Este documento apresenta os principais títulos e artigos da Lei Orgânica do Município de Arraial do Cabo no Estado do Rio de Janeiro. A lei define os princípios fundamentais do município, direitos e garantias de seus habitantes, a organização do poder municipal e as atribuições da administração local.
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Lei Orgnica Municipal de Arraial do Cabo de 5 de abril de 1990.
Cmara Municipal de Arraial do Cabo
Estado do Rio de Janeiro Lei Orgnica do Municpio de Arraial do Cabo ndice - Prembulo - Ttulo I - Dos Princpios Fundamentais - Ttulo II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais - Ttulo III - Da Organizao Municipal - Ttulo IV - - Ttulo V - Da Segurana Pblica - Ttulo VI - Da Tributao e da Administrao Financeira - Ttulo VII - Da Ordem Econmica, Financeira e o Meio Ambiente - Ttulo VIII - Da Ordem Social - Ttulo IX - Dos Atos Municipais - Das Disposies Transitrias Prembulo Ns, Vereadores do Municpio de Arraial do Cabo, no pleno exerccio dos poderes outorgados pelo Artigo 21 do Ato das Disposies transitrias da Constituio do Estado do Rio de Janeiro, promulgada em 05 de outubro de 1989, reunidos em Sesses Plenrias e exercendo nossos mandatos, em perfeito acordo com a vontade poltica dos cidados deste Municpio, quanto necessidade de assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, o meio ambiente saudvel, a liberdade a segurana, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia, dentro dos limites outorgados pelos princpios constitucionais, promulgamos sob a proteo de Deus, a presente LEI ORGNICA DO MUNICPIO DE ARRAIAL DO CABO. TTULO I Dos Princpios Fundamentais Art. 1 - O povo o sujeito da vida Poltica e da Histria do Municpio de Arraial do Cabo. Art. 2 - Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos desta Lei Orgnica. Art. 3 - A Soberania popular se manifesta quando a todos so assegurados as condies dignas de existncia e ser exercida: I - pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto com valor igual para todos; II - pelo referendo; III - pelo plebiscito; IV - pela iniciativa popular no processo legislativo; V - pela ao fiscalizadora sobre a administrao pblica. Art. 4 - O Municpio de Arraial do Cabo o instrumento e a mediao da soberania de sua populao e de sua forma individual de expresso e cidadania, e ser administrado: I - com transparncia de seus atos e aes; II - com moralidade; III - com descentralizao administrativa. Art. 5 - O Municpio de Arraial do Cabo rege-se por esta Lei Orgnica e pelas Leis que adotar, observados os princpios constitucionais da Repblica Federativa do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro. Art. 6 - O Municpio de Arraial do Cabo integrante com seus Distritos, do Estado do Rio de Janeiro, proclama e se compromete a assegurar em seu territrio os valores que fundamentam a existncia e a organizao do Estado Brasileiro. Art. 7 - So poderes do Municpio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo e o Executivo. TTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais Art. 8 - assegurado a todo habitante do Municpio de Arraial do Cabo todos direitos, garantias individuais e coletivas constantes na Constituio Federal, na Constituio Estadual e nesta Lei Orgnica. Art. 9 - Ningum ser discriminado, prejudicado ou privilegiado em razo do nascimento, idade, etnias, raa, cor, sexo, orientao sexual, estado civil, trabalho rural ou urbano, religio, convices polticas ou filosficas, deficincia fsica ou mental, por ter cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou condio social. Art. 10 - O Municpio estabelecer, em lei, dentro de seu mbito de competncia, sanes de natureza administrativa para quem descumprir o disposto no artigo anterior. CAPTULO I Seo I Da Violncia Contra a Mulher Art. 11- O Municpio garantir a criao e manuteno de abrigos para acolhimento provisrio de mulheres e seus dependentes, vtimas de violncia, bem como auxlio para subsistncia, vinculada aos Centros de Atendimento integral mulher na forma da Lei. Art. 12- O Municpio instituir Centros de Atendimento Integral Mulher, nos quais ser prestada assistncia mdica, psicolgica e jurdica mulher e a seus filhos, devendo o corpo funcional ser composto por servidores do sexo feminino, com formao profissional especfica nos termos da Lei. TTULO III Da Organizao Municipal CAPTULO I Das Disposies Preliminares Art. 13- A organizao poltico-administrativa do Municpio de Arraial do Cabo compreende a Sede e seus Distritos. 1- Os limites do territrio do Municpio s podem ser alterados por lei estadual, e ainda em funo de requisitos estabelecidos em Lei complementar estadual, consultada, previamente, atravs de plebiscito, a populao. 2- Podero ser criados, organizados e suprimidos Distritos, por lei municipal, observada a legislao estadual pertinente. CAPTULO II Da Competncia Art. 14- Compete ao Municpio prover a tudo quanto respeite no seu interesse local, tendo como objetivo o pleno desenvolvimento de suas funes sociais e garantindo o bem-estar de seus habitantes. Art. 15- Ao Municpio compete privativamente: I - elaborar o oramento, prevendo a receita e fixando a despesa, com base em planejamento adequado; II - instituir e arrecadar os tributos de sua competncia, fixar e cobrar preos, bem como aplicar suas rendas, sem prejuzo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; III - organizar e prestar, prioritariamente por administrao direta ou sob regime de concesso ou permisso, os servios pblicos de interesse local, inclusive o de transporte coletivo, que tem carter essencial; IV - organizar o quadro e estabelecer o regime de seus servidores; V - dispor sobre a administrao, utilizao e alienao de seus bens; VI - adquirir bens, inclusive mediante desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social; VII - dispor sobre, concesso, permisso e autorizao de servios pblicos locais; VIII - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado; IX - estabelecer normas de edificao, de loteamento, de arruamento e de zoneamento urbano, bem como a limitaes urbansticas convenientes ordenao de seu territrio; X - estabelecer servides necessrias ao interesse pblico; XI - promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupao do solo urbano; XII - criar, organizar e suprimir distritos, observando a legislao estadual; XIII - participar de entidade que congregue outros municpios integrados mesma regio metropolitana na forma estabelecida em lei; XIV - integrar consrcio com outros municpios para soluo de problemas comuns; XV regulamentar a utilizao dos logradouros pblicos e especialmente, o permetro urbano: a) determinar o itinerrio e os pontos de parada dos transportes coletivos; b) fixar os locais de estabelecimento de txis e demais veculos; c) conceder, permitir ou autorizar servios de transportes coletivos e de txis e fixar tarifas dos respectivos servios; d) fixar e sinalizar os limites das zonas de silncio e de trnsito e trfego em condies especiais; e) disciplinar os servios de carga e descarga e fixar a tonelagem mxima permitida a veculos que circulem em vias pblicas municipais; XVI - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como regulamentar e fiscalizar a sua utilizao; XVII- prover sobre limpeza das vias e logradouros pblicos, remoo e destino do lixo domiciliar e de outros resduos de qualquer natureza; XVIII - ordenar as atividades urbanas, fixando condies e horrio para funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e similares, observadas as normas federais e estaduais pertinentes; XIX - dispor sobre servio funerrio e cemitrios, encarregando-se da administrao daqueles que forem pblicos e fiscalizando os pertencentes a entidades privadas; XX - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixao de cartazes e anncios, bem como a utilizao de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda nos locais sujeitos ao poder de polcia municipal; XXI - estabelecer e impor penalidades por infrao de suas leis e regulamentos; XXII - dispor sobre registro, vacinao e captura de animais; XXIII - dispor sobre depsito e venda de animais e mercadorias apreendidas em decorrncia de transgresso de legislao municipal. Art. 16- Ao Municpio compete, concorrentemente: I - promover a proteo do patrimnio histrico, cultural e natural local, observada a legislao e ao fiscalizadora federal e municipal; II - promover e executar do meio ambiente local, obeservada a legislao e ao fiscalizadora federal, estadual e municipal; III - promover e executar programas de construo de moradias populares e garantir, em nvel compatvel com a dignidade humana, condies habitacionais, saneamento bsico e acesso ao transporte; IV - promover a educao, a cultura, esporte, lazer e a assistncia social; V - zelar pela sade e higiene; VI - conceder licena ou autorizao para abertura e funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e similares; VII - fiscalizar, nos locais de venda direta ao consumidor, as condies sanitrias dos gneros alimentcios; VIII - fazer cessar, no exerccio do poder de polcia administrativa, as atividades que violarem as normas de sade, sossego, higiene, segurana, funcionalidade, esttica, moralidade e outras de interesse da coletividade; IX - conceder licena, autorizao ou permisso e respectiva renovao ou prorrogao para explorao de portos de areia e pedreiras, desde que apresentados laudos ou parecer tcnico dos rgos competentes; X - promover o desenvolvimento das atividades pesqueiras artesanais no Municpio; XI - criar os mecanismos de proteo e preservao de reas ocupadas por comunidades de pescadores; XII - promover os meios necessrios para evitar a pesca predatria; XIII - disciplinar as atividades tursticas compatibilizando- as com a preservao de suas paisagens e dos recursos naturais; XIV - garantir a limpeza e a qualidade da areia e das guas das praias, a integridade da paisagem natural e o direito ao sol. Art. 17- Compete ao Municpio suplementarmente: I - instituir, conforme a Lei, Guarda Municipal Especializada, que no faa uso de armas, destinada a: a) proteger seus bens, servios e instalaes; b) organizar, dirigir e fiscalizar o trfego de veculos em seu territrio; c) zelar pela segurana da populao. Art. 18- A Guarda Municipal, referida no inciso I, Artigo 17, contar com um corpo especializado de proteo ecolgica e ambiental para a proteo do patrimnio material, histrico, arqueolgico, cultural, ecolgico, natural e paisagstico do municpio. Pargrafo nico- Incluem-se no patrimnio referido neste artigo os monumentos, praas e jardins, parques municipais, reservas biolgicas, estaes e reservas ecolgicas, vigias, pesqueiros, unidades escolares, unidades de sade e equipamentos de esporte, lazer e cultura do municpio. CAPTULO III Da Administrao Municipal Disposies Gerais Art. 19- No haver limite mximo de idade para inscrio em concurso pblico, constituindo-se em requisito de acessibilidade ao cargo ou emprego, a possibilidade de permanncia por 5 anos no seu efetivo exerccio. Art. 20- A lei reservar percentual dos cargos ou empregos pblicos para as pessoas portadoras de deficincia e definir os critrios de sua admisso, ouvidas as instituies afins. Art. 21- O Executivo dever ceder, no prazo mximo de 6 meses, aps a promulgao desta lei, espao fsico permanente para o escotismo do municpio. Pargrafo nico- O espao, cedido pela Prefeitura, ser de acordo com as necessidades reais do escotismo no municpio; para isto o Poder Executivo ouvir os chefes responsveis pelo movimento. Art. 22- vedada a concesso para tornar particular qualquer praia do Municpio de Arraial do cabo. Art. 23- A administrao pblica direta ou indireta do municpio obedecer aos princpios da legalidade, impessoalidade, publicidade, transparncia, participao popular, bem como demais princpios constantes na Constituio Federal e Estadual. Art. 24- A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas da administrao pblica direta, indireta, fundaes e rgos controlados pelo poder pblico, ainda que custeadas por entidades privadas, dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social. 1- vedada a utilizao de nomes, smbolos, sons e imagens que caracterizam promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos. 2- A publicidade a que se refere este artigo somente poder ser realizada aps aprovao pela Cmara Municipal do plano anual de publicidade, que conter previso dos seus custos e objetivos, na forma da lei. 3- A veiculao da publicidade a que se refere este artigo restrita ao territrio do municpio, exceto aquelas inseridas em rgos de comunicao de circulao nacional. 4- O Poder Executivo prestar contas mensalmente ao Poder Legislativo dos gastos publicitrios da administrao direta, indireta, fundaes e rgos controlados pelo Poder Pblico, publicando os respectivos relatrios em Dirio Oficial do Municpio com a indicao das agncias de publicidade contratadas, os meios de comunicao social ou outros recursos de propaganda utilizados, bem como os valores pagos a cada um. 5- As empresas com participao no municpio que sofrem concorrncia de mercado devero restringir sua publicidade ao seu objetivo social, no estando sujeitas ao que determinado nos pargrafos segundo e terceiro neste artigo. 6- Verificada a violao ao disposto deste artigo, caber Cmara Municipal, por maioria absoluta, determinar a suspenso imediata da propaganda e da publicidade. 7- O no cumprimento do disposto neste artigo implicar crime de responsabilidade, sem prejuzo da suspenso e da instaurao imediata de procedimento administrativo para sua apurao. Seo I Da Organizao da Administrao Municipal Art. 25- So organismos de cooperao com o Poder Pblico o Conselho Municipal e demais Entidades representativas da sociedade civil, constitudas na forma da Lei, que realizem sem fins lucrativos atividades setoriais de interesse pblico. Art. 26- O municpio para aproximar a administrao dos municpios e com funo descentralizadora dividir-se- territorialmente e administrativamente em subprefeituras, administraes regionais ou distritais. Seo II Do Controle Administrativo Art. 27- O controle dos atos administrativos do municpio ser exercido pelo Poder Legislativo, pelo Ministrio Pblico, pela sociedade, pela prpria administrao e, no que couber, pelo Tribunal de Contas e pelo Conselho Estadual de Contas dos Municpios. Pargrafo nico- Haver uma instncia colegiada administrativa para dirimir controvrsias entre o municpio e seus servidores pblicos civis. Seo III Do Servidor Pblico Art. 28- O Municpio instituir regime jurdico nico para os servidores da administrao pblica direta e indireta. Art. 29- O Municpio dever instituir estatutos e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta e indireta com participao de entidades representativas desses trabalhadores, garantindo: I - piso salarial nico, de acordo com o cargo e funo mesmo sendo Celetista, Estaturio ou Efetivo; II - proventos de aposentadoria revistos, na mesma proporo e na mesma data, sempre que se modificar a remunerao dos servidores em atividades sendo tambm estendidos aos inativos quaisquer benefcios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificao do cargo ou funo em que se deu a aposentadoria; III - concurso pblico para o provimento de cargos; IV - estabilidade no emprego, independente do regime jurdico, sendo vedada a dispensa imotivada; V - o pagamento de vale-transporte aos servidores que trabalhem em local onde h transporte coletivo freqente ou oferecimento de transporte especial ao servidor que trabalhe em locais de difcil acesso. Art. 30- A lei assegurar aos servidores da administrao direta e indireta, isonomia de vencimento para cargos, empregos e atribuies iguais ou assemelhados de mesmo poder, para servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de carter individual e as relativas a natureza ou ao local de trabalho. Art. 31- Aplica-se aos servidores municipais o disposto no artigo 83 da Constituio Estadual, podendo os sindicatos dos servidores estabelecer, mediante acordo ou conveno sistema de compensao de horrios, bem como reduo de jornada de trabalho. Art. 32- obrigatria a fixao de quadro de lotao numrica de cargos ou empregos e funes, com o que no ser permitida a nomeao ou contratao de servidores. Art. 33- Nenhum servidor poder ser diretor ou integrar conselho de empresa fornecedora, ou que realize qualquer modalidade de contrato com o municpio, sob pena de demisso no servio pblico. Art. 34- A lei fixar os vencimentos dos servidores pblicos, sendo garantido: I data-base em primeiro de maio e primeiro de novembro; II - adicional de 5% por tempo de servio sempre concedido por trinios, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais concedida aps 25 ( vinte e cinco) anos de efetivo exerccio que sero incorporados aos vencimentos para todos os efeitos; III - o pagamento dos servidores at o 5 (quinto) dia til de cada ms impreterivelmente. 1- vedada a concesso de gratificaes, adicionais ou quaisquer vantagens pecunirias por decreto ou por qualquer ato administrativo. 2- vedada a participao dos servidores pblicos municipais no produto da arrecadao de tributo, multas, inclusive os da Dvida Ativa, a qualquer ttulo. Art. 35- garantido ao servidor pblico municipal o direito livre associao sindical, observado, no que couber, o disposto no artigo 8 (oitavo) da Constituio da Repblica. Art. 36- O funcionrio pblico eleito por diretoria do sindicato em nvel municipal ou estadual, federao ou confederao, ter direito a licena sindical sem prejuzo em seus vencimentos, vantagens e direitos, concedidos pela prefeitura, sendo assegurado sem retorno a funo e local de origem aps o trmino do mandato. Art. 37- O desconto em folha de pagamento, pelos rgos competentes de administrao pblica, obrigatrio em favor da entidade de classe, sem fins lucrativos, devidamente constituda e registrada, desde que expressamente autorizado pelo associado. Pargrafo nico- As contribuies em favor das entidades a que se refere este artigo sero creditadas no prazo mximo de trs dias teis. Art. 38- O servidor municipal eleito para diretoria de sindicato no poder ser despedido, salvo por falta grave e devidamente apurada em inqurito administrativo, desde o momento de sua candidatura at dois anos aps o trmino do mandato, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossvel o desempenho de suas atribuies. Art. 39- Ao servidor municipal em mandato eletivo aplica-se o disposto no artigo 87 (oitenta e sete) da Constituio Estadual. Art. 40- Ao servidor pblico municipal, no que se refere aposentadoria, aplica-se o disposto no artigo 89 (oitenta e nove) da Constituio Estadual, sem prejuzo dos benefcios institudos em estatutos. Art. 41- So estveis, aps dois anos efetivo exerccio, os servidores nomeados em virtude de concurso pblico. 1- O servidor pblico estvel s perder o cargo em virtude de sentena judicial transitado em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 2- Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel, ser ele reintegrado e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. 3- Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade o servidor estvel ficar em disponibilidade remunerada at o seu adequado aproveitamento em outro cargo. Art. 42- Fica assegurada a Licena Prmio ao servidor pblico municipal: I - em cada 5 anos de servio, fica assegurada a Licena Prmio de 3 meses; II - em cada 10 anos de servio, fica assegurada a Licena Prmio de 6 meses. Pargrafo nico- O perodo de Licena Prmio no gozada, ser computado em dobro para efeito de aposentadoria. Art. 43- Fica assegurada a todo servidor pblico municipal, aps 2 (dois) anos de servio, o direito Licena Sem Vencimento. Art. 44- Fica assegurado ao servidor pblico municipal, o abono mensal de 1(um) dia, a todo aquele que: I - no chegar atrasado; II - no tiver falta no ms; III - no tiver licena mdica no ms. Pargrafo nico- O dia a ser folgado fica a escolha do servidor. Art. 45- O Municpio proporcionar aos servidores, homens e mulheres, oportunidade adequadas de crescimento profissional atravs de programas de formao de mo de obra, aperfeioamento e reciclagem. Art. 46- O Municpio garantir proteo especial servidora pblica gestante, adequando ou mudando temporariamente suas funes, nos tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais sua sade e do nascituro, sem que disso decorra qual quer nus posterior para o Municpio. Art. 47- vedada, na Administrao Pblica direta, indireta e fundacional no municpio, a contratao de empresas que reproduzam prticas discriminatrias na admisso de mo de obra. Art. 48- vedado ao municpio veicular propaganda que resulte em prtica discriminatria. Art. 49- Fica permanentemente proibida a contratao de funcionrios enquanto hajam outros funcionrios em disponibilidade na funo. Art. 50- Fica o Poder Executivo e Legislativo ao demitir qualquer servidor municipal obrigado a pagar todos os direitos trabalhistas no prazo de 30 (trinta) dias aps sua demisso. Art. 51- Todos os servidores municipais que trabalhem nos postos de Sade, sendo Mdicos, Escriturrios, Enfermeiros, Motoristas e Serventes, tero direito a insalubridade. Art. 52- Sero pagos 2( duas) horas Extraordinrias a todos servidores pblicos que trabalhem em regime de turno de 8 (oito) horas. Art. 53- O servidor pblico eleito Presidente, Tesoureiro e Secretrio para o perodo de 03 (trs) anos, ao serem empossados, passaro a ficar disposio da Associao dos Servidores Municipais com todos seus direitos pagos pelo Governo Municipal. Art. 54- A todos os Garis, ser obrigatrio o pagamento de insalubridade. Art. 55- A gratificao de insalubridade ser de 20% a 40% - segundo o grau mnimo e mximo, sempre que o servidor estiver em atividades de locais insalubres, que por sua natureza, condies e mtodo de trabalho, exponha-o a contato direto com agentes fsicos, qumicos ou biolgicos nocivos que possam produzir doenas transitrias ou definitivas. TTULO IV CAPTULO I Poder Legislativo Seo I Disposies Preliminares Art. 56- O Poder Legislativo exercido pela Cmara Municipal composta de Vereadores, representantes do povo, eleitos entre cidados brasileiros, maiores de 18 anos, por voto direto, pelo sistema proporcional ou majoritrio para um mandato de quatro anos. Art. 57- O nmero de Vereadores ser proporcional populao do municpio, conforme fixao da Justia Eleitoral, observados os limites constitucionais. Art. 58- As deliberaes da Cmara e de suas comisses sero tomadas, por maioria de votos presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposio em contrrio nas Constituies Federal e Estadual e nesta Lei Orgnica, que exijam qurum superior qualificado. Seo II Das Atribuies da Cmara Municipal Art. 59- Cabe Cmara Municipal legislar assuntos de interesse local, observando as determinaes e a hierarquia constitucional, suplementar a Legislao Federal e Estadual e fiscalizar mediante controle externo, a administrao direta ou indireta e as empresas em que o Municpio detenha a maioria do capital social com direito a voto. 1- O Processo Legislativo, exceto casos especiais dispostos nesta Lei Orgnica, s se completa com a sano do Prefeito Municipal. 2- Em defesa do bem comum, a Cmara se pronunciar sobre qualquer assunto de interesse pblico. Art. 60- Os assuntos de competncia do Municpio sobre os quais cabe Cmara dispor, com a sano de Prefeito, so especialmente: I - sistema Tributrio, arrecadao, distribuio de rendas, isenes, anistias fiscais e de dbitos; II - matria oramentria, plano plurianual, diretrizes oramentrias, oramento anual, operaes de crdito, dvida pblica; III - planejamento urbano, plano diretor, em especial, planejamento e controle do parcelamento, uso e ocupao do solo; IV - organizao do territrio municipal especialmente em distritos, observada a Legislao Estadual, delimitao do permetro urbano; V - bens imveis municipais concesso ou permisso de uso, alienao, aquisio, salvo quando se tratar de doao ao municpio, sem encargo; VI - concesso ou permisso de servios pblicos; VII - auxlios ou subvenes a terceiros; VIII - convnios com entidades pblicas ou particulares; IX - criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes pblicas, fixao de remunerao de servidores do municpio, inclusive da administrao indireta, observando os parmetros da lei das diretrizes oramentrias; X - legislar sobre zoneamento urbano, bem como sobre denominao de prprios vias e logradouros pblicos; XI - deliberar sobre a transferncia dos poderes pblicos municipais, quando o interesse pblico o exigir. Art. 61- de competncia privativa da Cmara Municipal: I - eleger sua mesa, bem como destitu-la na forma regimental; II - elaborar seu Regimento Interno; III - organizar seus servios administrativos; IV - dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito, conhecer sua renncia ou afast-los definitivamente do cargo ou dos limites da delegao legislativa; V - conceder licena ao Prefeito e Vice-Prefeito e Vereadores para afastamento de cargo; VI - autorizar o Prefeito e Vice-Prefeito e Vereadores por necessidade de servio e ausentar-se do municpio por mais 15 (quinze) dias; VII - zelar pela preservao de sua competncia administrativa e sustando os atos normativos do poder executivo que exorbitem o poder regulador dos limites da delegao legislativa; VIII - apreciar iniciativas do Poder Executivo que repercuta sobre o meio-ambiente; IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Prefeito e pela Mesa da Cmara; X - apreciar os relatrios anuais do Prefeito sobre a execuo oramentria, operaes de crdito, dvida pblica, aplicao das leis relativas ao planejamento urbano, concesso ou permisso de servios pblicos, desenvolvimento dos convnios, situao dos imveis do municpio, nmero de servidores pblicos e preenchimento de relatrios anuais da Mesa da Cmara; XI - fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta; XII - autorizar referendo e convocar plebiscito; XIII - solicitar informaes ao Prefeito sobre assuntos referente administrao; XIV - convocar o Prefeito ou (Secretrios Municipais se for o caso) responsveis pela administrao direta ou de empresa pblica de economia mista e fundaes para prestar informaes sobre matria de sua competncia, importando ausncia, sem justificao adequada, em crime de responsabilidade; XV - criar comisses especiais de inqurito; XVI - julgar o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores nos casos previsto em lei; XVII - conceder ttulo de cidado honorrio do municpio; XVIII - fixar subsdios do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores; XIX - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao e transformao de cargos de empregos e funo de seus servios e fixao da respectiva remunerao, observando os parmetros legais, especialmente a lei de diretrizes; XX - deliberar sobre assunto de sua economia interna e competncia privativa. Seo III Do Vereador Art. 62- Os Vereadores so inviolveis por suas opinies palavras e voto no exerccio do mandato e na circunscrio do Municpio de conformidade com o Art.102 Pargrafos 1, 2, 3 5 e 6 da Constituio Estadual-RJ. Art. 63- Os Vereadores no podero: I desde a expedio do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, no mbito e em operao no Municpio salvo quando o contrato obedecer as clusulas uniforme; b) exercer ou aceitar cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os que sejam demissveis ad nutum na entidades constantes da alnea anterior, salvo se j se encontrava antes da diplomao e houver compatibilidade entre o horrio normal desta entidade e as atividades no exerccio do mandato. II - desde a posse: a) ser proprietrio, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico no Municpio ou nela exercer funo remunerada; b) ocupar cargo ou funo que sejam demissveis ad nutum nas entidades referidas no inciso I a; c) patrocinar causa em que sejam interessadas quaisquer das entidades a que se refere o Inciso I a; d) ser titular de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo. Art. 64- Perder o mandato o Vereador: I - que infrigiu qualquer das proibies estabelecidas no antigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatvel com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer em cada sesso legislativa tera parte das Sesses Ordinrias, salvo licena ou misso por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos polticos; V - quando o decretar a Justia Eleitoral; VI - que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado. 1- Os casos incompatveis com o decoro parlamentar sero definidos em Regimento Interno, em similaridade com o Regimento Interno da Assemblia Legislativa do Estado da Cmara Federal, especialmente no que respeita ao abuso das prerrogativas de Vereador ou percepo de vantagens indevidas. 2- Nos casos dos incisos I, II, III a perda do mandato ser decidida pela Cmara por voto secreto em maioria absoluta mediante provocao da Mesa ou de partido poltico representado na Cmara, assegurada ampla defesa. 3- No caso do inciso III, a perda ser declarada pela Mesa, de ofcio mediante provocao de qualquer de seus membros, ou de partido poltico representado na Casa, assegurada ampla defesa. Art. 65- No perder o mandato o Vereador: I - investigando em cargo de secretrio municipal (ou equivalente). Pargrafo nico- O suplente ser convocado nos casos de vaga, de investidura nos cargos, ou funes previstas neste artigo, ou de licena superior a 120 dias. Art. 66- O Vereador poder licenciar-se: I - por motivo de doena; II - para tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que o afastamento no ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sesso Legislativa; III - para desempenhar misses temporrias de carter cultural ou de interesse do Municpio. 1- No perder o mandato, considerando-se automaticamente licenciado, o Vereador investido no cargo de Secretrio Municipal ou equivalente. 2- Ao Vereador licenciado nos termos dos incisos deste artigo, a Cmara poder determinar o pagamento, no valor que estabelecer na forma que especificar de auxlio- doena ou auxlio especial, alm dos seus subsdios integrais. 3- O auxlio previsto no pargrafo anterior poder ser fixado no curso da legislatura e no ser computado para efeito de clculo de remunerao dos Vereadores. Art. 67- Dar-se- convocao do suplente de Vereador nos casos de vaga ou licena. 1- O suplente convocado dever tomar posse no prazo de 10 (dez) dias contados da data de convocao, salvo motivo justo, aceito pela Cmara, quando se prorrogar o prazo por mais 5 (cinco) dias. 2- Enquanto a vaga a que se refere o pargrafo anterior no for preenchida, calcular- se- o quorum em funo dos Vereadores remanescentes. Art. 68- A Remunerao do Vereador no poder ser superior a 45% (quarenta cinco por cento) do que percebe o Deputado Estadual, sendo que, em colegiado, os mesmos no podero receber acima de 5%(cinco por cento) da Receita efetivamente arrecadada pelo Municpio, cujos valores reais da Remunerao sero apurados mensalmente.* *Nova Redao dada pela Emenda n 07/93, de 26.01.93. Pargrafo nico Fica concedido o 13 salrio, aos Srs. Vereadores da Cmara Municipal de Arraial do Cabo, em conformidade com a Resoluo n 378/89, com base na Lei Estadual 862 de 05 de julho de 1985.* *Adicionado pela Emenda n 79/93, de 04.11.93. Art. 69- O Presidente da Cmara ter direito a representao cujo o valor ser equivalente a 2/3 da remunerao do Vereador. Seo IV Das Reunies Art. 70- A Cmara Municipal reunir-se- anualmente em sua sede em Sesso Legislativa Ordinria, de quinze de fevereiro a 30 de junho e de 1 de agosto a 15 de dezembro com nmero de Sesses semanais definida em Regimento Interno. Art. 71- Durante o recesso salvo convocao extraordinria da Cmara haver uma comisso representativa do Poder Legislativo, cuja a composio reproduzir quando possvel a proporcionalidade de representao partidria eleita pelo Plenrio na ltima Sesso Ordinria do perodo Legislativo com atribuies previstas no Regimento interno. Art. 72- As Sesses da Cmara sero pblicas. Art. 73- O Regimento Interno dever disciplinar a palavra de representantes populares na Tribuna da Cmara nas Sesses. Art. 74- A convocao extraordinria da Cmara, ser feita pelo Presidente, pelo Prefeito ou por requerimento da maioria absoluta dos Vereadores, em caso de urgncia ou de interesse pblico relevante, com notificao pessoa e escrita aos Vereadores com antecedncia mnima de 72 (setenta duas) horas. Art. 75- Nas convocaes extraordinrias a Cmara somente deliberar as matrias para as quais foi convocada. Art. 76- As reunies e a administrao da Casa sero dirigidas por uma Mesa eleita em votao secreta, cargo por cargo, a cada dois anos pela maioria absoluta dos Vereadores. Seo V Das Comisses Art. 77- A Cmara ter comisses permanentes e temporrias conforme o estabelecido em seu Regimento Interno ou ato legislativo de sua criao. 1- Na Constituio da Mesa e das Comisses assegurada a representao dos partidos, exceto se o nmero de vereadores de algum partido ou desinteresse no viabilizar tal composio. 2- Cabe as comisses permanentes dentro da matria de sua competncia: I - dar parecer em projeto de lei de resoluo de decreto legislativo, ou em outros expedientes quando provocadas; II - realizar audincias pblicas com entidades da sociedade civil; III - receber peties, reclamaes, representaes ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omisses das autoridades ou entidades; IV - convocar na forma do artigo 61 inciso XIV, os Secretrios municipais (ou diretores) ou qualquer servidor para prestar informaes sobre assuntos inerentes as suas atribuies; V - solicitar depoimento de qualquer autoridades ou cidado; VI - apreciar programa de obras, planos de desenvolvimento sobre eles emitir parecer. Art. 78- As Comisses Parlamentares de Inqurito tero poderes de investigao prprias das autoridades judiciais para apurao de fato determinado em prazo certo. 1- Os Membros das Comisses Parlamentares de Inqurito, a que se refere este artigo, no interesse da investigao, podero, em conjunto ou isoladamente: I - proceder as vistorias e levantamento nas reparties pblicas municipais e entidades descentralizadas, onde tero livre ingresso e permanncia; II - requisitar de seus responsveis a exibio de documentos e a prestao dos esclarecimentos necessrios; III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presena, ali realizando os atos que lhe competirem. 2- fixado em trinta dias, prorrogvel por igual perodo, desde que seja solicitado e devidamente justificado, o prazo para que os responsveis pelos rgos da Administrao Direta ou Indireta prestem as informaes e encaminhem os documentos requisitados pelas Comisses Especiais de Inqurito. 3- No exerccio de suas atribuies podero, ainda, as Comisses Parlamentares de Inqurito, atravs de seu Presidente: I - determinar as deligncias que reputarem necessrias; II - requerer a convocao de Secretrio Municipal (ou assemelhado); III - tomar depoimento de qualquer autoridade, intimar testemunhas e inquiri-las sob compromisso; IV - proceder as verificaes contbeis em livros, papis e documentos dos rgos da Administrao Direta ou Indireta. 4- O atendimento s determinaes contidas nos pargrafos anteriores, no prazo estipulado, faculta o Presidente da Comisso, solicitar na conformidade da legislao federal, a interveno do poder judicirio para fazer cumprir a legislao. 5- Nos termos do artigo terceiro da Lei Federal n1.579 de 18 de maro de 1952, as testemunhas intimadas, de acordo com as prescries estabelecidas na Legislao Penal, em caso de no comparecimento, sem motivo justificado, a intimao ser solicitada ao Juiz Criminal da localidade onde reside ou se encontra, na forma do artigo 218 do cdigo de Processo Penal. 6- Haver, obrigatoriamente, na Cmara Municipal, uma comisso permanente dos Direitos do Homem e da Mulher. Seo VI Subseo I Disposio Geral e Emendas Lei Orgnica Art. 79- O Processo Legislativo compreende a elaborao de: I - Leis Orgnicas; II - Leis; III - Resolues. Art. 80- A Lei Orgnica Municipal poder ser emendada mediante proposta: I - de hum tero no mnimo dos Vereadores; II - da populao, subscrita por cinco por cento de eleitorado do Municpio. 1- A proposta ser discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois teros dos votos. 2- A emenda ser promulgada pela Mesa da Cmara na seo seguinte aquela em que se der a aprovao, com respectivo nmero de ordem: 2- No caso do inciso II, a subscrio dever ser acompanhada dos dados identificado do ttulo eleitoral. 3- A matria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada s poder ser objeto de nova proposta na mesma seo legislativa se subscrita por dois teros dos Vereadores ou por cinco por cento dos eleitorados do municpio. Subseo II Das leis Art. 81- A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe ao Prefeito, a qualquer membro ou comisso da Cmara e aos cidados, observando o disposto nesta lei. Art. 82- Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: I - criao, extino ou transformao de cargos, funes ou empregos pblicos na administrao direta e autrquica, fixao ou aumento de sua remunerao; II - regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores; III - organizao administrativa, matria tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao; IV - criao, estrutura e atribuies dos rgos da administrao pblica municipal. Art. 83- de competncia exclusiva da Cmara a iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: I - criao, extino ou transformao de cargos, funes ou empregos de seus servios; II - fixao ou aumento de remunerao de seus servidores; III - organizao e funcionamento dos seus servios. Art. 84- A iniciativa popular de projetos de Lei ser exercida mediante subscrio por, no mnimo, 5% (cinco) do eleitorado do municpio, da cidade, do bairro ou comunidade rural, conforme o interesse ou abrangncia da proposta. 1- Os projetos de lei apresentados atravs da iniciativa popular sero inscritos prioritariamente na ordem do dia da Cmara. 2- Os projetos sero discutidos e votados no prazo mximo de noventa dias, garantidas a defesa em plenrio por um dos cinco primeiros signatrios. 3- Decorrido o prazo do Pargrafo anterior, o projeto ir automaticamente para a votao, independente de pareceres. 4- No tendo sido votado at o encerramento da Sesso Legislativa, o projeto estar inscrito para a votao seguinte da mesma legislatura ou na primeira sesso da legislatura subseqente. Art. 85- A Cmara Municipal convocar o referendo sobre questes relevantes para os destinos do Municpio, objeto de lei ou no, mediante proposta devidamente fundamentada de um tero dos vereadores, do Prefeito ou de cinco por cento do eleitorado do Municpio. 1- A votao ser organizada pelo TRE, no prazo de 03 (trs) meses aps convocao, assegurando-se o direito de publicidade para os partidrios e os opositores da proposio. 2- Sero realizadas no mximo 02 (duas) consultas plebiscitrias por ano, admitindo- se at 05 (cinco) proposies por consulta e vedada a sua realizao nos 04 (quatro) meses que antecedem a realizao de eleies municipal, estadual e nacional. 3- O TRE proclamar resultado do plebiscito que ser considerado como deciso definitiva sobre a questo proposta e formalizada em decreto Legislativo nas 48 (quarenta e oito)horas subseqentes proclamao. 4- A proposio que j tenha sido objeto de plebiscito somente poder ser reapresentada com intervalo de 03 (trs) anos. Art. 86- No ser admitido aumento de despesas prevista: I - nos projetos de iniciativa privada do Prefeito Municipal, ressalvando o processo Legislativo oramentrio e o disposto no pargrafo nico deste artigo; II - nos projetos sobre organizao dos servios administrativos da Cmara Municipal. Pargrafo nico- Nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito Municipal, s ser admitida emenda que aumente a despesa prevista caso seja aprovada pela maioria dos Vereadores, apontando os recursos oramentrios a serem remanejados. Art. 87- O Prefeito poder solicitar urgncia para apreciao de Projetos de sua iniciativa. 1- Caso a Cmara no se manifeste sobre a proposio dentro de quarenta e cinco dias, ser includa na ordem do dia, sobrestando-se a deliberao dos demais assuntos, para que se ultime a votao. 2- O prazo previsto no pargrafo anterior no corre nos perodos de recesso. Art. 88- Aprovado o Projeto de Lei, na forma regimental, ser imediatamente enviado ao Prefeito, que, aquiescendo se sancionar. 1- Se o Prefeito julgar o projeto, num todo ou em parte inconstitucional, ou contrrio ao interesse pblico, vet-lo- total ou parcialmente, dentro de quinze dias teis, contados da data de recebimento, e comunicar, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Cmara os motivos do veto. 2- O veto parcial somente abranger texto integral de artigo, pargrafo, inciso ou (alnea). 3- Decorrido o prazo de quinze dias, o silncio do Prefeito importar sano. 4- O veto ser apreciado no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu recebimento, s podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores, em escrutinio secreto. 5- Se o veto no for mantido, ser o Projeto enviado ao Prefeito para promulgao. 6- Esgotado, sem deliberao, o prazo estipulado no pargrafo quarto, o veto ser colocado na ordem do dia da Sesso imediatamente seguinte, sobrestadas as demais proposies, at a sua votao. 7- Se a Lei no for promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas pelo Prefeito Municipal, nos casos dos pargrafos terceiro e quinto, o Presidente da Cmara a promulgar e, se este no o fizer em igual prazo, caber ao Vice Presidente, 1 Secretrio(a), sucessivamente. 8- Caso o Projeto de Lei seja vetado durante o recesso da Cmara, o Prefeito comunicar o veto Comisso representativa a que se refere o artigo, e dependendo da urgncia e relevncia da matria, poder convocar extraordinariamente a Cmara para sobre ele se manifestar. Art. 89- A matria constante do Projeto de Lei rejeitado somente poder constituir objeto de novo Projeto, na mesma sesso legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Cmara ou mediante a subscrio de dez por cento do eleitorado do municpio, cidade, bairro ou comunidade rural, conforme o interesse ou a abrangncia da proposta. Art. 90- As resolues e decretos legislativos far-se-o na forma do Regimento Interno. Art. 91- vedada a delegao legislativa. Seo VII Do Plenrio e Votao Art. 92- Em decorrncia da soberania do Plenrio, todos os atos da Mesa, da Presidncia e das Comisses esto sujeitos ao seu imprio. Pargrafo nico- O Plenrio pode avocar, pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, qualquer matria ou ato submetidos Mesa, Presidncia ou s Comisses, para sobre eles deliberar. Art. 93- Salvo excees previstas em lei, a Cmara deliberar pela maioria de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores. Pargrafo nico- A votao pblica pelo processo nominal a regra geral, exceto por impositivo legal ou por deciso do Plenrio. Art.94- Em primeira discusso votar-se- sempre artigo por artigo e as emendas, individualmente. Seo VIII Dos Decretos Legislativos e das Resolues Art. 95- O Projeto de Decreto legislativo a proposio destinada a regular matria de competncia exclusiva da Cmara, que produza efeitos externos, no dependendo, porm, de sano do Prefeito. Pargrafo nico- O Decreto legislativo aprovado pelo Plenrio, em um s turno de votao, ser promulgado pelo Presidente da Cmara. Art. 96- O Projeto de Resoluo a proposio destinada a regular matria poltico administrativa da Cmara, de sua competncia exclusiva e no depende de sano do Prefeito. Pargrafo nico- O Projeto de Resoluo aprovado pelo Plenrio, em um s turno de votao, ser promulgado pelo presidente da Cmara. Seo IX Da Procuradoria Geral da Cmara Municipal Art. 97- A consultoria jurdica, a superviso dos servios de assessoramento jurdico, bem como a representao judicial da Cmara Municipal, quando couber, so exercidas por seus procuradores, integrantes da Procuradoria Geral da Cmara Municipal, diretamente vinculada Mesa Diretora. 1- A carreira de procurador da Cmara Municipal, a organizao e funcionamento da instituio sero disciplinados em Lei Complementar, dependendo o respectivo ingresso de provimento condicionado classificao em concurso pblico de provas e ttulos, com a participao da Ordem dos Advogados do Brasil. 2- O Procurador Geral da Cmara Municipal, chefe da instituio, ser nomeado pela Mesa Diretora dentre os integrantes de sua Procuradoria Geral. CAPTULO II Do Poder Executivo Seo I Do Prefeito e do Vice-Prefeito Art. 98- O Poder Executivo exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretrios. Art. 99- O Prefeito e o Vice-Prefeito registradas as respectivas candidaturas conjuntamente sero eleitos, simultaneamente, por eleio direta em sufrgio universal e secreto at 90 dias antes do trmino do mandato de seu antecessor. Art. 100- So condies de elegibilidade para Prefeito e Vice-Prefeito: I - nacionalidade Brasileira; II - pleno exerccio dos direitos pblicos; III - domiclio eleitoral na circunscrio do Municpio; IV - filiao Partidria. Art. 101- Ser considerado prefeito do municpio o candidato que, registrado por partido poltico, obtiver a maioria simples de votos, no computados os em branco e os nulos. Pargrafo nico- Havendo empate na apurao dos votos, qualificar-se- o mais idoso. Art. 102- O Prefeito e o Vice-Prefeito prestaro compromisso, tomaro posse e assumiro o exerccio na sesso solene de instalao da Cmara Municipal no dia 1 de janeiro do ano subseqente eleio. 1- Se, decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou Vice- Prefeito, salvo motivo de fora maior; no tiver assumido o cargo, este ser declarado vago. 2- Substituem o Prefeito o Vice-Prefeito e, na falta ou impedimento deste, o presidente da Cmara. Art. 103- No ato da posse do Prefeito e o Vice-Prefeito apresentaro declarao de bens, inclusive de seus cnjuges, repetida quando do trmino do mandato, as quais sero transcritas em livro prprio, constando de ata o seu resumo, para conhecimento pblico. Pargrafo nico- O Prefeito e o Vice-Prefeito, este quando remunerado, devero desincompatibilizar-se no ato da posse, quando no remunerado, o Vice-Prefeito cumprir essa exigncia ao assumir o exerccio do cargo. Art. 104- O Prefeito no poder, desde a posse, sob pena de perda do cargo: I - firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, salvo quando o contrato obedecer clusulas uniformes; II - aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissvel ad nutum em entidades constantes do inciso anterior, salvo se j se encontrava antes da diplomao e houver compatibilidade entre o horrio normal destas entidades e as atividades no exerccio do mandato; III - ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo; IV - patrocinar causas em que seja interessada qualquer das entidades j referidas; V - ser proprietrio, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico, ou nela exercer funo remunerada; VI - residir fora do Municpio. Art. 105- Ser de 4 (quatro) anos o mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, a iniciar-se no dia 1 de janeiro do ano seguinte ao da eleio. Art. 106- So inelegveis para os mesmos cargos, nos perodos subseqente, o Prefeito e o Vice-Prefeito, e quem os houver sucedido ou substitudo nos seis meses anteriores a eleio. Art. 107- Para concorrerem a outros cargos eletivos o Prefeito e o Vice-Prefeito devem renunciar aos mandatos at 6 (seis) meses antes do pleito. Art. 108- O Vice-Prefeito substitui o Prefeito em casos de licena ou impedimento, e o sucede no caso de vaga ocorrida aps a diplomao. 1- O Vice-Prefeito, alm de outras atribuies que lhe forem conferidas por lei, auxiliar o Prefeito sempre que por ele for convocado para misses especiais. 2- O Vice-Prefeito no poder recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena de extino do respectivo mandato. Art. 109- Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, assumir o Presidente da Cmara. Art. 110- Se as vagas ocorrerem na primeira metade do mandato, far-se- eleio direta, na forma da legislao eleitoral, cabendo aos eleitos completar o perodo. Art. 111- O Prefeito e o Vice-Prefeito no podero ausentar-se do Municpio por mais de 15 (quinze) dias consecutivos nem do territrio nacional, por qualquer prazo, sem prvia autorizao da Cmara, sob pena de perda de cargo. Art. 112- O Prefeito poder licenciar-se: I - quando a servio ou misso de representao do Municpio, devendo enviar Cmara relatrio circunstanciado dos resultados de sua viagem; II - quando da impossibilidade do exerccio do cargo, por motivo de doena devidamente comprovada. Art. 113- A Remunerao do Prefeito ser fixada pela Cmara Municipal, para cada Legislao e at o seu trmino, no podendo ser superior a 75% (setenta cinco por cento) da Remunerao do Deputado Estadual, estando sujeita aos impostos gerais, inclusive o de renda e outros extraordinrios, sem distino de qualquer espcie.* *Nova Redao dada pela Emenda n 07/93, de 26.01.93. Art. 114- A verba de representao do Prefeito ser fixada pela Cmara e no poder exceder de dois teros do valor do subsdio. Art. 115- A Remunerao do Vice-Prefeito no poder exceder a 50% do que percebe o Prefeito municipal.* *Nova Redao dada pela Emenda n 07/93. Art. 116- A extino ou a cassao do mandato do Prefeito, bem como a apurao dos crimes de responsabilidade do Prefeito ou de seu substituto, ocorrero na forma e nos cargos previstos nesta Lei Orgnica e na Legislao Federal. Seo II Das Atribuies do Prefeito Art. 117- compete privativamente ao Prefeito: I - nomear e exonerar os secretrios (ou diretores de departamentos do municpio e os responsveis pelos rgos da administrao direta ou indireta); II - exercer, com auxlio do Vice-Prefeito, Secretrios do Municpio, diretores gerais, administrao do municpio segundo os princpios da LOM; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e expedir decretos e regulamentos para sua execuo; V - vetar projetos de lei, nos termos desta lei; VI - dispor sobre a estruturao, organizao e funcionamento da administrao Municipal; VIII - apresentar anualmente Cmara relatrio sobre o estado das obras e servios municipais. IX - enviar Cmara, o Plano Plurianual, o Projeto de Lei de diretrizes oramentrias, e as propostas oramentrias previstas nesta Lei; X - prestar anualmente Cmara Municipal dentro de 60 (sessenta) dias, aps a abertura da Sesso Legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior; XI - prestar dentro de quinze (15) dias as informaes solicitadas pela Cmara, referentes aos negcios pblicos do Municpio; XII - representar o Municpio; XIII - convocar extraordinariamente a Cmara; XIV - contrair emprstimos para o Municpio, mediante prvia autorizao da Cmara; XV - decretar a desapropriao por necessidade ou utilidade pblica ou interesse social, mediante autorizao da Cmara; XVI - administrar os bens e as rendas municipais, promover o lanamento, a fiscalizao e a arrecadao de tributos; XVII - propor Cmara convnios, ajuste e contratos de interesse municipal; XVIII - propor Cmara o arrendamento, o aforamento e a alienao de prprios municipais, bem como aquisio de veculos; IX - propor a diviso administrativa do Municpio, de acordo com a Lei; XX - exercer outras atribuies previstas nesta Lei. Seo III Da Responsabilidade do Prefeito Art. 118- So crimes de responsabilidade os atos do Prefeito que atentarem contra a Constituio Estadual, Constituio Federal e Lei Orgnica do Municpio em especial contra: I - a existncia do Municpio; II - o livre exerccio da Cmara Municipal e dos organismos de cooperao com poder pblico; III - o exerccio de direitos polticos, individuais e sociais; IV - a probidade na administrao; V - a lei oramentria; VI - o cumprimento das leis e decises judiciais. Pargrafo nico- As normas de processo e julgamento bem como a definio desses crimes so estabelecidas por Lei Federal. Art. 119- O Prefeito, admitida a acusao pelo voto de 2/3 dois teros) dos Vereadores, ser submetido julgamento nos termos do artigo 28, inciso VIII da Constituio Federal. Seo IV Do Vice Prefeito Art. 120- O Vice-Prefeito possui a atribuio de, em consonncia com o Prefeito, auxiliar a direo da administrao pblica municipal. Seo V Dos Secretrios Municipais (ou Assemelhados, como Diretores de Departamento) Art. 121- Os secretrios Municipais sero escolhidos entre cidados no exerccio de seus direitos polticos, como cargos de confiana do Prefeito. Art. 122- Alm das atribuies fixadas em lei ordinria, compete aos secretrios do Municpio: I - orientar, coordenar e superintender as atividades dos rgos entidades da administrao municipal, na rea de sua competncia; II - expedir instrues para a execuo das leis, decretos e regulamentos relativos aos assuntos de suas secretarias; III - apresentar anualmente ao Prefeito e a Cmara Municipal relatrio anual dos servios realizados nas suas secretarias; IV - comparecer Cmara Municipal, quando por esta convidado e sob justificao especfica; V - praticar os atos pertinentes s atribuies que lhes forem delegadas pelo Prefeito; Pargrafo nico- Aplica-se aos diretores dos servios autrquicos ou autnomos o disposto nesta seo. Art. 123- A lei dispor sobre a criao, estruturao e atribuies das Secretarias Municipais. Art. 124- Os Secretrios Municipais, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, sero julgados pelo Tribunal de Justia. Pargrafo nico- Nos crimes de responsabilidade, conexos com os do Prefeito, o julgamento ser efetuado pela Cmara Municipal. TTULO V Da Segurana Pblica CAPTULO NICO Art. 125- Fica estabelecido o que determina a Constituio Federal e a Constituio do Estado do Rio de Janeiro. TTULO VI Da Tributao e da Administrao Financeira CAPTULO I Dos Tributos Municipais Art. 126- Compete, ao Municpio, instituir: I - taxas, arrecadadas em razo do exerccio do poder de polcia, ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos, especficos e divulgao, prestados ao contribuinte ou postos sua disposio. II - contribuio de melhoria, decorrente de obra pblica; III - contribuio, a ser cobrada dos servidores municipais, para o custeio, em benefcio destes, de sistemas de previdncia e assistncia social. Pargrafo nico- As taxas no podero ter base de clculo prprio de impostos nem sero institudas em razo: a) do exerccio do direito de petio em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso do poder; b) de certides fornecidas, pelas reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situao de interesse pessoal, includas entre aquelas as certides negativas de tributos. Art. 127- Compete, ainda, ao municpio, instituir impostos: I - sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana; II - sobre a Transmisso inter vivos, a qualquer ttulo, por ato oneroso; a) de bens imveis, por natureza ou acesso fsica; b) de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia; c) cesso de direitos relativos s transmisses de que tratam as alneas a e b. III - sobre vendas a varejo de combustveis lquidos e gasosos, exceto o leo desel. IV - sobre servios de qualquer natureza, definidos em lei complementar e no compreendidos na competncia estadual. 1- Visando a assegurar o cumprimento da funo social da propriedade, o imposto previsto no inciso I ser progressivo, na forma a ser estabelecida em lei. 2- O imposto de que trata o inciso II: a) incide sobre os imveis situados no territrio do municpio ou sobre os quais versem os direitos transmitidos ou cedidos; b) no incide sobre a transmisso de bens ou direitos incorporados ao patrimnio de pessoa jurdica em realizao de capital, nem sobre a transmisso de bens ou direitos decorrente de fuso, incorporao, ciso ou extino de pessoa jurdica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locao de bens imveis ou arrendamento mercantil. CAPTULO II Da Participao do Municpio em Receitas Tributrias da Unio e dos Estados Art. 128- Pertencem ao Municpio: I - o produto da arrecadao do imposto da Unio sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer ttulo, por ele prprio, suas autarquias e fundaes que mantenha ou haja institudo. II - 50% (cinqenta por cento) do produto da arrecadao do imposto da Unio sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imveis situados no seu territrio; III - 50% (cinqenta por cento) do produto da arrecadao do imposto do Estado sobre a propriedade de veculos automotores licenciados no seu territrio; IV - relativamente as operaes que tiverem origem em seu territrio. 70% (setenta por cento) do montante arrecadado, pela Unio, a ttulo do imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulo ou valores imobilirios, quando incidente sobre o ouro. Art. 129- O Municpio participa, ainda: I - do montante , pertencente aos municpios, de 25% (vinte e cinco por cento) do produto de arrecadao, no Estado do Rio de Janeiro, do imposto sobre operaes relativas a circulao de mercadorias e sobre prestaes de servio de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, auferidas creditadas, as parcelas que lhe cabem: a) (trs quartos), no mnimo, na proporo do valor adicionado, consoante definido em lei complementar, nas operaes relativas circulao de mercadorias e nas prestaes de servios, realizados em seu territrio; b) (um quarto), na forma do disposto na legislao estadual; II - observados os critrios das alneas a e b do inciso anterior, da parcela de 25% (vinte e cinco por cento) do total dos recursos recebidos, pelo Estado do Rio de Janeiro, da Unio, a ttulo de participao na arrecadao do imposto sobre produtos industrializados. Art. 130- Do produto da arrecadao dos impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco dcimos por cento) pertencem ao Fundo de Participao dos Municpios. Art. 131- O Municpio divulgar, at o ltimo ms subseqente ao da arrecadao os montantes de cada um dos tributos arrecadados e dos recebidos. CAPTULO III Da Fiscalizao Financeira Oramentria, Operacional e Patrimonial Art. 132- A Lei Oramentria anual dever ser apresentada em valores mensais para todas suas receitas e despesas a nvel global para permitir seu acompanhamento oramentrio por parte do Executivo e Legislativo Municipal. Art. 133- O Poder Executivo publicar at trinta dias aps o encerramento de cada bimestre, relatrio resumido da execuo oramentria bem como apresentar trimestralmente ao Poder Legislativo a caracterizao sobre o Municpio, suas finanas pblicas, devendo constar do demonstrativo: I - as receitas e despesas da administrao direta e indireta; II - os valores ocorridos desde o incio do exerccio at o ltimo ms do trimestre objeto da anlise financeira; III - a comparao mensal entre os valores do inciso II acima com seus correspondentes previstos no oramento j atualizado por suas alteraes; IV - as previses atualizadas de seus valores at o final do exerccio financeiro. CAPTULO IV Do Oramento Art. 134- Ao Poder Executivo compete a iniciativa das leis que regularo: I - os oramentos anuais; II - as diretrizes oramentrias; III - o plano plurianual. 1- A lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da administrao, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente, orientar a elaborao da lei oramentria anual e dispor sobre as alteraes na legislao tributria. 2- A lei instruir o plano plurianual estabelecer, de forma setorizada, as diretrizes, objetivos e metas da administrao Pblica Municipal para as despesas de capital e as destas decorrentes, bem como para aquelas concernentes aos programas de durao continuada. 3- Os planos e programas setoriais, sero elaborados em consonncia com o plano plurianual e sero apreciados pela Cmara Municipal. Art. 135- O Municpio assegurar recursos prprios para a instalao, funcionamento e manuteno das creches e pr- escolas. Pargrafo nico- A Secretaria Municipal de Educao responsvel pela integrao dos recursos financeiros e dos diversos programas em funcionamento. Art. 136- O Municpio garantir recursos oramentrios para as aes do Programa de Assistncia integral sade da mulher e da criana. Art. 137- A lei oramentria anual compreender: I - o oramento fiscal referente aos Poderes Municipais, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta; II - o oramento de investimentos das empresas em que o Municpio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 1- O Projeto de Lei Oramentria ser instrudo com demonstrativo identificativo, por setor, dos efeitos, sobre as receitas e despesas, decorrendo de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia. 2- A Lei Oramentria Anual no conter dispositivo estranho previso da receita e a fixao da despesa, no se incluindo na proibio, a autorizao para a abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita nos termos da Lei. Art. 138- Os recursos correspondentes s dotaes oramentrias, inclusive crditos suplementares e especiais destinados ao Poder Legislativo, sero repassados integralmente at o dia 20 (vinte) de cada ms. Seo I Da Votao do Oramento e das Leis de Despesas Art. 139- de competncia do Poder Executivo a iniciativa das leis oramentrias e das que abram crditos, fixem vencimentos e vantagens dos servios pblicos, concedam subveno ou auxlio ou, de qualquer modo autorizem, criem ou aumentem as despesas pblicas. Art. 140- O Projeto de Lei oramentria anula para o exerccio financeiro seguinte ser enviado pelo Prefeito Cmara Municipal at o dia 30 de setembro do ano que o precede. 1- Se no receber o projeto no prazo fixado deste artigo, a Cmara considerar como proposta lei de oramento vigente. 2- O Prefeito poder enviar mensagem Cmara para propor modificao do projeto de lei oramentria enquanto no estiver concluda a votao da parte cuja alterao proposta. 3- Se at o dia primeiro de dezembro a Cmara no devolver para sano o projeto de lei oramentria, ser ele promulgado como lei, na forma proposta pelo Prefeito. 4- Aplicam-se ao projeto de lei oramentria, no que no contrariam o disposto nesta Seo as demais normas relativas elaborao Legislativa Municipal. Art. 141- As entidades autrquicas do municpio tero seus oramentos aprovados por decreto executivo, salvo se a disposio legal determinar a aprovao atravs de lei. 1- Os oramentos das entidades referidas neste artigo vincular-se-o ao oramento do Municpio, pela incluso: a) como receita, salvo disposio legal em contrrio do saldo positivo previsto entre os totais das receitas e despesas; e b) como subveno econmica, na receita do oramento da entidade beneficiria, salvo disposio legal em contrrio do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e das despesas. 2- Os investimentos ou inverses financeiras do municpio, realizadas por intermdio das entidades aludidas neste artigo, sero classificados como receita de capital desta e despesas de transferncias de capital daquele. 3- As previses para depreciao sero computadas para efeito de apurao do saldo lquido das mencionadas entidades. Art. 142- As emendas ao projeto de lei do oramento anual podem ser aprovadas caso: I - sejam compatveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias; II - tenham a funo de correo de erros ou omisses; III - indiquem os recursos necessrios, admitidos apenas os provenientes de anulao de despesa, excludas as que incidem sobre: a) dotao para pessoal e seus cargos; b) servios da dvida; IV - que no alterem o produto total do oramento anual. Art. 143- Os oramentos das autarquias municipais sero publicados como complemento do oramento do municpio. Art. 144- O Tribunal de Contas do Estado competente para decidir as argies de inexistncia ou dualidade de oramentos municipais, bem como para declarar a ineficcia de dispositivos, rubricas ou dotaes que em lei oramentria dos municpios contrariem princpios da Constituio Federal e Estadual. TTULO VII Da Ordem Econmica, Financeira e o Meio Ambiente CAPTULO I Dos Princpios Gerais Art. 145- O municpio dever organizar a sua administrao e exercer suas atividades dentro de um processo de planejamento permanente, atendendo as peculiaridades locais e dos princpios tcnicos convenientes ao desenvolvimento integrado da comunidade. Pargrafo nico- Considera-se processo de planejamento a definio de objetivos determinados em funo da realidade local, a preparao dos meios para atingi-los, o controle de sua aplicao e avaliao dos resultados obtidos. CAPTULO II Da Poltica Urbana Art. 146- Todo aquele que, comprovadamente , for proprietrio de imvel residencial ou comercial, edificado em terreno do patrimnio municipal, poder requerer aforamento da rea ocupada, sujeitando-se ao que preceitua a Lei n 3.071 de 01/01/16, em seus artigos 678 e 694, Legislao correlata. Pargrafo nico- Aps autorizao do Poder Legislativo, o Chefe do Poder Executivo mandar expedir carta de aforamento em nome do requerente que a levar a registro pblico. Art. 147- O Municpio aplicar no mnimo 3% (trs por cento) da receita bruta em obras de conteno das encostas, colocao de esgotos, colocao de gua e urbanizao nos morros da Boa vista e Morro da Cabloca (Coca- Cola), anualmente. Art. 148- A poltica urbana a ser formulada e executada pelo Poder Pblico ter como objetivo o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e a garantia do bem estar de sua populao. Art. 149- A execuo da poltica urbana est condicionada as funes sociais da cidade, compreendidas como direito de acesso de todo cidado a moradia, transporte pblico, saneamento, energia eltrica, gs, abastecimento, iluminao pblica, comunicao, educao, sade, lazer e segurana, assim como a preservao do patrimnio ambiental e cultural. 1-O exerccio do direito de propriedade atender a sua funo social quando condicionado a funes sociais da cidade. 2- Para os fins previstos neste artigo o Poder Pblico Municipal exigir do proprietrio adoo de medidas que visem direcionar a propriedade para o uso produtivo, de forma a assegurar: a) acesso a propriedade e moradia a todos; b) justa distribuio dos benefcios e nus decorrentes do processo de urbanizao; c) preveno e correo das distores da valorizao da propriedade; d) regularizao fundiria e urbanizao especfica para reas ocupadas por populao de baixa renda; e) adequao do direito de construir as normas urbansticas; f) meio ambiente ecologicamente equilibrado, como um bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida, preservando e restaurando os processos ecolgicos essenciais e provendo manejo ecolgico das espcies e ecossistemas, controlando a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. Art. 150- Para assegurar as funes sociais da cidade e da propriedade, o Poder Pblico usar, principalmente, os seguintes instrumentos: I - impostos progressivos no tempo sobre imvel; II - desapropriao por interesse social ou utilidade pblica; III - discriminao de terras pblicas, destinadas prioritariamente a assentamentos de muncipes de baixa renda; IV - inventrios, registros, vigilncia e tombamento de imveis; V - contribuio de melhoria; VI - taxao dos vazios urbanos. Art. 151- O direito de propriedade territorial urbano no pressupe o direito de construir, cujo exerccio dever ser autorizado pelo Poder Pblico, segundo critrios que forem estabelecidos em Lei Municipal. Art. 152- As terras pblicas no utilizadas ou subtilizados sero prioritariamente destinadas a assentamentos humanos de populao de baixa renda. Art. 153- O estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano, devero assegurar: I - a urbanizao, a regularizao fundiria e a titulao das reas onde esteja situada a populao favelada e de baixa renda, sem remoo dos moradores, salvo em reas de risco, mediante consulta obrigatria populao envolvida; II - a preservao das reas de explorao agrcola e pecuria e o estmulo a essas atividades primrias; III - a preservao, a proteo e a recuperao do meio ambiente natural e cultural; IV - a criao de reas de especial interesse urbanstico social, ambiental, turstico e de utilizao pblica; V - a participao das entidades comunitrias no estudo, no encaminhamento e na soluo dos problemas, planos, programas e projetos; VI - s pessoas portadoras de deficincia, o livre acesso a edifcios pblicos e particulares de freqncia ao pblico, a logradouros pblicos e ao transporte coletivo. Art. 154- O Municpio elaborar o seu Plano Diretor nos limites da competncia municipal, das funes da vida coletiva, abrangendo habitao, trabalho, circulao e recreao e considerando em conjunto os aspectos fsico, econmico, social e administrativo, nos seguintes termos: I - no tocante ao aspecto fsico-territorial, o plano dever conter disposies sobre o sistema virio urbano e rural, o zoneamento urbano, loteamento urbano ou para fins urbanos, a edificaes e os servios pblicos locais. II - no que se refere ao aspecto econmico, o plano dever inscrever disposio sobre o desenvolvimento econmico e integrao da economia municipal regional. III - no referente ao aspecto social, dever o plano conter normas de promoo social da comunidade e criao de condies de bem-estar da populao; e IV - no que respeita ao aspecto administrativo, dever o plano consignar normas de organizao institucional que possibilitem a permanente planificao das atividades pblicas municipais e sua integrao nos planos estadual e nacional. Pargrafo nico- As normas municipais de edificao, zoneamento e loteamento ou para fins urbanos atendero s peculiaridades locais e legislao federal e estadual pertinente. Art. 155- A elaborao do Plano Diretor dever compreender as seguintes fases, com extenso e profundidade respeitadas as peculiaridades do Municpio: I - estudo preliminar, abrangendo: a) avaliao das condies de desenvolvimento; b) avaliao das condies da administrao; II - diagnstico: a) do desenvolvimento econmico e social; b) da organizao territorial; c) das atividades-fim da Prefeitura; d) da organizao administrativa e das atividades-meio da Prefeitura; III - definio de diretrizes, compreendendo: a) poltica de desenvolvimento; b) diretrizes de organizao territorial; c) diretrizes de desenvolvimento econmico e social; IV - instrumentao, incluindo: a) instrumento legal do plano; b) programas relativos as atividades fim; c) programas relativos as atividades meio; d) programas dependentes da cooperao de outras entidades pblicas. CAPTULO III Dos Servios Pblicos Seo I Do Saneamento Art. 156- O Municpio, na forma da lei, desenvolver mecanismo institucionais e financeiros com a finalidade de garantir a toda a populao o acesso a servios de saneamento bsico, entendido como abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, sistema de coleta e disposio de resduos slidos urbanos, industriais e hospitalares bem como drenagem de canais, cabendo-lhe: Pargrafo nico- Fomentar, assistir e coordenar a implantao de solues intermunicipais sempre que a insero regional das respectivas cidades assim recomendarem, respeitada a autonomia do municpio. Art. 157- O Municpio criar o Plano Municipal de Saneamento Bsico, que dever contemplar os seguintes princpios fundamentais: I - o saneamento bsico, conforme definido no artigo anterior, ser concebido como um conjunto de aes de sade pblica; II - sempre que possvel, a unidade de planejamento ser a bacia ou sub-bacia hidrogrfica, a nvel estadual; III - o perfil epidemiolgico ser um critrio para o direcionamento das aes de saneamento. Art. 158- O Municpio tornar efetivas as diretrizes dos servios de saneamento bsico, atravs da adoo e fixao de mecanismos e instrumentos, como: I - submeter aos organismos de cooperao com o poder pblico no setor as medidas de promoo e execuo das aes de saneamento bsico do Municpio; II - plano anual onde devem constar as metas a serem atingidas, origem e destinao de recursos, bem como os critrios utilizados para a hierarquizao das prioridades; III - programao Plurianual, que ter por finalidade servir de orientao para o planejamento das aes de saneamento de longo prazo. Seo II Dos Transportes Art. 159- O transporte um direito fundamental do cidado, sendo de responsabilidade do Poder Pblico Municipal o planejamento, o gerenciamento e a operao dos vrios modos de transporte. Art. 160- Fica assegurada a participao das entidades organizadas no planejamento e operao dos transportes, bem como o acesso as informaes sobre o sistema de transportes. Art. 161- dever do Poder Pblico Municipal fornecer um transporte com tarifa condizente com o poder aquisitivo da populao, bem como assegurar a qualidade dos servios. Art. 162- O Poder Pblico Municipal dever efetuar o planejamento e a operao do sistema de transporte local. 1- O Executivo definir, segundo o critrio do Plano Diretor, o percurso, a freqncia e a tarifa do transporte coletivo local. 2- A operao e execuo do sistema ser feita de forma direta, ou por concesso ou permisso, nos termos da lei municipal. Art. 163- O Poder Pblico Municipal s permitir a entrada em circulao de novos nibus municipais desde que estejam adaptados para o livre acesso e circulao das pessoas portadoras de deficincia fsica e motora. Art. 164- dever das empresas de transporte coletivo, que circulam no municpio, manter seus veculos em bom estado de funcionamento de modo que eliminem o impacto nocivo da gaseificao de seus combustveis. CAPTULO IV Da Poltica Pesqueira Seo I Da Pesca Art. 165- O municpio definir poltica para o setor pesqueiro local, em consonncia com as diretrizes dos Governos Estadual e Federal, promovendo seu planejamento, ordenamento e desenvolvimento, enfatizando sua funo de abastecimento alimentar atravs de implantao de mercados de peixes nas sedes distritais, provimento de infra- estrutura de suporte pesca, incentivo aqicultura e implantao de sistema de informao setorial e controle estatstico da produo. 1- Na elaborao da poltica pesqueira, o Municpio garantir efetiva participao da comunidade da pesca, atravs de suas representaes de classe. 2- Incube ao Municpio criar mecanismos de proteo e preservao de reas ocupadas por comunidades de pescadores, assegurando seu espao vital. 3- Cabe ao Poder Pblico criar incentivos a formao de cooperativas de pescadores, para promover a implantao da captura, a estocagem, a comercializao e a industrializao de pescado. Art. 166- Cabe ao Municpio criar base institucional para promover o gerenciamento pesqueiro, constitudo de representaes dos Poderes Executivo e Legislativo Municipal, de instituies ligadas pesca e ao meio ambiente e das comunidades pesqueiras locais. a) os fiscais encarregados da fiscalizao da pesca, que tiverem conhecimento de infraes persistentes, intencionais ou por omisso dos padres e normas legais, devero imediatamente comunicar o fato ao Ministrio Pblico, indicando os elementos de convico, sob pena de responsabilidade administrativa na forma da lei; b) para efetiva fiscalizao caber ao Poder Pblico implementar a estrutura logstica de fiscalizao. Art. 167- Sero coibidas prticas que contrariam as normas vigentes relacionadas as atividades da pesca , que causem risco aos ecossistemas aquticos interiores e na zona costeira do mar territorial adjacente ao Municpio no limite das 12 (doze) milhas nuticas. Art. 168- O municpio articular com os Governos Federal e Estadual, as formas de implantao e operao de servio de busca e salvamento no limite do mar territorial, da qual ribeirinha. Art. 169- O municpio deve promover permanente adequao dos contedos dos currculos escolares das comunidades relacionadas econmica e socialmente pesca, sua vivncia, realidade e potencialidade pesqueira. Art. 170- A pesca no municpio de Arraial do Cabo classificada nas seguintes modalidades: arrasto de praia, pesca de traineira, pesca de linha, pesca de rede de armar ou rede porttil, pesca de lula, de arrasto de canoa e mergulho profissional. Art. 171- A pesca no municpio de Arraial do Cabo classificada como pesca artesanal, de acordo com a Lei Federal n 221 de fevereiro de 1975 que classificada de acordo com a tonelagem da embarcao, inferior a 20 toneladas. Art. 172- proibida a atuao de arrastes de porta, pesca considerada industrial, a uma distncia de 12 milhas das ilhas, praias e costes em todo litoral do municpio. Art. 173- Fica mantido o acordo estabelecido entre a Associao de Pescadores e a Associao de Surf do Municpio de Arraial do Cabo, datado de 28 de janeiro de 1988. Art. 174- Fica assegurada por esta Lei Orgnica, a Lei n 282/88, que regulamenta a pesca da lula. Art. 175- proibido qualquer tipo de esporte aqutico no local denominado Porto da Prainha, a contar da divisa da lcalis at o local denominado Canto Pequeno. Art. 176- Fica assegurada, por esta Lei Orgnica, as seguintes leis j existentes: I - Lei 549 de 28 de maio de 1989, que probe a pesca de rede de espera, tambm chamada Tresmalho. Art. 177- So reas de preservao permanente para a prtica da pesca artesanal e devem ficar sob a proteo do poder pblico todos os pontos e locais de vigia de pesca e demais reas, a saber: I - dois pontos de vigia no morro da Praia Grande; II - trs pontos de vigia das Prainhas; III - trs pontos de vigia das Prainhas, no Pontal do Atalaia; IV - um ponto de vigia na Praia do Pontal; V - faixa de 100 (cem) metros da preamar, por 150 (cento cinqenta) metros de comprimento j usados por pescadores da Praia do Pontal; VI - faixa de 30 (trinta) metros da Preamar por 150 (cento cinqenta) metros de comprimento, ao iniciar na Avenida Beira Mar, Prainha; VII - faixa de 40 (quarenta) metros da preamar, por 300 (trezentos) metros de comprimento, no local denominado Porto da Praia Grande; VIII - dois pontos de vigia do Marmut, na Ilha de Cabo Frio; IX - trs pontos de vigia na Ilha de Cabo Frio; X - faixa de 30 (trinta) metros por 200 (duzentos) metros de comprimento a contar do muro IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Alte. Paulo Moreira), em direo ao campo de esporte, de segunda a sexta-feira, das sete (07) s dezesseis (16) horas. Seo II Da Pesca Submarina Art. 178- livre a prtica do esporte subaqutico, praticado em apnia. Pargrafo nico- Fica proibida a presena de mergulhadores onde estiverem pescadores profissionais de linha, a uma distncia inferior a 100(cem) metros. Art. 179- A prtica de atividade subaqutica com uso de garrafas e compressores fica condicionada devida habilitao atestada por entidade regulamentar. Art. 180- vedada a prtica de qualquer atividade profissional, pesqueira ou outras, sem a devida habilitao que identifique como profissional o pescador e mergulhador, de acordo com a lei. Art. 181- Cabe ao Poder Pblico Municipal fiscalizar as atividades subaquticas e, no exerccio de suas atribuies, apreender o material utilizado, que dever ser incorporado ao Patrimnio Municipal ou vendido em leilo, conforme a Lei. CAPTULO V Do Meio Ambiente Art. 182- O municpio assegurar o direito qualidade de vida e a proteo do meio ambiente. Pargrafo nico- O direito a que se refere o artigo estende-se ao ambiente de trabalho, ficando o municpio obrigado a garantir e proteger o trabalhador contra toda e qualquer condio nociva sua sade fsica, mental e emocional. Art. 183- Visando consecuo dos objetivos a que se refere o artigo anterior, incube ao Poder Pblico Municipal: I - estabelecer legislao apropriada, na forma do disposto no artigo 30, incisos I e II, da Constituio da Repblica; II - definir poltica setorial especfica, assegurando a coordenao adequada dos rgos direta ou indiretamente encarregados de sua implantao; III - zelar pela utilizao racional e sustentada dos recursos naturais e, em particular, pela integridade do patrimnio ecolgico, gentico paisagstico, histrico, arquitetnico, cultural e arqueolgico, em benefcio das geraes atuais e futuras; IV - elaborar e implantar, atravs de lei, Plano Municipal de Meio Ambiente que contemplar a necessidade de conhecimento e avaliao das caractersticas e recursos de meio fsico e biolgico, de diagnstico de sua atualizao e definio de diretrizes para seu melhor aproveitamento no processo de desenvolvimento econmico- social; V - instituir sistemas de unidades de conservao representativos dos ecossistemas originais do espao territorial, martimo e lacustre do municpio, vedada qualquer utilizao ou atividade que comprometa seus atributos essenciais: 1- Ficam mantidas as unidades de conservao existentes; 2- A iniciativa do Poder Pblico Municipal de criao de unidades de conservao, com a finalidade de preservar a integridade dos exemplares do ecossistema, ser imediatamente seguida dos procedimentos necessrios a sinalizao ecolgica, regularizao fundiria, a demarcao e a implantao da estrutura de fiscalizao adequadas. VI - estimular e promover o reflorestamento ecolgico em reas degradadas, objetivando especialmente: a) a proteo dos manguezais, da restinga, dos brejos, das lagoas, das matas, das encostas; b) a fixao de dunas; c) a recomposio paisagstica; d) a consecuo de ndices mnimos de cobertura vegetal; VII - estabelecer critrios, normas e padres de proteo ambiental nunca inferiores aos padres internacionalmente aceitos; VIII - proteger e preservar a flora e a fauna silvestre e domstica, as espcies ameaadas de extino, as espcies endmicas, as espcies vulnerveis, as espcies raras, vedadas prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais silvestres e domsticos a crueldade, fiscalizando a extrao, captura, produo, transporte, comercializao e consumo de seus espcimes e subprodutos; IX - controlar e fiscalizar as instalaes, equipamentos e atividades que comportem risco efetivo ou potencial para a qualidade da vida e o meio ambiente; X - condicionar a implantao de instalaes e atividades efetivas ou potencialmente causadoras de significativas alteraes do meio-ambiente e da qualidade de vida prvia elaborao de estudo de impacto ambiental, a que se dar publicidade, garantidas audincias pblicas, na forma da lei; XI - promover os meios defensivos necessrios para impedir a pesca predatria; XII - determinar a realizao peridica, por instituies capacitadas e, preferencialmente, sem fins lucrativos, de auditoriais ambientais e programas de monitoragem que possibilitem a correta avaliao e a minimizao da poluio, s expensas dos responsveis por sua ocorrncia; XIII - Promover o gerenciamento ambiental, sem prejuzo da competncia da Unio e do Estado e da autonomia municipal, com base nos seguintes princpios: a) proibio do despejo das guas servidas na cadeia natural do ciclo da gua, sem prvio tratamento adequado; b) proibio do despejo nas guas, de caldas ou vinhotes, bem como de resduos ou dejetos capazes de torn-las imprprias, ainda que temporariamente, para o consumo e a utilizao normais, para a pesca, para aqicultura ou para a sobrevivncia das espcies; c) compatibilizao entre os usos mltiplos, efetivos e potenciais dos recursos naturais; d) participao dos usurios no gerenciamento e obrigatoriedade de contribuio para recuperao e manuteno da qualidade do meio ambiente em funo do tipo e da intensidade do uso. XIV - celebrar convnios com universidades, centros de pesquisas, associaes civis e organizaes sindicais nos esforos para garantir e aprimorar o gerenciamento ambiental; XV - estimular a utilizao de fontes energticas alternativas e, em particular, do gs natural e do biogs para fins automotivos, bem como equipamentos e sistemas de aproveitamento da energia solar e elica; XVI - garantir o acesso populao das informaes sobre as causas da poluio e da degradao ambiental; XVII - promover a conscientizao da populao e da adequao do ensino de forma a se difundir os princpios e objetivos da proteo ambiental; XVIII - promover medidas judiciais e administrativas de responsabilizao dos causadores de poluio ou de degradao ambiental, e dos que pratiquem a pesca predatria; XIX - criar mecanismo de entrosamento com outras instncias do Poder Pblico que atuem na proteo do meio ambiente reas correlatas, sem prejuzo das competncias e da autonomia municipal. 1- vedada a implantao e ampliao de atividades poludoras cujas emisses possam causar ao meio ambiente condies em desacordo com as normas e padres de qualidade ambiental. 2- Os prazos para atendimento dos padres de emisses sero fixados juntamente com sua promulgao e no podero ser superiores a 2 (dois) anos. 3- O Poder Pblico divulgar, anualmente, os seus planos, programas e metas para a recuperao da qualidade ambiental, incluindo informaes detalhadas sobre a alocao dos recursos humanos e financeiros, bem como relatrio de atividades e de desempenho relativo ao perodo anterior. XX - registrar, acompanhar e fiscalizar, respeitada as competncias da Unio e do Estado, as concesses de direitos de pesquisa e explorao de recursos minerais, da terra e do mar efetuados no territrio do Municpio. Art. 184- Consideram-se reas de preservao permanente: I - os manguezais, as restingas; II - as nascentes e as faixas marginais de proteo de guas superficiais; III - a cobertura vegetal que contribua para a estabilidade das encostas sujeitas eroso e deslizamentos ou para fixao de dunas; IV - as reas que abriguem exemplares raros, endmicos, vulnerveis, ameaados de extino ou insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, os bancos de genes, bem como aqueles que sirvam como local de pouso, abrigo ou reproduo de espcies; V - as reas de interesse arqueolgico, histrico, cientfico paisagstico e cultural; VI - os pesqueiros, os vigias e os pontos de pesca; VII - aquelas assim declaradas por Lei; VIII - a Ilha de Cabo Frio; IX - a Ilha do Francs; X - a Ilha dos Porcos; XI - a Ilha do Pontal; XII -Boqueiro. Pargrafo nico- Nas reas de preservao permanente no sero permitidas atividades que contribuam para descaracterizar ou prejudicar seus atributos e funes essenciais excetuadas a atividade de pesqueira artesanal e aquelas destinadas a recuper-las e assegurar sua proteo, mediante prvia autorizao dos rgos municipais competentes. Art. 185- So reas de relevante interesse ecolgico paisagstico, cuja utilizao depender de prvia autorizao dos rgos competentes, preservados seus atributos essenciais: I - as coberturas vegetais nativas; II - a zona costeira; III - a Praia e o Morro do Forno; IV - o Morro do Miranda; V - a Mata do Morro da Cabloca; VI - as Prainhas; VII - a Enseada da Praia dos Anjos; VIII - Morro do Vigia; IX - a Enseada do Forno; X - a Prainha; XI - Fortaleza; XII - Costeira do Pontal do Atalaia; XIII - Ponta da Massambaba; XIV - Morro e Runas do Telgrafo; XV - Brejo do Espinho e Brejo Seco; XVI - Brejo Salgado e Brejo Jardim. Art. 186- Ficam criados com base no artigo 225, 1, inciso III, da Constituio da Repblica as seguintes unidades de conservao ambiental: I - Parque Municipal da Praia do Forno; II - Reserva Ecolgica da Ilha de Cabo Frio; III - Reserva Biolgica das Orqudeas; IV - Reserva Biolgica da Lagoa Salgada; V - Reserva Biolgica do Brejo Jardim; VI - Reserva Biolgica do Brejo do Espinho. Pargrafo nico- No prazo mximo de 5 (cinco)anos devero estar instaladas as Unidades de Conservao a que se refere o caput deste artigo, sendo que a 1 (primeira) delas ter um prazo mximo de 2 (dois) anos, a contar da data de promulgao desta lei. Art. 187- As terras pblicas ou devolutas, consideradas de interesse para a proteo ambiental, no podero ser transferidas a particulares a qualquer ttulo, ouvida a Cmara Municipal. Art. 188- O Poder Pblico estimular e previlegiar a coleta seletiva e a reciclagem de lixo, bem como a implantao de um sistema descentralizado de usinas de processamento de resduos urbanos, de forma a minimizar impactos ambientais. Art. 189- vedada a criao de aterros sanitrios margem das lagoas, manguezais e mananciais. Art. 190- Os lanamentos finais dos sistemas pblicos e particulares de coleta de esgotos sanitrios devero ser procedidos de tratamento secundrios, na forma da Lei. 1- Fica vedada a implantao de sistema de coleta conjunta de guas pluviais de esgotos domsticos ou industriais. 2- As atividades poluidoras devero dispor de bacias de conteno para as guas de drenagem, na forma da lei. Art. 191- Fica proibida a venda de qualquer tipo de agrotxico, sem apresentao de receiturio agronmico. Pargrafo nico- Cabe ao Poder Pblico Municipal exercer a fiscalizao da compra e venda de agrotxicos. Art. 192- A lei instituir normas para coibir a poluio sonora. Art. 193- Fica proibida a introduo no meio ambiente de substncias cancergenas, mutagnicas e teratognicas, alm dos limites e das condies permitidas pelos regulamentos dos rgos do controle ambiental. Art. 194- So instrumentos de execuo da poltica municipal de meio ambiente estabelecida nesta Lei Orgnica: I - a criao de unidade de conservao tais como reas de preservao permanente, de proteo ambiental, de relevante interesse ecolgico ou cultural, parques municipais e reservas biolgicas, estaes ecolgicas; II - o tombamento de bens; III - a sinalizao ecolgica; IV - a fixao de normas e padres municipais como condio para o licenciamento de atividades potencialmente poludoras; V - a permanente fiscalizao de cumprimento das normas padres ambientais estabelecidas na legislao federal, estadual e municipal; VI - o estabelecimento de sanes administrativas de carter progressivo a empresas e estabelecimentos que exeram atividades poluidoras, at a prpria interdio da atividade; VIII - concesso de incentivos fiscais, conforme o estabelecido em lei queles que: a) implantarem tecnologias de produo ou de controle que possibilitem a reduo das emisses poluentes a nveis significativamente abaixo dos padres em vigor; b) adotarem fontes energticas alternativas, menos poluentes; IX - proibio de se conceder qualquer espcie de benefcio ou incentivo fiscal ou creditcio queles que tenham infringido normas e padres de prtica ambiental, nos cinco anos anteriores data da concesso; X - a instituio de limitaes administrativas de uso de reas privadas objetivando a proteo de ecossistemas, de unidades de conservao e da qualidade de vida. 1- Os instrumentos a que se referem os incisos I, II, IV, VI e X deste artigo podero ser aplicados por lei ou ato do Poder Executivo. 2- As limitaes administrativas a que se refere o inciso IX sero averbadas no Ofcio de Registro de Imveis, no prazo mximo de trs meses contados de sua promulgao. Art. 195- O municpio adotar o princpio poluidor pagador, devendo as atividades causadoras de degradao ambiental arcarem integralmente com os custos de monitoragem, controle e recuperao das alteraes do meio ambiente decorrente de seu exerccio, sem prejuzo da aplicao de penalidades administrativas e da responsabilidade civil. Pargrafo nico- O disposto no caput deste artigo incluir a imposio de taxa pelo exerccio do poder de polcia proporcional aos seus custos totais e vinculada a sua operacionalizao. Art. 196- Fica criado o Fundo Municipal de Conservao Ambiental, destinado implementao de projetos de recuperao e proteo ambiental, vedada a sua utilizao para o pagamento de pessoal da administrao direta e indireta. 1- Constituem-se recursos do fundo que trata este artigo entre outros: a) 20% (vinte por cento) da receita financeira a que se refere o artigo 156, inciso III, da Constituio da Repblica; b) o produto das multas administrativas e de condenaes judiciais por atos lesivos ao meio ambiente; c) dotaes e crditos adicionais que lhe forem destinados; d) emprstimos, repasses, doaes, subvenes, contribuies, legados ou quaisquer outras transferncias de recursos; e) rendimentos provenientes de suas aplicaes financeiras. 2- Os recursos destinadas ao fundo de que trata este artigo sero repassados assim que ingressarem no errio municipal. 3- A administrao do Fundo Municipal de Conservao Ambiental caber ao rgo Pblico competente na forma da lei. Art. 197- Os servidores pblicos encarregados da execuo poltica municipal do meio ambiente que tiverem conhecimento de infraes as normas de padres de proteo ambiental devero comunicar o fato ao Ministrio Pblico para instaurao de inqurito civil, indicando os respectivos elementos de convico sob pena de responsabilidade funcional. Pargrafo nico- Concluindo o inqurito civil pela procedncia da denncia, o municpio ajuizar Ao Civil Pblica por danos ao meio ambiente no prazo de 30 dias a contar do recebimento da denncia, sempre que o Ministrio Pblico no o fizer. TTULO VIII Da Ordem Social CAPTULO I Disposio Geral Art. 198- A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem estar e a justia social. CAPTULO II Da Seguridade Social Seo I Disposio Geral Art. 199- Fica estabelecido o que determina a Constituio do Estado do Rio de Janeiro para esta Seo. Seo II Da Sade Art. 200- A Rede Pblica Municipal de Sade garantir o atendimento mulher vtima de violncia sexual em relao a possibilidade de contgio de doenas venreas. Art. 201- Direito a auto regulao da fertilidade como livre deciso da mulher, do homem ou do casal, tanto para exercer a procriao quanto para evit-la. Art. 202- As aes do Poder Pblico estaro prioritariamente voltadas para as necessidades sociais bsicas. Art. 203- A Sade direito de todos os municpios e dever do Poder Pblico, assegurada mediante polticas sociais e econmicas que visem eliminao do risco de doenas e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio a todos os nveis dos servios de sade populao urbana e rural, contemplando as aes de promoo, proteo e recuperao da sade individual e coletiva, com prioridade para as atividades preventivas e atendimento de emergncia e urgncia, sem prejuzo dos demais servios assistenciais. Art. 204- O direito sade implica os seguintes direitos fundamentais: I - condies dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentao, educao, transporte e lazer. II - respeito ao meio ambiente e controle da poluio ambiental; III - opo quanto ao tamanho da prole; IV - acesso universal e igualitrio de todos os habitantes do municpio s aes e servios de promoo, proteo e recuperao da sade, sem qualquer discriminao; V - proibio de cobrana ao usurio pela prestao do servio de assistncia sade, pblicos ou contratados. Art. 205- As aes de sade so de natureza pblica, devendo sua execuo ser feita preferencialmente atravs de servios oficiais, e supletivamente, por servios de terceiros, atravs de concesso ou permisso por meio de processo licitatrio, na forma estabelecida em lei. Art. 206- As aes e servios de sade realizados no Municpio integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem o Sistema Municipal de Sade, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - a Secretaria Municipal de Sade, a gestora do sistema de sade, ao nvel do municpio; II - integralidade na prestao das aes de sade adequadas s realidades epidemiolgicas; III - em cada unidade ( hospital, posto) de servio de sade, ser constituda comisso paritria, formada por representantes da comunidade usuria, dos profissionais nela lotados e de sua direo eleita. Art. 207- O Sistema Municipal de Sade ser financiado com recursos do oramento do municpio, do Estado, da Seguridade Social, da Unio, alm de outras fontes, que constituiro o Fundo Municipal de Sade. 1- O volume mnimo dos recursos destinados a sade pelo municpio corresponder, anualmente, a 20% das respectivas receitas. 2- Os recursos financeiros do Sistema Municipal de Sade sero vinculados Secretaria Municipal de Sade, subordinando-se sua aplicao s diretrizes fixadas no Plano Municipal de Sade. 3- vedada a destinao e recursos pblicos para auxlios ou subvenes a instituies privadas com fins lucrativos. 4- As instituies privadas podero participar de forma suplementar do Sistema Municipal de Sade, mediante contrato ou convnio, tendo preferncia as entidades filantrpicas e as sem fins lucrativos. 5- As instituies privadas de sade ficaro sob o controle do setor pblico nas questes de controle de qualidade e de informao e registros de atendimento conforme os cdigos sanitrios (Nacional, Estadual e Municipal e as normas do SUS). 6- A instalao de quaisquer novos servios oficiais ou privados de sade, dever ser submetida aprovao do SUS, com base em estudos e demanda, cobertura, distribuio geogrfica, grau de complexidade e articulao no sistema, propostos pelos organismos de cooperao com o Poder Pblico no setor. Art. 208- O Municpio garantir a implantao, o acompanhamento e a fiscalizao da poltica de assistncia integral sade da mulher em todas as fases de sua vida, de acordo com suas especificidades, assegurando, nos termos da lei: I - assistncia ao pr- natal, parto e puerprio, incentivo ao aleitamento e assistncia clnico-ginecolgica. Art. 209- So competncias do Municpio exercidas pela Secretaria de Sade ou equivalente: I - comando do SUS no mbito do Municpio de acordo com o que estabelece as Constituies Estadual e Federal e esta Lei Orgnica; II - garantir aos profissionais de Sade, Planos de Carreira, isonomia salarial, admisso atravs de concurso, incentivo, a dedicao exclusiva e tempo integral, capacitado e reciclagem permanentes, condies adequadas de trabalho para a execuo de suas atividades em todos os nveis; III - assistncia sade, garantindo o pleno encaminhamento referncia e contra- referncia de pacientes assistidos; IV - a elaborao e atualizao peridica do Plano Municipal de Sade, em termo de periodicidades e estratgias municipais, em consonncia com o Plano Estadual de Sade e de acordo com as diretrizes propostas pelos organismos de cooperao com o poder pblico no setor; V - a elaborao e atualizao da proposta oramentria do SUS para o Municpio; VI - a proposio de projetos de leis municipais que contribuam para viabilizar e concretizar o SUS no Municpio; VII - a administrao do Fundo Municipal de Sade; VIII - a compatibilizao e complementao das normas tcnicas do Ministrio da Sade e da Secretaria de Estado da Sade, de acordo com a realidade Municipal; IX - o planejamento e execuo das aes de controle das condies e dos ambientes de trabalho e dos problemas de sade com eles relacionados; X - a administrao e execuo das aes e servios de sade e de promoo nutricional, de abrangncia municipal ou intermunicipal; XI - formulao e implementao da poltica de recursos humanos na esfera municipal, de acordo com as polticas, Nacional e Estadual de desenvolvimento de recursos humanos para a sade. XII - a implementao do sistema de informao em sade, no mbito municipal; XIII - o planejamento e execuo das aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica e de sade do trabalhador no mbito do Municpio; XIV - o planejamento e execuo das aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica e de sade do trabalhador no mbito do Municpio, integrando sindicatos e associaes tcnicas nas fiscalizaes e normatizao; XV - a normatizao e execuo no mbito do municpio, da poltica nacional de insumos e equipamentos para a Sade; XVI - a execuo, no mbito do Municpio, dos programas e projetos estratgicos para o enfrentamento das prioridades nacionais e municipais, assim como situaes emergenciais; XVII - a complementao das normas referentes as relaes com o setor privado e a celebrao de contratos com os servios privados de abragncia Municipal; XVIII - a celebrao de consrcios intermunicipais para a formao de sistemas de sade quando houver indicao tcnica e consenso das partes. Art. 210- O Municpio garantir assistncia integral sade da mulher em todas as fases de sua vida atravs da implantao de poltica adequada, assegurando: I - assistncia gestao, ao parto e ao aleitamento: II - fornecimento de recursos educacionais, cientficos e assistnciais, bem como acesso gratuito aos mtodos anticoncepcionais, esclarecendo os resultados, indicaes e contra indicaes, vedada qualquer forma coercitiva ou de induo por parte de instituies pblicas ou privadas. Art. 211- A assistncia farmacutica faz parte da assistncia global sade, e as aes a ela correspondentes devem ser integradas ao sistema nico de sade, garantindo-se o direito de toda a populao aos medicamentos bsicos, que constem de lista padronizada dos que sejam considerados essenciais. Art. 212- O Poder Pblico, mediante ao conjunta de suas reas de educao e sade, garantir aos alunos da rede pblica de ensino acompanhamento mdico-odontolgico, e as crianas que ingressem no pr-escolar exames e tratamento oftalmolgico e fonoaudiolgico. Art. 213- O Municpio dever, no mbito de sua competncia, estabelecer medidas de proteo a sade dos cidados no fumantes em escolas, restaurantes, hospitais, transportes coletivos, reparties pblicas, cinemas, teatros e demais estabelecimentos de grande afluncia de pblico. Art. 214- O gerenciamento do Sistema Municipal de Sade deve seguir critrios de compromissos com o carter pblico dos servios e da eficcia no seu desempenho. CAPTULO III Da Educao, da Cultura e do Desporto Seo I Da Educao Art. 215- A educao, enquanto direito de todos um dever do Estado e da sociedade, visa ao pleno desenvolvimento da pessoa e formao do cidado, e deve ser baseada nos princpios da democracia, da liberdade de expresso, de solidariedade e de respeito aos direitos humanos, visando constituir-se em instrumento de desenvolvimento da capacidade de elaborao e de reflexo crtica da realidade. Art. 216- A Educao ser regida pelos fins e princpios dos Artigos 205 e 206 da Constituio Federal, complementados pelos fins e princpios dos Artigos 303 e 304 da Constituio Estadual. Pargrafos nico- A gesto democrtica do ensino atender s seguintes diretrizes, alm das constantes do inciso VI do Artigo 304 da Constituio Estadual: I - liberdade de organizao dos diversos segmentos da comunidade escolar, garantindo- se a utilizao dos estabelecimentos sociais da comunidade; II - participao de representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar, atravs dos rgos colegiados, na elaborao do Regimento Interno da unidade escolar; III - eleies diretas, na forma da Lei, para as funes de direes em todas as unidades escolares da rede municipal de ensino, com a participao de todos os segmentos da comunidade escolar ( professores, funcionrios no docentes, alunos e responsveis dos alunos); IV - os critrios para eleies de direo nas unidades escolares da rede municipal de ensino, bem como a durao do mandato, sero definidos conjuntamente com a entidade representativa dos profissionais de educao e a Secretaria Municipal de Educao; V - participao de estudantes, professores, pais e funcionrios no processo administrativo pedaggico, atravs de conselhos comunitrios em todas as unidades escolares. Art. 217- A assistncia tcnica e financeira que a Prefeitura venha a receber do Estado e Unio no poder consistir na cesso de servidores estaduais ou federais a escolas ou rgos municipais, nem na prestao de servios, como merenda e outros, pela Prefeitura a rgos e escolas estaduais ou federais. Pargrafo nico- A celebrao de convnios de assistncia tcnica e financeira pela Prefeitura com o Estado ou a Unio ser precedida de consulta prvia entidade de trabalhadores em educao, que fiscalizaro a implementao de tais convnios. Art. 218- O Estatuto e o Plano de Carreira do Magistrio Pblico Municipal sero elaborados com a participao de entidades representativas desses trabalhadores, garantindo: I - piso salarial nico para todo o magistrio, de acordo com o grau de formao; II - condies plenas de reciclagem e atualizao permanentes com direito a afastamento das atividades docentes sem perda das remuneraes; III - progresso funcional na carreira, baseada na titulao, independente do nvel em que trabalha; IV - proventos de aposentadoria revistos, na mesma proporo e na mesma data, sempre que se modificar a remunerao dos servidores em atividades, sendo tambm estendidos aos inativos quaisquer benefcios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou da reclassificao do cargo ou funo que se deu a aposentadoria; V - concurso pblico para o provimento de cargos; VI - estabilidade no emprego, independente do regime jurdico, sendo vedada s instituies a dispensa imotivada; VII - o pagamento de vale-transporte a trabalhadores de ensino que trabalhem em escolas onde h transportes coletivos freqentes ou o oferecimento de transporte especial a trabalhadores de ensino que trabalhem em escolas rurais ou de difcil acesso; VIII - ser criado num prazo de at 90 dias, a contar da promulgao desta Lei, o Plano de Cargos e Salrios do Magistrio; IX - ficaro os rgos de educao do municpio obrigados a promover regularmente cursos de atualizao e aperfeioamento para todo o pessoal do Quadro Permanente da Educao. Art. 219- O Municpio, na elaborao de seu Plano de Educao, anual, levar em conta o Plano Nacional de Educao e o Plano Estadual de Educao, visando articular suas aes com o Governo Federal e o Estadual e evitar a duplicao desnecessria de esforos oficiais. Pargrafo nico- Na elaborao deste Plano Municipal participaro, em todas as etapas, em carter consultivo e deliberativo, representantes de sindicato de trabalhadores em educao, dos rgos colegiados das unidades escolares, de associaes comunitrias, que definiro as prioridades educacionais do municpio. Art. 220- O Municpio atuar prioritariamente no ensino fundamental e no pr-escolar, s podendo atuar no 2 e 3 graus de ensino, quando a demanda do pr-escolar e do ensino fundamental estiver plena e satisfatoriamente atendida dos pontos de vista qualitativo e quantitativo. Art. 221- O ensino religioso, de matrcula facultativa, constituir disciplina dos horrios normais das escolas pblicas municipais do ensino fundamental, assegurando-se atividades alternativas para os que por ela no optarem. 1- No incio de cada ano letivo os alunos e seus responsveis sero informados do carter facultativo da matrcula no ensino religioso e das atividades alternativas a este ensino. 2- Fica vedado o desvio de professores das funes para as quais foram admitidos, para o ensino religioso. Art. 222- O ensino fundamental ser ministrado em lngua portuguesa. Art. 223- A lngua espanhola passa a constar do ncleo obrigatrio, como disciplina adicional, segundo os princpios estabelecidos. Art. 224- Os currculos escolares devero abranger as caractersticas do municpio, sua origem, histria e formao scio- econmica. Art. 225- A inspeo mdica, nos estabelecimentos de ensino pblico, tem carter obrigatrio. Art. 226- Transporte gratuito aos alunos do primeiro grau da rede pblica de Arraial do Cabo. Art. 227- O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios: I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, vedada qualquer discriminao. Art. 228- dever do municpio garantir o atendimento das crianas de zero a seis anos em creches e pr-escolas definida uma poltica educacional no mbito da Secretaria Municipal de Educao. Pargrafo nico- Creches e Pr-escolas so entidades com funo educacional de prestao de servios as crianas para o atendimento de suas necessidades bio- psico- sociais, prestados por profissionais de formao especfica interdisciplinar. Art. 229- Cumpre ao municpio incentivar o setor empresarial a manter creches e pr- escolas para os filhos dos trabalhadores, desde o nascimento at os seis anos de idade. Pargrafo nico- As creches e pr- escolas a que se refere o caput deste artigo, faro parte do Sistema de Ensino do Municpio e sero fiscalizados pelo rgo competente, definido em Lei. Art. 230- O Municpio aplicar, anualmente, nunca menos de 30% da recita tributria, compreendida em proveniente de transferncias feitas pela Unio e Estado, na manuteno e desenvolvimento do Ensino Pblico Municipal. Pargrafo nico- Os recursos pblicos municipais destinados manuteno e desenvolvimento do ensino sero aplicados exclusivamente na rede municipal de ensino. Art. 231- Consideram-se despesas com manuteno e desenvolvimento do ensino: I - remunerao e aperfeioamento do pessoal docente e demais profissionais do ensino, em atividades; II - aquisio e manuteno de equipamentos utilizados no ensino; III - manuteno de instalaes fsicas vinculadas ao ensino; IV - uso e manuteno de bens e servios vinculados ao ensino; V - estudos e pesquisas levados a efeito em instituies pblicas integrantes do Sistema de Ensino Municipal. Pargrafo nico- Os bens mveis, imveis, equipamentos e outros, adquiridos com recursos considerados para os fins deste artigo, no podero ser remanejados para outra funo ou atividade distinta das de manuteno e desenvolvimento do ensino. Art. 232- No constituem despesas de manuteno e desenvolvimento do ensino: I - programas assistenciais suplementares de alimentao, material didtico- escolar, transporte, assistncia mdico-odontolgica, farmacutica, psicolgica, e outras similares, para alunos, docentes ou servidores, ainda quando custeados com recursos oriundos de impostos, compreendendo tais programas tambm o pagamento de pessoal necessrio sua implementao; II - subvenes a instituies privadas, de carter assistencial ou cultural; III - levantamentos estatsticos, estudos e pesquisas, quando realizadas em instituies no integrantes do Sistema de Ensino Municipal; IV - preparao de funcionrios para a administrao pblica; V - manuteno de pessoal inativo e de pensionistas originrio de instituies de ensino; VI - pessoal docente e demais profissionais do ensino em desvio de funo ou em atividade no estritamente ligadas manuteno e desenvolvimento do ensino; VII - obras de infra-estrutura e edificao, ainda, quando realizadas para beneficiar diretamente a rede escolar. Art. 233- As aes definidas aqui como de manuteno e desenvolvimento do ensino devero ser claramente identificadas no oramento. Art. 234- A Secretaria Municipal de Educao ou qualquer de seus rgos burocrticos, se houver, no podero consumir mais do que 5% das verbas destinadas manuteno e desenvolvimento do ensino, cabendo os 95% restantes s escolas municipais. Art. 235- As entidades privadas de ensino e suas mantenedoras esto excludas de isenes ou concesses fiscais de natureza municipal. Art. 236- Ficar o rgo de educao do municpio encarregado de criar e manter classes de educao especial. Art. 237- A Prefeitura publicar, em jornal da regio, at o ltimo dia subseqente, o demonstrativo pormenorizado da arrecadao de impostos, inclusive os recibos da Unio e do Estado, e da aplicao mensal dos recursos. Pargrafo nico- Ocorrendo, num trimestre civil, o descumprimento do mnimo previsto, a diferena ser contabilizada pelo seu valor real corrigido pelo indexador oficial e incorporada no trimestre seguinte. Seo II Da Cultura Art. 238- O Municpio garantir a todos o pleno exerccio dos direitos culturais e o acesso s fontes da cultura nacional, estadual e municipal, e apoiar e incentivar a valorizao e a difuso das manifestaes culturais, atravs de: I - criao do Instituto Municipal de Cultura; II - criao e manuteno de espaos pblicos devidamente equipados e acessveis populao para as diversas manifestaes culturais, vedada a extino de qualquer espao equivalente; III - instalao de bibliotecas assim como ateno especial aquisio das obras de arte e outros bens particulares de valor cultural; IV - incentivos ao intercmbio cultural com pases estrangeiros, com os estados e com outros municpios; V - promoo do aperfeioamento e valorizao dos profissionais da cultura e da criao artstica; VI - proteo das expresses culturais, incluindo a arte popular local como as rendeiras, os pescadores e de outros grupos participantes do processo cultural bem como o artesanato; VII - manuteno de suas instituies culturais devidamente dotadas de recursos humanos, materiais e financeiros, promovendo pesquisa, preservao, veiculao e ampliao de seus acervos; VIII - proteo dos documentos, das obras e outros bens de valor histrico, artstico, cultural e cientfico, os monumentos, as paisagens naturais notveis e os stios arqueolgicos, ecolgicos e espeleolgicos; IX - preservao, conservao e recuperao de bens da cidade que so considerados instrumentos histricos e arquitetnicos. Art. 239- O Conselho Municipal de Cultura, incumbido de regulamentar, orientar e acompanhar a poltica cultural do municpio, ter suas atribuies e composies definidas em lei, observando-se a representao das reas de trabalhadores e empresrios da cultura. Pargrafo nico- A lei dispor sobre a composio do Conselho Municipal da Cultura, devendo a indicao de seus membros ser submetida Cmara Municipal. Art. 240- O Poder Pblico, com a colaborao da comunidade, promover e proteger o Patrimnio Cultural do Municpio de Arraial do Cabo, por meio de tombamento, inventrios, registros, vigilncia, desapropriao e de outras formas de acautelamento e preservao. 1- Os documentos de valor histrico-cultural tero sua preservao assegurada, inclusive mediante recolhimento a arquivo pblico municipal. 2- Os danos e ameaas ao patrimnio cultural sero punidos na forma da lei. Seo III Do Desporto Art. 241- Fica assegurada a promoo de jogos e competies esportivas amadoras e estudantis, de mbito municipal, pelo menos uma vez por ano. 1- A promoo de jogos e competies, a que se refere este artigo, ficar ao encargo da Prefeitura Municipal. Art. 242- obrigatria a concesso do Estdio Municipal, durante 6 meses no ano, para disputa do campeonato amador do Arraial do Cabo. Art. 243- dever do municpio fomentar prticas desportivas formais e no formais inclusive para pessoas portadoras de deficincias, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associaes, quanto a sua organizao e ao seu funcionamento; II - o veto unitrio nas decises das entidades desportivas; III - a destinao de recursos pblicos promoo prioritria de desporte educacional e em casos especficos, para a de desporto de alto rendimento; IV - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e no profissional; V - a proteo e o incentivo a manifestaes esportivas de criao nacional e olmpicas. 1- O municpio assegurar o direito ao lazer e a utilizao criativa de tempo destinado ao descanso, mediante oferta de rea pblica para fins de recreaes, esportes e execuo de programas culturais e de projetos tursticos. 2- O Poder Pblico, ao formular a poltica de esporte e lazer, considerar as caractersticas scio-culturais das entidades interessadas. Art. 244- O Poder Pblico Municipal incentivar as prticas desportivas, inclusive atravs de: I - criao e manuteno de espaos adequados para a prtica de esporte nas escolas e praas e logradouros pblicos; II - aes governamentais com vistas a garantir ao municpio a possibilidade de construir e manter espaos prprios para a prtica de esportes; III - promoo, em conjunto com as entidades de municpio, de jogos e competies esportivas amadoras, inclusive de alunos de rede pblica. Art. 245- A educao fsica disciplina curricular, regular e obrigatria nos ensinos fundamental e mdio. Pargrafo nico- Nos estabelecimentos de ensino pblico e privado devero ser reservados espaos para a prtica de atividades fsicas, equipados materialmente e com recursos humanos qualificados. Art. 246- O atleta selecionado para representar o Municpio, o Estado ou o Pas em competies oficiais ter, quando servidor pblico, no perodo de durao das competies, seus vencimentos, direitos e vantagens garantidos de forma integral, sem prejuzo de asceno funcional. Art. 247- Os estabelecimentos especializados em atividades de educao fsica, esporte e recreao ficam sujeitos a registro, superviso e orientao normativa do Poder Pblico, na forma de Lei. TTULO IX Dos Atos Municipais CAPTULO I Da Publicao Art. 248- A publicao das Leis e atos municipais, salvo onde houver imprensa oficial, poder ser feita em rgo da imprensa local ou regional, ou por afixao na sede da Prefeitura ou da Cmara, conforme o caso: 1- A publicao dos atos no normativos, pela imprensa, poder ser resumida. 2- Os atos de efeitos externos s produziro efeito aps sua publicao. 3- A escolha do rgo de imprensa para divulgao das leis e atos municipais dever ser feita por licitao, em que se levaro em conta no s as condies de preo, como as circunstncias de freqncia, horrio, tiragem e distribuio. CAPTULO II Do Registro Art. 249- O Municpio ter os livros que forem necessrios aos seus servios, e obrigatoriamente os de: I - termo de compromisso e posse; II - declarao de bens; III - atas das sesses da Cmara; IV - registros de lei, decretos, resolues, regulamento, instrues e portarias; V - cpia de correspondncia oficial; VI - protocolo, ndice de papis e livros arquivados; VII - licitaes e contratos para obras e servios; VIII - contrato de servidores; IX - contratos em geral; X - contabilidade e finanas; XI - concesses e permisses de bens imveis; XII - tombamento de bens imveis; XIII - registro de loteamento aprovado; 1- Os livros sero abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito e pelo Presidente da Cmara, conforme o caso, ou por funcionrio designado para tal fim. 2- Os livros referidos neste artigo podero ser substitudos por fichas ou outro sistema convenientemente autenticados. 3- Os livros, fichas ou outro sistema estaro abertos a consultas de qualquer cidado, bastando, para isso, apresentar requerimento. CAPTULO III Da Forma Art. 250- Os atos administrativos de competncia do Prefeito devem ser expedidos com observncia pelas seguintes normas: I - decreto numerado em ordem cronolgica, nos seguintes casos: a) regulamentao de lei; b) instituio, modificao e extino de atribuies no privativas de lei; c) abertura de crditos especiais e suplementares, at o limite autorizado por lei, assim como de crdito extraordinrios; d) declarao de utilidade ou necessidade pblica, ou de interesse social, para efeito de desapropriao ou de servido administrativa; e) aprovao de regulamento ou de regimento; f) permisso de uso de bens e servios municipais; g) medidas executrias do Plano Diretor de Desenvolvimento integrado do Municpio; h) criao, extino, declarao ou modificao de direitos dos administrados no privativos de lei; i) normas de efeitos externos, no privativos de lei; j) fixao e alterao de preos; II - portaria, nos seguintes casos: a) provimento e vacncia dos cargos (ou empregos) pblicos e demais atos de efeitos individuais; b) lotao e relotao nos quadros do pessoal; c) autorizao para contrato e dispensa de servidores sob o regime da legislao trabalhista; d) abertura de sindicncias e processos administrativos, aplicao de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos; e) outros casos determinados em lei ou decreto; Pargrafo nico- Os atos constantes do inciso II deste artigo podero ser delegados. DAS CERTIDES Art. 251- A Prefeitura e a Cmara so obrigadas a fornecer a qualquer interessado, no prazo mximo de quinze (15) dias, certides de atos, contratos e decises, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedio. No mesmo prazo devero atender as requisies judiciais, se outro no for fixado pelo juiz. Pargrafo nico- As certides relativas ao exerccio do cargo de Prefeito sero fornecidos por Secretrio da Prefeitura. CAPTULO IV Dos Bens Municipais Art. 252- Constituem bens municipais todas as coisas mveis e imveis, direitos e aes que, a qualquer ttulo, pertencem ao Municpio. Art. 253- Pertencem ao patrimnio municipal as terras devolutas que se localizam dentro de seus limites. Art. 254- Cabe ao Prefeito a administrao dos bens municipais, respeitada a competncia da Cmara quanto queles utilizados em seus servios. Art. 255- Todos os bens municipais devero ser cadastrados com a identificao respectiva, numerando-se os mveis, segundo o que for estabelecido em regulamento. Art. 256- A alienao de bens municipais, subordinada existncia de interesse pblico devidamente justificada e ser sempre de avaliao e obedecer s seguintes normas: I - quando imveis depender de autorizao legislativa e concorrncia, dispensada a concorrncia nos seguintes casos: a) doao, devendo constar obrigatoriamente do contrato os encargos dos donatrios, o prazo de seu cumprimento e a clusula de retrocesso, sob pena de nulidade do ato; b) permuta; II - quando mveis, depender de licitao, dispensada esta nos seguintes casos: a) doao, que ser permitida exclusivamente para fins de interesse social; b) permuta; c) aes, que sero vendidas em Bolsa. 1- O Municpio, preferencialmente venda ou doao de seus bens imveis, outorgar concesso de direito real de uso, mediante prvia autorizao legislativa e concorrncia. A concorrncia poder ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a concessionria de servio pblico, a entidade assistenciais, ou quando houver relevante interesse pblico, devidamente justificado. DAS DISPOSIES TRANSITRIAS Art. 257- O Municpio promover a instalao do Conselho Municipal de Arraial do Cabo no prazo de 4 (quatro) meses, a contar da data de promulgao da Lei Orgnica Municipal, a ser criado atravs de Lei, oriunda da iniciativa popular junto Cmara Municipal. Art. 258- A partir da promulgao desta Lei Orgnica, prevalecer o que dispe os artigos n os 68 e 69. Art. 259- As atividades poluidoras j instaladas no Municpio tem o prazo mximo de um (1) ano para atender s normas e padres federais, estaduais em vigor na data da promulgao desta Lei Orgnica. 1- O no cumprimento no dispositivo no caput deste artigo implicar na imposio de multa diria e progressiva, retroativa data de vencimento do referido prazo e gravidade da infrao sem prejuzo da interdio da atividade. Art. 260- No prazo de 02 meses a contar da promulgao desta lei, o Executivo enviar ao Legislativo o Projeto de Lei do Estatuto e do Plano de Cargos e Salrios do magistrio. Art. 261- O Municpio promover no prazo mnimo de 90 dias, Lei Complementar Regulamentando a Pesca, o Surf e a pesca Subaqutica profissional. Art. 262- O Municpio dotar-se-, no prazo mximo de 2 (dois) anos, com base em critrios tcnicos adequados, e aprovado pela Cmara Municipal dos seguintes planos: I - Plano Virio, incluindo a previso de sistemas de ciclovias; II - o Plano Diretor de Macro- Drenagem; III - o Plano Diretor de transportes Pblicos; IV - o Plano Diretor de Conteno, estabilizao e Proteo de Encostas sujeitas a Eroso e Deslizamentos, que dever incluir a recomposio da cobertura vegetal com espcies adequadas a tais finalidades. Art. 263- No prazo de 06 (seis) meses, a contar da promulgao desta Lei, o Executivo proceder a reforma administrativa da rea da sade, adequando-a aos preceitos constitucionais vigentes. Art. 264- No prazo de 18 (dezoito) meses, a contar da promulgao desta lei, o Executivo enviar ao Legislativo, Projeto de lei que institui o Cdigo Sanitrio do Municpio, estabelecendo normalizao, ao e fiscalizao, quanto segurana do trabalho e proteo a sade do trabalhador, alm das demais posturas. Art. 265- No prazo de 06 (seis) meses, a contar da promulgao desta Lei, o Executivo enviar ao Legislativo, Projeto de Lei Especial sobre a Companhia Nacional de lcalis, estabelecendo o planejamento e execuo das aes de controle das condies de trabalho, meio ambiente e saneamento, em articulao com os demais rgos governamentais. Arraial do Cabo, 05 de abril de 1990. Francisco de Assis Rodrigues Presidente Carlos Alberto Conceio da Cunha Vice- Presidente Maria Anita Mureb 1 Secretria Joanita Leite Duarte de Mello 2 Secretria Jos Carlos Humberto Faria Pereira Presidente da Comisso Constitucional Geraldino Farias Neves Vice- Presidente Laerte Pessoa Cardoso 1 Secretrio Carlos Antnio A.S. Corra 2 Secretrio Francisco Antnio Leite Relator Joo Batista Cerqueira Coelho e Jadir Martins Leal NOTA Revisada e Formatada pela CAP/SGP, em 06/00.