Trem Motriz
Trem Motriz
Trem Motriz
Transmissões Automotivas
1
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
ÍNDICE
1 HISTÓRICO DO AUTOMÓVEL......................................................................................... 8
1.1 Cronologia .................................................................................................................... 8
1.2 Mercado automotivo ................................................................................................... 13
1.3 Classificação dos veículos ......................................................................................... 14
2 dinâmica de marcha ........................................................................................................ 16
2.1 Rendimento ................................................................................................................ 20
2.2 Componentes do Trem Motriz .................................................................................... 20
2.3 Disposição do Trem Motriz......................................................................................... 20
2.4 Objetivo do Trem Motriz ............................................................................................. 21
2.4.1 Resistências ao Movimento................................................................................. 21
2.5 Força Trativa .............................................................................................................. 26
2.5.1 Variação da Força Trativa Com a Velocidade..................................................... 26
2.5.2 Curvas de Performance ...................................................................................... 27
2.5.3 Curvas de Potência Constante............................................................................ 27
2.5.4 Curvas de Potência e Torque.............................................................................. 29
2.6 Determinação do Conjunto de Relações de Transmissão de uma Caixa de
Engrenagens...................................................................................................................... 30
2.7 Equação de Equilíbrio de Forças................................................................................ 33
2.8 Configurações ............................................................................................................ 34
2.8.1 Características das principais configurações: ..................................................... 39
3 EMBREAGEM E ACOPLAMENTOS............................................................................... 45
3.1 Embreagem de Fricção .............................................................................................. 45
3.2 Torque Transmissível ................................................................................................. 46
3.3 Embreagem de Fricção Cônica .................................................................................. 47
3.4 Outras Configurações de Embreagens por Atrito....................................................... 48
3.5 Embreagens Eletromagnéticas .................................................................................. 52
3.6 Embreagem Hidráulica ............................................................................................... 53
4 CAIXAS DE TRANSMISSÃO .......................................................................................... 58
4.1 Tipos........................................................................................................................... 58
4.1.1 Caixa de transmissão por engrenamento por deslocamento .............................. 59
4.1.2 Caixas de transmissão por engrenamento constante ......................................... 60
4.1.3 Caixas de transmissão por engrenamento constante sincronizada .................... 63
4.1.4 Caixas de transmissão direta e indireta .............................................................. 67
4.1.5 Caixa de transmissão com eixos intermediários opostos.................................... 68
4.1.6 Caixa de transmissão epicíclica .......................................................................... 70
4.1.7 Caixa de transmissão automática ....................................................................... 72
4.2 Transmissões Auxiliares............................................................................................. 80
4.3 Conversores de Torque.............................................................................................. 85
4.4 Transmissões Continuamente Variáveis .................................................................... 88
5 EIXO MOTRIZ................................................................................................................. 91
5.1 Tipos........................................................................................................................... 91
5.2 Velocidade.................................................................................................................. 91
5.3 Configurações ............................................................................................................ 92
5.3.1 Eixo motriz com simples redução........................................................................ 92
5.3.2 Eixo motriz com dupla redução ........................................................................... 93
5.3.3 Eixo motriz com redução nos cubos.................................................................... 95
5.3.4 Eixo motriz de dupla redução com dupla velocidade .......................................... 96
5.4 Diferencial .................................................................................................................. 98
2
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
ÍNDICE DE FIGURAS
3
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5
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 143: Esquema detalhado de uma transmissão com 12 marchas de trator agrícola 4x4.
...................................................................................................................................... 116
Figura 144: Esquema detalhado de uma transmissão com 20 marchas de trator agrícola
4x4. ............................................................................................................................... 116
Figura 145: Curvas de adesão / escorregamento. .............................................................. 118
Figura 146: Sistema eletrônico de controle de tração integrado ao gerenciamento do motor.
...................................................................................................................................... 118
Figura 147: Sistema eletrônico de controle de tração integrado ao gerenciamento do motor.
...................................................................................................................................... 119
Figura 148: Sistema ABS/ASR 2I de controle de tração para carro de passageiros........... 119
Figura 149: Sistema de controle de tração para carro de passageiros. .............................. 120
Figura 150: Sistema de diferencial viscoso compatível com sistema antitravamento de freios.
...................................................................................................................................... 121
Figura 151: Junta universal de Hooke................................................................................. 122
Figura 152: Gráfico mostrando as variações de velocidade e aceleração angular, para ½
volta do eixo de acionamento (180o). Neste caso a junta apresenta um ângulo de 30o
entre os eixos de entrada e de saída. ........................................................................... 123
Figura 153: Junta elástica Layrub. ...................................................................................... 123
Figura 154: Junta elástica Metalastik. ................................................................................. 123
Figura 155: Junta elástica Moulton. .................................................................................... 124
Figura 156: Junta de velocidade constante Bendix Tracta.................................................. 124
Figura 157: Junta de velocidade constante Bendix Weiss. ................................................. 124
Figura 158: Junta de velocidade constante Dana Rzeppa.................................................. 125
Figura 159: Junta de velocidade constante Birfield............................................................. 125
Figura 160: Par de juntas universais formando um eixo FWD (Four Wheel Drive Company),
de velocidade constante................................................................................................ 125
Figura 161: Par de juntas universais formando um eixo Glaenzer, de velocidade constante.
...................................................................................................................................... 126
Figura 162: Par de juntas universais formando um eixo Kirkstall, de velocidade constante.
...................................................................................................................................... 126
Figura 163: Vista frontal do motor do BMW 525iX, DOHC 24V. O veículo básico apresenta
tração 4x2 traseira. Para a versão 4x4 foi necessário modificar o Cárter para acomodar o
eixo motriz dianteiro. Aqui se vê os dois semi-eixos ligados por duas juntas
homocinéticas. .............................................................................................................. 126
ÍNDICE
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1 HISTÓRICO DO AUTOMÓVEL
1.1 Cronologia
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• Veículos autopropulsados
• Veículos de duas rodas
• Motocicleta - com partes fixas na região dos joelhos
• Scooter - sem partes fixas na região dos joelhos
• Ciclomotor - com características de bicicletas
• Veículos com mais de duas rodas
• Veículos de passageiros - máximo de 9 ocupantes
• Sedan - máximo de 4 portas
• Sedan conversível - teto conversível com laterais fixas
• Saloon - sedan alongado, máximo de 6 portas
• Coupé - máximo 2 portas
• Roadster - totalmente conversível, 2 ou 4 portas
• Station wagon - com área ampliada para bagagem
• Furgão - utilitário até 3,5 t
• Veículo especial - ambulância, policial, recreacional
• SUV - veículos todo-terreno
• Veículos comerciais - transporte de bens e pessoas
• Ônibus - mais de 9 ocupantes
• Mini-ônibus - máximo de 17 ocupantes
• Ônibus urbano - rotas urbanas, passageiros sentados e
14
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
em pé
• Ônibus intermunicipais - rotas intermunicipais, passageiros
sentados, urbano
• Ônibus interestaduais - rotas interestaduais, rodoviário
• Ônibus elétrico - com alimentação elétrica por cabos
aéreos
• Ônibus articulado - duas seções articuladas com
plataforma contínua
• Ônibus especial - policial, transporte de prisioneiros
• Caminhão - transporte de bens
• Carga seca - carroceria aberta ou fechada
• Caminhão especial - cargas a granel (tanque, graneleiro)
• Plataforma - transporte de grandes cargas
indivisíveis
• Caminhão trator - traciona outros veículos
• Rebocador - traciona um reboque
• Cavalo mecânico - traciona um semi-reboque
• Trator - traciona vários reboques
• Veículos rebocados
• Reboque
• Semi-reboque
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2 DINÂMICA DE MARCHA
DEFINIÇÕES
Trem Motriz : Sistema mecânico com a função de prover adequadas condições de força e
de velocidade ao veículo, para vencer os esforços de inércia e de resistência ao movimento,
ou à mudança de uma condição de movimento para outra.
Fluxo de Energia:
Motor
Combustível Energia Mecânica
Potência máxima
Torque máximo
Intervalo de rotação
Adequados ao movimento do
Veículo
16
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Em uma subida de rampa, o limite de capacidade de subida ocorre com o motor na rotação
de torque máximo e com a caixa de câmbio engrenando a marcha mais reduzida.
17
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
2.1 Rendimento
Como disposição do trem motriz (sendo mais rigoroso, do trem de potência) pode-se
descrever as configurações construtivas conforme as posições relativas do motor e do eixo
motriz.
20
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
v (km/h) α (rad)
Faerodinâmica (N)
m (kg)
21
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Fgradiente (N)
Fgradiente (N)
v (km/h) α (rad)
Fgradiente (N)
m (kg)
v (km/h) α (rad)
22
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Frolamento (N)
m (kg)
Resistência total: somatória das resistências que se opõem ao movimento do veículo.
Esta somatória deve ser realizada com base no mesmo parâmetro – velocidade, massa,
ângulo, etc. Normalmente o parâmetro de maior interesse é a velocidade do veículo.
Ftotal (N)
F aerodinâmica
F rolamento
F gradiente
v (km/h)
Ftotal (N) B
α F
v (km/h)
23
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
24
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
25
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
M torçor
O momento torçor disponível na roda é o produto da força tangencial F pelo raio dinâmico da
roda r (raio do aro + altura do pneu montado na roda + deformação dinâmica do pneu).
Como
M torçor =M motor ⋅ i total ⋅ η total
M ⋅ i total ⋅ η total
F = motor ∴ F = k ⋅M motor
r
Portanto, a velocidade v tangencial da roda (velocidade do veículo) é proporcional à rotação
do motor, para uma relação total de transmissão (i total) e o correspondente rendimento total
(η total), e ao raio dinâmico da roda. O rendimento total depende da relação de transmissão
empregada.
M motor = f (n ) F roda = f (v )
26
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
F (N)
1.1.1
v 2v
v (km/h)
Figura 14: Curva de performance.
27
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 16: Curva de potência constante, representando a situação ideal onde o veículo teria
infinitas relações de transmissão, com o motor trabalhando sempre na melhor faixa de
consumo ou de desempenho.
28
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
29
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
30
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Solução:
A primeira relação de transmissão já foi estabelecida em função das características de
desempenho previstas. Então,
35 , 6 ∴ i 1 = 7 ,30
i1 =
4 , 88
A razão
it 1270
= = 0 , 6047
ip 2100
define a progressão geométrica que determina o escalonamento da caixa de câmbio. Logo,
i 2 = 0 , 6047 ⋅ 7 , 30 ∴ i 2 = 4 , 41
i 3 = 0 , 6047 ⋅ 4 , 41 ∴ i 3 = 2 , 67
i 4 = 0 , 6047 ⋅ 2 , 67 ∴ i 4 = 1, 61
i 5 = 0 , 6047 ⋅ 1, 61 ∴ i 5 = 0 , 97
31
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
à mesma distância entre centros que os demais pares. Ainda, como é apresentado adiante,
uma caixa de câmbio de 3 eixos, com a última marcha direta, apresenta algumas vantagens
em relação às caixas de câmbio de 2 eixos, particularmente quando aplicada em veículos
comerciais ou de competição.
32
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
onde
J = J r + i e2 ⋅ J t + i e2 ⋅ i c2 ⋅ J m
com
33
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
2.8 Configurações
34
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35
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36
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37
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
38
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
• Tração 4 × 4 e integral
Vantagens
• Não há limitações sérias quanto ao tamanho do motor
• Pequena carga nos suportes do motor
• Fácil isolamento de vibrações
• Melhor distribuição de carga
• Vários sistemas de eixo dianteiro simples são possíveis
• Desgaste de pneus mais homogêneo
• Acionamento do câmbio mais simples
• Mais espaço para a instalação do sistema de direção
• Refrigeração mais eficiente do motor
Desvantagens
39
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Figura 30: Variante da configuração Standard com tração traseira, motor dianteiro
longitudinal e caixa de câmbio traseira.
40
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 31: Configuração Standard com tração traseira, motor dianteiro longitudinal.
Vantagens
Desvantagens
41
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Vantagens
Desvantagens
42
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Tração 4 × 4 e integral
Vantagens
Desvantagens
• Mais caro
• Mais pesado
• Menor velocidade máxima
• Maior consumo de combustível (5 a 10%)
• Alguns sistemas têm comportamento não neutro no limite
• Sistemas não integrais (parciais) são incompatíveis com ABS
43
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 34: Clássica configuração com tração 4x4 parcial com motor dianteiro longitudinal.
44
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3 EMBREAGEM E ACOPLAMENTOS
45
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Acionamento:
• Mecânico: a carga das molas é retirada por sistema de alavancas e cabos acionado
pelo motorista através de pedal;
• Hidráulico: a carga das molas é retirada hidraulicamente por sistemas de válvulas
acionadas pelo motorista através de pedal.
O momento torçor transmissível por uma embreagem pode ser descrito como:
M t = µ ⋅ P ⋅ r , onde
Mt = momento torçor transmissível (Nm)
µ = coeficiente de atrito
P = carga normal aplicada pelas molas sobre o platô (N)
r = raio médio da superfície de fricção (m)
Superfície de
Volante
fricção
do motor
Força de
atrito
46
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Variações:
• Sistema totalmente automático à acionamento hidráulico + câmbio automático
(câmbio convencional servo-controlado)
• Sistema com isolamento de vibrações à volante com duas seções acopladas por
molas, apresentando freqüência natural de vibração abaixo da freqüência de
excitação do conjunto (rotação do motor).
47
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
r
P
α
Força de
atrito
R Q
Fatrito = µ ⋅ Q P
Q=
sen α
P P
F atrito = µ ⋅ M torçor = µ ⋅ ⋅r
sen α sen α
Para α ≈ 10° à Mt ≈ 4µPr
Embreagem multidisco – apresenta maior eficiência (maior atrito) sob mesma carga.
Transmite maior torque ocupando menos espaço radial (menor diâmetro). Porém ocupa
maior espaço axial.
48
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 41: Embreagem multidisco – com dois discos - aplicada em motor Diesel de
caminhão pesado.
Embreagem com mola tipo diafragma – é mais compacta, acionamento mais suave. É a
embreagem mais comumente empregada em veículos de passeio.
Figura 42: Esquema de acoplamento por embreagem com mola tipo diafragma.
49
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
50
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Embreagem Borg & Beck – configuração tradicional de embreagem por atrito com molas
espirais. Normalmente empregada em veículos comerciais.
51
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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53
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
empregada para vencer as perdas internas. Como motores diferentes apresentam rotações
de marcha lenta diferentes, uma embreagem hidráulica pode ser regulada – no projeto e
construção – para gerar perdas compatíveis com os níveis de potência fornecidos pelo motor
neste instante. Isto permite que o veículo permaneça imóvel como motor funcionando na
rotação de marcha lenta, e esta permaneça constante. Esta regulagem é obtida basicamente
pela distância entre os rotores.
Tomando uma partícula de fluido que envolve os rotores, e analisando seu caminho
através deles, pode-se observar que a partícula no posição “K” na figura está animada com
uma energia cinética proporcional à sua distância do centro de rotação da bomba e da
própria rotação da bomba. Como esta partícula pode caminhar na direção radial, impelida
pela força centrífuga – proporcional à massa da partícula e à sua distância ao centro de
rotação –,durante o trajeto em direção à periferia do rotor adquire mais energia cinética, visto
que a distância do centro de rotação aumentou. A partícula atingiu, então, a posição “L” na
figura. O perfil na periferia do rotor apresenta um ângulo de saída normal ao plano do rotor,
direcionando cada partícula de fluido em direção ao outro rotor – à turbina. A partícula de
fluido, então animada de uma grande energia cinética, é impelida contra o perfil da turbina –
ponto “M” da figura, sendo forçada a caminhar na direção radial desta no sentido do centro
de rotação da turbina – ponto “N” da figura, perdendo energia cinética. Lembrando do
Princípio de Lavoisier, esta perda de energia cinética é transformada em potência
transmitida à turbina, que está sendo solicitada por um momento torçor oriundo da roda do
veículo. Neste momento a partícula de fluido retorna ao ponto inicial. Portanto a turbina é
acelerada pelo acoplamento viscoso dos dois rotores, com a transmissão de potência
ocorrendo entre o motor e o câmbio.
54
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
2 3
5 4
6 7
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 53: Volante do motor sobre o qual se acoplam o disco e platô de embreagem de
fricção.
57
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
4 CAIXAS DE TRANSMISSÃO
4.1 Tipos
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Nas caixas de câmbio por engrenamento constante as engrenagens são fixas quanto
às suas posições axiais nos eixos em que estão montadas. Cada engrenagem está
constantemente acoplada a outra engrenagem, constituindo os pares cinemáticos possíveis.
Um engrenamento é constituído de duas engrenagens montadas em dois eixos paralelos.
Uma das engrenagens que compõem cada engrenamento comutável podendo pertencer
todas a um mesmo eixo ou aos dois eixos, são montadas sobre mancais, de rolamento ou
de deslizamento, podendo girar livremente em tomo dos seus eixos. Estas engrenagens
apresentam um mecanismo de acoplamento com o eixo que é acionado através de seletores
acionados, por sua vez, pela alavanca de mudança. Quando a alavanca de mudança é
acionada, um destes mecanismos acopla uma engrenagem em seu eixo através de um
acoplamento de dentes. Logo, têm-se dois eixos girando com vários pares de engrenagens
montados sobre eles, porém apenas um para é completamente solidário aos eixos. Nos
demais pares, uma das engrenagens que os compõem está girando livremente sobre o seu
eixo. Neste caso, as partes móveis são os mecanismos de acoplamento, estes sim sendo
movidos axialmente sobre o eixo.
Permite-se, então, o emprego de engrenagens com dentes inclinados, com maior
capacidade de carga, melhor rendimento, menor ruído e maios suavidade de marcha.
Porém, como ocorre no caso da caixa com engrenamentos por deslocamento, não há
sincronismo de rotação entre as partes que constituem o mecanismo de acoplamento da
engrenagem, neste caso, e da engrenagem movida com aquela com a qual será acoplada.
Todos os movimentos descritos ocorrem com as engrenagens em movimento de rotação,
umas com a velocidade do motor, outras com a velocidade de acionamento do eixo motriz. A
situação ideal é quando as duas partes se acoplar apresentam a mesma velocidade.
Quando isto não ocorre o acoplamento é dificultado ou mesmo impossibilitado. Neste caso,
utiliza-se o próprio motor do veículo para se conseguir o sincronismo necessário para o
acoplamento. Quando da mudança de marcha, ocasião onde se faz necessário sincronismo,
a engrenagem ou acoplamento a ser movido está com a rotação de acionamento do eixo
motriz, que é ditada pela velocidade instantânea do veículo. A engrenagem ou acoplamento
que receberá a parte a ser movida está girando com a rotação do motor dividida pela relação
de transmissão primária da caixa.
60
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Se a mudança de marcha que se pretende realizar é de uma marcha mais reduzida para
outra menos reduzida (de segunda para terceira, por exemplo) a rotação da parte a ser
movida é menor que a rotação da parte receptora. Portanto, é necessário frear a parte
receptora. Isto é feito debreando-se o veículo, posicionando-se o câmbio em posição neutra
(nenhuma marcha acoplada), desacelerando-se o motor para que sua rotação diminua
momentaneamente, embreando-se o veículo fazendo com que a parte receptora gire, agora,
com uma rotação igual à do motor (desacelerado) dividida pela relação de transmissão
primária da caixa, e, embreando-se novamente o veículo efetuar a mudança desejada.
Se a mudança de marcha que se pretende realizar é de uma marcha menos reduzida para
outra mais reduzida (de terceira para segunda, por exemplo) a rotação da parte a ser movida
é maior que a rotação da parte receptora. Portanto, é necessário acelerar a parte receptora.
Isto é feito debreando-se o veículo, posicionando-se o câmbio em posição neutra (nenhuma
marcha acoplada), acelerando-se o motor para que sua rotação aumente
momentaneamente, embreando-se o veículo fazendo com que a parte receptora gire, agora,
com uma rotação igual à do motor (acelerado) dividida pela relação de transmissão primária
da caixa, e, embreando-se novamente o veículo efetuar a mudança desejada.
Este procedimento é mais moroso e fatigoso para o operador, particularmente para
motoristas profissionais. Além disso, aumenta o consumo de combustível e os tempos de
aceleração do veículo.
61
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 62: Mecanismos de sincronização de carga constante, podendo ser aplicados externa
ou internamente às engrenagens a sincronizar.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 65: Mecanismo sincronizador com cone duplo postiço (Smiths Industries).
Figura 66: Mecanismo sincronizador com cone duplo postiço (ZF D-series).
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Uma caixa de câmbio pode ser construída com 2 ou 3 eixos. As caixas com 3 eixos
são ditas caixas com marcha direta; as caixas com 2 eixos são ditas caixas totalmente
indireta.
Nas caixas com 3 eixos cada relação de transmissão é constituída de duas relações
de transmissão intermediárias. A primeira relação de transmissão intermediária é aquela
entre o eixo de acionamento da caixa de câmbio, denominado de eixo primário, ligado
diretamente ao motor do veículo, e o eixo intermediário. Esta é a relação de transmissão
primária da caixa. O eixo intermediário é construído normalmente em uma única peça, em
caixas de câmbio menores, onde estão presentes a engrenagem da relação primária e as
engrenagens que compõem os demais pares cinemáticos correspondentes às marchas
disponíveis, exceto uma marcha. Esta marcha, normalmente, é a última e mais longa
(menos reduzida). Mesmo que não seja a última sempre apresenta relação de transmissão
unitária (1:1) e por isso é dita "marcha direta". A segunda relação de transmissão
intermediária é aquela entre uma das engrenagens do eixo intermediário e a engrenagem a
ela acoplada, montada no eixo de saída da caixa de câmbio, denominado de eixo
secundário. No eixo secundário são montadas as engrenagens que se acoplam às
engrenagens constituintes do eixo intermediário. A relação de transmissão de cada marcha,
então, é o produto da relação de transmissão primária com a relação de transmissão entre o
eixo intermediário e o eixo secundário, para cada marcha. Os mecanismos de acoplamento
sincronizados são instalados junto às engrenagens montada em mancais, normalmente no
eixo secundário. Porém, é possível, em algumas caixas mais complexas, instalar algumas
engrenagens e seus respectivos mecanismos de sincronização no eixo intermediário e
outras no eixo secundário.
Este tipo construtivo permite a produção de caixas mais robustas, com melhor
distribuição de carga. A marcha direta é obtida pelo acoplamento, também através de
sistemas de sincronização, entre o eixo primário e o eixo secundário diretamente. Ou seja,
neste caso os dois eixos tomam-se apenas um do ponto de vista dos esforços de torção.
Como não há nenhum engrenamento entre eles para a transmissão de potência, o
rendimento da marcha direta é maior que o rendimento das demais marchas que empregam
engrenagens para a transmissão de potência entre o eixo primário e o eixo secundário.
O rendimento de uma marcha indireta é de η = 0,85 a 0,90. Na marcha direta o
rendimento é de η = 0,9 a 0,93. É possível a construção de uma caixa de câmbio de 3 eixos
onde todas as marchas sejam indiretas, não sendo, porém, razoável porque abdica-se do
ganho em função do melhor rendimento na marcha direta.
Nas caixas com 2 eixos todas as relações de transmissão das marchas são as
próprias relações de transmissão dos pares de engrenagens que as constituem. Estes pares
de engrenagens estão montados entre os eixos primário e secundário da caixa. Não há o
eixo intermediário. Nas caixas com 2 eixos as engrenagens montadas sobre mancais podem
ocorrer em ambos os eixos. Normalmente são aplicadas em sistema de tração onde a caixa
é acoplada diretamente ao motor e ao eixo motriz, em configurações com power-train
totalmente traseiro ou dianteiro. Permite caixas com menos componentes, porém todas as
marchas são indiretas, com rendimento de η = 0,85 a 0,90. Para que se tenha uma relação
de transmissão de 1:1 em uma caixa totalmente indireta seria necessário que as duas
engrenagens do par cinemático fossem iguais. Em um engrenamento uma relação de
transmissão obtida por um número inteiro é indesejável porque impede a distribuição do
desgaste dos dentes por igual.
Portanto, caixas de 2 eixos são , atualmente, empregadas em veículos com tração
dianteira. Caixas com 3 eixos são comuns em veículos comerciais e utilitários, e em alguns
veículos de competição, já que o rendimento na marcha direta é maior possibilitando melhor
desempenho.
67
Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 69: Caixa de câmbio totalmente indireta de quatro marchas com a redução final do
eixo motriz acoplada diretamente no eixo secundário da caixa.
Figura 70: Caixa de câmbio de veículo de passageiros com 5 velocidades, com marcha
direta (ZF Synchroma S5-31). 1 – Eixo de entrada; 2 – Eixo secundário; 3 – Haste de
acionamento; 4 – Eixo intermediário; 5 – Eixo de saída.
São caixas de câmbio com dois eixos intermediários opostos engrenando-se com o
um único eixo principal e um único eixo secundário. Desse modo o torque transmitido entre
estes eixos fica dividido, permitindo engrenagens mais esbeltas. Ainda, como as
engrenagens normalmente apresentam dentes inclinados, gerando uma componente de
carga na direção axial, não produtiva, as componentes axiais produzidas por cada eixo
intermediário terão sentidos contrários, anulando-se. Isto ocorre porque os dois eixos
intermediários giram em direções opostas. Neste caso os mecanismos de seleção e
sincronismo são montados somente no eixo secundário.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
z coroa
i = −
z solar
2) Tipo Planetária: neste caso o componente fixo é a coroa, sendo que as engrenagens
solar e planetária giram no mesmo sentido. É a configuração da marcha lenta de um grupo
redutor auxiliar, ou da primeira marcha em uma caixa de câmbio automática. A relação de
transmissão fica definida como:
z coroa
i = 1+
z satélite
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
3) Tipo solar: aqui o componente fixo é a engrenagem solar, com a coroa e a estrela
girando no mesmo sentido. Proporciona a Segunda marcha de uma caixa de câmbio
automática. A relação de transmissão fica definida como:
z satélite
i = 1+
z coroa
4) Tipo Direto: no tipo direto dois componentes, entre coroa, estrela e solar, são
acoplados, de modo que o conjunto torna-se "rígido". Fornece a marcha rápida de um
grupo redutor auxiliar ou a terceira marcha de uma caixa de câmbio automática. É uma
marcha direta, apresentando rendimento superior ao das demais marchas. Isto justifica a
escolha deste tipo de transmissão como auxiliar em relação à uma caixa de câmbio
principal. A relação de transmissão é unitária,
i = 1.
Como qualquer engrenamento, as transmissões epicíclicas apresentam algumas
condições de projeto que devem ser mantidas e levadas em consideração quando do
dimensionamento de um redutor epicicloidal:
• Adequação das distâncias entre centros
z coroa = z satélite + 2 ⋅ z planetária
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 74: Transmissão automática para caminhões, ônibus e veículos especiais com
retarder integrado (ZF Ecomat 5 HP 500). 1 Conversor de torque hidrodinâmico com lock-
up; 2 Retarder hidrodinâmico; 3 Conjunto planetário com 5 velocidades; 4 Bomba de óleo;
5 Controle da transmissão.
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Figura 85: Caixa de câmbio SCANIA com 10 marchas (5 x 2) empregando grupo redutor. 1 -
Árvore principal; 2 -Caixa de mudanças principal; 3 - Seção planetária; 4 - Árvore de saída.
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SR 1700/1900
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Figura 92: Acionamento de grupos redutores planetários.
Figura 94: Conversor de torque Trilok (curva de desempenho típica para veículo de
passageiros).
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Figura 100: Transmissão continuamente variável por polias cônicas e correia metálica.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
5 EIXO MOTRIZ
O eixo motriz é o eixo que transmite as forças de tração para o piso, fazendo com
que o veículo se mova nas condições de força e velocidade proporcionais aos valores de
torque do motor e das resistências que opõem ao movimento.
A relação de transmissão total entre motor e piso é o produto de cada redução fixa
na caixa de transmissão pela transmissão intermediária (em aplicações mais severas –
caminhões, 4x4), pela redução final do eixo motriz, pela redução nos cubos (se houver) e
pelo braço de alavanca com dimensão igual ao raio do conjunto roda e pneu. A redução
final fica localizada, normalmente, no eixo motriz, incorporando o sistema diferencial, de
onde partem os semi-eixos que acionam as rodas.
Com a redução final diminui-se o torque na caixa de transmissão possibilitando a
construção de caixas com menor peso, menor volume e, conseqüentemente, menor
custo. Ainda, permite maior flexibilidade para o trem motriz, em termos das possibilidades
de combinação entre caixas de câmbio e eixos motrizes, proporcionando uma gama
razoável de veículos semelhantes mas com características diferentes. Como o torque de
saída da caixa é menor em relação ao torque necessário nas rodas, os elementos de
ligação entre caixa e eixo motriz (eixo cardan, corrente) podem ser mais esbeltos,
diminuindo as forças de inércia envolvidas.
5.1 Tipos
5.2 Velocidade
Para um veículo leve, com caixa de transmissão de cinco marchas, podem-se assumir os
seguintes valores para s:
1ª marcha 0,08
2ª marcha 0,065
3ª marcha 0,05
4ª marcha 0,035
5ª marcha 0,02
5.3 Configurações
O eixo motriz com simples redução é o mais comum, tanto em aplicações leves
quanto pesadas, apresentando apenas um valor fixo para a relação de transmissão final.
A redução final é obtida por um engrenamento cônico espiral ou hipoidal, ou, ainda,
cilíndrico de dentes inclinados. Valores típicos para reduções estão entre 2,5 até 7,2 : 1. É
a configuração mais simples e econômica. Praticamente 100% dos veículos de passeio
apresentam esta configuração. Quanto à suspensão, é possível a construção com eixo
rígido ou suspensão independente, de qualquer tipo.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Um eixo motriz com dupla redução permite maiores reduções finais, já que esta ocorre
em dois estágios. Tem como aplicação veículos pesados, onde grande capacidade de
tração é exigida. Apresenta redução de até 10:1. Pode ser construído de diversas
maneiras e configurações, como segue:
• Por engrenamento cônico, tanto espiral quanto hipoidal em série com um
engrenamento cilíndrico espiral;
• Por engrenamento cônico, espiral ou hipoidal, em série com um engrenamento
epicicloidal;
• Melhora o rendimento da redução final quando esta é grande, assim como permite
engrenagens mais robustas.
Os arranjos para a combinação das duas reduções com o sistema diferencial são os
seguintes:
• Engrenamento cônico + Engrenamento cilíndrico simples com diferencial – mais
simples.
• Engrenamento cônico com diferencial + Engrenamento cilíndrico duplo – diferencial
mais esbelto, mais caro (duplo engrenamento cilíndrico)
• Engrenamento cilíndrico + Engrenamento cônico com diferencial – eixo de entrada
mais elevado
• Engrenamento cônico com diferencial + Engrenamento Epicicloidal duplo –
diferencial mais esbelto, mais caro;
• Engrenamento cônico + Engrenamento Epicicloidal simples com diferencial – mais
compacto
• Engrenamento por parafuso sem-fim + Engrenamento Epicicloidal duplo com
diferencial.
Figura 104: Dupla redução por parafuso sem-fim + engrenamento epicicloidal (Kirkstall).
Figura 105: Dupla redução por engrenamento cônico + duplo engrenamento cilíndrico.
Figura 106: Dupla redução por engrenamento cônico + engrenamento epicicloidal duplo.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Um eixo motriz com redução nos cubos também é um eixo com dupla redução. A
segunda redução acontece nos cubos das rodas motrizes, geralmente através de um
engrenamento epicicloidal. A aplicação é em veículos pesados, como caminhões e
tratores. A principal vantagem é a diminuição do diâmetro dos semi-eixos, em função do
menor torque transmitido por eles, já que o torque final total será obtido após a redução
nos cubos. Logo, a dupla redução pode ser obtida com um acionamento convencional do
eixo traseiro (simples redução). Os arranjos mais comuns são por engrenamento cilíndrico
convencional no cubo, por engrenamento cônico no cubo e por engrenamento epicicloidal
no cubo. Em alguns tratores uma redução epicicloidal ocorre nos semi-eixos, porém não
exatamente nos cubos de rodas. É uma dupla redução com a segunda redução
intermediária entre o diferencial e o cubo de roda.
Um eixo motriz de dupla redução com dupla velocidade é um eixo motriz com a
opção da combinação de um estágio de redução com duas possibilidades de redução no
outro estágio, proporcionando duas velocidades para os semi-eixos, conforme a opção
escolhida. O acoplamento é realizado através sistemas de sincronização, sendo
acionados mecanicamente, pneumaticamente ou hidraulicamente. Portanto, a dupla
redução no eixo motriz duplica o número de marchas da transmissão, substituindo uma
transmissão auxiliar com essa função e empregando uma caixa de transmissão mais
simples. A construção mais comum é a que emprega um engrenamento cônico associado
a um engrenamento cilíndrico helicoidal com diferencial.
Assim como ocorre na combinação de uma caixa de câmbio com uma transmissão
auxiliar, a combinação de uma caixa de câmbio com um eixo motriz de dupla velocidade
proporciona uma ampliação da gama de opções de relações de transmissão disponíveis
para o veículo. Dependendo da relação entre a marcha mais curta (mais reduzida) e da
marcha mais longa (menos reduzida ou normal) da transmissão auxiliar ou do eixo motriz
– denominada de spread – tem-se configurações com aplicação distinta. Transmissões
auxiliares ou eixos motrizes com menor spread proporcionam marchas mais próximas,
oferecendo um conjunto final com menor spread, onde a seqüência de mudança de
marchas, empregando todas as disponíveis, seria 1L1H2L2H ... 5L5H ..., onde L indica
marcha reduzida (Low) e H representa marcha normal (High). Transmissões auxiliares ou
eixos motrizes com maior spread proporcionam marchas menos próximas, oferecendo um
conjunto final com maior spread, onde a seqüência de mudança de marchas, empregando
todas as disponíveis, seria 1L2L3L ... 5L... / 1H2H ... 5H ..., onde L indica marcha reduzida
(Low) e H representa marcha normal (High). Normalmente uma transmissão auxiliar
apresenta pequeno spread enquanto um eixo motriz com dupla velocidade apresenta
spread maior. Uma transmissão auxiliar pode facilmente ser acionada, como ocorre em
conjuntos com pequeno spread. Um eixo motriz com dupla redução é de acionamento
menos rápido, sendo, portanto, acionado apenas na mudança de marchas altas para
marchas baixas. Logo, um eixo motriz de dupla velocidade é empregado em uso
preferencialmente off-highway enquanto que as transmissões auxiliares em uso on-
highway.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 112: Eixo motriz de caminhão pesado com redução nos cubos por engrenamento
epicicloidal.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
5.4 Diferencial
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
ve
vi
Ri
Rm
Re
t
R − R t
∆ v = e i
=
R i R i
Figura 117: Diferencial aberto por engrenamento cônico e por engrenamento epicicloidal.
Figura 118: Diferencial aberto por engrenamento epicicloidal com distribuição desigual de
torque e velocidade entre os semi-eixos.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
• Dana Trac-Loc™
Consiste de um pacote de embreagens de discos metálicos imersos em lubrificante
adequado, bloqueando o semi-eixo à carcaça sob certas condições de rotação. Quando a
rotação da planetária aumenta demasiadamente, indicando que uma roda perdeu tração e
está patinando, o óleo é expulso de entre os discos metálicos aumentado o atrito do
conjunto. Com o aumento do atrito tem-se um aumento do torque transmitido para a roda
que está deslizando e, também, para a que está em piso firme. O conjunto se mantém
pré-carregado pela ação de molas, além da carga axial devido ao engrenamento que é
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
• Torsen II™
Semelhante ao Torsen™, porém com engrenagens helicoidais montadas em eixos
paralelos. Como as perdas por atrito são menores, proporciona razões de torque
entre 1,8 e 3:1.
• Diferencial viscoso
Diferencial aberto autoblocante pela ação de pacotes de embreagens formadas por
discos metálicos em banho de óleo. Com grandes diferenças de rotação o óleo (a base de
silicone) se aquece aumentando a pressão interna do conjunto e pressionado os discos.
Como os discos são perfurados o óleo entre eles escorre e surge o contato metal-metal,
que gera atrito interno elevado. Com o aumento de atrito interno ocorre o aumento de
torque transmissível aos semi-eixos. Como o aquecimento do óleo está associado à
rotação do conjunto, sua aplicação preferencial é como diferencial central em sistemas de
tração integral. Nesta situação o diferencial fica sujeito à rotação de saída da caixa de
câmbio, antes da relação de transmissão final, portanto com rotação maior do que teria
como diferencial de eixo motriz. Pode ser montado ligando os dois semi-eixos ou ligando
um semi-eixo à carcaça. Na ligação entre semi-eixos o torque transmissível é
significativamente maior.
• Diferencial ZF
O diferencial autoblocante ZF é composto por cames e seguidores, sendo de
construção simples, leve e compacta. Por outro lado, apresenta grande desgaste, não se
aplicando para a transmissão de grandes torques. Este diferencial compõe-se de três
partes: um suporte de seguidores solidário à coroa, dois discos de cames ligados, cada
um, a um semi-eixo e um conjunto de seguidores, montados sobre o suporte. A partir de
certa diferença de velocidade entre os semi-eixos os seguidores arrastam, através dos
cames, o disco correspondente promovendo o bloqueio necessário.
A grande maioria dos veículos é equipada com tração em apenas um eixo – ditos
4x2, 6x2, etc. Algumas categorias de veículos são equipadas com tração em mais de um
eixo – ditos 4x4, 6x4, 8x4, 6x6. Tradicionalmente eram veículos comerciais e utilitários, de
uso mais rústico e difícil, desprovidos de maior conforto e requinte. Atualmente é comum
encontrar-se a opção de tração integral em vários veículos de passeio, com os mesmos
itens de acabamento e conforto das versões 4x2. Este fato está apoiado na melhor
dirigibilidade e segurança de um veículo com tração integral e nas novas soluções
tecnológicas para diminuir o consumo de combustível e melhorar o conforto de marcha.
Ainda, com as já citadas melhorias, os veículos da tradicional categoria de utilitários vêm
se difundindo no gosto dos usuários impulsionando ainda mais os investimentos na busca
de novas melhorias no segmento. A recente a criação da categoria sport-utility, como
sendo um misto entre o utilitário tradicional com o veículo de passeio, congregando a
robustez, a capacidade de realizar serviço pesado e características off-road com bons
níveis de conforto, acabamento e opcionais.
Cabe, aqui, diferenciar entre veículos com tração 4x4 e veículos com tração
integral. Nos veículos com tração 4x4 é possível selecionar entre tração total – 4x4 – e
tração parcial – 4x2. O acionamento da tração total é manual, ou seja, depende de uma
ação do motorista, através de dispositivos mecânicos, elétricos ou pneumáticos. Neste
caso, não há compensação de rotação entre os eixos dianteiro e traseiro. Uma possível
diferença de rotação entre eles será absorvida por deformações elásticas do trem motriz e
por deslizamento das rodas sobre a pista. Por esse motivo é recomendável o uso de
tração total apenas em pisos com pouca aderência, evitando sobrecargas ao trem motriz.
São exemplos a grande maioria dos jipes tradicionais (Jeep – Willys, Ford, Wrangler - ,
Toyota Bandeirante e Hilux, Troller, JPX, Engesa, Suzuki Samurai, Suzuki Vitara, etc.),
picapes 4x4 (Ranger, S10, F1000, Toyota Bandeirante e Hilux, L200, Nissan Frontier,
etc.) e caminhões 4x4 e 6x6 (Mercedes-Benz LA, e versões militares das demais marcas).
Nos veículos com tração integral os eixos dianteiro e traseiros são continuamente
motrizes, não havendo a possibilidade de tração 4x2. Neste caso faz-se necessário um
dispositivo que compense as diferenças de rotação entre os dois eixos – o diferencial
central. Logo, os veículos com tração integral têm três diferenciais. Quando o diferencial
central é um diferencial aberto baste que apenas uma roda do veículo perca a aderência
com o piso para que o veículo perca tração. Existe, então, o bloqueio do diferencial
central, que é feito manualmente. Nesta situação, o veículo com tração integral passa a
se comportar como um veículo com tração 4x4, sofrendo as mesmas restrições que este.
Enquadram-se aqui os veículos off-road de melhor desempenho e mais atuais (Land
Rover (Defender, Discovery, Range Rover), Pajero (GLS, TR-4), Jeep Cherokee, Lada
Niva, Toyota Prado, etc.).
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
As vantagens do sistema de tração integral podem ser observadas na Figura 135, que
mostra a capacidade de subida de um veículo em piso homogêneo, em função do
coeficiente de atrito entre as rodas e o piso, para sistemas de tração dianteira, traseira,
integral e total (integral bloqueado).
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 135: Vantagem da tração integral e 4x4 na subida de rampa e em pisos lisos.
Figura 136: Comparação entre tração integral e dianteira, e entre pneus de verão e de
inverno.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 138: Sistema de suspensão e tração 6x4 tipo boogie (Scammell Routeman).
Figura 139: Sistema de tração 6x4 de caminhão mostrando os dois eixos motrizes e o
diferencial central (aqui deslocado para a parte anterior do conjunto).
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 141: Sistema de tração 4x4 de veículo leve com motor dianteiro transversal.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 143: Esquema detalhado de uma transmissão com 12 marchas de trator agrícola
4x4.
Figura 144: Esquema detalhado de uma transmissão com 20 marchas de trator agrícola
4x4.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
• ABS/ASR 2P (Bosch)
• Emprega o sistema ABS e EMS
• Melhor controle de frenagem
• Atua também no tempo de ignição do motor
• ABS/ASR 2E (Bosch)
• Emprego apenas no sistema ABS
• Apresenta servomotores próprios para atuar na válvula de entrada de
mistura ar/mistura do sistema de admissão sem empregar o EMS
• MSR
• Módulo adaptável ao sistema ASR para otimizar a ação do freio motor
sobre pisos muito lisos, evitando o travamento das rodas
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
7 JUNTAS UNIVERSAIS
Figura 160: Par de juntas universais formando um eixo FWD (Four Wheel Drive
Company), de velocidade constante.
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Transmissões Automotivas – Carlo Giuseppe Filippin
Figura 162: Par de juntas universais formando um eixo Kirkstall, de velocidade constante.
Figura 163: Vista frontal do motor do BMW 525iX, DOHC 24V. O veículo básico apresenta
tração 4x2 traseira. Para a versão 4x4 foi necessário modificar o Cárter para acomodar
o eixo motriz dianteiro. Aqui se vê os dois semi-eixos ligados por duas juntas
homocinéticas.
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