Este documento apresenta o caso de um paciente de 38 anos com diagnóstico de distrofia muscular do tipo Becker em estágio avançado. O paciente apresentava fraqueza muscular progressiva, atrofia muscular e história familiar compatível com a doença. Embora os testes genéticos não tenham mostrado deleções, o diagnóstico foi confirmado clinicamente. A distrofia muscular do tipo Becker deve ser considerada em pacientes com fraqueza muscular, especialmente crianças, devido à necessidade de aconselhamento genético precoce.
Este documento apresenta o caso de um paciente de 38 anos com diagnóstico de distrofia muscular do tipo Becker em estágio avançado. O paciente apresentava fraqueza muscular progressiva, atrofia muscular e história familiar compatível com a doença. Embora os testes genéticos não tenham mostrado deleções, o diagnóstico foi confirmado clinicamente. A distrofia muscular do tipo Becker deve ser considerada em pacientes com fraqueza muscular, especialmente crianças, devido à necessidade de aconselhamento genético precoce.
Este documento apresenta o caso de um paciente de 38 anos com diagnóstico de distrofia muscular do tipo Becker em estágio avançado. O paciente apresentava fraqueza muscular progressiva, atrofia muscular e história familiar compatível com a doença. Embora os testes genéticos não tenham mostrado deleções, o diagnóstico foi confirmado clinicamente. A distrofia muscular do tipo Becker deve ser considerada em pacientes com fraqueza muscular, especialmente crianças, devido à necessidade de aconselhamento genético precoce.
Este documento apresenta o caso de um paciente de 38 anos com diagnóstico de distrofia muscular do tipo Becker em estágio avançado. O paciente apresentava fraqueza muscular progressiva, atrofia muscular e história familiar compatível com a doença. Embora os testes genéticos não tenham mostrado deleções, o diagnóstico foi confirmado clinicamente. A distrofia muscular do tipo Becker deve ser considerada em pacientes com fraqueza muscular, especialmente crianças, devido à necessidade de aconselhamento genético precoce.
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A
Distrofia muscular de Becker.
Relato de caso e reviso de literatura Maria Bernadete Renoldi Oliveira Gav i * Manoel Neves Pimentel ** Marcelo Nogueira Silva *** Eliete Rabbi Bortolini **** Alpio Cesar Nascimento ***** RESUMO Distrofias muscul ares so doenas pouco freqentes e desconhecidas por alguns m- di cos. Apresentamos um paciente com diagnsti co de Distrofia MusculM do ti po Beckel; em fa se ava nada da doena, com achados f sicos exuberantes, hi str ia familiM e pa- tolgica pregressa compatveis e bi psia musculilr Gl ractersti ca. Embora a an<ili se de DNA no tenha mostrado delees no gene o dia gnst ico foi con firmad o clinicamente. Foram rela cionados alguns di agnsti cos diferenciai s. Comentamos os aspectos teraputicos. Esta s doenas devem ser consideradas em todos os pacientes com queixa de fraqueza musculal; principalmente cr ianas, tendo em vista a necessi- dade de aconselhamento fi sitrico e gentico precoces. UNITERMOS Distrofia Muscular do tipo Becker. Miopatias. Fraqueza muscular Fisioterapia. SUMMARY Muscular Dystrophies are uncommon di seases and unknown by some physicians. We present a pati ent with the dia gnosis of Becker Muscular Dystrophy in adva nced stagc with conspi cuous phys ica l findin gs, compatibl e family and pas t hi sto ry and characteristi c muscular biopsy. Although the DNA anal ysis didn't show deletions in the implied gene, the diagnosis was c1ini call y confirmed. We related some differcntia l diagnosis and discussed the thera peuti c as pects. These diseases must be consi dcrcd in ali pati ents with muscular weakness, speciall y children, regarding the need of a precocious physiatric and geneti c counseling. KEYWORDS Becker Muscular Dystrophy. Myopa thi es. Musculilr weakness. Physiotherapy. Diviso de Clil/ica Mdica do Hospital Universitrio Cassinl/o Alltllio Moraes (HUCAM) da Universidade Federal do Esprito Santo (UFES) . Rcumatologista da Oivislio de Clnica Mdica do HUCAM- UFES. Mdico Fisiatra c Ortopcdista do Hospital Evanglico do E.S. e do INSS. Acadmico do sexto ano de Medicina da UFES. Geneticista do Scvio de Aconselhamento Gentico do Oeparta/Jlcnto de Biologill - UFES Professor Adjunto de Pncwnologia do Oepartamcnto de Clnica Mdica -LlFES. Endereo para correspondncia: Ora Maria Bernadete R. O. Gavi Centro de EstudosjHUCAM Avenida Marechal Campos n". 1468, Marupe CEP 29040-090 - Vitria, E.S. Introduo Distrofias musculares so doenas genetica- mente determinadas, de baixa freqncia na pr- tica mdica, que cursam com fraqueza muscular progressiva, degenerao e atrofia da musculatu- ra esqueltica. Sua patogenia cada vez mais co- nhecida e sua classificao obedece a critrios como tipo de herana, curso e gravidade da fra- queza muscular, grupo muscular inicialmente envolvido e idade de incio das manifestaes cl- . I rucas . As mais freqentes representantes deste gru- po de doenas so a Distrofia Muscular do tipo Duchenne (DMD) e a Distrofia Muscular do tipo Becker (DMB), que so doenas allicas, determi- nadas por mutao gnica no locus 21 do brao curto do cromossoma X 2.3. Apresentam nveis ele- vados de creatinoquinase (CK), padro mioptico eletromioneurografia (EMG), sendo muito til para o diagnstico de ambas a bipsia muscular e a investigao laboratorial de familiares . Figura 1 GAVI, M.S.R.O. e cols. - Distrofia muscular de Secker. Relato de caso e r v i s ~ o de literatura Actn Fisiltricn 3(3): 18-23, 1996 Apresentamos um caso de paciente com DMB em fase avanada, sem um diagnstico prvio, internado com quadro de tuberculose pulmonar e com queixas de artralgias generalizadas. Relato de caso Paciente do sexo masculino, 38 anos de ida- de, relatava h 15 dias astenia, sensao de rigi- dez em musculatura de dorso e membros, com carter progressivo e com dificuldade para movi- mentao, alm de dor em mos e ps acompa- nhada de edema local, sem melhora com analg- sicos. Procurou o Pronto Socorro do HUCAM-UFES onde foi realizada radiografia de trax que evi- denciou leso pulmonar. Ao interrogatrio com- plementar, informou que h 30 dias apresentava febre com calafrios vespertinos, emagrecimento, tosse produtiva com expectorao amarelada e 01 episdio com estrias de sangue. Foi internado na Figura 2 19 Actn Fisilrica 3(3): 18-23, 1996 enfermaria de Pneumologia com suspeita de tu- berculose pulmonar. Aps confirmao atravs de baciloscopia de escarro positiva, foi iniciado es- quema trplice. Ao exame fsico, apresentava fcies de lua cheia, escoliose, membros inferiores em. flexo, atrficos, com hipertrofia de panturrilhas, ps edemaciados em flexo plantar fixa (ps eqinos), edema discreto de membros superiores, principal- mente em mos, com dedos em fuso, dor palpao e mobilizao passiva de articulaes de ombros, cotovelos, punhos, interfalangeanas e tor- nozelos, com rigidez articular. (Fig. 1 e 2). A fora muscular estava diminuda (grau 3) com a sensi- bilidade preservada e reflexos de difcil pesqui- sa. Encontrava-se taquicrdico (FC= 160 bpm), PA= 130 x 100 mmHg, com ritmo cardaco regu- lar, extrassstoles ocasionais, e pulmes limpos ausculta. Abdome normal. Na Histria Patolgica Pregressa relatava que, durante a infncia, iniciou perda de fora muscular, hipotrofia e artralgias progressivas, a partir dos membros inferiores, acompanhada de quedas freqentes, com incapacidade para deambulao aos 20 anos de idade. Na Histria Familiar, informava ter um filho de 4 anos e uma filha de 2 anos de idade, 05 irms hgidas e 03 irmos, um normal, e dois que apre- sentavam dificuldades para deambular, subindo escadas com apoio e referindo quedas freqen- tes. Um deles faleceu aos 21 anos de idade com cardiomiopatia. Me tambm faleceu por proble- mas cardacos. Na investigao di agnstica, o laboratrio mostrou discreta leucocitose e anemia normocrmica com macrocitose (+), VHS= 34 mm, cido rico em 4,2 mg/dl, albumina= 3,0 g/dl, prot. totais= 5,0 g/dl, CK= 39 UI. Exame ecocardiogrfico normal e eletrocardiogrfico com extrassstoles ventriculares ocasionais. Testes do Ltex e Waaler-Rose negativos. Bipsia de bceps braquial revelou raras fibras atrficas com predo- mnio de tecido fibrogorduroso. A anlise do DNA atravs da tcnica da PCR (palimerase chain reactian) no detectou a presena de delees. Foram realizadas dosagens de CK em 02 irms e 01 irmo. As irms mostraram valores dentro dos limites considerados normais e o irmo, aos 30 anos de idade, apresentou valores de 400 UI. Discusso o quadro clnico de hipotrofia muscular im- portante com origem na infncia, de carter evolutivo, associado histria familiar positiva de acometimento semelhante em indivduos do 20 sexo masculino, com padro de herana recessivo ligado ao X, levaram suspeita de uma distrofia muscular. A evoluo benigna da doena condu- ziu ao diagnstico de Distrofia Muscular do tipo Becker. As delees (65%), duplicaes (5-10' 1.) ou mutaes de ponto do gene deter- minam uma alterao qualitativa ou quantitativa de uma protena de membrana denominada distrofina. Esta protena, localizada na face inter- na da membrana da clula muscular, respons- vel pela regulao do clcio intracelular. Na au- sncia dela, o aumento dos nveis de clcio levam ativao de enzimas intracelulares que deflagram fenmenos de degenerao e necrose das fibras . Existe uma correlao direta entre os nveis de distrofina e a gravidade das manifes ta- es clnicas, explicando a evoluo rpida e o prognstico sombrio do tipo Duchenne, onde h ausncia da protena, e o curso mais benigno da DMB, onde encontra-se em baixas concentra- es(7). Poderamos dizer que se trata de uma doen- a de progresso inexorvel, que j est presente ao nascimento, e apresenta tendncia piora evolutiva medida que as fibras musculares so- frem necrose segmentar e perda da propriedade contrtil quando vo sendo requisitadas mesmo atravs de esforos banais. Sua freqncia de 1:30000 meninos nasci- dos vivos, enquanto na DMD de 1:3500 meni- nos nascidos vivos. Aproximadamente 70% dos casos so herdados atravs de mes portadoras, enquanto 30% no mostram qualquer tipo de histria familiar e representariam mutaes novas 8. A DMB tem um incio tardio, varivel a partir dos 5 anos de idade, apresentando, como na DMD, um andar basculante com quedas fre- qentes, um levantar mioptico caracterstico, co- nhecido como manobra de Gowers, alm da hipertrofia de panturrilhas. Com a evoluo da doena, os pacientes esto sujeitos a infeces res- piratrias de repetio e morte por insuficincia respiratria progressiva ou insuficincia cardaca aguda. A expectativa de vida entre 30 e 55 anos e, portanto, podem reproduzir-se. A maioria dos pacientes perde a capacidade de deambulao cerca de 20 anos aps o incio da doena I, '} Os pacientes com DMD perdem a capacidade de deambulao em mdia aos 9 anos de idade, po- rm, alguns pacientes podem estar confinados em cadeiras de rodas entre 12 e 16 anos e so deno- minados autliers ou intermedirios I . O diagnsti- co diferencial em afetados jovens pode ser muito difcil, confundindo-se com a distrofia 11,uscular tipo cinturas e a DMD, sendo a bipsia muscular fundamental. CAV1, M.I3.R.O. e cals. - Distrofi'l muscular de l3ecker. Relato de ClSO e rcvis;:o de literilturil Retardo mental citado na literatura em 30- 50% dos casos de DMD, porm com baixa fre- qncia em DMB, assim como as alteraes car- dacas(I,9l . A dosagem de CK bastante elevada, princi- palmente nas fases precoces, indicando progres- so da doena. Mulheres portadoras de DMB cos- tumam apresentar elevao de CK no soro (50-70% dos casos) e alteraes mnimas na bipsia mus- cular 1 ,s. Algumas podem manifestar sinais de cardiomiopatia. Um irmo do paciente mostrou valores de CK elevados, enquanto os baixos n- veis de CK dosados no plasma do paciente so decorrentes da intensa perda de fibras muscula- res, indicativos de uma fase avanada e terminal da molstia. No estudo eletromiogrfico das Distrofias Musculares, independentemente do grupo ou for- ma, observamos um padro caracterstico de po- tenciais polifsicos de baixa amplitude e curta durao, e aumento da atividade de insero em fases iniciais lO. interessante lembrar que apesar de sua grande utilidade, a EMG, isoladamente, no deve ter valor decisivo no diagnstico entre miopatias. A bipsia muscular revela fibras muscu- lares de calibre diminudo alternadas com fibras hipertrficas, fenmenos degenerativos com rup- turas e centralizaes nucleares, necrose e substi- tuio por tecido gorduroso. Atravs de tcnicas de imuno-histoqumica, pode-se observar a pre- sena de distrofina em um padro heterogned l ,8, 11. A bipsia lTluscular deve ser realizada por tc- nica de congelao em nitrognio lquido, que di- minui a possibilidade de artefatos; o stio deve ser cuidadosamente escolhido; o msculo deve estar apenas moderadamente acometido, de prefern- cia classificado na escala 2 ou 3 do TMM (Teste Muscular Manual); a escolha de um msculo pou- pado ou, pelo contrrio, gravemente acometido, reduz o valor da bipsia; a bipsia muscular difi- cilmente pode diferenciar um padro puramente mioptico ou neuroptico, devendo sua valoriza- o ser cuidadosa. A bipsia francamente fibrogordurosa do paciente decorrente do est- gio avanado da doena e a escassez de material no justificou a pesquisa imuno-histoqumica. A anlise do DNA pelo mtodo de PCR per- mite de teco de 98% das delees, enquanto o SO/lthern b/ot detecta as duplicaes. As mutaes de ponto tm sido identificadas atravs de novos mtodos como o SSCP ousingle strand conforl1latiol1 polYJ/wrphism 12 Portanto, a ausncia de delees no locus 21 do cromossoma X do paciente no exclui DMB, pois possvel a existncia de outras mutaes no demonstrveis devido indisponibilidade dos demais mtodos. GAVI, M.I3.R.O. e cols. - Distrofia muscular de l3ecker. de caso e reviso de literatura i\eta Fi sill rim 3(3): 18-23, J996 A sensao de rigidez que o paciente experi- mentava durante o curso da doena demonstra a desigualdade de degenerao muscular entre os msculos agonistas e antagonistas, levando a contraturas, geralmente em fase de cadeira de ro- das. A impossibilidade de movimentao deter- mina edema por estase e artralgias por desuso. No caso es tudado, possivelmente h participao de desnutrio e hipoproteinemia como causa do edema em membros. A DMB deve ser distinguida da polimiosite, outras distrofias e algumas neuropatias, como a atrofia muscular espinhal de Kugelberg- Welander 1 ,13, 14, alm de outras doenas acompa- nhadas de fraqueza e/ ou a trofia muscular. (Qua- dro 1). Na polimiosite, a evoluo da doena mais rpida, h ausncia de histria fami liar, disfagia comum, e a atrofia lTlLlscular no to intensa comparada ao grau de fraqueza . A distrofia de cinturas com incio tardio e pelvifemoral apresenta um quadro bastante seme- lhante DMB, com CK geralmente elevada, pa- dro mioptico EMG e bipsia muscular, porm com herana autossmica recessiva. A Doena de Kugelberg-Welander outra simuladora de DMB, com fraqueza muscular, andar basculante, mano- bra de Gowers e CK freqentemente elevada, po- rm com padro neuroptico EMG, e ausncia de hipertrofia de panturrilhas. O tratamento essencialmente fisitrico e de reabilitao, devido impossibilidade atual de se intervir na patognese da doena. As medidas fisitricas devem ter o objetivo de evitar deformi- dades, prolongar a deambulao independente procurando ampliar as capacidades funcionais. O tratamento deve ser planejado com base em uma ao multidisciplinar, enl que a recuperao do aparelho locomotor se faa simultanean'lente a uma assistncia na rea cultural, educacional, psi- colgica e vocacional. O mdico precisa evitar a apatia que se confi- gura diante de um quadro clnico extremamente desfavorvel, pois atravs dos recursos que a Fisiatria dispe, pode-se proporcionar condies para retardar as seqelas e melhorar a qualidade de vida desta clientela. Seria, portanto, de extre- ma valia que os clnicos se integrassem aos con- ceitos de Fisiatria recomendando precocemente uma assistncia aos doentes miopatas. A avaliao inicial e peridica de ex trema importncia em todo tratamento fisitrico, ofere- cendo equipe de reabilitao um bom conheci- mento das incapacidades fsicas e da melhoria ou no do quadro clnico diante das condutas tera- puticas imputadas. A avaliao dever constar de exame postural, teste muscular manual, exa- me de alguns movimentos funcionais peculiares 21 Actn Fisitricn 3(3): 18-23, 1996 QUADRO 1 Distrofias Musculares Distrofia de Duchenne Distrofia de Cinturas Distrofia Escapulo-umeral Di st rofia Facioescapuloumeral Distrofia Muscular Congnita Distrofia de Emery-Dreyfuss Distrofia Miotnica Doenas Inflamatrias Dermatomiosite/ Polimiosite Miosite de Corpo de Incluso Miastenia Gravis e Sndrome Miastnica de Eaton-Lambert Miopatias Congnitas Doena do Ncleo Central Miopatia da Nemalina Miopatia Miotubular Desproporo Congnita do Tipo de Fibra Miopatias Mitocondriais Miopatias Metablicas e Endcrinas Glicogenoses - Doena de Pompe Paralisia Peri dica Mioglobinria Doenas daTireide Doenas das Paratireides e Osteomalci a Doenas da Hipfise e Adrenais Miopatias Nutricionai s e Txicas Desordens do Neurnio Motor Inferi or Atrofias Musculares Espinhais Atrofia Muscul ar Espinhal Severa (Doena deWerdnig- Hoffman) Atrofia Muscular Espinhal de Severidade intermedi ria Atrofia Muscular Espinhal Leve (Doena de Kugelberg- Welander) Paralisi a Bulbar Progressiva Neuropatias Sensoriomotoras Hereditrias Atrofia Muscular Peroneal Paraparesia Espstica Siringomielia Esclerose Lateral Amiotrfica aos miopatas, exame das habilidades funcionais utilizando-se das Escalas Funcionais de Vignos e Archibald (1960), do Protocolo Adaptado de Siegel (1977), e/ou dos ndices de Barthel e o Sistema de Avaliao de Longo Alcance (LRES), alm da mensurao da amplitude de movimentos das principais articulaes que possam estar compro- metidas como cotovelos, quadris, joelhos e torno- zelos. A cinesioterapia ainda controversa, embora seja uma modalidade teraputica necessria. Ain- da no foram determinadas a durao, a amplitu- de, a carga, a freqncia e velocidade ideais dos exerccios sobre os msculos destes pacientes. 22 Acredita-se que exerccios ativos moderados se- riam benficos, e que exerccios exagerados cau- sariam dano s fibras musculares (Dubowitz 1990), enquanto a imobilidade do paciente deter- minaria atrofias de desuso. As mobilizaes passivas sob a forma de caLI- telosas manobras de alongamento com ritmo lento e freqncia determinada, podero ser aplicadas nos membros superiores e inferiores pois ajudam a manter o comprimento muscular protegendo a amplitude articular, evitando contraturas e defor- midades. Estes alongamentos beneficiam, quando bem aplicados, os tendes de Aquiles, os joelhos e os quadris, prevenindo contraturas em fl exo. Os exerccios em piscina trmica tambm so va- liosos na teraputica das miopatias . As crianas deveriam ser es timuladas na realizao de nata- o, que desenvolve a capacidade respiratria. Os problemas respiratrios devero ser con- duzidos com medidas que propiciem a manuten- o do tnus da musculatura diafragmtica. Um programa de reeducao da tosse e de drenagem postural precisa ser enfatizado. O portador de Distrofia Muscular deve ter sua capacidade deambulatria es tim.ul ada. Alguns servios preconizam o uso de calhas noturnas para manter o comprimento normal dos msculos, principalmente os tendes de Aquiles evitando sua retrao e conseqente equinisnto que muito prejudica a marcha. Em outros servios, preconi- za-se a cirurgia corretiva no momento em que se observa a retrao tendinosa e dificuldade na marcha, seguindo-se do emprego de rteses estabilizadoras de joelhos e tornozelos e de mobi- lizaes passivas, acreditando-se que com es tas medidas a marcha pode ser prolongada por cerca de 2 anos. Nas crianas imobilizadas, orienta-se o uso de coletes r gidos ou a estabili zao da colu- na atravs da cirurgia de Luque, a fim de contro- lar a escoliose progressiva. A terapia ocupacional parte importante do tratamento, pois alm de ser recreativa, es timula o desenvolvimento de habilidades pessoais neces- srias vida diria e at profissional. Atualmen- te, a Informtica tem sido uma grande aliada pro- porcionando excelentes resultados do ponto de vista da integrao social desta clientela. A DMB uma doena incapacitante e fatal, e mdicos e terapeutas devem oferecer ao paciente e sua famlia toda orientao disponvel e um su- porte psicoterpico adequado. O exame bioqumico e/ ou molecular deve ser realizado nas mulheres ligadas ao afetado por la- os maternos, a fim de identificar as portadoras do gene da DMB e possibilitar o planejan'lento adequado de futuras gestaes. Orientaes de- vem ser dadas aos doentes com DMB, que che- GAVI, M.B.R.O. e cals. - Di strofi a muscular de Becker. Relato de caso e r v i s ~ o de literaturl gam idade reprodutiva, e seus descendentes do sexo feminino, que sero portadoras. Em resumo, o tratamento direcionado para um atendimento fisioterpico e reabilitacional, que mantenha uma boa capacidade cardiorrespiratria, alm da prescrio de rteses e outros recursos apropriados(15,16,17,18) para melho- rar a qualidade de vi d a dos pacientes. A cinesioterapia deve ser cautelosa, uma vez que tanto os exerccios ativos exagerados, quanto as mobilizaes e alongamentos excessivos podem agravar as condies funcionais e estruturais da musculatura. Dubowitz preconizou o uso de prednisona como tentativa de melhora funcional dos pacientes com DMD(19), mas no parece ser eficaz. Deve ser enfatizada, portanto, a importncia de um diagnstico precoce, atravs da observa- o da evoluo neuromotora da criana, para que se possa intervir do ponto de vista fisioterpico re tardando as seqelas msculo-esquelticas e posturais, e orientando a partir do incio da vida adulta um aconselhamento gentico-reprodutivo. Referncias bibliogrficas 1. Dubowitz, V: Muscle Disorders in Childhood, Vol XVL. Philadelphia, Saunders, 1978. 2 Davies, KE, Smith, T J. Bundey, S, et ai: Mild and Severe M uscu- lar Dystrophy Associated with Deletions in Xp21 01 the Human X Chromosome. J. Med. Genet., 25: 9-13, 1988. 3. Kingston. HM. Sarlarasi, M, Thomas. NST & Harper. PS: Localizotion 01 the BMD Gene on the Short Arm 01 the Chromosome by Linkage t o Cloned DNA Sequences. Hum. Genet., 67: 6-7, 1984. 4. Forrest, SM, Cross. GS. Flint, 1 Speer, A. Robson, KJW, Davies, KE: Further Studies 01 Gene Deletions that Cause Duchenne and Becker Muscular Dystrophies. Genomics, 2: 109- 114, 1988. 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