AI07
AI07
AI07
o chanceler
do progresso
BDA é o grande impulsionador
do sector privado no continente.
Em cada dólar investido consegue,
através de leasing, angariar 3 a 4
dólares suplementares. Um exemplo
de determinação
NOVOS
EXECUTIVOS
bastonário da ordem Descubra as 6
dos arquitectos diferenças
Em Grande Entrevista, António Gameiro tece o retrato do país. que podem fazer
Comentários inéditos daquele que é uma das grandes figuras da de si um Líder do
sociedade. Temas de interesse nacional à lupa em discurso directo Futuro
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in loco
a análise
dos arquitectos
António Gameiro, bastonário da Ordem dos
Arquitectos, faz o balanço da reconstrução
nacional e aponta os principais problemas
territoriais de Angola. O ordenamento,
o planeamento das cidades e o
sobrelotamento de Luanda são algumas
das questões que merecem especial
destaque para o dirigente. Gameiro
aproveita para se manifestar acerca da
polémica gerada em volta da demolição do
património nacional
26 76
ECONOMIA & NEGÓCIOS ARQUITECTURA & CONSTRUÇÃO
o chanceler do progresso actualidade vs tradição
É a força motriz do crescimento africano e o princi- A modernidade é visível em cada esquina. Os shop-
pal motor do desenvolvimento e dos investimentos pings, os hotéis, os empreendimentos habitacionais
no continente. Encarado como o ‘driver’ para o sec- e os espaços de negócios são a imagem de um país
tor privado, o Banco Africano de Desenvolvimento é renovado e actual. Contudo, a harmonia entre o pro-
o principal organismo multilateral do mundo, que gresso e os edifícios históricos é urgente e funda-
tem apostado no progresso regional de África mental. Descubra os monumentos que representam
as maravilhas angolanas
ANGOLA IN PRESENTE
03 IN LOCO 12 INSIDE 64 FOTO REPORTAGEM
10 EDITORIAL 18 MUNDO
6 | ANGOLA’IN · SUMÁRIO
34 ECONOMIA & NEGÓCIOS
rumo ao sucesso
A crise internacional tem batido à porta da maioria das em-
presas. Nesta edição, descubra os pontos-chave para alcan-
çar o êxito. Os especialistas em gestão e finanças revelam
os segredos e dicas importantes para moldar o seu negócio
às exigências dos novos tempos e apontam conselhos im-
portantes para os novos gestores se adaptarem aos desa-
fios da modernidade e dos mercados actuais
44 SOCIEDADE
a arte de negociar
A par do petróleo, da construção civil e da agricultura, o sec-
tor do comércio foi dos mais activos da economia angolana.
O desenvolvimento deste mercado é uma alternativa viável
para incrementar o consumo interno e reduzir as importa-
ções. O Governo implementou medidas, que permitam a au-
to-suficiência alimentar e a aposta no ramo das exportações
50 sangue, precisa-se!
Os progressos ao nível da recolha sanguínea mereceram o
louvor da OMS, mas não satisfazem as carências nacionais.
As ONG’s apelam à colaboração dos dadores de sangue vo-
22
IN FOCO
luntários para suprir as necessidades e alcançar a segurança
70 TURISMO
a ameaça da ciberguerra
As novas tecnologias são uma ferramenta
cultura oriental e sabores exóticos indispensável nas sociedades actuais.
Nesta edição, o Japão é o destino de destaque, que o trans- São responsáveis por aproximar povos distantes.
porta para tradições milenares, costumes únicos e paisagens Os meios informáticos são imprescindíveis,
idílicas. O país dos samurais e budistas oferece uma panóplia mas escondem muitos perigos. Os hackers
de actividades. Se prefere cenários deslumbrantes, com sol e estão cada vez mais especializados e a destruição
mar, o Chile é a opção. A pequena região é um mundo de pos- de um Estado pode estar à distância de um click.
sibilidades, onde encontrará praias, desertos e montanhas Saiba quais os riscos ocultos da Internet
SUMÁRIO · ANGOLA’IN |7
editorial
atchimmm....é só um espirro...!
CENÁRIO DE PANDEMIA DA GRIPE AFECTA LÍDERES MUNDIAIS
Nos últimos meses, algo se propagou em todo o mun- Alguns países da Ásia, os da África Subsaariana e cer-
do muito mais depressa do que o vírus H1N1/Gripe A: tos grupos populacionais da América Latina serão os
as dúvidas, as incógnitas de todo o tipo. Uma delas é mais afectados. A América do Sul é considerada a re-
saber se o mundo está preparado para uma pandemia. gião geográfica mais desigual do mundo, alguns paí-
Em geral, o que poderá acontecer é óbvio: os países ri- ses deram ou podem dar uma resposta rápida e eficaz
[email protected] cos encaram melhor este problema. No entanto, o ca- a uma situação como a vivida, enquanto outros se
so do México e, em menor medida, por enquanto, de encontram completamente desprotegidos. Mesmo
algumas economias poderosas assim, poucos governos divul-
da Ásia, evidenciam que é pre- garam as suas reservas de an-
ciso melhorar muito a cultura A organização Médicos Sem tivirais. A América Central, pela
sanitária nas áreas de maior Fronteiras (MSF) pediu que sua proximidade com o Méxi-
desigualdade, como é o ca-
se dê ênfase às pessoas que co, teme o futuro. Na Nicará-
so do continente africano. Os gua, onde 60% da população
países em desenvolvimento
já sofrem alguma doença - não tem acesso a água potável
não contam com um sistema desnutrição, malária -, pois e muitas famílias vivem isola-
de saúde capaz de enfrentar serão as primeiras afectadas das, os alarmes soaram desde
a pandemia. No último mês, o primeiro momento. O país é
o jornal “The Wall Street Jour- um claro exemplo de como o
nal” afirmou que, em termos materiais, o Reino Uni- vírus pode ser devastador se chegar a lugares pobres.
do é um dos países melhor preparados para enfrentar Em relação a África, é o continente mais vulnerável.
este problema. Em conjunto, conta com antivirais su- Por isso alguns países têm vindo a tomar medidas
ficientes para tratar 33 milhões de pessoas, 54% da preventivas radicais. O Egipto, por exemplo, mandou
população. A França também conta com reservas para sacrificar todos os porcos, uma decisão que acarretou
atender a uma percentagem semelhante da popula- graves distúrbios em cidades como o Cairo. O gabine-
ção. A ministra da Saúde espanhola, Trinidad Jiménez, te regional africano da Organização Mundial de Saú-
confirmou que a Espanha tem uma provisão de 10 mi- de (OMS) conta com aproximadamente um milhão de
lhões de antivirais. Na Ásia, é o Japão, com uma re- tratamentos, embora se dê por certo que, caso che-
serva de medicamentos suficiente para tratar 24% da gue o vírus, será preciso recorrer às reservas dos pa-
população, o país que encabeça a lista. Mesmo assim, íses mais desenvolvidos. A organização Médicos Sem
os especialistas consultados crêem que se a virulên- Fronteiras (MSF) pediu que se dê ênfase às pessoas
cia do vírus for maior, inclusive os sistemas sanitários que já sofrem alguma doença – desnutrição, malária
dos países mais desenvolvidos poderiam ser insufi- -, pois seriam as primeiras afectadas. Que o vírus so-
cientes e ineficazes. A questão não é, portanto, quem fra mutação e tenha uma virulência maior é o pior ce-
tem mais ou menos antivirais. A Índia, por exemplo, nário possível. Razão pela qual, não é momento para
poderia ter uma capacidade económica suficiente para previsões. É preciso trabalhar com diversos cenários,
enfrentar a pandemia, mas carece de infraestruturas mas com precaução e evitando especulações é a men-
para atender os seus milhões de cidadãos. sagem que se exige.
10 | ANGOLA’IN · EDITORIAL
EDITORIAL · ANGOLA’IN | 11
INSIDE | patrícia alves tavares
MOEDA ÚNIC
ÚNICA
A Comunidade
Comunidad Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) promete lançar, até 2020,
única. O roteiro para o programa que define a estratégia global foi aprovado recente-
a moeda únic
mente numa reunião do Conselho de Convergência dos Ministros e Governadores da Zona Mone-
Africana (ZMAO) que agrupa 15 países-membros da CEDEAO. Prevê-se que a União
tária Oeste Af
Monetária dedesta comunidade seja lançada em 2020 com a criação do Banco Central da CEDEAO
e a colocação em circulação da moeda única, alguns anos após a fundação da União Monetá-
ria da ZMAO. Esta região, integrada pela Gâmbia, Gana, Guiné-Conakry, Nigéria e Serra Leoa,
lançar a sua União Monetária em 2015, ou mesmo antes, com a instalação também
tenciona lanç
do seu Banco Central e a introdução da sua moeda comum, o ECO. O lançamento da ZMAO vai
assim o da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA), que agrupa oito
completar ass
Estados da ÁfÁfrica Ocidental que têm em comum o franco, CFA. A UEMOA, criada em 1994, pos-
membros o Benin, o Burkina Faso, a Côte d’Ivoire, o Mali, o Níger, o Senegal, o Togo e
sui como mem
Guiné-Bissau. Dois países membros da CEDEAO, designadamente a Libéria e Cabo Verde, não
a Guiné-Bissa
são actualmente
actualme membros de nenhuma das duas uniões monetárias. Entretanto, o Conselho
dee Convergência
d Convergên instou estes países a juntar-se a, pelo menos, uma das zonas monetárias oes-
te-africanas e ao Programa de Cooperação Monetária da CEDEAO. Todos os Estados-membros
manter as políticas fiscais e monetárias apropriadas e a aplicação rigorosa das políticas
devem mante
estruturais e institucionais no quadro do Mecanismo de Controlo Multilateral, a fim de instalar
convergência e uma união monetária duradouras.
uma convergê
12 | ANGOLA’IN · INSIDE
INSIDE
14 | ANGOLA’IN · INSIDE
INSIDE · ANGOLA’IN | 15
INSIDE
16 | ANGOLA’IN · INSIDE
INSIDE · ANGOLA’IN | 13
MUNDO | patrícia alves tavares
coreia do norte
Produção nuclear retomada
Um dia após a ONU impor sanções pelo recente lançamento de
um foguete de longo alcance, a Coreia do Norte reiniciou o pro-
cesso de extracção de plutónio da principal fábrica. O país voltou a
processar barras de combustível nuclear na central de Yongbyon,
a norte da capital, como forma de rejeição às “forças hostis”. O
reactor da unidade estava inactivo desde 2007, altura em que os
membros de Pyongyang chegaram a acordo e o regime comunis-
ta se comprometeu a desmantelar a infra-estrutura em troca de
ajudas económicas. Desta forma, o Governo coreano inicia o rear-
mamento nuclear, desrespeitando as normas da ONU e a resolu- eua
ção 1718, aprovada em 2006. Dois bancos encerram
Actualmente são 27 o total de instituições bancárias que fecharam
portas nos Estados Unidos, em 2009. O número é superior ao regista-
do no último ano. Recentemente, foi a vez do American Southern Bank
(Estado da Geórgia) e do Michigan Heritage Bank abrirem falência e se
juntarem ao ‘grupo negro’. Por sua vez, o Seguro Federal de Depósitos
dos EUA garantiu que irá assegurar os depósitos dos clientes destas
duas unidades até um valor máximo de 250 mil dólares por conta.
NASA
Crise afecta regresso à Lua
A agência espacial norte-americana não tem dinheiro suficiente
sri lanka
para cumprir o programa Constelação, que deveria enviar astro-
nautas para a Lua em 2020. Quando for lançado o orçamento ONU envia acção humanitária
final será possível confirmar esta informação, que, ao que tudo As vítimas do conflito entre as forças do Governo do Sri Lanka e os re-
indica, adiará o regresso do Homem ao satélite da Terra. O pro- beldes vão receber assistência. Quem garantiu foi o secretário-geral da
jecto foi estruturado em 2004, onde se previa uma derrapagem ONU, Ban Ki-moon, que já ordenou o envio de uma equipa humanitária,
orçamental de 25 por cento. Contudo, um estudo do mesmo ano uma vez que as agências unem esforços para reunir mantimentos e dar
do Gabinete de Orçamentos concluiu que o programa estipulado apoio a mais de 80 mil desabrigados. O organismo internacional tem
até 2025 deverá ultrapassar em mais de 50 por cento o inicial- apelado aos rebeldes tamis para que entreguem as armas e se rendam,
mente previsto. Mike Griffith, ex-administrador da NASA culpa libertando os civis. Por outro lado, pediu ao Governo cingalês que dis-
a Casa Branca e a administração de Bush pelo adiamento, devido ponibilize mais terra e edifícios públicos para os desalojados e que faça
aos cortes na verba prometida para este projecto. sair rapidamente os civis presos na área de combate.
18 | ANGOLA’IN · MUNDO
bolívia e paraguai
Contencioso com fim à vista
Os dois países americanos Bolívia e Paraguai
chegaram a acordo quanto aos limites terri-
toriais, após setenta e quatro anos em confli-
to. Durante a mortífera guerra que envolveu
as duas regiões, La Paz e Assunção dispu-
taram o Chaço Boreal, cruzado pelo rio Pa-
raguai, essencial para ambas as economias.
Com a chegada da paz em 1938, a área foi di-
vidida, mas os países continuavam sem saber
onde começavam e acabavam exactamente.
Após um longo processo de aproximação de-
sencadeado pelo antigo ministro argentino
dos Negócios Estrangeiros, Carlos Saavedra
Lamas, a Bolívia e o Paraguai passam a limi-
fmi e banco mundial tar-se por uma fronteira de 700 quilómetros,
entre o vértice do rio Pilcomayo até ao forma-
Crise é “catástrofe humana”
do pelos rios Negro e Paraguai.
A crise económica mundial transformou-se numa “catástrofe humana e num desastre” para
os países em desenvolvimento, argumentam os técnicos do Banco Mundial e do FMI, que à
saída de uma reunião em Washington anunciaram que a “crise já fez baixar à pobreza extre-
ma 50 milhões de pessoas, sobretudo mulheres e crianças”. Por seu lado, os chefes de Estado
e de Governo do G20 (conjunto dos países mais ricos e dos emergentes) comprometeram-se
em Londres, em Abril passado, a aumentar os recursos das instituições financeiras internacio-
nais em mais de 1.100 milhões de dólares. Entretanto, o presidente do Banco Mundial, Robert
Zoellick afirmou que ainda não é possível prever uma data para o fim da crise, situação que
provavelmente impedirá que se atinjam os objectivos do milénio nos prazos previstos. Os oito
objectivos aprovados em 2000 pelos líderes mundiais para reduzir a pobreza até 2015 incluem
o retrocesso das grandes pandemias, da mortalidade infantil e do analfabetismo, promovendo
a igualdade dos sexos, a melhoria da saúde materna e a protecção do ambiente.
áfrica do sul
ANC vence sem maioria
O Congresso Nacional Africano (ANC) foi o
ciência grande vencedor das eleições gerais, com
65,9 por cento dos votos. Assim, o líder do
Sistema Gliese tem novo planeta partido, Jacob Zuma assegurou a presidência
É o primeiro planeta encontrado fora do Sistema Solar e cuja massa é apenas duas vezes maior da África do Sul, mas sem alcançar a deseja-
que a Terra. Uma equipa internacional de astrónomos fez a descoberta com um espectrógrafo da maioria de dois terços. Embora tenha fica-
e um telescópio de 3,6 metros de diâmetro do Observatório Europeu do Sul (ESO), situado em do abaixo dos 70 por cento, obtidos em 2004,
La Silla, no Chile. Segundo os investigadores, este é o exoplaneta com menos massa jamais de- a ANC conseguiu assumir uma ampla vanta-
tectado (apenas 1,9 vezes a massa da Terra) e será provavelmente muito rochoso. gem sobre o seu principal rival, o partido da
Aliança Democrática, que apenas arrecadou
16.68 por cento dos votos. Em último, fica-
g7 ram os militantes do Congresso do Povo, com
Recuperação ainda em 2009 7,42 por cento. Desta forma, o partido que se
Os países do G7 acreditam que se assistirá à retoma da economia mundial ainda este ano, mes- mantém no poder desde o fim do regime do
mo que os riscos subsistam. Os sete mais ricos do mundo comprometeram-se a tomar “todas apartheid reuniu as condições necessárias
as medidas necessárias” para que seja possível regressar ao panorama de crescimento, evi- para eleger Zuma como presidente, numa ce-
tando as restrições ao comércio internacional, bem como efectuando injecções de “capital nas rimónia que decorreu a 6 de Maio, já com o
instituições financeiras”. O comunicado apresentado pelo grupo revela que “os dados recentes novo parlamento em funções. Em 23 milhões
sugerem que o ritmo de declínio das nossas economias abrandou e que certos sinais de estabi- de eleitores inscritos, registou-se uma taxa
lização começam a aparecer”. de participação de 77,3 por cento.
MUNDO · ANGOLA’IN | 19
MUNDO
china
egipto
Encontrado antepassado do T-Rex
É mais um passo na constituição da linha evolutiva dos mais famoso
Arqueólogos procuram Cleópatra dinossauro carnívoro. Nos estratos geológicos, localizados perto da ci-
Segundo o Conselho Superior de Antiguidades Egípcias, a investiga- dade chinesa de Jiayuguan, foi descoberto um fóssil, que corresponde
ção de três anos do templo de Tasposiris Magna, construído em honra ao Xiongguanlong Baimoensis, que era mais pequeno e viveu milhões
da deusa Ísis pode ser o local onde se encontram as ossadas de Cle- de anos antes do Tyrannosaurus rex. O novo fóssil completa a ligação
ópatra e de Marco António. Uma equipa de arqueólogos descobriu 27 que faltava entre o grupo de dinossauros mais antigo e aquele que
túmulos e dez múmias de nobres e o radar usado aponta para três viveu dez milhões de anos depois. A espécie encontrada revela novas
possíveis locais para a localização dos restos mortais de duas figuras características que se encontram na anatomia do T-rex, como a caixa
míticas da história romana. O grupo de investigadores vai dar início às craniana, que é mais pequena e mais larga, uma estrutura vertebral
escavações onde acredita estarem os corpos do casal lendário. mais alargada e dentes incisivos modificados.
tecnologia
Maior combate a ciber-ataques
Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade de Informa-
ção e dos Media, apelou para que os Estados-membros estejam mais
atentos à questão dos ciber-ataques, pedindo mais empenho e co-
ordenação entre os países, para que tomem medidas eficazes de
protecção às redes electrónicas europeias. A comissária alerta para
a importância das infra-estruturas de informação, que são respon-
sáveis por controlar a distribuição de energia, de água, dos sistemas
financeiros, entre outros e que são vulneráveis a falhas na segurança
e a problemas técnicos. “Uma interrupção nos serviços de Internet na
Europa ou nos EUA com a duração de um mês significaria perdas eco-
nómicas de pelo menos 150 mil milhões de euros”, lembrou Viviane
Reding. Com dados a apontarem para uma probabilidade de dez a 20
por cento de ataques de larga escala nos próximos dez anos a redes de
informação europeia, é prioritário agir de forma a proteger estes me-
canismos. Os representantes discutem uma estratégia e a comissária
reclama um alto representante europeu para o sector.
20 | ANGOLA’IN · MUNDO
MUNDO · ANGOLA’IN | 21
IN FOCO | manuela bártolo
CIBERGUERRA
A ‘bomba atómica’
da era moderna
Da mesma forma que no passado a bomba atómica mudou a guerra e as estratégias
de dissuasão, uma nova corrida internacional começou a desenvolver verdadeiras armas
cibernéticas e os consecutivos sistemas para proteger-se delas
A questão actual é saber a le- As novas Tecnologias da Informação e Comu- mercados financeiros de outros países. Nos
gitimidade do uso de um tipo nicação (TIC) permitem, hoje, uma nova forma EUA, desde a presidência de G.W. Bush, com
de guerra, com armas ainda mais assustado- algumas experiências efectuadas no Iraque e
de arma e de guerra desigual,
ras do que as armas nucleares ou o terrorismo no Irão, debate-se sobre a possibilidade de de-
dissimulada e que pode pôr – a ciberguerra. Uma nova geração de armas senvolver esse tipo de armas online, com efeito
em risco bens e serviços essen- online, que permitem, por exemplo, sabotar defensivo, na tentativa de construir melhores
ciais, afectando a segurança e e encerrar centrais eléctricas, redes de teleco- defesas contra esses ataques e criar a dita no-
vida de milhões de pessoas municações, sistemas de aviação ou congelar va geração de armas online. As inovações mais
22 | ANGOLA’IN · IN FOCO
sabia que…
Se um único grande banco americano fosse
atacado com sucesso, o impacto teria uma
magnitude maior sobre a economia global do que
modernas que estão a ser estudadas permi-
os atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque?
tiriam a um programador do Pentágono en-
trar subrepticiamente num servidor russo ou
chinês, por exemplo, e destruir um botnet
(programa potencialmente destrutivo usa-
do para infectar computadores de uma vasta
rede, que pode ser controlado clandestina-
mente) antes deste software nocivo poder
ser libertado nos EUA. Os serviços secretos
poderiam também activar um código mali-
cioso que é secretamente incorporado em
chips de computador durante o seu fabrico,
permitindo aos Estados Unidos controlar os
computadores dos inimigos por acesso re-
moto activado sobre a internet. Este, claro, nos éticos altamente complexos, sobre a nas quais os serviços secretos do país têm
é precisamente o tipo de ataque que os res- sua política de defesa. Até ao momento, o gasto milhões de dólares. Nos últimos me-
ponsáveis receiam poder ser lançado contra máximo que se sabe é que o Pentágono en- ses, vários responsáveis militares e de inte-
alvos norte-americanos através de chips ou comendou a fornecedores militares o de- ligência, bem como especialistas externos
computadores fabricados na China. Exem- senvolvimento de uma réplica secreta da descrevem um grande aumento na sofisti-
plos de desconfiança e espionagem idên- internet do futuro. O objectivo é simular cação das capacidades de defesas dos EUA
ticos aos que as tropas dos EUA no Iraque o que seria necessário para os adversários contra a ciberguerra. Muitos dos aspectos
fizeram quando quiseram atrair membros fecharem as fábricas de energia, as teleco- desta aposta norte-americana para desen-
da Al Qaeda para uma armadilha, entrando municações ou os sistemas de aviação de volver ciberarmas e definir o seu uso adequa-
nos computadores do grupo e modificando a outros países. A estratégia norte-americana do são confidenciais, facto que faz com que
informação que os dirigia ao alvo de armas consiste, para já, em criar melhores defesas muitos responsáveis se recusem falar publi-
americanas. Ou, quando Bush ordenou novas contra esses ataques, assim como uma no- camente do assunto. A própria Casa Branca
maneiras de desacelerar o programa nuclear va geração de armas online. Em declarações tem recusado diversos pedidos de entrevista
do Irão, em 2008, aprovando um programa recentes, oficiais militares e de inteligência, sobre o tema e nem sequer clarifica a posi-
experimental secreto, embora de resultados assim como especialistas externos, descre- ção de Obama – se é a favor ou contra o re-
incertos, para entrar nos computadores de veram um enorme aumento na sofisticação curso a ciberarmas pelos norte-americanos.
Teerão. Os episódios de utilização destes re- das capacidades de guerra cibernética ame- Claro que a ciberguerra não é considerada tão
cursos têm vindo a amontoar-se. ricana. Actualmente, no entanto, não há mortífera como uma guerra atómica, nem
uma ampla permissão para as forças ame- igualmente visível ou dramática. Porém, em
Os computadores estão ricanas entrarem na ciberguerra. Maio de 2007, Mike McConnell, ex-director
a tornar-se vitais nos dos serviços secretos, informou Bush sobre
conflitos mundiais, não só Num mundo onde já não se a ameaça de uma forma inequívoca. Um só
aplicam as regras dos con- ataque bem sucedido a um grande banco
na espionagem e nas acções
flitos convencionais, os EUA ‘teria um impacto na economia global maior
militares, mas também para
que o 11 de Setembro’. Segundo McConnell,
filtrar a informação que estão na vanguarda de uma
“a capacidade de ameaçar as reservas mo-
chega às pessoas nova dimensão - a ciberguerra
netárias norte-americanas é o equivalente
actual de uma bomba atómica”. Os cenários
No entanto, a questão que se coloca é a de NORTE-AMERICANOS NA DIANTEIRA
desenvolvidos no ano passado para Obama
saber até que ponto será legítimo o uso de Espera-se que o novo presidente dos EUA,
por McConnell e o seu coordenador para a
um tipo de arma e de guerra assustadora- Barack Obama venha a propor, dentro em
cibersegurança, Melissa Hathaway, foram
mente desigual, tentacularmente dissi- breve, um esforço defensivo melhor estrutu-
mais longe. Incluíam diversas vulnerabilida-
mulada e que pode pôr em risco, de modo rado e mais alargado, o que inclui um suporte
des incluindo um ataque a Wall Street e uma
avassalador, bens e serviços essenciais e as- extra avaliado em 17 mil milhões de dólares
operação para deitar abaixo a rede eléctrica
sim afectar a segurança e vida de milhões de (13 mil milhões de euros) para um programa
nacional. E eram na sua maioria extrapola-
pessoas, quando não minar, totalitariamen- de cinco anos, aprovado pelo Congresso em
ções de ataques já tentados no passado. As
te, a liberdade individual de um vasto núme- 2008, que põe fim à guerra burocrática pa-
autoridades militares dos EUA temem que
ro de cidadãos do mundo. A guerra, como ra definição de uma política nacional contra
as leis e as regras dos conflitos armados não
actividade humana, também deve ter regras ciberataques. Um anúncio official inespera-
sejam aplicadas no cibermundo, onde os al-
eticamente determinadas. Depois da prisão do, uma vez que não é previsível que o pre-
vos mais vulneráveis são civis. “A Rússia e
sem julgamento e da tortura em Guantana- sidente faça grandes revelações sobre as
a China têm muitos hackers nacionalistas”,
mo de Bush, os EUA de Obama enfrentam capacidades ofensivas norte-americanas,
lembra uma fonte militar.
agora uma nova problemática, com contor-
IN FOCO · ANGOLA’IN | 23
IN FOCO
AVANÇO DA CENSURA
Uma nova geração
A ciberguerra envolve limites à informação.
Na web, a censura avança em força, mas há de armas online
meios para a contornar. O governo iraniano, permite sabotar e
por exemplo, censura, mais do que qualquer encerrar centrais
outro, o que os seus cidadãos podem ler on- eléctricas, redes de
line, recorrendo a uma tecnologia específica telecomunicações,
para bloquear milhões de sites da internet
sistemas de aviação
com notícias, comentários, vídeos, música e,
até há pouco tempo, o Facebook e o Youtu- ou congelar
be. Em sites muito populares que oferecem mercados financeiros
downloads gratuitos de software surgiu, em de outros países
Julho de 2008, um programa informático que
permite aos iranianos esquivarem-se às li-
mitações censórias do governo. Os primeiros
a descobrir o alçapão foram estudantes uni-
versitários, que passaram a notícia através de
emails e partilha de ficheiros. No fim do Ou-
tono, mais de 400 mil iranianos navegavam
na web sem censura. O software foi criado por
peritos informáticos chineses, voluntários do
Falun Gong, o movimento espiritual que o go-
verno da República Popular suprimiu em 1999.
Os peritos mantêm uma série de computado-
res em centros de dados pelo mundo inteiro
para reencaminhar os pedidos dos utilizado-
res da web de modo a contornar os firewalls
dos censores. A internet já não é apenas um
canal essencial para comércio, entretenimen-
to e informação: tornou-se também o palco
do controlo estatal e da rebelião contra ele.
Os computadores estão a tornar-se cada vez
mais vitais nos conflitos mundiais, não só na
espionagem e nas acções militares, mas tam-
bém para determinar que informação chega
às pessoas no planeta. Existem mais de 20
países a usar sistemas sofisticados para blo-
quear e filtrar conteúdos da internet, revela a gato e do rato, o gato contra-ataca. O sistema aos chineses e sem censura. Os censores do
organização Repórteres Sem Fronteiras, grupo chinês, por exemplo, que os opositores desig- governo censuram sobretudo grupos conside-
sedeado em Paris que promove a liberdade de nam por a Grande Muralha da China, é em par- rados inimigos do Estado. O bloqueio deste de
imprensa. Embora os sistemas de filtragem te construído com tecnologias ocidentais. grupos com esta nomeação é, cada vez mais,
mais agressivos tenham sido instalados por insidioso porque a tecnologia de filtro tornou-
governos autoritários, como o de Irão, China, A internet já não é apenas um se bastante sofisticada. Os governos podem
Paquistão, Arábia Saudita e Síria, algumas de- bloquear palavras ou expressões sem que os
canal essencial para comércio,
mocracias ocidentais começaram também a utilizadores se dêem conta de que as suas
filtrar conteúdos como a pornografia infantil e entretenimento e informação. pesquisas na internet estão a ser censuradas.
material de natureza sexual. Uma amálgama Tornou-se também o palco do Quem apoia os opositores da censura critica
heterogénea de activistas políticos e religio- controlo estatal e da rebelião os sistemas geridos pelo governo, declaran-
sos, defensores das liberdades civis, empre- do-os o equivalente digital do Muro de Berlim.
contra ele
sários da internet, diplomatas, militares e Também vêem no combate anticensura um
agentes de serviços de segurança está agora a Razão pela qual, hoje o governo chinês em- poderoso instrumento político. Todas as se-
combater a crescente censura da internet. Os prega mais de 40 000 censores em dezenas manas, a internet da China recebe 10 milhões
criadores do software usado pelos iranianos de centros regionais e centenas de milhares de mensagens de correio electrónico e 70 mi-
pertencem ao Global Internet Freedom Con- de estudantes recebem dinheiro para inun- lhões de mensagens instantâneas do consór-
sortium, cuja base está sobretudo nos Esta- dar a internet com mensagens do governo pa- cio. Mas, ao contrário do correio não solicitado
dos Unidos e tem estreitos laços com o Falun ra afogar a intervenção dos dissidentes. Isto (o spam), as mensagens oferecem software
Gong. O consórcio é um dos muitos grupos que não quer dizer que a China bloqueie o acesso para contornar os sistemas governamentais
estão a desenvolver sistemas para tornar pos- à maioria dos sites da internet: grande parte que bloqueiam o acesso a sites da web de gru-
sível o acesso à internet aberta. Neste jogo do do material existente na web está disponível pos da oposição.
24 | ANGOLA’IN · IN FOCO
ECONOMIA & NEGÓCIOS | manuela bártolo
o chanceler
do progresso
É do conhecimento geral que o desenvolvi- tores, sido preponderante no continente afri- débeis estruturas institucionais são tam-
mento do sector privado é driver de susten- cano, tornando-se um exemplo gratificante bém factores que tornam estes países menos
tabilidade, força de crescimento económico para os seus congéneres mundiais. competitivos no mercado global. O relatório
e redução da pobreza nos países. Este é, por- aponta ainda para uma série de histórias de
tanto, um dos principais objectivos do Ban- sucesso na região, que são exemplos do que
O acesso limitado a serviços
co Africano de Desenvolvimento (BAD). Uma os países podem fazer para melhorar o clima
financeiros continua a ser um
instituição que está fortemente empenhada de negócios. Para que todos atinjam um no-
no estabelecimento de parcerias com empre-
dos grandes obstáculos para vo patamar de desenvolvimento, o documen-
sas para o crescimento do sector privado no as empresas africanas to salienta a importância da adopção de uma
continente. Criado em 1964, este é hoje um visão integrada dos desafios políticos que as
dos maiores bancos multilaterais do mun- MAIOR COMPETITIVIDADE nações enfrentam na construção de uma base
do. Enquanto organismo para a promoção As empresas africanas podem tornar-se mais para um crescimento e prosperidade susten-
do progresso económico e social que tem co- competitivas, caso os governos de África e os táveis. O mesmo destaca dois temas políticos
mo metas a luta contra a pobreza, a melhoria seus parceiros internacionais agilizem o aces- de curto prazo e três a mais longo prazo, pa-
das condições de vida da população e a mo- so ao financiamento, resistam a pressões pa- ra melhorar a competitividade das economias
bilização de recursos para o desenvolvimento ra levantar barreiras ao comércio, tornem mais africanas. Os dois temas de curto prazo são: o
económico e social dos seus países membros eficientes as infra-estruturas, melhorem os aumento do acesso ao financiamento através
regionais, o BAD mobiliza recursos destinados serviços de saúde e de educação e consolidem de políticas que favoreçam o mercado e a ma-
a financiar projectos e programas de cresci- as suas instituições. Estas são algumas das nutenção dos mercados abertos ao comércio.
mento. Deste modo, uma das suas grandes conclusões a que o relatório The Africa Com- Os sistemas financeiros de África têm vindo
estratégias é a promoção do investimento petitiveness Report 2009, (Relatório sobre a a crescer e a aprofundar-se em anos recen-
de capitais públicos e privados em projectos e Competitividade em África 2009), faz alusão. tes, mas a presente crise global ameaça in-
programas que possam contribuir para o de- Um trabalho elaborado em conjunto por três verter esta tendência e minar os progressos
senvolvimento económico e social em África, instituições – o Fórum Económico Mundial, o iniciados. Torna-se agora ainda mais impor-
entre os quais é de destacar programas e es- Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e tante reforçar as estruturas necessárias para
tudos no âmbito do sector agrícola, da saú- o Banco Mundial (BM), em que é salientado o estabelecer sistemas financeiros sólidos, efi-
de, dos transportes, das telecomunicações e, facto do acesso limitado a serviços financei- cientes e abrangentes. Em resposta à crise
como é referido em cima, do sector privado. ros continuar a ser um dos grandes obstácu- económica global estão a surgir forças protec-
A sua intervenção acontece ainda em secto- los para as empresas africanas. No entanto, cionistas. Mas essas medidas só terão como
res como o dos recursos hídricos ou o da luta as infra-estruturas subdesenvolvidas, os ser- resultado diminuir a procura e cercear o cres-
contra a Sida. O seu papel tem, por esses fac- viços limitados de saúde e educativos e as cimento. Os líderes africanos devem resistir
às pressões políticas internas para levantar São necessários mais exemplos de boa gover- nação, modernizam os mercados de capitais e
barreiras comerciais que viriam a tornar ain- nação e de uma liderança forte e com visão. fazem os investimentos necessários para tirar
da mais difícil a recuperação na região. Os três Um clima institucional forte e transparente partido da enorme capacidade de recursos e
temas a mais longo prazo têm como objectivo é o que mais tem contribuído para o sucesso criatividade da sua gente”. “Para nós, a ques-
ultrapassar o facto das infra-estruturas con- das economias mais competitivas de África. tão mais crítica nesta fase é como estabele-
tinuarem a ser um dos principais obstáculos Muito tem sido feito nos últimos anos para cer um equilíbrio entre uma reacção à crise a
aos negócios em África. Energia e transpor- melhorar estas estruturas, mas em muitas curto prazo mantendo ao mesmo tempo um
tes criam os principais estrangulamentos ao zonas da região é necessário tornar as insti- enfoque nas questões a longo prazo, chave
crescimento da produtividade e da compe- tuições mais abertas aos negócios, para esti- para sustentar o crescimento em África, co-
titividade no continente. O investimento no mular a competitividade. Este factor é agora mo o desenvolvimento de infra-estruturas, e
melhoramento de infra-estruturas colocaria particularmente importante, porque a actual uma força de trabalho qualificada, bem como
a África numa trajectória de crescimento e crise económica global ameaça fazer retro- a integração económica”, referiu Donald Kabe-
simultaneamente serviria de estímulo fiscal ceder as reformas de governação. “O Africa ruka, presidente do BAD. Para além de ava-
nesta altura crítica. Os ineficientes serviços Competitiveness Report deste ano é a segun- liações de competitividade e custo de fazer
básicos de educação e saúde prejudicam o po- da iniciativa das três organizações para colo- negócios no continente, o relatório inclui
tencial produtivo do continente. Esta é talvez car o continente num contexto internacional
a área que carece de mais atenção. A menos mais alargado e fazer luz sobre aspectos im-
que os sistemas educativos e de cuidados de portantes do desenvolvimento na região, tão
saúde sejam melhorados, as empresas conti- particularmente críticos nesta época de crise tome nota…
iveness
nuarão a ver dificultado o seu acesso ascen- global”, diz Klaus Schwab, Fundador e Presi- O Africa Competit
iderado um
dente à cadeia de valor e o desenvolvimento dente Executivo do Fórum Económico Mun- Report 2009 é cons
para os
documento valioso
económico será prejudicado. dial. “O investimento em infra-estruturas
numa óptica regional ajudaria a amortecer o , estrategas
decisores políticos
Em resposta à crise económica impacto da crise e a posicionar África de modo cios e outros
a tirar partido da retoma da economia global, do mundo dos negó
global estão a surgir forças ressados,
quando se verificar”, comentou Obiageli Ka- intervenientes inte
proteccionistas. Mas essas itura
medidas só terão como tryn Ezekwesili, vice-presidente para a Região bem como uma le
todos os
resultado diminuir a procura
África do BM em Washington D.C. “Os países indispensável para
na região
e cercear o crescimento
que colherão os maiores benefícios e limitarão
que têm interesses
o impacto adverso da crise serão aqueles que
sustentam as reformas, consolidam a gover-
5.000
80%
4.000
60%
3.000
40%
2.000
20%
1.000
0% 0
2009 2010 2011 total 2009-2011 2008 2009 2010 2011
infrastructure governance industry and finance education agriculture social adb private lending adb public lending adf loan adf grant
10%
CAPEX OPEX
8%
US $ MILHÕES/ANO % PIB US $ MILHÕES/ANO % PIB
6% t. informação 0.8 0.1 1.1 0.2
south africa
cape verde
namibia
também uma análise sobre a profundidade e americanos investidos por esta instituição tir em alguns projectos, retiraram-se devido à
sofisticação dos mercados financeiros regio- em infra-estruturas dos instrumentos de in- crise. Em Março passado, esta entidade ins-
nais, as medidas eficazes que as economias tegração regional em África, permitem mo- taurou um Fundo de Liquidez de Emergência
relativamente mais pequenas do continente bilizar entre 4,5 mil milhões a 6 mil milhões de um capital de 1, 5 mil milhões de dólares
têm introduzido para promover a sua compe- de dólares americanos suplementares, que americanos. O BAD adoptou ainda uma inicia-
titividade e a medida em que os países africa- vêm aumentar o que foi investido. Segundo o tiva de financiamento do comércio num va-
nos têm implementado factores para facilitar mesmo responsável, estes fundos continuam lor de um bilião de dólares americanos para
o comércio transfronteiras. Estão também a ser insuficientes, já que as estimativas pa- colmatar as desistências de algumas insti-
incluídos no relatório perfis detalhados de ra as necessidades de África em investimento tuições financeiras dos projectos em execu-
competitividade e clima de inves- ção em África. Dentro deste quadro,
timento, fornecendo assim um O BAD investe USD 1,5 mil milhões/ano em uma outra medida foi implemen-
sumário dos motores de compe- instituições e operações de integração regio- tada, em princípios de Maio, e que
titividade em cada um dos países nal para infra-estruturas básicas. Em cada consistiu na mobilização de 15 mil
abrangidos pelo relatório. dólar investido consegue, através de leasing, milhões de dólares americanos para
ajudar África a ultrapassar esta fase
levantar 3 a 4 dólares suplementares
INVESTIMENTO EM POTÊNCIA de crise financeira. Lamine Manneh
O BAD investe anualmente cer- indicou que, tendo em conta o custo
ca de 1,5 mil milhões de dólares americanos a nível das infra-estruturas, efectuadas pelo exorbitante dos projectos de infra-estruturas
em instituições e operações de integração Consórcio Africano para as infra-estruturas, básicas, o BAD criou um programa intitulado
regional no continente para infra-estruturas nos próximos 10 anos, atingem entre 40 e “Facilidade de Preparação de Projecto de In-
básicas. De acordo com o responsável do De- 80 mil milhões de dólares americanos des- fra-estrutura”, através do qual o banco con-
partamento de Ligação e Parceria com as Co- tinados ao desenvolvimento das infra-estru- cede, em colaboração com os seus parceiros
munidades Económias Regionais em África turas básicas no continente. O perito do BAD bilaterais e multilaterais, facilidades com a
da instituição bancária, Lamine Manneh, em afi rma que estas enormes necessidades em concessão sob forma de doações de recursos
cada dólar investido o banco consegue, atra- investimentos foram agravadas pela actual aos países para financiar a preparação dos
vés de leasing, levantar três a quatro dólares crise fi nanceira mundial, indicando que al- projectos de infra-estruturas.
suplementares. Os 1,5 mil milhões de dólares guns parceiros fi nanceiros que deviam inves-
NA NOSSA COMPANHIA, NÃO PRECISA DE TEMER AS RÉPLICAS. COMUNICARE, ONDE QUER QUE ESTEJA, ESTAMOS CONSIGO.
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líderes do
futuro
pessoal e para a sua futura família. Nota-se relembrar mais tarde. Nos últimos anos criou- Informação já não é poder, mas,
que os interesses não estão só concentrados se uma economia muito virtual, que revelou sim, utilizar e seleccionar
no emprego, mas também no desporto e na todas as suas fraquezas, e faltou uma regu-
intervenção social. Quando todos são muito lação forte e eficaz. Por essa razão, os líde- O futuro vai requerer talento para gerir com
bons é a inteligência emocional que faz a di- res do futuro terão de estar preparados para originalidade, uma via nunca experimentada.
ferença. Hoje já há candidatos a lugares de li- lidar com Estados mais interventivos e com Precisará de obstinação mental e força de ca-
derança que são preteridos por falta de soft reguladores mais fortes. Da crise, emerge a rácter. A salvação dos gestores passará por
skills, por não terem inteligência emocional, necessidade de um melhor aproveitamento adaptar as ideias de acordo com a situação
de interacção e de liderança, não serem bons das equipas, a necessidade de fazer diferen- em que se está a viver e a trabalhar. É preci-
ouvintes ou não saberem ler sinais de equipa te e de pensar em como gerar dinheiro, uma so ser humilde para reaprender; ter vontade
e de mercado. “Os líderes terão de ter mais vez que a liquidez será nos próximos tempos de aprender, perceber as diferentes realidades
espírito de missionário e menos de mercená- o bem mais escasso e mais valorizado em to- e não dar nada como garantido são factores
rio”, explica Fernando Neves de Almeida, ma- das as empresas. Liderar organizações é um chaves para ser um líder do amanhã. Com es-
naging partner da Boyden. jogo cada vez mais rápido e arriscado. Terá ta crise aprendemos que o que não sabemos
Razão pela qual, algumas escolas de Gestão mais oportunidades de ganhar este desafio tem mais importância do que aquilo que já sa-
já se estão a adaptar ao novo paradigma e enquanto gestor se colaborar com o sucesso bemos. O que os gestores precisam de fazer
está preocupada com disciplinas que tratam, da mudança; se conseguir entender como se- é reduzir o que não sabem e o seu respectivo
por exemplo, o impacto da felicidade no tra- rá a empresa no futuro e se conseguir mostrar impacto, aceitando o grau de incerteza em que
balho. aos seus accionistas e aos seus colaboradores lideram e aceitando ser postos à prova, por-
como as suas habilidades podem ser úteis; e que só daí advém a segurança. A capacidade
O futuro vai requerer talento ainda se souber manter as equipas tranquilas analítica também é condição para o sucesso.
para gerir com originalidade e o trabalho sem derrapagens no tempo e no Hoje todos temos acesso a milhões de dados,
custo. Mas isso não basta. Ainda será neces- sobretudo através da internet. No futuro se-
ADEPTOS DA MUDANÇA sário compreender que as prioridades da em- rão mais ainda. Será elogiada a habilidade de
Não lutar contra o inevitável é a lição a retirar presa mudam em momentos complexos. Aos separar o trigo do joio e perceber o que é real-
da crise financeira que o mundo vive e que irá líderes do futuro será exigido gerir à vista. mente importante para o seu negócio. Com-
pilar a informação é fácil. Difícil é seleccionar, de Davos. De acordo com os dados revelados, acentuada dos centros de produção para os
colocar os dados em perspectiva e, a partir daí, 59% dos jovens que serão líderes globais de mercados emergentes. Por outro lado, há que
retirar novas tendências e padrões de compor- futuro consideram que o aquecimento global ter em conta as novas energias que podem vir
tamento que podem ser úteis para decidir que será o tema chave em 2030, seguido da pro- a traduzir-se numa revolução industrial, com
caminho a empresa que lidera vai escolher. In- blemática da delapidação dos recursos, que um alcance ainda imprevisível. E ainda o in-
formação já não é poder, mas, sim, utilizar e preocupa 37% dos inquiridos. O estudo revela contornável papel que os BRIC (Brasil, Rússia,
seleccionar. Os novos líderes devem mobilizar que sete em cada dez participantes acredita Índia e China) irão ter na economia global. Uma
os recursos e a informação que não estão a que as nações perderão poder, mas continua- questão pertinente, que ainda não se conse-
utilizar dentro da sua própria empresa e criar rão a ser determinantes para resolver os pro- gue prever, pois como dizia o famoso filósofo
um organismo de informação e inteligência blemas globais, enquanto 86% pensam que Sócrates ‘cada pessoa cria a sua verdade de
dentro da organização. É necessária uma ges- as empresas e os indivíduos terão protagonis- acordo com os seus interesses’ e isso reflecte
tão com base na verdade. Já não vai ser pos- mo crescente neste tipo de temas. Não é só o que se vive hoje no mundo empresarial e, so-
sível ocultar informações da maneira como foi o perfil do executivo e as suas preocupações bretudo, na realidade financeira. Daí, o maior
feito até aqui e isso exige uma nova forma de que mudarão com o passar dos anos. Também problema dos líderes actuais foi que a deter-
trabalhar. A informação aliada ao avanço das as fontes onde as empresas passarão a ir bus- minada altura deixaram de experimentar a
tecnologias vai ter um impacto cada vez maior car os novos talentos tenderão a alterar-se. partir da perspectiva do não saber. No futuro,
na vida dos executivos, pois permitirá toma- No último meio século houve consenso sobre não podem, nem devem correr esse risco.
das de posição rápidas sobre os mais varia- o tipo de lugares onde se iam buscar líderes
dos assuntos e a integração das tecnologias eficientes, como as empresas General Electric, SER O NÚMERO 1
Web, telefónica, rádio e de comunicações mó- IBM, Procter, Mckinsey, e as universidades de Para as centenas de líderes e de jovens de
veis está a criar um mundo always on, always Harvard e Wharton. O novo campeonato pas- elevado potencial que existem actualmente,
connected, everyone to everyone, everything sa por encontrar, por vezes em lugares não um conselho: é fundamental o auto-conhe-
to everything (sempre ligado, sempre conec- convencionais, seres humanos com compe- cimento, pois é aí que vai estar a nova forma
tado, todos para todos, tudo para tudo). Uma tências para liderar. As pessoas invisíveis na de pensar. Desta forma, pode-se evoluir de um
frase que espelha a importância do gestor es- organização têm de se tornar visíveis. Como pensamento mais táctico para um estratégico,
tar preparado para ficar sempre on. diz Kant ‘tenha a coragem de se servir da sua aquilo que as empresas exigem, uma vez que
própria inteligência’. uma táctica sem estratégia não é sustentável.
O trio do futuro passa por: No futuro, os executivos vão ter de aprender
lucro, pessoas e ambiente NOVOS MERCADOS, NOVOS TALENTOS a questionar-se. Assumir o que os outros nos
Os gestores que vão liderar as grandes empre- transmitem, não reflectindo por conta própria
Executivos sustentáveis! Sabe o que isso é? sas terão de estar ainda preparados para tra- e ignorando a dúvida é um comportamento
Ter consciência socioambiental será obriga- balhar em novos e improváveis países. Fazer que não pode permanecer. É preciso testar o
tório nos tempos mais próximos. Podemos uma carreira numa organização deslocalizada risco da perda, mesmo que a nível pessoal. To-
arriscar que hoje dificilmente é vetada uma ou em mercados emergentes tornar-se-á ba- da esta mudança mental exige décadas, mas é
candidatura a um emprego de topo por falta nal no futuro. No novo paradigma, a economia um inevitável upgrade (evolução) que é preci-
de envolvimento do candidato neste assunto. vai ter de se adaptar aos novos desafios, uma so fazer na maneira de pensar dos mais jovens
Muito se diz, mas ainda pouco se faz. É sem- vez que a deslocalização será cada vez mais que querem ser o futuro líder das empresas.
pre vista como uma disciplina do futuro. Po-
rém a maioria dos recrutadores acredita que
o tema já é importante e que poderá ser um
factor de exclusão de vários candidatos no fu-
turo. Desenvolver negócios sustentáveis se-
rá a responsabilidade de todos os executivos
sem excepção. O novo tema indissociável da
liderança é realmente o desenvolvimento sus-
tentado, o que significa ter uma estratégia.
O futuro não passa por tomar decisões me-
ramente tácticas e instrumentais, com vista
apenas à remuneração do accionista e para se
reflectir no seu bónus. As feridas provocadas
ao ambiente não serão toleradas doravante.
Por exemplo, numa política de deslocalização
da produção isso terá de ser particularmen-
te tido em conta. O trio do futuro passa por:
lucro, pessoas e ambiente. Os líderes globais
elegem o tema das alterações climáticas como
a principal preocupação por volta de 2030, re-
vela um estudo do Fórum Económico Mundial
genes do sucesso
OS 4 “É’S” PARA VENCER cia de medo por parte de um líder para explo- líderes do futuro precisam de assumir atitu-
Ouvimos falar com frequência deste conceito. rar novas ideias, produtos e mercados, mesmo des diferentes e radicais, pois sem desejo e
Mas, na verdade, do que se trata a “mentali- quando as recompensas não são imediatas. O vontade de vencer não se pode competir no
dade global”? Primeiro, precisa de desvendar “é” seguinte aplica-se a “exemplo”: à medida mundo actual. Nos negócios algumas qualida-
o segredo guardado por alguns dos maiores que as empresas se tornam mais dispersas e des de liderança são imutáveis, no entanto o
gestores da actualidade e conhecer os quatro distantes, os líderes deparam-se, mais fre- território empresarial expandiu-se para novas
“és” da liderança global, ou seja, as qualidades quentemente, com o difícil desafio de cons- áreas e, com ele, também as exigências para
essenciais para o sucesso neste novo mundo truir uma cultura organizacional com valores uma boa liderança.
sem fronteiras. O primeiro “é” surge da pala- partilhados. Facto que faz com que os novos
vra empatia. No moderno contexto empresa- líderes precisem de se impor como modelos Ter uma visão global e res-
rial significa muito mais do que compaixão. a seguir. Nesse sentido, precisam de incorpo- peitar diferentes valores cul-
Traduz na essência a necessidade de conhecer rar os comportamentos que as suas empresas turais são características
suficientemente bem as outras culturas para esperam de todos os colaboradores. Lembre-
cruciais para aqueles que que-
mostrar conscientemente respeito pelos seus se: as acções falam mais alto do que as pa-
rem ter sucesso. Assim como
valores e tradições. No mundo global, é impor- lavras. Finalmente, o quarto “é” deriva, mais
tante dignificar aquilo que os diferentes pa- uma vez, da crescente competitividade do
ter coragem de inovar em tem-
íses valorizam. O segundo “é” diz respeito à mercado global – “entusiasmo” – ou mais es- pos de crise, mesmo que, para
“experimentação”, o que representa a ausên- pecificamente “entusiasmo para ganhar”. Os isso, tenha de...se despedir
11› SAIBA ‘VENDER-SE’ Um bom marketing pessoal abre muitas portas. É importante que
você transmita a importância daquilo que fez e como faz, para si e para o mercado de trabalho,
com confiança. Cuidado apenas para não parecer exibido. Seja objetivo ao salientar os seus pon-
tos “positivos”, conquistas e descobertas. O resto será resultado disso.
12› FOCALIZE OS OBJECTIVOS, NÃO OS PROBLEMAS Quando as coisas se complicarem,
concentre-se no resultado e páre de perder tempo justificando os erros ou percalços do proces-
so. Afinal, eles acontecem com a maioria de nós praticamente o tempo todo. Reclamar é reco-
nhecidamente um modo de perder tempo.
13› MANTENHA-SE MOTIVADO E ESTIMULE OS SEUS COLEGAS Um certo desânimo de vez
em quando é normal, desde que não se torne regra. Muitas vezes, a insatisfação é provocada por
algum processo desgastante que faz o objectivo parecer inexequível. Um conversa competente
ajuda e novos desafios resgatam a sua motivação e estimulam toda a equipa a apontar-lhe no-
vos caminhos.
14› FAÇA UMA AUTO-ANÁLISE Os profissionais que minam as suas possibilidades de suces-
so geralmente não se conhecem, duvidam da própria capacidade e impedem-na de se afirmar
por medo e ansiedade. Se você se sente assim, é o momento de parar e pensar sobre o que a
empresa e aqueles que ‘dependem’ da sua atitude esperam de você e acima de tudo, o que vo-
cê deseja da vida. O auto conhecimento é um processo contínuo, fundamental para construir o
sucesso.
15› ESPELHE-SE NOS VENCEDORES O grupo de pessoas que vivem a comentar os insuces-
sos alheios deve ser evitado, bem como aqueles que têm inveja do real sucesso dos outros.
Espelhe-se no exemplo das pessoas que, mesmo não ocupando cargos de chefia, agem como
vitoriosas e realizam-se a cada conquista. Como resultado disso, ascendem profissionalmente.
Pense sempre grande.
16› NÃO FUJA DOS DESAFIOS Ao deparar com uma tarefa difícil, uma promoção, um novo
“pin”, a tendência da maioria das pessoas é fugir da responsabilidade. Que tal um pouco mais de
autoconfiança? Se a empresa lhe ofereceu a incumbência é porque acredita na sua capacidade.
O mesmo vale para uma nova retomada de decisão, um novo começo: agarre a oportunidade e
mostre o que vale.
17› TRACE UM OBJECTIVO DE VIDA Objectivo é aquilo que pode ser quantificado, tem prazo
para acontecer, envolve planeamento e escolha. Se você ficar apenas no plano do desejo prova-
velmente desperdiçará boas oportunidades e não conseguirá direcionar a sua energia e talento.
Concentre-se na meta e faça sempre uma reavaliação. Reavalie as suas medições e lembre-se
“aquilo que não medimos, não poderemos controlar”.
18› SEJA COMPETITIVO. A FÉ DE QUE TUDO DARÁ CERTO, É FUNDAMENTAL. Profissionais
que se desconectam do mercado acabam vinculando o seu sucesso à permanência na empresa
onde estão. Pessoas bem sucedidas ‘funcionam’ em qualquer lugar e não acreditam a sua ascen-
são apenas a uma única estrutura. Tenha sempre novas estruturas funcionais, nunca dependa
apenas de uma. Capitalize as suas iniciativas e invista na educação contínua. V.V. Rien dizia: “o
aperfeiçoamento é conseqüência do fazer”. Então, não tenha medo, pois essa bagagem ainda
terá validade em novas lutas, em outras situações. Essa é uma óptima táctica para praticar a in-
dependência e a autoconfiança.
19› CONSTRUA UMA BOA REDE DE CONTACTOS Se você não quer passar por interesseiro,
daqueles que só telefonam quando precisam, mantenha-se em contacto com as pessoas. Famí-
lia, amigos, conhecidos do trabalho, etc, e são eles que lhe vão trazer novas referências e abrir
portas inesperadas.
20› ASSUMA O CONTROLO DA SUA CARREIRA Quem quer crescer não entrega o destino
nas mãos de outra pessoa. A estratégia para dominar o crescimento é juntar à sua atividade o
que você quer (deseja) e o que precisa (objectivo) com aquilo que o mercado oferece de melhor.
Dominar esse processo significa mais probabilidades de vencer e, principalmente, menos frus-
tração. Mas nunca desista, dê tempo ao tempo.
risco ou oportunidade
Nas empresas modernas o risco não é eliminado, mas sim administrado
as que não têm um processo de garantia de tendência ou uma moda? Primeiro é importan-
confiabilidade e integridade dos activos críti- te esclarecer alguns pontos:
cos através da inspecção com base nos riscos. 1º. ponto - Você entende que a gestão de ris-
Diversas questões que devem ser acautela- cos é um aspecto amplo da gestão empresarial
das e encaradas como prioritárias, enquanto moderna?
premissa da montagem da gestão de activos. 2º. ponto - Você entende que a continuidade
Problemas a que os gestores devem dar foco dos negócios, segurança da informação, gestão
urgentemente, pois mesmo cientes da exis- das tecnologias da informação, responsabilida-
tência dos riscos e avessos às perdas, a maio- de social corporativa, gestão de riscos ambien-
ria deles ainda não dá a devida atenção e até tais, aspectos legais e direito digital são partes
desconhecem os recursos das modernas ferra- do mesmo universo de disciplinas da gestão de
mentas de gestão nessa área. Alguns poucos, risco empresarial moderna?
ausentes de visão holística, aplicam algumas 3º. ponto - Você entende que a gestão moder-
políticas de gestão de risco apenas com o ob- na é baseada em processos, qualidade e riscos?
jectivo de obterem certificações de qualida- E que medir é necessário para gerir?
de. Desconhecem que existe uma linguagem Se respondeu sim apenas no 1º. ponto, tudo
adequada e sequer sabem da existência de que escreverei a seguir não terá o menor sen-
um instrumento tecnológico adequado. Ao tido para você. Se respondeu sim no 1º. e 2º.
longo dos últimos 15 anos ocorreu um signi- ponto somente, então o que escreverei fará
ficativo avanço nas ferramentas destinadas à sentido, porém, não estará completamente cla-
gestão do risco, de tal modo que a extinção ro a sua aplicabilidade. Se respondeu sim nos 3
de todos riscos apresenta-se hoje como uma pontos, então este artigo ser-lhe-á bastante
composição fantástica e absurda: o risco não útil. De facto, a gestão de riscos é uma grande
é eliminado, mas sim administrado. Temos tendência, sobretudo o conceito de inteligên-
actualmente a identificação e necessidade de, cia de risco, que integra e promove a simbiose
motivado pela demanda mundial de proces- entre os vários sistemas de gestão existentes
sos e procedimentos eficazes de governança numa organização. Pensando em gestão de ris-
corporativa, em razão das séries de colapsos cos apenas, podemos ver a integração e troca
e fraudes, abordar a relação entre a adequada de dados, informações e resultados nos vários
gestão ou administração de riscos e o seu am- processos de continuidade de negócios, segu-
biente de controlo resultante, fundamentais rança da informação, etc. Essa troca de infor-
para uma sólida gestão empresarial. mações estratégicas melhora a capacidade de
trabalho e operacionalização dos processos,
O risco é definido como bem como a qualidade de cada um individu-
A gestão de risco não é um assunto novo nas “tudo aquilo que desvia do almente. Brevemente a segurança da infor-
empresas. Pelo menos para as mais conecta- objectivo”. Tal conceito é o que mação trocará resultados das suas análises
das com os aspectos ligados à perenidade dos de riscos com outros processos. Isso fará uma
estabelece a ligação da gestão
negócios, importância da marca, relevância aproximação natural das forças de gestão de
do risco às metas estratégicas
da continuidade operacional, impactos rela- riscos, transformando risco em oportunidade,
cionados com a QSSM (Qualidade, Saúde, Se-
de uma empresa se bem aproveitados os resultados. A integra-
gurança e Meio Ambiente), entre outros. Mas ção dos processos de gestão de risco permitem
parece que o mundo da gestão ainda navega GESTÃO DE RISCOS INTEGRADA, a criação de fórmulas únicas de cálculo de ris-
um pouco longe destes princípios. Isto por- TENDÊNCIA OU MODA? cos e o entendimento das várias abordagens e
que muitas empresas não têm uma matriz Realizar análises de riscos com totalidade sig- nomenclaturas particulares de cada processo, o
de avaliação de risco para os vários aspectos nifica quebrar alguns paradigmas antigos, um que trará ganhos de produtividade significati-
dos projectos capitais, instalações, unida- deles a integração dos processos de gestão de vos e um melhor entendimento estratégico pe-
des e tipos de equipamentos. Não são raras riscos. Mas, integrar a gestão de riscos é uma la alta administração das empresas.
a força do pecado
O VALOR DA DIFERENCIAÇÃO cionam e nos levam à um novo patamar de gisto de ADN, uma vez que trazem consigo
O que seria de nós, consumidores, se não exis- observação e exigência. E são as marcas que os atributos e características tão necessárias
tissem marcas? O que seria de nós, se na fase muitas vezes criam em nós os reais sentidos para o consumo. Quando entramos no campo
final da tomada de decisão do consumo, não e interpretações. Quando compramos carros, da atividade do luxo, estas exercem fascínio e
existissem as marcas para nos ajudar? Afinal, computadores, leite, iogurte, escova de den- seduzem os consumidores. As marcas do lu-
para que servem? A resposta a estas pergun- tes, cimento, azulejo, lâmpadas... o que for, xo são impregnadas de histórias e tradição; e
tas é básica, mas assertiva: são as marcas são as marcas que exercem a força na tomada ao final, nós consumidores, compramos his-
que realmente geram a segurança no consu- de decisão final. Arriscar no novo, nas novas tórias e não produtos. Acessamos serviços
mo. Quando tomamos decisões por este ou ideias, na tecnologia de ponta, nas novas ex- pela vontade da experiência. Muitas das mar-
aquele produto ou serviço, são as marcas que periências, nas novas marcas... tomam tem- cas do luxo despertam o desejo da exclusivi-
equilibram. E agora surge outra dúvida. Mas po e, nestas horas, é muito importante que dade. A gestão de marcas tornou-se por isso
nem todos têm marcas fortes e nem todos os algo realmente forte de diferenciação exista. um princípio essencial no sucesso empresa-
produtos e/ou serviços excelentes possuem É importante salientar a importância da cria- rial no século XXI. Em períodos de mercados
marcas fortes por detrás? Verdade. Quem tem ção da marca, do seu investimento e gestão. massificados e globalizados, produção exces-
produtos especiais e que possui segurança Imaginem se o iPod, ao invés de ser da Apple, siva, saturação de mercado para alguns pro-
desta diferenciação de qualificação, é impor- tivesse sido lançado por uma empresa africa- dutos, descontos e tantas outras equações
tante que também fortaleçam as marcas ou na de nome também desconhecido? Mudaria de um mercado altamente competitivo, os
que criem. Em algum momento, isso pesará a tecnologia? Uma empresa africana não po- consumidores procuram cada vez mais credi-
na decisão do consumidor. Não há como ima- deria lançar produtos como o IPod? Claro que bilidade, estabilidade e serem surpreendidos.
ginarmos, no actual mercado, a ausência de sim. Mas a marca Apple transforma rapida- As marcas, quando bem construídas e manti-
marcas. Num período, onde já não se discute mente a inovação (neste caso, também dife- das, podem fornecer tudo isso, pois não são
mais a qualidade e as características técnicas renciação tecnológica) em desejo de consumo mais apenas resultados de boas criações de
dos produtos, nós consumidores temos a ex- mundial, sendo que o mais importante é que logos. Elas geram compromisso e apresen-
pectativa de que esta fase já foi ultrapassada a já nos traz uma série de interpretações e na tam características que fazem com o que os
e, por isso, são as experiências que nos posi- maioria das vezes, positivas. Marcas são o re- consumidores se identifiquem. São as mar-
cas que diferenciam os produtos, havendo
estudos que garantem que as empresas que
curiosidade possuem marcas fortes focadas são melhor
A palavra Apple foi escolhida por três razões: o nome iniciava-se com “A”, portanto sucedidas e geralmente o lucro é maior do
apareceria listado à frente da maioria dos concorrentes; ninguém esperaria uma que as demais no mesmo sestor de ativida-
associação de sentidos de uma maçã com computadores, sendo uma aposta no de. Motivo por que se diz que as marcas for-
inusitado; e uma maçã está associada a uma vida saudável (“an apple a day keeps tes ajudam as empresas nos momentos de
the doctor away”). Além do mais, a maçã desenhada com faixas era uma alusão à crise! As marcas neutralizam as percepções
marca listrada da IBM e o pedaço mordido uma clara referência ao pecado bíblico dos consumidores.
a evolução visual
1975 O logotipo original da Apple, desenhado por Ron Wayne, mostrava Isaac Newton debaixo
de uma árvore de maçãs. Devido à complexidade e dificuldade de ser reproduzido em
vários tamanhos, Steve Jobs contratou Rob Janoff, em 1976, para redesenhar o logotipo.
O resultado foi o surgimento do famoso logotipo representado por uma maçã colorida
ÍCONE DO DESEJO com uma mordida, relacionando a marca com a história bíblica de Adão e Eva. Em 1999,
Alguém poderia imaginar que uma maçã colo- o logotipo assumiu várias cores para acompanhar as cores do iMac. O logotipo atual
rida se tornaria rapidamente famosa em todo adoptou uma cor cinza cromada,, ppassando uma imagem
g de tecnologia
g e sobriedade
o mundo? Com certeza que não. Em matéria
de maçã como símbolo, a do fabricante de
computadores Apple talvez seja apenas com- Hoje a Apple é
parável à de Adão e Eva. Mas o facto é que, sentimento, um
quando se fala em símbolo e quando este é modo de vida.
uma maçã, o que hoje nos vem imediatamen- Não tem somente
te à cabeça é a marca Apple. Esta traduz aos
consumidores, mas
usuários toda a imagem da criatividade, ino-
sim seguidores e porr
vação, design e originalidade. Razão pela qual,
Steven Paul Jobs, seu fundador, se tornou o
isso foi eleita uma
exemplo de sonho de qualquer profissional das marcas mais
de marketing. Ele personifica como poucos os influentes do mundo
conceitos de audácia e genialidade. Conside-
rado uma espécie de pop-star corporativo do ERA UMA VEZ…
mundo dos negócios, foi o ‘pai do Macintosh’, Tudo começou quando os engenheiros Steven dos de uma maçã com computadores, sendo
computador revolucionário que preconizou to- Wozniak e Steve Jobs, que tinham sido cole- uma aposta no inusitado; e uma maçã está
dos os futuros PCs depois de 1984. Quando gas de turma na faculdade, vislumbraram a associada à uma vida saudável (“an apple a
em 1996, depois de um período onde passou possibilidade de desenvolver e comercializar day keeps the doctor away”). Além do mais,
por outras empresas, retornou à Apple, que computadores pessoais. Ambos eram inte- a maçã desenhada com faixas era uma alusão
estava numa situação financeira frágil, conse- ressados em eletrónica. Após a graduação, à marca listrada da IBM e o pedaço mordido
guiu aumentar as vendas significativamente. continuaram amigos e em contacto directo, uma clara referência ao pecado bíblico. Steve
O segredo? O lançamento de inovações como trabalhando em empresas localizadas no Vale Jobs, não queria somente vencer a concorrên-
o iMac, iPod e o iPhone. Para se ter uma ideia do Silício. Jobs trabalhava na Atari e Woznia- cia no segmento dos computadores pessoais,
do que Steve Jobs é capaz de fazer, basta as- ck na Hewllet-Pachard. Jobs com a sua gran- mas sim mudar uma sociedade, criar uma no-
sistir ou acompanhar as palestras emblemá- de visão futurista insistia que ambos, mais va perspectiva de vida para uma nova geração
ticas (Keynotes) anuais, que ele comanda na Ron Wayne, deveriam tentar vender compu- que estava por vir. A recém-fundada empresa,
MacWorld (feira oficial da Apple), quando di- tadores pessoais. A ideia era desenvolver um resolveu então colocar no mercado o compu-
vulga as suas tão esperadas ideias. Tais apre- microcomputador que pudesse ser menor e tador baptizado de Apple I, criado e desen-
sentações são marcadas pela sua maneira de bem mais acessível que os modelos desenvol- volvido por Wozniack. Porém, o mercado não
se apresentar, sempre de camisa preta, jeans vidos pela lendária PARC. Essa ideia e união levou o Apple I, vendido por USD 666.66, a
e tênis New Balance modelo 991. Tudo muito resultou no nascimento da Apple Computer sério e os computadores só começaram a ser
‘cool’ como dizem os americanos. A Apple não Company em Abril de 1976. O capital inicial da alvo de interesse em 1977, quando o Apple II
seria a mesma sem Steve Jobs. Em 2006, a empresa, com sede na garagem da casa dos foi apresentado numa feira de informática.
Walt Disney comprou a Pixar e tornou Steve pais de Steve Jobs, era originário da venda de Foi o primeiro computador a ter o CPU feito
Jobs o maior acionista individual da empresa, uma Kombi e de uma calculadora HP. A pala- de plástico e com designers gráficos coloridos,
onde ocupa também o cargo de conselheiro vra Apple foi escolhida por três razões: o no- tendo sido considerada uma máquina impres-
executivo. A rivalidade dele com Bill Gates, me iniciava-se com “A”, portanto apareceria sionante. Em meados de 1978, o lançamento
presidente e dono da Microsoft, já é elemento listado na frente da maioria dos concorrentes; do Apple Disk II, o floppy drive mais barato
cultural do sector. ninguém esperaria uma associação de senti- da época, fizeram as vendas da empresa dis-
grande crise, que culminaria com a saída, e de- o iMac, ambos equipados com o processador
pois volta em 1996, de Steve Jobs da empresa. Intel Core Duo. A frase de campanha comercial
números Nem o estrondoso lançamento do Macintosh para os novos modelos, bastante provocativa,
Segundo a consultora britânica InterBrand, em 1984 foi capaz de contê-la. Em meados era: “O que um chip Intel faria dentro de um
somente a marca Apple está avaliada em da década de 90, quase à beira da falência, a Mac? Muito mais do que já fez em qualquer
mais de USD 13.72 biliões, sendo por isso Apple começaria a lançar dezenas de produ- PC”. Com o lançamento de dois novos pro-
uma das mais valiosas do mundo. A empresa tos e programas, dentre eles o iMac, o iBook dutos, o Apple TV e o iPhone, durante a Ma-
também ocupa a posição de número 103 no e mais recentemente o iPod, que revoluciona- cWorld 2007, a Apple anunciou a mudança do
ranking da revista FORTUNE 500 (empresas riam o mundo dos computadores e acabariam seu nome de Apple Computers Inc. para Ap-
de maior facturação no mercado americano) com as inúmeras crises por qual a empresa ple Inc. Esta mudança ocorreu principalmen-
passou. Durante toda sua história, a Apple te pelo novo posicionamento de mercado que
sempre foi pioneira ao lançar produtos revolu- a empresa passou a adoptar. Com estes dois
cionários como a impressora laser PostScript; novos produtos, juntamente com o iPod e os
pararem. Com o aumento das vendas, veio o Desktop Publishing; a Universal Serial Bus, seus computadores, a Apple passou a actuar
também um aumento significativo da empre- popularmente conhecida como entrada USB não somente no mercado de computadores,
sa e pôr volta de 1980, quando o Apple III foi que substituiu diversas outras, tornando-se mas também no mercado de eletrónicos.
lançado, começaram a vender os seus com- um padrão mundial, e actualmente usada em
putadores para o exterior. No desejo de dar Pen Drives e MP3 Players; os primeiros lap- A marca utilizou génios
continuidade à revolução que iniciou, Jobs co- tops com mouse de série e teclados externos criativos que ainda hoje
meteu o que talvez tenha sido o seu primeiro (série PowerBook 100, introduzidos em 1991); servem de inspiração, como
erro: mandou os seus projectistas eliminarem o abandono do leitor de disquetes (iMac origi-
Albert Einstein, Martin
a ventoinha do Apple III, o que resultou na ne- nal, introduzido em 1998); o primeiro compu-
Luther King, Picasso ou
cessidade de substituir milhares de unidades tador disponível comercialmente a basear-se
danificadas por superaquecimento. Três anos principalmente no USB para a conexão de pe-
Muhammad Ali, para
mais tarde, seria lançada uma versão revista riféricos (iMac original, introduzido em 1998); demonstrar às pessoas que
do Apple III, mas a imagem da máquina já ti- e o primeiro laptop com monitor de tela larga ter um Macintosh é ser-se
nha sido irremediavelmente arranhada pela (PowerBook G4, introduzido em 2000). Em Ju- diferente, logo melhor
falha do projecto do modelo anterior. Em 1981, nho de 2005, Steve Jobs surpreendeu o mun-
a situação começou-se a complicar. Primei- do da informática ao anunciar que a Apple iria A MARCA NO MUNDO
ro, o mercado ficou saturado, dificultando as trocar os processadores PowerPC dos seus A mais criativa e inovadora empresa do mun-
vendas. Depois, Wozniack sofreu um aciden- computadores por processadores da marca In- do está presente em mais de 100 países,
te aéreo ficando ausente da empresa e Steve tel. Os primeiros modelos de Macintosh equi- contando com mais de 200 lojas próprias, lo-
Jobs assumiu o controlo. Para complicar o fra- pados com chips da Intel apareceram à venda calizadas na sua maioria nos Estados Unidos,
casso do computador Lisa. Era o início de uma no começo do ano seguinte: o MacBook Pro e além das unidades que detém na Inglaterra,
O PODER DE NEGOCIAR
Nos últimos 30 anos, o sector sofreu múlti- cando-se um acréscimo da qualidade de vi- de serviços mercantis públicos e privados de
plas metamorfoses e ganhos, culminando da e de consumo das famílias. O ministério grande e pequena dimensão. A expansão do
numa estrutura moderna. “Ao longo desse que tutela esta pasta fez saber recentemen- Presild (Programa de Reestruturação do Sis-
tempo, o comércio sempre foi um elemento te que possui uma estratégia de formação e tema de Logística e de Abastecimento de
fundamental na unidade nacional. informação da população, com o intuito de Bens Essenciais à População) deu maior vi-
É o comércio que, ao longo de todas as vicis- accionar os instrumentos legais da política sibilidade a este nicho económico, devido à
situdes que Angola viveu, nunca sucumbiu, comercial, que já está estabelecida. implementação dos supermercados ‘Nosso
sempre exerceu bem o seu papel, quer eco- Aliás, o Governo tem adoptado mecanismos Super’, à construção de mercados municipais
nómico ou financeiro, quer social”. A opinião é de segurança contra práticas desleais, de mo- e ao apoio ao comércio rural.
do Director Nacional do Comércio (DNCI), Go- do a proteger a saúde pública e a defender os Por outro lado, os incentivos conferidos aos
mes Cardoso, que sustentou que com a en- direitos e interesses dos consumidores. produtores, nomeadamente agrícolas im-
trada no novo milénio, estão a ser concebidos pulsionou o ramo, pois foi garantido o esco-
os três pilares fundamentais da actividade: a DESTAQUE EM 2008 amento da produção agrícola para os grandes
solidificação das infra-estruturas institucio- A par do ramo petrolífero, da construção civil centros de consumo.
nais e comerciais, a aposta na formação e a e da agricultura, o sector do comércio foi dos A reconstrução nacional também foi decisiva.
profissionalização dos comerciantes. mais activos da economia angolana. Afinal, a criação de novas vias de comunica-
A evolução das condições em que os produ- O resultado respeita ao ano anterior e tem ção e recuperação das debilitadas facilitou a
tos são conservados e vendidos reflecte-se como justificação o licenciamento de 4.180 deslocação de pessoas e mercadorias, tendo
no comportamento dos compradores, verifi- estabelecimentos comerciais e a prestação aproximado as aldeias dos centros urbanos.
44 | ANGOLA’IN · SOCIEDADE
:
NOVIDADE ENTO
LICENCIA M
ONLINE modernização,
da
BENEFÍCIOS DO COMÉRCIO RURAL sumidores aos supermercados, que apesar de À luz do quadro ão e
desburocratizaç
O Programa de Desenvolvimento Rural e Com- mais dispendiosos, proporcionam outra quali- simplificação, am ento
po do licenci
bate à Pobreza melhorou a qualidade de vida dade e higiene. Devido a campanhas de sensi- redução do tem
mercial, a
das populações. Entre as diversas medidas es- bilização, os habitantes começam a valorizar a da actividade co
espaço no seu
tá a criação de dois centros de comércio rural. qualidade em detrimento do preço. DNCI criou um ste
ncretização de
Esta é de facto uma das principais apostas do website para co s
, os empres io
ár
Ministério do Comércio não só para dinamizar “CLIENTE TEM SEMPRE RAZÃO” objectivo. Assim ci o
ar o seu negó
a agricultura, mas também os negócios de re- Segundo o artigo quarto da Lei do Consumidor podem legaliz
od a e rápida,
talho e solidificar a “marca” de Angola. Recor- em vigor no país, o consumidor tem direito à de forma cóm
a de um click
de-se que o referido projecto prevê a criação qualidade dos bens e serviços, à informação tudo à distânci
de um milhão e 790 mil empresas familiares, e divulgação sobre o consumo adequado dos
em todo o país, no período de 2009 a 2012. O bens e serviços, à protecção dos interesses
orçamento estimado aponta um gasto de 216 económicos e contra a publicidade enganosa e
milhões de Kwanzas nos próximos três anos. abusiva. O cliente tem ainda direito à efectiva e pedagógica, permitindo que a mensagem
Já a ministra Idalina Valente revelou que o pro- prevenção e reparação dos danos patrimoniais chegue ao consumidor sem nenhuma distor-
grama tem como propósito a reabilitação de e morais, individuais, homogéneos, colectivos ção, atingindo os fins preconizados pelo Es-
todas as lojas no meio rural, esperando criar e difusos, bem como à protecção jurídica, ad- tado que são os da segurança e do bem-estar
sinergias para resolver os problemas comer- ministrativa, técnica e à facilitação da defesa social”, ressalva a ministra Idalina Valente. O
ciais e colocar à disposição da agro-indústria dos seus direitos em juízo. Estas são as pre- órgão apresenta ainda uma função pedagógi-
produtos alimentares. O projecto terá uma missas que levaram à criação do Instituto Na- ca que, de acordo com o vice-ministro do Co-
implementação faseada, contemplando numa cional de Defesa do Consumidor (INADEC), mércio, Gomes Cardoso, deve ser educativa,
primeira fase as províncias de Uíge, Malange, representado nas 18 províncias e que tem co- preventiva e didáctica, no sentido de conscien-
Kwanza Sul, Huambo, Bié, Benguela, Huíla e mo principal objectivo fazer cumprir as nor- cializar o consumidor do seu papel na salva-
Cunene, que foram escolhidas inicialmente mas veiculadas pela lei. guarda da saúde e segurança da população. A
devido às suas potencialidades. Os executo- entidade, que se encontra em fase de reestru-
res do plano são os importadores, grossistas, PREVENIR, EDUCAR, FISCALIZAR turação, tem apreendido e destruído grande
retalhistas e instituições bancárias. Desenvolvido para controlar e aplicar a políti- quantidade de produtos falsificados, com pra-
ca de defesa dos direitos dos consumidores, o zos de validade expirados ou impróprios para
GROSSISTAS CRESCEM EM DOIS ANOS INADEC foi criado pelo Ministério do Comércio consumo humano. A garantia é dada pela di-
O mercado grossista também sofrerá altera-- para proteger, defender e ajudar o comprador, rectora do INADEC, Elsa Barber, que tem ape-
ções nos próximos anos, pelo que será reor-- informando-o sobre os seus direitos. “Espera- lado para que os consumidores estejam mais
ganizado e estruturado em Plataformas dee mos que o INADEC consolide a criação de uma atentos na hora da compra e para que os co-
Logística e Distribuição (Clods). Até 2011, dee linha de orientação uniforme e metodol oollóg
ógic
metodológica, ica,
a, merciantes assumam a sua responsabilidade
acordo com os dados fornecidos pelo coorde-- com uma função prioritariamente pr reevventiva
preventiva social,
social, não vendendo produtos deteriorados.
so
nador da comissão instaladora da rede ‘Nossoo
Super’, Gomes Cardoso, serão construídos novee
centros de logística e distribuição e um merca--
do abastecedor nas províncias de Luanda, Ma--
lange, Benguela, Huambo, Bié, Huíla, Kwanzaa
Sul, Lunda Sul, Uíge e Cunene. Este incorporaa
ainda novos entrepostos comerciais e hiper--
mercados grossistas, centros de conservação e
armazenamento. No total, surgirão 30 mil va--
gas de trabalho, bem como espaços baseadoss
no urbanismo comercial, em que será discipli--
nada a implantação dos estabelecimentos.
CUSTO OU QUALIDADE?
Muitas famílias ainda recorrem ao chamadoo
‘comércio informal’, que é condição de sobre--
vivência para muitos cidadãos. No entanto,, legislação protege ‘o que é nosso’
apesar dos efeitos nefastos para a economiaa
(desobrigação fiscal, lixo, falta de segurança e
“Mais valia” foi o termo usado pela ministra do Comércio
“Mais-valia” Comércio, Idalina Valente
Valente, relativa
relativa-
qualidade), os mercados de rua continuam a mente à intenção governamental de definir uma legislação que proteja a “marca”
ser procurados, devido aos baixos preços dos Angola, salvaguardando a origem dos produtos nacionais, no caso das exportações.
produtos. A venda de alimentos estragados, Segundo a responsável, o aspecto da força de vontade, perseverança, benevolência e
mal conservados e expostos ao sol e à poei- simplicidade dos angolanos são elementos positivos para a criação e estabelecimen-
ra são razões que têm conduzido muitos con- to da marca, que poderá projectar as empresas no mercado internacional
SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 45
SOCIEDADE
O GIGANTE
A DNCI atribui-lhe a Chave de Ouro por ter criado em apenas dois anos a maior e melhor
rede comercial a retalho, a nível nacional. Trata-se da cadeia de supermercados ‘Nosso
Super’, que fechou o último ano com 27 lojas, que abrangem regiões desde Cabinda ao
Cunene. Em 2008, inauguraram o primeiro centro de distribuição da rede, em Luanda/
Viana. Com uma facturação de mais de 139 milhões de USD, o grupo atendeu 10.707.600
clientes em 2007. Inseridos no quadro do escoamento e valorização da produção nacio-
nal, cerca de 28,5 por cento dos produtos comercializados são de origem angolana. Estas
superfícies foram igualmente responsáveis por criar sete mil postos de trabalho
lojas de retalho até 2011
O projecto tem como meta a criação de
dez mil estabelecimentos comerciais CASOS DE SUCESSO um hipermercado com duas áreas de serviço
a retalho num prazo de dois anos, que Inúmeras superfícies comerciais têm surgi- (uma para atender consumidores e outra de
do, propondo um conceito inovador em re- venda a grosso aos retalhistas). É o maior do
serão distribuídos por todo o país, no lação às tradicionais feiras de rua, em que a género em Luanda e emprega 480 pessoas.
sentido de aproximar os produtos das qualidade e o correcto aprovisionamento dos A Casa dos Frescos também é muito requisi-
populações. Numa primeira fase, serão alimentos são o slogan mais eficaz. Instala- tada, especialmente na procura de produtos
do em Angola desde 1996, o Jumbo, perten- lácteos e dos chamados ‘frescos’.
desenvolvidas 164 lojas em todos os cente ao grupo francês Auchan, é uma dos
municípios, num investimento avalia- grandes hipermercados nacionais. Em perío- MAIS LOJAS DE PROXIMIDADE
do em 45 milhões de dólares. Os novos do de crescimento, conta com 312 funcioná- Vinte e cinco novas lojas da rede ‘Poupa Lá’
rios e pretende atingir este ano um volume abrirão portas ao longo deste ano, no âmbito
estabelecimentos vão gerar 88 mil em- de negócios de 22 milhões de USD, de forma do Presild. Actualmente, dois estabelecimen-
pregos. Pretendendo desenvolver uma a ultrapassar os 92 milhões de dólares, con- tos já se encontram a funcionar, como é o ca-
rede comercial organizada, esta acção quistados em 2007. A previsão é sustentada so da loja instalada em Luanda (Benfica), que
pelas acções desenvolvidas ao nível de espa- possui uma área de 250 metros quadrados de
vai colocar ao dispor das populações ços de venda e de melhoria dos equipamen- exposição e venda, câmaras frigoríficas e cer-
produtos conservados, a baixo preço e tos que têm sido implementados. Porém, a ca de 400 variedades de produtos. Apenas es-
próximos das localidades. No caso de cadeia de supermercados mais conhecida em te espaço deu emprego a 28 cidadãos. Numa
todo o território e que é caso único de suces- primeira fase, as lojas ‘Poupa Lá’ serão cons-
Bié, este ano vão nascer mais duas lo- so é o ‘Nosso Super’. Apenas em 2008 ba- truídas nos municípios da capital. Para 2009,
jas, que se juntam às cinco existentes teu o record de construir e inaugurar 17 lojas. o programa governamental para o sector co-
e permitem a troca de produtos entre Desde 2007, o espaço vendeu bens a mais de mercial dá continuidade ao trabalho desen-
dez milhões de clientes, que recorreram aos volvido até este ponto, estando na agenda a
os camponeses e a empresa responsá- 28 espaços distribuídos pelas 18 províncias. inauguração de novos mercados e supermer-
vel pelo projecto, a “Nexiwa Lda”. Quem dá os primeiros passos na área do co- cados, dois centros de distribuição e consoli-
mércio grosso e a retalho é o grupo César & dação do comércio rural e das infra-estruturas
Filhos. Recentemente inaugurou o Interpark, e redes de distribuição de bens.
46 | ANGOLA’IN · SOCIEDADE
SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 47
SOCIEDADE | patrícia alves tavares
48 | ANGOLA’IN · SOCIEDADE
esquecendo o lado comercial. “Não pode ha- a criação de novas. Outra das potencialidades forte expansão e é encarada por muitos como
ver agricultura sustentável e uma economia da cana-de-açúcar respeita ao seu aproveita- uma medida eficaz de diversificação da activi-
próspera sem uma base técnica e tecnologia mento enquanto energia renovável. A Com- dade agrícola. Para este ano, o Governo dispo-
sólida”, frisou o ministro. Já o presidente do panhia de Bioenergia de Angola (BIOCOM) nibilizou uma verba de 350 milhões de dólares
Fundo de Desenvolvimento de Café em Ango- pretende implementar, até 2012, uma usina para impulsionar a agro-pecuária. Kwanza-Sul
la confirmou que o programa governamental produtora de açúcar, etanol e bioelectricida- é a província mais apta para esta técnica. De-
abrange o desenvolvimento da produção nas de em Malanje, com o objectivo de reduzir as tentora de terras de boa qualidade e de água
áreas cafeícolas do país. As entidades contam importações da matéria e o consumo de com- em abundância, a região assiste à reconversão
igualmente com a experiência brasileira, no- bustíveis fósseis. da produção agro-pecuária. Recorde-se que es-
meadamente da Embrapa, na reestruturação ta actividade está intimamente ligada ao pro-
do sector, que visa essencialmente os agricul- Assegurar a auto-suficiência jecto social mais importante do país – Aldeia
tores familiares. alimentar é uma das Nova (fomento da produção agrícola e pecuá-
prioridades do Governo ria através da vertente familiar, em que cada
família recebe uma habitação, com cerca de
30 hectares de terra para cultivar e cinco a seis
cabeças de gado). Também no Kwanza-Norte
“Não pode haver agricultura sustentável e uma economia está a ser implementado um Pólo Agro-Indus-
próspera sem uma base técnica e tecnologia sólida”, trial. Estes programas destinam-se a reduzir
Afonso Canga, ministro da Agricultura a curto e médio prazo a importação de carne,
leite e ovos. A inseminação artificial para a re-
produção animal e o melhoramento das raças
nativas também constam das prioridades.
SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 49
SOCIEDADE | patrícia alves tavares
Gesto
que salva
vidas
Dar sangue é o acto cívico de maior grandeza. Em
Angola, os heróis que contribuem para esta causa
não ultrapassam os cinco mil. São necessários 100
mil dadores regulares. As autoridades desdobram-
se em apelos, evocando que um dia pode ser o não
dador a carecer de uma transfusão. Actualmente, o
país consegue colmatar apenas 25 por cento das ne-
cessidades, pelo que seriam precisas mais de 280 mil
unidades de produto para atingir os 100 por cento.
“Doar sangue ajuda a salvar vidas. Nada VOLUNTÁRIOS, PROCURAM-SE! cular na organização da iniciativa que ajudou
é comparável à sensação de salvar uma “Com os cem mil dadores voluntários por ano, a movimentar a sociedade em torno dos ob-
os hospitais teriam sangue suficiente e cada jectivos da OMS. Para o responsável, a dádi-
vida”. A declaração é do vice-ministro
um de nós quando tivesse um familiar a ne- va regular de sangue permite implementar
da Saúde, Carlos Alberto Masseca, que cessitar, não seria teria que estender o braço”, a estratégia de cuidados médicos primários,
aproveitou o Dia Mundial do Dador de explanou Luzia Dias, directora do Centro Na- visto que os serviços de saúde disponibiliza-
Sangue para pedir o contributo de todos, cional de Sangue. Para atingir as metas na- rão de sangue em quantidades suficientes
cionais, é fundamental substituir os dadores para satisfazer situações de risco. Recorde-se
de modo a que seja possível ter quan-
familiares por outros, pelo que a responsável que cerca de 40 por cento das mortes mater-
tidades suficientes para fazer face às defende a criação de estratégias para que o nas são causadas por hemorragias, pelo que
necessidades. Assim que a meta gover- número de voluntários aumente significati- a oferta de sangue seguro é crucial. Por outro
namental for atingida, referiu, será pos- vamente. Assim, os apelos foram redobrados lado, a existência de glóbulos vermelhos em
por ocasião das comemorações do dia mun- quantidade suficiente é muito útil para evitar
sível impedir a morte de recém-nascidos
dial, que este ano teve como mote “Alcançar óbitos por anemia grave, geralmente associa-
por hemorragia materna, de pessoas com 100 por cento de doação de sangue voluntária da a casos de paludismo.
complicações de malária ou anemia e das e não remunerada”. Contudo, médicos e go-
vítimas de acidentes graves. “Cada um vernantes lembram que os dadores são ne- CATIVAR DADORES
cessários todos os dias, não apenas na data Embora exista muito por fazer, o Ministério
de nós pode estar no lugar dessas pesso-
em que se celebra a efeméride. da Saúde tem elogiado o contributo da Igreja,
as, por isso todos somos poucos para es- dos núcleos juvenis e das organizações da so-
sa árdua tarefa”, reiterou. ESFORÇO RECONHECIDO ciedade civil, cujo contributo é reconhecido por
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lou- todos. Estes são os principais dinamizadores
vou recentemente o papel das autoridades das colheitas do líquido precioso, organizan-
angolanas no que respeita à mobilização em do acções de recolha, cedendo espaços e sen-
prol da doação de glóbulos vermelhos. O re- sibilizando as populações, nomeadamente os
presentante da entidade da ONU, Abou Gaye mais novos. Luísa Mendes, médica do Centro
destacou o esforço do ministério, em parti- Nacional de Sangue, convida todos os indiví-
50 | ANGOLA’IN · SOCIEDADE
duos saudáveis, a doarem sangue, para sal-
varem vidas em risco, em qualquer ponto do
país. A clínica frisou que é urgente que cada
um perceba a importância deste gesto, sen-
do capaz de afirmar “eu sou a solução!”. Para
a responsável, este acto deve ser espontâneo
e o dador deve sentir-se confortável e inaba-
lável. Esclareceu ainda que o processo só é
concretizado após uma triagem e exames que
comprovem que o cidadão reúne as condições condições para dar sangue:
para se tornar dador.
› Ter entre 18 e 60 anos;
› Pesar mais de 50 kg;
ACESSO A SANGUE SEGURO
› Ter doado há mais de 60 dias, no caso dos homens;
O incremento do número de pessoas que ce-
› Ter doado há mais de 90 dias, no caso das mulheres;
dem parte dos glóbulos vermelhos voluntária
› A mulher não pode estar grávida, nem a amamentar e, em caso de aborto ou parto, terá que esperar 3 meses;
e regularmente é a única forma de assegu-
› Não ter hepatite desde os 10 anos;
rar o acesso universal a sangue seguro. Luís
› Nunca ter tido malária ou visitado regiões de malária nos últimos 6 meses;
Sambo, representante da OMS África argu-
› Não sofrer de epilepsia;
menta que a segurança do líquido precioso
› Não ser diabético;
é garantida através dos dadores não remu-
› Não possuir tatuagens recentes (inferior a um ano);
nerados, que salvaguardam que este possua
› Não receber transfusões de sangue ou hemoderivados nos últimos 10 anos;
qualidade para albergar de forma sustentá-
› Se não teve comportamentos de risco, como não usar preservativos em relações sexuais, ter tido
vel e previsível as necessidades de todos os
mais de dois parceiros sexuais nos últimos 3 meses ou usar drogas injectáveis
segmentos populacionais. A região carece
de dadores para manter a auto-suficiência
do Banco de Sangue. Porém, Angola, tal co-
mo a maioria dos países africanos, enfrenta 80 por cento do sangue que carecem, a partir por parte de familiares e amigos do doente,
elevadas dificuldades ao nível da selecção de da doação voluntária e não remunerada. Mais bem como os dadores remunerados. O minis-
voluntários com baixo risco de infecção, visto de metade dos Estados-Membros já atingiu tro José Van-Dúnem acredita que com esta
que se verifica uma elevada prevalência das o objectivo. A nível nacional, regista-se uma iniciativa será mais fácil sensibilizar a popula-
doenças transmissíveis via transfusão san- recolha de 3,2 milhões de unidades de sangue ção para os benefícios da dádiva de sangue.
guínea. Assim, em 2001, a Região Africana contra os oito milhões necessários. “Vamos trabalhar todos juntos, para que es-
da OMS adoptou uma estratégia regional, no ta realidade seja possível em Angola, fazen-
sentido de atestar a qualidade dos glóbulos PROMESSA PARA A VIDA do com que os jovens, com capacidades para o
vermelhos. Ao longo deste período, tem-se Com o intuito de incentivar a população sau- efeito, adiram ao movimento, em várias pro-
registado progressos na área da formulação dável a doar sangue com regularidade e assim víncias do país”, esclareceu, lembrando que
de políticas, concepção e implementação de alcançar as metas da OMS, o Ministério da estes dadores são os que oferecem maior se-
estratégias, das quais se destacam o recru- Saúde e os seus parceiros estão a planear im- gurança, podendo constituir a base de reser-
tamento de dadores, a colheita e testagem plantar o “Clube 25”. O projecto consiste num vas de sangue nacional. O “Clube 25” foi criado
do sangue. A meta interposta pelo organis- movimento de jovens voluntários, com idades pela Organização Pan-americana de Saúde e
mo máximo de Saúde consiste na adopção de entre os 18 e os 30, que se comprometem a pela Cruz Vermelha nos países africanos, com
estratagemas por parte dos Governos, com oferecer sangue 25 vezes ao longo da sua vi- a missão de incentivar os jovens a adoptar um
o intuito de se alcançar, em 2012, no mínimo da, substituindo progressivamente a doação estilo de vida mais saudável e a doar sangue.
casos de sucesso
A directora do Centro Nacional de Sangue destaca o papel da Odebrecht e do programa que esta desenvolveu em parceria com a Cruz Verme-
lha de Angola, intitulado “Sangue Seguro”. A empresa fornece sangue, mediante a contribuição regular dos seus colaboradores, bem como das
comunidades em que o grupo opera. A Odebrecht tem sido decisiva em situações de emergência, socorrendo as unidades hospitalares sempre
que há a necessidade de um tipo raro de sangue. As autoridades de saúde louvam ainda a colaboração das províncias ao nível de angariação de
dadores. No Moxico, a última acção de sensibilização visou os efectivos da Polícia Nacional, que tomaram conhecimento da importância deste
gesto, que salva vidas. Já no Namibe, mais de uma centena de jovens, que participaram no “Festijovem” iniciaram uma campanha de doação do
precioso líquido, que vai atenuar as carências do Hospital Provincial “Ngola Kimbanda”
SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 51
SOCIEDADE | patrícia alves tavares
MOSQUITO
MORTÍFERO
É a principal parasitose tropical e responsável pelas
altas taxas de mortalidade, em que os astronómicos
custos inviabilizam o crescimento económico. O
paludismo, também designado por malária, afecta
em grande escala o continente africano, que apesar
de liderar as estatísticas mundiais da doença, tem
sofrido relevantes progressos na luta contra o
flagelo, levando os especialistas a prever a sua quase
erradicação, dentro de poucos anos.
O novo relatório da UNICEF avança que Áfri- NO BOM CAMINHO RISCO MÁXIMO
ca efectuou inúmeros sucessos no combate “Há esperanças, pois muitos países têm de- A doença é a principal causa de mortalidade
à malária, devido ao suficiente abastecimen- senvolvido esforços consideráveis na luta e em todo o território nacional. Os países endé-
to de mosquiteiros impregnados durante o temos constatado um pouco por todo o la- micos necessitam de uma soma adicional de 13
período 2004-08, permitindo cobrir mais de do uma diminuição exacta da taxa de mor- biliões de dólares e de um vasto apoio dos res-
40 por cento das populações em risco, nos bilidade e mortalidade, aliada ao paludismo”, pectivos parceiros, argumenta a OMS em An-
países africanos endémicos. “Estamos, pela esclareceu recentemente a directora do Insti- gola. O país está incluído nesse leque. Apenas
primeira vez na história, prestes a fazer da tuto de Saúde e de Desenvolvimento (ISED), no último ano, foram registados mais de três
malária uma causa rara de mortes e de inva- Anta Tall Dia. Para viabilizar este objectivo, a milhões de casos, que acabaram em mais de
lidez”, declarou An Veneman, directora exe- região conta recentemente com o apoio da 10 mil óbitos. Com efeito, o país criou o Progra-
cutiva. Dados da agência Malária Foundation entidade internacional de microfinanças Pla- ma Nacional de Controlo da Malária, em 1989 e
International, referem que o paludismo é um Net Finance, que actua no terreno através de comprometeu-se a cumprir as metas da decla-
problema de saúde pública que afecta 40 por uma panóplia de instituições. O organismo ração de Abuja, assinada na Nigéria, em 2000,
cento da população mundial, em que os jo- comprometeu-se a lutar contra a doença e em com a finalidade de reduzir a taxa de mortali-
vens são os mais vulneráveis. Estimativas relançar os programas de sensibilização e pre- dade da doença em 50 por cento até 2010 e a
apontam que a cada 30 segundos, algures venção. Aliás, os africanos contam com ajudas sua erradicação total até 2030. A OMS revela
no mundo, uma criança morre do vírus. No internacionais imprescindíveis no combate ao que o grande surto do paludismo ocorreu em
cômputo das admissões em hospitais africa- mosquito sanguinário. O Programa Nacional 2003, logo após o final da guerra, momento
nos, 60 por cento dos casos são malária. de Combate à Malária conta com mais de 40 em que os casos atingiram o valor mais alto de
parceiros, que financiam acções específicas. sempre, com uma taxa de mortalidade de 1,19.
ÁFRICA NO CENTRO DO FOCO Em 2007 a situação voltou a piorar. Contudo,
É um fardo extremamente pesado para as po- desde 2008 tem vindo a regredir.
pulações dos países atingidos, devido ao im-
À LUPA
pacto e custos. O continente africano é o mais
dizimado, estando apenas poupados o norte A doença mortal surg
iu há 50 000 anos, sen
mil o crescimento po do que nos últimos
e África do Sul. Todos os anos são diagnosti- pulacional fez com qu dez
cados 300 a 500 milhões de casos de paludis- explodissem em núme e os insectos de Anophebes
ro, dando origem à
mo, 90 por cento dos quais na região africana. de vidas no século XX epidemia que dizimou
. África é o berço civ milhares
A maioria tem resolução satisfatória. No en- ilizacional e o foco de
todos os parasitas. Al quase
tanto, mata cerca de dois milhões de pessoas ém do continente, a
afectadas pelo mesm América e Ásia tam
bém são
por ano, em que os mais visados são as crian- o mal. A região medit
sul e oeste american errânica (sul da Europ
ças com menos de cinco anos. o erradicaram o mo a) e o
squito assassino no
século XX
52 | ANGOLA’IN · SOCIEDADE
e q e deve saber:
2. o qu
1. o que é o paludismo se pela picada das fêmeas
ine? - O paludismo transmite-
como se prev s, ocorrendo sobretudo
nas
por de mosquitos Anophele
da ou crónica é causada nas per ife-
Esta doença infecciosa agu um e que regiões rurais e semi-ru
rais e, por vez es,
género Plasmodi
protozoários parasitas, do rias das áreas urbanas.
pic ada do mosquito Anopheles. actividade durante o pe-
são transmitidos via s por - Os mosquitos têm maior
três milhões de pessoa ndo-se que o maior risco
de
Responsável por matar udi smo ríodo da noite, considera
do vírus da Sida, o pal itações .
ano, taxa semelhante à red es con- contaminação ocorre no
interior das hab
. Porém o uso de tomas inespecíficos com
o
não tem uma vacina eficaz ectos e de - O doente apr esenta sin
s repelentes de ins s. Co m o evo -
tra mosquitos, de creme ven ção dores de cabeça, fadiga, feb
re e náusea
e são eficazes na pre afri os e feb res
roupas que cubram a pel luir da doença, surgem per
íodos de cal
em con duz ir à morte
altas, que pod
TRABALHO DE EQUIPA
Angola e Namíbia uniram esforços e traba- probabilidades de contraírem malária e fale- saúde contribuem para um combate defici-
lham em conjunto há alguns anos, com o in- cerem, bem como de provocarem um impac- tário do vírus. Aliás, o esforço governamental
tuito de tornarem as respectivas fronteiras to negativo no desenvolvimento dos fetos. O angolano centra-se no reforço dos meios de
livres de paludismo e de outros vírus. O ob- custo económico e social do paludismo é um diagnóstico. No que concerne ao tratamento,
jectivo consiste em uniformizar as acções, dos principais entraves ao desenvolvimento ecos internacionais revelam que existe um no-
visto que a Namíbia - a par da África do Sul, africano. A erradicação da doença é dificulta- vo medicamento, elaborado pela multinacio-
Botswana e Suazilândia - se encontra em fase da pelo facto de possuírem todas as condições nal suíça Novartis, o “Coartem”. Resta esperar
de eliminação da doença. Enquanto que An- climáticas necessárias à actuação do parasita. pelo futuro para conhecer o grau de eficácia
gola, Moçambique, Zâmbia e Zimbabué as- Por outro lado, as fracas infra-estruturas de das actuais medidas.
sistem a um período de controlo, com largas
possibilidades de se entrar na fase de pré-eli-
minação. “Estamos a fazer esforços para tor-
nar a fronteira entre Angola e Namíbia numa ecos da doença no mundo
zona livre de paludismo”, explicou o ministro • Bill Gates investe 75 mil euros
da Saúde, José Van-Dúnem. Embora, admi- O homem da Microsoft vai financiar através da sua fundação projectos inovadores
novadores e não
ta que os países têm velocidades diferentes, convencionais na área da saúde. Um tomate que liberta medicação antivíralral quando inge-
o responsável ressalva que as regiões mais rido e fungos que actuam como uma constipação em mosquitos portadores e d de paludismo
avançadas difundem as boas práticas e os são alguns dos 81 projectos inseridos na bolsa de investimento, que ronda os 75 mil euros
exemplos de sucesso. De facto, o país já dis- • ONU espera por apoio
põe de medicamentos altamente eficazes, de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU reiterou a necessidade de todos os Governos unirem
maior acesso ao diagnóstico e testagem rápi- esforços e continuarem a apoiar a luta contra a malária. Apesar da actual crise económica,
da e de qualidade. o responsável salientou que os investimentos na saúde vão garantir que cada indivíduo te-
nha acesso a um mosquiteiro e a possibilidade de utilizá-lo
GRUPOS DE RISCO • Banco Mundial dispõe ajuda
Os mais pequenos são os mais atingidos pelo O Projecto de Apoio ao Desenvolvimento Comunitário e Social (PRADCS) beneficiará de
insecto assassino, visto que uma em cada 20 mais de 15 milhões de dólares americanos. O Banco Mundial concede a avultada verba a um
crianças morre da doença, antes de completa- programa que tem como finalidade contribuir para a concretização dos Objectivos de De-
rem os cinco anos. As grávidas englobam-se senvolvimento do Milénio (ODM), de entre os quais se destacam a luta contra o paludismo
no conjunto de pessoas com sistema imuni-
tário mais desprotegido. Elas têm elevadas
SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 53
SOCIEDADE | patrícia alves tavares
Ambiente
em risco de vida
Luanda, conhecida por se tratar da capital de Angola, assume-se como ‘capital’ da poluição.
Esta é uma das cidades mais sujas do país. A ausência de cultura cívica e a densidade
populacional são responsáveis pelo acumular de lixo, que é uma ameaça para as gerações
futuras. Por outro lado, a poluição visual não transmite uma imagem agradável do principal
centro de negócios. As acções dos diversos intervenientes, que usufruem da metrópole
diariamente, comprometem o meio ambiente.
Os problemas de poluição nas cidades angolanas não são recentes. Há muito que se alerta da garganta e do pulmão. A solução, segun-
para os efeitos nefastos a curto prazo desta situação. A capital é apenas um exemplo de uma do o clínico, passa por instalar as fábricas pro-
questão que actualmente atinge as potências mundiais. A circulação automóvel, o sobrepo- dutoras de gases tóxicos fora das localidades
voamento e os diversos serviços (comércio, restauração, indústria, etc) são alguns dos facto- e por obrigar os trabalhadores a usar equipa-
res que têm contribuído para que Luanda continue a registar elevados índices de poluição. O mentos de protecção. Para o especialista em
caso do rio Catintom, na Maianga, personifica a degradação ambiental da metrópole angola- poluição atmosférica, Eugénio Garcia, o incor-
na. As águas há muito que se tornaram impróprias para qualquer uso doméstico. O rio alber- recto aprovisionamento dos resíduos hospita-
ga o maior parque de lavagem de viaturas a céu aberto. Ao longo da sua extensão, lavadores lares tem consequências graves para o meio
improvisados implantaram moto-bombas, que sugam a água do rio para lavar os automóveis. ambiente. Enquanto discursava no II Encontro
No mesmo local, procede-se à lubrificação das viaturas, sendo que o óleo é derramado direc- Técnico-Científico da Universidade Agostinho
tamente no rio. Daí, as associações ambientais apelarem para uma sensibilização das popula- Neto, o perito incitou os responsáveis das uni-
ções, que não se apercebem que os seus actos têm efeitos nocivos para a natureza. dades hospitalares a que procedam a um tra-
tamento responsável dos detritos. O médico
reiterou que a queima dos resíduos por parte
Instalar as fábricas PLANETA SOB AMEAÇA das unidades de saúde constitui um acto peri-
produtoras de gases tóxicos Médicos e especialistas não duvidam que a goso, deixando o alerta ao Ministério da Saú-
degradação do ambiente tem impactos pro- de e à engenharia do ambiente. O responsável
fora das localidades, é
fundos na saúde da população. Matumba Fi- apelou para que os organismos unam esfor-
a solução defendida por lipe, especialista em otorrinolaringologia no ços e desenvolvam uma política de actuação
especialistas Hospital Josina Machel, garante que a polui- comum. Eugénio Garcia lembrou que a maior
ção proveniente das indústrias química, agrí- consequência da contaminação atmosférica
cola, de construção civil e de transportes é é a inversão térmica, em que o aumento da
responsável pelo alastrar de determinadas pa- temperatura durante o dia e o drástico arrefe-
tologias. A degradação atmosférica contribui cimento nocturno provocam problemas respi-
para o aumento de casos como renites alér- ratórios e cardíacos, devida à concentração e
gicas, faringites, laringites, sinusites, cancros inalação de fumos.
54 | ANGOLA’IN · SOCIEDADE
A degradação à perda da audição”, argumentou Filipe Matu- nas o transbordo do recipiente, onde se mistura
atmosférica contribui ba. Já o intendente Eugénio Bernardo admitiu o óleo dos carros com a água. “Seríamos loucos
para o aumento de casos que estão a ser tomar medidas para fazer fa- se despejássemos no esgoto sete ou oito litros
como renites alérgicas, ce a esta problemática, designadamente nos de óleo queimado retirado das viaturas”, con-
aparelhos de som das viaturas. “Uma das trapõe o responsável da estação do Ingombota,
faringites, laringites,
principais causas associadas aos problemas em declarações ao jornal ‘O País’.
sinusites, cancros da
auditivos está na poluição, ou seja, no exagero
garganta e do pulmão do volume ou na sua falta de controlo”, corro- EM PROL DO AMBIENTE
borou o chefe do departamento de prevenção Empenhado em mudar mentalidades, aler-
rodoviária da Polícia Nacional. Relatórios da tando os cidadãos para os efeitos que a po-
Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam luição pode provocar a médio e longo prazo,
que a “surdez severa” afecta quatro em cada no que respeita às alterações climáticas e à
mil pessoas nos países subdesenvolvidos. degradação ambiental global, o Ministério do
Ambiente organizou, por ocasião das come-
Os rios, mares e lagos são morações do Dia do Ambiente, um workshop
autênticos caixotes do lixo alusivo ao tema “o teu planeta precisa de ti”.
Durante o encontro, foram discutidos assun-
para os angolanos
tos relacionados com os efeitos das altera-
ções climáticas sobre as cidades costeiras, os
ÁGUAS EM RISCO
gases estufa, os perigos da camada do ozono
Os rios, mares e lagos são autênticos caixotes
e a prevenção dos impactos ambientais. A mi-
do lixo para os angolanos. Por toda a região, as-
nistra do Ambiente, Fátima Jardim espera que
siste-se diariamente a descargas ilegais de to-
as empresas e organizações adoptem temas
do o tipo de resíduos para os lençóis de água,
e solgans, que eduquem e sensibilizem os po-
que inevitavelmente vão poluir os solos e com-
vos para a necessidade de preservar o meio
prometer a sua fertilidade. A poluição do mar
envolvente. Semelhante repto foi lançado às
está a pôr em causa a biodiversidade marinha.
instituições públicas e estabelecimentos de
A exploração petrolífera é uma das responsá-
ensino, para que procedam à realização de pa-
veis pelo desaparecimento das espécies no
lestras e debates.
oceano, devido aos derrames e queima do gás.
A bióloga Carmem Van-Dúnem aponta ainda o As matérias renováveis
transporte marítimo como um dos factores de
são uma alternativa viável
contaminação, devido às águas de lastro e à li-
Calcula-se que milhão e meio bertação de efluentes. As estações de serviço a energias perecíveis e
de angolanos apresentem al- são altamente poluentes, devido às constan- altamente poluentes
gum tipo de perda auditiva e tes descargas de resíduos, óleos e outros lubri-
ALTERNATIVA RENOVÁVEL
que 700 mil pessoas sejam sur- ficantes, que têm como destino as águas dos
A Organização Não Governamental Juventu-
rios e do mar. A maioria dos proprietários dos
das, devido à poluição sonora de Ecológica Angolana (JEA) tem desenvol-
estabelecimentos não se mostra preocupada
vido acções no âmbito da sensibilização das
com os efeitos nocivos deste procedimento, ar-
RUÍDOS PERIGOSOS populações, consciencializando os cidadãos
gumentando que o que chega à natureza é ape-
A poluição sonora tem causado graves proble- para a importância do uso de energias renová-
mas de surdez a muitos habitantes, principal- veis, de modo a evitar a poluição ambiental. O
mente os que vivem nas cidades, pois estão projecto está a ser implementado na província
mais expostos a altos níveis de ruídos. Luan- do Kwanza Sul, contando com a colaboração
da, devido à concentração urbana e ao funcio- de uma ONG internacional. A particularidade
namento de casas nocturnas, é o caso mais deste programa reside no fomento da utili-
preocupante. Calcula-se que milhão e meio de zação da energia solar (não tem danos para
angolanos apresentem algum tipo de perda o ambiente), através de actividades de edu-
auditiva e que 700 mil pessoas sejam surdas. cação ambiental e distribuição de lanternas
Devido ao acréscimo de situações de surdez solares. A JEA dedica-se às questões de pro-
registadas pelas autoridades de saúde, o mé- tecção, recuperação e preservação do meio.
dico Filipe Matuba defende a intervenção da As matérias renováveis são uma alternativa
Polícia Nacional no combate à poluição sono- viável a energias perecíveis e altamente po-
ra. “O som alto é prejudicial para eles e para luentes, pelo que podem assegurar a susten-
a vizinhança. Volumes que variam entre 150 tabilidade do ambiente e a qualidade de vida
e 170 decibéis são uma transgressão à saúde dos humanos. O futuro passa pela rentabiliza-
auditiva. Ao longo do tempo, podem causar ção das energias provenientes das marés, das
uma degeneração do ouvido interno, levando ondas, do sol, dos ventos, entre outras.
SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 55
SOCIEDADE | patrícia alves tavares
Espanha, França, Itália, Portugal e Reino- igualmente abrangidos pela legislação anti- cigarros e produtos derivados. Desencorajar
Unido são alguns dos países europeus em tabágica. As unidades de restauração e es- quem pretende começar a fumar e incenti-
que vigora a legislação anti-fumo, que pro- tabelecimentos de diversão nocturna têm a var quem o faz a largar a nicotina são os ob-
íbe o consumo de tabaco em locais públicos. possibilidade de criar uma área reservada pa- jectivos da inclusão de frases e imagens nos
Angola deve juntar-se brevemente a este lo- ra fumadores. Não existindo a devida sepa- produtos, actuação que tem surtido sucesso
te, tendo inclusive ratificado a convenção 4 ração de espaços, os locais recebem o dístico nos 12 países que recorrem a este método. A
sobre o tabaco, seguindo assim o exemplo para a classe de “não fumadores”. entidade angolana defende a fiscalização da
das nações de primeiro mundo. A lei, que fu- indústria tabaqueira, no que concerne a publi-
turamente impedirá os fumadores de acen- COIMAS PARA PREVARICADORES cidade enganosa. Entretanto, e à semelhança
derem o cigarro em zonas fechadas, está a Os responsáveis pelos estabelecimentos es- de muitas potências mundiais, o Governo de
ser criada. A iniciativa partiu dos ministérios tão sujeitos à aplicação de multas sempre José Eduardo dos Santos aposta em acções
do Ambiente e da Administração Pública, que não delimitem as alas para “fumadores” de sensibilização e pondera aumentar o im-
Emprego e Segurança Social, dirigidos por e “não fumadores” e que permitam o uso de posto sobre a venda de cigarros.
Fátima Jardim e António Pitra Neto, respec- cigarros em área indevida. Os proprietários
tivamente. A proposta pretende desincenti- serão punidos com sanções que oscilam en- COMBATER MALEFÍCIOS
var o hábito do consumo de tabaco e proteger tre os três e oito salários mínimos. Do mes- O tabaco, quando fumado sob qualquer for-
os fumadores passivos. mo modo, os fumadores que desrespeitem o ma, quantidade ou frequência, provoca cerca
decreto serão responsabilizados. Os infracto- de 90 por cento do número total de cancros
res podem pagar coimas que variam entre os do pulmão e constitui um factor de risco sig-
MUDAR HÁBITOS dois e os cinco salários mínimos. As autorida- nificativo para AVC’s e ataques do coração
O novo projecto de lei dita que os angolanos des da Administração Pública vão assegurar mortais, entre outras patologias. O tabagis-
terão que alterar as suas rotinas, nomeada- o cumprimento da medida. Assim, polícias, mo é a segunda causa de morte no mundo e,
mente os fumadores. A proposta sugere a inspectores e fiscais do sector público ad- de acordo com os relatórios da OMS, entre as
proibição do consumo de cigarros, charutos e ministrativo detêm legitimidade para fazer vítimas encontram-se os “fumadores passi-
produtos similares em todos os recintos onde cumprir a lei. vos”, que inalam o fumo expelido por tercei-
funcionam as instituições da administração ros. Ainda segundo a entidade da ONU, os
pública. Os edifícios ocupados por empresas, AGIR GLOBAL países em desenvolvimento são os mais vul-
que se destinam à recepção dos cidadãos, O ministério da Saúde apelou, por ocasião neráveis. Para 2020, estima-se que as mortes
como restaurantes, pastelarias, cafés, dis- do Dia Mundial Sem Tabaco, a que o Estado provocadas por este vício alcancem os 10 mi-
cotecas, centros culturais e hotelaria serão aposte na publicação de avisos nos maços de lhões (um holocausto por ano).
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SOCIEDADE · ANGOLA’IN | 57
GRANDE ENTREVISTA | patrícia alves tavares
cidades
médias:
âncoras
do progresso
“Sistema urbano constitui a verdadeira ossatura do país”
A profissão é recente. Porém, os arquitectos detêm uma grande responsabilidade social, que
vai desde o ordenamento do território, à criação de soluções que melhorem a qualidade habi-
tacional. António Gameiro, Bastonário da Ordem dos Arquitectos (OA) acredita que Luanda
é a cidade que actualmente merece a maior atenção da classe e que o Estado terá que vencer
importantes desafios para levar a bom porto a meta governamental de criar um milhão de ca-
sas até 2012. Em entrevista à Angola’in, o dirigente fala sobre a polémica gerada em torno
da destruição dos monumentos, manifestando publicamente e pela primeira vez a sua posição
acerca desta matéria.
HABITAÇÃO SOCIAL de geração de oportunidades de emprego re- do sistema urbano nacional, passando pela
gular para o maior número de cidadãos. Com correcção da concentração populacional no
Um dos principais desafios do Go- este programa pretende-se mobilizar e fazer litoral e pela estabilização e crescimento das
verno é melhorar, por um lado, as intervir as instituições públicas e os agentes populações no âmbito do processo de desen-
condições de habitabilidade das privados, bem como a sociedade em geral, no volvimento rural integrado. Há que melhorar
populações e, por outro, aumentar sentido da participação activa e sustentada as condições de habitabilidade nos bairros de
a oferta. Que políticas estão a ser na materialização das políticas e estratégias génese ilegal, onde reside cerca de 80% da po-
conduzidas para colmatar o deficit públicas nos domínios do urbanismo e habi- pulação urbana do país. É necessário dinami-
habitacional? tação para, no horizonte de 2009-2012, con- zar e incentivar a participação concorrencial
A consolidação da paz cria um ambiente fa- tribuírem para o esforço de redução gradual da estrutura empresarial nacional nos sec-
vorável à resolução de assimetrias sociais do enorme deficit habitacional (estimado em tores da construção civil e da produção dos
críticas. Estando o governo a implementar 1.900.000 para 2012). respectivos materiais de alta produtividade,
a estratégia global para o combate à fome e bem como a participação do sector bancário
a redução da pobreza no país. O lançamento Que medidas devem ser tomadas pa- nacional na promoção da habitação social.
do Programa Nacional de Urbanismo e Ha- ra atingir a meta governamental? Para concretizar a política nacional da habi-
bitação (PNUH) deverá contribuir, sobrema- Para garantir o êxito, importantes desafios tação é indiscutível a necessidade absoluta
neira, na consecução deste grande objectivo devem ser vencidos, tais como a regulação do da institucionalização do Sistema Financeiro
estratégico, tendo em conta a sua capacidade fenómeno migratório e do desenvolvimento e Fiscal Nacional apropriado.
PATRIMÓNIO NACIONAL bência do Estado, em colaboração com todos gente do ecosistema, para uma divisão mais
os agentes culturais a promoção, a salvaguar- equitativa das qualidades espaciais da cidade,
Recentemente falou-se muito da da e a valorização do património cultural, tor- para uma relação mais criativa entre o homem
demolição de monumentos classi- nando-o elemento vivificador da identidade e a natureza e para um habitat mais saudável.
ficados para dar lugar a hotéis e cultural comum. A OA de Angola, na qualidade de parceiro do
shoppings. Concorda com esta con- Estado, tem dado os seus subsídios em todas
duta? SUSTENTABILIDADE essas matérias, uma vez que a sua actividade
Muito se tem falado e escrito sobre o patrimó- E IMPACTO AMBIENTAL está de acordo com o preceituado nos seus es-
nio, em especial o cultural. Achei que tam- tatutos, nomeadamente na defesa e promo-
bém tinha chegado a minha vez de fazê-lo, Qual o papel da Ordem ção da arquitectura e do urbanismo.
porque começo a sentir que chegou a hora de dos Arquitectos
uma vez por todas abrirmos um debate públi- na preservação do ecossistema? FORMAÇÃO
co em relação a esta matéria, já que o Decreto A profissão de arquitecto é recente. O modo
nº 80/76 de 3 de Setembro não caracteriza es- como organizamos o espaço urbano ou al- Existem infra-estruturas
te ou aquele edifício. Foi assim que vimos de- teramos a paisagem; o uso que damos aos adequadas para a formação?
saparecer em Luanda, o Palácio de Dona Ana materiais ou a forma como concebemos o Ao nível da formação de arquitectos, em An-
Joaquina, o Mercado do Kinaxixi e mais re- comportamento ambiental e climático dos gola existem cinco escolas de arquitectura,
centemente o edifício que albergou o Centro nossos edifícios; a quantidade de energia que sendo uma pública e quatro privadas. Todos
de Documentação e Informação da Universi- usamos para construir e manter os nossos es- os cursos estão divididos em ciclos de forma-
dade “A. Neto”, em Benguela, para não citar paços habitáveis, iluminados e ventilados; a ção, com resultados muito bons, traduzidos
outros. facilidade de manutenção e durabilidade das pelas excelentes performances em relação às
estruturas que desenhamos; o impacto am- prestações destes na vida profissional. Uma
Portanto, na sua opinião biental da expansão urbana; a poupança ou o das atribuições da Ordem dos Arquitectos de
o património é indestrutível... desperdício de água nos nossos edifícios, tudo Angola é contribuir para a elevação dos pa-
Parece-me ser essencial que tenhamos cons- isto são aspectos da nossa responsabilidade e drões de formação do arquitecto e do urbanis-
ciência que não estamos fora do que inter- preocupações permanentes. ta e pronunciar-se sobre os planos de estudos
nacionalmente se produz em matéria de e funcionamento dos cursos. Mesmo sendo
preservação do património histórico-cultural Qual o papel da OA na sociedade ainda em número muito exíguo para os de-
do povo angolano. Hoje em dia a maior parte enquanto parceiro do Estado? safios a nível nacional, pensamos estar no
dos países no mundo adoptam nas suas cons- Podemos influenciar o processo político e de- caminho certo com a tipologia de formação
tituições, artigos que determinem a “incum- vemos contribuir para um uso mais inteli- adoptada.
tempo de reflexão
Para António Gameiro, as cidades lêem-se como se lêem os livros: na geografia dos seus rostos, no traçado das suas avenidas, na arquitectura das suas
construções. Por isso, elege o livro do amigo Pepetela “Horror ao Vazio” como espelho daquilo que actualmente Luanda vive.
“Queixamo-nos do trânsito na baixa da cidade (não só na baixa, sejamos justos) e nem sempre escapamos de lá cair, porque ali está concentrado mais de metade do
capital financeiro e dos serviços do país. E querem fazer mais torres, para atrair mais gente e mais carros? Que as torres vão ter parques de estacionamento, dizem
os defensores das ideias futuristas. O problema é entrar ou sair dos parques, porque as ruas estão atulhadas de carros. Claro que há uma solução do mesmo estilo:
fazer as ruas da baixa com andares, género auto-estrada em fatias sobrepostas, ou até com viadutos por cima dos prédios, a arranharem as nuvens. Isso seria um
arranhanço útil. E já agora peço, façam um túnel por baixo da baía ou uma ponte a ligar o bairro Miramar à Ilha, assim chegamos à praia em cinco minutos, como
era há vinte anos. Como de todos os modos a ideia geral é dar cabo da baía e da Ilha, também tanto faz, mais ponte menos ponte… Suponho também que já deve haver
negociações para se tirar a Igreja da Nazaré do sítio onde está, a ocupar indevidamente um espaço nobre para mais uma torre. Uma pequena concessão não fica mal,
mantém-se a igreja na cave do edifício. A História que se lixe, não foi a lição da destruição do palácio de D. Ana Joaquina? Então continuemos. Neste afã de ocupar
todos os espaços, proponho também acabar com o prédio dos correios, bem feio e sem valor arquitectónico por sinal, e já agora com a praceta à sua frente, outro desper-
dício de espaço. E aquele compacto e azul edifício que serve a polícia? Um quarteirão inutilizado! A polícia pode ocupar um andar da nova torre. Com menos agentes,
claro, para se fazer encolher o Estado, assim mandam os compêndios do liberalismo económico, nossa nova Bíblia”.
AS QUATRO
MÃES DE
AGOSTINHO
NETO
O poema “Adeus à hora da largada” do
poeta Agostinho Neto retrata na plenitude
algumas das imagens que se seguem. A
Mãe Negra, biológica, a Mãe Pátria, a Mãe
Continente e a Grande Mãe Cristã. Mãe-
África é um recurso simbólico diante da
necessidade do continente desejar uma maior
afirmação racial, cultural, social e política
frente a séculos de luta. Razão pela qual, a
Mãe evocada é ao mesmo tempo a mãe negra
biológica - simbolizando a origem africana
-, a mãe pátria – a terra e nação angolana
-, a mãe continente – a África -, vista como
a progenitora da raça negra -, e também
a Grande Mãe Cristã – a Virgem Maria
-, em razão da formação evangélica e da
assimilação cultural sofrida. Estas crianças
que hoje mostramos encarnam na perfeição
todas estas Mães. Jovens gaiatas, de sorriso
cintilante, leoas que de olhos fechados estão
todos os dias mais perto. Por ti, por mim,
pelos meus irmãos, gazelas que fogem do
ignóbil e mantêm a luz no olhar.
cultura ancestral
O Templo Horyuji
e o Templo Todaiji
são essenciais em
qualquer programa
de visita ao Japão.
Múltiplos encantos naturais, população PANÓPLIA DE ATRACÇÕES des são exemplo disso. Há festas quase todos
hospitaleira e uma vasta diversidade de Os santuários e templos são a imagem de os dias em algum lugar do Japão. A culinária
atractivos culturais são apenas algumas marca do Japão. Impecavelmente cuidados, é conhecida além-fronteiras, especialmente
a maioria destes espaços, que possuem uma pelo sushi, sashimi e tempura. Contudo, cada
das muitas razões para visitar o Japão.
história de 2.000 anos, acolhe ainda activida- localidade possui iguarias específicas, que são
As melhorias nas infra-estruturas turís-
des culturais e é fonte de tradições e estilos um verdadeiro desafio aos seus sentidos. Tó-
ticas repercutem-se na crescente procura de vida. Em muitos pontos da região pode quio é a capital. Com mais de 12 milhões de
deste destino para passar férias, em que encontrar bairros seculares de samurais, que habitantes, é a autêntica metrópole. Aqui en-
a harmonia perfeita entre tradição e mo- coexistem com a sociedade moderna. O ar- contra todas as formas de entretenimento ur-
dernidade é responsável pela conquista quipélago detém mais de três mil ilhas, que bano, desde as artes tradicionais japonesas,
crescente dos visitantes estrangeiros. A rodeiam as principais: Hokkaido, Honshu, Shi- como o nô, o kabuki e o bunraku até concer-
koku e Kyushu. Em termos de clima, o turista tos de orquestras mundialmente conhecidas
variedade de alojamento de elevada qua-
depara-se com as quatro estações bem defi- e de artistas populares. Apesar de ultima-
lidade, os restaurantes a preços acessíveis
nidas. A primavera brinda os visitantes com as mente se ter ocidentalizado, conserva ainda
e as ementas em línguas estrangeiras são cerejeiras em flor. As áreas verdejantes são a o seu velho encanto. Nikko é conhecida pelas
o mote para uma estadia despreocupada. imagem do Verão, enquanto o Outono é mar- maravilhas arquitectónicas e o Parque Nacio-
As indústrias de alta tecnologia projec- cado pelas folhagens escarlates. O Inverno é nal Fuji-Hakone-Izu tem como maior atracção
tam a sociedade japonesa na vanguar- caracterizado pelas paisagens brancas, co- o famoso Monte Fuji. Na extremidade norte
da do conhecimento. Porém, apesar de bertas de neve. As estações do ano são mui- do arquipélago, encontra-se Hokkaido, ponto
to importantes para a população, são o ponto de passagem no Japão Setentrional. É a se-
olhos postos no futuro, o Japão preserva
de partida para a inspiração e para as artes ja- gunda maior ilha, abrangendo 21 por cento da
a sua herança de milhares de anos, sendo
ponesas. O clima marca ainda o estilo de vi- área total do país. A região possui uma enor-
capaz de traçar a sua história até às épo- da dos habitantes. As tradições e culturas são me beleza natural, uma flora e fauna invulgar
cas mitológicas. características de cada região e as festivida- e um ambiente social peculiar, que remonta
70 | ANGOLA’IN · TURISMO
ao século XVIII. O Japão tem a capacidade
dade de
agregar as grandes cidades cosmopolitas
itas e as
comunidades regionais, possuidoras de raízes
profundas nas culturas locais. A hospitalida-
pitalida-
de dos habitantes é uma das vantagens
gens pa-
ra quem visita a região. Em muitos pontos
da região, pode encontrar bairros seculares
eculares
de samurais, que coexistem com a sociedade
ociedade
moderna.
TURISMO · ANGOLA’IN | 71
TURISMO
INFORMAÇÕES ÚTEIS
› Para entrar no Japão, basta-lhe transportar consigo o passaporte válido e um
u
visto consular (emitido no consulado ou embaixada do Japão no seu país de d
residência e cuja validade depende do tipo de viagem)
› Não necessita de qualquer vacinação
iã
ão,
› Tóquio, a capital é servida por inúmeras companhias aéreas. Se fôr de avião,
consulte na sua agência de viagens os melhores preços
ro-
› Tóquio e Osaka são as duas grandes portas de entrada para os turistas pro-
cedentes via aérea
› Pode fazer a viagem por mar, através de cruzeiros
dos
› A moeda nacional é o iene. As moedas estrangeiras não são aceites em todos
de
os hotéis, restaurantes e lojas de souvenir. Para cambiar o seu dinheiro pode
na-
recorrer a bancos ou aos balcões de câmbio existentes nos aeroportos interna-
cionais de Tóquio e Osaka
se
› Cartões de crédito internacionais, como o American Express, VISA, Diners
MasterCard são aceites na maioria dos estabelecimentos
› No Japão não se pratica a gorjeta
› Os hotéis de primeira classe em estilo ocidental podem ser comparados aos
io-
melhores dos Estados Unidos e Europa. Dispõe ainda das hospedarias tradicio-
nais japonesas (ryokan)
or-
› A rede de transportes públicos é bastante desenvolvida. O transporte é supor-
tado por comboios, autocarros e metro, que são muito eficientes e económicos.os.
Também encontra serviço de taxis e uma extensa rede de transporte marítimo,mo,
que interliga as ilhas.
MUNDO EM MINIATURA reais espalhadas pelos jardins, está nos cerca da Europa, Estados Unidos e Ásia. No final, o
O Tobu World Square é um parque temático de 140 mil bonecos diferentes, espalhados por visitante pode comprar lembranças.
do Japão, que atrai anualmente milhares de cada sector e que possuem 7 centímetros de
curiosos. Ali pode encontrar cer- SOUVENIRS PARA TODOS OS GOSTOS
ca de mil modelos de localidades No Tobu World Square pode encontrar Todos os turistas gostam de levar uma
mundialmente famosas, reprodu- recordação dos locais que visitaram. No
zidas numa escala reduzida de 1
cerca de mil modelos de localidades país asiático, os souvenirs de reputa-
para 25. No total, são 102 minia- mundialmente famosas, em miniatura ção mundial são as câmaras fotográ-
turas de 21 países da Ásia, África, ficas e artigos ópticos, bem como os
América do Norte e Europa. Localizado em altura. Se adquirir um cartão de activação, os rádio-transistores e equipamentos eléctricos
Nikko (Tochigi), mais de 40 estruturas repre- bonecos ganham vida, dançando e cantando e electrónicos. Relógios, sedas, pérolas, cerâ-
sentam monumentos com a chancela de Pa- para espanto de todos. O espaço possui res- micas, artigos de bambú, bonecas, produtos
trimónio Mundial. Uma das particularidades taurantes com comida japonesa e internacio- damascenos e xilogravuras também são mui-
do lugar, que agrega 20 mil árvores de bonsais nal, incluindo nas ementas pratos originários to populares.
72 | ANGOLA’IN · TURISMO
TURISMO · ANGOLA’IN | 73
TURISMO | patrícia alves tavares
chile
tesouro arqueológico
“Os entardeceres de La Paz (Chile) são como incêndios astrais e nas
noites sem lua podem-se ver todas as estrelas, mesmo aquelas que já
morreram há milhões de anos e as que vão nascer amanhã.”
Isabel Allende, in “Paula”
As pequenas dimensões do país são mera- A capital dispõe de centros de Ski, como Valle Nevado
mente ilusórias. Apesar da área territorial Portillo e integra as cidades do litoral como Valparaíso,
reduzida, o Chile agrega diversos tipos de que são muito procuradas pelos turistas
paisagem, desde o Deserto do Atacama, no
Norte à imponente Cordilheira dos Andes, a ILHA DE PÁSCOA ta é considerada a cidade sul-americana com
Sul. A sua variedade geográfica, os diversos O Chile controla o arquipélago de Juan Fernán- melhor qualidade de vida. Esta metrópole, re-
climas, a economia estável, a boa gastrono- dez e as ilhas de Páscoa e Sala-y-Gómez, as pleta de contrastes onde a história e moder-
mia e a excelente qualidade dos vinhos fa- mais orientais da Polinésia, que incorporou nidade convivem juntas, é banhada pelo rio
zem desta nação, localizada na América do em 1888. Lugar místico, famoso pelas está- Mapocho, que atravessa a cidade. Santiago
Sul, o novo destino turístico. O Chile atrai vi- tuas de pedra “Moais”, a ilha de Páscoa pos- detém excelentes infra-estruturas hoteleiras
sitantes de todas as partes do mundo. É uma sui um vasto património arqueológico e vive e uma riqueza gastronómica, capaz de satis-
região de contrastes extremos, que oferece essencialmente do turismo. As gigantescas fazer os mais variados gostos daqueles que a
segurança e estabilidade. figuras humanas de pedra (Moais) encon- visitam. Os grandes centros comerciais ofere-
tram-se espalhadas por todo o arquipélago e cem as marcas mundiais mais badaladas, que
NATUREZA SOBERANA são ponto obrigatório de passagem. Em 1995, competem harmoniosamente com as múlti-
À paisagem espectacular juntam-se as de- foi considerada Património Arquitectónico. plas lojas de artesãos, que oferecem aos vi-
lícias gastronómicas. O vinho chileno é co- Lugares como Tahai, Ahu Akivi, Vinapu, Rano sitantes belíssimas jóias artesanais chilenas.
nhecido internacionalmente pelo seu corpo e Raraku, Anakena, Rano Kau e Orongo são os A capital dispõe de centros de Ski, como Valle
aroma, combinando harmoniosamente com locais mais visitados, devido ao simbolismo Nevado e Portillo e integra as cidades do lito-
as refeições típicas, baseadas em peixes, fru- das suas esculturas. Nesta região, existe ain- ral como Valparaíso, que são muito procura-
tos do mar, carnes, frutas e verduras. Artesa- da a possibilidade de descobrir a ilha Robin- das pelos turistas.
nato original, cultura e tradições únicas são son Crusoe, que serviu de cenário à história de
algumas das muitas razões para visitar o Chi- Daniel Defoe, que deu ao seu livro o mesmo NORTE OFERECE EXTENSOS AREAIS
le. O Deserto do Atacama é para muitos o mais nome da localidade. A sua beleza cénica atrai O Altiplano Andino contrasta com as paisa-
seco do mundo, repleto de tesouros arqueoló- todos os que gostam da natureza, aventura e gens do Sul. Aqui pode encontrar os desertos,
gicos. No coração económico e político do pa- mergulho. Não existem hotéis na ilha. Porém, as extensas praias e os vulcões enormes. A
ís, localiza-se a conhecida cidade de Santiago, as Pousadas são muito confortáveis. De San- capital provincial do Norte é Arica, que é igual-
capital do Chile e berço de escritores famosos tiago até à região, a viagem de avião dura cer- mente o principal porto que serve a Bolívia e
como Isabel Allende e Pablo Neruda. Mais a ca de duas horas a Tacna (Perú), gerando um activo intercâm-
Sul, surge a imponente Cordilheira dos Andes, bio comercial entre os países vizinhos. O Verão
que desce até ao Oceano Pacífico, através dos SANTIAGO: CENTRO COSMOPOLITA atrai muitos estrangeiros, que procuram as
glaciais, canais e fiordes. Aqui está localizada A capital do Chile está certamente no topo da praias. Putre é a entrada principal. Localizada
a Terra do Fogo, no Estreito de Magalhães. agenda de qualquer turista, uma vez que es- a 3500 metros sobre o nível do mar, é o lo-
74 | ANGOLA’IN · TURISMO
Puerto Montt é a
porta de entrada
giões mais belas para uma das re
do país, que tem -
fundo a Cordilhei como paisagem de
ra dos Andes e os
seus vulcões
TURISMO · ANGOLA’IN | 75
ARQUITECTURA & CONSTRUÇÃO | patrícia alves tavares
Admirável
te apenas sete unidades actuam em Luanda.
Com a proximidade do CAN, o Executivo esti-
ma que em dois anos a oferta seja alargada a
mais oito espaços (dois mil quartos).
novo
paço empresarial e habitacional, o empreen-
dimento Comandante Gika é o maior projecto
imobiliário criado em Angola e um dos melho-
res de todo o continente. Iniciada em 2007, a
obra, a cargo da Edifer, está a nascer no espa-
ço que albergou a escola militar “Comandante
Luanda fervilha de progresso. Os novos Gika”, no Bairro de Alvalade, ocupando 307 mil
projectos, alguns em fase final de construção, metros quadrados. Orçada em 470 milhões de
são a imagem de uma cidade moderna, que dólares, a estrutura é composta por um hotel
renasce mais cosmopolita e revela um país de 5 estrelas (VIP Grand Luanda); um com-
plexo habitacional (Alvalade Residence), que
empenhado em apanhar o comboio do progresso
disponibilizará mais de 130 apartamentos e
e do desenvolvimento tecnológico.
penthouses; duas torres de escritórios (Gar-
den Towers) e um centro comercial (Luanda
Shopping). Noventa por cento da área foi en-
tretanto adquirida, por valores que rondam os
cinco e os seis mil euros por metro quadrado.
O prazo de execução termina este ano. Porém,
as diversas infra-estruturas abrirão portas
aquando a sua conclusão individual. A inau-
guração do Luanda Shopping está prevista
para 2009. Este será o terceiro centro comer-
cial a nascer no país e comporta mais de duas
dezenas de lojas, um hipermercado, seis salas
de cinema, restaurantes e um parque de es-
tacionamento, que serão distribuídos por três
pisos. Em Janeiro de 2011 será a vez do hotel
VIP Grand Luanda abrir ao público, que se pre-
vê que seja detentor de um elevado poder de
compra. Afinal, o futuro espaço tem a classi-
ficação de 5 estrelas, devido às suas caracte-
rísticas, que incluem 300 quartos duplos, 70 A NOVA CIDADE abriu ao público em Fevereiro e é resultado da
suites, um heliporto e vários espaços de lazer. A finalidade consiste em absorver o excesso recuperação de um antigo edifício da rua Ma-
Relativamente às torres, duas destinam-se populacional, que actualmente agrega 5,8 mi- rien Nguabi. A infra-estrutura de três estre-
ao desenvolvimento do principal centro de ne- lhões de habitantes, estimando-se que alcan- las possui 54 quartos, sala de reuniões, duas
gócios de Luanda (21 pisos cada e um parque ce os 15 milhões nos próximos anos. Assim, o suites executivas, um restaurante e um giná-
para 470 viaturas), enquanto que as restantes Governo está a projectar um novo pólo urba- sio. O investimento situou-se nos 16 milhões
estão reservadas para um condomínio fecha- no a norte de Luanda, denominado de “Sassa de dólares. O novo hotel, que será inaugurado
do (25 pisos cada para habitação). Importan- Bengo” e que será criado até 2030. De acordo em Agosto de 2009, ficará localizado nas pro-
te gerador de emprego, o espaço criará 6.500 com o ministro do Urbanismo, Diakumpuna ximidades do Centro de Congressos de Talato-
postos de trabalho. Sita José, a nova infra-estrutura terá capaci- na e a empreitada está ao cargo da empresa
dade para albergar três milhões de habitantes sul-coreana Namkwang e da equipa de arqui-
O MAIS POLÉMICO e será erguida na via entre as áreas da capital, tectos Space-Arch. O futuro espaço disponi-
Avaliada em 2,13 biliões de dólares, a requali- Caxito e Barra do Dande. Esta última será de- bilizará 201 quartos, entre os quais 15 são de
ficação e reordenamento urbano da margi- luxo, cinco são suites e uma VIP.
nal luandense vai gerar dois mil postos
de trabalho, apenas na fase de constru- curiosidade CONCEITO EMPRESARIAL
ção. Após a sua conclusão, agendada INOVADOR
Casa de terra
para dentro de dois anos, serão criados s da Idealizado como centro de negócios,
res, investigadore
2.200 empregos permanentes. O pro- Said Jalali e Rute Ei o Belas Business Park, lançado pe-
fendem que
inho (Portugal) de
jecto da Baía de Luanda tem sido mar- Universidade do M la Odebrecht consiste num comple-
licadas na
ões tecnológicas ap
cado pelas vozes dissonantes, que se “as recentes inovaç xo de 18 edifícios que conjugam a
ser aplicadas
manifestaram inúmeras vezes contra a s em terra” podem vertente de negócios com a habi-
construção de casa
empreitada, alegando que esta implica a ndições”, tacional. O projecto conta com um
nta “excelentes co
destruição do património. Porém, o Go- no país, que aprese investimento de 350 milhões de
matéria-
la sua abundante
verno procedeu à sua aprovação, tendo pelo seu clima e pe dólares e está a ser desenvolvido
ção do
luções de estabiliza
sido concluídas as duas primeiras fases, prima”. Ao criar so na área de Talatona. Sub-dividido
construção
encontrando-se a vertente marítima na -se um material de em quatro etapas, a obra compor-
solo, poderá obter
última etapa de execução, que contempla mecânica ta no total 16 edifícios, em que os
maior resistência
a despoluição e a introdução do sistema mais durável e de residenciais são compostos por 112
de recolha de esgotos. Financiada pela apartamentos (84 duplex e 28 co-
banca, a reestruturação deste espaço é berturas) e os empresariais ofere-
considerada por muitos como inovadora, cem 224 escritórios. A segunda fase termina
pois permitirá escoar parte da procura de áre- terminante para a organização da economia este ano e contempla mais quatro torres (90
as de alto nível, que se situam na capital. Para das regiões de Luanda e Bengo, a partir da por cento está vendido). O área de escritórios
tal, a Avenida da Marginal ganha nova cara, ao transferência do porto de Luanda para aquele possuirá duas lojas comerciais. A terceira fase
ser dotada de uma estrada com seis faixas de local. A actual capital foi construída para al- será concluída em 2010, enquanto que a últi-
rodagem e parques de estacionamento para bergar 700 mil pessoas. Porém, hoje em dia, o ma termina em 2011. A infra-estrutura, que
1.600 viaturas. O plano prevê a recuperação da número de habitantes ronda os seis milhões. beneficia da proximidade do Belas Shopping,
fachada da Avenida 4 de Fevereiro e o respec- A execução do Plano Integrado para a Expan- criou numa primeira etapa dois mil empre-
tivo arranjo urbanístico, incluindo espaços de são Urbana está ao cargo da consultora liba- gos. Após a sua finalização, serão assegura-
lazer. No que concerne ao investimento priva- nesa Dar-Al-Handasah. dos 200 novos postos de trabalho. À margem
do, está agendada a construção de duas tor- da inauguração do primeiro cômputo de qua-
res (uma com 37 pisos e outra com 24) que se MAIS HOTÉIS tro torres, os responsáveis da Odebrecht re-
destinam à instalação de escritórios, comércio A pensar na escassa oferta de unidades hote- velaram que o conceito do mega-projecto se
e habitação. Em paralelo, serão erguidos ainda leiras de referência em Luanda, a petrolífera resume a que “cada vez mais pessoas querem
mais dois edifícios multiusos, destinados para Sonangol prepara-se para inaugurar o segun- morar perto do trabalho e trabalhar perto de
acolher um centro de convenções e um hotel. do empreendimento. A Suite Hotel Maianga casa”.
Passado vs Futuro
A lei do património cultural estipula que monumentos são obras de arquitectura notáveis pelo seu
interesse histórico, arqueológico, artístico, científico, técnico ou social. Num período em que os ci-
dadãos vêem nascer modernos empreendimentos habitacionais, empresariais e turísticos de gran-
de envergadura, surge uma questão pertinente: o ordenamento das cidades salvaguarda a herança
histórica e regula o crescimento urbano em função do património existente?
A febre do mercado
imobiliário
A revista brasileira Veja mostr
ou ao mundo o importante mome
tacional angolano ao revelar que nto que se vive no sector habi-
a empresa paulista Camargo Cor
dias a totalidade das casas de um rêa vendeu em apenas seis
projecto de alta renda que será
Angola fosse avaliada pelo ‘ran con struído no Talatona. Se
king’ da Cushman & Wakefield
mais cara do mundo, apenas ult , Luanda seria a quarta cidade
rapassada por Londres, Hong Ko
ng e Tóquio.
A problemática não é recente. Em 2007, CASAS A PREÇOS EXORBITANTES enquanto que uma V4, com 525 metros qua-
Fernando Teles, presidente do Conselho de Luanda é a região mais cara e onde a inflação drados é vendida por 2.400.000 dólares. A
Administração do Banco BIC foi o primeiro dos valores das habitações e escritórios mais discrepância está relacionada com o valor do
a recordar os efeitos nefastos da especula- se faz sentir. De acordo com o estudo Imobili- metro quadrado dos apartamentos, que é de-
ção imobiliária. O gestor mostrou-se pre- ário Luanda 2009, desenvolvido pela empresa masiado alto, uma vez que no Ingombota po-
ocupado pelo facto de vários promotores de consultoria e avaliação imobiliária Propri- de atingir os 5.760 dólares. No que concerne
imobiliários estarem a cobrar o custo total me, na capital, os apartamentos T4 (com 850 a Luanda, o município do Camama é a zona
dos imóveis ainda antes de estes terem si- metros quadrados) chegam a custar cerca mais acessível. O estudo destaca que a situ-
do construídos, o que leva “muita gente a de três milhões de dólares. No município da ação pode inverter-se à medida que as áreas
oferecer valores muito altos por coisas que, Maianga praticam-se os preços mais eleva- de construção forem aumentando.
às vezes, não valem tanto assim”. Os valo- dos, em que um T2 de 165 metros quadrados
res dos terrenos a subirem constantemen- chega aos 774 mil dólares. Na Ingombota, os Em Luanda praticam-se
te, os elevados custos dos materiais e a custos não diferem muito, pois um T4 de 223 rendas mais altas que em
procura superior à oferta disponível são os metros quadrados é vendido por 1.300.000 Nova Iorque
principais factores da inflação do mercado dólares. As zonas de Luanda Sul e Viana pra-
imobiliário, que ultimamente atingiu va- ticam preços semelhantes. O mesmo docu- HABITAÇÃO SOCIAL É ESSENCIAL
lores surreais, levando os cidadãos a exigir mento revela que os apartamentos são bem O êxodo rural dos últimos anos não tem facili-
medidas governamentais para pôr termo à mais dispendiosos que as moradias. Uma vi- tado o desenvolvimento do mercado imobiliá-
escalada dos preços. venda no Talatona, de tipologia V3 com 385 rio. As populações que procuram trabalho nas
metros quadrados custa 2.150.000 dólares, cidades são na sua maioria famílias da classe
MAIANGA
T4 (850 m2) › três milhões de dólares
T2 (165 m2) › 774 mil dólares
T2 (220 m2) › um milhão de dólares
INGOMBOTA
T4 (223 m2) › 1.300.000 dólares
T1 (64 m2) › 380 mil dólares
LUANDA SUL
O QUE DIZEM OS PROMOTORES IMOBILIÁRIOS
T1 (57 m2) › 249.000 dólares A justificação é simples: os altos preços dos projectos residenciais resultam da falta de indús-
T4 (179 m2) › 1.080.000 dólares tria de materiais de construção e, consequentemente do custo elevado dos mesmos, principal-
mente do cimento. De acordo com as empresas imobiliárias esta é a principal razão (a par dos
VIANA elevados preços dos terrenos) da especulação que se vive no mercado. Os responsáveis suge-
T1 (56 m2) › 206 mil dólares rem assim a redução das tarifas de importação das matérias e uma maior abertura ao nível da
T2 (82 m2) › 285 mil dólares aquisição do produto. Já Nelo Victor, director nacional de materiais de construção explica que
T2 (119 m2) › 378 mil dólares existem apenas 25 indústrias, a nível nacional, num momento em que se estima que a constru-
ção de um milhão de novos fogos em quatro anos exija mais 90 fábricas de cimento. Todavia,
CAMAMA o Governo garante que o projecto está assegurado. Os bancários, principais financiadores das
T1 (60 m2) › 210 mil dólares empresas e particulares também são unânimes ao afirmar que a inflação dos espaços deverá
T2 (85 m2) › 285 mil dólares manter-se por algum tempo. Álvaro Sobrinho, presidente do BESA, reitera que a “solução é
T2 (120 m2) › 365 mil dólares aumentar a oferta”
genéricos
para todos Indústria Farmacêutica
Na hora de adquirir um medicamento, muitos questionam-se sobre a escolha a tomar: genéricos ou produtos de marca? Os pri-
meiros são uma realidade há muito conhecida nos países mais desenvolvidos. Todavia, em vários pontos do mundo começam a
dar os primeiros passos. África é um desses exemplos. Os principais fornecedores do continente africano são a Índia e a China.
No caso particular de Angola, Portugal é o maior parceiro, cujas empresas de renome apostam na distribuição dos fármacos.
Mais baratos e detentores da mesma qualidade, os genéricos têm tudo a seu favor para se implementarem numa região ainda
marcada pela venda ilegal de medicamentos de marca duvidosa.
Genéricos são produtos com a mesma subs- médios tradicionais africanos. Esta indústria lamentação deste tipo de medicamentos.
tância activa, forma farmacêutica e dosagem cria uma série de benefícios para as popula- O modelo foi fundamentado no Hatch-Wa-
e com igual indicação que o medicamento de ções carentes, criando empregos, promoven- xman (The Drug Price Competition and Pa-
marca. A vantagem está no preço, bastante do as exportações e troca de conhecimentos tent Term Restoration Act), o acto legislativo
inferior e na capacidade de intercâmbio em e tecnologias, sendo um passo decisivo para que estruturou os parâmetros exigidos para
relação ao original, ou seja, é possível proce- que as regiões africanas se tornem auto-su- a consolidação deste mercado, que ao longo
der à troca pelo genérico. Analisando os múl- ficientes em matéria de abastecimento me- dos anos foi adquirindo competitividade. O
tiplos estudos clínicos, publicados no Jornal dicamentoso. A generalização do recurso a objectivo que serviu de mote à criação dos
da Associação Médica Americana (JAMA), es- genéricos, substancialmente mais baratos genéricos consistiu na elaboração de uma al-
tes fármacos são clinicamente equivalentes e acessíveis aos escalões mais pobres, po- ternativa legal para reduzir os encargos com
aos medicamentos de marca usados no tra- de contribuir para um decréscimo da venda os tratamentos de saúde e alargar o acesso
tamento de doenças, como é o caso das pato- de medicamentos ilegais, pouco fiáveis e de da população aos medicamentos. Em regi-
logias cardiovasculares. No contexto africano, qualidade duvidosa. ões como os EUA, Alemanha e Inglaterra, os
dada a conjuntura social e económica o re- genéricos detêm em média mais de 30 por
curso a estes produtos tem sido uma mais- União Africana alertou para cento de participação de mercado, em volu-
valia para cuidar de pacientes sem recursos me. Embora os países ditos desenvolvidos
a necessidade dos países
financeiros. A introdução desta alternativa possuam uma estrutura de venda dos referi-
despoletou em 2007, altura em que o conti-
do continente africano dos medicamentos bastante sólida, em mui-
nente tomou medidas no sentido de arran- começarem a produzir os seus tas regiões do globo, apesar das medidas de
car com a produção local de medicamentos próprios genéricos fomento à sua implementação, a quota de
genéricos, essenciais para o combate eficaz mercado ainda é reduzida. Estudos recentes
das múltiplas doenças que devastam o con- ULTRAPASSA FRONTEIRAS revelam que países europeus como o Reino
tinente. O plano de fabrico começou a ser Foi nos EUA, na década de 60 que se ouviu Unido e Dinamarca atingem quotas na or-
estudado há quatro anos, período em que o falar pela primeira vez nos genéricos. No en- dem dos 49 e 60 por cento, respectivamente,
Comité Regional da OMS para África adoptou tanto, só em 1984, os norte-americanos de- enquanto Espanha, Itália, França, Portugal e
duas resoluções que salientam a produção finiram os critérios que seriam adoptados Suécia ainda apresentam relutância na ade-
local de medicamentos fundamentais e re- internacionalmente para o registo e regu- são a estes produtos.
GENÉRICOS E A SIDA
A doença do HIV/ SIDA é aquela que tem
maior procura de medicamentos genéricos.
Os fármacos são muito usados no trata-
mento desta patologia, situação que levou
a União Africana a pronunciar-se sobre esta
questão, alertando para a necessidade de os
países do continente começarem a produzir
os seus próprios genéricos para continuar a
combater o flagelo durante a crise financeira
e garantir que a economia possa beneficiar da
produção de drogas. A África do Sul é o único
país daquele continente que produz este tipo
de medicamentos para combater a SIDA. Fa- política nacional farmacêutica
ce a isto, o novo director da agência da ONU O Ministério da Saúde, em cooperação com a Direcção Nacional de Medicamentos e
questiona os dirigentes no sentido de conhe- Equipamentos, está a trabalhar no sentido de aprovar uma Política Nacional Farmacêuti-
cer se têm meios para combater a doença,
ca, cuja existência se afigura “imperiosa” e tem como finalidade congregar as estratégias
caso falhem os apoios dos países doadores e
explica que é urgente “mobilizar a produção coerentes e conducentes à resolução dos principais problemas de saúde identificados.
local” para não colocar em causa os progres- Assim, espera-se melhorar a qualidade de vida dos habitantes, através do desenvolvi-
sos desenvolvidos na área da saúde. mento de mecanismos de acesso aos produtos e fixação de preços de referência
“CAN
será uma
montra
para os
desportistas”
Saiu de Angola com 16 anos. É natural do Kwanza
Norte, mas considera-se luandense, uma vez que
apenas guarda memórias da capital. Mateus Galiano
da Costa, promessa da selecção nacional, não teve um
percurso profissional fácil, mas conseguiu vencer os
obstáculos e é actualmente um dos avançados mais
requisitados no Nacional da Madeira (Portugal),
clube onde pretende continuar por wmais um ano.
Este jovem talento, de apenas 24 anos é um exemplo
de determinação e força de vencer.
Quando decidiu ingressar meu colega José Fonte recomendou-me aos Teve sempre muita força
no mundo do desporto? dirigentes do Felgueiras e aceitei o desafio. para conseguir atingir os objectivos?
Tive sempre a paixão pelo futebol. Acompa- Contudo, percebi que o clube tinha graves Não foi mesmo nada fácil. Apesar de conside-
nhava os desafios na televisão, sempre que problemas financeiros e acabei por me mu- rar que tive sempre uma estrelinha da sorte.
podia jogava na rua com os amigos e faltava à dar para a formação de uma freguesia pró- Mas acima de tudo lutei para que a sorte tam-
escola algumas vezes para jogar à bola. (risos) xima, o Lixa. A época correu muito bem e o bém me acompanhasse. Não esmoreci quando
Gil Vicente reparou em mim. Consegui provar encontrei dificuldades. Sempre acreditei.
Foi um percurso difícil? o que valia dentro de campo e em Dezembro
Comecei como qualquer miúdo: gostava de de 2006, chegou o interesse de uma equipa Tem algum segredo
futebol e um dia tive a possibilidade de fa- da Roménia, o Dínamo de Bucareste. Estive quando entra em campo?
zer uns treinos de captação no 1º de Agosto. lá apenas um mês, porque os testes físicos Não sou muito supersticioso. Só gosto de re-
Viram as minhas capacidades e o treinador acusaram Hepatite B. Achei que era impossí- zar um bocadinho, de pedir para que Deus me
propôs-me fazer testes no Sporting, em Por- vel, pois fazia exames médicos regularmente proteja no relvado para não ter lesões.
tugal. Nem pensei duas vezes, aceitei logo no clube. Falei com os dirigentes do Gil Vicen-
e cheguei quando estava quase a completar te, que admitiram já conhecer os resultados e O que espera do futuro?
17 anos para jogar com os juniores. Porém, o não terem dito nada para não me preocupar. A minha perspectiva é fazer a próxima épo-
clube já tinha o número de estrangeiros com- Fiquei desiludido e decidi rescindir o contrato. ca no Nacional, ter um desempenho ainda
pleto e fui para o Desportivo de Beja, que ti- Fiquei o resto da época sem jogar. Foi compli- melhor e conquistar uma oportunidade para
nha vagas em aberto. Depois da grande época cado. Mas depois de terminar os tratamentos jogar noutro campeonato. Desejava muito jo-
que fiz, voltei para Alvalade para integrar a apareceu o Boavista. Contudo, o clube acabou gar em Inglaterra ou Espanha, pois são com-
equipa B. O regresso foi muito desejado. Um por ter problemas e nessa altura surgiu o Na- petições que sempre me fascinaram. Queria
ano depois, emprestaram-me ao Casa Pia, cional, com a proposta para ir para a ilha da pôr à prova as minhas capacidades num fute-
por uma temporada. Na época seguinte, o Madeira. Estou lá desde a época 2007/08. bol ainda mais exigente que o português.
88 | ANGOLA’IN · DESPORTO
raio x
Um estilo musical: Semba
Gostava de jogar em Angola? se almeja alguma coisa tem que se ser muito
Se houver a possibilidade de um regresso an- rígido e fazer sacrifícios. Um cantor: Yuri da Cunha
tecipado a casa, se for uma boa proposta, cla- Um filme: Gladiador
ro que via com bons olhos e gostava de jogar Em relação à selecção, esta encontra-se mo- Um destino: Angola
lá pois nunca experimentei a 1ª divisão. tivada, agora que tem um novo técnico?
Um restaurante: Boi na Brasa
Passamos por momentos conturbados. Foi
O futebol europeu é distinto do africano? despedido um treinador a que estávamos ha- Uma paixão: Cinema
É muito diferente. É mais táctico. Não é tão bituados há muitos anos. Penso que o Manuel Um jogador: Fabrício Akwá
fora-da-lei, em que cada um faz o que lhe José é o homem certo para o lugar certo. Com Um treinador: Ulisses Morais
apetece dentro de campo. As pessoas têm um novo seleccionador é incutido outro âni-
Momento mais importante da carreira:
regras e ensinam que o importante é o colec- mo, outro método de trabalho. Renova muito
tivo, nada de processo individual. mais a auto-confiança dos jogadores. Campeonato do Mundo (2006)
Um projecto: Ter uma casa própria e
Como encara a realização Em termos gerais e sociais, fala-se muito um negócio em Angola (a estudar ainda)
do CAN em Angola? na reconstrução de Angola. Sente esse de-
Clube do Coração: 1º de Agosto
O CAN está a ser vivido actualmente com senvolvimento?
muita expectativa por causa do trabalho que Senti na pele essa evolução e essa reconstru- Jogador da selecção: Love
fizemos no último campeonato. Como con- ção. De momento, é tudo complicado, o trân-
seguimos chegar aos quartos-de-final num sito é caótico, mas é um mal necessário pois
país estrangeiro, os adeptos imaginam o que daqui a uns meses, no caso das estradas, a
podemos fazer numa prova a ser organizada circulação será facilitada.
por nós. Ao nível dos atletas, vamos colocar
objectivos e pensar racionalmente. Mas o po- Tem confiança no progresso do país?
vo está eufórico. Para o país é muito impor- Tenho muita confiança e o Governo transmi-
tante. Angola conseguiu organizar-se e fazer te isso ao povo, que acredita cegamente nas
uma boa campanha, que convenceu os or- promessas que os políticos fazem. Têm cum-
ganizadores da CAF. Foi uma grande vitória, prido a maioria delas e a população crê que
uma grande responsabilidade. Acredito que o o futuro está mesmo a começar. Estão mui-
Governo está a completar os objectivos a que to optimistas, pois analisando tudo o que se
se propôs. tem feito, há que esperar que as coisas vão
correr para melhor.
É um ponto de viragem
a todos os níveis?
Sim, será óptimo para modalidade. Vão sur- o caso mateus
gir novos estádios de futebol. Com mais in- Escreveu-se muito sobre o Caso Mateus. O que aconteceu?
fra-estruturas em outras cidades, as equipas O clube de amadores da Lixa viu a minha situação no Felgueiras e fez-me uma
que têm instalações precárias podem usu- proposta. Aceitei por uma época, para não ficar parado. Fizemos um excelente
fruir dessas condições e praticar ainda melhor campeonato e apareceu-me o Gil Vicente, uma formação de Barcelos da 1a divi-
futebol. são e foi algo irrecusável. Quando a direcção foi fazer a minha inscrição, não
deixaram. A federação portuguesa tinha uma lei que referia que quem tinha
O CAN permitirá mostrar um contrato amador não podia ser inscrito no campeonato nacional, só no fi-
os talentos nacionais ao mundo? nal da época. Não fazia ideia dessa lei. O clube, através dos advogados tentou
Será uma montra para os desportistas, so- resolver a situação. Ainda consegui fazer quatro jogos e marquei três golos.
bretudo futebolistas. Muitos olheiros dos No quinto jogo, a liga interpôs um recurso e a juíza teve que alterar a decisão.
grandes clubes europeus vão estar atentos e Como já tinha feito algumas exibições com equipas que lutavam pela manuten-
querem saber realmente o que é que valem os ção, estas recorreram aos tribunais.
jogadores angolanos. Estamos a torcer para
que muitos desses novos talentos possam vir Isso ajudou-o a evidenciar-se?
para a Europa para engrandecer o seu dom. Até diminui um pouco a minha imagem porque apenas falavam da polémica e
não enalteciam o meu lado futebolístico, nem a qualidade do meu trabalho. O
Qual o principal conselho mundial surgiu numa boa altura e isso passou-me à parte, pois apanhou-me fo-
que dá aos jovens? ra de Portugal. O campeonato do mundo foi um momento de muita satisfação e
A todos os miúdos que têm o sonho de jogar só pensava em jogar bem para ter a oportunidade de ir para um grande clube.
à bola, a sugestão que dou é que acreditem
em si e que tentem procurar formação. Em Como terminou o caso?
Angola, existem clubes que têm boas esco- Encerrou o capítulo quando a equipa resolveu voltar aos jogos e provei às pes-
las, mesmo na 1a divisão. No futebol, quando soas que não era só um nome associado a um caso do qual não tinha culpa.
DESPORTO · ANGOLA’IN | 89
DESPORTO | patrícia alves tavares
Genialidade
negra arrasa
nos ‘Courts’
Tradicionalmente associado a um desporto
elitista, acessível apenas às bolsas das classes
média/alta e alta, o ténis esteve durante muitos
anos longe do alcance dos africanos
Apelidada de “desporto branco”, a modali- formação de um pequeno grupo de jogadores angústia que vivenciou. “A raça foi sempre o
dade encontrou-se por muito tempo restri- negros, em 1912, abrindo os courts aos talen- meu maior fardo”, enfatizou. Mesmo no auge
ta a famílias com elevado poder de compra, tos com parcos recursos económicos. Contudo, profissional, Ashe foi constantemente recorda-
que nos finais do século XIX eram compostas a modalidade era muito segregada e a situa- do pela sua cor, especialmente quando enfren-
apenas por brancos. As outras raças, nome- ção apenas se inverteu quase meio século de- tava a ‘fina nata’ da modalidade.
adamente a negra, tiveram que ultrapassar pois. Em 1916, nasceu a Associação Americana Ashe descobriu aquele que viria a ser um dos
inúmeros obstáculos para chegar aos courts de Ténis (ATA), responsável por estender a mo- tenistas mais aclamados em França: Yannick
nacionais e mundiais. Actualmente, tenis- dalidade às comunidades urbanas. Após várias Noah. O jovem descendente de um camaronês,
tas com raízes africanas estão nos tops dos restrições impostas pela United States Lawn deixou os adeptos parisienses eufóricos ao ven-
rankings internacionais e revelam que com Tennis Association (USLTA), que negava a par- cer o Torneio de Roland-Garros, em 1983. Actu-
trabalho e empenho o talento é reconhecido. ticipação de tenistas negros nas competições, almente, o veterano francês assume as funções
As irmãs norte-americanas Venus e Serena o talento excepcional de uma jovem chama- de treinador e dedica-se à música. Lançou na
Williams são exemplo da dedicação africana, da Althea Gibson contrariou as regras. Apesar década de 90 a canção Saga África, mostrando
encontrando-se entre as melhores do mun- das intenções da USLTA, as suas prestações que nunca esqueceu as suas raízes.
do (ocupam a terceira e segunda posição no em campo permitiram o acesso aos torneios
WTA, respectivamente). James Blake e Gäel nacionais, tornando-se na primeira afro-ame-
Monfils elevam as origens da terra natal dos ricana a ganhar o Grand Slam, em 1956. Mais OURO NEGRO EM LONDRES
progenitores ao mais alto nível. Já na região tarde, voltou a conquistar cinco títulos no fa- A final do torneio feminino de Wim-
africana, as actividades desenvolvidas para o moso campeonato, assumindo-se como ins- bledon foi disputada entre duas ne-
fomento da prática do ténis têm contribuído piração para as futuras gerações. Doze anos gras, que curiosamente são irmãs.
para a massificação do desporto. depois, na altura em que Martin Luther King Serena e Vénus Williams são tenis-
foi assassinado, Arthur Ashe foi o primeiro te- tas de renome internacional, sendo
COMBATE PELA IGUALDADE nista negro a sagrar-se vencedor do US Open. consideradas adversárias extrema-
O crescimento da modalidade entre os negros mente temíveis. Na competição lon-
acompanha a evolução dos direitos humanos. O ÍCONE drina, Serena derrotou a irmã mais
Enquanto em África, a maioria da população Ashe personifica a determinação africana. A velha, que era até aí a campeã do
se encontrava subjugada pela escravidão, os sua brilhante carreira é simbólica, não apenas Grand Slam inglês. Vénus perdeu a
seus emigrantes davam os primeiros passos pelo que alcançou, mas especialmente pelo oportunidade de igualar a lendária
na luta pela igualdade do desporto entre ra- modo como o fez e o significado que isso tem americana Billie Jean King, em nú-
ças. Foi nos Estados Unidos da América que para muitos. Numa das últimas entrevistas, o mero de campeonatos. As irmãs já se
surgiram os primeiros tenistas afro-descen- ícone dos tenistas de origem africana surpre- defrontaram no circuito profissional
dentes. Os torneios remontam a 1895. O Chi- endeu a jornalista ao referir que a sua doença mais de 20 vezes, nas quais Serena
cago Prairie Tennis Club iniciou a aposta na (o atleta morreu de Sida) não tinha sido a maior venceu onze contra dez da irmã
90 | ANGOLA’IN · DESPORTO
Actualmente, tenistas com raízes
africanas estão nos tops dos rankings
internacionais e revelam que com trabalho
e empenho o talento é reconhecido
SERENA WILLIAMS
A atleta de 27 anos está incluída na res-
COMPETIÇÃO AO MAIS ALTO NÍVEL ATP NA ÁFRICA DO SUL
trita lista de jogadoras que possuem no
A capital parisiense voltaria a vibrar com a A Association of Tennis Professionals (ATP) tem
seu currículo todos os grandes títulos do
modalidade em 2008, quando Gäel Monfils vindo a apostar nas últimas décadas na mas-
Grand Slam. A tenista possui poucas fra-
alcançou a semi-final do Roland-Garros. Filho sificação da modalidade, particularmente nas
quezas técnicas que possam ser explora-
de pais oriundos da Martinica e de Guadalu- nações mais pobres. O African Júnior Cham-
das facilmente. Serena e a irmã Vénus
pe, o tenista foi número um em juvenis, em pionships consiste na prova mais prestigiada
deram os primeiros passos na modali-
2004, tendo, nesse ano, conquistado o Open do continente, sendo responsável por encorajar
dade pela mão do pai, que cedo reconhe-
da França e da Austrália e o torneio de Wim- o espírito competitivo entre os atletas mais no-
ceu o talento das filhas. A mais nova do
bledon na categoria de juvenis. Monfils ocupa vos, que revelam capacidades para singrar nas
clã Williams tornou-se profissional em
actualmente o 13º lugar no ranking mundial. competições mundiais. Introduzido em 1978, o
1995 e venceu o primeiro torneio em
No mesmo período, os franceses assistiam à evento cresceu substancialmente, contando
1999, o US Open. A tenista norte-ameri-
ascensão de Jo-Wilfried Tsonga, descenden- com a presença de 140 atletas, oriundos de 24
cana arrecadou duas medalhas de ouro
te de um congolês. O jovem evidenciou-se no países africanos. O maior salto em termos de
nas olimpíadas de duplas (com a irmã),
Open da Austrália de 2008 ao ter alcançado a visibilidade no panorama do ténis ocorreu es-
em 2000 e 2008. De momento, encontra-
final, superando alguns dos melhores tenis- te ano, com a realização, pela primeira vez, do
se na segunda posição do ranking mun-
tas, incluindo o então número dois do mundo, Open da África do Sul. O circuito profissional de
dial da WTA
Nadal. O actual número oito da WTA é con- masculinos da ATP passou por Johannesburgo,
siderado herdeiro dos “serve-and-volleyers”, em Fevereiro. Tsonga venceu a prova, que con-
VÉNUS WILLIAMS
estilo que consagrou Pete Sampras e Tim tou com o patrocínio da companhia aérea Sou-
O percurso de Vénus é muito semelhan-
Henmann. O norte-americano James Blake th African Airways. Por seu lado, em Angola, os
te ao da irmã. Iniciou-se nos campos de
é um caso de sucesso em múltiplas verten- atletas mostram preferência pela prática do té-
Los Angeles e causou sensação ao des-
tes. Convidado habitual de talk-shows das nis de mesa, que se assume como o mais popu-
tronar Shaun Stafford da 58ª posição do
televisões americanas, a sua auto-biografia lar. Aliás, Lunda Norte é a província que reúne
ranking da WTA. Profissionalizou-se em
constou da lista de best-sellers do New York mais praticantes de ténis de campo, constituin-
1994 e desde logo atraiu a atenção de to-
Times. A sua carreira ficou marcada por pro- do o segundo desporto de referência. O Sagra-
dos, devido aos seus remates poderosos.
blemas de saúde, responsáveis pela descida da Esperança e o Clube de Ténis do Dundo são
Em 1997, surpreendeu todos ao alcançar
ao 210º posto do ranking. A recuperação foi exemplos a seguir pela Federação Angolana de
a final do US Open, onde perdeu para
épica e o tenista conta actualmente com dez Ténis, que se comprometeu a reactivar a mo-
Martina Hingis. Em 2000, conquistou o
títulos, ocupando a 17ª posição no ranking dalidade em todo o país, bem como a apoiar a
torneio de Wimbledon e o US Open. Ac-
mundial. formação de jogadores e treinadores. Angola
tualmente, com 29 anos ocupa o tercei-
encontra-se aquém das suas potencialidades,
ro lugar no ranking mundial
uma vez que, no passado, já foi campeã africana
de juniores.
DESPORTO · ANGOLA’IN | 91
DESPORTO BREVES | patrícia alves tavares
motociclismo modalidades
Campeão angolano em Portugal Governo forma atletas
O piloto Sandro Carvalho, actual campeão do Supersport de Angola, Até 2012, o Executivo pretende lançar 30 mil novos desportistas nas
espera conseguir participar no campeonato português. O líder do des- diversas modalidades. O programa, intitulado “Despontar” preconiza
porto motorizado está a negociar com o Team Benimoto Suzuki Ce- a massificação desportiva, que numa primeira fase vai dar formação a
telem a sua participação na prova de velocidade, em terras lusas, na seis mil monitores e técnicos desportivos das 18 províncias. O projecto
classe Promomoto 1000. Sandro Carvalho participou no troféu Honda é fruto de uma parceria entre os Ministérios da Juventude e Desportos
entre 2001 e 2003 e venceu o campeonato nacional em 2006. e da Educação e envolve crianças com idades entre os dez e os 14
Não é a primeira vez que o craque passa por Portugal. O anos, que pretendam ingressar em modalidades como o
piloto já disputou as provas de resistência do Esto- futebol, o basquetebol, o andebol, o voleibol, o atle-
ril, nos 500 quilómetros Vodafone, com especial tismo e a ginástica. O objectivo consiste em criar
destaque para o quarto lugar na geral e a se- técnicos, capazes de formar jovens nas suas
gunda posição nas 600cc, em 2007. regiões de origem, multiplicando assim o nú-
mero de quadros nas múltiplas actividades.
Apenas em Huíla, o programa “Despontar”
futebol
prevê criar 180 monitores e técnicos, envol-
Super Bock vendo oito mil crianças.
patrocina torneio
A Unicer, através da marca de cerveja
ginástica
Super Bock prepara-se para a partir de
2010 organizar um torneio de futebol no Aposta na massificação
país, em colaboração com o Futebol Clube A Federação Angolana de Ginástica elegeu em
do Porto e o Sporting Clube de Portugal. A pro- Abril o novo presidente. Auxílio Jacob garantiu,
va é resultado dos acordos de patrocínio que vão durante a tomada de posse, que a sua equipa ambi-
assegurar a inscrição da marca nas camisolas ofi ciais ciona trabalhar arduamente para massificar a modalida-
de jogo das equipas profissionais dos dois clubes portugueses. de no país. A organização está empenhada em criar as condições
O torneio será anual e a Unicer pretende que a selecção nacional de técnicas fulcrais para a implementação da ginástica como um hábito
futebol (Palancas Negras) integre a competição. Para o efeito, a regular nas escolas académicas. “A prática da ginástica é um factor in-
empresa portuguesa, que também patrocina esta formação (atra- dispensável no desenvolvimento da sociedade, por isso vamos procu-
vés da cerveja Cristal) encontra-se em fase de negociações para rar expandi-la em todas as províncias”, garantiu o novo dirigente. No
conseguir a participação da selecção. Esta atitude surge no âmbito plano de actividades, encontra-se a promoção de acções formativas
da estratégia de internacionalização da Unicer, em que o mercado para professores de Educação Física e outros agentes para divulgar e
nacional é dos mais importantes. elevar a modalidade aos patamares internacionais.
92 | ANGOLA’IN · DESPORTO
DESPORTO · ANGOLA’IN | 93
LUXOS | patrícia alves tavares
AUDI R8
É a novidade da Audi. A nova versão do desportivo da empresa alemã possui 525 cavalos de potência e demora apenas
3,9 segundos para atingir os 100 km/hora. Pode alcançar uma velocidade máxima de 316 km/ hora. O recente modelo
apresenta novas entradas de ar laterais, ópticas dianteiras e traseiras com tecnologia LED e duas saídas de escape.
94 | ANGOLA’IN · LUXOS
MASERATI
GRANTURISMO - S
A nova versão do coupé italiano tem como novidade a adopção de uma caixa automática. Com um funciona-
mento mais rápido, o fantástico V8 de 4,7 litros possui 440 cavalos de potência. A caixa automática de seis
velocidades é a principal característica, bem como as novidades introduzidas no interior do veículo.
LUXOS · ANGOLA’IN | 95
LUXOS
INFINITI
FX50 -V8
96 | ANGOLA’IN · LUXOS
LUXOS
YAMAHA VMAX
O conhecido modelo V-Max surge com uma nova aparência, após ter sido alvo
de uma série de mudanças. O novo chassis em alumínio é uma das novidades. O
motor tem quatro cilindros em V, com 1679 cm3. Os 200 cavalos de potência má-
xima a 9000 Rpm e os 310 kg são algumas das características desta Yamaha.
KBC VR1X
É a nova versão do capacete mais conhecido da
KBC e que tem feito muito sucesso. Este mo-
delo promete conquistar todos oss admiradores,
desde os mais novos aos mais velhos,
elhos, devido
ao design avançado, específico paraa reduzir os
ruídos do vento. Possui canais duploss de venti-
lação e o revestimento interior é bastante
ante con-
fortável, podendo ser removido ou substituído.
tituído.
Halvarssons
Safety Gloves Lindst
Lindstrands
L ndstrands Graffiti
Estas luvas possuem aperto de segurança e são fabricadas em Textile Motorcycle Jacket
T
napa, proveniente de pele de canguru e cabra. Estee produto da Moderno, de design explosivo, o casaco da Lindstrands está disponível
Halvarssons está disponível apenas na cor preta e cumpre
mpre ttodas em três cores diferentes. Possui bolsos extra a pensar nas suas necessi-
as normas de segurança, aprovadas pela CE. dades, permitindo-lhe o armazenamento das garrafas de água.
98 | ANGOLA’IN · LUXOS
LUXOS · ANGOLA’IN | 99
LUXOS LIV
VE LU
UGGA
AGE
Power assisted Suitcase
Esta mala é composta por um motor em cada roda, que funciona
através de sensores. O usuário fica liberto do peso da mala, uma vez
que 85% do peso está distribuído nas rodas. Cada mala tem um có-
digo único. Em caso de perda, basta introduzi-lo no site da empresa
fabricante e ficará a saber onde esta se encontra.
LEIC
CA M8
Discreta e silenciosa, é a primeira máquina digital clássica.
Funciona com precisão e velocidade, mantendo todas as van-
tagens das Leica M analógicas.
HTC
C
Touch Diamond
É tão bonito co
como fácil de usar. É a combinação perfeita entre
tecnologia, fu
funcionalidade e design atraente. Possui um ecrã
sensitivo de 2.8 polegadas.
MOTION F5
Fino e leve, o Motion F5 é o primeiro puro Tablet PC robusto,
concebido especificamente para o trabalhador no terreno. Com-
bina durabilidade, múltiplas funcionalidades e mobilidade.
BEN
NQ LED GP1
Concebido a pensar nos empresários, o mini
projector possui uma resolução de 858X600,
suficiente para assistir a DVDs, jogar ou fazer
apresentações de negócios. Em termos de voz,
apresenta resoluções de elevada qualidade. É
compatível com PC ou outro formato de vídeo.
Patek
Philippe
Ref. 5180/1
Skeleton Watch
Audemars Piguet
Royal Oak Offshore Volcano
Audemars Piguet “Royal Oak Offshore Volcano”
é o primeiro da série. Relógio masculino em aço,
automático, com aproximadamente 60 horas de
reserva de marcha, cronógrafo, com acumuladores Wyler Genève
de 30 minutos e 12 horas, data e taquímetro Code-R chronograph
Com uma aparência deliberadamente ‘low profile’,
este Wyler Genève utiliza um material luminoso
SuperLuminova laranja para os pontos que
marcam as horas, minutos e as inserções dos
ponteiros, fornecendo um agudo contraste em
relação à sobriedade do restante mostrador. Um
pormenor fantástico
Certina
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Clássico. Este Certina DS Prince oferece a todos os amantes
de relógios linhas sóbrias, num estilo contemporâneo que destila charme. Tem um carácter
incomparável e é dedicado a todos os apreciadores de um estilo refinado e intenso
silhueta moderna
O crescimento do mercado de moda masculina na
mostra que os homens estão cada vez mais vai-ai-
dosos e se interessam pelas novidades do mun-
un-
do fashion. A aparência agora está no topo da
lista de prioridades do homem moderno. Os
homens interessam-se pelo que está a aconte- te-
cer no mundo da moda. Procuram-se informarmar
e não têm receio de entrar sozinhos numa lo-
ja de roupa e comprar o que lhes fica bem. As
roupas masculinas cada vez mais arrojadas se
tecnológicas, representam a personalidade e e
o estilo de vida do homem moderno. A maior ior
preocupação dos homens continua a ser com ma
praticidade e o conforto, razão pela qual a in-
dústria da moda tem colaborado e acompanha-ha-
do esta mudança, lançando no mercado roupas as
que seguem as tendências, segmentando esti-sti-
los e acompanhando a vaidade masculina, que ue LEE
na última década cresceu como nunca. blusão perfecto
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MIGUEL
VIEIRA
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MIGUEL VIEIRA
botins em pele
envernizada
chanel
Allure Homme
detentor de notas de bergamota, jasmim, cedro, baunilha,
sândalo e âmbar, esta fragrância é reconhecida pela sua
frescura oriental. recomendado para usar durante o dia,
a chanel apresenta um perfume com uma mistura de frutas
cítricas com um rasto de temperos e pimenta.
escada
Magnetism for Men
pensado para homens exigentes, que
querem sempre o melhor, é magnífico
para o fazer sonhar acordado.
amadeirada, especiada e ambarino,
esta fragrância possui notas de
pimenta de aroeira, açafrão, cedro,
sândalo, couro, âmbar, bálsamo de
tolu e almíscar.
paco rabane
Black XS
amadeirado oriental, este perfume
é indicado para o “bad boy”, homens
livres, independentes, extrovertidos
e sensuais. as notas de cabeça são
energéticas, com aroma de limão da
christian dior
calábria e kalamanzi. possui notas
Fahrenheit Men
de âmbar negro, patchouli, canela,
concebido a pensar em homens que gostam de seduzir, este perfume deixa saudades
cardamomo negro e praline.
por onde passa, uma vez que a dior escolheu as mais raras essências para criar
um produto único. com um toque de flor amadeirada, a fragrância possui notas de
bergamota, lavanda, sândalo e styrax.
bulgary
Aqua Men
esta fragrância revela uma
interpretação única dos seus
ingredientes. possui uma mistura
de folhas de laranjeira misturados
com o aroma delicado e picante da
mandarina. as suas características
marinhas naturais e ricas
conferem uma qualidade distinta
a este perfume, que possui notas
finais da âmbar mineral, com um
tom amadeirado e masculino.
Decoração
versus investimento
Tradicionalmente não consideramos a decora- E são nestas épocas em que se conseguem
ção como uma forma de investimento numa efectuar aquisições que noutras alturas se-
perspectiva economicista, é vista apenas e tão riam impensáveis. A instabilidade económica
somente como uma aposta no conforto e bem faz com que entrem no mercado peças muito
estar pessoal. Mas existem vários tipos de raras que alguns coleccionadores se vêem obri-
aquisições, que para além de mais-valias a um gados a pôr em praça e surgem oportunidades
projecto de decoração propriamente dito, são únicas de compra, quer a nível de exclusividade
também investimentos seguros e economi- quer a nível de cotação dos objectos em circu-
camente muito interessantes. Tendo, na sua lação. Esta é, sem dúvida, um boa altura para
maioria das vezes, um elevado grau de retorno compra de todo o tipo de peças únicas. Desde
financeiro a médio e longo prazo. obras de arte, a peças de design exclusivo, pas-
sando pelas antiguidades até aos mais varia-
A aquisição deste tipos de peças pode ser dos objectos de colecção.
quase um hobby. No entanto, como forma de
investimento, sendo esta uma área muito es- Uma forma de investimento emergente, tam-
pecífica e para quem não pretende dedicar o bém nesta área e que já foi aqui abordada é a
seu tempo a investigar novos talentos com aquisição de peças de design exclusivo. Exis-
potencial no mercado de arte ou a percorrer tem algumas marcas de eleição que actual-
galerias, antiquários ou leiloeiras em busca mente se dedicam e editar peças em séries
de boas apostas de aquisição, a solução ideal muito limitadas ou mesmo únicas, de novos
é recorrer aos serviços de um consultor. Uma autores ou de outros já consagrados e que en-
compra bem aconselhada é um investimento tram automaticamente num circuito de colec-
redobradamente garantido e com a colabora- cionadores, tornando-se de imediato objectos
ção do responsável do projecto de interiores é de desejo com valor acrescentado.
também um valor acrescentado à decoração
de qualquer espaço. Seja ele residencial, labo- Seja qual for a opção tomada, um projecto de
ral ou comercial. decoração bem assessorado pode tornar-se as-
sim num excelente investimento económico.
Um projecto de decoração bem assessora- Deixando de ser apenas um deleite para os sen-
do pode tornar-se num excelente investi- tidos e ganhando um carácter mais racional que
mento económico por vezes se sobrepõe ao óbvio prazer material.
Não é também por acaso que nestas alturas João Paulo Jardim - [email protected]
em que os mercados financeiros estão mais
instáveis que grandes leiloeiras internacionais
como a Sotheby’s e a Christie’s fazem especta-
culares vendas com licitações surpreendentes.
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LÚCIA DAVID
Após uma licenciatura em Escultura e Metais, conclui o Mestrado
em Book Arts em 2002, ambos no London Institute, Camberwell
College of Arts, em Londres. Expõem desde 2003, tendo estado
desde então presente em diversas exposições patentes em Fran-
ça, Inglaterra, Portugal e mais recentemente no leste europeu.
O trabalho desta promissora artista desenvolve-se entre escultu-
ra, livro de artista e escrita, integrando técnicas artesanais como
o bordado. Reflectindo sobre questões da condição das mulheres,
Lúcia David constrói histórias visuais sobre um mundo em ruptura
social e política.
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VINHOS & CA. | patrícia alves tavares
Porca de Murça
Este vinho agradável resulta do facto da casta Boal ter sido
fermentada em barricas de carvalho português, pelo que o
produto permaneceu em contacto com os fermentos durante
seis meses. O aroma é complexo, possuindo toques de frutos
tropicais, baunilha e madeira amanteigada. Encorpado, com um
agradável equilíbrio ácido e um final longo e vivo, este néctar
C. Acompanha idealmente
deve ser servido entre os 12 e 14ºC.
pratos de peixe, carnes brancas e refeições de massa.
Herdade Esporão
Vinho Licoroso
A sua particularidade é conferida pelas castas que lhe dão origem, a
éctar
Trincadeira e o Aragonês. Límpido e com uma tonalidade ruby, este néctar
apresenta-se com um aroma complexo e fino, carregado de notas de
compotas. O paladar é intenso, sugerindo sabores de nozes e frutos secos,
com um final prolongado e persistente. É uma óptima sugestão para usar
obremesa, devendo servir-se a 16 ou 18
como aperitivo ou vinho de sobremesa, C.
18ºC.
Marquês de Marialva
a
É um espumante branco, oriundo da Região Demarcada daa
Bairrada. De cor citrina e brilhante, com tons esverdeados,,
bolha fina e cordão persistente, este produto deve serr
servido entre os 6 e 8ºC. O seu aroma a flor de laranjeira,,
ameixa e brioche confere-lhe um toque de mineralidade. Naa
boca possui uma mousse intensa e persistente e uma acidezz
equilibrada, que lhe proporciona um final longo e agradável..
Deve servir-se bem fresco, sendo uma boa escolha paraa
aperitivo ou para frutas e saladas..
a tradição de fazer
a diferença
A Companhia das Quintas ‘VINHOS ÚNICOS DE QUINTAS ÚNICAS’ pedagógico, que procurem associar o convívio
tem sete quintas/adegas “Angola é o nosso segundo maior mercado de e a degustação, ao debate de questões gas-
vinhos. Queremos em três anos ser uma das tronómicas, culturais e técnicas, tendo em
diferentes em várias regiões três marcas de vinho português mais vendi- conta as especificidades do mercado angola-
de Portugal. A empresa é do no país”. A afirmação é de Bernardo Gou- no, Bernardo Gouvêa almeja que a Companhia
também proprietária de vêa, director geral da Companhia das Quintas, das Quintas e os seus vinhos conquistem de-
proprietária da Quinta de Pancas, uma das finitivamente o consumidor nacional, conside-
100% da PortuVinus, uma marcas de vinhos portugueses mais vendida rado pelo mesmo como “um cliente exigente,
das maiores empresas de no país. O objectivo é fazer com que este se- sofisticado e moderno”.
distribuição de vinhos e ja o seu principal mercado, razão pela qual a
empresa tem canalizado, nos últimos cinco Aumentar a percepção de
bebidas espirituosas em
anos, um forte investimento para Angola. As- valor e a relação qualidade/
Portugal. A companhia detém sociada a valores de prestígio e tradição, em preço tem sido uma das
propriedades nas regiões Luanda pode-se encontrar a nova imagem de
grandes aposta da Companhia
marca da Companhia - ‘The Quinta Collection’
de vinhos mais destacadas das Quintas no mercado
-, composta por vinhos produzidos em Portu-
portuguesas: Quinta da gal e provenientes da Quinta do Cardo (Beira
nacional
Fronteira (Douro), Quinta do Interior), da Quinta de Pancas e da Quinta da
Cardo (Beira Interior), Quinta Romeira (ambas da Estremadura). Uma nova “Angola é para nós um mercado de elevado
colecção de vinhos que dá continuidade à es- interesse, cuja experiência até ao momento
de Pancas (Alenquer), Quinta tratégia iniciada com a renovação da imagem tem sido muito positiva”, salienta. Exemplo
da Romeira (Bucelas), Quinta do Prova Régia, cujo o intuito é salientar, cada disso, tem sido o sucesso associado à comer-
de Pegos Claros (Palmela), vez mais, a qualidade de produção à credibi- cialização dos vinhos da Quinta de Pancas,
lidade e notoriedade nacional e internacional que têm tido um crescimento na ordem “dos
Quinta da Farizoa (Alentejo) e conquistada nas últimas décadas. Defensor 50% ao ano”, fruto de uma qualidade de ofer-
Caves Borlido (Bairrada) da realização de eventos de carácter lúdico e ta situada entre a gama média e média/al-
a não perder…
Quinta de Pancas – Alenquer/Estremadura
Esta é uma quinta com grande tradição e
historial, tendo sido fundada pela família
Guimarães em 1945, à qual pertenceu até ter
sido integrada na Companhia das Quintas
em 2006. A Quinta de Pancas é fortemente
marcada pela arquitectura do seu Solar, no-
meadamente o arco de entrada e os painés
de azulejo do século XVI. É rodeada por ser-
ras que a protegem dos ventos do Atlântico,
permitindo o excelente amadurecimento das
ta, com especial destaque para os vinhos de principais regiões produtoras de vinho por- uvas, que inclui as castas Touriga Nacional e
topo, segmento para o qual “estamos voca- tuguesas, detém actualmente cerca de 328 Cabernet Sauvignon. Esta situação, aliada ao
cionados”, refere. A excelência é um factor de hectares de vinha na totalidade, o que a tor- equipamento moderno do processo de vinifi-
diferenciação preponderante para este res- na num dos principais proprietários de vinha cação, tornou a Quinta de Pancas desde início
ponsável, que destaca o facto do cliente na- em Portugal. Um processo de crescimen- uma bandeira da região. A Quinta de Pancas
cional ter já muito enraizada a “percepção de to sustentável que a faz estar entre as dez tem aproximadamente 50ha de vinhas.
valor qualidade/preço” relativamente a este maiores companhias produtoras de vinho lu-
tipo de produto, sendo esta uma mais-valia sas e que é fruto de um forte investimento
para a companhia face à concorrência feroz em infra-estruturas (propriedades, vinhas e quinta da romeira – bucelas
que se tem vindo a sentir em Angola. Actual- adegas). Igualmente importante para o seu Em 1703, o terceiro Conde de Castello Me-
mente, o seu maior desafio é “fazer com que posicionamento no mercado nacional e es- lhor, antigo Primeiro Ministro do Reino, in-
as pessoas experimentem”, para isso tem trangeiro tem sido a aposta na renovação tegrou a Quinta da Romeira no Morgadio de
apostado na formação e acordos com esco- de imagem e identidade institucional, fac- Santa Catherina, uma propriedade de grande
las de hotelaria, de forma a divulgar não só as to que permitiu à empresa agrupar todos os dimensão baptizada em honra de um mem-
particularidades de cada vinho, mas também vinhos da Companhia das Quintas num só, bro distinto da família real – Rainha Cathe-
a forma como eles se adaptam ao gosto de com o objectivo de transmitir aos consumi- rina, esposa de Carlos II, Rei de Inglaterra. O
cada consumidor. O ritmo de crescimento do dores os novos valores da marca sustenta- projecto da Quinta da Romeira começou em
mercado tem sido elevado, o que obriga a ele- dos pelo conceito “Vinhos Únicos de Quintas 1988 e focou-se no restauro do Solar do século
var a qualidade de toda a cadeia de valor. Únicas”. Esta é também a mensagem de tra- XVIII e de uma Capela, na construção de uma
dição, personalidade e prestígio transmiti- adega ‘state-of-the-art’ e na plantação de cer-
da ao consumidor angolano. Diferenciação e ca de 80 hectares de vinhas, na sua maioria da
RETALHOS DA HISTÓRIA qualidade são, por isso, dois factores muito casta de Arinto, originária de Bucelas e gran-
A Companhia das Quintas marca presen- importante para Bernardo Gouvêa. O objec- de responsável pela qualidade dos vinhos des-
ça em seis diferentes regiões de Portugal tivo da companhia para os próximos tempos ta região, a uva mais apropriada para o vinho
- Estremadura, Alentejo, Douro, Palmela, é crescer organicamente em volume e valor de Bucelas, onde beneficia de um clima único
Beiras e Bucelas. Detentora de quintas nas sobretudo a nível internacional. proporcionado pelo vale entre o mar e o rio
‘Lingua-mater’
Símbolo da identidade de uma nação e característica intrínseca da história e cultura de um povo, a ques-
tão linguística é uma forma de expressão primordial e, portanto, tem merecido especial atenção por parte
dos ministérios da Cultura e da Educação. O português é a única língua oficial de Angola. Todavia, além
dos numerosos dialectos, o país possui mais de vinte idiomas nacionais.
Com uma população a rondar os 16,8 “Os problemas que temos enfrentado para suprir esta lacuna da utilização das línguas
milhões de habitantes numa superfície nacionais no sistema de ensino têm sido superados, tendo em conta o trabalho que o
Instituto de Línguas Nacionais tem desenvolvido, nomeadamente de quadros e recur-
de 1.246.700 quilómetros quadrados,
sos financeiros”. O balanço foi proferido pela ministra detentora da pasta da Cultura,
Angola apresenta mais de duas dezenas Rosa Cruz e Silva, que, durante o último seminário respeitante à área do kimbundu,
de línguas nacionais. A este número salientou ser fundamental a inclusão das línguas nacionais no sistema de ensino, de
acrescente-se os múltiplos dialectos modo a valorizar e preservar o símbolo da identidade e diversidade cultural. O tema tem
música
Ary arrasa no
“Road Show Blue 2009”
A revelação do panorama musical foi cabeça de
cartaz de uma série de espectáculos que percor-
reram dez províncias. Ary, a par do DJ Big Renas,
sucede o grupo Kalibrados e Anselmo Ralph, que,
no ano anterior, animaram diversas cidades, atra-
vés da sua participação no “Road Show Blue”. Este
é um projecto cultural promovido pela Refriango,
através da sua marca Blue e que vai na terceira edi-
ção. Este ano, os concertos tiveram início em Maio
teatro e terminaram no final deste mês em Luanda.
Hoji Fortuna em Nova Iorque
Desde Janeiro o destino do actor angolano passa pelos palcos americanos. Hoji Fortuna par-
ticipará nas peças teatrais “The Tale of the Allergist’s Wife” e “Young Pugilist”, da autoria
Liceu Vieira Dias
do dramaturgo Charles Busch. A primeira entrou em cena a 8 de Maio, no Queens Theatre homenageado
in the Park, e conta a história de Marjory Taub, uma mulher judia de meia idade da classe O ex-integrante dos Ngola Ritmos foi recente-
alta de Nova Iorque, na qual o actor angolano desempenha o papel de novo amor da prota- mente homenageado numa gala que decorreu
gonista. “Young Pugilist” estreou em finais de Maio e baseia-se na vida do pugilista pesado em Luanda, no Cine Tropical. O evento ultrapas-
Alonza Knowles. O jovem talento tem vindo a acumular sucessos na televisão portuguesa, sou todas as expectativas, pelo que a agência
onde se lançou em 2001. No início do ano, Hoji Fortuna integrou o elenco de “Two Gentle- Angola África Fashion está a ponderar gravar um
men of Verona”, de William Shakespeare, que esteve em cena em Nova Iorque. disco e um DVD com os principais temas de Liceu
Vieira Dias. O director da empresa, Gil Costa reve-
lou ainda que, além do material fonográfico, a en-
Enigma grava DVD tidade planeia publicar um livro com as memórias
Com o intuito de apresentar ao público a peça vencedora do Prémio de Teatro Cidade de Luanda do “mestre”. “O nosso projecto, no momento, é
(edição 2009), o grupo Enigma Teatro vai gravar “A Grande Questão”, no Cine Atlântico (Luan- ainda extenso a Liceu Vieira Dias. Agora estamos
da). O DVD, que deverá chegar em breve às lojas, foi produzido pela Movie-Produções e contou com a responsabilidade do CD, DVD e livro, onde
com a actuação do grupo ao vivo. “Estamos a produzir cinco mil exemplares para a venda ao vamos relatar a vida e obra dele”, assegurou Gil
público ao preço de dois mil kwanzas”, adiantou Tony Franpênio, director artístico do Enigma Costa, não descartando a hipótese de homena-
Teatro. A peça “A Grande Questão”, que agora estará disponível em formato digital, aborda as- gear outros artistas. No presente, a agência es-
pectos sociais, económicos e históricos de Luanda, em que a componente da sensibilização não tuda a hipótese de levar a França o elenco que
foi esquecida. O grupo teatral está no activo desde 1987 e integra jovens dos 18 aos 38 anos. participou na gala e onde o disco será editado.
exposição
Luanda acolhe galeria de arte
A galeria Kozy Arte, inaugurada em Maio, é já encarada como um ponto de encontro de artis-
tas africanos, especialmente entre os criadores de Angola, Senegal, Lesoto, Burundi e Gabão.
Localizado no município da Ingombota, o novo espaço tem como propósito a exposição e co-
mercialização das obras africanas. O responsável da galeria, Aicha Hakoum, esclareceu que o
organismo valoriza os objectos únicos e as pequenas séries de arte que demonstrem a criativi-
dade dos autores. Por seu lado, o pintor Hildebrando de Melo “HM” recordou que na Kozy Arte
os criadores nacionais têm uma oportunidade única para manter contacto com a arte da África
Meridional, que embora seja similar à angolana ainda é pouco conhecida.
“Novo Homem
Angolano”
É membro do Conselho Científico do Ministério da
Cultura de Angola e curador da Fundação Eduardo dos
Santos. Jorge Gumbe, artista plástico, possui um vasto
currículo na área das artes. A sua obra não se resume
à pintura. Aos 50 anos, este ícone angolano tem um
percurso diversificado, que abarca cargos em organizações
nacionais e internacionais, actividades de direcção e
de docência, possuindo mais de dez artigos sobre arte
publicados em diferentes revistas, catálogos e jornais em
Angola, Reino Unido e Portugal. Aliás, é entre estes países
que o criador divide o seu tempo. O Prémio Nacional de
Cultura e Arte do Governo de Angola (2005) fez a análise
do mercado artístico nacional, em entrevista à Angola’in.
Como retrata o seu percurso? necessidade de registar o meio envolvente do se sobrepõem numa espécie de palimpsestos
Qual o trabalho que mais o marcou? interior de Angola, na vila do Golungo Alto e no literários e pictográficos.
O meu percurso caracteriza-se em vários mo- Ngongembo, onde o meu pai era enfermeiro.
mentos seguindo a trajectória dos desenvolvi- As suas raízes estão presentes nas criações?
mentos político e social do pós independência Em que se inspiram as suas criações? A minha última exposição é uma espécie de
de Angola. Considero-me um artista que faz Nasci e cresci no interior de Angola, rodeado manifesto. Quero alertar o público para a ur-
parte destes desenvolvimentos. O projecto de animais domésticos e selvagens, flores- gência de Angola não deixar de cultivar os
que mais me marcou foi a minha última ex- tas com magia, rios, cascatas. À noite ouvia seus mitos e sonhos, aspectos importantes
posição “Mitos e Sonhos”, concretizada em provérbios, fábulas e histórias fantásticas da para a sua existência. Desejo contribuir para
2005. Foi fruto de um trabalho sofrido, me- cultura local, em língua kimbundu, à volta de um questionamento da sociedade angolana e
tódico, sistematizado e elaborado ao longo de fogueiras. Reconheço que cresci rodeado de reflectir o seu passado, o património cultural
dez anos, que antes de sair a público foi re- um mundo maravilhoso. Vou procurar inspira- e histórico e poder usá-lo para perspectivar o
flectido com base em discussões em vários ção às memórias da minha infância, das histó- seu enquadramento na sociedade moderna e
espaços (particularmente académicos) em rias sobre seres misteriosos e, nestes últimos contemporânea, afirmando-se com uma iden-
Angola e no exterior. Foi uma experiência mui- anos, tenho pesquisado o significado mítico tidade própria no mundo cada vez mais glo-
to interessante, que me motivou a continuar do embondeiro e da Kyàndà, a divindade das balizado. Utilizando a metáfora, a minha obra,
nesta perspectiva. É necessário que o artista águas, para as populações da Ilha de Luanda apesar de se basear na cultura tradicional, está
africano, como me identifico, assuma as suas e com outras designações no imaginário po- contextualizada aos problemas da sociedade
responsabilidades perante o mundo e dê uma pular angolano. A sua forma convida-me pa- actual. Existe em Angola um rico património
outra visão do artista contemporâneo e, so- ra o fantástico, para uma viagem no espaço, cultural, resultante da interculturalidade que
bretudo, de África. provoca-me a despoletar uma imaginação pa- hoje se confronta com outros desafios, nome-
ra além do real, que me permite criar tempos e adamente com o da integração num mundo
Quando descobriu a vocação temporalidades, recriar mitos que, por vezes, global, determinante na construção da socie-
para o mundo artístico? dade angolana actual e cujos efeitos estão na
Desde criança que sempre manifestei vocação base de muitos debates não pacíficos. Defi-
para as artes. Desenhava com lápis de cera, os
“Defino a minha obra no a minha obra como uma obra feita por um
professores na escola primária e os colegas fi- como uma obra feita por africano com uma visão aberta ao mundo, on-
cavam admirados, pelos traços e pelo conte- um africano com uma de se pode observar um reencontro entre vá-
údo harmónico das cores. Sentia uma grande visão aberta ao mundo” rias culturas, tendo em conta a minha vivência
o chanceler
do progresso
BDA é o grande impulsionador
do sector privado no continente.
Em cada dólar investido consegue,
através de leasing, angariar 3 a 4
dólares suplementares. Um exemplo
de determinação
NOVOS
EXECUTIVOS
bastonário da ordem Descubra as 6
dos arquitectos diferenças
Em Grande Entrevista, António Gameiro tece o retrato do país. que podem fazer
Comentários inéditos daquele que é uma das grandes figuras da de si um Líder do
sociedade. Temas de interesse nacional à lupa em discurso directo Futuro