Este documento descreve o desenvolvimento urbano e regional de Teresina, capital do estado brasileiro do Piauí. Teresina foi fundada em 1852 após a transferência da capital da província de Oeiras para uma nova localização, e foi planejada com um traçado ortogonal inspirado nos modelos urbanísticos portugueses do século XVIII. O documento também discute a importância histórica dos rios Parnaíba e Poti para a colonização inicial da região e o estabelecimento dos primeiros assentamentos ao longo de seus curs
Este documento descreve o desenvolvimento urbano e regional de Teresina, capital do estado brasileiro do Piauí. Teresina foi fundada em 1852 após a transferência da capital da província de Oeiras para uma nova localização, e foi planejada com um traçado ortogonal inspirado nos modelos urbanísticos portugueses do século XVIII. O documento também discute a importância histórica dos rios Parnaíba e Poti para a colonização inicial da região e o estabelecimento dos primeiros assentamentos ao longo de seus curs
Este documento descreve o desenvolvimento urbano e regional de Teresina, capital do estado brasileiro do Piauí. Teresina foi fundada em 1852 após a transferência da capital da província de Oeiras para uma nova localização, e foi planejada com um traçado ortogonal inspirado nos modelos urbanísticos portugueses do século XVIII. O documento também discute a importância histórica dos rios Parnaíba e Poti para a colonização inicial da região e o estabelecimento dos primeiros assentamentos ao longo de seus curs
Este documento descreve o desenvolvimento urbano e regional de Teresina, capital do estado brasileiro do Piauí. Teresina foi fundada em 1852 após a transferência da capital da província de Oeiras para uma nova localização, e foi planejada com um traçado ortogonal inspirado nos modelos urbanísticos portugueses do século XVIII. O documento também discute a importância histórica dos rios Parnaíba e Poti para a colonização inicial da região e o estabelecimento dos primeiros assentamentos ao longo de seus curs
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Desenvolvimento urbano e regional de Teresina, Piau, Brasil e sua
importncia no atual quadro de influncia na Rede Urbana Regional no Brasil.
Constance de Carvalho Correia J acob Melo Mestranda do curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, So Paulo, Brasil
Dra.Gilda Collet Bruna, Professora Universidade Presbiteriana Mackenzie, So Paulo, Brasil
Palavras-chave: desenvolvimento urbano; habitao de interesse social; influncia regional da cidade.
Introduo Em 1549, Tom de Souza chegou ao Brasil e fundou Salvador para ser a capital da colnia. Trouxe consigo ordem do Rei de Portugal, para garantir a posse da terra. Para auxili-lo nessa empreitada, contou com a ajuda de Garcia dAvila, fundador da Casa da Torre, na Bahia. (M.BANDEIRA, 2000) Durante o sec. XVII, os bandeirantes paulistas fizeram incurses ao Nordeste brasileiro em busca de ndios que aprisionados servissem de mo de obra escrava para a lavoura. Entre eles estava Domingos J orge Velho (CASTELO BRANCO, 1990), que em 1670 foi convidado por Francisco Garcia dvila, proprietrio da Casa da Torre, na Bahia, para dizimar os ndios da regio do vale do rio So Francisco (NUNES: 2001). Por ocasio da morte de D. J oo V, em 1750, Portugal encontrava-se em uma grande crise econmica. O novo Rei, D. J os I, nomeou como secretrio de Estado dos Negcios da Guerra e Estrangeiro do Reino de Portugal, Sebastio J os de Carvalho e Mello, que veio a se tornar o Marqus de Pombal em 1769 que teve importante papel na recuperao econmica de Portugal 1 . O projeto de recuperao da economia portuguesa passava por uma maior explorao de suas colnias, principalmente as do Brasil, objetivando transformar Portugal numa metrpole capitalista aos moldes da Inglaterra (AZEVEDO, J . L. 1990).
1 Em 1755, Lisboa foi atingida por um terremoto, seguido de um maremoto, ficando bastante destruda. Nesse momento, Sebastio de carvalho e Mello, foi bastante hbil e eficiente no comando da reconstruo da cidade, modernizando, inclusive, o traado urbano.
3589 A ocupao do Brasil ocorria neste perodo pela concesso de sesmarias (terras rurais). Garcia d'vila possua o domnio de uma sesmaria cuja rea se estendia desde o rio So Francisco, na Bahia, at ento inexplorado, at o rio Parnaba, no Piau. Eram terras atribudas Casa da Torre de Garcia d'vila (M.BANDEIRA, 2000). O rio Parnaba junto com o rio So Francisco, constituiu-se num importante caminho para o rebanho do gado trazido pelos sertanistas. Durante a primeira metade do sec. XIX vrias vilas foram criadas ao longo de suas margens e outros afluentes foram descobertos, entre eles o Gurguia e o Poti. O processo de colonizao do Piau se d ento, a partir de 1670, quando Domingos Affonso Mafrense comeou a desbravar e conquistar o serto brasileiro. Francisco Dias dvila, neto de Garcia dvila, e Mafrense receberam patentes militares que os respaldavam nessa interiorizao colonizadora. Francisco Dias dAvila foi nomeado Coronel Comandante e Domingos Affonso Mafrense, capito do exrcito (CHAVES, 1998). O territrio piauiense era ocupado por tribos indgenas como os Putis, (MOTT, 1979) que se localizavam na foz do rio Poti. Os ndios Tremembs estavam na regio do o baixo rio Parnaba e tambm em seu o delta. Os ndios que no conseguiram fugir do Piau foram aprisionados e passaram a servir como mo de obra escrava (CEPRO, 1979,p.15). Os domnios da Casa da Torre foram rapidamente se expandindo e em pouco tempo Garcia Dvila se tornou proprietrio de uma grande sesmaria com domnios se expandindo pelo interior do piau. Estas fazendas acabaram por transformar-se em sesmarias e serviam como remunerao aos servios prestados contra grupos indgenas da regio. Um destes primeiros ncleos fundados no Piau foi a fazenda de gado Cabrobr 2 , situada margem direita do Riacho da Mocha.
2 Descrio do Serto do Piau, de Pe. Miguel de Carvalho, tal como citada em Wilson de Andrade Brando, Formao Social, in Piau: Formao Desenvolvimento Perspectivas,op. cit., p.16.
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Mapa Oeiras Colonial Disponvel em http://oeiras_brasil.blogs.sapo.pt
Em 1758, atravs de Carta Rgia, foi criada a Capitania de So J os do Piau, em homenagem ao rei D.J os ao mesmo tempo em que elevou a ento Vila do Mocha, a condio de capital recebendo nova denominao: Oeiras. Uma homenagem cidade natal do Marques de Pombal. Administrativamente, o Piau esteve sob a jurisdio de Pernambuco at 03 de Maro de 1701, quando atravs de Carta Rgia foi anexado ao Maranho. Embora desde 1718, atravs de um alvar de D. J oo V, o Piau tenha se separado da jurisdio do estado do Maranho, s tornou-se autnomo em 1758, por meio de uma Carta Rgia, datada de 31 de julho, dessa vez por D.J os I, que nomeou como primeiro governador do Piau, o coronel de Cavalaria J oo Pereira Caldas (DALENCASTRE, Op cit. P137) que tomou posse em 20 de setembro de 1759. Esse ato criou tambm a Capitania de So J os do Piauhy e j trazia orientaes urbanas. Estas orientaes podem ser visualizadas na Figura abaixo, que mostra os arruamentos e a formao de uma praa urbana.
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Planta da Villa de So J oze Fonte: http://www.mauc.ufc.br, acessado em 09/Dezembro/2008
As conversaes para a transferncia da sede do Governo da cidade de Oeiras para outro local geograficamente mais bem situado faziam parte das discusses polticas. A posio geogrfica de Oeiras, diziam, dificultava o progresso da Provncia, uma vez que a comunicao com outros locais, assim como o escoamento da produo agrcola era difcil e se dava atravs da cidade de Caxias, no Maranho, e pela proximidade, chegava Vila do Poti. Essa rota impulsionou o surgimento da cidade de Timon (IBGE - http://www.ibge.gov.br/biblioteca/bibinic.htm). A comunicao entre a Vila do Mocha, atual Oeiras, e as vilas e povoados do ento Piau se dava atravs de caminhos que seguiam o leito do Rio Parnaba, passando pelos povoados do Maranho e levavam, principalmente Vila Velha do Poti, localizada na confluncia dos rios Poti e Parnaba. Uma vila de pescadores que hoje ocupa uma rea de 1.755,698 km e se constitui na cidade de Teresina. De l as mercadorias atravessavam o Parnaba e eram embarcadas no porto existente na regio da Vila do Poti (Em www.piaui.pi.gov.br)
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Confluncia dos rios Poti e Parnaba Fonte: www.ferias.tur.br/fotos/5721/teresina-pi.html com acrscimos da autora
No entanto, esta regio apresentava um srio problema: estava sujeita a enchentes. E, dizia-se, era impossvel que ali se desenvolvesse uma cidade, uma vez que a questo da insalubridade estava muito presente. Em 1850, assume a Presidncia da provncia o Conselheiro J os Antonio Saraiva, que transferiu os potienses para uma rea mais adequada ao desenvolvimento urbano, e tinha como projeto, fazer desse novo local, a Capital do Piau. Destaca-se que os rios desempenham importante papel na estruturao da paisagem urbana, tanto para a fundao dos primeiros agrupamentos que se formaram ao longo de seu curso, servindo tambm como via de penetrao, subsistncia e manuteno da qualidade do povoado, no s no que diz respeito origem de Teresina, mas de muitas outras cidades. Tambm, no decorrer do tempo, os rios se tornaram verdadeiras espinhas dorsais de um tecido urbano, conduzindo o desenvolvimento. Muitas das cidades coloniais surgiram s margens de rios. Estes tinham a oferecer, alm da gua: controle do territrio, produo e distribuio de alimentos, circulao de pessoas, energia e lazer. Como se observa, Oeiras no se configurava como uma rea mais adequada para se localizar uma capital capaz de promover as ligaes entre a rede urbana nascente e garantir uma integridade regional (CHAVES, 1998). Por isto, em 21 de J ulho de 1852, a Assemblia Legislativa Provincial publicou a Resoluo 315, que elevava a Vila Nova do Poti categoria de cidade, com o nome de
3593 Therezina, na Chapada do Corisco, novo local em uma cota mais elevada, no sujeita a enchentes 3 . Esta Teresina nascente foi uma cidade planejada. Seu traado obedece s orientaes das cartas pombalinas, com especificidades tpicas do urbanismo portugus do sc.XII, inclusive no que diz respeito escolha criteriosa da localizao, a implantao de suas praas e edifcios institucionais que serviam como balizadores da estrutura urbana do territrio (ABREU, 2000). Dessa forma, Teresina recebeu uma malha ortogonal como modelo de ocupao: 43 Km de arruamento, praas e Igrejas. A principal delas, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, serviu para marcao do ponto central, o marco-zero, centro de um quadriltero que abrangia a praa central e englobava sete ruas na direo Leste-Oeste e outras sete ruas na direo Norte-Sul, ruas essas que se cruzavam formando ngulos retos. Essas diretrizes permitiram a formao de um traado reticulado e simtrico, tendo 1.500 braas para o sul e 1.500 braas para o norte. No entanto no se observava uma hierarquia de ruas e a cidade ficava circunscrita aos dois rios, Poti e Parnaba (ABREU, LIMA 2000). O Municpio de Teresina tem as coordenadas geogrficas 050512 de Latitude Sul e 424842 de Longitude Oeste, na rea da Bacia Hidrogrfica do Parnaba, representando 0,72% da rea total do Estado do Piau, embora tenha uma funo poltica e econmica importante no estado. Est localizado no Centro-Norte do estado do Piau, na regio do Meio Norte do Brasil, na margem direita do rio Parnaba, ao lado do municpio de Timon, que se situa no estado do Maranho, conforme mostra a Figura.
3 O nome da cidade Teresina foi dado em homenagem a Teresa Cristina de Bourbon, esposa de Dom Pedro II que teria ajudado na criao da nova cidade com doaes para a construo da igreja, marco inicial da cidade (SILVEIRA, A., 2003, p. 7).
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Fonte: Goolge earth A hidrografia de Teresina marcada pelos rios Parnaba e Poti, alm de na zona norte haver centenas de lagoas de mdio e pequeno porte, proporcionando benefcios ambientais (PMT, 2002a). O municpio ocupa uma rea de 1.809 km, com uma rea urbana de 176,32 km (1736 ha). A rea no urbanizada destinada expanso da cidade tem 66,52 km. Pode-se visualizar a rea central da cidade na Figura apresentada a seguir.
Ncleo urbano inicial de Teresina Fonte: Goolge earth
No croquis seguinte observa-se o plano da cidade realizado por Saraiva, em que v-se o eixo do marco-zero, a igreja do Amparo, a praa principal e a igreja das Dores, mostrando uma cidade com traados ortogonais. Este traado gerou 18 quadras no sentido Norte-Sul e 12 quadras no sentido Leste-Oeste.
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A retcula de Teresina. Fonte: Prefeitura Municipal de Teresina
A expanso urbana e os investimentos em infra-estrutura Em 1920, o Brasil possua uma populao de 27.500.000 e contava com 74 cidades maiores do que 20 mil habitantes, nas quais residiam 4.552.069, ou seja, 17,0% do total da populao. Mas, a populao urbana 4 se mantinha bastante concentrada, 58,3% destas cidades estavam na regio Sudeste, em So Paulo, Minas Gerais e Rio de J aneiro, e no Distrito Federal. VILELA e SUZIGAN (1973) Com a transferncia da capital, em 1852, Teresina apresentou um acentuado crescimento populacional. Mas a partir de 1950, quando o Brasil sofre um processo acelerado de urbanizao, que Teresina apresenta um significativo aumento demogrfico. Foi a partir desse momento que aes do Poder Pblico direcionado ao desenvolvimento e planejamento urbano patrocinaram obras de infra-estrutura bsica, como estradas, gua, esgoto, energia e habitao popular. O Governo estadual sempre teve um papel importante no desenvolvimento de Teresina, no s no que diz respeito s melhorias urbanas, mas tambm como principal empregador. No s Teresina, mas a economia Piauiense sempre dependeu do estado para sua expanso. Teresina, assim como todo o mundo, tem se tornando cada vez mais urbana e menos rural. Entre 1950 e 1980, Teresina apresenta uma taxa de crescimento populacional superior a 5% ao ano, atraindo um enorme contingente populacional do interior do estado, que objetivavam uma melhoria na qualidade de vida, principalmente em busca de educao.
4 Lembrar que somente em 1970, h pouco mais de 30 anos, que os dados censitrios revelaram, no Brasil, uma populao urbana superior rural.
3596 Entre 1960 e 1980, perodo onde foram construdos os grandes conjuntos habitacionais, a populao urbana passou de 98.329 habitantes para 339.042 habitantes, representando um incremento de 244.80%. No mesmo perodo, a populao rural involuiu, passando de 44.362 habitantes para 38.732. (BARCELAR, 1994) Este processo de urbanizao foi mais acentuado nas dcadas de 1950 e 1960, devido a sua insero no cenrio nacional e regional, que se consolidou no final da dcada de 1980 e em 1991, quando a taxa de urbanizao alcanou 52,95%. (CENSO IBGE 2007.). Segundo Olavo Barcelar (1994), em 1950 a populao de Teresina era 90.723 habitantes; em 1970 atingia 363.666 habitantes; e em 1980 somava 538.294 habitantes. A maioria dessa populao oriunda de pequenas cidades piauienses, principalmente da zona rural, mas tambm de outros estados do nordeste (BACELLAR, Olavo Ivanho de Brito. Carta Cepro, Teresina, v.15, n.1, jan.-jun, 1994, p.75-98). Destaca-se ainda que j no final da dcada de 1950, o Piau ingressou no processo de industrializao do pas, embora com uma economia frgil, e com forte desenvolvimento do setor tercirio. Isto propiciou um rpido crescimento populacional nos centros urbanos do estado, principalmente em Teresina, onde havia maior concentrao de comrcio e de servios. Tambm, entre 1950 e 1980, Teresina apresentou taxa de crescimento populacional superior a 5% ao ano, atraindo um contingente de migrao do interior do estado, que buscava melhoria na qualidade de vida, principalmente de emprego e educao. Esta migrao foi favorecida pela existncia de rodovias interligando a capital aos diversos municpios que facilitou este fluxo migratrio vindo de cidades de pequeno porte de reas rurais, fazendo com que a cidade de Teresina passasse a deter, isoladamente, 40% do contingente urbano do Piau, confirmando a tendncia de polarizao urbana e o peso esmagador da capital em relao aos demais municpios do Estado (TERESINA, [200_]). Atualmente 5 a populao urbana, segundo a ltima contagem do IBGE, em 2007, de 779.939 hab. Entre 1980 e 2006, o crescimento foi de 140%.
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http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/contagem_final/tabela1_1_9. pdf
3597 Devemos considerar que, tambm fatores de ordem natural, como as secas, fenmenos constantes na regio, obrigavam vrias famlias que residiam nas reas rurais a mudarem para a capital buscando mesmo a sobrevivncia. Varias rodovias interligando a capital aos diversos municpios facilitaram essa migrao, A partir da dcada de 1940, Teresina se transformaria num importante entroncamento rodovirio, o que favoreceria o desenvolvimento de sua economia. Segundo Moreira, 1972, a dcada de 1950 foi considerada um divisor de guas quando o assunto transformao do espao urbano da cidade de Teresina: A planta da cidade de Teresina deixa perceber que o traado original em xadrez constituiu a diretriz bsica do crescimento e ocupao do centro, contido entre o rio Parnaba e o anel ferrovirio; a as ruas so orientadas a grosso modo, de norte-sul e leste-oeste, com ruas estreitas e quadras geralmente de 100 m. essa orientao percebida nos bairros de ocupao anterior a 1950. Naqueles de ocupao mais recente, a urbanizao se faz de modo menos rgido, em torno de avenidas radiais, como no sudeste da cidade, ocupado de 1950/60. (Moreira, 1972. P.20/21)
O Governo brasileiro do Presidente J uscelino Kubitschek de Oliveira, de 1956 a 1961 trouxemodernizao 6 , baseada no planejamento Plano de Metas de J uscelino Kubitschek primeiro plano econmico integrado no Brasil que esteve sob a superviso de Celso Furtado. (FARO, 1991) Nos anos 1960 havia a inteno de que o Brasil se alinhasse aos outros pases desenvolvidos. Percebe-se o Brasil como subdesenvolvido.
Nas dcadas de 1950 e 1960, novas avenidas foram pavimentadas e as redes de energia eltrica e abastecimento de gua se estenderam, principalmente na direo sul, definindo o grande vetor de crescimento associado principal entrada econmica da cidade e s condies topogrficas favorveis. (TERESINA, [200_], p. 04).
O crescimento para a zona Leste s foi possvel depois da construo da Ponte sobre o rio Poti, Figura 9, denominada inicialmente como Ponte dos Noivos, em 1957 como mostra foto abaixo, ligando a Avenida Frei Serafim zona leste da cidade.
6 Em 1956, J uscelino Kubitschek e J oo Goulart assumiram, respectivamente, a Presidncia e a Vice-Presidncia da Repblica. A idia de desenvolvimento de cinqenta anos em cinco, divulgada na propaganda oficial do Governo, empolgava a sociedade.
3598 J no sentido Sul, a ocupao foi favorecida, j que haviam poucos obstculos naturais (FAANHA, 1998), alm do que, a partir da dcada de 1960, que as aes direcionadas ao desenvolvimento e planejamento urbano patrocinaram obras de infra-estrutura bsica, como estradas, gua, esgoto, energia e habitao popular direcionadas para essa rea foram implementadas. As Avenidas Miguel Rosa e Baro de Gurguia foram abertas contribuindo para a expanso da cidade para essa regio. Essas avenidas se caracterizaram como corredores de comrcio e servios dinamizando e transformando a zona sul como a de principal expanso da cidade. Essas avenidas dividem a malha urbana em zona norte e sul, constituindo-se no eixo que passa pelo marco-zero, conforme mostra a imagem abaixo, onde esto destacadas as Avenidas Frei serafim, que divide a rea urbana de Teresina em norte e sul, e a Avenida Miguel Rosa, um dos vetores indutor de desenvolvimento urbano no sentido Norte sul.
Destacando as Avenidas frei serafim e Miguel Rosa Fonte: Imagem Google Earth e destaques da autora
Nessas aes destaca-se a interveno do estado, quando a mquina pblica ganhou vrios rgos estaduais, como a CEPISA, Companhia Energtica do Piau S.A., em 1962; AGESPISA, guas e esgotos do Piau S.A, em 1964; a COHAB, Companhia de Habitao do Piau S.A, em 1965 ; o aeroporto Petrnio Portela, em 1967 e a Universidade federal do Piau, em 1970. Estas instituies funcionaram como molas
3599 propulsoras do desenvolvimento desses setores na cidade, alm de consolidar o governo como principal empregador. As medidas, em relao poltica habitacional, do Governo Federal chegam a Teresina, e em 1965, com a criao da COHAB-PI (Companhia de Habitao do Piau) com o objetivo de funcionar como agente local promotor da poltica habitacional do BNH, vrios conjuntos habitacionais foram construdos conforme regras definidas pelo governo militar, que coincidia com a poltica delineada pelo Estado autoritrio ps 64. (FAANHA, 1998, p.74) Certas regies da cidade, como a zona sul, tornaram-se verdadeiras reas de segregao residencial, pois abrigavam unicamente os conjuntos habitacionais de baixa renda familiar. At 1967 poucos conjuntos foram construdos. Em 1968, foi concludo o Conjunto Parque Piau, como mostra a imagem abaixo, com 2.294 casas, edificado longe da rea urbanizada poca e caracterizando a indevida atitude, tantas vezes repetida, de construir conjuntos habitacionais distantes, com extenso de obras e servios, atendendo a camadas intermedirias e favorecendo processos de especulao imobiliria.
Conjunto Parque Piau Observar o enorme vazio urbano Foto: Acervo da SEPLAM/PMT
Na segunda metade da dcada de 1970, o "milagre econmico" programou a poltica habitacional e foram edificadas mais de 7.000 casas. Foram construdas em Teresina mais de 38.000 unidades habitacionais, abrigando mais de 150.000 pessoas at a extino do BNH. (TERESINA, [200_], p.04) Destaca-se que o crescimento de Teresina ocorreu em grande parte devido construo destes vrios conjuntos habitacionais destinados populao de baixa renda,
3600 financiados pelo BNH. Esses conjuntos habitacionais surgiram como novos bairros para os quais se levava a infra-estrutura bsica necessria, inclusive vias de acesso. So construes, que hoje integram enormes bairros j incorporados ao tecido urbano, mas que na ocasio de sua construo estavam totalmente desconectadas da rea urbana. Situavam-se em locais ermos e desrticos, formando verdadeiras cidades-dormitrios que foram implantadas a partir de terraplanagens excessivas, com graves danos ambientais. Em geral, nesses bairros de habitao de interesse social, as casas eram unifamiliares, em srie sendo consideradas mais adequadas para os mais pobres, pois permitiam ampliaes ao longo do tempo e a manuteno, quando havia folga de recursos do oramento familiar, mas no quando o condomnio precisasse. O edifcio de apartamentos, consideravam ser mais engessador da estrutura habitaciomal, e quanto mais alto se situasse a unidade de habitao, pior seria, pois os elevadores muito caros, na poca - s eram utilizados quando o edifcio atendesse uma faixa faixa de renda mais alta.
500 casas do Loteamento Vale do Gavio entregue em 2008. Foto: Francisco Leal
Esse processo de urbanizao provocou um espraiamento da cidade, dirigindo o crescimento populacional para reas urbanas ainda no existentes, e obrigando ao Estado e ao Municpio dotar esta rea de infra-estrutura, ao mesmo tempo em que as escolhas de transportes e a mobilidade urbana permaneciam reduzidas. Gerou-se assim, com esta ao de espraiamento urbano, uma restrio da vida urbana dos moradores destes novos bairros, j que a oferta de transportes pblicos no acompanhou a demanda dessa populao. A natureza da vida urbana precisa considerar que o uso da Cidade no
3601 se limita ao bairro, pois este em geral no o principal promotor de emprego e renda para a comunidade. Mas, para um desenvolvimento urbano adequado, preciso contar tambm com condies que permitam a mobilidade da populao no usufruto de sua cidade. No Cdigo de Postura de 1867 se percebe na cidade, a inteno do poder pblico, de afastar a populao pobre de seu centro, como mostra o Artigo 42 (CHAVES 1998, p. 37) No se permite edificao ou reedificao de casas de palha dentro dos limites da dcima quadra urbana.
At o final dos anos 1980 foram construdas aproximadamente 23.179 unidades habitacionais, triplicando a quantidade existente at ento. Tal produo expressiva de habitaes, nas dcadas de 70 e 80, demonstrou o grau de importncia e de complexidade que adquiriram os conjuntos habitacionais na produo do espao urbano de Teresina, provocando a expanso da cidade em todas as direes (FAANHA, 1998). At 1990, com financiamento do BNH teriam sido construdos em Teresina, 43 conjuntos habitacionais, com 34.594 unidades residenciais construdas por grandes empreiteiras. No inicio da dcada de 90, com recursos do FGTS e/ou promoo do Instituto de Orientao s Cooperativas Habitacionais INOCOOP foram construdos mais 24 conjuntos, com 10.000 residncias, e de 1995 a 2001, providenciados pelas COHAB-PI outros 22 conjuntos habitacionais construdos incorporam mais 4.086 residncias. De fato, at os meados dos anos 60, quando governos estaduais estimularam a formao de grupos empresariais orientados para a construo civil urbana e rodoviria, essas atividades de construo de conjuntos habitacionais eram desempenhadas sobretudo por grupos empresariais estranhos ao Estado, restando para a aristocracia local oriunda das atividades rurais cujos filhos se urbanizaram, atividades liberais, a explorao do setor imobilirio e, talvez, alguma atividade para-bancria com emprstimos no oficiais. Essa elite que se dedicou atividade imobiliria veio a prosperar e ser a base das demais atividades que hoje caracterizam Teresina, a saber, industria da construo, atividade mdica e hospitalar, atividades de ensino nos trs nveis e atividade poltica exacerbada.
3602 Na segunda metade dos anos 70, o milagre econmico implementou a poltica habitacional e foram edificadas mais de 7.000 casas e at a extino do BNH seriam construdas mais de 38.000 unidades habitacionais que abrigariam mais de 150.000 habitantes da Capital. Aps essa fase do BNH, somente em 1995, atravs de financiamentos do IAPEP (Instituto de Aposentadoria e Penses do Estado do Piau) ou do governo Federal (programa Habitar Brasil) seriam retomadas algumas construes, ou ainda atravs de auto-gesto e autofinanciamento, quando cerca de 4.068 casas foram edificadas (FAANHA 1997). A implantao de tantos conjuntos habitacionais em varias reas da cidade acelerou o processo de urbanizao de Teresina, embora os contingentes de nvel de renda mais baixos continuassem excludos do sistema e localizados cada vez em reas mais afastadas e menos valorizadas. Esse fato, e o aumento dos fluxos migratrios atrados pelas perspectivas oferecidas pela cidade grande gerariam um desemprego crescente e uma srie de problemas sociais associados expanso desordenada do stio urbano e a proliferao de aglomerados habitacionais irregulares, de baixa qualidade se segurana e desprovidos dos servios bsicos que consistiam uma das promessas da atrao exercida.
Na tabela 1 a seguir relacionam-se as Unidades Habitacionais produzidas pela COHAB entre os anos de 1966 e 1990.
Na tabela 1. Unidades Habitacionais produzidas pela COHAB 1966/1990 Conjunto N de Unidades Fonte de Financiamento Ano de Concluso Tabuleta 118 BNH 1966 So Raimundo 49 BNH 1966 Primavera I 187 BNH 1966 Monte Castelo 302 BNH 1966 Parque Piau 2294 BNH 1968 Cristo Rei 92 BNH 1975 So Pedro I 66 BNH 1976 Bela Vista I 912 BNH 1976 Stand de Tiro 40 BNH 1977 Ampliao do Parque Piau 500 BNH 1977 Unio 80 BNH 1977
3603 Dirceu Arcoverde I 3040 BNH 1977 Saci 2034 BNH 1979 Primavera II 100 BNH 1979 So Pedro II 109 BNH 1979 D.E.R. 70 BNH 1979 Itaperu 164 BNH 1980 Dirceu Arcoverde II 4254 BNH 1980 Unio II 100 BNH 1981 Bela Vista II 683 BNH 1981 J oo Emlio Falco 996 BNH 1982 Cntia Portela 176 BNH 1982 Promorar 4696 BNH 1982 Catarina 120 BNH 1983 Mocambinho 3031 BNH 1983 So J oaquim 824 BNH 1984 Boa Esperana I 150 BNH 1984 Mocambinho II 976 BNH 1984 Tancredo Neves 756 BNH 1985 Nazria 15 Sec. Agricultura 1985 Boa Esperana II 104 BNH 1985 Polcia Militar 85 BNH 1985 Novo Horizonte 300 BNH 1986 Mocambinho III 1132 BNH 1986 Renascena I 900 BNH 1986 Morada Nova I 984 BNH 1987 Renascena II - 1 Etapa 500 BNH 1988 Angelim II 264 BNH 1988 Renascena II 2 Etapa 450 BNH 1989 Santa F 533 BNH 1989 Renascena II 3 Etapa 500 BNH 1990 Morada Nova II 564 BNH 1990 Morada Nova III 624 BNH 1990 Total 34.594 Fonte: COHAB PI 2002
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Na tabela 2. Unidades Habitacionais produzidas pela COHAB 1990/2001
Conjunto Nmero de Unidades Fonte de Financiamento Ano de Concluso Prottipo/Mutiro 07 COHAB-PI 1995 Renascena II 4 etapa 223 IAPEP 1996 Mocambinho IV 78 IAPEP 1996 Bela Vista III 422 IAPEP 1996 Verde Que Te Quero Verde 640 Autofinanciamento 1996 Vamos Ver o Sol I 184 IAPEP 1996 Vamos Ver o Sol II 290 IAPEP 1996 Vamos Ver o Sol III 185 Habitar - Brasil 1997 Saturno I 233 IAPEP 1996 Saturno II 78 Habitar - Brasil 1997 Nova Teresina I 250 Habitar - Brasil 1996 Nova Teresina II 74 IAPEP 1996 Nova Teresina III 163 Habitar - Brasil 1997 Dignidade I 87 IAPEP 1996 Dignidade II 206 Habitar - Brasil 1996 Deus Quer I 126 IAPEP 1996 Deus Quer II 200 Habitar - Brasil 1997 Deus Quer III 327 Habitar - Brasil 1998 Eurpedes Aguiar 30 Habitar - Brasil 1997 Lagoa Azul I 19 Habitar - Brasil 1998 Lagoa Azul II 97 Habitar - Brasil 1998 Al Teresina 160 Autofinanciamento 1998 Total 4.086 Fonte: COHAB PI 2002
Se de um lado a superfcie ocupada pela cidade crescia pelos fatores acima indicados, pode-se observar na cidade de Teresina a ocorrncia de vazios urbanos e a acumulao de terrenos subutilizados, num procedimento de longa data, muitas vezes ocasionados por aes do poder pblico e beneficiando proprietrios de tais vazios urbanos que se beneficiaram pelo adensamento da ocupao urbana.
3605 A evoluo populacional de Teresina, em termos comparativos, foi maior do que a expanso demogrfica verificada entre os municpios nordestinos. De menos de 200.000 habitantes em 1970, apresentava em 2.000 uma populao de 714 mil; as taxas mdias anuais de crescimento superara a casa dos 6% entre 1970 e 1980 e ficou em 4,6% entre 1980 e 1991, bem superiores media do aumento da populao brasileira no perodo que foi de 2,78% e 1,3% a. ano, respectivamente e acima dos aumentos verificados na maioria das capitais brasileiras, conforme os dados coletados pelo IBGE. Tomando por base o Censo de 2000 com as estimativas 2007, Teresina teve, nesse perodo teve um crescimento de 9,03%, passando de 715.360 hab. em 2000, para 779.939 hab. na contagem IBGE 2007. Essa concentrao de habitantes na cidade ocorreu no apenas pelo esvaziamento da rea rural do municpio, mas tambm pelo seu poder de atrao de novos residentes oriundos de cidades de pequeno porte, tanto do Estado do Piau, como do vizinho Estado do Maranho. Resultado dessa urbanizao, Teresina concentra hoje 40% da populao urbana do Estado. J no perodo entre 1970 e 1990, 24% de toda a populao do estado situava-se em Teresina que respondia por 76,13% de toda a arrecadao de impostos do estado do Piau, como mostra TRAJ RA & TAJ RA FILHO: (...) A capital o grande plo de atrao do Estado. O Governo estadual, as prefeituras e o Governo federal concentram suas compras na capital. (...) As populaes do interior do Piau e tambm grande parte do maranho convergem para Teresina, que detm um comrcio atuante, tanto no segmento varejista como no atacadista. No setor de servios, vrios segmentos se constituem como fator de atrao. Merece destaque o setor mdico, que tem se desenvolvido bastante. (...) (TAJRA & TAJRA FILHO, 1996, p.153)
Legislaes Urbansticas e sua influncia em Teresina O primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) de Teresina, data de 1969 e, embora no tenha sido totalmente implantado, voltava-se para o desenvolvimento urbano do municpio. Esse estudo revelou que, nesse perodo, o Centro da cidade concentrava a maior densidade populacional. Representava 12% da populao que morava no centro da cidade e detinha 34,6% da populao. A Zona Sul, com 31% da rea, aglutinava cerca de 32,8% da populao, enquanto a Zona norte com rea de 30%, possua 30,8% de populao.
3606 Foi possvel constatar que j acontecia nessa poca uma reduo da populao residente no centro, enquanto ocorria um aumento da populaode baixa renda familiar, nos bairros da Zona Sul e Norte. (MOREIRA, 1972, p.16/20). Ao final da dcada de 1960, a cidade de Teresina j contava no toital com 22 bairros, concentrados principalmente nas zonas Norte, Sul e Centro. (MOREIRA, 1972, p.18) Nas diretrizes do Plano Diretor de Teresina, s foram implantados o sistema virio radio concntrico e o anel rodovirio, E,como foram propostas elaboradas por um escritrio de projetos da Bahia, por desconhecerem a realidade local, os projetos no se coadunavam com o desenvolvimento scio-econmico que ocorria na cidade. Em 1977, por meio de um convnio do IPAN instituto de Planejamento e Administrao Municipal com a UnB, Universidade de Braslia, foi elaborado o I PET I Plano Estrutural de Teresina, que devia ser reavaliado em 1985. Este Plano estabelecia uma srie de orientaes quanto s edificaes, regulamentadas pela lei n. 1591 de 31 de Agosto de 1978. Nesta poca j se revelava importante fixar padres de densidades por zonas. Considerava-se como densidade aceitvel 100hab/ha. E, o zoneamento ento estabelecido se baseava em eixos e zonas de polarizao que reforavam o sistema radioconcntrico proposto no Primeiro Plano Diretor. Esta ocupao radioconcntrica implicava numa concentrao de atividades no centro urbano de Teresina. Em 1983, seguindo os objetivos inicialmente propostos no I PET, comearam a ser desenvolvidas as diretrizes para a elaborao do PDDU Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano -, que no chegou a ser concludo. O II PET foi a resposta encontrada para auxiliar na soluo dos problemas decorrentes do aumento da populao e da falta de moradia para essa populao excedente e, entre outras propostas, apresenta orientaes no sentido de despolarizar o ncleo central, propondo a descentralizao urbana e inibindo os processos de saturao dessa regio central do municpio. Desse modo, o II PET prope um zoneamento que segue as tendncias espontneas, de adensar os bairros j consolidados e distantes do centro principal da cidade, estimulando novas direes de crescimento. Os rios, nesse momento, so considerados objetos de conflito, pois restringiam a ocupao da zona sul, peculiar por ser uma regio de topografia acidentada e de proteo do manancial de abastecimento de gua da cidade. J a Zona Norte local onde se iniciou o ncleo urbano da cidade, com a Vila do Poti - concentra vrias lagoas
3607 e uma extensa rea sujeita a alagamentos, hoje objeto de um projeto financiado pelo BIRD (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em parceria com a Prefeitura 7 . Nesse momento, a prioridade de ocupao da expanso urbana de Teresina passou a ser a Zona leste. Por isto foram definidos novos eixos de deslocamento de infra-estrutura para essa zona da cidade, formando novos plos de interesses. Estes se transformaram em novas centralidades aproveitando a ocupao espontnea que acontecia em locais distantes do centro, como nos bairros Parque Piau, Buenos Aires, Itarar, So Cristvo, dentre outros. Esse estmulo para novos plos de interesse exigia uma interligao do sistema virio da zona sul com a zona leste. Por sua vez, este sistema virio foi proposto para consolidar a ocupao das diferentes zonas que foram definidas no II PET: residencial, comercial e de servios, industrial, Institucional e de Proteo Ambiental. Visando uma descentralizao da administrao municipal, a cidade de Teresina atravs de Lei orgnica do Municpio dividiu-o poltico-administrativamente em 5 regies, cada qual com sua administrao regional: Centro, Norte, Leste, Sudeste e Sul conforme mostra o mapa a seguir com um destaque para a legenda. Essa descentralizao administrativa visa garantir melhor eficincia no atendimento s comunidades, priorizando o interesse local ao favorecer as aes municipais.
7 O Programa Lagoas do Norte foi projetado pela Prefeitura de Teresina com o objetivo de melhorar as condies de vida e promover o desenvolvimento scio econmico e ambiental da regio das lagoas situadas na zona norte da cidade. Os recursos para implantao das aes so provenientes de acordo de emprstimo entre a Prefeitura de Teresina e o Banco Internacional para Reconstruo e Desenvolvimento-BIRD, o Banco Mundial, e atravs de convnio com o Governo Federal. (PMT,2005)
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Regies Administrativas com destaque da legenda FONTE :Secretaria de planejamento SEPLAN PMT em http://www.teresina.pi.gov.br/portalpmt/orgao/SEMPLAN/doc/20080924-161-604-D.pdf
Atualmente, Teresina encontra-se dividida em 110 bairros atravs da Lei n. 2113 de 10 de Fevereiro de 1992. Abaixo apresenta-se o mapa do permetro urbano de Teresina, Figura 8, onde consta todos os acrscimos de permetro urbano e suas respectivas leis de criao.
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Permetro Urbano Fonte: SEPLAN DECART 2002. PMT
Em 2001 foi iniciado, e continua operando, o PAR Programa de Arrendamento Residencial, que financiou 28 empreendimentos com 2600 unidades habitacionais em rea com toda a infraestrutura. Tambm as prescries do Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001) so uma oportunidade para uma melhor aplicao da poltica habitacional. Entre os problemas enfrentados na implementao do Sistema Municipal de Habitao pode ser salientada a inexistncia de um sistema de preveno e controle de invases de reas pblicas, reas de risco e reas de proteo ambiental. Isto faz com
3610 que a identificao dessas ilegalidades seja feita por denncias isoladas e, na maioria das vezes, aps o fato consumado e o ambiente degradado. Tambm o Conselho Municipal de Habitao no tem se reunido com a freqncia que se esperava, e as decises acabam sendo tomadas, quase unicamente pela administrao municipal. Em 2005, Teresina detinha a 8 posio no ranking do PIB estadual, com PIB per capita de R$ 6.650,49. Essa posio vem caindo ao longo dos anos, mas isso no significa que a cidade est ficando mais pobre. Ao contrrio, o PIB da capital vem crescendo, ao longo dos anos, de R$ 3,7 bilhes em 2002, para R$ 4,2 bilhes em 2003, e R$ 4,4 bilhes em 2004. O que est acontecendo o enriquecimento do interior e isso bom para o Estado do Piau. Estudos da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenao indicam que Teresina tem uma extensa rea de influ,ncia regional, abrangendo um raio de 100 quilmetros, compreendendo 30 municpios sendo 25 no estado do Piau e 5 no vizinho Estado do Maranho. Esses municpios totalizavam poca da feitura do estudo mais de 1,3 milho de habitantes.
Consideraes finais Observa-se nesta histria do crescimento urbano de Teresina que a cidade contou com a implantao de muitas polticas urbanas. Destaca-se ainda que nesse tempo de existncia, a cidade passou a influenciar uma extensa rede urbana da regio, revelando- se como um plo de capital regional, devido a suas atividades de comrcio, educao e sade. Nessa classificao destacam-se os equipamentos sociais de sade e escola que guiam esse crescimento formando uma cultura urbana que prima por manter as qualidades locais.
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