O Fruto Do Espírito - John Stott

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O FRUTO DO ESPRITO

John Stott Batismo e plenitude do Esprito Santo


pp. 70-79

J fiz referncia mais de uma vez ao fruto do Esprito. Chegou a
hora de examinar com mais detalhes o que isto quer dizer. A expresso
vem da carta de Paulo aos glatas. Estas so suas palavras: Mas o fruto
do Esprito : amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansido, domnio prprio (Gl 5:22, 23a).
Uma simples leitura destas graas crists deve ser suficiente para
encher de gua a boca e fazer o corao bater mais forte, porque este
um retrato de Jesus Cristo. Nenhum homem ou mulher at hoje
apresentou estas qualidades com tal equilbrio ou perfeio como o
homem Jesus Cristo. Assim, este o tipo de pessoa que todo cristo
gostaria de ser.
J foram feitas diversas tentativas de classificar as nove qualidades
que Paulo alista. Nenhuma classificao completamente satisfatria; no
entanto, existe o perigo de impor uma que seja artificial. Talvez a mais
simples seja aquela que as v como trs (conjuntos) trades, que
retratam nosso relacionamento primeiro com Deus, depois com
outras pessoas e, por ltimo, conosco mesmos.
Primeiro vem nosso relacionamento com Deus: Amor, alegria,
paz. O Esprito Santo coloca o amor de Deus em nosso corao (Rm
5:5), a alegria dele em nossa alma e a paz divina em nossa mente. Amor,
alegria e paz permeiam um cristo cheio do Esprito. Na verdade,
podemos dizer que estas so suas caractersticas principais e
permanentes. Tudo o que ele faz concebido com amor, iniciado com
alegria e executado com paz.
Depois vem nosso relacionamento com as outras pessoas:
Pacincia, ternura, bondade (NTLH). Temos aqui a pacincia que
suporta grosseria e insensibilidade dos outros e se recusa a se vingar; a
gentileza que vai alm da tolerncia negativa de no desejar o mal para
ningum, passando para a benevolncia de desejar o bem a todos; e a
bondade que transforma o desejo em atos, e toma a iniciativa de servir as
pessoas de maneira concreta e construtiva. No difcil ver pacincia,
ternura e bondade como trs degraus ascendentes em nossa atitude para
com os outros.
Por ltimo, nosso relacionamento conosco mesmos: Fidelidade,
mansido, domnio prprio. A palavra fidelidade a mesma que
geralmente traduzida por f (pistis). Aqui parece no significar a f
que confia em Cristo ou em outras pessoas, mas a confiabilidade, que
convida outras pessoas a confiarem em ns. a fidelidade privada, a
dignidade slida de algum que sempre cumpre suas promessas e termina
o que comea. Mansido no uma qualidade de pessoas meigas e
fracas, mas de pessoas fortes e dinmicas, que mantm sua fora e
energia sob controle. Domnio prprio o senhorio sobre a lngua, os
pensamentos, os apetites e as paixes.
Este, ento, o retrato de Cristo, e, da mesma forma pelo menos
em termos ideais do cristo equilibrado, parecido com Cristo, cheio do
Esprito. No temos liberdade para escolher algumas destas qualidades,
porque conjunto (como um cacho de uvas ou um feixe de trigo) que
elas nos fazem semelhantes a Cristo. Cultivar algumas, e no outras,
coloca-nos em desequilbrio. O Esprito d diferentes dons a diferentes
cristos, como veremos nos prximos estudos, mas ele atua no sentido
de produzir o mesmo fruto em todos.
Ele no se satisfaz se demonstramos amor aos outros, mas no
controlamos a ns mesmos; ou se temos alegria e paz em ns, mas no
somos gentis para com os outros; ou se temos pacincia, mas no temos
bondade; ou se apresentamos humildade e flexibilidade, sem sermos um
cristo confiavel. O cristo desequilibrado carnal; todavia, existe
uma perfeio, uma compleio (disposio de espirito, inclinao), uma
plenitude de carter cristo que somente cristos cheios do Esprito tm.
Porm, como possvel desenvolver estas qualidades? Esta a
pergunta que queremos fazer ao apstolo. Sua resposta surge do fato de
que as nove qualidades so reunidas na expresso nica o fruto do
Esprito. Desta metfora emergem 3 verdades importantes.

1 Origem Sobrenatural
A primeira verdade que o fruto do Esprito de origem
sobrenatural. Isto evidente, porque as qualidades alistadas so o fruto
do Esprito. O prprio Esprito Santo responsabilizado por sua
produo. Eles so a colheita do que ele planta na vida das pessoas que
ele preenche.
Tambm no contexto isto fica evidente, pois o fruto do Esprito
contrastado intencionalmente com as obras da carne. A carne,
na linguagem de Paulo, geralmente no se refere substncia que cobre
nosso esqueleto, mas representa ns mesmos, todo nosso ser, aquilo que
somos por natureza, decados, pecaminosos e egostas. O Esprito,
por sua vez, no uma parte de ns, Ele no o nosso esprito, mas o
Esprito Santo de Deus, do prprio Deus que mora nas pessoas
nascidas de novo (regeneradas) e est empenhado em transform-las na
imagem de Cristo. luz desta distino entre carne e Esprito
podemos dizer que as obras da carne so atos que praticamos
naturalmente, quando limitados aos nossos recursos, e o fruto do
Esprito consiste de qualidades que o Esprito faz surgir em ns
de maneira sobrenatural (porque elas esto alm da nossa capacidade
natural), quando colaboramos com Ele.
Quando dependemos de ns mesmos, o que surge naturalmente so
pecados como prostituio, impureza, lascvia, bebedices,
glutonaria (vv. 19, 21), enquanto o fruto sobrenatural do Esprito
exatamente o contrrio, virtudes como confiabilidade, bondade,
domnio prprio.
Quando agimos por conta prpria, ns nos rebelamos contra Deus
e camos em idolatria e feitiarias (v. 20), porm o Esprito Santo
nos conduz ao amor, alegria e paz. Igualmente, as obras da carne
so defeitos (faltas) anti-sociais como inimizades, porfias
(competio), cimes, iras, discrdias, dissenes (troca de
opinies), faces, invejas (v. 20, 21), enquanto o fruto
correspondente do Esprito longanimidade, benignidade, bondade.
Portanto, fica claro que, por natureza, todos os nossos
relacionamentos so falhos.
Desviam-nos de Deus para os dolos.
Desentendemo-nos com outras pessoas e vivemos em discrdia.
Desculpamo-nos em vez de nos controlarmos.
Viver em harmonia com Deus e com as pessoas, e manter-se sob
controle, so obras sobrenaturais da graa de Deus. o fruto do
Esprito.
Na verdade, este fruto (o que a soma de todas estas qualidades
crists) a melhor evidncia que algum pode apresentar de ter em si a
plenitude do Esprito Santo por causa da sua solidez e objetividade.
A verdadeira prova de uma atuao profunda do Esprito de Deus em
algum ser humano, no so suas experincias subjetivas e emocionais,
nem sinais espetaculares, mas qualidades morais, como Cristo as teve.
Creio que um cristo, que alega ter tido experincias grandiosas, mas no
tem amor, alegria, paz, bondade e domnio de si, vai causar em todas ns
a impresso de que algo est errado com suas alegaes. Um outro
cristo que, sejam quais forem suas experincias e dons, traz em seu
carter um aroma suave do Senhor Jesus, certamente ser preferido para
companhia. Isto porque vemos nele uma marca da graa de Deus e ele
um templo do Esprito Santo.

2 Crescimento Natural
A prxima verdade que devemos observar que estas qualidades
so chamadas de fruto do Esprito. Em condies normais, qualquer
fruto cresce naturalmente. verdade que possvel acelerar o
crescimento de plantas, colocando-as em uma estufa, sob uma certa
temperatura. O que estamos fazendo provar artificialmente as
condies em que a planta cresceria de modo natural. Porque o processo
de crescimento em se (mesmo em uma estufa) no artificial; ele ainda
natural.
Ao chamar o carter cristo de fruto do Esprito, o apstolo
Paulo estava ensinando que sua origem sobrenatural (j que o fruto
do Esprito), e que seu crescimento natural (pois o fruto do
Esprito). importante manter um equilbrio entre estas duas verdades,
no mnimo por uma razo: o fato de que uma vida santa produto
do Esprito Santo pode facilmente levar algumas pessoas a
pensarem que no h nada de sua parte que possam fazer no
processo. Porm, o fato de que o Esprito o produz como seu fruto
indica ao mesmo tempo que h certas condies das quais o crescimento
depende, pelas quais ns somos responsveis, isto porque o que natural
sempre condicionado. O processo s natural quando as condies
esto de acordo.
Esta lio que extramos da horticultura tambm se aplica ao
crescimento em maturidade crist. O prprio Paulo faz a aplicao,
embora no em Glatas 5, mas em Glatas 6. Este outro bom exemplo
da necessidade de se estudar cada texto em um contexto amplo e de se
passar por cima das divises arbitrrias dos captulos em nossa Bblia.
No captulo 5 Paulo fala do fruto, e no captulo 6 ele aborda a questo
de semear, do qual, no fundo, depende qualquer colheita. Estas so
suas palavras:
No vos enganeis: de Deus no se zomba; pois aquilo que o
homem semear, isso tambm ceifar. Porque o que semeia para a sua
prpria carne da carne colher corrupo; mas o que semeia para o
Esprito do Esprito colher vida eterna (Gl 6:7,8).
O princpio fundamental est registrado no ttulo: Aquilo que o
homem semear, isto tambm ceifar. Este um princpio inflexvel
de todos os procedimentos de Deus, uma lei de consistncia prpria,
tanto na rea fsica como na moral, tanto no carter da natureza como
no carter humano. Sempre, invariavelmente, colhemos o que
plantamos. Por isso, devido confiabilidade de Deus, podemos
determinar com antecedncia o que colheremos, decidindo o que iremos
plantar. Se eu fosse um agricultor que quisesse colher feijo, eu teria de
semear feijo. Seria ridculo plantar milho ou trigo e querer colher feijo.
O mesmo princpio se aplica ao comportamento humano. Se queremos
que o Esprito Santo produza um fruto bom em nossa rida, precisamos
semear sementes boas. O antigo provrbio expressa isto muito bem:
Semeie um pensamento, e voc colher uma ao;
Semeie uma ao, e voc colher um hbito;
Semeie um hbito, e voc colher um carter;
Semeie um carter, e voc colher um destino.
No podemos alterar isto. Como Paulo disse, de Deus no se
zomba. O verbo grego que ele escolheu muito ilustrativo. Significa
literalmente levantar o nariz para algum. Ele quis dizer que no
podemos tratar Deus com desprezo, nem passar por cima das leis que ele
instituiu. Alguns cristos se surpreendem por no estar colhendo o fruto
do Esprito, mas passam uma grande parte de seu tempo semeando para
a carne. Ser que eles acham que podem enganar Deus e faz-lo de bobo,
e torcer suas leis, segundo sua convenincia?
Olhe com mais ateno para o que o apstolo disse. Ele compara
nossa personalidade com um campo onde estamos semeando todos os
dias. O campo est dividido. Uma parte ele chama de carne (ns
mesmos, ou o que somos por natureza), a outra de Esprito (o Esprito
Santo, ou o que somos pela graa). possvel semear nos dois lados do
campo. Um cristo semeia para a sua prpria carne, outro semeia
para o Esprito. Em conseqncia, cada um ter uma colheita diferente.
O que esta semeadura? E o que esta colheita?
Por semear parece que o apstolo est entendendo todo o padro
dos nossos pensamentos e hbitos, nosso estilo de vida, a direo e a
disciplina da nossa vida. Isto Inclui as companhias que temos, as
amizades que cultivamos, a literatura que lemos, os filmes que assistimos
no cinema ou na televiso, o tipo de lazer com que preenchemos nosso
tempo livre, e tudo o que ocupa nosso interesse, absorve nossa energia e
domina nossa mente. Em relao a todas estas coisas precisamos tomar
uma deciso, tendo em vista tanto a tendncia geral de nossa vida quanto
a mirade de escolhas menores que se nos apresentam todos os dias.
Porque nestas coisas estamos semeando, semeando o tempo todo; e
haveremos de colher de acordo com o que e onde semeamos.
Sempre Paulo volta a estes assuntos em suas cartas, ilustrando-os
com metforas abundantes. s vezes so roupas (aquilo que vestimos);
outras vezes so competies atlticas (fugir de algumas coisas e correr
atrs de outras). s vezes a questo de vida ou morte (matar de
verdade, at por crucificao, nossos desejos e paixes pecaminosos e,
em lugar deles, viver de modo sensveis s sugestes do Esprito). Ainda
outras vezes o negcio pagar dvidas (porque somos devedores ao
Esprito, e no carne). De todas estas figuras, no entanto, nenhuma
enfatiza melhor a naturalidade da santificao do cristo, desde que haja
as condies corretas, do que a necessidade de semear a semente certa
no campo certo, se quisermos contar com a colheita certa.
Que colheita essa? Paulo diz que semear para a carne produz uma
colheita de corrupo. Esta uma palavra repugnante, que desperta
imagens horrveis de decadncia, decomposio, morte e podrido
cadavrica. Provavelmente ela simboliza uma deteriorao constante do
carter nesta vida e tambm a runa na prxima. Semear para o Esprito,
por sua vez, produz uma colheita de vida eterna, que uma comunho
cada vez mais ntima, j agora com o Deus vivo, (vida eterna conhec-
Lo: Joo 17:3), alm daquela comunho plena com Ele que desafia a
imaginao e espera por ns no ltimo dia. Portanto, no s o nosso
carter moral neste mundo, mas tambm nosso destino definitivo no
prximo dependem da semente que estamos lanando agora, e onde a
estamos semeando.

3 Maturidade Gradual
Temos a aprender uma terceira lio do uso que o apstolo faz
desta metfora do fruto. Um conhecimento de botnica, mesmo que
elementar, suficiente para que constatemos que os procedimentos de
Deus amadurecem com lentido. Jesus o diz em uma de suas parbolas
sobre o trigo: Primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o gro cheio
na espiga (Mc 4:28). Tambm podemos usar a ilustrao de uma fruta:
Primeiro o renovo, depois o broto da flor, depois a flor aberta; depois a
fruta fertilizada, como um tipo de embrio, porm ainda dura, verde e
no comestvel; depois ela aumenta, vai ficando macia e adquire as
primeiras cores, finalmente temos a fruta madura e saborosa. um
processo natural, condicional e gradual.
O que vale para uma fruta do pomar vale tambm para o fruto do
Esprito. O Esprito Santo implanta vida na alma instantaneamente,
no momento do novo nascimento (apesar de vrios meses de
preparo poderem t-lo precedido); mas ele leva tempo, muito
tempo, para produzir um carter cristo maduro.
Esta nfase na santificao gradual no tem a inteno de desculpar
nossa pecaminosidade contnua, nem de incentivar nossa preguia, nem
de afrouxar nossa expectativa, mas de nos advertir contra jardineiros
charlates que nos oferecem frutos maduros na hora. Nossa poca
mais de indstria que de agricultura. Seu smbolo mais o martelo que a
foice. A automao tem a ver com rapidez. O computador nos d
respostas em instantes. Mas o Esprito Santo no tem esta pressa. Um
carter o produto de uma vida inteira.
Se compreendermos como esta atuao de Deus gradual, seremos
mais ativos em colaborar com o Esprito (o jardineiro celestial) que cuida
do fruto, prestaremos mais ateno no que semeamos, se quisermos ter
uma boa colheita, e disciplinaremos melhor nossos hbitos de devoo
pblica e particular, de maneira que cresamos atravs destes meios de
graa que Deus nos concedeu, e o fruto do Esprito se desenvolva e
amadurea em ns.
Charles Simeon, um erudito clrigo de Cambridge do incio do
sculo passado, cuja profunda influncia sob a mo de Deus ainda
sentida hoje, era por natureza e disposio um homem esquentado,
orgulhoso e impetuoso. Quando ele fez sua primeira visita ao seu
colega evangelista Henry Venn, em Yelling, a filha mais velha deste
descreveu muito bem a ocasio. O incidente registrado por Michael
Hennell:
impossvel imaginar algo mais ridculo do que sua aparncia e
sua maneira de ser. Suas caretas esto alm do que algum pare
conceber. Assim que ele se foi, reunimo-nos na biblioteca e rimos s
gargalhadas. Mas seu pai chamou todos ao jardim e pediu que lhe
apanhassem um pssego, apesar de o vero estar apenas comeando e as
frutas ainda estarem verdes. Quando eles se mostraram surpresos, ele
disse: Est certo, meus caros, o pssego ainda est verde, e precisamos
esperar, entretanto, com um pouco mais de sol e algumas poucas chuvas,
ele estar maduro e doce. O mesmo acontece com o Sr. Simon.
E assim se deu, porque ele foi colhendo o que ia semeando e, sob a
influncia graciosa do Esprito Santo, tornou-se uma pessoa gentil,
humilde, amorosa e semelhante a Cristo.

Aplicao

Eu comecei por alistar as nove qualidades crists que em conjunto
perfazem o "fruto do Esprito", e mencionei que a simples relao destas
qualidades suficiente para despertar o apetite espiritual dos cristos. Na
verdade, para mim ponto pacfico que todos temos "fome e sede de
justia" (Mat. 5:6; 6:33). Vimos tambm trs razes pelas quais estas
qualidades so chamadas de fruto do Esprito. Para concluir, devemos
tirar uma lio de cada uma.
Em primeiro lugar, j que a semelhana a Cristo de origem
sobrenatural, precisamos ter humildade e f a humildade para reconhecer
que ns no podemos produzir esta colheita por ns mesmos, e f para
crer que Deus pode faz-la amadurecer em ns como fruto do Esprito.
Por isto Jesus ensinou: Permanecei em mim, e eu permanecer em vs.
Como no pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se no permanecer
na videira; assim nem vs o podeis dar, se no permanecerdes em mim
(Jo 15:4). A santidade comea com a auto-desiluso, porque a f tambm
nasce somente com auto-desiluso. No confiar na carne, porque
estamos convictos de que nela no habita bem nenhum (Rm 7:18),
uma pr-condio essencial para confiar plenamente no Esprito.
Em segundo lugar, j que a semelhana a Cristo tem um
crescimento natural, desde que disponha das condies adequadas,
precisamos ter disciplina para garantir que as condies estaro
disponveis. S se pode colher o que foi semeado. Precisamos semear
com dedicao, o que significa cultivar hbitos disciplinados tanto na
rea do pensamento (concentrando nossa mente no que bom), quanto
na rea da vivncia (no por ltimo na meditao diria na Palavra de
Deus e na orao). Crescimento natural crescimento condicionado. Se
formos conscienciosos em fornecer as condies, o crescimento haver
de ser abundante. Se cuidarmos das sementes, o Esprito Santo cuidar
do fruto.
Por ltimo, j que ser semelhante a Cristo vem de um
amadurecimento gradual, precisamos ter pacincia para esperar. Podemos
at cham-la de pacincia impaciente, porque por pacincia eu no
entendo resignao. Todo jardineiro, todo agricultor, cada pessoa que
vive em contato com o solo sabe que preciso ter pacincia. No h
sentido em querer mudar a ordem das estaes ou as leis de crescimento
que Deus estabeleceu. Corno Tiago escreveu em um contexto diferente:
Eis que o lavrador aguarda com pacincia o precioso fruto da terra, at
receber as primeiras e as ltimas chuvas (Tg 5:7). Ele estava
recomendando uma espera paciente da vinda do Senhor, mas ele, da
mesma forma, poderia ter aplicado a mesma metfora para uma espera
paciente pelo fruto do Esprito.
Como vimos, precisamos preencher as condies, mas depois
devemos esperar a vinda do Senhor e buscar nEle com expectativa o
amadurecimento do fruto, at que, afinal, venha o dia da colheita de um
carter cristo maduro nesta vida e semelhana completa com Cristo na
prxima.

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