Animais Invertebrados I PDF

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A diversidade animal

EF2_7A_CIE_041
N
este mdulo, voc conhecer os principais gru-
pos animais e as caractersticas que envolvem o
Reino Animal.
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Como legal observar os ani-
mais, no concorda, Z?
Concordo sim, Marcos!
E somos rodeados por
eles! Uns se parecem,
mas outros so bem
diferentes!
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O reino animal
J foram identicadas e descritas mais de
1 milho de espcies de animais, espalhadas pe-
los mais diversos ambientes. Elas habitam a Ter-
ra h muitos anos, como nos revelam os fsseis
de trilobitas encontrados. Que tal conhecer um
pouco mais sobre os animais?
Os animais tm o corpo formado por mui-
tas clulas, isto , so pluricelulares. Podem ser
pequenos como um piolho ou grandes como uma
baleia-azul.
Possuem a capacidade de se reproduzirem. Porm, existem diferenas quanto reprodu-
o. Ela pode ser assexuada ou sexuada.
Na reproduo sexuada, o gameta masculino se une e se funde ao gameta feminino, sendo
esse o processo denominado de fecundao. Quando ocorre dentro do corpo da fmea, a fecun-
dao chamada de fecundao interna. Entretanto, se ocorre fora do corpo da fmea, a fecundao
chamada de fecundao externa.
Entre os animais hermafroditas (o mesmo organismo produz
gametas femininos e masculinos) podem ocorrer: a autofecunda-
o* e a fecundao cruzada. Nessa ltima, um organismo herma-
frodita fecunda o outro.
Entre os animais, um exemplo de reproduo assexuada a que
ocorre com a hidra, um animal invertebrado de gua doce. Nesse tipo de
reproduo, no h participao de gametas. Esse animal pode reprodu-
zir-se por brotamento, isto , de um indivduo inicial brota outro, que se
destaca e passa a ter vida independente.
Os animais tambm so classicados como hetertrofos, isto ,
alimentam-se de outros seres vivos. Entretanto, no podem se alimentar
de qualquer coisa, cada espcie animal tem sua alimentao especca;
portanto, s conseguem sobreviver onde existe esse alimento. Por exem-
plo, o bicho-preguia alimenta-se de folhas novas de um nmero restrito
de rvores, como a embaba, a ingazeira, a gueira e a tararanga.
Entre os animais existe uma caracterstica que permite
agrup-los: a presena ou ausncia de coluna vertebral*. De
acordo com isso, podemos formar dois grupos de animais: o dos
invertebrados e o dos vertebrados.
*A autofecundao ocorre
quando os gametas mascu-
linos fecundam os gametas
femininos, produzidos pelo
prprio organismo.
Os trilobitas so invertebrados marinhos que habi-
taram todos os oceanos do planeta, entre 600 e 250
milhes de anos atrs.
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Hidra.
*A coluna vertebral uma
estrutura de sustentao
formada por pequenos ossos,
articulados e denominados
vrtebras.
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Os invertebrados so os animais que no apresentam coluna vertebral. Eles constituem
a maior populao de animais da Terra, cerca de 97% de todas as espcies conhecidas. Os prin-
cipais los de invertebrados so:
Porferos. Ex.: esponjas.
Cnidrios. Ex.: gua-viva.
Platelmintes. Ex.: planria.
Nematelmintes. Ex.: ancilostoma.
Aneldeos. Ex.: minhoca.
Moluscos. Ex.: polvo.
Artrpodes. Ex.: formigas.
Equinodermos. Ex.: estrela-do-mar.
Os vertebrados so os animais que apresentam coluna vertebral. Esse grupo de animais
pertence ao lo dos cordados, que tem como representantes:
Mamferos. Ex.: ser humano, tamandu-
-bandeira, ona-pintada etc.
Aves. Ex.: ararinha-azul, beija-or, tuca-
no etc.
Rpteis. Ex.: jacar-de-papo-amarelo,
cascavel, jaboti etc.
Anfbios. Ex.: sapo, rs etc.
Peixes. Ex.: dourado, tambaqui etc.
Observe nestas imagens o esqueleto de al-
guns animais vertebrados.
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Peixe Pssaro Ser humano
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Polvo.
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Ona-pintada.
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Emoo no mundo animal
Sadie era uma elefanta de circo aprendiz que enfrentava diculdades para assimilar
um determinado truque. Tanto errou que o treinador, irritado, bateu nela com um basto.
O animal, ento, comeou a soluar e chegou a chorar. Comovido, o treinador nunca mais
a castigou. A histria real, um dos exemplos usados pelo psicanalista Jeffrey Masson
e pela biloga Susan McCarthy para provar que os animais tm sentimentos, como dio,
cime ou altrusmo, no livro Quando os Elefantes Choram (Gerao Editorial, 333 p-
ginas). Embora alguns vertebrados tenham crebros bem desenvolvidos, sempre existiu
um problema bsico para saber se possuiriam emoes: eles no falam[...]
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A maneira encontrada pelos pesquisadores para demonstrar sua tese foi observar mo-
mentos em que os animais parecem expressar seu humor de forma semelhante aos huma-
nos. As histrias se acumulam. H um elefante que separa parte da sua rao para um rato
que mora em sua jaula. Um grupo de bfalos que corre e desliza no gelo, aparentemente
por puro divertimento. O bilogo Lynn Rogers notou que, nos momentos de prazer, es-
pecialmente quando esto mamando, lhotes de urso produzem um rudo caracterstico,
semelhante a um ronronar. O pesquisador deu um pedao de toucinho a um urso adulto,
que emitiu o mesmo som.
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H casos impressionantes, como o do golnho que mordeu a mo do treinador por
engano e, em seguida, comeou a bater com a cabea na borda do tanque como se es-
tivesse se punindo. Comportamentos dessa natureza podem levar um leigo a considerar
os animais apenas engraadinhos. Para os bilogos, h um objetivo mais importan-
te: detectar a funo biolgica dessas reaes, especialmente em seres que vivem em
sociedade, como os primatas. A biloga Vnia Diego, da USP, constatou que, entre os
micos-lees-da-cara-dourada, os casais que trocavam mais carcias, dormindo juntos, e
cuidando da pelugem, eram justamente os que conseguiam ter lhotes. Uma concluso
importante que se tira do livro de Masson e McCarthy que:
no temos o direito de fazer experimentos com animais, ca-los ou com-los.
(Revista Veja. So Paulo: Abril, n. 1.563, 9 set. 1998.
Disponvel em: <http://www.geocities.com/RainForest/Vines/5011/sadieera.html>.)
1. O que diferencia um vertebrado de um invertebrado a presena da coluna vertebral.
Descreva o que essa estrutura.
Soluo:
A coluna vertebral uma estrutura de sustentao, formada por pequenos ossos arti-
culados e denominados vrtebras.
1. Qual a diferena que permite reunir os animais em dois grandes grupos?
2. Chamamos de fecundao a unio e fuso entre os gametas femininos e masculinos.
Sobre fecundao, assinale as alternativas corretas.
a. ( ) A fecundao ocorre apenas nos animais invertebrados.
b. ( ) A fecundao o encontro e fuso do gameta masculino com o gameta feminino.
c. ( ) A fecundao interna ocorre no interior do corpo da fmea.
d. ( ) Entre hermafroditas s possvel ocorrer a autofecundao.
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3. Os pandas so animais que se alimentam quase que exclusivamente de folhas tenras e
brotos de bambus. Considerando a alimentao, como podemos classicar os pandas,
se compararmos eles com os vegetais?
4. Observe estas imagens:
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a) Marque com para os vertebrados.
b) Marque com para os invertebrados.
c) Quais os grupos de animais vertebrados?
d) Quais os grupos de animais invertebrados?
5. Os animais podem se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente. Explique como
ocorre cada uma dessas reprodues e exemplique.
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6. No quadro abaixo esto os nomes de muitos animais ameaados de extino. Alguns
deles so vertebrados e outros so invertebrados.
tubaro-azul perereca-verde mico-leo-dourado
sava-preta jacar-au arara-azul
caranguejo-ua ona-pintada besouro-rolabosta
abelha-urucu-negra cervo-do-pantanal coral-de-fogo
a) Busque informaes e separe-os nos respectivos grupos.
Vertebrados Invertebrados
b) Escolha um dos animais acima e faa uma pesquisa sobre ele, enfocando suas
caractersticas e as principais causas de ameaa de extino. Elabore um cartaz,
expondo toda essa situao.
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1. Voc sabe o que so adivinhas? Leia e responda s adivinhas que seguem.
O que o que ?
a) A gente procura sem vontade de encontrar, mas sabe que ele anda com os ps na
cabea.
b) O rei que no usa coroa.
c) Usa bolsa e no mulher.
d) Faa sol ou faa frio, ele tem sempre onde morar, mas no pode a casa alugar.
e) Tem esporas, mas no cavaleiro; tem serra, mas no carpinteiro; tem pico, mas
no padeiro; acorda os outros, mas no despertador; cava a terra, mas no
cavador. E ainda carrega um cristo na cabea.
f) Verde como o mato, e mato no ; imita a fala de gente, mas gente no .
g) Tem luz e vive no escuro.
h) Pas da Amrica do Sul que vive em nosso galinheiro.
i) Tem anis e no tem dedos, corre e no tem ps.
(Cincia Hoje das Crianas. Rio de Janeiro: SBPC, 2004, n. 143, p. 25.)
2. Comente com seus colegas e professores de outras reas (Portugus, Histria, Geo-
graa etc.) e descubra se eles conhecem adivinhas especcas de alguma regio do
Brasil. Organizem um painel com todas as adivinhas que conseguirem e coloquem no
Mural da Escola.
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Sugestes de leitura:
ARNOLD, Nick. Bichos Nojentos. So Paulo: Melhoramentos, 1996. (Coleo Saber Horrvel).
BRANCO, Samuel Murgel. Natureza e Seres Vivos. So Paulo: Moderna, 1993.
CINCIA Hoje na Escola. Bichos. Rio de Janeiro: SBPC, 2003.
CINCIA Hoje das Crianas. Rio de Janeiro: SBPC.
LAMBERT, David. Atlas dos Animais: onde os animais vivem hoje, como evoluram e por que
tantos esto em perigo. So Paulo: Moderna.
Sugestes de sites:
<www.biodiversitas.org.br>.
<www.ibama.gov.br>.
<www.saudeanimal.com.br>.
<www.discoveryportugues.com>.
Sugestes de lmes:
STUART Little. Direo de Rob Minkoff.
DR. Dolitlle. Direo de Betty Thomas.
CATS and dogs. Direo de Lawrence Guterman.
FREE Willy 3. Direo de Sam Pillsbury.
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Porferos e cnidrios
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Onde est o animal?
luta pela sobrevivncia faz parte da vida, e en-
tre os animais no seria diferente. O tempo todo
eles esto tentando escapar dos predadores, que
esquadrinham o ambiente em busca de alimento. Por-
tanto, escapar de servir de refeio para outro animal
constante na vida desses seres vivos. Entre algumas
espcies, a estratgia a de enganar os olhos de seu
caador, por meio do mimetismo. Entre as tcnicas
usadas pelos animais que recorrem ao mimetismo, est
a de imitar cores e formas existentes no ambiente, at
assumir a aparncia de animais perigosos.
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Porferos
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Ser que mesmo uma pedra o que Z est segurando?
Se voc tambm cou confuso(a), no se preocupe.
A um primeiro olhar, parece um mineral, e confunde o ob-
servador menos atento. Alguns pesquisadores do passado
acreditavam que essas estruturas eram formaes rochosas.
Mas, olhando sua estrutura microscpica, a dvida desapare-
ce: um ser vivo, mais propriamente um animal denominado
esponja.
E, se voc continua em dvida, vamos ver algumas ca-
ractersticas desses seres, classicados no Filo Porfera.
Os porferos so organismos muito antigos, que de-
vem ter surgido nos mares primitivos h quase um bilho
de anos. Sua organizao simples: no possuem tecidos
verdadeiros, isto , conjuntos de clulas especializadas na
realizao de tarefas.
Eles vivem xos em substratos, geralmente marinhos. H, porm, alguns representantes do
*ambiente dulccola.
Como so animais xos e, por sua natureza hetertrofa,
incapazes de produzir seu alimento, a nica alternativa que lhes resta
que o alimento venha at eles. E isso que de fato acontece: es-
ponjas so animais ltradores, isto , retiram da gua que circula por
seus corpos oxignio e alimento, necessrios sua sobrevivncia.
Essa circulao possvel porque o animal, como o nome do lo sugere, tem o corpo
repleto de poros, que so pequenos orifcios por onde a gua circula. A palavra porfera vem do
latim poru = orifcio (poro) e ferre = ser portador de (trazer).
As esponjas tm alguns tipos de clulas especializadas na execuo de determinadas
funes. Veja um esquema simplicado do corpo desses animais.
*Ambiente dulccola
aquele de gua doce,
representado por rios,
lagos e lagoas.
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Esponjas.
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Esquema simplicado do corpo de uma esponja.
A gua entra pelos poros, circula na cavidade interior da esponja, o trio, e sai pela
abertura superior, denominada sculo. Nesse trajeto, ao entrar, a gua leva seres vivos micros-
cpicos que fazem parte do plncton, restos de organismos mortos, que serviro de alimento e
oxignio esponja. Ao sair, a gua carrega gs carbnico e outros resduos. A circulao interna
facilitada pela ao de clulas denominadas coancitos, que, com o movimento do agelo,
promovem uma corrente de gua que ui pelo animal.
Lembre-se de que esponjas no tm tecidos e rgos. A digesto e a respirao acon-
tecem diretamente em cada uma das clulas desse animal. A digesto do tipo intracelular
(acontece dentro das clulas).
A sustentao do corpo das esponjas feita por estruturas calcrias ou silicosas, denomi-
nadas espculas (lembram pequenas agulhas) e por uma rede formada de protena, denominada
espongina. Algumas espcies possuem apenas espculas calcrias, outras possuem espculas de
slica e rede de espongina.
A reproduo dos porferos
Pode ser sexuada ou assexuada.
Na reproduo assexuada, no h troca de material gentico entre indivduos diferentes.
Nas esponjas, a reproduo assexuada acontece por:
Gemulao ocorre, principalmente, nas espcies de gua doce. Geram pequenas bol-
sas, as gmulas, que contm amebcitos. Quando as condies so favorveis, essas
clulas escapam e do origem a um novo indivduo.
Regenerao se for dividida em pedaos, cada um deles pode originar uma nova
esponja.
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Brotamento um pequeno broto se forma na lateral de um animal adulto e cresce,
dando origem a outro indivduo.
Reproduo assexuada por brotamento.
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A reproduo sexuada acontece com a produo de gametas. Os gametas masculinos
saem pelo sculo com a gua e, quando alcanam outra esponja, fertilizam os gametas femi-
ninos que ela produz. Por acontecer no interior do corpo da esponja, os pesquisadores conside-
ram que esse seja um processo de fecundao interna. Da clula-ovo formada surge uma larva
(anblstula), que nada livremente at se xar ao fundo ou a uma rocha e, ali, desenvolver
um novo animal adulto.
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Reproduo sexuada das esponjas.
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A importncia econmica das esponjas
Algumas espcies de esponjas, principalmente do gnero Spongia e Hippospongia, so
ainda hoje usadas como esponjas de banho, apesar da concorrncia das esponjas articiais.
Este uso data da Antiguidade, tendo vrias menes ao fato de terem comeado a ser uti-
lizadas para esse m pelo lsofo grego Homero. O apogeu da pesca e cultivo comercial de
esponjas deu-se na dcada de 1930, tendo feito muitas fortunas na Flrida, em Cuba, nas
Bahamas e na Tunsia. No Caribe este apogeu foi seguido por duas epidemias, causadas por
um agente no determinado, em 1938 e 1947. Aps isso as populaes locais nunca mais
voltaram abundncia anterior e o consequente aumento da coleta no Mediterrneo acarre-
tou um declnio nas populaes nativas deste local. A isso somaram-se infestaes bacteria-
nas entre 1986 e 1990, que colocaram a pesca de esponjas e a indstria da espongicultura
nos modestos nveis de atividade atuais, ou seja, produzindo cerca de 10% do material
comercializado nos anos 1930. Ainda assim, as esponjas naturais so de qualidade superior
s sintticas, sendo muito valorizadas. Para se ter uma ideia, em 1985, o preo do kilograma
de esponja bruta importada pela Frana variava entre US$ 16 e US$ 86, dependendo de sua
qualidade. No se conhecem no Brasil localidades com abundncia de esponjas de banho,
mas possvel que uma espongicultura fosse vivel.
Por serem organismos ssseis e ltradores, a repartio espacial das esponjas forte-
mente inuenciada pela qualidade da gua, especialmente pelo seu contedo em partculas
orgnicas e minerais, poluentes e materiais orgnicos dissolvidos. Elas so, portanto, boas
indicadoras da qualidade da gua e seu uso no monitoramento ambiental tem sido recomen-
dado por alguns pesquisadores.
As esponjas produzem uma grande diversidade de metablitos secundrios, muitos dos
quais tm estruturas originais de grande interesse para a farmacologia e a pesquisa bio-
mdica. Esses compostos representam um importante recurso natural, pois podem levar
produo de medicamentos mais ecazes contra o cncer e outras doenas graves, como as
causadas por vrus, bactrias ou fungos. As esponjas so um dos grupos de organismos com
maior percentagem de espcies produtoras de compostos antibiticos, antitumorais e anti-
virais. Outros invertebrados como briozorios, ascdias e cnidrios no tm tantas espcies
com compostos ativos, nem um espectro to amplo de atividades quanto as esponjas.
A atividade antifngica menos frequente em esponjas do que a antibacteriana. Cerca
de uma dzia de espcies do litoral sudeste tm atividade antifngica demonstrada. Esses re-
cursos podem ser explorados por meio de cinco mtodos bsicos: extrativismo direto, sntese
qumica, aquacultura, engenharia gentica e cultura de clulas. Cada um desses mtodos tem
suas vantagens e diculdades e a forma mais ecaz de explorao pode ser diferente para cada
espcie, ou envolver o emprego de mais de uma tcnica entre as cinco citadas acima. Suas
peculiaridades fazem das esponjas de modo geral um recurso renovvel, com amplo espectro
de aplicaes. A utilizao efetiva desses animais no Brasil , porm, ainda bastante reduzida.
(UFRJ. Disponvel em: <http://acd.ufrj.br/labpor/1-Esponjas/Esponjas.htm#Importancia>.)
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Cnidrios
So seres que possuem clulas urticantes, ou
seja, que produzem substncias capazes de causar
sensaes de queimao.
Fazem parte desse lo: as anmonas, os co-
rais, as hidras e as guas-vivas. A maioria dos cni-
drios vive no mar, mas alguns so de gua doce,
como a hidra. Existem cerca de 10 000 espcies j
conhecidas; porm, cada nova expedio s gran-
des profundidades ocenicas revela seres at en-
to nunca vistos.
Plipos so cnidrios com forma cilndrica que, em geral, vivem xos. Medusas tm forma
de guarda-chuva e, apesar de poderem se locomover ativamente, so, muitas vezes, apenas
carregadas pela correnteza.
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Comparao entre plipos e medusas.
Essas formas parecem muito distintas, mas tm muito
em comum. Tanto o plipo quanto a medusa apresentam uma
cavidade nica, que preenche a maior parte do corpo do ani-
mal. Essa cmara recebe o nome de cavidade digestria e nela
ocorre parte do processo de digesto.
A cavidade digestria, tanto nas medusas quanto nos
plipos, tem uma abertura nica denominada boca, a qual
rodeada por tentculos em nmero e tamanho variado.
Em comum, h ainda a presena das clulas urticantes,
denominadas cnidcitos, no interior dos quais h uma cpsula
contendo um lamento e um lquido urticante. A nalidade dessa estrutura permitir ao animal
a captura de alimento e a defesa contra predadores.
Peixe-palhao e anmona.
Corais.
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Quando um peixe ou outro animal toca o cnidcito, a cpsula interna se abre e libera o
lquido que paralisa a presa, permitindo que seja levada boca e desta cavidade digestria,
em que se inicia o processo de digesto. As sobras da digesto so eliminadas pela boca.
Principais classes de cnidrios
Podemos agrupar os cnidrios em trs classes.
Hidrozorios Cifozorios Antozorios
Caravelas e hidras guas-vivas Anmonas e corais
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Hidras em gua doce.
Caravelas no mar.
Marinho. Marinho.
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Hidras tm forma de plipo.
Caravelas so coloniais.
Forma de medusa. Forma de plipo.
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aAs hidras podem viver presas ao
fundo ou movimentar-se. Cara-
velas utuam no mar, empurra-
das pelo vento.
Medusas nadam ativamente por
mecanismos de jato-propulso,
em que jatos de gua so ex-
pelidos do corpo e deslocam o
animal.
H espcies solitrias, como as
anmonas e espcies coloniais,
como os corais que constroem
grandes formaes calcrias.
A reproduo em cnidrios
Os cnidrios apresentam as mais variadas formas de reproduo. Podem reproduzir-se
assexuadamente por brotamento, ou sexuadamente, com formao de gametas. Em algumas
espcies, ocorre um processo denominado alternncia de geraes, no qual, em uma fase, h
reproduo assexuada e, na fase seguinte, reproduo sexuada.
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Observe neste esquema como ocorre a reproduo com alternncia de geraes.
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Ciclo biolgico dos cnidrios.
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Corais
Na foto abaixo, voc pode ver um coral crebro.
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Crebro.
Essa estrutura formada por milhares de pequenos plipos que secretam um esque-
leto calcrio ao redor de seus corpos. Existem corais das mais diversas cores. A maioria
vive em guas mornas e rasas; existem, porm, espcies que habitam guas mais pro-
fundas.
Quando os plipos morrem, o esqueleto calcrio serve de apoio para as novas gera-
es. Assim, vo sendo construdos recifes que podem chegar a ter mais de 2 000km de
extenso, como a Grande Barreira de Recifes, na Austrlia.
1. Vivendo xas ao substrato, como as esponjas obtm o alimento necessrio sua
sobrevivncia?
Soluo:
O alimento vem at elas junto com a gua, que entra em seu corpo atravs dos poros.
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1. No litoral da Austrlia existe uma gua-viva conhecida como vespa-do-mar. Esse animal
muito perigoso e pode causar a morte de banhistas que esbarrem nela. Que estrutura
de defesa existente nas guas-vivas responsvel por esse tipo de acidente?
2. Os cnidrios so animais aquticos que apresentam formas diferentes, conforme o
modo de vida.
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gua-viva.
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Hidra.
a) Como so denominadas as formas A e B?
b) Cite um exemplo de animal que tenha a forma A e um que tenha a forma B.
c) Como acontece a digesto dos cnidrios?
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3. Que estruturas desempenham a funo de sustentao no corpo dos porferos?
4. Os porferos podem se reproduzir sexuadamente ou assexuadamente. Sobre esse as-
sunto, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira.
( a ) Gemulao.
( b ) Regenerao.
( c ) Brotamento.
( d ) Reproduo sexuada.
( ) Quando de um pedao pode surgir uma nova esponja.
( ) Quando de um pequeno broto origina-se um novo indivduo.
( ) Quando verica-se o surgimento de uma larva denominada anblstula.
( ) a reproduo muito utilizada quando as condies ambientais esto desfavor-
veis.
5. Faa o desenho de uma esponja e de uma gua-viva, indicando suas respectivas
estruturas.
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6. No Brasil, os acidentes mais graves relacionados aos cnidrios so causados pelas
caravelas. Pesquise as caractersticas desses animais e quais so os principais riscos
que trazem aos banhistas.
Platelmintes
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NESTE MDULO, APRENDE-
REMOS SOBRE OS PLATELMIN-
TES, QUE SO INVERTEBRADOS
E CONHECIDOS COMO VERMES
ACHATADOS.
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Os animais com forma de ta
Observe o animal desta imagem.
O animal da foto uma planria. Juntamente com a
Taenia, ela pertence ao Filo Platyhelminthes, nome que, em
grego, signica platy = achatado e helminthes = verme; en-
to, os platelmintos so vermes achatados.
Eles podem ser de vida
livre ou parasitas*. Quanto ao
tamanho, podem ser pequenos,
com alguns milmetros apenas,
ou muito compridos, chegando a quase 2m. Alguns ainda so bem
maiores, chegando a mais de 8m de comprimento.
Os platelmintes no possuem nus, apenas boca, isto , seu
tubo digestrio incompleto. No possuem sangue, nem sistema
circulatrio e nem sistema respiratrio; os nutrientes e os gases
so absorvidos clula a clula, por difuso.
Eles podem ser agrupados em trs classes: Turbellaria, Tre-
matoda e Cestoda.
Classe Turbellaria
Exemplo: Planria.
Hbitos: animais de vida livre, vivendo geralmente em
gua doce.
Caractersticas: corpo achatado, com duas manchas
ocelares na regio dorsal, sensveis luz. Boca situa-
da na regio ventral.
Reproduo: so hermafroditas, mas reproduzem-se por
fecundao cruzada. Podem tambm reproduzir-se as-
sexuadamente, por diviso do corpo. Tm alta capaci-
dade de regenerao, quando seu corpo dividido em
pedaos.
Classe Trematoda
Exemplo: Schistosoma mansoni. o causador da esquistossomose.
Hbitos: vivem na forma adulta como parasitas das veias do fgado, do intestino e do
bao.
*Parasitas so organismos
que vivem s custas de
outros seres, geralmente
prejudicando-os.
Planria.
Taenia solium scolex.
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Regenerao da planria.
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Caractersticas: o macho tem 1cm, corpo achatado. A fmea tem 1,5cm e corpo ciln-
drico. No perodo de reproduo, a fmea se aloja no corpo do macho, em um canal
conhecido como ginecforo.
Esquistossomose
Popularmente conhecida como barriga-d'gua, xisto-
se ou bilharziose, a esquistossomose causada pelo verme
Schistosoma mansoni e um indicativo socioeconmico impor-
tante, pois est relacionado pobreza. Estima-se a existncia
de 150 milhes de portadores de esquistossomose no mundo,
sendo 5 milhes no Brasil. H outras espcies de Schistosoma
que no ocorrem no Brasil.
Ciclo de transmisso
Os ovos do S.mansoni so eliminados nas fezes do homem. Quando alcanam a gua, eclo-
dem, originando miracdios, que medem 0,15mm, e que vo parasitar o hospedeiro intermedirio:
um caramujo do gnero Biomphalaria. No caramujo, o miracdio se desenvolve, dando origem a
cercrias. Um miracdio pode originar 100 000 cercrias (1mm), que saem do caramujo e cam na
gua, de onde conseguem parasitar o homem, penetrando-lhe a pele. Depois da penetrao, os
vermes chegam circulao e se alojam nos vasos do fgado e do intestino. Ali, as fmeas (1,5cm)
fazem a postura de mais ovos, que sero eliminados com as fezes. E o ciclo reinicia.
A entrada das cercrias pela pele produz coceira local e a presena dos vermes adultos
causa acmulo de lquidos no abdome, da o nome de barriga-d'gua.
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Schistosoma mansoni.
Larva cercria
Caramujo
(hospedeiro intermedirio)
Miracdio
Ovo
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Preveno
Evitar banhos em locais onde possa existir o hospedeiro intermedirio, o caramujo.
Controlar a ploriferao do caramujo hospedeiro.
Elaborar campanhas de conscientizao sanitria.
Investir em saneamento bsico.
Classe Cestoda
Exemplo: Taenia saginata e Taenia solium. So os causadores da tenase e, no caso da
Taenia solium, da tenase e da cisticercose.
Hbitos: so parasitas, vivendo na forma adulta no intestino do ser humano. Ali se xam
com auxlio de ventosas (Taenia saginata) e de ventosas e ganchos (Taenia solium).
Caracterstica: tm corpo parecendo uma longa ta dividida em segmentos, as pro-
glotes. Um indivduo pode ter mais de 700 proglotes. O corpo da tnia dividido em
esclex (cabea), colo (pescoo) e estrbilo (restante do corpo). Elas absorvem os
nutrientes do intestino do hospedeiro, atravs da superfcie do corpo.
Reproduo: so hermafroditas e fazem autofecundao.
Tenase
Tambm conhecida como solitria, essa verminose pode ser causada por dois tipos de
tnia, a Taenia solium e a Taenia saginata.
O ciclo das duas muito parecido, sendo que o hospedeiro intermedirio da T. solium o
porco, enquanto que o da T. saginata o boi.
Vamos ver o ciclo da T. solium, pois apresenta maior nmero de ocorrncias no pas.
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Carne (msculo) com
cisticerco
cisticerco
Ovos eclodem no
intestino do porco
Tnia adulta no intesti-
no do homem
Ovos liberados nas fezes hu-
manas
Desenho esquemtico explicando o ciclo da tenase.
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As tnias tm corpo muito longo (at 8m), com uma das extremidades bem na, onde
esto a cabea e o colo. Logo aps, existem numerosos anis (proglotes) que vo se tornando
cada vez maiores, medida que se afastam da cabea. Esses anis possuem sistema reprodu-
tor masculino e feminino. Os ltimos anis so denominados grvidos e se desprendem com
as fezes da pessoa contaminada, cada um com milhares de ovos. O hospedeiro intermedirio
(porco) ingere os ovos presentes em alimentos contaminados e desenvolve o cisticerco nos seus
tecidos, principalmente no muscular. Se o homem ingerir carne contaminada pelo cisticerco,
desenvolve a tnia adulta no intestino. Ali, o verme provoca aumento do movimento intestinal,
causando dor abdominal, fome e perda de peso, mesmo com uma alimentao adequada.
Cisticercose
Cisticercose o desenvolvimento de cisticercos no tecido humano, consequncia da in-
gesto acidental dos ovos da Taenia. Os cisticercos podem se alojar em locais diversos do orga-
nismo, como olhos, msculos, fgado e crebro, onde produzem a neurocisticercose, doena bem
mais grave do que a tenase, pois pode provocar convulses, perda da viso e alucinaes.
Preveno
A preveno inclui saneamento bsico e cozimento adequado da carne, scalizao e
controle sanitrio do rebanho bovino e suno.
Relembrando
Tenase: o hospedeiro intermedirio (porco ou boi) ingere os ovos e desenvolve os
cisticercos. O homem se contamina ao ingerir a carne contaminada com cisticercos.
Cisticercose: o homem ingere os ovos da Taenia e desenvolve os cisticercos nos
olhos, msculos, fgado e crebro.
Meu animal de estimao
Colunista mostra como regenerao de planrias pode ajudar a
combater o cncer e outras doenas
Em meu curso de graduao em Biologia pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) havia um professor de zoologia que dava a todos os interessados uma planria
de estimao em um vidrinho com gua. A maioria dos alunos levava esse verme pla-
telminto de grandes olhos tristes para casa e, de vez em quando, o alimentava com um
pedacinho de carne. Porm, algumas pessoas no se satisfaziam apenas em impressionar
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seus amigos com seu animal extico e o submetiam a experimentos que fariam inveja ao
carrasco nazista Josef Mengele: cortavam pedaos de sua planria e, aps alguns dias,
observavam que o animalzinho se regenerava e assumia formas bizarras, ou seccionavam
totalmente o corpo do verme para gerar duas novas planrias!
Quase todos os seres vivos possuem essa capacidade regenerativa, embora de forma
limitada. Os seres humanos, por exemplo, conseguem regenerar at 2/3 de seu fgado
quando necessrio. Porm, nenhum vertebrado capaz de empreender as maravilhas que
seres como as planrias podem realizar. Thomas Hunt Morgan (1866-1945), um dos pais
da gentica, mostrou que um fragmento equivalente a 1/297 do corpo desses vermes
com cerca de 10 mil clulas pode regenerar o animal integralmente. Essa capacidade
regenerativa deve-se presena, no corpo desses platelmintos, de clulas-tronco toti-
potentes denominadas neoblastos, que podem, quando necessrio, gerar todos os outros
tipos celulares do animal.
O processo de regenerao pode ocorrer por meio da reorganizao dos tecidos exis-
tentes e de seus limites (morfolaxia) ou da reconstituio das partes perdidas, a partir
de clulas presentes em tecidos preexistentes (epimorfose). A morfolaxia mais comum
e ocorre em diversos animais, como as estrelas-do-mar e as hidras. A epimorfose, por ser
um processo mais complexo, mais rara. As planrias so os nicos animais com simetria
bilateral (com apenas um plano imaginrio que divide o corpo em duas metades iguais)
capazes de sofrer epimorfose.
Um dos objetivos atuais da pesquisa sobre regenerao de planrias descobrir
como um pequeno amontoado de clulas retiradas de um verme capaz de gerar corre-
tamente um animal inteiro. Aparentemente, existem diferenas entre clulas localizadas
em regies distintas do organismo desses vermes, que indicam ao animalzinho como
remontar corretamente seu corpo. A identidade e o mecanismo de ao desses sinais so
um mistrio ainda.
Quando o corpo de uma planria seccionado, observa-se, durante as primeiras ho-
ras, uma cicatrizao do local afetado, devido remodelagem dos tecidos (morfalaxia),
aliada ocorrncia de grande nmero de mitoses (diviso celular que gera duas clulas
idnticas original) e migrao dos neoblastos. Algumas clulas dessa regio podem
sofrer um processo de desdiferenciao e se tornar novamente totipotentes, para conse-
guir repovoar o local afetado.
Nesse local, forma-se um tecido de regenerao conhecido como blastema. Clulas
presentes no blastema diferenciam-se e geram novamente os diversos tipos celulares
do animal. Durante a fase nal do processo de regenerao, ocorre um ajustamento das
estruturas formadas por meio da proliferao e diferenciao celulares. Nessa regio,
tambm se observa a eliminao de clulas desnecessrias atravs de apoptose o pro-
cesso de morte celular programada.
Apesar da grande capacidade proliferativa dos neoblastos, as planrias apresentam
nveis muito baixos de cncer. Por isso, a compreenso dos mecanismos que inibem o
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surgimento de neoplasias nesses seres pode gerar terapias para combater essa patologia
nos seres humanos. Alm disso, compreender como o sistema nervoso desses animaizi-
nhos capaz de se regenerar em poucos dias pode nos auxiliar no combate a doenas
degenerativas, como os males de Parkinson e Alzheimer.
Jerry Carvalho Borges ps-doutorando da Universidade do Texas, em San Antonio.
(Revista CH-online. 16 jun. 2006.)
1. Os platelmintes Schistosoma mansoni e Taenia solium apresentam:
a) o ser humano como hospederio intermedirio.
b) um invertebrado como hospedeiro intermedirio.
c) dois tipos de hospedeiro, um intermedirio e um denitivo.
d) um nico tipo de hospedeiro.
Soluo: C
1. Viajando, voc chega a um local bonito com uma lagoa convidativa para um banho
refrescante. Na margem da lagoa, h uma placa que informa: Lagoa da Coceira. Alm
de pequenos peixes, voc percebe a existncia de caramujos muito bonitos, de con-
chas espiraladas, planas e marrom-acinzentadas. Um garoto barrigudinho brinca na
gua. Voc resolve:
a) tomar um banho, porque se h seres vivos na lagoa sinal de que ela no est
poluda e, portanto, no oferece riscos sade.
b) evitar o contato com a gua, porque a barriga do garoto indica uma doena cha-
mada amarelo.
c) tomar banho, porque voc recentemente usou remdios que lhe deram imunidade
a qualquer contaminao.
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d) evitar o contato com a gua, porque ela pode conter cercrias que, entrando por
sua pele, causaro esquistossomose.
e) no tomar banho, porque ali pode haver lombrigas capazes de causar coceira pelo
corpo.
2. Diferencie a forma de contaminao existente entre a tenase e a cisticercose.
3. Por que o controle do caramujo Biomphalaria importante para o controle da esquis-
tossomose?
4. Qual a relao existente entre a tenase e o saneamento bsico?
5. A esquistossomose uma doena que atinge principalmente as regies mais pobres
do Brasil. Pesquise quais so essas regies e quais so os principais fatores que con-
tribuem para agravar essa situao.
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Nematelmintos
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scaridase uma doena causada pelo verme
Ascaris lumbricoides, pertencente ao grupo dos
nemaltelmintos. Vamos conhecer mais sobre eles?
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EU SEI, LILO! MINHA BARRIGA DI
BASTANTE. O MDICO DISSE QUE
ESTOU COM ASCARIDASE.
NOSSA, JUCA!
COMO VOC EST PLIDO
E MAGRO!
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Vermes de corpo cilndrico
O verme da foto o Ascaris lumbricoides, um nematelminto
parasita do homem. Existem tambm espcies parasitas de outros
animais e at de plantas. Mas h tambm milhares de espcies de
nematelmintos de vida livre, habitantes do solo e de ambientes aqu-
ticos.
A palavra nematelminto, de origem grega, formada por nema-
tos = lamento e helminthes = verme. Portanto, nesse lo esto os
vermes de corpo cilndrico e alado nas duas extremidades.
Esses animais, em geral, tm tubo
digestrio completo*, tm sexos separados e, muitas vezes, ma-
chos e fmeas podem ser facilmente distinguidos.
Nematelmintos de interesse mdico
Entre as verminoses causadas por nematelmintos, as mais signicativas, pelo nmero
de pessoas afetadas e pelo prejuzo que acarretam sade, so: a ascaridase, a lariose e a
ancilostomose.
Ascaridase
causada pelo Ascaris lumbricoides, um verme cilndrico de apro-
ximadamente 30cm de comprimento, conhecido popularmente como lom-
briga.
Os animais adultos podem ser econtrados no intestino humano. As
fmeas produzem ovos (cerca de 200 000 por dia), que so liberados com as
fezes. Durante trs semanas, a larva amadurece dentro do ovo. Depois disso,
o ovo passa a ser infectante. A contaminao se faz pela ingesto dos ovos
presentes na gua ou em frutas e verduras mal lavadas e contaminadas. No
intestino, as larvas rompem os ovos, perfuram a parede dos vasos e caem na circulao sangu-
nea. Chegando aos pulmes, provocam irritao, podendo causar problemas respiratrios e tosse;
depois, migram at a faringe, so engolidas e retornam ao intestino, passando forma adulta.
A verminose provoca dor e aumento do volume abdominal, nusea, vmito e emagrecimento.
Preveno
feita com hbitos de higiene, como lavagem das mos antes das refeies, consumo de
gua tratada e preparo adequado de alimentos, principalmente aqueles que so consumidos crus,
como frutas e verduras. O tratamento do esgoto tambm uma importante forma de preveno.
*Dizemos que um animal
possui tubo digestrio
completo quando ele possui
boca e nus.
Ascaris lumbricoides.
Ascaris lumbricoides.
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Ciclo da ascaridase.
Filariose
causada por um verme denominado Wuchereria
bancrofti que, na forma adulta, mede de dois a seis cent-
metros.
A transmisso feita por um mosquito do gnero
Culex (murioca), que se contamina ao sugar o sangue de
uma pessoa j infectada.
A forma adulta vive nos vasos linfticos do corpo
humano. Nesses vasos h a circulao da linfa, um lquido claro, transparente, coletado no meio
intercelular.
A presena do verme impede a circulao da linfa e o rgo afetado incha muito. Como
geralmente os parasitas esto nos vasos das pernas, elas cam deformadas e, por isso, a doen-
a tambm recebe o nome de elefantase, pois as pernas cam imensas, como as patas de um
elefante.
Preveno
A preveno pode ser feita com o uso de mosquiteiros, repelentes, inseticidas e telas em por-
tas e janelas. O tratamento dos doentes ajuda a reduzir o nmero de mosquitos contaminados.
Mosquito Culex.
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Ancilostomose
Tambm conhecida como amarelo ou opilao, essa ver-
minose causada por dois tipos de nematoide: o Ancylostoma
duodenale e o Necator americanus. Os dois parasitas medem
entre 0,8 e 1,3cm, quando adultos. A forma infestante uma
larva que entra no corpo humano por meio da pele, chega
circulao sangunea, passa pelos pulmes e engolida. No
intestino, as larvas se desenvolvem, atingindo a forma adulta,
e se alimentam de sangue. As fmeas fazem a postura de ovos,
que chegam ao exterior junto com as fezes, e libertam no solo
as larvas infestantes, que entram no corpo por intermdio da
pele, causando coceira e irritao local.
A presena de grande nmero de vermes leva a um quadro grave de anemia (reduo nos
glbulos vermelhos do sangue), que deixa a pessoa cansada, desanimada e plida (da o nome
popular da verminose ser amarelo).
Preveno
O uso de calados e uso de instalaes sanitrias adequadas, e tratamento de esgoto, so
medidas preventivas importantes.
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Detalhe ampliado da boca de
Ancylostoma, mostrando os
quatro dentes que perfuram a
parede intestinal para que o
verme se alimente de sangue.
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Relembrando
Verminose Causador Contaminao Sintomas Preveno
Ascaridase
Ascaris
lumbricoides
Ingesto de ovo.
Aumento do volume
abdominal, nusea,
vmito,
emagrecimento.
Saneamento bsico, lavar bem
as mos antes das refeies,
frutas e verduras,
beber gua tratada.
Filariose
Wuchereria
bancrofti
Picada do mos-
quito do gnero
Culex.
Inchao dos
membros.
Tratamento dos doentes,
uso de telas nas janelas,
inseticidas e repelentes.
Ancilostomose
Ancylostoma
duodenale e
Necator
americanus
Penetrao da
larva pela pele.
Anemia profunda,
enfraquecimento,
palidez.
Saneamento bsico, uso de
calados.
1. Qual a principal diferena existente entre os nematelmintos e os platelmintos, em
relao ao formato do corpo?
Soluo:
Os platelmintos apresentam corpo achatado, e os nematelmintos corpo cilndrico.
1. Que vermes eram responsveis pelo estado de sade do personagem Jeca-Tatu?
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2. Sobre nematoideos parasitas do homem, podemos corretamente dizer que:
a) Ascaris lumbricoides pode provocar cncer intestinal no seu hospedeiro intermedirio,
que o homem.
b) Wuchereria bancrofti, agente da lariose, adquirido pela ingesto de gua e ali-
mentos contaminados.
c) a verminose amarelo provocada pelos Necator americanus ou Ancylostoma
duodenale.
d) os vermes do amarelo so transmitidos de uma pessoa doente a uma s, por
insetos hematfagos.
3. Para prevenir-se da contaminao de algumas doenas causadas por nematelmintos,
so necessrias algumas medidas. Sobre esse assunto, relacione as colunas abaixo
(voc pode ter mais de uma opo para cada item):
( a ) Ascaridase
( b ) Filariose
( c ) Ancilostomose
( ) Uso de calados.
( ) Uso de repelentes.
( ) Lavar as mos antes das refeies.
( ) Uso de telas nas janelas.
( ) Higiene pessoal.
4. A ancilostomose uma doena que pode, em presena de grande quantidade de ver-
mes, causar um quadro de anemia grave.
Explique qual o fator que causa esse quadro.
5. A ascaridase uma doena comum em crianas. Quais so os principais sintomas que
uma pessoa infectada pode desenvolver?
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De modo geral se considera saneamento bsico os sistemas de abastecimento de
gua, o esgotamento sanitrio e a coleta de resduos slidos. Como acesso aos servios de
saneamento bsico se compreende a presena de rede geral de abastecimento de gua, a
coleta pblica de lixo e a proporo da populao coberta por esses servios.
Apesar de muitas causas de morte no estarem diretamente relacionadas com a falta
de saneamento bsico, este um indicador do desenvolvimento econmico e social que
deve ser considerado nas anlises de situao de sade. indiscutvel, por exemplo, a
correlao entre a falta de saneamento bsico e a ocorrncia de diarreia e parasitoses
intestinais, sobretudo entre as crianas, mas tambm em adultos.
No Brasil, ainda so muitas as insucincias e desigualdades na distribuio dos ser-
vios de saneamento bsico. Grande parte da gua fornecida populao no tratada,
quase no existe tratamento de esgotos, a disposio ou destino dos resduos slidos
inadequada, prejudicando a ecincia das polticas de outros setores, como a sade e o
meio ambiente.
(Disponvel em: <sespa.pa.gov.br>. Acesso em: 15 maio 2005.)
Quantas residncias no dispem de gua encanada?
Quantas residncias no esto ligadas rede de esgotos?
Quantas cidades jogam o esgoto diretamente nos rios, sem sofrer nenhum tipo de
tratamento?
6. Para responder a essas perguntas busque informaes no site <www.ibge.gov.br>.
Traga as informaes para a sala de aula e, junto com colegas e professor, construam
um mural sobre a situao do saneamento bsico no Brasil.
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