Libro Aterramientos Carlos Moreira

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Tcnicas de Aterramentos Eltricos

engs. Carlos Moreira Leite e Mrio Leite Pereira Filho

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Resistividade do solo
Estratificac;ao da resistividade Resistencia de aterramento Projeto de mal has Materiais para aterramentos

Tcnicas de Aterramen tos Eltricos


~~~~@ ~~~~
...

~
~

Manual dos softwares TecAt-1Ie RSOLO-II Exemplos de malhas de diversos tamanhos

-.,I
11

+ Software:TecAt-1I v. 1.5
+ponlos
medidos Ese para

continuar

P1
Curva da Resistividade x Distancia

h]

P2
Estratifjca~o da Resistividade _d 100

h2
doSolo

100 1

10

32 I R [Ohms]

PotM 5760 1

P2
Potenciais de Passo e Toque Padm

241'"

Grfico de Resislncia da Malha x n de Hastes


2880

16

1440

Tadm

o
10 n de hastes 12 16

10 11

12

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Tcnicas de Aterramentos Eltricos


Clculos, projetos e Softwares para Aterramentos Eltricos

Segunda Ediyao Ampliada e Atualizada (C) 1996 Carlos Moreira Leite e Mrio Leite Pereira Filho
Todos os direitos reservados - proibida a reproduyao total ou parcial por qualquer meio sem a autorizayao por escrito dos autores respeite os direitos autorais!

0ffici~a

Editora Ltda.

de Mydia

...

prefcio da 2a edi9ao - 1996


capa e diagramal(ao: Carlos M. Leite

ilustral(oes e fotos: Carlos M. Leite e Mrio Leite Pereira Filho

Aproveitamos a oportunidade da impressao desta segunda edi9ao para efetuar urna atualiza9ao do texto e dos softwares, bem como para ampliar o texto em algumas reas que, embora nao fizessem parte do nosso escopo original, por estarem "acima da terra", tambm careciam de literatura apropriada. Os softwares TecAt-II e RSOLO-TI, j na versao 1.5, encontram-se bastante "maduros" e, provavelmente, trata-se da ltima versao em ambiente DOS, visto que o TecAt-IV j est em fase final de transcri9ao para o ambiente Windows.

Dados Internacionais de Cataloga~o na Publica~o (CIP) Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil

Leite, Carlos Moreira Tcnica de aterramentos eltricos : clculos, projetos e softwares para aterramentos eltricos / Carlos Moreira Leite e Mrio Leite Pereira Filho. -- Sao Paulo : Officina de Mydia Editora, 1996. Bibliografia. 1. Linhas eltricas subterraneas Filho, Mrio Leite. 11. Ttulo. 1. Pereira

Estamos tambm inaugurando, provavelmente, o primeiro livro brasileiro de engenharia com suporte "On-Line" via computador e modem - mais um pioneirismo da editora Officina de Mydia! Assim, qualquer comentrio, atualiza9ao, errata ou observa9ao ser colocada na conferencia de suporte da OMOL, a qual tambm conta com conferencias na rea de engenharia eltrica,

entreoutrasreasprofissionais- consulteo ApendiceA.


Agradecemos as sugestoes que nos foram enviadas e as colabora90es dos alunos que frequentaram nossos cursos nesse perodo e esperamos ter respondido as principais aspira90es dos nossos leitores.
atenciosamente,

os autores julho de 1996

96-4538

CDD-621.31923

ndices para catlogo sistemtico:


1. Aterramento eltrico 621.31923

Engenharia

eltrica

<i>

prefcio da 1a edi9ao - 1995


{Obs: este textofoi atualizado onde aplicvel para a 2a edi~iio.J

notvel a falta de literatura brasileira nesta rea e em outras relacionadas diretamente com a seguran~a de vidas humanas e de patrimonio, como se gostssemos de viver perigosamente, mas a realidade nao assim tao romantica, apenas o velho truque brasileiro de jogar contra a sorte para economizar um pouco de trabalho e, talvez, de dinheiro. Assim, ao invs de, simplesmente, revisar e lan~ar no mercado nosso software para clculo de malhas de terra de subesta~oes, optamos por apresentar um software completo de clculo e projeto de aterramentos com enfases na estratifica~ao da resistividade, resistencia de terra, custos de materiais e instala~oes e eficiencia de projeto, alm de um texto abrangente da teoria de aterramentos e seus projetos. Ao contrrio dos trabalhos anteriores no genero, tanto no Brasil como no exterior, procuramos, sempre que possvel, apresentar os clculos para solos estratificados, de forma a conseguir urna precisao de clculo, projeto, custos e revisao da malha pronta bem maior do que as tcnicas convencionais baseadas em resistividade homogenea. Como esses clculos em duas camadas sao bem mais complexos, fica imprescindvel a utiliza~ao do computador para efetu-Ios; da a uniao do livro com os softwares disponveis no disquete anexo. Desta forma, surge o livro "Tcnicas de Aterramentos Eltricos", acompanhado do software "TecAt-II" (pronuncia-se "tecti dois"), com o objetivo de lan~ar bases mais slidas para o desenvolvimento dos projetos de aterramento, hoje tao desprestigiados. Procuramos concentrar o texto nos conceitos e nos resultados, deixando o trabalho pesado para o computador realizar; quem se interessar por textos mais aprofundados, como demonstra~oes matemticas e casos particulares, pode encontr-Ios na bibliografia indicada ao longo do livro. Apesar de ser um software especfico e de baixo custo, o TecAt 11 urna ferramenta de projeto bastante poderosa, apresentando pouqussimas limita~oes. Para os leitores que, ainda assim, necessitarem de maior "poder de fogo", fornecemos, em separado, o TecAt-IV, com estratifica~ao em at quatro camadas e maior detalhamento e profundidade nos clculos de malhas.

<ii>

<iii>

o livro foi dividido em 6 partes lgicas: a parte I trata desde os clculos at a medi9ao dos resultados, sempre com o cuidado de apresentar um embasamento terico para as frmulas e procedimentos; a parte II trata do projeto dos sistemas de aterramento: materiais utilizados, objetivos, considera90es necessrias e, inclusive, desenhos bsicos e especifica9ao de materiais (tambm disponveis no disquete anexo);a parte III procura responder as perguntas mais frequentes; a parte IV traz o manual do usurio do software TecAt II; a parte V, exemplos de projetos completos, desde um aterramento simples at urna malha de grandes dimensoes e a parte VI apresenta um glossrio com explana90es mais precisas de cada termo. Embora todos os esfor90s tenham sido efetuados para entregar um produto completo e sem erros, nao existem softwares sem "bugs", assim como nao existem livros sem en-atas. Consulte, no diquete, o arquivo LEIAME.TXT para eventuais atualiza90es que nao estavam disponveis na data de fechamento desta edi9ao. Agradecemos antecipadamente as sugestoes que nos forem enviadas para o aprimoramento do presente trabalho. Atenciosamente, os autores mar90 de 1995

contedo

.I!. parte 1: Teoria e Clculos

. introdm;ao
introdu9ao, 1 o computador nos clculos e projetos de aterramentos, 2

. 1 -Necessidade de aterramento
o que aterramento?, 3 surto s em linhas de for9a (alimenta9ao), 3 surto s em linhas de transmissao de dados, 3 descargas atmosfricas (raios), 4 blindagens, 4 seguran9a contra choques eltricos, 4 curto-circuito fase-terra, 4

.2
.

Sistemas de Aterramento B.T. e Prote~ao Pessoal


sistema TN, 5 sistema TT, 6 tensoes de toque e de passo, 9

3 Resistividade do solo
composi9ao do solo e resistividade, 13 estratifica9ao da resistividade do solo, 15 resistividade aparente, 24 resistividade equivalente, 25 estratifica9ao em tres ou quatro camadas, 26 estimativa simplificada da resistividade, 26

4 _ Resistencia de Aterramento: Hastes e Cabos


solo uniforme, 27 solo estratificado em duas camadas, 39 comportamento sob impulso (raios, etc.), 47

<iv>

<v>

5 -Malhas

de terra para subesta~oes tipos de correntes para aterra, 53 correntes de curto-circuito fase-terra, 54 clculo de tensoes de toque e passo e da resistencia pelo IEEE-80, 56 dimensionamento dos cabos, 61 possveis melhorias no projeto, 63 contomando ou rompendo os limites do IEEE-80, 64

6 Medi~ao da resistencia de terra mtodo usual, malhas grandes, solo nao uniforme, 65 instrumentos, 70 necessidade de medi~ao, 71 periodicidade das medi~oes, 71

10 - Considera~oes construtivas dimensoes do terreno, 86 resistividade do solo, 87 custo e prazo da obra, 87 manuten~ao e expansao, 88 corrosao do a~o e cobre dentro do concreto, 88 corrosao de haste de a~o revestida de cobre, 88 corrosao: conectores x solda, 89 facilidade de escava~ao e crava~ao, 89

fi

parte II - Projetos

11 O valor da resistencia de aterramento instala~oes eltricas de baixa tensao, 90 computadores, 90 telecomunica~oes, 91 mdia e alta tensao, 92 raios e outras cargas impulsivas, 92

requerido

para cada caso

7 -Componentes e Materiais
hastes, 73 cabos, 74 conectores, 74 solda Exotrmica, 74 po~o de inspe~ao, 76 po~o de aterramento, 76

12 - Desenhos e fichas de especifica~ao


Desenhos e fichas, 93

13 -Documenta~ao Documenta~ao do projeto do projeto, 125


fi
parte III - Perguntas e Respostas
14 - Respostas as perguntas mais frequentes
Clculos, 127 Normas, 128 TecAt-II e RSOLO-II, 130 Materiais, 131 Medi~oes, 132 Malhas, 133 Ferragem do concreto, 134 Outros eletrodos, 134

8 -Tratamento

do solo

durabilidade, 77 corrosao, 77 eficiencia, 77 tratamento cilndrico ao longo do comprimento da haste, 78 tratamento com um hemisfrio ao redor da cabe~a da haste, 80 valetas para cabos horizontais e coroa circular ao redor da haste, 82 folclore e realidade do tratamento do solo, 83

9 - Concreto: eletrodos embutidos e uso da armadura


de aterramento eletrodos embutidos em concreto, 84 uso da armadura do concreto como eletrodo de terra, 84 capacidade segura de condu~ao de corrente eltrica, 85
<vi>

como eletrodo

<vii>

1111.

parte IV: Manual dos Softwares TecAt-II e RSOLO-II


15 - Manual do usurio: software TecAt-II
Introdu~ao, 137 Upgrades e Licen~a de Uso, 137 Opera~ao geral do software, 137 Arquivos, 143 Edi~ao, 145 Estratifica~ao, 148 Clculos em 1 ou 2 camadas (solo homogeneo e estratificado), 150 Grficos e desenhos, 162 Acesso a Teoria, 163 Help, 163 Opera~ao em conjunto cl Windows (tm), 164

1111. Bibliografa Bibliografia, 205

1111. Apendice

- disco

- Acesso a OMOL e

SUDorte

On-Line
Apendice A, 209

16 - Manual do usurio: RSOLO-II


interpretac;aoda curva p x D, 166 condic;6esde aplicac;ao, 167 inicializac;ao,169 menu principal, 170 caso tpico de anlise, 179 mensagens de erro, 181

1111.

parte V - Exemplos Prticos de Projetos


17 - Exemplos de projetos de aterramentos com uso do computador
Ponto nico de terra, at 3 hastes, 183 Malha pequena, at 16 hastes, 187 Anel de terra retangular, com ou sem hastes, 189 Torre de transmissao, 192 Malha de terra pl subestac;ao, 195

1111.

parte VI - Glossrio de Aterramentos


Glossrio, 199

<viii>

<ix>

Tcnicas de Alerramentn.v Ellricos

parte 1: Teoria e Clculos


Atencrao: alertamos para o fato de que as deducroes de frmulas desta primeira parte podem apresentar um pouco de dificuldade para os leitores nao acostumados com clculos matemticos mais aprofundados; no entanto, urna vez compreendidos os conceitos envolvidos, a formulacraodeixa de ter importancia significativa, visto que o software TecAt-TIautomatiza a maioria dos clculos aqui encontrados, "encapsulando" e afastando do usurio as tais frmulas.
Contedo da Parte 1:

Introdu~ao 1 - Necessidade de aterramento


2 - Sistemas de Aterramento B.T. e Prote~ao Pessoal
3 - Resistividade do solo

4 - Resistencia de Aterramento: Hastes e Cabos


5 - Malhas de terra para subesta~oes 6 Medi~ao da resistencia de terra

<x>

Parte 1: Teoria e Clculo.f

Tcnica.f de Aterramento.f

Eltrico.f

introdu<;ao
Em qualquer edifica9ao moderna, encontramos instala90es eltricas, eletrnicas e mecanicas que necessitam de alguma forma de aterramento, seja para urna prote9ao em caso de eventual falha de algum sistema, para dissipa9ao de eletricidade esttica ou ainda prote90es contra descargas atmosfricas e surtos de manobras. Com o adensamento das constm90es e a utiliza9ao cada vez mais intensa de equipamentos e mdias sensveis, torna-se imperativo realizar um bom aterramento das partes envolvidas. Se, por um lado, os materiais utilizados nos sistemas de aterramento pouco evoluiram nas ltimas dcadas, dispomos agora de ferramentas de clculo muito mais eficientes - o paradoxo de que utilizamos os prprios computadores para calcular a melhor forma de protege-los... Embora os requisitos de aterramento de cada equipamento ou edifica9ao sejam diferentes, alguns princpios sao universais, assim como urna boa parte dos problemas. Se conseguirmos equacionar ambos - princpios e problemas - j teremos encaminhado boa parte da solu9ao. Sem dvida, o maior problema refere-se ao solo, com suas inconsistencias, heterogeneidades e anisotropias, bem como a varia9ao sazonal de suas propriedades. Nao h segredo, e as frmulas existentes nao sao mgicas: trata-se de realizar um modelo matemtico que consiga aproximar-se satisfatoriamente do resultado fsico. Quanto esse satisfatrio? Depende do rigor dos objetivos almejados, bem como dos dados disponveis; pode ser que 5% de erro seja mim ou que 20% seja bom. Alis, como todo o livro far referencias a erros relativos e, como o termo erro, em portugues, tem urna conota9ao pejorativa _ o que nao nossa inten9ao aqui - vamos, de agora em diante, substituir erro por desvio. Outro problema bastante grave o cultural: como os procedimentos mais precisos para o dimensionamento de aterramentos requerem capacita9ao profissional, houve urna dissemina9ao de dois tipos negativos de projetistas: o pregui90so e o "mgico". Tambm no aspecto cultural pode-se incluir outros problemas, como a falta de fluencia dos profissionais brasileiros em outras lnguas, onde se encontra a maior parte das publica90es srias no genero. Alguns erros (aqui sao erros mesmo, nao desvios) que ternos encontrado nas instala90es de aterramento verificadas sao realmente primrios, como utilizar hastes profundas para solos com segunda camada de resistividade maior que a primeira, ou outras varia90es do mesmo tema, como cravar dezenas de hastes </>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcllicas de Aterramelltos

Eltricos

curtas num solo onde a camada menos resistiva encontra-se a urna profundidade malOr. Assim, podemos dizer que ternos problemas naturais e culturais; os naturais vao sendo contornados com a pesquisa, seja no campo, no laboratrio ou no computador. J os problemas culturais, bem, isso fica a cargo dos profissionais do setor, seja isoladamente atravs de um maior interesse no aprimoramento individual, seja em grupo, elaborando normas, pesquisas e troca de informa90es.

1 - Necessidade de aterramento

. o que aterramento?
Os projetos de instala90es eltricas executados atualmente sempre indicam um ponto de aterramento para a instala9ao. Dependendo do projeto, feita apenas a especifica9ao de um valor em Ohm (0.), por exemplo: 100.,5 o. ou algum outro valor que, por falta de urna melhor explica9ao, parece ser um capricho do projetista. Aterramento , essencialmente, urna conexao eltrica aterra, onde o valor da resistencia de aterramento representa a eficcia desta Iiga9ao: quanto menor a resistencia, melhor o aterramento. A fun9ao principal de um aterramento est sempre associada a prote9ao, quer de pessoal ou de equipamentos. Veremos a seguir alguns casos tpicos.

i.l -O computador

nos clculos e projetos de aterramentos

Os heris que j tentaram realizar um clculo preciso de aterramentos sem a utiliza9ao de mquinas e softwares apropriados sabem porque nos referimos a eles por heris. J na estratifica9ao da resistividade, mesmo que o profissional fa9a o seu melhor para saber como utilizar as curvas auxiliares, bem provvel que, dando-se o mesmo conjunto de dados para quatro projetistas, consigamos uns oito ou doze resultados diferentes! Vm software, por outro lado, apresentar um nico resultado e, no caso de um bom software, ser um resultado considerado correto, ou seja, dentro das margens de desvio consideradas permissveis para o projeto em questao. Acumulando mais problemas, ternos que, depois de realizada a estratifica9ao do solo, nosso heri resolve - afinal, est sendo pago para isso tentar descobrir, ainda que por mera curiosidade, qual ser a resistencia de aterramento de um dado sistema ou, o que mais prtico mas ainda mais trabalhoso, qual o sistema mais barato e eficiente para se atingir determinada resistencia. As frmulas para solos estratificado sao bastante complexas (como veremos mais adiante) e as de solo homogeneo ficam bastante longe da realidade, afinal, os solos quase nunca sao homogeneos. Com bastante paciencia e acesso as fontes, pode-se conseguir trabalhos com referencias tericas a solu90es para os problemas acima. No entanto, a maioria dos papers nao traz a receita para se chegar naqueles resultados maravilhosos... Ao tongo deste livro, traremos algumas demonstra90es das solu90es, porm, e mais importante, procuramos apresentar o maior nmero possvel de solu90es, nao apenas na teoria mas, principalmente, no software TecAt n, inclusive os lados mais prticos da anlise de custos e da especifica9ao dos materiais, bem como da documenta9ao do projeto.
<2>

. surtos em linhas de for~a (alimenta~ao)


Entende-se por surto (em ingles: surge) urna perturba9ao anormal da corrente ou tensao normalmente esperada em um sistema. Ternos surtos causados por manobras na rede, descargas atmosfricas (raios), interferencias eletromagnticas, etc.. O controle dos surtos dentro de um sistema eltrico feito atravs de protetores contra sobretensoes, tais como pra-raios de linha, supressores, capacitores, etc. O aterramento essencial para a correta opera9ao dos protetores contra sobretensoes instalados em redes de alta e baixa tensao, pois estes dispositivos drenam as correntes dos surtos para a terra, funcionando com urna vlvula de escape para as correntes geradas pelas sobretensoes.

. surtos em linhas de transmissao

de dados

Alm dos surtos em linhas de for9a, descritos acima, os modernos equipamentos eletrnicos possuem linhas de comunica9ao de dados com outros equipamentos, as quais tambm estao sujeitas a surtos. <3>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

. descargas atmosfricas (raios)


A incidencia de raios sobre materiais pouco condutores, tais como telhas ceramicas e alvenaria, provoca rachaduras e estilha~amento nestes materiais. Urna vez instalado um SPDA (Sistema de Prote~ao contra Descargas Atmosfricas), o aterramento utilizado para dissipar a corrente do raio de forma segura no solo, evitando os efeitos trmicos do raio e risco de choque eltrico para as pessoas para um estudo completo dos raios, seus efeitos e prote~ao, vide Leite [23].

2 - Sistemas de Aterramento B. T. e Prote9ao Pessoal


As topologias dos sistemas de aterramento em Baixa Tensao, conforme especificadas pela NBR-54JO [31], tem urna codifica~ao atravs das letras:

Primeira letra: situa~ao da alimenta~ao em rela~ao aterra:

blindagens
Um sistema composto de equipamentos eletronicos sensveis (EES) est sujeito a interferencias provocadas por campos eletromagnticos. A blindagem um recurso utilizado para minimizar estas interferencias, necessitando de aterramento para estabelecer um potencial zero na blindagem ou para proporcionar um caminho externo para as correntes induzidas.

./ T - sistemaaterrado ./ 1- sistemaisolado
Segunda letra: situa~ao das massas em rela~ao aterra:

./ T - massasdiretamenteaterradas

./

N - massas ligadas ao Neutro

seguran~a contra choques eltricos


Instala~6es eltricas em geral apresentam materiais metlicos nao energizados como meio de evitar contato das pessoas com partes energizadas, tais como barramentos de quadros eltricos, interior de equipamentos, etc. Contudo, se houver urna falha no isolamento destes sistemas os operadores / usurios estarao sujeitos a choques eltricos, com o consequente risco para as pessoas. O aterramento utilizado para assegurar que o potencial das partes metlicas aterradas fique sempre abaixo do nvel dos potenciais perigosos, garantindo assim a prote~ao das pessoas.

Outras letras: condutor Neutro x condutor de Prote~ao ./ S - Neutro e Prote~ao em condutores distintos ./ C - Neutro e Prote~ao num mesmo condutor (condutor PEN)

./

C - S - Neutro e Prote~ao combinados em urna parte da instala~ao

Os sistemas mais comuns sao o TN utilizado por algumas concessionrias.

- em vrios sabores - e o TI,

ainda

2.1 -Sistema TN (inclui TN-C, TN-S, TN-C-S)


Toda corrente de falta fase-massa urna corrente de curto-circuito. Existe um ponto de alimenta~ao diretamente aterrado ligado as massas atravs de um condutor de prote~ao.

curto-circuito fase-terra
O curto-circuito fase-terra em redes eltricas provoca desbalancemento do sistema trifsico, sobrecarga nos equipamentos e cabos da rede, comprometendo a seguran~a da rede eltrica e dos operadores e usurios. Para que haja um desligamento do trecho da rede afetado, necessrio que a corrente que circula pelo curto-circuito seja superior ao valor de opera~ao dos disjuntores ou fusveis de prote~ao. O aterramento do neutro de transformadores e massas metlicas fornece um caminho de baixa impedancia para a corrente de curto, possibilitando a opera~ao da prote~ao.

usando TN - S como exemplo

Quando h um curto-circuito fase / carca~a metlica de um equipamento aterrado, o percurso da corrente ser: Fase ~ carca~a ~ fio PE ~ neutro do transformador, ver Fig 2.1. Pode-se observar que nao h resistencias de aterramento no percurso da corrente de curto-circuito, havendo somente as resistencias dos condutores fase e terra e a impedancia do transformador (desprezando a resistencia do curto-circuito). O valor da corrente de curto-circuito ser:
Vrn 1cc-- R+Rft+Ztr [F21 . ]

<4>

. --I

<5>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Alerramenlo.f

Ellrico.f

A rigor, necessitaramos dos valores das resistencias dos fios fase e terra e da impedancia do transformador para um clculo preciso. Para urna estimativa, podemos considerar que os circuitos de alimenta<;aosao dimensionados para urna queda de tensaDda ordem de 5% do valor nominal, portanto a impedancia total do curto-circuito da ordem de 5% da impedancia da carga nominal do circuito, ou colocado sob outra forma, a corrente de curto ser da ordem de 20 vezes (1/0,05) a corrente nominal do circuito. Supondo que o disjuntor ou fusvel esteja corretamente dimensionado, o tempo de abertura ser da ordem de 01 ciclo ou 16 ms para disjuntores com disparo eletromagntico, garantindo urna interrup<;aorpida do curto-circuito e protegendo qualquer pessoa que estivesse tocando na carca<;a do equipamento naquele momento. Ressaltamos que o valor da corrente de curto-circuito nao depende do valor da resistencia de aterramento para as configura<;oesTN-S, TN-C ou TN-C-S.
figura 2.1 - sistema TN-S

As correntes de falta fase-massa sao inferiores a urna corrente de curto, porm suficientes para gerar tensoes perigosas. Existe um ponto de alimenta<;ao diretamente aterrado, mas as massas entao ligadas a eletrodos de aterramento distintos dos da alimenta<;ao. Quando h um curto-circuito fase / carca<;ametlica de um equipamento aterrado o percurso da corrente ser: Fase ~ carca<;a ~ fio PE ~ resistencia de aterramento das massas ~ resistencia de aterramento do neutro ~ neutro do transformador, ver Fig 2.2. Pode-se observar que, agora, h duas resistencias de aterramento no percurso da corrente de curto-circuito, mais as resistencias dos condutores fase e terra e a impedancia do transformador (desprezando a resistencia do curto-circuito). O valor da corrente de curto-circuito ser: 1 cc

Rf+Rjt+Ratm+Ratn+Ztr

Vrn

[F2.2]

O valor da corrente de curto-circuito depender das resistencias de aterramento. Deveremos escolher um conjunto valores de resistencia de aterramento / tipo de dispositivo de prote<;ao que garanta a prote<;ao contra choques eltricos para as pessoas e a prote<;aodos equipamentos da instala<;ao. Teremos basicamente duas escolhas: Disjuntor convencional / fusveis ou disjuntores diferencial/residual:

2.2.1 Disjuntor convencional no sistema TT

As curvas de corrente / tempo de abertura de disjuntores apresentam valores tpicos de opera<;aodo elemento eletromagntico por volta de 5 a 10 vezes a corrente nominal, portanto deveremos garantir urna corrente de curto da ordem de 10 vezes a corrente nominal do disjuntor. Para um circuito tpico de 15 A em 110 V, para obtermos urna corrente de 150 A a resistencia de aterramento total do sistema (desprezando as outras impedancias) ter que ser inferior a : R alMax = 150 = 0, 730.
lO

< 7>

Tcnicas de Aterramento.~ Eltricos


Parte 1: Teoria e Clculos

. . SUpondoque as resistencias de aterramento do neutro e das massas sao 19uals,precisaremos construir dois eletrodos de aterramento com resistencia da ordemde 0,370, valor extremamentedifcil de ser obtido em campo. Supondo tambm que se fa<;:a um aterramento convencional com urna ou algumas hastes de aterramento, teremos resistencias da ordem de 10 O, o que reduziro valor da corrente de curto a:
Icc

corrente de 110 roA para a terra, suficiente para provocar a abertura de um disjuntor DR com corrente de 30 mA. Devido a esta caracterstica de ser sensvel ao valor da corrente para a

terra, o disjuntor diferencial-residualdeve ser obrigatoriamenteutilizado em


sistemas TI, com aterramento do neutro diferente do aterramento das massas metlicas e carca<;:as de equipamento. Caso o projetista queira oferecer prote<;:ao contra choques eltricos em contatos acidentais, o disjuntor diferencial-residual deve ser utilizado mesmo em sistemas TN.

I~~O

= 5, 5A

Mesmo somada com a corrente nominal de carga, o disjuntor pode demorar minutos para operar ou at mesmo nao operar, submetendo qualquer pessoa que esteja em contato com a carca<;:ado equipamento a urna tensao perigosa.
Considerando as condi<;:oestpicas de instala<;:oeseltricas urbanas, nunca devemos utilizar disjuntores convencionais em sistemas TT devido ao risco de choque eltrico.

figura 2.2 - sistema TI

L1 L2
L3 N

2.2.2 Disjuntor diferencial- residual (DR) no sistema TT


Estes disjuntores foram desenvolvidos especificamente para garantir a prote<;:ao contra choques eltricos. A corrente que causa a opera<;:ao do disjuntor nao a corrente de carga, mas sim a diferen<;:a entre as correntes de fase e neutro. Exemplificando para um circuito fase / neutro; quando nao h curto-circuito para a terra, toda a corrente de carga que sai pela fase retorna pelo neutro e a diferen<;:a zero; no exemplo anterior, calculamos urna corrente para a terra de 5,5 A; assumindo que nao houve queda de tensao significativa no transformador, a corrente de fase passar a 20,5A e a corrente no neutro continuar 15 A, a diferen<;:a entre elas justamente a corrente que flui para aterra provocando a opera<;:ao do disjuntor DR. Os modelos comerciais apresentam correntes de opera~ao desde 30 roA para uso em circuitos de ilumina~ao e tomadas at correntes de 300 mA, utilizadas em alimentadores ou equipamentos de aquecimento central. O uso do disjuntor diferencial-residual urna prote~ao eficaz contra choques eltricos em contatos acidentais, pois, admitindo que a resistencia de urna pessoa seja da ordem de 10000, caso ela toque urna fase de 110V teremos urna
<8>

Icc
equipame
resistencia do aterramento N

resistencia do aterramento PE

Esquema TT ~

2.3 Tensoes de Toque e de Passo


Vamos definir brevemente as tensoes de toque e de passo - vide fig. 2.3 que serao mencionadas mais a frente, quando tratarmos do clculo de malhas de aterramento para subesta~oes.
<9>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Quando urna corrente de falta Icc(ou um raio) descarregada para a malha de aterramento, ternos urna eleva<;ao do potencial em tomo do eletrodo, formando-se entao um gradiente de queda de tensao cujo ponto mximo est no eletrodo e o ponto mnimo o potencial zero, num local a urna distancia infinita. Se urna pessoa toca um equipamento aterrado ou o prprio condutor, pode ser que se estabele<;a- dependendo das condi<;oesde isolamento - urna diferen<;a de potencial entre a mao e os ps. Consequentemente, teremos a passagem de urna corrente pelo bra<;o,tronco e pernas; dependendo da dura<;ao e intensidade da corrente, pode ocorrer fibrila<;aono cora<;ao,com graves riscos. Esta a chamada Tensao de Toque, e particularmente perigosa nas regioes externas de urna malha de subesta<;ao,principalmente nos cantos. figura 2.3 - tensoes de passo e de toque
~:g~ " () tY

de urna corrente atravs das duas pernas, que geralmente de menor valor e nao tao perigosa quanto a tensao de toque, porm ainda pode causar problemas, dependendo do local e da intensidade.

~8.~
'6

<> e O e 11>_

~ () () ......

'\ 11> " " .c

"5 E

11> "8..8 ~ ~ ~ 8~ " 8.~

Se, mesmo nao estando encostando em nada, a pessoa estiver colocada lateralmente ao gradiente de potencial, estar sujeita a um diferencial de tensao entre seus ps, a chamada Tensao de Passo; em consequencia, haver a passagem
< la> <ll>

Parte 1: Teorill e Clculos

Tcllicas de Aterranrell/os

Eltricos

,...,

3 - Resistividade do solo
o solo o meio no qual ficarao imersos os eletrodos de aterramentos, de forma que suas propriedades eltricas serao determinantes para o dimensionamentodestes eletrodos. Como estaremos preocupados com a conduc;ao de corrente pelo solo, a

possvel imaginar as dificuldades de se conseguir urna amostra representativa do solo, com composic;ao representativa do todo, compactac;ao identica, umidade, etc.; assim, veremos que somente possvel obter a resistividade de um solo com medic;6esin loco.

3.1 - Composi~ao do solo e resistividade

propriedade relevante ser a resisti;i~ade, que indicar urna maior ou menor resistencia a passagem da corrente eletnca. O conceito fsico da resistividade pode ser entendido imaginando um cubo de solo homogeneo, com arestas iguais a 1 metro; se medirmos a resistencia entre duas faces opostas do cubo, obteremos um valor de resistencia eltrica R em Ohms numericamente igual ao da resistividade: R = P , onde p a resistividade em Ohm.m
figura 3.1 - cubo de 1 m de aresta com duas faces de metal; medindo-se a resistencia entre elas, obtem-se a resistividade do solo

o solo, normalmente, um condutor de baixa qualidade, com valores tpicos de resistividade na faixa de 100 a 1.000 Ohm.m, enquanto que a do cobre de 1,67x10-8Ohm.m, ou seja, da ordem de um bilhao de vezes menor. O valor da resistividade depende da composic;aodo solo, como veremos a seguir.

a composi~ao qumica
A composic;ao qumica do solo complexa, porm as principais substancias constituintes sao xido de silcio (areia), silicatos de alumnio (argilas), carbonatos de c1cio e de sdio e gua, de forma que a conduc;ao de corrente atravs do solo se faz pelo processo eletroltico, que necessita de gua para sua realizac;ao. A tabela 3.1 mostra a resistividade tpica de alguns tipos de solos (NBR-7117[30J): Solos arveis Argila Areia Ca1crio Granito e arenito Basalto 50 a 500 300 a 5.000 1.000 a 8.000 500 a 5.000 100 a 10.000 10.000 a 20.000

tabela 3.1 - resistividade de alguns solos em func;aoda composic;ao


Q

Assim, para um mesmo eletrodo de aterramento, quanto maior a resistividade do solo, maior ser a resistencia de aterramento desse eletrodo.

Como pode ser visto na tabela acima, saber a composic;aodo solo tambm nao ajuda muito, visto que o valor da resistividade pode variar de at urna ordem de grandeza)

a umidade do solo
< 13>

< 12>

Parte 1: Teoria e Clculos

i
tifura

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

A resistividade bastante sensvel ao teor de umidade do solo at um valor de 20%; aumentar a umidade acima deste valor provocar varia<;6esmenores na resistividade, conforme pode ser observado na figura 3.2 (NBR-7117):
ti~ura 3.2 - varia~ioda resistividade com o teor de umidade resistividade do solo

3.3 - varia~ioda resistividade da !!ua com a concentracio de al!!unssais resistividadc do solo [ Q.m

[ Q.m I

15 a 20 %, dependendo do solo teor de sais (%]

heterogeneidade do solo
teor de umidade [%J

presen~a de sais
Outro fator que influencia muito a resistividade a quantidade de sais presentes no solo. Convm ressaltar que a resistividade da gua pura quase infinita, ou seja, a gua seria um isolante perfeito caso nao contivesse sais que, atravs da ioniza<;ao,permitem a condu<;aode correntes eltricas. No grfico da figura 3.3, pode-se ver a influencia de alguns sais adicionados, isoladamente, a gua; num solo real, h urna mistura de sais, conforme o local do terreno e sua "histria".

Finalmente, a composi<;aodo solo nao homogenea ao longo do terreno; podemos ter um vale formado por deposi<;aode material trazido por um rio, em cima de urna rocha vulcanica, prximo a urna falha vertical produzida pela movimenta<;aode placas subterrneas, etc.. Como impraticvel "mapear" o corte transversal do terreno, costuma-se aproxim-Io para um modelo matemtico que traduza o problema de forma computvel e com precisao aceitvel.

3.2 -Estratifica~ao da resistividade do Solo


Necessitamos do valor da resistividade do solo para o projeto de malhas de aterramento, devido aos requisitos de valores mximos para a resistencia da malha, tensao de passo e de toque. Conhecendo o valor da resistividade e as dimens6es do eletrodo de aterramento, podemos calcular o valor da resistencia da malha e os potenciais de toque e de passo, desde que o solo seja uniforme, ou seja, o valor da resistividade nao varia com a profundidade ou com a distancia horizontal do ponto de medi<;ao. Esta condi<;aode uniformidade raramente verdadeira na prtica, da a necessidade de introduzir o modelo de estratifica~ao da resistividade do solo,
< 15>

< 14 >

Parte/:

Teoria e ClculoJ

TcllicaJ de AterramelltoJ

EltricoJ

representando o solo por camadas, onde cada camada uniforme e tem um certo valor de resistividade e urna determinada espessura. Embora este modelo nao seja urna representa~ao perfeita do solo real, suficiente para os clculos de urna malha de aterramento. A quantidade de camadas utilizados no modelo fun~ao da precisao desejada para os clculos, caractersticas do solo real e disponibilidade de ferramentas matemticas que permitam calcular as grandezas de interesse. No nosso caso, em geral urna representa~ao em duas camadas suficiente - ver figura 3.4.
fi~ura 3.4- exemplo de estratifica;:ao do solo em duas camadas

1
!

Esta medi~ao realizada conforme a Figura 3.5, alinhando-se 04 hastes simtricas em rela~ao ao centro, onde as duas hastes internas sao eletrodos de medi~ao de potencial e as duas externas sao eletrodos de inje~ao de corrente. O valor da resistencia ser dado por:

R=

~v 1 [F 3.1]

ti ura

3.5

'11

111

= 830

Q.m

h,= 2.5 m 11\ h = infinito 2

P
\1/

= 132 g.m

< <

2v

2u

> >

Precisaremos estabelecer urna rela~ao entre o valor da resistencia medida e o da resistividade correspondente. Calcularemos o valor da diferen~a de potencial entre as duas hastes de medida em fun~ao das distancias entre as hastes.

Na figura 3.4, representamos o solo por urna primeira camada com resistividade de 830 Ohm.m e profundidade de 2.5 metros e urna segunda camada de resistividade 132 Ohm.m e profundidade infinita. Para executar urna estratifica~ao de solo necessrio fazer urna medi~ao de campo dos valores da resistividade aparente. Medimos na prtica valores de resistencia em Ohms e calculamos o valor da resistividade aparente em Ohm.m. H dois mtodos principais para medi~ao de resisitividade aparente para fins de aterramento, o mtodo de Wenner, muito utilizado no Brasil, e o mtodo de Schlumberger, mais utilizado nos Estados Unidos.
< /6 >

Consideremos P = 1>(x) o potencial gerado por urna haste a urna distancia x. O potencial de cada haste de medi~ao ser:
V+ V_

= 1>(u

- v) -1>(u + v)
- v) + 1>(u + v)

= -1>(u

O valor de ~ V

= V+ -

V_ ser:

~V=2[1>(u-v)-1>(u+v)J

[F3.2]
< 17>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

A diferen~a entre o mtodo de Wenner e o de Schlumberger que o de Wenner tem as hastes separadas por urna mesma distancia d, enquanto que no de Schlumberger a distancia entre as hastes de potencial costuma ser menor do que a distancia entre a haste de potencial e a de corrente. Podemos dizer que o mtodo de Wenner um caso particular daquele de Schlumberger, com v = e u = 34, ou:

figura 3.6 - esquema de medi;:1io da resistividade do solo atravs de quatro eletrodos igualmente espac;:ados (Wenner)
terrometro

!1 VW

= 2[ rjJ()-

rjJ(2)

[F 3.3]

Consideremos inicialmente que a regiao condutora da haste apenas a ponta, situada a urna profundidadep. Na se~ao 4.1 (ver mais adiante), ternos que o potencial gerado por um ponto com corrente 1 em outro ponto a urna distancia x ser:
d
fll

rjJ(x)= 4/t

(
2p

~
jXf

1 Jx2+4p2

)
1

eletrodo$

Substituindo em F 3.2 e F 3.1 teremos:


1
2v

R(u, v) = 14/t( u2-v2

J<u-v)2+4p2 J<u+v)2+4p2 )

pw()

= 1+

4/tdR

1!! d2+4p 2

IL.fd4P2

[F3.5]

Resolvendo em rela~ao a p teremos:


2/tR 1
- J<u+v)2+4p2

[F3.4 ]

Esta a frmula citada na NBR-7117 da ABNT, que normaliza o procedimento de medi~ao para o Mt<;>do de Wenner. Se o valor de d muito maior que o de p, ou p =O,entao a frmula F 3.5 pode ser simplificada para:
Pw()

p(u, v)

u2~v2 + J<u-vi2+4p2

=2ndR

[F 3.6]

Substituindo teremos:

v=

4e u =34 para

o caso de Wenner, ver Fig 3.6,

Os medidores de resistencia de terra comerciais costumam ter urna escala calibrada para resistividade usando esta frmula. Devido a sua simplicidade, utilizada frequentemente em campo. Embora normalizada, a frmula F 3.5 nao formalmente correta, pois os eletrodosde medi~aosao de fato hastes e nao pontos. S. Baishiki [38J e outros investigaram esta questao, chegando a seguinte frmula para Wenner: pw () onde:

2/tpR
2Ln 1+FJ+2F-E-p

2+E1

[F3.7]

< 18 >

< 19 >

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura

3.7
Erro (%)

E=J4+(tYeF=Jl+(ty
No TecAt-II foi utilizada a frmula F 3.6, visto que os desvios em relayao a F 3.7 para as distncias entre hastes comumente utilizadas sao bastante pequenos (vide a seguir); caso seja necessrio, pode-se acessar diretamente o programa RSOLO-II (veja captulo 16), onde est implementada a frmula F 3.7, porm deve-se lembrar de anotar no campo a profundidade de cravayao dos eletrodos. A frmula F 3.7 est sendo implementada para o mtodo de Wenner e para o de Schlumberger no programa TecAt-IV versao Windows. Nao faremos aqui a deduyao para Schlumberger, mas ela pode ser feita a partir da frmula apresentada na seyao 4.1 para o clculo do potencial gerado por urna haste em outra haste. Urna seqencia tpica para d no Mtodo de Wenner 1, 2, 4, 8, 16... metros, conforme recomendayao da NBR-7117 [30J. A Tabela 3.2 mostra urna comparayao entre os multiplicadores das tres frmulas, com urna haste de mediyao de 40 cm de comprimento e dimetro de 1/2", material padrao dos medidores comerciais, mostrando os erros percentuais em relayao a frmula F 3.7. Erro(%) d 0,50 1,00 2,00 4,00 8,00 16,00 32,00
'

25.00 20.00 15.00 10.00 5.00 0.00 -5.00 -10.00 -15.00 -20.00 -25.00 4 8 16 32

-F3.5 n.61
d.(m)

= 100(1 J~~la)
F 3.6 F 3.5 F 3.7 erro (%) 3,14 4,91 (22,29) 4,02 6,28 (12,92) 7,69 6,81 12,57 (4,23) 13,39 12,85 25,13 (1,14) 25,57 25,28 50,27 (0,29) 50,48 50,34 100,53 100,64 (0,07) 100,57 201,06 201,12 (0,01) 201,08 Tabela 3.2 - Comparacao das Frmulas erro (%) (21,79) (7,78) (2,22) (0,57) (0,14) (0,03) 0,00

O prximo passo interpretar a curva de resistividade aparente e estimar os valores de resistividade da primeira e da segunda camada e a espessura da primeira camada. Esta tarefa era executada tradicionalmente com o auxlio de curvas padrao impressas.
I

O procedimento tradicional consistia em: - Trayar um grfico da resistividade obtida em campo em um papel vegetal na mesma escala das curvas padrao disponveis. - Superpor os dois grficos at que haja um encaixe razovel das duas curvas. - Anotar os valores de Pl (ressitividade da primeira camada), k (fator de reflexao) e h (espessura da primeira camada), onde:
~

o grfico da figura 3.7 mostra os erros. Observe que para d

= IOp os erro s

j sao da ordem de 1%.

k = P2+P
Este mtodo demorado, requer disponibilidade das curvas padrao, com resultados que dependem muito da pessoa que est interpretando os dados. Para tornar a interpretayao mais rpida e menos dependente do operador, desenvolvemos um programa que executa esta tarefa calculando internamente as curvas padrao e executando urna interpolayao baseada no mtodo dos mnimos quadrados.

P2-P

<20>

< 21>

Tcnicas de Aterramentos Parte 1: Teoria e Clculos

Eltricos

H : Espessura da primeira camada.

A meta minimizar a somatria dos erros quadrticos relativos, dada por:

Quando o solo tem duas camadas, possvel determinar urna solu~ao analtica dada por Dawalibi [3] para o caso de Wenner:

SEQ

= L~( 1 -

(:: J

[F3.8]

onde: N: Quantidade de pontos medidos.


Poi pmi

p"(d)~P1r1+4~:::.L.(~), - J"~)' II

[F 3.11]

: Resistividadecalculadaparao i-simoponto. : Resistividademedidano i-simoponto.

As curvas padrao sao geradas conhecendo-se a resistividade e a espessura das camadas, atravs da frmula dada por Sunde [2] para a configura~ao de Wenner:
PawCd) = p2d J~ K(x)(Jo(xd) -Jo(2xddx

Para evitar a demora devido ao clculo numrico da integral da frmula F 3.9 ou da somatria infinita de F 3.11, o program RSolo II, utilizado pelo TecAt para o clculo de estratifica~ao em duas camadas, usa um mtodo desenvolvido por Ghosh [4J e Koefed [5J, para aplica~6esem Geofsica, utilizando filtros digitais para o clculo da integral. A Tabela 3.3 mostra urna compara~ao feita segundo os dados de del Alamo [6J com vrios casos de estratifica~ao em duas camadas, utilizando o programa MMT, otimizado para clculos em duas camadas. Os valores obtidos pelo Rsolo II sao mostrados para compara~ao (resistividades em Ohm.m)

Para o caso geral de Schlumberger, teremos:


Pas(u, v) = P

( u2;:2 ) J~ K(x)(Jo(xu

xv)

- Jo(xu + xvdx

[F3.9]

Caso O 1

Mtodo MMT
RSolo 11

p1 29,800 29,80 372,729 372,71 246,836 246,85 57,344 57,34 494,883 494,86 160,776 160,73 125,526 125,54

p2 5,635 5,63 145,259 145,25 1058,63 1058,61 96,714 96,71 93,663 93,66 34,074 34,00 1093,08 1092,88

H(m) 10,238 10,24 2,690 2,69 2,139 2,14 1,651 1,65 4,370 4,37 1,848 1,85 2,712 2,71

SEO 0,01387 0,01387 0,00762 0,00753 0,01074 0,01074 0,02402 0,02402 0,01103 0,01103 0,01038 0,01036 0,01699 0,01700

onde: pa : resistividade aparente medida. u, v, d : Distancia entre as hastes de medi~ao. Pl : Resistividade da primeira camada. K(x) : Fun~ao kemel das camadas. Jo(Y): Fun~ao de Bessel de primeira classe de ordem zero. x: varivel de integra~ao. A fun~ao K(x) depende dos valores das resistividades e profundidades do solo, e pode ser calculada por recorrencia; para o modelo de duas camadas, a
formula dada por Sunde :
K(x) = l+kI2e-2xH l-kI2e-2.tH

MMT
RSolo 11

2 3 4 5

MMT
RSolo 11

MMT
RSolo 11

MMT
RSolo 11

MMT RSolo II MMT


RSolo 11

[F3.10]

onde:
P2-/JI, k 12 = -;;:; e o f ator de refl exao

tabela 3.3 - comparaao

de resultados MMT x RSOLO-II (TecAt-II)

P2, Pl : resistividades da segunda e primeira camada.


< 22 >

<23>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Podemos observar o excelente desempenho do RSolo-II (TecAt-II) em todos os casos apresentados. O tempo de processamento foi tipicamente de apenas 2 segundos em um 486DX4-100.

A redu9ao para duas camadas feita tradicionalmente com o procedimento: 1. Mantm-se o valor da resistividade da ltima camada 2. Reduzimos todas as camadas restantes a urna nica camada com espessura igual a soma das espessuras das camadas e resistividade dada por:
p; = PI + p: + P3+oo.+
H El E2 E3 En-l
Pn-I

. 3.3 - Resistividade

aparente

Muitas frmulas existentes na literatura consideram apenas solo uniforme para o clculo de resistencia de aterramento e de potenciais de toque e de passo, tais como as disponveis em [11](IEEE-80). Assim, interessante introduzirmos o conceito de resistividade aparente para urna malha em solo estratificado. Esta resistividade aparente depender do tamanho e da profundidade de instala9ao da malha de terra, correspondendo a um solo uniforme no qual a malha de terra apresentar a mesma resistencia que no solo estratificado. O modelo de resistividade aparente tradicionalmente utilizado por projetistas foi elaborado por Endrenyi [1]. Este mtodo consiste em calcular a resistencia de um anel de rea igual a da malha em questao em solo de duas camadas, com a malha a urna profundidade igual a metade da espessura da primeira camada; em seguida calculada a resistencia do mesmo anel em solo uniforme com resisitividade igual a da primeira camada. O valor N obtido nas tabelas a rela9ao entre a resistencia calculada em duas camadas e a de solo uniforme. O valor da resistividade aparente ser N vezes a resistividade da primeira camada. Tabelas mais recentes permitem definir a profundidade da malha, mas o mtodo o mesmo. A OP9aode resistividade aparente "Clssica" do RSolo-II (vide captulo 16) usa este mtodo. Para melhorar o clculo desta resistividade aparente, calculamos o valor da resistencia da prpria malha em solo estratificado atravs das frmula citadas no captulo 4. A rela9ao entre as duas resistencias um novo N' que, multiplicado pela resistividade da primeira camada, dar o valor exato da resistividade aparente vista por aquela malha especfica. A OP9aode resistividade aparente "Dados da Malha" do RSolo-II usa este mtodo. Ressaltamos que esta resistividade aparente s aplicvel para o clculo da resistencia da malha, nao sendo aplicvel para o clculo dos potenciais de passo e toque. Quando o solo for estratificado em mais de duas camadas, por exemplo utilizando o programa RSolo IV ou clculo grfico manual, ser necessrio reduzir o nmero de camadas a duas, perrnitindo assim o clculo da resistividade aparente.
<24>

[F 3.12]

Este mtodo tem o inconveniente de ignorar as dimensoes da malha, resultando em valores irreais de resistividade, induzindo a um clculo errado do valor da resistencia da malha.

3.4 - Resistividade equivalente

Thapar e Gerez [39] desenvolveram um mtodo que permite o clculo de urna resistividade equivalente para o clculo de resistencias e potenciais para malhas construdas somente com cabos na primeira camada. Esse procedimento, embora com limita90es, atinge bons resultados, e foi implementado no software TecAt-IV. Este mtodo consiste em calcular o raio de um disco com rea equivalente a da malha, no caso da resistencia, ou metade da dimensao do mesh (espira da malha), para o caso de potenciais, calculando em seguida o valor mdio da curva da resistividade aparente pontual sobre este raio:

1.Construir a curva da resistividade pontual pap , dada por:


Pap(d)

Pup(2d)+pu..(d) 2

2. Calcular o raio equivalente:

. . Area para o caso d e resIstenCiaou re = -n re = L!{' para o caso do potencial de mesh.

3. Calcular o valor mdio da resistividade pontual:


ppm

= ;e

S~e

Pap(x)dx [F 3.13]
< 25>

Parte/:

Teoria e Clculos

4. Utilizar o valor de ppm nas frmulas para solo uniforme do IEEE-80. Introduzimos duas alterac:esneste mtodo, urna para considerar meshs retangulares, usando o raio equivalente a rea do mesh, outra somando o valor da profundidade da malha nos limites de integrac:ao,pois a malha nao est na superfcie do solo. Caso a estratificac:aotenha sido feito com o TecAt-IV/RSolo-IV, ao calcular a resistividade equivalente para urna malha, a reduc:aodas camadas tambm ser feita.

3.5 Estratifica~ao em tres ou quatro camadas


Caso os requisitos de projeto exijam urna estratificac:ao em tres ou quatro camadas, os softwares TecAt IV I RSOLO-IV permitem esta estratificac:ao, calculando todas as resistividades e espessuras das camadas, permitindo ainda visualizac:aogrfica dos resultados tal como o mdulo de estratificac:aodo TecAt-11.

3.6 Estimativa simplificada da resistividade.


Se o solo for uniforme, possvel conseguir urna estimativa do valor da resistividade a partir da medic:aoda resistencia de urna haste usando um terrmetro que mede apenas resistencia, a partir da frmula da resistencia de urna
has te, ver F 4.11 :
21CLR P = Ln(1f )-1

[F 3.14]

onde: p : Resistividade estimada em Ohm.m R : Resistencia da haste em Ohms. L : Comprimento da haste efetivamente enterrado (m). d : Diimetro da haste (m). Observamos que, embora este mtodo seja eficiente para solos uniformes, no caso de solos estratificados poder introduzir erros importantes no valor estimado da resistividade, e, mesmo para solos uniformes, s deve ser utilizado para pequenas malhas, tais como triingulos com 3 hastes ou similares. <26> ....

Tcnicas de Aterramento.~ Eltricos

4 - Resistencia de Aterramentos

Hastes e Cabos
Os eletrodos de aterramento mais comuns sao as hastes e os cabos. Neste captulo, veremos como calcular o valor da resistencia de aterramento destes eletrodos. As malhas de subesta~6es serao tratadas no captulo 5. Na literatura especializada encontram-se vrias frmulas para o clculo destas resistencias. Como faremos os clculos para solos de 2 camadas, mostraremos o mtodo bsico para este clculo, conhecido como o mtodo do potencial mdio. Iniciaremos, porm, o clculo com solo uniforme, para facilitar a compreensao. Posteriormente, estenderemos as solu~6es para solo em 2 camadas. Nao detalharemos frmulas para situa~6es especficas, pois todas as implementa~6es de frmulas estarao disponveis no programa Tec-At, mas procuraremos evitar aproxima~6es nos resultados, que eram necessrias anteriormente devido as dificuldades de clculo existentes.

4.1 Solo Uniforme


A Fig. 4.1 mostra urna fonte pontual de corrente colocada na posi~ao x, y e a urna profundidade z em um solo de resistividade p.
O potencial gerado por esta fonte em um ponto Po em Xo,yo, Zo dado por:
pl I ] v=-4" r r (-+-:-

[F 4.1]

Onde r a distancia da fonte de corrente ao ponto calculado e r' a distancia entre a imagem da fonte de corrente e o ponto calculado. Esta imagem criada pela reflexao da fonte 1 no "espelho" formado pela superfcie do solo. As distancias r e r' sao dadas por:

r= .(X-XO)2+(y-yo

+(Z-ZO)2

[F 4.2]

r ,=J(X-XO)2 + (Y-Yo r +(Z+ZO)2 [F4.3] <27 >

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura

4.2

figura

4.1 - fonte po~tual de corrente em sistema tri-dimensional

-z

x
~ ~ ~ ~

x
Po

-~~

---~~~~--~~~

,~

Po

Zo Z

.J--'-'-"""''''-

-' __-~-_J---'2:0 Z .,, J.J--

4.1.1 Haste vertical em solo uniforme Consideremos o caso de urna haste de comprimento L. Se injetarmos urna corrente 1 na haste, podemos considerar que h urna densidade de corrente uniforme ao longo do comprimento da haste, por exemplo, se tivermos 12 A em urna haste de 6 metros, teremos 2 Nm de densidade de corrente. A Fig. 4.2 representa urna haste de comprimento L, raio a, colocada em x=O,y=O,z=O,para simplificar a demonstra~ao. Utilizaremos a frmula F 4.1 para calcular o potencial gerado por um ponto da haste em um ponto Po,como sugerido por Dwight[7]. Para calcularmos o potencial da haste no ponto Po,basta considerarmos vrias fontes de correntes alinhadas ao longo do comprimento da haste e somarmos os potenciais gerados por cada urna no ponto Po. Este processo feito atravs da integral:
Vp

Substituindo os valores de r e r' teremos:


I
Vp

= Jo

L..!!!
41rL

r J (o-xo)2+(

2
O-Yo) +(z-zo)

+
J<o-xo)2+(

]
O-Yo)

2
+(Z+ZO)2

dZ

[F 4.5]

fazendo pl

b2

=X02+ yo2:
]
J b2+(z+zO)2

Vp = 41rL o

+JL ---1 ( Jb2+(z-zO)2

)dZ

[F4.6]

Aps a integra~ao, teremos:

Vh(PO)

::L

(arcsenh(

L~zo

) + arcsenh(

L~zo

))

[F4.7]

o primeiro termo representa a contribui~ao da haste e o segundo a contribui~ao da imagem. Para obtermos o valor da resistencia da haste, basta calcularmos o potencial mdio na superfcie da haste e dividir pelo valor da corrente. Como a distancia entre a superfcie da haste e sua linha central o raio da haste, faremos b=a em F 4.7 e integraremos Zode Oat L, da:
< 29>

= J~

::L

(+- + +- )dz

[F 4.4]

<28>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramell10s Eltricos

I+h =1

,I

D/L Ra Ra/Ra

0,25 17,19 1,54

0,5 15,25 1,36

0,75 14,28 1,28

1 13,68 1,22

1,5 12,97 1,16

2 12,57 1,12

3 12,13 1,09

Onde:
RlI = R12= Rp : Resistencia prpria da haste, dada por F 4.9.
R2I

tabela4.2- Variaao da Resistencia de hastesem linha


com a distanciaentrehastes
figura 4.4

= R22 = Rm : Resistencia mtua entre as hastes.

V: Potencial nas duas hastes (iguais). 1: corrente total injetada nas duas hastes.
11, h

corrente em cada haste.


RaIR3 1.7 1.5
1.3

Resolvendo-se este sistema de 3 equa90ese 3 incgnitas, obtemos o valor da resistencia da associa9ao,dada por:

_ RI'+R.. R2h = 1:: /-2

[F 4.14]

o valor da resistencia mtua entre as hastes calculado a partir de F 4.9, fazendo a igual distancia entre as hastes.

1.1

Generalizando, podemos dizer que a associa9aoentre N hastesdo mesmo tipo igual somatria da resistencia prpria de 1 hastee das resistencias mtuas entre as hastes da associa9aodividida pelo nmero total de hastesN; se tivermos hastesiguais, o nmero de combina90es de resistencias mtuas possveis ser:

0.9 0.7 0.5 0.25

DIL 0.5
0.75 1.5 2 3

M = N(N-I) 2
RNh

=f = RI'+LfN

R..

[F 4.15]

Esta frmula utilizada no programa Tec-At para calcular a resistencia de aterramento de hastesem linha. o grfico da figura 4.4 mostra a varia9ao da resistencia de 3 hastes em linha em fun9ao da rela9ao distancia entre hastes 1 comprimento da haste. As hastessao de 3m x 5/8", solo de resistividade 100 .o.m, cravadasna superfcie.

Este grfico mostra porque, tradicionalmente, se utiliza urna distancia entre hastes igual ao comprimento da haste: podemos ver que, em tomo de D/L = 1,0, a redu9ao do valor da resistencia pequena, enquanto se utilizarmos valores baixos de D/L, estaremos usando o material da haste de forma pouco eficiente. Por outro lado, se afastarmos mais as hastes, o ganho de redu9ao da resistencia ser mnimo, nao compensando o trabalho e o custo de instalar o cabo de interliga9ao; alis, como veremos mais frente, se o cabo estiver enterrado, ele far tambm parte da malha, que nao ser mais urna simples associa9ao de hastes.

R1= 33,54;
R3inf=Rd3= 11,18.

Para associa90es densas de hastes, tais como quadrado ou retangulo, utilizaremos a frmula desenvolvida por Schwarz [9]: R h = --1l..- L
a

27CLhN n

( ( )-1 +
d

8Lh

2KILh

.fA";

r:
lY

-1

))

2 ')

[F 4.16]

< 32 >

< 33>

Parte/:

Teoria e Clculos
1

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

onde:

Neste item, detalharemos as frmula usadas para calcular a resistencia de cabos enterrados no solo.

Rah : Resistencia da associa~ao de N hastes p : resistividade do solo Lh ,d : comprimento e diametro da haste N : Nmero de hastes em paralelo x : Razao aspecto =maior lado / menor lado do retangulo KI = 1,41-0.04.x fator de corre~ao A: rea delimitada pelas hastes. Podemos observar que o primeiro e segundo termos de F 4.16 correspondem a resistencia de urna haste, enquanto que o terceiro urna corre~ao relacionada com a resistencia mtua entre as hastes. A exatidao de F 4.16 est ligada ao termo das resistencias mtuas. Como dispomos de ferramentas de clculo que nao estavam disponveis na poca que esta frmula foi desenvolvida, acrescentamos algumas altera~6es numricas na frmula original para aproximar melhor o efeito das resistencias mtuas:

Utilizaremos o mesmo mtodo aplicado para o clculo da resistencia de hastes. O cabo representado por urna linha de corrente horizontal, com comprimento L e profundidade P, paralela ao eixo X e com incio em x=Oe y=O, como mostrado na Fig. 4.5.
figura . 4.5

-p
J

l...

.. ,

Xo
.' ' ..J

x
Po

P
Rah = 2n~hN Ln( 8~h ) - 1 +

~ ( (iN
K;

K~ J J

[F 4.17] .... Zo Z
l.."'

Onde:
K'

-' -' .

.......

+ 0,00155x - 0,0145x2 K'z = -0,0163 - 0,385x - 0,0146x2

= 2,569

4.1.3 Cabos horizontais As pequenas malhas usadas para aterramento de computadores, PABX e pra-raios sao dimensionadas habitualmente com hastes. Contudo, os cabos que interligam as hastes estao enterrados no solo. Como esta interliga~ao feita com cabo nu, o cabo se toma um eletrodo de aterramento, contribuindo para reduzir a resistencia global do sistema. Num edifcio aterrado por um anel de cabo nu, para os mesmos usos citados acima, o cabo o principal eletrodo de aterramento, mesmo que haja a adi~ao de hastes verticais. As malhas de subesta~6es de energia eltrica sao dimensionadas com grande uso de cabos para o controle de potenciais na superfcie, de forma que os cabos sao elementos importantes na determina~ao do valor da resistencia de aterramento.

Integrando ao longo da linha de corrente de O at o comprimento L, teremos o valor do potencial gerado por um cabo de comprimento L em um ponto Po (xo,yo,Zo),inc1uindoa contribui~ao da imagem:
pl

Vcepo) = 2nL

arcsenh( L;o ) + arcsenh( x; ) +

[F 4.18]
1

[
onde:

arcsenh(

L~XO ) + arcsenh(

x~)

b= Jy'6+ep-zo)2 c= Jy'+(P+zo)z
< 35>

< 34 >

Parte 1: Teora e ClculoJ

TcncaJ de AterramentoJ

EltrcoJ

Para calcularmos o valor da resistncia do cabo faremos Zo= P, yo=a = raio

x : razao aspecto definida em F 4.16.


a= L", .fA

do cabo e integraremos Xode O at L para obtermos o valor mdio do potencial sobre a superfcie do cabo, da, dividindo por 1teremos:

"
Re = 2f [

aresenh(.ft) + aresenh( Ja2~P2 ) +

Para melhorar a exatidao desta frmula, introduzimos algumas modifica<;oes:


4p2

_ ) 1 + (f

r
P

- J 1+

(a2~P2 )

t W+

1 [F 4.19J

"

e= 1IL/e

(Ln (7)+

U/e

'\

KI

a-

K I K3 '\ 2+a)

[F 4.22]

Assumindo queL
Re

a teremos: [F 4.20]

onde:
K'. = 1.41 - 0.038x - 0.0011x2 K'2 = 8.48 + 0.063x + 0.016x2 K'3 = 11.3 + 0.293x + 0.127x2

= :L (Ln(~c ) - 1)

onde:
Se P=O, entao ternos a '=a

vlidos para x entre 1 e 5.

caso contrrio, al = J2aP

.
4.1.5 Associa~ao de cabos e hastes

Esta a frmula mais encontrada na literatura para clculo de resistncia de um cabo. o programa Tec-At-II usa a frmula F 4.19, sem aproxima<;oes. 4.1.4 Associa~ao de Cabos
As configura<;oes mais comuns de cabos sao em estrela com vrios bra<;os (tambm chamados contrapesos), em crculo, tringulo e malhas reticuladas. Nestes casos o valor da resistncia mtua deve ser calculado de maneira similar ao mostrado para hastes.

A associa<;ao de cabos e hastes em solo uniforme envolve 3 clculos diferentes:


a)Resistncia dos cabos b)Resistncia das hastes

c)Resistncia mtua entre cabos e hastes Os itens a) e b) serao calculados com as frmulas desenvolvidas nas se<;oesrespectivas. A resistncia mtua (c) ser calculada de acordo com a geometria dos eletrodos. Para arranjos tipo hastes e cabos em linha precisaremos calcular a resistncia mtua entre um cabo e urna haste, enquanto que para malhas cobrindo urnacertareautilizaremosa frmulapropostapor Sehwarz[9].
A resistncia da associa<;ao ser dada por:
Re+Rh-R~nch

Para malhas reticuladas em quadrado ou retngulo utilizaremos como referncia a frmula desenvolvida por Sehwarz [9]:
Re =

1Ir,JLne~:"

) + Ka - K2)

[F 4.21]

onde:
Reh =

Re+Rh-2Rmeh

[F 4.23]

Ltc : comprimento total dos cabos enterrados. a' : ver frmula F 4.20. Kt : fator definido em F 4.16 para hastes. K:~ = 5.5 +0.15.x
<36>

onde:
Re : Resistncia dos cabos
< 37>

Parte 1: Teoria e Clculo.f

Tcnica.f de Aterramento.f

Eltric().f

Rh : Resistencia das hastes Rmch: Resistencia mtua entre cabos e hastes.

4.2 Solo estratificado em duas camadas


Estudaremos neste item o clculo das resistencia de aterramento em solo estratificado em duas camadas. A principal diferen~a em rela~ao ao solo uniforme sao as reflexoes do eletrodo. Em solo uniforme, h apenas urna reflexao do eletrodo, associada a interface solo / ar. Em solo de 2 camadas, teremos duas interfaces funcionando como "espelhos", urna da superfcie do solo com o ar e outra entre os solos de resistividades diferentes. Conforme abordagem proposta por Dawalibi [I2J, a figura 4.6 mostra as reflexoes de urna fonte de corrente pontual, anloga aquela discutida no incio do item 4.1, situada na primeira camada em x, y, z :
o potencial gerado pela fonte pontual 1 no ponto Po em Xo, Yo, Zona primeira camada ser agora:

Quando tivermos hastes em linha interligadas por um cabo, utilizaremos o mtodo do potencial mdio, calculando o valor do potencial mdio induzido pelo cabo sobre a superfcie da haste, supondo que o cabo est na posi~ao descrita na figura 4.5 e que a haste est em Xh, Yh, P: Vch = 1

L h JP
pl

P+Lh

Vc(z)dz
L<'-Xh

JP+Lh arcsen

h(-;-

)+ arcsenh( h )+
Xh

4nLeLh P [ + arcsenh( L<,~Xh ) + arcsenh( ~h ) ]dz onde: Le = comprimento do cabo Lh = comprimento da haste

[F4.24]

b= Jy~+(p-Z)2
c= Jy~+(p+Z)2 A situa~ao ser semelhante aquela descrita na obten~ao da frmula F 4.19, exceto que integraremos na dire~ao de z, desde O at o comprimento da haste.Devido a sua complexidade, com oito termos de funcoes Ln e arctangente, nao explicitaremos aqui esta frmula, embora o programa Tec-At a utilize. o valor da resistencia mtua ser entao:
Rehm = 1- Vch

V-.!!!......L -L.
-4/r

r(H.

r'o- +..:..

K n [...L -L

-L.

-L

rn. + rn- + r'n. + r'n-

J)

'

[F 4.26]

onde:
1'2-1'1 K=1'2+1'1
2

rn+=./(x-xo)

+ Y-Yo

) +(2nH+z-zo)

rn_=./(X-~O)2 + (y-yO
2

+(2nH-z-zo)2

Quando tivermos o caso de malha delimitando urna rea a frmula ser:

r' n+=.I(X-xo)

+ y-yo

) +(2nH-z+zo)

Rehm= /rr<'1 (Ln( 2~:., J + KI a - K2 + 1 J

[F 4.25] r' n_=.I(X-xo)2 + (y-yO

+(2nH+z+zo)2

<38>

<39>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura 4.6 - reflex6es de urna fante pantual na prirneira camada


-2nH->z

u. I'~
--.......
IJ2+

-Fonte na camada 1 e ponto na 2 -Fonte na camada 2 e ponto na 1 -Fonte na camada 2 e ponto na 2

-2nH
-2nH+z
-2H-z -2H
..

u-u.l't_
-.. -.. --..........

Este estudo foi feito por Heppe [13 l, ao calcular resistencias mtuas entre cabos. Apresentaremos as frmula bsicas destes potenciais utilizando a frmula F 4.26 como referencia, como x e y sao constantes durante as reflex5es, z indicar a profundidade da fonte e Zoa profundidade do ponto calculado:
A fun~ao F ser definida como:
F(u) 1 2 [F 4.27]

-2H+z

1'1.
J <x-xo)2+(y_yO ) +(U)2

->z

Da, teremos, para cada situa~ao:


~

, , ,
z ~
-

lo-

r'o-

pl

i H ,
VII

I~~

2H->z r 2H
2H+z
..

u.I,_
-.. -..

rF(z-zo)+F(z+zo)+I.Kn
[F 4.28]

F(2nH+z-zo)+F(2nH+z+zo)+ [ +F(2nH-z-zo)+F(2nH-z+zo)

P2
--..........

])

1,.

2nH->z u 12>Ii_ -.. -.......

V 12
..

= Pl(~:K)I

(F(z

- Zo) + F(z + Zo) + I.Kn[F(2nH


[F 4.29]

+ Z - zo) + F(2nH + Z + zo)])

2nH

2nH+z

I2r.H+

V
22

- p2(I-K)I F(z - zo) + (1 - K2)F(z + zo) - KF(2H - z + zo) + 4n +(1 - K2) KnF(2nH + Z + Zo) r

I.

[F 4.30] Os termos dentro da somatria correspondem as imagens da fonte, onde, para cada reflexao, h multiplica~ao pelo fator de reflexao K. Como o mdulo de K sempre menor ou igual al, os termos da somatria decrescem com n at se tomarem desprezveis frente ao valor atual da somatria, quando entao o clculo pode ser interrompido.
V2I tem a mesma forma que V12, bastando substituir PI (J +K) por p, (J-K).

Quando houver hastes profundas penetrando na segunda camada, teremos lue calcular o potencial gerado por fontes na segunda camada, levando a quatro )osi~6es relativas da fonte de corrente e do ponto de clculo do potencial:
-Fonte na camada 1 e ponto na 1
<40>

Para calcular as resistencias de cabos e hastes usaremos os mesmos processo de integra~ao descritos em 3.1, porm, como pode ser observado nas frmulas F 4.28 a F 4.30, a quantidade de termos muito grande, de forma que explicitaremos apenas urna frmula para hastes na superfcie para compararmos sua forma com outra disponvel na literatura.

< 41 >

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Alerramentos Ellricos

. 4.2.1 Hastes em solos estratificados


H (m) 1,0 1,5 2,0 67,5 62,7 2,5 56,0 52,1 3,0 47,9 44,7 3,1 50,8 44,3 3,5 46,2 43,2 4,0 43,9 42,0 4,5 42,4 41,1 5,0 41,4 40,4 5,5 40,6 39,8 6,0 39,9 39,3

Tagg [lOJ apresenta urna frmula para hastes na primeira camada:


1'1

Tagg 118,0 85,6 TecAt 109,5 79,4

Rhl

2nL Ln a

([ ( ) -1 ] +Ln=1TLn (.!!{!--1 ))
4L
00 Kn .!!{!-+I

[F 4.31]

tabela 4.3

o termo entre colchetes representa a resistencia de urna haste de comprimento L e raio a, tal como a frmula F 4.11 de solo uniforme, enquanto que a somatria representa a resistencia adicional das imagens. Esta frmula urna simplifica~ao muito til para clculo da resistencia com haste na primeira camada, desde que o comprimento da haste seja menor que 0,95 vezes a profundidade H da primeira camada. Mostraremos a seguir a frmula completa para este caso utilizada pelo programa Tec-At: Definimos a fun~ao F(x):

o grfico da figura 4.7 mostra o comportamento dos valores na transi~ao L=H. figura 4.7 - comparativodas frmulas R(Q) 120
100 80

F(x)

= xLn( .Jx2 + a2 - x ) + .Jx2 + a2

[F 4.32]

60 40

Teremos entao:

Rhl

i~L

([ Ln( ~L) - 1] + L: K; (F(2nH + 2L) + F(2nH - 2L) - 2F(2nH))


[F 4.33]

20

o programa Tec-At calcula a resistencia de urna haste cravada em qualquer profundidade, penetrando ou nao na segunda camada, sem usar aproxima~6es. Tagg prop6e a seguinte frmula para hastes penetrando na segunda camada: Rh - .J!!...
122nL I-K+2Kf

o
O 1 2
3 4 5 6

H(m)

Podemos observar que, quando a profundidade da primeira camada se aproxima do comprimento da haste, a frmula de Tagg se afasta do valor correto da resistencia, evidenciando o limite de sua aplicabilidade. Observar que, durante a transi~ao da profundidade da haste igual ao comprimento do cabo, os valores calculados pelo Tec-At sao contnuos.

I+K

n ( a )] + )([L

2L

~oo

"'n=1

Kn

2nH+L

Ln(

(2n-2)H+L

))

[F 4.34]

A frmula utilizada pelo programa Tec-At similar a F 4.33, com a diferen~a que sao considerados dois valores de resistividade e de comprimento em cada camada. A tabela 4.3 mostra urna compara~ao do valor das frmulas de Tagg e do Tec-At, com L = 3m, diametro= 5/8", pl=100 n.m, K = 0.9, cabe~ada haste na superfcie e vrios valores de H: <42>

4.2.2 -Cabos em solos estratificados


A resistencia de cabos apresentar um comportamento similar ao das hastes, somando ao valor da resistencia em solo uniforme um fator correspondente as reflex6es do cabo na segunda camada. Nao explicitaremos frmula para este <43>

Parte 1: Teora e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

clculo devido a sua extensao, mas ela ter forma semelhante a da frmula F 4.19, com P sendo refletida 2nH vezes na somatria, tal como mostrado em F 4.27. Segundo Tagg, a resistencia adiconal de um cabo colocado na primeira camada devido as reflexoes na segunda camada dada por:

H P

H-h..
'

= fA

se P l < P2 , ou p = fA ' se P l > P2 c = Ln(


~

Kr = 1+ % L:':I Knq/( q).

H ).

q - Jl+n(np)

--

l 2

RacI

..!!1... 2nL ~ex> ~n=1

Kn 4Ln

( ) I+J r
L

lH 2 +1

I(q) a integral elptica completa de primeira espcie com parametro q.

1+ 8~ -4J(~H)'

+1 1

[F 4.35]

Ru o valor da resistencia de malhas de cabos em solo uniforme de resistividade p. dada por F 4.22. Os demais parametros sao os mesmos de F 4.22.

Para obter o valor da resistencia total do cabo deve ser somada o valor da resistencia em solo uniforme de resistividade p. dada por F 4.19 ou F 4.20. O clculo de resistencia de cabos em duas camadas est disponvel no programa TecAt, supondo que o cabo se encontra na primeira camada, caso tpico de aplicayoes reais de projeto.

4.2.3.2- Malba de bastes na primeira camada


Nahman propoe a seguinte frmula: Rahl = 2:2hN(Ln(8~h)-1+~ KIKp( JN -1

rJ

[F 4.37]

4.2.3 -Associa~oes de cabos e bastes


Os clculos de resistencia de hastes e cabo em linha serao calculados pelas frmulas individuais de cabo e haste existentes no Tec-At, tal como feito para solo uniforme. Para associayoes de cabos e hastes formando malhas, utilizaremos como base as frmulas desenvolvidas por Nahman [14J e [15J, estendendo a aplicayao das frmulas de Schwarz para solo uniforme.

Os termos sao descritos em F 4.16 (para solo uniforme).

. 4.2.3.3 - Malba de bastes atingindo a segunda camada


Neste caso introduzido um fator de correyao K' p devido ao contato da haste com duas resistividades diferentes: 2:hN (Ln( 8~u ) -1 ) + n:/x KI (O)K~( JN - 1)2 [F 4.38]
Rahl2

4.2.3.1 -Malba de cabos na primeira camada:


A frmula proposta : Rac = KrRu + Kp - Kr ) nLcra onde:
2

onde:
P2
La = L2 + L I Pi'

Lh

=L2 +L.,
Kn J oarcsen
I

pa = P2T;;

Lh

'\ PIKI

2Cx+O

'\

IX )

[F 4.36]

K1(0) = valor de KI para malha na superfcie

' I-K Kp=T+

(1

- K) 21"~n=1

~ex>

2 (/+02+4n(l+n)p) + J(-02+4n(O+n)p )

ld

L. e Lz sao os comprimentos da haste na primeira e segunda camada respectivamente. ~


1

Kp

= 1 +" Ln=1 K
ex>

Jo

1 arcsen

2 2 r J(+1)2+4n(np) +J(-O +4n(np)

4.2.3.4 Malbas de Cabos e bastes


A frmula corrigida para resistencia mtua entre cabos e hastes ser:

<44>

<45>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Ellricos

RmchI2

= :L (Ln( ~I

) +N) + :2clKI (0)( a _

2~J)

[F 4.39]

figura

4.8 - histograma de desvio da frmula

N"Casos

Tal como em solo uniforme, a resistencia da associac:ao de cabos e hastes ser entao:
RacRahl2-Rmch2 Rch 12 = Rac+Rah 12-2Rmch12

[F 4.40]

A utlilizac:ao das frmulas para hastes por leitores da la edic:ao evidenciou que as frmulas 4.37 e 4.38 apresentam erros elevados para valores de K > 0,9 e com o trecho da haste na segunda camada pequeno. Para resolver este problema, desenvolvemos urna frmula baseada no conceito de resistencia mtua exposto em 4.1.2 - Hastes em paralelo, calculando o valor da resistencia prpria da haste e da resistencia mtua utilizando a frmula F 4.33:
Rnh

2250 2100 1950 1800 1650 1500 1350 1200 1050 900 750 600 450 300 150

o
<=

-35

(.30;.251 (.20;.151 (.10;.51 (-35;-30) (-25;-20) (-15;-10) (-5;01

(0;51 (5;10)

(10;15) > 15

= R1h+(N-I),Rm.Kc N

Eno (%)

onde:
Rnh: Resistencia da associac:ao de hastes. N : Nmero de hastes Rm: Resistencia mtua mdia entre as hastes Kc: Fator de correc:aodas distancias mtuas entre hastes

o desvio padrao do erro de 3,4 % e o valor mdio -0,7 %. Se considerarmos a regiao de 95 % de confianc:a, obteremos um intervalo de -7,4% a 6,0 % de erro, que comparado com as incertezas e variac:6essazonais da resistividade do solo, perfeitamente aceitvel para um projeto de malha de aterramento.

A exatidao desta frmula foi testada com combinac:6es de haste ocupando urna rea retangular de 5 m2 a 3500 m2, relac:ao entre comprimento e largura do retangulo variando de 1 a 5, distancia entre hastes variando de metade do comprimento da haste at 04 hastes por retangulo, comprimento da haste de 3 m a 9 m, altura da primeira camada variando de 1 m a 16 m e fator de reflexao variando de -0,9 a 0,9, gerando um total de 3822 configurac:6es diferentes. As resistencias destas configurac:6es foram calculadas com um programa que utiliza o mtodo dos momentos com potencial mdio, baseado nos trabalhos de Dawalibi, e comparadas com o resultado da frmula. A figura 4.8 mostra um histograma dos erros:
Erro (%)
'\ = 100 (1 _ Rf6rmulu R(.orreto J

4.3 -comportamento

sob impulso

Quando a corrente descarregada pela malha originada por raios, quer por descarga direta quer pela operc:ao dos pra-raios de linha do sistema eltrico, a corrente assume urna forma denominada corrente de impulso, caracterizada por um tempo de subida TI e por um de queda ao meio valor T2. A Fig. 4.9 mostra urna forma de onda tpica de impulso. A amplitude Ip e o tempo de subida TI sao os parametros mais importantes para a resposta da malha, pois a amplitude determina a existencia de disrupc:ao no solo, enquanto que o tempo TI, variando tpicamente entre 1 e 10 J..I.s, muito menor que os 16 ms de um ciclo de corrente da rede de energia de 60 Hz, tomando a indutancia da malha importante.

<46>

< 47>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura

4.9 - onda de impulso tpica

Ri = impedancia de surto. Vp: Tensao de pico medida sobre o eletrodo de aterramento. Ip: Corrente de pico injetada no eletrodo de aterramento. Como o valor do campo eltrico no solo func;aoda densidade superficial de corrente sobre os eletrodos, o primeiro passo definir a rea e o comprimento total de condutores enterrados, criando um parametro adimensional P10:
p?

= 0.4517 + 21"Ln(~ ) [F 4.41]

onde: s: dimensao caracterstica do eletrodo, por exemplo para hastes e cabos o comprimento, para um disco e hemisfrio o raio, etc. A: rea total em contato com o solo; por exemplo, para hastes e cabos: A=21trL. P10pode ser calculado mais exatamente a partir do valor da resistencia do eletrodo calculada no item 4.1, com o ndice O se referindo a situac;ao inicial do eletrodo, sem disrupc;ao:
os Po 1= R iP

Ti

T2

Analisaremos dois casos tpicos, ambos para solo uniforme; para eletrodos pequenos, como as correntes de pico sao elevadas, da ordem de dezenas de leA, haver disrupc;ao do solo, provocando urna diminuic;ao da impedancia de surto; para malhas grandes, haver distribuic;ao da corrente pela malha, minimizando ou evitando a ocorrencia de disrupc;aono solo; neste caso a impedancia de surto ser maior que a resistencia em 60 Hz. Como poder ser observado pelas frmulas citadas, esta rea ainda campo de muita pesquisa experimental, nao havendo ainda um mtodo analtico predominante. Dawalibi apresentou um modelo eletromagntico inovador, porm, devido a sua complexidade e clculos numricos intensivos, nao discutiremos neste texto.

[F 4.42]

o valor de campo eltrico que provoca disrupc;ao no solo foi parametrizado em func;aode p: Eo = 241po.215 [F 4.43] onde: Eo: emkV/m e p emQ.m o parametro adimensional P20 , func;ao de PIO, permitir saber se a corrente ultrapassou o valor necessrio para provocar disrupc;aono solo:
P~ = O, 01314(Pd-3.2446 . [F 4.44]

4.3.1 - Malhas pequenas

Utilizaremos para este caso o mtodo proposto por Chisholm [19J, desenvolvido para anlise de aterramento de torres. A resistencia sob impulso definida como:

la Ri=Vp/Ip onde: <48>

= Eo;P~ (kA)

. [F 4.45]

Se a corrente injetada for menor que o valor de Icr, nao haver disrup~ao, e o valor da impedancia de surto ser igual ao valor de Roj calculado. <49>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Se a corrente exceder o valor de Icr, haver disrup~ao, e o valor de Ri ser dado por:

Utilizaremos o mtodo de Gupta [21] e [22J, no qual a malha representada por parametros de linha de transmissao, desprezando a resistncia prpria do condutor e a capacitancia, assumindo um modelo com L e G apenas. Para clculo do raio equivalente da malha, usa-se o raio de um disco com a mesma rea da malha, ou:

=O,263Eos(

'\ 0.692

E:s2

-O.308 . [F 4.46]

Como exemplo, vamos calcular o valor da corrente crtica de urna haste de 3m x 5 /8", em solo de 100 Ohm.m, e o valor da resistncia de impulso com cinco vezes o valor da corrente crtica: o valor de Rioser: Rio=33,5 Ohms, usando F 4.42 teremos: PIO=1,005 o valor de Ea ser dado por F 4.43:
Ea= 649 kV/m o valor de P20ser dado por F 4.44 P20=0,01289

rm= [f F.4.47
o mtodo define um raio efetivo equivalente da malha dado por:

re = Kpt ;, F 4.48
onde: -p/ impulso aplicado no centro da malha: K = 1,45 - 0,05 . d

c = 0,029
-p/ impulso aplicado no canto da malha:
K

= 0,6 - 0,025

.d

c = 0,08 d: tamanho da sub-malha (mesh) x: razao aspecto = maior lado / menor lado T: tempo de subida da corrente em Ils. a Fig. 4.10 mostra o significado das variveis.
Se rm< re , a impedancia ser:
Z

o valor de Icr ser dado por F 4.45


Icr=O,75 kA

Para 1 = 5 x Icr = 3,76 kA, usando F 4.46 teremos:


Ri

= 20,4

Ohms

= 0,61 . Rio

Logo, podemos dizer que, oeste caso, houve urna redu~ao de 39% no valor da resistncia, devido a ioniza~ao do solo.

(7l-) = Roe+O.333

2.3

[F 4.49]

4.3.2 -Malhas Grandes


Em todos os clculos anteriores nao foi considerada a indutancia dos eletrodos; veremos agora o caso de malhas grandes, onde devido a grande quantidade de material no solo, nao h disrup~ao, e, particularmente para o caso de malhas reticuladas, a indutancia nao mais desprezvel.

Se rm>= re , a impedancia ser:


Z = Roe+0.333 [F 4.50]

Como exemplo, calcularemos a impedancia sob impulso de urna malha de 40 x 50m, com 10 retculas de 4 x 5m, cabo de 50 mm2,profundidade de 0,5m, resistividade de 100 ohm.m, para um impulso de corrente com TI = 21ls

<50>

< 51 >

Parte 1: Teora e Clculos

figura

4.10

. .. .. .. .

. -.:

. .,

.d . :b

. .Y.
.. .. .. .. .. ..

:4 .

.a

~.

x=a/b

Pela frmula do item 4.2 teremos:


Ro= 1,03 .Q

rm=25,2m Pela frmula F 4.48 teremos: re= 17,6 m


como rm>= re enHio usaremos F 4.50: Zi= 1,03 . e 0.333 Zi = 1,03. 1,40 = 1,44 ohms. Portanto, conclui-se que houve um acrscimo de 40 % em relac:aoao valor da resistencia em 60 Hz.

< 52 > L.

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Malhas de Terra para Subesta<;6es

As fun~6es principais de urna malha de terra sao:

a)Conduzir de forma segura para o solo as correntes de curto-circuitos para terra, opera~ao de pra-raios ou qualquer fonte de corrente injetada para a terra.
b)Controlar potenciais de passo e de toque. c)Receber as liga~6es equipotenciais das massas metlicas.

Para que a malha possa desempenhar estas fun~6es com confiabilidade e seguran~a, necessrio que seus componentes sejam dimensionados adequadamente, suportando todas as solicita~6es mecnicas e trmicas que possam ocorrer durante as situa~6es de falha. Adicionalmente, deve apresentar desempenho estvel com o tempo, resistindo a corrosao e outros fatores ambientais. Devemos conhecer a natureza das solicita~6es impostas a malha, e neste captulo estudaremos o dimensionamento trmico e mecnico da malha, bem como aspectos de corrosao.
5.1 Tipos de correntes para aterra

em detalhes o clculo de correntes de curto-circuito. Este clculo razoavelmente complexo, requerendo conhecimento das impedncias de linhas, transformadores e at de geradores.
Faremos aqui algumas considera~6es gerais sobre estas correntes.

o IEEE-80 mostra

As correntes que circulam para aterra sao causadas principalmente por:


a)Curto-circuitos fase / terra em 60Hz.

Estas sao as correntes que imp6em maior solicita~ao trmica, pois a dura~ao de um curto pode variar desde 01 ciclo para um disjuntor rpido at 01 segundo na atua~ao da prote~ao de retaguarda aps falha da prote;ao principal, com intensidade da ordem de alguns kA.

< 53>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnico.\' de Alerramenlos

Ellricos

b)Correntes de descargas atmosfricas atravs do pra-raios de linha ou descarga direta na estrutura da constru<;aoo
Estas correntes podem ter valor bastante elevado, da ordem de at 100 kA, porm com dura<;ao de algumas dezenas de microsegundos. c)Correntes pra-raio de linhao de sobretensoes de chaveamento descarregadas atravs do

figura

501 - Corrcntc de curto circulando somcntc na malha.

------. le
Ponto de curto

Estas corrente tem valor inferior ao das descargas, porm duram mais tempo, tipicamente da ordem de 1000 microsegundos. Analisaremos trmicas sao maiores. entao as correntes de curto-circuito, cujas solicita<;oes le
'"1Trl',n1'1'T~"tlntrn"'II.'

Ie~

Estrutura Aterrada

Malha de terra
I ,,," r.." f," ti., 'tIff'\t11'\tT1'\n~TT

,"",,Sem corrente para terra

5.2 Correntes de curto-circuito fase I terra.

+--

le

o primeiro passo ser calcular o valor da corrente de curto-circuito que passar pela malha.
Deveremos considerar duas situa<;oes distintas:

b.l)Corrente de curto passando pela malha e indo para a terra, causando eleva<;aode potencial da malha.
Neste caso deve ser considerado o efeito de cabos pra-raio solidamente aterrados ou de blindagens de cabos subterraneos, que podem aumentar ou diminuir o valor da corrente que passa pela malha de terra.

a)Correntes de curto-circuito que circulam pela malha sem que haja sada da corrente para aterra. Esta situa<;aoocorre durante um curto na linha de um secundrio com

estrela aterrada de um trafo elevador I rebaixador para urna estrutura de


sustenta<;ao ainda dentro da subesta<;ao,ver Figura 5.1. A corrente entrar na malha no ponto da falha e retornar ao neutro do trafo que est conectado a malha. Em geral, esta ser a maior solicita<;aotrmica para a malha se o trafo for rebaixador e tiver potencia igual a da linha alimentadora.
b)Correntes de curto-circuito que passam pela malha e saem para aterra.

Para projetos industriais de distribui<;aoem tensaD primria, o valor da maior corrente de curto fase-terra informado pela concessionria de energia eltrica local. Em Sao Paulo, a E!etropaulo publica um livro de "Instru<;oes Gerais" [241, onde, embora nao haja especifica<;ao do valor da corrente de curto-circuito, especificado potencia trifsica de interrup<;aodo disjuntor geral de 250 MVA para 13,8 kV e 500 MVA para 23 kV; adicionalmente, a bitola do
cabo

de aterramento de ve ser de, no mnimo, 25 mm2.

Esta situa<;ao ocorre em subesta<;oes de distribui<;ao ou transmissao alimentadas por um trafo com estrela aterrada com o curto ocorrendo na linha alimentadora dentro da subesta<;ao,ou no secundrio do trafo de distribui<;aocom estrela aterrada com o curto ocorrendo na linha de transmissao fora da subesta<;ao, ver Figura 5.2 para o primeiro caso.
< 54>

Para projetos de subesta<;oes de sub-transmissao, a ELETROPAULO publica outro guia para tensaD de 88 I 138 kV [25], onde especifica corrente de curto-circuito fase-terra de 31,4 kA para a subesta<;ao.

< 55>

Parte 1: Teoria

e Clculo,f

Tcnica,f de Aterramento,f Eltrico,f

figura 5.2 - Corrente passando da malha para aterra

Por "homogenea", entende-se aqui que, realizadas as medir;oes pelo mtodo de Wenner (vide captulo 3), encontram-se valores de resistividade onde, entre o mximo e o mnimo valor, nao existe diferenr;a maior que 30%, ou seja:
JlnJx-JI mi. .100::; 30

--+ le

Ponto de curto

Estrutura Aterrada

Neste caso, define-se resistividade mdia como a mdia aritmtica das resistividades medidas. ~le T,afa

~ 5~ L-LJ

+-le

Malha de terra Corrente le retorna para a subestar;ao alimentadora

Quando a condir;ao acima nao for satisfeita, mas p, > pz e, ainda, a profundidade da primeira camada (h,) maior que a profundidade da malha, ou seja, a malha encontra-se enterrada totalmente na primeira camada, pode-se utilizar p, como resistividade mdia pois, neste caso, estamos
superdimensionando a malha; se, ao contrrio, p, < pz, entao o clculo pelo IEEE-80 estar subdimensionado, e precaur;oes maiores deverao ser tomadas.

Observamos que sempre obrigatrio um contato com a concessionria local, pois os valores de corrente variam de um local para outro, havendo ainda possibilidade de expansao do sistema, o que aumentar a corrente de curto-circuito fase-terra.

Os demais limites nao sao preocupantes, visto que o modelo procura ajustar-se as dimensoes prticas de malhas de subestar;oes, ao contrrio da edir;ao IEEE-80 de 1976, a qual exigia a profundidade da malha (h) menor que 0,25 m: profundidade da malha: 0,25 m < h < 2,50 m distancia entre cabos: D> 2,5 m diametro do cabo: d < 0,25 . h nmero de cabos numa direr;ao: n < 26
I r rs hs t h d A D n L Le Lh Corrente de falta que flui para a malha, A resistividade mdia, W.m resistividade do revestimento do solo, W.m . espessura do revestimento do solo, m tempo de atuaC(o da proteC(o, s profundidade da malha de cabos, m dimetro dos condutores, m rea total da malha, m2 espaC(amento entre cabos, m n de condutores numa direC(o comprimento total de condutores, m comprimento total de cabos, m comprimento total de hastes, m

5.3 Clculo de tensoes de toque e passo e da resistencia da malha

Vamos utilizar o mtodo aproximado de clculo apresentado na norma IEEE-80, edir;ao de 1986 (re-impressa em 1991 com mnimas modificar;oes), por ser de fcil execur;ao, aplicvel a modelos computacionais simples e rpidos e, principalmente, por ser um mtodo utilizado universalmente, ao menos como estimativa inicial. Convm lembrar que muitas instalar;oes no Brasil seguiam a edir;ao de 1976 do IEEE-80, j bastante superada; recomendamos revisar o projeto dessas malhas pela edir;ao mais recente da norma.
5.3.1 Limites do mtodo aproximado do IEEE-80

Alm de pequenas aproximar;oes no desenvolvimento do modelo e de suas frmulas, o que nos leva a alguns limites prticos de utilizar;ao, a principal limitar;ao do IEEE-80 refere-se ao uso de urna resistividade homogenea, o que dificilmente encontrado na prtica.

tabela 5.1 - dados necessrios para o clculo da malha


< ,t ">

<57>

Parte 1: Teora e Clculos

Tcnica.f de Aterramentos

Eltricos

5.3.2 Dados necessrios para o clculo

Kh =)1

+h/ho

onde ho = 1 m

A tabela 5.1 mostra os dados necessrios para o clculo da malha pelo IEEE-80: 5.3.3 Roteiro de clculo: Tensoes de toque (Em) e passo (Es) o processo, como descrito no IEEE-80, interativo, ou seja, estima-se um valor inicial para n-e, consequentemente, para DeL - e calcula-se Em e Es; se nao satisfizer, aumenta-se n e recalcula; se satisfizer com bastante folga, diminui n e recalcula para chegar no mnimo valor necessrio e suficiente. o TecAt-II, aproveitando-se da velocidade do computador, calcula todos os valores para n variando de 2 at 11; compara-se, numa tabela e no grfico, as respostas para todos os n com os valores admissveis e obtem-se, instantaneamente, o valor seguro mais econmico.
As tensoes tem as frmulas gerais: Em = p.f.K.Km

Necessitamos, para o clculo de Es, do fator: _1. K s-n.

n-2 --L ...L )] [...L 2.h+ D+h+ D' (1 - os .

[F 5.5]

Precisamos, ainda, dos valores: L L

=Le + Lh para malhas sem hastes ou somente com hastes internas = Le + J.J5 Lh para malhas com hastes no permetro efou nos cantos

VoIta-se, entao, as frmulas F 5.1 e F 5.2 e calcula-se Em e Es, respectivamente. Precisamos, agora, saber quais as tensoes admissveis que um ser humano de tamanho mdio pode suportar sem risco grave. Para um adulto de 70kg, essa tensao, para a situa~ao de passo, ser:
O,157.(IO00+6.CS<hs,k).P.\')

[F 5. 1] [F 5.2]

Es70

[F 5.6]

Es = p.f.K.Ks

e, para urna pessoa com peso de 50 kg, substituir o fator 0.157 por 0.116. Analogamente, a tensao admissvel para toque dada por:

Observar que tanto Em quanto Es sao diretamente proporcionais a resistividade do solo e a rela~ao IIL, a qual indica quantos Ampres fluem em cada metro de condutor, ou seja, a densidade de corrente da malha. O fator Ki, utilizado tanto por Em quanto por Es, dado por:
Ki

Eoo

= O,157.(IOOO+l,5.CS<hs,k).P.') ;

[F 5.7]

= 0.656

+ 0.172 . n

[F 5.3]

O fator Km, utilizado no clculo de Em, calculado por:


Km

onde: ps = resistividade do material da superfcie, .o..m ts = tempo de dura~ao do choque, s Cs = fun~ao de hse k obs: Cs = 1 para solo sem revestimento (brita)
[F 5.4]

= T.1r.[]n ( 16.h.d+
= 1 para

D2

(D+2.h)2

8.D.d

- 4.d

)+7<;'

K]

8 n n.(2.n-1)

onde:
K

Para solos com camada protetora de pedra britada ou outro material, Cs foi determinado experimentalmente e fornecido na forma de um grfico na norma IEEE-80; num estudo mais recente, Thapar[20J sugere urna aproxima~ao analtica com bons resultados para hs variando de Oa 0.3 metros e k de Oa -0,98:

malhas com hastes no permetro efou nos cantos

= (2.~)2In para malhas sem hastes ou apenas com hastes internas


< 58>

e = ill_ l-k ~ nO-k) tan-1 (1dl b "\ -

o, 21 .k2(e-7h- e-30h) [F 58] .


<59>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltrico.f

Ressaltamos que a existencia de urna camada fina de revestimento j suficiente para reduzir bastante o perigo das tensoes de passo e toque, pois funciona como um meio semi-isolante entre os ps e o solo mais condutor. Assim, toma-se importante conhecer o valor correto da resistividade do material (brita, etc.) que est sendo utilizado; embora o valor clssico nos exerccios de aplica9ao seja de 3.000 12.m, encontra-se material com resistividade desde 1.000 at 5.000 12.m,o que pode significar urna grande diferen9a nos clculos.
5.3.4 Roteiro de clculo: Resistencia da malha

5.4 Dimensionamento dos cabos

Urna malha de terra formada, essencialmente, por cabos, hastes e conectores. Para assegurar a confiabilidade da malha durante a vida til da instala9ao, devemos dimensionar adequadamente a bitola e o material dos cabos, conectores e hastes.
Os critrios principais sao:

Como primeira aproxima9ao, podemos come9ar com a resistencia de um disco metlico a profundidade zero, com rea igual a da malha:

PrK R=4.yA
onde: R = resistencia da malha p = resistividade mdia A = rea da malha

[F 5.9]

- capacidade de condu9ao de corrente: os materiais devem suportar as correntes que circularao pela malha sem sofrer danos; - corrosao: os materiais devem ter vida til longa no terreno em questao; - resistencia mecanica: os materiais devem suportar os esfor90s mecanicos provocados pelas correntes e ainda aqueles associados a movimenta9ao de terra durante obras, tal como impacto acidental de ferramentas. Os aspectos de corrosao serao abordados na parte de projetos, de forma que veremos agora a capacidade de transmissao de corrente e a resistencia mecanica.
5.4.1 - Critrio trmico

Mas, como a malha nao slida e sim reticulada, podemos incluir um termo de corre9ao: -P.. rK + P.. R -4.yA L
[F 5.10]

Os dados determinantes para este clculo sao o valor da corrente de curto, o tempo de desligamento da prote9ao e o material do condutor. O IEEE-80 recomenda a seguinte frmula para bitola mnima do condutor:

onde L o comprimento total de cabos enterrados; fcil notar que, para L tendendo a infinito, ou seja, com tantos cabos que a malha "vira" urna placa, voltamos a F 5.9, visto que o termo plL tende a zero.
No entanto, como as mal has estao enterradas e nao na superfcie, devemos incluir a influencia da profundidade da mesma:

tcarpr 104

A =1.

TCAP

ln l+Tm-Ta .Ko+Ta

[mm2]

[F 4.12]

=p[t +

J2~.A

(1 +

I+h~

)]

[F 5.11]

O software TecAt-II, no clculo SUBESTA<;O (vide captulo 15) , utiliza a frmula acima e tambm as frmulas desenvolvidas no captulo 4, levando em conta, dessa forma, a estratifica9ao do solo em duas camadas, ao invs de consider-Io homogeneo.

onde: TCAP = 4.184. c. d 1: corrente de curto [kA] te: tempo de dura9ao do curto (atua9ao da prote9ao) [seg.] T m:temperatura mxima permitida do material [0C] T a: temperatura ambiente [0C] Tr:temperatura de referencia para o material [0C] <Xo: coeficiente trmico da resistividade do material a O C ar: coeficiente trmico da resistividade do material em Tr
< 61 >

<60>

TcncaJ de AterramentOJ EltrcoJ Parte f.oTeora e ClculOJ

pr: resistividade do material em Tr [.tQ.cm] Ko: 1 / ar e: calor especfico [cal/gOC] d: densidade [g/cm3]

Como outro exemplo, para corrente de curto de 5 kA, com tempo de 1 seg e usando solda exotrmica, teremos: A = 3.76.5 = 18.8 mm2. Observamos que este valor se aplica ao cabo de interligac;ao entre a carcac;a do equipamento onde ocorreu o defeito e a malha pois, assim que a corrente chega a malha, haver distribuic;ao da mesma atravs dos cabos em paralelo. Caso nao se conhec;a a divisao da corrente, ou simplesmente se queira total seguranc;a no dimensionamento, utiliza-se o valor calculado para toda a malha. 5.4.2 - Resistencia mecanica Este critrio depende da experiencia do projetista com o local da instalac;ao,tipo de mao-de-obra empregada e condic;oesfuturas de manutenc;ao. comum, por exemplo, encontrar-se cabos cortados por ferramentas manuais, como picaretas. Sugerimos utilizar valores maiores ou iguais ao obtido com o dimensionamento trmico, com urna bitola mnima de 50 mm2 para os cabos enterrados.
5.5 Possveis melhorias no projeto

Esta frmula substitui com vantagens a frmula de Onderdonk, utilizada na edic;aoanterior (1976) do IEEE-80. Exemplo: para o cobre com tempera meio duro, usado em cabos, teremos, para Ta =40C e Tr =20C: ~ = 0.004274
<Xr = 0.00381

pr = 1.7774
Ko = 233.97 TCAP = 4.184. c. d = 3.422

O valorde Tm , mximatemperaturapermitida,dependerdos materiaise


conectores utilizados. O IEEE recomenda:
a) cavilha de b) c) para evitar recozimento do cabo ou no caso de se utilizar conector com bronze, usar T m=250 0c. para conexoes feitas por brazagem convencional, T m= 450C. para conexoes com solda exotrmica (prefervel), Tm = 950C.

A tabela 5.2 mostra o valor de A [mm2/kA] para os tres valores de Tme para t=0.5 s e t= 1s, para cabos de cobre nu.
Tm te

possvel melhorar os resultados dos clculos acima de diversas formas, entre elas: uso de hastes adicionais indicado no caso de solo estratificado no qual P2< PI. principalmente se a haste penetrar na segunda camada mais condutora, onde o efeito pode ser surpreendente; mas, se P2> PI. o efeito pode at ser inverso; evidentemente, o uso de hastes tem mais efeito na periferia da malha, onde se encontra a regiao crtica do projeto. aumento da rea da malha melhora sempre o resultado, independentemente do solo, embora possa estar limitada pelo espac;o disponvel, principalmente em subestac;oes em rea urbana; atentar para o possvel fato de complicac;oesem caso de impulsos - vide captulo 4.

0,5 1

250 4,28 6,06 tabela 5.2

450 3,37 4,77

950 2,66 3,76

Por ~xemplo, se nao quisermos recozimento do condutor, para um valor de corrente de 31.4 kA durante 0.5 seg., solicitado em Eletropaulo[25J, a bitola mnima ser:
A = 4.28.31.4 = 134.4 mm2.

Neste caso devemos utilizar a bitola imediatamente superior, ou seja, 150 mm2.
<62 >

< 63>

Parte 1: Teoria e C[cu[o.f

Outras melhorias sao possveis, porm requerem um estudo maIS aprofundado, com maior conhecimento do projeto da subesta~ao em estudo.
5.3.6 Contornando ou rompendo os limites do mtodo IEEE-80

Como colocado acima, a principal limita~ao do mtodo refere-se a utiliza~ao de urna nica resistividade homogenea (ou mdia) para o solo. Ternos duas abordagens possveis para este problema, urna resolvendo-o e a outra contornando o mesmo. o ideal obter um mtodo numrico para calcular os potenciais em solo estratificado, visto que nao se considera praticvel a possibilidade de obten~ao de equa~oes simplificadas para duas ou mais camadas, visto o nmero de variveis envolvidas. No entanto, esta nao urna tarefa trivial. Estamos trabalhando no desenvolvimento de um mtodo desses, porm nao o ternos pronto para publica~ao. J o contorno bem conhecido: obter urna resistividade aparente, ou seja, qual seria a resistividade de um solo homogeneo equivalente para que urna dada malha num solo estratificado se comporte como se estivesse enterrada neste solo homogeneo. A frmula mais conhecida a de Endrenyi, a qual, embora tendo
recebido vrias crticas, ainda a mais utilizada (na falta de outra melhor)

- para

maiores detalhes, consulte o captulo 3. Observar que esta resistividade aparente nao pode ser utilizada para clculos de potenciais. Para o TecAt-IV, implementamos um mtodo de clculo que utiliza resistividades equivalentes e que fornece bons resultados para resistencia e potenciais, porm o mesmo nao est disponvel no TecAt-II e aplica-se a malhas planas somente (deve-se desprezar as hastes). Outro ponto que, as vezes, pode causar problemas, que o modelo do IEEE nao se aplica a malhas nao retangulares. O clculo da resistencia de urna malha nao retangular nao muito difcil de ser realizado, mas o clculo dos potenciais nao urna tarefa simples.

<64>

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

6 - Medic;aoda resistencia de terra


6.1 - mtodo usual Embora tenham sido propostos outros mtodos, o mais utilizado consiste em medir a resistncia do aterramento em fun~ao da queda de potencial usando um terra auxiliar, criando urna estrutura composta por urna haste de inje~ao de corrente, urna haste de medi~ao de potencial e a resistncia de aterramento que est sendo medida - ver Fig 6.1.
figura 6.1 - esquema de medir;aoda resistencia de terra

l. crava-se urna pequena haste, onde ser injetada urna corrente, a urna distancia suficiente (C); 2. crava-se outra haste, intermediria e alinhada entre o eletrodo e a haste da corrente (P) 3. mede-se a tensao na haste intermediria 4. divide-se a tensao obtida na haste intermediria pela corrente injetada, obtendo-se o valor da resistncia de aterramento Rx. Convm explicar melhor o que seja urna distancia suficiente, visto ser esta a origem de muitas dvidas e erros em medi~6es. Os terrometros (vide abaixo) vm, geralmente, com cabos para os eletrodos de corrente e de tensao, onde o de
<65>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

tensaD metade do de corrente; muitos operadores simplesmente esticam os cabos, cravam as hastes e fazem a leitura, o que totalmente errado! A primeira considera~ao importante diz respeito a distancia que o eletrodo de corrente deve ser cravado. Costuma-se fazer referencia a mxima dimensao do sistema de terra; por exemplo, numa malha de 30 x 40 metros, a maior dimensao ser de 50 metros (a diagonal do retangulo); estima-se urna rela~ao entre esta dimensao e o hernisfrio equivalente do aterramento, para que o eletrodo de corrente esteja afastado o suficiente para nao haver interferencia significativa com o aterramento. A partir de rela~oes consideradas vlidas, obtem-se, de urna tabela, a distancia mnima procurada. Convm notar que esta distancia deve partir do centro geomtrico da malha, o qual nem sempre fcil de se determinar. Se fizermos variar a distancia P desde zero at a distancia onde foi cravado o eletrodo de corrente e medirmos a resistencia em cada ponto, teremos urna curva do tipo mostrado na figura 6.2 (mais a frente). Pode-se observar, para urna distancia suficiente do eletrodo de corrente, um patamar quase plano, que o valor da resistencia procurado. Na prtica, o valor de e deve ser grande, da ordem de 30.r, quando ser formado o patamar. Como difcil encontrar espa~o disponvel para medi~ao, devemos buscar formas mais prticas de medi~ao, mas sem cometer erros durante a medida.
6.1.1 - Solo uniforme

r : raio do hemisfrio equivalente do aterramento e : Distancia da haste de corrente ao centro eltrico da malha. P : Distancia da haste de potencial ao centro eltrico da malha. A resistencia correta de um hemisfrio de raio r : Re = 21lr da podemos escrever: R = 21lr + Z; - C-r- p +"GP ) = Re + Re - f-I - f + f-f fazendo
:c = 1 P P
P

1'\

'\

f = e e .f =p

, teremos, dividindo por Re:

( e~l + * -

e~p

A expressao entre parentesis a diferen~a entre o valor correto e o medido. Para urna medi~ao ideal, este valor deve ser zero, portando resolvendo a equa~ao em rela~ao ap obtemos:

P=

f( %-

1+

J 1 + 4( 1 - .

J [F 6.2]

Tagg [lOJ fez diversos estudos sobre hernisfrios equivalentes,


conc1uindo que o raio do hemisfrio equivalente aproximadamente igual a metade do maior comprimento da malha. Faremos estudos baseados no raio deste hemisfrio equivalente.
N o esquema da Fig 6.1, a resistencia medida R=:f.. 1 onde 1 a corrente injetada e Va tensaD medida.

Podemosobservarque, se e = f 1 entao p ser dado por: p=f(-1+J1+4(1)2 )=f( J5 -1 ) = O,618c[F 6.3]

Portanto, para urna medi~ao correta do valor da resistencia, devemos colocar a haste de potencial a urna distancia do centro da malha igual a 61,8% da distancia da haste de corrente. Para chegarmos a este valor, consideramos que cl, a tabela abaixo mostra o valor de P em percentual de e pra vrios valores de c, bem como o erro - ver tabela 6.1. cometido no valor da resistencia se usarmos P =O,618.C Assim, para usarmos a regra de 61,8 % para P, devemos ter e >10 para que tenhamos erros aceitveis na medi~ao.

o valor de R terico dado por: R

= Z; (r

I I 1'\ - C-r- P + c-p } [F6 .1]

onde: p : resistividade do solo.


< 66>

< 67>

Parte 1: Teoria e Clculos

Tcnicas de Aterramento.r Eltricos

e =C/r 3 5 10 20

P=%C 66,7 64,3 63,0 62,4

Erro em P % 7,9 4,1 1,9 0,9 tabela 6.1

Erro em R % -16,7 -5,01 -1,11 -0,26

A princpio este problema seria resolvido facilmente, pois podemos utilizar a Tabela 6.1, obtendo o valor de P correto para a medida. Contudo, por exemplo para c=5, teremos problema em estimar o valor correto do hemisfrio equivalente e a posiyao do centro eltrico da malha. Para valores pequenos de c, estas sao as maiores fontes de erro. Estudamos dois mtodos, elaborados por Tagg [lOJ e Romano [16J, que
tentam compensar estes erros atravs da mediyao do potencial em trs pontos, O,4.C, 0,6.C e 0,8.C. A partir dos valores R(, Rz e R3, o valor correto calculado atravs da frmula:
Re= RK +R2K2 +R3K3

Para pequenos aterramentos, tal como os utilizados em descidas de pra-raios e terras de CPD's, teremos r menor que 5m, da C dever ser maior que 50m. Este valor ainda possvel de realizar na prtica, nao havendo problemas para mediyao, porm, para grandes malhas com r da ordem de 20 a 50m, teremos problemas em encontrar espayo disponvel. Assim, se usarmos 50 metros para o eletrodo de corrente, devemos usar 30.9 metros para o de tensao. Para malhas grandes, veja item especfico a seguir. 6.1.1.1 - Malhas Grandes Se a distancia do eletrodo de corrente nao for suficiente, teremos, como consequncia, que a curva nao apresentar um patamar definido - vide figura 6.2. figura 6.2 - curvas para diversas distancias do eletrodo de corrente
Resistencia

Os valores dos coeficientes Ksao:


KI Tagg Romano -1,3350 0,1667 Kz 3,0407 0,6809 K3 -0,7057 0,15

tabela 6.2 - coeficientes para mediyao de malhas grandes

Os coeficientes usados por Romano com C=5.r permitiram calcular o valor correto da resistncia de aterramento com erro de -3,3 %, enquanto que os de Tagg calcularam com erro de +6,2 %. c=40 Para valores de C/r maior que 10, os mtodos sao equivalentes. 6.1.2 - Solo no uniforme

c=20

R carreta

..--. .... ....

..

..

..........-

.....

A mediyao da resistncia de aterramento em solo de duas camadas difere da mediyao em solo uniforme devido as reflexoes dos eletrodos na segunda camada. Dawalibi ({17J e [18]) estudou este caso para pequenos e grandes eletrododos de aterramento, concluindo que a posiyao correta da haste de potencial depende do tamanho do eletrodo, da profundidade da primeira camada, da distancia da haste de corrente e do fator de reflexao.

Patamar quase plano

Distancia

Estas dependncias mltiplas dificultam um clculo direto do valor de p, de forma que sugerimos ao leitor interessado no assunto consultar as referncias indicadas.
<68> < 69>

JJarte J: J eorta e Calculos

Tcnicas de Aterramentos Eltricos

A Fig. 6.3 mostra a varia9ao de P em fun9ao do fator de reflexao k e da rela9ao h/D, profundidade da primeira camada I distancia do eletrodo de corrente, para pequenos eletrodos de aterramento.
figura 6.3 - variac;:ao de P para pequenos eletrodos
p("/o)
90 85 80 75 0,95 0,9 0,85 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 k = 00

Exceto no caso de malhas muito grandes, que necessitam de urna fonte mais forte, o instrumento mais utilizado o Terrmetro, que um sistema integrado de fonte de energia e medidor da resistencia de terra.
figura 6.5 - circuito equivalente do terrometro

'L

70 65 60 55

'k. -0,95
10

50 45 0.0001 0.001 0.01

-,I -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 -0,9 -0,95

0.1

100

1000

HID 10000

6.2 -instrumentos figura 6.4 - terrometro 6.3 - necessidade da medi~ao

Conforme comentado anteriormente, o solo, normalmente, nao apresenta condi90es ideais, como homogeneidade, umidade constante, etc.. Assim, por melhor que tenha sido o projeto, convm realizar urna medi9ao de verifica9ao. Posteriormente, recomendado realizar medi90es peridicas para acompanhar o desempenho da malha ao longo do tempo - vide a seguir.
6.4 - Periodicidade das medi~es

< 70 >

Nao h urna exigencia nica. A norma NBR-5419/1993, por exemplo, especifica intervalos de 3 anos no caso geral e de 1 ano nas instala90es mais crticas, entre cada medi9ao, enquanto outras normas especificam outros perodos, o que, no entanto, nao impede que se fa9a medi90es em espa90s menores, para um melhor controle. Os dados devem ser armazenados conforme a tabela 6.3 e visualizados na forma de um grfico combinado X-Y com barras verticais, como o da fig. 6.6, com o valor da resistencia no eixo das ordenadas e o tempo no eixo das abcissas:
< 71>

,....Parte 1: Teorill e C/cu/O.f

1.991 vero inverno 5.3 7.8

1.992 5.5 7.2

1.993 6.8 7.8

1.994 8.4 9.0

tabela 6.3 - Exemplo de tabulaao de valores da resistencia de aterramento

interessante, como exposto acima, realizar medi~6es nas esta~6es de chuva e de seca, altemadamente, o que toma tambm possvel avaHar o comportamento do terreno local a varia~ao de umidade, nao apenas para a manuten~ao do aterramento efetuado, mas tambm para melhor projetar novos aterramentos na mesma rea. Como regra bsica, nao se deve fazer medi~6es com o terreno encharcado; recomenda-se esperar 15 dias (no mnimo uns 10) aps a ltima chuva.

figura 6.6 - Exemplo de grfico de registro das medicroesda resistencia de aterramento

Q 10
----------

:::::

1)

....

i
vcr inv 94

ver
92

Inv

ver Inv 93

oS

Caso o valor ultrapasse o especificado no projeto (neste caso, 10 1'2), convm revisar o projeto da instala~ao.
< 72> 1

Parte 11: Projetos

TClliUlJ de AlerralllClllo,f Ellrico,\'

"
Hastes

7 - Componentes e Materiais

As hastes sao os elementos mais comuns em pequenos sistemas, sendo tambm utilizadas como acessrio nos aterramentos maiores; assim, sua importancia em termos de execucraoe custos bastante grande. Embora um eletrodo vertical possa ser elaborado com qualquer metal que nao sofra corrosao e que tenha resistencia mecanica suficiente para ser cravado no solo, no Brasil utiliza-se quase que exclusivamente as hastes de acrocobreado, com os tubos e barras de acrogalvanizado ocupando um distante segundo lugar. Podem ser usadas tambm as barras de cobre macicroou de acroinoxidvel, porm estas duas nao tiveram aceitacraono Brasil. o cobre tem urna dupla funcrao:no topo da haste, facilita urna ligacraonao galvanica com o cabo de interligacrao;j no solo, atua como protecrao do acro contra corrosao. A recomendacraomundial especifica urna espessura de camada de cobre de, no mnimo, 254 11m;no entanto, tambm sao fabricadas hastes com 12 11mou menos. O mercado at cunhou os termos "alta camada" e "baixa camada", respectivamente. Como, externamente, nao fcil de distinguir urna da outra, as de baixa camada proliferaram bastante. O problema que, j na hora de cravar no solo, um revestimento pequeno facilmente arrancado por qualquer pedra que esteja no caminho; mesmo que o solo fosse isento de pedras, a corrosao incumbe-se de destruir a lamina de cobre depositado. Na hora da entrega da obra, feita a medicraoda resistencia de terra e tudo vai bem; um ou dois veroes depois, a haste j se encontra bastante corroda e a resistencia sobe bastante. Embora a haste de alta camada custe bem mais, em termos relativos, do que a de baixa camada, a diferencrano custo absoluto total da instalacrao bastante pequena, nao havendo qualquer razao, mesmo econmica, para utilizar material inferior, visto que, depois de corrodo, ter de ser substitudo, com custos totais maiores que numa primeira instalacrao bem feita. De qualquer forma, a nova norma NBR-/357//33j obriga a utilizar o revestimento de 254 11m. As hastes cobreadas sao fabricadas nos diametros comerciais de 112",5/8" e 3/4", e em comprimentos de 2.4 e 3.0 metros. Para aterramentos mais profundos, sao fabricadas hastes prolongveis, com roscas na ponta e na parte superior; crava-se urna haste de 3 metros, instala-se urna luva roscada e, nesta, urna nova haste que, ao ser cravada, vai empurrar a primeira; esse procedimento bem mais prtico do que tentar cravar urna haste contnua de 6 ou 9 metros!
< 73>

Parte 1/: ProjetoJ

TcnicaJ de AterramentoJ

EltricoJ

Cabos

Os cabos sao geralmente utilizados para eletrodos horizontais, visto que, para instal-los verticalmente, seria necessrio cavar um po<;oou conduzir o cabo com um tubo ou barra que j seria, por si s, um eletrodo apropriado. No Brasil utiliza-se, quase que exclusivamente, cabos de cobre (nu, obviamente), ainda que o a<;o galvanizado seja um concorrente a altura em termos de rela<;ao custolbenefcio. As fitas de cobre sao pouco utilizadas na prtica, muito embora forne<;amurna baixa impedancia de terra e resistncia semelhante a um cabo de mesma se<;ao(pre<;o).Existe ainda urna parcela do mercado que utiliza o a<;o cobreado, num processo semelhante ao das hastes. Um problema comum em certas regi6es do Brasil o roubo de cabos de cobre nu instalados ao tempo e mesmo os enterrados; nesses locais, torna-se necessrio o uso de a<;ogalvanizado. Quanto a se<;ao,a NBR-5419 (prote<;ao contra descargas atmosfricas) especifica, para cabos de cobre, um mnimo de 50 mm2, enquanto a NBR-541O pede um mnimo de 25 mm2. Alguns procedimentos de indstrias, no entanto, pedem 95 mm2 ou at mais, nao por causa da corrosao, mas por resistncia mecanica, em locais sujeitos a obras futuras, prevendo que o cabo possa ser atingido e rompido por urna enxada ou p mecanica. lsso parece-nos um exagero e, embora os clculos de dimensionamento eltrico determinem dimens6es bem menores, consideramos que 50mm2 um bom valor inicial, podendo-se subir a bitola para 70 mm2 em solos muito corrosivos e documentar corretamente a instala<;aoda malha para ningum cavar onde nao deve.
Conectores

A solda exotrmica realizada atravs da fusao de urna mistura prpria, dentro de um cadinho ou molde de grafite, onde sao colocados tambm os dois ou trs elementos a serem soldados. necessrio um certo cuidado com o molde, que costuma quebrar com facilidade se nao for corretamente utilizado. Deve-se tambm observar as faixas de diametros dos elementos a soldar que determinado tamanho de molde cobre; a nao observancia dessa regra provoca vazamentos e/ou soldas fracaso
figura 7.1 - solda exotrmica

Os conectores aparafusados ou por compressao, ou ainda os split-bolt, cumprem razoavelmente a tarefa de prover a liga<;ao eltrica com pressao e superfcie suficientes, ao menos quando se encontram em local de fcil acesso para verifica<;aodo contato. Sob o solo, entretanto, facilmente se instala um processo corrosivo na interface entre as pe<;as,visto que a umidade pode penetrar livremente e, como o conector est enterrado, fica impraticvel urna inspe<;ao peridica do mesmo. Assim, as normas probem o uso de conectores enterrados, exigindo, nesses casos, a utiliza<;aode solda exotrmica (veja abaixo).

Solda Exotrmica

< 74>

< 75>

Parte

11: Projetlls

Tl'llil'a,f de Aterramelltlls

EltriclI,f

Po~o de inspe~ao

Cap. 8 - Tratamentodo solo


Algumas aplica~es exijem valores baixos de resistencia de aterramento, da ordem de alguns Ohms, mesmo com urna pequena rea disponvel para a coloca~ao dos eletrodos. Se o solo apresenta resistividade elevada, os eletrodos convencionais nao permitem alcan~ar o valor da resistencia especificado, ou o fazem a um custo muito elevado. Nestas condi~es, urna solu~ao econmica o tratamento do solo, que consiste na utilizac;ao de meios qumicos para reduzir o valor da resistencia de aterramento. o princpio de funcionamento consiste, essencialmente, na reduc;ao da resistividade do solo na regiao ao redor do eletrodo de terra, atravs da adi~ao de um material adequado, e, como a resistividade do solo original elevada, o resultado final corresponde a um "aumento" virtual do dimetro do eIetrodo original, reduzindo-se, consequentemente, o valor da resistencia de aterramento. Os critrios principais para projeto do tratamento sao: durabilidade, corrosao e eficiencia.

Serve para tornar acessvel (e localizvel) um sistema de aterramento, seja para medi~es ou inspe~ao peridica. Se for um modelo hermtico, pode ser tambm utilizado para proteger urna liga~ao por conectar, evitando a corrosao deste. Atualmente sao fabricados modelos em plstico e concreto, embora, na prtica, tambm sejam utilizados po~os de inspec;ao improvisados com tubos de PVC branco (tipo esgoto) de 150 ou 200 mm de diiimetro, o que urna solU/:ao rpida e barata, porm de baixa qualidade e durabilidade. Po~o de aterra mento No caso de pequenas reas e/ou alta resistividade do solo, pode-se conseguir melhorar o aterramento (vide Parte 1) atravs de urna haste profunda, eventualmente com a adic;aode um tratamento do solo.
As op~es sao: haste embutida em concreto haste envolvida em po~o de gel ou bentonita haste tubular perfurada, com gel interno Caso a resistividade da segunda camada seja superior 11. da primeira, o poc;o "vira" urna valeta, ou seja, o eletrodo deve ser instalado na horizontal, porm as op~es e os materiais utilizados sao os mesmos.

Durabilidade

O tratamento nao pode ser feito com sais solveis, tal como sal de cozinha, pois a chuva, com o tempo, lavar o sal do solo, tornando o tratamento inoperante. Os materiais utilizados sao misturas tipo gel, com capacidade de reter a gua em seu interior sem permitir a retirada dos materiais salinos; exemplos destes materiais sao os preparados vendidos especialmente para este fim no comrcio, ou materiais naturais como a bentonita, que urna argila que, em contato com a gua, aumenta muito de volume (absorvendo a gua) e cria urna estrutura tipo gel.

Corrosao

O tratamento nao pode ser ser agressivo para os materiais dos eletrodos de terra, pois isto provocar a destruic;ao dos eletrodos com o tempo; este fator deve ser investigado cuidadosamente nos preparados comerciais. A bentonita nao corri os materiais normalmente empregados em aterramento.

Eficiencia
< 77 >

< 76 >

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura

8.1

Se definirmos a rela~ao entre a resistencia do eletrodo depois do tratamento em rela~ao ao valor inicial como medida da eficiencia, teremos que, quanto menor esta rela~ao, melhor ser a eficcia do tratamento. importante que a medi~ao do valor da resistencia seja feita algumas semanas aps o tratamento, pois os mtodos de prepara~ao sempre envolvem uso de gua, de forma que qualquer medi~ao feita logo aps o tratamento apresentar valores artificialmente menores que o valor em regime normal, devido a presen~a da gua. Para ilustra~ao, examinaremos o tratamento de urna haste de aterramento de 3 m de comprimento e 3/4 " (19 mm) de diametro, tratada com bentonita formando um cilindro de k vezes o diametro da haste, por toda a extensao da haste. Utilizaremos as frmulas desenvolvidas para aplica~oes com concreto por Fagan e Lee [37J, aplicveis tambm a outros materiais.
L

(a)

(b)~

~
Pe

(D) _.-------------

o conceito bsico que a resistencia de um eletrodo imerso em um material com resistividade p, que por sua vez est inserido em outro meio com resistividade pe , equivalente a soma da resistencia do eletrodo no meio Pi mais a resistencia de um eletrodo com dimensoes do meio p imerso no meio pe.. Exemplificando para dois casos tpicos de tratamento mostrados na Figura 8.1, a e b, teremos:

A Tabela 8.1 mostra os valores obtidos para o tratamento de urna haste de 5/8" e 3m de comprimento, usando bentonita, admitindo urna resistividade mdia para a bentonita de 20 .Q.m, k a rela~ao D/d, E a eficiencia do tratamento em porcentagem, definida em fun~ao da resistencia inicial Ri e da resistencia final Rf como:
E (%)= 100 1-

Tratamento cilndrico ao longo do comprimento da haste.

%)
k 5 20,4 24,4 25,0 25,2 10 29,1 35,0 35,7 36,1 Tabela 8.1 20 37,9 45,5 46,4 46,9 40 46,7 56,0 57,2 57,8

Sendo deL o diametro e comprimento da haste, D e p o diametro e resistividade do material do tratamento, e pe a resistividade do solo, teremos que a resistencia da haste de acordo com a frmula do tem 1.2.5ser: Rh

= 2nL[Ln (D )-

p,

8L

1 + 2nL Ln d

[ ( )- 1]- 2nL[Ln (D )- 1]ou


eficiencia.

8L

8L

pe (Q.m) 100 500 1.000 2.000

Rh

= ~LLn( ~ ) + ~L[Ln(

~ ) - 1 ] [F 8.1]

o grficoda figura 8.2 permite visualizar melhor o comportamento da

< 78 >

< 79 >

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura 8.2
E(%) 60.0

Usando a mesma abordagem para o caso do tratamento cilndrico, a resistencia do trecho da haste dentro do tratamento ser:

50.0

40.0

/~~j
f~" x
I

/
100

Rh'1 = 2nro p. +

p 2nr.

p 2nro

p = 2nr.

2nro pe

'\ Pi

A resistencia do trecho da haste (L-ro) fora do tratamento ser:

Rhe

= 2n(L-ro) p. I Ln 8(L-ro) '\ I ( d J

~.o+~~
20.0

A resistencia mtua entre o hemisfrio e o trecho externo da haste, considerando urna densidade de corrente do hemisfrio Jh = 2;r2 ser:
-xpe ---- 500 -+-2000

Rm

= 2n(~~ro)Ln(

;;, J

10.0

A resistencia final da haste com o tratamento hemisfrico ser, entao:


I 5 I 10 I 20 i k 40

0.0

Rhif - Rhe+Rhi-2Rm

Rhe.Rhi-Rm2

[F 8.2]

A tabela 8.2 mostra a eficiencia do tratamento para vrios valores de resistividade do solo e dimetros do hemisfrio:
Tratamento com um hemisfrio ao redor da cabe~a da haste

Devido as diferentes geometrias envolvidas, consideraremos a parte da haste no interior da coroa como um hemisfrio equivalente, permitindo o clculo da resistencia do trecho da haste dentro do tratamento. Deveremos considerar, adicionalmente, a resistencia mtua entre o hemisfrio com o tratamento e o trecho da haste fora do tratamento. A resistencia de um hemisfrio de raio r na superfcie de um solo de resistividade r dada por:
R

D
pe (n.m)
100 500 1000 2000 13 1,20 2,73 2,99 3,13 Tabela 8.2

(cm)

25 5,52 10,36 11,23 11,70

50 15,82 26,89 28,82 29,86

= 2nr

fI

o grfico da figura 8.3 permite visualizar melhor o comportamento da eficiencia.

ser:

o raio do hemisfrio equivalente ao trecho de haste de comprimento ro


ro re

= Lnrx~o J-l

< 80>

< 81>

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

E(%) 40.00 35.00 30.00 25.00

entanto, O clculo da melhora obtida nao tao simples, e as indica<;:oes dos fabricantes de aditivos sao desenvolvidas na base de tentativa e erro.

.
-x100 pe -+-500 -O- 2000

Folclore e realidade do tratamento do solo

Como visto acima e experimentado na prtica, o tratamento do solo s "funciona", ou seja, somente produz resultados satisfatrios, quando o terreno bastante mimoNao adianta tratar um terreno de baixa resistividade. Nao existem milagres. comum conseguir melhorias da ordem de 5 a 40% - por exemplo, a resistencia era de 80 Q e reduziu para 50 Q - e esse limite pode ser explicado: como a condu<;:ao de corrente pela terra d-se por ioniza<;:ao, nao adianta esperar que urna regiao bem tratada de alguns metros de diametro e pouca profundidade seja equivalente a um solo naturalmente bom, com centenas de metros cbicos facilmente ionizveis em torno do eletrodo. Nao razovel esperar que, consideradas exatamente as mesmas condi<;:oes, urna haste tratada de um determinado fabricante equivalha a 10 ou 20 hastes de mesmas dimensoes de um outro fabricante.

20.00 15.00 10.00

5.00~~X x 0.00 13

D(c:m)

25

50

Existem, sim, varia<;:oes entre tratamentosde fabricantesdiferentes,mas estas se devem muito mais a durabilidadee corrosao do que a eficiencia do tratamento.
Comparandos os valores das tabelas 8.1 e 8.2, podemos constatar que a eficiencia do tratamento cilndrico melhor. Se considerarmos aspectos prticos de campo, o tratamento tipo hemisfrio o mais utilizado devido a facilidade de
escava<;:ao.

Reiteramos ainda a necessidade de medi<;:aoda resistencia da malha tratada ser efetuada com o solo SECO! Para isso, espera-se, comumente, de 10 a 15 dias sem chuva, dependendo da natureza do solo (solos arenosos secam mais rpido).

Ressaltamos que os valores de eficiencia obtidos em campo serao melhores que as estimativas apresentadas, pois no solo real h infiltra<;:aodo tratamento aumentando o diametro e o comprimento efetivo dos eletrodos.

valetas para cabos horizontais e coroa circular ao redor da haste

Sao outros tratamentos possveis; para um cabo horizontal, utiliza-se cavar urna valeta mais larga do que a que seria executada normalmente na instala<;:aodo cabo, e adiciona-se a bentonita ou gel no espa<;:oliberado, tomando-se o cuidado de instalar o cabo sobre uns cal<;:os, deixando-o portanto acima do fundo da valeta e totalmente imerso no solo "bom". A coroa circular ao redor da haste um mtodo bastante utilizado e corresponde aproximadamente ao caso do hemisfrio analisado anteriormente; no
<82 > < 83>

-Parte /1: Projetos

Tcnicas de Aterramentos Eltricos

9 - Concreto:eletrodos embutidos e uso da armadurade reforgocomo eletrodo de aterramento


o concreto, sendo alcalino e
absorver
/

Ainda para o caso da funda9ao com sapatas, recomendvel e, em alguns casos obrigatrio, realizar urna interliga9ao das mesmas, seja atravs de urna viga tipo baldrame nao estrutural, um cabo enterrado ou mesmo atravs da ferragem de urna laje prxima.
9.3 - capacidade segura de condu~o de corrente eltrica

higroscpico,quando enterrado, tende a

umidade e apresentar urna resistividade bem baixa, na faixa de 30 a 100

n.m, melhor do que a maioria dos terrenos normalmente encontrados. 9.1 - eletrodos embutidos .em concreto

Ao conduzir urna carga impulsiva, como um raio, a ferragem do concreto pouco se aquece Leite[27J. Isto deve-se ao pequeno tempo de aplica9ao da carga que, embora de at dezenas de kA, fornece pouca energia ao eletrodo, pois
dissipa-se rapidamente.

Logo, se embutirmos um eletrodo de terra em concreto, de se esperar urna melhoria do seu desempenho, sendo o equivalente a um "tratamento" do solo em volta desse eletrodo, ou seja, todo o volume de concreto em torno do eletrodo contribui para a melhoria da resistencia - veja captulo 8.
9.2 - uso da armadura do concreto como eletrodo de terra

Problemas podem ocorrer, no entanto, quando o aterramento destina-se a um sistema eltrico, onde a corrente permanece at que o mecanismo de prote9ao consiga atuar. Foram realizadas medi90es por Fagan e Lee [37J (tambm IEEE 142 [26]) e concluiu-seque, dependendoda bitola do ferro da armadurae do nmero de ciclos at a atua9ao da prote9ao, podemos ter as seguintes correntes sendo aplicadas com seguran9a na ferragem:
diametro da barra em polegadas 1/2 5/8 3/4 1 1 3/8 corrente admissvel em Ampres por metro linear 5 ciclos 1 segundo 367 443 515 656 885 105 128 151 190 256

Dadas as observa90es acima, o passo seguinte foi utilizar a prpria ferragem da funda9ao do edifcio como eletrodo de aterramento. Pode-se citar algumas vantagens, tais como: . grtis (j est l, por motivos estruturais) . nao aparente . estvel e nao requermanuten9ao (exceto,talvez, na conexaoexterna, se nao forem tomados os cuidados bsicos) Existem alguns tipos bsicos de funda90es: utilizando urna viga horizontal

(viga baldrame) ou com urna sapata sob cada coluna; dependendo do solo, a
sapata pode ser apenas um bloco ou um bloco sobre um tubulao ou urna estaca; de qualquer forma, se a ferragem estiver interligada, ou seja, se a amarra9ao ou soldagem dos ferros garantir a continuidade eltrica ao longo da mesma, o aterramentopodesercalculado,supondo-se: . para urna viga baldrame, como se fosse um eletrodo (cabo) horizontal . para urna sapata, tubulao ou estaca, como um eletrodo vertical (haste) Deve-se desprezar a redundancia de eletrodos: por exemplo, se urna
sapata tiver quatro ferros de 3/4", podemos considerar como tendo apenas um, visto que a proximidade entre os mesmos anula o efeito da quantidade, pos os hemisfrios de atua9ao serao praticamente um s.
< 84 >

tabela 9.1 - capacidade de condu9ao de corrente


das barras de refor90 do concreto ("rebars") ([26, 37])

Nao recomendada a utiliza9ao da ferragem no caso de dissipa9ao de

correntes contnuas, devido a corrosao que pode ser iniciada - como urna
prote9ao catdica agindo ao contrrio!

< 85>

""'r"

Parte Il: Projetos

Tcnicas de Aterramenlo,f

Eltrico.f

10 - Considera90es construtivas

resistividade do solo

introdu~ao

A seguir, iremos verificar as variveis mais comuns num projeto de aterramento. Note-se que todos os itens sao interdependentes, de modo que, ao avaliar um deles, devemos necessariamente manter os demais constantes. A decisao final para um projeto particular ser feita com base no balanceamento dessa variveis, sendo impossvel definir urna frmula geral.
I

Quando ternos urna segunda camada com resistividade mais baixa - caso tpico quando da existencia de um len~ol fretico, a vantagem est na utiliza~ao de hastes mais profundas; ao contrrio, quando ternos urna camada de solo bom sobre rocha, ser preferencial utilizar urna malha horizontal. o caso mais crtico aqui o de antenas de telecomunica~ao ou torres de linhas de transmissao instaladas no alto de montanhas rochosas, as vezes engastadas mesmo na rocha. Nao possvel cravar hastes, e descer com um cabo pela encosta do morro aumenta consideravelmente a impedancia do sistema. Nesses casos, o melhor a fazer proceder a urna equaliza~ao fina de todo o sistema e cavar valas horizontais para instalar eletrodos horizontais de baixa impedancia, preenchendo depois essas valas com concreto. Quando ternos um solo "cravvel", porm de pssima (elevada) resistividade, vimos frequentemente um erro clssico: cravar dezenas de hastes na tentativa de baixar a resistencia, o que, alm de nao ocorrer - vide teoria - acaba tambm aumentando a impedancia. A melhor sada , ainda, o tratamento do sol9, com gel ou mesmo concreto.
custo e prazo da obra

dimensoes do terreno

comum depararmo-nos com problemas razoveis em rela~ao a disponibilidade de terreno para efetuar um aterramento satisfatrio. Um prdio comercial sem recuos e sem subsolo, com funda~ao pouco profunda em solo arenoso pode parecer um caso crtico, mas nao difcil encontrar essa situa~ao em cidades litoraneas. Mesmo num local com bom terreno, podemos ter a adi~ao nao prevista na constru~ao - de urna emissora de rdio com antena e transmissores sobre um prdio comercial ou mesmo residencial, ou ainda um novo CPD, etc. Urna primeira solu~ao, para prdios preferencialmente em fase de projeto ou incio de constru~ao, a utiliza~ao da ferragem da armadura do concreto, conforme discutido no captulo 9, e com conectores apropriados, procedimento tambm possvel em prdios prontos, desde que se possa medir e/ou garantir a continuidade da armadura. Quando existe urna laje no piso mais baixo trreo ou subsolo - basta interligar a ferragem da mesma e teremos a melhor malha horizontal possvel. Quanto a eletrodos verticais, alm dos naturais porventura existentes nas funda~6es, ternos ainda a possibilidade de haver um estaqueamento com perfis de a~o que podem ser acessados e interligados (tomar cuidado apenas com a forma~ao de pilhas galvanicas nas conex6es). Finalmente, restam as hastes, que podem contribuir bastante caso tenhamos urna segunda camada de resistividade mais baixa. Estas podem ser instaladas preferencialmente espa~adas urnas das outras, conforme visto nas teoria mas, num caso crtico de espa~o, possvel ter um nmero mnimo de hastes se as mesmas forem profundas (6 m ou mais) e instaladas num po~o de solo tratado com gel ou bentonita ou ainda concreto.

o menor custo , obviamente, conseguido quando se utiliza os


componentes naturais da estrutura - ferragens das armaduras, tubula~ao subterranea de incendio, etc. A seguir, ternos as hastes verticais, embora a vantagem destas sobre as malhas horizontais nao seja muito grande, exceto em caso de segunda camada de menor resistividade, quando consideramos o custo' extra dos po~os de inspe~ao, quando a conexao feita tambm com solda exotrmica (sempre prefervel aos conectores) e quando se utilizam hastes com a espessura mnima de cobre recomendada, que de 254 mm, chamadas convencionalmente de "alta camada" - vide captulo 7. Costuma-se, tambm, subestimar o custo do prprio cabo que interliga as hastes, bem com da escava~ao da valeta para instalar o mesmo. Sugerimos, portanto, efetuar sempre urna compara~ao dos custos, alm, claro, da utiliza~ao maci~a dos eletrodos naturais da funda~ao. Analogamente, os pontos aqui ressaltados para o custo atingem tambm o
prazo de instala~ao da obra

crava~ao", mais a frente.

- vide

tambm o item "facilidade de escava~ao e

< 86 >

<87>

Parte ll: ProjetoJ

Tcnicas de AterramentOJ EltricoJ

Custo e prazo podem e devem ser bem calculados, seja com urna planilha de clculos (tipo Excel ou Lotus), ou com o software TecAt-IV. manuten~o e expanso Um sistema de aterramento bem dimensionado deve atender as necessidades por muitos anos sem necessitar de manuten~ao ou expansao alm dos cuidados normais. No entanto, comum mudarem as necessidades do sistema, com amplia~ao da carga instalada ou novos equipamentos mais exigentes. relativamente mais fcil encontrar-se urna haste do que um cabo horizontal, visto que, normalmente, existe um po~o de inspe~ao instalado justamente para essa finalidade, enquanto os cabos sao comumente mal sinalizados. Se a necessidade de baixar um pouco a resistencia, podemos, numa malha horizontal, instalar urnas hastes na periferia e, analogamente, numa forma~ao de hastes, instalar alguns cabos horizontais em posi~ao radial, expandindo a rea do sistema. Entretanto, se um limite prtico j houver sido alcan~ado devido as outras variveis do sistema (rea do terreno, etc.), resta o tratamento do solo ou de parte dele, digamos, alguns po~os tratados contendo hastes profundas, espalhados pela periferia da malha.
corroso do a~o e cobre dentro do concreto

Atravs do histrico de medi~oes da resistencia de aterramento (vide captulo 6), podemos ter urna boa idia sobre o estado atual das hastes - se a resistencia come~ar a aumentar muito nas mesmas condi~oes de umidade do solo, possvel que as hastes estejam corrodas e necessitando substitui~ao.

corroso: conectores parafusados x solda exotrmica

Conexoes enterradas devem, obrigatoriamente, ser realizadas com solda, visto que nao se pode prever ou verificar a durabilidade de um conector parafusado sob aterra. Urna solu~ao tambm utilizada a instala~ao de conectores dentro de caixas de inspe~ao, vedadas e bem sinalizadas, para possibilitar inspe~ao e verifica~ao, bem como efetuar medi~oes de resistencia de terra com o eletrodo desconectado do restante do sistema.
facilidade de escava~o e crava~o

Em condi~oes normais, o a~o nao enferruja quando embutido no concreto. Dessa forma, nao necessria a utiliza~ao de galvaniza~ao ou de verifica~oes peridicas especiais. Dentro do concreto, o cobre possui urna eletronegatividade bastante semelhante a do a~o, o que elimina, na prtica, a ocorrencia de corrosao por pilha galvanica.

Dependendo do local da instala~ao, possvel que haja urna pequena camada de terra - 1 a 1.5 metros - sobre rocha; neste caso, nao somente impossvel cravar urna haste, como seria tambm intil, visto que a rocha pode ter urna resistividade at 30 vezes maior que a terra e se aproximar muito dela s vai piorar o desempenho do sistema. O melhor utilizar contrapesos (para malhas menores, tipo torre) ou malha retangular horizontal, sem adi~ao de hastes. Se o solo rochoso estiver j na superfcie, deve ser elaborado um estudo mais aprofundado, mas o mais provvel que seja mais barato e eficiente cavar valetas para eletrodos horizontais, devidamente preenchidas com material de melhor resistividade. Quanto aos cabos instalados em valetas horizontais, o problema mais comum refere-se a mao-de-obra necessria para escavar nao somente a terra, mas, principalmente, algum cal~amento existente, como urna laje de concreto ou urna rua asfaltada. O custo e o prazo de execu~ao devem ser balanceados com a performance desejada para o sistema; em alguns casos, urna boa sada cravar hastes espa~adas e interlig-las por um cabo nao enterrado, ou seja, o cabo faz somente a liga~ao eltrica entre as hastes, nao contribuindo efetivamente para o aterramento.

corroso de haste de a~o revestida com cobre

Novamente, deve ser avaliado o processo de fabrica~ao da pe~a. Embora o comportamento eltrico da haste nova seja semelhante (para a espessura de revestimento recomendada, de 254 flm), a haste revestida com cobre por processo eletroltico tem melhor resistencia a corrosao que a haste de a~o encapado com cobre. No Brasil, somente se fabricam hastes revestidas pelo processo eletroltico

- vide

NBR-13571

[33].

< 88>

< R9>

Parte

11: ProjetoJ

TcnicaJ de Aterramentos

EltricoJ

11 - Valorda resistencia de aterramento necessria para cada caso


11.1 - instala~es eltricas de baixa tenso Segundo a NBR-541O / 1990 (antiga NB-3), deve-se conseguir urna resistencia de terra da ordem de IOn, visto que o sistema de aterrarnento o mesmo do pra-raios (vide mais abaixo). A exigencia pode ser de valores ainda mais baixos, em fun~ao do tipo de topologia empregada - TI, TN, IT, etc. Veja, no captulo 2, urna discussao detalhada a respeito.
11.2 - computadores

Mais importante at que a resistencia, urna perfeita equipotencializa~ao de todos os aterramentos do local, para evitar diferen~as de potencial. Todos os sistemas de aterramento devem estar interligados. Caso apare~am rodos indesejados no sistema do computador, a conexao com os outros sistemas deve ser realizada atravs de um acoplador especfico, como o fabricado pela Joslyn (USA). Em vista disso, sugerimos um valor bsico de 5 a IOn, ponderado frente as outras variveis observadas acima. devidarnente

11.3- telecomunica~es
As recomenda~oes do itern referente aos computadores aplicarn-se igualmente as instala~oes de telecomunica~oes, porm duas observa~oes adicionais devern ser feitas. A primeira de que, embora nao exista urna norma oficial, h urna tradi~ao prtica, inclusive por parte da Telebrs e das estatais subsidirias, de exigir 5 n de resistencia de aterramento. Embora o valor em si nao seja nenhum absurdo, j encontramos verdadeiros absurdos na tentativa de alcan~-lo, como malhas com centenas de metros de cabo e mais de 100 hastes, tudo concentrado numa rea relativamente pequena, corn valor final da ordem de decepcionantes 15 n... Como visto antes, nao adianta concentrar muitos eletrodos numa pequena rea, alm de ser prejudicial - melhor 20 n com baixa impedanciado que 15 com alta impedancia (e alto custo!). Atualmente, a Telebrs j revisou o valor exigido para um nvel coerente, mas muitas empresas e projetistas ainda nao se informaram a respeito e continuam utilizando as velhas prticas. A segunda observa~ao refere-se a um aspecto mais da natureza que da vontade humana: geralmente, procura-se, por motivos bvios, um local alto para a instala~ao de urna torre; infelizmente, muitos desses lugares altos localizarn-se sobre rochas, as vezes com urna pequena camada superficial de terra. impraticvel cravar hastes nesses locais e, como visto no caso de camada inferior com resistividade maior, prejudica mais do que ajuda. Outra "solu~ao" nao recomendada, embora encontrada com certa frequencia, de estender um cabo morro abaixo at encontrar um terreno "bom" para o aterramento. Nao h urna solu~ao mgica ou nica, mas a melhor recomenda~ao de otirnizar a equipotencializa~ao do local, com malha de eletrodos horizontais de baixa indutancia (fita de cobre, por exemplo), se possvel instalados em valetas preenchidas com concreto.
< 91>

Embora nao existam normas a respeito, ou talvez at por isso, h muita confusao quanto a um valor para a resistencia de terra de computadores e outros sistemas semelhantes, como PLC (Programmable Logic Controller), SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuido), etc. Alguns fabricantes, menos esclarecidos, chegam a "parania" de exigir 1 ou 2 n, negando-se mesmo a manter a garantia do produto caso nao se chegue a esse valor, embora muitos j tenham abandonado a prtica absurda de exigir aterramentos "isolados". o que ocorre muito, alm da ignorancia, a m f de alguns fabricantes ou representantes de condicionar a garantia a um valor impraticvel (e desnecessrio) de resistencia de aterramento; supondo que aterramentos sejam urna ciencia oculta, esperam que o cliente nao questione essa exigencia e assim tomam a garantia praticamente inexistente. Geralmente, um computador est ligado a um sistema eltrico; logo, como visto no item anterior, j deve ter sido conseguido um valor da ordem de IOn, o que deve ser satisfatrio na maioria dos casos. o perigo da PaBaRAt (Parania da Baixa Resistencia de Aterramento) de, alm do alto custo, se chegar num sistema de aterramento o qual, de tantos eletrodos utilizados, acabe-se obtendo urna alta impedancia de aterramento, a qual pode ser muito mais prejudicial para os EES (Equipamentos Eletrnicos Sensveis) que urna resistencia um pouco maior - vide Emerald Book [28J e
Leite[29

J.

<90,:>

Tcnica.v Parte 11: Proje/o.f

de Aterramelllo.v

Eltrico.v

11.4 - mdia e alta tensao

12 - Desenhos e fichasde especifica<;ao de

materiais
A seguir, apresentamos desenhos esquemticos dos conjuntos e pe<:as mais comuns em projetos de aterramentos eltricos, juntamente com sugestoes de especifica<:ao para compra. Todos os desenhos estao contidos no disquete em formato .PCX (reconhecido por qualquer software de desenho/pintura ou por bons processadores de texto), e sao instalados pelo programa INSTAL no disco rgido, no diretrio \TECA1\PECAS; da mesma forma, as fichas de especifica<:ao encontram-se no mesmo diretrio, no formato .WRI (do Windows Write). Para maiores detalhes sobre a instala<:ao, consulte o captulo 15.
ndice dos desenhos:

Segundo os manuais da Eletropaulo [24J, deve-se conseguir urna resistencia de terra da ordem de 2 Q para cabines primrias de 13,8 / 23 kV. Quando isso nao for possvel, o que frequente, deve-se procurar a concessionria para examinar o caso; o valor real vai depender da localiza<:ao da malha em rela<:ao a subesta<:ao geradora da concessionria e da arquitetura da linha ate a
instala<:ao.

J para torres de transmissao e distribui<:ao, a resistencia deve ser baixa o suficiente para evitar o back flashover - vide Chisholm [19J, que urna descarga de retorno da torre para a fase, quando o potencial se eleva muito por causa da dificuldade de escoamento da corrente pelo solo devido a alta resistencia.
raios e outras cargas impulsivas

Segundo a NBR-5419 / 1993, deve-se obter urna resistencia de aterramento de 10 Q. Nao se quer dizer, com isso, que um sistema com 15 Q vai causar um acidente de grandes propor<:oes, mas que 10 Q um bom valor, nao muito difcil de ser atingido num solo comum se forem observadas outras exigencias da norma, como o aterramento atravs de um anel de cabo nu, enterrado em tomo do edifcio.

Pe~as:
TecAt - P TecAt - P TecAt - P TecAt - P TecAt - P TecAt - P TecAt - P 01
02

03 04 05
06

haste de a<:o cobreado ou tubo de a<:o galvanizado cabo de cobre nu ou de a<:o galvanizado terminal para cabo (pressao e aparafusado) conector U barra chata de cobre, a<:o e a<:o galvanizado barra circular de cobre, a<:o e a<:o galvanizado caixa de inspe<:ao po<:o de inspe<:ao haste prolongvel e luva roscada conector para haste conector split-bolt solda exotrmica (em T, topo e X) tratamento do solo: valeta

07

TecAt - P - 08

TecAt - P - 09 TecAt - P - 10
TecAt - P - 11 TecAt - P - 12 TecAt - P - 13

TecAt - P - 14 tratamento do solo: po<:o de aterramento


Conjuntos:

TecAt - C - 01 emenda de armadura do concreto TecAt - C - 02 haste com conector TecAt - C - 03 haste com solda exotrmica
TecAt - C - 04 anel retangular com ou sem hastes TecAt - C - 05 malha retangular TecAt - C - 06 cabos radiais

< Q2 >

< 93>

Parte II: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Fichas de materiais e conjuntos: haste de a~o cobreado ou tubo de a~o galvanizado cabo de cobre nu ou de a~o galvanizado terminal para cabo (pressao e aparafusado) conector U barra chata de cobre, a~o e a~o galvanizado barra circular de cobre, a~o e a~o galvanizado caixa de inspe~ao po~o de inspe~ao haste pralongvel e luva rascada conector para haste conector split-bolt solda exotrmica (em T, topo e X) tratamento do solo: valeta tratamento do solo: po~o de aterramento emenda de armadura do concreto haste com conector haste com solda exotrmica anel retangular com ou sem hastes malha retangular cabos radiais A qualidade de um desenho "rasterizado" tipo .PCX, distribuido com este livro, suficiente para um croquis do memorial de clculo (vide a seguir); no entanto, se for exigido um prajeto executivo, recomendamos utilizar o formato vetorizado (p/ CAD ou software de ilustra~ao), os quais podem ser escalados (aumentados ou diminudos) sem perda da qualidade. Os desenhos .PCX foram realizados na dimensao aproximada impressa no livro. O disquete anexo inclui os desenhos .PCX; se houverem atualiza~6es, voce poder fazer o "download" da rea de suporte da OMOL - vide Apendice A; se, por outro lado, voce fizer alguns desenhos que queira disponibilizar para os outros leitores, poder igualmente fazer o "upload" dos mesmos para a OMOL.

tigura

12.1 - Hast,

r -

--

Corte

A - A:

a) zincada ou cobreada:

250

,/lID

At-

-tA
L

r::;f
b)tubo zincado:

"1

n
< 95>

O
W
I

TecAt- p- 01
< 94 >

Haste de aterramento

s, esc.

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltrico.f

fimra

12.2 - Cabo nu

fieura

12.3 - Terminal para conexao de cabos

aJ aparafusado

=rd

~
df b) por compressao

=rd

-++df

w
TecAt- p02

Cabo n
< 96>

s I esc.

TecAt- p- 03

Terminal para cabo


< 97>

s I esc.

Parte 1/: Projetos

Tcnicas de AterramentO.f Eltricos

figura

12.4 - Conector em "U" a) simples

figura

12.5 - barra chata


d
b) duplo

"/

( /A

kJ

TecAt - P - 04

Conector em "U"
< 98 >

s I esc.

TecAt - P - 05

Barra Chata

s I esc.

<99 >

Parte ll: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

fleura

12.6 - barra redonda

tie;ura 12,'/- calxaae mspecao

0
t' '0 $

0)

'0

o
TecAt- p- 06

lJ
Barra redonda < 100 >

s I ese.

TecAt- p- 07

Caixa de inspe-;8o
< 101>

s I ese.

Tcnicas de Aterramentos Eltricos


Parte 11: Projetos

fil!ura figura

vel

rr-

I luva roscada

rn

haste roscada

TecAt- p- 00

PO':ro de inspe':rao
< /02 >

s I ese.

TecAt- p- 09

Haste prolongvcl
< /03 >

s I ese.

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos Eltricos

fil!ura 12.10 - conector oara haste

fil!ura

12.11 - conector solit-bolt

TecAt- p- 10

Conectar puru huste


</04>

s I esc.

TecAt- P- 11

Conector Split

- Bolt
< 105>

s I esc.

Parte

11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

figura

12.12 - solda exotrmica

fil!Ura

12.13 - tratamento do solo Dara cabos

a) em X

~
b) em T vista por A: material de enchimento

he
e) topo
~.::::::::::::::::::: :::::::: :::::::::::: ::::::::::::::::::::::::::::::::::::'. ......................................... ................................................................................... .......................................... ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ......................................... .......................................... ......................................... ..........................................
::::::::::::::::::::::::::::::;:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: .........................................

hv

w
s I esc.
TecAt - P - 13 Valeta

........................................ .........................................

'.:.:.:.:.:.:.:.:.;.;.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.:.;.;....

TecAt - P - 12

Solda exotrmica
<106>

pl eletrodo horizontal
< 107 >

s I esc.

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

fil!ura

12.14

- tratamento

do solo vara hastes

fil!ura

ara continuidade eltrica

material de preenchimento

Al soldada

BI Amarrada

C) el Conectores

h
O"

cm

cm

>20 cm

...

ili!!!

TecAt-

p-

101

PO!;Op/ eletrodo vertical


< 108>

s / esc.

TecAt- e - 01

Amarra~io da ferragem
< 109 >

s / esc.

Parte 1/: Projelos

Tcnicas de AterramellloS

t:ttricos

filrora

12.16 - coniunto de haste vertical

figura

12.17 - coniunto para haste, com solda

po~ de Inspe!;ao

po~ de

cabo de Iig8~O

Inspe!;ao

cabo de Iig8~O

conector

solda
exotrmlcu

haste de

aterra mento

haste de aterra mento

TecAt-

e-

02

Haste. conector e pO!;O de inspe!;iio


< 110 >

s I esc.

TecAt- e - 03

Haste. solda e PO!;Ode Inspe-;Io


<111>

s I esc.

Parte

11: Projeto.r

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

flmra

12.18 - anel retangular com ou sem hastes verticias

fil!ura

12.19 - malha retan guiar horizontal

soldo exolrmlc8

cobo n

\
I

/
I
I

I
I I

I
I

L
I

- --

- -

--+----I
I I

haste .. solda
.

I
I
I
I

cabo n

YmItip.

I
Xm tip.

TecAt- e - 04

Anel retangular com ou sem hastes


< 112 >

s I esc.

TecAt- e - 05

Malha de cabos horlzontals < 113 >

s I esc.

Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

fil!1lra

12.20 - cabos em formacao radial (contrapesos)

figura

12.21 - ficha de especifica~ao para haste vertical

Ficha de Especifica~ao:
cdigo I desenho: ecAt-P-Ol

Haste de aterramento

op~es: ) a.l) cobreada, espessura de camada 254 '..1m ) a.2) zincada ) b) tubo zincado dimenses:

) a) d =_ cabo n

; h=

) b) de = fabricantes:

; di =

; h=

/
, ,
,
12.22 - ficha de especifica~ao para cabo nu

Ficha de Especifica~ao:

cabo nu

"
I(

---L
)1

cdigo I desenho: ecAt - P - 02

. op~es: .=dimenses:
e;ao= mm mm2

. fabricantes:

TecAt- e - 06

Cabos radlals

(contrapesos)

s I esc.

Parte 1I: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

fi~ura

12.23 - ficha: terminal para cabo

fi~ura

12.25 - ficha: barra chata

Ficha de Especifica\=ao: terminal para cabo


lrecAt

Ficha de Especifica\=ao: barra chata


cdigo I desenho: ~ecAt - P - 05

cdigo I desenho: - P - 03

op~es:

2 a) aparafusado
.

. op~es:
~aterial: ~cabarnento:

) b) por cornpressao dimenses:


cabo e~ao ~f =

=
cabo

.
rnrn
rnrn2

rnrn;n de fiIroS =

[=

= =

dimenses:
rnrn

rnrn
m

fabricantes:

. fabricantes:
12.26 - ficha: barra redonda

fipura

12.24 - ficha: conector em "U"

Ficha de Especifica\=ao: conector em U


cdigo I desenho:
lrecAt

Ficha de Especifica\=ao:barra
cdigo I desenho: ecAt - P - 06

redonda

- P - 04

op~es : ) a)
r--

. aterial: op~es:
cabarnento:

) b)

~=

=dimens;~
rnrn

. dimenses:
= =
rnrn m

. fabricantes:

. fabricantes:

< 116 >

< 117>

Parte ll: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

12.27 - ficha: caixa de inspe~iio

12.29 - ficha: haste prolongvel

Ficha de Especifica~ao: cdigo I desenho:


ecAt - P - 07

caixa de inspe~ao

Ficha de Especifica~ao: Hasteprolongvel


cdigo I desenho:
ecAt - P - 09

op~oes: ) metlica )PVC


dimensoes:

op~oes: ) roscada ) soldada dimensoes: = mm; L =

= =

mm mm mm

m de bastespor ponto: ; n de luvas: x n de bastes= comprimentototal= m

. fabricantes:
12.28 - ficha: po~o de inspe~iio

. fabricantes:
figura 12.30 - ficha: conector para haste

Ficha de Especifica~ao:
ecAt - P - 08 op~oes: ) ferro ) plstico ) concreto

po~ode inspe~ao

Ficha de Especifica~ao: conectorpara baste


cdigo I desenho:

cdigo I desenho:

!fecAt

- P - 10

=
=

dimensoes:

mm mm

op~oes: ) bronze ) latao ) a~o ) rosca mtrica ) rosca

. fabricantes:

dimensoes: ~rosc. = mm

. fabricantes:
< /18 >
< /19 >

Tcnicas de Aterramentos Parte II: Projetos

Eltricos

12.3]

- ficha: split-bolt Ficha de Especifica~ao: split-bolt

figura

12.33 - ficha: tratamento do solo horizontal

Ficha de Especifica~ao: tratamentohorizontal


cdigo I desenho: ecAt - P - 13 op~oes: ) bentonita ) gel )

cdigo I desenho: ecAt - P - 11 op~oes:


) rosca mtrica ) rosca

dimensoes: mm

rosca

mm

. fabricantes:

= = =

dimensoes:
m

m m

. fabricantes:
12.34 - ficha: tratamento do solo vertical

12.32 - ficha: solda exotrmica

Ficha de Especifica~ao:
cdigo I desenho: ecAt - P - 12 op~oes: )emX )emT ) topo dimensoes: mm

solda exotrmica
ecAt

Ficha de Especifica~ao: cdigo I desenho:

tratamento vertical

- P - 14

op~oes: ) bentonita ) gel )

. fabricantes:

= =

dimensoes: m

. fabricantes:

'" 1?() '>

< 121 >

Parte 1/: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltr;cos

fipura

12.35 ficha: amarrac,;ao da ferragem

fipura

12.36 ficha: conjunto para haste com solda

Ficha de Especificac;ao: amarra~ao da ferragem


cdigo I desenho: ~ecAt - e - 01 op~es : ) soldada ) amarrada ) conectores dimenses: ~obreposirrao = mm
~ecAt

Ficha de Especificac;ao: haste com solda


cdigo I desenho:

- e - 03

op~es:
~ ~ ~

porrode insperrao:

dimenses:

. fabricantes:

. fabricantes:

figura I

12.35 ficha: conjunto para haste com conectar Ficha de Especificac;ao: haste com conector

fipura

12.37 ficha: anel retangular

Ficha de Especificac;ao: anel retan guiar


cdigo I desenho: ~ecAt - e - 04 op~es: ) hastes de nmero de hastes: m

cdigo I desenho: ~ecAt - e - 02 op~es :


It-

) porro de insperrao:

) ) dimenses:

l= b=

dimenses: m m

fabricantes:

. fabricantes:

< 122>

< 123 >

Parle 1/: Projelos

Tcnicas de Alerramenlos

Ellricos

12.38 ficha: malha de cabos horizontal

Ficha de Especificac;ao: malha de cabos


cdigo I desenho: ecAt - C - 05 op~oes: ) solda exotrmica nmero de soldas: ) conector cl p090

13 - Documenta9ao do projeto
Urna documenta9ao completa deve incluir os seguintes tpicos:
13.1 - Introdu~o - especificar:

dimensoes: m m


m m

Documentos utilizados (normas, etc.). Mtodos e bibliografia Software utilizado

Xm= Ym=

. fabricantes:
12.39 ficha: cabos em forma~ao radial (contrapesos)

Devem ser especificados todos os documentos de referencia, como normas aplicveis e ano de publica9ao, bem como desenhos existentes que serviram de consulta. A bibliografia nao se refere a normas, mas sim a livros e papers consultados. No caso da utiliza9ao de softwares, deve-se relatar qual o software e a versao utilizada, visto que, sendo um clculo automatizado, nao existe um memorial de clculo propriamente dito, os softwares imprimem a resposta mas nao os clculos intermedirios - o que seria invivel, devido a extensao e complexidade dos mesmos. 13.2 - Estratifica~o - inclui:

Ficha de Especificac;ao: cabos radiais


cdigo I desenho: ecAt - C - 06 op~oes : ) solda exotrmica nmero de soldas: ) conector cl p090

Tabela de medi90es de campo Curva da resistividade conforme fomecida pelo TecAt-II Croquis da estratifica9ao e (opcional) os desvios em rela9ao aos valores medidos.

dimensoes: m
o

h=
n=

m (profundidade)

A tabela das medi90es de campo um dado fundamental do projeto, devendo ser registrados os dados de distancia e de resistencia I resistividade verificados; se o terreno encontrar-se um pouco rnido, isso tambm deve ser relatado. A curva da resistividade em fun9ao da distancia e o croquis da estratifica9ao permitem visualizar um perfil da resistividade do solo; a impressao dos desvios considerada opcional, visto que a curva da resistividade j possui esta informa9ao em forma grfica.

fabricantes:

13.3 - Dimensionamento da malha


Considera90es de clculo OP90es possveis Defini9ao da malha final
< 124 >

< 125 >

Tcnicas de Alerramenlos

Ellricos

13 - Documentac;ao do projeto
Urna documenta~ao completa de ve incluir os seguintes tpicos:

13.1 - Introdu~ao - especificar: Documentos utilizados (normas, etc.). Mtodos e bibliografia Software utilizado

Devem ser especificados todos os documentos de referencia, como normas aplicveis e ano de publica~ao, bem como desenhos existentes que serviram de consulta. A bibliografia nao se refere a normas, mas sim a livros e papers consultados. No caso da utiliza~ao de softwares, deve-se relatar qual o software e a versao utilizada, visto que, sendo um clculo automatizado, nao existe um memorial de clculo propriamente dito, os softwares imprimem a resposta mas nao os clculos intermedirios - o que seria invivel, devido a extensao e complexidade dos mesmos. 13.2 - Estratifica~ao - inclui:

Tabela de medi~6es de campo Curva da resistividade conforme fomecida pelo TecAt-II Croquis da estratifica~ao e (opcional) os desvios em rela~ao aos valores medidos.

A tabela das medi~6es de campo um dado fundamental do projeto, devendo ser registrados os dados de distancia e de resistencia / resistividade verificados; se o terreno encontrar-se um pouco mido, isso tambm deve ser relatado. A curva da resistividade em fun~ao da distancia e o croquis da estratifica~ao permitem visualizar um perfil da resistividade do solo; a impressao dos desvios considerada opcional, visto que a curva da resistividade j possui esta informa~ao em forma grfica.
13.3 - Dimensionamento da malha

Considera~6es de clculo Op~6es possveis Defini~ao da malha final


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Parte 11: Projetos

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Aqui entramos numa parte mais subjetiva do projeto, onde o projetista, baseando-se nas informa90es relatadas em 13.2, deve optar entre as diversas possibilidades de configura90es de malhas possveis; sao relatados tambm os critrios (custo, desempenho, prazo, etc.) que levaram a escolha final. Sao tambm transcritos os resultados calculados pelo software e os grficos gerados, que ajudam a justificar a decisao. 13.4 - Concluso 13.5 - Desenhos, caso necessrio Muitas vezes, um croquis ilustrativo suficiente para descrever a obra, porm alguns clientes podem exigir um projeto executivo, o que deve ser definido ainda na fase de proposta. Outras varia90es sao permitidas, porm a rela9ao acima parece-nos bem completa; alguns clientes podem exigir mais alguma documenta9ao, como aferi9ao do terrometro, informa90es sobre o software utilizado e, principalmente, urna medi9ao da resistencia depois da instala9ao da malha. Veja tambm, no captulo 15, como integrar o TecAt-II cl outros programas em Windows pl elaborar o relatrio do projeto.

parte

111-

Perguntas e Respostas

Nesta parte, procuramos responder as perguntas mais comuns sobre aterramentos, separando-as em reas afins. Consulte, tambm, no software TecAt, no menu TEORIA, a oP9ao RESPOSTAS, onde estao listadas novas questoes que ainda nao estavam disponveis na data de impressao do livro; como os disquetes sao gravados em lotes pequenos, possvel atualiz-los a medida em que sao vendidos, ao contrrio do livro, o qual impresso em grandes quantidades a cada edi9ao.

14. Respostas as perguntas mais frequentes (FAQ)

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Parte /1/: Perguntas e Respostas

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

1
I I

14 - Respostas as Perguntas mais Frequentes (FAQ)


14.1 - Clculos

14.1.1- As frmulasclssicaspara clculo de associa~6esde hastes em solohomogeneoincluema "colabora~ao" do cabo de interliga~ao entreestas?
Nao. Embora os manuais de frmulas e normas nao contenham referencias a respeito, a dedu~ao analtica de tais frmulas mostra que a preocupa~ao foi com um enfoque na haste ou associa~ao, procurando manter todas as outras variveis fixadas, ou seja, como se a interliga~ao se desse por um cabo areo ou isolado. Mesmo as tabelas de fatores prticos de corre~ao nao incluem o cabo pois,
se o fizessem, os valores de resistencia apresentados seriam menores. Este caso estudado na Parte 1, quando tratamos da associa~ao entre cabos e hastes.

14.1.2 - Como verificar se um clculo manual (grfico) de estratifica~ao da resistividade, j efetuado, est correto? Posso fazer isso com o TecAt? Dada a pouca praticidade - para nao falar da total impossibilidade - de se conseguir um resultado preciso com mtodos manuais de ajuste de curvas, bastante provvel que o resultado obtido esteja com um grau varivel, porm considervel, de imprecisao. Dispondo-se dos valores medidos de resistividade, fomecidos pelo terrmetro, calcule a estratifica~ao pelo TecAt e verifique a imprecisao obtida no ajuste. Como especificado na Parte III, o TecAt utiliza-se do software RSOLO-II, o qual fomece ajustes timos para solos de at duas camadas. Para verificar um clculo manual, ser necessrio utilizar o RSOLO-II de forma interativa - consulte o captulo 16, fomecendo a estratifica~ao obtida manualmente e setando o RSOLO-II para nao prosseguir o clculo alm da primeira intera~ao; desta forma, o grfico gerado ser o da curva equivalente a estratifica~ao fomecida, porm com os pontos do terrmetro marcados, facilitando assim a compara~ao. J o software TecAt-IV realiza essa verifica~ao diretamente, sem a necessidade de acessar o R-SOLO de forma separada. Conforme exposto na Parte 1, caso seja necessrio um nmero maior de camadas, recomendamos o uso do TecAt-IV/RSOLO-IV, o qual atinge at 4

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Parte 111:Perguntas e Respostas

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

camadas; para utiliza<;ao em aterramentos eltricos, nao h necessidade de mais do que quatro camadas.

manuais da Eletropaulo para baixa, mdia e alta tensao: [36], [24] e [25] e diversas normas prticas da Telebrs. Nos estados Unidos, a principal norma a respeito a IEEE-80 186 [1I J, re-impressa em 1991 sem altera<;oesperceptveis, embora muito se tenha discutido nas reunioes do IEEE a respeito. A principal deficiencia a aplica<;aodos clculos somente a solos praticamente homogeneos. A norma IEEE-8111983 [34J e a IEEE-81.211991 [35J sao indicadas para maiores detalhes nas medi<;oes de resistividade e resistencia de terra. O IEEE publica ainda dois guias - o Green Book (IEEE 142 [26]), para aterramento industrial - e o Emerald Book (IEEE 1100 [28]), para aterramento e alimenta<;ao de Equipamentos Eletronicos Sensveis (EES).
14.2.2 - Normas sao leis?

14.1.3 - Como eu descubro o nmero de camadas mais apropriado para um determinado solo? Analisando-se os dados de campo, lidos com o terrometro e plotados num grfico em escalas log-log. Se a resistividade nao apresentar varia<;aoconsidervel - ou seja, for quase constante - ao se aumentar a distancia entre os eletrodos do terrometro (e, consequentemente, atingir-se solos mais profundos), pode-se considerar a resistividade como sendo homogenea, ou seja, apenas urna camada. Se a resistividade come<;arbaixa e depois aumentar e nao mais cair ou, ao inverso, se come<;aralta, cair e nao mais se elevar, ternos a forma<;aode urna curva com um ponto de inflexao, ou seja, ela muda de curvatura urna nica vez. O modelo que melhor se encaixa o de duas camadas. Sao necessrias tres camadas se houver dois pontos de inflexao, ou seja, se a curva come<;ar alta, cair e depois subir novamente ou, ao contrrio, se come<;arbaixa, subir e cair de novo. Da para a frente, considera-se que o nmero de camadas necessrio para modelar a curva sempre o nmero de pontos de inflexao mais 1; por exemplo, para 4 pontos de inflexao, sao necessrias 5 camadas e assim sucessivamente. Para efeito de aterramentos eltricos, 4 camadas um nmero mximo prtico bastante bom, sao raros os casos em que seriam necessrias 5 ou mais camadas.
14.2 - Normas

As vezes. No Brasil, segundo legisla<;aofederal, sao de uso obrigatrio todas as normas que se refiram a equipamentos e procedimentos relacionados com seguran<;a.Assim, a NBR-541O (NB-3), de instala<;oeseltricas e a NBR-5419, de prote<;aocontra descargas atmosfricas, encaixam-se nessa categoria, incluindo-se a suas exigencias de aterramentos. O mesmo se aplica as normas das concessionrias, as quais podem se negar a efetuar liga<;oes se o cliente nao satisfizer as exigencias. Em outros casos, h urna exigencia nao legal mas de ordem prtica, ou seja, por exemplo, um cliente exige a concordancia com determinada norma que ele considera mais adequada. 14.2.3 _ Devemos interligar todos os aterramentos, mas, e se o fabricante de um equipamento ou a concessionria de energia exigirem um terra isolado? Primeiro os fabricantes: a maioria j est conscientizada de que nao possvel conseguir um terra isolado e, no mximo, exige alguns cuidados na interliga<;ao; ternos visto problemas com representantes de equipamentos importados que, por ignorancia dos procedimentos da prpria matriz, fazem exigencias desse tipo, ou ainda recusam-se a fornecer garantia se o terra nao for isolado ou se a resistencia estiver acima de limites arbitrrios que nem eles sabem de onde vem. Como absurdo exigir um aterramento isolado - se aterra fosse isolante, aterramentos nem existiriam, certo? - nota-se, em alguns dos casos, a m f de alguns fabricantes e representantes, tentando se esquivar da garantia em cima de urna exigencia sem sentido. Um computador nao precisa de um aterramento
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14.2.1 - Quais as normas que preciso conhecer? Quais as ltimas (e prximas) atualiza<;oes? No Brasil, infelizmente, as normas de aterramento encontram-se, no mnimo, defasadas; a NBR-7117 [30J foi publicada em 1981 sujeita a revisao e encontra-se assim at hoje (1996); os fabricantes de hastes e alguns dos principais usurios elaboraram recentemente, pela ANBT, urna norma para hastes cobreadas, j publicada: a NBR-13571 [33J, a qual exige, por exemplo, a utiliza<;aode alta camada de revestimento. Quanto a exigencias de resistencia, ternos referencias na NBR-5419 I 1993 [32J (Prote<;ao Contra Descargas Atmosfricas) e na NBR-54/011991 [31] (Instala<;oesEltricas de Baixa Tensao). Existem ainda os
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,...
Parte //1: PergulI/Us e Respos/Us Tcnicas de Aterrumenlos Eltricos

durante seu funcionamento normal, o aterramento est l para a prote<:aodo operador e para descarga dos elementos de prote<:ao em caso de surtos - um aviao nao tem "terra" e seus computadores e rdio funcionam muito bem, mesmo quando o aviao atingido por um raio! Quanto as concessionrias, cujas exigencias tambm nem sempre sao racionais, o trato mais poltico do que tcnico. 14.3 - TecAt e RSOLO
14.3.1 - Como obter suporte tcnico para o TecAt?

Para uso didtico, a grande vantagem de poder visualizar, sem nenhum esfor<:o,o comportamento de vrios tipos e combina<:oesde solos e malhas diferentes. Realizando diversas simula<:oes em pouqussimo tempo, o projetista adquire um "feeling" de aterramentos que iria levar muito mais tempo para conseguir somente com a experiencia manual. 14.3.3 - Como ajustar o TecAt para profundidade da haste do terrmetro para pequenos espa<:amentos? A frmula tradicional: r = 2. 1t . a . R somente vlida para a > 20. lh , onde a o espa<:amentoentre as hastes e lh a profundidade da haste do terrometro efetivamente cravada na terra. Consulte a parte IV, no manual do RSOLO-II, para configurar o comprimento da haste de medi<:ao.
14.3.4 - Como calcular a estratifica<:ao e a resistencia em 4 camadas?

Em primeiro lugar, envie seu cartao de registro; o suporte somente poder ser fornecido a usurios devidamente registrados. A Officina de Mydia Editora d suporte tcnico as questoes relativas ao funcionamento do TecAt; para tanto, dirija-se a editora no endere<:o: Officina de Mydia Editora
a/c: eng. o Carlos Moreira Leite

r. Maestro Cardim, 560, cj. 26 Sao Paulo - SP 01323-000 fone/fax: (011) 289 - 7560 (chamadas telefOnicas interurbanas devem ser pagas pelo usurio) e-mail Internet:[email protected] OMOL: (011) 253-2741, 8-N-l, 28.8, RIP 2 (consulte apendice A) Obs: de preferencia ao suporte via e-mail / OMOL. Para dvidas relativas a teoria, nao cobertas pelo suporte, encaminharemos o usurio a um consultor especializado. Dvidas resultantes de mau uso do sistema operacional devem ser resolvidas com o fomecedor do mesmo. 14.3.2 - O TecAt pode ser usado profissionalmente ou apenas um software didtico? O TecAt-TI, que acompanha o livro (ou ser o contrrio?) urna ferramenta plenamente profissional (obviamente, existem limita<:oes, como em
todo softwarefabricadono mundoat hoje!).Os autoresdesenvolveram tambmo

Infelizmente, ainda nao existem procedimentos de clculo para resistencia de malhas com hastes verticais em 4 camadas, embora seja apenas urna questao de tempo; o TecAt-IV realiza a estratifica<:aoem 4 camadas e, para malhas
horizontais sem hastes

- ou desprezando-se

a colabora<:ao das mes mas - calcula a

resistencia em 4 camadas tambm; as malhas com hastes sao calculadas em duas camadas, como no TecAt-II. O procedimento convencional de clculo de resistividades aparentes nao recomendado, por exigir suposi<:oes incompatveis com a realidade na maioria dos casos.
14.4 - Materiais

14.4.1 - Qual o procedimento para medir a corrosao em um sistema enterrado? A maneira mais prtica medir periodicamente a resistencia; um sistema corrodo certamente ir perder gradualmente seu desempenho, com o consequente aumento da resistencia - e a causa mais provvel disso a corrosao do mesmo. 14.4.2 - Qual o condutor mais eficiente (em custo, resistencia de aterramento e impedancia), dada a mesma se<:aotransversal: cabo, redondo (slido), tubular ou retangular?

TecAt-IV, que inclui a estratifica<:aoda resistividade do solo at 4 camadas e anlises mais avan<:adas de custos e eficiencia, para uso mais pesado, com mais fun<:oes e exigindo mquinas mais rpidas - para maiores informa<:oes, consulte a Editora no endere<:o citado.
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Parte III: Pergunta.f e Respo.ftas

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

Na prtica, a resistncia proporcionada por um eletrodo nao varia muito com o formato da se~ao; cada eletrodo tem urna ou outra vantagem sobre os outros, como flexibilidade, custo, facilidade de compra, etc.. Deve-se destacar que, em aplica~6es com Equipamentos Eletrnicos Sensveis (EES), o condutor que liga os equipamentos ao sistema de aterramento deve ter a menor impedancia possvel, da a recomenda~ao de fitas para essa ligacrao, visto que a secrao retangular tem, para urna mesma rea, impedancia muito menor que urna secrao circular. Quanto aos outros fatores, convm fazer urna anlise para cada caso especfico. 14.4.3 - O a~o e o cobre nao formam pilha galvanica numa eventual conexao? Somente na presen~a de umidade e oxignio. Assim, nao permitida a utilizacraode um conector aparafusado sujeito a umidade ou em posicraosujeita a umidade, por exemplo (a menos que seja do tipo bi-metlico), mas urna solda exotrmica pode ser realizada sem problemas. 14.4.4 - Por qu o alumnio nao utilizado para aterramentos? Por causa da baixa resistncia do alumnio ao ataque de substancias corrosivas normalmente presentes no solo. Urna liga de alumnio mais resistente geralmente bem mais cara, nao competindo favoravelmente com o cobre.
14.5 - Medi~es

Convm ressaltar que a frmula da resistncia da haste sup6e um terreno homogneo, o que dificilmente ser verdadeiro - da a imprecisao do mtodo e sua utiliza~ao apenas para fins de estimativa. Urna alternativa comum medir a resistividade num terreno vizinho, onde seja razovel supor que o solo seja o mesmo.
14.5.2 - Como medir a resistncia num terreno pequeno?

Em alguns casos crticos, como numa rea densamente povoada, por exemplo, a resposta radical: nao se mede, ponto! De nada adianta ler num terrmetro um nmero que nao tem nenhuma significancia fsica. Se nao tivermos um terreno vizinho "limpo" de outros aterramentos e canaliza~6es metlicas para efetuarmos a leitura, muito mais correto e honesto documentar a impossibilidade de medi~ao e ressaltar os cuidados tomados no projeto e instala~ao da referida malha de modo a respeitar as normas e recomendacr6esaplicveis e calcular urna resistncia esperada de acordo com as necessidades.
14.6 - Malhas de Subesta~es

14.6.1- Numa malha de grandes dimens6es, um equipamento pode estar localizado relativamente longe do cabo de malha mais prximo;isso pode trazer
problemas? Para a malha em si, nao. Para o equipamento, depende do equipamento e do comprimento do cabo de liga~ao, geralmente o fabricante poder responder a urna pergunta especfica. Outro possvel problema com a tensao de passo ao redor do cabo de ligacrao, que dever ser verificada. O melhor , no "mesh" respectivo, instalar mais um cabo prximo ao equipamento. Tambm comum a exigncia de urna haste na conexao com a malha. 14.6.2 - Qual a influncia das hastes na periferia e no interior da malha? De urna maneira geral, hastes na periferia melhoram bastante o comportamento da malha, enquanto hastes no interior tem um desempenho menos relevante - consulte IEEE-80 [ 11].

14.5.1 - Como medir a resistividade num terreno pequeno? Para urna aproximacrao mnima da resistividade do solo num terreno pequeno, deve-se medir at um espacramentoentre hastes do terrmetro de 8 a 10 metros, o que exige urna linha reta de 24 a 30 metros - num terreno maior, precisamos de 48 metros para um espacramentode 16, de 96 para um espa~amento de 32 e de 192 metros em linha reta para um espa~amento de 64 metros (e assim vaL..). Se for necessria urna estimativa rpida de urna rea pequena, possvel cravar urna haste de, digamos, 2.40 metros, e medir sua resistncia; a entra-se ao contrrio na frmula de resistncia, ou seja, fornecem-se os valores da haste e da resistncia e obtem-se o valor da resistividade - o TecAt realiza essa operacrao automaticamente atravs do men RESISTIVIDADE / ESTIMATIVA.

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Parte /11: Pergunta.~ e Respostas

Tcnicas de Aterramentos

Eltricos

14.7 - Ferragem do concreto

14.8.2 - E os eletrodos tipo pocrotubular, pocrocom cabo vertical, solo tratado, etc.? Num solo ruim, possvel conseguir melhorias de 40 a 50% na resistncia de aterramento (ou seja, at metade do valor original) de um eletrodo atravs do aumento de seu diametro, seja fisicamente, com a utilizacraode um tubo de grande diametro, seja quimicamente, com a adicraode sais, gel, bentonita, etc., ou mesmo combinando mtodos qumicos e fsicos. Num solo j bom, a melhora ser mnima. falsa a idia de se conseguir que urna haste da marca X substitua 10 ou 20 hastes da marca Y. Veja mais estudos e detalhes no captulo 8.

14.7.1 - A ferragem da armadura de concreto nao descola ou derrete com a


passagem da corrente de um raio?

Nao. Um raio apresenta urna grande corrente, porm com duracrao mnima, fenmeno geralmente conhecido com o nome de impulso. Nao sao aplicveis as frmulas de transrnissao de calor geralmente utilizadas para regime permanente. Foram feitos diversos ensaios em laboratrio, alm da comprovacrao prtica em edifcios que receberam descargas para a ferragem, e comprovou-se a utilizacraosegura da mesma, desde que se possa garantir a continuidade eltrica. o nico problema refere-se a correntes de curto-circuito de longa duracrao - consulte a Parte 1. 14.7.2 - Existe perigo de corrosao da ferragem com a passagem de corrente? Somente com corrente contnua, onde a vantagem da utilizacrao da ferragem deve ser contrastada com a possibilidade de corrosao; o acrocorrodo possui um volume maior do que o original, causando urna pressao interna no concreto, a qual pode provocar danos.
14.7.3 - possvel realizar conexoes entre cobre e acro dentro do concreto sem perigo de corrosao?

Sim. Dentro do concreto, o cobre assume urna eletronegatividade semelhante a do acro,eliminando assim eventuais problemas.
14.8 - Outros eletrodos

14.8.1 - Placas retangulares de cobre, horizontalmente, formam bons eletrodos de terra?

colocadas

vertical

ou

Nao, ou, ao menos, nada significativamente melhor que um outro condutor; h algum tempo, existia urna falsa impressao de que um eletrodo era tanto melhor quanto maior o peso (e custo!) de cobre que contivesse, mas prova-se facilmente que a rea atingida e a profundidade (esta dependendo do solo) sao fatores vrias vezes mais eficientes que a tamanho do eletrodo em si. Nao tem mgica: nao a toa que hastes e cabos sao os eletrodos mais utilizados, visto que sao os mais eficientes em termos de relacraocusto / benefcio.
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