Universidade Federal da Paraba

Centro de Cincias Exatas e da Natureza

Programa Regional de Ps-Graduao em Desenvolvimento e
Meio Ambiente PRODEMA
CURSO DE MESTRADO
Sub-Programa UFPB/UEPB/rea de Saneamento Ambiental











Viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam no Tratamento
Simplificado de gua para Pequenas Comunidades















Joo Pessoa, julho de 2001






















VIABILIDADE DO USO DA MORINGA OLEIFERA LAM NO TRATAMENTO
SIMPLIFICADO DE GUA PARA PEQUENAS COMUNIDADES
























LUS RAMOS BORBA











VIABILIDADE DO USO DA MORINGA OLEIFERA LAM NO TRATAMENTO
SIMPLIFICADO DE GUA PARA PEQUENAS COMUNIDADES













Dissertao apresentada ao Programa
Regional de Ps-Graduao em
Desenvolvimento e Meio Ambiente, como
parte das exigncias para obteno do
grau de Mestre.











Orientadora: Profa. Carmem Lcia Moreira Gadelha
(Dra. em Hidrulica e Saneamento/ USP-1986)
LUS RAMOS BORBA











VIABILIDADE DO USO DA MORINGA OLEIFERA LAM NO TRATAMENTO
SIMPLIFICADO DE GUA PARA PEQUENAS COMUNIDADES








Aprovada em ___/___/ 2001





Banca Examinadora:



____________________________
Profa. Carmem L. Moreira Gadelha
Orientadora



____________________________
Prof. Jos Soares



___________________________
Prof. Maral de Queiroz Paulo










































Dedico minha esposa, Lbia Giovanna Di Pace
Borba e aos meus filhos Umberto, Lus Ernesto,
Maria Consulo e Jayne, bem como, ao meu
futuro genro, Antonio Carlos e minha futura nora
Karla pelo carinho e compreenso que tiveram
comigo durante esse trabalho.

AGRADECIMENTOS




Agradeo muito sensibilizado, todas as pessoas que de maneira direta ou
indireta colaboraram comigo nesse trabalho de dissertao, entre as quais,
gostaria de destacar, as seguintes:

Dra. Carmem Lcia M. Gadelha, orientadora desse trabalho, por ter
colocado o Laboratrio de Saneamento do CT/UFPB, a minha disposio e pela
presteza, pacincia e dedicao que teve comigo;

Ao laboratorista Severino Incio, do Laboratrio de Saneamento do
CT/UFPB, pela efetiva colaborao que prestou a esse trabalho, na execuo das
anlises;

Ao professor Maral de Queiroz Paulo, do Laboratrio de Qumica de
Produtos Naturais - LQPN do CCEN/UFPB e sua equipe nas pessoas de: Denise,
Douglas, Max e Wallace (in memoriun), pela boa acolhida e grande colaborao
na extrao dos farelos da Moringa.

professora Tereza Cabral, do Laboratrio de Tecnologia de Alimentos
LTA do DTQA CT/UFPB, pela realizao de parte das anlises bacteriolgicas em
amostras de gua tratadas com a Moringa.

Ao Eng. Guarany Marques Viana, Diretor de Operao e Manuteno da
CAGEPA, bem como a sua Assessoria, na pessoa do Eng. Faustino da Costa
Filho, por terem colaborado nesse trabalho, facultando o meu acesso s
dependncias da empresa e disponibilizado o Laboratrio da Regional do Litoral
em Mars, para realizao de alguns ensaios e anlises de gua.

Aos amigos: Ana Carolina, Ftima, Bosco, Isvi, Aldeniza, Edilene, Leila,
Joclio, Carlos, Lacy, Glauciene e Mabely, da Diviso de Tratamento de gua, da
Regional do Litoral da CAGEPA, pela colaborao e maneira cordial como
sempre fui recebido em Mars.

Aos professores, Tnia e Augusto da CEFET, pela ateno e fornecimento
de todas amostras de Moringa usadas durante o trabalho de pesquisa.










RESUMO



A proposta da dissertao foi estudar a Viabilidade do uso da Moringa Oleifera
Lam no tratamento simplificado de gua para pequenas comunidades. O estudo
da viabilidade do uso, se baseava nos seguintes objetivos; a) estudar a
viabilidade da Moringa Oleifera, como coagulane natural para clarificao de
guade muita cor e elevada turbidez; b) como auxiliar coagulao para guas
turvas e coloridase c) como desinfetante de gua potvel. Inicialmente, atravs do
Jar Test realizou-se inmeros ensaios de coagulao/floculao com 5
componentes da M. Oleifera, ou seja: a semente integral (A) , a polpa da semente
(B), a casca da semente (C), a parte interna (DI) e externa (DE) da vagem, para
verificar quem apresentava melhor capacidade coaguladora. Posteriormente, com
a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre essa ao coaguladora da M.
Oleifera, se resolveu fazer a extrao do leo, de todos os componentes; (A), (B),
(C), (DI) e (DE), usando-se como solvente, para os trs primeiros metano, etanol,
etanol/gua, hexano. Para os 2 ultimos a mistura etano/hexano, na proporo de
(1.). dessas extraes foram obtidos 11 farelos (derivados), que com os 5
componentes originais que j se dispunha, deu um total de 16 supostos
coagulantes. Todos eles foram testados como coagulante natural para clarificar
gua in natura. O componente (B) e seus derivados (B1), (B2) e (B3) foram
testados tambm como auxiliar de coagulao e somente (B), foi testado como
desinfetante de gua potvel. O componente (A) e seus derivados apresentaram
valores de reduo da turbidez e cor, entre 72,0% e 79,7% sendo considerados
como coagulantes regulares. O componente (B) apresentou excelentes resultados
de reduo da turbidez e cor , atigindo a faixa de 90,7% a 97,8% sendo
considerado muito bom coagulante. Os derivados de (B) apresentaram valores de
reduo de 81, 4% a 89,2% em termos de cor e turbidez, sendo considerados
como bons coagulantes. J os componentes (C), (DI), (DE) e seus derivados no
apresentaram redues significativas, ficando num patamar de 7,4% a 25,0 %
para turbidez e cor. Apesar, do componente (B) e seus derivados apresentarem
um bom resultado quando testados conclui-se que o uso da Moringa Oleifera,
como coagulante natural, bem como auxiliar de coagulao invivel para
sistemas comunitrios, considerando a grande problemtica de obt-los em
quantidades suficientes para operar sistemas desse porte. Paralelamente foram
realizados os ensaios bacteriolgicos e se verificou que, ela tambm no
suficiente como bactericida.










SUMRIO



1 INTRODUO 1
1.1 GENERALIDADES 1
1.2 JUSTIFICATIVA 4


2 FUNDAMENTOS TERICOS DA COAGULAO/
FLOCULAO 7
2.1 COAGULAO /FLOCULAO DE GUAS NATURAIS 7
2.2 MECANISMO DE COAGULA/FLOCULAO DE AGUAS
MINERAIS 10
2.3 COAGULAO/FLOCULAO DE DIFERENTES COMPOSTOS 15
25
2.4 PROPRIEDADES DOS COAGULANTES CONVENCIONAIS E
POLIMERIZADOS 25


3 METODOLOGIA 26
3.1 PROCEDIMENTO DOS ENSAIOS DE COAGULAO/FLOCULAO 26
3.2 PREPARAA DOS COMPONENTES E DERIVADOS DA MORINGA 29
3.3 PROCEDIMENTO DOS ENSAIOS DE COAGULAO/FLOCULAO 29
3.4 METODOLOGIA USADA NA DETERMINAO DOS PARMETROS
FISIO-QUIMICOS E BACTERIOLOGICOS 31


4 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS 32
4.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS COM O COMPONENTE (A)
E SEUS DERIVADOS 32
4.2 RESULTADOS DOS ENSAIOS COM O COMPONENTE (B)
E SEUS DERIVADOS 36
4.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS COM O COMPONENTE (C)
E SEUS DERIVADOS 46
4.4 RESULTADOS DOS ENS. COM O COMPONENTE (DI/DE)
E SEUS DERIVADOS 51
4.5 RESULTADOS DOS ENSAIOS COM O COMPONENTE (B)
E SEUS DERIVADOS 56
4.6 EXPERINCIA DO COMPONENTE (B) COMO AUXILIAR
DE COAGULAA 64


5 ANLISE DE VIABILIDADE DO USO DA MORINGA OLEIFERA
LAM NO TRAVAMENTO DE GUA 66

6 CONCLUSES E RECOMENDAES 70
6.1 CONCLUSES 70
6.2 RECOMENDAES 72


7 REFERNCIAS 73











1.0 - INTRODUO

1.1 Generalidades

Na Paraba, como no resto do Brasil, o crescimento desordenado,
principalmente das pequenas comunidades, a ausncia de um controle efetivo
dos resduos domsticos e industriais, particularmente do lixo e esgoto sanitrio,
tem propiciado a contaminao e poluio das guas naturais que, como
conseqncia, apresentam qualidades imprprias para o consumo humano.
do conhecimento geral que, a gua para uso domstico tem que ser
potvel, ou seja, no pode conter microrganismos patognicos e substncias
qumicas txicas e/ou radioativas, acima dos padres recomendados, pela
Portaria n 1.469 de 22/02/2001, do Ministrio da Sade. A presena na gua
desses elementos, fora dos padres de potabilidade, pode provocar inmeras
doenas degenerativas, infecciosas e parasitrias, tais como, saturnismo,
hemoglobinemia, clera, febres tifide e paratifife, hepatite infecciosa, disenteria
amebiana e disenteria bacilar, principal responsvel pela mortalidade infantil. Elas
so denominadas de doenas hdricas e classificadas em doenas de origem e
transmisso hdricas (ENGRCIA, 1978).
Segundo, a Organizao Mundial da Sade - OMS, 70% dos leitos
hospitalares, ocupados no mundo inteiro, abrigam pessoas portadores de
doenas de origem ou transmisso hdricas e suas conseqncias, provenientes
da ausncia de servios adequados de abastecimento de gua e coleta de guas
residurias.
As populaes que moram nas grandes e mdias cidades brasileiras
recebem guas de qualidades razoveis, pois estas so tratadas por processos
convencionais, de alto custo, para atenderem aos padres brasileiros de
potabilidade, segundo a Portaria 1.469/2001, citada anteriormente.
Entretanto, as pessoas que habitam as pequenas cidades, as
comunidades da periferia dos grandes centros populacionais, os distritos e vilas
municipais, do interior do pas, bem como, da zona rural, geralmente so
abastecidas com gua contaminada com germes patognicos e/ou dotadas de
substncias qumicas txicas com teores inadequados para ingesto humana.

Desde muito tempo, conhecido o processo de tratamento de gua
convencional, que transforma a gua in natura em gua potvel, a qual,
submetida a um processamento, constitudo de vrias etapas, usualmente
chamado de clssico ou completo, realizado em uma estao de tratamento de
gua, do tipo convencional. Consiste inicialmente, em fazer a clarificao da
gua, atravs da coagulao, floculao e decantao. Depois, ela filtrada para
retirar algumas pequenas partculas (mini-flocos), que por acaso, no
sedimentaram, durante a decantao. Finalmente, aps a filtrao, ela
desinfetada e recebe a correo de pH e do teor de fluor.
Alm do tratamento convencional, existem vrias modalidades de
tratamento da gua, executados em estaes semi-convencionais. So os
chamados tratamentos compactos ou simplificados, nos quais, so modificadas,
eliminadas ou compactadas (fundidas) algumas etapas do processo de
tratamento de gua, com o objetivo de simplificar a operao de tratamento e
diminuir custos, alterando dessa maneira o processo de tratamento convencional.
As alteraes mais usadas atualmente no tratamento de gua convencional, so:
a) o tratamento de gua com filtrao direta, que consiste na adio de uma
pequena quantidade de coagulante gua bruta, para provocar a
desestabilizao das impurezas e logo depois se faz a filtrao. Nessa
modalidade eliminada a fase da decantao e ocorre em uma estao
simplificada, geralmente constituda do sistema de coagulao/floculao e
filtrao, com filtro ascendente ou descendente, seguida de desinfeo ou
clorao e b) o tratamento de gua feito em floco-decantador, onde feita a
compactao das etapas de coagulao, floculao e decantao, em uma nica
etapa chamada floco-decantao.
Ainda so conhecidas outras formas de tratamento simplificados, como o
tratamento de gua com filtro lento (infiltrao provocada) usado desde a
antigidade, destinado a pequenas comunidades e considerado um tratamento
natural, tendo em vista que, ele no usa produtos qumicos para potabilizar a
gua e o tratamento simples ou incompleto, que consiste apenas na desinfeo
(clorao) da gua.



Apesar das vrias opes que podem ser adotadas para o tratamento da
gua, o desenvolvimento econmico-social do nosso pas, ainda no suficiente
para dotar toda populao brasileira de gua potvel, mesmo com sistemas
simplificados, de baixo investimento e que usem tecnologia de tratamento de
gua, que seja compatvel com as condies scio-econmicas e ambientais,
dessa populao marginalizada.
1.2 Justificativa

O homem moderno busca na biodiversidade dos recursos naturais a
soluo de muitos dos seus problemas, numa tentativa de evitar o uso de
produtos qumicos artificiais, muitas vezes contaminados com substncias
qumicas txicas e/ou radioativas.
O uso de coagulantes naturais, de origem vegetal, para clarificao de
gua turvas e coloridas, quando possvel, de grande significao ecolgica e
ambiental, considerando que a presena das plantas, sempre contribui com a
ecologia, o embelezamento e a melhoria do ambiente, tornando o meio mais
agradvel e ainda produzindo oxignio molecular, indispensvel a respirao dos
seres vivos.
Por esse fato tem crescido enormemente nos ltimos anos a esperana
de se encontrar na biodiversidade vegetal (flora) um coagulante natural para
clarificao de guas turvas e/ou coloridas que apresente baixa toxidade e seja
de uso simples, barato e de fcil obteno e aplicao.
Os problemas dos coagulantes naturais para uso em sistema comunitrio,
consistem na dificuldade de sua obteno em qualidade e quantidade suficientes
para operar um sistema de abastecimento de gua desse porte e tambm, devido
a algumas inconvenincias que eles conferem gua, tais como: a) o aumento da
matria orgnica na gua, que pode fermentar anaerobicamente produzindo
gases mal cheirosos; b) apenas, a clarificao no elimina os microrganismos
patognicos presentes na gua in natura (nenhum coagulante elimina totalmente
os microrganismos patognicos) e c) o hbito de no se fazer a desinfeo da
gua com substncias qumicas para o tratamento no perder o seu caracter
natural. Alis esse fato muito grave, porque pode induzir o usurio da gua que
sofreu apenas clarificao a us-la, contaminada biologicamente.
As inconvenincias mencionadas acima, precisam ser estudadas com
maior profundidade para se verificar, se realmente so verdadeiras com relao a
Moringa oleifera Lam e ao mesmo tempo, se testar a viabilidade dessa planta
como coagulante natural usado no tratamento de gua para um sistema
comunitrio urbano.
Diante do exposto e tendo em vista a realidade do abastecimento de gua
das pequenas comunidades do interior do pas e da periferia das grandes
cidades, se resolveu estudar a viabilidade do uso da Moringa oleifera Lam para
tratamento de gua, em sistema de abastecimento comunitrio, visando a
melhoria da sade pblica e das condies de vida dessa populao
marginalizada, considerando que em muitos lugares, inclusive na Paraba, ela j
usada como soluo alternativa para clarificar gua do abastecimento de casas
isoladas da zona rural e tambm por ser a espcie mais divulgada na regio.


1.3 Objetivos do estudo da Moringa oleifera Lam



1.3.1 Objetivo geral


Estudar a viabilidade tcnica e econmico-social da Moringa oleifera
Lam no tratamento de gua para pequenas comunidades.


1.3.2 - Objetivos especficos


Estudar a viabilidade da Moringa oleifera Lam como coagulante
natural para clarificao de gua in natura, com alta cor e elevada
turbidez;

Estudar a viabilidade da Moringa oleifera Lam como auxilar de
Coagulao/floculao de guas turvas e coloridas;

Estudar a viabilidade da Moringa oleifera Lam como desinfetante de
gua para uso domstico, em pequenas comunidades; e

Fornecer subsdios para aes em saneamento ambiental como fator
de melhoria de sade pblica, principalmente na preveno de doenas
infecciosas e parasitrias, no sentido de reverter o Quadro atual nas
reas mais carentes do estado da Paraba.



2.0 FUNDAMENTOS TERICOS DA COAGULAO /FLOCULAO

2.1 Coagulo/floculao de guas naturais

As guas naturais, principalmente as guas superficiais prximas s
zonas urbanas, industriais e regies desmatadas, contm uma grande variedade
de impurezas, destacando-se as partculas coloidais, substncias hmicas,
plncton e microrganismos em geral.
As impurezas que esto na gua, apresentam cargas superficiais
negativas. Devido ao tamanho diminuto das partculas e as foras de repulso,
elas no se aproximam umas das outras e permanecem no seio da gua, se
suas caractersticas no forem alteradas. Para que as impurezas possam ser
removidas necessrio alterar algumas propriedades da gua e
consequentemente de suas impurezas, atravs da adio de determinadas
substncias qumicas, denominadas de coagulantes (DI BERNARDO, 1993).
A coagulao de uma gua turva e/ou colorida definida como o processo
de tratamento de gua que tem como objetivo fundamental a formao de
partculas desequilibradas eletricamente (cogulos). Geralmente so partculas
resultantes da ionizao do coagulante dissolvido na gua. Enquanto que, a
floculao caracterizada pela aglutinao das partculas resultantes dessa
coagulao, com o material finamente dividido (impurezas), disperso no seio da
gua, que lhe confere cor e turbidez. Na prtica, esses fenmenos ocorrem quase
que simultaneamente. Por esse fato, no se usa trat-los separadamente. A
ocorrncia dos fenmenos coagulao/floculao qumica e mais a decantao
ou sedimentao propiciam a clarificao, que definida como o processo de
remoo de cor e turbidez de guas naturais. As guas naturais, superficiais ou
subterrneas que se encontram na natureza so chamadas de brutas ou in
natura.
No tratamento de gua para qualquer finalidade, a coagulao/floculao
e sua conseqente clarificao constituem etapas fundamentais desse
processamento.



Assim, quando a gua a ser tratada necessita da coagulao/floculao
qumica, essa etapa passa a ser o ponto de maior importncia, em qualquer
tecnologia de tratamento. Na filtrao direta, se por acaso a
coagulao/floculao for deficiente, as impurezas no sero retidas nos filtros,
ou podem propiciar a impermeabilidade do leito filtrante, provocando a sua
colmatao rapidamente. No tratamento completo, a coagulao/floculao, se
ineficiente, tambm pode comprometer o desempenho da sedimentao e
filtrao (DI BERNARDO, 1993).
Nas estaes de tratamento de gua se entende a coagulao/floculao
como a transformao das impurezas invisveis, que esto na gua em suas
diversas formas, em partculas maiores, mais densas e consequentemente mais
pesadas, chamadas flocos, capazes de serem retirados do meio, atravs da
decantao ou sedimentao, filtrao ou flotao (CAMPOS E POVINELLI,
1976).
A coagulao/floculao, quando realizada com sais de alumnio e ferro
resulta de dois fenmenos: o primeiro, que essencialmente qumico, consiste
nas reaes do coagulante com a gua, formando espcies hidrolizadas com
carga positiva. Depende da concentrao do metal presente, da temperatura, da
quantidade de impurezas e do pH final da mistura. O segundo fundamentalmente
fsico, consiste no transporte das espcies hidrolizadas para que haja contato com
as impurezas presentes na gua (DI BERNARDO, 1993).
Quando a coagulao/floculao realizada por polieletrlitos, acredita-
se que o processo pode acontecer sem a ocorrncia do fenmeno qumico, no
havendo reaes de neutralizao entre o coagulante e a gua, para formar
complexos gelatinosos, como ocorre com os coagulantes derivados de sais de
alumnio e ferro. Esse acontecimento devido ao fato deles j serem constitudos
de complexos dotados de grandes cadeias moleculares, que apresentam pontos
(stios) com cargas positivas ou negativas, que tm grande capacidade de
adsoro de partculas ao seu redor, Por esse motivo, a coagulao/floculao
com polieletrlitos, praticamente, independe da alcalinidade da gua, podendo
ocorrer numa grande faixa de valores de pH (entre 4 e 12).


Na gua, a maior parte das partcula coloidais e molculas das
substncias hmicas possuem cargas eltricas superficiais carregadas
negativamente, devido aos seguintes processos:
a) defeito na rede de cristais da matria. A maioria das guas naturais de
superfcie apresenta muitos tipos de argilas que so basicamente constitudas de
silicatos de alumnio. Ocorre freqentemente a substituio dos tomos de
alumnio ou outros tomos trivalentes, por silcio, na rede do cristal, o que gera
um excesso de cargas negativas na superfcie desses agregados (DAVINO,
1976);
b) ionizao da superfcie das partculas em suspenso na gua. A
matria silicosa presente em suspenso na gua pode sofrer hidratao para
formar grupos silanol que, consequentemente tambm se ionizam, conferindo
cargas negativas matria em suspenso (DAVINO, 1976); e
c) a matria orgnica originria das substncias hmicas, em suspenso
nas guas superficiais apresenta uma grande variedade de compostos contendo
os grupos fenlicos, aminas e carboxlicos, parcialmente ionizados. Isso tambm
confere cargas negativas matria em suspenso na gua (DAVINO, 1976).
Devido a ocorrncia dos trs fenmenos, os colides dispersos na gua
se apresentam com cargas eltricas superficiais negativas, mesmo depois de um
balano com os ons de carga contrria presentes. Por esse fato se diz que o
sistema coloidal no apresenta carga eltrica prpria.
De um modo geral, todas as partculas dispersas em guas, cujo pH se
encontra entre 4 e 10, apresentam cargas negativas devido adsorso seletiva
de ons eletronegativos. Como na prtica geralmente as guas a serem tratadas
esto dentro dessa faixa de valores de pH, os estudos de coagulao/floculao
se desenvolveram baseados nessas idias de partculas coloidais e/ou
molculas orgnicas (macro-molculas) negativas (CAMPOS E POVINELLI,
1976).
O mecanismo atravs do qual, ocorre a coagulao/floculao das
impurezas que esto contidas nas guas naturais, depende do tipo de coagulante
usado no processo de tratamento adotado, com o objetivo de se obter gua
tratada para fins domsticos ou industriais.
Durante a coagulao/floculao das guas naturais podem ocorrer duas
formas de estabilidades das partculas ou molculas: a estabilidade eletrosttica,
provocada por coagulantes derivados de sais de alumnio e de ferro e a
estabilidade estrica propiciada pelos coagulantes polimricos. Em cada condio
de estabilidade mencionada acima, so considerados dois aspectos: o primeiro
que a estabilidade depende da estrutura da interface slido-lquido e o segundo
que ela depende das foras de atrao entre as duas interfaces, quando se
aproximam umas das outras (DI BERNARDO, 1993).

2.2 Mecanismo da coagulao/floculao das guas naturais

2.2.1- Mecanismo da estabilizao eletrosttica

Nas guas naturais, como foi dito anteriormente, as impurezas
apresentam cargas negativas, impedindo a aproximao entre elas. Por esse
fato, torna-se necessrio alterar a fora inica do meio lquido. No tratamento de
gua, isso feito principalmente, com a adio de sais de alumnio, de ferro e
polmeros naturais ou sintticos (polieletrlitos) nas guas a serem tratadas, em
quantidades adequadas (dosagem ideal), caracterizando o fenmeno da
coagulao/floculao.
Nos coagulantes clssicos ou convencionais de origem inorgnica o
mecanismo de coagulo/floculao conhecido como varredura e tpico dos
sais de alumnio e ferro. Ocorre com reao de neutralizao entre a acidez do
coagulante e a alcalinidade natural ou adicionada gua, formando espcies
hidrolizadas com cargas positivas que por atrao eletrosttica, adsorve ao redor
de si, as partculas negativas das impurezas que esto na gua. Devido a
agitao trmica e ao movimento Browniano as partculas vo se aproximando e
formando agregados (flocos) dotados de ligaes qumicas inicas,
caracterizando a estabilizao eletrosttica.
A representao esquemtica de uma partcula coloidal negativa, mostrada
na Figura 2.1, apresenta uma nuvem de ons positivos do coagulante ao seu
redor. Como a superfcie da partcula negativa h um acmulo de ons positivos
na regio da interface slido-lquido formando, juntamente com a carga negativa
da partcula, uma dupla camada eltrica, tambm denominada de camada
compacta. Os ons negativos aproximam-se da camada compacta, atraindo ons
positivos, resultando numa camada difusa, que engloba a primeira. Na realidade a
camada difusa resulta da atrao de ons positivos, da repulso eletrosttica de
ons negativos e da difuso trmica.

Figura 2.1- Representao de uma partcula coloidal negativa, com uma nuvem
de cargas positivas ao seu redor.

Observa-se portanto, uma concentrao elevada de ons positivos
prximos superfcie do coloide, tambm chamada de camada de Stern, apartir
da qual, se forma a camada difusa. Nela a concentrao de ions menor.
Segundo Stern, existe uma distncia mnima entre a superfcie do coloide
e os ons de carga contrria (positivos), na qual o potencial eltrico decresce
linearmente. Em seguida a diminuio resulta em uma funo exponencial,
passando pela fronteira entre a camada compacta e a difusa, local em que o
potencial eltrico denominado Potencial Zeta (PZ).
O conceito do Potencial Zeta est associado aplicao da
diferena de potencial eltrico em uma amostra de gua contendo coloides

negativos, de tal forma, que uma certa poro do meio, em torno de uma partcula
coloidal caminhe junto com ela para o eletrodo positivo, caracterizando o
rompimento do plano de cisalhamento.
Portanto, o Potencial Zeta a medida do potencial eltrico entre a
superfcie externa da camada compacta que se desenvolve ao redor da partcula
e o meio lquido em que ela est inserida.
Teoricamente se acredita que nas guas naturais, na interface slido-
lquido, devido a diferena de potencial eltrico entre as partculas dos coloides e
as do coagulante adicionado, ocorram fenmenos semelhantes com o
rompimento do plano de cisalhamento e a formao de flocos devido a atrao
eletrosttica entre elas. Esse fato caracteriza a estabilizao eletrosttica.
Dependendo da quantidade adicionada de coagulante, do pH da mistura e
da concentrao de alguns tipos de ons na gua, poder ocorrer a formao de
precipitados do tipo, hidrxido de alumnio Al(OH)
3
+ ou hidrxido de ferro
Fe(OH)
3
+. As partculas coloidais so envolvidas por esses precipitados e como
este mecanismo no depende totalmente da neutralizao das cargas dos
coloides, a condio tima de coagulao corresponde quela em que o Potencial
Zeta mnimo, prxima a zero (DI BERNARDO, 1993).
Os ons de carga contrria so atrados ao coloide, por foras
eletrostticas, enquanto que a agitao trmica e o movimento Browniano tendem
a distribu-los por toda massa lquida. Essa forma de estabilizao ocorre nos
coagulantes derivados de sais de alumnio e ferro, aps as reaes de
neutralizao entre a acidez do coagulante e a alcalinidade natural ou adicionada
gua, formando agregados hidrolizados dotados de cargas eltricas positivas,
que se atraem eletrostaticamente com as impurezas, formando flocos que tendem
a se decantar. A Figura 2.2, mostra a estabilizao eletrosttica que ocorre entre
as partculas positivas resultantes da adio de sais de alumnio ou ferro usados
como coagulantes qumicos, com as impurezas contidas nas guas naturais.


Figura 2.2 - Estabilizao eletrosttica, entre as partculas de hidrxido de
alumnio e as impurezas (DAVINO, 1976).

2.2.2 Mecanismo da estabilizao estrica

A estabilizao estrica tpica dos polmeros naturais ou sintticos,
que so compostos orgnicos ou inorgnicos formados de grandes cadeias
moleculares que apresentam pontos positivos ou negativos. So conhecidos na
literatura do tratamento de gua como polieletrlitos. Os polieletrlitos catinicos
quando adicionados gua como coagulantes, se adsorvem e formam espcies
hidrolizadas com cargas positivas, que por atrao eletrosttica se neutralizam
com as partculas das impurezas da gua, que apresentam cargas negativas
formando flocos que tendem a decantar, no fundo do recipiente que os contm (DI
BERNARDO, 1993).
A Figura 2.3, mostra a estabilizao estrica provocada pela atrao
eletrosttica entre as espcies hidrolizadas do coagulante e as impurezas da
gua.

Figura 2.3 - Representao esquemtica da estabilizao estrica
(DAVINO, 1976).

Entretanto, os polmeros adsorvidos tanto podem estabilizar como
desestabilizar, dependendo principalmente da quantidade relativa de polmeros


e de partculas presentes na gua, da afinidade do polmero com as partculas, e
ainda, do tipo e da concentrao dos eletrlitos presentes.
Quando h interao entre a superfcie de duas partculas recobertas
por polmeros que se encontram prximas, a repulso entre elas pode ocorrer de
duas formas, conforme mostra a Figura 2.4. Em uma delas, com a coliso entre
as partculas, cada camada de polmero pode ser comprimida, reduzindo o
volume disponvel para as molculas adsorvidas e restringindo o movimento dos
polmeros, causando assim, a repulso entre as partculas. Na outra, a mais
freqente, as camadas adsorvidas se entrelaam, aumentando a concentrao
dos segmentos dos polmeros nessa regio. Se esses segmentos espalhados
juntos aos polmeros forem muito hidroflicos, ocorrer reaes entre eles e gua,
provocando a repulso (DI BERNARDO, 1993).
Figura 2.4 - Representao das duas formas de repulso com partculas
recobertas de polmeros.

Por outro lado, nas guas naturais as substncias hmicas, que so
polmeros aninicos, na presena dos polieletrlitos so adsorvidos na interface
slido-lquido e devido ao movimento das partculas, elas se atraem
eletrostaticamnte formando flocos atravs da estabilidade por efeito estrico.
Alguns autores dizem que a estabilizao estrica resulta da adsorso
simultnea: das espcies hidrolizadas, das partculas das impurezas presentes,
da existncia de agitao trmica e do movimento interno das partculas, fazendo
com que elas se atraiam mutuamente. A Figura 2.5, mostra a estabilizao
estrica.


Figura 2.5 - Estabilizao estrica resultante da adsorso dos polmeros na
superfcie da partcula coloidal ( DI BERNARDO, 1993).

Os coagulantes de origem orgnica naturais ou sintetizados, conhecidos
universalmente como polieletrlitos, representados por compostos constitudos de
grandes cadeias moleculares, so dotadas de stios (pontos) com cargas positivas
ou negativas. O mecanismo de coagulao/floculao das guas naturais com
esses polmeros, independe da acidez ou alcalinidade da gua e ocorre atravs de
atraes eletrostticas entre as partculas das impurezas e os stios
desequilibrados eletricamente, formando agregados (flocos) com ligaes qumicas
do tipo pontes de hidrognio ou similar, provocando a estabilidade de todas as
partculas que esto dispersas na gua (estabilizao estrica).

2.3 - Coagulao/floculao com diferentes compostos

2.3.1 - Coagulao/floculao de guas naturais com uso de coagulantes
convencionais

As guas dos mananciais de abastecimento, principalmente dos
mananciais superficiais, geralmente apresentam cor e turbidez elevadas que lhes
conferem caractersticas de guas turvas e coloridas, devido a presena de
determinadas substncias ou misturas dispersas em seu meio, formando
impureza.
Com o desenvolvimento da humanidade o homem descobriu que
determinadas produtos qumicos quando adicionados gua se ionizavam,
reagiam com a matria dispersa e formavam cogulos que se precipitavam,
deixando a gua lmpida.
A clarificao de uma gua pode ser definida como sendo a remoo da
matria finamente dividida (impurezas) que se encontra nela dispersa, lhe
conferindo caractersticas de gua bruta, como a cor aparente ou verdadeira e a
turbidez que impede a passagem da luz atravs dela, tornando-a opaca e no
translcida.
Os coagulantes clssicos ou convencionais, tais como: sulfato de alumnio,
cloreto ferroso, cloreto frrico, alm de outros, devido a grande eletropositividade
dos elementos qumicos que os compem, quando so dissolvidos na gua,
geralmente formam compostos gelatinosos, dotadas de cargas positivas
(coagulantes catinicos). O mecanismo de formao dos flocos ocorre atravs da
neutralizao entre a acidez do coagulante e a alcalinidade natural ou adicionada
gua, que por atrao eletrosttica entre as cargas positivas resultantes da
ionizao do coagulante e as cargas negativas das partculas (impurezas) que
esto dispersas na gua, formam os flocos. Estes so entidades maiores, mais
pesadas, dotadas de ligaes inicas, que tm tendncia de se precipitarem
quando h uma diminuio da velocidade do fluxo de gua.
Nas estaes de tratamento de gua, esses fenmenos comeam a
ocorrer, de maneira simultnea, na mistura rpida e se consolida durante a
mistura lenta (floculao).
A coagulao convencional depende diretamente das caractersticas da
gua bruta e da quantidade de impureza que ela contm, conhecidas atravs da
determinao de parmetros como pH, alcalinidade, cor verdadeira, turbidez,
condutividade, fora inica, slidos totais dissolvidos, etc.
Para guas de baixa cor e baixa turbidez, as vezes conveniente usar um
coagulante convencional consorciado com um coagulante polimerizado natural
ou sinttico. Esse fato confere gua flocos mais pesados e com maior
capacidade de decantao.


Nos ltimos anos, tem sido desenvolvido diversos compostos polimricos
de ferro e alumnio, constituindo um novo tipo de coagulante amplamente usado
nos pases do primeiro mundo, conhecidos como polmeros inorgnicos aplicados
com muita eficincia no tratamento de guas de qualidades diversas.
A preparao de coagulantes inorgnicos polimerizados extremamente
complexa e envolve sais de alumnio e ferro, em condies especiais, resultando
em agregados complexos, como o PAC (Poly Aluminun Chloride), conhecido no
Brasil como policloreto de alumnio, que um polmero inorgnico de hidrato do
alumnio clorado, cuja frmula genrica Al
n
(OH)
m
Cl
3
n-m (ANTUNES, 1998).
Atualmente, encontram-se disponveis no mercado vrios tipos de polmeros de
alumnio e ferro e a eficincia de cada um depende basicamente da relao entre
os ons de ferro e alumnio, no seu agregado inico.

2.3.2 Mecanismo de coagulao de guas naturais com uso de
coagulante no convencional.

A literatura do tratamento de gua, tem registrado alguns trabalhos com o
uso de coagulantes e/ou auxiliares de coagulao de origem orgnica,
constitudos a base de polissacardeos, protenas e principalmente, os amidos,
entre os quais tm se destacados: farinha de mandioca, araruta e fcula de batata
(DI BERNARDO, 1993).
Tem-se verificado tambm o uso de algumas plantas, tais como: o Quiabo
(Abelmoschus esculentus), usado na forma de um fluido viscoso extrado da
vagem (baba de quiabo) ou na forma de ch feito apartir do p seco da vagem
pulverizada; a Mutamba (Guazuma ulmifolia) ou Chico Magro no Mato Grosso,
usada tambm na forma de ch da casca do caule e Cacau (Theobroma cacau),
usado na forma do p da casca (ABREU E LIMA, 1998).
Tem sido tambm registrado o uso de argilas no ferrosas, formados de
grandes agregados inicos (molculas complexas), como bentonita sdica e
outras argilas alcalinas, como auxiliar de coagulo/floculao.
O mecanismo de coagulao desses compostos orgnicos e inorgnicos
semelhante ao mecanismo de coagulao/floculao dos polieletrlitos, j que
todos eles so polmeros naturais constitudos de grandes cadeias carbnicas ou
silicnicas, dotados de stios com pontos positivos ou negativos, podendo na
presena da gua, se transformarem em coagulantes catinicos ou aninicos,
dependendo do saldo das cargas eltricas, se positivo ou negativo (DAVINO,
1996).
Tanto os polmeros sintticos, como os naturais (amidos em geral), tm
sido usados como auxiliar de coagulao/floculao, com o objetivo de aumentar
a velocidade de sedimentao dos flocos, aumentar a resistncia dos flocos
contra s foras de cisalhamento que podem ocorrer com a veiculao da gua
aps a floculao e propiciar a diminuio da dosagem do coagulante primrio.
Por outro lado, a presena de um polieletrlito orgnico, natural ou
sinttico na gua, pode aumentar seu teor de matria orgnica ou inorgnica e
causar problemas, como o aparecimento de sabores desagradveis e substncias
mal cheirosas, caso essa matria orgnica, no seja eliminada durante as fases
da coagulao/floculao, sedimentao e desinfeo com cloro gasoso ou
produto similar.
Os grandes sistemas de tratamento de gua do Brasil e do mundo,
principalmente em regies super-povoadas, que precisam de grandes vazes,
geralmente necessitam de explorar ao mximo o potencial de suas estaes de
tratamento de gua, e por isso sempre usam polieletrlitos naturais ou sintticos
consorciados com algum tipo de coagulante primrio, para se beneficiarem das
vantagens citadas anteriormente.
Os pases desenvolvidos econmico e socialmente, chamados do
primeiro mundo, produzem e usam polieletrlitos sintticos, em grande
quantidade. Esses polmeros so produzidos, apartir de diversas substncias
qumicas, inclusive algumas originrias da industria petroqumica. So compostos
de baixa toxidade, com prazo de validade pr-estabelecido e com licenciamento
dos rgos encarregados da sade publica desses pases.
O Japo por exemplo, tem desenvolvido polieletrlitos sintticos
apartir de sais a base de alumnio e ferro, com alta capacidade de
coagulao/floculao e abrangendo grande faixa de pH e alcalinidade, se



prestando portanto, para coagular/flocular guas de diversas origens e
qualidades.

2.3.3 Coagulao/floculao de guas naturais com o uso da protena
da Moringa oleifera Lam

Em muitos pases do mundo, diferentes espcies de plantas j so
utilizadas como coagulantes naturais para clarificar guas turvas que se destinam
ao consumo humano. A maioria dessas plantas so usadas de forma tradicional e
algumas foram descobertas em laboratrio (GERDES, 1997). A Tabela 2.1,
apresenta as famlias botnicas e o nmero de espcies por famlia, que so
conhecidas pelas propriedades de coagulao das suas sementes.

Famlia Nmero de espcies usadas para clarificar
gua bruta
Acanthaceae 3
Anacardiaceae 5
Annonaceae 3
Araceae 2
Cactaceae 11
Capparidaceae 8
Malvaceae 5
Moringaceae 7
Papilionideae 13
Tiliaeae 7

Tabela 2.1 Nmero espcies vegetais com capacidade coaguladora (JANH,
1986)
Das muitas espcies de plantas testadas em todo mundo, algumas
apresentaram grande capacidade de clarificar (limpar) guas in naturas (brutas)
que contenham impurezas, principalmente, as espcies da famlia das
Moringaceae. Entre as 14 (catorze) espcies conhecidas dessa famlia, 7 (sete)
delas so muito raras e 7 (sete) tm sido encontradas em diversos pases da
sia, frica e Amrica Latina, como mostra a Tabela 2.2. Quando usadas como
coagulantes naturais, na clarificao da gua, para diminuir sua cor e turbidez
elas tm apresentado bons resultados, principalmente as espcies: Moringa
oleifera Lam e a Moringa stenopetola (GERDES, 1997).

Ordem: Cappridales. Famlia: Moringaceae
Espcies Distribuio pelo mundo
Moringa oleifera Pantropical
Moringa concanensis ndia
Moringa peregrina Egito, Sudo, Pennsula arbica
Moringa stenopetala Etipia, Qunia
Moringa longituba Somlia
Moringa ovalifolia Nambia
Moringa drouhardii Madagscar

Tabela 2.2 - Espcies mais comuns de Moringa e sua distribuio pelo mundo
(JAHN, 1986).

A Moringa oleifera Lam, a espcie mais divulgada da famlia das
Moringaceae, uma planta originria da ndia, mas j se espalhou por todo
mundo, principalmente nos pases tropicais, como o Brasil. Na regio do Nordeste
brasileiro a Moringa oleifera conhecida como Lrio Branco. Outro nome popular
dessa planta no Brasil Quiabo de Quina (CORRA, 1984).
Essa espcie de Moringa oleifera cresce rpido e pode frutificar no seu
primeiro ano de vida. A sua propagao pode ser feita atravs de sementes,
mudas ou estacas (GERDES, 1996).
uma planta de mltiplos usos. Na alimentao humana so
aproveitadas: as folhas como verduras cruas, as vagens verdes como verduras
cozidas e as sementes maduras podem ser torradas para fabricao de farinha.
As sementes tambm produzem um excelente leo que pode ser usado na
alimentao e para fazer sabo e cosmticos. Suas flores so muito procuradas
pelas abelhas. A Moringa oleifera Lam ainda pode ser utilizada como cerca viva e
quebra ventos (GERDES, 1996).
No Sudo e em outros pases da frica, as mulheres rabes
tradicionalmente usam sementes da Moringa oleifera quebradas (pisadas) na
clarificao de guas turvas (JAHN, 1981 e 1986). A eficincia desse processo
vem sendo confirmada em laboratrio e em projetos de abastecimento de gua
para casas isoladas da zona rural no Brasil e no mundo.
A Moringa oleifera chegou ao Brasil no comeo do sculo passado, mas
seu uso como coagulante s teve incio apartir de maro de 1996, com a vinda da
Dra Samia Al Azharia Jahn, que fez uma visita ao Nordeste brasileiro, orientou
um workshop na cidade de Ouricuri - PE e fez vrias palestras em diferentes
lugares do Brasil. A Dra Jahn, j trabalha h mais de 20 anos com a Moringa,
como coagulante, usada como soluo alternativa de abastecimento de gua de
casas isoladas na zona rural em pases, como o Sudo na frica e o Egito na
sia (GERDES, 1996).
Aps a visita da Dra. Jahn, o uso da Moringa oleifera no Brasil,
principalmente no Nordeste brasileiro, foi incentivado devido a dedicao e ao
trabalho de grupos de pessoas (organizaes no governamentais) do Nordeste,
interessadas no seu desenvolvimento econmico-social e na melhoria da sade
pblica de seu povo, entre os quais, devem ser citadas, a equipe da Dra. Gerrit
Gerdes, do ESPLAR - Centro de Pesquisa & Assessoria, de Fortaleza - CE e a
equipe do Dr. Lus Cludio Mattos, da AS-PTA Regional Nordeste, em Recife -
PE. Esses grupos tm feito um excelente trabalho de divulgao do uso da
Moringa oleifera no Nordeste e obtidos bons resultados na clarificao de guas
turvas e coloridas da regio.
Eles usam a tecnologia tradicional criada por povos primitivos da sia e
da frica, aperfeioada pela Dra Samia Al Azharia Jahn, cientista de origem
alem e outros pesquisadores em diversas partes do mundo. Essa tecnologia
simples e empregada como soluo alternativa de abastecimento de gua, para
casas isoladas da Zona Rural. Consiste em colocar uma determinada quantidade
de gua bruta num recipiente, geralmente de 10 (dez) a 20 (vinte) litros e
adicionar a ela, a polpa de 1 (uma), 2 (duas) ou at 3 (trs) sementes de Moringa
(dependendo da qualidade da gua bruta), pisada e na forma de suco coado, para
cada litro de gua que se deseja limpar. Deixa-se em repouso e aps 2 (duas)
horas, atravs de um sifo, retira-se o sobrenadante e descarta-se o precipitado.
Usa-se essa gua clarificada, denominada de sobrenadante, geralmente para
beber ou lavar loua, pelo resto do dia e at a noite. No dia seguinte recomea-se
o processo.

A Figura 2.6 apresenta um exemplar de Moringa oleifera Lam, com
aproximadamente, um ano de idade, j frutificando, bem como, vagens e
sementes.



Figura 2.6 - Sementes, vagens e uma rvore com um ano de idade.

2.3.3.1 - Mecanismo de coagulao/floculao com o uso da polpa de
semente da Moringa oleifera Lam

O mecanismo da coagulao/floculao de uma gua, provocado pela
protena existente na polpa da Moringa oleifera Lam, se assemelha ao
mecanismo da coagulao/floculao provocado pelos polieletrlitos, que so
polmeros originrios de protenas e polissacardeos de origem sinttica ou natural
(DAVINO, 1976).
Os polieletrlitos so compostos orgnicos ou inorgnicos naturais ou
sintticos, caracterizados como compostos qumicos polimerizados que
apresentam grandes cadeias carbnicas, constitudas de unidades que se
repetem, formando macro-molculas, com pesos moleculares que variam entre
5.000 a 10.000.000 de unidades, cujas cadeias carbnicas apresentam alguns
pontos (stios) com deficincia ou excesso de cargas eltricas, ou seja, com
pontos positivos ou negativos.
A capacidade da Moringa de coagular e flocular colides em guas
naturais que apresentam cor e turbidez, se atribui a uma protena floculante,
isolada pelos pesquisadores Gassenschmidit U, Jany KD, Tanscher B, Niebergall
H, na Alemanha, em 1995, a qual, tem massa molecular da ordem de 150.000
unidades.
As macro-molculas da protena como qualquer polieletrlito catinico,
quando colocadas em contato com as impurezas da gua, se ionizam formando
entidades hidrolizadas que provocam a desestablizao das partculas do material
que est disperso nela e consequentemente o desequilbrio eletrocintico da
soluo. Para em seguida, a medida que vo se aproximando, devido ao
movimento Browniano das partculas, se atrarem mutuamente, alcanando
novamente a estabilizao de todos os slidos que esto no seio da gua em
tratamento, atingindo um novo equilbrio da soluo, caracterizando a
estabilizao estrica.
So classificados, em funo de suas cargas eltricas em: catinicos,
aqueles que quando dissolvidos na gua se ionizam e apresentam cargas
positivas, atuando como ctions; aninicos que, em condies semelhantes se
ionizam e formam nions e noninicos que apesar de no serem considerados
poleletrlitos podem funcionar como coadjuvantes de coagulao com sulfato de
alumnio e outros compostos.
Os sistemas de tratamento, que precisam explorar ao mximo, seu
potencial de produo, geralmente usam como coadjuvante de coagulao/
floculao, um polieletrlito ou um composto noninico, consorciado a um
coagulante clssico, com o objetivo de acelerar o processo de clarificao.
Quanto a intensidade de suas foras eltricas de atrao e repulso os
polieletrlitos so classificados em fracos e fortes (DAVINO, 1976).
A Figura 2.7, mostra a representao esquemtica dos polmeros
catinicos, aninicos e noninicos, fortes e fracos.




Figura 2.7 - Representao esquemtica dos polmeros fortes e fracos (DAVINO,
1976).

Os polmeros de alto peso molecular, tm cadeias carbnicas longas e
por esse fato so capazes de estabelecer ligaes com partculas diminutas
dispersas na gua, facilitando dessa maneira a sua aglutinao e transformando-
as, consequentemente, em partculas maiores.
Para que ocorra a aglutinao das partculas contidas na gua pelo
polieletrlito necessrio que a molcula do polmero seja adsorvida na
superfcie de duas ou mais dessas partculas. Para a concretizao desse
fenmeno so fundamentais a carga, o peso molecular e o grupo funcional do
polmero.
As cargas eltricas do polmero servem para neutralizar as cargas
eltricas das impurezas dispersas na gua. O peso molecular, quanto mais alto,
maior ser a probabilidade de adsorver partculas ao seu redor e quanto ao grupo
funcional de um polmero, ele praticamente quem caracteriza sua maior ou
menor atividade ( DAVINO, 1976).
Quando os compostos noninicos so usados conjuntamente com os sais
de alumnio ou ferro, em guas de muita cor e baixa turbidez as pequenas
partculas (impurezas) se juntam as espcies gelatinosas de hidrxido de alumnio
ou ferro, que adsorvendo o polmero, formam ligao tipo ponte de hidrognio ou
outras semelhantes, transformando as pequenas partculas em entidades
maiores, capazes de se precipitarem.

2.4 - Propriedades dos coagulantes convencionais e polimerizados

Os coagulantes apresentam algumas propriedades, que so inerentes da
sua classe e constituem caractersticas especficas desses compostos qumicos.
Entre as quais, as mais comuns so:
a) Reverso de cargas Quando se adiciona um polieletrlito catinico ou
um coagulante derivado de sais de ferro ou alumnio, em excesso, numa gua a
ser clarificada, as partculas em suspenso adquiriro cargas positivas e
permanecero dispersas no seio do lquido. Isso constitui o que se chama de
reverso de cargas eltricas das partculas em suspenso, pois de negativas
que eram tornaram-se positivas;
b) A experincia mostra que o uso de polieletrlitos dispensa a adio de
alcalinidade gua a ser tratada, mesmo quando sua alcalinidade natural for
baixa, o que demonstra que as reaes que ocorrem durante a sua ionizao no
so reaes de neutralizao. Esse fato tambm amplia as faixas de pH timo de
coagulao/floculao pelos polieletrlitos.
c) Os coagulantes convencionais s tm eficincia se a gua a ser tratada
contiver alcalinidade natural ou adicionada, caso contrrio, no ocorrer a
coagulao/floculao devido ao excesso de prtons liberado pelo coagulante.
Essa propriedade que o coagulante convencional apresenta de produzir prtons
traduzida como sua capacidade de neutralizar as lcalis;
d) A superfcie dos agregados que se formam deve ser grande, permitindo
a adsorso de substncias dissolvidas, coloidais e em suspenso na gua a
coagular;
e) Que sua aplicao gua, no cause problema sade da populao
abastecida; e
f) Que o coagulante seja de baixo custo, de fcil obteno e aplicao.
3.0 - METODOLOGIA

A parte experimental dessa pesquisa foi realizada, principalmente, no
laboratrio de Saneamento do DTCC/CT/UFPB, onde foi feito a maior parte dos
ensaios de coagulao/floculao e determinados a maioria dos parmetros
necessrios para se avaliar a eficincia do tratamento e a qualidade da gua
tratada com os componentes e derivados da Moringa oleifera. No laboratrio da
Estao de Tratamento de gua da Regional do Litoral da CAGEPA, em Mars,
foram realizados alguns ensaios de coagulao/floculao e complementadas as
determinaes de cor, oxignio consumido e oxignio dissolvido. Os exames
bacteriolgicos tambm foram realizados em Mars e complementados no
Laboratrio de Tecnologia de Alimentos - LTA do DTQA/CT/UFPB.
Inicialmente, realizou-se inmeros ensaios de coagulao/floculao, com
5 (cinco) componentes da Moringa, ou seja: a semente integral (chamada de
componente (A) de acordo com a conveno adotada no Anexo I, Tabela AI -1); a
polpa da semente (B); a casca da semente (C); a parte interna (DI) e externa (DE)
da vagem, para se verificar quem apresentava melhor capacidade coaguladora.
Posteriormente, com a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre
essa ao coaguladora da Moringa oleifera, se resolveu fazer a extrao do leo,
de todos os componentes: (A), (B), (C), (DI) e (DE), usando-se como solventes,
para os 3 (trs) primeiros componentes, metanol, etanol/gua e hexano. Para os 2
(dois) ltimos, utilizou-se como solvente a mistura etanol/hexano, na proporo
(1.1). Dessas extraes foram obtidos 11 (onze) farelos (derivados), que com os 5
(cinco) componentes originais que j se dispunha, deu um total de 16 (dezesseis)
supostos coagulantes. As referidas extraes foram realizadas no Laboratrio de
Qumica de Produtos Naturais - LQPN do DQ/CCEN/UFPB.
Os ensaios de coagulao/floculao, foram realizados num equipamento
conhecido como Jar Test, mostrado na Figura 3.1, atravs do qual, possvel
determinar a quantidade de coagulante ou auxiliar de coagulante (dosagem
ideal), necessria para provocar a clarificao (limpeza) de uma gua turva e/ou
colorida.
O Jar Test um equipamento usado desde muito tempo, na rea de
tratamento de gua, nos ensaios de coagulao/floculao, em laboratrio. Ele
dotado de motor eltrico, apresenta 6 (seis) reatores (copos com 1000 ml cada um),
que durante os ensaios so cheios com a gua que se deseja testar. Alguns
aparelhos de Jar Test so dotados de sistema automtico de adio do coagulante,
que o dosa na concentrao desejada nos 6 (seis) copos, simultaneamente.
Apresenta tambm visor para leitura de velocidade angular (rotaes por minuto),
dispositivo para coleta de amostras de gua para anlise durante o ensaio de
coagulao/floculao (se precisar) e sistema de iluminao prpria. Atravs de um
sistema mecnico ou eletromagntico provoca a agitao (mistura) nos 6 (seis)
copos ao mesmo tempo, na velocidade desejada pelo operador.













Figura 3.1- Aparelho Jar Test usado nos ensaios de coagulao/floculao.

As pores de leo obtidas durante as extraes (num total de onze), no
foram testadas, porque, como do conhecimento geral, os leos e graxas no se
prestam como coagulantes, pelo fato de serem insolveis na gua.
Com o objetivo de facilitar o manuseio com as solues dos diversos
coagulantes, durante os ensaios de Jar Test, foi adotada a conveno apresentada
na Tabela AI -1 do Anexo I, como j foi dito, onde cada componente, est
representado por 1 (uma) ou 2 (duas) letras maisculas e os seus derivados esto
representados pela letra ou letras do respectivo componente e um nmero. Assim
por exemplo, o primeiro componente (semente integral) representado por (A) e os
seus derivados esto representados, respectivamente por A1, A2 e A3.

3.1 Procedimento dos ensaios de coagulao/floculao

Os ensaios de coagulao/floculao, consistem em colocar 1000 mL
de gua bruta que se deseja testar (aps anlise do pH, cor e turbidez), nos
6(seis) copos do aparelho Jar Test. Em seguida adiciona-se a cada 1 (um) deles,
com o uso de uma pipeta, quantidades pr-determinadas da soluo padro de
10.000 ppm do material (coagulante ou mistura de coagulantes) que se pretende
testar. Depois liga-se o Jar Test, primeiro numa velocidade mxima de 96(noventa
e seis) rotaes por minuto (rpm), durante 2 (dois) minutos, para propiciar a
mistura rpida, em seguida diminui-se a velocidade para 10 (dez) rotaes por
minuto (rpm), por cerca de 15 (quinze) minutos, com o objetivo de consolidar a
coagulao/floculao e finalmente, desliga-se o aparelho e deixa-se o conjunto
em repouso por 2 (duas) horas, para que ocorra a decantao ou sedimentao
do material floculado.
Aps esse procedimento determina-se: pH, cor e turbidez da gua de
todos os reatores e verifica se houve ou no clarificao da gua bruta e qual o
melhor rendimento em termos de reduo de cor e turbidez.
Caso no ocorra coagulao/floculao satisfatria da gua bruta, deve
se observar se a dosagem do coagulante aplicada est compatvel com as
condies fsico-qumicas da gua bruta, tais como: pH, alcalinidade, quantidade
de matria coloidal dispersa e a concentrao da soluo padro. Procede-se as
correes necessrias e depois repete-se o ensaio, se for o caso por vrias
vezes, alterando a dosagem do coagulante at encontrar as condies em que
ocorra a clarificao satisfatria da gua bruta. Neste ponto se diz que a dosagem
do coagulante que propiciou a melhor clarificao, a dosagem ideal.
Chama-se dosagem ideal, aquela que economicamente mais vivel, ou
seja, que com a menor quantidade de coagulante dosado, se consiga obter a
maior reduo em termos de cor e turbidez da gua bruta, no menor espao de
tempo possvel.
Descoberta a dosagem ideal, geralmente, passa-se a determinar
vrios outros parmetros, tais como: sabor, odor, alcalinidade total, oxignio
consumido, oxignio dissolvido, condutividade, DBO
(5dias)
, acidez total, slidos
totais e dureza, alm de outros, para se avaliar a qualidade da gua clarificada.
Atravs do Jar Test e usando-se a metodologia descrita neste item,
foram realizados inmeros ensaios de coagulao/floculao, com os diversos
tipos de componentes e derivados, em muitas amostras de gua, na tentativa de
se descobrir a eficincia deles como coagulante ou como auxiliar de coagulao e
qual seria a melhor dosagem (dosagem ideal), de cada um, necessria para
provocar a coagulao/floculao de uma gua bruta.
As referidas amostras de gua foram coletadas nos mananciais: de Mars
e Buraquinho em Joo Pessoa, do rio Tibiri em Santa Rita, do rio Tinto em Rio
Tinto e do rio Tapero, colhida na ponte de So Joo do Cariri. Bem como, em
gua preparada (sujada) com argila no Laboratrio de Saneamento do
DTCC/CT/UFPB.

3.2 Preparao de soluo dos componentes e derivados da Moringa


Todos os componentes e derivados da Moringa foram usados na
forma de soluo padro (obtida pela dissoluo de 5.000 mg do componente ou
derivado da Moringa oleifera triturado no liquidificador, em 0,5 litro de gua
destilada ou da torneira sem cloro), resultando numa soluo padro de 10.000
ppm de concentrao.

3.3 Procedimento de obteno dos derivados da Moringa oleifera

A metodologia usada para obteno de derivados da Moringa (farelo e
leo), a mesma empregada para extrao de leos vegetais em laboratrio. Ela
se baseia no funcionamento de um aparelho de destilao por refluxo, como
mostra a Figura 3.2, constitudo de: balo de fundo chato acoplado a um forno
eltrico, onde colocado o solvente que vai extrair o leo; um Soxhlet, recipiente
onde depositado o material modo que contm o leo e sistema de serpentina,
que capta os vapores do solvente aquecido e atravs de um mecanismo de
refrigerao com gua corrente, condensa esses vapores, fazendo com eles j na
forma de um lquido se precipite dentro do Soxhlet, atravessando (lavando) a
massa nele contida e com isso extraindo o leo, que atravs de um by pass vai
retornando ao balo.
A continuidade dessa reciclagem vai engrossando o solvente e se diz que
o solvente est se transformando em leo. Na realidade o solvente est
dissolvendo o leo e o trazendo para o balo. Ao mesmo tempo a massa do
Soxhlet vai mudando suas caractersticas e se transformando em farelo.






Figura 3.2 - Aparelho de destilao por refluxo.

Aps o perodo de extrao (entre 4 a 6 horas), para-se a operao e
passa-se a fazer a desodorizao (retirada da frao do solvente), tanto do leo,
quanto do farelo. A desodorizao do leo e do farelo podem ser feita atravs de
um rota-vapor, aparelho dotado de um balo aquecido a 60 C em banho-maria,
que gira, acoplado a um condensador refrigerado gua corrente, que condensa
os vapores do solvente e os acumula na forma lquida em outro recipiente, se
separando, portanto do leo, ou do farelo, se for o caso, como pode ser visto na
Figura 3.3.






Figura 3.3 - Aparelho de desodorizao do tipo rota-vapor.

3.4 - Metodologia usada na determinao dos parmetros fsico-qumicos
e bacteriolgicos

Todas as determinaes dos parmetros fsico-qumicos e bacteriolgicos
realizadas durante o trabalho, foram feitas de acordo com o Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater. New York: American Public Health
Association - APHA, (1994).








4.0 - APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS

O primeiro objetivo da pesquisa, era testar a Moringa oleifera como
coagulante natural. Foram iniciados os ensaios de coagulao/floculao, usando-se
a soluo do componente (A) e seus derivados, em seguida o componente (B) e
seus derivados. Os resultados podem ser vistos nas seguintes Tabelas.

4.1 - Resultados dos ensaios com o componente (A) e seus derivados.

4.1.1- Resultados do ensaio com a soluo (A) testada como coagulante.

A Tabela 4.1, apresenta os resultados do ensaio realizado com a soluo
padro do componente (A) de pH 5,6 com gua bruta de Mars.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(A) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
da turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
da cor
gua bruta - 6,4 80 - 350 -
1 50 6,3 58 27,5 270 22,8
2 100 6,3 57 28,7 260 25,7
3 150 6,4 55 31,2 250 28,5
4 200 6,5 53 33,7 240 31,4
5 250 6,4 44 45,0 200 42,5
6 300 6,4 37 53,7 160 54,2
7 350 6,2 29 63,7 120 65,7
8 400 6,4 19 76,2 78 77,7
9 450 6,4 17 78,7 80 77,1
10 500 6,3 17 78,7 82 76,5
11 550 6,2 42 47,5 86 75,4
12 600 6,2 53 33,7 93 73,4

Tabela 4.1 Resultados do ensaio realizado com o componente (A), como
coagulante natural.
Observando a Tabela 4.1, verifica-se que a variao de pH, em todos os
copos, muito pequena, de 6,2 a 6,5 e independe da dosagem do coagulante (A)
aplicado. Esse fato tpico dos polieletrlitos, devido ao mecanismo das reaes que
ocorrem, durante a estabilizao estrica. Por outro lado pode-se observar que a
reduo de cor e turbidez da gua bruta, aumentou em funo da dosagem. Comeou
a aumentar com a dosagem de 50 ppm, atingiu uma reduo mxima de 77,7 % para
cor, com a dosagem de 400 ppm, caindo logo em seguida. E de 78,7 % para turbidez
na dosagem de 450 ppm, permanecendo at a dosagem de 500 ppm, comeando a
decair em seguida.

4.1.2 Resultados do ensaio com o derivado (A1) testado como coagulante.

A Tabela 4.2, mostra os resultados do ensaio, realizado com soluo padro
do derivado (A1) de pH 5,8 com gua bruta de Mars.

Copos do
Jar test
Dosagens de
(A1) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
da turbidez
Cor em
Mg/L Pt
% de reduo
da cor
gua bruta - 6,8 56 - 200 -
1 50 6,4 27 51,8 150 250,0
2 100 6,7 25 55,3 150 25,0
3 150 6,7 23 58,9 100 50,0
4 200 6,6 17 69,6 70 65,0
5 250 6,8 15 73,2 60 70,0
6 300 6,8 12 78,5 62 62,0
7 350 6,4 12 78,5 56 72,0
8 400 6,4 15 73,2 45 77,5
9 450 6,3 18 67,8 87 56,5
10 500 6,2 25 55,3 90 55,0
11 550 6,2 36 35,7 110 45,0
12 600 6,1 37 33,9 95 52,5

Tabela 4.2 Resultados de ensaio realizado com o derivado (A1), como
coagulante natural.
Verificando a Tabela 4.2, observa-se que o coagulante usado, soluo
padro do derivado (A1), apresentou a mesma tendncia do coagulante (A). A
variao de pH, independentemente da concentrao, ficou na faixa de 6,1 a 6,8. A
reduo de cor e turbidez tambm comeou a aumentar logo apartir do copo 1,
atingindo um mximo de 78,5 % para turbidez, no copo 6 (300 ppm), onde
permaneceu at a dosagem de 350 ppm e depois comeou a cair, chegando a um
valor de 33,9 %, no copo 12. Enquanto que, a reduo da cor atingiu o mximo 77,5 %
com a dosagem de 400 ppm e logo em seguida tambm comeou a cair, atingindo o
patamar de 52,5 %.

4.1.3 - Resultados do ensaio com o derivado (A2) testado como coagulante.

Os resultados de ensaio, realizado com a soluo padro do derivado (A2)
de pH 5,9 com gua bruta de Santa Rita, so mostrados na Tabela 4.3.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(A2) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
da turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,4 95 - 325 -
1 50 6,5 58 38,9 260 20,0
2 100 6,4 52 45,2 240 26,1
3 150 6,3 48 49,4 220 32,3
4 200 6,4 46 51,5 180 44,6
5 250 6,5 48 49,4 180 44,6
6 300 6,5 52 45,2 160 50,7
7 350 6,5 48 49,4 120 63,0
8 400 6,4 34 64,2 78 70,5
9 450 6,4 22 76,8 68 79,0
10 500 6,3 27 71,5 66 79,6
11 550 6,3 41 56,8 72 77,8
12 600 6,4 57 50,5 88 72,9

Tabela 4.3 - Resultados de ensaio realizado com o derivado (A2), como
coagulante natural.
Pela Tabela 4.3, pode-se observar que o pH sofreu uma pequena variao,
ficando entre 6,3 e 6,5. A reduo da cor e turbidez apresentou a mesma caracterstica,
do coagulante do ensaio anterior (A1), ou seja, comeou a crescer lentamente, at
atingir um valor mximo e em seguida caiu novamente. A reduo mxima de cor, no
ensaio, foi de 79,6 % para uma dosagem de 500 ppm, em seguida caindo para 72,9 %,
no copo 12, Enquanto que, a turbidez apresentou um valor mximo de 76,8 %, com uma
dosagem de 450 ppm e depois caiu para 50,2 %, com uma dosagem de 600 ppm.
Mostrando que neste caso, houve melhor reduo da cor, do que da turbidez.

4.1.4 Resultados do ensaio com a soluo (A3) testada como coagulante.

A Tabela 4.4, apresenta os resultados de ensaio, realizado com soluo padro
do derivado (A3) com pH 6,2 com gua bruta de Mars.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(A3) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo d
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,4 71 - 300 -
1 50 6,5 45 36,6 250 16,6
2 100 6,4 44 38,0 230 23,3
3 150 6,5 37 47,8 180 40,0
4 200 6,4 28 60,5 150 50,0
5 250 6,4 23 67,6 100 66,6
6 300 6,3 19 73,2 78 74,0
7 350 6,3 18 74,6 80 73,3
8 400 6,2 15 78,7 61 79,6
9 450 6,3 15 78,7 65 78,3
10 500 6,2 25 64,2 66 78,0
11 550 6,1 37 47,8 76 74,6
12 600 6,0 44 38,0 95 68,3

Tabela 4.4 Resultado de ensaio realizado com o derivado (A3), como
coagulante natural.
Analisando a Tabela 4.4, pode-se verificar a mesma tendncia dos
coagulantes do grupo (A). A variao de pH foi mnima, ficando entre 6,0 e 6,5. A
reduo de cor atingiu o valor mximo de 79,6 % com uma dosagem de 400 ppm do
coagulante testado (A3) e em seguida comeou a cair, sendo registrado no copo 12
o valor de 68,3 %. Quanto a reduo de turbidez seu valor mximo apresentado foi
de 78,7 %, para uma dosagem de 400 ppm, permanecendo com o mesmo
percentual at a dosagem de 450 ppm e depois comeou a cair, atingindo o valor de
38,0 %, no copo 12 (600 ppm).
Aps vrios ensaios, tanto com o componente (A), quanto com seus
derivados, em amostras de gua de diversos tipos, foram apresentados, apenas,
esses 4 (quatro) ensaios, com o cuidado de no tornar cansativa a discusso de seus
resultados, tendo sido propositadamente escolhido, um de cada tipo, dos coagulantes
testados, como mostram as Tabelas 4.1 a 4.4.
Observa-se pelas Tabelas 4.1 a 4.4 que, o componente (A) e seus derivados
no apresentaram resultados satisfatrios de clarificao da gua (ou seja, reduo
de cor e turbidez entre 90,0 % e 95,0 %). Verifica-se ainda que os maiores
rendimentos, nos diversos ensaios, foram da ordem de 76.8 % a 78.7 % para turbidez
e de 72.0 % a 79.6 % em termos de cor. Esses rendimentos ocorreram com dosagens
bastante altas, entre 350 ppm e 500 ppm. Isso se atribui ao fato da semente integral
da Moringa oleifera apresentar em sua composio cerca de 23,0 % a 25,0 % de
casca. Como a casca no tem propriedades coagulantes, sua presena interfere nos
mecanismos de coagulao/floculao prejudicando o seu rendimento. Essa
tendncia foi sempre verificada em todos os ensaios realizados.

4.2 - Resultados dos ensaios do componente (B), polpa da semente e seus
derivados

4.2.1 Resultados dos ensaios da soluo (B) testada como coagulante.

O resultado do ensaio 1, realizado com a soluo padro do
componente (B), de pH 4,1 com gua bruta do Rio Tapero, coletada em So
Joo do Carir, est apresentado na Tabela 4.5.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,8 400 - 2000 -
1 40 7,6 150 62,5 650 67,5
2 80 7,4 100 75,0 350 82,5
3 120 7,3 66 83,5 250 87,5
4 160 7,3 30 92,5 175 91,2
5 200 7,2 15 96,2 75 96,2
6 240 7,1 15 96,2 50 97,5
7 280 7,0 10 97,5 72 96,4
8 320 6,9 9 97,7 100 95,0
9 360 6,9 20 95,0 120 94,0
10 400 6,8 30 92,5 150 92,5
11 440 6,7 45 88,7 175 91,2
12 480 6,7 50 87,5 250 87,5


Tabela 4.5 Resultado do ensaio 1, realizado com o componente (B), como
coagulante natural


Observando a Tabela 4.5, verifica-se que o componente (B) tambm
apresenta pequena variao nos valores de pH, ficando neste ensaio, entre 6,7 e 7,8. A
reduo da cor e da turbidez, aparece com maior intensidade. Esse ensaio apresentou
uma reduo de cor, mxima de 97,5 % com uma dosagem de 240 ppm, enquanto que
a turbidez atingiu a reduo mxima de 97,7 % para uma dosagem de 320 ppm. Pela
anlise dos dados da Tabela ficou evidenciado que o coagulante (B) muito mais
eficiente para gua bruta que apresenta muita cor e elevada turbidez. Esse coagulante,
o componente (B), satisfaz muito bem as caractersticas exigidas para um bom
coagulante, ou seja, oferecer uma reduo em termos de cor e turbidez da ordem de
90,0 % a 95,0 %. Por esse fato ele pode ser classificado como um excelente coagulante,
tendo em vista que a reduo de cor e turbidez est acima do limite mximo exigido que
de 95,0 %.

A Tabela 4.6, mostra o resultado do ensaio 2, realizado com soluo padro
do componente (B) de pH 5,2 com gua bruta de Mars.


Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
Agua bruta - 6,6 40 - 175 -
1 100 6,8 22 45,0 75 57,1
2 200 6,9 8 80,0 25 85,7
3 300 6,9 3 92,5 10 94,2
4 400 6,8 15 62,5 30 82,8
5 500 6,8 20 50,0 50 71,4
6 600 6,6 25 37,5 50 71,4


Tabela 4.6 Resultado do ensaio 2, realizado com o componente (B) , como
coagulante natural.


Analisando os resultados da Tabela 4.9, verifica-se que com a presena do
componente (B) houve uma pequena variao no pH, de 6,6 a 6,9 independente da
dosagem aplicada. O ensaio apresentou uma boa reduo de cor e turbidez.
Considerando o excelente resultado do ensaio foi escolhida, aps a
determinao de pH, cor e turbidez, dos diversos copos do Jar Test a gua
clarificada do copo 3 (300 ppm) depois de filtrada, para uma anlise mais profunda
com o objetivo de se proceder uma comparao entre ela e a gua bruta. Essa
dosagem de (300 ppm) foi a que apresentou melhor resultado durante o ensaio de
coagulao/floculao, atingindo uma reduo de 92,5 % de turbidez e 94,2 % em
termos de cor. Os resultados das anlises das duas guas, para serem comparadas,
esto mostrados no Quadro 4.1.

gua Bruta de Mars gua Tratada com B (300 ppm)
Sabor: de mato e odor: de algas Sabor: Insosso e odor: de gs sulfdrico
pH 6,9 pH 6,9
Turbidez 40,0 NTU Turbidez 3,0 NTU
Cor 175,0 mg/L Pt Cor 10,0 mg/L Pt
Alc. Total 14,0 mg/L em CaCO
3
Alc.total 12,0 mg/L em CaCO
3

Ox. consumido 9,4 mg/L em O
2
Ox. consumido 32,7 mg/L em O
2

Ox. dissolvido 6,9 mg/L em O
2
Ox. dissolvido 3,6 mg/L em O
2

Condutividade 0,72 s Condutividade 0,6 6 s
Acidez total 11,0 mg/L em CaCO
3
Acidez total 5,0 mg/L em CaCO
3
Slidos totais 87,0 mg/L Slidos totais 76,0 mg/L
Dureza 20,0 mg/L em CaCO
3
Dureza 20,0 mg/L em CaCO
3
Coliformes totais > 2.400/100 mL Coliformes totais >2.400 /100 mL


Quadro 4.1 - Anlise comparativa entre a gua bruta de Mars e a tratada com a
soluo (B).

Observando as duas anlises apresentadas no Quadro 4.1, verifica-se
que o pH no sofreu variao, permanecendo em 6,9 aps a clarificao da gua. A
turbidez caiu de 40 NTU para 3 NTU, isso corresponde a uma reduo de 92,5 %,
que considerado um bom ndice de reduo. A cor tambm decaiu de 175 mg/L de
Pt para 10 mg/L de Pt, correspondendo a 94,3 %, tambm considerado um ndice
muito bom de clarificao. A alcalinidade total sofreu uma pequena queda, passando
de 14 mg/L para 12 mg/L, o que normal considerando o fato, do coagulante ser
orgnico. O oxignio consumido subiu bruscamente, passando de 9,4 mg/L em O
2
para 32,7 mg/L em O
2
Esse fato devido a presena da matria orgnica que o
coagulante conferiu gua. O oxignio dissolvido caiu de 6,9 mg/L em O
2
para 3,6
mg/L em O
2,
esse decaimento natural

devido a oxidao da matria orgnica que
se inicia imediatamente. A condutividade sofreu apenas, uma pequena variao,
passando de 0,72 s para 0,66 s, fato natural, considerando que o coagulante
orgnico. A acidez total passou de 11,0 mg/L em CaCO
3
para 5,0 mg/L em CaCO
3
,
esse fato se justifica porque durante a fermentao houve formao de substncias
alcalinas. O teor de slidos totais, caiu em 11 unidades, isso devido ao tipo do
coagulante. A dureza ficou a mesma considerando que o coagulante no confere
dureza a gua. Os exames bacteriolgicos apresentaram resultados positivos tendo
em vista que a clarificao no torna gua potvel.

Na Tabela 4.7, encontra-se o resultado do ensaio 3, realizado com a soluo
padro do componente (B) de pH 6,2 com gua do rio Jaguaribe.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,5 17,0 - 75 -
1 100 7,7 7,5 55,8 50 33,3
2 200 7,9 1,2 92,9 7 90,6
3 300 7,7 2,4 85,8 15 80,0
4 400 7,8 2,6 84,7 27 64,0
5 500 7,6 3,0 82,3 50 33,3
6 600 7,6 3,0 82,3 50 33,3


Tabela 4.7 - Resultado do ensaio 3, realizado com o componente (B), como
coagulante natural.


Tambm aps o ensaio 3, de coagulao/floculao, com a soluo padro
do componente (B), em gua do rio Jaguaribe foi escolhida a gua clarificada do copo
2 (200 ppm), aps filtrao, para se fazer comparao com a gua bruta,
considerando que se conseguiu com essa dosagem, uma reduo na turbidez de 92,9
% e 90,6 % em termos de cor, como pode ser visto no Quadro 4.2.









gua Bruta do Rio Jaguaribe gua Tratada( 200 ppm)
Sabor: de mato e Odor: de algas Sabor: Insosso e Odor: de gs sulfdrico
pH 7,5 pH 7,9
Turbidez 17,0 NTU Turbidez 1,2 NTU
Cor 75,0 mg/L Pt Cor 7,0 mg/L Pt
Alc. Total 87,0 mg/L em CaCO
3
Alc. Total 81,0 mg/L em CaCO
3

Ox.Consumido 7,5 mg/L em O
2
Ox. Consumido 37,5 mg/L em O
2

Ox. Dissolvido 6,2 mg/L em O
2
Ox. Dissolvido 5,5 mg/L em O
2

Condutividade 0,72 s Condutividade 0,44 s
BDO
(5 dias)
2,9 mg/L em O
2
DBO
(5 dias)
3,9 mg/L em O
2

Acidez Total 8,8 mg/L Acidez Total 24,0 mg/L
Slidos Totais 269,9 mg/L Slidos Totais 210,0 mg/L
Dureza Total 100,0 mg/L em CaCO
3
Dureza Toatal 8,0 mg/L em CaCO
3

Coliformes Totais > 2400/100 mL Coliformes Totais > 2400/100 mL

Quadro 4.2 - Anlise comparativa entre a gua bruta do rio Jaguaribe e a tratada
com a soluo padro do componente (B)

Observando o Quadro 4.2, pode-se ver que houve um pequeno aumento
no valor do pH, passando de 7,5 para 7,9 devido a formao dos agregados. A turbidez
sofreu uma reduo de 92,7 %, para uma dosagem de 200 ppm, sendo considerado
um valor muito bom. Com relao aos parmetros: cor, turbidez, alcalinidade total,
oxignio consumido, oxignio dissolvido, condutividade, acidez total, slidos totais,
dureza total e coliformes totais, les guardaram as mesmas caractersticas e
apresentaram a mesma tendncia da anlise comparativa comentada anteriormente.
Quanto a DBO
(5dias)
, observa-se que houve um acrscimo devido ao aumento da
matria orgnica conferida gua pelo coagulante.

O resultado do ensaio 4, realizado com soluo padro do componente (B),
de pH 5.9 com gua bruta de Mars, est apresentado na Tabela 4.8.



Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de Turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de Cor
gua bruta - 6,8 40 _ 150 _
1 50 6,8 45 + 12,5 125 20.0
2 100 6,9 33 17,5 75 50.0
3 150 6,9 23 42,5 50 66.6
4 200 6,9 17 57,5 35 78.0
5 250 6,8 3 92,5 14 90.6
6 300 6,8 12 70,0 30 73.3

Tabela 4.8 - Resultado do ensaio 4, realizado com o componente (B), como
coagulante natural.

Depois do ensaio 4 e os testes de pH, cor e turbidez, escolheu-se a gua do
copo 5, aps filtrada, para uma nova anlise, considerando que ela sofreu uma
reduo de 92,5 % na turbidez e 90.6 % na cor, com o objetivo de se fazer uma
comparao entre ela e a gua bruta, conforme Quadro 4.3.

gua Bruta de Mars gua Tratada (250 ppm)
Sabor: de mato e dor: fraco, de algas Sabor: Insosso e odor: de gs sulfdrico
pH 6,8 pH 6,8
Turbidez 40,0 NTU Turbidez 3,0 NTU
Cor 150,0 mg/L Pt Cor 14,0 mg/L Pt
Alc.Total 13,0 mg/L em CaCO
3
Alc.Total 12,8 mg/L em CaCO
3
Ox. Consumido 11,6 mg/L em O
2
Ox. Consumido 40,0 mg/L em O
2

Ox. Dissolvido 4,6 mg/L em O
2
Ox. Dissolvido 5,2 mg/L em O
2

Condutividade 0,7 s Condutividade 0,4 s
DBO
(5 dias)
2,2 mg/L em O
2
DBO
(5 dias)
3,7 mg/L em O
2

Slidos Totais 87,0 mg/L Slidos Totais 72,0 mg/L
Dureza 25,0 mg/L em CaCO
3
Dureza 28,0 mg/L em Ca CO
3
Coliformes Totais > 2400/100 mL Coliformes Totais = 2400/100 mL

Quadro 4.3 - Anlise comparativa entre a gua bruta e a tratada com soluo (B).
Verificando o Quadro 4.3, observa-se que a anlise comparativa apresentou
resultados muito semelhantes aos encontrados no Quadro 4.1. Essa semelhana se
justifica pelo fato da gua bruta ter a mesma origem, o manancial de Mars e o
coagulante ser o mesmo, o componente (B).
Foram executadas nesta fase da pesquisa, vrios ensaios e todos eles
apresentaram resultados positivos como coagulante natural para clarificao de
gua in natura. Os melhores rendimentos em termos de reduo, foram na faixa de
92,5 % a 97,7 % para turbidez e de 90,7 % a 97,5 % para cor. Por isso o
componente (B) considerado um excelente coagulante.

4.2.2 Resultados do ensaio com o derivado (B1) testado como coagulante.

A Tabela 4.9, mostra os resultados de ensaio, realizado com soluo
padro do derivado (B1) de pH 6,6 com gua bruta de Mars.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B1) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de Turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,9 74 - 200 -
1 50 6,4 46 37,8 160 20,0
2 100 6,5 45 39,1 175 12,5
3 150 6,4 45 39,1 175 12,5
4 200 6,3 43 41,8 100 50,0
5 250 6,3 42 43,2 100 50,0
6 300 6.2 17 77,0 75 62,5
7 350 6,4 13 82,4 75 62,5
8 400 6,5 8 89,1 30 85,0
9 450 6,4 16 78,3 40 80,0
10 500 6,3 32 56,7 75 62,5
11 550 6,7 43 41,8 100 50,0
12 600 6,5 45 39.1 100 50,0

Tabela 4.9 - Resultado do ensaio realizado com o derivado (B1), como coagulante
natural.
Na Tabela 4.9, pode-se observar que o pH teve uma pequena variao de
6,2 a 6,9, como natural tendo em vista que a coagulao com um polmero no
interfere no pH da gua. Nota-se tambm que a reduo mxima de turbidez foi de
89,2 % e a de cor foi de 85,0 %, na dosagem de 400 ppm.

4.2.3 Resultados do ensaio com o derivado (B2) testado como coagulante.

A Tabela 4.10, apresenta os resultados de ensaio, realizado com soluo
padro do derivado (B2) de pH 6,4 com gua de Santa Rita.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B2) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 5,8 98 - 350 -
1 50 6,7 70 28,5 275 21.4
2 100 6,1 65 33,6 250 28.5
3 150 6,2 62 36,7 175 50.0
4 200 6,2 45 54,0 175 50.0
5 250 6,1 37 61,2 100 71.4
6 300 6,3 21 78,5 65 81.4
7 350 6,4 13 86,7 68 80.5
8 400 6,3 16 81,6 93 73,4
9 450 6,3 37 62,2 98 72.0
10 500 6,3 47 52,0 96 72.5
11 550 6,2 52 46,9 104 70.2
12 600 6,1 55 43,8 110 68.5

Tabela 4.10 - Resultados do ensaio realizado com o derivado (B2), como
coagulante natural.

Observando os resultados da Tabela 4.10, verifica-se que o pH teve uma
pequena variao, ficando entre 5,8 e 6,7. A melhor reduo de turbidez da gua
bruta aconteceu no copo 7, com uma dosagem de 350 ppm, tendo ela cado de 98
NTU para 13 NTU, correspondendo a 86,7 %. A cor decaiu de 350 mg/L de Pt para 65
mg/L de Pt, no copo 6, com uma dosagem de 300 ppm do coagulante,
correspondendo a 81,4 %.

4.2.4 Resultados do ensaio com o derivado (B3) testado como coagulante.

A Tabela 4.11, mostra os resultados de ensaio realizado com a soluo
padro do derivado (B3) de pH 5,1 com gua de Mars.

Copos do
Jart Test
Dosagem de
(B3) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
Agua bruta - 7,3 78 - 300 -
1 50 6,7 35 55,1 250 16,6
2 100 6,2 37 52,5 250 16,6
3 150 6,5 30 61,5 175 41,6
4 200 6,5 17 78,2 150 50,0
5 250 6,6 15 80,7 96 68,0
6 300 6,5 12 84,6 56 81,3
7 350 6,4 13 83,3 35 88,3
8 400 6,3 20 74,3 63 79,0
9 450 6,2 27 65,3 78 74,0
10 500 6,2 38 51,2 81 73,0
11 550 6,1 44 45,5 96 68,0
12 600 6,0 46 41,0 88 70,6

Tabela 4.11 - Resultado do ensaio realizado com o derivado (B3), como
coagulante natural.

Analisando a Tabela 4.11, observa-se que os resultados que ela apresenta
so muito semelhantes aos contidos na Tabela 4.10, com pequena variao de pH e
boa reduo de cor e turbidez.
Com relao aos derivados (B1), (B2) e (B3) nota-se, atravs dos 3(trs)
ensaios selecionados, Tabela 4.9, 4.10 e 4.11 que, de maneira semelhante ao
componente (B), apenas com menor intensidade, houve tambm um bom rendimento
na reduo de cor e turbidez, nas diversas amostras de guas clarificadas. Os
melhores resultados obtidos com esses derivados, ficaram nas faixas de 84,6 % a
89,2 % para turbidez e de 81,4 % a 88,3 % para a cor.
Foi observado tambm que em todas as anlises do componente (B) houve
um aumento na matria orgnica da gua clarificada, como mostram os valores dos
parmetros: oxignio consumido e DBO
(5dias)
, contidos nos Quadros 4.1, 4.2 e 4.3.
O aumento da matria orgnica justificvel, considerando que a Moringa
oleifera uma oleaginosa muito rica em substncias orgnicas, tais como, leo,
protena, gordura, vitaminas, etc. A matria orgnica conferida gua, quando no
retirada nas etapas subsequente do tratamento, pode fermentar aerbia e depois,
anaerobicamente, provocando o aparecimento de gases mal cheirosos, criando
condies inadequadas para o uso da gua e levantando suspeitas quanto a sua
potabilidade.
Durante a pesquisa foram realizados muitos ensaios e observou-se tambm
que os derivados (B1), (B2) e (B3), quando tiveram sua qualidade melhorada
passaram a apresentar melhores rendimentos em termos de reduo da cor e
turbidez. Esse fato um indcio de que os farelos resultantes da extrao do leo da
Moringa podem ser beneficiados e usados como matria prima na fabricao de
polieletrlitos, considerando o preo desses produtos no mercado internacional,
acredita-se que esse procedimento seja economicamente vivel. Outro destino que
eles podem tomar seria seu aproveitamento como alimentos, j que so ricos em
protenas, vitaminas e sais minerais.

4.3 Resultados dos ensaios com o componente (C) e seus derivados.


4.3.1 Resultados do ensaio com a soluo (C) testado como coagulante.

A Tabela 4.12, apresenta os resultados de ensaio, realizado com a
soluo padro do componente (C) de pH 7,2 com gua de Mars.




Copos do
Jar Test
Dosagens de
(C) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
Agua bruta - 8,6 36 - 200 -
1 50 7,9 29 19,4 180 10,0
2 100 7,8 29 19,4 150 25,0
3 150 7,7 28 22,2 175 12,5
4 200 7,7 33 8,3 170 15,0
5 250 7,7 33 8,3 160 20,0
6 300 7,6 33 8,3 160 20,0
7 350 7,8 29 19,4 165 17,5
8 400 8,2 32 11,1 170 15,0
9 450 8,1 38 (+) 5,5 180 10,0
10 500 7,8 40 + 11,1 220
+
10,0
11 550 7,7 39 + 8,3 230 + 15,0

(+) O sinal mais antes do valor da turbidez ou da cor significa acrscimo em vez de reduo.
12 600 7,6 42 + 16,6 250 + 25,0

Tabela 4.12 - Resultados do ensaio realizado com o componente (C), como
coagulante natural.

Pela Tabela 4.12, verifica-se que a soluo do componente (C) apresentou
um pH mais alcalino e que ele sofreu apenas, uma pequena variao, ficando entre
7,6 e 8,6. Observa-se tambm que reduo de cor e turbidez da gua bruta foi
insignificante. A melhor reduo para turbidez foi de 22,2 % e para cor foi de 25.0 %.
Com o aumento da dosagem houve em vez de reduo um incremento da cor e
turbidez, como pode ser visto nos copos de 9 a 12 para turbidez e 10 a 12 para cor.
Por esses fatos o componente (C) no pode ser considerado como coagulante.


4.3.2 Resultados do ensaio com o derivado (C1) testado como coagulante.


A Tabela 4.13, mostra os resultados de ensaio realizado com a soluo
padro do derivado (C1) de pH 6,2 com gua bruta de Mars.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(C1) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,1 28 - 200 -
1 50 7,1 24 14,2 200 0,0
2 100 7,1 24 14,2 200 0,0
3 150 7,1 22 21,4 200 0,0
4 200 7,1 23 17,8 175 12,5
5 250 7,0 25 10,7 175 12,5
6 300 7,0 24 14,2 175 12,5
7 350 7,1 26 7,1 200 0,0
8 400 7,7 26 7,1 200 0,0
9 450 6,8 28 0,0 250 25,0
10 500 6,8 26 7,1 200 0,0
11 550 6,9 27 3,5 200 0,0
12 600 7,2 28 0,0 250 25,0

Tabela 4.13 - Resultados do ensaio realizado com o derivado (C1), como
coagulante natural.

Analisando a Tabela 4.13, v-se que o pH est entre quase neutro e alcalino
e sofreu variao de (6,8 a 7,7), em funo da dosagem. A cor e turbidez tambm
no sofreram reduo significante. Por esse fato o derivado (C1) tambm no pode
ser reconhecido como coagulante.

4.3.3 Resultados do ensaio com o derivado (C2) testado como coagulante.

A Tabela 4.14, apresenta os resultados de um ensaio realizado com a
soluo padro do derivado (C2) de pH 5,2 com gua bruta de Mars.



Copos do
Jar Test
Dosagens de
(C2) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
Mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,0 32 - 200 -
1 50 6,6 31 12,5 200 0,0
2 100 6,7 31 12,5 175 12,5
3 150 6,6 35 + 9,3 175 12,5
4 200 6,4 35 + 9,3 200 0,0
5 250 6,2 35 + 9,3 175 12,5
6 300 6,1 35 + 9,3 175 12,5
7 350 5,6 36 + 18,7 200 0,0
8 400 5,6 36 + 18,7 175 12,5
9 450 6,1 35 + 9,3 150 25,0
10 500 5,8 34 + 6,2 175 12,5
11 550 5,4 35 + 9,3 200 0,0
12 600 5,8 28 12,5 150 25,0

Tabela 4.14 - Resultados do ensaio realizado com o derivado (C2), como coagulante
natural.

Observando a Tabela 4.14, verifica-se que o pH do derivado (C2) vai de
cido a neutro, apresentando uma grande variao, de 5,4 a 7,0. A reduo
conseguida foi muito pequena, sendo 12,5 % para cor e 25,0 % para turbidez, por
esse fato, o derivado (C2) no pode ser considerado como coagulante. Por outro
lado, houve aumento da turbidez em quase todos os copos do reator, chegando a
18,7 % nos copos 7 e 8.


4.3.4 Resultados do ensaio com o derivado (C3) testado como coagulante.


A Tabela 4.15, contm os resultados de ensaio realizado com a soluo
padro (C3) de pH 6,3 com gua bruta de Santa Rita.

Copos de
Jar Test
Dosagens de
(C3) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,9 42 - 200 -
1 50 6,6 37 13,5 150 25,0
2 100 6,4 35 16,6 150 25,0
3 150 6,5 42 0,0 150 25,0
4 200 6,4 42 0,0 150 25,0
5 250 6,3 41 2,3 150 25,0
6 300 6,2 41 2,3 175 12,5
7 350 6,4 40 4.7 175 12,5
8 400 6,4 40 4,7 175 12,5
9 450 6,5 43 + 2,3 175 12,5
10 500 6,6 44 + 4,7 175 12,5
11 550 6,5 42 0,0 175 12,5
12 600 6,4 48 +19,0 200 0,0

Tabela 4.15 - Resultados do ensaio realizado com o derivado (C3), como coagulante
natural.

Verificando a Tabela 4.15, observa-se as mesmas caractersticas do
coagulante (C2), pH cido com pequena variao e reduo de cor e turbidez
insignificante.
Por outro lado, observando os resultados dos ensaios de Jar Test com o
componente (C) e seus derivados verifica-se que eles apresentam capacidade muito
baixa de coagulao/floculao das guas naturais. Pelas Tabelas 4.12 a 4.15, v-
se que os melhores resultados ficaram, entre 12,5 % e 19,4 % para turbidez e de
12,5 % a 25,0 % para cor. Foi tambm observado que durante os ensaios com o
grupo (C), houve aumento significativo na cor e turbidez da gua, em alguns
reatores, chegando atingir um incremento de 20,0 % na turbidez e at 25,0 % na
cor. Por esses motivos o componente (C) e seus derivados no podem ser
considerados como coagulantes.


4.4 Resultados dos ensaios realizados com os componentes (DI) e (DE) da
vagem e seus derivados

4.4.1 Resultados do ensaio realizado com o componente (DI)

A Tabela 4.16, contm os resultados de um ensaio realizado com a soluo
padro do componente (DI), de pH 6,2 com gua bruta de Rio Tinto.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(DI) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,8 30 - 200 -
1 50 6,8 24 20.0 150 25.0
2 100 6,7 23 23.3 150 25.0
3 150 6,6 25 16.6 150 25.0
4 200 6,6 26 13.3 175 12.5
5 250 6,7 27 10.0 175 12.5
6 300 6,7 27 10.0 175 12.5
7 350 6,5 30 0.0 175 12.5
8 400 6,6 28 6.6 175 12.5
9 450 6,5 30 0.0 175 12.5
10 500 6,4 30 0.0 175 12.5
11 550 6,5 31 + 3.3 175 12.5
12 600 6,7 33 10.0 175 12.5

Tabela 4.16 - Resultados do ensaio realizado com o componente (DI), como
coagulante natural.

Ao analisar a Tabela 4.16, verifica-se que ela apresenta um pH pouco cido
que variou entre 6,5 e 6,8. Como os coagulantes do grupo (C), o componente (DI)
tambm no apresentou reduo de cor e turbidez significante. A maior reduo foi
23,0 % para turbidez e 25,0 % para cor. Por esse fato, o componente (DI) no pode
ser considerado como coagulante de gua in natura.

4.4.2 Resultados do ensaio feito com o derivado (DI1), como coagulante

A Tabela 4.17, apresenta os resultados de um ensaio realizado com soluo
padro do derivado (DI1)), de pH 6,5 com gua bruta de Rio Tinto.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(DI1) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,0 27 - 150 -
1 50 6,9 24 11.1 150 0.0
2 100 6,9 27 0.0 175 + 16.6
3 150 6,9 29 + 7.4 100 33.3
4 200 6,9 26 3.7 175 + 16.6
5 250 6,9 26 3.7 100 33.3
6 300 6,8 26 3.7 175 + 16.6
7 350 6,9 25 7.4 125 16.6
8 400 7,0 25 7.4 175 + 16.6
9 450 6,9 25 7.4 125 16.6
10 500 6,9 25 7.4 150 0.0
11 550 6,9 30 10.0 125 16.6
12 600 6,9 27 0.0 125 16.6

Tabela 4.17 - Resultados do ensaio realizado com o derivado (DI1), como
coagulante natural.

Observando a Tabela 4.17, verifica-se que o derivado (DI1) apresenta um
pH quase neutro, com uma variao muito pequena de 6,8 a 7,0 e que independe da
dosagem do coagulante aplicado. A reduo de cor e turbidez atingiu valores muito
pequenos. Os melhores valores alcanados de reduo foram 10,0 % para turbidez
no copo 11 e 33,3 % para cor no copo 5. Observa-se tambm que alguns copos
apresentaram um incremento na cor e na turbidez da gua clarificada. Por esse fato
o derivado (DI1), no pode ser considerado como coagulante.

4.4.3 Resultados do ensaio realizado com o componente (DE), como
coagulante natural.

A Tabela 4.18, apresenta os resultados de um ensaio realizado com
soluo padro do componente (DE), de pH 5,4 com gua bruta de Mars.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(DE) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,1 33 - 175 -
1 50 6,1 32 3,0 175 0,0
2 100 6,1 32 3,0 175 0,0
3 150 6,1 32 3,0 170 3,0
4 200 5,2 32 3,0 160 8,5
5 250 6,1 32 3,0 170 3,0
6 300 6,3 33 0,0 200 + 14,2
7 350 6,2 33 0,0 200 + 14,2
8 400 6,3 33 0,0 200 + 14,2
9 450 6,2 34 + 3,0 200 + 14,2
10 500 6,2 34 + 3,0 250 + 4,.6
11 550 6,3 38 + 15,1 250 + 42,8
12 600 6,3 38 + 15,1 250 + 42,8

Tabela 4.18 - Resultados do ensaio realizado com o componente (DE), como
coagulante natural.

Verificando a Tabela 4.18, nota-se que o pH da soluo padro do
componente (DE) pouco cido e que durante o ensaio sofreu uma pequena
variao, se situando entre 5,2

e 6,3. A reduo de turbidez e cor tambm foi
insignificante, alcanando 3,0 % para turbidez e 8.5 % para cor. Observa-se ainda
que apartir do copo 6 houve um grande incremento na cor da gua clarificada,
chegando atingir 42,8 %. O mesmo aconteceu com a turbidez, se bem que com
menor intensidade. Considerando esses fatos, pode-se dizer que o componente (DE)
no apresenta propriedade coaguladora, ou seja, no pode ser considerado como
coagulante.

4.4.4 Resultados do ensaio realizado com o derivado ( DE1), como
coagulante natural.

A Tabela 4.19, apresenta os resultados de um ensaio realizado com a soluo
padro (DE1), de pH 6.81, com gua bruta de Mars.


Copos do
Jar Test
Dosagens de
(DE1) em ppm
pH Turbideze
NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,9 28 _ 250 _
1 50 6,8 23 17,8 200 20,0
2 100 6,9 24 14,2 200 20,0
3 150 6,9 24 14,2 175 30,0
4 200 7,0 24 14,2 200 20,0
5 250 6,9 24 14,2 250 0,0
6 300 6,9 24 14,2 200 20,0
7 350 7,0 29 3,5 250 0,0
8 400 7,0 27 3,5 250 0,0
9 450 6,9 26 7,1 250 0,0
10 500 6,9 26 7,1 250 0,0
11 550 6,9 26 7,1 250 0,0
12 600 6,9 26 7,1 250 0.0

Tabela 4.19 - Resultados do ensaio realizado com o derivado (DE1), como
coagulante natural.

Os resultados mostram que os componentes (DI), (DE) e seus derivados
(DI1) e (DE1), tambm apresentam baixo poder de coagulao. As Tabelas de 4.16 a
4.19, mostram que os melhores valores de reduo foram de 17,8 % a 23,3 % de
turbidez e de 20,0 % a 25,0 % para cor. Houve aumento de 42,8 % para cor e 15,1 %
para turbidez, em vrios copos do Jar Test. Por esse fato pode-se afirmar que
nenhum dos componentes e derivados da vagem apresenta poder de coagulao.

4.4.5 Quadro resumo com todos os componentes e derivados ensaiados.

O Quadro 4.4, apresenta um resumo dos ensaios dos componentes (A), (B),
(C), (DI), (DE) e seus derivados.


Tabelas Coagulantes Dosagens em
ppm
% de reduo da
turbidez
% de reduo de cor
4.1
4.2
4.3
4.4
A
A1
A2
A3
450
350
450
400
78,7
78,5
76,8
78,7
77,1
72,0
79,0
79,6
4.5
4.6
4.7
4.8
B
B
B
B
240
300
200
250
97,7
92,5
92,9
92,5
97,5
94,2
90,6
90,6
4.9
4.10
4.11
B1
B2
B3
400
350
300
89,1
86,7
84,6
85,0
80,5
81,3
4.12
4.13
4.14
4.15
C
C1
C2
C3
350
200
600
100
19,4
17,8
12,5
16,6
17,5
12,5
25,0
25,0
4.16
4.17
4.18
4.19
DI
DI1
DE
DE1
100
350
200
50
23,3
7,4
3,0
17,8
25,0
16.6
8,5
20,0

Quadro 4.4 Resumo dos ensaios com (A), (B), (C), (DI), (DE) e seus derivados.
O Quadro 4.4, faz um resumo daquilo que foi apresentado e discutido
anteriormente e mostra a percentagem (%) da reduo de turbidez e cor produzida
por cada componente e seu derivado.
A reduo do componente (A) e seus derivados, est situada entre 76,8 % e
78,7 % da turbidez, enquanto que a da cor ficou entre 72,0 % a 79,6 %. A luz desses
dados, eles podem ser considerados um fraco coagulante. Para o componente (B),
observa-se que os valores de reduo, ficaram entre 92,5 % e 97,5 % para turbidez e
de 90,6 % a 97,5 % para cor. De onde se pode afirmar que ele um bom coagulante.
Enquanto que, os derivados de (B) apresentaram reduo, entre 84,6 % e 89,1 %
para turbidez e de 81,3 % a 85,0 % para cor, podendo ser considerados como
coagulantes de qualidade regular. Certamente, podendo evoluir se for melhorada sua
qualidade. Quanto aos componentes (C) e seus respectivos derivados apresentaram
reduo muito baixa, entre 12,5 % e 19,4 % para turbidez e de 12,5 % a 25,0 % para
cor, no podendo ser considerados como coagulantes. Finalmente os componentes
(DI), (DE) e seus derivados apresentaram reduo de 7,4 % a 23,3 % de turbidez e de
8,5 % a 25,0 % para cor, tambm no podendo ser considerados com coagulantes.
A experincia tem demonstrado em todo mundo, que a protena contida na
polpa da Moringa, s d bom rendimento como coagulante ou como auxiliar de
coagulao, quando as sementes esto em bom estado de conservao,
caracterizado pela: cor branca da polpa, boa textura e consistncia das sementes,
ausncia de unidade, fungos e bactrias.
Acredita-se que, o mau estado de conservao das sementes da Moringa
oleifera, responsvel pela degradao de sua protena coagulante, talvez
proporcionadas por reaes enzimticas, atribuda a presena de fungos e bactrias,
ou ainda, devido s reaes de oxi-redues ocorridas diretamente, entre a protena e
o vapor de gua ou outros componentes da atmosfera, na presena da luz,
provocando sua incapacidade de coagulao/floculao.


4.5 Resultados dos ensaios realizados com o componente (B) e seus
derivados como auxiliar de coagulao da soluo (E).

A soluo (B) e seus derivados tambm foram testados como auxiliar de
coagulao, sendo usados conjuntamente com o sulfato de alumnio. Nesta fase,
como na primeira, os coagulantes foram testados em diferentes quantidades pr-
determinadas, para se descobrir a dosagem ideal de coagulao/floculao que,
redundar na descoberta das melhores condies (alternativas) de reduo em
termos de cor e turbidez de diversas amostras de gua. A seguir podem ser vistos os
resultados dos ensaios da soluo (B) como auxiliar de sulfato de alumnio.

4.5.1 Resultados do ensaio da soluo (B), como auxiliar de coagulao.

A Tabela 4.20, apresenta os resultados do ensaio 1, com a soluo padro do
componente (B) de pH 6,1 realizado juntamente, com soluo (E) de pH 4,0 em gua
bruta de Santa Rita.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B/E) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,9 96 - 450 -
1 100B/20E 6,5 18 81,2 150 66,6
2 150B/30E 6,3 13 86,4 125 72,2
3 200B/40E 5,6 2 97,9 60 86,6
4 250B/50E 6,2 5 94,7 100 77,7
5 100B 6,8 26 72,9 150 66,6
6 150B 6,8 20 79,1 150 66,6
7 200B 6,8 13 86,4 100 77,7
8 250B 6,8 10 89,5 75 83,3
9 20E 6,4 75 21,8 350 22,2
10 30E 6,3 44 54,1 170 62,2
11 40E 5,9 26 72,9 125 72,2
12 50E 5,6 12 87,5 80 82,2

Tabela 4.20 - Resultados do ensaio 1, realizado com o componente (B), como
auxiliar de coagulao.

Verificando a Tabela 4.20, observa-se que o pH da gua clarificada variou da
seguinte forma: na dosagem com a soluo (B), ele permaneceu em 6,8 com a
mistura B/E ele variou de 5,6 a 6,5 e com a soluo (E), ele ficou entre 5,6 a 6,4. A
reduo atingiu o valor mximo de 97.9 % para turbidez e de 86,6 % para cor, com a
dosagem de 200 ppm de (B) e 40 ppm de (E) na mistura 200B/40E. Quando testado,
somente com a soluo (B) a reduo obtida foi 89,5 % para turbidez e 83,3 % para
cor, com uma dosagem maior de 250 ppm de (B). Testado apenas, com a soluo
(E) verificou-se que a reduo foi de 87,5 % para turbidez e 82,2 % para cor, com
uma dosagem de 50 ppm da soluo (E). Diante desses fatos, pode-se dizer que a
mistura foi mais eficiente do que as solues isoladas.

A Tabela 4.21, mostra os resultados do ensaio 2, com a soluo (B) de pH
5,9 realizado conjuntamente, com a soluo (E) de pH 4.0, em gua bruta,
preparada no CT, com argila da Santa Brbara.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B/E)em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,6 350 - 2000 -
1 100B 7,3 250 28,5 350 82,5
2 200B 7,1 150 57,1 175 91,2
3 300B 7,1 45 87,1 125 93,7
4 400B 7,0 25 92,2 75 96,2
5 100B/20E 6,7 85 76,3 175 91,2
6 200B/40E 6,7 20 94,4 35 98,2
7 300B/60E 6,8 18 95,0 30 98,5
8 400B/80E 6,8 170 52,7 350 82,5
9 20E 6,3 250 28,5 450 77,5
10 40E 6,1 96 72,5 175 91,2
11 60E 5,2 60 82,8 150 92,5
12 80E 5,5 20 94,4 35 98,2

Tabela 4.21 - Resultados do ensaio 2, realizado com o componente (B), como
auxiliar de coagulao.

Observando a Tabela 4.21, verifica-se que o pH da gua clarificada teve
a seguinte variao: com soluo (B), variou de 7,0 a 7,3; com a mistura (B/E)
ficou entre 6,7 e 6,8; e com a soluo (E) se situou entre 5,5 e 6,3. A reduo
mxima atingida foi de 92,2 % para turbidez e 96,2 % para cor, com uma
dosagem de 400 ppm da soluo (B). Com a mistura (B/E) conseguiu-se uma
reduo de 95,0 % para turbidez e 98,5 % para cor, usando-se uma dosagem de
300B/60E. Com o uso da soluo (E) foi obtida uma reduo mxima de 94,4 %
para turbidez e 98,2 % para cor, com uma dosagem de 80 ppm. Numa
interpretao a luz dos resultados verifica-se que a mistura (B/E) foi mais eficiente
do que as solues usadas separadamente.

A Tabela 4.22, contm os resultados do ensaio 3, com a soluo (B) de
pH 6,0 realizado conjuntamente, com soluo (E) de pH 4,3 em gua de Mars.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B/E) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,8 56 - 250 -
1 50B 6,5 42 25,0 150 40,0
2 100B 6,4 26 53,5 82 67,2
3 150B 6,4 18 67,8 75 70,0
4 200B 5,4 16 74,4 50 80,0
5 50B/10E 6,3 36 35,7 75 70,0
6 100B/20E 6,3 15 73,2 50 80,0
7 150B/30E 5,9 6 89,2 25 90,0
8 200B/40E 5,7 14 75,0 30 88,0
9 10E 5,8 38 32,1 80 68,0
10 20E 5,7 32 42,8 60 76,0
11 30E 5,6 30 46,4 40 84,0
12 40E 5.6 15 73,2 35 86,0

Tabela 4.22 - Resultados do ensaio 3, realizado com o componente (B), como
auxiliar de coagulao.
Verificando a Tabela 4.22, observa-se que o pH da gua clarificada com uso
a soluo (B) variou de 5,4 a 6,5; com a mistura (B/E), ficou entre 5,7 e 6,3; e com a
soluo (E) situou-se entre 5,6 e 5,8. A reduo mxima obtida foi de 74,4 % de
turbidez e 80,0 % de cor, para uma dosagem de 200 ppm da soluo (B). Com a
mistura (B/E), a melhor reduo conseguida foi de 89,2 % para turbidez e 90,0 %
para cor, numa dosagem de 150 ppm da mistura. Usando-se a soluo (E) a
reduo mxima obtida foi de 73,2 % para turbidez e 86.0 % para cor, com uma
dosagem de 40 ppm da soluo. Os resultados mostram que uso da mistura mais
eficiente do que as solues, quando usadas separadamente.

4.5.2 - Resultados do ensaio com a soluo (B1) como auxiliar coagulao.

A Tabela 4.23, mostra os resultados do ensaio, com a soluo (B1), de pH
6,2 conjuntamente, com soluo (E) de pH 4,4 em gua de Santa Rita.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B1/E) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 6,6 90 - 400 -
1 100B1/20E 6,0 24 73,3 90 77,5
2 150B1/30E 5,5 18 80,0 75 81,2
3 200B1/40E 4,7 3.1 96,5 50 87,5
4 250B1/50E 4,4 5.5 93,8 100 75,0
5 100B1 6,2 30 66,6 100 75,0
6 150B1 6,2 13 85,5 75 81,2
7 200B1 6,2 15 83,3 70 82,5
8 250B1 6,5 14 84,4 70 82,5
9 20E 6,0 90 0,0 250 37,5
10 30E 5,4 45 5,.0 100 75,0
11 40E 4,7 25 7,.2 75 81,2
12 50E 4,5 20 7,.7 70 82,5

Tabela 4.23 - Resultados do ensaio realizado com o componente (B1), como auxiliar
de coagulao.
Analisando a Tabela 4.23, observa-se que o pH da gua clarificada sofreu a
seguinte variao: com a mistura (B1/E) ele aumentou de 4,4 para 6,0; usando-se a
soluo (D1) ele variou de 6,2 a 6,5; e com a soluo (E) situou-se entre 4,5 e 6,0.
Com relao a reduo, ela alcanou 96,5 % para a turbidez e 87,5 % para cor com
o uso da mistura na dosagem (200B1/40E); 85,5 % para turbidez e 81,2 % para cor
com a soluo (B1) na concentrao de (150B1); e 77,7 para turbidez e 82,5 % para
cor com a dosagem de (50E). Ao analisar os dados constantes dessa Tabela,
verifica-se que a mistura (B1/E) tecnicamente apresenta maior rendimento do que as
solues usadas isoladamente.

4.5.3 Resultados do ensaio com soluo (B2) como auxiliar de coagulao.

A Tabela 4.2, apresenta os resultados do ensaio, realizado com a soluo
(B2) de pH 6,5 em conjunto com a soluo (E) de pH 4,4 com gua bruta do CT.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B2/E) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7,2 350 - 2000 -
1 120B2 6,8 85 75.7 500 75,0
2 160B2 6,8 61 82.5 250 87,5
3 200B2 6,8 45 87.1 175 91,2
4 240B2 6,7 20 94.2 150 92,5
5 120B2/30E 6,3 52 85.1 125 93,7
6 160B2/40E 6,1 18 94.8 118 94,1
7 200B2/50E 6,0 15 95.7 75 96,2
8 240B2/60E 6,0 40 88.5 120 94,0
9 30E 5,9 100 71.4 175 91,2
10 40E 57 86 75.4 125 93,7
11 50E 5,6 42 88.0 100 95,0
12 60E 5,5 28 92.0 100 95,0

Tabela 4.24 - Resultados do ensaio realizado com o componente (B2), como
auxiliar de coagulao.
Ao analisar a Tabela 4.24, observa-se que o pH da soluo (B2), teve
uma pequena variao de 6,7 a 6,8; o da mistura (B2/E) ficou entre 6,0 e 6,3 e o
da soluo (E), situou-se entre 5,5 e 5,9. A reduo alcanou 94,2 % para turbidez
e 92,5 % para cor na dosagem de (240B2); 95,7 % para turbidez e 96,2 % para cor
com uma dosagem (200B2/50E) e 92,0 % de turbidez para 95,0 % de cor na
dosagem de (60E). A Tabela mostra tambm, que a mistura foi mais eficaz do que
as solues isoladas.

4.5.4 - Resultados do ensaio de (B3) como auxiliar coagulao.

A Tabela 4.25, apresenta os resultados de um ensaio, realizado com a
soluo (B3) de pH 6,6 em conjunto com a soluo (E) de pH 4.2 com gua
coletada no CT.

Copos do
Jar Test
Dosagens de
(B3/E) em ppm
pH Turbidez
em NTU
% de reduo
de turbidez
Cor em
mg/L Pt
% de reduo
de cor
gua bruta - 7.1 78 - 500 -
1 50B3 6.8 38 51.2 125 75.0
2 100B3 6.9 24 69.2 100 80.0
3 150B3 6.9 18 76.9 75 85.0
4 200B3 6.8 33 57.6 75 85.0
5 50B3/10E 6.5 25 67.9 100 80.0
6 100B3/20E 6.1 12 84.7 70 86.0
7 150B3/30E 5.5 14 82.0 75 85.0
8 200B3/40E 4.7 15 80.7 75 85.0
9 10E 6.6 66 15.3 150 70.0
10 20E 6.2 50 35.8 125 75.0
11 30E 4.6 25 67.9 70 86.0
12 40E 4.6 14 82.0 75 85.0

Tabela 4.25 - Resultados de um ensaio realizado com o componente (B3), como
auxiliar de coagulao.

A Tabela 4.25, mostra que o pH do ensaio variou: de 6,8 a 7,1 com (B3), de
4,7 a 6,5 com a mistura (B3/E) e de 4,6 e 6,6 com (E). A reduo atingiu 76,9 % para
turbidez e 85,0 % para cor com (150B3); 84,7 % para turbidez e 86,0 % com
(100B3/20E); 82,0 % de turbidez e 85,0 % para cor, com (40E). Ela mostra tambm
que a mistura foi mais eficiente do que as solues isoladas.

4.5.5 Quadro resumo dos ensaios do componente (B) e seus derivados
como auxiliar de coagulao.

Quadro 4.5 mostra um resumo dos resultados do componente (B) e seus
derivados como auxiliar de coagulao.

Tabelas Coagulantes Dosagens em ppm % reduo turbidez % reduo cor
4.20 B/E
B
E
200/40
250
50
97.9
89.5
87.5
86.6
83.3
82.2
4.21 B/E
B
E
300/60
400
80
95.0
92.2
94.4
98.5
96.2
98.2
4.22 B/E
B
E
150/30
200
40
89.2
71.4
73.2
90.0
80.0
86.0
4.23 B1/E
B1
E
200/40
150
50
96.5
85.5
77.7
87.5
81.2
82.5
4.24 B2/E
B
E
200/50
240
60
95.7
94.2
92.0
96.2
92.5
95.0
4.25 B3/E
B
E
100/20
150
30
84.7
76.9
82.0
86.0
85.0
85.0

Quadro 4.5 Resumo dos resultados de (B), como auxiliar de coagulao.
Observando o Quadro 4.5, verifica-se que o componente (B) e seus derivados,
quando usados conjuntamente com a soluo (E), melhora sensivelmente as
caractersticas da coagulao/floculao de guas naturais, por causa do efeito
sinrgico da mistura das solues.

4.6 - Experincia da polpa da Moringa como desinfetante de gua potvel

Durante a realizao da parte experimental da pesquisa tambm foi testada, a
eficincia da soluo (B) como desinfetantes de gua para uso domstico.
Infelizmente os resultados alcanados no foram animadores, como podem ser vistos
nas anlises bacteriolgicas de vrias amostras de gua, realizadas com o uso da
tcnica Colilert, no Laboratrio Regional do Litoral da CAGEPA, em Mars,
apresentadas nos Quadros 4.1, 4.2 e 4.3 das pginas 38, 40 e 31, respectivamente.
Bem como, atravs dos exames que foram feitos no Laboratrio de Tecnologia
Alimentos - LTA do DTQA/CT/UFPB, conforme mostra o Quadro 4.6, com o uso da
tcnica dos tubos mltiplos. Todos os exames bacteriolgicos realizados
apresentaram resultados positivos para coliformes totais, bactrias mesfilas e
alguns para coliformes fecais.

Data da
coleta
Amostras Bactria mesfilas
em UFC/1 mL
Coliformes totais
em NMP/100 mL
Coliformes fecais
em NMP/100 mL
28/03/01

gua bruta
gua tratada
Decantado
3.0 x 10
3,0 x 10
3,0 x 10
2,3 x 10
2,3 x 10
2,4 x 10
0,0
0,0
2,4 x 10
25/04/01 gua bruta
gua tratada
Decantado
3,0 x 10
2,3 x 10
3,4 x 10
9,0
4,0
4,0
0,0
0,0
0,0
16/05/01 gua bruta
gua tratada
Decantado
3,0 x 10
7,1 x 10
2,4 x 10
2,4 x 10
2,3 x 10
1

2,3 x 10
1

2,4 x 10
4,0
4,0

O Quadro 4.6 - Resultados das anlises bacteriolgicos feitas no LTA/CT/UFPB
Observando o Quadro 4.6, verifica-se que: as amostras da gua bruta,
gua tratada e do resduo decantado apresentaram resultados positivos para
bactrias mesfilas e coliformas totais. Com relao aos coliformes fecais, as
amostras do decantado e apenas, a amostra de gua tratada no dia 16/05/0,
apresentaram resultados positivos. Diante desses fatos pode-se dizer que a soluo
do componente (B) no apresenta capacidade bactericida.




























5.0- ANLISE DE VIABILIDADE DO USO DA MORINGA OLEIFERA LAM NO
TRATAMENTO SIMPLIFICADO DE GUA PARA PEQUENAS
COMUNIDADES

A construo de um sistema pblico de abastecimento de gua, traz
sempre grandes benefcios sade publica e ao desenvolvimento econmico e
social da comunidade. Entretanto, a implantao de um servio dessa importncia,
logicamente, requer investimentos financeiros significativos, mesmo para um sistema
de pequeno porte. Investimentos esses, necessrios para elaborao e execuo do
projeto, operao e manuteno do servio de abastecimento de gua.
A execuo do projeto envolve, alm de outras despesas (custos), a
desapropriao de reas e a contratao de servios de terceiros para execuo de
obras de engenharia dos diversos sub-sistemas que compem o sistema de
abastecimento de gua. Entre os quais, devem constar: manancial, captao,
adutora de gua bruta, estao de tratamento de gua (ETA), estao elevatria,
adutora de gua tratada, reservatrios, sub-sistema de distribuio e as suas
instalaes fsicas.
A implantao do sistema de abastecimento, tambm requer respalde
financeiro, para fazer face as despesas com contratao de recursos humanos,
aquisio de mveis e equipamentos, aquisio de insumos e garantir a operao e
a manuteno do seu funcionamento.
Caso um sistema de abastecimento comunitrio adota um tipo de tratamento
que use um coagulante orgnico de origem vegetal, como o componente (B), polpa
da semente de Moringa oleifera Lam esses custos devem aumentar
significativamente, devido a infra-estrutura necessria para obteno desse
coagulante natural.
Deve ser implantado conjuntamente com o abastecimento comunitrio de
gua, um sistema produtor de sementes da Moringa, que certamente constar de
um stio para instalao da cultura e de unidade para beneficiamento dos gros e
obteno da polpa.
A implantao da cultura de Moringa, envolve despesas iniciais com
aquisio e preparao do terreno, bem como, com a plantao das rvores. E
depois, despesas permanentes, inerentes ao trato cultural da planta, tais como,
despesas com irrigao, adubao, defensivos contra pragas, podao, cerca de
proteo e cuidados com a segurana contra invaso de vndalos e animais.
Despesas tambm com a colheita das vagens e seu transporte at a unidade
beneficiadora de polpa e depois para ETA - Estao de Tratamento de gua.
No que se refere a unidade beneficiadora da polpa, ela precisa de
recursos financeiros para edificao das instalaes fsicas, aquisio de
equipamentos: tais como, debulhadora, despolpadora, triturador e sistema de
armazenamento tanto das vagens quanto da polpa beneficiada. Alm de recursos
humanos para operao e manuteno da unidade.
A ETA onde ocorre o tratamento ou a potabilizao da gua. O tratamento
tem sido definido como as alteraes dos diversos parmetros fsico-qumicas e
bacteriolgicos da gua, com o objetivo de enquadr-los nas exigncias da
legislao em vigor. A Estao um dos sub-sistemas, que apresenta maior
complexidade de operao, devido ao emprego dos processos inerentes ao
tratamento. Ela tambm apresenta os maiores custos, com insumos, tais como:
produtos qumicos usados no tratamento e controle de qualidade da gua,
principalmente coagulante e energia eltrica. Ento o custo de obteno do
coagulante fator preponderante na determinao da viabilidade tcnica e
econmica social do tipo de tratamento que se deseja adotar.
Considerando que a Moringa uma rvore de porte mdio, ela precisa de
aproximadamente 25 m
2
de rea de solo frtil e profundo, por rvore, para se
desenvolver bem e atingir sua produtividade plena, da ordem de 4.0 kg de polpa de
semente/rvore/safra, quando atinge a idade adulta, aps 3 (trs) anos de vida. Ela
oferece 2 (duas) safras por ano, uma em abril e maio e outra em novembro e
dezembro.
Para um sistema de abastecimento de gua, que adote o tratamento com a
polpa da Moringa (soluo B), como coagulante e que se proponha atender uma
pequena comunidade de 1.000 habitantes, com um consumo mdio dirio de 50
litros/habitante/dia, preciso um volume de gua tratada de 50.000 litros de gua
por dia, para satisfazer as necessidades dessa comunidade. Considerando uma
dosagem mdia permanente de 200 ppm ou 200 mg/L (0,2 g/L), da soluo (B), vo
ser necessrios 10 kg de polpa por dia ou 1.800 kg de polpa por semestre, como
mostra a Tabela 5.1.



Populao em
(habitantes)
Oferta de
gua em litro/
habitante /dia
Volume total
em L/dia
Dosagem em
ppm (mg/L)
Consumo de
polpa em
g/dia

1000

50




50.000

200 ou
0,2 g/L

10.000 ou
10 kg/dia


Tabela 5.1 - Consumo de polpa para uma comunidade de 1.000 habitantes,


Como cada rvore produz em mdia 4.0 kg de polpa da semente por
semestre vo ser precisos, 450 rvores para produzirem os 1.800 kg de polpa de
semente, para tratar a gua necessria para abastecer a comunidade durante um
semestre. Tendo em vista que cada rvore s se desenvolve bem em uma rea de
25 m
2
, fica evidente que durante a implantao do projeto vo ser necessrios a
aquisio de 11.250 m
2
de rea para fazer a plantaes dos 450 ps de Moringa
oleifera, conforme mostra a Tabela 5.2.


Produo mdia/
semestre(safra)/
rvore: 5,37 kg

Consumo de
polpa/dia em
Kg
Consumo
de polpa/
semestre
em kg
Quantidade
de rvores
rea/
rvore
em m
2

rea total
do stio
em m
2

Casca
25 %
----------
1,37 kg
Polpa
75 %
----------
4,0 kg





10



1.800



450



25



11.250


Tabela 5.2 - Produo de polpa para atender uma demanda de 10 kg/dia

.
Na prtica, geralmente, para as pequenas comunidades, so sempre
indicados sistemas de abastecimentos simplificados, optando-se por mananciais
subterraneos, cujas guas, na maioria das vezes precisam apenas, de aerao e
desinfeo, com o objetivo de diminuir o custo dos investimentos, evitar a
complexidade para no onerar a operao e manuteno do sistema.
O tratamento de gua para pequenas comunidades, com o uso de
coagulantes convencionais, como sulfato de alumnio lquidos, cloreto ferroso e
cloreto frrico tem demonstrado ser mais vantajoso, pelo fato de no precisar do
sistema de produo do coagulante e com isso evitar um custo adicional
significativo, tanto inicial quanto permanente. Por outro lado, esses produtos
apresentam grande eficincia como coagulante, so de fcil aplicao e seus
preos no mercado so relativamente baixos, variando de 80 (oitenta) centavos de
real a 1.0 (hum) real e 20 (vinte centavos) por litro.
A luz das dificuldades levantadas anteriormente, fica muito difcil se
acreditar que algum consiga viabilizar um sistema para uma pequena
comunidade, usando a polpa da semente da Moringa como coagulante.

















6.0 - CONCLUSES E RECOMENDAES


6.1 - Concluses

Durante esse trabalho, se percebeu que a polpa da Moringa oleifera Lam
(componente B) apesar, de ter se mostrado um excelente coagulante,
apresentando durante os ensaios, uma reduo de 92,5 % a 97,7 % para turbidez
e de 90,7 % a 97,5 % para cor e de estar sendo usada em muitos lugares, como
soluo alternativa para clarificao de gua de abastecimento de casas isoladas
na Zona Rural, no apresenta viabilidade tcnica e econmico-social para o
tratamento de gua, em escala industrial, para projeto comunitrio urbano. E
tambm no eficiente com bactericida. Essas foram as concluses a que se
chegou aps muita leitura, um intenso trabalho experimental, analise, reflexo e
contato com pessoas que j trabalham com a Moringa oleifera. A seguir sero
apresentadas algumas dificuldades detectadas durante o estudo e que foram
determinantes para as referidas concluses:
1) Como todo coagulante orgnico ela apresenta a inconvenincia de
conferir matria orgnica biodegradvel gua clarificada, esse fato provoca a
fermentao aerbia, depois anaerbia e consequentemente o aparecimento de
gases mal cheirosos, apartir de 24 horas, provocando mal estar nos usurios e
levantando suspeita quanto a qualidade da referida gua;
2) Considerando que, ela no eficiente como bactericida, pois retira por
sedimentao e filtrao, apenas, uma pequena parte dos microrganismos
patognitos presentes na gua a ser clarificada, o usurio deve usar um
desinfetante a base de cloro ou similar, para eliminar o restante, bem como, para
queimar a matria orgnica que lhe foi conferida, durante a clarificao. Como
conseqncia desse fato, a Moringa perde o caracter de coagulante natural;
3) Observando-se que, a Moringa oleifera Lam uma rvore de mdio
porte, na sua fase adulta, ela chega a atingir 10 m de altura e precisa de uma
rea aproximada de 25 m
2
, para desenvolver bem sua copa. Por esse fato, deve
ser considerado o valor comercial do m
2
de terreno, a ser adquirido, na hora de se
implantar um projeto comunitrio de abastecimento de gua, com o uso de
Moringa, como coagulante;
4) A Moringa, uma planta que, apesar de ter se dado muito bem em
nosso solo, tambm requer cuidados necessrios para o seu desenvolvimento,
tais como: preciso plantar, adubar, aguar, limpar, podar, proteger contra pragas
daninhas e predadores eventuais;
5) A Moringa uma planta que, apesar de florescer muito rpido e botar
frutos logo no primeiro ano, ela s atinge sua produo e produtividade plena (5,4
kg/safra/rvore), apartir do terceiro ano;
6) Considerando que a Moringa uma oleoginosa, muito rica em leos,
gorduras, vitaminas de diversos tipos, protenas e sais minerais, se percebe que ela
pode ser melhor aproveitada como alimento em vez de coagulante para clarificar gua
inaturas;
7) sabido que, a protena coagulante, contida na polpa das sementes
da Moringa, pode se degradar e perder essa capacidade. Por esse fato, necessrio
que as sementes sejam armazenadas, nas vagens, em lugares secos, frios e dotados
de sistema de proteo contra pragas (gorgulhos) e predadores, comuns as sementes
de cereais e outras oleoginosas;
8) Pelo conhecimento obtido, durante a pesquisa, pode-se concluir que a
obteno e aplicao, da polpa de semente da Moringa, para usar como coagulante,
em projetos comunitrios, muito mais difcil, oneroso e menos eficiente do que a
obteno e aplicao de coagulantes, como sulfato de alumnio lquido e cloreto de
polialumnio, que so inorgnicos, de fcil aquisio e aplicao e que do melhores
resultados; e
9) Com relao a implantao e operacionalizao de um sistema
comunitrio de abastecimento de gua, usando-se como coagulante a polpa da
Moringa, certamente ficar bem mais oneroso (devido a desapropriao de terreno e
implantao e manuteno da cultura de Moringa, obteno do coagulante, aumento
de mo de obra, etc) e ser mais complicada do que a instalao e operao de um
sistema usando um coagulante convencional.



6. 2 - Recomendaes

1) Recomenda-se ao pessoal que usa a polpa da Moringa como
coagulante natural no tratamento de gua, como soluo alternativa de abastecimento
de gua, para casas isoladas da Zona Rural, que aps a clarificao, faa a desinfeo
com hipoclorito de sdio (vendido nas farmcias e eventualmente distribudo pela a
Secretaria de Sade do Estado) ou produto similar, com o objetivo de eliminar os
microrganismos patognicos. Como se sabe, apenas a clarificao no transforma a
gua bruta em gua potvel. Por outro lado, essa viso errada de que a clarificao
potabiliza a gua muito grave porque ela pode induzir as pessoas a beberem gua
contaminada,
2 Nas casas isoladas da Zona Rural, pode ser feita tambm a
clarificao da gua bruta, com sulfato de alumnio lquido comercial, que de fcil
aquisio e como a Moringa apresenta baixa toxidade. Com apenas, 2 (duas) gotas por
litro, se consegue uma concentrao de 50 (cinquenta) ppm, necessria para clarificar
uma gua de muita cor e elevada turbidez. Como no apresenta problemas de maus
odores, pode ser adicionada 4 (quatro) ou 5 (cinco) horas antes da filtrao para se
atingir uma decantao perfeita, melhorando sensivelmente desse modo, a qualidade
da gua bruta e depois de filtrada, se deve proceder a clorao com hipoclorito de
sdio ou clcio e produto similar.












7. 0 REFERNCIA



APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, New
York: Amecican Public Health Association, 1994.

AZEVEDO NETO, Jos M. e Outros. Tcnica de Abastecimento e Tratamento
de gua (Volume II). CETESB, So Paulo, 1977.

BRAILE, P. Mrcio. Manual de Tratamento de guas Residurias Industriais.
CETESB, So Paulo, 1979.

CORINGA, Josias do Esprito Santo. Uso de Quiabo como auxiliar de
floculao, E T F MT, Cuiab, Mato Grosso, 1999.

CORREA, M Pereira. Dicionrio das Plantas teis do Brasil e das Exticas
Cultivadas. Volume V. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal: Rio de
Janeiro, 1984.

DAVINO. Francisco dos Santos Filho. Tecnologia de Tratamento de gua -
gua na Industria. Editores Ltda. Rio de Janeiro, 1976.

DE ABREU E LIMA, Guilherme Jlio Muller e outros. Uso de Polmeros Naturais,
Mutamba e Cacau como Auxiliares de Floculao. UFMT, Cuiab. Mato Grosso,
1998.

DI BERNARDO, Luiz. Mtodos e Tcnicas de Tratamento de gua. Volume I.
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ENGRCIA, Walter de Oliveira e Outros. Tcnicas de abastecimento e
Tratamento de gua (Volume I). CETESB, So Paulo, 1977.

GASSENSCHMIDT, V. Janv Kd e outros. Isolation and charactrizacion of a
flocculating protein fron Moringa Oleifera Lam. Biochim Biophys Acta 1995.

GERDES, Gerrit. Uso das Sementes da rvore Moringa oleifera para
Tratamento de guas Turvas. ESPLAR, Fortaleza, 1996.

GERDES, Gerrit. Como Limpar e Tratar gua Suja com Sementes da
Moringa oleifera. ESPLAR, Fortaleza, 1997.

HAMMER, J. Mark. Sistemas de Abastecimento de gua e Esgoto. Livros
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supplies: Research in the Sudan and guide forew projects. GTZ: Eschborm,
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JAHN, S. A. A. Monitored water coagulation with Moringa seeds in village
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EME, F. Pereira. Teoria e Tcnicas de Tratamento de gua. Rio de Janeiro,
ABES,

MATTOS, Lus Cludio. Limpando a gua de Beber com Semente de Moringa
oleifera,

MACEDO, Allrio Filho (tradutor). gua, Tratamento e Qualidade. Angrian Water
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MACEDO, T. A. Barbosa. guas & guas. Ortofarma. Juiz de Fora MG, 2000.

RICHTER, C. A. e Neto, J. H. Tratamento de gua Tecnologia Atualizada.
Edgard Blcher Ltda. So Paulo, 1995.












































ANEXO I



A Tabela AI 1, mostra a conveno que foi adotada para facilitar o
manuseio com os diversos componentes e derivados da Moringa oleifera.



Componentes Descrio dos componentes e derivados da Moringa
A Semente integral (casca e polpa) crua, seca e triturada.
A1 Farelo da semente integral, aps extrao do leo com
metanol
A2 Farelo da semente integral, aps extrao do leo com
etanol/gua (7:3)
A3 Farelo da semente integral, aps extrao do leo com
hexano
B Polpa da semente crua, seca e triturada
B1 Farelo da polpa, aps extrao do leo com metanol
B2 Farelo da polpa, aps extrao do leo com etanol/gua (7:3)
B3 Farelo da polpa, aps extrao do leo com hexano
C Casca da semente crua, seca, e triturada
C1 Farelo da casca, aps extrao do leo com metanol
C2 Farelo da casca, aps extrao do leo com etanol/gua (7:3)
C3 Farelo da casca, aps extrao do leo com hexano
DI Vagem (parte interna) crua, seca e triturada
DE Vagem (parte externa) crua, seca e triturada
DI1 Farelo da parte interna da vagem, aps extrao dupla com
etanol/hexano na proporo de (1:1)
DE1 Farelo da parte externa da vagem, aps extrao dupla com
etanol/hexano na proporo (1:1)
E Soluo padro de sulfato de alumnio
B/E Mistura de soluo padro de polpa (B) com soluo padro
de sulfato(E)


Tabela AI-1 Conveno adotada para identificar os componentes e derivados da
Moringa oleifera











A Tabela AI - 2, mostra a conveno que foi adotada para identificar as
diversas pores de leo da Moringa oleifera.




Cdigo % do rendimento
do leo obtido
Densidade
em g/cm
3

Origem das diversas pores de leo
O1 26,8 1.06 leo de semente integral por extrao
com metanol
O2 26,8 0.99 leo de semente integral por extrao
com etanol/gua na proporo de (7:3)
O3 31,1 0,85 leo da semente integral por extrao
com hexano
O4 26,5 1,07 leo de polpa da semente por extrao
com metanol
O5 40,1 1,16 leo de polpa da semente por extrao
com etanol/gua na proporo de (7:3)
O6 36,8 0,89 leo de polpa da semente por extrao
com hexano
O7 4,1 1,87 leo de casca da semente por
extrao com metanol
O8 9,4

0,99 leo da casca da semente, por
extrao com etanol/gua (7:3)
O9 4,7 0,68 leo da casca da semente, por
extrao com hexano
O10 5,8 0,88 leo da parte interna da vagem, por
extrao com etanol/hexano na
proporo de (1:1)
O11 4,1 0,79 leo da parte externa da vagem, por
extrao com etanol/hexano na
proporo de (1:1)


Tabela AI-2 Resultados da extrao do leo da Moringa oleifera Lam






Anexo II



A Tabela AII 1, apresenta o peso mdio da semente da Moringa oleifera
Lam.


N Pes
o
N Peso N Peso N Peso N Peso
1 0,34 11 0,34 21 0,32 31 0,36 42 0,34
2 0,32 12 0,35 22 0,26 32 0,26 42 0,32
3 0,26 13 0,40 23 0,31 33 0,34 43 0,39
4 0,24 14 0,31 24 0,26 34 0,25 44 0,35
5 0,36 15 0,38 25 0,26 35 0,18 45 0,40
6 0,32 16 0,15 26 0,39 36 0,33 46 0,32
7 0,32 17 0,29 27 0,15 37 0,31 47 0,34
8 0,32 18 0,36 28 0,29 38 0,30 48 0,34
9 0,32 19 0,29 29 0,26 39 0,29 49 0,33
10 0,28 20 0,45 30 0,16 40 0,38 50 0,31
Mdia 0,31 Mdia 0,33 Mdia 0,27 Mdia 0,30 Mdia 0,34
Peso mdio da semente = 0,31 g

Tabela AI -1 Peso da semente da Moringa oleifera.


A Tabela AII-2, apresenta a quantidade mdia de semente da Moringa
oleifera Lam por vagem.


N Quan
ti-
dade
N Quanti-
dade
N Quanti-
dade
N Quanti-
dade
N Quanti-
dade
1 20 14 14 21 15 31 18 41 18
2 16 12 15 22 15 32 22 42 16
3 17 13 17 23 16 33 19 43 16
4 15 14 15 24 17 34 15 44 16
5 17 15 20 25 16 35 13 45 17
6 22 16 21 26 19 36 16 46 19
7 20 17 16 27 18 37 13 47 20
8 17 18 23 28 20 38 16 48 18
9 16 19 18 29 15 39 18 49 19
10 20 20 16 30 19 40 15 50 18
Mdia 18,0 Mdia 17,5 Mdia 17,0 Mdia 16,5 Mdia 17,7
Quantidade mdia de semente por vagem = 17,34

Tabela AII 2 Quantidade de semente da Moringa oleifera por vagem.


A Tabela AII 3, apresenta o peso mdio da vagem da Moringa oleifera
Lam.



N Peso
(g)
N Peso
(g)
N Peso
(g)
N Peso
(g)
N Peso
(g)
1 9,6 11 6,9 21 12,0 31 20,0 41 6,9
2 8,5 12 6,0 22 18,0 32 7,0 42 6,0
3 10,2 13 9,6 23 17,4 33 11,2 43 12,5
4 10,1 14 6,2 24 7,9 34 8,2 44 29,2
5 8,8 15 10,2 25 16,9 35 9,0 45 10,6
6 10,8 16 12,9 26 8,5 36 10,1 46 11,0
7 16,5 17 19,8 27 7,4 37 13,8 47 25,2
8 11,4 18 9,6 28 9,1 38 15,5 48 15,0
9 9,0 19 10,8 29 8,9 39 13,0 49 11,2
10 12,6 20 24,0 30 5,5 40 16,0 50 9,5
Mdia 10.6 Mdia 11,7 Mdia 11,1 Mdia 12,3 Mdia 13,7
Peso mdio da vagem = 11,92 g

Tabela AII 3 Peso da vagem da Moringa oleifera.





A Tabela AII-4, apresenta a relao entre peso da polpa e da casca da
semente da Moringa oleifera Lam.



Amostras
de
sementes
Quantidad
e de
semente
Peso total
em (g)
Polpa em
(g)
% da polpa Casca em
(g)
% de
casca
1 10 2,97 2,20 74,8 0.74 25,1
2 10 2,80 2,02 73,7 0.72 26,2
3 10 2,79 1,90 73,6 0.68 25,3
4 10 2,93 2,20 74,5 0.75 25,4
5 10 3,06 1,99 75,3 0.65 24,6
Mdia 10 2,91 2,06 74,4 0.71 25,5

Tabela AII 4 Relao entre o peso da casca e da polpa da Moringa oleifera.









A Tabela AII 5, mostra o clculo de produtividade da semente apartir do
peso da semente

Peso
mdio da
semente
em (g)
Quantidade
mdia de
semente
por vagem
Peso de
semente
por vagem
em (g)
Quantidade
de vagem
produzida/
safra/rvore
Produo de
semente no
semestre
em (g)
% de
polpa
(75 %)
% de
casca
(25 %)

0,31

17,34

5,37

1000


5.370 ou
5,37 kg


4,03kg

1,34 kg


Tabela AII-5 Clculo da produtividade da semente da Moringa oleifera.







A Tabela AII 6, mostra a medida do dimetro da semente da Morringa
oleifera em (cm)


N cm N cm N cm N cm N cm
1 0,85 11 0,95 21 1,00 31 1,00 41 0,90
2 0,95 12 1,05 22 0,75 32 0,95 42 1,00
3 0,80 13 1,00 23 0,90 33 0,70 43 0,85
4 1,00 14 0,85 24 0,85 34 0,85 44 0,90
5 0,95 15 1,00 25 0,90 35 0,95 45 1,00
6 0,90 16 0,80 26 0,85 36 1,00 46 0,90
7 0,90 17 0,95 27 0,75 37 0,90 47 0,90
8 1,00 18 0,90 28 0,90 38 1,00 48 0,90
9 0,90 19 1,00 29 0,95 39 1,00 49 1,05
10 1,00 20 0,80 30 0,95 40 0,90 50 1,00
Mdia 0,92 Mdia 0,93 Mdia 8,80 Mdia 0,92 Mdia 0,94
Dimetro mdio da semente = 0,92 cm


Tabela AII-6 Dimetro da semente da Moringa oleifera Lam









ANEXO III





A Tabela AIII 1, mostra uma anlise qumica comparativa da vagem, da
semente e das folhas da Moringa oleifera Lam.



100,0 g de vagem
contm:
100,0g de semente
contm:
100,0g de folhas
contm:
86,9 g de gua 25,0g de casca 7,5 g de gua
2,5 g de protena 75,0 g de polpa, que contm: 6,7 g de protena
0,1 g de gordura 4,08g de gua 1,7 g de gordura
8,5 g de carboidrato total 38,4g de protena bruta 14,7 g de carboidrato
total
4,8 g de fibra 34,7% de leo gorduroso 0,9 g de fibra
2,0 g de cinza 16,4g de N de extrato livre 2,3 g de cinza
30,0 mg de Ca 3,5g de fibra 440,0 mg de Ca
110,0 mg de P 3,2g de cinza 70,0 mg de P
5,3 mg de Fe O leo da semente contm: 7,0 mg de Fe
184,0 IU de vitamina A 9,3% cido palmtico 110,0g de Cu
0,2 mg de niacina 7,4% cido esterico 5.1g de I
120,0 mg de cido
ascrbico
8,6% cido beznico 11.300,0 IU de vitamina
A
310,0 g de Cu 65,7% de cido oleico 120,0 g de vitamina B
1,8g de I E alguns cidos gordurosos 220,0 mg de cido
ascrbico
7,4g de tocofenol
0,8 mg de cido
nicotinico


Tabela AIII-1 Anlise da vagem, semente e folhas da Moringa oleifera.