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Instituto Nacional da Famlia e da Pastoral Familiar INAPAF

Comisso Nacional da Pastoral Familiar - CNPF
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Pastoral Familiar

SETOR CASOS ESPECIAIS

Este documento ainda est em elaborao.

Reproduo autorizada apenas para este curso

Autores: Bosco e Eunides, Lugnani

SUMRIO
1.
2.
3.
4.
5.

Apresentao
Objetivo geral deste curso
Objetivos especficos
Introduo
Os casos difceis apresentados na Familiaris Consortio
5.1.Circunstncias particulares
5.2.O Matrimnio misto
5.3.Situaes irregulares civis e religiosas
5.4.Os sem famlia
6. Outros casos difceis ps FC ou particulares
6.1.Questes de Biotica
6.2.Internet: conflitos, privativismo, dificuldades educacionais, pedofilia
6.3.Gravidez precoce e indesejada
6.4.Violncia contra a mulher e a criana
6.5.Assdio moral
7. Prioridades da comunidade local
8. Matrimnio, divrcio e nova unio ou famlias em segunda unio
8.1.O que segunda unio
8.2.Fontes geradoras / alimentadoras da segunda unio
8.3.As causas de nulidade do sacramento do matrimnio (Anexo ao final)
8.4.As altas taxas de matrimnios nulos
8.5.Situaes que se assemelham de algum modo segunda unio
8.6.Metas para a populao em segunda unio
8.7.Propostas mais comuns e suas adequaes ou no para os casais em segunda
unio
8.8.A generalidade, dureza e ineficcia da lei e a ternura de Jesus Cristo e seu
chamado
8.9.A doutrina da Igreja esposa de Cristo e o ser igreja dos discpulos
8.10.
Recursos maiores na Igreja: o chamado, transformao dos relacionamentos
e sanao
8.11.
Os filhos e a educao nas famlias complexas
9. Identificao de foras internas e externas, favorveis e contrrias
10. Perfil do agente
11. Orientaes prticas para o Setor
12. Elaborao prtica de um projeto para o Setor

13.
14.
15.
16.

O Servio de Orientao Famlia

Diretrizes para o trabalho com divorciados e com nova unio
Sugestes de consulta para aprofundamento

Trabalhos prticos

1. Apresentao
Xxxx

2. Objetivo geral deste curso

Situar o Setor Casos Especiais dentro da Pastoral Familiar, delinear seu campo de atuao, rever
os elementos para seu planejamento e aprofundar reflexes em algumas de suas reas de atuao.

3. Objetivos especficos
3.1. Reconhecer a abrangncia dos chamados Casos Difceis ou Casos Especiais e identificar os
mais prioritrios a serem trabalhados na Igreja local.
3.2. Localizar as principais referncias dos ensinamentos evanglicos e da doutrina da Igreja que
norteiam as atividades de evangelizao e de pastoral para os Casos Especiais.
3.3. Identificar as foras favorveis com as quais se pode buscar cooperao e trabalho articulado.
3.4. Descrever brevemente o servio de orientao famlia.
3.5. Elaborar uma proposta preliminar de projeto da Pastoral Familiar local, para o Setor de Casos
Especiais.
3.6. Apreciar de modo prtico alguns dos contedos e recursos em geral, necessrios.

4. Introduo
Um bom incio para o Setor Casos Especiais, do ponto de vista prtico, criar condies
mnimas de trabalho. Como veremos, este setor requer muito atendimento individualizado e eficaz, o
que implica equipe ampla e preparada em conhecimento e testemunho de vida, bem como adequado
espao fsico de trabalho. Aquela unidade que Jesus pede ao Pai no evangelho de So Joo (Jo 17)
fundamental na Pastoral Familiar, dentro da famlia do agente, entre as famlias dos agentes e entre a
Pastoral Familiar e as demais pastorais. Esta exigncia importante, primeiro porque evanglica e
sinal de relacionamento cristo; segundo porque a unidade fora para a realizao da desafiante tarefa
deste Setor e da Pastoral que visa aprimorar os relacionamentos; e ainda, pelo valor do testemunho para
as atividades a serem desenvolvidas por este ministrio.
No apropriado que se criem novas pastorais, como Pastoral dos Casos Especiais, Pastoral
dos Casais em Segunda Unio, Pastoral dos Noivos etc. em paralelo com a Pastoral Familiar. Esta
multiplicao no favorece a unidade e os relacionamentos e sim, tende ao individualismo e diviso.

5. Os casos difceis apresentados na Familiaris Consortio

A Familiaris Consortio, tratando de famlias em situao objetivamente difcil, enumera 26 casos,
reunidos em quatro grupos:

5.1.Circunstncias particulares

5.1.1. Emigrantes por motivo de trabalho.

5.1.2. Obrigados a longas ausncias: militares, presos, fugitivos.
5.1.3. Famlias marginalizadas nas grandes cidades.
5.1.4. Os que no tm casa.
5.1.5. Famlias incompletas ou monoparentais.
5.1.6. Famlias com filhos deficientes ou drogados.
5.1.7. Famlias com alcoolistas.
5.1.8. Famlias desenraizadas de seu ambiente scio-cultural.
5.1.9. Famlias discriminadas.
5.1.10. Famlias ideologicamente divididas.
5.1.11. Famlias afastadas das parquias.
5.1.12. Famlias perseguidas pela f.
5.1.13. Famlias de cnjuges menores.
5.1.14. Idosos, ancios em solido e sem condies de vida.
5.1.15. Famlias com problemas com adolescentes.
5.1.16. Famlias com problemas de matrimnio de filhos.
5.1.17. Morte de um familiar.
5.1.18. Momentos difceis: abandono, morte, conflitos.

5.2.O Matrimnio misto

Neste segundo grupos, os seguintes casos so apresentados:
5.2.1. Matrimnio entre dois batizados.
5.2.2. Matrimnio entre um batizado e um no batizado (ou no cristo).

5.3.Situaes irregulares civis e religiosas

Nas situaes irregulares, a Familiaris Consortio cita:
5.3.1.
5.3.2.
5.3.3.
5.3.4.
5.3.5.

Matrimnio experincia.
Unies livres de fato.
Catlicos casados apenas no civil.
Separados divorciados sem segunda unio.
Divorciados que contraem nova unio.

5.4.Os sem famlia

Por ltimo, a Encclica faz meno aos que no possuem famlia.
So muitos os que sofrem hoje por estarem privados da comunidade familiar.
Para iniciar a reflexo necessrio reafirmar o significado de famlia, comunidade planejada
por Deus, porquanto o prprio conceito de famlia vem sendo agredido. Em seguida necessrio

refletir sobre as causas da desestruturao da famlia, para ento construir alianas de apoio famlia.
Nos cursos anteriores do INAPAF estas causas j foram estudadas. Deixamos ao leitor rev-las.
normal que a Exortao Apostlica Familiaris Consortio no seja exaustiva, ao enumerar e
descrever os casos difceis, no curto espao (apenas entre os nmeros 77 e 85) dedicado a estes casos.
Isto nem mesmo possvel por causa da diversidade das realidades de cada regio. Assim, tanto pode
haver casos que ocorrem em nossa comunidade e no esto enumerados, como no ocorrer, em nossa
parquia, alguns dos casos descritos.
O desafio lanado pelo Papa que a Pastoral Familiar no apenas d a assistncia oportuna, mas
que busque eliminar ou minimizar as causas do mal, atuando na opinio pblica, na economia e nos
aspectos jurdicos e culturais.
Geralmente nossa fora de trabalho inicial no nos permite atender todos os casos enumerados
ou existentes em nossa comunidade e, nem todos tm igual importncia em diferentes parquias.
Assim, uma prtica usual discernir quais so os casos que ocorrem mais em nossa comunidade e os
que mais preocupam. Eleg-los como prioridade inicial de trabalho. Estas prioridades variam de um
local para outro, claro, mas alguns casos ocorrem em quase toda comunidade. Estes merecem um
pouco mais de nossa ateno.

6. Questes de Biotica
A Biotica no est enfatizada no contexto de casos difceis da Familiaris Consortio. Este tema
ganhou importncia enorme com o desenvolvimento da Engenharia Gentica e as novas tecnologias na
rea de reproduo humana, clonagem, inseminaes artificiais e matrias correlatas. Este tpico est
em verdadeira ebulio no mundo todo. bastante extenso e complexo. A Comisso Episcopal Pastoral
para a Vida e a Famlia tem realizado eventos de estudos e aprofundamento sobre o tema e dispe de
subsdios especficos, para o aprofundamento. Recomenda-se que este assunto seja objeto de
aprofundamento, pela equipe de Pastoral Familiar.

7. Prioridades da comunidade local

REFLETINDO SOBRE OS PRINCIPAIS CASOS ESPECIAIS DA IGREJA PARTICULAR
Como refletimos acima, a Familiaris Consortio no pode conter uma relao completa de todas
as situaes especiais porque ela um documento universal que olha para a Igreja no mundo e enumera
os casos mais comuns com uma macro viso; tambm porque a realidade dinmica, est em
contnua mudana e mais, no existe, na prtica, uma ntida separao entre o que um caso especial e
uma atividade comum da Pastoral Familiar. Mas a enumerao que faz de casos especiais, como visto,
nos permite discernir que situaes concretas de nossas comunidades devem ser includas no Setor
Casos Especiais da Pastoral. Tambm temos refletido, em cursos anteriores do INAPAF que, a diviso
da Pastoral Familiar em setores, no rgida. Tem a finalidade de organizar e no de separar. Os setores
da Pastoral Familiar tm muito em comum.
Com isto em mente podemos agora refletir: que outros casos especiais, alm dos enumerados
pela Familiaris Consortio, existem em nossa comunidade? Por exemplo: ausncia paterna e materna por

motivo do trabalho dirio, por abandono ou por omisso; pedofilia, agresses fsicas contra a mulher ou
contra a criana; explorao do trabalho infantil; trabalho escravo, etc. Com esta reflexo a comunidade
local pode tornar mais especfico o perfil de seu trabalho.
Enquanto refletimos sobre cada caso especial podemos responder indagaes como:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.

Este problema ocorre em nossa comunidade?

prioritrio?
O problema requer ateno individualizada?
Existe algum aspecto que pode ser tratado em grupo?
possvel resolv-lo todo dentro da Pastoral Familiar ou necessria a ajuda de especialistas?
Que tipo de aliados ns temos dentro e fora da Igreja para tratar este problema?
Quais as causas deste problema?

A partir da possvel listar as prioridades para o Setor Casos Especiais para a comunidade local e
ento desenvolver um projeto para o setor.

8. Matrimnio, divrcio e nova unio

CASAMENTO: DEFINIO
" o pacto mediante o qual, um homem e uma mulher constituem entre si uma comunho da vida
toda, ordenada por sua ndole natural ao bem dos cnjuges e gerao e educao da prole" (C #
1055).
Para a realizao do Matrimnio so necessrios trs elementos:

Ato de consentir (cn. 1057 2)

Manifestao legtima
Pessoas juridicamente hbeis
O consentimento matrimonial o ato da vontade pelo qual um homem e uma mulher, por aliana
irrevogvel, se do e se recebem para constituir o Matrimnio, (cn. 1057 2).
o consentimento matrimonial, legitimamente manifestado entre pessoas juridicamente hbeis que
faz o Matrimnio. Esse consentimento no pode ser suprido por nenhum poder humano.
Entre cristos no pode haver pacto matrimonial vlido que no seja sacramento (cn. 1055 2). O
que significa que, se existir pacto vlido entre batizados, este Sacramento do Matrimnio.
O Matrimnio deve ser ratificado pelo sacramento e consumado pelo ato conjugal e ento a
indissolubilidade plena.
FALHAS DO CONSENTIMENTO (cn). 1095-1107
(Base: Jesus Hortal. Casamentos que nunca deveriam ter existido)

a) Falta de capacidade para consentir (cn. 1095)

necessrio saber e querer o que esto fazendo. Falhas possveis:
1. Falta de inteligncia terica. Ex. quando no houve um desenvolvimento psquico suficiente,
por idade ou doena mental, alcoolismo, drogas, etc.
2. Falta de inteligncia prtica. Ex. Mesmo entendendo no compreendem a importncia das
obrigaes que assumem.
3. Falta de domnio de si no campo matrimonial. Ex. Mesmo compreendendo e assumindo
incapaz de cumprir, por desvios de personalidade. Age de maneira incompatvel com o
assumido (pessoa de personalidade doentia anti-social, incapaz de convivncia pacfica; os que
tm desvios psicossexuais).
b) Ignorncia (cn. 1096) Ex. Os contraentes tm que saber o que, exatamente, esto consentindo.
Consrcio (de vida e interesses) permanente entre um homem e uma mulher (afasta unies paralelas),
ordenado procriao, por meio de cooperao sexual.
c) Erro (cn. 1097-1099). Erro no o mesmo que ignorncia. No erro se pensa saber, mas, errado.
1. Erro sobre as propriedades do matrimnio. (A unio conjugal, no plano de Deus, ver definio
acima). Quantos pensam diferente, especialmente aps a lei do divrcio? Para os cristos
sacramento. (Quantos pensam corretamente a respeito do sacramento?).
2. Erro sobre a identidade da pessoa com quem se casa (identidade da pessoa fsica, ou ainda mais
complexa a identidade psicolgica).
3. Erro sobre certas qualidades da pessoa com quem se casa. (Este complicado, porque sempre
existe. considerado, quando o erro sobre uma qualidade direta e principal visada).
4. Erro maliciosamente provocado (doloso). (Ex. esconde uma doena contagiosa).
d) Simulao (mentira, voluntria)
1. Total. Ex. a mentira. Algum interiormente quer uma coisa, mas externa outra. O que vale, o
externado ou o querer interior? O difcil a comprovao! Em princpio presume-se que a
pessoa externa o que interiormente sente. No caso TOTAL exclui diretamente o casamento.
2. Parcial. Exclui o matrimnio indiretamente.
e) Violncia ou medo. Ser forado a casar, por diversas formas, o consentimento falho.
f) Condio no cumprida - "Consentimento falho". o caso de consentimento dado sob condio e
esta depois no se cumpre. Ex. Eu s caso se voc for virgem; ou eu s caso se no existir outra mulher
em sua vida.
IMPEDIMENTOS DIRIMENTES (cn. 1083-1094)
quando a lei os probe de casar, como: as crianas, os casados, os padres, o casamento entre
parentes. Casos:

a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)

Idade. (14 e 16 anos no mnimo, no Brasil 16 e 18. O Bispo pode dispensar).

Impotncia. (Impede a consumao).
Vnculo. (J casado (a)).
Disparidade de Culto. (Ex. Um muulmano, judeu, etc. - a diferena de culto to grande que
proibido o matrimnio - O Bispo pode dispensar. No a mesma situao quando se trata de duas
religies crists).
Profisso religiosa perptua. (Diconos, padres, bispos, religiosos com profisso perptua - Santa
S pode dispensar).
Rapto. (Os cnjuges s podem exercer a liberdade necessria para o consentimento em condies
de liberdade e segurana).
Crime. (Aquele(a) que mata o cnjuge para facilitar um matrimnio posterior fica impedido de
contrair o matrimnio validamente - dispensa s com a Santa S).
Consanginidade. (Impede todos os ascendentes e descendentes e at o quarto grau da linha
colateral: irmos, tios-sobrinhos, primos, tio-av com sobrinho-neta. Parentesco ascendente e
descendente e entre irmos no tem dispensa. Outros podem ser dispensados pelo Bispo).
Afinidade. (Vivo no pode se casar com sogra, enteada ou ascendentes e descendentes desta Dispensa - Bispo).
Honestidade pblica. (Quem vive unio ilegal no pode casar com filhos ou pais do parceiro).
Parentesco legal, por adoo. (Adotante e adotado ou um destes e os parentes mais prximos do
outro).

FALTA DE FORMA CANNICA NA CELEBRAO DO CASAMENTO (cn. 1108-1119).

Nos cnones referidos acima ficam estabelecidas as competncias para representar a Igreja e
outras exigncias da Igreja quanto a celebrao vlida do Matrimnio.
Como se pode ver, so muitas as diferentes causas que podem provocar a nulidade de um
casamento. Muitas delas, porm, raramente vo aparecer num processo de declarao de nulidade,
porque j tero sido tiradas, se necessrio, mediante a dispensa, antes do casamento. Contudo, d para
perceber que o problema dos matrimnios nulos no nada simples. Mas o julgamento de cada caso
da competncia dos Tribunais Eclesisticos. O agente deve ter algum conhecimento para ajudar na
orientao e triagem, quando necessrio.
NOTA 1: CONVICO NTIMA DE NULIDADE
As autoridades competentes da Igreja s podem declarar um matrimnio nulo depois de
reunirem as provas canonicamente requeridas.
s vezes os juizes encontram-se intimamente persuadidos da nulidade, mas, diante da falta de
provas, so obrigados a no declarar nulo o matrimnio.
As convices subjetivas sinceras devem ser bem examinadas. Pode haver elementos que
estabelecem a nulidade se provas pudessem ser apresentadas, mas estas foram perdidas. Neste caso o
casamento que visto como canonicamente vlido, no existe.
Nesse caso, muitos moralistas consideram que essas pessoas podem viver como casal, desde
que evitem o escndalo. Esta doutrina foi confiada pelo Snodo dos Bispos de 1980, consagrado s

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famlias crists no mundo de hoje, nas palavras do prprio Cardeal Joseph Ratzinger: "O Snodo
enquadrou em uma categoria especial aqueles que chegaram convico, fundamentada em sua
conscincia, de que seu primeiro casamento nulo, mesmo faltando para isso a prova jurdica: em tais
casos, em conformidade com um juzo baseado na conscincia e desde que seja evitado o escndalo,
pode ser autorizada a admisso comunho." A Familiaris Consortio, enfoca este assunto de forma
menos explcita, no #84.
Sobre este assunto houve um avano no que concerne declarao de nulidade que no ser
tratado aqui. (A questo de provas aceitas parece ter passado por alguma alterao mais recente e o
leitor interessado em aprofundar o tema deve procurar mais informaes atualizadas).
NOTA 2: PRIVILGIO PAULINO
(P.91 M. Legrain)
A Igreja nunca afirmou explicitamente que o Privilgio Paulino se baseia em 1 Cor 7,12-16.
Atualmente o que se entende por Privilgio Paulino?
a faculdade, reconhecida a um cnjuge anteriormente casado na infidelidade a uma parte no
batizada, de contrair aps seu batismo um segundo casamento, que dissolve o primeiro, quando o
cnjuge que permaneceu no-cristo se separa fsica ou moralmente. (Em linguagem mais simples: a
faculdade de contrair um segundo casamento, que dissolve o primeiro, quando este foi contrado entre
dois no cristos; um dos cnjuges se tornou cristo e o outro permaneceu no cristo e se separou
fsica ou moralmente; ou dizendo de outra forma: se um casal de no batizados vive uma unio
irregular e um dos cnjuges se converte, batizado e abandonado pelo outro, o convertido tem
permisso para contrair nova unio que anula a anterior).
NOTA 3: PRIVILGIO PETRINO
O Privilgio Petrino autorizou ndios recm convertidos a escolherem a esposa que preferiam
quando vivessem em poligamia e no se lembrassem qual a primeira. Depois foi admitido que
escolhessem a preferida mesmo sabendo qual a primeira, desde que a escolhida aceitasse a converso.
Depois ainda, por causa do trfico de escravos, que os escravos casados como de costume e depois
separados por causa de serem deportados, quando se convertessem, poder casar novamente em bases
crists, sem ter que interpelar o antigo cnjuge.

9. Identificao de foras internas e externas, favorveis e contrrias

Esta identificao de foras favorveis da Igreja e de fora e tambm a identificao das principais
foras contrrias ao trabalho pastoral uma forma de levantamento e reflexo que esto ligados ao
planejamento das atividades do Setor. Boa parte destas foras j foi tratada no Curso Intensivo
Presencial Viso Global, do INAPAF. Este levantamento importante e deve ser revisto para que, no
planejamento se tenha clareza das principais alianas e articulaes e tambm dos maiores desafios e
confrontos.

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10. Perfil do agente

No bom atribuir certas atividades do Setor Casos Especiais a agentes iniciantes e despreparados.
Em muitos casos, o agente necessita discernir questes complexas de relacionamentos, de fundamentos
teolgicos e de doutrina. necessrio saber escutar, fazer encaminhamentos, buscar ajuda
especializada, etc.
Desafios para o agente:

Formao contnua e vivncia - experincia pessoal, de casal e familiar e de f.

Evitar a auto-suficincia - crer que sempre pode fazer algo significativo, mas que necessita de

outros.
Ter discernimento - reconhecer a complexidade dos problemas e manter a f, unidade pastoral e
com a Igreja, alianas e articulaes.
Manter viso global sobre os relacionamentos e a pastoral.
Ser testemunho dos valores fundamentais que anuncia.
Fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.

11. Orientaes prticas para o Setor

PREOCUPAES INICIAIS

Constituir equipes: de ajuda e de apoio (recrutar agentes e especialistas para apoio).

Providenciar a formao para as equipes. Para os agentes, uma formao sistemtica, como a
oferecida pelo INAPAF (principalmente a do Curso Distncia) ou outra semelhante, com
orientao bem prtica. A formao, em nossa realidade moderna e ps-moderna, um desafio
permanente.
Estruturar o Setor e designar as atividades e responsabilidades.
EXEMPLOS DE SERVIOS/ATIVIDADE DO SETOR

Levantamento de casos na comunidade (envolve articulaes).

Estabelecimento de prioridades e perfil dos casos.
Trabalhos de planejamento (metas, recursos, avaliao).
Acolhida e triagem para o atendimento e ajuda.
Ajuda famlia em dificuldades.
Integrao dos atendidos Pastoral Familiar e comunidade (acompanhamento).
Realizao de eventos com grupos especficos.
Organizao e manuteno de cadastros e registros necessrios (secretaria).
Proviso de recursos financeiros.
Formao da equipe.

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POSSVEL ESTRUTURA E DIVISO DE TAREFAS

Coordenao do Setor

Constituir e coordenar as equipes.

Planejar, acompanhar e avaliar todas as atividades.
Organizar e manter cadastros e registros das atividades do setor.
Coordenar a realizao de eventos.
Motivar a equipe para o trabalho.

Equipe de ajuda do Setor

Prover os recursos (espao fsico e demais recursos) para as atividades.

Divulgar o servio de ajuda famlia.
Recepcionar as pessoas para o atendimento.
Fazer a triagem.
Realizar o atendimento vivel no setor e encaminhar para ajuda de especialistas os casos que o
requerem.
Acompanhar todos os casos???.
Providenciar para a integrao dos atendidos Pastoral Familiar e comunidade.
Zelar pela prpria formao e participar do planejamento.
Equipe de apoio ou especialistas

Atender a requisitos mnimos ticos e de formao crist.

Fazer o atendimento dos casos encaminhados.
Manter o contato necessrio com a equipe do setor.
Equipe de levantamento, articulao e eventos
A equipe de levantamento e articulao tem atividades permanentes e peridicas. Tem
atividades como:

Estabelecer e manter as articulaes que facilitam o levantamento de casos a serem atendidos.

Prover as formas de (e realizar a) aproximao com os destinatrios dos servios.
Ajudar no acompanhamento dos casos.
Juntamente com o Setor e toda a Pastoral Familiar, planejar e realizar eventos especficos para o
Setor.
Participar das avaliaes e do planejamento.
Planejar e realizar eventos especficos do Setor.

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CONSIDERAES SOBRE AS ATIVIDADES DO SETOR

1. Nossa populao, ou universo de trabalho, muito heterognea e com freqncia carece de uma
evangelizao bsica, feita com confiana e otimismo.
2. Praticamente toda pessoa tem problema de pobre auto-estima.
3. Na seqncia de requisitos bsicos est tambm o relacionamento conjugal, para os vocacionados
ao Matrimnio.
4. Uma das grandes dificuldades que toda a sociedade e tambm a Igreja enfrenta, a incapacidade de
construir e preservar relacionamentos prximos, transparentes. Construir e manter relacionamentos
mais uma diretriz fundamental para se ter sempre presente.
5. Evangelizao se faz com testemunho autntico de vida. O agente no deve falsear a verdade,
apresentando uma imagem perfeita, pois perfeito s o Senhor que anunciamos.
6. A escuta autntica e ativa, sem superioridades, elemento indispensvel para todo e qualquer
trabalho de ajuda em matria de relacionamentos e principalmente nos casos especiais;
7. Sempre que atuamos em nome de Jesus necessrio o preparo em orao e reflexo. necessrio
exercermos, com discernimento, a autoridade que temos em Seu nome.
8. Quando trabalhamos com grupos, o tamanho do grupo e o tempo de partilha devem ser tais que
todos passam partilhar.
9. Para cada situao necessrio colocar o tema luz da Palavra de Deus e da doutrina e
ensinamentos da Igreja, para estarmos em unidade.
10.
O discernimento tambm importantssimo. Deve ser feito, de preferncia, em grupo.
Os estudos realizados nos mdulos das trs fases de nosso Curso de Formao de Agentes so
muito importantes e do elementos para ir s causas, entend-las e agir. No conjunto de casos especiais
vamos nos deparar com casos to complexos que parecem impossveis, mas, temos elementos para
oferecer ajuda eficaz em todos eles. Desnimo diante da dificuldade deve ser creditado a pouca f. No
podemos subestimar a fora do testemunho e servio, quando caminhamos com Jesus e Ele conosco.

12. Elaborao prtica de um projeto para o Setor

No parece adequado iniciar fazendo coisas desordenadamente. necessrio reunir o grupo e
planejar. O valor de se planejar as atividades no deve ser subestimado. Planejamento hoje uma
exigncia para qualquer atividade que exercida com responsabilidade, mesmo que no seja muito
complexa. Nosso ministrio muito importante e estamos colocando neste trabalho todos os talentos
que o Senhor nos confiou. Por isso vamos planejar. A seguir, embora de maneira breve, vamos esboar
dois elementos fundamentais de um plano de trabalho.
Na tabela que segue, na primeira coluna so apresentados alguns objetivos (metas) e na
segunda, listamos alguns exemplos de recursos correspondentes aos objetivos, para que estes sejam
atingidos. Os contedos correspondentes aos objetivos podem ser encontrados nos mdulos do Curso
Distncia do INAPAF. Estes exemplos visam apenas exemplificar. Fica para o leitor a reviso dos
conceitos bsicos de planejamento e a reflexo sobre os recursos a serem usados.

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TABELA SUGERINDO OBJETIVOS E RECURSOS CORRESPONDENTES

PARA O SETOR DE CASOS ESPECIAIS

OBJETIVOS

RECURSOS

Ampliar e formar a equipe de Com a ajuda de todos os membros da Pastoral Familiar e do

Agentes do Setor de Casos
proco discernir, convidar e dar formao a novos membros para
especiais, visando atender
integrarem a equipe do setor;
demanda da parquia;
Enumerar os tipos de casos Reunir integrantes da Pastoral Familiar e se possvel enriquecer
especiais que ocorrem em
o grupo com outras lideranas de pastorais e movimentos e aps
sua regio e estabelecer os
uma orientao adequada, em trabalho de grupos seguido de
de maior prioridade;
uma plenria, listar os casos existentes e eleger as prioridades
que podem ser trabalhadas;
Localizar
os
casos Buscar aproximao e cooperao com: Catequese, Pastoral da
existentes;
Juventude, Pastoral da Criana, outras pastorais, movimentos;
servios de orientao escolar das escolas existentes na
parquia, etc., para o levantamento;
Dar atendimento individual Designar para cada agente (ou grupo) os casos a estabelecer e
para os casos que requerem
manter contatos com vistas s metas pr estabelecidas.
este procedimento;
Realizar reunies peridicas do Setor para partilha, avaliao e
acompanhamento e para o estabelecimento de novas diretrizes;
Oferecer acompanhamento Criar e orientar grupos especiais de acompanhamento para os
especial, em grupo, quando
casos em que este mtodo seja adequado;
oportuno;
Encaminhar
os
casos Fazer um levantamento de grupos de partilha, j existentes na
contatados individualmente a
Pastoral Familiar, em outras pastorais ou movimentos da
grupos de acompanhamento
parquia, que possam admitir e acompanhar novos membros e
e partilha existentes na Igreja
fazer os encaminhamentos adequados; grupos como: grupos j
local;
estveis de ps-Matrimnio; de preparao para o matrimnio; de
reflexo; de movimentos familiares; etc.
Prover outros recursos, de Fazer o levantamento, (se inexistente e possvel, criar) na
dentro ou de fora da
parquia e na regio, de recursos como: S.O.S. famlia;
parquia que possam ser
Alcolicos Annimos, Alanon, NA, Fazenda Esperana, Amor
acionados
como
ajuda
exigente, Conselho Tutelar, etc., que possam oferecer ajuda a
especializada a qualquer dos
diferentes casos. Fazer o encaminhamento e acompanhamento
casos escolhidos como
de casos que requeiram tais ajudas;
prioridades;
Prever e realizar encontros, Constituir grupos de interesses semelhantes; planejar e executar
para os casos em que este
encontro(s) para grandes grupos e prover o acompanhamento
tipo de atividade seja
posterior para integrao na Igreja;
adequado;

13. O Servio de Orientao Famlia

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Esta uma forma muito concreta de atuao do Setor Casos Especiais, porque a famlia
vive hoje freqentes dificuldades com as quais, geralmente, no est preparada para
lidar. Para a realizao deste trabalho o Setor necessita de certa organizao e preparo.
AJUDA FAMLIA EM CRISE
Um dos requisitos iniciais para o ministrio de ajudar as famlias realizar
algum estudo sobre as diversas causas de conflitos e de maus relacionamentos de casal e
familiar. A seguir vamos enumerar algumas das causas mais comuns de problemas de
relacionamentos, para uma reflexo inicial.
CAUSAS COMUNS DE CONFLITO DO CASAL

Insegurana afetiva de um ou de ambos os cnjuges os cimes de um abafa o

outro; gera atitude de vigilncia. O cnjuge vigiado, no percebendo a realidade, age

de forma a agravar o problema.
Frustraes prolongadas a rotina prolongada, a grosseria, a falta de ateno e de
valorizao mtua desanima e pode gerar ambiente insustentvel de conflito.
Infidelidade a falta de cultivo da afetividade no relacionamento; uma
licenciosidade machista histrica; a eroso moral provocada pela cultura
antifamlia, veiculada pelos MCS e difundida na sociedade, favorecem o desrespeito
ao compromisso livremente assumido no Matrimnio e gera graves conflitos.
Descartabilidade da pessoa - nas unies provisrias, consensuais, por interesses,
no divrcio e outras formas de desestruturao familiar, se evidenciam a fragilidade
do respeito pessoa do outro na cultura moderna e a falta de entendimento da
indissolubilidade do casamento.
Alcoolismo doena e fuga que reflete a fraqueza interior, a carncia de valorizao
e de satisfao de valores fundamentais para a pessoa, motivo de muitos conflitos.
Doenas psquicas e mentais sua incidncia vem aumentando e agrava a
qualidade dos relacionamentos, principalmente os relacionamentos prximos e que,
muitas vezes, no so diagnosticadas como doena. Conseqentemente a pessoa que
necessita de ajuda especializada acaba incompreendida e pressionada.
Dominao herana cultural e histrica - causa de conflitos muito freqentes.
Disparidade de educao familiar entre os cnjuges no raro serem grandes as
diferenas de educao entre a famlia e um cnjuge e do outro. Estas diferenas
podem ser causas de maus relacionamentos e de conflitos para o casal.
Disparidade intelectual quando existe uma grande diferena intelectual entre os
cnjuges, esta diferena, com freqncia gera ou agrava os problemas nos
relacionamentos.
Diferenas na forma de conceber a educao dos filhos est ligada
disparidade de educao familiar, referida acima e importante fator de srios
confrontos entre marido e mulher, alm de gerar problemas para a educao dos
filhos.
Disparidade de credo problema freqente, principalmente quando a prtica
religiosa no prioriza o respeito incondicional da dignidade do outro; quando
existem disputas e proselitismos.

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Forma de relacionamento com os parentes uma grande causa de conflitos e

um forte ingrediente ou para prolongar os maus relacionamentos. muito comum

nas famlias.
M qualidade do relacionamento sexual a vivncia da relao sexual desligada
de um relacionamento afetivo de boa qualidade frustra os cnjuges e destri muitos
matrimnios.
Ausncias prolongadas de um dos cnjuges sejam quais forem os motivos, a
ausncia prolongada fonte de dificuldades para o casal.
Administrao unilateral dos bens e da economia freqentemente gera
humilhao para o cnjuge excludo e danifica todo o relacionamento.
Independncia (auto-suficincia) fere o relacionamento do casal e forte motivo
de conflitos. O auto-suficiente no d oportunidade de crescimento e aproximao
ao outro.
Indiferena de um para com o outro muitas vezes fere mais que as agresses
verbais.
Fugas e compensaes algumas fugas e compensaes, como o lcool e a droga,
tm seus efeitos negativos muito claros nos relacionamentos; outras formas de fugas
e compensaes so muito sutis e esto dentro de todos os lares.

Presso do desemprego geralmente traz fortes sentimentos de

desvalorizao na pessoa e em conseqncia, ela se torna pouco amvel e de

difcil relacionamento.
Aventuras pela INTERNET esta maravilha da comunicao tem muito de
privado e individual e no raras vezes encoraja um cnjuge bem comportado
a fazer experincias que acabam se prolongando e comprometendo a
confiana e o matrimnio.
Indigncia e misria na luta pela sobrevivncia, muitas vezes, o ser
humano se desequilibra e os relacionamentos ficam danificados.
Falta de proximidade com Deus em Deus temos o relacionamento
perfeito. Quanto mais afastados DEle, mais deficientes sero os
relacionamentos.
Falta de preparao para o Matrimnio o matrimnio uma doao
mtua e irrestrita e requer dos nubentes o conhecer-se, o gostar de si, o
conhecer e amar o outro e a clara conscincia do gesto de aliana no plano de
Deus. Havendo despreparo, perde-se a beleza e cresce o peso para o
relacionamento.
Erro de pessoa mais ou menos comum a falta de conhecimento da pessoa
do cnjuge, a pressa em casar-se, a presso da carncia afetiva, fazer com que
um dos cnjuges ou ambos, tenha a identidade errada do outro. Da vem
dificuldades no relacionamento.

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CAUSAS COMUNS DE CONFLITOS FAMILIARES:

Todo conflito do casal se irradia na famlia os filhos de qualquer idade e mesmo

os ainda no nascidos, sofrem e realimentam as conseqncias dos maus

relacionamentos do casal.
Desestruturao familiar - nas famlias j desestruturadas ou incompletas os
filhos, certamente carregam estas marcas (que muitas vezes so subestimadas e
predominantemente so ignoradas) e trazem srias dificuldades para os
relacionamentos.
A ausncia paterna a ausncia paterna no lar e na educao (que pode se dar
fisicamente ou por omisso e por diversos motivos) uma das grandes causas de
problemas familiares.
A ausncia de pai e me to comum para os extremamente pobres, por motivo de
sobrevivncia e entre os ricos, pela cultura moderna e agenda cheia, tanto para os
pais como para os filhos, deixa muitas crianas sem a presena dos pais, o que
favorece ausncia escola, desvios e marginalizao freqentes, mas principalmente
o fracasso na formao das novas geraes e os maus relacionamentos.
Os vcios e drogas so as muletas dos relacionamentos atrofiados.
Desencontros entre pai e mo, na educao - muito cedo a criana aprende a
explorar as diferenas de opinio dos pais e isto um srio agravante dos conflitos
familiares.
As superioridades paterna ou materna so formas inadequadas do uso de
qualidades pessoais que cada um dos conjugues desenvolve. Ao invs de usar os
dons para o bem de todos, comum us-los para fazer com que o outro se sinta
inferior. Isto destri relacionamentos.
Falta de limites ao longo de algumas dcadas, a cultura familiar saltou do geral
autoritarismo patriarcal para uma ausncia de rumos e limites, o que danifica a
formao e os relacionamentos. Vivemos um tempo de tentativa de resgate de
limites e de dilogo.
A ausncia do dilogo dilogo requer elementos como: tempo, presena, escuta,
valorizao do outro, descoberta interior da pessoa. Sem estes, o dilogo no
acontece, e sem dilogo, no existe relacionamento sadio.
A falta de uma vivncia coerente dos pais - outra grave lacuna na educao dos
filhos. Isto se faz notar com grande peso para a educao em geral e na f. A prtica
dos pais educa ou deseduca. Nunca se passa despercebida.
A severa escassez econmica em situao de misria a famlia tem dificuldade de
existir e no consegue formar pessoas.

O DISCERNIMENTO

Discernir significa escolher caminhos eticamente corretos e sempre regidos pelo

amor e respeito pessoa. Para discernir necessrio escutar a Deus, estar em
sintonia com a Igreja, escutar s pessoas e comunidade e estar bem informado.
necessrio agir com serenidade e tambm com autoridade. necessrio interagir
fielmente com a comunidade. Lembrar sempre alguns elementos essenciais:

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Escutar as pessoas respeitando sempre a dignidade incondicional de cada uma.

Mediar os confrontos de modo que cada um possa externar o que pensa e sente
diante dos problemas.
Avaliar, em cada situao: a presso, o medo, a ameaa, o vcio, ausncia de Deus, a
necessidade de ajuda profissional especializada, etc.
Avaliar necessidades afetivas essenciais insatisfeitas e outras barreiras para os
relacionamentos.
DIRETRIZES PARA A EQUIPE DE AJUDA

Busca contnua de tornar pessoais, os valores evanglicos de relacionamento. (Ver

mdulos do INAPAF).

Em equipe, planejar as atividades.

Aceitar o desafio da formao continuada.
O planejamento pode ser simples, mas indispensvel para um bom trabalho. Ele
inclui, pelo menos:

Objetivos.
Recursos materiais e humanos.
Metodologia e contedos.
Avaliao e reviso do trabalho.

OBJETIVOS
Exemplificando:

Disponibilizar um servio de ajuda imediata ao casal, famlia ou s pessoas com

dificuldades em seus relacionamentos.

Prover encaminhamentos adequados, para os casos que requeiram ajuda de
profissionais ou grupos especializados. .
Prover acompanhamento dos casos atendidos.
Criar, treinar e aumentar a equipe de trabalho.
Divulgar os servios que oferece.
Ampliar a equipe de apoio e oferecer-lhe formao pastoral e evanglica.

RECURSOS MATERIAIS
Variam conforme as metas estabelecidas e so muito importantes. Para
desenvolver muitas das atividades, necessrio ter ambiente com certo conforto e
privacidade para partilhas que, muitas vezes, so confidenciais e geralmente
difceis. O local deve ser adequado.
RECURSOS HUMANOS

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Equipe de Plantes - formada por um conjunto de pessoas previamente

preparadas (preferencialmente casais) que, mediante escala, far o atendimento.
Equipe de Acompanhamento - que oferece um acompanhamento para as pessoas
ou famlias atendidas, numa caminhada posterior que pode ser individual ou em
grupo.
Equipe de Especialistas ou Equipe de Apoio - cuja ajuda ser solicitada cada vez
que, no atendimento de planto, se constatar a necessidade de uma ajuda
profissional. formada por Psiquiatra, Psiclogo, Assistente Social, Advogado,
Mdico, Padre, etc.
Cada um dos integrantes destas equipes deve professar a f crist. Geralmente, as
equipes de planto e de acompanhamento so constitudas de catlicos e devem estar
sempre cuidando de sua formao. A equipe de especialistas tem que, no mnimo,
respeitar a Doutrina Catlica.
METODOLOGIA DE TRABALHO
Poderamos considerar diferentes etapas do atendimento. Por exemplo, podemos ter
etapas como:

Pr atendimento o preparo das equipes, do espao, da divulgao e a orao e a

acolhida das pessoas.
Durante o atendimento o encontro, a forma de atendimento, a ateno individual, a
escuta e oportunidade para que cada pessoa se manifeste, o ambiente de confiana, o
discernimento, etc.
Ajuda especializada surge em decorrncia do atendimento, aps o discernimento
da equipe que atende o planto e da competncia do profissional, em consonncia
com os valores evanglicos.
Acompanhamento pode ser para o indivduo ou para a famlia. feito por pessoas
da equipe ou integrando a famlia atendida a um grupo recm formado ou j
existente, conforme seja adequado.
AVALIAO
Quando planejamos uma atividade, um dos elementos indispensveis a
avaliao. A avaliao neste caso no to simples quanto a aplicao de um
questionrio. necessrio que a equipe procure avaliar o funcionamento de cada
uma das partes do projeto. Por exemplo: detectar como vai a divulgao, o
recrutamento; como est a formao das equipes; como est o desempenho de
cada equipe; como vo os resultados. E a partir das avaliaes apropriado tomar
medidas que aperfeioem o trabalho.
REFLEXES SUGERIDAS
Todo o trabalho faz parte de uma nica misso maior, a evangelizao e o pastoreio
das ovelhas que o Senhor quer salvar. Por isto, a orao e a reflexo da Palavra so

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elementos essenciais do trabalho. A ttulo de motivao, os seguintes textos so

sugeridos:
Isaas 58, 6-12
1 Corntios 2, 1-5
Atos 20, 28-35
Mateus 5, 27-32
Mateus 5, 43-48
Mateus 9, 35-38
Mateus 18, 12-14
Mateus 19, 3-9
Joo 21, 15-17
Marcos 11, 22-25
Joo 8, 3-11

14. Diretrizes para o trabalho com divorciados e com nova unio

O caso especial divorciados com nova unio requer uma ateno especial. A
Igreja no admite a excluso ou marginalizao da pessoa, mas na prtica, isto
freqentemente ocorre. A incluso e acolhimento so indispensveis e so exigncias da
caridade e misericrdia de Cristo, inmeras vezes ensinadas por Ele (Mc 2, 15-17); (Lc
7, 36-50). Por outro lado, a verdade sobre a indissolubilidade da unio conjugal, elevada
pelo prprio Jesus dignidade de Sacramento, inquestionvel e tambm explicitada
por Ele: "... no separe o homem o que Deus uniu" (Mt 19,6) e no pode ser mudada
pelo homem.
A celebrao vlida do Sacramento do Matrimnio tem exigncias que no so
bem conhecidas e muitas vezes no so assumidas com responsabilidade.
No caso de separao com nova unio, as responsabilidades de cada um dos
cnjuges no so necessariamente iguais. A apreciao individual, (caso a caso, pessoa a
pessoa) para fins de admisso aos sacramentos da Igreja da competncia do Sacerdote,
respeitando os ensinamentos da Igreja.
Do ponto de vista pastoral, de acompanhamento e orientao, aos Agentes de
Pastoral Familiar podero ser confiados, aspectos muito confidenciais dos cnjuges. Isto
til para melhorar a ajuda e at para facilitar encaminhamentos. A fidelidade ao sigilo
parte da fidelidade a Deus, na misso do Agente.
A simples observao da vida comunitria, com freqncia, mostra problemas,
conflitos, divises, ressentimentos que, no raras vezes, afastam da Igreja os
divorciados com nova unio. O resgate, a acolhida e a integrao destas famlias
constituem grande desafio para o Setor.
O Agente de Pastoral Familiar tem que aprofundar seus conhecimentos sobre os
problemas dos casados com nova unio; trabalhar unido ao Sacerdote; ser fiel verdade
ensinada por Jesus e tambm ao seu mandamento da caridade; saber fazer a triagem de
casos que requeiram a ajuda do Tribunal Eclesistico e evangelizar com ardor.

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Temos a esperana e confiana de que o Agente de Pastoral Familiar, vendo a

importncia do assunto, se sinta desafiado a aprofundar mais seus conhecimentos nos
mdulos do Curso Distncia, do INAPAF e na vasta literatura existente.
O Guia de Orientao para os Casos Especiais, da Comisso Nacional de Pastoral
Familiar, apresenta diversas experincias de trabalhos realizados com casais em segunda
unio, pelas parquias e ou dioceses do Brasil.

15. Sugestes de consulta para aprofundamento

1.
2.
3.
4.
5.
6.

A Misericrdia Divina - Carta Encclica de Joo Paulo II - Paulinas

O Esplendor da Verdade - Carta Encclica de Joo Paulo II - Paulinas
A Bblia - ver lista de referncias, mais adiante.
Hortal, Jesus. Casamentos que nunca deveriam ter existido. Loyola. 1991.
Catecismo da Igreja Catlica. Paulinas. Loyola. Ave Maria. Vozes.
A Misso da Famlia no Mundo de Hoje. Exortao Apostlica de Joo Paulo II.
Paulinas.
7. Cdigo de Direito Cannico.
8. LUGNANI, Joo Bosco e Eunides. Mdulos do Curso Distncia de Formao de
Agentes.
9. Cifuentes, Rafael. Novo Direito Matrimonial Cannico. Ed. Saraiva. 1988.
10. Cifuentes, Rafael. 147 Perguntas e Respostas sobre o Casamento. Imprimatur. Rio
de Janeiro. 1991.
11. Cifuentes, Rafael. 274 Perguntas Sexo e Amor. Imprimatur. Rio de Janeiro. 1992.
12. Cifuentes, Rafael. Famlia, Conflitos e Realizaes. Imprimatur. Rio de Janeiro.
1995.
13. LUGNANI, Joo Bosco e Eunides. Apostilas dos Cursos Intensivos Presenciais.
14. CNPF. Guia de Orientao para os Casos Especiais.
15. CNPF. Diretrio da Pastoral Familiar.

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16. Trabalhos prticos

TRABALHO 1
ORIENTAO:
1. Partilhando em grupo, responda as questes abaixo.
2. Elabore um projeto para o Setor Casos Especiais de sua parquia (ou de uma
parquia fictcia).
QUESTES

Quais so os principais casos especiais que voc identifica em sua comunidade?

Quais as foras favorveis, dentro e fora da Igreja, com as quais voc acha que pode
contar para tratar destes problemas?
O que sua parquia ou comunidade est fazendo a respeito?
Elabore de 3 a 5 objetivos para o Setor Casos Especiais, visando resolver ou
minimizar as causas dos problemas que afetam a famlia e proponha estratgias
adequadas.
Indique se a execuo deste projeto se d s dentro da Pastoral Familiar ou se requer
articulaes de fora e em caso afirmativo, quais?
TRABALHO 2
ORIENTAO:
No grupo, discuta e responda, elaborando um relato:
1. Na opinio do grupo que fundamentos bblicos so os mais motivadores para os
separados e em segunda unio? (Ver relao abaixo)
2. Que exigncias morais parecem mais crticas, neste trabalho com os separados e em
segunda unio?
3. Que diretrizes de trabalho o grupo sugere para acolher e animar os separados e em
segunda unio sem ferir a doutrina da Igreja?
4. Como construir a unidade do trabalho pastoral incluindo os casais de segunda unio?
Textos bblicos
(1 Cor 15,12-19) Sem a Ressurreio somos dignos de pena.
(Mt 25,31-45) Segunda Vinda - valor eterno de viver a caridade.
(Lc 8,19-21) Aquele que faz a vontade do Pai irmo de Jesus.
(Mt 7, 21) Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor entrar no Reino.
(Rm 10, 5-13) Se com tua boca professares que ....
(Mt 18,8-10) Se tua mo escandaliza, corta. ...
(Mc 16,16) Quem crer e for batizado ser salvo.
(Lc 19, 1-10) Zaqueu.
(At 2,29-41) ...Irmos, que devemos fazer?

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(At 5,17-33) ... a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remisso dos pecados.
(Mt 12, 1-8) .. O Senhor do Sbado.
(Lc 7, 36-50) .. A pecadora aos ps de JC ... Tua f te salvou...
(Lc 11, 37-54) ...Ai de vs, fariseus, hipcritas, ...
(Lc 15, 11-32) ... Filho prdigo ...
(Lc 16, 18) Indissolubilidade.
(Mc 10, 1-12) Discusso sobre divrcio.
(Jo 4, 1-25) A Samaritana no poo de Jac
(Jo 2, 1-12) As Bodas de Cana.
(Mt 8,8) Senhor, no sou digno de que entreis em minha casa ...
(Lc 18, 9-14) A orao do Fariseu e do Publicano.
(Mt 19,3-9) O Matrimnio planejado por Deus.
(Jo 17, 20-21) Unidade dos crentes.