Compostos Organicos Volateis

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Anais Eletrnico

V VI II I E En nc co on nt tr ro o I In nt te er rn na ac ci io on na al l d de e P Pr ro od du u o o C Ci ie en nt t f fi ic ca a C Ce es su um ma ar r
CESUMAR Centro Universitrio de Maring
Maring - Paran



COMPARAO ENTRE AS TCNICAS DOS COMPOSTOS ORGNICOS
VOLTEIS



Vanessa Pinheiro da Silva
1
, Fabrcio Wesley da Rocha
2



RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo mostrar de forma bibliografia as diferentes tcnicas dos
compostos orgnicos volteis COVs alm de enfatizar suas vantagens e desvantagens, para tanto ser
abordado os mtodos diretos e indiretos das respectivas tcnicas.


PALAVRAS-CHAVE: Compostos orgnicos volteis, indstrias, meio ambiente.


1 INTRODUO

Atualmente, a poluio do ar e seus impactos sobre o meio ambiente e a sade
do homem se tornaram uma questo de grande interesse pblico, impulsionando a busca
por novas tcnicas e pesquisas para o tratamento e o controle eficiente das emisses.
Dentre os vrios contaminantes atmosfricos, destacam-se os compostos
orgnicos volteis (COVs), que so definidos como compostos contendo carbono, com
alta presso de vapor, facilmente vaporizados nas condies de temperatura e presso
ambiente (Khan e Ghoshal, 2000; Shirmer, 2008).
Destaca-se que os principais problemas da poluio por compostos orgnicos
volteis a formao do smog fotoqumico. Este fenmeno ocorre quando os vapores dos
COVs, presentes em excesso na atmosfera reagem com o oxignio atmico para formar
radicais livres que reagem com o dixido de nitrognio formando mais oznio e dixido de
nitrognio (Alves, 2005).
Os efeitos txicos tambm esto entre os problemas causados por estes
compostos, que podem ser carcinognicos e causar danos pele, sistema nervoso,
olhos, rins, dentre outros rgos humanos (Lou et al., 2009).
Vale salientar que as tcnicas para o controle das emisses de COVs podem ser
divididas basicamente em dois grupos. O primeiro grupo um mtodo indireto de
controle, pois realizado na fonte, atravs da modificao do processo e/ou dos
equipamentos. As modificaes incluem a substituio de matrias primas, programas de
reparo e manuteno dos equipamentos e instalao de dispositivos para conter as
emisses. A aplicabilidade deste primeiro grupo limitada, uma vez que geralmente a
modificao do processo e/ou do equipamento no possvel (Khan e Ghoshal, 2000).

1
Graduada pelo curso superior de Tecnologia em Alimentos na Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR-
Campo Mouro e mestranda em disciplinas do mestrado em Engenharia na Universidade Estadual de Campinas-
UNICAMP.
2
Graduado pelo curso superior de Tecnologia em Alimentos na Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR-
Campo Mouro e graduado pelo curso de Turismo pela Universidade Estadual do Paran, mestrando em disciplinas na
Universidade Estadual de Campinas na rea de engenharia- UNICAMP.
ISBN 978-85-8084-055-1
25 a 28 de Outubro de 2011

Anais Eletrnico
V VI II I E En nc co on nt tr ro o I In nt te er rn na ac ci io on na al l d de e P Pr ro od du u o o C Ci ie en nt t f fi ic ca a C Ce es su um ma ar r
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O segundo grupo um mtodo direto de tratamento que inclui tcnicas
destrutivas ou recuperativas dos compostos orgnicos volteis emitidos pelas correntes
industriais. Este trabalho tem como objetivo apresentar as diferentes opes de
tratamento de compostos orgnicos volteis, expondo as principais caractersticas,
vantagens e desvantagens de cada tcnica.

2 MATERIAL E MTODOS

Este trabalho teve como finalidade, levantar bibliograficamente assuntos que se
retratam sobre os compostos orgnicos volteis, enfatizando suas diferentes tcnicas.
As tcnicas encontradas sobre os compostos orgnicos volteis so:



Figura 1: Tcnicas de Tratamentos COVs

3 RESULTADOS E DISCUSSO

Tcnicas destrutivas dos compostos orgnicos volteis:

As tcnicas destrutivas incluem os diferentes tipos de oxidao (trmica, cataltica)
e, tambm, a digesto dos compostos por microorganismos pela biofiltrao. A escolha da
tcnica adequada depende da concentrao de combustvel na corrente de gs, vazo do
processo, controle necessrio, presena ou no de contaminantes na corrente do efluente
e avaliao econmica.

Incinerao via chama direta (Flare): Os flares so equipamentos que esto localizados
no ponto de emisso dos poluentes e que promovem a queima destes, em espao aberto.
So aplicados no tratamento de misturas poluentes com alta concentrao de COVs,
podendo estar acima do limite inferior de inflamabilidade. So geralmente utilizados em
refinarias de petrleo e indstrias petroqumicas e como podem tolerar grandes variaes
de fluxo (Almeida, 2005).
Alguns dos problemas associados com a operao dos flares so relacionados
(ao): radiao trmica, pois o calor desprendido pode no ser aceito na rea;
luminosidade, pois a luz emitida pela chama pode ser incmoda para rea urbana; rudo,
pois o som provocado pelo Venturi pode incomodar vizinhos prximos; fumaa, pois a
combusto incompleta pode provocar emisses de gases txicos e; consumo de energia,
pela necessidade de manter a chama piloto acessa constantemente.

Oxidao Trmica: A oxidao ou incinerao trmica um mtodo bastante eficaz para
a eliminao de gases e vapores de origem orgnica, sendo o mtodo de tratamento mais
utilizado em refinarias de petrleo. O processo de incinerao trmica utiliza temperaturas
que variam de 700 a 1000C dependendo do tipo e concentrao do material. A
capacidade dos incineradores pode variar de 1000 a 500.000 ft
3
/min com tempos de
residncia de 0,5 a 1 segundo. A faixa de concentrao varia de 100 a 2000 ppm e

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geralmente mais aplicvel para correntes gasosas com concentraes de COV superiores
a 1000 ppm. (Shirmer, 2008; Khan e Goshal, 2000). Entre as vantagens deste processo
est a possibilidade de recuperao de calor, que dependendo das caractersticas de
operao, pode operar sem a necessidade de combustvel auxiliar (Khan e Goshal, 2000).

Oxidao cataltica: A oxidao cataltica similar ao processo trmico. A principal
diferena que o sistema cataltico opera tem temperaturas mais baixas, entre 300 e
500C e podem alcanar uma velocidade de reao muito superior do processo trmico,
pelo uso de catalisadores que diminuem a energia da reao de oxidao.
Os incineradores catalticos so tipos especiais de incineradores, em que uma
corrente gasosa passa atravs de uma camada de catalisadores chamada de leito
cataltico, que pode ser fixo ou fluidizado. A capacidade destes equipamentos de 1000 a
100.000 ft
3
/min para concentraes entre 100 a 2000 ppm (Khan e Ghoshal, 2000).
A principal vantagem do incinerador cataltico sobre o incinerador trmico o baixo
custo operacional devido a menor quantidade de combustvel auxiliar requerida (pelo uso
de temperaturas inferiores). As desvantagens so problemas de disponibilidade do
catalisador, reduo ou perda de atividade cataltica, que so sensveis a temperaturas
superiores a 650C.

Biofiltrao:O processo de biofiltrao, que originalmente foi desenvolvido para tratar
compostos responsveis por odores industriais, tem se mostrado um mtodo de baixo
custo e eficiente para a remoo de COVs produzidos durante diversas atividades. A
tcnica est baseada na capacidade de microorganismos converterem, sob condies
aerbias, poluentes orgnicos em gua, dixido de carbono e biomassa (Khan e Ghoshal,
2000).
O biofiltro consiste de um leito empacotado envolvido com uma microflora
imobilizada, atravs do qual fluir o ar poludo. Primeiramente, o contaminante na fase
gasosa atravessa a interface entre o fluxo gasoso e o biofilme aquoso que circunda o
meio slido. (Shirmer, 2008).

Tcnicas recuperativas dos COVs

Absoro: Consiste na transferncia de um componente (absorbato) presente em fase
gasosa (gs de arraste) para um lquido (absorvente). Mais especificamente, no controle
de poluio do ar, a absoro envolve a remoo de um contaminante gasoso de uma
corrente gasosa por sua dissoluo em um lquido.
um processo de transferncia de massa devido a uma diferena de concentrao
entre os meios presentes. Esta transferncia ocorre at que continue havendo diferena
de concentrao nos meios envolvidos. Entretanto, o equilbrio no to facilmente
atingido, uma vez que a diferena de concentrao depende da solubilidade do soluto
(Shirmer, 2008). A tcnica de absoro apresenta boa eficincia, o processo e o
equipamento so simples e permitem utilizar uma ampla faixa de concentrao.

Adsoro: Adsoro uma tcnica utilizada para remoo de poluentes em
concentraes relativamente baixas de uma corrente de gs, retendo-os em um slido
com grande rea superficial, que poder ser utilizado o carvo ativado ou um material
cristalino com alta porosidade interna que retm o poluente por meio de foras
intermoleculares (Martins, 2004).
A tcnica de adsoro preferencialmente utilizada no mtodo de separaes de
poluentes, nas situaes em que: O poluente o valor se recuperado (fluidos de limpeza
a seco); A concentrao muito pequena (odores);O poluente no pode ser oxidado
(gases radioativos de reatores nucleares); O poluente um veneno (proteo respiratria
para o pessoal do exercito e de emergncias); Ar em espao confinado para ser

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purificado (submarino). O processo de adsoro conhecido como importante fenmeno
nos processos fsicos, qumicos ou ainda biolgico (Weber, 1992).

Condensao:Condensao a liquefao de contaminantes condensados atravs de
baixas temperaturas. Os compostos so removidos da fase gasosa e resfriados a uma
temperatura na qual a sua presso parcial fugacidade no fluxo de gs excede seu ponto
de orvalho ento eles se transformam em lquido (Hunter, 2000).
Condensao um mtodo de reduo de um gs/vapor a um estado lquido.
Quando uma corrente gasosa quente contata uma superfcie resfriada do condensador, o
calor transferido deste vapor para a superfcie fria. As condies para que as
condensaes ocorram so:
Baixas temperaturas, para propiciar a reduo da energia cintica das molculas;
Altas presses, a fim de propiciar a reduo da energia cinticas das molculas.
A condensao pode ocorrer em trs formas, tais como:
Primeiro: A uma dada temperatura, a presso do sistema aumentada
(compreenso do volume do gs) at que a presso parcial do poluente na corrente
gasosa iguale a sua presso de vapor; Segundo: a uma dada presso (fixa), o gs
resfriado at que a presso parcial do gs iguale sua presso de vapor e terceiro: pela
combinao da relao compreenso/resfriamento do gs at que a presso parcial
iguale a sua presso de vapor.
Separao por membranas: A separao por membranas uma tcnica bastante
desenvolvida, existem aproximadamente sessenta sistemas de filtrao por membranas
que tem sido instaladas para a recuperao de COVs. A tecnologia tem sido utilizada por
diversas dcadas em indstrias de processos qumicos e plantas de tratamentos de gua
potvel (Hunter, 2000). uma tcnica recente, tendo sido reportada somente a partir da
dcada de 1960. A partir deste momento a sua aplicao tem sido multiplicado sendo
utilizada nos mais variados propsitos (Khan e Ghoshal, 2000).

Comparao entre as tcnicas envolvidas:

Tabela 1. Comparao dos parmetros envolvidos nas diferentes tcnicas de tratamento de
COVs.
Tcnica
Eficincia
remoo
T operao
(C).
Custo
($/ft
3
.min
-1
)
Resduo
gerado
Incinerao trmica 90-98 500-1100C 15-150
Produtos de
combusto
Incinerao cataltica 90-98 220-480C 15-90
Produtos de
combusto
Biofiltrao 80-99 50-105C 15-75 Biomassa
Condensao 70-85 Ambiente 20-120 Condensado
Absoro 90-99 No h limite 25-120 gua residual
Adsoro 90-99 < 50C 10-35
Orgnicos
coletados
Membrana >90 Ambiente 15-30
Membranas
exauridas

4 CONCLUSES

O tratamento destrutivo ou recuperativo dos compostos orgnicos volteis
justificado pelos inmeros problemas ocasionados pelas perdas destes compostos. As
conseqncias destas perdas vo desde os efeitos nocivos que estas substncias
orgnicas causam sade e ao meio ambiente at as grandes perdas financeiras
envolvidas, uma vez que toneladas de produtos so lanadas na atmosfera.
Por este motivo, percebe-se que pesquisados devem cada vez mais buscar fontes,
conceitos que fazem que retratem este assunto.

Anais Eletrnico
V VI II I E En nc co on nt tr ro o I In nt te er rn na ac ci io on na al l d de e P Pr ro od du u o o C Ci ie en nt t f fi ic ca a C Ce es su um ma ar r
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Maring - Paran
REFERNCIAS

ALVES, M. M. Concepo e estudo e um biofiltro para tratamento de compostos
orgnicos volteis COVs. Tese de doutorado (Depto. Eng. Qumica), Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, 2005

P.HUNTER; S.T.Oyama. Control of volatile Organic Compound Emissions. New York-
N.Y., 2000.279p (Capitulos 1 e 2).

KHAN, F.I., GHOSHAL, A.K. (2000). Removal of volatile organic compounds from polluted
air. Journal of loss prevention in the process industries, v.13, pp.527-545.

WEBER, W.J. (1992). Physico-chemical process for water quality control.USA: John
Wiley & Sons.

LOU, J-C., YANG, H-W., LIN, C-H. Preparing copper/manganese catalyst by solgel
process for catalytic incineration of VOCs. Aerosol and Air Quality Research, n. 9, p.435-
440, 2009.

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