O documento apresenta três questões sobre direito constitucional discutidas em uma sessão de disciplina na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. A primeira questão trata de um caso sobre fornecimento de medicamentos e se o município pode negar o fornecimento. A segunda questão trata de um caso sobre vistoria de veículo e pagamento de multas. A terceira questão discute a constitucionalidade de uma emenda constitucional.
O documento apresenta três questões sobre direito constitucional discutidas em uma sessão de disciplina na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. A primeira questão trata de um caso sobre fornecimento de medicamentos e se o município pode negar o fornecimento. A segunda questão trata de um caso sobre vistoria de veículo e pagamento de multas. A terceira questão discute a constitucionalidade de uma emenda constitucional.
O documento apresenta três questões sobre direito constitucional discutidas em uma sessão de disciplina na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. A primeira questão trata de um caso sobre fornecimento de medicamentos e se o município pode negar o fornecimento. A segunda questão trata de um caso sobre vistoria de veículo e pagamento de multas. A terceira questão discute a constitucionalidade de uma emenda constitucional.
O documento apresenta três questões sobre direito constitucional discutidas em uma sessão de disciplina na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. A primeira questão trata de um caso sobre fornecimento de medicamentos e se o município pode negar o fornecimento. A segunda questão trata de um caso sobre vistoria de veículo e pagamento de multas. A terceira questão discute a constitucionalidade de uma emenda constitucional.
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Turma: CPI B 12007
Disciplina/Matria: DIREITO CONSTITUCIONAL Sesso: 01 - Dia 0 1/02/2007 - 08:00 s 09:50 Professor: NAGiB SLAIBI FILHO 01 Tema: Normas constitucionais 1. Espcies, eficcia, e diversas classificaes. 1a QUESTO: Joo, portador de psicopatologia grave, impetra Mandado de Segurana contra ato do Secretrio de Sade do Municpio de sua residncia, que lhe negou o fornecimento de medicamentos neurolgicos de uso contnuo, indispensveis ao seu tratamento, consubstanciando seu pleito em laudo mdico oficial, que atesta sua condio e prescreve o tratamento, bem como no art. 196 da CRFB. Em sede de informaes, a autoridade coatora sustenta, preliminarmente, que, nos termos da legislao vigente (Lei n 8.080/90), a obrigao de fornecimento de medicamentos , precipuarnente, da Unio e dos Estados, requerendo a extino do feito sem julgamento do mrito, afirmando, outrossim, que a ausncia dos referidos remdios indicados no implica em risco de vida direto para o Impetrante. Instado a manifestar-se sobre a segurana postulada, decida o caso. RESPOSTA: 2005.001.14760 - APELACAO CIVEL; DES. GERSON ARRAES - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL: Tratam os presentes autos, de Apelao interposta as fls.49/57 pelo autor, demandante de ao em que veicula pretenso de obrigao de fornecimento de medicamentos imprescindveis sua sade. portador de distrbios Neuropsicolgicos graves, com fundamento em normas constitucionais que informam a solidariedade dos entes integrantes da Repblica quanto manuteno da sade dos cidados (arts. O. 23 e 196.CF). bem como, de normas do plexo legislativo ordinrio instituidoras e reguladoras do Servio estatal relativo sade (SUS) (arts.4 e 6.1.d, Lei 8080190), aplicadas de imediato e com eliccia plena diante da norma do 2 do art.5 da CF, matria j reiteradarnente julgada pela jurisprudncia, sendo inclusive objeto de verbete sumular desta Corte,(smula 65 T.JERJ). por isso no oferecendo qualquer dificuldade devido ao teor eminenternente tcnico da questo. de [orma a conferir segurana bastante para o proferimento de deciso monocrtica no preselte processo. El) A matria discutida refere-se ao ajuizamento de ao de obrigao de fazer era ftino da negativa por parte de autoridade e/ou rgo municipal quanto ao fornecimento dos medicamentos LEXOTAN e LIVIBITROL. todos constantes e na forma das prescries mdicas de fls.l0/l i paciente portador de distrbios NeuropsicoLgicos. necessitando do uso continuo dos referidos medicamentos, no tendo o municpio ru comprovado motivo legtimo para a negativa. 111) A sentena recorrida de lls.43/46, incorreu em equvoco levado a efeito em funo de desvio de interpretao das normas constitucionais acima referidas, por isso deve ser reformada, pois que no prestigia a orientao jurisprudencial consolidada. A reforma. pois. do decisurn por deciso liminar monocrtica medida que se impe. no merecendo a presente pretenso recursal a apreciao do (olegiado. uma vez que absolutamente consoante jurisprudncia consolidada. IV) Pelo exposto, acolhendo os pareceres do MP em primeiro e segundo graus. com fundamento no Art.557, 1 -A, CPC. DOU PROVIMENTO AO RECURSO POR ESTAR A SENTENA RECORRIDA EM MANIFESTo CONFRONTO COM A JURISPRUDNCIA DESTA CORTE E DO STJ. julgando procedente o pedido inicial e tomando definitiva a liminar de fls.16/17. 2 QUESTO: JOSE pretende fazer a vistoria anual de seu veculo, mas o DETRAN exigiu que ele pagasse as multas iue incidem sobre o veculo. No Mandado de Segurana por ele impetrado. requereu que se permitisse a vistoria sem o pagamento das multas, enquanto. em oposio. a Autoridade impetrada informou que assim procedia em face dos termos expressos do artigo 262, 2. do Cdigo de Trnsito Brasileiro. Decida. de forma fundamentada, a questo. RESPOSTA: Apelao Cvel n 2004.001.10831, Rel. Des. Nagib S. Filho.
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Turma: CPI B 12007 Disciplina/Matria: DIREITO CONSTITUCIONAL Sesso: 02 - Dia O 1/02/2007 - 10:10 s 12:00 Professor: NAGIB SLAIBI FILHO 02 Tema: Nornas constitucionais II. Inconstitucionalidade da norma constitucional. 1 QUESTO: E proposta perante o STF. cujo objeto a averiguao da constitucionalidade do 13 do artigo 40 da CFRB, com a redao dada pela EC 20/98. Alega-se que a referida norma, ao alterar a forma de participao dos servidores estaduais detentores, exclusivamente, de cargos em comisso no regime previdencirio, violaria a proibio contida no artigo 60, 40, 1, da CFRB, ofendendo o Princpio Federativo, ao interferir na organizao e autonomia dos Estados (ver artigo 18). Afrontaria tambm a norma do pargrafo nico do artigo 149. Aduz que a referida emenda retira dos entes federados a capacidade de auto-organizao, de autolegislao, de autogoverno e de autoadministrao. E procedente o pedido? Quais seriam os limites materiais impostos s futuras emendas Constituio, no que tange ao Principio Federativo? RESPOSTA: STF: ADIMC 2024/DF. relator Mi Seplveda Pertence, em 27/10/99 - Tribunal Pleno. 2 QUESTO: Governador do Rio Grande do Sul ajuiza Ao Direta de Inconstitucionalidade em face do art. 45, 1 e 2, da Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Acentua, juridicamente, que a norma constitucional em palita fere princpios constitucionais superiores, que esto albergados pelas clusulas ptreas. e, por consubstanciarem concrees positivas do direito supralegal, estariam em um patamar superior de hierarquia. Alega a violao dos princpios da Igualdade (artigo 5 da CRFB/88), da Igualdade cio Voto (artigo 14 da CRFB/88), do exerccio, pelo povo, do poder (artigo 10, pargrafo nico, da CRFB/88). da Cidadania (artigo 1, inciso II, da CRFB/88), da Democracia (artigo 1 da CRFB/88) e do Regime Federativo (artigo 60, pargrafo quarto, inciso 1 c/c artigo 1 da CRFB/88). Sob fundamento lgico-jurdico, explica de forma tcnica que h uma real desproporo e discriminao relacionada distribuio da populao no pas, sua participao no PIB e composio do Congresso Nacional. Assim. demonstra que a regio do SUL/SUDESTE detm 5 7,7% da populao brasileira, participa de 77,4% do PIB e compe 45% do Congresso Nacional. Enquanto isso, a regio NORTE NORDESTE detm 42,3% da populao, participa de 22,6% do PIB e compe 54,3% do Congresso Nacional. Dessa forma, sublinha que h uma disparidade, um descompasso real nessa diviso, que se torna discrirninatria e injusta, tendo em vista que atribui pesos diferentes a cidados absolutamente iguais, afirmando que h uma coliso entre os valores de justia e de eqidade. A luz da jurisprudncia dominante do Supremo Tribunal Federal, comente a plausibilidade da tese invocada pelo Governador do Rio Grande do Sul. RESPOSTA: ADIn n815-3, relator Ministro Moreira Alves, DJ de 1005/96: Pargrafos 1 e 20 do artigo 45 da Constituio Federal. A tese de que h hierarquia entre normas constitucionais originrias dando azo a declarao de inconstitucionalidade de umas em face de outras incompossvel com o sistema de Constituio rfida. Na atual Carta Magna compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituio (artigo 102, caput), o que implica dizer que essa jurisdio lhe atribuda para impedir que se desrespeite a Constituio como um todo. e no para, com relao a ela, exercer o papel de fiscal do Poder Constituinte originrio, a fim de verificar se este teria, ou no, violado os princpios de direito suprapositivo que ele prprio havia includo no texto da mesma Constituio. Por outro lado, as clusulas ptreas no podem ser invocadas para sustentao da tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a Constituio as prev apenas como limites ao Poder Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituio elaborada pelo Poder Constituinte originrio, e no como abarcando normas cuja observncia se imps ao prprio Poder Constituinte originrio com relao s outras que no sejam consideradas como clausulas ptreas. e, portanto, possam ser emendadas. Ao no conhecida por impossibilidade jurdica do pedido. 3 QUESTO: E constitucional a Emenda Consitucional n 28. de 25 de maio de 2000, que alterou a redao do disposto no art. 7, XXIX e revogou o art. 233, este ltimo dispositivo da Constituio originria que assegurava direito ao trabalhador rural?
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Turma: CPI B 12007 Disciplina/Matria: DIREITO CONSTITUCIONAL Sesso: 03 - Dia 02/02/2007 - 08:00 s 09:50 Professor: RODRIGO DE ALMEIDA TAVORA 03 Tema: Hermenutica constitucional 1. Princpios da interpretao constitucional. interpretao conforme a Constituio. Declarao de inconstitucionalidade sem pronncia de invalidao. Declarao de inconstitucionalidade com ou sem reduo do texto. l QUESTO: Prescreve o art. l-D da Lei n 9.494/97, com redao que lhe foi dada pela Medida Provisria n 2.180-35/01: No sero devidos honorrios advocatcios pela Fazenda Pblica nas execues no embargadas. Assim, luz da jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal, manifeste-se concluslvamente sobre a constitucionalidade do referido dispositivo, mormente em face das disposies cio art. 100, 3 da CRFB. RESPOSTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. ART. l-D DA LEI 9A94/97. MEDIDA PROVISRIA 2.180-35/2004. CONSTITUCIONALIDADE. HONORRIOS ADVOCATCIOS. EXECUES NO EMBARGADAS PELA FAZENDA PBLICA. ART. 100, 3. DA CONSTITUIAO. 1. - O Plenrio do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 420.816/PR. conheceu do recurso e declarou a constitucionalidade da Medida Provisria 2.180-35/2004, com interpretao conforme, de modo a reduzir-lhe a aplicao hiptese de execuo por quantia certa. contra a Fazenda Pblica, excludos os casos de pagamento de obrigao definidos em lei como de pequeno alor. II. voto vencido cio Ministro Carlos Veiloso na questo prejudicial de constitucionalidade: declarao de inconstitucionalidade formal do art. l-D da Lei 9.494/97. 1(1. - no provido. (RE 417979 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL; AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINARIO; Relator(a): Mi CARLOS VELLOSO; .Tuigarnento: 01/02/2005; Orgo .Julgador: Segunda Turma; Publicao: Di 25-02-2005 PP-00033 EMENT VOL-02181-03 PP0051 7). Trecho cio voto: Decidiu o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 420.816/PR. conhecer cio recurso e declarar a constitucionalidade da Medida Provisria 2.180-35, de 24.8.01, com interpretao conforme de modo a reduzir-lhe a aplicao hiptese de execuo. por quantia certa, contra a Fazenda Pblica (CPC. art. 730). excludos os casos de pagamento de obrigaes definidas em lei como de pequeno valor, objeto do 3. do artigo 100, da Constituio. Fiquei vencido, na questo prej udicial de constitucionalidade, porque declarava a inconstitucionalidade formal do artigo i-D da Lei 9.494/97, introduzido pela Medida Provisria 2.180-35/2001. E dizer. o Supremo Tribunal Federal decidiu: a) o art. 1-D da Lei 9.494/97 constitucional; b) todavia, mediante interpretao conforme, a sua aplicao fica reduzida hiptese de execuo por quantia certa, contra a Fazenda Pblica (CPC, art. 730): e) excluem-se, entretanto, os casos de pequeno valor, objeto do 3, cio art. 1 00. da Constituio. Em sntese. o art. 1 -D da Lei 9.494/97, introduzido pela Medida Provisria 2.180-35/2001. no tem aplicao nas aes de pequeno valor ( 3, do art. 100, da C.F.). 2 QUESTO: O Partido dos Trabalhadores props ADIN requerendo a suspenso da vigncia do 2, do artigo 88 da Constituio do Estado do Piau. que possui o seguinte teor: Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado sero escolhidos: 1- trs pelo Governador, com aprovao da Assemblia . Legislativa obedcidos os critrios e a ordem de procedncia a seguir: a) um de livre escolha do Governador; b) um ntre auditores. indicados em lista trplice; c) um dentre os Procuradores do Tribunal de Contas,indicados em lista trplice; II- quatro pela Assemblia Legislativa... Entendeu-se que o referido dispositivo afrontaria a norma contida nos artigos 73, 2 e 75 da CRFB, ao estabelecer critrios de escolha que a contrariam, calando-se quanto aos critrios de antigidade e merecimento. Pergunta-se: a referida norma realmente atenta contra a Constituio, devendo ser declarada inconstitucional pelo STF e extirpada do ordenamento jurdico? RESPOSTA: STF: ADIMC 2209/PL relator \min. Maurcio Corra, em 2 1/06/2000- Tribunal Pleno. 3 QUESTO: A alterao na situao de fato que foi levada em considerao rio momento de elaborao de uma lei pode levar ao reconhecimento de que ela passou a ser inconstitucional? RESPOSTA: Sim. Algumas leis so constitucionais em razo de determinado fato. A eventual alterao pode levar ao futuro reconhecimento de sua inconstitucionalidade. E o que o STF chama de norma ainda constitucional. trazida da doutrina alem. Se a desigualdade desaparece com o tempo, a lei passa a ser inconstitucionai, pois estar tratando de forma desigual pessoas em igualdade. (ver Informativo 272 - RE 341.717). MINISTERIO PUBLICO. ACAO CIVIL EX DELICIO. CODIGO DE PROCESSO PENAL, ART. 68. NORMA AINDA CONSTITUCIONAL. ESTAGIO
INTERMEDIARIO, DE CARATER TRANSITORIO, ENTRE A SITUACAO DE CONSTITUCIONALIDADE E O
ESTADO DE INCONSTITUCIONALIDADE. A QUESTAO DAS SITIJACOES CONSTITUCIONAIS IMPERFEITAS. SUBSISTENCIA, NO ESTADO DE SAO PAULO. DO ART. 68 DO CPP, ATE QUE SEJA INSTITUIDA E REGULARMENTE ORGANIZADA A DEFENSORIA PUBLICA LOCAL. PRECEDENTES. DECISAO: A controversia constitucional objeto deste recurso extraordinrio j foi dirimida pelo Supremo Tribunal Federal, cujo Plenario. ao ju.Llgar o RE 1 35.328-SP, Rei. Mm. MARCO AURELIO, fixou entendimento no sentido de que, enquanto o Estado de Sao Paulo nao instituir e organizar a Defensoria Publica local. tal como previsto na Constituicao da Republica (art. 134), subsistira, integra, na condicao de norma ainda constitucional - que configura um transitorio estagio intermediario. situado .entre os estados de plena constitucionalidade ou de absoluta inconstitucionalidade. (GI LMAR FERREIRA MENDES. .Controle de Constitucionalidade., p. 21, 1990. SaraRa) -. a regra inscrita no art. 68 do CPP, mesmo que sujeita. em face de modificacoes supervenientes das circunstancias de fato, a um processo de progressiva inconstitucionalizacao, como registra. em lucida abordagem do terna, a licao de ROGERIO FELIPETO (.Reparacao do Dano Causado por Crime.. p. 58, item n. 4.2.1, 2001, Dei Rey). E que a omissao estatal, no adimplernento de imposicoes ditadas pela Constituicao - a semelhana do que se verifica nas hipteses em que o legislador comum se abstm. corno no caso, de adotar medidas concretizadoras das normas de estruturao orgnica previstas no estatuto fundamental - culmina por fazer instaurar situaes constitucionais iniperfeitas. (LENIO LUIZ STRECK, .Jurisdio Constitucional e Hermenutica., p. 468-469. item n. 11.4.1.3.2. 2002, Livraria do Advogado Editora), cuja ocorrncia justifica .um tratamento diferenciado. nao necessariamente reconduzivel ao regime da nulidade absoluta. (J. J. GONIES CANOTILI-lO, .Direito Constitucional., p. 1.022. item n. 3.5. ed.. 1991. Almedina. Coimbra - grifei). em ordem a obstar o imediato reconhecimento do estado de inconstitucionalidade no qual eventualmente incida o Poder Publico, por efeito de violao negativa do texto da Carta Poltica (RTJ 162877. Rei. \lin. CELSO DE MELLO. Pleno). E por essa razo que HUGO NIGRO MAZZILLI (.A Defesa dos Interesses Difusos em Juzo., p. 72, item n. 7. nota de rodap n. 13, 14. ed.. 2002, Saraiva). ao destacar o carater residual da aplicabilidade do<> < > art. 68 do CPP - que versa hipotese dc icgitimacao ativa do Minislerio Publico. em sede de acao civil - assinala. em ohservacao compati\ ei com a natureza ainda constitucional da mencionada regra processual penal, que .Essa atuacao do Ministerio Publico, hoje, so se admite em carater subsidiario. ate que se viabilize. em cada Estado, a implementacao da defensoria publica, nos termos do art. 134, paragrafo unico, da CR (...). (griti). Dai a exata afirmacao feita por TEORI ALBINO ZAVASCKI. eminente Magistrado e Professor(.Eicacia das Sentencas na Jurisdicao Constitucional., p. 115/116. item n. 5.5, 2001, RT), cuja licao. a proposito do tema ora em exame, poe em evidencia o relevo que podem assumir, em nosso sistema juridico. as transformacoes supervenientes do estado de fato: . Isso explica. tambem, uma das tecnicas de controle de legitimidade intimamente relacionada com a clausula da manutencao do estado de fato: a da lei ainda constitucional. O Supremo Tribunal Federal a adotou em varios precedentes (...). Com base nessa orientacao e considerando o contexto social verificado a epoca do julgamento, o Supremo Tribunal Federal rejeitou a arguicao de inconstitucionalidade da norma em exame. ficando claro, todavia, que, no futuro, a alteracao do status quo poderia ensejar decisao em sentido oposto.. (grifei) Cabe referir, por necessario, que esse entendimento tem sido observado em sucessivas decisoes proferidas por esta Suprema Corte (RE 196.857-SP (AgRg), Rei. Mm. ELLEN GRACIE - l08.798-SP, Rei. Mi SYDNEY SANCHES - RE 213.514-SP, Rei. Mi MOREIRA ALVES - RE 229.8l0-SP. Rei. Mi NERI DA SILVEIRA - RE 295.740-SP. Rei. Mm. SEPUL VEDA PERTENCE), corno o demonstra o julgamento do RE 147.776-SP, Rei. Mm. SEPUL VEDA PERTENCE, efetuado pela Coienda Primeira Turma deste Tribunal (RTJ l75/309- 3 10): . Ministerio Publico: legitimacao para promocao. nojuizo civel. do ressarcimento do dano resultante de crime, pobre o titular do direito a reparacao: C. Pr. Pen., art. 68, ainda constitucional (cf. RE 135328): processo de inconstitucionalizacao das leis. 1. A alternativa radical dajurisdicao constitucional ortodbxa. entre a constitucionalidade plena e a declaracao de inconstitucionalidade ou revogacao por inconstitucionalidade da lei com fulminante eficacia ex tunc, faz abstracao da evidencia de que a implementacao de uma nova ordei constitucional nao e um fato instantaneo, mas um processo, no qual a possibilidade de realizacao da norma da Constituicao - ainda quando teoricamente nao se cuide de preceito de eficacia limitada - subordina-se muitas vezes a alteracoes da realidade factica que a viabilizem. 2. No contexto da Constituicao de 1988, a atribuicao anteriormente dada ao Ministerio Publico pelo art. 68 C. Pr. Penal - constituindo modalidade de assistencia judiciaria - deve reputar-se transferida para a Defensoria Publica: essa, porem. para esse fim, so se pode considerar existente, onde e quando organizada, de direito e de fato, nos moides do art. 134 da propnia Constituicao e da lei complementar por ela ordenada: ate que - na Uniao ou em cada Estado considerado - se implemente essa condicao de viabilizacao da cogitada transferencia constitucional de atribuicoes. o art. 68 C. Pr. Pen. sera considerado ainda vigente: e o caso do Estado de Sao Paulo, como decidiu o ienario no RE 135328.. (grifei) Todas essas consideracoes, indissociaveis do exame da Iresente causa. evidenciam que o acordao ora recorrido diverge. frontalmente, da orientacao junisprudencial que esta Suprerna Corte fixou na materia em analise. Sendo assim, e tendo em consideracao as razoes expostas, conheco e dou provimento ao presente recurso extraordinanio (CPC, art. 557. . 1 -A). em ordem a reconhecer a plena legitimidade ativa do Ministerio Publico do Estado de Sao Paulo para propor a acao civil ex delicto. nos termos do art. 68 do CPP, invalidando, por isso mesmo, a extincao do processo, sem julgamento de merito, decretada pelo E. Tribunal de Justica paulista (fis. 287/29 1) e restaurando, em consequencia. a decisao que procedeu ao saneamento do processo (fis. 229), operando- se, a partir dai. o regular prosseguimento da causa. Publique-se. Brasilia. 10 de junho de 2002. Ministro CELSO DE MELLO Relator
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Turma: CPI B 12007
Discplina/Matria: DIREITO CONSTITUCIONAL Sesso: 04 - Dia 02/02/2007 - 10:10 s 12:00 Professor: RODRGO DE ALMEIDA TAVORA 04 Tema: Hermenutica constitucional II. Teoria da proporcionalidade. Razoabilidade. Princpio da recepo. Desconstitucionalizao da norma. 1QUESTO: PROVA PRELIMINAR PARA INGRESSO NA CARREIRA DA MAGISTRATURA - RJ XXXII Concurso (28/11/1999): No Municpio X a Cmara de Vereadores aprovou projeto de lei, imediatamente sancionado pelo Prefeito, obrigando todas as empresas instaladas em seu territrio a fornecerem a todos os seus empregados. diariamente, caf da manh nutritivo e constitudo de nmero mnimo de calorias. A empresa Y, inconformada com a nova obrigao que lhe foi imposta, ingressou perante o Juzo da Comarca com medida judicial discutindo a constitucionalidade dA lei comunal. Aprecie a hiptese, sucintamente, apenas sob o ngulo da adequao da lei ao sistema constitucional vigente. 2 QUESTO: Lei Distrital, dispondo sobre a emisso de certificado de concluso do ensino mdio no sentido de que os estabelecimentos de ensino expediro o respectivo certificado e o histrico escolar aos alunos da terceira srie de ensino mdio que comprovarem aprovao em vestibular para ingresso em curso de nvel superior, independente do nmero de aulas freqentadas pelo aluno, devendo o referido documento ser providenciado em tempo hbil de modo que o aluno possa matricular-se no curso superior para o qual oi habilitado. Inconformada, a Confederao Nacional dos Estabelecimentos de Ensino projs ao argLiindo a inconstitucionalidade da referida lei. Comente a hiptese discorrendo a respeito dos princpios da proporcionalidade, razoabilidade e recepo da norma. RESPOSTA: Ao Direta de Inconstitucionalidade (Med. Liminar) 2667 - 4; Relator Ministro Celso de Meilo. STF. 3 QUESTO: PROVA ESPECIFICA PARA INGRESSO NA CARREIRA DA MAGISTRATURA - Ri XXIX Concurso (08/04/98) O Promotor de Justia da sua Comarca requereu, com fundamento no artigo 247. 2. do ECA, a apreenso de toda a edio do Jornal local relativa ao dia 08.04.98, por ter divuLgado assalto com emprego de arma praticado por dois menores (15 e 16 anos de idade) residentes ria cidade. Em face da liberdade de informao garantida na Constituio Federal, como decidi ria a questo? Fundamente.