Dureza Nace
Dureza Nace
Dureza Nace
o
d
a
s
m
d
i
a
s
UCI Leeb Hardness TIV
Figura 6.13 Diferenas das mdias de medidas por diferentes processos em relao s
medidas pelo processo Vickers.
Desvios Padro para Diferentes Posies de Medio (%)
0%
2%
4%
6%
8%
0 45 90 135 180
Poses de medio
D
e
s
v
i
o
s
p
a
d
r
o
(
%
)
Vickers UCI Leeb Hardness TIV
Figura 6.14 Desvios padro para diferentes posies de medio
6.2.3 Avaliao do desempenho de durmetros portteis em relao medio de dureza
na zona termicamente afetada de soldas
Os processos recomendados pelas normas Petrobras para qualificao de
procedimentos de soldagem so o Vickers e o de Microdureza. Ambos empregam durmetros
de bancada, o que facilita o posicionamento das indentaes segundo as recomendaes da
norma N 133.
As medies tanto nas faces laterais quanto nas externas e internas com o
emprego destes processos foram realizadas segundo as recomendaes desta norma, a menos
da distncia mnima das indentaes borda do corpo de prova, que foi de 1,5 mm.
Para os processos que empregam equipamentos portteis, as distncias das
indentaes s bordas das peas foram sempre maiores que 5 mm. Para estes processos h
54
certa dificuldade de posicionamento das indentaes em linha e no sentido transversal solda.
Os principais motivos so, em alguns casos, a dificuldade de visualizao clara da ZTA e as
dimenses reduzidas da mesma.
Para estes processos procurou-se seguir as recomendaes da norma NACE
MR 0175 2003 / ISO 15156 -1, que recomenda indentaes em linha, no sentido longitudinal
da ZTA e to prximas quanto possvel da Zona Fundida.
Mesmo assim ainda foi encontrada dificuldade de posicionamento das sondas,
pois a ZTA dos corpos-de-prova medidos tem dimenso entre 2 e 3 mm. Para todos os
equipamentos portteis foi necessria a verificao do posicionamento de cada indentao
aps a medio para garantia de que estas estavam localizadas em posies adequadas,
segundo as recomendaes das normas.
Para o processo Leeb Hardness o posicionamento da sonda no local correto
especialmente difcil, visto que a base de apoio encobre a regio onde ser realizada a
indentao (Figura 6.15). O fabricante do equipamento no recomenda a utilizao do mesmo
para a medio de dureza em zonas termicamente afetadas de soldas.
Figura 6.15 Sondas utilizadas para medies atravs do processo Leeb Hardness [33].
A avaliao de desempenho em relao aos valores medidos dificultada em
funo de alguns fatores. Entre eles est a impossibilidade de execuo das indentaes
segundo o mesmo critrio para todos os processos.
Teoricamente, a regio de maior dureza da ZTA a mais prxima da zona
fundida. Medindo-se da forma como est indicado na norma N 133, h maior probabilidade
de os valores das medies sejam decrescentes medida que as indentaes sejam feitas em
pontos mais distantes dessa regio. A probabilidade de se encontrar pontos mais duros
segundo as recomendaes da norma NACE maior. Essas dificuldades tornam a avaliao
subjetiva neste aspecto especfico de valores medidos por cada processo.
55
Para estes experimentos foram utilizados dois corpos-de-prova iguais,
conforme Figura 6.16. Foram realizadas medies com todos os processos empregados neste
trabalho nas faces laterais (sees transversais das soldas) e nas faces superior e inferior
(partes externas das soldas).
Figura 6.16 Corpo-de-prova utilizado para medies de dureza nas regies de soldas
Os grficos mostrados nas Figuras 6.17 e 6.18 mostram os resultados medidos
atravs de cada processo empregado nos ensaios, comparados aos medidos pelo processo
Vickers. Nessas Figuras constam os grficos que ilustram o desempenho de cada
equipamento. Para os processos Vickers HV5 e o processo de microdureza, as indentaes
foram realizadas transversalmente ao cordo de solda (segundo recomendao da norma
N133). Para os processos que utilizam equipamentos portteis, as medies na ZTA foram
realizadas na direo paralela linha de fuso da solda.
56
Figura 6.17 Medies realizadas na face superior do corpo de prova
A Figura 6.17 relativa a medies realizadas na face superior do corpo de
prova simulando a condio de medio em campo. A Figura 6.18 referente a medies
realizadas na face lateral dos corpos-de-prova - simulando as medies realizadas em
qualificaes de procedimentos de soldagem.
Foi observado atravs da realizao dos ensaios que o comportamento do
processo de microdureza o que mais se aproxima do processo de referncia. Isto se deve
adoo do mesmo critrio para o posicionamento das indentaes pelo fato de ambos os
processos utilizarem equipamentos de bancada. Outro ponto observado foi que a definio da
ZTA mais clara na seo transversal da solda, o que facilitou o posicionamento das
indentaes de todos os processos.
De forma geral, em relao aos valores de dureza medidos na ZTA pelos
diferentes processos, pode-se afirmar que nenhum processo teve desempenho diferenciado
dos demais, positiva ou negativamente.
M edies M B, ZTA, M S - CP 11 - Superior
120
170
220
270
320
1 3 5 7 9
1
1
1
3
1
5
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 Microdureza HV1
M edies M B, ZTA, M S - CP 11 - Superior
120
220
320
1 3 5 7 9
1
1
1
3
1
5
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 UCI 49N
M edies M B, ZTA, M S - CP 11 - Superior
120
170
220
270
320
1 3 5 7 9
1
1
1
3
1
5
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 LEEB
Medies MB, ZTA, MS - CP 11 - Superior
120
220
320
1 3 5 7 9
1
1
1
3
1
5
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 TIV
57
Figura 6.18 Medies realizadas na face lateral do corpo de prova
Um dos aspectos importantes para a avaliao da adequao dos processos de
medio de dureza nas regies de solda a dimenso das indentaes produzidas pelas
medies.
Na Tabela 6.7 so apresentados alguns valores de diagonais mdias medidos
nos experimentos realizados para diferentes processos. Os valores apresentados nas colunas
da esquerda referem-se regio de metal de base e os das colunas da direita ZTA. Pode-se
notar que os valores de dureza so diferentes para um mesmo processo e para diferentes
processos. Para permitir uma noo de ordem de grandeza das dimenses, os valores so
apresentados com arredondamento de 0,05 mm.
Atravs da anlise da Tabela 4.7 percebe-se que, para as faixas de dureza
testadas, os processos mais sensveis s variaes de dureza em relao ao tamanho da
diagonal so o Vickers, Leeb Hardness e TIV.
Percebe-se tambm que, para dureza na faixa de 150 HV, os processos UCI e
TIV apresentam tamanhos de indentaes prximos. Como a dureza da zona termicamente
afetada no constante, os valores medidos nessa regio apresentam faixas maiores de
disperso.
Para durezas na faixa de aproximadamente 220 a 240 HV, o processo TIV
apresenta diagonais em uma faixa intermediria entre as obtidas pelos os processos de
microdureza e Vickers. Para o processo de microdureza, a ordem de grandeza das medidas,
Medies MB, ZTA, MS - CP 11 - lateral 1
120
220
320
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 UCI 49N
Medies MB, ZTA, MS - CP 11 - lateral 1
120
220
320
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 Microdureza HV1
Medies MB, ZTA, MS - CP 11 - lateral 1
120
220
320
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 LEEB
Medies MB, ZTA, MS - CP 11 - lateral 1
120
220
320
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Pontos de medio
D
u
r
e
z
a
V
i
c
k
e
r
s
Vickers HV5 TIV
58
com o critrio de arredondamento empregado, no alterada com a variao de dureza nas
faixas testadas. O processo Leeb Hardness foi o que apresentou as maiores indentaes.
Tabela 6.7 Valores aproximados de diagonais medidas nos experimentos
Os valores medidos nos experimentos so prximos aos tericos para o
processo Vickers. Aplicando-se a frmula apresentada na norma ASTM E 92 03 para os
processos UCI, microdureza e TIV (que utilizam o mesmo indentador e a mesma carga)
verificou-se que para o processo TIV a diferena apresentada da ordem de 30 HV para
valores prximos a 150 HV e de 40 HV para a valores prximos a 230 HV. Para os processos
de Microdureza e UCI, os valores medidos foram bastante prximos aos tericos - menores
que 1HV para Microdureza e menores que 5 HV para UCI.
A Tabela 6.8 mostra as distncias mnimas recomendadas entre indentaes e
destas s bordas das peas para os processos empregados nos experimentos deste trabalho.
Tabela 6.8 Distncias mnimas recomendadas para indentaes segundo normas.
Vickers
HV5
Micro
dureza
HV 1
UCI
50N
Leeb
D
TIV 50N
Distncias mnimas entre indentaes
e destas s bordas das peas
(recomendaes das normas)
2,5*d
centro/
borda
2,5*d
centro/
borda
3*d
centro/
borda
3*d
borda/
borda
-
HV
d med
(mm)
HV
d med
(mm)
153 0,25 222 0,20
150 0,25 219 0,20
Vickers HV 5
142 0,25 220 0,20
183 0,10 231 0,10
173 0,10 263 0,10
Microdureza HV 1
175 0,10 292 0,10
142 0,20 266 0,20
136 0,20 265 0,20
UCI 50N
133 0,20 275 0,20
149 0,60 254 0,50
140 0,60 267 0,50
Leeb D
138 0,60 239 0,50
149 0,20 234 0,15
153 0,20 237 0,15
TIV 50N
157 0,20 215 0,15
59
Como os valores medidos nos experimentos so na sua maioria menores que os
tericos, pela segurana recomendvel a utilizao dos valores tericos, quando possvel,
para estimar as distncias mnimas recomendveis para indentaes das bordas das peas e
entre indentaes (Tabela 6.9). As recomendaes apresentadas para todos os processos que
empregam o princpio Vickers utilizam os valores tericos das diagonais deste como
referncia.
Tabela 6.9 Estimativa para distncias mnimas recomendadas para indentaes.
Faixas
de
dureza
Vickers
HV5
Micro
dureza
HV 1
UCI
50N
Leeb
D*
TIV
50N
150 HV 0,62 0,62 0,62 1,8 0,62
Indentao / borda da pea e
Indentao / indentao
(mm)
250 HV 0,48 0,48 0,48 1,5 0,48
* Utilizado o valor medido nos ensaios para o clculo das distncias
Deve ser observado que para o processo Leeb Hardness, a determinao das
distncias mnimas entre bordas e para os demais entre borda e centro das indentaes.
60
7. CONSIDERAES FINAIS
7.1 Consideraes sobre os resultados relativos aos principais aspectos abordados no
trabalho
A proposta inicial deste trabalho foi de que o estabelecimento de critrios para
aceitao de medies de dureza realizadas com equipamentos portteis seja baseado em trs
aspectos principais (conforme item 5.1):
1. Estabelecer requisitos e recomendaes que, na medida do possvel, no apresentem
conflitos com requisitos e recomendaes de normas Petrobras e normas externas
vigentes na companhia;
2. Adequao dos processos de medio em relao aplicao em diferentes regies
das peas, corpos-de-prova e equipamentos (metal base, ZTA e zona fundida de
regies soldadas);
3. Avaliao de caractersticas tcnicas e de desempenho para diferentes equipamentos e
princpios de medio.
A seguir so apresentadas consideraes sobre os pontos mais relevantes
observados ao longo da realizao do trabalho em relao aos aspectos descritos acima.
A maioria dos textos encontrados sobre o assunto com enfoque similar ao deste
trabalho est em artigos de fabricantes de equipamentos, em normas e cdigos de projeto. Os
primeiros no sentido de otimizar a utilizao dos equipamentos que fabricam e os ltimos na
regulamentao dos procedimentos e requisitos tcnicos. Os textos encontrados na literatura
so, de modo geral, similares aos das normas.
A seleo das normas e cdigos de projeto, utilizadas como fontes para a
compilao e avaliao das informaes, foi realizada em funo da aplicao dos mesmos na
rotina de trabalho da companhia. Buscou-se atravs dessa seleo, uma quantidade
representativa de fontes, de modo que o levantamento e a organizao das mesmas pudesse
trazer informaes importantes no sentido de auxiliar satisfatoriamente no alcance dos
objetivos propostos.
De modo geral as informaes so coerentes e complementares. Entretanto,
foram encontrados alguns pontos cujas recomendaes de diferentes fontes para aspectos
semelhantes apresentam variaes e, em alguns casos, at conflitos.
61
Em relao a critrios de aprovao para durezas em equipamentos sujeitos a
H
2
e H
2
S, verificou-se que as normas Petrobras so mais conservativas que a norma
internacional que referncia para a indstria do petrleo (NACE MR0175 - ISO 15156-
2001). Esse fato pesa positivamente no sentido de aceitao de medies realizadas em
campo.
Os catlogos de fabricantes e as normas consultadas, quando se referem
preciso dos equipamentos, fazem algumas advertncias. De modo geral, as observaes so
no sentido de que medies realizadas em materiais no homogneos e, no caso dos
equipamentos portteis, sem apoio de dispositivos de fixao das sondas, podem ter a
disperso de resultados aumentada. Essas duas situaes so tpicas na aplicao prtica em
inspees de fabricao e de campo.
Os resultados dos experimentos realizados confirmam as observaes das
normas. Para todos os experimentos, os equipamentos portteis apresentaram maiores desvios
padro que os de bancada.
Mas os aspectos para os quais foram encontradas maiores diferenas de
recomendaes foram o posicionamento, nmero e distncia entre indentaes e destas para
as bordas das peas. Verificou-se que algumas normas e cdigos de projeto abordam de modo
diverso esses aspectos.
Enquanto algumas fontes consultadas recomendam o posicionamento das
indentaes distribudas pela regio de anlise, incluindo metal de base, metal de solda e
ZTA, outras recomendam indentaes em linha, no sentido transversal solda. Algumas
especificam distncias entre indentaes e destas a determinadas regies. Outras remetem
essas questes s normas especficas dos processos de medies de dureza empregados.
As normas Petrobras recomendam indentaes em linha e estabelecem
distanciamento destas s bordas e da zona fundida. O cdigo ASME recomenda medies em
linha e distncias mnimas entre indentaes, mas ressalta que estas podem ser feitas em
ngulos se for necessrio para que as distncias mnimas sejam respeitadas. A norma NACE
recomenda posies distribudas das indentaes na ZTA, to prximas quanto possvel da
zona fundida.
sabido que a zona de maior dureza das soldas a regio mais prxima da
zona fundida, conhecida como zona de granulao grosseira. Sendo assim, se o objetivo da
medio avaliar o perfil de dureza da ZTA, as indentaes em linha so mais adequadas.
Se, no entanto, o objetivo das medies a deteco da dureza mxima de uma
determinada regio da pea a ser avaliada, a recomendao de vrios pontos ao longo do
62
cordo ou do perfil, to prximos quanto possvel da zona fundida mais adequada. Nos
casos de medies de dureza com equipamentos portteis essa segunda hiptese se enquadra
melhor.
O distanciamento mnimo entre as indentaes deve respeitar as normas
especficas relativas a cada princpio de medio utilizado. Em relao a esse aspecto, deve
ser levada em considerao tambm a largura da ZTA, que depende de vrios fatores como ao
material e dimenses das peas, processo de soldagem e parmetros utilizados.
Outra questo relevante sobre a medio de dureza na ZTA a aplicao de
determinados processos para essa funo. A maioria das fontes consultadas recomenda a
aplicao do processo Vickers com cargas baixas (5 e 10 kgf), o que proporciona indentaes
pequenas o suficiente para deteco da dureza na zona de granulao grosseira.
O processo de microdureza tambm atende aos requisitos em relao a este
aspecto. A norma Petrobras N1706 recomenda este processo para a qualificao do
procedimento de soldagem. Entretanto, na prtica, h controvrsias a respeito da aplicao
desse processo. As verses mais antigas da norma NACE MR 0175 no recomendam a
utilizao deste processo. A verso mais recente alerta que este processo pode ser empregado
com alguns cuidados. A norma ISO 9015-2 prev e regulamenta a avaliao de regies de
solda com a utilizao deste processo.
Essa norma no foi considerada na fase de levantamento de dados por no ser
citada nas normas usualmente empregadas na companhia. A recomendao de
posicionamento e de distncias dessa norma referentes as indentaes diferente das
recomendadas pela norma Petrobras.
Os ensaios realizados com o processo de microdureza neste trabalho no
possibilitaram a avaliao de forma adequada da validade ou no da utilizao desse processo
para medies de dureza na ZTA de soldas.
O levantamento de dados evidenciou o fato de que o princpio do rebote no
adequado para a realizao de testes de dureza em zonas termicamente afetadas de soldas. Os
experimentos realizados com equipamento que emprega o processo Leeb Hardness
reforaram essa constatao.
Em nenhuma fonte consultada foi encontrada recomendao da utilizao deste
princpio de medio para esse fim, havendo inclusive indicaes do fabricante de que no
recomendvel. A argumentao encontrada em artigos tcnicos de fabricantes baseada no
fato de que as indentaes so tipicamente maiores que as dimenses da zona de gros
grosseiros da ZTA, que a regio crtica de avaliao. Sendo assim, esses equipamentos
63
podem apresentar medies com valores menores que os mximos apresentados em
determinados pontos.
A avaliao do desempenho referente a repetitividade e exatido de diferentes
processos de medio mostrou que as diferenas em relao ao processo de referncia
(Vickers HV5) so pequenas para os equipamentos portteis: diferena mxima em relao ao
desvio padro de 1,17% (UCI) e de 3,33% (Leeb Hardness) em relao exatido.
Os resultados obtidos pela aplicao do processo de microdureza apresentaram
desvios maiores: 1,74% de diferena para o desvio padro e 8,86% em relao exatido.
Para todas as medies realizadas fora da ZTA, os resultados apresentados por esse processo
foram maiores que para os demais. Entretanto, na calibrao com blocos padro, os resultados
foram satisfatrios. Uma explicao provvel para essa diferena a qualidade da superfcie
dos corpos-de-prova utilizados, que no era de superfcie polida.
Para os testes realizados na barra, foram percebidas pioras no desempenho
justamente para os processos que fazem restries em relao a massas mnimas das peas
testadas. O processo UCI teve piora no desvio padro de 4,52% (resultado dos corpos-de-
prova da junta soldada) para 7,34% e o processo Leeb de 3,53% para 9,63%. Para os demais
processos, de modo geral, houve melhora no desempenho.
Neste trabalho foi tambm avaliado o desempenho dos processos que
empregam equipamentos portteis em relao a diferentes posies de medio. A ordem de
grandeza das diferenas destes equipamentos para os resultados do processo de referncia
(pelo qual os corpos-de-prova foram medidos somente na posio horizontal) no foi alterada
significativamente. No foi detectada tambm nenhuma tendncia significativa em relao a
qualquer posio de medio.
Em relao exatido, o pior desempenho foi do processo Leeb, com diferena
mdia para todas as posies de 3,82%. Para o desvio padro, o pior desempenho foi para o
processo UCI, que teve mdia de 5,7%, tambm consideradas todas as posies de medio.
Esse fato se deve provavelmente ao tipo de sonda empregada por esse processo, que no
permite nenhum apoio para a realizao da indentao.
Nos pr-testes, as medies realizadas com o equipamento TIV apresentaram
erros sistemticos da ordem de 20 pontos de dureza para as regies de metal base. A causa do
problema foi a formao de uma sombra nas bordas das indentaes, devidas deformao
do material de teste. A soluo recomendada pelo fabricante foi o ajuste manual da linha que
delimita a indentao para cada medio.
64
7.2 Sugestes de critrios para aceitao de medies de dureza com equipamentos
portteis nas regies de soldas
1) Os processos que utilizam o mtodo do rebote (Leeb Hardness) e o processo
tipo Poldi no devem ser aceitos para medies de dureza nas zonas
termicamente afetadas de soldas;
2) Para todos os processos de medio deve ser exigida a comprovao de
conhecimento tcnico e habilidade dos operadores, visto que a preciso dos
resultados depende em parte da operao dos equipamentos;
3) No h restries em relao a medies em posies diferentes da
horizontal para os equipamentos portteis avaliados neste trabalho. Entretanto,
para os modelos diferentes destes, deve ser comprovada a eficincia em relao
a este aspecto. Caso no tenham sistemas de compensao automticos, devem
utilizar fatores de correo de acordo com normas especficas;
4) O posicionamento das indentaes dentro da zona termicamente afetada
deve ser especificado de modo a favorecer a deteco de valores mximos de
dureza, ou seja, to prximos da linha de fuso quanto possvel e no
necessariamente em linha reta.
5) A distncia mnima entre as indentaes e destas s bordas das peas
testadas devem respeitar as recomendaes das normas referentes aos
princpios de medio empregados em cada caso. Devem ser observadas a
faixa de dureza e as dimenses de cada regio a ser medida.
6) As recomendaes das normas relativas a massas e espessuras mnimas das
peas a serem avaliadas, fixao e qualidade da superfcie para cada processo
de medio devem ser respeitadas.
65
8. CONCLUSES
O objetivo principal do trabalho foi atingido. A realizao do levantamento de
informaes e os experimentos realizados forneceram subsdios suficientes para a sugesto de
critrios para a aceitao de medies de dureza com equipamentos portteis.
O levantamento de informaes, que serviu como base para a realizao do
trabalho, possibilitou a compilao de informaes relevantes para consulta dentro da
companhia. Esse levantamento foi til tambm para identificar pontos conflitantes entre
normas internas e externas. A anlise destes pontos serve como base para sugestes de
melhorias nas normas da companhia.
A realizao dos experimentos permitiu, alm da avaliao dos desempenhos dos
equipamentos, a constatao da necessidade de treinamento adequado para a utilizao dos
mesmos. Tambm permitiu avaliar a importncia do conhecimento tcnico.
Pelo fato de as medies em campo estarem sujeitas a fatores no presentes em
laboratrio, necessrio que o operador detecte prontamente as causas de possveis variaes
nos resultados ligadas a desvios de procedimentos, falhas ou danos no equipamento.
Este trabalho contribui para o desenvolvimento do conhecimento na rea de
ensaios de dureza, visto que apresenta uma compilao de informaes de diversas fontes,
algumas reconhecidas internacionalmente.
A realizao dos ensaios foi limitada por motivos tcnicos, cronolgicos e
logsticos. Para a o refinamento de critrios de aceitao de medies de dureza realizadas
atravs de equipamentos portteis e para a definio de novos critrios necessria a
realizao de um trabalho mais extenso, tanto de reviso de fontes de consulta quanto de
realizao de experimentos.
66
9. SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS
- Reviso e aprofundamento no levantamento de informaes realizado a respeito dos
processos de dureza portteis ou no;
- Realizao de experimentos com equipamentos de diferentes fabricantes e diferentes
princpios de medio visando a complementao das informaes apresentadas
neste trabalho;
-Tratamento estatstico dos dados levantados nos experimentos realizados neste
trabalho;
- Montagem de planilhas eletrnicas que permitam a organizao e a consulta das
informaes de interesse, com acesso a hiperlinks onde possam ser visualizados
esquemas explicativos, imagens ou filmes. Esse material poder ser utilizado para
treinamento.
67
REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
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Evaluation, 9. ed. Ohio: Metals Park, 2000..
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Mechanical Engineers - 2007
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Steel Products1
[6] ASTM A 515/A 515M 03 (Reapproved 2007) - Standard Specification for Pressure
Vessel Plates, Carbon Steel, for Intermediate- and Higher-Temperature Service
[7] ASTM A 516/A 516M 06 - Standard Specification for Pressure Vessel Plates, Carbon
Steel, for Moderate- and Lower-Temperature Service
[8] ASTM A 833-08a - Standard Practice for Indentation Hardness of Metallic Materials by
Comparison Hardness Testers
[9] ASTM A 956-O6 - Standard Test Method for Leeb Hardness Testing of Steel Products
[10] ASTM A 1038-08 - Standard Practice for Portable Hardness Testing by the Ultrasonic
Contact Impedance Method
[11] ASTM E92-82 (Reapproved. 03) - Standard Test Method for Vickers Hardness of
Metallic Materials
[12] ASTM E140-07 - Standard Hardness Conversion Tables for Metals Relationship Among
Brinell Hardness, Vickers Hardness, Rockwell Hardness, Superficial Hardness, Knoop
Hardness, and Scleroscope Hardness
[13] ASTM E 10-07a - Standard Test Method for Brinell Hardness of Metallic Materials
[14] ASTM E 1808a - Standard Test Methods for Rockwell Hardness of Metallic Materials
[15] ASTM E 103 84 (Reapproved 2002) - Standard Test Method for Rapid Indentation
Hardness Testing of Metallic Materials
68
[16] ASTM E 110 82 (Reapproved 2002) - Standard Test Method for Indentation Hardness
of Metallic Materials by Portable Hardness Testers.
[17] ASTM E 384 08a - Standard Test Method for Microindentation Hardness of Materials.
[18] ASTM E 448 82 (Reapproved 2002) - Standard Practice for Scleroscope Hardness
Testing of Metallic Materials.
[19] Chiaverini, V - Tecnologia Mecnica Estrutura e Propriedades das Ligas Metlicas
2. Ed. So Paulo Ed. Pearson Education do Brasil, 1986
[20] Marques, P. V., Modenesi, P.J., Bracarense, A. Q. Soldagem Fundamentos e
Tecnologia Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2005
[21] Modenesi, P. J., Marques, P.V., Santos, D. B. - Introduo Metalurgia da Soldagem
Universidade Federal de Minas Gerais -Departamento de Engenharia Metalrgica e de
Materiais (apostila- Belo Horizonte, maio de 2006)
[22] Montgomery, D. Design and Analysis of Experiments - Arizona State University, 6th
Edition, 2005.
[23] NACE Standard MR0103-2007 - Standard Material Requirements Materials Resistant
to Sulfide Stress Cracking in Corrosive Petroleum Refining Environments
[24] NACE MR0l75/ISO 15156:2001_2003 - Petroleum and natural gas industries -
Materials for use in H2S-containing environments in oil and gas production
Part 1: General principles for selection of cracking-resistant materials
Part 2: Cracking-resistant carbon and low alloy
steels, and the use of cast irons
Part 3: Cracking-resistant CRAs (corrosion-resistant alloys) and other alloys
[25] NACE SP0472-2008 - Methods and Controls to Prevent In-Service Environmental
Cracking of Carbon Steel Weldments in Corrosive Petroleum Refining Environments
[26] Norma PETROBRAS - N-133 REV. J JUL / 2005 - Soldagem
[27] Norma PETROBRAS - N-268 REV. F MAI / 2006 Fabricao de Vasos de Presso
[28] Norma PETROBRAS - N-269 REV. E MAI / 2006 Montagem de Vasos de Presso
[29] Norma PETROBRAS - N-1704 REV. C SET / 2007 Requisitos adicionais para
Vasos de Presso em Servio com Hidrognio
[30] Norma PETROBRAS - N-1706 REV. C MAI / 2007 Projeto de Vasos de Presso
para Servio com H
2
S
[31] Sommer, J. - The Possibilities of Mobile Hardness Testing. Krautkrmer GmbH &
Co, hrth, Germany
[32] Frank, S. TIV (ThroughIndenter Viewing) New Possibilities of Mobile Hardness
Testing Agfa NDT GmbH, RobertBosch Strae 3, D50354 Hrth German|
69
[33] Frank, S. GE Inspection Technologies - Mobile Hardness Testing Application Guide
for Hardness Testers - General Electric Company, 2005.
[34] National Institute of Standards and Technology - Materials Science and Enginnering
Laboratory. Disponvel em: < http://www.nist.gov>. Acesso em 28 janeiro 2009.
[35] NDTS ndia - Disponvel em: <http://www.ndts.co.in> . Acesso em 28 janeiro 2009.
[36] NDT Database & e-Journal of Nondestructive Testing Nondestructive Testing
Activities, Needs and Trends in the Automotive Industry - G. Mozurkewich. Disponvel em:
<http://www.ndt.net>. Acesso em 28 janeiro 2009.
[37] NDT Database & e-Journal of Nondestructive Testing Multiple NDT Methods in the
Automotive Industry - P. Buschke, W.Roye, T. Dahmen. Disponvel em: <http://www.ndt.net> .
Acesso em 28 janeiro 2009
[38] The Welding Institute - Disponvel em: <http://www.twi.co.uk> . Acesso em 29 janeiro
2009
[39] GE Sensing & Inspection Technologies Hardness Testing - Disponvel em:
< http://www.geinspectiontechnologies.com> . Acesso em 29 janeiro 2009
[40] Surface Engineering Frum Hardness Testing Disponvel em:
<http://www.gordonengland.co.uk> Acesso em 29 janeiro 2009
70
ANEXO I
Equipamentos utilizados
Durmetro de bancada EMCOTEST
- Modelo: M4U 075;
- Faixa de carga (N): 49 7355;
- Capacidade vertical - pea (mm): 160;
- Capacidade em peso (kg): 160;
- Aumento: at 320 x;
- Processos de medio de dureza:
- Brinell: EN ISO 6506 / ASTM E10;
- Vickers: EN ISO 6507 / ASTM E92 ;
- Rockwell: EN ISO 6508 / ASTM E18;
Microdurmetro BUEHLER
- Modelo: MICROMET 5103;
- Faixa de carga (gf): 10 1000 (10 gf, 25 gf, 50 gf, 100 gf, 200 gf, 300 gf, 500 gf, 1000 gf);
- Aumento: 10x e 50x;
- Calibrao: ASTM E 384-99;
- Resoluo de medio: 0,01 m;
- Curso da mesa: 25 mm
- Resoluo de leitura do deslocamento da mesa: 1 m;
Durmetro porttil GE
- Modelo: MIC 20
- Tcnicas de medio: Ultrasonic Contact Impedance (UCI); Leeb Hardness
- Faixas de medio/ converses: (UCI): 20-1740 HV / 76-618 HB / 41-105 HRB /20.3-68.0
HRC / 255-2180 N/mm
- Faixas de medio/ converses: (LEEB): 150-1000 HL / 75-1000 HV / 75-700 HB / 30-100
HS / 35-100 HRB / 19-70 HRC /250-2200 N/mm
- Converso automtica de acordo com DIN 50150, ASTM E 140
71
Durmetro porttil GE
- Modelo: TIV
- Tcnica de medio: Through Indenter Viewing
- Faixas de medio/ converses: Para sonda TIV 105: aprox. 100 HV 1000 HV,
Para sonda TIV 101: aprox. 30 HV 500 HV
- Escalas de converso e resoluo: HV (1.0); HB (1.0); HS (1.0/0.5/0.1); HRC (1.0/0.5/0.1);
HRB (1.0/0.5/0.1); N/mm (5.0)
- Converso automtica de acordo com DIN 50150, ASTM E140