Manual - Doçaria Tradicional Portuguesa
Manual - Doçaria Tradicional Portuguesa
Manual - Doçaria Tradicional Portuguesa
SETEMBRO DE 2013
INDICE
Contedo
INTRODUO ............................................................................................................................................ 2
TIPOS DE SOBREMESAS REGIONAIS E CONVENTUAIS PORTUGUESAS .................................................... 3
Pudim Abade de Priscos......................................................................................................................... 4
Barrigas de Freira ................................................................................................................................... 4
Toucinho-do-cu .................................................................................................................................... 5
Papo-de-anjo.......................................................................................................................................... 6
Fatias do Bispo ....................................................................................................................................... 7
Aletria Conventual ................................................................................................................................. 8
Pastis de Nata ...................................................................................................................................... 9
EQUIVALNCIAS, QUANTIFICAES, PESAGENS E PROPORES ......................................................... 11
TEMPERATURA DO FORNO ..................................................................................................................... 12
MATRIAS-PRIMAS.................................................................................................................................. 13
Ovos ..................................................................................................................................................... 14
Acar .................................................................................................................................................. 15
A Farinha .............................................................................................................................................. 16
Leite ..................................................................................................................................................... 16
Gorduras .............................................................................................................................................. 17
TCNICAS DE PREPARAO E CONFEO DE PASTELARIA .................................................................... 17
CONTROLO DE QUALIDADE DO PROCESSO DE FABRICO E NORMAS DE HIGIENE E SEGURANA........ 21
A ARTE DE EMPRATAR E DECORAR ........................................................................................................ 24
O Lay-out .............................................................................................................................................. 24
A Harmonia .......................................................................................................................................... 24
O Ponto Focal ....................................................................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. Error! Bookmark not defined.
INTRODUO
casca de limo
1 colher (sobremesa) de farinha
1 colher (sopa) de vinho do Porto
1 pau de canela
150 ml de gua
12 gemas
400 g de acar
50 g de toucinho fresco
caramelo lquido p/ untar a forma
Confeo:
1. Coloque um tacho ao lume com a gua, o acar, a casca de limo, o toucinho e o pau
de canela.
2. Deixe ferver durante 2 minutos e passe depois a calda por um passador de rede.
3. parte, desfaa a farinha com as gemas e verta a calda em fio, mexendo sempre.
Deixe amornar e junte o vinho do Porto.
4. Deite o preparado numa forma de pudim caramelizada e leve a cozer em banho-maria
a 190 C, durante 1 hora.
5. Retire depois de cozido, deixe arrefecer muito bem e desenforme.
Barrigas de Freira
Ingredientes:
250 gr de po-de-l
500 gr de acar
125 gr de amndoa
9 gemas de ovo
1 ovo inteiro
Confeo:
1. Leva-se o acar a ponto de pasta.
2. Corta-se o po-de-l em fatias que se colocam numa travessa e se regam com metade do
acar em ponto.
3. Pelam-se as amndoas.
4. Em seguida, juntam-se ao acar restante e deixa-se ferver um pouco.
5. Se, por acaso, o acar, depois de ferver com a amndoa, subir de ponto, junta-se-lhe um
pouco de gua.
6. Tira-se do lume, deixa-se arrefecer e junta-se-lhe as gemas bem batidas com o ovo inteiro.
7. Depois mistura-se bem, volta ao lume brando, mexe-se sempre at engrossar, retira-se e
deita-se por cima das fatias do po-de-l, cobrindo tudo.
8. Polvilha-se com canela e guarnecem-se com cerejas cristalizadas.
Toucinho-do-ce u
Confeo:
1. Leve a gua e o acar ao lume durante cerca de 10 minutos, at obter ponto de
prola.
2. Sem retirar do lume, junte o doce de chila e a amndoa, misturando bem. Sem parar
de mexer, deixe levantar fervura e retire.
3. Misture as gemas e as claras e adicione um pouco do preparado anterior, misturando
bem. Junte restante calda de acar e amndoa e mexa at estar bem ligado.
4. Volte a levar ao lume e, mexendo sempre, retire quando comear a querer levantar
fervura.
5. Deite numa taa, deixe arrefecer e, assim que estiver quase frio, despeje para uma
forma de mola (22 cm de dimetro), com o fundo previamente forrado com papel
vegetal, untada com margarina e polvilhada com farinha.
6. Leve a cozer a 180 C, durante cerca de 1 hora.
7. Depois de desenformado e frio, polvilhe o toucinho-do-cu com acar em p.
Papo-de-anjo
Ingredientes:
Confeo:
1. Leve o acar ao lume com um copo de gua e deixe ferver at obter ponto de
espadana. Adicione o doce de fruta e volte novamente a ferver at obter o mesmo
ponto.
2. Retire do lume e, depois de arrefecer um pouco, adicione os ovos (previamente bem
batidos com as gemas) e a canela.
3. Distribua o preparado em forminhas de queques muito bem untadas com manteiga e
leve a cozer em forno moderadamente quente (190 a 200 C).
4. Desenforme os papos de Anjo e polvilhe-os com acar.
Fatias do Bispo
7
Ingredientes:
Confeo:
1. Se o po ainda no estiver fatiado, corte-o em fatias e reserve.
2. Leve o acar e a gua ao lume at obter uma calda em ponto de espadana (a calda
corre com o aspeto de lmina). Junte ento a manteiga.
3. Bata os ovos e envolva neles as fatias de po.
4. Leve as fatias a cozer na calda de acar.
5. Retire com uma escumadeira e coloque as fatias numa travessa. Polvilhe com canela e
regue com a calda que sobrou.
Aletria Conventual
8
Esta receita, com origem na doaria conventual, como indiciam o nome e a quantidade de
gemas usadas, no leva leite, ao contrrio do que se passa com
outras variantes da aletria.
Trata-se de uma sobremesa comum da cozinha tradicional
portuguesa, particularmente no norte de Portugal e estando
muito associada celebrao do Natal.
Ingredientes:
1 pau de canela
10 gemas
250 g de aletria
350 g de acar
750 ml de gua
canela em p q.b.
casca de 1 limo
Confeo:
1. Leve ao lume um tacho com gua temperada com sal e, quando levantar fervura, junte
a aletria. Deixe cozer cerca de 5 minutos e, passado esse tempo, escorra a massa,
passando-se depois por gua corrente.
2. Leve ao lume a gua com o acar, a casca de limo e o pau de canela, deixando ferver
at obter ponto de prola fraco (a calda espessa e corre em fio, ficando uma gota
suspensa na extremidade, como se fosse uma prola).
3. Junte a aletria escorrida e deixe ferver mais 2 minutos. Passado esse tempo, retire o
tacho do lume.
4. Desfaa as gemas, num passador de rede fina, e junte-lhes um pouco de calda quente,
misturando bem.
5. Envolva as gemas na aletria e leve novamente ao lume, brando, mexendo sempre para
espessar, mas sem deixar ferver.
6. Retire a casca de limo e o pau de canela.
7. Deite a aletria numa travessa e deixe arrefecer. Faa esboos com a canela e sirva.
Paste is de Nata
9
Os pastis de nata so uma das mais populares especialidades da doaria portuguesa. Pode
dizer-se mesmo que so um dos smbolos da cultura
portuguesa, assim como vinho do Porto, o cozido
portuguesa ou at o fado
A receita, de origem conventual, foi criada pelos monges
do Mosteiro dos Jernimos. Os pastis comearam a ser
comercializados em 1837, numa pequena pastelaria
contgua ao mosteiro, com o intuito de angariar dinheiro
para tentar manter a Ordem. Os pastis de nata tm um
aspeto semelhante e uma histria comum aos pastis de Belm, mas so doces
completamente diferentes.
Ingredientes:
Para a massa folhada
1 pitada de sal
300 ml de gua morna
400 g de margarina para folhados
500 g de farinha
Para o recheio
100 ml de gua
2 colheres (sopa) de farinha
2 ovos
300 g de acar
500 ml de leite
7 gemas
casca de 1 limo
Confeo:
1. Para o folhado, amasse a farinha com a gua e o sal. Faa uma bola e d dois golpes
em forma de cruz at ao centro.
2. Ponha a margarina sobre um pedao de papel vegetal e bata-a com o rolo para que
fique com a mesma consistncia que a massa.
3. Divida depois a massa, puxando para fora as quatro partes em que ficou divida
(formar uma espcie de estrela de quatro pontas). Coloque a margarina no centro e
envolva-a completamente com as pontas.
10
11
1 colher de sopa
=....15cc
3cc
1 colher de sopa
pesa:
Acar ..10 g
gua/leite..15 g
Cacau/chocolate em p ..8 g
Farinha ...7 g
Fcula de batata/maisena ...7 g
Margarina Vaqueiro .15 g
leo/Azeite ..12 g
Passas/Corintos 10 g
TEMPERATURA DO FORNO
12
forno
muito 100
brando
forno brando
125
forno mdio
175
- 125
1-2
- 175
- 200
2
3-4
2-3
4
2-4
forno
moderadamente
forno quente
- 225
4-5
5-6
5-6
- 250
7-8
7-8
- 275
8-9
- 300
10
9-10
Temperatura
forno
quente
mximo
Forno a gs em graus C
quente
200
225
muito 250
275
4-5
MATRIAS-PRIMAS
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Ovos
Este produto altamente benfico, pois contm todas as substncias necessrias ao corpo
humano.
Compe-se de trs partes principais: Gema, Clara e Casca A gema ocupa 30% do ovo.
A clara, de substncia transparente, contem albumina. A casca, uma composio mineral,
sem valor, por vezes utilizada em clarificaes.
Os ovos so uns ingredientes mais teis e valiosos na pastelaria. Muitas receitas no seriam
possveis sem as suas qualidades de arear, engrossar e emulsionar. A designao geral de
Ovos aplica-se aos ovos de galinha. Quando so provenientes de outras aves devero ser
designados como tal, ou seja: ovos de pata, de codorniz, etc. .
Um ovo de galinha normal, tem um peso mdio de 56gr., podendo por vezes encontrar-se
ovos de 35 gr. ou de 80 gr. .
No caso de se utilizar uma grande quantidade de ovos para uma receita, as diferenas de
peso tm influncia na sua composio, sobretudo nas receitas de pastelaria. por esta razo,
que a maior parte dos pasteleiros, medem os ovos da seguinte forma:
1 Litro = 23 a 24 ovos inteiros
= 35 claras
= 48 gemas.
Colocar o ovo num copo de gua com sal. Quanto mais velho, mais leve o ovo,
pois perde gua atravs da casca, por esta ser porosa, aumentando assim a bolsa
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de ar. - O ovo fresco mais pesado devido ao maior volume de gua, pousar
horizontalmente no fundo do copo. - Se o ovo no fresco, a bolsa de ar expandese fazendo o ovo boiar na gua, com a ponta para baixo. - o ovo velho e estragado
contm muito ar e ir boiar at superficie da gua. No se deve usar este ovo,
pois est imprprio para consumo.
Tanto na cozinha como na pastelaria, devem utilizar-se unicamente ovos rigorosamente
frescos. Certas preparaes como: Ovos " La Coque", "ovos Molletts", ovos "escalfados",
devero fazer-se com ovos que tenham no mximo um ou dois dias. O ideal seria utilizar ovos
do mesmo dia. Segurana em primeiro lugar.
* use ovos dentro da data de validade.
A bactria salmonela pode entrar nos ovos atravs de rachas na casca; portanto, s
compre ovos com cascas limpas e perfeitas.
* Lave as mos antes e depois de pegar na casca dos ovos.
Os idosos, pessoas doentes, mulheres grvidas, bebs e crianas so mais vulnerveis aos
riscos de salmonela. Devem evitar comer ovos crus ou pratos que os contenham.
importante cozinhar bem qualquer prato que leve ovos, pois o calor destri a salmonela a
cima de 75 c.
Au car
Havendo vrios tipos de acar, devem salientar-se os seguintes: Sacarose ,Glucose, Lactose,
Sacarina, e Mel
A Sacarose:
extraida da cana de acar comum, ou da beterraba, e apresenta-se nas seguintes formas:
Natural. um acar de Cor amarela e areada.
Cristalizado. um aucar em cristais de sacarose.
Em p. um acar cristalizado e modo, utilizado principalmente em decoraes e
conhecido com acar de pasteleiro.
A Glucose:
um acar que se encontra em frutas, cereais e legumes, no seu estado natural.
Utiliza-se em confeitaria e serve, entre muitas coisas, para "cortes", e facilita a manipulao,
impedindo a cristalizao do acar comum.
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A Lactose:
Como o seu nome indica, um acar extrado do leite. utilizado na composio de
produtos industriais, tendo pouca utilizao em pastelaria.
A Sacarina
um produto destinado a substituir a sacarose na diettica, e 200 a 300 vezes mais
doce do que o acar comum.
O Mel
o produto adoante mais antigo da Humanidade. um acar natural, amarelo e
viscoso, utilizado em confeitaria.
A Farinha
A farinha mais frequentemente utilizada em pastelaria, a de trigo, muito rica em protenas,
gordura e sais minerais. Uma boa farinha deve repousar durante um prazo nunca inferior a 15
dias, aps a sada da moagem. Por intermdio de anlises pode-se apreciar o valor da farinha,
(a celulose, grau de umidade); valor industrial que a funo do teor em glten.
Dever o profissional estar atento a falsificaes eventuais, tais como: adio de matrias
estranhas, tal como talco, produtos qumicos ou sucedneos no autorizados.
Leite
Elemento bsico na pastelaria, requer o mximo cuidado na sua apreciao. Este produto,
de reconhecido teor alimentcio contem, em forma balanceada, todos os elementos
necessrios ao corpo humano.
Caractersticas gerais:
Puro ou integral:
Este leite deve ser filtrado e dada a sua difcil conservao. Deve ainda ser pasteurizado,
homogeneizado, ou simplesmente fervido.
Em pastelaria emprega-se com frequncia, embora com resultados menos satisfatrios o leite
em p.
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Derivados do leite:
Nata:
um creme de leite que deve conter um mnimo de gordura de 10 a 15% de gordura.
Quando apresenta 30% ou mais de gordura, chamada nata espessa.
Nata acida:
o reme de leite fermentado, de sabor cido, muito utilizado na cozinha russa.
Gorduras
Manteiga:
um produto obtido da nata do leite animal, principalmente da vaca. Possui cerca de
80% de gordura e os restantes 20% so compostos de leite e sal.
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As sobremesas como pudins, bavarois, etc., desenformamse facilmente se mergulhar a forma em gua muito quente
durante alguns segundos.
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possvel efectuar uma congelao aceitvel e sem risco de segurana, desde que sejam
respeitadas as seguintes regras:
1 - Congelar apenas alimentos frescos de elevada qualidade;
2 - Congelar alimentos imediatamente aps a compra, recepo, preparao ou confeco;
3 - Retirar as partes dos alimentos consideradas inteis (ex: vsceras);
4 - Dividir os alimentos em pores pequenas para congelar mais rapidamente e coloc-los em
recipientes adequados (ex: sacos de plstico limpos e prprios para uso alimentar);
5 - No sobrelotar o equipamento de congelao, deixando espaos entre as vrias pores
para o arrefecimento ser mais rpido;
6 - Identificar os alimentos a congelar com o nome do alimento e data de congelao;
7 - Usar os alimentos congelados num prazo mximo de 30 dias aps a congelao;
8 - Manter o equipamento sempre em perfeito estado de higienizao e utilizao;
9 - Manter o alimento congelado a temperaturas -18C (3C), no interrompendo a cadeia
de frio;
10 - Controlar as temperaturas pelo menos 3 vezes por dia.
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O Lay-out
Alguns fatores so muitos importantes para qua a apresentao de um
prato seja agradvel: a combinao dos alimentos,harmonia entre si,ponto
focal, " fluxo" e altura.
Quanto combinao de alimentos,podem ter um blneamneto espacial
simtrico (com volume e altura igual dentro do prato) ou assimtrico,uma
extremidade com volume ou altura superior da outra extremidade do
prato.
A Harmonia
A apresentao deve ser coesa. Elegncia e simplicidade andam
juntas.os alimentos no devem estar dispersos no prato. Os
alimentos devem ser apresentados de tal forma que o prato
sugere harmonia e combinao.O ideal passar ao comensal
esta idia de unio.
O Ponto Focal
Os pratos ou travessas devem conter um ponto focal - significa que
deve existir uma rea onde os olhos automaticamente se dirigam. A
existncia e a localizao deste foco central ter ligao direta com a
arrumao e a harmonia dos alimentos.
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