamar o Evangelho de Deus. Essa proclamao
que leva ao arrependimento e que faz discpulos.
v. 15: f-1,fTaVOfLTf" arrepender e TWrfUfTf .. crer.
Essas formas so dois imperativos de Deus aos homens, e o tempo presente
enfatiza o que Deus quer dos homens a cada dia: arrependimento da vida de erros/
pecado ef no Cristo Salvador, o Evangelho encarnado.
v. 17: Tm7)aw
farei.
INTRODUO
Nas "guas do mar da \::..:
lanada para capturar as p~ss
queremos pescar outros m2.:o
.. -
v. 18:Simo e Andr deixaram - aifm7lJ.L - tudo para trs e seguiram - aKOAOOOf{;) - a Jesus,
como discpulos. Eles aderiram, ligaram-se intimamente com Jesus. Essa uma exigncia
bblica para ser discpulo: necessrio estar intimamente ligado com o Mestre Jesus.
10
Podemos tirar daqui um ensinamento muito importante: precisamos ter hoje um bom
material de pesca, bem cuidado, em ordem, para sermos bons "pescadores de pessoas".
v. 20: Tanto esse versculo como o v.17 trazem o advrbio
c:-.
orr
ww enfatizando
como a caminhada do discpulo com o Mestre: aps ele, sempre. Jesus quem faz
a frente. Os discpulos seguem os seus passos .
PROPOSTA HOMILTICA
Tema: Pescando para Jesus.
:"J';
. __ ~-. }CIo.
.:iamado
e da mudana de vida
_~ e Simo, bem como todos os
.c
INTRODUO
Nas "guas do mar da vida" onde estamos, h muita armadilha sendo
lanada para capturar as pessoas. Ns fomos pescados pela rede de Deus e
queremos pescar outros mais.
I. Jesus quer "pescadores de homens" na misso.
A. Ele nos torna, nos faz pescadores, a exemplo dos discpulos.
1) Deixam tudo para trs e seguem a Jesus, vo aps ele.
B. Para proclamar arrependimento e f.
1) Mensagem do "Cristo para Todos".
11.Da melhor forma possvel, com os melhores equipamentos de "pesca".
A. Palavra e Sacramentos: equipamentos dados por Deus
1) De forma atrativa, contextualizada e dinmica
2) Atravs desses meios o Esprito Santo traz os "peixes/homens"
para a rede do reino de Deus.
CONCLUSO
Nas "guas do mar da vida" ns vamos avanando como pecadores de Jesus,
gratos por ele nos ter feito seus pescadores e cada vez com mais vontade de levar
Cristo para Todos .
Aurlio Leandro Dali'Onder
Ribeiro Preto - SP
229
INTRODUO
A percope inicia com o primeiro versculo (V) do Evangelho de So Marcos.
Com isso oportuno sublinhar, no contexto maior, algumas informaes sobre a
pessoa e o Evangelho de Marcos. Adiantamos, tambm, que escolhemos a pregao
de Cristo como tema do sermo. No texto da mensagem do dia, examinaremos,
especialmente, os conceitos de pregao, ensino, autoridade, arrependimento,
evangelho e perdo.
CONlEXTO
Marcos um personagem bonito, querido e com os ps no cho. Ele merece
destaque na abertura da histria da igreja do Novo Testamento. Marcos o autor do
Evangelho que leva seu nome. Ao lado de Mateus, Lucas e Joo, pois, um dos
quatro evangelistas. Mas Marcos no faz parte dos 12 apstolos escolhidos por
Cristo. Era de Jerusalm, a capital religiosa e teolgica de Israel, e na casa de sua me
Maria, a igreja do Novo Testamento realizava ofcios religiosos (At 12.12). Foi
companheiro de Paulo e Barnab na primeira viagem missionria (At 12.25). Houve
um atrito com Paulo, e Marcos voltou para casa. Desaparece por um perodo de dez
anos. Euzbio, em sua Histria Eclesistica, faz uma colocao interessante: "Marcos,
tendo-se feito intrprete de Pedra, escreveu com exatido, se bem que sem respeitar
a ordem dos fatos, quando ele se lembrava das coisas que o Senhor disse e fez".
No se sabe o tempo, o lugar e o modo de sua morte. Quando Paulo se encontra na
priso de Roma, manda chamar "Marcos porque me til para o ministrio" (2 Tm
4.11). Houve reconciliao. Pois este Marcos "um dos homens que falaram da
parte de Deus movidos pelo Esprito Santo" (2 Pe 1.21), ao escrever o Evangelho de
Marcos.
O Evangelho de Marcos tido como o primeiro livro do Novo Testamento. o
mais breve dos quatro Evangelhos. Tem um estilo vivo e vigoroso, de frases curtas
e precisas. No um historiador preocupado com biografias, mas um narrador que
usa um '~ornalismo moderno e dinmico". Algum que conta fatos, sempre tendo
pressa. Mas ele extremamente exato, respondendo sempre as grandes perguntas
diretivas: Quando? Onde? Que? Como? Quem? Por qu? Para qu? Marcos tem
pressa e corre - com urgncia que precisa divulgar sua mensagem. Marcos no
escreve para judeus, mas para gentios. Provavelmente de Roma para os romanos.
Acredita-se que foi escrito antes de 70, ano da destruio de Jerusalm. Lendo todo
o Evangelho, fica muito claro que Marcos teve um grande propsito com o seu
230
_
e
I-
_,
-=- ~
Em nossapercope.
J~,~: -
pois:
o qu?
I. A Mensagem do Al'!'i'c~c
1.
2.
3.
Contexto da percc~~
Pregao e AutoricL<:~
Arrependimento
4.
Mini-aplicao: ".~~~::~- .
lI. A Mensagem
1.
2.
3.
do Du;'"
Ilustrao: Paulo ~m R:' Evangelho e seus ':;:- .. c .
Mini-aplicao: D~:.::.; ,
(cf. Art. Esma1cald" ..:~
CONCLUSO
Nossa misso como igrej.::. - Mt 26.18-20
-Mc16.15
- Fp 2.5-11
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
o qu?
_ .~~radvel e feliz notcia. o
- ::::-,-,preum grito de vitria, de
~:-:~Jre divulgar as boas, grandes
-::"5 derrotados. a mensagem
~.5.meroda perfeio; em Me, o
: . ::.angelho - "Cristo" aparece 7
: ::~undo contedo do sermo de
_::.iie: Do Evangelho.
I. A
1.
2.
3.
4.
I!. A
1.
2.
3.
(Y.4,25)
CONCLUSO
Nossa misso como igreja: "Toda lngua confesse que Jesus Cristo o Senhor".
- Mt 26.18-20
-Mc16.15
- Fp 2.5-11
Os outros precisam ficar admirados e perplexos com o nosso ensino, testemunho e pregao.
..
QUINTO
CONTEXTODAPERCOPE
Este texto situa-se no ministrio de Jesus na Galilia. Chamam ateno os diversos
milagres de Jesus no incio do seu ministrio nesta regio. Jesus faz uma pregao
de impacto e cura um endemoninhado, causando grande admirao em Cafarnaum
(Mc 1.21-28), segue a isto a cura da sogra de Pedro e de muitos outros (vv. 32-34),
a cura de um leproso (vv. 40-45), e a cura de um paraltico (Mc 2.1-12). O pecado traz
consigo o squito do sofrimento e da morte fsica, como diz Paulo em Rm 6.23: "O
salrio do pecado a morte, mas o dom gratuito de Deus a vida eterna, em
Cristo Jesus, nosso Senhor". Com estas curas Jesus est mostrando que as
muitas enfermidades, fsicas, morais e espirituais desta regio e do mundo inteiro
so conseqncia do pecado, e, como o povo necessita de um Salvador! Porm
quando o povo se prende ao que temporal, i. , a cura do corpo, Jesus deixa claro
o seu poder e coloca a pregao acima dos milagres, retirando-se dali e indo a
outros lugares a fim de pregar (vv.38, 39).
TEXTO
Olhando este texto, da forma como o Dr. Martinho Lutero aconselha a orar os
Dez Mandamentos, percebemos que temos uma bblia que fala. Ele diz: "Pego um
ponto depois do outro, para que fique inteiramente livre para orao (o quanto
isso for possvel), fazendo de cada mandamento um quadrado ou uma coroa
tranada quatro vezes, ou seja: tomo cada mandamento primeiro como um
ensinamento, como ele na realidade o em si mesmo, e reflito sobre o que o nosso
Senhor Deus nele exige de mim com tanta seriedade; em segundo lugar, fao dele
uma ao de graa; em terceiro lugar, uma confisso, e em quarto, uma orao ... "
(Obras de Lutem Vai. 5. p.140). Recomendamos uma leitura do texto deste modo.
Destacando em cada v. a doutrina, ao de graa, confisso e orao, dependendo
do tempo da nossa meditao, teremos algo semelhante a isto:
V 29 - "E, saindo eles da sinagoga,joram,
a casa de Simo e Andr."
1) Doutrina: Jesus acompanha os seus discpulos para fora do templo. Jesus est
sempre conosco, no s na igreja, mas tambm fora dela. Jesus quer entrar em
nossas casas. Jesus foi fazer uma visita a uma mulher enferma. (Sabemos,
atravs da leitura corrida da percope, que a sogra de Simo estava doente).
234
2) Ao de graa: les:>
Sou grato pela sua. ~,
procurado ou solicil2.~, ,-_~ __.
3) Confisso: Reconne~Senhor aps o culto e = '-:- - '
como se Cristo tivesse :, :',_ para as pessoas necess::~~_
4) Orao: Senhor, ajud3.-r:e c_<
tua presena. Quere \',::
palavras certas para c
_
no ter dado atenc ~
=
Sim[j;,
respeito dela."
1) Doutrina: Simo e Ar,i:-: c __
uma intercesso. Ora:!::
2) Ao de graa: Que ;T,':'::'
quem podemos recor: ';r c
necessidades. Louvad: 'e
3) Confisso:
Sou fiel::::
-- desempregados, neces,:::, preguioso em minhas ::.:.~- -: 4) Orao: Rogo-te, meu De _:
despertes em mim o es;:f-:-pelo prximo. Amm.
V 31 - "Ento, aproximalu:kela a servi-tos." (Pode-:::..-=
1) Doutrina: Jesus atend-: :.:
pelo Senhor: servir. O, ';em resposta natural d.:. ::c::
2) Ao de graa: No te:,~__
me livrou da morte e d~ : minhas foras que ele ~_-:'; - 3) Confisso: Confess,irmos que me trouxerl:~_ nos meus prprios af"zer:: : __
ingratido e minhas d-::':'; =
4) Orao: Agradeo-'e :::c
restabeleceste a minn::
que oram por mim.
servir a ti e ao meu pr"Poderamos prosseg-.;-
Igreja Luterana
?:6 EPIFANIA
c :
- N 2 - 1999
V30 - "A sogra de Simo achava-se acamada, com febre; e logo lhe falaram a
respeito dela."
1) Doutrina: Simo e Andr falaram a Jesus a respeito da mulher doente. Houve
uma intercesso. Orao.
2) Ao de graa: Que maravilha! Temos um Senhor presente, ao nosso lado, a
quem podemos recorrer em orao. Temos a quem recorrer em nossas
necessidades. Louvado seja Deus por escutar os nossos anseios .
3) Confisso:
Sou fiel na intercesso?
Lembro-me dos doentes, aflitos,
desempregados, necessitados, em minhas oraes? Confesso que tenho sido
preguioso em minhas oraes pelo prximo.
4) Orao: Rogo-te, meu Deus, pelas pessoas que esto doentes ... e para que
despertes em mim o esprito de intercesso. Que eu no seja preguioso em orar
pelo prximo. Amm.
V 31 - "Ento, aproximando-se, tomou-a pela mo; e afebre a deixou, passando
ela a servi-los." (Poderamos dividir este v. ao meio)
1) Doutrina: Jesus atende as oraes. A atitude daqueles que so beneficiados
pelo Senhor: servir. O servir aqui uma prova de que estava curada e se torna
em resposta natural da cura. O significado de "servo".
2) Ao de graa: No tenho o suficiente para agradecer e bendizer o Senhor. Ele
me livrou da morte e da condenao eterna. Agora quero servi-Io com todas as
minhas foras que ele me concedeu.
3) Confisso: Confesso que no tenho servido ao Senhor e aos discpulos e
irmos que me trouxeram o Senhor e intercederam por mim. Tenho pensado mais
nos meus prprios afazeres servindo a mim mesmo. Confesso meus pecados de
ingratido e minhas deficincias no servir ao Senhor e ao meu prximo.
4) Orao: Agradeo-te, Senhor, porque ouviste as oraes dos teus servos e
restabeleceste a minha vida mediante o teu poder. Agradeo porque h pessoas
que oram por mim. Ajuda-me a orar tambm pelos outros. Quero, em gratido,
servir a ti e ao meu prximo, assim como a tua palavra me ensina. Amm.
Poderamos prosseguir at o final da percope deste modo. Assim percebemos
235
CONTEXTO
Incio do ministrio de .T,,: _: como quem tem autoridade". TO; ~
nho com o Pai e seu mini:[~:
realiza na regio de Cafarnaur:'
que causa cimes e medo na: ::...:'
TEXTO
v. 40 : Um homem "coberto
i"
SEXTO DOMINGO
APS EPIFANIA
13 de fevereiro de 2000
Marcos 1.40-45
CONTEXTO
Incio do ministrio de Jesus. Encontra-se na regio da Galilia, onde "ensina
como quem tem autoridade", realiza curas e expele demnios, e fortalece sua comunho com o Pai e seu ministrio, orando. Grande parte do ministrio de Jesus se
realiza na regio de Cafarnaum. A fama de Jesus se espalha em todas as direes, o
que causa cimes e medo nas autoridades religiosas dos judeus.
, c-- ..i-lo.
TEX1D
Igreja Luterana
. N 2 . 1999
consolar de Jesus. Tambm pode ter sido o 'meio' que Jesus usou para transferir o
poder curador ao leproso.
PROPOSTA HOl\Ul.TIC.-'-.
INTRODUO
DE PURIFICAO
e 8.:c"~
-:-:c
i~ aliviar
PROPOSTA HOMILTICA
INTRODUO
Diante do desespero humano, em dias de crise e dificuldade, no faltam missionrios e profetas oferecendo solues milagrosas para todo e qualquer sofrimento,
especialmente os que esto relacionados sade, famlia e emprego. Qual a reao
de Jesus diante do sofrimento humano?
TEMA
JESUS, EM SUA PROFUNDA COMPAIXO
I - est pronto para ouvir e atender nossos pedidos, segundo sua vontade
II - o nico que tem todo poder para curar a lepra espiritual e corporal
- c
':':'-'-1.
__ - ; 2
:: em sociedade; simbolizava a
- 5-8, nesta ocasio era ofertado:
oi"). l tingida de vermelho e um
_or":so curado seus direitos religi-::':rme Lv 14.10-22, se fosse poo :'.::-:nhamisturada com azeite, um
-., pombinhos; se tivesse posses,
-: i~ um ano, trs quilos de farinha
ie azeite.
-2:3. ningum o ocorrido, teve o
: - - 'o comeou a falar muito e a
_ ;:~m que experimentou tamanho
rara o corpo, guardar para si o
239
CONTEXTO
O evangelista tem o claro propsito de apresentar a Jesus como o Filho de Deus,
atravs de suas poderosas palavras e atos. A manifestao da glria de Jesus
240
;',;'05 EPIFANIA
da glria de Jesus
lEMA
O Mdico Pelfeito
O milagre interno, a f que encontra seu grande conforto e se alegra e rejubila ao
ouvir a declarao absolvedora de seus pecados, maior e mais significativo que
qualquer outro milagre externo e visvel.
Mas, o milagre da cura externa (ex.: cura do paraltico), que autentica perante os
homens o nico capaz, Jesus Cristo, por fora de sua Palavra e Obra, de perdoar todos os
pecados, de todos os pecadores. O grande milagre da cura completa, nossa redeno.
O resultado deste perdo conquistado por Cristo que faz digno perante Deus
nosso culto, adorao e ao de graas.
Oriando Nestor Ou
242
OITAVO
[}()Mj
LEITURAS DO DIA
O salmista Davi, no SaIr;; "
dos que o temem. Deus m'S::-::
iniqidades" (v.3). Esta a: .
com gratido a Deus (vv 1 :?
No texto do AT, Os 2.1'"'--1;':
portanto eu vou deixar a Israel s" ._
ento eu mesmo, o Deus da
Ias, pois eu os amo. Nos vers:'...
consoladoras do livro de OsiJ' =.
(a parte ativa exclusivamente :l" ~. ':
eterna. A primeira aliana tan",':',::
ingrato. Ele lembra o que a aI:.:::,:,:,
mesma aliana, Israel, nada tir':':
Deus enumera vrios atribuw;:, :''.;
juzo e justia, mas no senti':: .::: .:_':
declarar justo o malfeitor arfe:' e - .
seu povo a viver (avanar)
Na leitura da epstola, _ .~"
Corinto como sendo uma c:::-:..:.e
pedra, no da letra (isto . n: ..
da lei), mas como carta de Cris:: ':
Os cristos de Corinto, COIT.: _.:.:_
Deus, mas tinham srios pr: ':' eu
congregao revelam tenses e .:' - - CONTEXTO
1- Anterior,
Jesus esta',:
discpulos na com;,::
criticado pelos escr:':,~ .:,
(v.17). Aos chamiconcordando comele' =.:
diante de Deus. c"'::':,, - e pecadores, realiz.:.:-;:.:..::c:
"nD
OITAVO DOMINGO
APS EPIFANIA
::i~.apenas
Orlando Nestor Ou
27 de fevereiro de 2000
Marcos 2,18-22
LEITURAS DO DIA
ASPECTOS PRTICOS
Pensamento central, ..i. ::;,
obras da lei.
Objetivos: Viver a nm,. - ,~'- ~~
Molstia: A falsa santi.j::j:
Meio: O sofrimento e 2::-c:':-:'; :
que Deus manifesta o seu p :2: '
comunho com Cristo nos :~'--= '-::Deus. A comunho com C~:'
preciosos meios da graa: P,-:,-' ': ::'
Na Santa Ceia entramos em _ ,- -DISPOSIO / INTROm'C;c
Edifcio com o fundame:::
TEMA
CONCLUSO
Filme "Um drama em ::::-..
problema no corao. Outrc :'"~,, _ ,
crebro. Ambas as crianas :'': .- ::de corao com sucesso. Qu:::-:..:.:. ':o
avanar na vida com gratiei~:; .:
apenas doou o seu corac. ::-,:;::
Podemos agora avanar c:'::-, ;:-:::.
Ou
lEMA
Busquemos a Cristo
I- Para tirar as d\'id,,:.
II- Para receber orier.-:;::~,
ill- Para viver com ale;;:-::::.
.. =~'S
e/ou prticas de Jesus. Faz-se necessrio rechaar o velho vestido das obras,
e vestir em seu lugar o novo vestido da justia de Cristo.
v'22. Um odre era a pele completa de uma cabra. Jamais se pode deixar vinho novo,
que segue fermentando-se e causa presso, em odres velhos e secos, pois o
resultado seria desastroso. Jesus no nenhum insensato que trata de combinar
as antigas prticas farisaicas com a gloriosa nova doutrina da graa e f. Faz-se
necessrio lanar fora todo o velho farisasmo com toda a sua prtica, e aceitar
somente as novas normas de vida que enquadram dentro da nova doutrina .
ASPECTOS PRTICOS
Pensamento
obras da lei.
Objetivos: Viver a nova vida em Cristo com alegria e avanar com gratido a Deus .
Molstia: A falsa santidade, as observncias exteriores, todo o velho formalismo.
Meio: O sofrimento e a morte de Cristo. Somente atavs da pregao da cruz
que Deus manifesta o seu poder para a salvao naqueles que crem (Rm 1.16). A
comunho com Cristo nos traz alegria e, assim, podemos avanar com gratido a
Deus. A comunho com Cristo se d pela ao do Esprito Santo atravs dos
preciosos meios da graa: Palavra de Deus e Sacramentos (Batismo e Santa Ceia) .
Na Santa Ceia entramos em comunho com o corpo e o sangue de Cristo.
DISPOSIO / INTRODUO:
Edifcio com o fundamento arruinado
TEMA
CONCLUSO
Filme "Um drama em famlias". Um casal estava esperando um filho, mas com
problema no corao. Outro casal estava esperando um filho, mas com problema no
crebro. Ambas as crianas teriam poucos minutos de vida. Foi feito o transplante
de corao com sucesso. Quanta alegria por parte da famlia beneficiada! Poderiam
avanar na vida com gratido famlia doadora, e foi o que fizeram. Jesus no
apenas doou o seu corao, mas toda a sua vida para nos dar a alegria da salvao .
Podemos agora avanar com gratido a Deus!
Ou
TEMA
Busquemos a Cristo
TPara tirar as dvidas
novo. O vestido velho o judasmo
, e os fariseus haviam feito com com
:~alismo, as observncias exteriores,
. 'udo isso com uma parte dos ensinos
5 de maro de 2000
CONTEXTO
A temtica do dia no Ano Eclesistico
A festa da Transfigurao marca a transio entre o perodo de Epifania (ao qual
pertence) e a Quaresma, que introduz de forma muito prpria. Na Epifania lembramos
a manifestao de Jesus ao mundo. A transfigurao mostra quem Jesus - o
glorioso Filho de Deus; com isto, ilumina todo o perodo da Quaresma, mostrando
que o "homem de dores e que sabe o que padecer" no uma "vtima" das
circunstncias. Ele o Senhor que deixa de usar plenamente os poderes, glria e
majestade que so Seus, para dirigir-se ao Calvrio. A Transfigurao de Jesus nos
ajuda a "ler" o tempo da Quaresma com a nfase prpria do "Deus na cruz meu
amado" (Hinrio Luterano, 82:1).
o texto
no seu contexto
246
p:
'5 EPIFANIA
cena como uma manifestao da "Sua majestade, ... honra e glria" (2 Pe 1.17). Em
meio ao Seu ministrio terreno, mostra aos discpulos Sua "glria como do Unignito
do Pai" (Io 1.14). um momento passageiro, pois a misso est ainda por ser
completada, na cruz e na ressurreio. Isto torna este momento ainda mais especial.
uma demonstrao pequena e passageira da glria a ser revelada, depois da
ressurreio e especialmente em Sua segunda vinda (Mc 13.26).
Vivemos um tempo que combina paradoxalmente os exageros das idias de
um "Cristo csmico", distante da verdadeira humanidade; e da religiosidade
popular, que v no sofrimento de Jesus simplesmente um exemplo para o
sofrimento de um povo em busca de melhores condies de vida. Contra tais
vises equivocadas, a transfigurao de Jesus - valorizado seu contexto - aponta
para o fato de que Ele o Deus-homem, vindo ao mundo com a misso especfica
de redimir a humanidade .
"Elias e Moiss" - possivelmente ningum mais representaria to bem a "lei e os
profetas", o Antigo Testamento, que testifica de Cristo e Sua obra. significativo
que os dois homens tiveram revelao de Deus sobre montes (x 24.15; 1 Rs 19.8s) .
Agora esto diante do Deus humanado, em um monte. Vale lembrar tambm que os
dois tm importncia singular na perspectiva escatolgica do Antigo Testamento.
Ambos so mencionados nos ltimos versculos do Antigo Testamento (MI4.4-6).
E sabido que os judeus levavam a srio a palavra sobre a vinda de Elias (Mc 9.11).
Tanto Moiss como Elias proclamaram o reinar de Deus em meio a uma poca de
autoritarismo pago (Fara; Acabe), de ameaa contra a Igreja de Deus. Pelo ministrio
de ambos, ficou evidenciado ao povo que Deus reina, com poder e fidelidade s
Suas promessas. A presena dos dois homens no monte da transfigurao marca a
presena do reino de Deus na terra; no atravs deles, mas dEle, o Rei encarnado. A
presena destes grandes homens de Deus do Antigo Testamento testemunha a
respeito de Jesus. E nos lembram que precisamos ler o AT luz da vida e obra de
Cristo .
"Bom estarmos aqui" - a sugesto de Pedro, de fazer tendas, parece tentativa
de eternizar aquele momento. Antes de critic-Io, precisamos concordar com Pedro
que um momento assim deveria ser eterno. A frase de Pedro se aplica ao culto da
Igreja, onde "Moi ss e Elias" esto presentes na proclamao da palavra proftica
e apostlica; mas sobretudo, Cristo est presente, na Palavra, pela Palavra e no
Sacramento. "Bom estarmos aqui" particularmente significativo no contexto da
Santa Ceia, celebrada aqui, mas apontando para a Ceia celestial, onde ser sumamente
bom estar e, melhor que a transfigurao, ser eterno!
"A Ele ouvi"- "continuem a ouvi-lo", o que diz o Pai. Este o ponto alto do
texto para os discpulos (e os leitores e ouvintes). Deus se dirige a ns, que estamos
diante do fato maravilhoso da transfigurao. O que importa para a Igreja ouvir a
Cristo. Por vezes corremos o risco do ativismo. preciso, no entanto, valorizar
sempre mais o ouvir a Cristo. Em Sua palavra temos perdo dos pecados, alimento
para a f e renovao da alegria, esperana e amor.
247
PROPOSTA HOMILTICA
lEMA
PRIMEIRO
CONTEXTO
TEXTO E COMENTliC)
Jesus foi batizado e prc~.'.: c..
dele e o capacitou com o pede::
encontrou-se com o inimigc -
- .
., :qui"
ser glorioso
:" Jesus, na Palavra e Sacramento
::-,,:-,to
CONTEXTO
O relato da tentao de Jesus acontece no incio de seu ministrio, e os
evangelhos o apresentam logo aps o batismo, com exceo de Lucas, que
intercala a tentao na genealogia de Jesus. Aqui, bem no comeo de seu
ministrio adulto, o Filho de Deus luta contra o grande inimigo. Isto no quer
dizer que no tinha havido ataques anteriormente, e sabemos que os houve
depois ( Mt 16.23; Lc 22. 28). Mas este ataque foi algo de especial. Foi uma
tentativa de derrotar o Messias, bem no princpio de sua atividade pblica
como o Salvador do mundo.
TEXTO E COMENT.RIO
Jesus foi batizado e preparado para assumir a sua obra. Seu Pai agradou-se
dele e o capacitou com o poder do Esprito Santo. Quando estava comeando a agir,
encontrou-se com o inimigo. Depois do batismo - a tentao.
V. 12: Eu8uC; - "e logo - imediatamente", mostra a urgncia, um sentido de
ao imediata, pressa. Tambm o verbo: EK~a,,o- "lanado fora, expulso",
traz um sentido de urgncia, no h tempo a perder, exige urna ao
imediata. "Jesus lanado para fora, expulso para o deserto onde Satans
o enfrenta".
Nas trs verses da tentao de Jesus, a de Marcos a menor, um resumo
apenas, mas usa um termo muito forte: "expulso". Mateus j usa outro termo,
mais suave: aVTlx8T1 - "foi levado at" (4.1) e Lucas usa: T1YE'W - "foi guiado"
(4. 1). So termos que no mostram tanta dureza.
EPTlIl0C; - "para dentro do deserto", lugar sem amigos, sem nenhum recurso,
sem assistncia, lugar onde se est a ss. Nota-se que deserto, solido, estar s,
nenhum ser humano por perto, somente animais selvagens, combina muito bem
com a tentao.
Foram 40 dias, exposto ao inimigo pior: Satans.
V. 13: TCElpaSOIlEvoC; - "sendo tentado, provar, testar", usado aqui para uma
solicitao real para a prtica do mal. O prprio Satans veio testar a Jesus.
Isto mostra que no devemos esperar caminho mais suave se formos fiis.
Nossas tentaes talvez sejam diferentes, em outras formas, pois cada um
tentado pela sua prpria cobia (Tg 1.14). A tentao real e potencialmente
249
V. 15: "O tempo est cumprido, e o reino de Deus est prximo, arrependeivos e crede no evangelho." Almeida Revista e Atualizada.
"Chegou a hora, e o Reino de Deus est perto. Arrependam-se
pecados e creiam na mensagem da salvao." B.L.H.
dos seus
Arrependimento me~.::.
no andar mais nos cai",;;_
evanglica, que descobre : :c:,
a pessoa a Deus. Atn,\ ~o .=:c
Deus em Jesus Cristo:
cristo a bandonar seus: .::r',
caminhos do perdo, da r:.:: _
Satans a nossa vitri.::, .:.
porque "o tempo est cure:,:,:.::
fala: "Arrependa-se e :r:::c
arrependimento e f.
PROPOSTA HOJ\1ILTIC-"~
'?
'::::
250
:i do Esprito.
Deus, para a perdio, para o inferno. Mesmo o cristo, seguidamente faz isso:
quando sonega, mente, odeia, inveja, corrompe ...
Parte da tentao
~:uce dela interna. Exteriormente
~-,--;-,.
isto , forte desejo ou vontade
PROPOSTA HOMILTICA
o que nos d
poder?
1S
dos seus
e
Edemar
Zenkner
Schroeder,
se
CONTEXTO
Este texto exibe um quadro novo na revelao de Jesus Cristo. O seu propsito
tornar inteligvel o que significa ser o Messias e o que espera dos que querem
segui-Io. A origem desta inteno est na confisso de Pedro em Me 8.29: "Tu s o
Cristo!" Ao anunciar que no caminho da exaltao h os passos inevitveis da
humilhao, o nimo e a coragem dos discpulos do lugar ao vacilo e confuso
(8.32). Os discpulos recebem alimento slido. Nas outras duas ocasies em que
Jesus faz declaraes sobre a sua obra sacrificial (Me 9.30-37 ;10.32-45), ele aponta
os passos da renncia e da humildade tambm na vida crist.
TEXTO
Ao associar este texto com a declarao de Pedro em 8.29, pode se concluir que
a confisso por si s no garantia de nada e insuficiente para estabelecer a f
crist. Marcos traz Jesus mais perto de Jerusalm, onde o Filho do Homem cumprir
seu destino messinico, enquanto Jesus conduz seus discpulos a refletirem sobre
as dimenses desta misso, bem como das conseqncias em ser um cristo fiel.
V. 31: O que Jesus somente havia proclamado de maneira velada (2.20) e que
procurava esconder (1.44; 5.43; 7.36), mas que os demnios j sabiam (1.24;
3.11), agora ensinado explicitamente. O Filho de Deus comea a instruir seus
discpulos da necessidade de seu sofrimento, rejeio e morte. Na filosofia o
verbo El, necessrio, expressa a necessidade lgica ou cientfica, alm de
exprimir obrigaes religiosas ou ticas (Bromiley, Geoffrey. TDNT, p. 140). A
paixo a lgica de Deus e a obedincia irrestrita do Filho vontade do Pai.
Ao profetizar a iminente "tragdia", Jesus no est apenas fazendo um registro
antecipado da histria, nem prevendo um acidente de percurso, mas fornecendo
a certeza de que os eventos relacionados com ele so aqueles que Deus Pai
programou. Por trs do acontecimento histrico est um, s vezes imperceptvel,
plano de Deus.
o FILHO DO HOMEM
Este ttulo de uso exclusivo de Jesus tem como pano de fundo Dn 7.13-14. L,
o Filho do Homem descrito como um ser celestial investido de autoridade, glria e
cujo reino no tem fim. S que esta figura recebe agora cores extremamente paradoxais.
O homem da glria e domnio eterno se aproxima da vergonha e rejeio, uma
aparente runa, ainda que em seu vaticnio tambm transparea a vitria.
252
A CRUZ DO CRISTO
A cruz do cristo pode ::"
sofrimento do dia a dia. As::::-:vergonha, a fraqueza e a ind:.;' _
assim a cruz do cristo no c :c::
-.
L:.
:='edro
em Me 8.29: "Tu s
os passos inevitveis da
_.:gar ao vacilo e confuso
_.:tras duas ocasies em que
~-';.30-37;10.32-45), ele aponta
_.: :::rist.
V. 33: Jesus no explica, nem justifica; ele simplesmente afirma que a cruz est na
programao de Deus. A "reprogramao" de Pedra considerada como uma
tentativa de Satans em frustrar os eventos que conduziro o Filho do Homem
sua entronizao como salvador e juiz. A morte de Jesus to central no plano
de Deus, que tentar impedi-Ia fazer a obra do prprio Satans.
-n1
V. 34: A audincia agora aumenta, mas a mensagem outra vez alimento consistente.
Ao chamar a multido, Jesus demonstra que as condies para segui-Io so
relevantes para todos os cristos. A exigncia da auto-renncia e da cruz no se
estende somente aos lderes da igreja, mas a todos os que confessam Jesus
como salvador. No apenas assistir, mas crescer na f tambm no sofrimento
(l Pe 4.13-16; 1 Co 1. 26-29; 2 Co 12.7-10 e 1 Pe 4.12).
A
CRUZ DO CRISTO
A cruz do cristo pode ser mal entendida quando ela identificada corno um
sofrimento do dia a dia. Assim como a cruz em si no foi a cruz de Cristo, mas a
vergonha, a fraqueza e a indignidade que o acompanharam na trajetria ao Calvrio,
assim a cruz do cristo no qualquer at1io, mas o sofrer por amor a Cristo.
__ e JS
LEITIJRASDO DH
SI 19.7-14 - O ttuL:
evidentemente, caracteriza", .:.
SENHOR" deve ser entendi,::.',_: - O motivo bvio: a lei no Te,:.:..
prpria do evangelho. A k: ,:::manual de Instruo de C:.~
espiritual natural do ser hu:n_'f._
pelo evangelho que pode e'
pensamentos agradveis r:.. rT.
Rocha e seu Redentor.
x 20.1-17 -O "locus~::,,,
divina. Alm de servir com: e'
serve como norma/caminhe c=-__
evangelho do SENHOR. Ci'::
comportamento exemplar ir: Te:'
hipcrita; mas todo aquele quc '
ter certeza de que vive em "fel.:..
esperar com fidelidade a De'.:s cobra de Cristo em nosso fEl' < :
254
LEITURAS DO DIA
SI 19.7-14 - O ttulo deste salmo em ARA bem apropriado. Os vv. 7-14,
evidentemente, caracterizam a "excelncia da palavra de Deus". A expresso "lei do
SENHOR" deve ser entendida como "a palavra de Deus", o que inclui lei e evangelho.
O motivo bvio: a lei no restaura o homem na presena de Deus, pois a restaurao
prpria do evangelho. A lei, como explica a pergunta n. 108 do nosso tradicional
manual de Instruo de Confirmandos, apenas diagnostica a deplorvel situao
espiritual natural do ser humano, e o condena. Por isso, apenas quem foi restaurado
pelo evangelho que pode esperar em Deus e ser-lhe fiel, tendo no corao
pensamentos agradveis na presena do SENHOR, pois este passou a ser sua
Rocha e seu Redentor.
x 20.1-17 - O "Iocus classicus" do Declogo nos faz pensar nas funes da lei
divina. Alm de servir como espelho revelador do problema espiritual humano,
serve como norma/caminho em que andar todo aquele que foi restaurado pelo
evangelho do SENHOR. Uma coisa certa: nem toda a pessoa que apresenta um
comportamento exemplar foi restaurada por Deus, pois pode tratar-se dum belo
hipcrita; mas todo aquele que vive longe do caminho dos Dez Mandamentos pode
ter certeza de que vive em "fel de amargura e lao de iniqidade" (At 8.23). Portanto,
esperar com fidelidade a Deus envolve duas coisas inseparveis: a f (confiana na
obra de Cristo em nosso favor) e o amor (obedincia, fidelidade a Deus).
1 Co 1.22-25 - Pregar a Cristo muito escandaloso. Imagine s: anunciar ao
povo que a vida eterna dada aos que confiam no sacrifcio que o Deus-Homem
realizou em nosso favor quando morreu e ressuscitou. O homem em seu estado
espiritual natural nada sabe nem quer saber disto. Pois o saber do homem natural
no admite que Deus seja Deus. No apenas ignora as conseqncias da lei divina
como espelho. Ignora o evangelho, transformando-o em veneno (a graa barata). E
ainda mais: mesmo quando a lei -lhe anunciada, desesperando-o, no consegue
por si mesmo atinar com o evangelho, pois a salvao no Cristo crucificado pertence
revelao e no filosofia. Ser fiel a Deus, portanto, significa permanecer com a
loucura da pregao da sabedoria de Deus.
TEXTO
"Jesus vai aotemplo" (BLH); "A apresentaodo Filhode Deus no templo em JelUsalm"
(A Bblia Anotada Ryrie); "Jesus purifica o templo" (Shedd): ttulos complementares.
255
VEMANSTAMB"L
VEM
VEM
VEM
VEM
1.t~'-_~
PURIFICAR!
COM O TEU ZEL _
COM O PODER =,~_ -:RESTAURAR, \ 'E>: -
Igreja Luterana
- N 2 - 1999
VEMANSTAMBM,JESUSl
VEM PURIFICAR!
VEM COM O TEU ZELO AMOROSO!
VEM COM O PODER DA TLJARESSURREIO!
VEM RESTAURAR, VEM TRANSFORMAR!
lvo Dreyer
Schroeder,
se
257
INTRODUO
O Evangelho de Joo diferente dos outros. Neste Evangelho Jesus
apresentado como a Palavra de Deus, o Verbo divino, que existiu desde a eternidade
com Deus e que se fez um ser humano, mostrando assim o amor e a verdade de
Deus. O autor diz que o propsito deste Evangelho fazer que os leitores creiam
que Jesus o Messias, o Filho de Deus, e que, por meio desta f, tenham vida
(20.31).
DESTAQUES DO TEXTO
]. A percope indicada para este dia contm a continuao do dilogo entre Jesus
e Nicodemos, iniciado em Joo 3. 1 e ss. Um dilogo interessante do Mestre
Jesus com um Mestre em Israel- Nicodemos, que segue o episdio da purificao
do templo e as Bodas de Can, extremamente didticos para a igreja. O assunto
principal comea com a necessidade de "nascer de novo". Nicodemos no
compreendera o ensino sobre o novo nascimento. Jesus recorda um episdio
que certamente estava registrado na mente de todos e de Nicodemos tambm:
como os israelitas, na sua viagem pelo deserto, foram atacados por serpentes
abrasadoras. Moiss intercede por eles junto a Deus, so orientados a mirar uma
serpente de bronze e ento ficariam vivos. A serpente erguida no meio do arraial
figura do Filho que seria levantado na cruz. Mirando a serpente - nova vida comear de novo. Comear de novo, superar dificuldades, vencer barreiras
possibilidade oferecida pela ao da graa divina. Com a graa divina, a pessoa
humana pode iniciar nova existncia. A propsito do lema para este ano, s a
258
=- .
~J.QUARESMA
,:
1.
n.
No perece
Tem a vida eterna
a)
1.
n.
c) JESUSALUZDOMUNDO
1.
n.
o.:
QUINTO
TEXTO E CONTEXTO
lXurol
' ..
=-,
QUINTO
DoMINGO NA QUARESMA
Joo 12.20-23
9 de abril de 2000
TEXTO E CONTEXTO
_:rn a verdade
:::,\as
Talvez a primeira reao diante do texto do Evangelho para este Domingo seja,
compreensivelmente,
conferir as demais leituras sugeridas. Alis, todas muito
promissoras. S151.1 0-13, usado na liturgia, Jr 31.31- 34, que leva ao centro da teologia
luterana, e Hb 5.7-9, comentrio clssico sobre o sacrifcio de Cristo, todos encaixam
perfeitamente no esprito da quaresma. Diante de tantas opes, por que escolher o
Evangelho? Afinal, trata-se de uma percope que oferece mais perguntas que
respostas. Ta1vezjustamente esta seja uma boa razo para escolh-Ia - afinal, nossa
tarefa justamente fazer este texto falar para a Igreja!
primeira vista, a percope parece no fazer sentido. Antes da declarao de
Jesus, ponto crucial da percope, -nos dito que alguns gregos estavam em Jerusalm
para adorar no templo durante a pscoa e pediram a Filipe para ver Jesus. Filipe fala
com Andr, Andr e Filipe falam com Jesus ... e Jesus responde-lhes. Simples, no
fossem duas perguntas nossas que o texto no responde: 1) Para quem Jesus responde? 2) A que pergunta Jesus responde?
Os gregos ("EUi)Vf - provavelmente judeus da disperso ou ento proslitos,
pois estavam entre os que vieram para adorar durante a festa) s aparecem em uma
outra passagem dos evangelhos: Jo 7.35, onde os judeus perguntam-se "ser que
ele pretende ir para os da disperso, ensinar os gregos?" No entanto, so os gregos
que vm at Jesus, como que confirmando a observao dos fariseus no v. 19:
"vejam, o mundo est indo atrs dele!" A busca de Jesus pelos gregos climtica:
primeiro foram os discpulos de Joo (1.37), depois Nicodemos (3.1ss), o povo da
Judia (3.26), os samaritanos (4.30,40), o povo da Galilia (4.45), o oficial do rei
(4.46ss), o povo da Transjordnia (l0.40s), a multido que viera festejar a pscoa em
Jerusalm (l2.11s) - ou seja, todo o Israel e as naes buscam a Jesus (cf. Is 49.6).
Claro, h excees - Jesus rejeitado pelos lderes religiosos (5.40; 7.48). Tambm
esta rejeio atingira o seu clmax (11.47ss), deixando um clima tenso no ar, no qual
o confronto torna-se inevitvel.
CnToKpvaca
IXUro7. (v. 23) - A quem Jesus dirige as palavras que seguem? A
Filipe e Andr? Aos gregos que o buscavam? BLH tenta esconder a dificuldade
omitindo o objeto indireto lhes. Aparentemente Jesus fala aos discpulos, mas neste
caso os gregos teriam, estranhamente, desaparecido sem deixar pistas. Jesus, porm,
nunca deixa de receber os que o buscam (cf. passagens acima): "o que vem a mim, de
261
caminho do sofrimento r
dar muito fruto. Neste :2--:-:::-perguntas, mas no nos T2:
nossa caminhada: a vit:'r:_. __
rumo ao qual avanamc',
:-:-.;:-:_:_
PROPOSTA HOl\IILTIC. ~
: _ "
caminho do sofrimento por causa do Evangelho, onde entregamos nossa vida para
dar muito fruto. Neste caminho podemos no ter resposta para todas as nossas
perguntas, mas no nos faltar o essencial, se no perdemos de vista o destino de
nossa caminhada: a vitria, j conquistada para ns por Jesus, horizonte sereno
rumo ao qual avanamos com gratido a Deus .
PROPOSTA HOMILTICA
DoMINGO
DE
V. 33 - Aqui no se trata=-~ - ~
poupado de real sc:-~c:~:,-
RAMos
escapando da morte.
humano, sentindo
CONSIDERAES
fKeaf.1f3fL aem
CONTEXTUAIS
EXEGTICAS
E HOMILTICAS
SOBRE O TEXTO
Ao estudar e abordar este texto, o pregador pode fazer, para si e para sua
comunidade, um paralelo com a palavra de Deus a Moiss: "tira os teus sapatos de
teus ps, porque o lugar em que tu ests terra santa (x. 3.5). Encontramo-nos em
solo santo: a luta de Jesus no horto.
V. 32: "Chegaram a um lugar chamado Getsmani". O texto paralelo de Lucas acrescenta
a idia de que Jesus foi para este lugar "como de costume" (22.39). Ele no se
esconde, mas procura o lugar de recolhimento para a comunho espiritual com seu
pai, tambm, e especialmente, neste momento, pois no lugar costumeiro pode ser
achado (vejaJo 18.1-2). Sabe que o amigo traidor j est cumprindo seu desgnio.
No desvia da perspectiva da dor e do sofrimento, mas a encara de frente. Ela
pessoal, ela acena a morte, passagem a ser sofrida individualmente. Por isso, a
orao decisiva, a batalha decisiva travada a ss. Aos discpulos, cuja vocao
sempre foi a de "ficarem com ele" (Mc 3.14) diz: "Sentem-se aqui, enquanto vou
orar". Eles vo abandon-Io (v. 27). At os trs mais chegados o deixaro s. Jesus
dever beber sozinho o clice do sofrimento e da ira divina. Ele sabe disso.
264
KC:: ~~:
~
j~,_;
_: - Getsmani. o episdio
: O':O'
braram, e pela revelao
- :_::~oda Santa Ceia. Depois
_ : -'-=.h-eiras, sendo que Marcos
--: ., no caminho: Jesus avisa e
_ ~: todos o abandonaro. Ele
:5O'm e consolo no s para a
reconhece no poder vencer
_ -. _" Jesus em favor de todos ns
:--::do, conquistada aqui com
: ~:. condenao e crucifixo a
.: -O'sus de descer aos abismos
,,_, irmos "fracos na carne" e
- _ :::undo [..,] Morte e ressurreio
:O' :lmor; a glria manifesta da
_ ; -,-[':t:t. como a coluna de Deus no
: '-,Balthazar, p. 43).
__ c -
:';' =
ITLTICASSOBREOTEXTO
-: pode fazer, para si e para sua
.: ::\loiss: "tira os teus sapatos de
_::.-}(x. 3.5). Encontramo-nos em
Literatura
- Balthazar, Hans Urs \0,
Sul: Paulinas, 1969.
- Bonhoeffer, Dietrich
1968.
''.
discpulos adormecidos nesta hora. Eles nada podem fazer. Nada fizeram. O
deixaram s, na hora do choque e do escndalo, cf. Zc 13.7. Ns todos nada
fizemos por ele, ele tudo fez por ns.
:Jrajosas" e "serenas", e
condenado execuo,
:~: J o veneno, e quando seu
Criton, estamos devendo
: ce .estava sendo "curado da
:'
Literatura
- Balthazar, Hans Urs von. O cristo na hora decisiva. C. Ferrrio, trad. Caxias do
Sul: Paulinas, 1969.
- Bonhoeffer, Dietrich. Tentao. E. Bernhoeft, trad. Porto Alegre: Metrpole,
1968.
- Dietzfelbinger, Hermann. Gottes Weg zum Kreuz im Alten Bund. Mnchen, Kaiser Verlag, 1956.
- Grundmann, Walter. Das Evangelium nnch Luka.s. Theologischer Handkommentar
zum Neuen Testament. VoI. m. Berlin: Evangelische Verlagsanstalt, 1984.
267
- Johnson, John F. Abandoned by God? Concordia Joumal, voI. 20, n 1 (January 1994),57.
- Pannenberg, Wo1fuart. Systematische Theologie. Vo12. Gottingen, Vandenhoek
& Ruprecht, 1991.
- Schabert, Amo1d. Das Markus-Evangelium. Eine Auslegung fr die Gemeinde.
Mnchen: Claudius Verlag, 1964.
- Schniewind, Julius. pas Evangelium nach Markus. Das Neue Testament Deutsch.
VoI. 1. Gottingen: Vandenhoeck&Ruprecht, 1958.
Canoas, RS
~.;
..
St:"VT~
CONTEXTO
O apstolo Joo onli:~
Jesus. O julgamento foi ~;:~_
ada: morte de cruz! A m,=:-:;:~ :::
da apenas aos piores crim::', .: .
no em suas mos, mas::';: _=' . :,
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sempre presentes em tais: . .:.:..
TEXTO
V. 17 - Jesus carregou a ,-'
no menciona a ajuda =;: ::
dos outros evangelhc'
ou o lugar da caveir' -.
chamada de Glgota
V 18 - Ele foi crucificad
eram culpados dest.;:s = -'
Jesus se tornou um :I.o:='~.
Ele tomou sobre si a =_
que pode existir, a :I. .o::::=~
ns pudssemos ser s.::::.'
Vv. 19-22- Depois que J;:s..::
discusso a respeito d.-=., .
Nazar, o Rei dos Jud;:.:' .
em hebraico-aramaic,r, :::'':;:,
a lngua do comrcio. e ~~, :.o_=sacerdotes reclamaran-: r ., da cidade e todos
parecia que havia sid= ~_~
Apesar de toda a reclarr' , " __
algo normal, pois onde
ele o fazia. Mas tambm ,<,_ rr~ _ de Deus que este ttulo p;::-r:
crucificado pelos judeus ere, ~_
268
, _
SEXTA-fEIRA
Z'ingfiirdie Gemeinde.
Joo 19.17-30
21 de abril 2000
-_\-eueTestament Deutsch.
DA PAIXo
CONTEXTO
O apstolo Joo omite os insultos e crueldades que os soldados infligiram a
Jesus. O julgamento foi realizado conforme o costume e a sentena fora pronunciada: morte de cruz! A morte mais vergonhosa conhecida entre os romanos, aplicada apenas aos piores criminosos. E assim Jesus foi entregue aos lderes dos judeus,
no em suas mos, mas de acordo com a vontade deles para ser crucificado. A
execuo da sentena, no entanto, fora entregue aos soldados que a executaram
conforme o costume da poca, com todo o requinte de crueldades e indignidades
sempre presentes em tais ocasies.
TEXTO
V. 17 - Jesus carregou a sua cruz at, humanamente, lhe faltarem as foras. Joo
no menciona a ajuda de Simo, o Cirineu, pois este fato era conhecido atravs
dos outros evangelhos. A crucificao ocorreu num lugar chamado de Cal vrio,
ou o lugar da caveira (por causa do seu formato), que na forma aramaica era
chamada de Glgota.
V. 18 - Ele foi crucificado entre dois malfeitores. Homens que cometeram crimes e
eram culpados destes crimes cometidos e mereciam a pena de morte. Assim
Jesus se tornou um malfeitor, tomou o lugar dos malfeitores de todo o mundo.
Ele tomou sobre si a culpa dos nossos pecados e transgresses: a maior vergonha
que pode existir, a maldio e a condenao, tudo estava sobre Ele, para que
ns pudssemos ser absolvidos.
Vv. 19-22- Depois que Jesus havia sido crucificado surgiu uma dificuldade, uma
discusso a respeito do ttulo colocado por Pilatos no cimo da cruz: Jesus de
Nazar, o Rei dos Judeus! O ttulo foi escrito nas trs lnguas usadas na Palestina:
em hebraico-aramaico, que era usado pelas pessoas comuns; em grego, que era
a lngua do comrcio, e em latim, que era a lngua da corte, a oficial. Os principais
sacerdotes reclamaram porque o lugar onde Jesus fora crucificado ficava perto
da cidade e todos podiam ler esta inscrio. E assim como estava inscrito
parecia que havia sido aceito aquilo que Jesus afirmava ser.
Apesar de toda a reclamao, Pilatos no voltou atrs. Esta sua firmeza no era
algo normal, pois onde podia contemporizar para no prejudicar a sua popularidade,
ele o fazia. Mas tambm aqui precisamos enxergar a mo de Deus. Era da vontade
de Deus que este ttulo permanecesse no cimo da cruz. Pois este Jesus que foi
crucificado pelos judeus era, na verdade, o Rei dos judeus, o Messias de Israel. O
269
270
10''-:::
CONTEXTO
Neste que o doming: ::: :
cos 16 ou Joo 20. Man:;c':C: .. '
reao positiva por parI:: .::., -aberto ou "final no feliz'
atemorizadas". J o te:c .::.::"
nmos que, por este moti"
Joo 20.
Existe a possibilidade .; ~,
te para um sermo mais e:o:;--- ,
bm Jo 19.38-42, pois es',~ ::
fundamentais para o
jardineiro (20.15).
C,C __ :-,
TEXTO
Algumas "pitadas"
o::
Igreja Luterana
, -',:asprincipais lnguas
:: ~ra o resgate que todos
._ ~ria ser conhecido por
1 sua confiana no seu
PRIMEIRO
Mario Lehenbauer
Porto ALegre, RS
DOMINGO DE PSCOA
RESSURREIO
00 SENHOR
- .:-:,S,
- N 2 - 1999
CONTEXTO
Neste que o domingo dos domingos, o pregador tem a opo de pregar Marcos 16 ou Joo 20. Marcos 16.1-8 traz a mensagem da pscoa, mas no tem nenhuma
reao positiva por parte dos discpulos ou das mulheres. um texto com final
aberto ou "final no feliz". As mulheres nada disseram a ningum, "pois estavam
atemorizadas". J o texto de Joo 20 registra a f do "outro discpulo" (v.8). Sugerimos que, por este motivo, e tambm por ser a primeira opo, o pregador escolha
Joo 20 .
Existe a possibilidade de estender a leitura at ao v. 18. Isto bom, especialmente para um sermo mais expositvo ou narrativo. Por outro, sugerimos incluir tambm Jo 19.38-42, pois este pargrafo d o contexto e fornece alguns dos elementos
fundamentais para o captulo 20, a saber, o sepulcro (20.1), os lenis (20.5), e o
jardineiro (20.15).
TEXTO
Algumas "pitadas" exegticas, para "abrir o apetite":
V. 1 - a) Maria Madalena a primeira personagem do texto. Alis, uma das caractersticas de Jo 20 a nfase em indivduos (Maria, Pedro, o outro discpulo,
Tom). b) "Foi" traduz EPXErfXL (literalmente, "vai"). As tradues tm "foi",
por verem nisto um presente histrico, que o uso do presente onde se espera
um verbo no passado. O presente histrico empresta vivacidade narrativa.
como se o narrador estivesse vendo a ao no momento em que narra. Joo o
evangelista que mais emprega esse recurso (162 vezes), seguido de perto por
Marcos (151 vezes), geralmente com verbos de ao. c) A pedra no tinha sido
apresentada anteriormente,
V. 2 - a) "Correu" - Esta a primeira vez que algum corre, no evangelho de Joo.
Antes disso, outra Maria tinha se levantado "depressa" (Jo 11.29,31), tambm
num contexto de morte, tmulo, vida. O discpulo amado ganha na corrida (v.4)
e na f (v.8). Pedro, no entanto, a primeira testemunha a inspecionar o tmulo.
b) "Tiraram ....o Senhor" - Jos pediu e retirou o corpo de Jesus (19.38). Aqui
Maria anuncia que tiraram do sepulcro o Senhor. A formulao estranha, to
estranha quanto a de 19.42, onde se l (diferentemente do que traduzido): "ali
... puseram Jesus". c) O "no sabemos" (plural) serve para intensificar o senti271
272
PROPOSTA HOMILTICA
Como pregar esse texto? Como pregar a ressurreio? Algumj disse que este
o domingo em que o pregador no tem escapatria, pois est confrontado com um
milagre. Em outras ocasies ele pode at atenuar o sobrenatural (o Natal, por
exemplo, pode simplesmente ser o nascimento de um menino, o Messias), mas hoje
no tem como fugir, a menos que se prefira falar do coelho.
Sempre existe a tentao de querer "explicar" a ressurreio de Cristo, seja de
modo filosfico, teolgico, ou at cientfico, O texto no explica nada, apenas relata
o que foi descoberto na manh daquele primeiro domingo e como as pessoas reagiram. O clmax a f, cuja obteno o grande interesse de Joo (20.31).
,,:::0 fVfErvLYf1VOI/
273
CONTEXTO
Este texto segue narrando as aparies de Jesus aps a sua ressurreio. Joo,
aps evidenciar a ressurreio de Jesus, narra a apario a Maria Madalena e, em
seguida, aos discpulos e a Tom. Esta percope talvez seja a mesma de Lucas 24.3643. Algumas diferenas entre os textos levantam dvidas sobre o fato de serem o
mesmo episdio.
o texto no deixa claro se Jesus apareceu somente aos onze discpulos. Podemos dizer, sim, que os onze, primeiramente s os dez, com certeza estavam presentes
(1 CoIS.S), possvel que um grupo maior de pessoas estivesse presente naquele
local, uma vez que em Lc 24.33 temos "e outros com eles", antes de uma apario de
Jesus. Diante do fato de que somente Joo relata sobre Tom, cabe lembrar que Joo
foi um escritor ocular e conhecido como o autor que apresenta a F EM JESUS
PARA A VIDA ETERNA - destaque confisso de Tom.
A presente percope de destaque frente s tantas outras que tratam sobre o
tema da ressurreio. Isto fica claro ao vermos que a mesma est presente nas trs
sries de leituras preparadas pela igreja, seguindo o domingo de Pscoa.
o fato de os discpulos
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- p,'.i::.I""nA
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medo dos judeus. A observao sobre portas trancadas no um simples detalhe, uma vez que repetido novamente no v. 26. Precisamos lembrar e ressaltar
aqui a natureza do corpo real de Cristo agora ressurreto (Lucas 24.42-43 ainda
destaca que Jesus comeu na presena dos discpulos, deixando claro que no se
tratava de um esprito). O onipresente Deus-Homem colocou-se visvel no meio
de seus discpulos de uma forma irracional e no cientfica. Jesus est presente,
tambm em sua natureza humana, em nossas vidas como o Salvador glorificado.
"Paz seja convosco" era uma saudao oriental muito comum, mas por ter sido
dita por Jesus revestia-se de um sentido todo especial. Em meio incredulidade,
pavor e dvidas dos discpulos, Jesus tranqiliza-os oferecendo a sua paz. Tendo
em vista o comportamento dos discpulos na sexta- feira santa, talvez eles esperavam de Jesus alguma repreenso ou censura, mas Jesus com tais palavras os
acalma. Tem o propsito de fortalec-los naquele momento e tambm para os
momentos de sofrimento e perseguio que ainda viriam, conforme anunciara
anteriormente (Io 15.17-25; Jo 16.33). Mas, no era meramente parafortalecer-lhes
o corao em meio inimizade e dio do mundo. Os discpulos deveriam ser os
possuidores da paz do Senhor como mensageiros e testemunhas ao oferecer este
evangelho da paz (Ef 6.15) e ao pregar Cristo como a paz. Esta paz resulta da
perfeita e completa obra de Cristo perdoando e reconciliando a humanidade com
Deus. "Assim como o Pai me enviou, eu tambm vos envio;' - A misso de Cristo
passa a ser a misso dos discpulos: levar salvao a toda a humanidade, sendo
que a obra estava completa. Jesus conferiu aos discpulos a misso que havia
falado em Jo 17.18. A misso compartilhada assim como a glria por vir tambm
ser. E para realizar tal misso "soprou sobre eles" o Esprito Santo, pois os
discpulos necessitavam da ajuda de Deus no desempenho da misso, ou comisso, que lhes foi conferi da. Este fato antecipou o dia de Pentecostes ocorrido 50
dias depois. Seu sopro indica a doao do Esprito (no original "esprito" pode
ser traduzido como "sopro"). A misso levada pelos crentes mediante o poder
do Esprito Santo, e para tal misso Cristo tambm d o poder de perdoar e de reter
os pecados algum (Ofcio das Chaves).
vv. 24-25: Tom recebe destaque no evangelho de Joo. Ele o discpulo com
esprito crtico, o que mostra que no fcil aceitar e crer no fenmeno da
ressurreio, ao mesmo tempo que se torna para ns mais uma prova da ressurreio em si, e quando aceito por Tom, ele se torna um feroz defensor da f no
Cristo Vivo. As exigncias de Tom no so diferentes de exigncias atuais
feitas por muitos sobre a existncia do Filho de Deus ou at mesmo de Deus. O
texto no apresenta motivos da ausncia de Tom, mas podemos dizer que
Tom, ao faltar reunio, perdera um momento muHo importante para o crescimento e fortalecimento de sua f. Graas ao amor e misericrdia do Pai, Tom
ainda chegou a ver e crer em seu Salvador.
vv. 26-39: Os discpulos estavam novamente reunidos, aps oito dias. Temos aqui
os primrdios da observncia do domingo como um dia especial (At 20.7). O
lugar o mesmo da primeira apario de Jesus: tudo indica que era Jerusalm.
O correto seria os discpulos estarem esperando Jesus na Galilia conforme lhes
275
TERCEIRO
LEITURAS
DO DIA
Salmo 139. 1- 12
O Salmista Davi, fala neste S2.::um Deus sempre presente e que' c::
mos - conhecimento e domnic ::--=
PROPOSTA HOMILTICA
Atos 4.8-12
TEMA:
1 Joo 1.1-2.2
Cristo age em ns e por ns. Com Ele, o Deus Vivo, avanamos rumo salvao
de nossas almas como o seu propsito (J020.31).
Klaus Kuchenbecker
Porto Alegre, RS
276
COl\;'TEXTO
c -
::
: :L:
LEITURAS DO DIA
Salmo 139. 1- 12
O Salmista Davi, fala neste salmo, da oniscincia e da onipresena de Deus. De
um Deus sempre presente e que tem as nossas vidas (do gerar ao morrer) em suas
mos - conhecimento e domnio total (1-5).
Diante de to grande poder, e elevado conhecimento, o ser humano s pode,
humildemente, reconhecer a sua pequenez e limitao (v.6). A escurido at pode
esconder um ser do outro, mas para Deus, no h elemento que seja treva, quando
Ele, a luz do mundo, se aproxima. Escurido nos d medo. sinal de ignorncia, erro,
mal e morte. A luz nos clareia, verdade, justia, sinal de vida.
Atos 4.8-12
l:
Klaus Kuchenhecker
Porto Alegre, RS
1 Joo 1.1-2.2
Joo se dirige aos cristos de sua poca, com o objetivo de firm-Ias em sua f
e vida crist, frente s incertezas do futuro. Alegria, santidade e certeza o que o
pastor quer levar o seu rebanho a sentir. Alegria pela palavra que se tornou carne,
pela comunho que podemos ter com ele e com os irmos, pelo perdo que nos
concede, pois "o seu sangue nos purifica de todo o pecado"; santidade que nosso
advogado nos concede, ao nos inocentar de todos os nossos pecados pela
prapiciao; certeza da vida eterna que recebemos dAquele que " fiel e justo para
nos perdoar"; que o verbo da vida, que a verdade, que luz.
CONTEXTO
Cristo ressuscitou! Vejamos, passo a passo, o que aconteceu naquela manh.
277
__
VI'. 42-43-claroqueJe"=esvaziar aquele mundo ::" Quebrou o gelo VI'. 44-49 - Jesus d 11m" e
_
mastigado, tudo o q c; " ::.,,_
respeito do Salvado: ::.:.:.:_-.:Jesus destaca o que a ft: r',,:: - e nos Salmos". So as trs~:'
todo o Antigo Testamen:: '--e~
morte e ressun-eio de Cf: " _
Jesus deu aos seus se;_:::~-"
remisso de pecados a :c::..:.:
destas coisas" 1'.48. PeJ:~ ~~. "
Paulo em fez das seguin:e, ::-::..:"
os que vivem, no vivam r--:::: ~.:..'
e ressuscitou" 2 Co 5,15
PROPOSTA HOl\-IILTIC -'.
TEMA
,,::OC.
='
CONSIDERAES
PRELIMINARES
Atrs da figura e conceito do Bom Pastor est a messianidade de Jesus. Este Pastor
, antes de tudo, o Messias que vem para morrer. Esta a sua misso. O prprio Salmo
23 expressa esse fato ao se confessar que "nada me faltar." O contexto de Joo 10.1116 inicia-se com a presena de Jesus em Jerusalm para a maior e mais popular das
festas, a dos Tabernculos. Sua presena ali leva o povo a indagar sobre Sua
messianidade (7.26,27) e Jesus a testificar dela (7.29). No capo 8 Jesus Aquele que
perdoa pecados (v.11), que eterno e imutvel (v.58). No capo 9, na presena de Seus
discpulos, Jesus envia um cego de nascena a lavar-se na piscina de Silo, o Enviado
(do hebraico nL,ib). A culminncia do testemunho de Cristo como Messias vem por boca
do que teve os olhos abertos para ver: Ele demonstra um crescendo no testemunho
sobre o Messias: de homem (v.1l) para um profeta (v.17) que podia ser seguido por
discpulos (v.27), a um que vem "de Deus" (v.33) e que digno de ser adorado (v.38).
Embora afirmada e demonstrada, a messianidade de Jesus vem sendo questionada,
duvidada e atacada (9.22). A concepo de que para algum ser filho de Deus ele
precisa estar ligado a uma tradio mgica (8.39) e a uma casta espiritual superior (9.34).
Jesus esclarece, de forma incisiva, que este no o caminho para Deus, mas sim o
caminho de e para Satans (cf. 8.41,44). O caminho para Deus est em Deus mesmo, na
Sua cura graciosa e indita de um homem cego de nascena e totalmente dependente;
e no cuidado amoroso e autntico de ovelhas frgeis e vulnerveis.
O TEXTO
V. 11 - O texto grego repete o artigo. Jesus no o bom pastor em comparao com
outros pastores. Mas Ele um pastor singular, nico. Ele o Bom Pastor. O
280
'-.= '.
==
O)E
P:SCOA
do pastor, o prmio desejado tanto por Deus quanto por Satans. (No se quer,
desta forma, propor um dualismo - mesmo porque o dualismo maniquesta no existe
na Escritura onde s h um Vencedor. Mas no se pode negar que na esfera histrica
e existencial haja um dualismo tico que tem sua culminncia em cu ou inferno.)
fragilidade do ser humano por causa do pecado e ausncia de defesa natural, postase a sagacidade, astcia e fome de Satans, Do outro lado do ser humano est a
figura do Messias, o Cristo. Ele clama e chama pelos seres humanos porque Ele os'
criou, seu Dono, e est pronto a dar a Sua prpria vida (e efetivamente a deu) para
que Seu povo tenha vida e vida em abundncia, Ao reassumir (v.17 - pw) a Sua
vida (ressuneio, Pscoa!), o Pastor est vivo e presente, como poderoso Salvador, para proteger, guardar e salvar aqueles que Ele redimiu,
CONTEXTO
SUGESTO DE TEMA
Acir Raymann
1EXID
Termos significati vos.
karpn . (fruto) - 6
o,:,~-
mno (permanecer; _
'7 .:.:
o .. o o
i". ~ ~.:..
'
c -:'
CONTEXTO
Jesus est com seus discpulos na semana da ltima Pscoa, mais precisamente na
quinta noite. Est na ltima Ceia. Aps j ter falado a seus discpulos sobre traio e
negao, o captulo 14 de Joo nos mostra Jesus confortando seus discpulos. Ele fala
que Ele o caminho, a verdade e a vida, o nico meio de se chegar ao Pai. Os discpulos
podem pedir tudo em nome de Jesus, que sero atendidos.
Acir Raymann
CONTEXTODAPERCOP-I
Jesuseseusdiscpukse'~~
-.-'
usa a figura da videira e des =-3--.
estivermos ligados a ele. Ai ;_": ~ _ =
sinal de seu servio e humildade ~
o conforto aos discpulos e ~,::--. EXEGESEOOTEXTO
V.9-llY(,(TCllGeV- aoriste de
assim tambm eu vos :e:'~._ c_-::-:2
13.1. O Pai j manifesz.:. '17.23,24. Assim, o amer =e=:do amor do Pai pelo
benevolncia de Cristo ap=-,.~.:.
"O Pai ama o Filho"- refe:;:-::,
vivendo perfeitamente De .:.r
como marca registrada c es-:-"permanecerem ligados ac.''=:: .: j
F::
,i
I - Permanecer
em Cristo
n-
284
Igreja Luterana
,,,mpo a palavra de
de produzir, gerar
. ::',ximo possvel, com
. ,-ciosno compatveis ...
. . c': to de que precisamos,
., :'Jmo cristo o maior
,,:-::Cristo, em Palavra e
:c produtivos!
- N 2 - 1999
c- :~
. ' s
:, f.
Joo 15.9-17
28 de maio de 2000
COl'lTEXTO DAPERCOPE
Jesus e seus discpulos esto reunidos para a ltima ceia. Nesse contexto Jesus
usa a figura da videira e dos ramos, mostrando que s h verdadeira vida enquanto
estivermos ligados a ele. Alguns acontecimentos fundamentais: O "lava ps" como
sinal de seu servio e humildade; a indicao do traidor; o aviso a Pedro e, finalmente,
o conforto aos discpulos e a promessa do Consolador.
l"
[~ r.-\ZER!
_ = :
no hfruto.
pelo Esprito Santo e alimentado
'.: Drodutividade!
EXEGESEOOTEXTO
V9-llycm1l0fV - aoristo de ayarearo "amar" - "Assim como o Pai tem me amado,
assim tambm eu vos tenho amado. Continuai no meu amor." Veja o sentido em
13.1. O Pai j manifestara seu amor ao Filho, confOlme Mt 3.17; Mt 17.5 e Jo
17.23,24. Assim, o amor de Cristo algo precioso aos discpulos pois uma cpia
do amor do Pai pelo Filho. Viver neste amor igualmente algo precioso. A
benevolncia de Cristo aponta para o prmio dado a quem nele permanece ( v. 7 ).
"O Pai ama o Filho" - refere-se a Jesus de N azar, amado perfeitamente pelo Pai e
vivendo perfeitamente no amor do Pai. O Filho amou aos discpulos, que tinham
como marca registrada o esprito de obedincia e reconheciam a necessidade de
permanecerem ligados ao amor de Jesus, sem o qual no teriam acesso ao Pai.
V 10- Destaque para as palavras 'tllP1l01l'tf ( "guardar" ) e !lEva'tE ( "permanecer",
"continuar a viver"). O crente reconhecido pelos atos de amor, sendo este
marca de sua permanncia com seu Salvador. A obedincia ao mandamento do
amor conseqncia do prprio amor de Cristo na vida dos seus. A- Seu amor
o primeiro ( 1 Jo 4.19). E como este amor se manifesta? B- Ns mostramos o
nosso amor ao agirmos de acordo com seus mandamentos ( Jo 14.15 ) C- Este
cumprimento de sua vontade resulta novamente em nosso habitar / viver em
seu amor ( v. 10). Assim voltamos ao princpio, 8uvaiJ.10 da vida crist: O
ayare1l de Deus revelado em Jesus. Este amor "ativado" em cada ato de amor
de nossa parte; este amor precede o nosso amor; este amor acompanha o nosso
amor; este amor sustenta o nosso amor; este amor cria mais amor em nossos
coraes. Assim o crente "permanece" ligado a Deus por meio de Cristo. O
sacrifcio voluntrio do Filho amarga morte na cruz a mais gloriosa manifestao
da obedincia a Deus.
INTRODUO
A caridade e assistn.:i.' : .
religiosas e sociais. Do::,::~'
.
ao prximo, e mais, que
a caridade e ao socieil::::.: "
origem e motivao deste ::::-.
enquanto que o cristo "5: ..
o'
Tema:
PERMANEAi\.\' O '- m.- ~._.
L
Partes
1- Eu os escolhi pia '';:'e
II- Como o Pai me a;:: __ e.
IU- Estando em mir:- .;-.'"
IV- Estando em mirre ::.::-::.:0.
CONCLUSO
Fomos chamados pc::-\_::s, ::.
da gloriosa notcia da ::a.e "C
enche de alegria e. em ::~:-.
_
"avanamos com gralldi'.
amigo. As pessoas normalmente buscam motivos para que algum possa ser
seu amigo. Com Cristo diferente. No fomos ns que o escolhemos, mas ele
nos escolheu, apesar do nosso pecado. "Eu vos escolhi" d nfase ao carter
do amor espontneo de Jesus. O motivo do amor de Deus por ns jamais estar
em ns mesmos, porm nEle, porque em sua essncia DEUS AMOR (veja
tambm: Dt 7.7,8; Is 48.11; Dn 9.19; Rm 5.8; Ef 1.4; 1Jo 4.19). Assim agiu Cristo
ao eleger os homens da escurido do pecado a fim de que produzam frutos
duradouros, para a vida eterna. Que frutos so estes? Veja 015.22; Ef 5.19; Cl
1.6. O v. 16 conclui com a expresso "tudo quanto pedirdes ao meu Pai em meu
nome, ele vos conceder ". H um retorno ao V.7, contudo no V. 16 o doador
identificado. "Ele", o Pai: O Pai amou o Filho; em conseqncia ele tambm ama
aos que esto ligados ao Filho. O v. 17 conclama queles que esto ligados a
Cristo e que cumprem os seus mandamentos a que" no apenas amem a Cristo
porque ele os amou primeiro", mas que evidenciem este amor a Cristo, amando
tambm ao semelhante.
PROPOSTA HOMILTICA
INTRODUO
NO MEU A.\10R
Partes
I- Eu os escolhi para serem meus amigos
TI-Como o Pai me amou eu tambm os amei
CONCLUSO
Fomos chamados por Cristo a fim de vivermos como seus amigos e conhecedores
da gloriosa notcia da salvao. Como tal, fomos alvo de seu perfeito amor que nos
enche de alegria e, em conseqncia, nos faz amar como fornos amados. Por isso,
"avanamos com gratido a Deus" por tanto amor a ns revelado.
STIMO DoMINGO
Joo
DE PSCOA
17.llb-19
4 de junho de 2000
CONTEXTO DAPERCOPE
A percope encontra-se dentro de um contexto de orao. Este dado importante medida em que nos leva a perceber quem est orando. Trata-se de ningum
menos do que Jesus. O corao do Filho de Deus abre-se diante do Pai e nos permite
conhecer seus pensamentos e desejos. Pelas palavras dirigidas ao Pai notamos que
Jesus estava tomado de grande amor pelos seus discpulos, no caso especfico do
texto, o pequeno grupo dos onze apstolos. Os onze, reunidos com Jesus para a
ceia pascal antes dos acontecimentos que culminaram com a condenao e morte
do Filho de Deus, so chamados de "os homens que me deste do mundo" v.6. So
aqueles que Deus Pai havia confiado aos cuidados de Jesus. Naturalmente que, ao
todo, havia mais do que onze que podiam ser mencionados como homens que o Pai
confiara ao Filho, basta lembrar, por exemplo, os 120 de At 15. No texto, contudo, os
onze so destacados porque seriam enviados como apstolos de Jesus (v. 18) e a
favor deles ele ora de modo muito especial.
Trata-se, portanto, de uma intercesso especial a favor dos onze. No uma
orao pelo mundo. O que Jesus fala a respeito dos onze nos vv. 6 a 10 revelador
e apresenta reaes possveis apenas em coraes crentes.
O motivo principal para a intercesso pelos onze revela-se nas palavras iniciais
do v. 11: ;;J no estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu
vou para junto de ti." Jesus deixa o mundo, porm os discpulos nele permanecem.
Por isto ele vai ao Pai em splica. Os discpulos permanecem no mundo e tal fato no
fica oculto da ateno de Jesus por eles. Movido por amor, Jesus leva ao Pai em
splica aquilo que v como necessrio para acompanhar os discpulos no mundo a
partir do retorno do Filho de Deus para junto do seu Pai. A prece a favor deles
desenrola-se em mincias atravs do texto da percope. Dela extramos alguns
comentrios presentes na exegese dos versculos a seguir.
o TEXTO
V. 11b - Aps ter se dirigido a Deus por duas vezes chamando-o de "Pai" (vv. 1 e
5), aqui Jesus o chama de "Pai santo." Podemos levantar hipteses para a razo
do emprego do adjetivo "santo." Creio que possvel tentar justificar a sua
presena por dois motivos. Primeiro, contrasta com a caracterstica do mundo
onde ficaro os discpulos. Ele no santo; pelo contrrio, nele est presente
o pecado, do qual Deus est totalmente separado. Para no serem engolidos
288
:._.
:t PASCOA
pelo mundo, somente algum santo ter poder para proteg-los e guard-Ios.
Segundo, o Pai santo ser capaz de atender o pedido do v. 17: "Santifica-os na
verdade." Santificar ao possvel somente a quem santo.
Os perigos provenientes de um mundo com a presena do pecado requerem do
Deus santo a proteo sobre os discpulos. Por isto, "guarda-os em teu nome, que
me deste." O nome de Deus foi dado a Jesus e este o tem revelado aos discpulos.
Pela palavra de Jesus, os discpulos tm conhecido o nome de Deus e, por
conseguinte, o prprio Deus, pois, neste caso, conhecer o nome significa conhecer
a pessoa, um conhecimento que envolve aceitao, confiana e comunho. "Guardaos em teu nome" inclui, portanto, O velar do Pai santo sobre os discpulos para que
eles permaneam em comunho com o Pai, assim como estavam em comunho com
ele at aquele momento, por meio de Jesus .
O propsito da comunho com o Pai aparece em "para que eles sejam um, assim
como ns." Da comunho com o Pai depender a comunho entre eles. Tal verdade
fornece-nos subsdios para um interessante reflexo sobre unidade entre os
discpulos de Jesus. Alm disso, fica claro que parte da comunho com Deus Pai
a unidade deixa de existir, pois a cOlTupo do mundo, causada pelo pecado, se
encalTega de romper vnculos.
Vv. 12, 13 - Jesus menciona a mudana de situao dos discpulos que em brevc
ocolTer. Tendo estado na companhia deles, guardou-os no nome do Pai e os
protegeu. Nenhum deles se perdeu, a no ser o filho da perdio (Judas), para
que se cumprisse a Escritura. Sob a proteo de Jesus houve segurana. O filho
da perdio afastou-se voluntariamente da companhia de Jesus. No foi um ato
ao qual Judas esteve condenado por um decreto, como sugere uma interpretao
incorreta do "para que se cumprisse a Escritura." Na sua prescincia, Deus
sabia o que aconteceria com Judas e j havia feito meno do ocolTido muito
antes da ao se concretizar. Tambm no foi um descuido de Jesus para com
aquele discpulo. O que aconteceu no joga dvidas sobre o valor da proteo
do Filho de Deus.
Aproxima-se, contudo, o momento do Filho voltar para junto do Pai. Jesus no
quer que os discpulos percam o seu gozo (alegria) completo. A alegria da comunho
com o Pai, sempre presente em Jesus, um Dom maravilhoso para os discpulos. Ela
ser ameaada pelo dio do mundo. Para que ela permanea indispensvel que a
comunho com Deus Pai seja mantida. No estando mais visivelmente na presena
dos seus, Jesus roga ao Pai que aja em favor daqueles homens. Na sua sabedoria,
Jesus conhece o nico modo de manter a comunho com Deus: a ao protetora
de Deus. Em amor pelos discpulos, ele a busca junto do Pai.
',1DS
PROPOSTAHo~m_TIc.-\
Sugiro trs idias preseE:::: .
o tema: O indispensvel IX; -c:
seguinte seqncia:
::c
Qual seria, em nossa maneira de ver as coisas, a melhor soluo para no sofrer
o dio do mundo? Ser tirado do mundo e colocado, talvez, numa outra existncia?
bem possvel. No , porm, o que Jesus pede que acontea aos discpulos. Devero
ficar no mundo, porque Jesus os enviou ao mundo. Foram enviados para salvar
quem os odeia. Qual a garantia que tero de no serem destrudos pelo mal contra
eles lanado pelo mundo? A proteo de Deus. A ela Jesus recorre:" .,. e sim que os
guardes do mal." Todo o mal engendrado pelo mundo contra os discpulos de Jesus
inspirado por Satans. inimigo poderoso, todavia no to poderoso quanto
aquele que chamado a defender os discpulos: Deus Pai. Nisto reside a certeza do
xito da ao de Deus buscada em orao por Jesus.
V. 17 - Este um versculo bem conhecido. Tem rico contedo! "Santifica-os na
verdade; a tua palavra a verdade." O verbo santificar significa "colocar parte
para Deus." Em outras palavras, separar os discpulos de qualquer outra
comunho para que a nica existente seja a com o Pai. O santificar acontece
dentro dos domnios da verdade. No h influncia da mentira e tal no pode
acontecer, pois esta filha de Satans. Os limites da verdade so traados pela
palavra de Deus. A ao santificadora de Deus existe apenas dentro dos limites
da verdade, ou, conforme Jesus, a palavra do Pai. A importncia da palavra para
a obra santificadora de Deus dupla: demarca os limites para a ao divina e
carrega consigo o poder para que a santificao se efetue. Logo, o que contraria
a palavra no provm de Deus e no verdade.
V. 18 - a razo para os discpulos no serem tirados do mundo. H, porm, mais
um detalhe a observar. Com que autoridade Jesus veio ao mundo? Ora, foi
enviado pelo Pai. Haver necessidade de credencial maior? Com que autoridade
os discpulos iro ao mundo? Foram enviados por Jesus, o Deus-homem.
Tambm no h necessidade de credencial maior para realizar a obra para a qual
so deixados no mundo. O enviar de Jesus no inferior ao enviar do Pai, pois
"eu e o Pai somos um."
V. 19 - Jesus santifica-se a si mesmo para que os discpulos sejam santificados na
verdade. A favor dos discpulos ele tem agido. Coloca-se voluntariamente
disposio do Pai para que os discpulos desfrutem da comunho com Deus.
Os discpulos so santificados. obra de Deus, realizada at aquele momento
por Jesus, mas que ter continuidade atravs do Esprito Santo, o Parcleto
prometido por Jesus. Antes, porm, acontece o santificar de Jesus, o entregarse voluntariamente e espontaneamente execuo dos planos salvficos do
Pai. A partir da obra mediadora de Jesus que se torna possvel para os disc290
torna possvel:
;:
'::: ':"
-:-SUS.
o DIA DE PENTECOSTES
Joo 7.37-39
11 de junho de 2000
LEITURAS
DO DIA
LITRGICO
Com o Pentecostes se encerra o assim chamado Perodo Festivo do Ano Eclesistico. Nos primeiros sculos, essa celebrao ocupava o segundo lugar (primeiro
era a Pscoa) em importncia na vida da igreja. Tradicionalmente nessa data se
comemora o aniversrio da igreja crist. A festa do Esprito Santo uma celebrao
alegre e vibrante, afinal Ele o vivificador.
o Esprito Santo quem chama o homem pelo Evangelho, o ilumina com seus
dons, santifica e o conserva na verdadeira f. Antes, o que era nascido da carne seco e sem vida, agora nascido do Esprito - cheio de gua da vida, produz vida.
Diante desta nova realidade, o homem est na comunho do Esprito (cf. 2 Co 13.13
e Fp 2.1), isso no outra coisa, seno dizer que agora faz parte da igreja de Deus (cf.
Ef 2.19-22). Estando na Igreja, ele no est s, mas faz parte da comunho dos
santos (communio sanctorum). Vivendo em comunho com Deus e com o prximo,
essa cristandade fortalecida pelo evangelho de seu Senhor, regenerada diria e
abundantemente pela ao do Esprito e vive seu Pentecostes dirio, jorrando para
a vida eterna.
TEXTO
V.37: "No ltimo dia, o grande dia da festa ... " Pelo contexto (7.2), vemos que
tratava-se da Festa dos Tabernculos. Esta festa durava sete dias (cf. Lv 23.34;
Dt 16.13,15), mas tinha uma "assemblia de encerramento" no oitavo dia (cf. Lv
23.36). A Festa dos Tabernculos comemorava a peregrinao de Israel pelo
292
do tanque de Sik:, ~.
e derramava a mesC':'.'::
:C':':
altar, em comemcr:~=
israelitas no deserte =:.~
.:.
cantava Isaas 12.: ,-;.
provavelmente eraeC':'...'-:.::
entrou na Terra PIorr:",._
V - Kp( J
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beba. Em Cris::
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deserto. Durante sete dias o povo vivia em tendas. Cada manh se trazia gua
do tanque de Silo em uma jarra de ouro. O sacerdote oficiante pegava a gua
e derramava a mesma em duas tigelas de prata perfuradas no lado ocidental do
altar, em comemorao gua da rocha que Deus havia providenciado para os
israelitas no deserto. Enquanto isso as trombetas soavam em louvor e o povo
cantava Isaas 12.3. No ltimo dia da festa, o oitavo e grande dia, este rito
provavelmente era omitido, ou para sugerir as bnos do povo quando este
entrou na Terra Prometida ou para indicar a sede deste pelas grandes bnos
espirituais, s quais os profetas haviam se referido. A viso daquela multido
que participava da festa, certamente evocou em Jesus a imagem de milhares de
pessoas, de todas as pocas e lugares, a quais viviam fazendo (e fazem) sua
peregrinao, e esto sedentas, fracas e aflitas. Ento Jesus afirma para todos
aqueles que esto angustiados, insatisfeitos e sedentos, que Ele o que aquela
rocha fendida foi para os israelitas no deserto.
EKpaEV-Kp(w
= clamar. O v.28 diz que Jesus clamou no templo. Aqui ocorre
o mesmo. Isso implica dizer que as pessoas estavam se opondo a Ele, como o
contexto mesmo sugere. Alm disso, esse clamor demonstra Seu profundo amor e
desejo em salvar aqueles que a Ele se opunham. Quando Cristo faz essa exortao,
na verdade como se fosse um eco e Ele estivesse dizendo repetidamente: "agora
o tempo!"
EpXE08w
7TpO f-lE = venha a mim. Isso no implica que o homem possa vir
tateando at Deus. Deus no est longe verdade (cf. At 17.27), e Suas testemunhas testificam que Ele est a (cf. Rm 1.19ss). E mesmo assim o homem no pode
encontrar o caminho at Deus. Esta ainda funo do Esprito Santo, o qual coloca
o homem no caminho correto e o dirige at cruz de Cristo. Pentecoste uma grande
oportunidade para lembrar ao pregador de que a persuaso no tarefa sua, mas
sim, responsabilidade do Esprito Santo, este Seu ofcio.
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- .: ~ .. z
eu? Um pobre e miservel pecador? Sim, mas essa no toda a verdade. Tambm
sou um pecador perdoado, um pecador lavado e regenerado diariamente nas guas
do Batismo. A gua que flui tem sua fora, no do recipiente em si, mas em Jesus. A
gua que colocamos para fora depende das chuvas de bnos que Deus faz
descer dos cus - em Sua Palavra e Sacramentos. Em Cristo, no precisamos continuar como recipientes secos e disformes - feias criaturas. Cristo nos transforma, as
coisas antigas passam e eis que se fazem novas (cf 2 Co 5.17). O Cristo que se
transfOlIDou (cf. Mt 17.2) tambm nos transforma (cf.. 2 Co 3.18). Algum poderia
dizer desta forma: o Cristo" csmico" tambm um Cristo" cosmtico". Ele reina
sobre o cosmos e o salva do caos. Cristo traz beleza e santidade onde antes havia
somente o repugnante pecado. Sua obra no apenas superficial, como se fosse um
ruge, uma base ou mesmo um simples perfume. No! O Cristo" cosmtico" faz uma
cirurgia cosmtica em nossa alma desfigurada pelo pecado. Ele corta o nosso
pecado e implanta a santidade. Nosso Jesus Formoso um incrvel cirurgio plstico. Ele transforma "recipientes secos e disformes" em belos depsitos de gua, da
gua da vida que dEle procede - mesmo que isso exija mais do que uma operao .
Jesus nunca desiste.
Ely Prieto
DEVOES
ATENTEMOS
Numa das cenas finais e marcantes do filme a ltima Cruzada, Indiana Jones vai em
busca do suposto clice do Santo Graal utilizado por Jesus na ltima Quinta-feira
Santa e cujo contedo curaria doenas e traria longevidade. O trajeto, como sempre,
cheio de percalos e num determinado ponto culmina num estreito caminho que d
acesso apenas a um enorme abismo. Orientado por um cdice que descreve como
chegar ao outro lado, Indiana consulta-o e o desenho mostra uma figura humana
dando um passo no vazio, sobre o abismo. Ele olha para o abismo e o que v apenas
uma nvoa e o abismo. Como dar um passo para dentro do abismo intransponvel?
Como atrs vm os inimigos ferozes e reais, algo precisa ser feito. Suando, arfando e
tremendo, Indiana fecha os olhos, estica a perna sobre o abismo e d o passo. E seu p
encontra apoio! Ali est uma ponte estreita, invisvel porque se confundia com o
abismo debaixo daquela nvoa. E Indiana segue em busca do clice ...
'
Em nosso texto o apstolo fala de coisas que se vem e ao mesmo tempo nos
convida a que "atentemos nas coisas que se no vem." Nos vv. 17 e 18 ele diz:
"Porque a momentnea leveza da nossa tribulao produz para ns eterno peso de
glria, acima de toda comparao, no atentando ns nas cousas que se vem, mas
nas que se no vem; porque as que se vem so temporais, mas as que se no vem
so eternas." O apstolo est falando de duas realidades, de dois mundos, que se
caracterizam por elementos opostos.
A primeira realidade representada pela tribulao. a realidade do mundo
vemos, que percebemos e que, acima de tudo, nos persegue. Nos versculos
o.ntecedem nosso texto o apstolo diz: "Em tudo somos atribulados, porm
angustiados; perplexos, porm no desanimados; perseguidos,
porm
desamparados; abatidos, porm no destrudos."
que
que
no
no
E SE NO VEM
Outras vezes a tribulao mais direta. No dia 20 de abril dois rapazes entraram
armados numa escola de Segundo Grau em Litteton, Colorado, e mataram 13 pessoas.
Dentre os estudantes mortos, vrios deles pertenciam a grupos religiosos cristos.
Entre estes estava uma moa chamada Cassie Bernall. Diz a revista Time que o
matador aproximou-se dela e perguntou se acreditava em Deus. Quando ela disse
"Sim, eu acredito em Deus", ele disparou a arma. Segundo a mesma revista, Cassie
tornou-se uma mrtir para os demais adolescentes cristos e a sua vida e morte tm
inspirado milhes de americanos.
No incio do nosso texto o apstolo refere-se a Davi, citando o Salmo 116. Se
lermos este Salmo veremos que tribulao e morte eram vizinhas de Davi. Ele diz:
"Laos de morte me cercaram, e angstias do inferno se apoderaram de mim; ca em
tribulao e tristeza." E no versculo que o apstolo cita Davi "eu cri, por isso falei,"
Davi acrescenta "mas estive sobremodo aflito."
Quais so as nossas tribulaes? Aflies? Laos de morte? Angstias do
inferno. O que surpreende em nosso texto que o apstolo denomina essa nossa
situao de "momentnea leveza". A tribulao acontece num determinado momento
porque vivemos no fluxo do tempo. Mas cada momento com sua dor passa. Vem
outro momento, mas ele passa. Tais momentos fluem, desaparecem como areia entre
os dedos. Os momentos de tribulao no se juntam, no se concentram, no se
acumulam.
O apstolo ento nos convida a atentarmos para uma outra realidade - a realidade
das coisas que se no vem. Na etemidade no h fluxo de tempo como o entendemos.
Todo esforo para entender tempo na eternidade inadequado. Como disse algum:
como tentar descrever a cor branca com palavras que significam a cor preta.
Mesmo assim podemos imaginar um pouco do que o apstolo quer dizer.
Se 10 anos de tribulao so diludos em cada segundo desses 10 anos, essa
tribulao se torna leve. Contudo, se 10 anos de tribulao fossem concentrados em
1 segundo, isto certamente seria uma grande peso.
Mas, enquanto a tribulao assim diluda e momentnea, a glria, por sua vez,
concentrada e eterna. A isto o apstolo chama de "eterno peso de glria." So as
coisas que se no vem mas que no so menos reais s porque invisveis.
Somos convidados a atentar para as coisas que se no vem. Blpein o verbo
normalmente empregado para designar um ver em geral. Mas em nosso texto o
apstolo emprega o verbo skopein. Skopein significa fixar os olhos num ponto,
297
o GRANu
Em nome de Jesus. c
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Igreja Luterana
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- N 2 - 1999
usado nos
o GRANDE fATO
(Joo
ESCATOlGICO
6.41-51)
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5lria, plenitude e eterna
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Que foi que Pedra realmente disse? No, no estou fazendo a tpica pergunta
dos crticos que, duvidando de tudo e de todos, querem distinguir entre o que se
acha que algum disse, o que poderia ter dito, e o que ele de fato disse. Ao perguntar,
"que foi que Pedro realmente disse?", estou me perguntando: Que querem dizer as
suas palavras?
Mas antes disso precisamos determinar que palavras exatamente Pedro
pronunciou. E aqui h controvrsias. Em primeiro lugar, segundo tradues mais
antigas (Almeida Revista e Corrigida, por exemplo) Pedra confessou que Jesus o
Cristo. Isto combina com a confisso de Pedra em Cesaria de Filipe (segundo Mt,
Mc e Lc). Mas exatamente por combinar, e especialmente por ter um apoio menos
significativo por parte dos manuscritos gregos, cheira a harmonizao dos copistas .
Ficamos, pois, com a Almeida Revista e Atualizada, que repraduz o texto grego hoje
aceito (por, entre outras coisas, ter a seu favor os melhores manuscritos), e faz
Simo Pedra confessar: Ns temos crido e conhecido que tu s o Santo de Deus.
Agora que sabemos o que ele disse, podemos nos perguntar quanto ao que ele
quis dizer. Simo Pedra confessou que Jesus Cristo o Santo de Deus, o Kadosh de
Deus. Santo geralmente interpretado no sentido de separado do profano (e por
conseguinte sagrado). Agora, esta uma definio por demais negativa. No caso
de Jesus, equivaleria a dizer: O Senhor tem tudo a ver com Deus, o Filho de Deus,
o Senhor totalmente outra, etc. Acontece que Jesus est ali, na presena de Simo
Pedra. No no cu, mas na sinagoga de Caarnaum. Por isso, necessrio enfatizar
tambm o aspecto positivo dessa santidade. Como Santo, Jesus representa e revela
Deus. Ele o Agente autorizado de seu Pai. Jesus aquele a quem o Pai enviou!
[Alis, essa questo de agncia e representao pode ser vista como o conflito
central do evangelho de Joo. Esse papel pertence Lei e s instituies judaicas
ou ao Filho, Jesus Cristo?] Jesus o mensageiro que vem do alto. Ele o que revela
Deus. s palavras de Jesus: Ningum vem ao Pai seno por mim, poderamos
antepor: "Ningum vem do Pai seno eu". A confisso de Pedro um eco ou faz
dobradinha com a confisso do evangelista em Jo 1.18: "Ningum jamais viu a
Deus; o Deus unignito, que est no seio do Pai, quem o revelou."
Pedro confessou: Tu, Jesus, s o Santo de Deus. s o Santo que pertence a
Deus, que vem de Deus, etc. Curioso que esta a primeira vez que Pedra fala, no
evangelho de Joo. E , a rigor, apenas a segunda vez que se menciona Pedra. A
301
primeira meno no captulo primeiro. (Depois ele volta nos captulos 13, 18,20 e
21.) Andr, o irmo de Simo Pedra, ouviu o testemunho de Joo (Ele o Cordeiro
de Deus!), seguiu Jesus, achou seu irmo, Simo, e diz: "Achamos o Messias (que
quer dizer Cristo), e o levou a Jesus" (Jo 1.41-42).
JESUS
7.31-37)
~l na verdade apenas
<'s), o Agente de Deus,
S3.0 formuladas, mas
",0 6 o discurso do po
,;' ::: multiplicao dos pes
Este evangelho de Marcos , para mim, um dos mais belos evangelhos. Digo
isso no apenas por ter sido pastor e missionrio para surdos por muitos anos, mas
especialmente, porque vejo aqui um Jesus que de fato se fez came. Um Verbo que
veste a carne humana, que se envolve em toda misria humana, com o nico objetivo
de anunciar vida e salvao - falar a nossa lngua.
Quero deixar claro que a admirao por este evangelho no s minha, mas a
mesma compartilhada por muitos outros telogos e estudiosos da Bblia, entre
esses, destaco Lutero. Comentando o mesmo, ele diz o seguinte:
"Esse evangelho nos apresenta a Cristo como o homem que aceita a voc, a
mim e a todos ns, assim como devemos aceitar a ns mesmos, como se ele estivesse
envolvido no mesmo pecado e dano em que ns nos encontramos. E ainda nos
mostra que ele suspira por causa do diabo invejoso que deu origem a toda essa
defomwo." (Castelo Forte, 1983. Ter. 25/01)
I
o texto inicia dizendo ... "E lhe trouxeram um surdo e gago, e lhe rogaram que
sobre ele colocasse a mo. " (v.32)
No sabemos quem trouxe esse rapaz! O evangelista Marcos no nos informa.
Podem ter sido os pais, os irmos, quem sabe alguns amigos. No importa. O que
importa mesmo que "o trouxeram at Jesus!"
A razo? - essa obvia. A busca pela cura. O desejo era que ele pudesse se
comunicar livremente. A surdez sem dvida uma das mais terrveis deficincias
humanas. A cegueira, por exemplo, afasta o cego dos objetos, das coisas. A surdez
afasta o surdo das pessoas! Sem audio - no h linguagem, no h dilogo - NO
H COMUNICAO!
Observemos Jesus em ao em nosso texto ... Ele no se dispe apenas a atender
o pedido, mas Ele vai alm. Vejam bem - e isso fundamental- ningum disse a Jesus
qual era o problema do rapaz. Diz o texto: E trouxeram-lhe um surdo e gago e
rogaram-lhe que sobre ele colocasse a mo." (v.32), Sabemos da situao porque
o evangelista Marcos nos deixa informados.
303
;7
Ai est a escatolcz;c
- .-:- _-.
descreve (Is 35.1-6). l::"~~~:-c: -;
Cristo h plena restaurJ.';'" =- :
Criador o havia ideaIind
e quem nEle est "nc
novas (2 Co 5.14-15,
3.
~S
Ai est a escatologia inaugurada. Essa ser a Sio futura, que o profeta Isaas
descreve (Is 35.1-6). Esse era de fato "aquele que estava para vir" (Mt 11.3). Em
Cristo h plena restaurao - ele quer ver o homem sadio e feliz assim como o
Criador o havia idealizado - e Ele age para que isso ocorra. Cristo morre e ressuscita,
e quem nEle est "nova criatura", as coisas antigas passam e eis que se fazem
novas (2C05.14-l5, 17).
n
_... em sinais: "ei rapaz, vem
;mal.
_ ia multido, ficaria perdido
cem a situao sob controle
=e
Estamos no ano de 1963 ... o casal Arnildo e Alida Lindenj tinham os seus quatro
filhos: Ester (11 anos), Ede Paula (10 anos), Elisete (9 anos) e Srgio (perto dos 3 anos).
Elisete a nica "ouvinte" entre os irmos, todos os outros nasceram surdos.
Ela est na 3" Srie no Colgio Concrdia de Porto Alegre. A Professora de religio,
Sra. Naomi H. Warth, pede que a classe faa uma composio sobre o tema da aula
, Sou Cordeiro de Jesus .
A pequena Elisete faz a seguinte redao para a professora Naomi:
"Eu tenho 2 inns mudas, mas eu mostro o retrato de Jesus e mostro que Jesus gosta
delas e elas amam a Jesus. Um dia vo falar, eu peo a Deus isso e eu vou ensinar para
elas isso: Eu sou cordeirinho de Jesus, ele me ama e morreu na cruz por mim. Vou
ensinar assim Jesus meu Pastor, nada me faltar. Deus amou o mundo de tal maneira
... Filho unignito para que todo que nele cr no perea mas tem a vida eterna .
Jesus ajudou os cegos e mudos, ele pode ajudar minhas innzinhas, ainda
mais porque eu ensinei para elas tudo de bonito de Jesus. Jesus eu te amo, ajuda
para mim. Jesus, um dia eu e minhas irmnhas vo cantar o hino que minha
professora ensinou. Sou cordeiro de Jesus ... "
Qual o resultado da carta? A Profa. Naomi visita a famlia Linden e inicia, por
assim dizer, o prottipo do que veio a ser mais tarde a Escola Especial Concrdia,
que veio a ser fundada oficialmente no dia 5 de setembro de 1966.
Hoje essa Escola tem 220 alunos, que so atendidos desde o Programa de Pais,
passando pelo Ensino Fundamental e Mdio. Mas o seu objetivo primeiro jamais foi
abandonado - usando as palavras do Evangelho de hoje - "um grupo de pessoas
continua levando surdos at Jesus" (v.32).
. c
o que dizer de um Jesus que age assim? Somente que essa mesma compaixo,
esse profundo entendimento, esse magnfico poder que trouxe uma nova vida para
esse jovem surdo est inteira disposio dos muitos surdos que por ai esto, e
tambm est nossa inteira disposio.
o Jesus que fez tudo to bem ... o mesmo que continua a fazer tudo esplendidamente bem - hoje e eternamente. Que Seu maravilhoso Evangelho continue ecoando no somente em nossos ouvidos, mas especialmente em nossos coraes. Amm.
306