CIGS - Noções Básicas de Sobrevivência 13JUL09

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NOES BSICAS DE SOBREVIVNCIA

As chances de se sobreviver so sempre boas, desde que voc


mantenha a calma e pense com clareza. Para ficar vivo voc precisa de:

Ar
gua
Comida
Abrigo
Sade

Em uma situao normal dispomos de tudo isso, alm de estarmos


tranqilos e agindo com lucidez. Mas para sobreviver em ambiente hostil,
precisaremos de algum material, conhecimento tcnico, imaginao e
prtica. Tudo sobre o slido alicerce de uma vontade frrea. Isso pode ser
colocado graficamente na forma da Pirmide da Sobrevivncia, abaixo
representada:

Material:
Tcnica

Prtica e
criatividade

- Bssola
- Isqueiro
- Terado/Canivete
- Lanterna
- Espelho
- Apito

Vontade

Todos devem estar em condies de sobreviver em qualquer situao


e prestar ajuda, seja num desastre areo ou mesmo estando perdido durante
um simples passeio. Desde a exuberante selva ao rido deserto, os
princpios aqui ensinados tm a sua lgica e sua validade.

TENHA SEMPRE EM MENTE:


A SELVA NO PERTENCE AO MAIS FORTE, MAS AO
MAIS SBRIO, HABILIDOSO E PERSISTENTE.

DEFINIO DE SOBREVIVNCIA
Sobrevivncia a busca de recursos naturais de uma regio, para suprir
o organismo de suas necessidades em gua, alimento, e abrigo; permitindo
assim a manuteno da sade do corpo, da mente e dos objetivos a atingir.
Uma das primeiras regras a ser aplicada quando na sobrevivncia, ao
saber-se perdido, a seguinte:

E - S - A - O N.
E = Estacione, evite deslocamentos desnecessrios. (no piore a coisa)
S = Sente-se, evite o cansao, cuide de sua sade.
A = Alimente-se, procure nutrir o organismo. (ajudar na volta calma)
O = Oriente-se, determine o Norte e o Sul ou a direo a seguir.
N = Navegue, siga a direo determinada.
A sobrevivncia individual.
Descontraia!!! O indivduo quando isolado e percebe que est perdido,
entra em pnico. , pois, providencial a manuteno da calma, e isso
possvel, aplicando a regra bsica ESAON. Um outro grave problema
que surge a solido, que s vezes leva o indivduo ao desespero. Uma boa
maneira de se evitar a solido a prtica de alguma atividade, por mais
banal que ela seja. Se por acaso, de repente, voc se sentir sozinho, no
perca as esperanas, seja paciente e tenha f nos seus conhecimentos.
A sobrevivncia em grupo
O comportamento em grupo na sobrevivncia atenua em grande parte
os problemas da solido e desespero. Aqui esto algumas medidas que
devem ser tomadas de imediato:
a) Mantenha a calma de grupo
b) Aplique as regras bsicas ESAON
c) Planeje as atividades e divida as equipes. Algumas equipes,
dependendo do efetivo ou da situao, podero ou no acumular as
funes, bem como se incubir de tarefas novas.
Exemplos:- Equipe de gua, fogo e preparaco de alimentos;
- Equipe de caa e pesca;
- Equipe de navegao, segurana e construo
- Equipe de sinalizao, etc.
d) Preserve, prestigie a liderana do grupo. Evite a indeciso e, sempre
que possvel, aprecie as sugestes do grupo ou do mais experiente.
e) O moral, bem como a idia firme de se atingir o objetivo desejado,
deve ser mantido

ORIENTAO E NAVEGAO
1) Orientar-se em uma rea saber qual a melhor direo a seguir.
Normalmente a situao do sobrevivente se agrava por ele estar
desorientado. Procure conhecer a regio para onde voc se deslocar, seja
por intermdio de cartas, fotografias areas ou mesmo informaes de
terceiros. O fato de o indivduo portar consigo uma bssola no significa
que ele estar orientado naquela rea. Vale a pena recordar alguns meios de
fortuna que auxiliaro o sobrevivente na orientao e navegao:
a) Pelo Sol
b) Pela lua e estrelas
c) Pelo relevo (se conhecido)
d) Pelos cursos dgua.
2) Navegar em uma regio optar por uma determinada direo e
segui-la, utilizando-se de uma bssola ou quaisquer dos meios de fortuna
citados acima. Aconselha-se a um sobrevivente balizar o seu itinerrio de
marcha, seja por meio de marcas nos troncos das rvores ou quebra de
pequenos galhos ou ainda, utilizando-se de folhas de palmeiras ou de
rvores caractersticas, largando-as em intervalos menores que 5 (cinco)
metros.
Durante a navegao, esteja atento ao terreno que cruzar e, se
possvel, avalie a todo momento a distncia que percorreu. Lembre-se que
um indivduo de estatura mediana, em marcha normal percorre 100 m com
130 passos, aproximadamente.
Qualquer que seja o percurso a realizar, prepare-se fsica, material e
psicologicamente. Evite andar olhando para o cho, pois este hbito
dificultar a sua ambientao na rea onde est sobrevivendo. Acostume-se
a olhar para frente e para os lados.
Tendo observado as particularidades de cada caso, vejamos agora o
problema de orientao e navegao em algumas regies.
a) Na Caatinga - no oferece grandes obstculos ao deslocamento,
haja visto sua extenso normalmente ser reduzida. Proporciona orientao
pelo sol e estrelas e s vezes bons campos de vista.
b) Nas regies ridas - deslocamento dificultado apenas pela
cancula e escassez de pontos de referncia. Proporciona orientao pelo
sol e estrelas. O horrio ideal para se deslocar durante a noite.
c) Na selva - dificuldade em se orientar pelo sol e estrelas. Os rios
oferecem boa orientao e facilitam os deslocamentos. As sinalizaes para
o resgate so dificultadas se no forem feitas de uma clareira de
considerveis dimenses. noite evite andar na selva.

CUIDADOS COM A SADE


importante que o indivduo durante a sua sobrevivncia dispense
determinados cuidados com a sade. Observe os conselhos abaixo:
- Conserve a sade em bom estado;
- Economize suas energias descansando regularmente, mas no se
entregue ao descanso exagerado;
- Escolha a hora apropriada para se deslocar;
- Tenha cuidado com os ps;
- Evite doenas intestinais purificando sua gua e fazendo a coco
dos alimentos;
- Observe as regras de higiene. Mantenha limpos o seu corpo e suas
vestes;
- Precaverdes contra infeces cutneas;
- Proteja-se contra o frio e o calor intenso;
- No durma em contato direto com o solo.
ABRIGOS
1) So construes preparadas pelo homem, para proteg-los das
intempries e dos animais. Sua construo sempre uma das primeiras
providncias. Procure melhorar as condies de seu abrigo utilizando peas
do seu equipamento ou do meio.
2) Em princpio dever ser localizado em:
- Terreno elevado (evitando os mosquitos e as enchentes);
- Terreno prximo da gua e da lenha (madeira).
No construa em:
- Terreno de inclinao pronunciada;
- Debaixo de rvores velhas, castanheiras e coqueiros;
- Em charcos, pntanos ou os rios peridicos.
Tipos de abrigos e exemplo dos mais comuns:
- Tapiri para 1, 2, 3 ..... 12 homens;
- Rabo de jacu;
- Rabo de mutum;
- Rede de selva ou rede comum com cobertura;
- Improvisados com equipamento.

ALIMENTAO
1) Alimento animal
Tudo que anda,
alimento, desde
importante forte
nenhuma dvida
Sapo e Baiacu.

nada, voa ou rasteja, constitui numa possvel fonte de


que abatidos recentemente. Constituem-se na mais
de alimentao, pelo seu valor protico. No tenham
de que a fome sobrepujar toda repugnncia. Excees:

Exemplos: Gafanhoto, larvas, lagartas sem pelos, tanajuras, cupins,


sanguessuga, piolhos, todos por possurem alto teor de gordura, so teis
sobrevivncia. Aproveite tudo do animal, porm evite comer as vsceras e
beber o sangue dos roedores.

Para conservar a carne basta cort-la em fatias moque-la e exp-la ao sol.


No ponha a carne em contato direto com o fogo, pois isso no acelerar
sua preparao. Se possvel faa a coco.

Ateno: Na parte de fora das curvas dos igaraps


acumula-se o folhio ou liteira. A se encontram, em
grande quantidade, pequenos crustceos, peixinhos e uma
infinidade de outras formas de vida. Munido de um
rapich ou pu improvisado, ou ainda, preparando uma
armadilha com uma cala, camisa, mochila ou saco onde
se colocou parte do folhio e, se possvel, alguma isca,
voc rapidamente ter farto material para um sopo (sopa
Lavoisier...) ou isca que tanto servir para pesca como
para carnvoros. Muito provavelmente esta ser sua
melhor chance de comear a sobreviver.
Quanto mais baixa a posio de determinado animal
na cadeia trfica, mas interessante esse animal para nossa
sobrevivncia. Quanto mais se avana na cadeia trfica
maior o desperdcio. Explicando de outra forma: Se o
animal A se alimenta do animal B, que por sua vez se
alimenta do animal C, nossa melhor opo consumir o
animal C.

2) Alimento vegetal
Indicativos gerais: Coma frutos, folhas, ou as batatas (tubrculos),
que sejam alimento de pssaros, mamferos ou roedores. Faa-o, porm,
com moderao, porque no trato intestinal, a adaptao do organismo sofre
diferenas digestivas.
Prestigie as amndoas (sementes protegidas), os palmitos (inclusive
os coraes), brotos de samambaias e imbabas, frutos e amndoas das
palmeiras, tapurus (larvas de insetos dentro dos frutos), razes de aa. D
sempre preferncia aos brotos. Nas capoeiras e nas clareiras a produo de
frutos praticamente contnua, tendo geralmente, por conseguinte, maior
presena de animais.
- Quando tiver dvidas sobre o fruto, cozinhe-o.
- Com exceo dos cogumelos, o veneno dos vegetais pode ser tornado
incuo pelo cozimento.
- Evite comer plantas e frutos leitosos (exceo do sapoti, mamo, figo,
abiu, leite de sorva e do amap).
- No coma alimentos embolorados.
- Evite comer plantas amargosas, as que possuem pelos do tipo urtiga, que
irritam a pele e as que possuem seiva visguenta.
FRUTOS COMESTVEIS NA FLORESTA AMAZNICA:
ALGUMAS NOES GERAIS.
No geral, a floresta Amaznica no um ambiente farto na produo
de frutos silvestres que possam servir como base da alimentao humana.
Como exemplo, podemos constatar que so poucos os grupos indgenas que
vivem exclusivamente da caa e da coleta, sendo que a grande maioria
desenvolve alguma forma de agricultura para suprir as suas necessidades
energticas ou calricas. Os grupos indgenas que dependem estritamente
da coleta de frutos para o suprimento de carboidrato, geralmente s
conseguem viver em pequenos bandos, devido disperso das fontes de
alimentos. Podemos ver, ento, a importncia de conhecer quais so as
espcies de plantas que so comestveis, bem como da habilidade de
reconhecer tais plantas dentro do ambiente florestal.
Alm de reconhecer as plantas, h casos no qual necessrio ter
tambm conhecimentos de como process-la para retirar compostos
txicos. Para tais informaes, devemos agradecer aos povos indgenas
pelos conhecimentos que acumularam sobre como desintoxicar plantas
venenosas para que possam ser consumidas. Como exemplo mais
conhecido destas transformaes, temos a produo da farinha da mandioca

brava, uma raiz contendo altos teores de cianureto, que extrado via
presso e tostagem. O prprio tucupi, lquido altamente txico que
espremido da mandioca, torna-se incuo depois de prolongada fervura.
O consumo de frutas silvestres desconhecidas visto por muito como
uma atividade arriscada, devido ao perigo de envenenamento. verdade
que na floresta Amaznica existem muitas plantas altamente txicas, que
so resultados de uma lenta mais constante guerra qumica entre as
plantas e seus predadores, os herbvoros. Nesta floresta milenar, as plantas
tm evoludo defesas qumicas para proteg-las contra o ataque de insetos e
animais herbvoros. Estes animais, porm, (principalmente os insetos)
tambm tm evoludo as suas maneiras de lidar com estas substncias
qumicas. O resultado desta coevoluo que hoje existem insetos com
metabolismo altamente especializado e que se alimentam s de uma
espcie de planta, cujas folhas ou sementes so extremamente txicas para
outros insetos.
Os animais considerados mais como generalistas tais como os
roedores (cotias, paca, etc.) ou ruminantes (anta, veado) que no exibem
esta especializao, geralmente contornam a toxidez das plantas ingerindo
pequenas quantidades de espcies diferentes. Aparentemente, seus
metabolismos (talvez com a ajuda de uma variada flora bacteriana nos
intestinos) so capazes de lidar com doses pequenas de substncias txicas.
Porm, mesmo assim, h plantas que estes animais recusam, sendo
observados casos, em laboratrio, de roedores que recusaram a comer
certas sementes, preferindo morrer de fome. H de se desconfiar, ento, da
toxidez de sementes, que, espalhadas no cho da floresta, pouco interesse
despertam nos animais! Ao mesmo tempo, no se pode considerar como
comestvel (para humanos) todas as plantas que os animais comem.
A discusso do pargrafo acima abrangeu as plantas e suas partes
(folha, raiz, semente) de uma forma geral. Todavia, se estudarmos a
longnqua relao entre plantas e os animais, saberemos que a relao entre
os dois no s de antagonismo, mas tambm de simbiose. As plantas,
para assegurar a polinizao cruzada das suas flores, e assim, o seu sucesso
reprodutivo, produzem o nctar, substncia altamente nutritiva, Os animais
(principalmente abelha e outros insetos, beija-flores e morcegos) ao
pousarem de flor em flor sugando o nctar, fazem o transporte do plen,
que, fertilizando o ovrio, permite a formao do fruto e da semente.
De forma semelhante, a existncia dos frutos devida necessidade
das plantas assegurarem a disperso das suas sementes para locais
adequados ao estabelecimento de novas plantas. Assim, a plantas oferecem

ao animal que efetua a disperso das suas sementes uma recompensa, em


forma de alimentos, ou seja, a polpa da fruta. H casos no qual a planta
totalmente dependente dos animais para sua reproduo. A castanheira, por
exemplo, se no receber a polinizao cruzada efetuada por certas espcies
de abelhas, no produz frutos. Sem a ao da cotia, que ri e abre seus
ourios, dificilmente haveria o estabelecimento de plntulas da castanheira.
H exemplos, na literatura, de sementes que somente germinam aps
passarem pelo trato digestivo de um animal. Com estas noes em mente,
podemos concluir que a polpa das frutas comestvel, pois no de
interesse das plantas envenenar os animais que vo dispersar as suas
sementes. Isto no quer dizer, porm, que todos os frutos so palatveis ao
homem, pois nossos gostos no so os mesmos que de muitos animais.
Ao se falar de sementes, porm, a estria diferente. A semente
representa para a planta o produto final de seu investimento na reproduo:
a semente garante a possibilidade do estabelecimento de uma nova planta,
e, assim, a continuidade da espcie. Portanto, comum encontrarmos nas
plantas uma srie de estratgias para a proteo da semente, tais como
presena de compostos txicos, caroos extremamente duros, etc. A
semente da mamona, por exemplo, contm o composto txico denominado
ricina, em tal concentrao que a ingesto de trs ou mais sementes por
uma criana pode ser fatal. Outras sementes valem-se de uma proteo
mecnica para evitar a predao, tais como as palmeiras com os seus cocos,
ou o piqu com os seus espinhos. difcil, porm, que uma planta combine
a proteo qumica com a proteo mecnica da semente.
Podemos considerar, ento, como uma regra geral, que as
plantas que tem uma proteo mecnica das suas sementes, no tm
uma proteo qumica das mesmas. Exemplos disto so a castanha, que
protegida dentro do ourio, e os cocos em geral. Abaixo da armao de
espinhos que protege o caroo do piqu, h uma amndoa muito nutritiva.
A castanha de caju encerrada numa proteo contendo uma resina muito
custica.
Inversamente, deveremos suspeitar das sementes grandes e de
fcil acesso a possveis predadores, pois estas sementes provavelmente
contm alguma proteo qumica.
As sementes pequenas so adaptadas para passar pelo trato digestivo
dos animais, sendo ento dispersas quando o animal defeca. Como os
primatas tm um trato digestivo que pouco afeta tais sementes (em
contraste com alguns ruminantes, que destroem sementes no estmago),

podemos concluir que frutos com sementes pequenos, difceis de separar da


polpa, podem ser consumidos inteiros, sem a remoo das sementes.
O principal macete provar e ver se o gosto bom. Se for, comer
um pouquinho e esperar 2 horas, no exatamente para ver se txico, pois
os txicos tm gosto ruim, mas principalmente para treinar as enzimas que
temos para digerir algo no costumeiro. No havendo reao aps as duas
horas, pode comer mais.
OBTENO DA GUA
A gua constitui uma das necessidades mais importantes. Pode-se
viver at semanas sem alimentos, mas sem gua vive-se muito pouco.
Mesmo nos climas frios o corpo necessita normalmente de dois litros
dgua por dia para manter sua eficincia.
1) Onde obter a gua
- No fundo dos vales, linha de fundo das grotas ou ravinas (socaves, para
os amaznidas) mesmo sem gua visvel;
- Prximo vegetao viosa ou que tem o habitat natural prximo gua
(patau, buriti, etc.);
- Escavando a 30 cm da margem de lagos lamacentos, em leitos secos de
rios e lagos.
- Em algumas plantas e frutos: coqueiros, cips, pra, cactos, melancia,
bromlias etc.;
- Recolhendo o orvalho das plantas ou objetos;
- Recolhendo gua da chuva;
- Destilando gua do mar ou da urina;
Obs: quando tudo falha o sistema do buraco tapado com um plstico;
uma pedra no meio para formar a catenria e uma lata ou caneco para
recolher os pingos condensados infalvel.
2) Como purificar a gua
- Uma gota de gua sanitria por litro dgua.
- Atravs de purificadores comuns que acompanham as raes;
- Pela fervura de pelo menos 5 minutos;
- Adicionando-se oito gotas de iodo para cada cantil dgua e esperar 30
minutos.
Obs: Urina e gua do mar no servem para beber. O seu alto contedo de
sal agrava a situao do sobrevivente.

OBTENO DO FOGO
Na sobrevivncia possui vrios fins, tais como:
- Aquecimento, secagem, sinalizao e segurana;
- Coco dos alimentos;
- Purificao da gua.
O fogo de tamanha importncia que, na sobrevivncia em grupo,
justifica deixar uma pessoa encarregada unicamente de mant-lo.
Obtm-se melhor efeito do fogo para aquecimento quando se constri um
anteparo de pedras ou madeira, ou por outra, constituindo um circulo de
pequenas fogueiras.
1) Para preparar uma fogueira
- Limpar a rea para evitar incndio;
- Junte uma boa isca (plvora, papel, folhas secas, resinas, maravalhas);
- Gravetos secos finos sobre a isca;
- D incio fogueira;
- Coloque madeira seca.
Obs: Para passar a noite, utilize troncos grossos e madeira verde, o que
diminui o consumo da lenha. Use folhas verdes na fogueira para espantar
os mosquitos. Se possvel construa um abrigo para o fogo. melhor voc
tenha levado um isqueiro, mas se estiver com fsforos conserve-os envoltos
em plsticos ou parafina.
2) Acendimento da isca
- Processos convencionais: fsforo e isqueiro.
- Processos de fortuna: lentes, pedra dura, plvora, pilhas etc...
Obs: A melhor preparao levar, em um saquinho plstico, um isqueiro,
um vidro (ou saquinhos) com azeite e alguns absorventes internos (na falta,
um punhado de estopa). Voc sabe o porqu, quando se trata de acender
fogo, mas o azeite ainda servir para livrar dos piuns, para preparar
alimentos e como fonte de alimentao de emergncia.

3) Tipos de foges
Citaremos aqui os tipos mais comuns usados numa sobrevivncia:
- Moqum: - muito til tanto para churrasquear como para moquear.
Consiste de quatro forquilhas, unidas duas a duas por um travesso,
onde os espetos (churrasco) so apoiados. Para moquear, basta apoiar
sobre os travesses, uma grade e sobre ela colocar a fatia da carne ou
do fruto a ser moqueado.
- - Fogo de pedra: - muito usado no nordeste, as pedras servem de
apoio panela.
- - Fogo de assar: - bastante conhecido pela gente nordestina.
Consiste de duas forquilhas de aproximadamente um metro de
comprimento unidas por um travesso. Muito usado para a
preparao de alimentos quando se dispe de bastante lenha.
OBTENO DE SAL
Alm da gua do mar e das cinzas das rvores, poderemos obter o
sal tambm a partir do sangue (fervido) dos animais e da moela das aves.
Embora de sabor levemente adocicado o sangue, atravs de um dos seus
compostos, o plasma contm gua, sais minerais, vitaminas e outros que
podero auxiliar o sobrevivente e nutrir o seu organismo.
Evite usar sangue como tempero e nem espere que tenha efeito
semelhante ao cloreto de sdio. Ele importante como alimento, para repor
os sais minerais consumidos numa sobrevivncia.
A moela das aves depois de lavada, cortada em pequenos pedaos e
posta a ferver repetidas vezes at secar, transformar-se- em uma espcie
de pasta com um leve sabor de sal, podendo ser utilizado para tempero de
alimentos.
Considere, tambm, a possibilidade de triturar ossos e cascas de
ovos, reduzindo tudo a cinzas em seguida. Importante fonte de Clcio e
Potssio, esse ltimo indispensvel ao bom funcionamento do sistema
nervoso.
Palmitos so tima fonte de sais minerais (no s do cloreto de
sdio que necessitamos).
Vale a pena lembrar que um sobrevivente necessita de sal, no s
para temperar e conservar os seus alimentos, mas tambm para repor no seu
organismo. Aps um dia de jornada na selva observe o seu uniforme e logo
que ele seque ver nas mangas, costas e logo abaixo dos joelhos grandes
manchas brancas de sal oriundo do suor. Em sobrevivncia faa uma
reabsoro desta substncia. Cuidado, a ingesto de sal em demasia
prejudicial e poder causar-lhe inchao nos membros.

ACREDITE: O conhecimento das regras de sobrevivncia


poder prolongar as expectativas de vida de sobreviventes em
reas adversas, permitindo que as equipes de busca os encontrem
ainda com vida ou dando condies para que, por seus prprios
meios, faam um deslocamento na direo da base ou em busca
da civilizao.
ALGUMAS SITUAES PARTICULARES
a. AO VIAJAR DE AVIO
1)Procure estudar no mapa distncia a se percorrida, tempo de
vo da aeronave e quais as escalas que far.
2) Verifique o (os) tipo (s) de terreno que cruzar, veja os
principais rios da regio e quais os recursos que ela poder lhe fornecer.
Leve consigo um mapa.
3) Mantenha-se informado sobre sadas de emergncia, kit de
primeiros socorros, salva-vidas, balsas, kits de sobrevivncia, tipos de
rdios existentes na aeronave e onde se localiza o depsito de alimentos
(lanches).
Em desastre areo/ na terra: Aproveite tudo do equipamento de salto
ou vo existente na aeronave, bem como a prpria aeronave como abrigo.
To logo haja o impacto com o solo, retire-se de imediato do avio com
todos os feridos e tudo que lhe possa ser til, para um raio de segurana,
pois poder ocorrer a exploso e incndio. Depois, retorne aeronave e l
permanea at ser socorrido. Lembre-se, mais fcil encontrar o avio
destroado que vinte sobreviventes se deslocando. Facilite o salvamento
utilizando os cdigos terra-avio, sinais de fumaa etc.
b. AO VIAJAR DE CARRO
1) Prepare um kit de sobrevivncia e de primeiros socorros;
2) Planeje sua viagem e conserve um mapa consigo;
3) Leve alimentos no perecveis e gua para os ocupantes do
veculo, para um perodo de pelo menos 24 horas;
4) Se voc for radioamador ou PX, no esquea o seu equipamento
rdio.
c. AO VIAJAR DE NAVIO OU EMBARCAES MENORES
1)Faa as adaptaes necessrias do item a para este item;
2)Mantenha junto de si o seu salva-vidas.

O KIT DE SOBREVIVNCIA
Qualquer um, aps um momento de reflexo, pode montar um Kit
de Sobrevivncia simples, porm eficiente. No h um modelo padro,
embora a experincia recomende alguns itens como quase obrigatrios.
De posse de um bom kit, o sobrevivente ter os recursos mnimos
para aplicar as tcnicas de sobrevivncia aprendidas no seu treinamento. O
kit pessoal extremamente importante numa situao de emergncia, pois
ele estimular e catalisar sua criatividade e sua tcnica, direcionando seus
esforos para a busca.
Tenha sempre em mente que o kit, na maioria das vezes, ser sua
nica fonte inicial de recursos. Selecione os itens levando em conta um
duplo critrio: utilidade e portabilidade para ser carregado todo o tempo.
A variedade dos artigos de sobrevivncia vasta e cresce a cada dia.
A sugesto apresentada para um kit bsico, e sem itens desnecessrios.
Voc deve considerar outros itens, alm dos apresentados, quando da
confeco do seu prprio Kit, e tambm o tipo de ambiente operacional em
que est localizado.
Seu kit a ferramenta que abrir e expandir suas habilidades de
sobrevivncia. Traga-o com voc todas as vezes que o risco de enfrentar
situaes extremas alto (vo, marchas, caadas, deslocamentos fluviais,
etc...).
BSSOLA A clssica Silva type 3. Pequena e de qualidade.
FIXADA AO VESTUARIO. Nunca se separem!!!
ISQUEIRO Absolutamente indispensvel. Levar dois seria a
segurana sobre segurana.
CANIVETE Um canivete suo Victorinox, completo, uma arma
poderosa em situaes de Sobrevivncia. Os americanos Leatherman so
bem mais robustos, ainda que no to completos. Indispensvel.
LANTERNA Uma pequena, dnamo.
ESPELHO DE SINALIZAO - Item de fundamental importncia.
Normalmente esquecido, a diferena entre ser ou no encontrado.

APITO Em pouco tempo, sua voz estar imprestvel. Um apito


ouvido mais longe.
SERRA DE ARAME OU DE DEDO - Serra madeira, plstico, osso e
metal. Pode ser utilizada como lao. Difcil de achar, outra opo um
bom canivete, que inclua uma serra.
MATERIAL DE PESCA - Linha, anzis e chumbadas.
CORDES - Os de pra-quedas so leves, resistentes e no ocupam
muito espao.
ISCA PARA FOGO - De grande auxlio para iniciar uma fogueira.
Pode ser um chumao de algodo ou, melhor ainda, alguns absorventes
internos. Azeite.
VELA - Usar protegida do vento, pois aumenta a sua durabilidade.
Serve para acender o fogo quando a isca est mida. As melhores so as
feitas de gordura animal solidificada, pois alm de servirem como
lubrificantes e para cozinhar, so impermeveis e praticamente
indestrutveis.
AGULHA - Para costuras de emergncia. til com espinhos. Pode ser
magnetizada e utilizada como bssola improvisada.
PURIFICADOR DE GUA - No ocupam espao e so necessrios na
regio. Leve cerca de 50. Um tubo desses de colrio leva centenas de
gotas de gua sanitria.
GILETE, ESTILETE ou BISTURI - Para fazer cortes precisos, limpar
animais, etc...de novo, um bom canivete........
SACOS PLSTICOS Para carregar gua, proteger equipamentos
sensveis, documentos.
OUTROS MATERIAIS e UTENSLIOS A critrio e a gosto do
fregus. Use a imaginao. Use a sua experincia e a de terceiros.

AGRADECIMENTOS
Contriburam de maneira significativa, na montagem deste
documento, as seguintes pessoas:

Cel. Inf. Glio Augusto Barbosa Fregapani


Ten-Cel. Inf. Alexandre Cardoso
MSc. Robert Pritchard Miller
MSc. Elisa Wandelli
Se houver mrito, deles. Se houverem incorrees, foi minha
impercia na montagem. Aos quatro, meus sinceros agradecimentos.

Roberto Stieger Leite

A SELVA NOS UNE!

[email protected]
Reviso 13JUL09.

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