CIGS - Noções Básicas de Sobrevivência 13JUL09
CIGS - Noções Básicas de Sobrevivência 13JUL09
CIGS - Noções Básicas de Sobrevivência 13JUL09
Ar
gua
Comida
Abrigo
Sade
Material:
Tcnica
Prtica e
criatividade
- Bssola
- Isqueiro
- Terado/Canivete
- Lanterna
- Espelho
- Apito
Vontade
DEFINIO DE SOBREVIVNCIA
Sobrevivncia a busca de recursos naturais de uma regio, para suprir
o organismo de suas necessidades em gua, alimento, e abrigo; permitindo
assim a manuteno da sade do corpo, da mente e dos objetivos a atingir.
Uma das primeiras regras a ser aplicada quando na sobrevivncia, ao
saber-se perdido, a seguinte:
E - S - A - O N.
E = Estacione, evite deslocamentos desnecessrios. (no piore a coisa)
S = Sente-se, evite o cansao, cuide de sua sade.
A = Alimente-se, procure nutrir o organismo. (ajudar na volta calma)
O = Oriente-se, determine o Norte e o Sul ou a direo a seguir.
N = Navegue, siga a direo determinada.
A sobrevivncia individual.
Descontraia!!! O indivduo quando isolado e percebe que est perdido,
entra em pnico. , pois, providencial a manuteno da calma, e isso
possvel, aplicando a regra bsica ESAON. Um outro grave problema
que surge a solido, que s vezes leva o indivduo ao desespero. Uma boa
maneira de se evitar a solido a prtica de alguma atividade, por mais
banal que ela seja. Se por acaso, de repente, voc se sentir sozinho, no
perca as esperanas, seja paciente e tenha f nos seus conhecimentos.
A sobrevivncia em grupo
O comportamento em grupo na sobrevivncia atenua em grande parte
os problemas da solido e desespero. Aqui esto algumas medidas que
devem ser tomadas de imediato:
a) Mantenha a calma de grupo
b) Aplique as regras bsicas ESAON
c) Planeje as atividades e divida as equipes. Algumas equipes,
dependendo do efetivo ou da situao, podero ou no acumular as
funes, bem como se incubir de tarefas novas.
Exemplos:- Equipe de gua, fogo e preparaco de alimentos;
- Equipe de caa e pesca;
- Equipe de navegao, segurana e construo
- Equipe de sinalizao, etc.
d) Preserve, prestigie a liderana do grupo. Evite a indeciso e, sempre
que possvel, aprecie as sugestes do grupo ou do mais experiente.
e) O moral, bem como a idia firme de se atingir o objetivo desejado,
deve ser mantido
ORIENTAO E NAVEGAO
1) Orientar-se em uma rea saber qual a melhor direo a seguir.
Normalmente a situao do sobrevivente se agrava por ele estar
desorientado. Procure conhecer a regio para onde voc se deslocar, seja
por intermdio de cartas, fotografias areas ou mesmo informaes de
terceiros. O fato de o indivduo portar consigo uma bssola no significa
que ele estar orientado naquela rea. Vale a pena recordar alguns meios de
fortuna que auxiliaro o sobrevivente na orientao e navegao:
a) Pelo Sol
b) Pela lua e estrelas
c) Pelo relevo (se conhecido)
d) Pelos cursos dgua.
2) Navegar em uma regio optar por uma determinada direo e
segui-la, utilizando-se de uma bssola ou quaisquer dos meios de fortuna
citados acima. Aconselha-se a um sobrevivente balizar o seu itinerrio de
marcha, seja por meio de marcas nos troncos das rvores ou quebra de
pequenos galhos ou ainda, utilizando-se de folhas de palmeiras ou de
rvores caractersticas, largando-as em intervalos menores que 5 (cinco)
metros.
Durante a navegao, esteja atento ao terreno que cruzar e, se
possvel, avalie a todo momento a distncia que percorreu. Lembre-se que
um indivduo de estatura mediana, em marcha normal percorre 100 m com
130 passos, aproximadamente.
Qualquer que seja o percurso a realizar, prepare-se fsica, material e
psicologicamente. Evite andar olhando para o cho, pois este hbito
dificultar a sua ambientao na rea onde est sobrevivendo. Acostume-se
a olhar para frente e para os lados.
Tendo observado as particularidades de cada caso, vejamos agora o
problema de orientao e navegao em algumas regies.
a) Na Caatinga - no oferece grandes obstculos ao deslocamento,
haja visto sua extenso normalmente ser reduzida. Proporciona orientao
pelo sol e estrelas e s vezes bons campos de vista.
b) Nas regies ridas - deslocamento dificultado apenas pela
cancula e escassez de pontos de referncia. Proporciona orientao pelo
sol e estrelas. O horrio ideal para se deslocar durante a noite.
c) Na selva - dificuldade em se orientar pelo sol e estrelas. Os rios
oferecem boa orientao e facilitam os deslocamentos. As sinalizaes para
o resgate so dificultadas se no forem feitas de uma clareira de
considerveis dimenses. noite evite andar na selva.
ALIMENTAO
1) Alimento animal
Tudo que anda,
alimento, desde
importante forte
nenhuma dvida
Sapo e Baiacu.
2) Alimento vegetal
Indicativos gerais: Coma frutos, folhas, ou as batatas (tubrculos),
que sejam alimento de pssaros, mamferos ou roedores. Faa-o, porm,
com moderao, porque no trato intestinal, a adaptao do organismo sofre
diferenas digestivas.
Prestigie as amndoas (sementes protegidas), os palmitos (inclusive
os coraes), brotos de samambaias e imbabas, frutos e amndoas das
palmeiras, tapurus (larvas de insetos dentro dos frutos), razes de aa. D
sempre preferncia aos brotos. Nas capoeiras e nas clareiras a produo de
frutos praticamente contnua, tendo geralmente, por conseguinte, maior
presena de animais.
- Quando tiver dvidas sobre o fruto, cozinhe-o.
- Com exceo dos cogumelos, o veneno dos vegetais pode ser tornado
incuo pelo cozimento.
- Evite comer plantas e frutos leitosos (exceo do sapoti, mamo, figo,
abiu, leite de sorva e do amap).
- No coma alimentos embolorados.
- Evite comer plantas amargosas, as que possuem pelos do tipo urtiga, que
irritam a pele e as que possuem seiva visguenta.
FRUTOS COMESTVEIS NA FLORESTA AMAZNICA:
ALGUMAS NOES GERAIS.
No geral, a floresta Amaznica no um ambiente farto na produo
de frutos silvestres que possam servir como base da alimentao humana.
Como exemplo, podemos constatar que so poucos os grupos indgenas que
vivem exclusivamente da caa e da coleta, sendo que a grande maioria
desenvolve alguma forma de agricultura para suprir as suas necessidades
energticas ou calricas. Os grupos indgenas que dependem estritamente
da coleta de frutos para o suprimento de carboidrato, geralmente s
conseguem viver em pequenos bandos, devido disperso das fontes de
alimentos. Podemos ver, ento, a importncia de conhecer quais so as
espcies de plantas que so comestveis, bem como da habilidade de
reconhecer tais plantas dentro do ambiente florestal.
Alm de reconhecer as plantas, h casos no qual necessrio ter
tambm conhecimentos de como process-la para retirar compostos
txicos. Para tais informaes, devemos agradecer aos povos indgenas
pelos conhecimentos que acumularam sobre como desintoxicar plantas
venenosas para que possam ser consumidas. Como exemplo mais
conhecido destas transformaes, temos a produo da farinha da mandioca
brava, uma raiz contendo altos teores de cianureto, que extrado via
presso e tostagem. O prprio tucupi, lquido altamente txico que
espremido da mandioca, torna-se incuo depois de prolongada fervura.
O consumo de frutas silvestres desconhecidas visto por muito como
uma atividade arriscada, devido ao perigo de envenenamento. verdade
que na floresta Amaznica existem muitas plantas altamente txicas, que
so resultados de uma lenta mais constante guerra qumica entre as
plantas e seus predadores, os herbvoros. Nesta floresta milenar, as plantas
tm evoludo defesas qumicas para proteg-las contra o ataque de insetos e
animais herbvoros. Estes animais, porm, (principalmente os insetos)
tambm tm evoludo as suas maneiras de lidar com estas substncias
qumicas. O resultado desta coevoluo que hoje existem insetos com
metabolismo altamente especializado e que se alimentam s de uma
espcie de planta, cujas folhas ou sementes so extremamente txicas para
outros insetos.
Os animais considerados mais como generalistas tais como os
roedores (cotias, paca, etc.) ou ruminantes (anta, veado) que no exibem
esta especializao, geralmente contornam a toxidez das plantas ingerindo
pequenas quantidades de espcies diferentes. Aparentemente, seus
metabolismos (talvez com a ajuda de uma variada flora bacteriana nos
intestinos) so capazes de lidar com doses pequenas de substncias txicas.
Porm, mesmo assim, h plantas que estes animais recusam, sendo
observados casos, em laboratrio, de roedores que recusaram a comer
certas sementes, preferindo morrer de fome. H de se desconfiar, ento, da
toxidez de sementes, que, espalhadas no cho da floresta, pouco interesse
despertam nos animais! Ao mesmo tempo, no se pode considerar como
comestvel (para humanos) todas as plantas que os animais comem.
A discusso do pargrafo acima abrangeu as plantas e suas partes
(folha, raiz, semente) de uma forma geral. Todavia, se estudarmos a
longnqua relao entre plantas e os animais, saberemos que a relao entre
os dois no s de antagonismo, mas tambm de simbiose. As plantas,
para assegurar a polinizao cruzada das suas flores, e assim, o seu sucesso
reprodutivo, produzem o nctar, substncia altamente nutritiva, Os animais
(principalmente abelha e outros insetos, beija-flores e morcegos) ao
pousarem de flor em flor sugando o nctar, fazem o transporte do plen,
que, fertilizando o ovrio, permite a formao do fruto e da semente.
De forma semelhante, a existncia dos frutos devida necessidade
das plantas assegurarem a disperso das suas sementes para locais
adequados ao estabelecimento de novas plantas. Assim, a plantas oferecem
OBTENO DO FOGO
Na sobrevivncia possui vrios fins, tais como:
- Aquecimento, secagem, sinalizao e segurana;
- Coco dos alimentos;
- Purificao da gua.
O fogo de tamanha importncia que, na sobrevivncia em grupo,
justifica deixar uma pessoa encarregada unicamente de mant-lo.
Obtm-se melhor efeito do fogo para aquecimento quando se constri um
anteparo de pedras ou madeira, ou por outra, constituindo um circulo de
pequenas fogueiras.
1) Para preparar uma fogueira
- Limpar a rea para evitar incndio;
- Junte uma boa isca (plvora, papel, folhas secas, resinas, maravalhas);
- Gravetos secos finos sobre a isca;
- D incio fogueira;
- Coloque madeira seca.
Obs: Para passar a noite, utilize troncos grossos e madeira verde, o que
diminui o consumo da lenha. Use folhas verdes na fogueira para espantar
os mosquitos. Se possvel construa um abrigo para o fogo. melhor voc
tenha levado um isqueiro, mas se estiver com fsforos conserve-os envoltos
em plsticos ou parafina.
2) Acendimento da isca
- Processos convencionais: fsforo e isqueiro.
- Processos de fortuna: lentes, pedra dura, plvora, pilhas etc...
Obs: A melhor preparao levar, em um saquinho plstico, um isqueiro,
um vidro (ou saquinhos) com azeite e alguns absorventes internos (na falta,
um punhado de estopa). Voc sabe o porqu, quando se trata de acender
fogo, mas o azeite ainda servir para livrar dos piuns, para preparar
alimentos e como fonte de alimentao de emergncia.
3) Tipos de foges
Citaremos aqui os tipos mais comuns usados numa sobrevivncia:
- Moqum: - muito til tanto para churrasquear como para moquear.
Consiste de quatro forquilhas, unidas duas a duas por um travesso,
onde os espetos (churrasco) so apoiados. Para moquear, basta apoiar
sobre os travesses, uma grade e sobre ela colocar a fatia da carne ou
do fruto a ser moqueado.
- - Fogo de pedra: - muito usado no nordeste, as pedras servem de
apoio panela.
- - Fogo de assar: - bastante conhecido pela gente nordestina.
Consiste de duas forquilhas de aproximadamente um metro de
comprimento unidas por um travesso. Muito usado para a
preparao de alimentos quando se dispe de bastante lenha.
OBTENO DE SAL
Alm da gua do mar e das cinzas das rvores, poderemos obter o
sal tambm a partir do sangue (fervido) dos animais e da moela das aves.
Embora de sabor levemente adocicado o sangue, atravs de um dos seus
compostos, o plasma contm gua, sais minerais, vitaminas e outros que
podero auxiliar o sobrevivente e nutrir o seu organismo.
Evite usar sangue como tempero e nem espere que tenha efeito
semelhante ao cloreto de sdio. Ele importante como alimento, para repor
os sais minerais consumidos numa sobrevivncia.
A moela das aves depois de lavada, cortada em pequenos pedaos e
posta a ferver repetidas vezes at secar, transformar-se- em uma espcie
de pasta com um leve sabor de sal, podendo ser utilizado para tempero de
alimentos.
Considere, tambm, a possibilidade de triturar ossos e cascas de
ovos, reduzindo tudo a cinzas em seguida. Importante fonte de Clcio e
Potssio, esse ltimo indispensvel ao bom funcionamento do sistema
nervoso.
Palmitos so tima fonte de sais minerais (no s do cloreto de
sdio que necessitamos).
Vale a pena lembrar que um sobrevivente necessita de sal, no s
para temperar e conservar os seus alimentos, mas tambm para repor no seu
organismo. Aps um dia de jornada na selva observe o seu uniforme e logo
que ele seque ver nas mangas, costas e logo abaixo dos joelhos grandes
manchas brancas de sal oriundo do suor. Em sobrevivncia faa uma
reabsoro desta substncia. Cuidado, a ingesto de sal em demasia
prejudicial e poder causar-lhe inchao nos membros.
O KIT DE SOBREVIVNCIA
Qualquer um, aps um momento de reflexo, pode montar um Kit
de Sobrevivncia simples, porm eficiente. No h um modelo padro,
embora a experincia recomende alguns itens como quase obrigatrios.
De posse de um bom kit, o sobrevivente ter os recursos mnimos
para aplicar as tcnicas de sobrevivncia aprendidas no seu treinamento. O
kit pessoal extremamente importante numa situao de emergncia, pois
ele estimular e catalisar sua criatividade e sua tcnica, direcionando seus
esforos para a busca.
Tenha sempre em mente que o kit, na maioria das vezes, ser sua
nica fonte inicial de recursos. Selecione os itens levando em conta um
duplo critrio: utilidade e portabilidade para ser carregado todo o tempo.
A variedade dos artigos de sobrevivncia vasta e cresce a cada dia.
A sugesto apresentada para um kit bsico, e sem itens desnecessrios.
Voc deve considerar outros itens, alm dos apresentados, quando da
confeco do seu prprio Kit, e tambm o tipo de ambiente operacional em
que est localizado.
Seu kit a ferramenta que abrir e expandir suas habilidades de
sobrevivncia. Traga-o com voc todas as vezes que o risco de enfrentar
situaes extremas alto (vo, marchas, caadas, deslocamentos fluviais,
etc...).
BSSOLA A clssica Silva type 3. Pequena e de qualidade.
FIXADA AO VESTUARIO. Nunca se separem!!!
ISQUEIRO Absolutamente indispensvel. Levar dois seria a
segurana sobre segurana.
CANIVETE Um canivete suo Victorinox, completo, uma arma
poderosa em situaes de Sobrevivncia. Os americanos Leatherman so
bem mais robustos, ainda que no to completos. Indispensvel.
LANTERNA Uma pequena, dnamo.
ESPELHO DE SINALIZAO - Item de fundamental importncia.
Normalmente esquecido, a diferena entre ser ou no encontrado.
AGRADECIMENTOS
Contriburam de maneira significativa, na montagem deste
documento, as seguintes pessoas:
[email protected]
Reviso 13JUL09.