1) O documento discute o uso da rede social Facebook como uma ferramenta para a formação continuada de professores.
2) Uma pesquisa qualitativa envolveu 18 professores que participaram de um curso na PUCPR que usou um grupo no Facebook para discussões e debates.
3) Os resultados mostraram que os professores passaram por diferentes níveis de engajamento, desde apenas acessar o grupo até participações mais aprofundadas, à medida que superaram preconceitos sobre o uso educacional do Facebook.
1) O documento discute o uso da rede social Facebook como uma ferramenta para a formação continuada de professores.
2) Uma pesquisa qualitativa envolveu 18 professores que participaram de um curso na PUCPR que usou um grupo no Facebook para discussões e debates.
3) Os resultados mostraram que os professores passaram por diferentes níveis de engajamento, desde apenas acessar o grupo até participações mais aprofundadas, à medida que superaram preconceitos sobre o uso educacional do Facebook.
1) O documento discute o uso da rede social Facebook como uma ferramenta para a formação continuada de professores.
2) Uma pesquisa qualitativa envolveu 18 professores que participaram de um curso na PUCPR que usou um grupo no Facebook para discussões e debates.
3) Os resultados mostraram que os professores passaram por diferentes níveis de engajamento, desde apenas acessar o grupo até participações mais aprofundadas, à medida que superaram preconceitos sobre o uso educacional do Facebook.
1) O documento discute o uso da rede social Facebook como uma ferramenta para a formação continuada de professores.
2) Uma pesquisa qualitativa envolveu 18 professores que participaram de um curso na PUCPR que usou um grupo no Facebook para discussões e debates.
3) Os resultados mostraram que os professores passaram por diferentes níveis de engajamento, desde apenas acessar o grupo até participações mais aprofundadas, à medida que superaram preconceitos sobre o uso educacional do Facebook.
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME
ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013
DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 A REDE SOCIAL FACEBOOK NA FORMAO CONTINUADA DE PROFESSORES: UMA POSSIBILIDADE CONCRETA
FACEBOOK SOCIAL NETWORK IN CONTINUING EDUCATION TEACHER: A CONCRETE POSSIBILITY
FERREIRA, Jacques de Lima [email protected] Pontifcia Universidade Catlica do Paran
MACHADO, Mrcia Freire Rocha Cordeiro [email protected] Pontifcia Universidade Catlica do Paran
ROMANOWSKI, Joana Paulin [email protected] Pontifcia Universidade Catlica do Paran
RESUMO Este artigo apresenta uma pesquisa de abordagem qualitativa do tipo descritiva que envolveu dezoito professores que atuam em diferentes nveis de ensino que frequentaram a disciplina Formao de Professores - Processos e Profissionalizao Docente da Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR) realizada no segundo semestre de 2012 como uma formao continuada universitria. O objetivo da investigao foi examinar a interao de professores na rede social facebook desenvolvida em uma disciplina de curso de formao continuada em nvel de ps-graduao stricto sensu indicando os nveis dessa interao. A disciplina toma como ponto de partida a prtica dos participantes quanto aos seus prprios processos de formao, considerando trs nveis de abordagem, a saber: descrio e problematizao dessa prtica, interpretao e compreenso como prope Martins (1998). A discusso e a reflexo deste artigo encontram-se pautadas na temtica do seminrio que apresentou como proposta: As tecnologias da informao e comunicao na formao de professores. A realizao do seminrio seguiu os encaminhamentos de Severino (2010), roteiro didtico, interpretativo e de questes. Para o desenvolvimento dessas fases foi criado um grupo fechado no Facebook denominado: Formao de professores, ambientao dos participantes no grupo como ambiente para os estudos e debates. Nas discusses e reflexes realizadas foram considerados os comentrios dos ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 551
participantes e as interaes ocorridas, em que se verifica um primeiro nvel de acesso ao espao sem interao, um segundo nvel de participaes restritas para posterior ampliao e aprofundamento. Nesse processo se inclui despir-se de preconceitos em relao rede social Facebook e reconhecer que essa interface pode se tornar uma possibilidade para construir e fomentar novas prticas inovadoras de aprendizagem num processo de ensinar e aprender, alm de ampliao do compromisso poltico, social e tico. PALAVRAS-CHAVE: Formao Continuada. Redes Sociais. Facebook. Formao de Professores.
ABSTRACT This article presents a qualitative study that involved a descriptive eighteen teachers working in different educational levels who attended the discipline Teacher - Processes and Professional Lecturer at the Catholic University of Paran (PUCPR) held in the second half of 2012 as a form of continuing education university. The aim of the research was to examine the interaction of teachers in the social network facebook developed into a discipline of continuous training course at post-graduate levels indicating the strict sense of this interaction. The course takes as its starting point the practice of the participants regarding their own training processes, considering three levels of approach namely: description and questioning this practice, interpretation and understanding as proposed by Martins. The discussion and reflection this article are guided by the theme of the seminar which presented as a proposal: The information and communication technologies in teacher education. The seminar followed the referrals Severino (2010), didactic script, questions script and interpretive. For the development of these phases has created a closed group on Facebook called: Teacher training, the participants in the group setting as environment for studies and debates. In discussions and reflections were considered the comments made by the participants and the interactions occurring, where there is a first level of access to space without interaction, a second level of restricted shares for further expansion and deepening. In this case falls undress themselves of preconception in relation to the social network Facebook and recognize that this interface can become an opportunity to build and foster new innovative learning practices in teaching and learning process, in addition to expanding the political, social and ethical commitment. KEYWORDS: Continuing Education. Social Networks. Facebook. Teacher Education.
INTRODUO
Vivemos um momento mpar na educao brasileira em que a formao de professores est na agenda de prioridades das polticas pblicas, bem como nos projetos pedaggicos institucionais. Alm disso, O processo de globalizao e o avano da cincia e do conhecimento provocaram mudanas paradigmticas na sociedade e, por conseguinte, na educao (BEHRENS, 2006, p. 14), o que implica em novos desafios para os processos de formao e prtica docente. Considerando ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 552
esse contexto, a anlise realizada pondera sobre a fragmentao e a desarticulao do processo de formao dos professores (MARTINS; ROMANOWSKI, 2010). Outro aspecto a examinar, reporta-se ao desenvolvimento acelerado das Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs), que na sociedade contempornea desenvolveram formas surpreendentes de armazenar, recuperar e disseminar o conhecimento. Esse novo modo de sistematizao do conhecimento produz rpidas alteraes no cenrio educacional, de magnitudes ainda pouco conhecidas, que necessitam ser analisadas e discutidas. Entretanto, isso requer reflexo sobre os conceitos das prticas educativas e de tecnologia, entendidos integrados na construo do conhecimento, na democratizao do saber e, por conseguinte, no desenvolvimento da cidadania, como apontam Marcelo e Vailant (2012) dentre outros autores. Contudo, a educao abre-se progressivamente para a utilizao das TICs em seu contexto pedaggico. Behrens et al. (2007, p.02) afirma que:
[...] longe de ser uma mudana tranquila de procedimentos didticos e de opo crtica pela utilizao da tecnologia, trata-se de um movimento de mudana paradigmtica que so permeadas por questes que exigem um processo de investigao e reflexo aprofundado. Assim, os docentes necessitam agir de maneira reflexiva para no adotarem recursos de forma acrtica, descontextualizada dos meios e da repercusso social, econmica, poltica e cultural no qual esto inseridos.
Essa insero das TICs ao mudar a organizao e sistematizao do conhecimento interage com os modelos educacionais, como prope Levy (1999) ao considerar a cibercultura, em que a lgica comunicacional favorece as redes hipertextuais e comunicao em tempo real e em rede. A interao ocorre pela multiplicidade de direcionamento, pois so muitos os modos de relao entre os sujeitos no meio virtual. Essa diversidade causa novas formas de dilogo sem a presena fsica dos sujeitos, ou seja, virtual e imaterial possibilitando novos direcionamentos dos modelos educacionais. Um novo modo de organizar o processo educativo, de encarar o aluno, o professor e o conhecimento se estabelece nesse movimento. Frente a esse contexto, a escola e, em especial, os professores so desafiados quanto aos conceitos sobre a aprendizagem do aluno, quanto s possibilidades e limitaes. Um dos principais desafios direciona-se para a prtica ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 553
docente, pois o ensino dever contribuir com os aprendizes de modo que eles passem a aprender a aprender. Assim, a integrao crescente entre mente e mquina altera fundamentalmente os modos pelo quais so socializadas as informaes e produzido o conhecimento. Com efeito, isso tem sido objeto de interesse de pesquisadores de vrias reas do conhecimento com o intuito de conhecer as potencialidades e limites dessa relao entre mente e mquina, principalmente, na rea educacional, em que a aprendizagem intensifica a capacidade de cognio dos alunos por meio da interatividade e da mediao. Este artigo resulta de investigao realizada com professores de diversas reas do conhecimento na utilizao das TICs, numa perspectiva de aprendizagem colaborativa num ambiente de formao continuada, tendo como interface a Rede Social Facebook. O objetivo examinar a interao de professores na rede social facebook durante uma formao continuada desenvolvida numa disciplina de um programa de ps-graduao stricto sensu. Inclui apontar indicaes para uma prtica pedaggica com a utilizao do Facebook como um recurso didtico a favor da aprendizagem a partir dos comentrios dos participantes na rede social deste processo. Entre os desafios da investigao na rea da educao est a busca de caminhos alternativos e inovadores que contribuam para os processos de formao de professores, numa perspectiva transformadora, autnoma, emancipatria e comprometida com a formao de cidados crticos e produtores de conhecimento.
2 A FORMAO DE PROFESSORES E O USO PEDAGGICO DAS TICS
Historicamente a cincia e a educao passam por mudanas no contexto das relaes sociais, que se intensificam no decorrer do sculo XX e neste incio do sculo XXI. Rompem-se as barreiras de cada tempo e espao e vai-se delineando uma nova sociedade, caracterizada pela busca da informao e do conhecimento. Para Mercado (1999, p. 26) a informao :
[...] um recurso econmico, poltico, social e cultural extremamente poderoso. [...] um bem revolucionrio, que pode ser utilizado ao mesmo tempo por milhes de pessoas e que pode transformar qualitativamente o homem. [...] a matria-prima bsica do desenvolvimento cultural e da elevao da qualidade de vida. ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 554
Esta busca tem afetado a vida das pessoas de forma profunda, no que se refere produo, socializao e explorao do conhecimento, gerando perplexidade, contradies, dvidas e incertezas. Esta nova concepo est tambm assentada no estabelecimento de prticas pedaggicas que agreguem a incorporao das TICs em seu fazer cotidiano acadmico. Essa constatao desafia o trabalho docente, pois h uma presso externa por uma educao que promova o conhecimento multidimensional, interdisciplinar e plural. Segundo Moran (2006, p. 29), ensinar e aprender exige hoje muito mais flexibilidade, pessoal e de grupo, menos contedos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicao. As TICs possibilitam sublevar os processos e metodologias de aprendizagem, pois criam novas chances de reformular as relaes entre alunos e professores e de rever a relao da universidade como meio social, ao diversificar os espaos de construo do conhecimento. Para Serafim, Pimentel e Sousa do (2008, p. 316):
[...] a insero das TICs exige que sua utilizao ultrapasse o mero mecanismo ou tecnicismo. No basta a incluso do computador ou de outras tecnologias recentes para que se possa dizer que a educao est acontecendo e que os propsitos de interatividade e de construo do conhecimento esto sendo desenvolvidos.
Portanto, premente colocar o conhecimento disposio do maior nmero de pessoas, dispondo de ambientes de aprendizagem que as novas tecnologias, segundo Mercado (1999, p.25), sejam ferramentas instigadoras, capazes de colaborar para uma reflexo crtica, para o desenvolvimento da pesquisa, sendo facilitadoras da aprendizagem de forma permanente e autnoma. E, especialmente no ambiente on-line, os sites hipertextuais supem:
a) intertextualidade: articulaes com outros sites ou documentos; b) intratextualidade: novas compreenses com o mesmo documento; c) multivocalidade: incorporar a multiplicidade das diferentes formas de interpretar o texto; d) navegabilidade: ambiente simples e de fcil acesso e transparncia nas informaes; e) mixagem: integrao de vrias linguagens: sons, texto, imagens dinmicas e estticas, grficos, mapas; f) multimdia: integrao de vrios suportes miditicos (SANTOS, 2003, p. 225). ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 555
Segundo Bauman (2001) vivemos atualmente numa sociedade marcada pela flexibilidade e pela fluidez nas relaes contemporneas, numa modernidade lquida. No entanto, at pouco tempo atrs, de acordo com Moran (2006, p.29):
[...] a sala de aula era o nico espao usado para se desenvolver o trabalho docente; hoje, com os avanos tecnolgicos, h outra realidade, em que informaes diversas e fontes variadas de acesso ao conhecimento fazem da aprendizagem algo no linear, e que exige criatividade dos professores em suas prticas pedaggicas.
Essa nova forma de ensinar coloca os professores diante de um novo modo de realizar o ensino, que pode ser melhorada e alterada quando os professores passam por algum processo de formao. Behrens (2007, p. 450) defende que a formao continuada exige:
[...] a elaborao de propostas aliceradas com base nas necessidades dos docentes, com intuito de gerar a mudana desejada na prtica pedaggica e que a mudana paradigmtica envolve os professores que atribuem significados e aprendem a partir das suas experincias vivenciadas nos processo de formao continuada.
Marcelo Garcia (1999, p. 23) defende que [...] ela deve capacitar professores para um trabalho profissional que no exclusivamente de aula [...] e que [...] no um processo que acaba nos professores [...]. O autor define como sete Princpios da Formao de Professores, dentre os quais:
um Processo Contnuo constitudo por fases claramente diferenciadas pelo contedo curricular; Deve estar integrada a processos de mudanas, inovao e desenvolvimento curricular; Deve estar ligada com o desenvolvimento organizacional da escola; Deve estar integrada aos contedos propriamente acadmicos e disciplinares e a formao pedaggica dos professores; Deve estar integrada a teoria-prtica; Deve procurar o isomorfismo entre a formao recebida pelo professor e o tipo de educao que posteriormente lhe ser pedido que desenvolva; Deve responder s necessidades e expectativas dos professores como pessoas e como profissionais (MARCELO GARCIA, 1999, p. 27-30).
Romanowski (2007) aponta que a formao continuada pode ser dividida em duas categorias conforme a preposio de Demaily (1992), formais e informais. A categoria formal pode ser considerada da seguinte maneira: universitria, escolar, contratual e a interativo-reflexiva. Para tanto, nesta pesquisa a forma interativo- ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 556
reflexiva estar norteando a formao dos professores neste processo de ensino e de aprendizagem, a qual consiste na relao formador e formando, pressupondo que o formador produz o conhecimento pela investigao para que depois possa levar esse conhecimento prtica dos professores. A formao continuada um processo complexo. Para alguns professores esse processo de insero das TICs suscita novos desafios. Para Rosa e Ceclio (2011, p. 122) no basta pr as tecnologias disposio dos professores, eles:
[...] precisam ter capacitao para us-las e conhecimentos de como manusear seus servios e ferramentas, desenvolver discusses orientadas sobre concepes de prtica e processo educativo, reconhecer seus limites em relao aos contedos trabalhados e buscar o domnio desses contedos; conhecer os objetivos do currculo que ensinam; enfim, tm de dialogar com os alunos sobre a trajetria que vo realizar juntos, deixando claro onde tm de chegar, como e quando.
Segundo Cortelazzo (2005), em geral, o professor descobre as potencialidades das TICs depois de j as estarem usando, s vezes junto com os alunos, s vezes depois deles. Outro detalhe refere-se ao fato de que as crenas dos professores influenciam de forma determinante na utilizao das TICs em sua prtica pedaggica. Como referendado por Marcelo Garcia e Vaillant (2012, p. 216), os docentes no so vasos vazios quando se envolvem em uma inovao. J trazem ideias e crenas muito assentadas sobre o que ensinar e aprender, portanto interagem e refletem sobre a prtica docente que realizam. No necessrio dominar perfeitamente o mundo informtica, mas os professores como mediadores do conhecimento podem utilizar a tecnologia para potencializar a ao pedaggica estabelecendo uma interao com os alunos com o apoio de tecnologias.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa realizada de abordagem qualitativa do tipo descritiva que envolveu dezoito professores que atuam em diferentes nveis de ensino que frequentaram a disciplina de mestrado e doutorado denominada: Formao de Professores - Processos e Profissionalizao Docente da Pontifcia Universidade ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 557
Catlica do Paran (PUCPR) realizada no segundo semestre de 2012 como uma formao continuada de forma universitria. A disciplina foi desenvolvida com os seguintes procedimentos: (a) diagnstico das experincias e prticas dos participantes sobre cada uma das temticas sobre formao docente; (b) anlise das experincias e prticas considerando os referenciais consultados, pesquisados e sugeridos referentes a cada temtica; (c) sntese integrativa por meio de reflexo e participao dos participantes; (d) proposies para novas prticas. Os procedimentos envolveram conversas, relatos orais e escritos, aula expositiva dialogada, indicaes de referenciais para a leitura, seminrios e discusses reflexivas desses referencias com diferentes abordagens metodolgicas que possibilitaram trabalhos individuais e coletivos. A organizao do seminrio temtico segue as proposies de Severino (2003) com a elaborao de roteiro didtico, roteiro interpretativo e roteiro de questes, que a partir do objeto de pesquisa dos participantes focalizou temas relativos formao dos professores. Foram organizados cinco seminrios, desenvolvidos por cinco grupos com quatro integrantes em mdia, com os problemas geradores: (i) Aspectos pedaggicos da formao docente no ensino superior: as especificidades da docncia universitria; (ii) Formao continuada de professores no espao da escola; (iii) As tecnologias da informao e da comunicao na formao de professores; (iv) Reflexo e formao de professores e a construo do conhecimento profissional do professor. A discusso e a reflexo focalizadas neste artigo abordam o seminrio do tema: As tecnologias da informao e comunicao na formao de professores. O seminrio configurou-se da seguinte forma: criao de um grupo fechado no Facebook denominado: Formao de professores (Figura 1), ambientao dos participantes no grupo fechado e a disponibilizao do texto - Cenrios de tecnologias e conectividade do livro Ensinando a ensinar: as quatro etapas de uma aprendizagem de Denise Vaillant e Carlos Marcelo Garcia (2012). A criao da sala foi feita com o aceite de todos os participantes. A sala serviu para mediar a participao dos membros do grupo em relao situao problema postada no Facebook e textos para estudos. A participao consistiu na elaborao de comentrios e na interao com os demais participantes. ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 558
O conjunto de textos elaborados pelos professores participantes foi alvo de anlise da investigao realizada. A coleta dos dados foi feita da seguinte forma: (a) acesso dirio dos pesquisadores na sala para verificao da participao; (b) registro destes dados em uma planilha que continha o nome de cada participante e as datas dos acessos pelos pesquisadores; (c) transcrio das perguntas e textos pelos professores participantes; (d) sistematizao destes dados; (e) anlise dos dados considerando as recorrncias e singularidades como prope Bardin (2009). Na figura a seguir, pode ser visualizado o espao em que ocorreu o acesso para as interaes entre os participantes do grupo. Figura 1: Grupo Formao de Professores no Facebook.
Fonte: Os autores.
Todos os participantes se envolveram com a atividade proposta sem restrio quanto ao acesso. No incio da atividade muitos professores visualizavam a problematizao postada e o comentrio dos outros participantes, porm, no comentavam nada e nem interagiam. Com tempo, os professores comearam a curtir os comentrios e a postar os seus comentrios e a interagir a respeito da situao problema que foi lanada no grupo fechado. A situao problema postada apresentava o seguinte questionamento: qual o papel dos professores diante desses novos cenrios educativos? Uma segunda questo aponta para: que mudanas ocorrem na formao dos professores que contemplem os cenrios de tecnologias e conectividade? ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 559
A partir das interaes no Facebook foi realizada uma anlise interpretativa e reflexiva considerando os comentrios postados, com base nas leituras realizadas na disciplina e no captulo do livro mencionado acima. O grupo de professores que organizou o seminrio realizou a mediao pedaggica e a tutoria Online, observou e participou do frum de discusso realizando intervenes, novos questionamentos e esclarecimentos sobre a questo problema apresentada no frum.
3 FACEBOOK COMO INTERFACE NA FORMAO CONTINUADA: REFLEXES DOS PROFESSORES NUMA PROPOSTA INTERATIVA E DE COLABORAO
O nosso desafio foi o de transformar o espao de sala de aula virtual um espao de produo colaborativa e interativo. A finalidade a insero de novas tecnologias na mediao com o conhecimento de modo contnuo e com ampliao do espao da aula. A escolha da rede social Facebook como recurso ou como ambiente virtual de aprendizagem no ensino presencial ou distncia, de acordo com Ferreira, Corra e Torres (2012, p. 08) [...] permite que o professor ressignifique a forma de aprender, num contexto mais interativo, participativo traz grande familiaridade com o ambiente do Facebook, isso facilita a mediao pedaggica e a interao. Segundo eles,
[...] muitas das plataformas de aprendizagem quando utilizada por muito tempo sem atratividade desmotiva a participao e o interesse dos alunos, j a rede social Facebook, permite incorporar, personalizar, redimensionar, dinamizar e agregar sentido ao aprendizado, se tornando atrativa, sendo que o estudante sai do papel de receptor passivo passando a ser agente responsvel pelo seu aprendizado (FERREIRA; CORRA; TORRES, 2012, p.08).
O Facebook, ainda de acordo com os autores, surge como um novo cenrio para aprender a aprender e aprender com o outro, ou seja, aprender a conviver virtualmente, num processo interativo pedaggico comunicacional que emerge no ciberespao (FERREIRA; CORRA; TORRES, 2012, p.08). Essa rede social possibilita que o professor utilize diferentes metodologias para incentivar e motivar o estudante no seu processo de aprendizagem, numa viso ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 560
de totalidade, na qual o conhecimento construdo, utilizando sensaes, emoes, razo e intuio. No grupo Formao de Professores no Facebook, os organizadores do seminrio, com o objetivo de aproximar os professores no processo de interao e colaborao da aprendizagem enviaram e-mails convidando-os a participar e a interagir no grupo, alm de disponibilizar vdeos, links, imagens, bibliografia complementar sobre a temtica para aprofundamento das reflexes. A partir da observao participante dos pesquisadores organizadores do seminrio, foi possvel identificar que por meio da situao problema postada no Facebook os participantes apresentaram o seguinte comportamento virtual: (i) onze membros do grupo participaram da atividade proposta na rede social e realizaram interaes com os demais colegas; (ii) as postagens e os comentrios foram em mdia visualizados por dezesseis professores participantes; (iii) os participantes fizeram vrios comentrios sobre a situao-problema postada, expressando o seu entendimento, suas angstias e dificuldades. Nestes momentos, a equipe de pesquisadores realizou interaes, curtiu os comentrios, complementou as proposies e indicou novas referncias. No que diz respeito prtica pedaggica e utilizao das tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem, os professores trouxeram para discusso reflexes e apontamentos que foram sistematizados pelos pesquisadores, considerando as recorrncias. Aps a sistematizao foi elaborada uma sntese das contribuies. Os apontamentos inferidos durante esse processo de anlise incidem sobre: a) O processo educativo est relacionado com um tempo histrico, e pensar a insero das tecnologias em sala de aula pensar as possibilidades que estas oferecem, investigar novos modos de aprender, de pensar e de ensinar que esto sendo gestados, um caminho para que possamos dar respostas inovadoras aos desafios que tambm so novos; b) Esses novos espaos requerem profissionais bem preparados e competentes no domnio dessa prtica. Isso diferente de inserir a tecnologia (computadores, TVs multimdias, etc.) nas salas de aula, onde professores e alunos comportam-se de maneira tradicional, com as caractersticas da educao tradicional, como tendncia pedaggica; ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 561
c) Para tanto, importante buscar atualizao constante e para isso necessrio tempo e dedicao para esse novo aprendizado, fator dificultado pela carga de trabalho excessiva dos professores, o que implica em limitaes para qualificar-se. Vale dizer que a rapidez com que os alunos aprendem a manusear essas ferramentas traz angstia para os docentes; d) So necessrios programas institucionais que valorizem os profissionais desde a formao at o exerccio efetivo da profisso, bem como condies estruturais para que posteriormente estes professores possam aplicar o que foi apreendido e aprendido durante o processo de formao; e) A incorporao das tecnologias no fazer pedaggico requer um desprendimento pessoal e uma prospeco positiva frente a este novo cenrio, como uma ferramenta de busca que abre possibilidades de pesquisa incomparveis em nossas aulas, pesquisas, ensino; f) A insegurana e a desconfiana por parte dos professores frente s TICs poder ser superada a partir do momento em que os docentes vierem a se familiarizar com as tecnologias disponveis nas instituies; g) A tecnologia pode proporcionar infinitas mudanas, no entanto o grande problema que enfrentamos hoje o da formao de professores e que qualquer proposta s se viabilizar na prtica se os professores forem nela formados, ou seja, cenrios de tecnologias e conectividade s estaro presentes na prtica dos professores se contextos formativos os promoverem. Surge a necessidade, portanto, de aes de formao inicial e continuada que mobilizem reflexes, tanto no que diz respeito concepo de aprendizagem na atual sociedade de informao e conhecimento, quanto s formas de organizao do ensino e de concepes sobre papel do professor neste novo cenrio; h) As TICs necessitam ser encaradas como uma ferramenta de trabalho e grande aliada para a aprendizagem e no como inimiga ou passatempo para o aluno que podem romper as barreiras da sala de aula tradicional e propiciar a construo de comunidades de aprendizagem, possibilitando transformaes na relao professor/aluno e na formao continuada dos professores; ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 562
i) Ressalta-se que as possibilidades de comunicao e interao e a interface do ambiente virtual e das tecnologias, por si, no garantem a construo da aprendizagem, assim como isso no acontece no contexto presencial, pela simples aula tradicional; j) necessrio fazer uma anlise do contexto em que vivemos e trabalhamos, compreender as realidades em que se vivem e que professores e alunos estejam cientes e abertos a mudanas em seus papis; k) premente reconhecer que ambientes virtuais ou presenciais no so excludentes, mas complementares, uma vez que o foco da questo educacional a mudana de paradigma, e no a forma de utilizar os recursos e as ferramentas para desenvolver os ambientes. Ou seja, a apropriao das mdias e Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs) coloca-nos inevitavelmente frente a uma nova realidade e faz- nos ressignificar o conceito de conhecimento. Corroboramos a afirmativa que:
[...] atravs das ferramentas tecnolgicas, a partir de mediaes atuantes que as potencialidades se afloram, o tempo e espao, j no so mais problemas, proporcionando uma educao sem distncia, sem tempo, levando o sistema educacional a assumir um papel, no s de formao de cidados pertencentes aquele espao, mas a um espao de formao inclusiva em uma sociedade de diferenas. Nesse entendimento, as novas tecnologias e tcnicas de ensino, bem como os estudos modernos sobre os processos de aprendizagem, fornecem recursos mais eficazes para atender e motivar os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Porm, para muitos educadores, esses recursos ainda apresentam-se como companheiros estranhos, embora se reconhea que a sua utilizao no processo est se tornando cada vez mais relevante. Assim, necessria a presena desses recursos nos cursos de formao de professores e/ou como meio pedaggico para potencializao de competncias e habilidades (Comentrio de uma professora da Educao Bsica que participou do grupo fechado no Facebook).
Com efeito, os contextos histricos expressam desafios a responder resultantes das relaes sociais que os engendram, nas quais a escola se insere com uma instituio de avanos e inovaes, mas que enfrenta conflitos e contradies diante de resistncias, incertezas e dificuldades. Portanto, pensar na tecnologia,
[...] como suporte para a produo e apropriao de conhecimento - colaborao docente para uma qualificao nos processos de ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 563
aprendizagem imprescindvel, porm, com o devido cuidado de no cairmos em um tipo de vcio perptuo de busca pela inovao esquecendo que temos, como educadores, uma funo formativa intelectual, mas tambm, tica que precisa do humano, no mediatizado, para ser efetivado (Comentrio de um professor do ensino Mdio que participou do grupo fechado no Facebook).
As TICs podem ser consideradas como entraves e/ou como aliadas prtica pedaggica, de acordo com o ponto de vista adotado. Sero considerados entraves quando sua incorporao universidade, quando se restringem apenas, a cumprimentos de ritos legais, sem o envolvimento e pertencimento da comunidade acadmica. Sero consideradas aliadas quando se tornam acessveis a todos, viabilizam informaes, permitem pesquisa, a criao, a interao e a mediao de qualidade. Ou seja, corroborando Tardiff e Lessard (2009, p. 268), as TICs podem transformar o papel do docente, deslocando o seu centro, da transmisso dos conhecimentos para a assimilao e a incorporao destes pelos alunos, cada vez mais competentes para realizar de maneira autnoma tarefas de aprendizagens complexas. Por fim, indicao nos comentrios dos integrantes do grupo apontam para uma potencializao de conceitos como: sensibilizar, qualificar, capacidade, ao ativa, tempo e convencimento, estmulo utilizao de novas mdias, condies estruturais o que sinaliza um convencimento sobre a importncia na incorporao das TICs em suas prticas pedaggicas. Quanto aos nveis de interao nesse ambiente virtual interativo, especificamente o Facebook, a anlise dos registros realizados pelos participantes permitem apontar, ainda que de modo introdutrio, os seguintes nveis de interao: (i) acesso sala sem participao; (ii) comentrios breves sobre a questo proposta: (iii) interao intensificada com depoimentos e anlises mais longas e aprofundadas; (iv) formulao de novos questionamentos. Desse modo, podemos afirmar que esse processo de formao continuada mediado por uma rede social, como ressalta Serafim, Pimentel e Sousa do (2008, p. 327) vai alm de transmisso de um saber abstrato e que o aprender implica encontrar sentido no ensinado, independente do ambiente, seja ele presencial ou virtual, e se forem possibilitadas condies para interaes entre os sujeitos, a participao intensificada. ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 564
4 CONSIDERAES FINAIS
A realizao desta pesquisa permitiu apontar que as TICs potencializam de forma significativa os processos de formao continuada de professores, quando a ao educativa assume uma perspectiva de processo educativo inovador. Entende- se como inovador o processo que valoriza a produo do conhecimento e a formao docente a partir da reflexo da prtica como proposio para transformao desta prtica. No que se refere aos processos de interao em redes sociais na formao continuada, foi possvel perceber contribuies, pois pode favorecer o dilogo, o compartilhamento de reflexes e indagaes, constituindo-se como um ambiente virtual de aprendizagem formal. Foi possvel inferir, pelos comentrios dos professores participantes, que a rede social uma interface que favorece o processo de formao docente potencializando prticas pedaggicas para o desenvolvimento de aprendizagem colaborativa, quando se evidencia: a) um papel ativo da maioria dos integrantes do grupo, indicando a rede social no s como um canal de informao, mas de comunicao, participao, e reflexo; b) o acesso a informaes e recursos, estabelecendo o cotejamento das prprias informaes dos participantes por meio da reflexo, discusso e a construo de um novo conhecimento, agora embasado e construdo a partir de concepes particulares e experincias de vida; c) o estabelecimento de dilogos e conexes, promovendo a troca e a partilha de experincias ao fornecer oportunidades de debater em torno da problematizao proposta a partir de uma diversidade de conhecimentos. Entretanto, cabe ressaltar que este processo foi possvel considerando: A maturidade com que o grupo encarou a proposta redundando numa participao efetiva, franca e fundamentada; O comprometimento assumido com a proposta do seminrio temtico por este grupo de professores, mestrandos e doutorandos de um programa de Stricto Sensu em educao, preocupados com a discusso da sua prpria prtica ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME ISSN 1809-0354 v. 8, n. 2, p.550-567, mai./ago. 2013 DOI 10.7867/1809-0354.2013v8n2p550-567 565
pedaggica a partir de um processo interativo reflexivo, favorecendo propostas inovadoras; A disponibilidade e adeso para experimentar o novo, ainda que os primeiros acessos no inclussem interaes e formulaes verbais; A promoo de interao, vrios convites escritos por e-mails, orais em sala, e aps o acesso, proposio de novas questes por parte dos promotores do processo, foram realizadas; A interao foi suscitada por meio de uma problematizao tomando como ponto de partida questes articuladas prtica docente. Decerto que esta rede social no foi elaborada com propsitos educacionais, no entanto, a partir destas reflexes, verificam-se potencialidades como um possvel ambiente virtual de aprendizagem quando existe atrelado a ele uma proposta pedaggica mediada por aes colaborativas e reflexivas. Ressalta-se que as resistncias iniciais dos participantes vo alm do domnio do uso das ferramentas, pois a manifestao em espaos abertos de redes sociais envolve a superao do individualismo; maior transparncia e ocorre rompimento do fechar a porta da sala de aula onde o professor se sentia seguro entre seus alunos. Para tanto, faz-se necessrio os professores despirem-se de preconceito em relao s redes sociais e reconhecer essa interface ou outra qualquer, como uma possibilidade para construir e fomentar prticas inovadoras de ensino e aprendizagem. Alm disso, fundamental reconhecer as implicaes dessas mudanas no modo de expresso e reflexo do saber docente. Ns professores ampliamos o envolvimento com maior nmero de pessoas aumentando o nosso compromisso educativo, poltico, social e tico.
JACQUES DE LIMA FERREIRA
Doutorando em Educao da Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR).
MRCIA FREIRE ROCHA CORDEIRO MACHADO
Doutoranda em Educao da Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR).
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JOANA PAULIN ROMANOWSKI
Doutora em Educao - USP. Bolsa Produtividade em Pesquisa CNPQ, Professora do Programa de Ps-Graduao em Educao da Pontifcia Universidade Catlica do Paran e consultora pedaggica do Centro Universitrio - UNINTER.
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