Lei Organica - Arraial Do Cabo

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Lei Orgnica Municipal de Arraial do Cabo de 5 de abril de 1990.

Cmara Municipal de Arraial do Cabo


Estado do Rio de Janeiro
Lei Orgnica do Municpio de Arraial do Cabo
ndice
- Prembulo
- Ttulo I - Dos Princpios Fundamentais
- Ttulo II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
- Ttulo III - Da Organizao Municipal
- Ttulo IV -
- Ttulo V - Da Segurana Pblica
- Ttulo VI - Da Tributao e da Administrao Financeira
- Ttulo VII - Da Ordem Econmica, Financeira e o Meio Ambiente
- Ttulo VIII - Da Ordem Social
- Ttulo IX - Dos Atos Municipais
- Das Disposies Transitrias
Prembulo
Ns, Vereadores do Municpio de Arraial do Cabo, no pleno exerccio dos poderes
outorgados pelo Artigo 21 do Ato das Disposies transitrias da Constituio do
Estado do Rio de Janeiro, promulgada em 05 de outubro de 1989, reunidos em Sesses
Plenrias e exercendo nossos mandatos, em perfeito acordo com a vontade poltica dos
cidados deste Municpio, quanto necessidade de assegurar o exerccio dos direitos
sociais e individuais, o meio ambiente saudvel, a liberdade a segurana, o bem estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justia, dentro dos limites outorgados pelos princpios
constitucionais, promulgamos sob a proteo de Deus, a presente LEI ORGNICA DO
MUNICPIO DE ARRAIAL DO CABO.
TTULO I
Dos Princpios Fundamentais
Art. 1 - O povo o sujeito da vida Poltica e da Histria do Municpio de Arraial do
Cabo.
Art. 2 - Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente nos termos desta Lei Orgnica.
Art. 3 - A Soberania popular se manifesta quando a todos so assegurados as condies
dignas de existncia e ser exercida:
I - pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto com valor igual para todos;
II - pelo referendo;
III - pelo plebiscito;
IV - pela iniciativa popular no processo legislativo;
V - pela ao fiscalizadora sobre a administrao pblica.
Art. 4 - O Municpio de Arraial do Cabo o instrumento e a mediao da soberania de
sua populao e de sua forma individual de expresso e cidadania, e ser administrado:
I - com transparncia de seus atos e aes;
II - com moralidade;
III - com descentralizao administrativa.
Art. 5 - O Municpio de Arraial do Cabo rege-se por esta Lei Orgnica e pelas Leis que
adotar, observados os princpios constitucionais da Repblica Federativa do Brasil e do
Estado do Rio de Janeiro.
Art. 6 - O Municpio de Arraial do Cabo integrante com seus Distritos, do Estado do
Rio de Janeiro, proclama e se compromete a assegurar em seu territrio os valores que
fundamentam a existncia e a organizao do Estado Brasileiro.
Art. 7 - So poderes do Municpio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo e
o Executivo.
TTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Art. 8 - assegurado a todo habitante do Municpio de Arraial do Cabo todos direitos,
garantias individuais e coletivas constantes na Constituio Federal, na Constituio
Estadual e nesta Lei Orgnica.
Art. 9 - Ningum ser discriminado, prejudicado ou privilegiado em razo do
nascimento, idade, etnias, raa, cor, sexo, orientao sexual, estado civil, trabalho rural
ou urbano, religio, convices polticas ou filosficas, deficincia fsica ou mental, por
ter cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou condio social.
Art. 10 - O Municpio estabelecer, em lei, dentro de seu mbito de competncia,
sanes de natureza administrativa para quem descumprir o disposto no artigo anterior.
CAPTULO I
Seo I
Da Violncia Contra a Mulher
Art. 11- O Municpio garantir a criao e manuteno de abrigos para acolhimento
provisrio de mulheres e seus dependentes, vtimas de violncia, bem como auxlio para
subsistncia, vinculada aos Centros de Atendimento integral mulher na forma da Lei.
Art. 12- O Municpio instituir Centros de Atendimento Integral Mulher, nos quais ser
prestada assistncia mdica, psicolgica e jurdica mulher e a seus filhos, devendo o
corpo funcional ser composto por servidores do sexo feminino, com formao
profissional especfica nos termos da Lei.
TTULO III
Da Organizao Municipal
CAPTULO I
Das Disposies Preliminares
Art. 13- A organizao poltico-administrativa do Municpio de Arraial do Cabo
compreende a Sede e seus Distritos.
1- Os limites do territrio do Municpio s podem ser alterados por lei estadual, e
ainda em funo de requisitos estabelecidos em Lei complementar estadual, consultada,
previamente, atravs de plebiscito, a populao.
2- Podero ser criados, organizados e suprimidos Distritos, por lei municipal,
observada a legislao estadual pertinente.
CAPTULO II
Da Competncia
Art. 14- Compete ao Municpio prover a tudo quanto respeite no seu interesse local,
tendo como objetivo o pleno desenvolvimento de suas funes sociais e garantindo o
bem-estar de seus habitantes.
Art. 15- Ao Municpio compete privativamente:
I - elaborar o oramento, prevendo a receita e fixando a despesa, com base em
planejamento adequado;
II - instituir e arrecadar os tributos de sua competncia, fixar e cobrar preos, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuzo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes nos prazos fixados em lei;
III - organizar e prestar, prioritariamente por administrao direta ou sob regime de
concesso ou permisso, os servios pblicos de interesse local, inclusive o de transporte
coletivo, que tem carter essencial;
IV - organizar o quadro e estabelecer o regime de seus servidores;
V - dispor sobre a administrao, utilizao e alienao de seus bens;
VI - adquirir bens, inclusive mediante desapropriao por necessidade ou utilidade
pblica, ou por interesse social;
VII - dispor sobre, concesso, permisso e autorizao de servios pblicos locais;
VIII - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
IX - estabelecer normas de edificao, de loteamento, de arruamento e de zoneamento
urbano, bem como a limitaes urbansticas convenientes ordenao de seu territrio;
X - estabelecer servides necessrias ao interesse pblico;
XI - promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do
uso, do parcelamento e da ocupao do solo urbano;
XII - criar, organizar e suprimir distritos, observando a legislao estadual;
XIII - participar de entidade que congregue outros municpios integrados mesma
regio metropolitana na forma estabelecida em lei;
XIV - integrar consrcio com outros municpios para soluo de problemas comuns;
XV regulamentar a utilizao dos logradouros pblicos e especialmente, o permetro
urbano:
a) determinar o itinerrio e os pontos de parada dos transportes coletivos;
b) fixar os locais de estabelecimento de txis e demais veculos;
c) conceder, permitir ou autorizar servios de transportes coletivos e de txis e fixar
tarifas dos respectivos servios;
d) fixar e sinalizar os limites das zonas de silncio e de trnsito e trfego em condies
especiais;
e) disciplinar os servios de carga e descarga e fixar a tonelagem mxima permitida a
veculos que circulem em vias pblicas municipais;
XVI - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como regulamentar e
fiscalizar a sua utilizao;
XVII- prover sobre limpeza das vias e logradouros pblicos, remoo e destino do lixo
domiciliar e de outros resduos de qualquer natureza;
XVIII - ordenar as atividades urbanas, fixando condies e horrio para funcionamento de
estabelecimentos industriais, comerciais e similares, observadas as normas federais e estaduais
pertinentes;
XIX - dispor sobre servio funerrio e cemitrios, encarregando-se da administrao
daqueles que forem pblicos e fiscalizando os pertencentes a entidades privadas;
XX - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixao de cartazes e anncios, bem como a
utilizao de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda nos locais sujeitos ao
poder de polcia municipal;
XXI - estabelecer e impor penalidades por infrao de suas leis e regulamentos;
XXII - dispor sobre registro, vacinao e captura de animais;
XXIII - dispor sobre depsito e venda de animais e mercadorias apreendidas em decorrncia
de transgresso de legislao municipal.
Art. 16- Ao Municpio compete, concorrentemente:
I - promover a proteo do patrimnio histrico, cultural e natural local, observada a
legislao e ao fiscalizadora federal e municipal;
II - promover e executar do meio ambiente local, obeservada a legislao e ao
fiscalizadora federal, estadual e municipal;
III - promover e executar programas de construo de moradias populares e garantir, em
nvel compatvel com a dignidade humana, condies habitacionais, saneamento bsico e
acesso ao transporte;
IV - promover a educao, a cultura, esporte, lazer e a assistncia social;
V - zelar pela sade e higiene;
VI - conceder licena ou autorizao para abertura e funcionamento de estabelecimentos
industriais, comerciais e similares;
VII - fiscalizar, nos locais de venda direta ao consumidor, as condies sanitrias dos
gneros alimentcios;
VIII - fazer cessar, no exerccio do poder de polcia administrativa, as atividades que
violarem as normas de sade, sossego, higiene, segurana, funcionalidade, esttica,
moralidade e outras de interesse da coletividade;
IX - conceder licena, autorizao ou permisso e respectiva renovao ou prorrogao
para explorao de portos de areia e pedreiras, desde que apresentados laudos ou
parecer tcnico dos rgos competentes;
X - promover o desenvolvimento das atividades pesqueiras artesanais no Municpio;
XI - criar os mecanismos de proteo e preservao de reas ocupadas por comunidades
de pescadores;
XII - promover os meios necessrios para evitar a pesca predatria;
XIII - disciplinar as atividades tursticas compatibilizando- as com a preservao de suas
paisagens e dos recursos naturais;
XIV - garantir a limpeza e a qualidade da areia e das guas das praias, a integridade da
paisagem natural e o direito ao sol.
Art. 17- Compete ao Municpio suplementarmente:
I - instituir, conforme a Lei, Guarda Municipal Especializada, que no faa uso de armas,
destinada a:
a) proteger seus bens, servios e instalaes;
b) organizar, dirigir e fiscalizar o trfego de veculos em seu territrio;
c) zelar pela segurana da populao.
Art. 18- A Guarda Municipal, referida no inciso I, Artigo 17, contar com um corpo
especializado de proteo ecolgica e ambiental para a proteo do patrimnio material,
histrico, arqueolgico, cultural, ecolgico, natural e paisagstico do municpio.
Pargrafo nico- Incluem-se no patrimnio referido neste artigo os monumentos, praas
e jardins, parques municipais, reservas biolgicas, estaes e reservas ecolgicas, vigias,
pesqueiros, unidades escolares, unidades de sade e equipamentos de esporte, lazer e
cultura do municpio.
CAPTULO III
Da Administrao Municipal
Disposies Gerais
Art. 19- No haver limite mximo de idade para inscrio em concurso pblico,
constituindo-se em requisito de acessibilidade ao cargo ou emprego, a possibilidade de
permanncia por 5 anos no seu efetivo exerccio.
Art. 20- A lei reservar percentual dos cargos ou empregos pblicos para as pessoas
portadoras de deficincia e definir os critrios de sua admisso, ouvidas as instituies
afins.
Art. 21- O Executivo dever ceder, no prazo mximo de 6 meses, aps a promulgao
desta lei, espao fsico permanente para o escotismo do municpio.
Pargrafo nico- O espao, cedido pela Prefeitura, ser de acordo com as necessidades
reais do escotismo no municpio; para isto o Poder Executivo ouvir os chefes
responsveis pelo movimento.
Art. 22- vedada a concesso para tornar particular qualquer praia do Municpio de
Arraial do cabo.
Art. 23- A administrao pblica direta ou indireta do municpio obedecer aos
princpios da legalidade, impessoalidade, publicidade, transparncia, participao
popular, bem como demais princpios constantes na Constituio Federal e Estadual.
Art. 24- A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas da
administrao pblica direta, indireta, fundaes e rgos controlados pelo poder
pblico, ainda que custeadas por entidades privadas, dever ter carter educativo,
informativo ou de orientao social.
1- vedada a utilizao de nomes, smbolos, sons e imagens que caracterizam
promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.
2- A publicidade a que se refere este artigo somente poder ser realizada aps
aprovao pela Cmara Municipal do plano anual de publicidade, que conter previso
dos seus custos e objetivos, na forma da lei.
3- A veiculao da publicidade a que se refere este artigo restrita ao territrio do
municpio, exceto aquelas inseridas em rgos de comunicao de circulao nacional.
4- O Poder Executivo prestar contas mensalmente ao Poder Legislativo dos gastos
publicitrios da administrao direta, indireta, fundaes e rgos controlados pelo
Poder Pblico, publicando os respectivos relatrios em Dirio Oficial do Municpio com
a indicao das agncias de publicidade contratadas, os meios de comunicao social ou
outros recursos de propaganda utilizados, bem como os valores pagos a cada um.
5- As empresas com participao no municpio que sofrem concorrncia de mercado
devero restringir sua publicidade ao seu objetivo social, no estando sujeitas ao que
determinado nos pargrafos segundo e terceiro neste artigo.
6- Verificada a violao ao disposto deste artigo, caber Cmara Municipal, por
maioria absoluta, determinar a suspenso imediata da propaganda e da publicidade.
7- O no cumprimento do disposto neste artigo implicar crime de responsabilidade,
sem prejuzo da suspenso e da instaurao imediata de procedimento administrativo
para sua apurao.
Seo I
Da Organizao da Administrao Municipal
Art. 25- So organismos de cooperao com o Poder Pblico o Conselho Municipal e
demais Entidades representativas da sociedade civil, constitudas na forma da Lei, que
realizem sem fins lucrativos atividades setoriais de interesse pblico.
Art. 26- O municpio para aproximar a administrao dos municpios e com funo
descentralizadora dividir-se- territorialmente e administrativamente em subprefeituras,
administraes regionais ou distritais.
Seo II
Do Controle Administrativo
Art. 27- O controle dos atos administrativos do municpio ser exercido pelo Poder
Legislativo, pelo Ministrio Pblico, pela sociedade, pela prpria administrao e, no que
couber, pelo Tribunal de Contas e pelo Conselho Estadual de Contas dos Municpios.
Pargrafo nico- Haver uma instncia colegiada administrativa para dirimir
controvrsias entre o municpio e seus servidores pblicos civis.
Seo III
Do Servidor Pblico
Art. 28- O Municpio instituir regime jurdico nico para os servidores da administrao
pblica direta e indireta.
Art. 29- O Municpio dever instituir estatutos e planos de carreira para os servidores da
administrao pblica direta e indireta com participao de entidades representativas
desses trabalhadores, garantindo:
I - piso salarial nico, de acordo com o cargo e funo mesmo sendo Celetista,
Estaturio ou Efetivo;
II - proventos de aposentadoria revistos, na mesma proporo e na mesma data, sempre
que se modificar a remunerao dos servidores em atividades sendo tambm estendidos
aos inativos quaisquer benefcios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificao do cargo
ou funo em que se deu a aposentadoria;
III - concurso pblico para o provimento de cargos;
IV - estabilidade no emprego, independente do regime jurdico, sendo vedada a dispensa
imotivada;
V - o pagamento de vale-transporte aos servidores que trabalhem em local onde h
transporte coletivo freqente ou oferecimento de transporte especial ao servidor que
trabalhe em locais de difcil acesso.
Art. 30- A lei assegurar aos servidores da administrao direta e indireta, isonomia de
vencimento para cargos, empregos e atribuies iguais ou assemelhados de mesmo
poder, para servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de
carter individual e as relativas a natureza ou ao local de trabalho.
Art. 31- Aplica-se aos servidores municipais o disposto no artigo 83 da Constituio
Estadual, podendo os sindicatos dos servidores estabelecer, mediante acordo ou
conveno sistema de compensao de horrios, bem como reduo de jornada de
trabalho.
Art. 32- obrigatria a fixao de quadro de lotao numrica de cargos ou empregos e
funes, com o que no ser permitida a nomeao ou contratao de servidores.
Art. 33- Nenhum servidor poder ser diretor ou integrar conselho de empresa
fornecedora, ou que realize qualquer modalidade de contrato com o municpio, sob pena
de demisso no servio pblico.
Art. 34- A lei fixar os vencimentos dos servidores pblicos, sendo garantido:
I data-base em primeiro de maio e primeiro de novembro;
II - adicional de 5% por tempo de servio sempre concedido por trinios, bem como a
sexta parte dos vencimentos integrais concedida aps 25 ( vinte e cinco) anos de efetivo
exerccio que sero incorporados aos vencimentos para todos os efeitos;
III - o pagamento dos servidores at o 5 (quinto) dia til de cada ms
impreterivelmente.
1- vedada a concesso de gratificaes, adicionais ou quaisquer vantagens
pecunirias por decreto ou por qualquer ato administrativo.
2- vedada a participao dos servidores pblicos municipais no produto da
arrecadao de tributo, multas, inclusive os da Dvida Ativa, a qualquer ttulo.
Art. 35- garantido ao servidor pblico municipal o direito livre associao sindical,
observado, no que couber, o disposto no artigo 8 (oitavo) da Constituio da
Repblica.
Art. 36- O funcionrio pblico eleito por diretoria do sindicato em nvel municipal ou
estadual, federao ou confederao, ter direito a licena sindical sem prejuzo em seus
vencimentos, vantagens e direitos, concedidos pela prefeitura, sendo assegurado sem
retorno a funo e local de origem aps o trmino do mandato.
Art. 37- O desconto em folha de pagamento, pelos rgos competentes de administrao
pblica, obrigatrio em favor da entidade de classe, sem fins lucrativos, devidamente
constituda e registrada, desde que expressamente autorizado pelo associado.
Pargrafo nico- As contribuies em favor das entidades a que se refere este artigo
sero creditadas no prazo mximo de trs dias teis.
Art. 38- O servidor municipal eleito para diretoria de sindicato no poder ser
despedido, salvo por falta grave e devidamente apurada em inqurito administrativo,
desde o momento de sua candidatura at dois anos aps o trmino do mandato, nem
transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossvel o desempenho de
suas atribuies.
Art. 39- Ao servidor municipal em mandato eletivo aplica-se o disposto no artigo 87
(oitenta e sete) da Constituio Estadual.
Art. 40- Ao servidor pblico municipal, no que se refere aposentadoria, aplica-se o
disposto no artigo 89 (oitenta e nove) da Constituio Estadual, sem prejuzo dos
benefcios institudos em estatutos.
Art. 41- So estveis, aps dois anos efetivo exerccio, os servidores nomeados em
virtude de concurso pblico.
1- O servidor pblico estvel s perder o cargo em virtude de sentena judicial
transitado em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa.
2- Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel, ser ele reintegrado
e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.
3- Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade o servidor estvel ficar em
disponibilidade remunerada at o seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Art. 42- Fica assegurada a Licena Prmio ao servidor pblico municipal:
I - em cada 5 anos de servio, fica assegurada a Licena Prmio de 3 meses;
II - em cada 10 anos de servio, fica assegurada a Licena Prmio de 6 meses.
Pargrafo nico- O perodo de Licena Prmio no gozada, ser computado em dobro
para efeito de aposentadoria.
Art. 43- Fica assegurada a todo servidor pblico municipal, aps 2 (dois) anos de
servio, o direito Licena Sem Vencimento.
Art. 44- Fica assegurado ao servidor pblico municipal, o abono mensal de 1(um) dia, a
todo aquele que:
I - no chegar atrasado;
II - no tiver falta no ms;
III - no tiver licena mdica no ms.
Pargrafo nico- O dia a ser folgado fica a escolha do servidor.
Art. 45- O Municpio proporcionar aos servidores, homens e mulheres, oportunidade
adequadas de crescimento profissional atravs de programas de formao de mo de
obra, aperfeioamento e reciclagem.
Art. 46- O Municpio garantir proteo especial servidora pblica gestante,
adequando ou mudando temporariamente suas funes, nos tipos de trabalho
comprovadamente prejudiciais sua sade e do nascituro, sem que disso decorra qual
quer nus posterior para o Municpio.
Art. 47- vedada, na Administrao Pblica direta, indireta e fundacional no municpio,
a contratao de empresas que reproduzam prticas discriminatrias na admisso de mo
de obra.
Art. 48- vedado ao municpio veicular propaganda que resulte em prtica
discriminatria.
Art. 49- Fica permanentemente proibida a contratao de funcionrios enquanto hajam
outros funcionrios em disponibilidade na funo.
Art. 50- Fica o Poder Executivo e Legislativo ao demitir qualquer servidor municipal
obrigado a pagar todos os direitos trabalhistas no prazo de 30 (trinta) dias aps sua
demisso.
Art. 51- Todos os servidores municipais que trabalhem nos postos de Sade, sendo
Mdicos, Escriturrios, Enfermeiros, Motoristas e Serventes, tero direito a
insalubridade.
Art. 52- Sero pagos 2( duas) horas Extraordinrias a todos servidores pblicos que
trabalhem em regime de turno de 8 (oito) horas.
Art. 53- O servidor pblico eleito Presidente, Tesoureiro e Secretrio para o perodo de
03 (trs) anos, ao serem empossados, passaro a ficar disposio da Associao dos
Servidores Municipais com todos seus direitos pagos pelo Governo Municipal.
Art. 54- A todos os Garis, ser obrigatrio o pagamento de insalubridade.
Art. 55- A gratificao de insalubridade ser de 20% a 40% - segundo o grau mnimo e
mximo, sempre que o servidor estiver em atividades de locais insalubres, que por sua
natureza, condies e mtodo de trabalho, exponha-o a contato direto com agentes
fsicos, qumicos ou biolgicos nocivos que possam produzir doenas transitrias ou
definitivas.
TTULO IV
CAPTULO I
Poder Legislativo
Seo I
Disposies Preliminares
Art. 56- O Poder Legislativo exercido pela Cmara Municipal composta de
Vereadores, representantes do povo, eleitos entre cidados brasileiros, maiores de 18
anos, por voto direto, pelo sistema proporcional ou majoritrio para um mandato de
quatro anos.
Art. 57- O nmero de Vereadores ser proporcional populao do municpio,
conforme fixao da Justia Eleitoral, observados os limites constitucionais.
Art. 58- As deliberaes da Cmara e de suas comisses sero tomadas, por maioria de
votos presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposio em contrrio nas
Constituies Federal e Estadual e nesta Lei Orgnica, que exijam qurum superior
qualificado.
Seo II
Das Atribuies da Cmara Municipal
Art. 59- Cabe Cmara Municipal legislar assuntos de interesse local, observando as
determinaes e a hierarquia constitucional, suplementar a Legislao Federal e Estadual
e fiscalizar mediante controle externo, a administrao direta ou indireta e as empresas
em que o Municpio detenha a maioria do capital social com direito a voto.
1- O Processo Legislativo, exceto casos especiais dispostos nesta Lei Orgnica, s se
completa com a sano do Prefeito Municipal.
2- Em defesa do bem comum, a Cmara se pronunciar sobre qualquer assunto de
interesse pblico.
Art. 60- Os assuntos de competncia do Municpio sobre os quais cabe Cmara dispor,
com a sano de Prefeito, so especialmente:
I - sistema Tributrio, arrecadao, distribuio de rendas, isenes, anistias fiscais e de
dbitos;
II - matria oramentria, plano plurianual, diretrizes oramentrias, oramento anual,
operaes de crdito, dvida pblica;
III - planejamento urbano, plano diretor, em especial, planejamento e controle do
parcelamento, uso e ocupao do solo;
IV - organizao do territrio municipal especialmente em distritos, observada a
Legislao Estadual, delimitao do permetro urbano;
V - bens imveis municipais concesso ou permisso de uso, alienao, aquisio, salvo
quando se tratar de doao ao municpio, sem encargo;
VI - concesso ou permisso de servios pblicos;
VII - auxlios ou subvenes a terceiros;
VIII - convnios com entidades pblicas ou particulares;
IX - criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes pblicas, fixao
de remunerao de servidores do municpio, inclusive da administrao indireta,
observando os parmetros da lei das diretrizes oramentrias;
X - legislar sobre zoneamento urbano, bem como sobre denominao de prprios vias e
logradouros pblicos;
XI - deliberar sobre a transferncia dos poderes pblicos municipais, quando o interesse
pblico o exigir.
Art. 61- de competncia privativa da Cmara Municipal:
I - eleger sua mesa, bem como destitu-la na forma regimental;
II - elaborar seu Regimento Interno;
III - organizar seus servios administrativos;
IV - dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito, conhecer sua renncia ou afast-los
definitivamente do cargo ou dos limites da delegao legislativa;
V - conceder licena ao Prefeito e Vice-Prefeito e Vereadores para afastamento de
cargo;
VI - autorizar o Prefeito e Vice-Prefeito e Vereadores por necessidade de servio e
ausentar-se do municpio por mais 15 (quinze) dias;
VII - zelar pela preservao de sua competncia administrativa e sustando os atos
normativos do poder executivo que exorbitem o poder regulador dos limites da
delegao legislativa;
VIII - apreciar iniciativas do Poder Executivo que repercuta sobre o meio-ambiente;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Prefeito e pela Mesa da Cmara;
X - apreciar os relatrios anuais do Prefeito sobre a execuo oramentria, operaes
de crdito, dvida pblica, aplicao das leis relativas ao planejamento urbano, concesso
ou permisso de servios pblicos, desenvolvimento dos convnios, situao dos imveis
do municpio, nmero de servidores pblicos e preenchimento de relatrios anuais da
Mesa da Cmara;
XI - fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, includos os da
administrao indireta;
XII - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XIII - solicitar informaes ao Prefeito sobre assuntos referente administrao;
XIV - convocar o Prefeito ou (Secretrios Municipais se for o caso) responsveis pela
administrao direta ou de empresa pblica de economia mista e fundaes para prestar
informaes sobre matria de sua competncia, importando ausncia, sem justificao
adequada, em crime de responsabilidade;
XV - criar comisses especiais de inqurito;
XVI - julgar o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores nos casos previsto em lei;
XVII - conceder ttulo de cidado honorrio do municpio;
XVIII - fixar subsdios do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores;
XIX - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao e transformao de
cargos de empregos e funo de seus servios e fixao da respectiva remunerao,
observando os parmetros legais, especialmente a lei de diretrizes;
XX - deliberar sobre assunto de sua economia interna e competncia privativa.
Seo III
Do Vereador
Art. 62- Os Vereadores so inviolveis por suas opinies palavras e voto no exerccio do
mandato e na circunscrio do Municpio de conformidade com o Art.102 Pargrafos
1, 2, 3 5 e 6 da Constituio Estadual-RJ.
Art. 63- Os Vereadores no podero:
I desde a expedio do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa
pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, no
mbito e em operao no Municpio salvo quando o contrato obedecer as clusulas
uniforme;
b) exercer ou aceitar cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os que sejam
demissveis ad nutum na entidades constantes da alnea anterior, salvo se j se
encontrava antes da diplomao e houver compatibilidade entre o horrio normal desta
entidade e as atividades no exerccio do mandato.
II - desde a posse:
a) ser proprietrio, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurdica de direito pblico no Municpio ou nela exercer funo
remunerada;
b) ocupar cargo ou funo que sejam demissveis ad nutum nas entidades referidas no
inciso I a;
c) patrocinar causa em que sejam interessadas quaisquer das entidades a que se refere o
Inciso I a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo.
Art. 64- Perder o mandato o Vereador:
I - que infrigiu qualquer das proibies estabelecidas no antigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatvel com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer em cada sesso legislativa tera parte das Sesses
Ordinrias, salvo licena ou misso por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos polticos;
V - quando o decretar a Justia Eleitoral;
VI - que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado.
1- Os casos incompatveis com o decoro parlamentar sero definidos em Regimento
Interno, em similaridade com o Regimento Interno da Assemblia Legislativa do Estado
da Cmara Federal, especialmente no que respeita ao abuso das prerrogativas de
Vereador ou percepo de vantagens indevidas.
2- Nos casos dos incisos I, II, III a perda do mandato ser decidida pela Cmara por
voto secreto em maioria absoluta mediante provocao da Mesa ou de partido poltico
representado na Cmara, assegurada ampla defesa.
3- No caso do inciso III, a perda ser declarada pela Mesa, de ofcio mediante
provocao de qualquer de seus membros, ou de partido poltico representado na Casa,
assegurada ampla defesa.
Art. 65- No perder o mandato o Vereador:
I - investigando em cargo de secretrio municipal (ou equivalente).
Pargrafo nico- O suplente ser convocado nos casos de vaga, de investidura nos
cargos, ou funes previstas neste artigo, ou de licena superior a 120 dias.
Art. 66- O Vereador poder licenciar-se:
I - por motivo de doena;
II - para tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que o afastamento no
ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sesso Legislativa;
III - para desempenhar misses temporrias de carter cultural ou de interesse do
Municpio.
1- No perder o mandato, considerando-se automaticamente licenciado, o Vereador
investido no cargo de Secretrio Municipal ou equivalente.
2- Ao Vereador licenciado nos termos dos incisos deste artigo, a Cmara poder
determinar o pagamento, no valor que estabelecer na forma que especificar de auxlio-
doena ou auxlio especial, alm dos seus subsdios integrais.
3- O auxlio previsto no pargrafo anterior poder ser fixado no curso da legislatura e
no ser computado para efeito de clculo de remunerao dos Vereadores.
Art. 67- Dar-se- convocao do suplente de Vereador nos casos de vaga ou licena.
1- O suplente convocado dever tomar posse no prazo de 10 (dez) dias contados da
data de convocao, salvo motivo justo, aceito pela Cmara, quando se prorrogar o
prazo por mais 5 (cinco) dias.
2- Enquanto a vaga a que se refere o pargrafo anterior no for preenchida, calcular-
se- o quorum em funo dos Vereadores remanescentes.
Art. 68- A Remunerao do Vereador no poder ser superior a 45% (quarenta cinco
por cento) do que percebe o Deputado Estadual, sendo que, em colegiado, os mesmos
no podero receber acima de 5%(cinco por cento) da Receita efetivamente arrecadada
pelo Municpio, cujos valores reais da Remunerao sero apurados mensalmente.*
*Nova Redao dada pela Emenda n 07/93, de 26.01.93.
Pargrafo nico Fica concedido o 13 salrio, aos Srs. Vereadores da Cmara
Municipal de Arraial do Cabo, em conformidade com a Resoluo n 378/89, com base
na Lei Estadual 862 de 05 de julho de 1985.*
*Adicionado pela Emenda n 79/93, de 04.11.93.
Art. 69- O Presidente da Cmara ter direito a representao cujo o valor ser
equivalente a 2/3 da remunerao do Vereador.
Seo IV
Das Reunies
Art. 70- A Cmara Municipal reunir-se- anualmente em sua sede em Sesso Legislativa
Ordinria, de quinze de fevereiro a 30 de junho e de 1 de agosto a 15 de dezembro com
nmero de Sesses semanais definida em Regimento Interno.
Art. 71- Durante o recesso salvo convocao extraordinria da Cmara haver uma
comisso representativa do Poder Legislativo, cuja a composio reproduzir quando
possvel a proporcionalidade de representao partidria eleita pelo Plenrio na ltima
Sesso Ordinria do perodo Legislativo com atribuies previstas no Regimento interno.
Art. 72- As Sesses da Cmara sero pblicas.
Art. 73- O Regimento Interno dever disciplinar a palavra de representantes populares na
Tribuna da Cmara nas Sesses.
Art. 74- A convocao extraordinria da Cmara, ser feita pelo Presidente, pelo
Prefeito ou por requerimento da maioria absoluta dos Vereadores, em caso de urgncia
ou de interesse pblico relevante, com notificao pessoa e escrita aos Vereadores com
antecedncia mnima de 72 (setenta duas) horas.
Art. 75- Nas convocaes extraordinrias a Cmara somente deliberar as matrias para
as quais foi convocada.
Art. 76- As reunies e a administrao da Casa sero dirigidas por uma Mesa eleita em
votao secreta, cargo por cargo, a cada dois anos pela maioria absoluta dos
Vereadores.
Seo V
Das Comisses
Art. 77- A Cmara ter comisses permanentes e temporrias conforme o estabelecido
em seu Regimento Interno ou ato legislativo de sua criao.
1- Na Constituio da Mesa e das Comisses assegurada a representao dos
partidos, exceto se o nmero de vereadores de algum partido ou desinteresse no
viabilizar tal composio.
2- Cabe as comisses permanentes dentro da matria de sua competncia:
I - dar parecer em projeto de lei de resoluo de decreto legislativo, ou em outros
expedientes quando provocadas;
II - realizar audincias pblicas com entidades da sociedade civil;
III - receber peties, reclamaes, representaes ou queixas de qualquer pessoa contra
atos ou omisses das autoridades ou entidades;
IV - convocar na forma do artigo 61 inciso XIV, os Secretrios municipais (ou diretores)
ou qualquer servidor para prestar informaes sobre assuntos inerentes as suas
atribuies;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridades ou cidado;
VI - apreciar programa de obras, planos de desenvolvimento sobre eles emitir parecer.
Art. 78- As Comisses Parlamentares de Inqurito tero poderes de investigao
prprias das autoridades judiciais para apurao de fato determinado em prazo certo.
1- Os Membros das Comisses Parlamentares de Inqurito, a que se refere este artigo,
no interesse da investigao, podero, em conjunto ou isoladamente:
I - proceder as vistorias e levantamento nas reparties pblicas municipais e entidades
descentralizadas, onde tero livre ingresso e permanncia;
II - requisitar de seus responsveis a exibio de documentos e a prestao dos
esclarecimentos necessrios;
III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presena, ali realizando os atos
que lhe competirem.
2- fixado em trinta dias, prorrogvel por igual perodo, desde que seja solicitado e
devidamente justificado, o prazo para que os responsveis pelos rgos da
Administrao Direta ou Indireta prestem as informaes e encaminhem os documentos
requisitados pelas Comisses Especiais de Inqurito.
3- No exerccio de suas atribuies podero, ainda, as Comisses Parlamentares de
Inqurito, atravs de seu Presidente:
I - determinar as deligncias que reputarem necessrias;
II - requerer a convocao de Secretrio Municipal (ou assemelhado);
III - tomar depoimento de qualquer autoridade, intimar testemunhas e inquiri-las sob
compromisso;
IV - proceder as verificaes contbeis em livros, papis e documentos dos rgos da
Administrao Direta ou Indireta.
4- O atendimento s determinaes contidas nos pargrafos anteriores, no prazo
estipulado, faculta o Presidente da Comisso, solicitar na conformidade da legislao
federal, a interveno do poder judicirio para fazer cumprir a legislao.
5- Nos termos do artigo terceiro da Lei Federal n1.579 de 18 de maro de 1952, as
testemunhas intimadas, de acordo com as prescries estabelecidas na Legislao Penal,
em caso de no comparecimento, sem motivo justificado, a intimao ser solicitada ao
Juiz Criminal da localidade onde reside ou se encontra, na forma do artigo 218 do
cdigo de Processo Penal.
6- Haver, obrigatoriamente, na Cmara Municipal, uma comisso permanente dos
Direitos do Homem e da Mulher.
Seo VI
Subseo I
Disposio Geral e Emendas Lei Orgnica
Art. 79- O Processo Legislativo compreende a elaborao de:
I - Leis Orgnicas;
II - Leis;
III - Resolues.
Art. 80- A Lei Orgnica Municipal poder ser emendada mediante proposta:
I - de hum tero no mnimo dos Vereadores;
II - da populao, subscrita por cinco por cento de eleitorado do Municpio.
1- A proposta ser discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, dois teros dos votos.
2- A emenda ser promulgada pela Mesa da Cmara na seo seguinte aquela em que
se der a aprovao, com respectivo nmero de ordem:
2- No caso do inciso II, a subscrio dever ser acompanhada dos dados identificado
do ttulo eleitoral.
3- A matria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada s
poder ser objeto de nova proposta na mesma seo legislativa se subscrita por dois
teros dos Vereadores ou por cinco por cento dos eleitorados do municpio.
Subseo II
Das leis
Art. 81- A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe ao Prefeito, a qualquer
membro ou comisso da Cmara e aos cidados, observando o disposto nesta lei.
Art. 82- Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que
disponham sobre:
I - criao, extino ou transformao de cargos, funes ou empregos pblicos na
administrao direta e autrquica, fixao ou aumento de sua remunerao;
II - regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores;
III - organizao administrativa, matria tributria e oramentria, servios pblicos e
pessoal da administrao;
IV - criao, estrutura e atribuies dos rgos da administrao pblica municipal.
Art. 83- de competncia exclusiva da Cmara a iniciativa dos projetos de lei que
disponham sobre:
I - criao, extino ou transformao de cargos, funes ou empregos de seus servios;
II - fixao ou aumento de remunerao de seus servidores;
III - organizao e funcionamento dos seus servios.
Art. 84- A iniciativa popular de projetos de Lei ser exercida mediante subscrio por,
no mnimo, 5% (cinco) do eleitorado do municpio, da cidade, do bairro ou comunidade
rural, conforme o interesse ou abrangncia da proposta.
1- Os projetos de lei apresentados atravs da iniciativa popular sero inscritos
prioritariamente na ordem do dia da Cmara.
2- Os projetos sero discutidos e votados no prazo mximo de noventa dias,
garantidas a defesa em plenrio por um dos cinco primeiros signatrios.
3- Decorrido o prazo do Pargrafo anterior, o projeto ir automaticamente para a
votao, independente de pareceres.
4- No tendo sido votado at o encerramento da Sesso Legislativa, o projeto estar
inscrito para a votao seguinte da mesma legislatura ou na primeira sesso da legislatura
subseqente.
Art. 85- A Cmara Municipal convocar o referendo sobre questes relevantes para os
destinos do Municpio, objeto de lei ou no, mediante proposta devidamente
fundamentada de um tero dos vereadores, do Prefeito ou de cinco por cento do
eleitorado do Municpio.
1- A votao ser organizada pelo TRE, no prazo de 03 (trs) meses aps
convocao, assegurando-se o direito de publicidade para os partidrios e os opositores
da proposio.
2- Sero realizadas no mximo 02 (duas) consultas plebiscitrias por ano, admitindo-
se at 05 (cinco) proposies por consulta e vedada a sua realizao nos 04 (quatro)
meses que antecedem a realizao de eleies municipal, estadual e nacional.
3- O TRE proclamar resultado do plebiscito que ser considerado como deciso
definitiva sobre a questo proposta e formalizada em decreto Legislativo nas 48
(quarenta e oito)horas subseqentes proclamao.
4- A proposio que j tenha sido objeto de plebiscito somente poder ser
reapresentada com intervalo de 03 (trs) anos.
Art. 86- No ser admitido aumento de despesas prevista:
I - nos projetos de iniciativa privada do Prefeito Municipal, ressalvando o processo
Legislativo oramentrio e o disposto no pargrafo nico deste artigo;
II - nos projetos sobre organizao dos servios administrativos da Cmara Municipal.
Pargrafo nico- Nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito Municipal, s ser
admitida emenda que aumente a despesa prevista caso seja aprovada pela maioria dos
Vereadores, apontando os recursos oramentrios a serem remanejados.
Art. 87- O Prefeito poder solicitar urgncia para apreciao de Projetos de sua
iniciativa.
1- Caso a Cmara no se manifeste sobre a proposio dentro de quarenta e cinco
dias, ser includa na ordem do dia, sobrestando-se a deliberao dos demais assuntos,
para que se ultime a votao.
2- O prazo previsto no pargrafo anterior no corre nos perodos de recesso.
Art. 88- Aprovado o Projeto de Lei, na forma regimental, ser imediatamente enviado ao
Prefeito, que, aquiescendo se sancionar.
1- Se o Prefeito julgar o projeto, num todo ou em parte inconstitucional, ou contrrio
ao interesse pblico, vet-lo- total ou parcialmente, dentro de quinze dias teis,
contados da data de recebimento, e comunicar, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente da Cmara os motivos do veto.
2- O veto parcial somente abranger texto integral de artigo, pargrafo, inciso ou
(alnea).
3- Decorrido o prazo de quinze dias, o silncio do Prefeito importar sano.
4- O veto ser apreciado no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu recebimento, s
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores, em escrutinio
secreto.
5- Se o veto no for mantido, ser o Projeto enviado ao Prefeito para promulgao.
6- Esgotado, sem deliberao, o prazo estipulado no pargrafo quarto, o veto ser
colocado na ordem do dia da Sesso imediatamente seguinte, sobrestadas as demais
proposies, at a sua votao.
7- Se a Lei no for promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas pelo Prefeito
Municipal, nos casos dos pargrafos terceiro e quinto, o Presidente da Cmara a
promulgar e, se este no o fizer em igual prazo, caber ao Vice Presidente, 1
Secretrio(a), sucessivamente.
8- Caso o Projeto de Lei seja vetado durante o recesso da Cmara, o Prefeito
comunicar o veto Comisso representativa a que se refere o artigo, e dependendo da
urgncia e relevncia da matria, poder convocar extraordinariamente a Cmara para
sobre ele se manifestar.
Art. 89- A matria constante do Projeto de Lei rejeitado somente poder constituir
objeto de novo Projeto, na mesma sesso legislativa, mediante proposta da maioria
absoluta dos membros da Cmara ou mediante a subscrio de dez por cento do
eleitorado do municpio, cidade, bairro ou comunidade rural, conforme o interesse ou a
abrangncia da proposta.
Art. 90- As resolues e decretos legislativos far-se-o na forma do Regimento Interno.
Art. 91- vedada a delegao legislativa.
Seo VII
Do Plenrio e Votao
Art. 92- Em decorrncia da soberania do Plenrio, todos os atos da Mesa, da Presidncia
e das Comisses esto sujeitos ao seu imprio.
Pargrafo nico- O Plenrio pode avocar, pelo voto da maioria absoluta dos seus
membros, qualquer matria ou ato submetidos Mesa, Presidncia ou s Comisses,
para sobre eles deliberar.
Art. 93- Salvo excees previstas em lei, a Cmara deliberar pela maioria de votos,
presente a maioria absoluta dos Vereadores.
Pargrafo nico- A votao pblica pelo processo nominal a regra geral, exceto por
impositivo legal ou por deciso do Plenrio.
Art.94- Em primeira discusso votar-se- sempre artigo por artigo e as emendas,
individualmente.
Seo VIII
Dos Decretos Legislativos e das Resolues
Art. 95- O Projeto de Decreto legislativo a proposio destinada a regular matria de
competncia exclusiva da Cmara, que produza efeitos externos, no dependendo,
porm, de sano do Prefeito.
Pargrafo nico- O Decreto legislativo aprovado pelo Plenrio, em um s turno de
votao, ser promulgado pelo Presidente da Cmara.
Art. 96- O Projeto de Resoluo a proposio destinada a regular matria poltico
administrativa da Cmara, de sua competncia exclusiva e no depende de sano do
Prefeito.
Pargrafo nico- O Projeto de Resoluo aprovado pelo Plenrio, em um s turno de
votao, ser promulgado pelo presidente da Cmara.
Seo IX
Da Procuradoria Geral da Cmara Municipal
Art. 97- A consultoria jurdica, a superviso dos servios de assessoramento jurdico,
bem como a representao judicial da Cmara Municipal, quando couber, so exercidas
por seus procuradores, integrantes da Procuradoria Geral da Cmara Municipal,
diretamente vinculada Mesa Diretora.
1- A carreira de procurador da Cmara Municipal, a organizao e funcionamento da
instituio sero disciplinados em Lei Complementar, dependendo o respectivo ingresso
de provimento condicionado classificao em concurso pblico de provas e ttulos,
com a participao da Ordem dos Advogados do Brasil.
2- O Procurador Geral da Cmara Municipal, chefe da instituio, ser nomeado pela
Mesa Diretora dentre os integrantes de sua Procuradoria Geral.
CAPTULO II
Do Poder Executivo
Seo I
Do Prefeito e do Vice-Prefeito
Art. 98- O Poder Executivo exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretrios.
Art. 99- O Prefeito e o Vice-Prefeito registradas as respectivas candidaturas
conjuntamente sero eleitos, simultaneamente, por eleio direta em sufrgio universal e
secreto at 90 dias antes do trmino do mandato de seu antecessor.
Art. 100- So condies de elegibilidade para Prefeito e Vice-Prefeito:
I - nacionalidade Brasileira;
II - pleno exerccio dos direitos pblicos;
III - domiclio eleitoral na circunscrio do Municpio;
IV - filiao Partidria.
Art. 101- Ser considerado prefeito do municpio o candidato que, registrado por partido
poltico, obtiver a maioria simples de votos, no computados os em branco e os nulos.
Pargrafo nico- Havendo empate na apurao dos votos, qualificar-se- o mais idoso.
Art. 102- O Prefeito e o Vice-Prefeito prestaro compromisso, tomaro posse e
assumiro o exerccio na sesso solene de instalao da Cmara Municipal no dia 1 de
janeiro do ano subseqente eleio.
1- Se, decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou Vice-
Prefeito, salvo motivo de fora maior; no tiver assumido o cargo, este ser declarado
vago.
2- Substituem o Prefeito o Vice-Prefeito e, na falta ou impedimento deste, o
presidente da Cmara.
Art. 103- No ato da posse do Prefeito e o Vice-Prefeito apresentaro declarao de
bens, inclusive de seus cnjuges, repetida quando do trmino do mandato, as quais sero
transcritas em livro prprio, constando de ata o seu resumo, para conhecimento pblico.
Pargrafo nico- O Prefeito e o Vice-Prefeito, este quando remunerado, devero
desincompatibilizar-se no ato da posse, quando no remunerado, o Vice-Prefeito
cumprir essa exigncia ao assumir o exerccio do cargo.
Art. 104- O Prefeito no poder, desde a posse, sob pena de perda do cargo:
I - firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa
pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico,
salvo quando o contrato obedecer clusulas uniformes;
II - aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissvel ad nutum em entidades constantes do inciso anterior, salvo se j se
encontrava antes da diplomao e houver compatibilidade entre o horrio normal destas
entidades e as atividades no exerccio do mandato;
III - ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo;
IV - patrocinar causas em que seja interessada qualquer das entidades j referidas;
V - ser proprietrio, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurdica de direito pblico, ou nela exercer funo remunerada;
VI - residir fora do Municpio.
Art. 105- Ser de 4 (quatro) anos o mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, a iniciar-se
no dia 1 de janeiro do ano seguinte ao da eleio.
Art. 106- So inelegveis para os mesmos cargos, nos perodos subseqente, o Prefeito e
o Vice-Prefeito, e quem os houver sucedido ou substitudo nos seis meses anteriores a
eleio.
Art. 107- Para concorrerem a outros cargos eletivos o Prefeito e o Vice-Prefeito devem
renunciar aos mandatos at 6 (seis) meses antes do pleito.
Art. 108- O Vice-Prefeito substitui o Prefeito em casos de licena ou impedimento, e o
sucede no caso de vaga ocorrida aps a diplomao.
1- O Vice-Prefeito, alm de outras atribuies que lhe forem conferidas por lei,
auxiliar o Prefeito sempre que por ele for convocado para misses especiais.
2- O Vice-Prefeito no poder recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena de extino
do respectivo mandato.
Art. 109- Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, assumir o Presidente
da Cmara.
Art. 110- Se as vagas ocorrerem na primeira metade do mandato, far-se- eleio direta,
na forma da legislao eleitoral, cabendo aos eleitos completar o perodo.
Art. 111- O Prefeito e o Vice-Prefeito no podero ausentar-se do Municpio por mais
de 15 (quinze) dias consecutivos nem do territrio nacional, por qualquer prazo, sem
prvia autorizao da Cmara, sob pena de perda de cargo.
Art. 112- O Prefeito poder licenciar-se:
I - quando a servio ou misso de representao do Municpio, devendo enviar Cmara
relatrio circunstanciado dos resultados de sua viagem;
II - quando da impossibilidade do exerccio do cargo, por motivo de doena devidamente
comprovada.
Art. 113- A Remunerao do Prefeito ser fixada pela Cmara Municipal, para cada
Legislao e at o seu trmino, no podendo ser superior a 75% (setenta cinco por
cento) da Remunerao do Deputado Estadual, estando sujeita aos impostos gerais,
inclusive o de renda e outros extraordinrios, sem distino de qualquer espcie.*
*Nova Redao dada pela Emenda n 07/93, de 26.01.93.
Art. 114- A verba de representao do Prefeito ser fixada pela Cmara e no poder
exceder de dois teros do valor do subsdio.
Art. 115- A Remunerao do Vice-Prefeito no poder exceder a 50% do que percebe o
Prefeito municipal.*
*Nova Redao dada pela Emenda n 07/93.
Art. 116- A extino ou a cassao do mandato do Prefeito, bem como a apurao dos
crimes de responsabilidade do Prefeito ou de seu substituto, ocorrero na forma e nos
cargos previstos nesta Lei Orgnica e na Legislao Federal.
Seo II
Das Atribuies do Prefeito
Art. 117- compete privativamente ao Prefeito:
I - nomear e exonerar os secretrios (ou diretores de departamentos do municpio e os
responsveis pelos rgos da administrao direta ou indireta);
II - exercer, com auxlio do Vice-Prefeito, Secretrios do Municpio, diretores gerais,
administrao do municpio segundo os princpios da LOM;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e expedir decretos e regulamentos para
sua execuo;
V - vetar projetos de lei, nos termos desta lei;
VI - dispor sobre a estruturao, organizao e funcionamento da administrao
Municipal;
VIII - apresentar anualmente Cmara relatrio sobre o estado das obras e servios
municipais.
IX - enviar Cmara, o Plano Plurianual, o Projeto de Lei de diretrizes oramentrias, e
as propostas oramentrias previstas nesta Lei;
X - prestar anualmente Cmara Municipal dentro de 60 (sessenta) dias, aps a abertura
da Sesso Legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior;
XI - prestar dentro de quinze (15) dias as informaes solicitadas pela Cmara,
referentes aos negcios pblicos do Municpio;
XII - representar o Municpio;
XIII - convocar extraordinariamente a Cmara;
XIV - contrair emprstimos para o Municpio, mediante prvia autorizao da Cmara;
XV - decretar a desapropriao por necessidade ou utilidade pblica ou interesse social,
mediante autorizao da Cmara;
XVI - administrar os bens e as rendas municipais, promover o lanamento, a fiscalizao
e a arrecadao de tributos;
XVII - propor Cmara convnios, ajuste e contratos de interesse municipal;
XVIII - propor Cmara o arrendamento, o aforamento e a alienao de prprios
municipais, bem como aquisio de veculos;
IX - propor a diviso administrativa do Municpio, de acordo com a Lei;
XX - exercer outras atribuies previstas nesta Lei.
Seo III
Da Responsabilidade do Prefeito
Art. 118- So crimes de responsabilidade os atos do Prefeito que atentarem contra a
Constituio Estadual, Constituio Federal e Lei Orgnica do Municpio em especial
contra:
I - a existncia do Municpio;
II - o livre exerccio da Cmara Municipal e dos organismos de cooperao com poder
pblico;
III - o exerccio de direitos polticos, individuais e sociais;
IV - a probidade na administrao;
V - a lei oramentria;
VI - o cumprimento das leis e decises judiciais.
Pargrafo nico- As normas de processo e julgamento bem como a definio desses
crimes so estabelecidas por Lei Federal.
Art. 119- O Prefeito, admitida a acusao pelo voto de 2/3 dois teros) dos Vereadores,
ser submetido julgamento nos termos do artigo 28, inciso VIII da Constituio
Federal.
Seo IV
Do Vice Prefeito
Art. 120- O Vice-Prefeito possui a atribuio de, em consonncia com o Prefeito,
auxiliar a direo da administrao pblica municipal.
Seo V
Dos Secretrios Municipais
(ou Assemelhados, como Diretores de Departamento)
Art. 121- Os secretrios Municipais sero escolhidos entre cidados no exerccio de seus
direitos polticos, como cargos de confiana do Prefeito.
Art. 122- Alm das atribuies fixadas em lei ordinria, compete aos secretrios do
Municpio:
I - orientar, coordenar e superintender as atividades dos rgos entidades da
administrao municipal, na rea de sua competncia;
II - expedir instrues para a execuo das leis, decretos e regulamentos relativos aos
assuntos de suas secretarias;
III - apresentar anualmente ao Prefeito e a Cmara Municipal relatrio anual dos servios
realizados nas suas secretarias;
IV - comparecer Cmara Municipal, quando por esta convidado e sob justificao
especfica;
V - praticar os atos pertinentes s atribuies que lhes forem delegadas pelo Prefeito;
Pargrafo nico- Aplica-se aos diretores dos servios autrquicos ou autnomos o
disposto nesta seo.
Art. 123- A lei dispor sobre a criao, estruturao e atribuies das Secretarias
Municipais.
Art. 124- Os Secretrios Municipais, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, sero
julgados pelo Tribunal de Justia.
Pargrafo nico- Nos crimes de responsabilidade, conexos com os do Prefeito, o
julgamento ser efetuado pela Cmara Municipal.
TTULO V
Da Segurana Pblica
CAPTULO NICO
Art. 125- Fica estabelecido o que determina a Constituio Federal e a Constituio do
Estado do Rio de Janeiro.
TTULO VI
Da Tributao e da Administrao Financeira
CAPTULO I
Dos Tributos Municipais
Art. 126- Compete, ao Municpio, instituir:
I - taxas, arrecadadas em razo do exerccio do poder de polcia, ou pela utilizao,
efetiva ou potencial, de servios pblicos, especficos e divulgao, prestados ao
contribuinte ou postos sua disposio.
II - contribuio de melhoria, decorrente de obra pblica;
III - contribuio, a ser cobrada dos servidores municipais, para o custeio, em benefcio
destes, de sistemas de previdncia e assistncia social.
Pargrafo nico- As taxas no podero ter base de clculo prprio de impostos nem
sero institudas em razo:
a) do exerccio do direito de petio em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
do poder;
b) de certides fornecidas, pelas reparties pblicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situao de interesse pessoal, includas entre aquelas as certides
negativas de tributos.
Art. 127- Compete, ainda, ao municpio, instituir impostos:
I - sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana;
II - sobre a Transmisso inter vivos, a qualquer ttulo, por ato oneroso;
a) de bens imveis, por natureza ou acesso fsica;
b) de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia;
c) cesso de direitos relativos s transmisses de que tratam as alneas a e b.
III - sobre vendas a varejo de combustveis lquidos e gasosos, exceto o leo desel.
IV - sobre servios de qualquer natureza, definidos em lei complementar e no
compreendidos na competncia estadual.
1- Visando a assegurar o cumprimento da funo social da propriedade, o imposto
previsto no inciso I ser progressivo, na forma a ser estabelecida em lei.
2- O imposto de que trata o inciso II:
a) incide sobre os imveis situados no territrio do municpio ou sobre os quais versem
os direitos transmitidos ou cedidos;
b) no incide sobre a transmisso de bens ou direitos incorporados ao patrimnio de
pessoa jurdica em realizao de capital, nem sobre a transmisso de bens ou direitos
decorrente de fuso, incorporao, ciso ou extino de pessoa jurdica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locao de bens imveis ou arrendamento mercantil.
CAPTULO II
Da Participao do Municpio em Receitas Tributrias da Unio e dos Estados
Art. 128- Pertencem ao Municpio:
I - o produto da arrecadao do imposto da Unio sobre renda e proventos de qualquer
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer ttulo, por ele prprio,
suas autarquias e fundaes que mantenha ou haja institudo.
II - 50% (cinqenta por cento) do produto da arrecadao do imposto da Unio sobre a
propriedade territorial rural, relativamente aos imveis situados no seu territrio;
III - 50% (cinqenta por cento) do produto da arrecadao do imposto do Estado sobre
a propriedade de veculos automotores licenciados no seu territrio;
IV - relativamente as operaes que tiverem origem em seu territrio. 70% (setenta por
cento) do montante arrecadado, pela Unio, a ttulo do imposto sobre operaes de
crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulo ou valores imobilirios, quando incidente
sobre o ouro.
Art. 129- O Municpio participa, ainda:
I - do montante , pertencente aos municpios, de 25% (vinte e cinco por cento) do
produto de arrecadao, no Estado do Rio de Janeiro, do imposto sobre operaes
relativas a circulao de mercadorias e sobre prestaes de servio de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicao, auferidas creditadas, as parcelas que lhe
cabem:
a) (trs quartos), no mnimo, na proporo do valor adicionado, consoante definido
em lei complementar, nas operaes relativas circulao de mercadorias e nas
prestaes de servios, realizados em seu territrio;
b) (um quarto), na forma do disposto na legislao estadual;
II - observados os critrios das alneas a e b do inciso anterior, da parcela de 25%
(vinte e cinco por cento) do total dos recursos recebidos, pelo Estado do Rio de Janeiro,
da Unio, a ttulo de participao na arrecadao do imposto sobre produtos
industrializados.
Art. 130- Do produto da arrecadao dos impostos sobre a renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos industrializados 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco
dcimos por cento) pertencem ao Fundo de Participao dos Municpios.
Art. 131- O Municpio divulgar, at o ltimo ms subseqente ao da arrecadao os
montantes de cada um dos tributos arrecadados e dos recebidos.
CAPTULO III
Da Fiscalizao Financeira Oramentria, Operacional e Patrimonial
Art. 132- A Lei Oramentria anual dever ser apresentada em valores mensais para
todas suas receitas e despesas a nvel global para permitir seu acompanhamento
oramentrio por parte do Executivo e Legislativo Municipal.
Art. 133- O Poder Executivo publicar at trinta dias aps o encerramento de cada
bimestre, relatrio resumido da execuo oramentria bem como apresentar
trimestralmente ao Poder Legislativo a caracterizao sobre o Municpio, suas finanas
pblicas, devendo constar do demonstrativo:
I - as receitas e despesas da administrao direta e indireta;
II - os valores ocorridos desde o incio do exerccio at o ltimo ms do trimestre objeto
da anlise financeira;
III - a comparao mensal entre os valores do inciso II acima com seus correspondentes
previstos no oramento j atualizado por suas alteraes;
IV - as previses atualizadas de seus valores at o final do exerccio financeiro.
CAPTULO IV
Do Oramento
Art. 134- Ao Poder Executivo compete a iniciativa das leis que regularo:
I - os oramentos anuais;
II - as diretrizes oramentrias;
III - o plano plurianual.
1- A lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da
administrao, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente,
orientar a elaborao da lei oramentria anual e dispor sobre as alteraes na
legislao tributria.
2- A lei instruir o plano plurianual estabelecer, de forma setorizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administrao Pblica Municipal para as despesas de capital e as
destas decorrentes, bem como para aquelas concernentes aos programas de durao
continuada.
3- Os planos e programas setoriais, sero elaborados em consonncia com o plano
plurianual e sero apreciados pela Cmara Municipal.
Art. 135- O Municpio assegurar recursos prprios para a instalao, funcionamento e
manuteno das creches e pr- escolas.
Pargrafo nico- A Secretaria Municipal de Educao responsvel pela integrao dos
recursos financeiros e dos diversos programas em funcionamento.
Art. 136- O Municpio garantir recursos oramentrios para as aes do Programa de
Assistncia integral sade da mulher e da criana.
Art. 137- A lei oramentria anual compreender:
I - o oramento fiscal referente aos Poderes Municipais, seus fundos, rgos e entidades
da administrao direta e indireta;
II - o oramento de investimentos das empresas em que o Municpio, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
1- O Projeto de Lei Oramentria ser instrudo com demonstrativo identificativo, por
setor, dos efeitos, sobre as receitas e despesas, decorrendo de isenes, anistias,
remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia.
2- A Lei Oramentria Anual no conter dispositivo estranho previso da receita e
a fixao da despesa, no se incluindo na proibio, a autorizao para a abertura de
crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, inclusive por antecipao
de receita nos termos da Lei.
Art. 138- Os recursos correspondentes s dotaes oramentrias, inclusive crditos
suplementares e especiais destinados ao Poder Legislativo, sero repassados
integralmente at o dia 20 (vinte) de cada ms.
Seo I
Da Votao do Oramento e das Leis de Despesas
Art. 139- de competncia do Poder Executivo a iniciativa das leis oramentrias e das
que abram crditos, fixem vencimentos e vantagens dos servios pblicos, concedam
subveno ou auxlio ou, de qualquer modo autorizem, criem ou aumentem as despesas
pblicas.
Art. 140- O Projeto de Lei oramentria anula para o exerccio financeiro seguinte ser
enviado pelo Prefeito Cmara Municipal at o dia 30 de setembro do ano que o
precede.
1- Se no receber o projeto no prazo fixado deste artigo, a Cmara considerar como
proposta lei de oramento vigente.
2- O Prefeito poder enviar mensagem Cmara para propor modificao do projeto
de lei oramentria enquanto no estiver concluda a votao da parte cuja alterao
proposta.
3- Se at o dia primeiro de dezembro a Cmara no devolver para sano o projeto de
lei oramentria, ser ele promulgado como lei, na forma proposta pelo Prefeito.
4- Aplicam-se ao projeto de lei oramentria, no que no contrariam o disposto nesta
Seo as demais normas relativas elaborao Legislativa Municipal.
Art. 141- As entidades autrquicas do municpio tero seus oramentos aprovados por
decreto executivo, salvo se a disposio legal determinar a aprovao atravs de lei.
1- Os oramentos das entidades referidas neste artigo vincular-se-o ao oramento do
Municpio, pela incluso:
a) como receita, salvo disposio legal em contrrio do saldo positivo previsto entre os
totais das receitas e despesas; e
b) como subveno econmica, na receita do oramento da entidade beneficiria, salvo
disposio legal em contrrio do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e das
despesas.
2- Os investimentos ou inverses financeiras do municpio, realizadas por intermdio
das entidades aludidas neste artigo, sero classificados como receita de capital desta e
despesas de transferncias de capital daquele.
3- As previses para depreciao sero computadas para efeito de apurao do saldo
lquido das mencionadas entidades.
Art. 142- As emendas ao projeto de lei do oramento anual podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias;
II - tenham a funo de correo de erros ou omisses;
III - indiquem os recursos necessrios, admitidos apenas os provenientes de anulao de
despesa, excludas as que incidem sobre:
a) dotao para pessoal e seus cargos;
b) servios da dvida;
IV - que no alterem o produto total do oramento anual.
Art. 143- Os oramentos das autarquias municipais sero publicados como complemento
do oramento do municpio.
Art. 144- O Tribunal de Contas do Estado competente para decidir as argies de
inexistncia ou dualidade de oramentos municipais, bem como para declarar a ineficcia
de dispositivos, rubricas ou dotaes que em lei oramentria dos municpios contrariem
princpios da Constituio Federal e Estadual.
TTULO VII
Da Ordem Econmica, Financeira e o Meio Ambiente
CAPTULO I
Dos Princpios Gerais
Art. 145- O municpio dever organizar a sua administrao e exercer suas atividades
dentro de um processo de planejamento permanente, atendendo as peculiaridades locais
e dos princpios tcnicos convenientes ao desenvolvimento integrado da comunidade.
Pargrafo nico- Considera-se processo de planejamento a definio de objetivos
determinados em funo da realidade local, a preparao dos meios para atingi-los, o
controle de sua aplicao e avaliao dos resultados obtidos.
CAPTULO II
Da Poltica Urbana
Art. 146- Todo aquele que, comprovadamente , for proprietrio de imvel residencial ou
comercial, edificado em terreno do patrimnio municipal, poder requerer aforamento da
rea ocupada, sujeitando-se ao que preceitua a Lei n 3.071 de 01/01/16, em seus artigos
678 e 694, Legislao correlata.
Pargrafo nico- Aps autorizao do Poder Legislativo, o Chefe do Poder Executivo
mandar expedir carta de aforamento em nome do requerente que a levar a registro
pblico.
Art. 147- O Municpio aplicar no mnimo 3% (trs por cento) da receita bruta em obras
de conteno das encostas, colocao de esgotos, colocao de gua e urbanizao nos
morros da Boa vista e Morro da Cabloca (Coca- Cola), anualmente.
Art. 148- A poltica urbana a ser formulada e executada pelo Poder Pblico ter como
objetivo o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e a garantia do bem estar
de sua populao.
Art. 149- A execuo da poltica urbana est condicionada as funes sociais da cidade,
compreendidas como direito de acesso de todo cidado a moradia, transporte pblico,
saneamento, energia eltrica, gs, abastecimento, iluminao pblica, comunicao,
educao, sade, lazer e segurana, assim como a preservao do patrimnio ambiental e
cultural.
1-O exerccio do direito de propriedade atender a sua funo social quando
condicionado a funes sociais da cidade.
2- Para os fins previstos neste artigo o Poder Pblico Municipal exigir do
proprietrio adoo de medidas que visem direcionar a propriedade para o uso
produtivo, de forma a assegurar:
a) acesso a propriedade e moradia a todos;
b) justa distribuio dos benefcios e nus decorrentes do processo de urbanizao;
c) preveno e correo das distores da valorizao da propriedade;
d) regularizao fundiria e urbanizao especfica para reas ocupadas por populao
de baixa renda;
e) adequao do direito de construir as normas urbansticas;
f) meio ambiente ecologicamente equilibrado, como um bem de uso comum do povo,
essencial a sadia qualidade de vida, preservando e restaurando os processos ecolgicos
essenciais e provendo manejo ecolgico das espcies e ecossistemas, controlando a
produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
Art. 150- Para assegurar as funes sociais da cidade e da propriedade, o Poder Pblico
usar, principalmente, os seguintes instrumentos:
I - impostos progressivos no tempo sobre imvel;
II - desapropriao por interesse social ou utilidade pblica;
III - discriminao de terras pblicas, destinadas prioritariamente a assentamentos de
muncipes de baixa renda;
IV - inventrios, registros, vigilncia e tombamento de imveis;
V - contribuio de melhoria;
VI - taxao dos vazios urbanos.
Art. 151- O direito de propriedade territorial urbano no pressupe o direito de
construir, cujo exerccio dever ser autorizado pelo Poder Pblico, segundo critrios que
forem estabelecidos em Lei Municipal.
Art. 152- As terras pblicas no utilizadas ou subtilizados sero prioritariamente
destinadas a assentamentos humanos de populao de baixa renda.
Art. 153- O estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento urbano,
devero assegurar:
I - a urbanizao, a regularizao fundiria e a titulao das reas onde esteja situada a
populao favelada e de baixa renda, sem remoo dos moradores, salvo em reas de
risco, mediante consulta obrigatria populao envolvida;
II - a preservao das reas de explorao agrcola e pecuria e o estmulo a essas
atividades primrias;
III - a preservao, a proteo e a recuperao do meio ambiente natural e cultural;
IV - a criao de reas de especial interesse urbanstico social, ambiental, turstico e de
utilizao pblica;
V - a participao das entidades comunitrias no estudo, no encaminhamento e na
soluo dos problemas, planos, programas e projetos;
VI - s pessoas portadoras de deficincia, o livre acesso a edifcios pblicos e
particulares de freqncia ao pblico, a logradouros pblicos e ao transporte coletivo.
Art. 154- O Municpio elaborar o seu Plano Diretor nos limites da competncia
municipal, das funes da vida coletiva, abrangendo habitao, trabalho, circulao e
recreao e considerando em conjunto os aspectos fsico, econmico, social e
administrativo, nos seguintes termos:
I - no tocante ao aspecto fsico-territorial, o plano dever conter disposies sobre o
sistema virio urbano e rural, o zoneamento urbano, loteamento urbano ou para fins
urbanos, a edificaes e os servios pblicos locais.
II - no que se refere ao aspecto econmico, o plano dever inscrever disposio sobre o
desenvolvimento econmico e integrao da economia municipal regional.
III - no referente ao aspecto social, dever o plano conter normas de promoo social da
comunidade e criao de condies de bem-estar da populao; e
IV - no que respeita ao aspecto administrativo, dever o plano consignar normas de
organizao institucional que possibilitem a permanente planificao das atividades
pblicas municipais e sua integrao nos planos estadual e nacional.
Pargrafo nico- As normas municipais de edificao, zoneamento e loteamento ou para
fins urbanos atendero s peculiaridades locais e legislao federal e estadual
pertinente.
Art. 155- A elaborao do Plano Diretor dever compreender as seguintes fases, com
extenso e profundidade respeitadas as peculiaridades do Municpio:
I - estudo preliminar, abrangendo:
a) avaliao das condies de desenvolvimento;
b) avaliao das condies da administrao;
II - diagnstico:
a) do desenvolvimento econmico e social;
b) da organizao territorial;
c) das atividades-fim da Prefeitura;
d) da organizao administrativa e das atividades-meio da Prefeitura;
III - definio de diretrizes, compreendendo:
a) poltica de desenvolvimento;
b) diretrizes de organizao territorial;
c) diretrizes de desenvolvimento econmico e social;
IV - instrumentao, incluindo:
a) instrumento legal do plano;
b) programas relativos as atividades fim;
c) programas relativos as atividades meio;
d) programas dependentes da cooperao de outras entidades pblicas.
CAPTULO III
Dos Servios Pblicos
Seo I
Do Saneamento
Art. 156- O Municpio, na forma da lei, desenvolver mecanismo institucionais e
financeiros com a finalidade de garantir a toda a populao o acesso a servios de
saneamento bsico, entendido como abastecimento de gua, esgotamento sanitrio,
sistema de coleta e disposio de resduos slidos urbanos, industriais e hospitalares bem
como drenagem de canais, cabendo-lhe:
Pargrafo nico- Fomentar, assistir e coordenar a implantao de solues
intermunicipais sempre que a insero regional das respectivas cidades assim
recomendarem, respeitada a autonomia do municpio.
Art. 157- O Municpio criar o Plano Municipal de Saneamento Bsico, que dever
contemplar os seguintes princpios fundamentais:
I - o saneamento bsico, conforme definido no artigo anterior, ser concebido como um
conjunto de aes de sade pblica;
II - sempre que possvel, a unidade de planejamento ser a bacia ou sub-bacia
hidrogrfica, a nvel estadual;
III - o perfil epidemiolgico ser um critrio para o direcionamento das aes de
saneamento.
Art. 158- O Municpio tornar efetivas as diretrizes dos servios de saneamento bsico,
atravs da adoo e fixao de mecanismos e instrumentos, como:
I - submeter aos organismos de cooperao com o poder pblico no setor as medidas de
promoo e execuo das aes de saneamento bsico do Municpio;
II - plano anual onde devem constar as metas a serem atingidas, origem e destinao de
recursos, bem como os critrios utilizados para a hierarquizao das prioridades;
III - programao Plurianual, que ter por finalidade servir de orientao para o
planejamento das aes de saneamento de longo prazo.
Seo II
Dos Transportes
Art. 159- O transporte um direito fundamental do cidado, sendo de responsabilidade
do Poder Pblico Municipal o planejamento, o gerenciamento e a operao dos vrios
modos de transporte.
Art. 160- Fica assegurada a participao das entidades organizadas no planejamento e
operao dos transportes, bem como o acesso as informaes sobre o sistema de
transportes.
Art. 161- dever do Poder Pblico Municipal fornecer um transporte com tarifa
condizente com o poder aquisitivo da populao, bem como assegurar a qualidade dos
servios.
Art. 162- O Poder Pblico Municipal dever efetuar o planejamento e a operao do
sistema de transporte local.
1- O Executivo definir, segundo o critrio do Plano Diretor, o percurso, a freqncia
e a tarifa do transporte coletivo local.
2- A operao e execuo do sistema ser feita de forma direta, ou por concesso ou
permisso, nos termos da lei municipal.
Art. 163- O Poder Pblico Municipal s permitir a entrada em circulao de novos
nibus municipais desde que estejam adaptados para o livre acesso e circulao das
pessoas portadoras de deficincia fsica e motora.
Art. 164- dever das empresas de transporte coletivo, que circulam no municpio,
manter seus veculos em bom estado de funcionamento de modo que eliminem o
impacto nocivo da gaseificao de seus combustveis.
CAPTULO IV
Da Poltica Pesqueira
Seo I
Da Pesca
Art. 165- O municpio definir poltica para o setor pesqueiro local, em consonncia com
as diretrizes dos Governos Estadual e Federal, promovendo seu planejamento,
ordenamento e desenvolvimento, enfatizando sua funo de abastecimento alimentar
atravs de implantao de mercados de peixes nas sedes distritais, provimento de infra-
estrutura de suporte pesca, incentivo aqicultura e implantao de sistema de
informao setorial e controle estatstico da produo.
1- Na elaborao da poltica pesqueira, o Municpio garantir efetiva participao da
comunidade da pesca, atravs de suas representaes de classe.
2- Incube ao Municpio criar mecanismos de proteo e preservao de reas
ocupadas por comunidades de pescadores, assegurando seu espao vital.
3- Cabe ao Poder Pblico criar incentivos a formao de cooperativas de pescadores,
para promover a implantao da captura, a estocagem, a comercializao e a
industrializao de pescado.
Art. 166- Cabe ao Municpio criar base institucional para promover o gerenciamento
pesqueiro, constitudo de representaes dos Poderes Executivo e Legislativo Municipal,
de instituies ligadas pesca e ao meio ambiente e das comunidades pesqueiras locais.
a) os fiscais encarregados da fiscalizao da pesca, que tiverem conhecimento de
infraes persistentes, intencionais ou por omisso dos padres e normas legais, devero
imediatamente comunicar o fato ao Ministrio Pblico, indicando os elementos de
convico, sob pena de responsabilidade administrativa na forma da lei;
b) para efetiva fiscalizao caber ao Poder Pblico implementar a estrutura logstica de
fiscalizao.
Art. 167- Sero coibidas prticas que contrariam as normas vigentes relacionadas as
atividades da pesca , que causem risco aos ecossistemas aquticos interiores e na zona
costeira do mar territorial adjacente ao Municpio no limite das 12 (doze) milhas
nuticas.
Art. 168- O municpio articular com os Governos Federal e Estadual, as formas de
implantao e operao de servio de busca e salvamento no limite do mar territorial, da
qual ribeirinha.
Art. 169- O municpio deve promover permanente adequao dos contedos dos
currculos escolares das comunidades relacionadas econmica e socialmente pesca,
sua vivncia, realidade e potencialidade pesqueira.
Art. 170- A pesca no municpio de Arraial do Cabo classificada nas seguintes
modalidades: arrasto de praia, pesca de traineira, pesca de linha, pesca de rede de armar
ou rede porttil, pesca de lula, de arrasto de canoa e mergulho profissional.
Art. 171- A pesca no municpio de Arraial do Cabo classificada como pesca artesanal,
de acordo com a Lei Federal n 221 de fevereiro de 1975 que classificada de acordo
com a tonelagem da embarcao, inferior a 20 toneladas.
Art. 172- proibida a atuao de arrastes de porta, pesca considerada industrial, a uma
distncia de 12 milhas das ilhas, praias e costes em todo litoral do municpio.
Art. 173- Fica mantido o acordo estabelecido entre a Associao de Pescadores e a
Associao de Surf do Municpio de Arraial do Cabo, datado de 28 de janeiro de 1988.
Art. 174- Fica assegurada por esta Lei Orgnica, a Lei n 282/88, que regulamenta a
pesca da lula.
Art. 175- proibido qualquer tipo de esporte aqutico no local denominado Porto da
Prainha, a contar da divisa da lcalis at o local denominado Canto Pequeno.
Art. 176- Fica assegurada, por esta Lei Orgnica, as seguintes leis j existentes:
I - Lei 549 de 28 de maio de 1989, que probe a pesca de rede de espera, tambm
chamada Tresmalho.
Art. 177- So reas de preservao permanente para a prtica da pesca artesanal e
devem ficar sob a proteo do poder pblico todos os pontos e locais de vigia de pesca e
demais reas, a saber:
I - dois pontos de vigia no morro da Praia Grande;
II - trs pontos de vigia das Prainhas;
III - trs pontos de vigia das Prainhas, no Pontal do Atalaia;
IV - um ponto de vigia na Praia do Pontal;
V - faixa de 100 (cem) metros da preamar, por 150 (cento cinqenta) metros de
comprimento j usados por pescadores da Praia do Pontal;
VI - faixa de 30 (trinta) metros da Preamar por 150 (cento cinqenta) metros de
comprimento, ao iniciar na Avenida Beira Mar, Prainha;
VII - faixa de 40 (quarenta) metros da preamar, por 300 (trezentos) metros de
comprimento, no local denominado Porto da Praia Grande;
VIII - dois pontos de vigia do Marmut, na Ilha de Cabo Frio;
IX - trs pontos de vigia na Ilha de Cabo Frio;
X - faixa de 30 (trinta) metros por 200 (duzentos) metros de comprimento a contar do
muro IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Alte. Paulo Moreira), em direo ao campo
de esporte, de segunda a sexta-feira, das sete (07) s dezesseis (16) horas.
Seo II
Da Pesca Submarina
Art. 178- livre a prtica do esporte subaqutico, praticado em apnia.
Pargrafo nico- Fica proibida a presena de mergulhadores onde estiverem pescadores
profissionais de linha, a uma distncia inferior a 100(cem) metros.
Art. 179- A prtica de atividade subaqutica com uso de garrafas e compressores fica
condicionada devida habilitao atestada por entidade regulamentar.
Art. 180- vedada a prtica de qualquer atividade profissional, pesqueira ou outras, sem
a devida habilitao que identifique como profissional o pescador e mergulhador, de
acordo com a lei.
Art. 181- Cabe ao Poder Pblico Municipal fiscalizar as atividades subaquticas e, no
exerccio de suas atribuies, apreender o material utilizado, que dever ser incorporado
ao Patrimnio Municipal ou vendido em leilo, conforme a Lei.
CAPTULO V
Do Meio Ambiente
Art. 182- O municpio assegurar o direito qualidade de vida e a proteo do meio
ambiente.
Pargrafo nico- O direito a que se refere o artigo estende-se ao ambiente de trabalho,
ficando o municpio obrigado a garantir e proteger o trabalhador contra toda e qualquer
condio nociva sua sade fsica, mental e emocional.
Art. 183- Visando consecuo dos objetivos a que se refere o artigo anterior, incube ao
Poder Pblico Municipal:
I - estabelecer legislao apropriada, na forma do disposto no artigo 30, incisos I e II, da
Constituio da Repblica;
II - definir poltica setorial especfica, assegurando a coordenao adequada dos rgos
direta ou indiretamente encarregados de sua implantao;
III - zelar pela utilizao racional e sustentada dos recursos naturais e, em particular,
pela integridade do patrimnio ecolgico, gentico paisagstico, histrico, arquitetnico,
cultural e arqueolgico, em benefcio das geraes atuais e futuras;
IV - elaborar e implantar, atravs de lei, Plano Municipal de Meio Ambiente que
contemplar a necessidade de conhecimento e avaliao das caractersticas e recursos de
meio fsico e biolgico, de diagnstico de sua atualizao e definio de diretrizes para
seu melhor aproveitamento no processo de desenvolvimento econmico- social;
V - instituir sistemas de unidades de conservao representativos dos ecossistemas
originais do espao territorial, martimo e lacustre do municpio, vedada qualquer
utilizao ou atividade que comprometa seus atributos essenciais:
1- Ficam mantidas as unidades de conservao existentes;
2- A iniciativa do Poder Pblico Municipal de criao de unidades de conservao,
com a finalidade de preservar a integridade dos exemplares do ecossistema, ser
imediatamente seguida dos procedimentos necessrios a sinalizao ecolgica,
regularizao fundiria, a demarcao e a implantao da estrutura de fiscalizao
adequadas.
VI - estimular e promover o reflorestamento ecolgico em reas degradadas, objetivando
especialmente:
a) a proteo dos manguezais, da restinga, dos brejos, das lagoas, das matas, das
encostas;
b) a fixao de dunas;
c) a recomposio paisagstica;
d) a consecuo de ndices mnimos de cobertura vegetal;
VII - estabelecer critrios, normas e padres de proteo ambiental nunca inferiores aos
padres internacionalmente aceitos;
VIII - proteger e preservar a flora e a fauna silvestre e domstica, as espcies ameaadas
de extino, as espcies endmicas, as espcies vulnerveis, as espcies raras, vedadas
prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies
ou submetam os animais silvestres e domsticos a crueldade, fiscalizando a extrao,
captura, produo, transporte, comercializao e consumo de seus espcimes e
subprodutos;
IX - controlar e fiscalizar as instalaes, equipamentos e atividades que comportem risco
efetivo ou potencial para a qualidade da vida e o meio ambiente;
X - condicionar a implantao de instalaes e atividades efetivas ou potencialmente
causadoras de significativas alteraes do meio-ambiente e da qualidade de vida prvia
elaborao de estudo de impacto ambiental, a que se dar publicidade, garantidas
audincias pblicas, na forma da lei;
XI - promover os meios defensivos necessrios para impedir a pesca predatria;
XII - determinar a realizao peridica, por instituies capacitadas e, preferencialmente,
sem fins lucrativos, de auditoriais ambientais e programas de monitoragem que
possibilitem a correta avaliao e a minimizao da poluio, s expensas dos
responsveis por sua ocorrncia;
XIII - Promover o gerenciamento ambiental, sem prejuzo da competncia da Unio e do
Estado e da autonomia municipal, com base nos seguintes princpios:
a) proibio do despejo das guas servidas na cadeia natural do ciclo da gua, sem prvio
tratamento adequado;
b) proibio do despejo nas guas, de caldas ou vinhotes, bem como de resduos ou
dejetos capazes de torn-las imprprias, ainda que temporariamente, para o consumo e a
utilizao normais, para a pesca, para aqicultura ou para a sobrevivncia das espcies;
c) compatibilizao entre os usos mltiplos, efetivos e potenciais dos recursos naturais;
d) participao dos usurios no gerenciamento e obrigatoriedade de contribuio para
recuperao e manuteno da qualidade do meio ambiente em funo do tipo e da
intensidade do uso.
XIV - celebrar convnios com universidades, centros de pesquisas, associaes civis e
organizaes sindicais nos esforos para garantir e aprimorar o gerenciamento ambiental;
XV - estimular a utilizao de fontes energticas alternativas e, em particular, do gs
natural e do biogs para fins automotivos, bem como equipamentos e sistemas de
aproveitamento da energia solar e elica;
XVI - garantir o acesso populao das informaes sobre as causas da poluio e da
degradao ambiental;
XVII - promover a conscientizao da populao e da adequao do ensino de forma a
se difundir os princpios e objetivos da proteo ambiental;
XVIII - promover medidas judiciais e administrativas de responsabilizao dos
causadores de poluio ou de degradao ambiental, e dos que pratiquem a pesca
predatria;
XIX - criar mecanismo de entrosamento com outras instncias do Poder Pblico que
atuem na proteo do meio ambiente reas correlatas, sem prejuzo das competncias e
da autonomia municipal.
1- vedada a implantao e ampliao de atividades poludoras cujas emisses
possam causar ao meio ambiente condies em desacordo com as normas e padres de
qualidade ambiental.
2- Os prazos para atendimento dos padres de emisses sero fixados juntamente com
sua promulgao e no podero ser superiores a 2 (dois) anos.
3- O Poder Pblico divulgar, anualmente, os seus planos, programas e metas para a
recuperao da qualidade ambiental, incluindo informaes detalhadas sobre a alocao
dos recursos humanos e financeiros, bem como relatrio de atividades e de desempenho
relativo ao perodo anterior.
XX - registrar, acompanhar e fiscalizar, respeitada as competncias da Unio e do
Estado, as concesses de direitos de pesquisa e explorao de recursos minerais, da terra
e do mar efetuados no territrio do Municpio.
Art. 184- Consideram-se reas de preservao permanente:
I - os manguezais, as restingas;
II - as nascentes e as faixas marginais de proteo de guas superficiais;
III - a cobertura vegetal que contribua para a estabilidade das encostas sujeitas eroso
e deslizamentos ou para fixao de dunas;
IV - as reas que abriguem exemplares raros, endmicos, vulnerveis, ameaados de
extino ou insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, os bancos de genes, bem
como aqueles que sirvam como local de pouso, abrigo ou reproduo de espcies;
V - as reas de interesse arqueolgico, histrico, cientfico paisagstico e cultural;
VI - os pesqueiros, os vigias e os pontos de pesca;
VII - aquelas assim declaradas por Lei;
VIII - a Ilha de Cabo Frio;
IX - a Ilha do Francs;
X - a Ilha dos Porcos;
XI - a Ilha do Pontal;
XII -Boqueiro.
Pargrafo nico- Nas reas de preservao permanente no sero permitidas atividades
que contribuam para descaracterizar ou prejudicar seus atributos e funes essenciais
excetuadas a atividade de pesqueira artesanal e aquelas destinadas a recuper-las e
assegurar sua proteo, mediante prvia autorizao dos rgos municipais competentes.
Art. 185- So reas de relevante interesse ecolgico paisagstico, cuja utilizao
depender de prvia autorizao dos rgos competentes, preservados seus atributos
essenciais:
I - as coberturas vegetais nativas;
II - a zona costeira;
III - a Praia e o Morro do Forno;
IV - o Morro do Miranda;
V - a Mata do Morro da Cabloca;
VI - as Prainhas;
VII - a Enseada da Praia dos Anjos;
VIII - Morro do Vigia;
IX - a Enseada do Forno;
X - a Prainha;
XI - Fortaleza;
XII - Costeira do Pontal do Atalaia;
XIII - Ponta da Massambaba;
XIV - Morro e Runas do Telgrafo;
XV - Brejo do Espinho e Brejo Seco;
XVI - Brejo Salgado e Brejo Jardim.
Art. 186- Ficam criados com base no artigo 225, 1, inciso III, da Constituio da
Repblica as seguintes unidades de conservao ambiental:
I - Parque Municipal da Praia do Forno;
II - Reserva Ecolgica da Ilha de Cabo Frio;
III - Reserva Biolgica das Orqudeas;
IV - Reserva Biolgica da Lagoa Salgada;
V - Reserva Biolgica do Brejo Jardim;
VI - Reserva Biolgica do Brejo do Espinho.
Pargrafo nico- No prazo mximo de 5 (cinco)anos devero estar instaladas as
Unidades de Conservao a que se refere o caput deste artigo, sendo que a 1 (primeira)
delas ter um prazo mximo de 2 (dois) anos, a contar da data de promulgao desta lei.
Art. 187- As terras pblicas ou devolutas, consideradas de interesse para a proteo
ambiental, no podero ser transferidas a particulares a qualquer ttulo, ouvida a Cmara
Municipal.
Art. 188- O Poder Pblico estimular e previlegiar a coleta seletiva e a reciclagem de
lixo, bem como a implantao de um sistema descentralizado de usinas de processamento
de resduos urbanos, de forma a minimizar impactos ambientais.
Art. 189- vedada a criao de aterros sanitrios margem das lagoas, manguezais e
mananciais.
Art. 190- Os lanamentos finais dos sistemas pblicos e particulares de coleta de esgotos
sanitrios devero ser procedidos de tratamento secundrios, na forma da Lei.
1- Fica vedada a implantao de sistema de coleta conjunta de guas pluviais de
esgotos domsticos ou industriais.
2- As atividades poluidoras devero dispor de bacias de conteno para as guas de
drenagem, na forma da lei.
Art. 191- Fica proibida a venda de qualquer tipo de agrotxico, sem apresentao de
receiturio agronmico.
Pargrafo nico- Cabe ao Poder Pblico Municipal exercer a fiscalizao da compra e
venda de agrotxicos.
Art. 192- A lei instituir normas para coibir a poluio sonora.
Art. 193- Fica proibida a introduo no meio ambiente de substncias cancergenas,
mutagnicas e teratognicas, alm dos limites e das condies permitidas pelos
regulamentos dos rgos do controle ambiental.
Art. 194- So instrumentos de execuo da poltica municipal de meio ambiente
estabelecida nesta Lei Orgnica:
I - a criao de unidade de conservao tais como reas de preservao permanente, de
proteo ambiental, de relevante interesse ecolgico ou cultural, parques municipais e
reservas biolgicas, estaes ecolgicas;
II - o tombamento de bens;
III - a sinalizao ecolgica;
IV - a fixao de normas e padres municipais como condio para o licenciamento de
atividades potencialmente poludoras;
V - a permanente fiscalizao de cumprimento das normas padres ambientais
estabelecidas na legislao federal, estadual e municipal;
VI - o estabelecimento de sanes administrativas de carter progressivo a empresas e
estabelecimentos que exeram atividades poluidoras, at a prpria interdio da
atividade;
VIII - concesso de incentivos fiscais, conforme o estabelecido em lei queles que:
a) implantarem tecnologias de produo ou de controle que possibilitem a reduo das
emisses poluentes a nveis significativamente abaixo dos padres em vigor;
b) adotarem fontes energticas alternativas, menos poluentes;
IX - proibio de se conceder qualquer espcie de benefcio ou incentivo fiscal ou
creditcio queles que tenham infringido normas e padres de prtica ambiental, nos
cinco anos anteriores data da concesso;
X - a instituio de limitaes administrativas de uso de reas privadas objetivando a
proteo de ecossistemas, de unidades de conservao e da qualidade de vida.
1- Os instrumentos a que se referem os incisos I, II, IV, VI e X deste artigo podero
ser aplicados por lei ou ato do Poder Executivo.
2- As limitaes administrativas a que se refere o inciso IX sero averbadas no Ofcio
de Registro de Imveis, no prazo mximo de trs meses contados de sua promulgao.
Art. 195- O municpio adotar o princpio poluidor pagador, devendo as atividades
causadoras de degradao ambiental arcarem integralmente com os custos de
monitoragem, controle e recuperao das alteraes do meio ambiente decorrente de seu
exerccio, sem prejuzo da aplicao de penalidades administrativas e da responsabilidade
civil.
Pargrafo nico- O disposto no caput deste artigo incluir a imposio de taxa pelo
exerccio do poder de polcia proporcional aos seus custos totais e vinculada a sua
operacionalizao.
Art. 196- Fica criado o Fundo Municipal de Conservao Ambiental, destinado
implementao de projetos de recuperao e proteo ambiental, vedada a sua utilizao
para o pagamento de pessoal da administrao direta e indireta.
1- Constituem-se recursos do fundo que trata este artigo entre outros:
a) 20% (vinte por cento) da receita financeira a que se refere o artigo 156, inciso III, da
Constituio da Repblica;
b) o produto das multas administrativas e de condenaes judiciais por atos lesivos ao
meio ambiente;
c) dotaes e crditos adicionais que lhe forem destinados;
d) emprstimos, repasses, doaes, subvenes, contribuies, legados ou quaisquer
outras transferncias de recursos;
e) rendimentos provenientes de suas aplicaes financeiras.
2- Os recursos destinadas ao fundo de que trata este artigo sero repassados assim
que ingressarem no errio municipal.
3- A administrao do Fundo Municipal de Conservao Ambiental caber ao rgo
Pblico competente na forma da lei.
Art. 197- Os servidores pblicos encarregados da execuo poltica municipal do meio
ambiente que tiverem conhecimento de infraes as normas de padres de proteo
ambiental devero comunicar o fato ao Ministrio Pblico para instaurao de inqurito
civil, indicando os respectivos elementos de convico sob pena de responsabilidade
funcional.
Pargrafo nico- Concluindo o inqurito civil pela procedncia da denncia, o municpio
ajuizar Ao Civil Pblica por danos ao meio ambiente no prazo de 30 dias a contar do
recebimento da denncia, sempre que o Ministrio Pblico no o fizer.
TTULO VIII
Da Ordem Social
CAPTULO I
Disposio Geral
Art. 198- A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem
estar e a justia social.
CAPTULO II
Da Seguridade Social
Seo I
Disposio Geral
Art. 199- Fica estabelecido o que determina a Constituio do Estado do Rio de Janeiro
para esta Seo.
Seo II
Da Sade
Art. 200- A Rede Pblica Municipal de Sade garantir o atendimento mulher vtima
de violncia sexual em relao a possibilidade de contgio de doenas venreas.
Art. 201- Direito a auto regulao da fertilidade como livre deciso da mulher, do
homem ou do casal, tanto para exercer a procriao quanto para evit-la.
Art. 202- As aes do Poder Pblico estaro prioritariamente voltadas para as
necessidades sociais bsicas.
Art. 203- A Sade direito de todos os municpios e dever do Poder Pblico,
assegurada mediante polticas sociais e econmicas que visem eliminao do risco de
doenas e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio a todos os nveis dos
servios de sade populao urbana e rural, contemplando as aes de promoo,
proteo e recuperao da sade individual e coletiva, com prioridade para as atividades
preventivas e atendimento de emergncia e urgncia, sem prejuzo dos demais servios
assistenciais.
Art. 204- O direito sade implica os seguintes direitos fundamentais:
I - condies dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentao, educao,
transporte e lazer.
II - respeito ao meio ambiente e controle da poluio ambiental;
III - opo quanto ao tamanho da prole;
IV - acesso universal e igualitrio de todos os habitantes do municpio s aes e
servios de promoo, proteo e recuperao da sade, sem qualquer discriminao;
V - proibio de cobrana ao usurio pela prestao do servio de assistncia sade,
pblicos ou contratados.
Art. 205- As aes de sade so de natureza pblica, devendo sua execuo ser feita
preferencialmente atravs de servios oficiais, e supletivamente, por servios de
terceiros, atravs de concesso ou permisso por meio de processo licitatrio, na forma
estabelecida em lei.
Art. 206- As aes e servios de sade realizados no Municpio integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem o Sistema Municipal de Sade, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:
I - a Secretaria Municipal de Sade, a gestora do sistema de sade, ao nvel do
municpio;
II - integralidade na prestao das aes de sade adequadas s realidades
epidemiolgicas;
III - em cada unidade ( hospital, posto) de servio de sade, ser constituda comisso
paritria, formada por representantes da comunidade usuria, dos profissionais nela
lotados e de sua direo eleita.
Art. 207- O Sistema Municipal de Sade ser financiado com recursos do oramento do
municpio, do Estado, da Seguridade Social, da Unio, alm de outras fontes, que
constituiro o Fundo Municipal de Sade.
1- O volume mnimo dos recursos destinados a sade pelo municpio corresponder,
anualmente, a 20% das respectivas receitas.
2- Os recursos financeiros do Sistema Municipal de Sade sero vinculados
Secretaria Municipal de Sade, subordinando-se sua aplicao s diretrizes fixadas no
Plano Municipal de Sade.
3- vedada a destinao e recursos pblicos para auxlios ou subvenes a
instituies privadas com fins lucrativos.
4- As instituies privadas podero participar de forma suplementar do Sistema
Municipal de Sade, mediante contrato ou convnio, tendo preferncia as entidades
filantrpicas e as sem fins lucrativos.
5- As instituies privadas de sade ficaro sob o controle do setor pblico nas
questes de controle de qualidade e de informao e registros de atendimento conforme
os cdigos sanitrios (Nacional, Estadual e Municipal e as normas do SUS).
6- A instalao de quaisquer novos servios oficiais ou privados de sade, dever ser
submetida aprovao do SUS, com base em estudos e demanda, cobertura, distribuio
geogrfica, grau de complexidade e articulao no sistema, propostos pelos organismos
de cooperao com o Poder Pblico no setor.
Art. 208- O Municpio garantir a implantao, o acompanhamento e a fiscalizao da
poltica de assistncia integral sade da mulher em todas as fases de sua vida, de
acordo com suas especificidades, assegurando, nos termos da lei:
I - assistncia ao pr- natal, parto e puerprio, incentivo ao aleitamento e assistncia
clnico-ginecolgica.
Art. 209- So competncias do Municpio exercidas pela Secretaria de Sade ou
equivalente:
I - comando do SUS no mbito do Municpio de acordo com o que estabelece as
Constituies Estadual e Federal e esta Lei Orgnica;
II - garantir aos profissionais de Sade, Planos de Carreira, isonomia salarial, admisso
atravs de concurso, incentivo, a dedicao exclusiva e tempo integral, capacitado e
reciclagem permanentes, condies adequadas de trabalho para a execuo de suas
atividades em todos os nveis;
III - assistncia sade, garantindo o pleno encaminhamento referncia e contra-
referncia de pacientes assistidos;
IV - a elaborao e atualizao peridica do Plano Municipal de Sade, em termo de
periodicidades e estratgias municipais, em consonncia com o Plano Estadual de Sade
e de acordo com as diretrizes propostas pelos organismos de cooperao com o poder
pblico no setor;
V - a elaborao e atualizao da proposta oramentria do SUS para o Municpio;
VI - a proposio de projetos de leis municipais que contribuam para viabilizar e
concretizar o SUS no Municpio;
VII - a administrao do Fundo Municipal de Sade;
VIII - a compatibilizao e complementao das normas tcnicas do Ministrio da Sade
e da Secretaria de Estado da Sade, de acordo com a realidade Municipal;
IX - o planejamento e execuo das aes de controle das condies e dos ambientes de
trabalho e dos problemas de sade com eles relacionados;
X - a administrao e execuo das aes e servios de sade e de promoo nutricional,
de abrangncia municipal ou intermunicipal;
XI - formulao e implementao da poltica de recursos humanos na esfera municipal,
de acordo com as polticas, Nacional e Estadual de desenvolvimento de recursos
humanos para a sade.
XII - a implementao do sistema de informao em sade, no mbito municipal;
XIII - o planejamento e execuo das aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica e de
sade do trabalhador no mbito do Municpio;
XIV - o planejamento e execuo das aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica e de
sade do trabalhador no mbito do Municpio, integrando sindicatos e associaes
tcnicas nas fiscalizaes e normatizao;
XV - a normatizao e execuo no mbito do municpio, da poltica nacional de
insumos e equipamentos para a Sade;
XVI - a execuo, no mbito do Municpio, dos programas e projetos estratgicos para o
enfrentamento das prioridades nacionais e municipais, assim como situaes
emergenciais;
XVII - a complementao das normas referentes as relaes com o setor privado e a
celebrao de contratos com os servios privados de abragncia Municipal;
XVIII - a celebrao de consrcios intermunicipais para a formao de sistemas de sade
quando houver indicao tcnica e consenso das partes.
Art. 210- O Municpio garantir assistncia integral sade da mulher em todas as fases
de sua vida atravs da implantao de poltica adequada, assegurando:
I - assistncia gestao, ao parto e ao aleitamento:
II - fornecimento de recursos educacionais, cientficos e assistnciais, bem como acesso
gratuito aos mtodos anticoncepcionais, esclarecendo os resultados, indicaes e contra
indicaes, vedada qualquer forma coercitiva ou de induo por parte de instituies
pblicas ou privadas.
Art. 211- A assistncia farmacutica faz parte da assistncia global sade, e as aes a
ela correspondentes devem ser integradas ao sistema nico de sade, garantindo-se o
direito de toda a populao aos medicamentos bsicos, que constem de lista padronizada
dos que sejam considerados essenciais.
Art. 212- O Poder Pblico, mediante ao conjunta de suas reas de educao e sade,
garantir aos alunos da rede pblica de ensino acompanhamento mdico-odontolgico, e
as crianas que ingressem no pr-escolar exames e tratamento oftalmolgico e
fonoaudiolgico.
Art. 213- O Municpio dever, no mbito de sua competncia, estabelecer medidas de
proteo a sade dos cidados no fumantes em escolas, restaurantes, hospitais,
transportes coletivos, reparties pblicas, cinemas, teatros e demais estabelecimentos de
grande afluncia de pblico.
Art. 214- O gerenciamento do Sistema Municipal de Sade deve seguir critrios de
compromissos com o carter pblico dos servios e da eficcia no seu desempenho.
CAPTULO III
Da Educao, da Cultura e do Desporto
Seo I
Da Educao
Art. 215- A educao, enquanto direito de todos um dever do Estado e da sociedade,
visa ao pleno desenvolvimento da pessoa e formao do cidado, e deve ser baseada nos
princpios da democracia, da liberdade de expresso, de solidariedade e de respeito aos
direitos humanos, visando constituir-se em instrumento de desenvolvimento da
capacidade de elaborao e de reflexo crtica da realidade.
Art. 216- A Educao ser regida pelos fins e princpios dos Artigos 205 e 206 da
Constituio Federal, complementados pelos fins e princpios dos Artigos 303 e 304 da
Constituio Estadual.
Pargrafos nico- A gesto democrtica do ensino atender s seguintes diretrizes, alm
das constantes do inciso VI do Artigo 304 da Constituio Estadual:
I - liberdade de organizao dos diversos segmentos da comunidade escolar, garantindo-
se a utilizao dos estabelecimentos sociais da comunidade;
II - participao de representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar,
atravs dos rgos colegiados, na elaborao do Regimento Interno da unidade escolar;
III - eleies diretas, na forma da Lei, para as funes de direes em todas as unidades
escolares da rede municipal de ensino, com a participao de todos os segmentos da
comunidade escolar ( professores, funcionrios no docentes, alunos e responsveis dos
alunos);
IV - os critrios para eleies de direo nas unidades escolares da rede municipal de
ensino, bem como a durao do mandato, sero definidos conjuntamente com a entidade
representativa dos profissionais de educao e a Secretaria Municipal de Educao;
V - participao de estudantes, professores, pais e funcionrios no processo
administrativo pedaggico, atravs de conselhos comunitrios em todas as unidades
escolares.
Art. 217- A assistncia tcnica e financeira que a Prefeitura venha a receber do Estado e
Unio no poder consistir na cesso de servidores estaduais ou federais a escolas ou
rgos municipais, nem na prestao de servios, como merenda e outros, pela
Prefeitura a rgos e escolas estaduais ou federais.
Pargrafo nico- A celebrao de convnios de assistncia tcnica e financeira pela
Prefeitura com o Estado ou a Unio ser precedida de consulta prvia entidade de
trabalhadores em educao, que fiscalizaro a implementao de tais convnios.
Art. 218- O Estatuto e o Plano de Carreira do Magistrio Pblico Municipal sero
elaborados com a participao de entidades representativas desses trabalhadores,
garantindo:
I - piso salarial nico para todo o magistrio, de acordo com o grau de formao;
II - condies plenas de reciclagem e atualizao permanentes com direito a afastamento
das atividades docentes sem perda das remuneraes;
III - progresso funcional na carreira, baseada na titulao, independente do nvel em que
trabalha;
IV - proventos de aposentadoria revistos, na mesma proporo e na mesma data, sempre
que se modificar a remunerao dos servidores em atividades, sendo tambm estendidos
aos inativos quaisquer benefcios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou da reclassificao do
cargo ou funo que se deu a aposentadoria;
V - concurso pblico para o provimento de cargos;
VI - estabilidade no emprego, independente do regime jurdico, sendo vedada s
instituies a dispensa imotivada;
VII - o pagamento de vale-transporte a trabalhadores de ensino que trabalhem em
escolas onde h transportes coletivos freqentes ou o oferecimento de transporte
especial a trabalhadores de ensino que trabalhem em escolas rurais ou de difcil acesso;
VIII - ser criado num prazo de at 90 dias, a contar da promulgao desta Lei, o Plano
de Cargos e Salrios do Magistrio;
IX - ficaro os rgos de educao do municpio obrigados a promover regularmente
cursos de atualizao e aperfeioamento para todo o pessoal do Quadro Permanente da
Educao.
Art. 219- O Municpio, na elaborao de seu Plano de Educao, anual, levar em conta
o Plano Nacional de Educao e o Plano Estadual de Educao, visando articular suas
aes com o Governo Federal e o Estadual e evitar a duplicao desnecessria de
esforos oficiais.
Pargrafo nico- Na elaborao deste Plano Municipal participaro, em todas as etapas,
em carter consultivo e deliberativo, representantes de sindicato de trabalhadores em
educao, dos rgos colegiados das unidades escolares, de associaes comunitrias,
que definiro as prioridades educacionais do municpio.
Art. 220- O Municpio atuar prioritariamente no ensino fundamental e no pr-escolar,
s podendo atuar no 2 e 3 graus de ensino, quando a demanda do pr-escolar e do
ensino fundamental estiver plena e satisfatoriamente atendida dos pontos de vista
qualitativo e quantitativo.
Art. 221- O ensino religioso, de matrcula facultativa, constituir disciplina dos horrios
normais das escolas pblicas municipais do ensino fundamental, assegurando-se
atividades alternativas para os que por ela no optarem.
1- No incio de cada ano letivo os alunos e seus responsveis sero informados do
carter facultativo da matrcula no ensino religioso e das atividades alternativas a este
ensino.
2- Fica vedado o desvio de professores das funes para as quais foram admitidos,
para o ensino religioso.
Art. 222- O ensino fundamental ser ministrado em lngua portuguesa.
Art. 223- A lngua espanhola passa a constar do ncleo obrigatrio, como disciplina
adicional, segundo os princpios estabelecidos.
Art. 224- Os currculos escolares devero abranger as caractersticas do municpio, sua
origem, histria e formao scio- econmica.
Art. 225- A inspeo mdica, nos estabelecimentos de ensino pblico, tem carter
obrigatrio.
Art. 226- Transporte gratuito aos alunos do primeiro grau da rede pblica de Arraial do
Cabo.
Art. 227- O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:
I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber,
vedada qualquer discriminao.
Art. 228- dever do municpio garantir o atendimento das crianas de zero a seis anos
em creches e pr-escolas definida uma poltica educacional no mbito da Secretaria
Municipal de Educao.
Pargrafo nico- Creches e Pr-escolas so entidades com funo educacional de
prestao de servios as crianas para o atendimento de suas necessidades bio- psico-
sociais, prestados por profissionais de formao especfica interdisciplinar.
Art. 229- Cumpre ao municpio incentivar o setor empresarial a manter creches e pr-
escolas para os filhos dos trabalhadores, desde o nascimento at os seis anos de idade.
Pargrafo nico- As creches e pr- escolas a que se refere o caput deste artigo, faro
parte do Sistema de Ensino do Municpio e sero fiscalizados pelo rgo competente,
definido em Lei.
Art. 230- O Municpio aplicar, anualmente, nunca menos de 30% da recita tributria,
compreendida em proveniente de transferncias feitas pela Unio e Estado, na
manuteno e desenvolvimento do Ensino Pblico Municipal.
Pargrafo nico- Os recursos pblicos municipais destinados manuteno e
desenvolvimento do ensino sero aplicados exclusivamente na rede municipal de ensino.
Art. 231- Consideram-se despesas com manuteno e desenvolvimento do ensino:
I - remunerao e aperfeioamento do pessoal docente e demais profissionais do ensino,
em atividades;
II - aquisio e manuteno de equipamentos utilizados no ensino;
III - manuteno de instalaes fsicas vinculadas ao ensino;
IV - uso e manuteno de bens e servios vinculados ao ensino;
V - estudos e pesquisas levados a efeito em instituies pblicas integrantes do Sistema
de Ensino Municipal.
Pargrafo nico- Os bens mveis, imveis, equipamentos e outros, adquiridos com
recursos considerados para os fins deste artigo, no podero ser remanejados para outra
funo ou atividade distinta das de manuteno e desenvolvimento do ensino.
Art. 232- No constituem despesas de manuteno e desenvolvimento do ensino:
I - programas assistenciais suplementares de alimentao, material didtico- escolar,
transporte, assistncia mdico-odontolgica, farmacutica, psicolgica, e outras
similares, para alunos, docentes ou servidores, ainda quando custeados com recursos
oriundos de impostos, compreendendo tais programas tambm o pagamento de pessoal
necessrio sua implementao;
II - subvenes a instituies privadas, de carter assistencial ou cultural;
III - levantamentos estatsticos, estudos e pesquisas, quando realizadas em instituies
no integrantes do Sistema de Ensino Municipal;
IV - preparao de funcionrios para a administrao pblica;
V - manuteno de pessoal inativo e de pensionistas originrio de instituies de ensino;
VI - pessoal docente e demais profissionais do ensino em desvio de funo ou em
atividade no estritamente ligadas manuteno e desenvolvimento do ensino;
VII - obras de infra-estrutura e edificao, ainda, quando realizadas para beneficiar
diretamente a rede escolar.
Art. 233- As aes definidas aqui como de manuteno e desenvolvimento do ensino
devero ser claramente identificadas no oramento.
Art. 234- A Secretaria Municipal de Educao ou qualquer de seus rgos burocrticos,
se houver, no podero consumir mais do que 5% das verbas destinadas manuteno e
desenvolvimento do ensino, cabendo os 95% restantes s escolas municipais.
Art. 235- As entidades privadas de ensino e suas mantenedoras esto excludas de
isenes ou concesses fiscais de natureza municipal.
Art. 236- Ficar o rgo de educao do municpio encarregado de criar e manter classes
de educao especial.
Art. 237- A Prefeitura publicar, em jornal da regio, at o ltimo dia subseqente, o
demonstrativo pormenorizado da arrecadao de impostos, inclusive os recibos da Unio
e do Estado, e da aplicao mensal dos recursos.
Pargrafo nico- Ocorrendo, num trimestre civil, o descumprimento do mnimo previsto,
a diferena ser contabilizada pelo seu valor real corrigido pelo indexador oficial e
incorporada no trimestre seguinte.
Seo II
Da Cultura
Art. 238- O Municpio garantir a todos o pleno exerccio dos direitos culturais e o
acesso s fontes da cultura nacional, estadual e municipal, e apoiar e incentivar a
valorizao e a difuso das manifestaes culturais, atravs de:
I - criao do Instituto Municipal de Cultura;
II - criao e manuteno de espaos pblicos devidamente equipados e acessveis
populao para as diversas manifestaes culturais, vedada a extino de qualquer
espao equivalente;
III - instalao de bibliotecas assim como ateno especial aquisio das obras de arte e
outros bens particulares de valor cultural;
IV - incentivos ao intercmbio cultural com pases estrangeiros, com os estados e com
outros municpios;
V - promoo do aperfeioamento e valorizao dos profissionais da cultura e da criao
artstica;
VI - proteo das expresses culturais, incluindo a arte popular local como as rendeiras,
os pescadores e de outros grupos participantes do processo cultural bem como o
artesanato;
VII - manuteno de suas instituies culturais devidamente dotadas de recursos
humanos, materiais e financeiros, promovendo pesquisa, preservao, veiculao e
ampliao de seus acervos;
VIII - proteo dos documentos, das obras e outros bens de valor histrico, artstico,
cultural e cientfico, os monumentos, as paisagens naturais notveis e os stios
arqueolgicos, ecolgicos e espeleolgicos;
IX - preservao, conservao e recuperao de bens da cidade que so considerados
instrumentos histricos e arquitetnicos.
Art. 239- O Conselho Municipal de Cultura, incumbido de regulamentar, orientar e
acompanhar a poltica cultural do municpio, ter suas atribuies e composies
definidas em lei, observando-se a representao das reas de trabalhadores e empresrios
da cultura.
Pargrafo nico- A lei dispor sobre a composio do Conselho Municipal da Cultura,
devendo a indicao de seus membros ser submetida Cmara Municipal.
Art. 240- O Poder Pblico, com a colaborao da comunidade, promover e proteger o
Patrimnio Cultural do Municpio de Arraial do Cabo, por meio de tombamento,
inventrios, registros, vigilncia, desapropriao e de outras formas de acautelamento e
preservao.
1- Os documentos de valor histrico-cultural tero sua preservao assegurada,
inclusive mediante recolhimento a arquivo pblico municipal.
2- Os danos e ameaas ao patrimnio cultural sero punidos na forma da lei.
Seo III
Do Desporto
Art. 241- Fica assegurada a promoo de jogos e competies esportivas amadoras e
estudantis, de mbito municipal, pelo menos uma vez por ano.
1- A promoo de jogos e competies, a que se refere este artigo, ficar ao encargo
da Prefeitura Municipal.
Art. 242- obrigatria a concesso do Estdio Municipal, durante 6 meses no ano, para
disputa do campeonato amador do Arraial do Cabo.
Art. 243- dever do municpio fomentar prticas desportivas formais e no formais
inclusive para pessoas portadoras de deficincias, como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associaes, quanto a sua
organizao e ao seu funcionamento;
II - o veto unitrio nas decises das entidades desportivas;
III - a destinao de recursos pblicos promoo prioritria de desporte educacional e
em casos especficos, para a de desporto de alto rendimento;
IV - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e no profissional;
V - a proteo e o incentivo a manifestaes esportivas de criao nacional e olmpicas.
1- O municpio assegurar o direito ao lazer e a utilizao criativa de tempo destinado
ao descanso, mediante oferta de rea pblica para fins de recreaes, esportes e
execuo de programas culturais e de projetos tursticos.
2- O Poder Pblico, ao formular a poltica de esporte e lazer, considerar as
caractersticas scio-culturais das entidades interessadas.
Art. 244- O Poder Pblico Municipal incentivar as prticas desportivas, inclusive
atravs de:
I - criao e manuteno de espaos adequados para a prtica de esporte nas escolas e
praas e logradouros pblicos;
II - aes governamentais com vistas a garantir ao municpio a possibilidade de construir
e manter espaos prprios para a prtica de esportes;
III - promoo, em conjunto com as entidades de municpio, de jogos e competies
esportivas amadoras, inclusive de alunos de rede pblica.
Art. 245- A educao fsica disciplina curricular, regular e obrigatria nos ensinos
fundamental e mdio.
Pargrafo nico- Nos estabelecimentos de ensino pblico e privado devero ser
reservados espaos para a prtica de atividades fsicas, equipados materialmente e com
recursos humanos qualificados.
Art. 246- O atleta selecionado para representar o Municpio, o Estado ou o Pas em
competies oficiais ter, quando servidor pblico, no perodo de durao das
competies, seus vencimentos, direitos e vantagens garantidos de forma integral, sem
prejuzo de asceno funcional.
Art. 247- Os estabelecimentos especializados em atividades de educao fsica, esporte e
recreao ficam sujeitos a registro, superviso e orientao normativa do Poder Pblico,
na forma de Lei.
TTULO IX
Dos Atos Municipais
CAPTULO I
Da Publicao
Art. 248- A publicao das Leis e atos municipais, salvo onde houver imprensa oficial,
poder ser feita em rgo da imprensa local ou regional, ou por afixao na sede da
Prefeitura ou da Cmara, conforme o caso:
1- A publicao dos atos no normativos, pela imprensa, poder ser resumida.
2- Os atos de efeitos externos s produziro efeito aps sua publicao.
3- A escolha do rgo de imprensa para divulgao das leis e atos municipais dever
ser feita por licitao, em que se levaro em conta no s as condies de preo, como
as circunstncias de freqncia, horrio, tiragem e distribuio.
CAPTULO II
Do Registro
Art. 249- O Municpio ter os livros que forem necessrios aos seus servios, e
obrigatoriamente os de:
I - termo de compromisso e posse;
II - declarao de bens;
III - atas das sesses da Cmara;
IV - registros de lei, decretos, resolues, regulamento, instrues e portarias;
V - cpia de correspondncia oficial;
VI - protocolo, ndice de papis e livros arquivados;
VII - licitaes e contratos para obras e servios;
VIII - contrato de servidores;
IX - contratos em geral;
X - contabilidade e finanas;
XI - concesses e permisses de bens imveis;
XII - tombamento de bens imveis;
XIII - registro de loteamento aprovado;
1- Os livros sero abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito e pelo Presidente da
Cmara, conforme o caso, ou por funcionrio designado para tal fim.
2- Os livros referidos neste artigo podero ser substitudos por fichas ou outro sistema
convenientemente autenticados.
3- Os livros, fichas ou outro sistema estaro abertos a consultas de qualquer cidado,
bastando, para isso, apresentar requerimento.
CAPTULO III
Da Forma
Art. 250- Os atos administrativos de competncia do Prefeito devem ser expedidos com
observncia pelas seguintes normas:
I - decreto numerado em ordem cronolgica, nos seguintes casos:
a) regulamentao de lei;
b) instituio, modificao e extino de atribuies no privativas de lei;
c) abertura de crditos especiais e suplementares, at o limite autorizado por lei, assim
como de crdito extraordinrios;
d) declarao de utilidade ou necessidade pblica, ou de interesse social, para efeito de
desapropriao ou de servido administrativa;
e) aprovao de regulamento ou de regimento;
f) permisso de uso de bens e servios municipais;
g) medidas executrias do Plano Diretor de Desenvolvimento integrado do Municpio;
h) criao, extino, declarao ou modificao de direitos dos administrados no
privativos de lei;
i) normas de efeitos externos, no privativos de lei;
j) fixao e alterao de preos;
II - portaria, nos seguintes casos:
a) provimento e vacncia dos cargos (ou empregos) pblicos e demais atos de efeitos
individuais;
b) lotao e relotao nos quadros do pessoal;
c) autorizao para contrato e dispensa de servidores sob o regime da legislao
trabalhista;
d) abertura de sindicncias e processos administrativos, aplicao de penalidades e
demais atos individuais de efeitos internos;
e) outros casos determinados em lei ou decreto;
Pargrafo nico- Os atos constantes do inciso II deste artigo podero ser delegados.
DAS CERTIDES
Art. 251- A Prefeitura e a Cmara so obrigadas a fornecer a qualquer interessado, no
prazo mximo de quinze (15) dias, certides de atos, contratos e decises, sob pena de
responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedio. No
mesmo prazo devero atender as requisies judiciais, se outro no for fixado pelo juiz.
Pargrafo nico- As certides relativas ao exerccio do cargo de Prefeito sero
fornecidos por Secretrio da Prefeitura.
CAPTULO IV
Dos Bens Municipais
Art. 252- Constituem bens municipais todas as coisas mveis e imveis, direitos e aes
que, a qualquer ttulo, pertencem ao Municpio.
Art. 253- Pertencem ao patrimnio municipal as terras devolutas que se localizam dentro
de seus limites.
Art. 254- Cabe ao Prefeito a administrao dos bens municipais, respeitada a
competncia da Cmara quanto queles utilizados em seus servios.
Art. 255- Todos os bens municipais devero ser cadastrados com a identificao
respectiva, numerando-se os mveis, segundo o que for estabelecido em regulamento.
Art. 256- A alienao de bens municipais, subordinada existncia de interesse pblico
devidamente justificada e ser sempre de avaliao e obedecer s seguintes normas:
I - quando imveis depender de autorizao legislativa e concorrncia, dispensada a
concorrncia nos seguintes casos:
a) doao, devendo constar obrigatoriamente do contrato os encargos dos donatrios, o
prazo de seu cumprimento e a clusula de retrocesso, sob pena de nulidade do ato;
b) permuta;
II - quando mveis, depender de licitao, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doao, que ser permitida exclusivamente para fins de interesse social;
b) permuta;
c) aes, que sero vendidas em Bolsa.
1- O Municpio, preferencialmente venda ou doao de seus bens imveis, outorgar
concesso de direito real de uso, mediante prvia autorizao legislativa e concorrncia.
A concorrncia poder ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a concessionria
de servio pblico, a entidade assistenciais, ou quando houver relevante interesse
pblico, devidamente justificado.
DAS DISPOSIES TRANSITRIAS
Art. 257- O Municpio promover a instalao do Conselho Municipal de Arraial do
Cabo no prazo de 4 (quatro) meses, a contar da data de promulgao da Lei Orgnica
Municipal, a ser criado atravs de Lei, oriunda da iniciativa popular junto Cmara
Municipal.
Art. 258- A partir da promulgao desta Lei Orgnica, prevalecer o que dispe os
artigos n
os
68 e 69.
Art. 259- As atividades poluidoras j instaladas no Municpio tem o prazo mximo de um
(1) ano para atender s normas e padres federais, estaduais em vigor na data da
promulgao desta Lei Orgnica.
1- O no cumprimento no dispositivo no caput deste artigo implicar na imposio de
multa diria e progressiva, retroativa data de vencimento do referido prazo e gravidade
da infrao sem prejuzo da interdio da atividade.
Art. 260- No prazo de 02 meses a contar da promulgao desta lei, o Executivo enviar
ao Legislativo o Projeto de Lei do Estatuto e do Plano de Cargos e Salrios do
magistrio.
Art. 261- O Municpio promover no prazo mnimo de 90 dias, Lei Complementar
Regulamentando a Pesca, o Surf e a pesca Subaqutica profissional.
Art. 262- O Municpio dotar-se-, no prazo mximo de 2 (dois) anos, com base em
critrios tcnicos adequados, e aprovado pela Cmara Municipal dos seguintes planos:
I - Plano Virio, incluindo a previso de sistemas de ciclovias;
II - o Plano Diretor de Macro- Drenagem;
III - o Plano Diretor de transportes Pblicos;
IV - o Plano Diretor de Conteno, estabilizao e Proteo de Encostas sujeitas a
Eroso e Deslizamentos, que dever incluir a recomposio da cobertura vegetal com
espcies adequadas a tais finalidades.
Art. 263- No prazo de 06 (seis) meses, a contar da promulgao desta Lei, o Executivo
proceder a reforma administrativa da rea da sade, adequando-a aos preceitos
constitucionais vigentes.
Art. 264- No prazo de 18 (dezoito) meses, a contar da promulgao desta lei, o
Executivo enviar ao Legislativo, Projeto de lei que institui o Cdigo Sanitrio do
Municpio, estabelecendo normalizao, ao e fiscalizao, quanto segurana do
trabalho e proteo a sade do trabalhador, alm das demais posturas.
Art. 265- No prazo de 06 (seis) meses, a contar da promulgao desta Lei, o Executivo
enviar ao Legislativo, Projeto de Lei Especial sobre a Companhia Nacional de lcalis,
estabelecendo o planejamento e execuo das aes de controle das condies de
trabalho, meio ambiente e saneamento, em articulao com os demais rgos
governamentais.
Arraial do Cabo, 05 de abril de 1990.
Francisco de Assis Rodrigues
Presidente
Carlos Alberto Conceio da Cunha
Vice- Presidente
Maria Anita Mureb
1 Secretria
Joanita Leite Duarte de Mello
2 Secretria
Jos Carlos Humberto Faria Pereira
Presidente da Comisso Constitucional
Geraldino Farias Neves
Vice- Presidente
Laerte Pessoa Cardoso
1 Secretrio
Carlos Antnio A.S. Corra
2 Secretrio
Francisco Antnio Leite
Relator
Joo Batista Cerqueira Coelho
e Jadir Martins Leal
NOTA
Revisada e Formatada pela CAP/SGP, em 06/00.

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