APostila - Teologia Bíblica Da Família (2021)

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA

DO NOROESTE FLUMINENSE

TEOLOGIA BÍBLICA DA FAMÍLIA


PROFESSOR:
Pastor Gilberto Suzano
2021

ITAPERUNA - RJ
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................03

1| CARACTERISTICAS DA FAMÍLIA DE HOJE............................................................................06


1.1 – O que é a família para o mundo de hoje?
1.2 – Como vive a família hoje?

2| A FAMÍLIA NA PERSPECTIVA BÍBLICA...................................................................................09


2.1 – A família no Antigo Testamento.
a) A ideologia de Gênesis.
b) A origem do casamento.
c) A família patriarcal.
d) A educação dos filhos no Antigo Testamento.
e) O problema da bi/poligamia.

2.2 – A família no Novo Testamento.


a) Jesus, um homem de família.
b) A família na visão de Jesus.
c) A família na visão de Paulo.

3| A FAMÍLIA E OS DESAFIOS DE HOJE.....................................................................................18


3.1 – A educação dos filhos.
3.2 – O drama da violência doméstica.
3.3 – O problema do abuso sexual infantil.
3.4 – A tragédia das drogas e a família.
3.5 – A questão do aborto.
3.6 – O problema do homossexualismo.
3.7 – A família da era digital.
3.8 – A ideologia de gênero.
3.9 – O grave problema da alienação parental.

4| O LÍDER CRISTÃO, A FAMÍLIA E O MINISTÉRIO....................................................................33


4.1 - O cuidado do líder com a sua família é uma questão de PRIORIDADE.
4.2 - O cuidado do líder com a sua família é uma atitude de PRUDÊNCIA.
4.3 - O cuidado do líder com a sua família é uma prova de SABEDORIA.

5| A IGREJA E O CUIDADO COM AS FAMÍLIAS..........................................................................35


5.1 – Por que criar um “Ministério com Famílias” na igreja?
5.2 – Que programações podem auxiliar na edificação das famílias da igreja?
5.3 – Como implantar um “Ministério de Família” na igreja?
5.4 – Qual a relação da família e o avivamento espiritual da igreja?

CONCLUSÃO..................................................................................................................................39

BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................................40
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INTRODUÇÃO
O assunto desta disciplina é relevante e urgente ao ambiente acadêmico. Relevante, pois
a família se constitui no bem mais precioso que alcançamos nesta vida, depois da salvação. De
sorte que a família requer atenção, cuidados e investimentos. Nosso objetivo é reafirmar biblica-
mente o valor da família, a partir do ambiente acadêmico.
Trata-se também de uma matéria de urgência pelo momento crítico que vivemos.
No decorrer dos tempos sempre houve conspiração implacável contra a instituição familiar.
Satanás tenta atingi-la, desde a queda do primeiro casal, Adão e Eva no Éden. Leia Genesis 3:
1. O que Deus perguntou ao homem no v.9?
R: _______________________________________________________
2. O que o homem respondeu no v.10?
R: _______________________________________________________________
3. O homem respondeu o que Deus perguntou? ( ) Sim ( ) Não
4. Deus fez uma nova pergunta no v.11. O que o homem respondeu no v.12?
R: _______________________________________________________________
A queda trouxe consequências no relacionamento do ser humano com Deus, e ao mesmo
tempo refletiu imediatamente no relacionamento familiar.
A família feliz e perfeita do cap.2 de Gênesis foi manchada pelo pecado no cap.3, e a partir
dali, Adão e Eva entraram em conflitos fazendo acusações, e logo no cap.4 vemos que o primeiro
ato de violência da história foi doméstica, entre os irmãos Caim e Abel.
Desde então, satanás não tem medido esforços para atacar a família. Ele sabe da natureza
pecaminosa da humanidade, e atua a partir dela, a fim de destruir a família.
Por isso se diz que os inimigos da família vêm de fora e de dentro. Satanás age de dentro
para fora, a partir da natureza pecaminosa de cada indivíduo no convívio familiar.
Por um outro lado, ele também age de fora para dentro, através de indivíduos a serviço da
sociedade, criando legislações humanas que visam atacar contra a família.
É notório que há uma evidente “agenda” satânica, desde o Éden, até os dias atuais, visando
atingir a família criada por Deus. A sociedade moderna vive uma crise de valores éticos e morais
sem precedentes, e essa crise tem origem no seio da família.
Pela atuação como pastor e também pelo convívio com professores, é fácil fazer a consta-
tação, uma vez que é na escola e na igreja que essa crise, muitas vezes, fica em maior evidência.
Nunca na escola, na igreja e na sociedade percebeu-se tanto a falta de limites, o desres-
peito e a inversão de valores. Nunca os sentimentos de impotência e frustração por pais, professo-
res e pastores estiveram tão presentes. Nunca houve tantas agressões a professores nas escolas.
Nunca houve tantos filhos de crentes envolvidos nas drogas ou detidos no sistema prisional. Nunca
houve tantos divórcios e tantas famílias destruídas. Nunca se teve tanta violência doméstica. Nunca
se viu tanta gente frustrada com a experiência de vida familiar.
Pr. Paschoal Piragine Jr. em seu livro DOENÇAS DA FAMÍLIA MODERNA observou que
“Tal como um exame laboratorial, em que as taxas são totalmente fora dos parâmetros, dados mos-
tram que a situação da família é preocupante.
IBGE / 2013: formação clássica de família (pai, mãe e filhos), deixou de ser maioria.
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Dados fornecidos pelo IBGE, divulgados em 2015 dão conta que o divórcio no Brasil cres-
ceu 200% em 23 anos, e que hoje a cada três casamento, acontece um divórcio.
OMS: a cada 15 segundos uma mulher sofre violência e maus-tratos no Brasil.
De acordo com a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), hoje a idade média da
primeira relação sexual entre adolescentes é aos 14 anos.
Também 61% dos brasileiros, de 18 a 24 anos, acessam conteúdo pornográfico.
Um site que facilita casos extraconjugais, recém-chegado ao Brasil, em apenas 7 dias,
atingiu 63.317 usuários, ficando em primeiro lugar no ranking de potenciais adúlteros.
Pesquisas dão conta de que 32% das pessoas casadas praticam a masturbação.
Segundo a ONU (Organizações das Nações Unidas) afirmou em 2010, o Brasil em 2005 já
contava com mais de 860 mil usuários de cocaína entre 15 e 64 anos.
Pesquisa entre pessoas que estão em situação de uso de drogas ou participantes do
mundo do crime aponta que, 9 em cada 10, são filhos de lares destruídos.
Já se foi o tempo em que esses dados estavam longe dos arraiais evangélicos.
Tragicamente a maioria dos usuários de drogas no Brasil tiveram uma infância num lar
evangélico, e é triste que muitos dos presidiários tenham nomes bíblicos.
Isso deve nos fazer refletir um pouco sobre a nossa responsabilidade com a família.
Que tipo de nova geração estamos deixando para este mundo?
É verdade que os tempos mudaram e as famílias também. Sim, isso é fato!!!
Mas será que a família bíblica e bem-aventurada descrita nos Salmos 127 e 128 é incom-
patível com o século XXI? Será que os padrões da Palavra de Deus não podem ser vividos hoje?
Minha experiência de vida cristã e ministerial tem me feito observar que a grande maioria
das igrejas não dedica atenção e tempo suficiente a esse assunto – família.
Uma Pesquisa do INSTITUTO BARNA com líderes de várias denominações em 2005, so-
bre qual deveria ser a ordem de prioridades da igreja, chegou-se a seguinte conclusão:
1. Discipulado;
2. Evangelismo;
3. Pregação;
4. Visitação;
5. Aconselhamento;
6. Adoração;
7. Ministério com adolescentes;
8. Missões;
9. Ação social;
10. Ministério com crianças;
11. Ministério com famílias;
12. Oração.
No ano 2014 eu fiz uma pesquisa entre 48 igrejas da ABENF, numa abrangência a 5 mu-
nicípios e os resultados dão conta de tamanha tem sido a nossa negligência:

 94% das igrejas realizam algum evento com ênfase na família;


 63% das igrejas não possuem ministério especifico com famílias;

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 75% das igrejas não oferecem/incentivam literaturas para a edificação diária da fa-
mília: Manancial; Pão Diário; Presente Diário;
 81% das igrejas não possuem cursos para edificação e apoio aos casais;
 72% das igrejas não realizam Curso de Noivos;
 20% dos pastores não planejam série especial de mensagens sobre o assunto fa-
mília, em seu programa anual de sermões;
 88% dos líderes admitem pouco investimento em ministério com famílias;
A família precede até mesmo ao surgimento da igreja, e até mesmo do povo de Deus.
Antes de Deus reunir e formar o Seu Povo Santo e a Sua Igreja, criou a família e prometeu
abençoar a humanidade a partir da família (Gn 12.3). E a família foi o principal instrumento de Deus
no crescimento da igreja primitiva (At 16.32; Rm 16.5).
Nesses últimos 40 anos, com a influência de modelos de gestão empresarial, muitas igrejas
pensando apenas no seu crescimento numérico, parece ter esquecido as necessidades essenciais
dos congregados, principalmente as necessidades familiares.
Além disso, muitas famílias cristãs têm afrouxado a disciplina e o compromisso com a Pa-
lavra de Deus em seus lares. É triste que lares cristãos tem sido palco de violência.
A IMPORTANCIA DA TEOLOGIA BÍBLICA DA FAMÍLIA.
Foi diante desse atual momento, que me surgiu o desejo de estudar
e pesquisar para responder às diversas questões pertinentes a esse tema.
Como a formação de pastores se dá nos seminários, creio que é
tempo de darmos mais atenção a esse assunto a partir do ambiente acadêmico.
Todos podemos nos unir mais a fim de abençoarmos mais nossas famílias.
Sempre que um tema envolve a vida social, entram em cena várias opiniões: psicólogos,
filósofos, antropólogos, pensadores, líderes religiosos, políticos, representantes de minorias, etc.
Cada seguimento tem suas razões e suas convicções.
Contudo, a Palavra de Deus é a autoridade absoluta sobre qualquer assunto. A autoridade
infalível sobre o tema família é a Palavra de Deus (2Tm 3.16). Todos podem ter suas ideias e opi-
niões, porém, qualquer pensamento que não se alinhe com a Bíblia, por mais convincente que seja,
não pode ser levado em consideração.
É inegável que os tempos são desafiadores para a família!!! Já são perceptíveis a opressão
maligna através de sugestões que agridem a família e o homem na sua formação.
Há famílias “agonizando” face às investidas malignas feitas através das propostas imorais
e profanas para a sociedade. A Bíblia diz que não devemos tomar a forma do mundo.
Em janeiro de 2020, nós assistimos com tristeza as notícias da tragédia de Brumadinho-
MG. Acompanhando as notícias da dor e do sofrimento das famílias que perderam seus familiares
e os desdobramentos das investigações das causas da tragédia, a pergunta é: Será que alguma
coisa poderia ter sido feita antes, pra evitar toda esta tragédia? A resposta é: provavelmente, sim.
Da mesma forma, eu convido todos a pensarmos o que podemos fazer hoje, antes que
tragédias aconteçam e resultem na destruição da família, conforme instituída pelo Criador.
Este material é resultado de minhas pesquisas, com artigos, informações, dados, argumen-
tos pessoais e acima de tudo, com vasta referência bíblica para uma boa teologia da família.
A Deus toda honra e toda a glória! Bons estudos a todos nós!!!

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1| CARACTERISTICAS DA FAMÍLIA DE HOJE.
O presente capítulo tem por objetivo a princípio, não questionar os conceitos, mas nos
ajudar a compreender as principais características das famílias de hoje, o que por si só, já nos dará
uma oportunidade para uma boa reflexão social sobre a família.
A palavra FAMÍLIA tem origem do Latim, familia, cujo sentido refere-se a “pessoas aparen-
tadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos”, ou a “pessoas
unidas por laços de parentesco, pelo sangue ou por aliança”.
Posto esta definição, neste capítulo pretendemos responder a duas perguntas:
1.1 – O QUE É A FAMÍLIA PARA O MUNDO DE HOJE?
Vejamos alguns conceitos, a partir dos aspectos antropológicos e científicos:
a) No âmbito da Psicologia.
Nathan W. Ackerman (1958), psiquiatra e um dos pioneiros no campo da terapia familiar
norte-americana, definiu a família como: “... um organismo composto da fusão dos fatores biológi-
cos, psicológicos, sociais e econômicos... Biologicamente, a família serve para perpetuar a espécie.
Psicologicamente, os membros estão ligados por mútua interdependência para as satisfações de
suas respectivas necessidades afetivas. Economicamente, eles estão ligados por mútua interde-
pendência e socialmente, a família tem as funções de assegurar a sobrevivência física humana.”
Ainda na perspectiva da Psicologia, a família é o ambiente onde desenvolvem três tipos de
relações pessoais: aliança (casal), filiação (pais/filhos) e consanguinidade (irmãos).
b) No âmbito da Sociologia.
Segundo a Sociologia a família é um conjunto de pessoas que se encontram unido por
laços de parentesco. Estes laços podem ser de dois tipos: vínculos por afinidade, como o casal e
consanguíneos como a filiação entre pais e filhos.
A Sociologia ainda classifica a família sob dois grupos: a família nuclear que só inclui os
pais e os filhos; e a família extensa que inclui os tios, primos e avôs.
Para Karl Marx e Friedrich Engels, filósofos e sociólogos fundadores do socialismo cientí-
fico ou marxismo no século XIX, a família no modelo tradicional traz prejuízos a sociedade, pois
promove a repetição da desigualdade social. Para eles, a partir do pensamento filosófico de que “o
ser humano é produto do meio”, esse meio, que em primeira instancia é a família, só reproduz a
desigualdade social, portanto, é a família a culpada pela discrepância da pirâmide social. Para o
marxismo, a família tradicional torna ricos cada vez mais ricos, e pobres cada vez mais pobres.
c) No âmbito do Direito.
A assembleia geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos do
Homem em 1948, estabelecendo em seu Artigo XVI, item 3, que “A família é o núcleo natural e
fundamental da sociedade e do Estado.”
Tal definição foi reafirmada na Constituição Federativa do Brasil, de 1988.
O Capítulo VII, do Título VIII da Constituição Federal de 1988 trata “Da Família, Da
Criança, Do Adolescente e Do Idoso” e já no seu primeiro artigo, o 226, afirma:
Artigo 226 da Constituição Federal:
“A família, a base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
§2º. O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei

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§3º. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§4º. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes.
§5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem
e a mulher.
§6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de
um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada a separação de fato por mais de dois anos.
§7º. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o pla-
nejamento familiar é decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
oficiais ou privadas.
§8º. O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”.
A CF admitia que a família se inicia com o casamento entre o homem e a mulher, seja ele
civil ou religioso com efeitos civis. Observando os costumes da sociedade brasileira, passou-se a
reconhecer também em 2002 pela Lei 1.723 CC/02, a União Estável, como entidade familiar.
Em outras palavras, o Direito reconhece que a família é a base da sociedade.
* Duas observações DIGNAS DE NOTA sobre a família no âmbito do Direito:
 A Lei e a questão do Adultério:
O adultério é o "ato de se relacionar com uma terceira pessoa, fora do casamento".
No Brasil, a prática do adultério foi capitulada como crime no art. 240 do Código Penal,
podendo o adúltero ser punido com detenção de 15 dias a seis meses.
Porém, essa lei foi revogada em 2005 com a alteração do CPB, pela Lei 11.106.
 A Lei e a questão do Divórcio:
O divórcio é o rompimento legal e definitivo do vínculo de casamento civil.
1977 - Foi instituído oficialmente no Brasil com a aprovação da emenda constitucional No
9, de 28/junho/1977, regulamentada pela lei 6.515 de 26 de dezembro/1977.
1988 - A Constituição Federal de 1988 diminuiu os prazos para pedido de divórcio:
➢ Divórcio indireto - após um ano da separação judicial.
➢ Divórcio direto - após dois anos da separação de fato.
2007 - A lei 11.441, 4/01/2007, possibilitou que o divórcio consensual pudesse ser reque-
rido em cartório, devendo recorrer à justiça, no caso de terem filhos menores de idade.
2010 - Foi aprovada a emenda do divórcio, 66/10. Atualmente, o divórcio pode ser conce-
dido sem a prévia separação. As pessoas podem casar hoje e se divorciar amanhã.
d) No ambiente comum e popular.
Entende-se por família no conceito comum e popular, o conjunto de pessoas que possuem
grau de parentesco entre si e vivem na mesma casa formando um lar. Uma família tradicional é
normalmente formada pelo pai e mãe, unidos por matrimônio ou união de fato, e por um ou mais
filhos, compondo uma família nuclear ou elementar.
Como se pode ver, a família apresentou muitas mudanças desde sua configuração como
família tradicional dos tempos passados, até a família pós-moderna do século XXI.

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Mas devemos reconhecer que as ciências humanas têm contribuído muitas vezes de forma
positiva e negativa para o desenvolvimento da família na sociedade.
• Positiva ao legitimar a dignidade e a importância da família;
• Negativa ao se acha no ‘direito’ de interferir e determinar o ordenamento familiar.
A família não é invenção das ciências humanas. Não foi nenhum filósofo, sociólogo ou
historiador que criou a família - eles são apenas estudiosos e pesquisadores que até podem contri-
buir, mas não possuem autoridade para redefinir ou reconfigurar a família.
1.2 – COMO VIVE A FAMÍLIA HOJE?
Josué Ebenézer, escritor, jornalista e pastor batista escreveu na Revista Palavra & Vida
ed. 2º trimestre/2012 que “o ser família hoje é bem diferente do que o foi no passado.”
E não é preciso se reportar a um passado distante não, pois basta uma rápida análise de
pouco mais de três décadas, quando a família vivia de um outro modo.
Se há uma instituição que sofreu com as grandes transformações no mundo a partir das
décadas finais do século XIX e por todo o século XX, esta instituição foi a família.
Os novos valores, a industrialização crescente, a busca desenfreada por progresso, as
doutrinas humanistas e materialistas, a libertinagem que se opõe à moral cristã, tudo isso contribuiu
para desajustes e um novo jeito de “ser família”, com muitas perdas à vida familiar hoje.
Vejamos apenas dois destaques feitos pelo Pastor Josué Ebenézer:
a) As três influencias que mais prejudicaram o ambiente familiar.
➢ A PERDA DO REFERENCIAL - A família que sempre foi o lugar preferido, tornou-se
na visão das pessoas num lugar de repressão, de inibição e de proibição. Hoje o antigo
“lar, doce lar”, deixou de ser o ambiente de casa.
➢ O DESCOMPROMISSO – Na modernidade, os membros da família passaram a ter
compromisso somente com sua satisfação pessoal. O hedonismo predomina em nos-
sos dias – “eu preciso gostar e ser agradado, se não, vou embora.”
➢ A PLURALIDADE DAS IDEIAS - Cada um segue o que quer, pensa o que quer, acre-
dita no que quer, e nessa liberdade de ideias “é proibido proibir”. É a sociedade do
“vale tudo”, e qualquer intervenção disciplinar, não é bem recebida.
b) O estilo de vida das famílias de hoje.
São três as principais características:
1) O tempo de convivência é cada vez mais curto - Numa época marcada pela correria e
ocupações, os casais não têm mais tempo para curtirem a vida conjugal, pais não podem mais parar
para ouvir os filhos, e as pessoas moram juntas, mas pouco se falam e quase não se conhecem.
2) O número de filhos tem sido cada vez menor - Por conta do egoísmo que se instalou
numa sociedade que perdeu o referencial da paternidade e maternidade, “filho” passou a ser sinô-
nimo de trabalho, atrapalho, prejuízo, “dor de cabeça”. Por isso, se tem menos filhos e até nenhum.
3) A espiritualidade da família tem sido superficial - Menos culto doméstico, menos leitura
bíblica, menos oração, menos amor e menos comunhão. A fé tem sido vivida na superficialidade.
PARA REFLETIR:
1) A família cristã precisa enfrentar e responder a esses desafios de hoje, já profeti-
zado como um sinal do fim dos tempos, sem perder sua integridade – 2 Tm 3:1-4.
2) A família cristã não pode se conformar com o modelo oferecido pelo “deus deste
século” (Rm 12:2; 2 Co 4:4).
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2| A FAMÍLIA NA PERSPECTIVA BÍBLICA.
A família em uma perspectiva bíblico-teológica, não é meramente fruto da necessidade
biológica de perpetuar a espécie, nem apenas a unidade econômica que sustenta os indivíduos e a
sociedade, muito menos o resultado natural de duas pessoas que se amam.
Jorge Maldonado em seu livro “Casamento e Família: Uma abordagem bíblica e teológica”,
ressalta que numa perspectiva teológica, o casamento e a família não estão vinculados à história
(o estado e a lei) ou nem mesmo à redenção, mas à criação, pois foram criados, instituídos e orde-
nados por Deus no ato da criação.
Em outras palavras, nem o casamento nem a família podem ser considerados instituições
“cristãs”, uma vez que não tiveram início com Cristo nem estão limitados à igreja.
Para fins de estudo, veremos a família bíblica em dois ambientes:
2.1 – A FAMÍLIA NO ANTIGO TESTAMENTO.
O propósito deste tópico é considerar o modo como se originou a família e também as
diferentes formas nas quais se organizava a família nos tempos bíblicos. Vejamos:
a) A ideologia de Gênesis.
A primeira referência bíblica a espécie humana está em Gênesis 1:26 - “E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança [...].”
Temos aqui a resposta para a pergunta: Quem nos projetou e nos fez?
Gênesis começa assim: “No princípio, Deus criou os céus e a terra.” (Gn.1:1). A primeira
vez que aparece o nome “Deus” na Bíblia é nesse texto. No hebraico usou-se o termo “ELOHIM”
para indicar o ser supremo. Esse é o verso-chave do CRIACIONISMO.
É importante considerarmos o CRIACIONISMO - Deus como a origem de toda a criação,
pois saber de onde viemos, afeta de maneira radical a ética e as relações sociais.

Se creio que foi Deus quem me criou, eu posso crer que a criação é um ato responsável do Cria-
dor que a tudo criou e estabeleceu a maneira como tudo deve se manter.
Por que o ser criado por Deus foi chamado de homem? (Gn.1:27 5:1-2)
O termo hebraico traduzido por homem é “Ādām” (Adão), a princípio foi um termo genérico,
usado para especificar e diferenciar os seres humanos dos outros seres criados. Apesar da ideia
de sexo masculino estar presente no ato criativo do primeiro ser humano, contudo é no cap. 2 de
Gênesis que é relatado o modo como Deus formou a mulher.
UMA QUESTÃO TEOLÓGICA: No sentido absoluto da ação, Deus criou só um indiví-
duo; a saber: Adão. Ele não criou no sentido absoluto, a mulher. Formou-a dele. Nisto
vemos a unidade da espécie e da natureza humana. (Gn.2:23) Deus podia ter criado Eva indepen-
dente de Adão, dando-lhe natureza distinta. Mas não foi assim.
Diante disso, podemos entender que Adão enquanto só, foi um ser “incompleto”, pois so-
zinho ele não teria sido nada mais que um ser humano sozinho.
A unidade da natureza da espécie humana a partir da criação do homem, de quem Deus
tirou uma costela e formou a mulher, é um fato importante para o entendimento bíblico do propósito
divino para a família.
Dois pontos para reflexão:
1. A igualdade entre homem e mulher.

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Deus fez o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego da vida (Genesis 1:26;
2:7). A partir da costela do homem, Deus formou a mulher (Gênesis 2:21,22).
Adão repassou toda a fauna à sua volta, “todavia não se encontrou para o homem alguém
que o auxiliasse e lhe correspondesse” (animais nunca podem ser “gente”).
Deus criou tanto o homem como a mulher à Sua imagem e semelhança, e deu aos dois o
domínio sobre a terra (Gênesis 1:27-28).
A Bíblia ensina que para Deus, homem e mulher são iguais em essência e natureza. Con-
tudo, fisicamente a mulher é diferente do homem e o homem é diferente da mulher.
Mas Deus dotou ambos das mesmas capacidades intelectuais e espirituais.
Pr. Hernandes Dias Lopes cita a passagem de Gálatas 3:28 para explicar que ambos pos-
suem o mesmo valor: “A mulher tem plena igualdade com o homem no que concerne ao valor in-
trínseco, ao valor pessoal. Deus criou homem e mulher a sua imagem e semelhança. A mulher tem
a mesma posição do homem com respeito à questão da salvação [...] Em relação à família, a mulher
também tem direitos legítimos [...]."
A igualdade do homem e da mulher diante de Deus, significa que ambos receberam capa-
cidade: (1º) de ouvir e entender a Palavra de Deus; (2º) de dirigir-se a Ele em oração; (3º) de fazer
Sua vontade e, (4º) de testemunhar sobre Deus no ambiente em que vivem.
2. As diferenças entre homem e mulher.
Deus fez homem e mulher iguais em essência, mas não anulou as características perso-
nalizadas de cada um. Dentre tantas, vejamos apenas 2 aspectos dessas diferenças:
 DIFERENÇAS BIOLÓGICAS - FÍSICAS.
Deus os criou “macho e fêmea”. O Criador registrou essas
diferenças no DNA de cada uma de nossas bilhões de células. Os
cromossomos XX e XY definem o nosso sexo desde o momento
em que fomos concebidos no ventre materno.
Deles resultam o desenvolvimento de órgãos genitais distintos, bem como toda nossa
constituição física e emocional. Nenhuma intervenção cirúrgica, nenhuma aplicação de hormônios
ou mudança de comportamento pode alterar este fato.
Tudo isto pode mudar a aparência, mas não a realidade estabelecida pelo Criador.
Portanto, a distinção entre os sexos não é uma escolha pessoal, como pensam aqueles
que acham que podem escolher o seu “gênero”.
A nossa sexualidade é uma dádiva boa e irrevogável do próprio Criador.
Nesse sentido, a Palavra de Deus se distingue dos conceitos humanos que ou idolatram
ou desprezam a sexualidade. Aos olhos de Deus, o sexo é a boa dádiva que nos habilita a participar
da Sua obra através da procriação: “Sejam férteis e multipliquem-se".
Quem reconhece que foi criado por Deus como homem ou mulher, compreenderá que a
sexualidade e todas as diferenças entre os sexos são dádivas de Deus para habilitar o casal a
participar da obra criadora, e expressará sua gratidão a Ele.
 DIFERENÇAS FUNCIONAIS - PAPÉIS.
Após a queda, vemos a diferença no papel da posição de liderança. Deus, veio até o jardim:
“E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?” (Gn 3:9). Por que Deus não chamou
Eva? R: Pelo simples fato de que a responsabilidade da liderança da família, é do homem.

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Pr. Hernandes Dias Lopes também escreveu que: “[...] Em relação à família, a mulher tam-
bém tem direitos legítimos [...] Agora o grande aspecto é com relação ao papel de liderança [...] A
liderança não é uma posição que Deus confiou à mulher, Deus confiou ao homem. Uma questão
de função dada por Deus".
b) A origem do casamento.
Depois de colocar o selo de excelência em tudo que fez, Deus disse: “Não é bom que o
homem esteja só. Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18).
Deus fez o homem adormecer e tirou uma de suas costelas e fez dela a mulher.
Agostinho disse que Deus não tirou a mulher da cabeça do homem para comandá-lo nem
a tirou dos pés para ser seu capacho, mas tirou-a da costela, para estar ao seu lado.
Portanto, o casamento não é um domínio tirano, mas uma relação de amor mútuo.
E Deus então, instituiu, ordenou e estabeleceu critérios para o casamento:
1. O casamento é uma UNIÃO HETEROSSEXUAL.
O casamento é a união entre um homem (macho) e uma mulher (fêmea), pois um foi feito
para o outro e é adequado ao outro física, emocional, psicológica e espiritualmente.
Somente a união heterossexual pode cumprir os propósitos de Deus para a família. A re-
lação homossexual não é uma união de amor, mas uma paixão infame, um erro, uma abominação.
Essa união degrada a família, destrói a sociedade e provoca a ira de Deus.
Portanto, o casamento foi estabelecido por Deus como uma união heterossexual.
2. O casamento é uma UNIÃO MONOGÂMICA.
Deus não criou mais de uma mulher para Adão nem mais de um homem para Eva. O
apóstolo Paulo também afirmou: “Cada um [singular] tenha a sua própria esposa, e cada uma [sin-
gular], o seu próprio marido” (1Co 7.2).
Norman Geisler usa dois argumentos que reforçam o ensino da monogamia:
1º - A monogamia foi ensinada por precedência (Gn 2.24);
2º - A monogamia foi ensinada por preceito (Ex 20.17);
3. O casamento é uma UNIÃO INDISSOLÚVEL.
O propósito de Deus é que no casamento, o homem e a mulher se tornem uma só carne,
numa união tal que não pode ser separada.
Não é até que surja a primeira contenda, crise ou lágrima. É até que a morte os separe.
João Calvino afirma que o vínculo do casamento é mais sagrado que o vínculo que prende
os filhos aos seus pais. Nada, a não ser a morte, deve separá-los.

PONTO DE REFLEXÃO:
Sendo Deus o Criador de tudo, então Ele deve estar presente na vida de todo casal e
junto das famílias, pois sem Ele, nada podemos fazer. Diz o salmista: “Se o Senhor não
edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.” (Sl 127.1).
c) A família patriarcal.
No Antigo Testamento a família era definitivamente patriarcal.
O que é estrutura patriarcal? É uma estrutura familiar em que o homem, o pai, também
chamado de patriarca, exerce a liderança da casa.

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A história do Antigo Testamento, mostra-nos como o povo de Israel se estabeleceu como
sociedade com base nos moldes de família patriarcal (Abraão, Isaque e Jacó), e como este modelo
foi eficiente para o cumprimento dos propósitos de Deus da história.
Muito embora a história de Israel não esconda que em alguns momentos tenha ocorrido
certos abusos da autoridade por homens que erraram no entendimento do seu papel, contudo, es-
ses erros não se deram pela estrutura em si, mas pela falta de sabedoria e mau uso daqueles a
quem a responsabilidade lhe foi confiada.
Alguns estudiosos defendem que o regime de família patriarcal só foi introduzido depois do
pecado, como parte do castigo da queda: “... ele te governará.” (Gn.3:16).
Contudo, alguns fatos bíblicos a partir a criação, nos ajudam a entender que o regime pa-
triarcal foi instituído por Deus, a fim de definir a funcionalidade dos diferentes papéis, masculinos e
femininos, no ambiente familiar:
1. Adão foi criado primeiro.
Como qualquer instituição, a família também precisa de liderança para subsistir.
O fato de Deus ter criado Adão primeiro, já sugere a liderança masculina natural na família,
e por todas as páginas do Antigo Testamento vemos que a liderança do lar está posta sobre o
marido e que ele é que deve zelar pela manutenção da boa ordem familiar.
Um dos termos usados no Antigo Testamento para designar a família em uma estrutura
patriarcal foi o termo (bet ab), cujo significado é “casa paterna”.
As genealogias eram sempre apresentadas através da linhagem paterna.
Longe de ser uma estrutura machista, o padrão bíblico de família patriarcal é totalmente
funcional e tem por objetivo estabelecer os papéis de cada membro da família.
2. Eva foi criada como auxiliadora de Adão.
O apóstolo Paulo interpreta Genesis 2:18 (“Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea.” dizendo: “Também o homem não foi criado por causa da
mulher, e sim a mulher, por causa.”(I Co.11:9)
Não se trata aqui de menor importância, mas da diferença de papéis.
OBS: alguém que “auxilia” ocupa uma posição tão importante quanto o auxiliado.
Provérbios 31:10-31, apresenta a felicidade da mulher no seu papel de auxiliadora.
Pr. Hernandes Dias Lopes, comentou este texto citando dez virtudes da mulher verdadei-
ramente feliz: 1) é preciosa; 2) é confiável; 3) é abençoadora; 4) é trabalhadora; 5) é previdente; 6)
é generosa; 7) é elegante; 8) é educadora; 9) é piedosa; 10) é elogiada.
Ao reconhecer que o homem precisava de uma ajudadora, Deus definiu não apenas a
incapacidade do homem de fazer tudo sozinho como também revelou que não havia ninguém mais
qualificada para exercer este papel de ajudadora do que a mulher.
Em outras palavras, Deus estava declarando que a mulher tem algo a oferecer para o
andamento do lar que o homem não tem!
3. Adão deu nome a Eva.
Os nomes hebraicos designavam o caráter, a função ou reproduziam a circunstância do
nascimento da criança. (Exemplo: Moisés = tirado ou salvo das águas).

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No pensamento antigo, o direito de dar nome a alguém, implicava autoridade sobre esta
pessoa. Adão deu nome aos animais (Gn.2:19-20), reconheceu a identidade feminina de sua com-
panheira dizendo: “Esta chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn. 2:23), e a nomeou
“Deu o homem o nome de Eva à sua mulher, por ser a mãe de todos os viventes.” (Gn. 3:20).
4. A serpente aproximou-se primeiro de Eva.
O fato de Satanás aproximar-se primeiro de Eva, contrasta com o modo como Deus o fazia.
Deus falava com Adão. (Gn.2:15-17, 3:9)
Isso mostra que Satanás já tentava minar o modelo de liderança masculina estabelecida
por Deus desde o princípio. Isso parece ter sido o que Paulo tinha em mente ao dizer: “Adão não
foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” (I Tm.2:14)
5. Deus falou primeiro com Adão depois da queda.
Deus convocou Adão e pediu explicações por seus atos: “E chamou o Senhor Deus ao
homem e lhe perguntou: Onde estás?” (Gn.3:9) Deus tinha Adão como líder da família.
Na família, quis Deus que o homem exerça a liderança. Isso é “ser cabeça”. Alguém disse
que "qualquer coisa com duas cabeças deveria ir para o zoológico."
O papel de liderança da família é muito mais responsabilidade do que privilégio.
6. O conflito pela liderança como consequência da queda.
Disse Deus a Eva: “O teu desejo será para o teu marido e ele te governará.” (Gn.3:16). A
palavra traduzida por “desejo” aqui (hebr. Teshûqãh) significa desejo de conquistar e indica que Eva
teria o desejo ilegítimo de usurpar a autoridade do marido.
O texto conclui dizendo que Eva seria governada por Adão. A palavra hebraica usada é
“māshal” (governar), um termo forte que indica dureza e não gentileza, pois os homens pós-queda
abusariam da autoridade.
A maldição introduziu distorção na liderança dócil e ponderada de Adão. Dois pontos foram
afetados na relação homem-mulher como influência da queda:
❖ Da parte da mulher – Insubmissão à autoridade do marido.
❖ Da parte do homem – Abuso de autoridade exercida sem amor.
A Redenção por Cristo reverte esta crise de liderança no relacionamento familiar, resultante
do pecado, ensinando as esposas a serem submissas aos maridos e os maridos a não abusar da
autoridade sobre a esposa. (Cl. 3:18-19, Ef. 5:22-23, Tito 2:5, I Pe. 3: 1-7)
Enfim, a estrutura de família patriarcal, em que a liderança paterna garante o sustento, a
provisão, o cuidado e a proteção necessária à família, consolidou a nação de Israel no Antigo Tes-
tamento, desde o tempo dos patriarcas, na peregrinação do deserto, na chegada a terra prometida,
no cativeiro babilônico e no período pós-cativeiro.
Jorge Maldonado afirma que “a família patriarcal foi de vital importância na organização
das sociedades veterotestamentárias.”
d) A educação dos filhos nas famílias do Antigo Testamento.
No AT, os pais eram os responsáveis diretos pela educação dos filhos, e com isso desde
o berço, eles eram criados segundo os mandamentos, os juízos e os estatutos de Deus (Dt 5.31).
Os filhos das famílias de Israel aprendiam o shema, ou credo, que resumia o princípio da
fé: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt 6.4,5).

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Aos 12 anos, os meninos passavam pela cerimônia do “Bar Mitzvah” (filho do manda-
mento), quando já deveriam saber de cor os pontos mais importantes da lei.
Um rabino disse: ‘O pai que não ensina ao filho está educando-o para ser ladrão”.
Em suma, a responsabilidade pela educação dos filhos era tanto do pai, quanto da mãe. E
de certa forma, os avós também tinham parte neste processo.
e) O problema da bi ou poligamia.
A Bíblia não esconde os erros dos servos de Deus, nem das famílias. Isso é confortante,
pois nos revela a dimensão da misericórdia e da graça de Deus, e nos encoraja a não desistirmos,
pois há esperança para toda e qualquer família.
Encontramos na Bíblia, especialmente no Antigo Testamento, alguns casos declarados de
casamentos que não seguiram o padrão bíblico monogâmico. Vejamos alguns:
▪ BIGAMIA: Abraão (Sara e Agar) conforme Gênesis 16.1-16; Elcana (Ana e Penina)
conforme 1 Samuel 1.1-8;
▪ POLIGAMIA: Jacó, (Léia, Raquel, Zilpa e Bila) conforme Gênesis 29.21-30.24 e dos
reis: Davi, conforme 2 Samuel 5.13-16 e Salomão conforme 1 Reis 11.1.
Ficamos admirados ao observarmos os filhos ou as gerações originadas desses relaciona-
mentos em inconformidade com o padrão divino da monogamia:
▪ O Senhor cuidou de Hagar e Ismael no deserto;
▪ Os filhos das 4 mulheres de Jacó foram os ancestrais das 12 tribos de Israel;
▪ Deus concedeu um filho a Ana que mais tarde se tornou líder do seu povo;
▪ Salomão, o segundo filho de Davi com Bate-Seba, sucedeu seu pai no trono.
Contudo, nenhum desses casos são parâmetro para aprovação por parte de Deus. Houve
tolerância da parte de Deus, mas não significa que Deus aprovou tal prática.
A propósito, a Bíblia não esconde o quanto essa prática trouxe dor e sofrimento e suas
páginas não escondem a infelicidade e angustia desse modelo familiar adulterado:
❖ Abraão sofreu ao ter de abandonar Hagar e Ismael no deserto;
❖ Jacó assistiu o conflito entre suas mulheres refletir na vida de seus filhos;
❖ Davi teve que enfrentar a rebelião e perversidade de seus filhos;
❖ Salomão, ao final da sua vida, reconheceu que perdera a chance de ser feliz, e
recomendou: “Alegre-se com a esposa da sua juventude” (Pv 5.18).
Por isso, no final do Antigo Testamento, o profeta Malaquias afirmou que os líderes espiri-
tuais povo de Israel deveriam viver relacionamento monogâmico exemplar (2.13-16).
Pr. Josué Ebenézer de Sousa Soares comentando sobre a família no Antigo Testamento,
faz algumas sugestões para refletirmos e aplicarmos em nossa vida:
▪ 1ª) Deus escolheu a família para executar Seu projeto de vida na terra.
▪ 2ª) O fato de Deus perdoar o ser humano nos seus erros, não altera o Seu projeto
original, que é o casamento heterossexual, monogâmico e indissolúvel.
▪ 3ª) A participação do homem na liderança da família, não o autoriza a promover des-
mandos e autoritarismos nocivos e prejudiciais à boa convivência.
▪ 4ª) Deus escolheu a família para ser porta-voz de suas verdades. Ensinar aos filhos
os mandamentos de Deus é um compromisso de toda família.

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2.2 – A FAMÍLIA NO NOVO TESTAMENTO.
Em algum sentido, boa parte do entendimento de família do Novo Testamento é uma con-
tinuidade do conceito do Antigo Testamento.
No Novo Testamento usou-se o termo “oikos” (casa) para descrever a família. Fala-se por
exemplo, da “casa de Israel” (Mateus 10.6; Atos 2.36; Hebreus 8.8-10) e da “casa de Davi” (Lucas
1.27, 69; 2.4) para indicar a linhagem familiar.
Já na primeira página do Novo Testamento, Jesus é apresentado como membro da família
de Davi e de Abraão (Mt 1.1; Lc 3.23; At 3.25-30; Rms 4.13; Gl 3.6-7, 16).
Isso mostra o alinhamento do AT e o NT na valorização da família.
Posto isso, algumas considerações devem ser feitas:
a) Jesus, um homem de família.
Deus, em Sua onipotência, poderia fazer com que Jesus viesse ao mundo já adulto, mas
Ele preferiu que Seu Filho viesse ao mundo através de uma família natural (Lc 2; Mt13).
Pr. Gilson Bifano lembrou cinco características da família de Jesus: 1) Uma família pobre;
2) Uma família piedosa; 3) Uma família de relacionamentos; 4) Uma família de pais responsáveis e
amorosos; 5) Uma família zelosa.
A família de Jesus o proporcionou uma infância saudável de crescimento integral: físico,
intelectual, social e espiritual (Lucas 2.52).
Como adulto, ainda que como rabino itinerante, sem lar fixo (Lucas 9.58), Jesus soube
desfrutar da hospitalidade de um lar (Mateus 8.14; Lucas 10.38-42).
Na cruz preocupou-se com a segurança e proteção de sua mãe (João 19.26).
O ambiente da família de Jesus o ensinou a valorizar a instituição familiar.
b) A família na visão de Jesus.
Duas importantes considerações sobre os ensinos de Jesus em relação a família.
1. Jesus ensinou sobre o valor da família.
Seu primeiro milagre foi realizado numa casa, em um casamento (Jo 2.12). E o segundo
foi para socorrer um pai aflito, cujo filho estava doente, a beira da morte (Jo 4:54).
Jesus valorizou a família, reafirmando vários ensinos do Antigo Testamento:
• Ensinou o 4º mandamento - honrar pai e mãe (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13);
• Restabeleceu a igualdade de direitos entre o homem e a mulher no matrimonio ao
negar o direito de repúdio e a poligamia (Mt 19.3-8; Mc 10.2-9);
• Mostrou o valor das crianças no seu Reino (Mc 10.13-16);
Fez muitos outros milagres que demonstram sua preocupação com a família (Mateus 8.14-
15; Lucas 7.12-16; João 11.5-44).
2. Jesus e a questão sobre o divórcio.
Em Marcos 10:1-12, alguns fariseus questionaram Jesus sobre o divórcio. Eles já tinham
opinião formada. Eles não buscavam uma resposta, mas armaram uma cilada.
Jesus não caiu na armadilha dos fariseus, mas respondeu com outra pergunta, ensinando
a verdade sobre a concessão do divórcio. Algumas verdades destacadas:
Primeiro, o divórcio não é uma instituição divina – (v.4).

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Deus instituiu o casamento, não o divórcio. O divórcio é fruto do pecado. Ele é resultado
da dureza do coração (Mc 10:5). Por isso Deus odeia o divórcio (Ml 2.16).
Há uma diferença fundamental no texto: Jesus perguntou o que Moisés “mandou” e os
fariseus responderam com o que Moisés “permitiu”.
Moisés não mandou o divórcio. Ele permitiu e deu instruções como deveria ser praticado.
O que ele “mandou” foi o que Deus mandou sobre o casamento - Gn 1.27,28; 2.24.
Segundo, o divórcio não é um mandamento divino – (v.4,5).
É uma permissão por um único motivo, a dureza de coração (Mc 10.4,5; Mt 19.8).
Terceiro, o divórcio não é obrigatório – (v.5).
O divórcio embora seja legítimo no caso de infidelidade conjugal (Mt 19.9) ou abandono
irremediável (1Co 7.15), ele nunca é obrigatório.
O divórcio é consequência do pecado e não expressão da vontade de Deus.
O perdão e a reconciliação sempre é melhor do que o divórcio.
Jesus concluiu o assunto com os fariseus, reafirmando que o padrão divino é o casamento
heterossexual, monogâmico e indissolúvel, portanto uma união que deve ser para a vida toda.
c) A família na visão de Paulo.
Alguns apóstolos se casaram (I Co 9.5). Ainda que Paulo preferiu permanecer só por causa
do Evangelho, ele honrou o casamento de outros (I Co 7.7-10; I Tm 4.1-5).
Nos dias do Novo Testamento, os judeus seguiam basicamente o padrão de família patri-
arcal do Antigo Testamento, sendo que o casamento era unicamente monogâmico.
Porém, o mundo enfrentava a forte perversão moral do Império Romano, que disseminava
a poligamia, a prostituição e a prática homossexual.
Foi nesse contexto que Paulo se posicionou sobre temas importantes ao ambiente familiar:
1. O casamento na perspectiva de Paulo.
a. O casamento deve ser monogâmico – I Cor. 7.2
b. Deve haver respeito e satisfação mútua – I Cor. 7.3
c. No casamento os cônjuges se pertencem – I Cor. 7.4
d. O sexo é uma dádiva de Deus exclusivamente para o casamento – I Cor. 7.5
e. O marido deve ser o líder de sua família – Ef. 5:23
f. A mulher deve ser submissa ao marido – Ef. 5.22
Paulo não autorizou o marido a abusar da sua autoridade de líder. Pelo contrário, ressaltou
que o marido deve tratar sua esposa, amando-a como Cristo amou a igreja.
A entrada do pecado afetou drasticamente o ideal divino para casamento.
Porém, o ideal divino para o matrimonio é restaurado em Cristo.
Isso está previsto para a vida daqueles que nasceram de novo e se tornaram uma nova
criatura em Cristo, cujo coração está sendo santificado pelo Espírito Santo (1 Pd 3:7).
2. O divórcio na visão de Paulo (1 Cor. 7):
a. Paulo repetiu o mandamento do Senhor Jesus de que um casal cristão não pode
se divorciar (I Cor. 7.10-11).
b. Também repetiu que se um casal cristão se divorciar, não devem se casar nova-
mente com outra pessoa. Devem se reconciliarem (I Cor. 7.11).
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c. Paulo reconheceu o abandono (repúdio) por parte do cônjuge (1 Cor 7:10-15) como
motivo para o divórcio.
d. Uma pessoa que se converteu e seu cônjuge não, não pode usar essa justificativa
para pedir o divórcio (I Cor. 7.12-14).
John Murray: “sobre esta questão [o divórcio], a igreja está, na prática, fortemente dividida”.
Em termos gerais, Paulo deus as seguintes orientações sobre o casamento:
• II Cor. 6.14-16 – Para diminuir os conflitos no casamento, um cristão deve procurar
casar-se com alguém que também sirva ao Senhor;
• I Cor. 7.39 – A pessoa viúva está livre para casar-se novamente;
3. Orientações de Paulo sobre a criação de filhos – (Efésios 6:1-4):
a. O dever dos filhos com os pais – v. 1-3
1) Obedecer aos pais;
2) Honrar os pais (Ex 20:12; Dt 5:16);
b) O dever os pais com os filhos – v. 4
1) A paternidade é derivada de Deus (3:14-15; 4:6).
2) Pais humanos devem cuidar dos filhos como Deus cuida de nós.
3) Pais não podem abusar de sua autoridade, usando ironia e ridicularização.
4) Os pais devem cuidar da vida física e emocional dos filhos.
5) Os pais precisam criar os filhos com disciplina (regras e advertências).
6) Os filhos devem ser encorajados pelos pais através da palavra.
7) Os pais são os responsáveis pela educação cristã dos filhos.
Os responsáveis pela educação cristã dos filhos, a princípio, não é a escola nem a igreja.
Paulo ensina que os filhos precisam não apenas de roupas, remédios, teto, conhecimento
acadêmico, mas também de afeto, amor, segurança, limites e encorajamento.
4. O posicionamento de Paulo quanto ao homossexualismo.
A homossexualidade é a prática do ato sexual entre pessoas do mesmo sexo.
Nos tempos do NT, o homossexualismo era aceito e praticado por todo o mundo romano.
a. Paulo se referiu ao homossexualismo como prática antinatural – Rm 1:27).
b. Sentenciou que aqueles que vivem na prática da homossexualidade “não herdarão
o reino de Deus” (1 Cor. 6:9).
Esses textos mostram que os propósitos naturais e originais de Deus para o sexo perma-
necem no cristianismo e se projeta como qualificativo da salvação, para a eternidade.
Por fim, essa breve análise da família no Novo Testamento indica que o Evangelho não
arrancou os primeiros cristãos de seu sistema habitual de família, nem os isolou da sociedade na
qual vivam, antes reconheceu os valores da família patriarcal, corrigiu os desvios de interpretações
de papéis, e reafirmou os princípios pré-determinados por Deus.
O Evangelho veio restaurar a beleza da família, desde o relacionamento conjugal até a
relação pais e filhos. Jesus veio ao mundo mostrar que a família é uma instituição divina, e por meio
da regeneração dos indivíduos em Cristo, pode-se viver a felicidade no ambiente familiar.
PARA REFLETIR:
1) Qual a grande lição que podemos aprender sobre família no AT?
2) E no NT, qual a lição mais importante a ser aprendida?
17
3| A FAMÍLIA E OS DESAFIOS DE HOJE.
De fato, sabemos que estamos vivendo num momento privilegiado da história, com tantos
avanços tecnológicos e científicos neste novo milênio.
Porém, por outro lado, sabemos também que estamos diante do momento, talvez, de mai-
ores desafios da história, para a vida familiar.
Neste capítulo, pretendemos olhar de forma espiritual para alguns desses desafios, a partir
das “lentes” das Escrituras. Alguns desses desafios são:
3.1 – A EDUCAÇÃO DE FILHOS.
Elizabete Bifano, pós-graduada em Terapia de Família e esposa do Pr. Gilson Bifano,
afirma que “criar filhos não é difícil, é muito trabalhoso.”
Para o Pr. Josué Gonçalves, terapeuta familiar e escritor, “educar filhos é um grande de-
safio, mas também é um grande privilégio, pois estamos criando filhos pra Deus”.
Sobre a educação dos filhos, a Bíblia nos ensina o princípio fundamental, desde os tempos
mais antigos, ainda nos primórdios da nação de Israel.
Quando Moisés estava repassando as ultimas orientações ao povo hebreu, ainda peregrino
no deserto, ele destacou a responsabilidade dos pais na educação dos filhos:
Deuteronômio 6|4 Ouve, ó Israel: O SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. 5 Amarás
o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. 6 E
estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; 7 e as ensinarás a teus filhos e delas
falarás sentado em casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. 8 Também as amar-
rarás como sinal na mão e como faixa na testa; 9 e as escreverás nos batentes da tua casa e nas
tuas portas.
Com base nesse texto, vejamos cinco princípios fundamentais à criação de filhos:
1) Os pais devem ensinar os filhos a amarem a Deus (v.4,5).
Os pais são os responsáveis por ensinarem os filhos a se relacionarem com Deus.
Segundo J. Allan Petersen, “a tarefa mais importante para o pai e mãe cristãos, é ensinar
aos seus filhos, desde o princípio, que eles precisam de Cristo como Salvador, e que devem colocar
Deus no centro da sua vida”. Devemos incluir aqui, que os avós podem auxiliar, e muito. A avó de
Timóteo foi fundamental na formação do jovem pastor, em toda a sua formação espiritual.
Martinho Lutero disse que "Ninguém deveria tornar-se pai, a menos que seja capaz de
instruir os seus filhos nos Dez Mandamentos e nos Evangelhos, e que, antes de mais nada, deseje
que os seus filhos sejam instruídos nas verdades espirituais."
2) Os pais devem ser exemplo para os filhos (v.6).
O sentido de “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;” é de que os
pais devem praticar os ensinos da Palavra, a medida que os ensina.
Leia II Timóteo 1:5 - Timóteo teve em sua mãe e sua avó um exemplo.
Para os filhos, os pais devem ser um exemplo e modelo digno de ser seguido. Certo edu-
cador disse: “nada penetra tão profundamente o espírito humano, quanto o exemplo”.
3) Os pais devem transmitir bons valores aos filhos (v.7-9).
Os valores, conceitos, crença e ética dos pais necessitam ser transmitidos aos filhos diari-
amente, através de atitudes, ou seja, através da vivência, da prática.
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Por isso, a ideia nas palavras de Moisés é de um ato continuo de formação, onde os valores
são afirmados, reafirmados e novamente reafirmados, o tempo todo.
Para Shedd, “os pais são responsáveis perante Deus por seus filhos, aos quais devem dar
uma boa educação evangélica logo na meninice, pois assim como são instruídos, é de esperar-se
que continuem quando adultos.”
4) Os pais devem disciplinar seus filhos (v.8).
Disciplina diz respeito a alguma ação com o objetivo de corrigir uma atitude errada.
Os filhos são pecadores. E como tal, erram, pecam, desde pequenos. A Bíblia é clara ao
ensinar que os filhos devem ser disciplinados:
 Pv. 23:13 – “Não retires da criança a disciplina, pois, se a bateres com a vara, não
morrerá.”
 Pv. 29:15 – “A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si
mesmo envergonha a sua mãe.”
 Pv. 23:14 – “Tu a baterás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.”
A Bíblia não está autorizando a agressão e espancamento. Mas Deus nos diz em Sua
Palavra, na carta aos Hebreus 12:6-8, que a disciplina é prova de amor.
James Dobson, no livro Como Lidar com a Teimosia de Seu filho, explica que para educar
os filhos de maneira eficaz, a disciplina deve ser aplicada de acordo com a criança, levando em
conta a sua idade, seu conhecimento, e proporcional à seriedade do erro.
No uso da disciplina, é necessário estabelecer limites aos filhos. Saber dizer “não”.
Portanto, Deus confiou aos pais a responsabilidade de disciplinar os filhos, a fim de que
eles sejam submissos e obedientes, a rejeitarem o mal e buscarem a Jesus Cristo.
5) Os pais devem ser amigos dos filhos (7-9).
A principal lição deste texto é sobre o relacionamento discipulador, de pais e filhos. Ser pai
e ser mãe, é ser amigo, irmão e companheiro de jornada. Foi por isso que Pr. Josué Gonçalves,
anotou duas importantes verdades sobre como educar filhos com sucesso:
a) Presença vem antes de presentes.
Estudos mostram que, em média, os pais de hoje até dão muitos presentes aos filhos,
porém gastam menos de 17 minutos por semana conversando com eles.
Mas o tempo é o melhor presente que os pais devem dar aos filhos.
b) Relacionamento vem antes de regras.
O melhor amigo(a) dos filhos deve ser os pais. Amigo é aquele que ouve, compreende,
respeita, é solidário e confia.
Quando os pais não se preocupam em ser amigo dos filhos, eles vão buscar fora aquilo
que não encontram dentro de casa. Aí está o perigo!!! Marlene Guerrato, professora e palestrante
disse que “Filhos não se perde na rua, e sim em casa.”
Por isso, Elizabete Bifano lembra que é preciso investir bastante tempo para estar com os
filhos em momentos que serão preciosos abraçar, beijar, enxugar lágrimas, brincar, contar histórias,
ensinar tarefas domésticas, ensinar a orar, e conversar sobre honestidade, amizades, sexo, na-
moro, proteção pessoal, etc.

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DESAFIO DE HOJE:
Entender que a educação dos filhos:
❖ É uma missão INTRANSFERÍVEL.
❖ É uma obrigação INADIÁVEL.
❖ É uma tarefa INIGUALÁVEL.
"Não podemos, nem é correto, lançar nossos filhos em uma igreja e esperar que ela faça
o trabalho que nós, como pais, recebemos de Deus. Entretanto, podemos estabelecer uma parce-
ria com a igreja, a fim de compensar nossas próprias fraquezas e incapacidades, para que nossas
crianças amadureçam e se tornem vigorosos seguidores de Cristo." (George Barna)

3.2 – O DRAMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.


O ideal de uma família não inclui violência, de forma alguma. Mas esta é uma realidade a
que não podemos fugir, pois ela está presente no seio de muitas famílias.
Violência é pecado contra Deus, pois é ação praticada contra a criação divina.
O Brasil é destaque mundial na violência doméstica, principalmente contra a mulher. O
tema violência contra a mulher não sai da mídia!
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em conjunto com o Instituto
Datafolha, a violência contra a mulher aumentou entre 2007 a 2017.
O site do Senado Federal fez uma pes-
quisa e chegou a seguinte conclusão:
De acordo com dados da OMS, o Brasil
encontra-se em 5º lugar na posição mundial de
homicídios de mulheres.
Mesmo com a “Lei Maria da Penha”,
esse ainda é um problema sério no país. Sobre o
tipo de violência que a mulher sofre:

Pesquisa feita pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão / 2013:

20
O ano 2019 já tem seu lamentável registro de feminicídio. Só nos primeiros 11 dias deste
ano, 33 mulheres foram vítimas desse crime.
De acordo com o Atlas da Violência 2018, 13 mortes violentas de mulheres são registradas
por dia. Elas morrem esfaqueadas, estranguladas, espancadas, baleadas...
O relatório global 2019 da ONG internacional Humans Rights Watch informou que o Brasil
vive uma epidemia de violência doméstica. Há mais de 1,2 milhão de casos de agressões contra
mulheres pendentes na Justiça brasileira.
A realidade da violência doméstica tem aberto os olhos das lideranças evangélicas, que
deve tratar dessa situação não apenas como uma crise no casamento.
Em vez de apenas orar, a necessidade hoje tem sido denunciar. Não basta uma mulher
orar pela conversão do marido que a espanca. Espancamento é caso de polícia e não de oração.
Pastor Jaime Kemp, diz que também é preciso avaliar o outro lado da história, o do homem:
“No aconselhamento, recebemos mulheres vítimas de violência, que chegam muitas vezes machu-
cadas. Nós apoiamos a denúncia, mas precisamos conversar com o marido. Às vezes, a mulher
tem a sua parcela de culpa nos casos de violência, porque provoca o marido. Ela precisa sim de-
nunciar, mas primeiro deve buscar aconselhamento”, avalia.
O ensino da Palavra de Deus nos leva a praticar sempre o amor em toda a relação familiar,
a começar do relacionamento conjugal.

DESAFIO DE HOJE:
Devemos trabalhar para que todas as famílias possam ser uma bênção e cumprir o que
Deus prometeu a Abrão: “E em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
Deus nos chamou para abençoar a todos, não para praticar a violência.
1) Devemos orar pelo fim da violência na família.
2) Devemos ensinar as vítimas a denunciarem os agressores domésticos.
3) Precisamos oferecer proteção, consolo e encorajamento às vítimas da violência
doméstica.

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3.3 – O PROBLEMA DO ABUSO SEXUAL INFANTIL.
O lugar menos seguro para uma criança estar é perto de alguém mal-intencionado.
O que mais ameaça as crianças nos lares, igrejas e escolas sociais são pessoas com in-
tenções perniciosas, que, nesses lugares, se aproximam delas com desejos impuros.
A prática de sexo com crianças é chamada de pedofilia. No Brasil, o art. 217-A do CP
classifica pedofilia como estupro de vulnerável, e o art. 240 do ECA condena a utilização de criança
ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica; art. 241 do ECA – comércio de material
pedófilo; art. 241-A do ECA – difusão de pedofilia; art. 241-B do ECA – posse de material pedófilo;
art. 241-C do ECA – simulacro de pedofilia; art. 241-D do ECA – aliciamento de crianças.
É mais lamentável quando o lugar do abuso sexual é o próprio ambiente do lar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, abuso infantil são todas as formas de maus-
tratos físicos ou emocionais, abuso sexual, abandono, negligência ou exploração comercial que
resulta em danos à saúde, à sobrevivência, ao desenvolvimento ou à dignidade da criança no con-
texto de um relacionamento de confiança e poder.
Vejam estes números do abuso sexual de crianças, em pesquisa de 2016:

Dados do Ministério dos Direitos Humanos apontam que, em 2016, o Disque-Denúncia


(100) recebeu 15.707 denúncias de abuso sexual contra criança. Nesse mesmo ano, o sistema de
saúde registrou 22,9 mil atendimentos a vítimas de estupro no Brasil. Em mais de 13 mil deles, as
vítimas tinham entre 0 e 14 anos - 6 mil vítimas tinham menos de 9 anos.
Os dados apresentados na matéria do jornal O Globo de 08/03/2014 sob o título de “Pedo-
filia: pesadelo que começa na infância e em casa” é estarrecedora:
❖ Todos os dias, ao menos 20 crianças até 9 anos de idade, vítimas de violência
sexual, são atendidas nos hospitais do SUS - Ministério da Saúde.
❖ Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do
MS, em 2012 houve 7.592 notificações de casos desse tipo de violência nessa faixa
etária, sendo 72,5% entre meninas e 27,5% em meninos.
❖ Entre pessoas de 10 a 19 anos de idade, foram 9.919 casos de abuso sexual, ou
27 por dia, no mesmo ano – 2012.
❖ Na maior parte dos casos no SINAM, a violência sexual aconteceu dentro de casa
e o agressor era do sexo masculino.
Dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) de 2015 apontam que:

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➢ 33% dos abusadores são os próprios pais;
➢ 35% são padrastos;
➢ 10% são avós e;
➢ 7,5% tios.
Segundo dados da Policia Civil de São Paulo de 2013, esse é o perfil das vítimas:

Combater esse tipo de violência é uma luta que precisa do envolvimento de toda a socie-
dade, inclusive das igrejas e seus líderes.
Creio que Deus é poderoso e amoroso o suficiente para curar as feridas deixadas na vida
de crianças vítimas de toda a sorte de abuso.
Mas precisamos agir no sentido de evitar que este sofrimento persista.

DESAFIO DE HOJE:
✓ Nas famílias, é preciso estar atento às pessoas que cercam as crianças a fim de
protegê-las dos agressores que podem estar em qualquer lugar.
✓ Os líderes das igrejas precisam estar atentos àqueles que atuam entre as crianças,
pois a igreja deve ser lugar de segurança às crianças, nunca de risco.
✓ Oremos pelas crianças vítimas de abuso, para que Deus as restaure.
✓ Com os abusadores é preciso aplicar a misericórdia e graça, e também justiça.

3.4 – A TRAGÉDIA DAS DROGAS E A FAMÍLIA.


Nossa geração vive o desafio da dependência química.
Pastor Fernando Arêde, missionário da JMN com alguns
anos de experiencia no trabalho na área de dependência química,
diz que “a questão do consumo de drogas lícitas e ilícitas tem sido
discussão recorrente nas instâncias governamentais, não só em
nossa nação, mas em todos os países do mundo.”
Como num efeito dominó o consumo de drogas acarreta
muitas outras dificuldades, tais como violência, pobreza, destruição
da família e finalmente a morte.
Hoje o consumo de drogas se tornou como uma epidemia,
que de fato é. Numa sociedade adoecida e enfraquecida pelo pe-
cado, a droga é um vírus oportunista.

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A Folha de S. Paulo publicou
em 18/06/2015 o resultado de uma pes-
quisa sobre as principais drogas usadas
no Brasil:
Segundo a ONU, 26 milhões
de pessoas são vítimas das drogas
mais pesadas.
Só o Brasil representa 20% do
consumo mundial de crack, e é o maior
mercado da droga no mundo.
No Brasil, aproximadamente
dois milhões de pessoas já usaram a
droga, segundo a pesquisa realizada em 2012 pela Unifesp.
A guerra contra as drogas ainda não está sendo vencida, admitiu em 28/12/2012 a Secre-
tária Nacional de Segurança Pública (fonte: Site da Agência Brasil – EBC).
Talvez porque a guerra contra a droga não seja meramente uma questão de segurança
pública, mas de segurança familiar.
A guerra contra a droga começa dentro de casa.
Pastor Fernando Arêde cita que dois aspectos que colaboram na relação entre família e
drogas: a) a desestruturação familiar; b) filhos criados em “redomas de vidro”.
➔ Famílias cristãs precisam ser constituídas e mantidas nos princípios bíblicos, com ex-
periencia de genuína conversão, para que sejam eficazes na guerra contra as drogas.
➔ Famílias cristãs precisam vigiar as influências externas dos valores não cristãos, para
que o caminho que foi ensinado ao menino (Pv 22:6) não seja substituído por caminhos
que parecem mais prazerosos, mas que são caminhos da morte.
Não podemos nos esquecer jamais que o caminho das drogas e do pecado se apresenta
sempre bonito e prazeroso. O pecado não é feio, é bonito! Mas ele leva à morte!
Estamos envolvidos numa grande e desafiadora obra, que é levar o amor de Cristo a esta
geração cuja via de fuga tem sido a dependência química.
Enquanto estamos aqui estudando esse assunto, há homens, mulheres, jovens, adoles-
centes e, pasme, até idosos, sendo levados a uma rota cujo fim é o abismo.
Embora existam muitas tentativas de possíveis caminhos para resolver esta questão, nós
temos em mãos, como povo de Deus, a solução real para este problema.
Não desprezando o conhecimento humano, pois este tem o seu lugar, mas há Um que
realmente salva e transforma as vidas: JESUS.

DESAFIO DE HOJE:
✓ Oremos pelas famílias que tem hoje pessoas usuárias de drogas.
✓ Ofereçamos ajuda, apoio e ações para ajudar os que estão nas drogas.
✓ Preparemos as famílias de nossas igrejas de forma preventiva.
✓ Aconselhemos as crianças, adolescentes e jovens sobre o perigo das drogas.
✓ Vigiemos, a começar da nossa própria casa.

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3.5 – A QUESTÃO DO ABORTO.
Os dicionários Aurélio e Houaiss definem aborto como (jur.) “a interrupção dolosa da gra-
videz, com expulsão do feto ou sem ela” e “da qual resulta a morte do nascituro”.
O Rev. Augustus Nicodemus Lopes, conhecido líder da Igreja Presbiteriana no Brasil, es-
creveu um importante artigo, o qual passo a transcrever a seguir:
Aborto: Os dois pontos cruciais!
A legislação sobre o assunto
O artigo 128 do Código Penal Brasileiro (1940) permite o aborto quando há risco de vida
para a mãe, quando a gravidez resulta de estupro, e *quando o feto for anencefálico (não possuir
cérebro). *Esse último item foi julgado e aprovado pelo STF em 2012.
2013 - alteração na lei tornou obrigatório ao SUS fazer aborto nos termos da lei.
2018 - STF convocou a sociedade para uma audiência pública para ouvir as posições pró
e contra ao aborto até a 12ª semana de gestação. Foram mais de 70 pontos de vista sobre aborto.
Pela Convenção Batista Brasileira falou o Pr. Lourenço Stélio Rega que de forma eloquente defen-
deu: “O embrião humano é uma pessoa, uma personalidade. Os dois gametas dos genitores formam
uma nova entidade biológica, iniciando o surgimento de um ser-outro, diferente do ser-gestante.”
Esse processo, ainda em aberto, tramita no STF motivado pelo PSOL - partido claramente
contrário aos princípios cristãos, dentre tantas coisas, aos valores familiares.
O ensino bíblico:
É verdade que não há proibição direta na Bíblia, como "Não abortarás". Mas a razão é
clara: crianças era considerada como um presente de Deus (Gn 33.5; Sl 113.9; 127.3); era Deus
quem abria a madre e permitia a gravidez (Gn 29.33; 30.22; 1 Sm. 1.19-20).
Mas os tempos mudaram e os pensamentos também mudaram. A sociedade moderna vê
filhos como empecilho, não mais um privilégio da graça de Deus.
A Igreja, entretanto, deve guiar-se pela Palavra de Deus, e não pela ética da sociedade
onde está inserida.
O início da vida:
Há dois pontos cruciais em torno dos quais gira as questões éticas e morais relacionadas
com o aborto provocado:
1º) Quanto à humanidade do feto.
Muitos que são a favor do aborto defendem que o embrião (depois feto), só se torna ser
humano após certo período de gestação, antes do qual abortar não seria assassinato.
Entretanto, muitos biólogos, geneticistas e médicos concordam que a vida biológica se
inicia desde a concepção. As Escrituras confirmam este conceito.
Veja: Êx 4.11; 21.21-25; Jó 10.8-12; Sl 139.13-16; Jr. 1.5; Mt 1.18; e Lc 1.39-44.
Assim, a evidência biológica e bíblica é que crianças ainda não nascidas são seres huma-
nos, são pessoas, e portanto, matá-las é assassinato.
2º) Quanto a santidade da vida.
O conceito bíblico de que o homem é uma criatura especial, feito à imagem de Deus, dife-
rente de todas as demais formas de vida, e que possui uma alma imortal, tem sido substituído pelo

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conceito humanista do evolucionismo, que vê o homem apenas como uma espécie a mais, o Homo
sapiens, sem nada que realmente o faça distinto das demais.
A vida humana não é mais determinada pelo alto valor de ser feito à imagem de Deus, mas
por fatores financeiros, sociológicos e egoístas, de conveniência pessoal.
Evidentemente, existem situações complexas e difíceis, como no caso da gravidez de risco
e do estupro. É correto que as soluções sempre devam ser a favor da vida.

DESAFIO DE HOJE:
✓ É preciso que a Igreja se compadeça e auxilie cristãos que se vêem diante do difícil
dilema do aborto (casos de risco de vida da mãe ou estupro).
✓ Deve-se orientar sempre que a dor, a revolta e o sofrimento de quem foi estuprada
não se resolve matando o ser humano concebido em seu ventre.
✓ Por outro lado, a Igreja não pode simplesmente abandonar à sua sorte as estupra-
das grávidas. É preciso apoio, acompanhamento e orientação.

3.6 – O PROBLEMA DO HOMOSSEXUALISMO.


Romanos 1 deixa claro que a homossexualidade é contrária à natureza, é mudança de uso
natural, é sentimento depravado, é coisa que não convém - Lv 18.22; 1Co 6.9,10.
Com esses termos a Bíblia qualifica a homossexualidade como pecado. E a Bíblia também
diz que do céu é revelada a ira de Deus contra a homossexualidade!
Em tempos passados, a prática homossexual era bem entendida como pecado no meio
cristão, do qual se deveria libertar todo aquele que se converteria a Cristo.
A grande questão, e se tornou um desafio, foi o fato desta prática ter sido repensada, na
reimaginação de alguns “teólogos” acerca das Escrituras neste tempo.
A teologia inclusiva: é uma linha de pensamento disseminada mais amplamente a partir
do início deste novo século, segundo a qual, se Deus é amor, todas as relações humanas, sejam
quais forem, são aprovadas por Ele, desde que haja este sentimento.
A teologia inclusiva tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais são admi-
tidos como membros, pois o comportamento gay não é mais visto como pecado.
A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igual-
mente diz que Ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa
no casamento heterossexual, e proíbe as relações homossexuais.
André Musskopf, autor do livro “Via(da)gens Teológicas: Itinerários para uma Teologia
Queer no Brasil”, é hoje o principal “teólogo” brasileiro defensor da “teologia gay”.
Alguns defensores da “teologia inclusiva” chegam a categorizar o relacionamento entre
Jesus e João como homoafetivo, numa heresia sem fundamento algum.
Os propagadores da “teologia gay” dizem que, no texto de Rm 1.24-27, Paulo estaria ape-
nas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma cultual. Todavia, o apóstolo
quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas
relações sexuais por outro, contrário à natureza – homens com homens e mulheres com mulheres
– “recebendo a merecida punição por seus erros”.

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Posto isso, é preciso, contudo entendermos que:
1) Nós vivemos numa sociedade não cristã, com valores não cristãos.
Não podemos e não devemos exigir da sociedade um comportamento cristão.
2) A Bíblia condena, mas não autoriza a violência aos homossexuais.
É Deus quem castiga o pecado! Isso desautoriza violência a homossexuais.
3) Deus odeia o pecado, mas ama o pecador!
Deus ama a todos e deseja a salvação de todos, inclusive dos homossexuais.

DESAFIO DE HOJE:
✓ Orar para que Deus não permita que as leis brasileiras se degenerem a ponto de
criminalizar a pregação de que o homossexualismo é pecado.
✓ Interceder pelos nossos filhos, para que não sejam presas fáceis do homossexua-
lismo devido à militância ideológica de nossos dias.
✓ Que homossexuais sejam alvo da pregação misericordiosa e não violência.

3.7 – A FAMÍLIA DA ERA DIGITAL.


Tecnologia e Família, é o duelo de gigantes na sociedade contemporânea.
As crianças estão crescendo num mundo digital, algumas achando até que vieram ao
mundo através de um download.
Na sociedade de hoje, os relacionamentos estão sendo através de um click.
Hoje palavras são frases, palavras são abreviações, pontuação quase não existe, uma
verdadeira decadência na boa comunicação nos relacionamentos.
As pessoas acham que o click e touch pode substituir o olhar e o toque.
O diálogo entre pais e filhos está ficando para trás. Muitas vezes o diálogo da família só
acontece de forma digital e virtual.

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A tecnologia tem aproximado quem está longe, mas distanciado quem está perto.
Sabe-se que ela é uma excelente e importante ferramenta hoje, porém, não sendo bem
utilizada, pode trazer danos irreparáveis ao relacionamento familiar.
A família com dependência da tecnologia tem sofrido impactos no relacionamento.
Expressar emoções, fazer amizades e brincadeiras tradicionais como jogar bola, “casinha”,
pique, estão sendo substituídas por atividades no mundo digital.

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A principal área atingida no relacionamento pais e filhos na era digital é o diálogo.
Augusto Cury observou: “O diálogo está morrendo [...] Pais e filhos não cruzam suas his-
tórias, raramente trocam experiências de vida. A família moderna está se transformando em um
grupo de estranhos, todos ilhados em seu próprio mundo.”
Estudos já concluíram que os dependentes tecnológicos possuem alguns dos seguintes
problemas: Redução da atenção, aumento de obesidade, perda de identidade e autoestima, dimi-
nuição da empatia, aumento de estresse e depressão.
E pra quem acha que esse assunto não é sério, veja essas duas manchetes:
➔ Mulher pede divórcio após marido recusar mudar status do Facebook.
➔ Facebook é citado em mais de 1/3 dos divórcios nos EUA.
O fato dessa mulher ocorreu na India, em 2012.

Não sabemos como serão as futuras gerações, sob os efeitos colaterais da tecnologia.
Portanto não podemos esperar sentados. É preciso agir antes que essa futura sociedade seja inva-
dida ainda mais por doenças emocionais.

DESAFIO DE HOJE:
A internet pode ser usada, mas é preciso observar alguns cuidados. Eis alguns:
1) Mantenha o computador em um lugar na casa onde todos possam ver o que está
sendo visitado na internet.
2) Estabeleça um tempo limite para os filhos ficarem conectados.
3) Procure ficar atento com quem seu filho se relaciona nas redes sociais.
4) Ensine seu filho a nunca fornecer dados como nome, endereço e telefone para os
“amiguinhos” virtuais. Afinal, nunca se sabe quem está do outro lado.
5) Tenha a senha de acesso ao celular, WhatsApp e redes sociais do seu filho.
6) Leia as mensagens que seu filho recebe, vez por outra.
7) Quando os pais desconfiarem que o(a) filho(a) está tomando um caminho estranho
a partir da internet, redobre a vigilância.
8) Fique sempre atento para ver se o seu filho não está acessando alguma sala de
bate-papo gay, visitando sites pornográficos ou até mesmo interagindo com pes-
soas ligadas ao tráfico de drogas.
9) O casal deve manter transparência no uso do celular e das redes sociais, sem se-
nhas secretas e sem conversas privadas com terceiros.
10) Use a tecnologia virtual, mas não deixe de viver o mundo real.
A Bíblia diz: “O homem de bom senso percebe os perigos que têm pela frente e se defende;
as pessoas ingênuas avançam às cegas e sofrem as consequências.” (Pv 27:12).

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3.8 – A IDEOLOGIA DE GÊNERO.
Pastor Carlos Elias de Souza, da Primeira Igreja Batista de Campo Grande (RJ), publicou
o seguinte artigo sob o título de “A QUESTÃO DE GÊNERO NA RAÇA HUMANA”.
“Deus disse: Façamos os seres humanos à nossa imagem, de
forma que reflitam a nossa natureza... E Deus criou os seres hu-
manos; criou-os à semelhança de Deus, refletindo a natureza de
Deus. Ele os criou macho e fêmea”. (Gn 1:26-28).
A QUESTÃO EM SI.
Sexo está relacionado com os aspectos bio-fisiológicos que dizem questão as diferenças cor-
porais (físicas) do macho e da fêmea.
O sexo pode ser entendido como uma marca biológica, a caracterização genital e natural,
constituída e presente na espécie humana e no mundo animal. Nesse sentido, o sexo genético
designado por cromossomos (XY) para o homem e (XX) para a mulher, detém os hormônios e a
definem a genitália (pênis para homens e vagina para mulheres).
Diante do fato biológico natural de apenas dois sexos, masculino e feminino, gênero é a de-
signação de cada um desses dois tipos de sexos naturais: gênero masculino e gênero feminino.
A IDEOLOGIA DE GÊNERO – Afirma que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada
indivíduo deve construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida. “Homem” e
“Mulher”, portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que cada um representaria como e
quando quisesse, independentemente do que a biologia determine.
POR QUE SE DENOMINA DE IDEOLOGIA?
IDEOLOGIA significa aquilo que seria ou é ideal. As ideologias são ideias humanas, que sur-
gem das percepções sensoriais do mundo. São a expressão das ideias e dos interesses de um
grupo.
A ideologia de gênero surgiu da ideia de que a sexualidade humana seja parte de “constru-
ções sociais e culturais” e não um fator biológico. De acordo com esta ideologia, seres humanos
nasceriam “neutros”, apenas (X) e não (XX e XY) e poderiam, ao longo da vida, escolher o seu
gênero sexual.
ONDE ISSO COMEÇOU?
No início do século XIX, o antropólogo, etnólogo e escritor norte-americano Lewis Henry Mor-
gan, dedicou seus estudos para demonstrar que o Estado, o gênero, a crise da identidade sexual e
a religião tinham causado grandes problemas na configuração da família.
Em 1968, Robert Stoller defendeu a necessidade de fortalecer diferenças no conceito e defi-
nição do termo gênero e sexo.
Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de Beauvoir despontam como as maiores promotoras
do feminismo ocidental. Na época, a ideologia de gênero e o aparecimento de um novo sexo atraíam
a atenção. A esse movimento se deu o nome de “feminismo ideológico”.
Estudiosos afirmam que a expansão da ideologia de gênero teve início na Conferência sobre
as mulheres, realizada em Pequim, em 1995. A jornalista norte-americana e participante da confe-
rência Dale O’Leary diz em seu livro The Gender (A Agenda), de 1997, que o evento resultou em
orientações para que governos de todo o mundo incorporassem a “perspectiva de gênero” em todo
programa de política e em cada instituição pública e privada. No Brasil essa “agenda” foi identificada
no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)

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Outra referência acadêmica a cunhar o termo “gênero” foi a feminista Judith Butler, através
do seu livro “Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity”, lançado em Português no
Brasil com o título: Problemas de Gênero - Feminismo e Subversão da Identidade. No livro ela
afirma que “o gênero é uma construção cultural; por isso não é resultado causal do sexo”.
Nesse momento da AGENDA DE GÊNERO, está se propondo o fim da heteronormatividade,
que defende que o relacionamento entre pessoas de sexo diferente é fundamental e natural dentro
da sociedade.
NA PÓS-MODERNIDADE, uma sociedade secularizada, o que se propõe é a AUTONOMIA.
Nossa sociedade deseja viver na anomia (ausência de normas) e de forma autônoma (Auto:pessoal
+ Nomia:lei = lei própria).
AUTONOMIA SEXUAL:
Transgênero – é o indivíduo que se identifica com um gênero diferente do gênero de nasci-
mento, e decide mudar seu corpo.
Transexual – indivíduo que não altera o sexo de origem, mas modifica a aparência do, inclu-
sive com roupas usadas por outro gênero.
Homossexual - o indivíduo se identifica com o seu sexo de origem, e se sente atraída por
pessoas do mesmo sexo.
O QUE É DISFORIA DE GÊNERO?
→ é um “estado” um sentimento de insatisfação, ansiedade e inquietação. As pessoas que
têm disforia de gênero sentem fortemente que não são do gênero que fisicamente demonstram ser.
A disforia de gênero geralmente leva a um desses dois caminhos:
- Decide viver bem com seu sexo biológico e desempenham bem seu “novo” papel de gênero
(sua nova opção sexual), ou;
- Busca mudar seu corpo através de medicamentos ou de cirurgias.
O resultado mais comum da disforia de gênero é:
⎯ Homens se tornam “feminilizados”.
⎯ Mulheres se tornam “masculinizadas”.
Disforia de gênero tem sido considerada um distúrbio. Indivíduos que sofrem desta disforia
vivem um grande drama. Sentir que o corpo não reflete seu verdadeiro sexo causa angústia, ansi-
edade e depressão.

DESAFIO DE HOJE:
Deus quer capacitar sua igreja para enfrentar essas questões:
✓ Devemos ser ousados e corajosos; pacientes e simpáticos; amáveis e humildes.
✓ Encorajarmos a igreja e nossos líderes para que creiam na Palavra de Deus.
✓ Falarmos abertamente sobre o pecado e como eles destroem a vida, a família e a sociedade.
✓ Estendermos perdão a todos aqueles que arrependidos decidam viver em santidade. Pedir-
mos perdão quando de forma imprudente tratarmos alguém inadequada e inconveniente.
✓ Recebermos aqueles que desejam abandona o seu pecado.
✓ Aceitarmos as verdades bíblicas como a verdade de Deus capaz de transformar as nossas
vidas: Gn 19-1-9; Jz 19.22-25. Lv 18.22. Lv 20.13; Rm 1.26-27; 1 Cor 6.9-11 e 1 Tm 1.9-10.
Pr. Carlos Elias de Souza Santos
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3.9 – O GRAVE PROBLEMA DA ALIENAÇÃO PARENTAL.
Alguém que não aceita o fato de o outro não mais querer mais viver uma relação amorosa, é
capaz de tirar de dentro de si um sentimento de vingança, que não poupa nem o próprio filho.
Para impedir esse tipo de atitude, temos hoje a Lei da Alienação Parental (Lei 12.318/10) para
tentar barrar esses excessos e colocar limites em quem não os têm internamente.
Pensando na importância desse tema para o desenvolvimento saudável dos filhos, listamos
aqui 10 questões fundamentais para a compreensão a fim de evitar a alienação parental.
1) A alienação parental é um nome novo para um velho problema.
A expressão foi cunhada pelo psiquiatra norte americano Richard Gardner, em meados de
1980. Inicialmente conhecida como a Síndrome da Alienação Parental (SAP), chegou no Brasil sim-
plesmente como alienação parental. Na verdade, a síndrome pode ser a consequência da alienação
parental, quando atingida em seu grau mais elevado.
2) Nem sempre, porém, há uma “síndrome”.
Alienação parental sempre existiu, desde que o mundo é mundo. Apenas não sabíamos no-
meá-la. A partir do momento em que conseguimos dar nome a essa maldade humana, ficou mais
fácil proteger as crianças e adolescentes vítimas dessa violência praticada pelos próprios pais.
Em alguns casos, a alienação é tão grave que pode até transformar-se em uma síndrome,
como inicialmente foi denominada: SAP (Síndrome da Alienação Parental). Mas na evolução do
pensamento jurídico, não mais se denomina assim, pois nem sempre há uma síndrome, essa cate-
goria médica de difícil diagnóstico. Por isso, o texto da lei brasileira, com razão, não se refere à
síndrome, embora algumas pessoas ainda insistam em assim denominá-la.
3) A alienação ocorre de forma sutil, quase imperceptível.
O alienador vai implantando na psiqué e memória do filho uma imagem negativa do outro
genitor, de forma tal que seja alijado e alienado da vida daquele pai ou mãe. Isso ocorre com sutileza
e em um processo psíquico, às vezes, quase imperceptível. É inacreditável como o pai/mãe não vê
o mal que faz ao próprio filho, em nome de um discurso de proteção. A Alienação Parental deixa
marcas indeléveis nos filhos.
4) A alienação parental precisa ser constatada por perícia ou por outros meios de prova.
O parágrafo único do art. 2º da Lei 12.318 de 26/08/2010 declara os seguintes atos como
alienação parental:
I. I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paterni-
dade ou maternidade;
II. II – dificultar o exercício da autoridade parental;
III. III – dificultar contato da criança ou adolescente com genitor;
IV. IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
V. V – omitir deliberadamente ao genitor informações pessoais relevantes sobre a criança
ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
VI. VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós,
para obstar ou dificultar sua convivência com a criança ou adolescente;
VII. VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando dificultar a convi-
vência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós
5) A alienação parental é o outro lado da moeda do abandono afetivo.
A alienação parental é o outro lado da moeda do abandono afetivo, que é a irresponsabilidade
de quem tem o dever de cuidado com a criança/adolescente. Na alienação parental, a convivência
31
se vê impedida por ação/omissão/negligência do alienador, com implantação de falsas memórias,
repudiando e afastando do convívio familiar o outro genitor. Nesse sentido, a guarda compartilhada
funciona como um antídoto da alienação parental.
6) Na alienação parental, o filho passa a ser objeto de vingança.
Na alienação parental, o filho é deslocado do lugar de sujeito de direito e desejo e passa a ser
objeto de desejo e satisfação do desejo de vingança do outro genitor. É, portanto, a objetificação
do sujeito para transformá-lo em veículo de ódio, que tem sua principal fonte em uma relação con-
jugal mal resolvida. Em outras palavras, e sintetizando a causa e raiz da maioria das alienações
parentais: não quis ficar comigo, vai comer o pão que o diabo amassou.
7) As provas nem sempre são simples.
Na maioria das vezes, é feita por perícia, mas é possível, também que mensagens de aplica-
tivos, bilhetes, as redes sociais em geral e testemunhas comprovem esses atos. O CPC-2015 ab-
sorveu a importância desse novo instituto jurídico e referiu-se a ele em um artigo específico:
“Quando o processo envolver discussão sobre o fato relacionado a abuso ou a alienação parental,
o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista” (artigo 699).
O problema é que há poucos especialistas nessa área no Brasil. Os tribunais ainda não estão sufi-
cientemente aparelhados com esses novos profissionais, que, aliás, é um novo campo de trabalho,
um novo mercado profissional em formação.
8) A lei da alienação parental é uma lei que já funciona.
Isto é, já caiu no conhecimento do povo, inclusive, graças a divulgação via internet. Assim,
ela já produz também, para além de um efeito prático de punição ao alienador e contenção da
prática de atos de alienação parental, um efeito psicológico e simbólico, pois todo pai/mãe a partir
do conhecimento dessa lei, e já tendo absorvido o seu conceito, está sempre atento, e aos primeiros
sinais já acende o alerta para que medidas sejam tomadas, a fim de evitar que esse crime aconteça.
9) As marcas da alienação parental são indeléveis.
Os pais não têm noção do mal que fazem aos próprios filhos quando falam mal um do outro.
Às vezes mais sútil, às vezes mais explícito, aos poucos vão, mesmo sem ver, implantando nos
filhos uma imagem negativa daquele que é um dos responsáveis pela formação e estruturação
psíquica do filho. Os malefícios causados aos próprios filhos, nesses casos, são tantos e tão vio-
lentos que dificilmente são reversíveis. Mas isso não acontece do dia para a noite. É aos poucos.
Quase imperceptível, às vezes só verão esse estrago na psique do filho muito mais tarde. E aí,
quando perceber o mal feito a eles, já será tarde demais, e o arrependimento de nada adiantará.
10) O Brasil é referência sobre o tema.
O Brasil é um dos raros países do mundo que tem uma legislação específica sobre o assunto.
Em 27/8/2019, comemoramos os nove anos da Lei 12.318, que veio definitivamente solidificar esse
importante conceito, como se vê em seu artigo 2º: “Considera-se ato de alienação parental a inter-
ferência na formação psicológica da criança ou adolescente, que promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda
ou vigilância, para que repudie o genitor ou que cause prejuízos ao estabelecimento ou à manuten-
ção de vínculos com este.”
DESAFIO DE HOJE:
✓ Conscientizar casais que venham a se separar sobre esse mal e alertá-los, a fim de que
evitem cometê-lo.
✓ Falar abertamente sobre esse mal e como eles destroem a vida, a família e a sociedade.
✓ Ajudar as crianças que são vitimas desse grave erro de seus pais.
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4| O LÍDER CRISTÃO, A FAMÍLIA E MINISTÉRIO.
É uma grande honra servir na liderança do Reino de Deus, seja como pastor, professor,
líder de célula ou PGM, de louvor ou culto infantil, diácono ou recepcionista, etc.
Contudo, há uma responsabilidade enorme também sobre os ombros de todo líder.
Leia 1 Timóteo 5:8.
Paulo tratou de assuntos bem práticos na primeira carta ao jovem Timóteo:
a. A importância da fidelidade às Escrituras;
b. Diretrizes práticas sobre o culto público;
c. Gestão de pessoas e ministérios na igreja;
d. Como enfrentar o fim dos tempos.
e. Encorajamento para os desafios ministério.
f. E orientações sobre a liderança da igreja.
Paulo elencou nesta carta mais de 15 pontos quanto as qualificações dos cristãos para
atuarem na liderança da igreja.
Dentre as várias instruções, Paulo destacou o cuidado dos líderes com a família. Paulo
escreveu no v.4 que o crente agrada a Deus, quando cuida da sua família.
O cuidado do líder com a família é tão importante que Paulo o pontuou como uma neces-
sidade, em todas as instruções sobre liderança da igreja (1Tm 3; 5:17-25 e Tt 1:5-9).
Por que o cuidado do líder com a sua vida familiar é tão importante?
4.1 – O cuidado do líder com a sua família é uma questão de PRIORIDADE.
De fato, no Reino de Deus há muito trabalho a ser feito. Porém, não podemos esquecer
que nós temos uma família, que precisa ser cuidada, e isso é questão de prioridade.
Não se pode construir um ministério sobre os escombros da família. Nenhum ministério é
aprovado por Deus, quando a família é negligenciada.
Lembre-se: ser usado por Deus não significa ser aprovado por Deus.
Deus pode estar nos usando, por Sua Graça, mas pode estar nos reprovando, se o minis-
tério estiver sendo erguido, em detrimento da família.
Há dois aspectos básicos que merece cuidado na vida familiar de todo líder cristão:
a) O relacionamento conjugal – Leia 1 Tm 3:1-2.
• Todo líder casado deve cuidar do bom relacionamento conjugal.
• Todo esposo cristão deve amar sacrificial mente sua esposa – Ef. 5:25.
• O marido cristão não deve se irritar contra sua esposa – Cl 3:19.
• Toda esposa cristã deve se submeter a liderança do esposo – Cl 3:18.
• A esposa cristã deve cuidar da sua beleza interior – 1 Pd 3:3.
• A mulher cristã deve usar as palavras com sabedoria – 1 Pd 3:1.
• O casal cristão deve ter uma vida sexual saudável e ajustada - 1 Cor 7:1-5.
b) A criação dos filhos – Leia 1 Tm 3:4,5.
John Maxwell, o maior expoente sobre liderança cristã na atualidade, afirmou que liderança
é, sobretudo, influência.
Se como líderes, não influenciarmos os nossos filhos, quem mais influenciaremos?

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John Stott escreveu: “O líder cristão é chamado a exercer liderança em duas famílias, a
dele e a de Deus; e a primeira é onde ele é treinado para poder atuar na segunda”.
A Bíblia mostra exemplo de alguns líderes, dente eles, Eli e Davi, que tiveram sucesso
ministerial fora de casa, mas foram um fracasso no lar.
Pastor Billy Graham, no auge de seu ministério, viu o filho mais velho Franklin entrando
pelos caminhos do álcool e drogas, na adolescência.
Franklin sentia a ausência do pai em casa e se sentia amaldiçoado por ser filho de pastor.
Pela graça de Deus, aos 22 anos, se rendeu e tornou um crente.
Os líderes de hoje, tem sido muito tentado a estarem envolvidos numa agenda de muitos
compromissos. Contudo, isso não pode atrapalhar o cuidado com a família.
4.2 – O cuidado do líder com a sua família é uma atitude de PRUDÊNCIA.
A posição privilegiada do líder não o isenta de “tempestades” sobre a sua casa. Líderes
não são seres angelicais, mas seres humanos. Eles são gente... Pessoas...
E como pessoas, não possuem imunidade especial. Estão sujeito as mesmas “tempesta-
des” que todas as demais pessoas, inclusive familiares - Leia Mateus 7:24-27
Essa palavra de Jesus revela a nossa igualdade de condições, e nos ensina que a dife-
rença está na atitude de prudência. Estamos líderes, mas somos sujeito as mesmas crises familia-
res dos outros. Líderes não SUPER-HOMEM, nem MULHER-MARAVILHA.
John Piper lembrou que: “Todo líder é um ser humano e um crente como todos os demais.
Como ser humano, ele está sujeito exatamente às mesmas tentações que qualquer pessoa. Não é
mais fácil para ele ser uma pessoa amável e esperançosa. Seus recursos na batalha da fé não são
maiores que os dos demais crentes. Ele é gente de carne e osso”.
Devemos ser prudentes abrindo os nossos olhos para o fato de que a nossa família é uma
família normal, e não uma família perfeita.
4.3 – O cuidado do líder com a sua família é uma prova de SABEDORIA.
Todas as glórias do mundo perdem seu brilho, quando se perde a família.
Josué é exemplo de alguém que fez a obra, sem deixar de cuidar da família. Ele disse
sabiamente: “Eu e a minha casa serviremos (juntos) ao Senhor”.
O maior projeto de vida deste líder não era conquistar muitas terras ou fazer de seus filhos
pessoas famosas em Israel, mas motivar e inspirar sua família a servir a Deus.
Lamentavelmente, depois que Josué morreu, Juízes cap.1 e 2 conta que surgiu uma nova
geração de famílias em Israel que conquistou muitas terras, mas que perderam seus filhos.
Sim, o líder deve estar sempre atento no cuidado com a sua família.
Frequentemente eu lembro a mim mesmo que antes de estar pastor, eu sou um filho, um
esposo, um pai, um irmão... Como isso é importante!!!

DESAFIO DE HOJE:
1) Se for casado, valorize sempre o seu casamento.
2) Evite compromissos ministeriais em datas especiais para a família.
3) Estabeleça em sua casa um dia da semana como “Dia da Família”.
“Nenhum sucesso compensa o fracasso da família.”

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5| A IGREJA E O CUIDADO COM AS FAMÍLIAS.
Como já visto no início deste material, infelizmente muitos líderes e igrejas não reconhecem
a necessidade de uma ênfase no assunto “família” no dia-a-dia da igreja.
5.1 – Por que criar um “Ministério com Famílias” na igreja?
Muitos líderes e igrejas não veem a necessidade de um trabalho específico para atender
as demandas das famílias, simplesmente pelo fato de desconhecerem ou não pararem para pensar
nos benefícios que este ministério pode oferecer.
Alguns dos benefícios se tornam em razões claras e óbvias. Reflita sobre eles:
1) Não existem igrejas saudáveis sem famílias e casamentos saudáveis.
2) É melhor prevenir do que remediar.
3) Auxilia o ministério pastoral no aconselhamento familiar.
Esses três benefícios por si só, já seriam o suficiente para a igreja dar uma atenção espe-
cial ao trabalho junto com as famílias.
Sobretudo, acima desses benefícios, devemos lembrar que investir no cuidado com as
famílias, significa cuidar de vidas preciosas que são edificadas e abençoadas, com casais mais
felizes e filhos mais bem-educados. Enfim, todos ganham.
Não tem como não pensar na relevância de um ministério com família.
5.2 – Que programações podem auxiliar na edificação das famílias da igreja?
Muitas programações podem ser planejadas a fim de promover a valorização da família, e
diversas atividades podem ser ferramentas úteis neste processo. Algumas são:
➔ Série de Mensagens com temas sobre família para toda a igreja;
➔ Congresso de Família (anual);
➔ Encontro de Pais e Filhos (periódico);
➔ Encontro / Retiro / Seminário de Casais (anual);
➔ Reunião com Casais (periódica);
➔ ________________________________________________
➔ ________________________________________________
➔ ________________________________________________
UM CUIDADO IMPORTANTE: Ministério com Família não é apenas criar evento!
Ministério com família é muito mais do que isso. Ministério com famílias é, acima de tudo,
agregar valor à família.
Inclui, é verdade, realizar o mês da família, encontro de casais, congressos, retiros, mas é
mais do que isso.
Agregar valor à família é, por exemplo, até mesmo não sobrecarregar as famílias com uma
infinidade de reuniões semanais.
Num dos capítulos do livro Ajuda do céu para o seu lar (Editora Habacuc), o casal Howard
e Jeanne Hendricks fala da necessidade de a igreja ser parceira da família, e uma das maneiras é
não a sobrecarregar com tantas reuniões semanais. Isso é um exemplo de agregar valor à família.
Um ministério com família fará eventos para a família, mas essa não é sua tarefa maior.
Sua tarefa maior é capacitar homens e mulheres, maridos e esposas, pais e filhos, sogras e noras,
avós e netos, a desempenharem seus papéis familiares segundo os princípios bíblicos para que a
vida em família seja harmoniosa e agradável.
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Esse deve ser o propósito maior de um ministério com famílias.
 Capacitar os maridos serem o tipo de marido descrito, por exemplo, pelo apóstolo
Paulo em suas cartas aos efésios e colossenses.
 Capacitar a mulher a desempenhar de maneira bíblica seus papéis na família que
podem ser o de filha, esposa, mãe, sogra e avó.
Com certeza os eventos podem ser instrumentos usados por Deus para alcançar esse
objetivo, mas uma igreja que deseja ministrar às famílias de forma constante, organizada e bíblica
há de se fazer muito mais, durante todos os dias do ano.
5.3 – Como implantar um “Ministério de Família” na igreja?
Há hoje, graças a Deus, um vasto material que pode ser utilizado pelas igrejas no Brasil,
para o exercício de um trabalho especifico junto as famílias. Alguns deles são:
Universidade da Família - oferece cursos diversos sobre a vida familiar;
Ministério Oikos - Pr. Gilson e Elizabeth Bifano.
Ministério Fortalecendo a Família - Pr. Sergio e Magali Leoto.
Ministério Família Debaixo da Graça: Pr. Josué Gonçalves.
Casados Para Sempre – curso para casais.
O Pastor Gilson Bifano publicou um livreto bem prático e dinâmico, com dicas sobre como
criar um Ministério de Família na igreja.
Escreveu ele que realizar um trabalho com famílias na igreja é um desafio tremendo. O
que fazer? Como fazer? Quando fazer? Que metodologia adotar?
Vejamos as dicas do Pr. Bifano:
1) CUIDE DE SUA PRÓPRIA FAMÍLIA.
A minha primeira palavra não é sobre ministério com famílias, mas
sobre sua vida em família. Aqueles que desejam realizar um ministério de
sucesso com famílias precisa, primeiro, cuidar e estar bem com sua própria
família. Alguém já disse que "anémicos não doam sangue".
Líderes que vivem bem em família terão mais prazer em trabalhar,
ajudar e fortalecer as famílias da igreja.
Procure conversar com seus familiares, principalmente cônjuge e filhos, como vocês po-
dem melhorar, todos os dias, a vida conjugal e familiar.
2. FAÇA COM QUE SUA IGREJA SEJA UMA FAMÍLIA.
Para uma igreja para realizar um excelente ministério com famílias
precisa ser, antes de tudo, uma "igreja-família".
Na igreja precisa reinar, entre os membros, o espírito de família.
Paulo usou essa metáfora em Efésios 2.19.
Quais as marcas de uma família? Pense por um instante.
Eu creio que a palavra-chave é "r-e-l-a-c-i-o-n-a-m-e-n-t-o”.
Essa marca deve estar presente na igreja. Não adianta ter um ministério estruturado com
famílias se a própria igreja não é uma família, se nela não há relacionamentos significativos saudá-
veis entre os seus membros. Pense nisso!

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3) AMPLIE SUA VISÃO DE MINISTÉRIO DE FAMÍLIA.
Muitos pastores e igrejas têm se equivocado em relação ao trabalho
com famílias, pensando que se restringe ao ministério com casais.
Ministério com famílias é mais do que ministério com casais.
Ministério com famílias é como um grande guarda-chuva. Esse
"guarda-chuva" abriga, inclusive, o ministério com casais, mas muitos outros
ministérios que tocam à família.
Só para citar alguns, ministério com famílias é ministrar a noivos, adultos solteiros, minis-
tério de apoio a mães solteiras, de aconselhamento familiar, de apoio a pessoas que vivenciam ou
vivenciaram o divórcio e muitos outros.
Existe um leque tremendo de ações que envolvem o ministério com famílias.
4. SAIBA QUAL É O GRANDE ALVO DO MINISTÉRIO COM FAMÍLIAS.
Qual seria, na sua opinião, o grande alvo de um ministério com famí-
lias? Evangelizar famílias? Proporcionar o crescimento da igreja? Sim, esses
itens são importantes, mas esses não são o grande alvo de um ministério com
famílias.
O grande alvo de um verdadeiro ministério com famílias é ajudá-las
a ser fortes, saudáveis e capacitadas plenamente para enfrentarem os gran-
des desafios que a sociedade moderna apresenta.
Muitas famílias, inclusive as cristãs, em que todos os seus membros são crentes, estão
sucumbindo nesses tempos em que a instituição da família está sendo veementemente atacada.
Então, o alvo do ministério com famílias é fazer com que elas sejam fortes e saudáveis.
5. AGREGUE VALOR À FAMÍLIA EM SUA IGREJA.
Nos EUA já existe um conceito, que ainda não chegou ao Brasil, mas
logo vai chegar. Estou me referindo ao conceito "empresas amigas da famí-
lia". Se você digitar no Google a frase "friendly family company" encontrará
vários artigos que tratam desse conceito. Empresas amigas da família são
aquelas que não se preocupam com o lucro em detrimento da qualidade de
vida familiar dos seus empregados. Essas empresas agregam valor à vivência
familiar dos seus empregados, como, por exemplo, liberando-os para assisti-
rem ao campeonato de futebol de seus filhos ou para levar um filho enfermo ao médico.
Essas empresas entendem que um funcionário que vive bem em família é mais produtivo
e rende mais na empresa. Será que podemos trazer esse conceito para o contexto da igreja? Sim!
Podemos criar uma cultura de "igreja amiga da família" agregando valor à família dando,
por exemplo, condições, ferramentas, espaços na agenda eclesiástica para que as famílias tenham
tempo e sejam capacitadas para vencerem os desafios da sociedade moderna que tenta destruí-la.
PERGUNTA: Em sua opinião, que dicas mais poderiam ser registradas aqui:
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5.4 – Qual a relação da família e o avivamento espiritual da igreja?
A família é um tema de muita relevância na Bíblia sagrada:
▪ A primeira instituição a ser criada por Deus é a família (Gn 2:21 a 25);
▪ O AT é marcado essencialmente pela saga da família de Abraão, com toda a sua
glória e com todos os seus dramas e percalços;
▪ O AT é encerrado com uma promessa às famílias;
▪ No NT, o primeiro milagre relatado de Jesus acontece em um casamento (demons-
tra o quanto casamentos precisam de milagres);
▪ A igreja primitiva em Atos fez das casas o principal campo de evangelização;
A família sempre foi o foco e instrumento de Deus para cumprir seus propósitos:
 “...e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12:3b
 Foi através de Noé e seus filhos que Deus preservou a raça humana.
 Foi através da visão e ação de uma família que foi preservada a vida daquele que
seria o libertador de Israel.
 Foi através de uma mãe obediente e de pai temente a Deus que a vida do Salvador
do mundo foi preservada em sua infância.
As melhores faculdades de teologia, as melhores escolas de profetas, os maiores centros
de evangelismo, foram suas casas! Foi assim na vida de Noé, Abrão, Ló, Moisés, Samuel, Davi...
Por isso é tempo de olharmos para as nossas casas hoje como a sede de onde deve partir
o grande avivamento que tanto desejamos.
E se de fato desejamos um avivamento sobre a nossa igreja, sobre a nossa cidade e nação,
a sede deste avivamento deve ser o nosso lar.
O Rev. Hernandes Dias Lopes falando sobre a família como o palco para um grande avi-
vamento em nossos dias, destacou a necessidade do reavivamento do “culto doméstico”.
Disse ele: “O culto doméstico é um tesouro perdido na vida da maioria do povo de Deus
[...] Mas o culto doméstico pode ajudar-nos em várias frentes [...]: 1) O culto doméstico corrige a
prioridade do nosso relacionamento com Deus; 2) O culto doméstico restabelece a comunhão fami-
liar; 3) O culto doméstico galvaniza os valores de Deus em nossa vida; 4) O culto doméstico trará
um novo frescor à vida espiritual.”
Completou o Pr. Hernandes: “Se o lar não estiver comprometido com o ensino da Palavra
de Deus, a igreja não cumprirá cabalmente o seu papel. É no lar que as bases são plantadas. É no
lar que devemos ser alimentados com o leite genuíno da piedade.”
Não temos mais tempo a perder. Chegou a hora de colocarmos nossa vida e nossa família
no altar de Deus e vivermos para a glória de Deus.
Nossa casa precisa ser uma igreja viva a serviço do Deus vivo. E se o nosso cristianismo
não é capaz de mudar o nosso relacionamento com a nossa família, ele está falido.
Não fomos chamados a imitar o mundo, mas a ser referencial de Deus no mundo. Preci-
samos mostrar ao mundo casamentos sólidos, famílias unidas e regadas pelo amor.
As relações cristãs no círculo familiar são um poderoso testemunho (I Pe 3.1-7).
Podemos sonhar com um avivamento da parte Deus sobre as famílias, e isso não é auto-
mático, precisa ser buscado. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar,
e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e per-
doarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr. 7:14).

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CONCLUSÃO
Este material, com absoluta certeza, não esgotou todo o assunto desta matéria. O conte-
údo aqui exposto teve como objetivo trazer despertamento para o assunto, e a partir disso, cada
aluno deverá prosseguir estudando, pesquisando e contribuindo para que haja neste tempo um
movimento de pastores, lideres e igrejas, lutando em prol da família.
No primeiro capítulo, vimos uma breve síntese dos conceitos de família nos dias atuais.
Depois disso, fizemos uma “viagem” no tempo, indo ao terreno bíblico do Antigo e do Novo
Testamento, para “tomar um café” com as famílias que lá viveram.
O confronto desses “dois mundos” – o mundo de hoje e o mundo bíblico, nos fez considerar
no capítulo três quão grande é o desafio em que vive a família nos tempos de hoje.
Então no capítulo quatro, nós, os líderes na igreja de hoje, voltamos o nosso olhar para a
nossa própria família, pois antes de ajudar a família dos outros, precisamos certificar se a nossa
própria família está sendo bem cuidada.
Dias atrás eu conversava com um militar que serviu tempos atrás no Haiti, logo depois do
terremoto de 2010. O militar me dizia que a ordem que eles recebiam era que antes de eles servirem
água e comida aos outros, eles deveriam servi a si mesmo. A ordem não estava estabelecida no
egoísmo, mas no princípio de que a eficiência e a eficácia dos prestadores de socorro, depende
destes socorristas estarem saudáveis e fortalecidos.
A tese era de que: Socorristas fracos, em breve precisariam de socorro.
Portanto, antes de socorrer a família dos outros, deixemos a nossa casa em ordem.
E foi no ultimo capítulo deste material que olhamos para a maneira como podemos contri-
buir, como igreja e líderes, para que as famílias sejam bem edificadas, fortalecidas e restauradas,
quando necessário for.
Um especialista em crescimento da igreja afirmou: "Para que a igreja seja saudável e
cresça, ela precisa investir na saúde dos relacionamentos familiares".
Volto a citar o desastre de Brumadinho-MG. Se tem algo, e tem, que podemos fazer para
evitar as tragédias de destruição de famílias, então que façamos antes que seja tarde demais.
Que tomemos atitudes e ações em prol da família.
E que para isso, busquemos conhecer, aplicar e praticar os princípios da Palavra de Deus,
que está ao alcance de todos. E todos os que nela colocarem sua confiança, contarão com a pro-
teção poderosa e a defesa divina sobre sua vida e família.
Oro para que Deus abençoe a sua família. Que cada lar cristão seja um lugar de manifes-
tação da misericórdia e da graça divina.
Um forte abraço do pastor e amigo;
Pr. Gilberto Suzano

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BIBLIOGRAFIA

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MALDONADO, Jorge E. – Casamento e Família, uma abordagem bíblica e teológica. Ed.
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