Materiais Ceramicos
Materiais Ceramicos
Materiais Ceramicos
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dr. Ingeborg Kuhn
PGMAT /UFSC
Prof. Dr. Joo Cardoso de Lima
FSC/UFSC
Prof. Dr. Jos Carlos Bressiani
IPEN (SP)
Prof. Dr. Juan Antonio Altamirano Flores
UFRGS (RS)
Prof. Dr. Mrcio Celso Fredel
PGMAT /UFSC
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AGRADECIMENTOS
Agradeo:
Ao meu orientador, Prof. Nivaldo Cabral Kuhnen, por todo seu incentivo, orientao e
dedicao; e por acreditar em mim e no nosso trabalho. E tambm por toda a liberdade de
trabalho que me proporcionou.
Ao meu co-orientador, Prof. Humberto Gracher Riella, pelo incentivo, apoio e orientao
durante toda esta caminhada. E tambm por sempre valorizar nossas conquistas.
Profa Ana Maria Segades, pela orientao e apoio durante minha permanncia na
Universidade de Aveiro atravs do programa de doutorado sanduche.
Aos professores Joo Cardoso de Lima, Jos Carlos Bressiani, Juan Antonio Altamirano
Flores, Mrcio Celso Fredel e Ingeborg Kuhn pela participao como membros da banca
examinadora deste trabalho.
Ao professor Juan Antonio Altamirano Flores, pela disposio em ser o relator deste
trabalho, como tambm e pela colaborao na parte experimental dessa pesquisa e discusses
referentes caracterizao microestrutural dos materiais.
Em especial ao professor Joo Cardoso de Lima, pela colaborao fundamental na
implementao dos mtodos de Rietveld e Ruland e discusses sobre difrao de raios X.
Agradeo por sua dedicao a esta pesquisa e por toda a oportunidade de crescimento
profissional e pessoal que me proporcionou atravs de seus ensinamentos.
Universidade Federal de Santa Catarina, especificamente ao Programa de PsGraduao em Cincia e Engenharia de Materiais e ao Departamento de Engenharia Qumica,
pela concesso das vias concretas para a realizao deste trabalho.
Ao Departamento de Engenharia Cermica e do Vidro (Universidade Aveiro) pela
disponibilidade da estrutura cientfica e tecnolgica existente, que permitiu a realizao de uma
parte dos trabalhos relativos a esta Tese.
Comisso de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior, CAPES, pelo apoio
financeiro atravs da concesso da bolsa de estudos no Brasil e em Portugal.
Ao meu marido Henrique. Obrigada pelo apoio incondicional em todos os momentos, por
ser meu principal incentivador e orgulhar-se tanto de mim. Obrigada por toda a fora e por nunca
me deixar desistir.
A todas as pessoas que de alguma forma tenham acompanhado e contribudo para a
realizao deste trabalho.
Deus, pela oportunidade de viver e ser feliz.
SUMRIO
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... V
SUMRIO .................................................................................................................... VIII
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... XIII
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... XX
RESUMO................................................................................................................... XXIV
ABSTRACT................................................................................................................ XXV
CAPTULO I INTRODUO E OBJETIVOS ................................................................1
1.1
Introduo.............................................................................................................................1
1.2
1.2.1
1.2.2
1.3
1.4
Reciclagem de Resduos.......................................................................................................8
2.2
2.3
2.4
Definio ............................................................................................................................24
3.2
Matrias-Primas Cermicas................................................................................................26
3.2.1
Matrias-Primas Plsticas.............................................................................................. 26
3.2.2
3.3
Processamento Cermico....................................................................................................33
3.3.1
3.3.2
3.3.3
Prensagem...................................................................................................................... 35
3.3.4
Secagem......................................................................................................................... 36
3.3.5
Sinterizao ................................................................................................................... 36
3.4
3.4.1
3.4.2
3.4.3
3.4.4
Retrao Linear.............................................................................................................. 38
3.4.5
Densidade e Porosidade................................................................................................. 39
3.4.6
3.4.7
Plasticidade.................................................................................................................... 40
3.4.8
4.2
4.3
4.4
Pseudocomponentes ...........................................................................................................47
4.5
4.5.1
4.5.2
5.2
5.2.1
5.2.2
5.3
5.3.1
Anlise Racional............................................................................................................ 62
5.3.2
5.3.3
5.3.4
5.3.5
5.3.6
5.3.7
6.1.1
6.1.2
6.1.3
6.2
6.2.1
6.3
6.4
6.4.1
Retrao Linear.............................................................................................................. 87
6.4.2
6.4.3
Densidade Aparente....................................................................................................... 87
6.4.4
6.4.5
6.4.6
Caracterizao Microestrutural...................................................................................... 89
6.5
6.6
6.6.1
6.6.2
7.1.1
7.1.2
7.2
7.2.1
7.2.2
7.2.4
7.3
7.3.1
7.3.2
8.1.1
Identificao das Fases Cristalinas dos Materiais Cermicos Sinterizados ................ 157
8.1.2
8.1.3
8.3
8.3.1
8.3.2
Mapeamento da Distribuio dos Elementos Qumicos nos Materiais Cermicos ..... 209
8.3.3
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1
19
Figura 3.1
31
44
46
et al., 1996).
Figura 5.1
54
Figura 5.2
57
Figura 5.3
71
72
72
85
90
Figura 6.3
91
Figura 6.4
Lminas petrogrficas dos materiais cermicos M6, M7, M8, M9, M10 e
91
MI.
Figura 6.5
94
102
Figura 7.2
103
Figura 7.3
106
110
estudo: (a) e (c); anlise qumica semi-quantitativa obtida por EDS: (b) e
(d).
Figura 7.5
113
calcinada.
Figura 7.6
114
glicolada e calcinada.
Figura 7.7
115
(ATG) da ARG1.
Figura 7.8
116
(ATG) da ARG2.
Figura 7.9
118
119
120
121
122
123
acumuladas crescentes.
Figura 7.15 Anlise de resduos do modelo ajustado para da DAS: (a) valores
128
129
130
RMFS.
Figura 7.18 Curvas de nvel do modelo quadrtico em funo das propores dos
132
132
(tridimensional).
Figura 7.20 Curvas de nvel do modelo quadrtico em funo das propores dos
133
134
(tridimensional).
Figura 7.22 Grfico de resposta de componentes individuais para a propriedade DAS.
135
136
RMFS.
Figura 7.24 Anlise de resduos do modelo ajustado para a RLQ: (a) valores preditos
142
142
143
Figura 7.27 Anlise de resduos do modelo ajustado para a RMFQ: (a) valores
143
144
146
146
especial (tridimensional).
Figura 7.31 Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
147
148
especial (tridimensional).
Figura 7.33 Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
149
150
especial (tridimensional).
Figura 7.35 Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
151
152
especial (tridimensional).
Figura 7.37 Grfico de resposta de componentes individuais para a propriedade RLQ.
153
154
DAQ.
Figura 7.39 Grfico de resposta de componentes individuais para a propriedade
155
ABSQ.
Figura 7.40 Grfico de resposta de componentes individuais para a propriedade
156
RMFQ.
Figura 8.1
158
Figura 8.2
159
165
166
167
168
difrao de raios X.
Figura 8.7
169
171
Rietveld.
Figura 8.9
172
Rietveld.
Figura 810
174
Rietveld.
Figura 8.11 Difratogramas do material M3: experimental e simulado pelo mtodo de
175
Rietveld.
Figura 8.12 Difratogramas do material M4: experimental e simulado pelo mtodo de
177
Rietveld.
Figura 8.13 Difratogramas do material M5: experimental e simulado pelo mtodo de
178
Rietveld.
Figura 8.14 Difratogramas do material M6: experimental e simulado pelo mtodo de
Rietveld.
180
181
Rietveld.
Figura 8.16 Difratogramas do material M8: experimental e simulado pelo mtodo de
183
Rietveld.
Figura 8.17 Difratogramas do material M9: experimental e simulado pelo mtodo de
184
Rietveld.
Figura 8.18 Difratogramas do material M10: experimental e simulado pelo mtodo
186
de Rietveld.
Figura 8.19 Comparao entre as funes Gaussiana, Lorentziana e Pseudo Voigt
188
JONES (1986).
Figura 8.20
Funo f
geral
geral
geral
geral
geral
194
(b) M2.
Figura 8.21
Funo f
194
(b) M4.
Figura 8.22
Funo f
195
(b) M6.
Figura 8.23
Figura 8.24
Funo f
195
(b) M8.
Funo f
196
203
204
206
207
207
sinterizado a 1150 C.
Figura 8.30 Imagens obtidas em MEV, em dois aumentos, do material M9
208
209
a 1150 oC.
Figura 8.32 Mapeamento de elementos do material M1 sinterizado (a) mostrando a
210
211
212
213
214
215
C.
216
C.
217
C.
218
C.
C.
219
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1
17
seca).
Tabela 2.2
20
20
21
25
2000).
Tabela 3.2
38
41
47
68
estruturas cristalinas.
Tabela 6.2
84
dos pseudocomponentes.
Tabela 6.3
85
simplex {3,3}.
Tabela 7.1
100
estudo.
Tabela 7.2
100
traos).
Tabela 7.3
104
Tabela 7.4
105
107
108
112
Tabela 7.8
117
Tabela 7.9
123
125
DAS e RMFS.
Tabela 7.11 Principais resultados estatsticos para a anlise de varincia dos modelos
126
126
137
138
138
139
139
160
160
161
162
163
171
do material MI.
Tabela 8.7
173
do material M1
Tabela 8.8
174
do material M2.
Tabela 8.9
176
do material M3.
Tabela 8.10 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
177
do material M4.
Tabela 8.11 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
179
do material M5.
Tabela 8.12 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
180
do material M6.
Tabela 8.13 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
182
do material M7.
Tabela 8.14 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
183
do material M8
Tabela 8.15 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
185
do material M9.
Tabela 8.16 Parmetros de clula refinados e percentuais relativos de fases cristalinas
do material M10.
186
197
197
198
198
199
199
199
200
200
200
201
201
201
202
RESUMO
As cinzas pesadas de carvo mineral so subprodutos originados da combusto do carvo mineral
em usinas termeltricas. As caractersticas fsicas, qumicas e mineralgicas das cinzas pesadas
so compatveis com vrias matrias-primas utilizadas nas indstrias cermicas de revestimento,
o que indica uma possibilidade de substituio parcial ou integral destas matrias-primas por este
subproduto. A metodologia de superfcies de resposta aplicada tcnica de planejamento de
experimentos tem sido muito utilizada em vrias reas da cincia e tecnologia. A considerao
importante que uma determinada propriedade depende das propores dos componentes que
constituem um material. Os materiais cermicos tm suas propriedades definidas pela
composio qumica e microestrutura que apresentam. A quantificao das fases amorfas e
cristalinas uma etapa fundamental na determinao da estrutura, propriedades e aplicaes de
um material cermico. Dentro deste contexto, este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento
de materiais cermicos com adio de cinzas pesadas de carvo mineral, visando utilizao
industrial deste subproduto como matria-prima de baixo custo e alto valor agregado, adaptvel
aos processos de fabricao de revestimentos cermicos. Busca-se a aplicao da metodologia de
delineamento de misturas para a formulao das massas cermicas; e a determinao quantitativa
das fases amorfas e cristalinas dos materais desenvolvidos utilizando a tcnica de difrao de
raios X, atravs dos mtodos propostos por Rietveld (1969) e Ruland (1961). Para a formulao
das massas cermicas utilizou-se o planejamento experimental {3,3}, originando dez formulaes
dos trs componentes (dois diferentes tipos de argilas e cinza pesada de carvo mineral). Foram
realizados ensaios tecnolgicos nos corpos-de-prova a seco e aps a sinterizao. A anlise
estatstica mostrou que todos os modelos de regresso obtidos relativos s propriedades fsicas
dos materiais cermicos so significantes, no apresentam falta de ajuste e que os erros so
aleatrios, com mdia tendendo a zero e varincia praticamente constante. A metodologia
proposta de utilizao do mtodo de Rietveld para a quantificao relativa das fases cristalinas
em conjunto com o mtodo de Ruland utilizado para determinao da cristalinidade dos
materiais, mostrou-se bastante adequada e eficiente. Os materiais cermicos sinterizados,
desenvolvidos com adio de cinzas pesadas de carvo mineral, apresentaram valores mais
adequados de retrao linear, densidade aparente, absoro de gua e mdulo de resistncia
flexo, comparados com um material cermico industrial padro desenvolvido com a utilizao
de matrias-primas convencionais.
ABSTRACT
Coal bottom ash is a byproduct originating from the combustion of coal in thermoelectric power
stations. The physical, chemical and mineralogical characteristics of bottom ash are compatible
with many raw materials used in the ceramic tiles industry, which indicates the possibility for the
partial or total substitution of these raw materials with this byproduct. The response surface
methodology applied to the technique of mixture experiments has been utilized in many areas of
science and technology. An important consideration is that a certain property depends on the
proportions of the components which constitute a material. Ceramic materials have properties
defined by their chemical and micro-structural composition. The quantification of the amorphous
and crystalline phases is a fundamental stage in the determination of the structure, properties and
applications of a ceramic material. Within this context, this study aims to develop ceramic
materials with the addition of coal bottom ash, with a view to the industrial use of this byproduct
as a raw material with low cost and high aggregated value, adaptable to the manufacturing
processes for ceramic tiles.
formulation of ceramic mixtures, and the quantitative determination of the amorphous and
crystalline phases of the developed materials utilizing the X ray diffraction technique, through the
methods proposed by Rietveld (1969) and Ruland (1961) are sought. For the formulation of the
ceramic mixtures a {3,3} simplex-lattice design was used, giving ten formulations of three
components (two different types of clays and coal bottom ash). Technological tests were carried
out on dry ceramic bodies and after sintering. The statistical analysis showed that all of the
regression models obtained relating to the physical properties of the ceramic materials are
significant, do not show lack of adjustment and the errors are random, with an average tending
toward zero and an almost constant variance. The proposed methodology for the use of the
Rietveld method for the quantification relating to crystalline phases together with the Ruland
method used for the determination of the crystallinity of the materials was shown to be adequate
and efficient. The fired ceramic bodies developed with the addition of coal bottom ash gave
better values of linear shrinkage, bulk density, water absorption and bending strength compared
with a standard industrial ceramic material developed with the use of conventional raw materials.
1.1 Introduo
As atividades produtivas industriais, uma das bases de sustentao do progresso,
consomem, alm de energia, recursos naturais renovveis e no renovveis. As sociedades
contemporneas vivem em busca do desenvolvimento, demandando consumo de energia e de
insumos naturais em quantidades crescentes que, utilizados em atividades produtivas,
supostamente traduzir-se-iam em melhor qualidade de vida.
A forma com que a energia produzida e utilizada est relacionada com o aumento
populacional, o crescimento econmico e a mudana de padres da indstria, transporte e
agricultura. Pode-se tentar estabelecer relaes de causa e efeito entre a energia e os problemas
ambientais (GOLDEMBERG, 2001).
O consumo de energia tem crescido a taxas altas nos pases em desenvolvimento e
continuar crescendo nas prximas dcadas, devido ao crescimento populacional, de
aproximadamente 2% ao ano, e ao crescimento econmico. Um dos fatores que determina a
evoluo da intensidade energtica a desmaterializao. A desmaterializao da produo
significa usar menos materiais e matrias-primas naturais para o mesmo objetivo final. Esse
objetivo pode ser obtido pela reduo e reciclagem dos resduos, aperfeioamento dos projetos,
substituio dos materiais tradicionais por outros mais eficientes e aumento da durabilidade dos
produtos (BROWN et al., 1998).
Em consonncia com a nova preocupao com o meio ambiente, as indstrias dos
diferentes setores esto buscando o desenvolvimento sustentvel, por meio de:
h) associar os mtodos de Rietveld e Ruland para a determinao dos percentuais reais de fases
cristalinas presentes nos materiais cermicos;
i) analisar as relaes entre os percentuais de fases cristalinas e microestruturas dos materiais
sinterizados com as propriedades de interesse.
a atividade industrial
10
11
13
(2000), Bondioli et al. (2000), Anderola et al. (2001), Barbieri et al. (2002), Balaton et al. (2002),
Montedo et al. (2003), Fernandes et al. (2003) e Appendino et al. (2004).
Peracino e Hinat (1997) estudaram o desenvolvimento de ladrilhos cermicos chamado
pelos autores de ladrilho ecolgico, desenvolvido atravs de fritas cermicas obtidas a partir do
tratamento de cinzas de resduos industriais. Essas cinzas podem ser de origem dos incineradores
industriais, da destruio de automveis, de resduos txicos ou resultantes da combusto do
carvo mineral. O produto final, com elevada percentagem de frita (em mdia 70% de frita e os
restantes 30% de argilas plsticas ligantes), um pavimento com baixssimo teor de absoro de
gua e altos valores de resistncia mecnica. A vantagem na obteno das fritas atravs da fuso
da formulao contendo o resduo consiste na obteno de um material que assimila os
contaminantes dos resduos perigosos, tornando inerte o produto final.
Rosa et al. (2000) publicaram um estudo envolvendo a caracterizao de resduos
industrais na composio de massa cermicas. Os resduos analisados foram resduos de
minerao (granito, basalto e argila) e resduos resultantes do processo de esmaltao. Os
resultados apresentados sugerem a viabilidade da obteno de uma massa cermica a partir da
mistura dos quatro componentes, em que a colorao da pea ser definida pelo teor de ferro
adicionado pelo uso de granito, basalto e argila. A retrao linear e o volume de fase vtrea
formada sero influenciadas pela presena de granito, basalto e resduo de esmalte.
Bondioli et al. (2000) estudaram a sntese e caracterizao do pigmento cermico (Fe, Zn)
Cr2O4 a partir de cinzas provenientes de filtros industriais. No trabalho foram utilizadas cinzas
leves provenientes de indstrias de refinamento de ao carbono. Este resduo rico em xidos de
ferro e zinco. Os resultados mostraram a possibilidade da reciclagem e da valorizao desse
resduo como pigmento inorgnico de baixo custo para materais porcelnicos. Foi possvel obter
variaes de tonalidades entre as cores cinza e preto, em funo dos percentuais do pigmento
adicionado a massa cermica. Adies de 2-10% em massa do pigmento (Fe, Zn) Cr2O4, obtido
atravs do resduo na massa cermica, no acarretou mudanas significativas na microestrutura
do produto final.
14
15
origem
carves
com
diferentes
propriedades
como
mostra
Tabela
2.1
(http://www.demec.ufmg.br/port/d_online/diario/ema003/solidos/coque/carvao.html).
16
Tabela 2.1 - Composio aproximada das diversas etapas de coalificao (% base seca).
Estgio
Umidade
Carbono (%)
(%)
Hidrognio
Oxignio (%)
Matrias
Volteis (%)
(%)
Madeira
20
50
42,5
75
Turfa
90
60
5,5
32,3
65
Linhito
40 a 20
65 a 75
16 a 25
40 a 50
Sub-
20 a 10
75 a 80
4,5 a 5,5
12 a 21
40 a 45
Betuminoso
10
75 a 90
4,5 a 5,5
5 a 20
18 a 40
Semi-
<5
90 a 92
4,0 a 4,5
4a5
5 a 20
<5
92 a 94
3,0 a 4,0
3a4
15
betuminoso
betuminoso
Antracito
ainda dentro da usina, so enviadas hidraulicamente para tanques de decantao, onde, depois de
sedimentadas, esto prontas para serem removidas e aptas para o uso. No entanto, a destinao
das cinzas pesadas continuam sendo os depsitos a cu aberto, em bacias de sedimentao, e at
o momento carecem de aplicaes industriais (ROCHA et al., 1999). Esses depsitos so
altamente agressivos ao ecossistema local, destacando-se os processos de lixiviao que levam a
uma contnua contaminao dos lenis freticos e dos mananciais hdricos, comprometendo as
fontes de abastecimento de gua da regio (Figura 2.1).
De acordo com Pozzobon (1999), de maneira geral, para cada 100 toneladas de carvo
mineral consumidas no Complexo Termeltrico Jorge Lacerda (municpio de Capivari de Baixo,
SC), so geradas 42 toneladas de cinzas, das quais 70% so extradas secas e 30% midas.
importante ressaltar o elevado teor de umidade das cinzas pesadas, que atinge valores maiores
que 30% em peso, em comparao s cinzas secas, em que o teor de umidade 0%. Essa
umidade presente nas cinzas pesadas decorrente dos processos de extrao e do manuseio,
sendo, dessa forma, bastante varivel, mas mantendo-se sempre elevada.
19
Resduos (ton)
Cinza Volante
Cinza Pesada
1.500.000
375.000
Charqueadas (RS)
295.058
126.453
408.000
472.000
Jorge Lacerda IV
400.000
200.00
700.000
150.000
A anlise qumica tpica das cinzas leves e pesadas, coletadas nos depsitos das usinas
temeltricas Jorge Lacerda (SC), Candiota (RS) e Charqueadas (RS) esto apresentadas nas
Tabelas 2.3 e 2.4. Esse resduo majoritariamente formado por quartzo (SiO2) e mulita
(2SiO2.3Al2O3).
Tabela 2.3 Anlise qumica tpica dos elementos majoritrios das cinzas leves de carvo
mineral (CHIES et al., 1995).
xidos (%)
Amostras
SiO2
Al2O3
Fe2O3
CaO
MgO
K2O
TiO2
PF
Jorge Lacerda
56,50
28,00
6,40
0,92
0,45
2,50
1,31
0,67
Candiota
65,70
20,30
4,60
0,37
0,46
1,12
0,69
3,61
Charqueadas
62,20
26,00
2,90
1,26
0,30
1,11
1,10
1,85
20
Tabela 2.4 - Anlise qumica tpica dos elementos majoritrios das cinzas pesadas de
carvo mineral (CHIES et al., 1995).
xidos (%)
Amostras
SiO2
Al2O3
Fe2O3
CaO
MgO
K2O
TiO2
PF
Jorge Lacerda
59,12
24,60
11,20
1,34
0,41
0,23
2,40
0,12
Candiota
66,72
19,20
9,00
0,60
0,30
0,13
1,20
0,09
Charqueadas
64,41
24,45
4,50
1,31
0,40
0,14
1,60
0,14
(CaAl2Si2O8). A quantidade mxima de fase cristalizada foi de 40%. O material apresentou boas
propriedades, como dureza e resistncia a altas temperaturas, indicando que pode ser utilizado
industrialmente na fabricao de cadinhos resistentes a altas temperaturas ou em materiais
refratrios.
Negreiros (1994) estudou a fabricao de tijolos com adio de cinzas volantes de carvo
mineral. A proporo de cinza adicionada na mistura variou de 0 a 50%. Os resultados mostraram
que a adio de cinzas ocasiona aumento na porosidade e na absoro de gua e diminuio da
massa especfica do produto, permitindo a produo de tijolos mais leves.
Chies et al. (1998), em seu trabalho, revelam o grande potencial de utilizao de cinzas
pesadas de carvo mineral em misturas com cal hidratada para a confeco de tijolos macios.
Nos experimentos, foi analisada uma mistura de 90% de cinzas pesadas e 10% de cal hidratada
com umidade de prensagem em torno de 20%. Os resultados mostraram que os tijolos obtidos
podem ser utilizados na construo civil, uma vez que possuem excelentes qualidades,
relacionadas sobretudo boa resistncia mecnica e uniformidade de dimenses.
Labrincha et al. (2000) apresentam estudos avaliando a adio de diferentes resduos,
dentre os quais cinzas e escrias, na composio de massas cermicas. A incorporao dos
resduos no apresentou mudanas significativas no produto cermico.
Kumar et al. (2001) investigaram o efeito da adio de cinzas leves provenientes da
combusto de carvo mineral nas propriedades mecnicas de materiais cermicos. Percentuais de
cinzas na faixa de 0-40% foram adicionados na massa cermica, em substituio s argilas
caulinticas presentes na composio padro. Os resultados indicaram que a resistncia mecnica
flexo e a resistncia abraso melhoraram com a adio entre 25-30% de cinzas leves, em
comparao com produtos convencionais. Acima desses percentuais, os valores das propriedades
fsicas comearam a ser prejudicados. Esses resultados foram justificados pela maior formao de
fase mulita, decorrente da quantidade de cinza leve de carvo mineral adicionada.
Leroy et al. (2001) investigaram a produo de vitrocermicos a partir de cinzas leves de
carvo mineral. As cinzas leves foram fundidas com adio de CaCO3 e Na2O para obteno do
material vtreo. Tratamentos trmicos de nucleao de crescimento cristalino foram aplicados no
22
23
3.1 Definio
Os cermicos e os vidros distinguem-se dos outros materiais metais e polmeros
essencialmente pelo tipo de ligaes qumicas que cada um possui (KINGERY et al., 1976).
Independentemente dos produtos finais, o processo cermico inicia com a seleo de matriasprimas minerais ou sintticas. Podem-se classificar os materiais cermicos em dois grandes
grupos: o das cermicas tradicionais, que utilizam essencialmente matrias-primas naturais com
predomnio das de natureza argilosa, e os das cermicas avanadas, em que as matrias-primas
so essencialmente sintticas (FONSECA, 2000).
De acordo com a norma NBR 13816 (1997), placas cermicas de revestimento so
materiais compostos de argilas e de outras matrias-primas inorgnicas, geralmente usadas para
revestir pisos e paredes, sendo geralmente conformadas por extruso ou prensagem. As placas
so ento secadas e sinterizadas, e podem ou no receber cobertura vtrea.
As modernas tcnicas de construo, a crescente competitividade frente aos mercados
internacionais e a renovao tecnolgica, exigem produtos que satisfaam aos requisitos
fundamentais de alta qualidade e de baixo custo. O conhecimento das matrias-primas e o efeito
nas etapas de processamento e propriedades do produto final so necessrios para atingir essas
exigncias.
O processamento cermico comea, normalmente, com uma ou mais matrias-primas, um
ou mais lquidos e um ou mais aditivos de processamento. Os materiais iniciais, ou sistema
formulado, podem ser beneficiados fsica e/ou quimicamente por meio de operaes como
moagem, lavagem, dissoluo qumica, sedimentao, separao magntica, disperso, mistura,
24
EXEMPLOS
Substratos, condensadores, indutores,
transdutores, eletrodos e isoladores.
Ferramentas de corte, componentes de
motores, prteses dentrias e ortopdicas.
Suportes de catalisador, filtros de gases e
Estruturas Refratrias
Materiais de Construo
Produtos de Utilizao Domstica
25
a) Grupo da Caulinita
Os minerais do grupo da caulinita apresentam uma camada octadrica de Al3+ e uma
tetradrica de Si-O. Esse grupo compreende os filossilicatos com estrutura do tipo Te-Oc (1/1)
sem ctions interlaminares (GOMES, 1988).
Os minerais desse grupo possuem uma estrutura mais estvel, quando comparados a
outros minerais argilosos. Os argilominerais constitudos por camadas 1:1 geralmente apresentam
nenhuma ou muito pouca carga nas camadas, uma vez que os ctions tetradricos so geralmente
ocupados por Si4+ e os octadricos todos por Al3+ ou Mg2+. Se ocorrer uma substituio na folha,
quase sempre haver uma compensao numa outra folha e a neutralidade mantida. Nesse
grupo podem-se destacar a caulinita, Al4[Si4O10](OH)8, e a halloysita, Al4[Si4O10](OH)8.4H2O
27
Cristobalita
28
b) Grupo da Mica
Os minerais do grupo da mica so constitudos por trs camadas: uma octadrica de Al3+,
ou Mg2+ situadas entre duas camadas hexagonais de tetraedros Si-O, sendo do tipo Te-Oc-Te
(2/1) (GOMES, 1988).
No
grupo
das
micas
hidratadas
encontra-se
montmorilonita,
e , respectivamente. Enquanto a
30
870 0C
-TRIDIMITA
-QUARTZO
573 0C
1470 0C
117-163 0C
-QUARTZO
-TRIDIMITA
1710 0C
-CRISTOBALITA
LQUIDO
2180C
-CRISTOBALITA
31
porosos, quando no se dispe de argilas calcrias. o caso de uma massa branca para
revestimento, uma vez que muito difcil encontrar argilas que forneam produtos sinterizados
de cor branca (baixo teor em ferro) e, ao mesmo tempo, possuam um alto contedo de carbonatos
(LIRA, 1997).
3.3.3 Prensagem
A conformao por prensagem hoje o processo de conformao mais utilizado na
indstria cermica, no s porque atende satisfatriamente s exigncias tcnicas dos
consumidores dos produtos, mas tambm porque permite uma maior racionalidade nos circuitos
de fabricao, levando a ndices de produtividade superiores aos demais
processos de
conformao.
Na prensagem seca (umidade da mistura entre 0 e 10%), utilizada nesta pesquisa, a maior
parte do trabalho realizado pelas foras de prensagem o trabalho de densificao (eliminao da
porosidade intragranular), por rearranjo, deformao plstica e fratura dos aglomerados, dos
agregados e das partculas. A massa final do objeto conformado aproximadamente igual
massa de p ou granulado inicial e as retraes associadas secagem so reduzidas (FONSECA,
2000).
Relativamente aos outros processos de conformao, a prensagem apresenta as seguintes
vantagens:
a) confere ao produto conformado uma elevada resistncia mecnica a verde e a seco, devido s
elevadas presses especficas de prensagem utilizadas;
b) permite que sejam atingidas elevadas produtividades, uma vez que possvel automatizar
todas as etapas do ciclo de prensagem;
c) facilita a reduo do tempo de secagem, devido ao fato de se utilizar ps e granulados com
baixa umidade (prensagem seca);
d) permite obter produtos acabados com dimenses e formas desejadas.
35
3.3.4 Secagem
A operao de secagem destina-se a eliminar a gua de processamento presente nas peas
conformadas, para aumentar a resistncia mecnica dos produtos crus, de modo a suportarem as
operaes de acabamento, e prepar-los para a operao de sinterizao.
3.3.5 Sinterizao
Os produtos conformados e secos ainda no possuem as propriedades adequadas para
suportarem as condies inerentes utilizao para que foram desenvolvidos. Na etapa de
sinterizao realizam-se as transformaes necessrias para que as propriedades e a
microestrutura finais sejam as mais ajustadas ao tipo de aplicao projetada para os produtos.
Atingir esses objetivos depende de parmetros como a temperatura, o tempo, a presso, a
velocidade de aquecimento ou resfriamento e a natureza da atmosfera em que ocorre o tratamento
trmico (REED, 1995).
36
37
Definio do Produto
BIa
0<AA0,5
Porcelanato
BIb
0,5<AA3
Grs
BIIa
3<AA6
Semi-grs
BIIb
6<AA10
Semi-poroso
BIII
AA>10
Poroso
39
picnmetro de hlio sobre o tradicional picnmetro com lquido so a facilidade e a rapidez com
que o gs penetra nos diminutos espaos entre as partculas, por mais fino que seja o p.
Segundo CASAGRANDE (2002), a absoro de gua e a retrao linear de queima
diminuem com o aumento da densidade da pea seca e o mdulo de ruptura flexo aumenta. A
densidade aparente do p cermico aumenta com uma conveniente distribuio do tamanho de
partculas, principalmente com a maior quantidade de partculas finas. Entretanto, a presena de
partculas mais finas no pode ser exagerada, sob conseqncia de provocar-se uma separao de
partculas finas, resultando em maior porosidade.
A porosidade (aberta, fechada e total) um importante parmetro de densidade. Esta
propriedade pode ter uma forte influncia nas propriedades de um material cermico, como por
exemplo, reduzir a resistncia e permitir a permeabilidade de gases ou lquidos. As tcnicas mais
utilizadas para avaliar a porosidade do material cermico so a porosimetria de mercrio e a
anlise microscpica (anlise de imagens) (REED, 1995).
3.4.7 Plasticidade
Entende-se por plasticidade a propriedade de um material mido deformar-se (sem se
romper) pela aplicao de uma tenso de cisalhamento, sendo que a deformao permanece
40
quando a tenso aplicada retirada (REED, 1985). A avaliao da plasticidade feita atravs da
medida de outras propriedades da argila, correlacionadas com a plasticidade.
MRF (MPa)
Uso recomendado
Tipo de Produto
Ia
35-51
Piso e Parede
Porcelanato
Ib
30-45
Piso e Parede
Grs
IIa
22-35
Piso e Parede
Semi-grs
IIb
15-22
Parede
Semi-poroso
III
Menor que 20
Parede
Poroso
41
Eq. (4.1)
42
43
xi = 1
Eq. (4.2)
onde: xi representa a proporo do i-simo componente na mistura, numa escala em que 100%
corresponde a um. A existncia dessa restrio torna o espao para experimentao mais restrito.
Para um sistema com trs fatores independentes, por exemplo, possvel investigar todos
os pontos contidos no cubo representado na Figura 4.1. No caso de uma mistura de trs
componentes, a Equao (4.2) torna-se x1+x2+x3 = 1. Essa equao corresponde
geometricamente a um tringulo equiltero inscrito no cubo. As diferentes composies possveis
so representadas pelos pontos pertencentes ao tringulo. Os vrtices correspondem aos
componentes puros e os lados s misturas binrias, enquanto os pontos localizados no interior do
tringulo representam as possveis misturas de trs componentes. A variao de uma determinada
propriedade com a composio da mistura pode ser representada por uma superfcie de resposta
desenhada acima do tringulo (BARROS NETO et al., 1996).
Figura 4.1 - Representao do espao experimental para experimentos com trs variveis
independentes, q = 3 (BARROS NETO et al., 1996; CORNELL, 2002).
44
xi = 0,
1 2
, ,...,1
m m
i = 1, 2, ....,q
Eq. (4.3)
45
Por exemplo, para uma mistura com trs componentes (q = 3), o fator de espao
disponvel um tringulo equiltero e as propores de cada componente sero xi = 0, , 1 e i =
1,2,3 (para m = 2). O arranjo simplex {3,2} consiste em seis pontos localizados nas arestas do
tringulo (Figura 4.2).
(x1, x2, x3) = (1, 0, 0), (0, 1 ,0), (0, 0, 1), (, , 0), (, 0, ), (0, , )
Figura 4.2 - Representao de um arranjo simplex para q=3 e m=2 (BARROS NETO et
al., 1996).
Os trs pontos (1, 0, 0) ou x1 =1, x2= x3 =0, (0, 1 ,0) ou x2 =1, x1= x3 =0, (0, 0 ,1) ou x3
=1, x1= x2 =0, representam as misturas dos componentes puros e esto localizados nos vrtices do
tringulo. Os demais pontos representam as combinaes binrias ou mistura de dois
componentes (xi=xj=1/2, xk = 0, k # i, j), e esto localizados no centro dos lados do tringulo.
A Tabela 4.1 representa o nmero de pontos em um simplex {q, m} para valores de q e m
de 3 q 10, 1 m 4. O nmero de nveis para cada componente m +1.
46
10
Grau
10
do
10
15
21
28
36
45
55
Modelo
10
20
35
56
84
120
165
220
15
35
70
126
210
330
495
715
4.4 Pseudocomponentes
Em muitos experimentos com misturas, existem restries nas propores dos
componentes, de forma que no possvel explorar toda a regio do simplex. As restries
podem gerar limites inferiores ou superiores, criando uma sub-regio no simplex. Um caso que
ocorre com frequncia quando os limites inferiores e superiores de algumas ou de todas as
propores dos componentes so limitadas, ou seja, necessita-se a presena de todos os
componentes para que se tenha um produto aceitvel. Em qualquer das situaes, uma menor
regio de experimentos para anlise diminui o custo e o tempo de experimentao, como tambm
aumenta a preciso das estimativas do modelo.
Os pseudocomponentes so definidos como combinaes das propores dos
componentes originais, em funo da existncia de restries nas propores desses
componentes. No entanto, deve-se observar que pseudocomponentes so pseudo e, se se deseja
avaliar o efeito dos componentes originais que compem o sistema, deve-se tambm ajustar o
modelo aos componentes originais (BARROS NETO et al., 1996).
Os L-pseudocomponentes so definidos em termos dos componentes originais e seus
limites inferiores. Os U-pseudocomponentes so definidos em termos dos componentes originais
e seus limites superiores. As restries nos limites de xi especificam valores inferiores e
superiores para as composies. A forma geral do problema de restrio :
47
Li xi Ui
para i = 1, 2, ..., q
Eq. (4.4)
Para o caso de restrio apenas no limite inferior, a condio de contorno para o problema
de mistura expressa na forma geral por:
0 Li xi para i = 1, 2, ..., q
Eq. (4.5)
onde qualquer ou algum dos Li pode ser igual a zero. Os L-presudocomponentes (xi) so
definidos pela subtrao dos limites inferiores Li de xi e dividindo-se esse valor pela diferena 1
(soma dos Li), ou seja:
x 'i =
onde:
L=
x i Li
, i = 1, 2, ..., q
1 L
Eq. (4.6)
Li < 1
Eq. (4.7)
q
i =1
Eq. (4.8)
Quando duas ou mais das propores dos componentes so restritas pelos limites
superiores, xi Ui, definem-se os U-pseudocomponentes (y1):
y 'i =
onde:
U i xi
, i = 1, 2, ..., q
U 1
U=
q
i =1
Ui < 1
Eq. (4.9)
Eq. (4.10)
48
q
i =1
Eq. (4.11)
Bi xi
Modelo Quadrtico:
y=
i xi +
i =1
ij xi x j
Eq. (4.12)
i j
y=
i =1
i xi +
q
i j
ij xi x j +
q
i<
j<
ijk xi x j x k
Eq. (4.13)
q
i =1
i xi +
q
i< j
ij x i x j +
q
i< j
ij xi x j ( xi x j ) +
q
i<
j<
ijk x i x j x k
Eq. (4.14)
49
4.5.1
Eq. (4.15)
Eq. (4.16)
A rejeio de H0 implica que pelo menos uma das variveis independentes contribui
significativamente para o modelo. A estatstica desse teste dada por:
F0 =
SQR ( p 1)
SQE (n p )
Eq. (4.17)
N
i =1
SQE =
N
i =1
y=
N
i =1
50
Sob a hiptese nula, F0 tem distribuio F com (p-1) graus de liberdade no numerador e
(n-p) graus de liberdade no denominador. Logo, o teste rejeita a hiptese nula se F0 exceder F, p1, n-p, (F0
> F, p-1, n-p). chamado nvel de significncia, isto , a probabilidade mxima com que
se deseja arriscar um erro de rejeitar a hiptese H0, quando ela deveria ser aceita e F, p-1, n-p a
correspondente abscissa da distribuio F.
A determinao do parmetro que quantifica a confiabilidade dos resultados
experimentais ou significncia estatstica pode ser representada pelo teste p (denominao inglesa
p-level). Especificamente, o p-level representa a probabilidade do erro envolvido na aceitao dos
resultados observados como vlido, isto , representativos da populao. Por exemplo, um
valor de p de 0,05 (isto , 1/20) indica que existe uma probabilidade de 5% de que a relao entre
as variveis encontradas seja uma mera coincidncia. Em muitas reas de pesquisa, o p-level de
0,05 usualmente considerado como o nvel de erro limite para aceitao.
O valor de p determinado mediante aplicaes de uma tcnica estatstica apropriada a
necessidade do desenvolvimento. Os ensaios que so realizados com replicaes e baseiam-se na
mdia entre as replicaes dos prprios ensaios devem ter seus resultados tratados atravs da
tcnica de anlise de varincia (ANOVA), onde as mdias so submetidas a testes estatsticos
para determinao de diferenas significativas. A anlise de varincia utiliza relaes que
envolvem as disperses de resultados entre as replicaes dentro dos ensaios e entre todos os
ensaios que mediante os graus de liberdade entre e dentro dos ensaios fornecem o nvel de
significncia atravs do clculo do teste F.
Alternativamente, utiliza-se o valor da estatstica p no teste de hipteses. O teste p resume
o que os dados informam sobre a credibilidade da hiptese nula: H0 rejeitada se p (credibilidade
de H0) menor que o nvel de significncia especificado no teste (MONTGOMERY, 1997). H
muito mais informao com a estatstica p acerca da evidncia contra H0, de modo que a deciso
realizada para qualquer nvel de significncia .
Dado o ajuste de um modelo, comum avaliar a sua capacidade preditiva. Em geral, isso
feito pelo coeficiente de determinao R2, que fornece a proporo da variabilidade da resposta
51
que pode ser explicada pelos fatores includos no modelo, admitindo correta a sua forma
(BARBETTA, 2001). Esse coeficiente pode ser definido da seguinte maneira:
R2 =
SQR
SQT
Eq. (4.18)
SQE (n p)
SQT (n 1)
Eq. (4.19)
Quando R2 e R2A diferem bastante, h uma boa chance de termos insignificantes terem
sido includos no modelo (BOX et al., 1978).
4.5.2
rudos gerados pela infinidade de fatores no includos no modelo e que agem de forma no
sistemtica sobre a resposta. Os rudos produziro um termo adicional na equao da superfcie
de resposta, o qual chamado erro e ser denotado por ei (i = 1,2,...,n). Admite-se que os erros ei
(i = 1,2,...,n) satisfaam as seguintes propriedades:
a) sejam aditivos funo f (xi, );
b) sejam independentes;
c) tenham valor esperado nulo;
e) tenham varincia constante;
f) preferencialmente, tenham uma distribuio normal de probabilidade.
52
Eq. (4.20)
Eq. (4.21)
53
5.1
Produo de Raios X
Os raios X so uma forma de radiao eletromagntica que possui elevadas energias e
curtos comprimentos de ondas (SKOOG; LEARY, 1992). Os raios X so gerados tanto pela
desacelerao dos eltrons num alvo metlico quanto pela excitao dos eltrons dos tomos
alvo. O primeiro processo fornece um espectro contnuo e largo; o segundo fornece linhas
acentuadas (CULLITY, 1978). O mtodo mais utilizado para produzir raios X fazer com que
um eltron de alta energia (gerado no ctodo do tubo catdico) colida com um alvo metlico
(nodo). A Figura 5.1 mostra o fenmeno analisado a nvel atmico. Quando esse eltron atinge o
alvo (I), um eltron da camada K de um tomo do material liberado na forma de fotoeltron
(II), fazendo com que haja uma vacncia nessa camada. Para ocupar o espao deixado por esse
eltron, um outro eltron de uma camada mais externa passa camada K (III), liberando energia
na forma de um fton de raio X (IV). A energia desse fton corresponde diferena de energia
entre as duas camadas.
Os ncleos, por causa de sua massa mais elevada, efetivamente no espalham os raios
X, sendo os eltrons os responsveis pelo fenmeno (KITTEL, 1978). Os raios X gerados
atravs do impacto dos eltrons so direcionados para uma janela de sada. Essa janela
transparente aos raios X constituda de uma fina lmina de berlio. Menos de 1% da energia
do feixe eletrnico incidente transforma-se em raios X, o restante perdido na forma de calor
que aquece principalmente o nodo (FABBRI et al., 1989). O feixe de raios X possui
comprimento de onda ( ) caracterstico, de acordo com o material do nodo.
As radiaes K e K, geradas no tubo de raios X tm comprimentos de onda
definidos, sendo que a K de interesse na difrao de raios X, enquanto a radiao K, de
menor comprimento de onda, deve ser eliminada atravs do uso de monocromador de cristal
ou de filtros. O dubleto K, que formado por K1 e K2, tem comprimentos de onda muito
prximos e difceis de separar (CULLITY, 1978). O uso de monocromador fornece uma
radiao rigorosamente monocromtica, pois o feixe de raios X produzido passa por um
cristal com distncia interplanar definida, sendo selecionado apenas um comprimento de
onda, onde possvel at eliminar a radiao K2 (BORBA, 2000).
55
5.2.1
56
n = 2 d sen
Eq. (5.1)
cristal.
57
Fhkl =
n =1
f n exp 2i (hx n + ky n + lz n )
Eq. (5.2)
58
A posio dos picos est relacionada com as distncias interplanares da fase, ou seja,
com os parmetros da clula unitria. Como os raios X penetram apenas na eletrosfera do
tomo, o estado de oxidao desse tomo influencia na intensidade do feixe difratado. Dentre
os fatores que afetam a intensidade, os principais so: polarizao, temperatura, espalhamento
atmico, estrutura e atenuao de massa (KLUG; ALEXANDER, 1954).
A elevao do background no intervalo de 2 de 20 e 50 o, relativa fase amorfa, que
pode ser chamada de halo, no constante ao longo de toda a faixa angular, mas
predominante em certos domnios. As caractersticas qumicas da fase amorfa e de sua forma
de ordenamento, mesmo a curto alcance, determinam a forma do halo. A anlise da rea, da
forma e da posio do halo fornece informaes sobre o grau de ordenamento da fase
amorfa, sendo mais aberto quanto mais desorganizada estiver a fase (FLEURENCE, 1968).
Segundo Borba (2000), atravs do estudo detalhado da forma e da posio do pico,
podem-se obter algumas informaes sobre as fases cristalinas, referentes estrutura,
tamanho de cristalito, microdeformao e heterogeneidade. A largura do pico de difrao est
relacionada com o tamanho de cristalito e/ou com microdeformaes existentes na rede
cristalina. O alargamento dos picos de uma fase do difratograma indicativo de um tamanho
de cristalito pequeno. Esse alargamento pode ser percebido de uma forma diferenciada em
diferentes reflexes, indicando que o cristalito cresceu preferencialmente numa direo. A
assimetria em ngulos maiores pode ser um indicativo da presena de tenso residual,
podendo esta tenso variar com a orientao cristalogrfica. O deslocamento das posies dos
picos pode ser associado macrodeformao, por defeitos e por mudanas de parmetros de
rede produzidos por discordncias e segregaes de tomos dissolvidos.
Cada composto cristalino apresenta um padro difratomtrico caracterstico,
permitindo sua identificao atravs das posies angulares e das intensidades relativas dos
picos difratados. A identificao das fases cristalinas obtida atravs da comparao do
difratograma com padres difratomtricos de fases individuais disponibilizados pelo ICDD
(International Center for Diffraction Data), antigo JCPDS (Joint Committee of Powder
Diffraction Standards), sendo possvel tambm calcular os parmetros de clula unitria,
avaliar o grau de cristalinidade, bem como quantificar fases presentes. A quantificao de
fases a partir da difrao de raios X pode ser relacionada com as intensidades dos picos do
difratograma, pois alm de representarem as caractersticas das fases cristalinas presentes no
material, caracterizam a proporo dessas fases.
59
x
( x (
)+ )
Eq. (5.3)
61
5.3.2
i =
1c
Eq. (5.4)
2c P
P
Eq. (5.5)
I iA = K3XA
I kP
Eq. (5.6)
.
63
xA =
xC
kC
IA
IC
Eq. (5.7)
Ip
I Po
= xp
Ip
P
ou
= .x p
M
I Po
Eq. (5.8)
=
B
B
+
B x B
B x A
B x B
Eq. (5.9)
representado por uma reta de coeficiente linear proporcional a xA. Essa reta encontra o eixo
das abscissas em um ponto distante da origem, de tal forma que, quando prolongado, obtmse xA, ou seja, a concentrao obtida por extrapolao grfica. Esse mtodo se assemelha ao
mtodo do padro interno, porm a fase A adicionada uma das fases constituintes da
mistura.
2 constante
66
67
Referncia
Rietveld
Rietveld (1969)
Rietveld
Hewat (1973)
PFLS
DBW
Baerlocher (1952)
LHPM1
GSAS
centro do pico. As Figuras 5.4 mostram diferenas entre o padro observado e o calculado
quando o pico calculado mais largo (a) e quando o pico calculado mais estreito em
comparao com o observado (b). Neste caso, o perfil da diferena apresenta a caracterstica /+/- ou +/-/+. As Figuras 5.5 mostram diferenas caractersticas do deslocamento do ngulo
2, quando 2 calculado maior (a) e quando menor (b). Para deslocamentos de 2, o perfil
da diferena apresenta a caracterstica +/- ou -/+.
Figura 5.3 Perfil observado (crculo), calculado (linha) e diferena (linha abaixo)
para ajuste perfeito entre o padro experimental e o padro calculado (a) e para falta de ajuste
entre o padro observado e o padro calculado em relao a intensidade dos picos (b) e (c)
(adaptado de MCCUSKER et al., 1999).
71
Figuras 5.4 - Perfil observado (crculo), calculado (linha) e diferena (linha abaixo),
quando o pico calculado mais largo (a) e mais estreito (b) em comparao com o pico
observado (adaptado de MCCUSKER et al., 1999).
Figuras 5.5 - Perfil observado (crculo), calculado (linha) e diferena (linha abaixo),
para diferenas caractersticas do deslocamento do ngulo 2 (a) e (b) (adaptado de
MCCUSKER et al., 1999).
72
xB =
FB ( ZMV ) B
[S i ( ZMV ) i ]
i
Eq. (5.10)
onde: F o fator de escala refinado pelo programa; Z o nmero de unidades de frmula por
unidade de clula unitria; M a massa da unidade de frmula; V o volume da clula
unitria.
O refinamento pode ser avaliado pela verificao dos parmetros estruturais e de perfil
obtidos, a comparao dos resultados com aqueles obtidos para monocristais e a observao
da plotagem dos padres calculado e observado, assim como dos resduos obtidos.
A qualidade do refinamento verificada atravs de dois indicadores estatsticos
numricos RP e RWP, parmetros comparativos entre os difratogramas terico e experimental,
que podem ser utilizados para o acompanhamento da convergncia do modelo. RP e RWP
devem atingir o valor de REXP para se considerar a modelagem aceitvel. O resduo RP
estimado a partir da Equao (5.11). O resduo RWP considera o erro associado a cada valor
da intensidade em funo do nmero de contagens, utilizando o fator de ponderao w (2)
(Equao 5.12). O valor de RWP para bons resultados de 2-10%, enquanto que os valores
tpicos obtidos variam de 10-20%. Para avaliar a qualidade do ajuste, compara-se o valor final
de RWP com o valor do erro esperado (REXP). O erro esperado derivado do erro estatstico
associado s intensidades medidas. REXP (Equao 5.13) est relacionado com a qualidade do
difratograma experimental, sendo este valor quanto menor, melhor (BORBA, 2000). Na
prtica, diferenas de at 20% entre REXP e RP so aceitveis. RWP o indicador estatstico que
melhor representa a aproximao, j que o numerador o resduo minimizado no
procedimento de mnimos quadrados. Os fatores que modificam RWP so as diferenas na
forma dos picos (como a largura) e a radiao de fundo.
73
R P = 100
RWP = 100
REXP = 100
I iO I i C
Eq. (5.11)
I iO
x( I iO I i C ) 2
xi ( I iO ) 2
( N P)
xi ( I iO ) 2
1
2
1
2
Eq. (5.12)
Eq. (5.13)
xcr =
s 2 I cr ds
s 2 f 2 ds
0
s 2 Ids
s 2 f 2 Dds
Eq. (5.14)
ni f i 2 ( s ) /
75
76
77
K produzido, quando passa a absorver radiao com comprimento de onda menor que 0,14
. Aps um breve perodo, o on retorna ao seu estado base atravs de uma srie de transies
eletrnicas, caracterizadas pela emisso de raios X (fluorescncia) de comprimento de onda
idntico quele resultante da excitao produzida pelo bombardeamento de eltrons. A
absoro requer uma completa remoo de eltrons e a emisso envolve a transio de um
eltron de uma camada de nvel energtico maior para uma inferior do tomo, mas o
comprimento das linhas fluorescentes um pouco maior que o comprimento de onda
proveniente da absoro (SKOOG; LEARY, 1992).
Segundo Navarro (1993), as radiaes fluorescentes so caractersticas dos elementos
que a emitem, permitindo assim identific-los. A concentrao de um elemento determinada
por comparao entre a intensidade da linha caracterstica respectiva e a intensidade da
mesma linha numa amostra que contm o elemento em quantidade conhecida. A tcnica se
aplica as amostras slidas ou lquidas, e pode ser utilizada para anlise qumica de elementos
majoritrios e minoritrios.
A determinao da composio qumica das matrias-primas utilizadas neste trabalho
foi efetuada no Departamento de Geologia da Universidade de Aveiro, num espectrmetro de
FRX Philips PW 1400 com ampola de Rh. Para a obteno da amostra vtrea utilizou-se uma
mistura de tetraborato de ltio e metaborato de ltio como fundente. Esta metodologia
utilizada para eliminar o problema de heterogeneidade da amostra.
reao. O comportamento trmico das matrias-primas foi caracterizado atravs das tcnicas
termoanalticas de anlise trmica diferencial (ATD) e anlise termogravimtrica (TG). Tanto
o cadinho porta amostra utilizado quanto o de referncia foram de alumina, sendo o ensaio
realizado em atmosfera ao ar com taxa de aquecimento de 10 oC/min. As anlises foram
realizadas num equipamento Netzsch, modelo Linseis STA, disponvel no Departamento de
Cermica e Vidro (DECV) da Universidade de Aveiro.
80
Amostra orientada natural: A amostra foi seca na temperatura inferior a 60o C para
que os argilominerais no percam gua de sua estrutura, sendo posteriormente desagregada e
quarteada. Cerca de aproximadamente 5g foram separadas e colocadas em um copo de 250
mL, com gua destilada. Usando um basto de vidro, com ponta de borracha, homogeneizouse a amostra deixando-a sedimentar. Caso ocorresse de floculao, utilizou-se 10 mL por litro
de defloculantes tipo hexametafosfato de sdio 34,5 g/L ou carbonato de sdio 7,94 g/L. Logo
aps a amostra foi agitada e colocada em uma cuba de ultra-som por 5 minutos. Em seguida o
copo com a suspenso foi retirado e agitado novamente com basto de vidro, deixando-o em
repouso por 150 min. Aps este intervalo de tempo retirou-se os 3 cm superiores utilizando-se
um sifo com ponta virada em forma de anzol, coletando-se a frao < 2m. A seguir esta
suspenso foi centrifugada a 5000 rpm durante 30 minutos e a pasta resultante foi diluda em
5 a 10 mL de gua destilada sendo posteriormente pipetada e depositada em lmina de vidro
seca de 24 a 48 horas. Aps este processo, tem-se a frao < 2m orientada, denominada
amostra orientada natural. Desta forma privilegiam-se as faces 00l para a identificao de
argilominerais. Para estas amostras as condies utilizadas para a anlise de difrao de raios
X foram: 2 segundos para 0,02o de degrau do gonimetro de 2o a 32o 2.
Amostra Glicolada: A amostra orientada natural foi saturada com etileno glicol para
verificar a existncia ou no de argilominerais expansivos. Para isto a amostra orientada
natural foi borrifada com etileno glicol e o excesso retirado com papel absorvente, passando a
denominar-se amostra glicolada. As condies utilizadas para a anlise de difrao de raios X
foram: 3 segundos para 0,02o de degrau do gonimetro de 2o a 32o 2.
Amostra Calcinada: Amostra calcinada aquela obtida atravs da calcinao da
amostra orientada natural a 550 oC durante duas horas, com o objetivo de avaliar os
argilominerais que colapsam as suas estruturas nestas condies (ex: argilominerais do grupo
das caulinitas). As condies utilizadas para a anlise de Difrao de Raios X foram de 2
segundos para 0,02o de degrau do gonimetro de 2o a 32o 2.
82
A lixiviao das cinzas pesadas foi realizada segundo a NBR 10005 (1987), com
extrao da fase slida com gua deionizada na proporo de 1:16. Os ensaios foram
realizados em amostras com granulometria inferior a 9,5 mm. As determinaes dos
elementos nos lixiviados foram realizadas por espectrometria de absoro atmica com forno
de grafite (Cd), vapor frio (Hg) e chama para os demais elementos.
A solubilizao do subproduto foi realizada segundo a NBR 10006 (1987), com adio
de 1000 mL de gua deionizada a 250 g de cinza. Os ensaios foram realizados em amostras
com granulometria inferior a 9,5 mm. Os limites mximos permitidos, para cada elemento,
so estabelecidos pela norma NBR 10004 (1987).
A determinao desses limites originou o digrama triaxial de misturas em Lpseudocomponentes, onde x1, x2 e x3 representam as argilas 1, argila 2 e cinza pesada
respectivamente. O arranjo simplex {3,3} foi o escolhido para representar o sistema. As
coordenadas dos 10 pontos experimentais foram obtidas utilizando a Equao (4.6), sendo
L1= 0,23; L2=0,41 e L3=0,12. A Tabela 6.2 apresenta as coordenadas dos componentes no
arranjo simplex {3,3} e os percentuais dos pseudocomponentes. As 10 formulaes
originadas a partir do delineamento L-simples {3,3} so apresentadas na Tabela 6.3.
x1,
x2
x3
x1
x2
x3
0,47
0,41
0,12
0,23
0,41
0,36
0,23
0,65
0,12
0,39
0,49
0,12
0,31
0,57
0,12
0,23
0,57
0,20
0,23
0,49
0,28
0,31
0,41
0,28
0,39
0,41
0,20
0,31
0,49
0,20
84
Tabela 6.3 - Formulaes das massas cermicas obtidas atravs do delineamento Lsimplex {3,3}.
Matrias-Primas
Formulaes
ARG 1 (%)
ARG 2 (%)
C P (%)
M1
47,00
41,00
12,00
M2
23,00
41,00
36,00
M3
23,00
65,00
12,00
M4
39,00
49,00
12,00
M5
31,00
57,00
12,00
M6
23,00
57,00
20,00
M7
23,00
49,00
28,00
M8
31,00
41,00
28,00
M9
39,00
41,00
20,00
M10
31,00
49,00
20,00
Cinza Pesada
2
8
7
10
9
1
0,0
0,2
0,4
6
5
0,6
Argila 1
0,8
1,0
Argila 2
C.
86
Eq. (6.1)
Li
Onde: Li = Comprimento do corpo de prova inicial (cm);
Lf = Comprimento do corpo de prova final (cm).
87
Vap =
Dap =
m Hg
Hg
m
Vap
Eq. (6.2)
Eq. (6.3)
onde: mHg = massa de mercrio deslocada (impulso que o mercrio exerce sobre a amostra,
em gramas);
Hg = densidade do mercrio (g/cm3);
m = massa da amostra (em gramas).
88
PorosidadeTotal =
6.4.5
Dt Dap
Dt
Eq. (6.4)
(RMFQ), foi determinada atravs do mdulo de ruptura flexo em trs pontos. O ensaio foi
realizado conforme a norma NBR 13818 (Anexo C, 1997), utilizando um Flexmetro Digital
EMIC.
89
Amostra
Desbaste
Acabamento/Finalizao
Os materiais MI, M1, M2, M3, M4, M5, M6, M7, M8, M9 e M10 sinterizados foram
analisados em um microscpio petrogrfico binocular marca Carl Zeiss com sistema de
videocaptura de micro imagens, composto por microcmera digital computadorizada,
pertencente ao Departamento de Geocincias da Universidade Federal de Santa Catarina. As
Figuras 6.3 e 6.4 apresentam as fotos das lminas petrogrficas dos materiais cermicos
sinterizados, preparadas conforme procedimento descrito na Figura 6.2.
90
M1
M2
M3
M4
M5
Figura 6.3 Lminas petrogrficas dos materiais cermicos M1, M2, M3, M4 e M5.
M6
M7
M8
M9
M10
MI
Figura 6.4 Lminas petrogrficas dos materiais cermicos M6, M7, M8, M9, M10 e
MI.
91
6.5
propriedades
medidas
composio
dos
materiais
cermicos
foi
realizada
computacionalmente com auxlio do software STATISTICA 6.0 (StatSoft Inc., 2001) Adotouse um determinado nvel de significncia como condio para que os modelos e termos nas
equaes fossem significativos.
6.6
6.6.1
quantificao das fases cristalinas dos materiais cermicos, foi necessria a prvia obteno
de dados relacionados s estruturas das fases presentes e tambm da seleo de um programa
computacional adequado.
A escolha dos dados de estruturas cristalinas das fases de grande importncia para a
exatido dos resultados quantitativos. Por meio de pesquisas ao ICSD e a tabelas
92
internacionais para cristalografia foram selecionados dados estruturais das fases cristalinas
identificadas nos materiais. Com os dados cristalogrficos de cada fase individual (parmetros
de clula, posies atmicas, grupo espacial), foi montado um arquivo de entrada necessrio
ao refinamento dos parmetros.
O programa computacional utilizado foi o DB8K98 (YOUNG et al., 1998), que
permite que os parmetros de refinamento citados na reviso bibliogrfica sejam utilizados,
tornando possvel a verificao da qualidade do refinamento atravs do ndice de refinamento
(RWP). A visualizao grfica das plotagens dos difratogramas (simulado e experimental)
obtida atravs do programa DMPLOT (YOUNG et al., 1998).
Para o refinamento so necessrios dois arquivos de entrada, um arquivo com os dados
experimentais, e outro com os dados cristalogrficos tericos das fases cristalinas e demais
informaes referentes execuo do DBWS-9807. Aps os ciclos de refinamento so
gerados dois arquivos de sada, um arquivo com os dados do espectro simulado, e outro com
as informaes sobre todos os ciclos de clculo e resultados obtidos.
O refinamento dos espectros experimentais foi realizado por etapas para melhor
acompanhamento dos resultados. O valor de RWP e os grficos obtidos a cada cinco ciclos
foram analisados para a verificao da qualidade do refinamento.
A Figura 6.5 apresenta um fluxograma esquemtico das etapas de refinamento
adotadas para os difratogramas de raios X dos materiais cermicos sinterizados. Este
procedimento se mostrou o mais gil e com melhores resultados de refinamento (RWP e
avaliao grfica) nos diversos testados neste estudo. O fluxograma deve ser visualizado
como o procedimento utilizado para a maioria das amostras estudadas o qual teve pequenas
variaes para se adaptar s caractersticas de cada amostra.
93
Preparao para o
refinamento
Insero do difratograma
observado e escolha do
nmero de ciclos de
refinamento
Inicio do
refinamento
Refinar o Background
Grau do polinmio da
curva que simula o
background do espectro
Segunda etapa do
refinamento
Refinar os parmetros de
rede
Fixar os valores de
parmetro de rede
refinados
Terceira etapa do
refinamento
Quarta etapa do
refinamento
Fixar os valores da
posies atmicas da Fase
1
Quinta etapa do
refinamento
Sexta etapa do
refinamento
Sexta etapa do
refinamento
Funo de escala
ajustada de todas as
fases inseridas
Resultados
Figura 6.5
Grfico de diferena
entre difratogramas
observado e calculado e
RWP
Obteno de resultados
quantitativos e
parmetros de clula
94
LINE 2.1
LINE 3
.0000
CYCLS EPS RELAX P_CALC
EXCLUDED REGION
EXCLUDED REGION
PARAMS REFINED
ZER DISP TRANS p q r t
CODEWORDS
BACKGROUND
CODEWORDS
PHASE NUMBER 1
#ATMS #FU AFQPA PREFDIR ISWT
SPACE GROUP
1.00000
.00
1.00000
.00
.00000
.00
LBL M NTYP x y z B So
CODEWORDS
BETAS
CODEWORDS
LBL M NTYP x y z B So
CODEWORDS
BETAS
CODEWORDS
SCALE Bo(OVERALL)
U V W CT Z X Y
CELL PARAMETERS
PREF1 PREF2 R/RCF_ASYM
NA NB NC (MIX_PARAMS)
NA NB NC (HIGH SIDE)
PEARSON ASYM.FACTOR
PHASE NUMBER 2
#ATMS #FU AFQPA PREFDIR ISWT
SPACE GROUP
1.00000
LBL M NTYP x y z B So
.00
CODEWORDS
BETAS
CODEWORDS
.34000
LBL M NTYP x y z B So
.00
CODEWORDS
BETAS
CODEWORDS
.34000
LBL M NTYP x y z B So
.00
CODEWORDS
BETAS
CODEWORDS
95
(54) SI1
4 SI
.35120 .15900 .50000 .00000 .33000
LBL M NTYP x y z B So
(55)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(56)
.00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(57)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(58) O1
4 O
.37290 .28080 .00000 .00000 1.00000
LBL M NTYP x y z B So
(59)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(60) .00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(61)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(62) O2
4 O
.14200 .07770 .50000 .00000 1.00000
LBL M NTYP x y z B So
(63)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(64) .00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(65)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(66) O3
2 O
.00000 .50000 .50000 .00000 .41000
LBL M NTYP x y z B So
(67)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(68)
.00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(69)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(70) O4
4 O
.05090 .44820 .50000 .00000 .21000
LBL M NTYP x y z B So
(71)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(72) .00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(73)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(74).439E-03
.0351
SCALE Bo(OVERALL)
(75)
51.00
60.10
(76)
.00000 .00000 .04474 .00000 .00000 .00000 .00000
U V W CT Z X Y
(77)
.00
.00
70.50
.00
.00
.00
.00
(78)
7.5586 7.6995 2.8886 90.0000 90.0000 90.0000
CELL PARAMETERS
(79)
81.00
91.00 101.00
.00
.00
.00
(80)
.00000 .00000 .00000
PREF1 PREF2 R/RCF_ASYM
(81)
.00
.00
.00
(82)
.0000
.0000
.0000
NA NB NC (MIX_PARAMS)
(83)
.00
.00
.00
(84)
.0000
.0000
.0000
NA NB NC (HIGH SIDE)
(85)
.00
.00
.00
(86)
.0000
PEARSON ASYM.FACTOR
(87)
.00
(88) Fe3O4
(F D 3 M #227)
PHASE NUMBER 3
(89)
3
1 1.0000 .00 .00 .00
.00
#ATMS #FU AFQPA PREFDIR ISWT
(91) F D 3 M
SPACE GROUP
(92) FE1
8 FE
.00000 .00000 .00000 .00000 1.00000
LBL M NTYP x y z B So
(93)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(94)
.00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(95)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(96) FE2
16 FE
.62500 .62500 .62500 .00000 1.00000
LBL M NTYP x y z B So
(97)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(98)
.00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(99)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(100) O1
32 O
.37500 .37500 .37500 .00000 1.00000
LBL M NTYP x y z B So
(101)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(102) .00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(103)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(104).293E-03 0.0182
SCALE Bo(OVERALL)
(105)
111.00 120.10
(106) .00000 .00000 .00226 .00000 .00000 .00000 .00000
U V W CT Z X Y
(107)
.00
.00 130.50
.00
.00
.00
.00
(108)
8.3127 8.3127 8.3127 90.0000 90.0000 90.0000
CELL PARAMETERS
(109) 141.00 141.00 141.00
.00
.00
.00
(110) .00000 .00000 .00000
PREF1 PREF2 R/RCF_ASYM
(111)
.00
.00
.00
(112)
.0000
.0000
.0000
NA NB NC (MIX_PARAMS)
(113)
.00
.00
.00
(114) .0000
.0000
.0000
NA NB NC (HIGH SIDE)
(115). 0000
PEARSON ASYM.FACTOR
(116) .00
(117) Fe2O3
(R -3 C #167)
PHASE NUMBER 4
(118)
2
1 1.0000 .00 .00 .00
.00
#ATMS #FU AFQPA PREFDIR ISWT
(118) R -3 C
SPACE GROUP
(119) FE1
4 FE
.10500 .10500 .10500 .00000 1.00000 LBL M NTYP x y z B So
(120)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(121)
.00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(122)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(123) O1
12 O
.29200 -.29200 .00000 .00000 .50000
LBL M NTYP x y z B So
(124)
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(125) .00000 .00000 .00000 .00000 .00000 .00000
BETAS
(126)
.00
.00
.00
.00
.00
.00
CODEWORDS
(127).893E-05
.0252
SCALE Bo(OVERALL)
(128)
151.00 160.10
(129) .00000 .00000 .00130 .00000 .00000 .00000 .00000
U V W CT Z X Y
(130)
.00
.00 170.50
.00
.00
.00
.00
96
(131)
(132)
(133)
(134)
(135)
(136)
(137)
(138)
(139)
(140)
CELL PARAMETERS
PREF1 PREF2 R/RCF_ASYM
NA NB NC (MIX_PARAMS)
NA NB NC (HIGH SIDE)
PEARSON ASYM.FACTOR
Linha (27) contm os valores para o clculo da largura meia-altura. Os valores iniciais
para o fator de escala e parmetros da largura meia altura possam tambm ser estimados do
padro observado
Linha (31): define a orientao preferencial e assimetria.
Linha (33): Os valores A e B, na so os coeficientes da funo de perfil.
Linhas (39) a (87) Dados da fase cristalina 2.
Linhas (88) a (116) Dados da fase cristalina 3.
Linhas (117) a (140) Dados da fase cristalina 4.
6.6.2
Mtodo Ruland
O mtodo de Ruland foi utilizado neste trabalho com o objetivo de determinar o teor
98
99
Constituintes
SiO2
54,04
Al2O3
25,19
Fe2O3
4,61
CaO
2,26
MnO
0,03
MgO
1,41
TiO2
0,91
Na2O
0,86
K2O
0,95
P2O5
0,22
Perda ao Fogo
8,52
em estudo
(elementos traos).
Constituintes
Ba
299
Nb
27
Zr
286
Sr
168
Rb
71
Pb
27
Zn
32
Cu
34
Ni
48
Cr
224
100
7.1.1.2
pesada utilizada neste trabalho. Observa-se que 10% das partculas do subproduto encontramse abaixo do dimetro de 1,88m, 50% abaixo do dimetro de 10,05 m e 90% abaixo do
dimetro de 38,89 m. O dimetro mdio de partcula determinado de 17,47 m.
A rea de superfcie especfica da cinza pesada, determinada por meio do mtodo
BET, de 17,2 m2/g.
Segundo a literatura (CHIES et al., 1995), em relao aos limites de liquidez e
plasticidade, as cinzas pesadas de carvo mineral podem ser consideradas como no plsticas
e no coesivas.
101
Percentual Acumulado
100
80
60
40
20
0
0,1
10
100
102
900
Q
Q = Quartzo
Mu = Mulita
M = Magnetita
H = Hematita
800
Intensidade (c.p.s)
700
600
500
400
Mu
300
Q
Mu
HM
Mu Q
Q
200
Mu Mu
50
60
100
0
10
20
30
40
70
80
90
2 (graus)
103
Tabela 7.3 - Dados cristalogrficos tericos para as fases cristalinas presentes na cinza
de carvo mineral.
Fase
Grupo
Parmetros
Fator de
Espacial
de Rede ()
Temperatura
Posies Atmicas
(Bo)
Quartzo
(SiO2)
P 32 2 1 S a= b = 4,913
(n.154)
c = 5,405
ICSD # 174
PDF n. 05-490
Mulita
(Al2,35O4,82Si0,64)
ICSD # 23726
PDF n. 15-776
Magnetita
(Fe3O4)
P B A M a = 7,566
(n.55)
b = 7,682
c = 2,884
F D 3 M a=b=c=8,400
(n.227)
ICSD #20596
PDF n. 19-629
Hematita
(Fe2O3)
ICSD # 15840
PDF n. 13-534
R -3 C H a= b = 5,038
(n.167)
c = 13,772
Bo = 0
Bo = 0
O (6c), x = 0,4141, y =
0,2681, z = 0,1188
Bo = 0,43
Al (2a), x = y = z = 0,0
Bo = 0,51
Al (4h), x = 0,2380,
y =0,2945, z = 1/2
Bo = 0,49
Al (4h), x = 0,3512,
y = 0,1590,z = 1/2
Bo = 0,49
Si (4h), x =0,3512,
y = 0,1590, z = 1/2
Bo = 0,97
O (4g), x =0,3929,
y = 0,2808, z = 0,0
Bo = 0,92
O (4h), x =0,1420,
y = 0,0777, z = 1/2
Bo = 1,4
Bo = 0,84
Bo = 0
O (4h), x =0,0509,
y = 0,4482, z = 1/2
Fe (8a), x = y = z = 1/8
Bo = 0
Fe (16d), x = y = z = 1/2
Bo = 0
O (32e), x = y = z = 0,258
Bo = 0
Fe (12c), x = y = 0,0,
z = 0,3553
Bo = 0
104
Fase
Quartzo
(SiO2)
Grupo
Espacial
Parmetros
de Rede ()
P 32 2 1 S a= b = 4,919
(n.154)
c = 5,414
Fator de
Posies Atmicas
Temperatura
(Bo)
Bo = 0
Si (3a), x = 0,4698
y = 0,0, z = 0,0
Bo = 0
Mulita
P B A M a = 7,563
(Al2.35O4,82Si0,64) (n.55)
b = 7,706
c = 2,890
Magnetita
(Fe3O4)
F D 3 M a=b=c=8,401
(n.227)
Hematita
(Fe2O3)
R -3 C H a = b = 5,048
(n.167)
c = 13,793
Bo = 0,43
O (6c), x = 0,4141
y =0,2681, z = 0,1188
Al (2a), x = y = z = 0,0
Bo = 0,51
Al (4h), x = 0,2380,
y =0,2945, z = 1/2
Bo = 0,49
Al (4h), x = 0,35120,
y = 0,1590, z = 1/2
Bo = 0,49
Si (4h), x =0,35120,
y = 0,1590, z = 1/2
Bo = 0,97
O (4g), x=0,3929,
y = 0,2808, z = 0,0
Bo = 0,92
O (4h), x =0,1420,
y = 0,0777, z = 1/2
Bo = 1,4
Bo = 0,84
Bo = 0
O (4h), x =0,0509,
y = 0,4482, z = 1/2
Fe (8a), x = y = z = 1/8
Bo = 0
Fe (16d), x = y = z = 1/2
Bo = 0
Bo = 0
O (32e), x = y = z = 0,258
Fe (12c), x = y = 0,0 z =
0,3553
O (18e), x = 0,3059, y = 0,0,
z = 1/4
Bo = 0
105
1000
Simulado
Experimental
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
106
Limite Mximo
Parmetros
Concentrao
Permitido no
Mnimo Detectvel
(mg/L)
(mg/L)
Extrato (mg/L)
(mg/L)
Brio
ND*
100
0,1
Cdmio
ND*
0,5
0,01
Chumbo
0,10
5,0
0,05
Cromo Total
ND*
5,0
0,02
Mercrio
ND*
0,1
0,002
pH inicial
9,6
pH final
5,1
* ND = no detectvel
A comparao entre os valores obtidos no extrato lixiviado e o limite mximo
permitido (LMP), segundo a norma Brasileira NBR 10004 (1987), Anexo G, listagem n.7,
mostrou que as concentraes so inferiores ao LMP, ou seja, as cinzas pesadas no
apresentam toxidez. Segundo estes parmetros a cinza pesada classificada como resduo no
perigoso.
Os resultados dos ensaios de solubilizao da cinza pesada de carvo mineral em
estudo esto apresentados na Tabela 7.6.
107
Limite Mximo
Parmetros
Concentrao
(mg/L)
(mg/L)
Alumnio
0,3
0,2
0,1
Cdmio
ND*
0,005
0,01
Chumbo
0,13
0,05
0,05
Cromo Total
0,03
0,05
0,02
Mangans
0,06
0,1
0,01
Mercrio
ND*
0,001
0,002
Zinco
ND*
5,0
0,01
Permitido no
Extrato (mg/L)
pH inicial
8,6
pH final:
7,6
Mnimo Detectvel
(mg/L)
* ND = no detectvel
Em relao a comparao entre os valores obtidos no extrato solubilizado e o limite
mximo permitido, segundo a norma brasileira NBR 10004 (1987), Anexo H, listagem n.8,
observa-se que as concentraes, com exceo do alumnio e chumbo, so inferiores ao LMP.
Segundo estes parmetros a cinza pesada classificada como resduo Classe II - no inerte.
109
(a)
(b)
(c)
(d)
na ARG2. Estes valores so maiores que a relao SiO2 /Al2O3 torica calculada para a
caulinita, no qual sugere a presena de quartzo e/outros silicatos. O contedo de SiO2 presente
nas argilas devido a silicatos e a slica livre. Os silicatos so os argilominerais, as micas e os
feldspatos. A slica livre proveniente do quartzo (variedade cristalina) e opala (variedade
amorfa). A slica livre numa argila causa reduo, no somente da plasticidade, como tambm
leva a uma baixa retrao linear (SOUZA SANTOS, 1989).
Em relao aos demais xidos, o xido de ferro est presente em maior percentual na
ARG2, sendo que os outros xidos apresentam baixos percentuais na composio dos dois
tipos de argilas. Os minerais de ferro na argilas exercem efeitos principalmente na alterao
da cor da argila queimada e na reduo da refratariedade. Os lcalis encontrados nas argilas,
como o Na2O e o K2O so quase que totalmente devido a feldspatos, micas ou ctions
trocveis. So agentes fundentes, portanto indesejveis para materiais refratrios, porm so
fundamentais para a vitrificao de produtos de cermica. Geralmente o teor de K2O nas
argilas bem mais elevado que o de Na2O, como nos casos das argilas em estudo, porque
minerais micceos so mais resistentes ao intemperismo.
Os valores de perda ao fogo so devidos as guas intercaladas de coordenao, gua
de hidroxilas dos argilominerais e tambm hidrxidos existentes, bem como a componentes
volteis de matria orgnica, sulfetos, sulfatos e carbonatos quando presentes.
111
Constituintes
Argila 1 (%)
Argila 2 (%)
SiO2
62,79
56,43
Al2O3
24,37
21,33
Fe2O3
1,90
8,84
MnO
0,01
0,06
MgO
0,17
1,17
TiO2
0,62
0,80
CaO
0,07
0,32
Na2O
0,38
0,25
K2O
1,57
3,43
P2O5
0,07
0,16
Perda ao Fogo
8,18
6,86
112
7000
Q = Quartzo
C = Caulinita
I = Ilita
F = Felspato Alcalino
6000
5000
4000
3000
I
2000
1000
I+Q
Orientada
Calcinada
0
5
10
15
20
25
2 (graus)
Na Figura 7.6 observa-se para a ARG2 orientada natural a presena das fases
mineralgicas caulinita [Al2Si2O5(OH)4], com picos em 7,170 e 3,575 (JCPDS 06-0221);
ilita [K,Na)(Al,Mg,Fe)2O10(OH)2], com picos em 10,035, 5,000 e 3,330 (JCPDS 07-0042);
quartzo [SiO2], com picos em 4,259 e 3,340 (JCPDS 05-0490); e goetita [FeO(OH)] com
pico em 4.168 (JCPDS 81-0464). O percentual de xido de ferro na composio qumica da
ARG 2 maior comparado ao percentual presentes na ARG1, justificando a presena da fase
goetita nesta matria-prima. Os picos referentes fase ilita no sofreram modificaes com o
tratamento da argila com etileno glicol, justificando a presena desta fase. No espectro da
amostra glicolada observa-se uma pequena concentrao de esmectita em 13,180 . Na
amostra orientada calcinada, os picos referentes a esta fase caulinita tambm desapareceram,
em funo da transformao da caulinita em metacaulinita.
113
7000
Q = Quartzo
C = Caulinita
I = Ilita
G = Goetita
6000
5000
C
4000
Orientada
I
3000
2000
1000
I+Q
QG
Glicolada
Calcinada
0
5
10
15
20
25
2 (graus)
114
0
-2
-4
-4
-6
-6
mV
exo -2
-8
-8
ATD
-10
-12
-10
-12
TG
-14
-14
-16
-16
0
200
400
600
800
1000
1200
Temperatura ( C)
115
-2
-2
-4
-4
mV
-6
ATD
-8
-6
-8
TG
-10
-10
-12
-12
-14
-14
-16
-16
0
200
400
600
800
1000
exo
1200
Temperatura ( C)
116
SiO2
63,11
Al2O3
19,59
Fe2O3
6,11
CaO
0,23
MnO
0,05
MgO
1,44
TiO2
0,73
Na2O
0,26
K2O
1,69
P2O5
0,17
Perda ao Fogo
6,38
117
7.2.2
Observa-se que 10% das partculas a mistura cermica encontram-se abaixo do dimetro de
1,00 m, 50% abaixo do dimetro de 5,8 m e 90% abaixo do dimetro de 17,10 m. O
dimetro mdio de partcula determinado de 7,67 m. A rea de superfcie especfica da
mistura padro, determinada atravs do mtodo BET, de 16,3 m2/g
118
100
Percentual Acumulado
80
60
40
20
0
0,1
10
100
119
3000
Q= Quartzo
I= Ilita
C = Caulinita
F= Feldspato Alcalino
G =Goetita
Intensidade (c.p.s)
2500
2000
1500
1000
Q
C
500
C
I
Q Q
Q F
F
Q
C
0
10
20
30
40
50
60
70
80
2 (graus)
eliminao
de
gua adsorvida. Um segundo pico endotrmico foi observado a cerca de 590 oC, tambm
acompanhado de perda de massa, devido desidroxilao da fase caulinita. O pico exotrmico
correspondente ao inicio da formao da mulita est presente em torno da temperatura de
1000 oC. A perda total de massa da amostra padro durante o ensaio de cerca 9,7%.
120
0,2
0
0,1
exo
0,0
mV
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
-2
-4
-6
-8
-10
-0,6
0
200
400
600
800
1000
1200
200
400
(a)
7.12
800
1000
1200
Temperatura ( C)
Figura
600
Temperatura ( C)
(b)
Curvas
de
anlise
trmica
diferencial
(ATD)
anlise
A Figura 7.13 apresenta a anlise dilatomtrica de uma pea seca da mistura padro,
submetida at a temperatura de 1200 oC. Observa-se uma dilatao uniforme inicial com
acentuao do declive, em torno de 573 oC, devido presena de slica livre na forma de
quartzo (inverso polimrfica do quartzo). A contrao tem incio a cerca de 850 oC, em
funo do inicio da formao da metacaulinita e simultaneamente ao aparecimento da
primeira fase lquida. Uma inflexo na curva de retrao observada em torno de 1200 oC,
correspondente formao da fase mulita e ao desenvolvimento da fase lquida que controla
os processos de sinterizao e densificao.
121
1
0
0
200
400
l/l0 (%)
-1
600
800
Temperatura (C)
1000
1200
-2
-3
-4
-5
-6
influncia nas propriedades fsicas do material. A Tabela 7.9 apresenta os dados referentes
DTP das amostras analisadas.
122
100
Percentual Acumulativo
80
M1
M2
M3
M4
M5
M6
M7
M8
M9
M10
60
40
20
0
0,1
10
Amostra
Dimetro (m)
Dimetro (m)
Dimetro (m)
Dimetro
a 10% (d10)
a 50% (d50)
a 90% (d90)
Mdio (m)
M1
0,84
4,49
16,51
6,84
M2
0,84
4,47
15,53
6,54
M3
0,92
4,93
15,69
6,95
M4
0,88
4,45
14,09
6,10
M5
0,88
4,45
14,06
6,08
M6
0,83
4,00
13,32
5,63
M7
0,74
3,42
12,45
5,09
M8
1,05
6,41
19,58
8,75
M9
0,83
3,95
13,62
5,74
M10
0,79
3,77
13,59
5,57
123
124
Mistura
Fraes em Peso
ARG 1
ARG 2
CP
DAS (g/cm3)
RMFS (MPa)
M1
0,47
0,41
0,12
2,01 0,10
1,88 0,18
M2
0,23
0,41
0,36
2,03 0,05
1,89 0,11
M3
0,23
0,65
0,12
2,15 0,03
1,88 0,30
M4
0,39
0,49
0,12
2,09 0,13
1,73 0,39
M5
0,31
0,57
0,12
2,20 0,05
1,89 0,23
M6
0,23
0,57
0,20
2,17 0,01
1,65 0,18
M7
0,23
0,49
0,28
2,11 0,05
1,85 0,29
M8
0,31
0,41
0,28
2,10 0,04
1,45 0,24
M9
0,39
0,41
0,20
2,11 0,04
1,53 0,29
M10
0,31
0,49
0,20
2,15 0,23
1,57 0,24
2,32 0,02
1,37 0,29
MI
estatstica usual (soma dos quadrados devido regresso, graus de liberdade, mdia
quadrtica da regresso, soma quadrtica dos resduos, mdia quadrtica dos resduos, teste-F,
valor p, coeficiente de mltipla determinao e coeficiente de determinao ajustado). O nvel
de significncia adotado para todas as propriedades foi de 5,0 %, conferindo um intervalo de
confiana de 95,0%.
Modelo
SQR
gl
MQR
SQr
gl
MQr
Teste
Valor
R2
RA2
Linear
0,0177
0,0089
0,0140
0,0020
4,440
0,0568
0,5591
0,4332
Quadrtico
0,1180
0,0039
0,0022
0,005
7,0859
0,0444
0,9301
0,8429
Cbico
Especial
0,00001
0,0001
0,0021
0,0007
0,1745
0,7042
0,9340
0,8020
Ajuste
Total
0,0317
0,0035
* SSR: soma dos quadrados devido regresso; gl: graus de liberdade; MQR: mdia quadrtica da regresso;
SQr: soma quadrtica dos resduos; MQr: mdia quadrtica dos resduos;
Modelo
SQR
gl
MQR
SQr
gl
MQr
Teste
Valor
R2
RA2
Linear
0,0303
0,0151
0,2306
0,0329
0,4603
0,6488
0,1163
0,0000
Quadrtico
0,1953
0,0651
0,0352
0,0088
7,3888
0,0415
0,8649
0,6960
Cbico
Especial
0,0001
0,0001
0,0351
0,011
0,0104
0,9251
0,8653
0,5961
Ajuste
Total
0,2609
0,0289
126
A Tabela 7.11 mostra que para a propriedade de DAS o modelo quadrtico o modelo
estatisticamente significante ao nvel estipulado (valor p nvel de significncia). Em relao
RMFS (Tabela 7.12), utilizando a abordagem do teste F (maior valor possvel), pode-se
observar que o modelo quadrtico apresentou o melhor valor desta estatstica (7,3888),
quando comparado aos demais modelos. O valor da estatstica P tambm confirma o ajuste
adequado do modelo quadrtico aos dados experimentais.
As Equaes (7.1) e (7.2) representam os modelos de regresso propostos para cada
propriedade em estudo. Os termos x1, x2 e x3 representam a frao mssica da argila 1, argila 2
e cinza pesada respectivamente, em termos de componentes independentes.
Eq (7.1)
Eq. (7.2)
A anlise dos coeficientes associados aos teores de cada matria-prima nos modelos
propostos, a Equao 7.1 mostra que todos os componentes individuais tm um efeito
favorvel no aumento da DAS (coeficientes positivos na equao), e as combinaes binrias
tambm exercem um efeito sinrgico no valor da propriedade. Em relao propriedade
RMFS, as fraes de argila 1, argila 2 e cinza pesada exercem um efeito sinrgico no valor da
RMFS, no entanto, as misturas binrias apresentam um efeito antagnico (coeficiente
negativo na equao).
O exame de resduos fundamental para a avaliao da qualidade do ajuste do
modelo. Quanto menores os resduos deixados, melhor o modelo. O coeficiente de
determinao ajustado (R2), tambm chamado de porcentagem de variao explicada, pois
diz quanto da variao total em torno da mdia pode ser explicada pela regresso. O que falta
para 100% devido aos resduos. O maior valor possvel de R2 1, somente sendo possvel de
ocorrer se no houver nenhum resduo. Neste caso, toda a variao em torno da mdia
explicada pela regresso, e melhor ser o ajuste do modelo aos dados experimentais.
127
0,04
3,0
2,5
0,03
0,02
,95
1,5
0,01
Resduos
,99
2,0
0,00
-0,01
-0,02
1,0
,75
0,5
,55
0,0
,35
-0,5
-1,0
,15
-1,5
,05
-2,0
-0,03
,01
-2,5
-0,04
1,98
2,00
2,02
2,04
2,06
2,08
2,10
2,12
(a)
2,14
3
2,16
2,18
2,20
-3,0
-0,04
-0,03
-0,02
-0,01
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
Resduos
(b)
Figura 7.15 - Anlise de resduos do modelo ajustado para da DAS: (a) valores
preditos em funo dos resduos e; (b) grfico da probabilidade normal dos resduos.
Um raciocnio similar pode ser empregado para as Figuras 7.16 (a) e (b). Novamente o
resduo foi normal e independentemente distribudo, com mdia zero e variabilidade
constante. Uma boa estimativa dos valores de RMFS pode ser obtida utilizando a Equao
(7.2).
128
3,0
2,5
0,08
2,0
0,06
1,5
Valor Esperado da Normal
0,12
0,10
Resduos
0,04
0,02
0,00
-0,02
-0,04
,95
1,0
,75
0,5
,55
0,0
,35
-0,5
-1,0
,15
-1,5
-0,06
,05
-2,0
-0,08
,01
-2,5
-0,10
-0,12
1,4
,99
1,5
1,6
1,7
1,8
(a)
1,9
2,0
-3,0
-0,12
-0,10
-0,08
-0,06
-0,04
-0,02
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
Resduos
(b)
Figura 7.16 Anlise de resduos do modelo ajustado para da RMFS: (a) valores
preditos em funo dos resduos e; (b) grfico da probabilidade normal dos resduos.
As Figuras 7.17 (a) e (b) representam as grficos dos valores preditos em funo dos
valores observados para as propriedades DAS e RMFS, respectivamente. Observa-se uma boa
relao entre estes valores para todas as propriedades, pois os pontos esto prximos reta.
Em relao a este resultado, a propriedade de densidade aparente a seco apresenta a melhor
relao entre os valores da propriedade previstos e os valores observados experimentalmente.
Esta observao pode ser relacionada com a anlise de varincia, pois o modelo proposto para
DAS o modelo com maior valor de R2 (0,9301) em comparao com o modelo proposto
RMFS (R2 = 0,8649).
129
2,20
2,0
2,18
1,9
2,14
2,16
2,12
2,10
2,08
2,06
2,04
2,02
1,8
1,7
1,6
1,5
2,00
1,98
1,98
2,00
2,02
2,04
2,06
2,08
2,10
2,12
2,14
(a)
2,16
2,18
2,20
2,22
1,4
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
2,0
(b)
Figura 7.17 Valores preditos em funo dos valores observados para: (a) DAS e (b)
RMFS.
fortemente influenciada pela DTP da mistura aps a etapa de moagem. Este comportamento
segue caractersticas determinadas pela natureza das partculas e seu estado de distribuio de
tamanhos pelo tempo de exposio aos agentes macinantes. Alm da natureza e o grau de
moagem, o estado de aglomerao das partculas exerce influncia sobre o empacotamento e
conseqente densificao do material.
De acordo com a Figura 7.18, o maior valor de DAS (DAS 2,20g/cm3) est na regio
de percentuais (em termos de pseudocomponentes) de ARG1 entre 23,0 e 28,0%, ARG2 entre
53,0 e 63,0% e CP entre 14,0 e 19,0%, ou seja, na regio de contedo de argilas maior que
80%. Nota-se que altos valores de DAS correspondem aos maiores percentuais de matriasprimas plsticas na composio. Isto pode ser explicado provavelmente pelo efeito de
empacotamento das partculas durante a prensagem.
Observa-se que os menores valores DAS foram encontrados para as composies
localizadas prximo ao vrtice da cinza pesada. A cinza pesada, por apresentar caractersticas
de matria-prima no plstica, reduz o grau de compactao da massa cermica, com
diminuio da plasticidade das argilas. Sua introduo nas composies argilosas reduz as
contraes sofridas pela massa, tanto no processo de secagem como de sinterizao. A adio
de materiais no plsticos as argilas reduz a sua interao com a gua, causando pontos de
descontinuidade nas foras de coeso entre as partculas, tanto no sentido horizontal, como
vertical. Os pontos de descontinuidade produzem os poros, que permitem a passagem da gua
do interior at a superfcie da pea (PRACIDELLI; MELCHIADES, 1997).
131
Modelo Quadrtico
Cinzas
0,00
1,00
0,25
0,75
0,50
0,50
0,75
1,00
0,00
0,25
0,25
0,50
0,75
Argila1
0,00
1,00
Argila2
2,16
2,14
2,12
2,1
2,08
2,06
2,04
2,02
Figura 7.18 Curvas de nvel do modelo quadrtico em funo das propores dos
pseudocomponentes para a propriedade de DAS.
Superfcie de Resposta: DAS (g/cm3)
Modelo: Quadrtico
2,16
2,14
2,12
2,1
2,08
2,06
2,04
2,02
Figura 7.19 Superfcie de resposta para DAS obtida atravs do modelo quadrtico
(tridimensional).
132
1,00
0,25
0,75
0,50
0,50
0,75
1,00
0,00
0,25
0,25
0,50
Argila1
0,75
0,00
1,00
Argila2
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
Figura 7.20 - Curvas de nvel do modelo quadrtico em funo das propores dos
pseudocomponentes para a propriedade de RMFS.
133
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
2,20
Argila 2
2,15
2,10
Cinza
2,05
2,00
1,95
Argila 1
1,90
1,85
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Frao de Pseudocomponente
135
2,0
1,9
1,8
Argila 1
1,7
Cinza
1,6
Argila 2
1,5
1,4
1,3
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Frao de peseudocomponente
136
Mistura
Fraes em Peso
RLQ (%)
DAQ
ABSQ
RMFQ
(g/cm3)
(%)
(MPa)
ARG 1
ARG 2
CP
M1
0,47
0,41
0,12
8,750,19
2,740,02
3,850,16
42,373,93
M2
0,23
0,41
0,36
9,500,28
2,730,02
3,960,22
43,535,4
M3
0,23
0,65
0,12
8,530,22
2,760,03
4,170,21
38,546,9
M4
0,39
0,49
0,12
7,310,89
2,670,03
5,070,08
34,504,48
M5
0,31
0,57
0,12
8,300,07
2,730,01
4,050,18
37,333,48
M6
0,23
0,57
0,20
8,080,09
2,690,02
4,450,30
38,985,47
M7
0,23
0,49
0,28
9,720,27
2,800,01
3,100,25
47,216,26
M8
0,31
0,41
0,28
7,150,07
2,530,01
7,050,10
29,304,50
M9
0,39
0,41
0,20
6,650,13
2,530,02
6,860,14
27,772,12
M10
0,31
0,49
0,20
9,930,38
2,790,04
3,200,40
44,094,47
3,730,13
2,470.07
8,340.04
15,341,22
MI
As Tabelas 7.14, 7.15 e 7.16 e 7.17 apresentam a Anlise de Varincia (ANOVA) para
as propriedades de RLQ, DAQ, ABSQ e RMFQ, respectivamente. Os nveis de significncia
escolhidos foram variveis para cada propriedade, no sentido de ajustar os dados
experimentais aos modelos de regresso. Para a propriedade RLQ adotou-se o nvel de
significncia de 5,0%. Para a propriedade DAS adotou-se 7,0% e para ABSQ e RMFQ
trabalhou-se com 6,0%.
137
Modelo
SQR
gl
MQR
SQr
gl
MQr
Teste
Valor
R2
RA2
Linear
1,9939
0,9969
9,3636
1,3376
0,7453
0,5088
0,1755
0,0000
Quadrtico
3,3984
1,1328
5,9657
1,4913
0,7596
0,5724
0,4747
0,0000
Cbico
Especial
4,6028
4,6028
1,3623
0,4541
10,135
0,0499
0,8800
0,6401
Ajuste
Total
11,3575
1,2619
Modelo
SQR
gl
MQR
SQr
gl
MQr
Teste
Valor
R2
RA2
Linear
0,0180
0,0090
0,0658
0,0094
0,9582
0,4287
0,2149
0,0000
Quadrtico
0,0369
0,0123
0,0289
0,0072
1,7039
0,3031
0,6554
0,2246
Cbico
Especial
0,0208
0,0208
0,0081
0,0027
7,7197
0,0691
0,9035
0,7106
Ajuste
Total
0,0838
0,0093
138
Modelo
SQR
gl
MQR
SQr
gl
MQr
Teste
Valor
R2
RA2
Linear
2,6854
1,3427
14,331
20,047
0,6558
0,5482
0,1578
0,0000
Quadrtico
8,8091
2,9363
5,5227
1,3806
2,1267
0,2396
0,6754
0,2698
Cbico
Especial
4,1104
4,1110
10,412
0,4707
8,7313
0,0598
0,9170
0,7510
Ajuste
Total
17,017
1,1908
Modelo
SQR
gl
MQR
SQr
gl
MQr
Teste
Valor
R2
RA2
Linear
45,1619 2
22,580
319,41
45,630
0,4948
0,6295
0,1238
0,0000
Quadrtico
207,139 3
69,046
112,27
28,068
2,4599
0,2024
0,6920
0,3071
Cbico
Especial
83,8411 1
83,841
28,430
9,4769
8,8468
0,0588
0,9220
0,7660
Ajuste
Total
364,573 9
40,508
Com os resultados expostos na Tabela 7.14 pode-se concluir que o modelo cbico
especial o mais adequado, ao nvel estipulado, para ajustar os dados experimentais de RLQ
(valor p nvel de significncia). A Equao (7.3) apresenta o modelo de regresso, para o
modelo cbico especial, correlacionando os valores de RLQ com as fraes dos
pseudocomponentes. Os termos x1, x2 e x3 representam as fraes de ARG1, ARG2 e CP
respectivamente, em termos de componentes independentes. Atravs da anlise dos
coeficientes associados aos teores de cada matria-prima no modelo proposto, pode-se dizer
139
RLQ = 8,56x1 + 8,49x2 + 9,72x3 - 3,25 x1x2 -10,09 x1x3 - 0,94x2x3 + 69,95 x1x2 x3
Eq. (7.3)
Os valores da Tabela 7.15 mostram que para a propriedade de DAQ o modelo cbico
especial o modelo estatisticamente mais significativo ao nvel estipulado utilizando a
abordagem do teste P. Este resultado est de acordo com a abordagem do teste F, pois o
modelo cbico especial apresentou o melhor desta estatstica (7,7197), quando comparado aos
demais modelos. A Equao (7.4) apresenta o modelo de regresso ajustado para esta
propriedade. A anlise dos coeficientes associados aos teores de cada matria-prima no
modelo proposto, mostra que os componentes individuais contribuem favoravelmente para o
aumento da DAQ dos materiais cermicos sinterizados e as misturas binrias exercem um
efeito antagnico na propriedade. A mistura ternria das trs matrias-primas contribui para o
aumento da DAQ.
Eq. (7.4)
Para a ABSQ (Tabela 7.16), o modelo cbico especial mostrou-se o mais significativo
ao nvel de significncia estipulado (valor p nvel de significncia). Em relao
abordagem do teste F, o modelo cbico especial apresentou o melhor desta estatstica
(8,7313), quando comparado aos modelos linear e quadrtico.
coeficientes da Equao (7.5), observa-se que as fraes de argila 1, argila 2 e cinza pesada
contribuem favoravelmente para o aumento da absoro de gua nos materiais cermicos
desenvolvidos. As misturas binrias, com exceo da mistura entre as duas argilas, tambm
possuem efeito sinrgico no valor de ABSQ. A mistura ternria entre todos os componentes
contribui para a obteno de materiais cermicos com menores teores de absoro de gua.
140
Eq. (7.5)
As Figuras 7.24, 7.25, 7.26 e 7.27 apresentam as anlise de resduos para verificar a
adequao dos modelos de regresso propostos para as propriedades RLQ, DAQ, ABSQ e
RMFQ respectivamente. A anlise de resduos, para as quatro equaes de regresso, no
verificou qualquer inadequao dos modelos ajustados. Os erros associados aos modelos
encontram-se aleatoriamente distribudos em torno de um valor mdio igual a zero, estando
no-relacionados com varincia constante. Os grficos que relacionam o valor esperado pela
normal e os resduos, mostraram que a distribuio normal para todas as propriedades
estudadas.
141
3,0
0,8
2,5
0,6
0,2
Resduos
,95
1,5
0,4
0,0
-0,2
-0,4
1,0
,75
0,5
,55
0,0
,35
-0,5
-1,0
,15
-1,5
,05
-2,0
-0,6
-0,8
6,0
,99
2,0
,01
-2,5
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
-3,0
-0,8
10,5
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
Resduos
(a)
(b)
Figura 7.24 Anlise de resduos do modelo ajustado para a RLQ: (a) valores
preditos em funo dos resduos e; (b) grfico da probabilidade normal dos resduos.
0,08
3,0
2,5
0,06
0,04
,95
1,5
0,02
Resduos
,99
2,0
0,00
-0,02
-0,04
1,0
,75
0,5
,55
0,0
,35
-0,5
-1,0
,15
-1,5
,05
-2,0
-0,06
,01
-2,5
-0,08
2,50
2,55
2,60
2,65
2,70
2,75
(a)
2,80
2,85
-3,0
-0,08
-0,06
-0,04
-0,02
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
Resduos
(b)
Figura 7.25 Anlise de resduos do modelo ajustado para a DAQ: (a) valores
preditos em funo dos resduos e; (b) grfico da probabilidade normal dos resduos.
142
3,0
0,8
2,5
0,6
0,2
Resduos
,95
1,5
0,4
0,0
-0,2
-0,4
1,0
,75
0,5
,55
0,0
,35
-0,5
-1,0
,15
-1,5
,05
-2,0
-0,6
-0,8
2,5
,99
2,0
,01
-2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
-3,0
-0,8
7,5
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
Resduos
(a)
(b)
Figura 7.26 Anlise de resduos do modelo ajustado para a ABSQ: (a) valores
preditos em funo dos resduos e; (b) grfico da probabilidade normal dos resduos.
3,0
2,5
1
Resduos
,95
1,5
Valor Esperado pela Normal
0
-1
-2
1,0
,75
0,5
,55
0,0
,35
-0,5
-1,0
,15
-1,5
,05
-2,0
-3
-4
26
,99
2,0
,01
-2,5
28
30
32
34
36
38
40
(a)
42
44
46
48
-3,0
-4
-3
-2
-1
Resduos
(b)
Figura 7.27 Anlise de resduos do modelo ajustado para a RMFQ: (a) valores
preditos em funo dos resduos e; (b) grfico da probabilidade normal dos resduos.
As Figuras 7.28 (a), (b), (c) e (d) representam os grficos dos valores preditos em
funo dos valores observados para as propriedades RLQ, DAQ, ABSQ e RMFQ
143
respectivamente. Os grficos apresentam uma boa relao entre estes valores para todas as
propriedades, mostrando que os pontos esto prximos reta de referncia.
2,85
10,5
10,0
2,80
3
9,5
9,0
8,5
8,0
7,5
7,0
2,70
2,65
2,60
2,55
6,5
6,0
6,0
2,75
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
10,0
2,50
2,50
10,5
2,55
2,60
2,65
(a)
48
7,0
46
2,80
2,85
44
Valores Preditos de RMFQ (MPa)
6,5
Valores Preditos de ABSQ (%)
2,75
(b)
7,5
6,0
5,5
5,0
4,5
4,0
3,5
42
40
38
36
34
32
30
3,0
2,5
2,5
2,70
28
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
(c)
6,5
7,0
7,5
26
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
(d)
Figura 7.28 Valores preditos em funo dos valores observados para: (a) RLQ; (b)
DAQ; (c) ABSQ e (d) RMFQ.
144
50
145
1,00
0,75
0,25
0,50
0,50
0,75
1,00
0,00
0,25
0,25
0,50
0,75
0,00
1,00
Argila2
Argila1
10
9,5
9
8,5
8
7,5
7
Figura 7.29 - Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
dos pseudocomponentes para a propriedade de RLQ
Superfcie de Resposta: RLQ (%)
Modelo: Cbico Especial
10
9,5
9
8,5
8
7,5
7
Figura 7.30 Superfcie de resposta para RLQ obtida atravs do modelo cbico
especial (tridimensional).
146
1,00
0,25
0,75
0,50
0,50
0,25
0,75
1,00
0,00
0,25
0,50
0,75
Argila1
0,00
1,00
Argila2
2,8
2,75
2,7
2,65
2,6
2,55
Figura 7.31 - Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
dos pseudocomponentes para a propriedade de DAQ.
147
2,8
2,75
2,7
2,65
2,6
2,55
Figura 7.32 Superfcie de resposta para DAQ obtida atravs do modelo cbico
especial (tridimensional).
1,00
0,75
0,25
0,50
0,50
0,25
0,75
1,00
0,00
0,25
0,50
0,75
Argila1
0,00
1,00
Argila2
7
6,5
6
5,5
5
4,5
4
3,5
3
Figura 7.33 - Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
dos pseudocomponentes para a propriedade de ABSQ.
149
7
6
5
4
3
Figura 7.34 Superfcie de resposta para ABSQ obtida atravs do modelo cbico
especial (tridimensional).
A Figura 7.35 apresenta as curvas de nvel, referentes superfcie de resposta,
calculadas para os valores de RMFQ em pseudocomponentes. A Figura 7.36 mostra a
projeo da superfcie de resposta tridimensional para a propriedade obtida atravs do modelo
cbico especial. As composies que apresentam os maiores valores de RMFQ pertencem a
regio de teores de ARG1 entre 23,0 e 31,0%, teor de ARG2 de 49,0% e teores de CP
compreendidos entre 20,0 e 28,0%.
Observa-se tambm que as composies que apresentam os maiores valores de RMFQ
esto localizadas prximas ao vrtice da cinza pesada. De acordo com literatura (JUNG et al.,
2001), o mecanismo de aumento da resistncia mecnica com a adio de cinzas pesadas pode
ser relacionado com as fases cristalinas presentes. Como a quantidade de SiO2 e Al2O3 so
maiores ou menores nas composies, ou seja, so variveis de acordo com a quantidade de
cinzas adicionadas, as quantidades das fases cristalinas presentes tambm variam, de acordo
com este parmetro. Em relao a fase mulita, a mesma tende a aumentar quantitativamente
com o aumento da adio de cinzas pesadas, em funo da quantidade de fase mulita presente
na composio da cinza e atravs de reaes que ocorrem entre a SiO2 e Al2O3 durante a
150
sinterizao. No entanto, trabalhos como o de Kumar et al., (2001), mostram que percentuais
acima de 30,0% de CP conferem uma diminuio da resistncia mecnica dos materiais,
sugerindo que a fase mulita esteja diminuindo em equilbrio com o aumento da fase vtrea
presente.
Neste trabalho constatou-se que possvel adicionar percentuais maiores de CP na
formulao de materiais cermicos, comparados com os percentuais mximos recomendados
na literatura (30,0%), sem que haja uma diminuio nos valores de RMFQ. Os materais
desenvolvidos apresentaram maior RMFQ comparados com o material padro (15,34 MPa)
sinterizados em temperaturas iguais (1150 oC).
Os resultados de RFMQ podem ser correlacionados com os valores de DAQ e ABSQ,
pois as regies de superfcie de resposta com maiores valores de densidade aparente e
menores percentuais de absoro de gua correspondem aos mesmos intervalos de
composies das regies com maiores valores de resistncia mecnica flexo do material
sinterizado. Estes resultados conferem uma validao extra para os modelos propostos.
00
0,75
01
0,50
0,25
01
01
0,00
0,25
0,50
0,75
Argila1
0,00
1,00
Argila2
44
40
36
32
28
Figura 7.35 - Curvas de nvel do modelo cbico especial em funo das propores
dos pseudocomponentes para a propriedade de RMFQ.
151
44
40
36
32
28
Figura 7.36 Superfcie de resposta para RMFQ obtida atravs do modelo cbico
especial (tridimensional).
10,5
10,0
9,5
Cinza
9,0
Argila 2
Argila 1
8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Frao de Pseudocomponente
153
2,85
Argila 2
2,80
2,75
Cinza Pesada
2,70
Argila 1
2,65
2,60
2,55
2,50
2,45
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Frao de Pseudocomponente
154
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
Argila 1
4,5
4,0
Cinza
3,5
Argila 2
3,0
2,5
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Frao de Pseudocomponente
O efeito que cada uma das matrias-primas exerce nos valores de RMFQ pode ser
observado na Figura 7.40. A presena de percentuais inferiores a 22,0% de ARG1 favorece o
aumento da RMFQ no material cermico analisado. A adio de at 30,0% de cinza pesada
contribui para o aumento da RMFQ, sendo que a presena de teores entre 30,0 - 40,0% no
exerce influncia significativa na variao do valor da propriedade. A RMFQ
significativamente afetada pelo aumento da frao mssica de ARG2, sendo que percentuais
elevados desta matria-prima (em at 60,0%) conferem altos valores de RMFQ.
As anlises de estimativas de resposta para RLQ, DAQ, ABSQ e RMFQ em relao as
fraes em pseudocompontes de argila 1, argila 2 e cinza pesada, mostram uma relao
coerente entre as propriedades.
155
48
46
Argila 1
Argila 2
44
Cinza
42
40
38
36
34
32
30
28
26
24
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Frao de Pseudocomponente
156
157
Q = Quartzo
S = SiO2
S
M
Q
T = Tridimita
M = Mulita
H = Hematita
18000
16000
M
14000
S
Q H
S
T
H
H
H
Q
M
Q
TM M Q MM M
TQ
H Q
QM M T
H
Q Q QQ
M1
12000
M2
10000
M3
M4
8000
M5
6000
M6
4000
M7
M8
2000
M9
M10
MI
-2000
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
158
9
10
8
5
7
4
3
1
2
159
Tabela 8.1 - Dados cristalogrficos tericos da fase cristalina quartzo presente nos
materiais cermicos sinterizados.
Trigonal/Rombodrico
Grupo Espacial
P 32 2 1 S (154)
Parmetros de Rede ()
a = b = 4,913, c = 5,405
= = 90, = 120
Si (3a), x = 0,469, y = 0,0, z = 0,0
O (6c), x = 0,403, y = 0,253, z = 0,122
Si = 1,0
O = 1,0
Bo (Si) = 0
Bo (O) = 0
Posies Atmicas
Nmeros de Ocupao
Fatores Trmicos Isotrpicos (Bo)
Tetragonal
Grupo Espacial
P 43 21 2 (n.o.96)
Parmetros de rede ()
a = b = 7,456, c = 8,604
= = = 90
Si (8b), x = 0,326, y = 0,120, z = 0,248
Si (4a), x = 0,410, y = 0,410, z = 0,0
O (8b), x = 0,445, y = 0,132, z = 0,400
O (8b), x = 0,117, y = 0,123, z = 0,296
O (8b), x = 0,334, y = 0,297, z = 0,143
Si (8b) = 1,0
Si (4a) = 1,0
O (8b) = 1,0
O (8b) = 1,0
O (8b) = 1,0
Si (8b) = 2,39
Si (4a) = 2,39
O (8b) = 2,39
O (8b) = 2,39
O (8b) = 2,39
Posies Atmicas
Nmeros de Ocupao
160
Tabela 8.3 - Dados cristalogrficos tericos da fase cristalina tridimita presente nos
materiais cermicos sinterizados.
Hexagonal
Grupo Espacial
P 63 2 2 (n.182)
Parmetros de rede ()
Posies Atmicas
Nmeros de Ocupao
Fatores Trmicos Isotrpicos (Bo)
a = b = 5,01, c = 8,18
= = 90, = 120
Si (4f), x = 0,333, y = 0,667, z = 0,47
O (2c), x = 0,333, y = 0,667, z = 0,25
O (6g), x = 0,425, y = 0,0, z = 0,0
Si (4f) = 1,0
O (2c) = 1,0
O (6g) = 1,0
Bo (Si) = 0
Bo (O) = 0
161
Tabela 8.4 - Dados cristalogrficos tericos da fase cristalina mulita presente nos
materiais cermicos sinterizados.
Ortorrmbica
Grupo Espacial
P B A M (n.55)
Parmetros de rede ()
Posies Atmicas
Nmeros de Ocupao
162
Tabela 8.5 - Dados cristalogrficos tericos da fase cristalina hematita presente nos
materiais cermicos sinterizados.
Trigonal/Rombodrico
Grupo Espacial
R -3 C H (n.167)
Parmetros de rede ()
a = b = 5,038, c = 13,772
= = 90, = 120
Fe (12c), x = 0,0, y = 0,0, z = 0,3553
O (18e), x = 0,3059, y = 0,0, z = 0,25
Fe = 1,0
O = 1,0
Bo (Fe) = 0
Bo (O) = 0
Posies Atmicas
Nmeros de Ocupao
Fatores Trmicos Isotrpicos (Bo)
As Figuras 8.3, 8.4, 8.5, 8.6 e 8.7 apresentam os esquemas tridimensionais das clulas
unitrias para as fases quartzo, xido de silcio, tridimita, mulita e a hematita presentes nos
materiais cermicos em estudo, respectivamente. As figuras foram construdas utilizando os
dados cristalogrficos de cada fase com o auxlio do software Carine Crystallography 3.1.
(BOUDIAS; MONCEAIS, 1998). As posies atmicas dos tomos presentes nas estruturas
cristalinas esto apresentadas no parte de Anexos deste trabalho.
A unidade estrutural bsica da maioria das formas da slica e dos silicatos um arranjo
tetradrico de 4 tomos de oxignio ao redor de um tomo de silcio centralizado, silcio
tetradrico, SiO4. Pequenas variaes na orientao da clula de silcio tetradrico com outra
respectiva resultam no desenvolvimento de nova simetria, produzindo os diferentes
polimorfos da slica. Uma orientao totalmente aleatria destas unidades resulta nas
variedades amorfas do material.
A Figura 8.3 (a) apresenta um esquema tridimensional da clula unitria do quartzo-.
Os tetraedros SiO4 podem ser considerados como baseados num cubo de lado p com o silcio
no seu centro e os oxignios em quatro dos seus oito vrtices (DEER et al., 2000).
Contrariamente tridimita (d =2,244 g/cm3) e cristobalita (d =2,330 g/cm3), o quartzo tem
163
um arranjo muito denso dos tetraedros (d =2,649 g/cm3), e a disposio dos seus ons de
oxignio no est relacionada com o empacotamento denso quer hexagonal quer cbico.
O esquema tridimensional da clula unitria da tridimita est apresentado na Figura
8.5 (a). A tridimita apresenta o sistema cristalino hexagonal e pode-se visualizar melhor sua
estrutura se a considerarmos como sendo formada pela unio de folhas paralelas a (0001). A
folha constituda por um a rede aberta de SiO4 que compartilham os oxignios de modo a
formarem anis de seis componentes. As bases triangulares de todos os tetraedros ficam no
plano (0001), mas seus vrtices apontam alternadamente em direes opostas (DEER et al.,
2000). A tridimita, ao contrrio do quartzo, tem uma estrutura muito aberta contendo canais
atravs dos quais podem ser retidos ons grandes que constituem impurezas, que influenciam
em modificaes estruturais consideradas (AMORS et al., 1994).
Quando o xido de silcio sofre tratamento trmico na temperatura adequada, algumas
das unidades tetradricas SiO4 podem se dissociar e migrar atravs da rede cristalina. No
resfriamento, os grupos SiO4 dissociados se reordenam ao redor de outros ons ou grupos de
tal maneira que se forma a configurao mais estvel. Isto o que acontece quando o quartzo
submetido ao tratamento trmico e se converte lentamente em tridimita e cristobalita. A
mudana pode ser acelerada pela adio de outros ons, alguns dos quais catalisam a formao
de cristobalita (Ca+2, Mg+2, Fe+2, Be+2), enquanto que outros (alcalinos) catalisam a formao
de tridimita.
164
Si+4 (3a)
O-2 (6c)
c
z
y
b
(a)
(b)
1,0,-1
1,0,1
Intensity (%)
(26.64,100.0)
100
90
80
70
1,0,0
(20.86,59.8)
60
50
2,0,0
(42.46,41.1)
2,0,-3
2,0,3
40
(68.15,34.6)
2,-1,2
30
(50.14,29.4)
2,-1,0
(36.55,25.2)
3,-1,-1
3,-1,1
20
2,-1,1
(40.29,14.3)
(59.96,17.0)
4,-1,0
(81.50,10.6)
10
2 ()
0
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
(c)
Figura 8.3 Fase cristalina quartzo presente nos materiais em estudo: (a) esquema
tridimensional da clula unitria, (b) rede recproca e (c) espectro de difrao de raios X.
165
Si (b)
Si (4a)
O (8b)
O (8b)
O (8b)
c
zy
x
(a)
Intensity (%)
(b)
2,0,1
(26.03,100.0)
100
90
80
70
60
50
1,0,2
2,0,0
(23.85,43.1)
40
30
1,1,2
2,1,0
(26.71,22.9)
2,1,1
20
(28.69,17.4)
3,2,2
4,0,0
(48.82,12.6)
10
2 ()
0
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
(c)
Figura 8.4 Fase cristalina polimorfa de SiO2 presente nos materiais em estudo: (a)
esquema tridimensional da clula unitria, (b) rede recproca e (c) espectro de difrao de
raios X.
166
O (2c)
Si (4f)
O (6g)
c
z
x
b
a
(a)
Intensity (%)
(b)
1,0,0
(20.45,100.0)
100
90
80
70
2,-1,0
(35.82,60.3)
60
1,0,1
(23.19,54.7)
50
0,0,2
(21.71,42.0)
40
30
1,0,2
(30.00,20.3)
20
2,-1,2
2,-1,4
(42.27,15.5)
(58.19,15.4)
10
2 ()
0
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
(c)
Figura 8.5 Fase cristalina tridimita presente nos materiais em estudo: (a) esquema
tridimensional da clula unitria, (b) rede recproca e (c) espectro de difrao de raios X.
A Figura 8.6 (a) apresenta o esquema tridimensional da clula unitria da mulita. A
mulita tem uma estrutura constituda por cadeias de octaedro de Al paralelas ao eixo zz,
ligados transversalmente por tetraedros contendo Si e Al. Esta fase apresenta densidade de
2,244 g/cm3 (DEER et al., 2000).
167
Si (4f)
O (4g)
O (4h)
O (2d)
O (4h)
Al (4h)
Al (2a)
Al (4h)
(a)
Intensity (%)
1,1,0
(16.43,100.0)
100
(b)
2,1,0
(26.24,97.7)
90
2,2,0
(33.21,81.5)
80
1,1,1
(35.26,66.7)
70
1,2,1
(40.87,61.8)
3,3,1
(60.67,61.1)
60
50
1,2,0
(25.99,43.8)
2,0,1
(39.25,41.9)
2,3,0
(42.60,37.1)
40
0,0,2
(64.58,35.2)
0,0,1
(30.98,29.6)
30
4,2,1
3,1,1
(49.41,20.5)
20
0,4,1 (63.56,25.0)
1,5,1 5,2,1
(57.62,21.8)
(70.49,20.9)
(75.01,20.8)
10
2 ()
0
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
(c)
Figura 8.6 Fase cristalina mulita presente nos materiais em estudo: (a) esquema
tridimensional da clula unitria, (b) rede recproca e (c) espectro de difrao de raios X.
168
Fe (12c)
O (18e)
z
x
b
a
(a)
(b)
Intensity (%)
1,0,4
(33.12,100.0)
100
90
80
70
2,-1,0
1,-1,-4
(38.35,59.7)
(39.96,58.1)
60
50
0,1,-4
(43.61,44.3)
2,-1,6
2,0,-4
(56.01,38.9)
(49.42,37.3)
40
1,1,0
(48.92,28.6)
1,0,-2
(24.13,28.4)
30
20
3,-1,4
(61.50,15.6)
1,-2,0
1,-2,6
2,-2,4 1,0,10
1,0,-8 (63.65,11.6)
(77.37,11.2)
(68.53,11.2)
(71.82,10.2)
(57.50,8.3)
2,-1,3
(43.29,14.8)
1,-1,2
(32.70,12.6)0,1,2
(36.95,8.8)
10
3,0,0
(63.96,28.4)
1,1,6
(64.41,22.7)
2 ()
0
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
(c)
Figura 8.7 Fase cristalina hematita presente nos materiais em estudo: (a) esquema
tridimensional da clula unitria, (b) rede recproca e (c) espectro de difrao de raios X.
169
170
Amostra MI
8000
4000
Simulado
Experimental
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
Fase Cristalina
Quartzo (-SiO2)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,917, c = 5,423
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,450,
c = 8,564
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,978, c = 8,177
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,529, b = 7,742
c = 2,899
Hematita (Fe2O3)
a = b = 5,005, c = 13,641
Percentual Relativo
40,10
17,91
7,33
19,27
15,39
171
10000
Amostra M1
8000
6000
4000
Simulado
2000
Experimental
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
172
Fase Cristalina
Quartzo (-SiO2)
Polimorfo de SiO2
Tridimita (SiO2)
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
Hematita (Fe2O3)
Parmetros de Rede
Refinados
Percentual Relativo
a = b = 4,931, c = 5,422
a = b = 7,439,
c = 8,628
a = b = 4,990, c = 8,186
a = 7,504, b = 7,765
c = 2,901
a = b = 5,032, c = 13,773
54,89
21,32
3,31
15,91
4,58
173
8000
Amostra M2
7000
6000
5000
4000
Simulado
3000
2000
Experimental
1000
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
Fase Cristalina
Quartzo (-SiO2)
Polimorfo de SiO2
Tridimita (SiO2)
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
Hematita (Fe2O3)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,917, c = 5,423
a = b = 7,450
c = 8,524
a = b = 4,978, c = 8,177
a = 7,529, b = 7,742
c = 2,899
a = b = 5,055, c = 13,640
Percentual Relativo
39,90
19,92
7,20
23,25
9,73
174
8000
Amostra M3
7000
6000
5000
4000
3000
Simulado
2000
1000
0
10
Experimental
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
175
Fase Cristalina
Quartzo (-SiO2)
Polimorfo de SiO2
Tridimita (SiO2)
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
Hematita (Fe2O3)
Parmetros de Rede
Refinados
Percentual Relativo
a = b = 4,921, c = 5,423
a = b = 7,445
c = 8,569
a = b = 4,984, c = 8,173
a = 7,501, b = 7,739
c = 2,899
a = b = 4,994, c = 13,922
37,52
17,35
5,58
23,00
16,55
176
9000
Amostra M4
8000
7000
6000
5000
4000
Simulado
3000
2000
1000
0
10
Experimental
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
Percentual Relativo
Quartzo (-SiO2)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,9231,
c = 5,4213
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,4353
c = 8,5808
18,66
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9315,
c = 8,1907
8,39
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5169, b = 7,7482
c = 2,8997
19,95
Hematita (Fe2O3)
a = b =5,0165,
c = 13,7800
15,24
Fase Cristalina
37,76
177
8000
Amostra M5
7000
6000
5000
4000
3000
Simulado
2000
1000
0
10
Experimental
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
178
Fase Cristalina
Quartzo (-SiO2)
Polimorfo de SiO2
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,9231,
c = 5,4213
Percentual Relativo
a = b = 7,4353
c = 8,5808
36,31
19,32
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9528,
c = 8,1780
7,17
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5283, b = 7,7437
c = 2,8990
20,54
Hematita (Fe2O3)
a = b =5,0772,
c = 13,6594
16,66
179
8000
Amostra M6
7000
6000
5000
4000
3000
Simulado
2000
1000
0
10
Experimental
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
Percentual Relativo
Quartzo (-SiO2)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,9218,
c = 5,4215
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,4402
c = 8,5700
20,18
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9924,
c = 8,1733
5,36
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5212, b = 7,7412
c = 2,8990
18,92
Hematita (Fe2O3)
a = b =5,0466,
c = 13,8252
17,56
Fase Cristalina
37,97
180
7000
Amostra M7
6000
5000
4000
3000
Simulado
2000
1000
0
10
Experimental
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
181
Percentual Relativo
Quartzo (-SiO2)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,9030,
c = 5,4237
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,4322
c = 8,5789
21,11
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9910,
c = 8,1700
6,05
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5359, b = 7,7368
c = 2,8989
26,56
Hematita (Fe2O3)
a = b =5,0466,
c = 13,9504
17,14
Fase Cristalina
29,11
182
9000
Amostra M8
8000
7000
6000
5000
4000
3000
Simulado
2000
Experimental
1000
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
Percentual Relativo
Quartzo (-SiO2)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,9321,
c = 5,4713
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,4380
c = 8,6038
20,58
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9760,
c = 8,1843
7,26
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5423, b = 7,7443
c = 2,9028
21,63
Hematita (Fe2O3)
a = b =5,0119,
c = 13,6909
14,10
Fase Cristalina
36,42
183
8.1.2.10
9000
Amostra M9
8000
7000
6000
5000
4000
Simulado
3000
2000
Experimental
1000
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
184
Fase Cristalina
Parmetros de Rede
Refinados
Quartzo (-SiO2)
a = b = 4,9278,
c = 5,4240
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,4331
c = 8,5902
19,69
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9605,
c = 8,1885
7,51
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5229, b = 7,7400
c = 2,8993
20,90
a = b =5,0156,
c = 13,9589
13,69
Hematita (Fe2O3)
8.1.2.11
Percentual Relativo
38,21
A comparao dos espectros do material M10 apresentou uma boa aproximao entre
o padro de difrao simulado e o padro observado, com boa definio para as intensidades e
posies dos picos, como mostra a Figura 8.18. Os valores encontrados dos indicativos de
qualidade do refinamento foram: RP = 7,89%, RW-P = 10,90% e REXP = 3,20 %. A Tabela 8.16
apresenta os parmetros de rede refinados e os percentuais relativos de cada fase cristalina.
185
8000
Amostra M10
7000
6000
5000
4000
3000
Simulado
2000
1000
0
10
Experimental
20
30
40
50
60
70
80
90
2 (graus)
Percentual Relativo
Quartzo (-SiO2)
Parmetros de Rede
Refinados
a = b = 4,9249,
c = 5,4225
Polimorfo de SiO2
a = b = 7,4574
c = 8,5885
20,83
Tridimita (SiO2)
a = b = 4,9692,
c = 8,1677
7,21
Mulita (Al2,35Si0,64O4,82)
a = 7,5302, b = 7,7392
c = 2,8996
17,84
Hematita (Fe2O3)
a = b = 4,9923,
c = 13,8667
15,57
Fase Cristalina
38,55
186
187
d) o mtodo de Rietveld considera todos os picos e suas intensidades relativas para fazer a
simulao, sendo por este motivo muito criterioso para a quantificao de fases. No
entanto, por esta razo, o refinamento de fases de sistemas multifsicos uma etapa que
requer um tempo considervel;
e) para o refinamento estrutural das fases dos onze materiais, as posies atmicas e fatores
de temperatura isotrpica dos tomos permaneceram constantes aps o refinamento. Os
valores dos parmetros de rede sofreram variaes;
f) os percentuais quantitativos das fases cristalinas foram determinados em termos de
percentuais relativos, ou seja, sem considerar a frao da parte amorfa. Isto porque para a
determinao quantitativa da fase amorfa seria necessrio a introduo de uma substncia
padro amostra a ser quantificada e tambm da aquisio do espectro amorfo do material
a ser analisado. O mtodo de Rietveld consegue sobrepor o espectro amorfo identificando a
contribuio do background relativa parte amorfa. No entanto, isto no foi possvel no
caso dos materiais cermicos analisados, pois a prpria mistura das matrias-primas a cru,
ou seja, antes da sinterizao, j fornece um espectro cristalino em funo da cristalinidade
188
das matrias-primas. Por este motivo optou-se por utilizar o mtodo de Rietveld associado ao
mtodo Ruland.
xcr =
s 2 I cr ds
Eq. (8.1)
2
s Ids
0
189
xcr =
s 2 I cr ds
s 2 f 2 ds
0
s 2 Ids
s 2 f 2 Dds
Eq. (8.2)
D( s ) = exp( ks 2 )
Eq. (8.3)
Para que se possa explicar este mtodo, necessria a introduo dos conceitos de
rede recproca, fator de espalhamento e fator de estrutura. Cada estrutura cristalina possui
duas redes: a rede cristalina e a rede recproca. Os vetores da rede cristalina possuem
dimenso de [comprimento]; os vetores da rede recproca possuem a dimenso de
[comprimento]-1. A rede cristalina uma rede no espao real; a rede recproca uma rede no
espao de Fourier associado.
Qualquer conjunto arbitrrio de vetores primitivos a, b, c de uma dada rede cristalina
conduz ao mesmo conjunto de pontos na rede recproca. Qualquer vetor G desta forma
denominado vetor da rede recproca, Equao (8.4).
G = h A + k B + l C, (h, k, l = Inteiros)
Eq. (8.4)
190
a = dVn(r ). exp(i k .r )
Eq. (8.5)
aG = N dV n(r ). exp(iG .r ) = NG
Eq. (8.6)
cl
G = Fator de estrutura;
r = distncia que separa os fatores de fases relativos aos feixes espalhados por
elementos de volume.
f i exp(iG .r j )
Eq. (8.7)
Eq. (8.8)
f i = 4 drn j (r )r 2
senGr
Gr
Eq. (8.9)
Eq. (8.10)
192
f2 =
i
ni f i 2 ( s ) /
ni
Eq. (8.11)
Para que se possa relacionar o espectro de difrao de raios X dos materiais cermicos
com os respectivos valores de f 2 necessrio que o espectro tambm esteja com a escala de
intensidade atmica, ou seja, por tomo. Este espectro chamado de espectro na escala atm.
No caso dos materiais em estudo, o sistema multifsico, no qual esto presentes
cinco diferentes fases cristalinas. Os valores de f 2 so ento considerados para o sistema num
todo, atravs da relao com uma clula unitria mdia. Seguindo este raciocnio, a funo
f
geral
dada pelo somatrio de cada percentual de fase cristalina distinta multiplicada pelo
fator f 2 atmico ( f
geral
Ci. f i
O perfil da funo f
Eq. (8.12)
geral
materiais cermicos esto apresentados nas Figuras 8.20, 8.21, 8.22, 8.23 e 8.24. Observou-se
para todas as amostras uma boa concordncia na comparao das intensidades de raios X
obtidos por reflexo de Bragg com os dados tericos dos clculos de f
geral
, usando o fator de
forma atmico f i .
193
Amostra M2
Intensidade mdia por unidade (tomo)
Amostra M1
250
200
150
100
50
f2m
atm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
200
150
100
50
f2m
atm
100
10
20
30
40
2 (graus)
(a)
50
60
70
2 ( )
80
90
100
(b)
geral
(b) M2.
Amostra M4
Intensidade mdia por unidade (tomo)
Amostra M3
200
150
100
50
f2m
atm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
100
200
150
100
50
f2m
atm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 (graus)
(a)
Figura 8.21 Funo f
90
250
(b)
2
geral
(b) M4.
194
Amostra M6
Intensidade mdia por unidade (tomo)
Amostra M5
250
200
150
100
50
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
200
150
100
50
f2m
atm
10
100
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 (graus)
(a)
(b)
geral
(b) M6.
Amostra M7
150
100
50
f2m
atm
10
20
30
40
50
60
70
80
100
200
150
100
50
f2 m
atm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 (graus)
2 (graus)
(a)
Figura 8.23 Funo f
90
Amostra M8
250
200
(b)
2
geral
(b) M8.
195
Amostra M10
Amostra M9
300
250
200
150
100
50
f2m
atm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
200
150
100
50
f2m
atm
100
10
20
30
2 (graus)
40
50
60
70
80
90
100
2 (graus)
(a)
(b)
Amostra MI
300
250
200
150
100
50
f2 m
atm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2 (graus)
(c)
geral
196
Intervalo (2)
Amostra M1
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,619
0,703
12,98 - 44,02
0,690
0,896
12,98 - 59,17
0,649
0,987
12,98 - 71,07
0,550
0,952
12,90 - 89,97
0,412
0,867
Intervalo (2)
Amostra M2
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,599
0,681
12,98 - 44,02
0,657
0,854
12,98 - 59,17
0,573
0,872
12,98 - 71,07
0,448
0,777
12,90 - 89,97
0,336
0,708
197
Intervalo (2)
Amostra M3
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,629
0,752
12,98 - 44,02
0,759
0,867
12,98 - 59,17
0,625
0,776
12,98 - 71,07
0,487
0,649
12,90 - 89,97
0,329
0,695
Intervalo (2)
Amostra M4
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,624
0,708
12,98 - 44,02
0,651
0,847
12,98 - 59,17
0,577
0,879
12,98 - 71,07
0,438
0,761
12,90 - 89,97
0,339
0,714
Intervalo (2)
Amostra M5
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,557
0,632
12,98 - 44,02
0,611
0,795
12,98 - 59,17
0,502
0,765
12,98 - 71,07
0,405
0,703
12,90 - 89,97
0,303
0,640
198
Intervalo (2)
Amostra M6
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,617
0,701
12,98 - 44,02
0,691
0,899
12,98 - 59,17
0,597
0,911
12,98 - 71,07
0,458
0,795
12,90 - 89,97
0,307
0,646
Intervalo (2)
Amostra M7
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,656
0,746
12,98 - 44,02
0,738
0,960
12,98 - 59,17
0,627
0,956
12,98 - 71,07
0,482
0,837
12,90 - 89,97
0,345
0,728
Intervalo (2)
Amostra M8
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,648
0,736
12,98 - 44,02
0,720
0,937
12,98 - 59,17
0,630
0,961
12,98 - 71,07
0,517
0,897
12,90 - 89,97
0,396
0,834
199
Intervalo (2)
Amostra M9
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,653
0,742
12,98 - 44,02
0,679
0,883
12,98 - 59,17
0,597
0,909
12,98 - 71,07
0,499
0,867
12,90 - 89,97
0,356
0,751
Intervalo (2)
Amostra M10
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,598
0,679
12,98 - 44,02
0,607
0,789
12,98 - 59,17
0,574
0,874
12,98 - 71,07
0,445
0,773
12,90 - 89,97
0,335
0,707
Intervalo (2)
Amostra M7
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,598
0,679
12,98 - 44,02
0,607
0,789
12,98 - 59,17
0,574
0,874
12,98 - 71,07
0,445
0,773
12,90 - 89,97
0,335
0,707
200
Amostra MI
Intervalo (2)
K=0
K=2
12,98 - 28,48
0,656
0,745
12,98 - 44,02
0,781
1,016
12,98 - 59,17
0,657
1,002
12,98 - 71,07
0,517
0,897
12,90 - 89,97
0,371
0,782
A Tabela 8.29 apresenta os valores quantitativos das fraes cristalinas e amorfas dos
materiais em estudo. A amostra industrial apresentou a maior frao de fase cristalina
(xcr=88,87%) e a amostra M5 possui a maior frao de fase amorfa (xam=29,29%) entre os
materiais analisados.
Tabela 8.29 - Percentuais das fraes cristalinas e amorfas dos materiais cermicos
obtidos com o mtodo de Ruland.
Amostra
Valor de K
Percentual da
Percentual da
Frao Cristalina
Frao Amorfa
(Xcr)
(Xam)
M1
88,10
11,90
M2
77,84
22,16
M3
74,28
25,72
M4
78,18
21,82
M5
70,71
29,29
M6
79,07
20,93
M7
84,54
15,46
M8
87,29
12,71
M9
83,05
16,95
M10
76,47
23,53
MI
88,87
11,13
201
Os percentuais reais das fases cristalinas determinados por meio dos percentuais
relativos obtidos pelo mtodo de Rietveld e da cristalinidade determinada pelo mtodo de
Ruland esto apresentados na Tabela 8.30. A amostra M1 apresentou o maior percentual da
fase quartzo (67,13%). O material M1 tambm apresentou o menor percentual da fase
hematita (4,03%), em virtude do percentual de Fe2O3 presente em sua formulao proveniente
das matrias-primas de partida. A amostra M7 possui os maiores percentuais das fases mulita
(22,45%) e hematita (14,49%). A amostra M4 apresentou a maior quantidade de fase tridimita
(6,56%).
Tabela 8.30 - Percentuais das fases cristalinas presentes nos materiais cermicos
considerando a cristalinidade determinada com o mtodo de Ruland.
Percentuais
Amostra
de Fases Cristalinas
-Quartzo
Polimorfo
Tridimita
Mulita
Hematita
de SiO2
M1
48,36
18,78
2,92
14,01
4,03
M2
31,06
15,50
5,60
18,09
7,57
M3
27,87
12,89
4,14
17,08
12,29
M4
29,52
14,59
15,60
11,91
M5
25,67
13,66
6,56
5,07
11,78
M6
30,02
15,95
4,24
14,52
14,96
M7
24,61
17,84
5,11
22,45
14,49
M8
31,79
17,96
6,34
18,88
12,31
M9
31,73
16,35
6,24
17,36
11,37
M10
29,48
35,64
15,93
5,51
13,64
15,91
6,51
17,12
11,90
13,68
MI
13,88
50
45
7
10
RMFQ (MPa)
40
1
5
35
3
4
30
25
20
15
10
10
12
14
16
18
20
22
24
203
50
45
7
10 2
RMFQ (MPa)
40
35
3 6
4
30
8
9
25
20
15
I
10
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
204
a) material com os maiores percentuais das fases mulita e hematita, e que apresentou os
melhores valores das propriedades fsicas aps a sinterizao: M7;
b) material com maior percentual de fase quartzo: M1;
c) material que apresentou os piores valores das propriedades fsicas aps a sinterizao: M9;
d) material que possui o maior percentual de cinzas pesadas na formulao: M2;
e) material industrial: MI
205
(a)
(b)
206
(a)
(b)
(a)
(b)
207
(a)
(b)
208
(a)
(b)
O material no apresentou
209
(a)
(b)
(c)
(d)
210
(a)
(b)
(c)
(d)
211
(a)
(b)
(c)
(d)
O material M9, representado nas Figuras 8.35 (b), (c) e (d), apresenta uma distribuio
irregular do elemento silcio. Notam-se regies de aglomerao deste elemento no material.
Analisando uma sobreposio das Figuras 8.35 (b) e 8.35 (c), observa-se que nestas regies
existe a presena quase que na sua totalidade do elemento silcio, evidenciando a presena da
fase quartzo.
212
(a)
(b)
(c)
(d)
As Figuras 8.36 (b), (c) e (d) apresentam os resultados da distribuio dos elementos
silcio, alumnio e ferro do material industrial. A distribuio do elemento silcio mostrou-se
bastante irregular, em comparao com a distribuio deste elemento nos demais materiais em
estudo. Observam-se regies de grande tamanho com elevada concentrao de silcio.
213
(a)
(b)
(c)
(d)
QUARTZO
TRIDIMITA
0,1 mm
0,1 mm
(a)
(b)
MULITA
QUARTZO
HEMATITA
0,1 mm
0,1 mm
(c)
(d)
C.
TRIDIMITA
215
0,1 mm
0,1 mm
(a)
(b)
QUARTZO
MULITA
HEMATITA
TRIDIMITA
0,1 mm
(c)
Figura 8.38 Fotomicrografias, em dois aumentos, do material M2 sinterizado a
o
1150 C.
216
0,1 mm
0,1 mm
(a)
(b)
HEMATITA
QUARTZO
MULITA
TRIDIMITA
0,1 mm
(c)
Figura 8.39 Fotomicrografias, em dois aumentos, do material M7 sinterizado a
1150o C.
217
0,1 mm
0,1 mm
(a)
(b)
Coalescncia
dos Opacos
0,1 mm
(c)
Figura 8.40 Fotomicrografias, em dois aumentos, do material M9 sinterizado a
1150oC.
As fotomicrografias do material industrial (MI), Figuras 8.41 (a), (b) e (c), apresentam
caractersticas muito diferentes das fotomicrografias dos materiais cermicos desenvolvidos
com a adio de cinza pesada de carvo mineral. A microestrutura irregular e os gros
218
0,1 mm
0,1 mm
(a)
(b)
QUARTZO
0,1 mm
(c)
Figura 8.41 Fotomicrografias, em dois aumentos, do material MI sinterizado a
1150o C.
219
CAPTULO IX CONCLUSES
O subproduto cinza pesada de carvo mineral mostrou ser uma atraente matria-prima
fonte de SiO2 e Al2O3 para a obteno de materiais cermicos.
2.
3.
4.
5.
7.
8.
9.
222
1.
2.
3.
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ICSD #29210
*data for ICSD #29210
CopyRight 2002 by Fachinformationszentrum Karlsruhe, and the U.S. Secretary of
Commerce on behalf of the United States. All rights reserved.
Coll Code 29210
Rec Date 1980/01/01
Mod Date 1999/01/19
Chem Name Silicon Oxide - Alpha
Structured Si O2
Sum
O2 Si1
ANX
AX2
Min Name Quartz low
D(calc) 2.66
Title
Die Kristallstruktur von Tiefquarz Si O2 und Aluminiumorthoarsenat Al
As O4
Author(s) Machatschki, F.
Reference Zeitschrift fuer Kristallographie, Kristallgeometrie, Kristallphysik, Kristallchemie
(-144,1977)
(1936), 94, 222-230
Unit Cell 4.9 4.9 5.4 90. 90. 120.
Vol
112.28
Z
3
Space Group P 32 2 1 S
SG Number 154
Cryst Sys trigonal/rhombohedral
Pearson hP9
Wyckoff c a
Red Cell P 4.9 4.9 5.4 90 90 119.999 112.284
Trans Red 1.000 0.000 0.000 / 0.000 1.000 0.000 / 0.000 0.000 1.000
Comments PDF 33-1161
No R value given in the paper.
At least one temperature factor missing in the paper.
Atom # OX SITE
x
y
z
SOF H
Si 1
+4
3a
0.469(3) 0
0
1.
0
O 1
-2
6c
0.403(6) 0.253(6) 0.122(6)
1.
0
*end for ICSD #29210
238
ICSD #174
*data for ICSD #174
CopyRight 2002 by Fachinformationszentrum Karlsruhe, and the U.S. Secretary of
Commerce on behalf of the United States. All rights reserved.
Coll Code 174
Rec Date 1980/01/01
Mod Date 2001/12/18
Chem Name Silicon Oxide
Structured Si O2
Sum
O2 Si1
ANX
AX2
Min Name Quartz low
D(calc) 2.65
Title
Refinement of the crystal structure of low-quartz
Author(s) le Page, Y.;Donnay, G.
Reference Acta Crystallographica B (24,1968-38,1982)
(1976), 32, 2456-2459
Silikaty
(1974), 18, 1-8
Unit Cell 4.9134 4.9134 5.4052 90. 90. 120.
Vol
113.01
Z
3
Space Group P 32 2 1 S
SG Number 154
Cryst Sys trigonal/rhombohedral
Pearson hP9
Wyckoff c a
R Value 0.0157
Red Cell P 4.913 4.913 5.405 90 90 119.999 113.007
Trans Red 1.000 0.000 0.000 / 0.000 1.000 0.000 / 0.000 0.000 1.000
Comments Cell from 2nd reference: 4.91304, 5.40463
PDF 46-1045
Atom # OX SITE
x
y
z
SOF H
Si 1
+4 3 a
0.46987(9) 0
0
1.
0
O 1
-2 6 c
0.4141(2) 0.2681(2) 0.1188(1) 1.
0
Lbl Type
U11
U22
U33
U12
U13
U23
Si1 Si4+ 0.0066(1) 0.0051(2) 0.0060(1) 0.00255(10) -.00015(5) -.0003(1)
O1 O2- 0.0156(4) 0.0115(3) 0.0119(3) 0.0092(3) -.0029(3) -.0046(2)
*end for ICSD #174
239
240
241
ICDS # 29343
*data for ICSD #29343
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Commerce on behalf of the United States. All rights reserved.
Coll Code 29343
Rec Date 1980/01/01
Mod Date 1999/01/19
Chem Name Silicon Oxide
Structured Si O2
Sum
O2 Si1
ANX
AX2
Min Name Tridymite 2H low
D(calc) 2.24
Title
A preliminary study of the crystal structure of low tridymite
Author(s) Fleming, J.E.;Lynton, H.
Reference Physics and Chemistry of Glasses
(1960), 1, 148-154
Unit Cell 5.01 5.01 8.18 90. 90. 120.
Vol
177.81
Z
4
Space Group P 63 2 2
SG Number 182
Cryst Sys hexagonal
Pearson hP12
Wyckoff g f c
R Value 0.167
Red Cell P 5.01 5.01 8.18 90 90 119.999 177.811
Trans Red 1.000 0.000 0.000 / 0.000 1.000 0.000 / 0.000 0.000 1.000
Comments PDF 18-1169, real cell has 6a, 6c
Calculated density unusual but tolerable.
At least one temperature factor missing in the paper.
Atom # OX SITE
x
y
z
SOF
H
Si 1
+4 4 f
0.3333
0.6667
0.47
1.
0
O 1
-2 2 c
0.3333
0.6667
0.25
1.
0
O 2
-2 6 g
0.425
0
0
1.
0
*end for ICSD #29343
242
243
ICSD #23726
*data for ICSD #23726
CopyRight 2002 by Fachinformationszentrum Karlsruhe, and the U.S. Secretary of
Commerce on behalf of the United States. All rights reserved.
Coll Code 23726
Rec Date 1980/01/01
Mod Date 1998/06/29
Chem Name Aluminium Silicon Oxide (2.35/.64/4.82)
Structured Al2.35 Si.64 O4.82
Sum
Al2.35 O4.82 Si0.64
ANX
A3X5
Min Name Mullite
D(calc) 3.14
Title
Refinement of the Crystal Structure of Mullite
Author(s) Durovic, S.
Reference Chemicke Zvesti
(1969), 23, 113-128
Unit Cell 7.566(5) 7.682(5) 2.884(2) 90. 90. 90.
Vol
167.62
Z
2
Space Group P b a m
SG Number 55
Cryst Sys orthorhombic
Pearson oP16
Wyckoff h4 g d a
R Value 0.113
Red Cell P 2.884 7.566 7.682 90 90 90 167.624
Trans Red 0.000 0.000 1.000 / 1.000 0.000 0.000 / 0.000 1.000 0.000
Comments PDF 15-776
Difference between the formula calculated from the PARM
record and the FORM record tolerable.
Calculated density unusual but tolerable.
The coordinates are those given in the paper but the atomic
distances do not agree with those calculated during
testing.The coordinates are probably correct.
Atom # OX SITE x
y
z
SOF
H
ITF(B)
Al 1 +3 2 a
0
0
0
1.
0
0.43
Al 2 +3 4 h
0.2380(4) 0.2945(4)
0.5
0.34 0
0.51
Al 3 +3 4 h
0.3512(1) 0.1590(1)
0.5
0.34 0
0.49
Si 1 +4 4 h
0.3512(1) 0.1590(1)
0.5
0.33 0
0.49
O 1 -2 4 g
0.3729(2) 0.2808(2)
0
1.
0
0.97
O 2 -2 4 h
0.1420(2) 0.0777(2)
0.5
1.
0
0.92
O 3 -2 2 d
0
0.5
0.5
0.41 0
1.4
O 4 -2 4 h
0.0509(11) 0.4482(9)
0.5
0.21 0
0.84
*end for ICSD #23726
244
245
ICSD #15840
*data for ICSD #15840
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Commerce on behalf of the United States. All rights reserved.
Coll Code 15840
Rec Date 1980/01/01
Mod Date 1999/06/02
Chem Name Iron(III) Oxide - Alpha
Structured Fe2 O3
Sum
Fe2 O3
ANX
A2X3
Min Name Hematite
D(calc) 5.25
Title
Refinement of the hematite structure
Author(s) Blake, R.L.;Hessevick, R.E.;Zoltai, T.;Finger, L.W.
Reference American Mineralogist
(1966), 51, 123-129
Unit Cell 5.038(2) 5.038 13.772(12) 90. 90. 120.
Vol
302.72
Z
6
Space Group R -3 c H
SG Number 167
Cryst Sys trigonal/rhombohedral
Pearson hR30
Wyckoff e c
R Value 0.0365
Red Cell RH 5.038 5.038 5.434 62.385 62.385 60 100.907
Trans Red 1.000 0.000 0.000 / 1.000 1.000 0.000 / 0.667 0.333 0.333
Comments PDF 33-664
Atom # OX SITE
x
y
z
SOF H
Fe 1 +3 12 c
0
0
0.35530(1) 1.
0
O 1 -2 18 e
0.3059(1) 0
0.25
1.
0
Lbl Type Beta11
Beta22
Beta33
Beta12
Beta13
Beta23
Fe1 Fe3+ 0.0080(1) 0.0080(1) 0.00029(2) 0.0040(1) 0
0
O1 O2- 0.0068(2) 0.0083(3) 0.00046(2) 0.0042(1) 0.00058(4) 0.0012(1)
*end for ICSD #15840
246
247
ICSD #20596
*data for ICSD #20596
CopyRight 2002 by Fachinformationszentrum Karlsruhe, and the U.S. Secretary of
Commerce on behalf of the United States. All rights reserved.
Coll Code 20596
Rec Date 1980/01/01
Mod Date 1998/06/29
Chem Name Iron Diiron(III) Oxide
Structured Fe3 O4
Sum
Fe3 O4
ANX
AB2X4
Min Name Magnetite
D(calc) 5.19
Title
The electron diffraction pattern investigation of Fe3 O4
Author(s) Dvorjankina, G.G.;Pinsker, Z.G.
Reference Doklady Akademii Nauk SSSR
(1960), 132, 110-113
Unit Cell 8.40(1) 8.40(1) 8.40(1) 90. 90. 90.
Vol
592.7
Z
8
Space Group F d -3 m Z
SG Number 227
Cryst Sys cubic
Pearson cF56
Wyckoff e d a
R Value 0.154
Red Cell F 5.939 5.939 5.939 59.999 59.999 59.999 148.176
Trans Red 0.500 0.500 0.000 / 0.000 0.500 0.500 / 0.500 0.000 0.500
Comments PDF 19-629
Electron diffraction (single crystal)
Atom # OX SITE
x
y
z
SOF H
ITF(B)
Fe 1 +3
8a
0.125
0.125
0.125
1.
0
0.3
Fe 2 +2.5 16 d
0.5
0.5
0.5
1.
0
0.3
O 1 -2
32 e
0.258(2) 0.258(2) 0.258(2) 1.
0
0.5
*end for ICSD #20596
248
250
251
252
253