O documento discute como ensinar conceitos de campo elétrico e magnético de forma histórica e contextualizada. Ele propõe uma abordagem em 3 etapas: 1) avaliar os conceitos prévios dos alunos, 2) apresentar o histórico do desenvolvimento dos conceitos através de vídeo e discussão, 3) estabelecer analogias com a gravitação para explicar o campo elétrico.
O documento discute como ensinar conceitos de campo elétrico e magnético de forma histórica e contextualizada. Ele propõe uma abordagem em 3 etapas: 1) avaliar os conceitos prévios dos alunos, 2) apresentar o histórico do desenvolvimento dos conceitos através de vídeo e discussão, 3) estabelecer analogias com a gravitação para explicar o campo elétrico.
O documento discute como ensinar conceitos de campo elétrico e magnético de forma histórica e contextualizada. Ele propõe uma abordagem em 3 etapas: 1) avaliar os conceitos prévios dos alunos, 2) apresentar o histórico do desenvolvimento dos conceitos através de vídeo e discussão, 3) estabelecer analogias com a gravitação para explicar o campo elétrico.
O documento discute como ensinar conceitos de campo elétrico e magnético de forma histórica e contextualizada. Ele propõe uma abordagem em 3 etapas: 1) avaliar os conceitos prévios dos alunos, 2) apresentar o histórico do desenvolvimento dos conceitos através de vídeo e discussão, 3) estabelecer analogias com a gravitação para explicar o campo elétrico.
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Contedo gerais:
Campos e foras eletromagnticos
Contedos especficos: Propriedades eltricas e as formas de interao por meio de campos; Ordens de grandeza das cargas eltricas, e campos eltricos no cotidiano.
Habilidades gerais:
Estabelecer conexes e dar contexto.
Habilidades especficas: Analisar o papel da cincia e da tecnologia no presente e ao longo da Histria. Identificar dimenses sociais, ticas e estticas em questes tcnicas e cientficas. Relacionar informaes e processos com seus contextos e com diversas reas de conhecimento. Introduo: Segundo pesquisas uma parte considervel dos alunos, mesmo chegando ao ensino superior, apresenta dificuldades em compreender os conceitos de campo eltrico e campo magntico. Isto ocorre devido ao fato de se tratar de um contedo um tanto abstrato ainda que presentes no cotidiano, pois no so percebidos concretamente. Pensando nessa dificuldade trabalhar o conceito de campo sob um vis histrico e filosfico se constitui em uma boa alternativa, j que no se apresenta um contedo cristalizado e pronto. Este tipo de abordagem permite que o educando entenda o processo oculto por trs do conhecimento cientfico, promovendo uma transformao do discurso cientfico.
Desenvolvimento : 1 etapa Iniciar o trabalho fazendo o levantamento de conhecimentos prvios dos alunos referentes aos seus conceitos de campo. Para isso fazer as seguintes perguntas: 1. Por que a Terra atrai os corpos para sua superfcie? 2. Ims se atraem ou se repelem? Por qu? 3. Imagine-se perdido numa floresta e que voc tenha em mos somente uma bssola. Voc saberia us-la? 4. Voc j ouviu falar em campo eltrico? A que voc o associa? 5. Voc j ouviu falar em campo magntico? A que voc o associa? 6. Voc conhece algum fenmeno, em que os campos eltricos e magnticos estejam presentes? Anotar as respostas dos alunos para confrontar as respostas dos alunos aps o desenvolvimento das aulas. Passar para a classe o documentrio A histria da eletricidade constitudo de trs episdios, no qual o professor Jim Al-Khalili conta a histria da eletricidade da busca em domin-la como a maior fora da natureza. Da descoberta at a indstria moderna e a revoluo digital. Pedir aos alunos que anotem o que entenderem sobre o desenvolvimento de campo eltrico.
2 etapa Promover uma discusso entre os alunos para que expressem suas opinies e o que mais lhes chamou a ateno e pontuar os pontos que mais se aplicam ao tema e confrontar alguma hiptese levantada pelos alunos antes do vdeo. Apresentar aos alunos os eventos que marcaram o desenvolvimento histrico dos conceitos de carga: (1) Os efeitos magnticos eram conhecidos desde a Antiguidade, no entanto estudos sistemticos podem ser datados a William Gilbert (1544-1603). Este pesquisou a atrao entre magnetos e, tambm, efeitos eletrostticos produzidos pelo atrito de certos materiais. (2) Otto von Guericke (1602-1686) atritou uma pea de mbar e, depois, encostou-a em dois corpos; ento, aproximando os dois corpos, percebeu que eles se repeliam. (3) Charles du Fay (1698-1739) para explicar os experimentos de von Guericke presumiu dois tipos de eletricidade: resinosa e vtrea. A resinosa a produzida, por exemplo, por mbar atritado e borracha dura; a vtrea, por vidros ou mica atritados. Du Fay observou, ainda, que cargas do mesmo tipo se repelem e de tipos diferentes se atraem e que corpos neutros contm partes iguais das duas espcies. (4) Benjamin Franklin (1706-1790) sups que a eletricidade fosse um fluido. Em sua teoria, havia um s fluido, correspondente a eletricidade vtrea; a eletricidade resinosa seria a ausncia de fluido. A corrente eltrica flui de um corpo com excesso de fluido para um sem. (5) A medida dos efeitos de atrao e repulso entre cargas eltricas foi feita por Charles Augustin de Coulomb (1736-1806). Para isso, ele inventou a balana de toro. Um esquema da balana consiste em uma barra leve, suspensa por uma linha muito fina e longa, com duas esferas em suas extremidades, que se equilibram como os pratos de uma balana. Quando no existem foras agindo sobre as esferas, a barra assume uma certa posio, de equilbrio. Se uma das esferas for eletricamente carregada e se uma outra esfera carregada for posta em sua vizinhana, a fora eltrica que age sobre a esfera mvel causa um movimento de rotao da barra em torno do seu ponto de suspenso. Como a barra muito fina, uma fora agindo sobre a esfera, ainda que pequena, produz um desvio considervel da posio de equilbrio da barra: o ngulo de rotao proporcional a fora. Carregando as esferas com cargas diferentes e variando a distncia entre elas, Coulomb pode verificar que as foras de atrao e repulso eltricas so diretamente proporcionais ao produto das cargas e inversamente proporcionais ao quadrado da distncia entre elas. (6) Para determinar experimentalmente a lei que expressa a ao dos fluidos magnticos Coulomb colocou uma agulha de material magntico em uma posio fixa e aproximou dessa agulha uma outra, feita, tambm, de material magntico. Ao variar a posio da segunda agulha, ele verificou que a fora magntica tambm variava. (7) Hans Christian Oersted (1777-1851) estabeleceu, por meios experimentais, que existe uma relao entre fenmenos eltricos e magnticos. Ele mostrou que uma corrente eltrica em um fio capaz de mover a agulha de uma bssola.
Figura 1: experincia de Oersted
Alm disso, Michael Faraday(1791-1867) criticou a concepo que foras eltricas e magnticas, assim como as foras gravitacionais, agem a distncia, atravs do espao vazio. Em seu lugar, ele imaginou que o espao entre cargas ou entre magnetos fosse preenchido por alguma coisa que empurrasse ou puxasse as cargas ou magnetos. Ele fez uma analogia entre esse algo" com tubos de borracha" que se esticassem entre cargas eltricas de sinais opostos ou polos magnticos de sinais opostos; ou se contrassem", quando as cargas tivessem sinais iguais ou os polos, a mesma polaridade.
Figura 2: linhas de campo imaginadas por Faraday
Os tubos eltricos e magnticos foram usados por Faraday para explicar outros fenmenos eletromagnticos:| Quando uma corrente flui atravs de um fio, tubos circulares se formam em torno dele.
Figura 3: Tubos circulares de Faraday
3 etapa Fazer uma analogia entre fora gravitacional entre duas massas com a fora eltrica entre duas cargas,pois as experincias de Coulomb mostram que os campos eltricos e gravitacional obedecem a leis similares. Nos Principia, como o livro conhecido, Newton mostrou que a fora gravitacional entre dois corpos de massas m1 e m2 separados por uma distncia r dada por F = Gm1m2/r2 e que a aplicao dessa lei permite o clculo preciso das propriedades de todos os fenmenos envolvendo a gravidade, desde as rbitas dos planetas em torno do Sol at o tempo de queda de uma ma em direo Terra. No entanto, Faraday e Maxwell, no fazia qualquer sentido a teoria de ao a distncia entre, por exemplo, dois corpos eletrizados. Para eles, a ao de um corpo com carga eltrica sobre outro tambm carregado s pode existir se houver um agente fsico (linhas de fora, para Faraday, e campo, para Maxwell) entre eles para mediar essa ao. Explicar o que campo eltrico: Assim como a Terra tem um campo gravitacional, uma carga Q tambm tem um campo que pode influenciar as cargas de prova q nele colocadas. E usando esta analogia, podemos encontrar:
Desta forma, assim como para a intensidade do campo gravitacional, a intensidade do campo eltrico (E) definido como o quociente entre as foras de interao das cargas geradora do campo (Q) e de prova (q) e a prpria carga de prova (q), ou seja:
Chama-se Campo Eltrico o campo estabelecido em todos os pontos do espao sob a influncia de uma carga geradora de intensidade Q, de forma que qualquer carga de prova de intensidade q fica sujeita a uma fora de interao (atrao ou repulso) exercida por Q.
J uma carga de prova, para os fins que nos interessam, definida como um corpo puntual de carga eltrica conhecida, utilizado para detectar a existncia de um campo eltrico, tambm possibilitando o clculo de sua intensidade. O campo eltrico pode ter pelo menos quatro orientaes diferentes de seu vetor devido aos sinais de interao entre as cargas, quando o campo gerado por apenas uma carga, estes so:
Vetor Campo Eltrico Voltando analogia com o campo gravitacional da Terra, o campo eltrico definido como um vetor com mesma direo do vetor da fora de interao entre a carga geradora Q e a carga de prova q e com mesmo sentido se q>0 e sentido oposto se q<0. Ou seja:
A unidade adotada pelo SI para o campo eltrico o N/C (Newton por coulomb). Interpretando esta unidade podemos concluir que o campo eltrico descreve o valor da fora eltrica que atua por unidade de carga, para as cargas colocadas no seu espao de atuao. Quando uma nica partcula responsvel por gerar um campo eltrico, este gerado em um espao que a circunda, embora no esteja presente no ponto onde a partcula encontrada. Campo eltrico gerado por mais do que uma partcula eletrizada. Quando duas ou mais cargas esto prximas o suficiente para que os campos gerados por cada uma se interfiram, possvel determinar um campo eltrico resultante em um ponto desta regio. Para isto, analisa-se isoladamente a influncia de cada um dos campos gerados sobre um determinado ponto. Por exemplo, imaginemos duas cargas postas arbitrariamente em um ponto A e outro B, com cargas e , respectivamente. Imaginemos tambm um ponto P sob a influncia dos campos gerados pelas duas cargas simultaneamente. O vetor do campo eltrico resultante ser dado pela soma dos vetores e no ponto P. Como ilustram os exemplos a seguir:
Como as duas cargas geradoras do campo tm sinal positivo, cada uma delas gera um campo divergente (de afastamento), logo o vetor resultante ter mdulo igual subtrao entre os valores dos vetores e direo e sentido do maior valor absoluto.
Assim como no exemplo anterior, ambos os campos eltricos gerados so divergentes, mas como existe um ngulo formado entre eles, esta soma vetorial calculada atravs de regra do paralelogramo, ou seja, traando-se o vetor soma dos dois vetores, tendo assim o mdulo, direo e sentido do vetor campo eltrico resultante.
Como ambas as cargas que geram o campo tem sinais negativos, cada componente do vetor campo resultante convergente, ou seja, tem sentido de aproximao. O mdulo, a direo e o sentido deste vetor so calculados pela regra do paralelogramo, assim como ilustra a figura.
Como ambas as cargas que geram o campo tem sinais negativos, cada componente do vetor campo resultante convergente, ou seja, tem sentido de aproximao. O mdulo, a direo e o sentido deste vetor so calculados pela regra do paralelogramo, assim como ilustra a figura.
Neste exemplo, as cargas que geram o campo resultante tm sinais diferentes, ento um dos vetores converge em relao sua carga geradora ( ) e outro diverge ( ). Ento podemos generalizar esta soma vetorial para qualquer nmero finito de partculas, de modo que:
Linhas de fora Estas linhas so a representao geomtrica convencionada para indicar a presena de campos eltricos, sendo representadas por linhas que tangenciam os vetores campo eltrico resultante em cada ponto, logo, jamais se cruzam. Por conveno, as linhas de fora tm a mesma orientao do vetor campo eltrico, de modo que para campos gerados por cargas positivas as linhas de fora so divergentes (sentido de afastamento) e campos gerados por cargas eltricas negativas so representados por linhas de fora convergentes (sentido de aproximao). Quando se trabalha com cargas geradoras sem dimenses, as linhas de fora so representadas radialmente, de modo que :
Recursos e materiais: Vdeos Projetor Slides de power point Lousa
Avaliao: Para cada etapa haver uma avaliao. Na primeira etapa verificar a anotaes e a participao dos alunos nas discusses, verificar suas concepes para direcionar o contedo. Para a segunda etapa pedir que os alunos elaborem uma linha do tempo colocando as descobertas e conhecimentos cientficos de acordo com a histria. Para a terceira etapa, primeiramente, confrontar as ideias prvias levantadas no incio da sequncia com o que aprenderam nas aulas seguintes. Em seguida aplicar uma avaliao escrita para que os alunos coloquem em jogo o que aprenderam sobre campo eltrico. Ento caso seja necessrio, retomar as habilidades no alcanadas.
Referncias bibliogrficas: BRASIL: Ministrio da Educao, Secretria de Educao Mdia e Tecnolgica: (1998) Parmetros Curriculares Nacionais (Ensino Mdio, parte III): Cincia da natureza, matemtica e suas tecnologias. Braslia/DF/BRA: MEC/SEMTEC. CASTRO, R. S. Uma e outras histrias, em: CARVALHO ,A.M.P. Ensino de cincias: unindo a pesquisa e a prtica. So Paulo, Cengage learning ,p.101- 118. MAGALHES, M.F (et al). Uma Proposta para Ensinar os Conceitos de Campo Eltrico e Magntico: uma Aplicao da Histria da Fsica. Revista Brasileira de Ensino de Fsica, vol. 24, no. 4, Dezembro, 2002
SO PAULO: Secretaria da Educao. Proposta curricular para o Ensino Mdio: Fsica. So Paulo/SP.