Apostila Oficial Engenharia Quimica Geral

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Professor MSc.

Claudenor Piedade
Centro Universitrio do Norte- UNINORTE
Escola de Cincias Exatas e Tecnologias








Manaus _ 2014


2





NDICE


Unidade 1 Estados da Matria 03
Unidade 2 Funes Inorgnicas 05
Unidade 3 - Estrutura Atmica 20
Unidade 4 Propriedades Peridicas 27
Unidade 5 - Ligaes qumicas 33
Unidade 6 - Geometria Molecular 44
Unidade 7 Foras Intermoleculares 52
Unidade 8 Estequiometria 56
Unidade 9 Gases
62
Unidade 10 Solues 67
Unidade 11 Termodinmica 76
Unidade 12 Eletroqumica 84
Referncias bibliogrficas 94















3

Unidade 1 - Estados da Matria

1. A perspectiva molecular da qumica

A matria o material fsico do universo, tudo que tem massa e ocupa espao.
A matria constituda de relativamente poucos elementos.
No nvel microscpico, a matria consiste de tomos e molculas.
Os tomos se combinam para formar molculas.
As molculas podem consistir do mesmo tipo de tomos ou de diferentes tipos de tomos.

1.1 Classificao da matria

1.1.1 Estados da matria

A matria existe em trs estados fsicos: slido, lquido ou gs.
Essas trs formas de matria so chamadas de estados da matria.
Os gases no tm forma nem volume definidos e podem ser comprimidos para formarem lquidos.
Os lquidos no tm forma, mas tm volume.
Os slidos so rgidos e tm forma e volume definidos.

1.1.2 Substncias puras e misturas

Os tomos consistem de apenas um tipo de elemento.
As molculas podem ter apenas um tipo de tomo (um elemento) ou de diferentes tipos de tomos
(um composto).
Uma substncia pura a matria que tem propriedades distintas e uma composio que no varia de
amostra para amostra.
Existem dois tipos de substncias puras: elementos e compostos.
Os elementos no podem ser decompostos em substncias mais simples.
Se mais de um tomo, elemento ou composto so encontrados juntos, ento a substncia uma
mistura.
Portanto, misturas so combinaes de duas ou mais substncias nas quais cada uma mantm sua
prpria identidade qumica.
Se a matria no totalmente uniforme, ento ela uma mistura heterognea.
Se a matria totalmente uniforme, ela homognea, tambm chamada de soluo.
Se a matria homognea pode ser separada por meios fsicos, ento ela uma mistura.
Se a matria homognea no pode ser separada por meios fsicos, ento ela uma substncia pura.
Se uma substncia pura pode ser decomposta em algo mais, ento ela um composto.

1.1.3 Elementos

Se uma substncia pura no pode ser decomposta em algo mais, ento ela um elemento.
Existem 114 elementos conhecidos.
A cada elemento dado um nico smbolo qumico (com uma ou duas letras).
Os elementos so base de constituio da matria.
A crosta terrestre consiste de 5 elementos principais. So eles: oxignio, silcio, alumnio, ferro e
clcio.
O corpo humano consiste basicamente de 3 elementos principais: oxignio, carbono e hidrognio
Os smbolos qumicos com uma letra tm aquela letra maiscula (por exemplo, H, B, C, N, etc.)
Os smbolos qumicos com duas letras tm apenas a primeira letra maiscula (por exemplo, He, Be).

1.1.4 Compostos

4

A maioria dos elementos se interage para formar compostos.
As propores de elementos em compostos so as mesmas, independentemente de como o composto
foi formado.
Lei da Composio Constante (ou Lei das Propores Definitivas):
A composio de um composto puro sempre a mesma.
Exemplo: Quando a gua decomposta, sempre haver duas vezes mais gs hidrognio
formado do que gs oxignio.


1.2 Propriedades de Matria

1.2.1 Mudanas fsicas e qumicas

Cada substncia tem um conjunto nico de propriedades fsicas e qumicas que podem ser usadas
para identific- la.
Quando uma substncia sofre uma mudana fsica, sua aparncia fsica muda.
Exemplo: O derretimento do gelo: um slido convertido em um lquido.
Durante uma mudana fsica, a matria no muda sua composio.
Quando uma substncia muda sua composio, ela sofre uma alterao qumica.
Exemplo: Quando o hidrognio puro e o oxignio puro reagem completamente, eles formam
gua pura. No frasco contendo gua no h sobra de oxignio nem de hidrognio.
As propriedades fsicas intensivas no dependem da quantidade de substncia presente.
Exemplos: densidade, temperatura e ponto de fuso.
As propriedades fsicas extensivas dependem da quantidade de substncia presente.
Exemplos: massa, volume e presso.

1.2.2 Separao de misturas

As misturas podem ser separadas se suas propriedades fsicas so diferentes.
Os slidos podem ser separados dos lquidos atravs de filtrao.
O slido coletado em papel de filtro, e a soluo, chamada de filtrado, passa pelo papel de filtro e
coletada em um frasco.
As misturas homogneas de lquidos podem ser separadas atravs de destilao.
A destilao necessita que os diferentes lquidos tenham pontos de ebulio diferentes. Basicamente,
cada componente da mistura fervido e coletado.
A frao com ponto de ebulio mais baixo coletada primeiro.
A cromatografia pode ser utilizada para separar misturas que tm diferentes habilidades para
aderirem a superfcies slidas.
5

Quanto maior a atrao do componente pela superfcie (papel), mais lentamente ele se move.
Quanto maior a atrao do componente pelo lquido, mais rapidamente ele se move.
A cromatografia pode ser utilizada para separar as diferentes cores de tinta de uma caneta.


Exerccios

1. D o smbolo qumico dos seguintes elementos:
a) alumnio b) sdio c) bromo;
d) cobre e) silcio f) nitrognio
g) magnsio h) hlio

2. D o nome aos elementos qumicos representados pelos seguintes smbolos
a) Mn b) Pb c) F
d) Sn e) As f) Au
g) Ag h) Cr

3. Uma substncia branca e slida A fortemente aquecida em ausncia de ar. Ela decompe-se para
formar uma nova substncia branca B e um gs C. O gs tem as mesmas propriedades que o produto
obtido quando carbono queimado com excesso de oxignio. Baseado nessas observaes, podemos
determinar se os slidos A e B so elementos ou compostos? Justifique suas concluses para cada
substncia.

4. Classifique cada um dos seguintes itens como substncia pura ou mistura; no caso de uma mistura,
indique se homognea ou heterognea:
a) Arroz-doce b) gua do mar c) magnsio d) gasolina e) ar f)
suco de tomate g) cristais de iodo h) areia

5. Caracterize cada um dos seguintes itens como um processo fsico ou qumico:
a) Corroso do alumnio metlico b) fuso do gelo c) triturao da aspirina d) digesto de uma
bala e) exploso da nitroglicerina.

6. Sugira um mtodo de separao em seus dois componentes para cada uma das seguintes misturas:
a) Acar e areia b) ferro e enxofre.



Unidade 2 Funes Inorgnicas

Funo Qumica o conjunto de substncias que apresentam propriedades qumicas semelhantes,
chamadas de propriedades funcionais. As substncias inorgnicas podem ser classificadas em quatro
funes:
cidos
Bases
Sais
xidos

2.1 cidos

So compostos que em soluo aquosa se ionizam, produzindo como ction exclusivamente H
3
O
+
, chamado
de hidroxnio ou hidrnio e nions, cuja natureza varia de um cido para outro.
Exemplo: HBr + H
2
O H
3
O
+
+ Br
-


6

2.1.1 Propriedades funcionais

Apresentam hidrognio em sua composio.
Tm sabor azedo.
Mudam a cor dos indicadores cido-base:
o papel tornassol azul fica vermelho;
a soluo de fenolftalena permanece incolor na sua presena;
a soluo de alaranjado de metila passa de levemente alaranjado para fortemente alaranjado.
Conduzem corrente eltrica quando em solues aquosas.
Reagem com base formando sais e gua.
Corroem metais, apresentando maior ou menor velocidade de corroso em funo da fora e da
concentrao do cido.

2.1.2 Classificao dos cidos

2.1.2.1 Quanto presena de oxignio na sua composio

Hidrcidos no apresentam oxignio. Exemplos: HCl, HBr
Oxicidos apresentam oxignio. Exemplos: HNO
3
, H
2
SO
4


2.1.2.2 Quanto ao nmero de hidrognios ionizveis

Monocidos ou cidos monoprticos apresentam um hidrognio ionizvel (HCl, HBr, HNO
3
).
Dicidos ou cidos diprticos apresentam dois hidrognios ionizveis (H
2
S, H
2
SO
4
).
Tricidos ou cidos triprticos apresentam trs hidrognios ionizveis (H
3
PO
4
, H
3
BO
3
).
Tetrcidos ou cidos tetraprticos apresentam quatro hidrognios ionizveis (H
4
SiO
4
, H
4
P
2
O
7
).
Os dicidos, tricidos e tetrcidos so policidos.
Excees: H
3
PO
3


um dicido e H
3
PO
2
um monocido.

2.1.2.3 Quanto volatilidade

Volatilidade a propriedade que algumas substncias apresentam de se tornar um gs ou vapor. Isso ocorre
com cidos que apresentam temperatura de ebulio relativamente baixa ou prxima ambiente. cidos
com temperaturas de ebulio altas so chamados de fixos. Portanto:

Volteis possuem baixo ponto de ebulio. Exemplos: HCl, H
2
S, HCN, HNO
3
.
Fixos possuem alto ponto de ebulio. Exemplos: H
2
SO
4
, H
3
PO
4
, H
3
BO
3
.

2.1.2.4 Quanto ao grau de ionizao

Grau de ionizao de um cido () a relao entre o nmero de molculas ionizadas e o nmero total de
molculas dissolvidas. Segundo essa classificao os cidos podem ser fortes, semi- fortes (moderados) ou
fracos.
cidos Fortes: > 50 %
cidos Moderados: 5 % < < 50 %
cidos Fracos: < 5 %

Hidrcidos

cidos fortes: HI, HBr, HCl
cidos moderados: HF
cidos fracos: demais

7

Oxicidos: quanto maior a diferena entre o nmero de oxignios e o nmero de hidrognios, mais forte
o cido. Representando um oxicido por H
n
EO
m
, temos:

m n = 3 cido muito forte. Exemplos: HClO
4
, HMnO
4

m n = 2 cido forte. Exemplos: HNO
3
, H
2
SO
4

m n = 1 cido semi-forte. Exemplos: H
3
PO
4
, H
2
SO
3
, H
3
PO
3
(apenas 2 hidrognios so
ionizveis))
m n = 0 cido fraco. Exemplos: HClO, H
3
BO
3


Exceo: cido carbnico (H
2
CO
3
) considerado cido fraco, apesar de m n = 1.

2.1.3 Nomenclatura dos cidos:

Hidrcidos ( H
n
A ):

cido Nome do elemento qumico ligado ao hidrognio + drico

Exemplos:
- cido clordrico (HCl)
- cido bromdrico (HBr)
- cido ciandrico (HCN)


Oxicidos:

cido +prefixo (se necessrio) +elemento central +sufixo

De acordo com o elemento central (o primeiro o hidrognio e o terceiro o oxignio) temos o prefixo
OSO para o menor NOx (Nmero de Oxidao) e ICO para o maior Nox. Exemplos:
- Coluna 14 ou 4A: - cido carbnico (H
2
CO
3
) - carbono (C) com Nmero de Oxidao (NOx) = +4 (nico
cido inorgnico com carbono).
- Coluna 15 ou 5A:
- cido nitroso (HNO
2
) - nitrognio (N) com NOx = +3;
- cido ntrico (HNO
3
) - nitrognio (N) com NOx = +5.
- Coluna 16 ou 6A:
- cido sulfuroso (H
2
SO
3
) - enxofre (S) com NOx = +4;
- cido sulfrico (H
2
SO
4
) - enxofre (S) com NOx = +6.
- Coluna 17 ou 7A:
- cido hipocloroso (HClO) - cloro (Cl) com NOx = +1 (o prefixo HIPO obrigatrio quando temos o
elemento central com carga 1);
- cido cloroso (HClO
2
) - cloro (Cl) com NOx = +3;
- cido clrico (HClO
3
) - cloro (Cl) com NOx = +5;
- cido perclrico (HClO
4
) - cloro (Cl) com NOx do Cl = +7 (o prefixo PER obrigatrio quando temos o
elemento central com carga 7, como em Permanganato de potssio).

Observaes:
- seguem a mesma nomenclatura os cidos formados pelos elementos iodo (I) e bromo (Br), pertencentes
tambm coluna 17 ou 7A;
- o elemento flor (F) tambm pertencente coluna 17 ou 7A no forma oxicidos.

2.1.4 cidos mais comuns na qumica do cotidiano

2.1.4.1 cido sulfrico (H
2
SO
4
)
8

cido forte (altamente corrosivo). o cido mais importante na indstria e no laboratrio, consumido em
enormes quantidades na indstria petroqumica, na fabricao de papel, corantes e baterias de automveis.
O maior consumo de cido sulfrico na fabricao de fertilizantes, como os superfosfatos e o sulfato de
amnio.
o cido dos acumuladores de chumbo (baterias) usados nos automveis.
consumido em enormes quantidades em inmeros processos industriais, como processos da indstria
petroqumica, fabricao de papel, corantes, etc.
O cido sulfrico concentrado um dos desidratantes mais enrgicos. O cido sulfrico "destri" o papel,
o tecido de algodo, a madeira, o acar e outros materiais devido sua enrgica ao desidratante.
O cido sulfrico concentrado tem ao corrosiva sobre os tecidos dos organismos vivos tambm devido
sua ao desidratante. Produz srias queimaduras na pele. Por isso, necessrio extremo cuidado ao
manusear esse cido.
As chuvas cidas em ambiente poludo com dixido de enxofre contm H
2
SO
4
e causam grande impacto
ambiental.
2.1.4.2 cido fosfrico (H
3
PO
4
)
Os seus sais (fosfatos) tm grande aplicao como fertilizantes na agricultura.
usado como aditivo em alguns refrigerantes.
2.1.4.3 cido fluordrico (HF)
Tem a particularidade de corroer o vidro, devendo ser guardado em frascos de polietileno. Em virtude de
propriedade de corroso, o cido fluordrico usado para gravar sobre vidro. Os vidros de automveis tm
uma numerao na parte inferior, esta gravada com o auxlio desse cido.
2.1.4.3 cido ntrico (HNO
3
)
Depois do sulfrico, o cido mais fabricado e mais consumido na indstria.
Seu maior consumo na fabricao de explosivos, como nitroglicerina (dinamite), trinitrotolueno (TNT),
trinitrocelulose (algodo plvora). usado na fabricao do salitre (NaNO
3
, KNO
3
) e da plvora negra
(salitre + carvo + enxofre).
As chuvas cidas em ambientes poludos com xidos do nitrognio contm HNO
3
e causam srio impacto
ambiental. Em ambientes no poludos, mas na presena de raios e relmpagos, a chuva tambm contm
HNO
3
, mas em proporo mnima.
O cido ntrico concentrado um lquido muito voltil; seus vapores so muito txicos. um cido
muito corrosivo e, assim como o cido sulfrico, necessrio muito cuidado para manuse- lo.

2.1.4.4 cido clordrico (HCl)
O cido impuro (tcnico) vendido no comrcio com o nome de cido muritico.
encontrado no suco gstrico .
um reagente muito usado na indstria e no laboratrio.
usado na limpeza de edifcios aps a sua caiao, para remover os respingos de cal.
9

usado na limpeza de superfcies metlicas antes da soldagem dos respectivos metais.

2.1.4.5 cido actico (CH
3
COOH)
cido componente do vinagre, tempero indispensvel na cozinha, usado no preparo de saladas e
maioneses.
2.1.4.6 cido carbnico (H
2
CO
3
)
o cido das guas minerais gaseificadas e dos refrigerantes. As guas e refrigerantes gaseificados tm
seu diferencial (mais refrescante) graas a este cido. Ele formado na reao do gs carbnico com a gua:
CO
2
+ H
2
O H
2
CO
3
2.2 Bases ou hidrxidos

So substncias que, ao serem dissolvidas em gua, liberam exclusivamente os nions OH
-
(hidroxila ou
oxidrila). Os ctions, liberados tambm nesse processo, variam de uma base para outra.
Dentre as principais bases, somente o hidroxido de amnio resulta de uma ionizao. As demais, resultam da
dissociao inica dos respectivos hidrxidos, quando dissolvidos em gua.

2.2.1 Propriedades funcionais

Presena do nion hidroxila (OH

).
Com exceo dos hidrxidos de alcalinos, todas as demais bases se decompem com o calor com
relativa facilidade.
Apresentam sabor adstringente.
Mudam a cor dos indicadores: o papel tornassol vermelho fica azul e a soluo de fenolftalena,
quando incolor passa para vermelho.
Conduzem corrente eltrica quando dissolvidas em gua.
Reagem com os cidos, originando sais e gua.

2.2.2 Classificao das bases

2.2.2.1 Quanto ao nmero de hidroxilas:

Monobases apresentam uma hidroxila como nion. Exemplos: NaOH, NH
4
OH
Dibases apresentam duas hidroxilas como nion. Exemplos: Ca(OH)
2
, Zn(OH)
2
, Ba(OH)
2
.
Tribases apresentam trs hidroxilas como nion. Exemplos: Al(OH)
3
, Ga(OH)
3
, Fe(OH)
3
.

2.2.2.2 Classificao das bases quanto ao grau de dissociao

Quanto mais solvel em gua a base, mais forte ela ser.
Bases Fortes so as bases do grupo 1A e 2A, pois apresentam uma alta solubilidade. Exemplos:
LiOH, Ba(OH)
2
.
Bases Fracas so as bases formadas pelos demais elementos. Exemplos: Zn(OH)
2
, Fe(OH)
3
,
AgOH.

Excees: NH
4
OH, que uma base solvel porm fraca e o MgOH
2
que uma base insolvel e fraca.

2.2.2.3 Classificao das bases quanto solubilidade em gua

Bases com Metais Alcalinos e NH
4
OH so solveis. Exemplos: LiOH, NaOH.
Bases com Metais Alcalinos Terrosos so pouco solveis. Exemplos: Ca(OH)
2
,

Ba(OH)
2
.
Bases de outros metais so praticamente insolveis.
10


Exceo: Mg(OH
2
) que uma base insolvel.

2.2.3 Nomenclatura das bases

2.2.3.1 Quando o ction possui nox fixo
hidrxido de + ction (nome do metal ou grupo ligado hidroxila)
Exemplo: KOH hidrxido de potssio
2.2.3.2 Quando o ction no apresenta nox fixo
hidrxido de + ction + sufixo ou hidrxido + ction + nox em algarismo romano
Exemplos:
Fe(OH)
2
- hidrxido de ferro II ou hidrxido ferroso - ferro (Fe) com NOx = +2.
Fe(OH)
3
-

hidrxido de ferro III ou hidrxido frrico - ferro (Fe) com NOx = +3;


2.2.4 Bases mais comuns na qumica do cotidiano
2.2.4.1 Hidrxido de sdio NaOH
Base conhecida como soda custica ou lixvia ou "diabo verde". a base mais importante da
indstria e do laboratrio. fabricado e consumido em grandes quantidades;
Utilizada em produtos para desentupir ralos, pias e limpa forno;
usada na fabricao do sabo. Atualmente, o sabo obtido de gorduras (de boi, de porco, de carneiro,
etc) ou de leos (de algodo, de vrios tipos de palmeiras, etc.).
usada em inmeros processos industriais na petroqumica e na fabricao de papel, celulose, corantes,
etc. muito corrosivo e exige muito cuidado ao ser manuseado.
No existe soda custica livre na natureza, fabricado por eletrlise (decomposio por corrente eltrica)
de soluo aquosa de sal de cozinha (NaCl).
11

2.2.4.2 Hidrxido de clcio Ca(OH)
2

Conhecido como cal hidratada ou cal extinta ou cal apagada;
utilizado na construo civil no preparo da argamassa, usada na alvenaria, e na caiao (pintura a cal) o
que fazem os pedreiros ao preparar a argamassa.
2.2.4.3 Hidrxido de magnsio Mg(OH)
2

um slido branco muito pouco solvel em gua;
Quando disperso em gua, origina um lquido espesso, denominado de suspenso, que contm partculas
slidas misturadas gua denominado de leite de magnsia utilizado como laxante e anticido.
2 HCl(aq) + Mg(OH)
2
(aq) MgCl
2
(aq) + 2 H
2
O(l)
acidez estomacal anticido

2.2.4.4 Hidrxido de alumnio Al(OH)
3

um slido gelatinoso insolvel na gua;
Utilizado no tratamento da gua. O hidrxido de alumnio formado na superfcie, como um precipitado
gelatinoso, arrasta as impurezas slidas para o fundo do tanque, no processo denominado decantao;
Al
2
(SO
4
)
3
+ 3 Ca(HCO
3
)
2
2 Al(OH)
3
+ 3 CaSO
4
+ 6 CO
2

Utilizado como medicamento com ao de anticido estomacal (Pepsamar, Natusgel, Gelmax, etc) pois
neutraliza o excesso de HCl no suco gstrico.
3 HCl(aq) + Al(OH)
3
(aq) AlCl
3
(aq) + 3 H
2
O(l)
acidez estomacal anticido
2.2.4.5 Hidrxido de amnio NH
4
OH
obtido atravs do borbulhamento de amnia(NH
3
) em gua, originando uma soluo conhecida
comercialmente como amonaco;
NH
3
(g) + H
2
O(l) NH
4
OH(aq) NH
4
+
(aq) + OH
-
(aq)
amnia amonaco on amnio on hidrxido
utilizado em produtos de limpeza domstica tais como: Ajax, Fria, Pato, Veja, etc.
utilizado na fabricao de sais de amnio, empregados na agricultura e como explosivos.
2.3 Sais

So compostos que em meio aquoso se dissociam, liberando pelo menos um ction diferente de H
+
e pelo
menos um nion diferente de OH
-
.

2.3.1 Propriedades funcionais

Possuem sabor azedo.
Conduzem corrente eltrica quando em soluo aquosa ou quando fundidos.
Podem reagir com cidos, bases, outros sais e metais.
Quase todos apresentam-se em estado slido ou na forma de critais.

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2.3.2 Classificao dos sais

2.3.2.1 De acordo com a presena de oxignio

Sais halides - no possuem oxignio. Exemplos: NaI, KBr
Oxissais - possuem oxignio. Exemplos: CaCO
3
, MgSO
4



2.3.2.2 De acordo com natureza dos ons

Sal normal formado pela neutralizao completa entre um cido e uma base. No possui nem H
+

nem OH
-
. Exemplo: NaCl
Hidrogenossal ou sal cido um sal que apresenta dois ctions, sendo um deles H
+
, e somente um
nion. Exemplo: NaHCO
3

Hidroxissal ou sal bsico um sal que apresenta dois nions, sendo um deles OH
-
, e somente um
ction. Exemplo: CaOHCl
Sal duplo ou sal misto um sal que apresenta dois ctions diferentes (exceto H
+
)

ou dois nions
diferentes (exceto OH
-
) e somente um ction. Exemplos: CaClClO, NaLiSO
4

Sal hidratado apresenta no retculo cristalino, molculas de gua em proporo definida. A gua
combinada dessa maneira chama-se gua de cristalizao, e a quantidade de molculas de gua
indicada, na nomenclatura do sal, por prefixos. Exemplo: CuSO
4
.5H
2
O


2.3.2.3 De acordo com a solubilidade

A tabela a seguir indica a solubilidade dos sais em gua (a 25
o
C e 1 atm).
Tabela resumida de solubilidade dos sais em gua

Compostos Regra Excees
cidos Orgnicos Solveis
Permanganatos, Nitritos e
Nitratos, Cloratos
Solveis
Sais de Alcalinos e Amnio Solveis carbonato de ltio
Percloratos Solveis de potssio e mercrio I
Acetatos Solveis de prata
Tiocianatos e Tiossulfatos Solveis de prata, chumbo e mercrio
Fluoretos Solveis de magnsio, clcio e estrncio
Cloretos e Brometos Solveis de prata, chumbo e mercrio I
Iodetos Solveis mercrio, bismuto e estanho IV
Sulfatos Solveis
de prata, chumbo, brio, e
estrncio
xido metlico e Hidrxidos Insolveis
de alcalinos, amnio, clcio,
brio e estrncio
Boratos, Cianetos, Oxalatos,
Carbonatos, Ferrocianetos,
Ferricianetos, Silicatos,
Arsenitos, Arseniatos, Fosfitos,
Fosfatos, Sulfitos e Sulfetos
Insolveis de alcalinos e de amnio
13


Observaes:

1- Quando se diz que um sal insolvel, na verdade se quer dizer que sua solubilidade em gua muito
pequena, pois nenhuma substncia totalmente insolvel.
2- Todos os sais de metais alcalinos e amnio (NH
4
+
) so solveis.
3- Os sais insolveis sofrem pequena dissociao inica, por isso originam solues com pequena
quantidade de ons, sendo considerados maus eletrolticos.

2.3.3 Nomenclatura

2.3.3.1 Sal Normal

Obedece expresso:
(nome do nion) de (nome do ction)

obtida a partir da nomenclatura do cido que originou o nion participante do sal, pela mudana de
sufixos.

Sufixo do cido Sufixo do nion
drico eto
ico ato
oso ito

Exemplos:

cido de origem nion Ction Sal
HCl - clordrico Cl
-
- cloreto Na
+
NaCl cloreto de sdio
H
2
SO
4
- sulfrico SO
4
2-
- sulfato Ca
2+
CaSO
4


sulfato de
clcio
HNO
2
- nitroso NO
-
- nitrito Al
3+
Al(NO
2
)
3

nitrito de
alumnio

2.3.3.2 Nomenclatura do Hidrogeno-sal ou sal cido

Exemplo: Na
+
H
+
CO
3
2-
- NaHCO
3

Carbonato(mono)cido de sdio
(mono)hidrogeno carbonato de sdio
Bicarbonato de sdio

2.3.3.3 Nomenclatura do Hidrxi-sal ou sal bsico

Exemplo: Ca
2+
(OH)
-
Cl
-
- Ca(OH)Cl
cloreto(mono) bsico de clcio
(mono)hidrxi cloreto de clcio

2.3.3.4 Nomenclatura do Sal duplo ou misto com dois ctions

nome do nion de nome dos ctions

Exemplo: Na
+
Li
+
SO
4
2-
- NaLiSO
4
Sulfato de sdio e ltio
14


2.3.3.5 Nomenclatura do Sal duplo com dois nions

nome dos nions de nome do ction
Exemplo: Ca
2+
Cl
-
ClO
-
- CaClClO Hipoclorito cloreto de clcio
2.3.4 Sais mais comuns na qumica do cotidiano

2.3.4.1 Cloreto de sdio (NaCl)

Alimentao
Conservao da carne, do pescado e de peles.
Obteno de misturas refrigerantes; a mistura gelo + NaCl
(s)
pode atingir -22C.
Em medicina sob forma de soro fisiolgico (soluo aquosa contendo 0,92% de NaCl), no combate
desidratao.

2.3.4.2 Nitrato de sdio (NaNO
3
)

Fertilizante na agricultura.
Fabricao da plvora (carvo, enxofre, salitre).

2.3.4.3 Carbonato de sdio (Na
2
CO
3
)

Fabrio do vidro comum (maior aplicao
Fabricao de sabes.

2.3.4.4 Bicarbonato de sdio (NaHCO
3
)

Anticido estomacal. Neutraliza o excesso de HCl do suco gstrico.
Fabricao de fermento qumico. O crescimento da massa (bolos, bolachas, etc) devido liberao do
CO
2
do NaHCO
3
.
Fabricao de extintores de incndio (extintores de espuma). No extintor h NaHCO
3 (s)
e H
2
SO
4
em
compartimentos separados. Quando o extintor acionado, o NaHCO
3
mistura-se com o H
2
SO
4
, com o
qual reage produzindo uma espuma, com liberao de CO
2
. Estes extintores no podem ser usados para
apagar o fogo em instalaes eltricas porque a espuma eletroltica (conduz corrente eltrica).

2.3.4.5 Fluoreto de sdio (NaF)

usado na preveno de cries dentrias (anticrie), na fabricao de pastas de dentes e na fluoretao da
gua potvel.

2.3.4.6 Carbonato de clcio (CaCO
3
)

encontrado na natureza constituindo o calcrio e o mrmore.
Fabricao de CO
2
e cal viva (CaO), a partir da qual se obtm cal hidradatada (Ca(OH)
2
):
Fabricao do vidro comum.
Fabricao do cimento Portland
Sob forma de mrmore usado em pias, pisos, escadarias, etc.

2.3.4.7 Sulfato de clcio (CaSO
4
)

Fabricao de giz escolar.
O gesso uma variedade de CaSO
4
hidratado, muito usado em Ortopedia
2.4 xidos
15


xido todo composto binrio oxigenado, no qual o oxignio o elemento mais eletronegativo.
Frmula geral: E
x+
2
O
2-
X

Exemplos: CO
2
, H
2
O, Mn
2
O
7,
Fe
2
O
3

2.4.1 Classificao dos xidos

xidos Bsicos
xidos cidos
xidos Anfteros
xidos Neutros
xidos Duplos
Perxidos
Superxidos

2.4.1.1 xidos Bsicos

So formados por metais alcalinos e alcalinos terrosos e reagem com gua formando bases e com cidos
formando sal e gua. So formados por metais alcalinos, alcalinos-terrosos e pelos demais metais com Nox
baixo.

xido bsico + H
2
O base

Exemplo: CaO + H
2
O Ca(OH)
2


xido bsico + cido sal + H
2
O

Exemplo: MgO + 2HCl MgCl
2
+ H
2
O


2.4.1.2 xidos cidos (anidridos)

So formados por ametais e reagem com gua formando cidos e com bases formando sal e gua. So
formados por no- metais e por certos metais com Nox elevado.

xido cido + H
2
O cido

Exemplo: N
2
O
5
+ H
2
O 2HNO
3
chuva cida
SO
3
+ H
2
O H
2
SO
4

xido cido + base sal + H
2
O

Exemplo: CO
2
+ Ca(OH)
2
CaCO
3
+ H
2
O

2.4.1.3 xidos Anfteros

So xidos de carter intermedirio entre cido e bsico. Reagem com cidos e bases formando sal e
gua.

xido anftero + cido/base sal + gua

Exemplos: ZnO + 2HCl ZnCl
2
+ H
2
O
ZnO + 2NaOH Na
2
ZnO
2
+ H
2
O
16


Alguns xidos anfteros: Al
2
O
3
,

ZnO , PbO, SnO, SnO
2
, As
2
O
3
, As
2
O
5


2.4.1.4 xidos Indiferentes (neutros)

So todos covalentes e no reagem com base, cido ou gua; mas podem reagir com oxignio.
CO + H
2
O No ocorre reao
NO + HCl No ocorre reao

xido Neutro + O
2
Oxidao

CO + O
2
CO
2

Alguns xidos neutros: CO, NO, N
2
O



2.4.1.5 xidos Duplos, Salinos ou Mistos

So xidos que, quando aquecidos, originam dois outros xidos.

M
3
O
4
Fe, Pb, Mn

FeO + Fe
2
O
3
Fe
3
O
4

Exemplos de xidos duplos: Fe
3
O
4
; Pb
3
O
4
; Mn
3
O
4


2.4.1.6 Perxidos

So formados por metais alcalinos, alcalinos terrosos e hidrognio e possuem oxignio com Nox = -1.
M
2
O
2
-

MO
2
M. Alcalinos M. Alc. Terrosos

Exemplos: Na
2
O
2
, Li
2
O
2
, CaO
2
, MgO
2



2.4.1.7 Superxidos

So formados por metais alcalinos, alcalinos terrosos e hidrognio e possuem oxignio com Nox = - .

M
2
O
4
-

MO
4
M. Alcalinos M. Alc. Terrosos

Exemplos: Na
2
O
4
, Li
2
O
4
, CaO
4
, MgO
4


2.4.2 Nomenclatura dos xidos

2.4.2.1 - Regra geral: (Prefixo) + xido de (prefixo) + elemento

Exemplos: CO monxido de monocarbono
N
2
O
5
pentxido de dinitrognio

17

Nox fixo (g1e g2) - xido de elemento

2.4.2.2 Para metais:

ANox - xido de elemento+valncia
Exemplos:
Na
2
O xido de sdio
Al
2
O
3
xido de alumnio
FeO xido de ferro II (xido ferroso)


Fe
2
O
3
xido de ferro III (xido frrico)

2.4.3 xidos mais comuns na qumica do cotidiano

2.4.3.1 Dixido de carbono (CO
2
)

um gs incolor, inodoro, mais denso que o ar. No combustvel e nem comburente, por isso, usado
como extintor de incndio.
o gs usado nos refrigerantes e nas guas minerais gaseificadas.
O CO
2
slido, conhecido por gelo seco, usado para produzir baixas temperaturas.
Atualmente, o teor em CO
2
na atmosfera tem aumentado e esse fato o principal responsvel pelo
chamado efeito estufa.

2.4.3.2 Monxido de Carbono (CO)

um incolor extremamente txico. um srio poluente do ar atmosfrico.
Forma-se na queima incompleta de combustveis como lcool (etanol), gasolina, leo, diesel, etc.
A quantidade de CO lanada na atmosfera pelo escapamento dos automveis, caminhes, nibus, etc.
cresce na seguinte ordem em relao ao combustvel usado: lcool < gasolina < leo diesel.
A gasolina usada como combustvel contm um certo teor de lcool (etanol), para reduzir a quantidade de
CO lanada na atmosfera e, com isso, diminuir a poluio do ar, ou seja, diminuir o impacto ambiental.
2.4.3. 3 Dixido de Enxofre (SO
2
)

um gs incolor, txico, de cheiro forte e irritante.
O SO
2
um srio poluente atmosfrico. o principal poluente do ar das regies onde h fbricas de
H
2
SO
4
.
A gasolina, leo diesel e outros combustveis derivados do petrleo contm compostos do enxofre. Na
queima desses combustveis, forma-se o SO
2
que lanado na atmosfera. O leo diesel contm maior
teor de enxofre do que a gasolina e, por isso, o impacto ambiental causado pelo uso do leo diesel, como
combustvel, maior do que o da gasolina.
O lcool (etanol) no contm composto de enxofre e, por isso, na sua queima no liberado o SO
2
. Esta
mais uma vantagem do lcool em relao gasolina em termos de poluio atmosfrica.
O SO
2
lanado na atmosfera se transforma em SO
3
que se dissolve na gua de chuva constituindo a
chuva cida, causando um srio impacto ambiental e destruindo a vegetao.

2.4.3.4 Dixido de nitrognio (NO
2
)

Nos motores de exploso dos automveis, caminhes, etc., devido temperatura muito elevada, o
nitrognio e oxignio do ar se combinam resultando em xidos do nitrognio, particularmente NO
2
, que
poluem a atmosfera.
O NO
2
liberado dos escapamentos reage com o O
2
do ar produzindo O
3
, que outro srio poluente
atmosfrico.
Os xidos do nitrognio da atmosfera dissolvem-se na gua dando cido ntrico, originando assim a
chuva cida, que tambm causa srio impacto ambiental.
18


2.4.3.5 xido de clcio (CaO)

um dos xidos de maior aplicao e no encontrado na natureza. obtido industrialmente por
pirlise de calcrio.
Fabricao de cal hidratada ou Ca(OH)
2
.
Preparao da argamassa usada no assentamento de tijolos e revestimento das paredes. Pintura a cal
(caiao).
Na agricultura, para diminuir a acidez do solo.

Exerccios

1. Classifique os cidos abaixo quanto presena de oxignio na sua composio, ao nmero de hidrognios
ionizveis, volatilidade, ao grau de ionizao e d a nomenclatura:
a) HNO
3
b) HCl c) H
2
SO
4

d) HCNO e) H
3
PO
4
f) H
3
PO
2
g) HF h) H
4
P
2
O
7
h) HI

2. Ordene os oxicidos a seguir em ordem crescente de fora cida: H
2
SO
3
, H
3
BO
3
, HClO
3
e HMnO
4
.

3. Aos frascos A, B e C, contendo solues aquosas incolores de substncias diferentes, foram adicionadas
gotas de fenolftalena. Observou-se que s o frasco A passou a apresentar colorao rsea. Identifique a
alternativa que indica substncias que podem estar presentes em B e C.
a) NaOH e NaCl b) H
2
SO
4
e HCl
c) NaOH e Ca(OH)
2
d) H
2
SO
4
e NaOH
e) NaCl e Mg(OH)
2

4. D os nomes dos cidos oxigenados a seguir: HNO
2 (aq)
, HClO
3 (aq)
, H
2
SO
3 (aq)
, H
3
PO
4 (aq)
.
5. De uma certa substncia, faz-se s afirmaes a seguir:
I. Reage com cido, dando sal e gua.
II. Em presena de gua, sofre dissociao inica parcial.
III. Em soluo aquosa, torna a fenolftalena vermelha.
A substncia que se enquadra nas propriedades dadas :
a) BaSO
4
b) CH
4

c) Mg(OH)
2
d) SO
3

e) HCl
6. Classifique as bases a seguir quanto ao nmero de hidroxilas, ao grau de dissociao, solubilidade em
gua e d suas nomenclaturas:
a) KOH b) Mg(OH)
2
c) NaOH; d) Al(OH)
3
e) Fe(OH)
2
f) LiOH g)NH
4
OH
7. Na natureza no so encontradas jazidas de cido sulfrico, cido ntrico, cido clordrico, soda custica,
cal extinta etc. Todos so fabricados industrialmente. As frmulas das substncias mencionadas no texto
so, respectivamente:
a) H
2
SO
3
, HNO
3
, HClO
2
, Ca(OH)
2
, CaO
b) H
2
SO
4
, HNO
2
, HclO
4
, NaOH, Ca(OH)
2

c) H
2
SO
4
, HNO
2
, HCl, Ca(OH)
2
, CaO
d) H
2
SO
3
, HNO
2
, HClO
4
, NaOH, CaO
e) H
2
SO
4
, HNO
3
, HCl, NaOH, Ca(OH)
2

8. A dissoluo de certa substncia em gua representada pela equao:
M(OH)
3(s)
+ n H
2
O
(l )
M
3+
(aq)
+ 3 OH
-
(aq)

Que pode representar a dissoluo de:
a) Amnia b) Hidrxido de clcio
c) Hidrxido de sdio d) Hidrxido de alumnio
e) Brometo de hidrognio
9. Sobre a reao equacionada abaixo, assinale a alternativa incorreta:
19

2 NaOH + H
2
SO
4
Na
2
SO
4
+ 2 H
2
O
a) Ocorre neutralizao das propriedades do cido e da base
b) H a formao de um sal neutro
c) chamada reao de ionizao
d) Um dos reagentes o hidrxido de sdio
e) A soma dos coeficientes do balanceamento nesta equao igual a 6
10. Ao participar de uma festa, voc pode comer e beber em demasia, apresentando sinais de m digesto
ou azia. Para combater a acidez, ocasionada pelo excesso de cido clordrico no estmago, seria bom ingerir
uma colher de leite de magnsia, que ir reagir com esse cido. A equao que representa a reao :
a) Mg(OH)
2
+ 2 HClO Mg(ClO)
2
+ 2 H
2
O
b) Mg(OH)
2
+ 2 HCl MgCl
2
+ 2 H
2
O
c) Mg(OH)
2
+ 2 HClO
3
Mg(ClO
3
)
2
+ 2 H
2
O
d) Mn(OH)
2
+ 2 HClO
2
Mn(ClO
2
)
2
+ 2 H
2
O
e) Mn(OH)
2
+ 2 HCl MnCl
2
+ 2 H
2
O
12. Um caminho transportando cido sulfrico capotou, derramando o cido na estrada. O cido foi
totalmente neutralizado por uma soluo aquosa de hidrxido de sdio. Essa neutralizao pode ser
corretamente representada pelas equaes abaixo:
H
2
SO
4
+ 2 NaOH X + 2 H
2
O
H
2
SO
4
+ NaOH Y + H
2
O
As substncias X e Y so, respectivamente:
a) Na
2
SO
4
e NaHSO
4
b) NaHSO
4
e Na
2
SO
4

c) Na
2
SO
3
e Na
2
SO
4
d) Na
2
SO
4
e NaHSO
3

e) NaHSO
3
e Na
2
SO
4

13. Os nomes dos compostos NaHSO
3
e Fe
3
(PO
4
)
2
so, respectivamente:
14. Um elemento metlico M forma um sulfato de frmula MSO
4
. A frmula de seu fosfato ser:
a) M
3
(PO
4
)
2
b) M
2
PO
4
.
c) M
2
(PO
4
)
3
d) MPO
4
.
e) M(PO
4
)
2

15. As indstrias de produo de vidro utilizam a areia como principal fonte de slica (SiO
2
) para conferir o
estado vtreo. Utilizam, ainda, com a finalidade de reduzir a temperatura de fuso da slica, os fundentes
Na
2
O, K
2
O e Li
2
O. a escolha dos xidos de sdio, potssio e ltio para reagir com a slica e dar origem a
um produto vtreo de menor ponto de fuso deve-se ao fato de esses xidos manifestarem carter:
a) Bsico b) Neutro c) cido d) Misto e) Anftero
16. Anidrido sulfrico a denominao do xido de enxofre, que, ao reagir com gua, forma o cido
sulfrico, sendo assim um dos causadores das chuvas cidas. Qual deve ser a frmula molecular desse
xido?
a) SO
2
b) SO
3
c) S
2
O
3
d) SO
4
e) S
2
O
4

17. As nuvens vulcnicas so constitudas pelos gases sulfeto de hidrognio, monxido de carbono, dixido
de carbono e dixido de enxofre. O item que contm corretamente as frmulas dos gases citados acima :
a) H
2
SO
4
, CO, CO
2
e SO
3

b) CaO, H
2
SO
3
, CO
2
e H
2
SO
4

c) CO, CO
2
, SO
3
e H
2
SO
4

d) CO, H
2
S, SO
2
e CO
2

e) H
2
S, CO, CO
2
e SO
3



Unidade 3 - Estrutura Atmica

3.1 Teoria Atmica da Matria

Pode-se considerar que o desenvolvimento da teoria da estrutura atmica ocorreu essencialmente em
3 etapas:
- Descoberta da natureza da matria e da natureza do eltron;
20

- Constatao de que o tomo constitudo de um pequeno ncleo rodeado de eltrons;
- Desenvolvimento das equaes mecnico-qunticas que explicam o comportamento dos
eltrons nos tomos.

3.1.1 Modelo de Dalton

Em 1807, o professor e qumico ingls, John Dalton, baseado no conceito grego de tomos
indivisveis, realizou experimentos que estudava a razo das massas dos elementos que se combinavam para
formar compostos. Com base nesses experimentos, ele desenvolveu sua hiptese atmica:
1. Cada elemento composto de partes extremamente pequenas chamadas de tomos;
2. Todos os tomos de um dado elemento so idnticos; os tomos de diferentes elementos tm massas
diferentes;
3. Os compostos so formados quando tomos de diferentes elementos se combinam; um determinado
composto tem sempre o mesmo nmero relativo dos mesmos tipos de tomos. (Lei da composio
constante)
4. Em uma reao qumica, os tomos no so criados nem destrudos, eles trocam apenas de parceiros
para formar novas substncias. (Lei da conservao das massas)
Essa hiptese ficou conhecida como Modelo da bola de bilhar.






3.1.2 Modelo de Thomson

O modelo da bola de bilhar de Dalton foi substitudo pelo modelo Pudim de ameixa, proposto por
Thomson.
O fsico britnico Joseph John Thomson, em 1897, estava investigando os raios catdicos em tubos
de Crookes (tubos bombeados at quase esgotar-se o ar), constatou que os tomos so indivisveis, mas
constitudos de partculas carregadas negativamente os eltrons pois podem sofrer desvios em campos
eltricos e/ou magnticos em direo a placa positiva.
Um tubo de raios catdicos um recipiente profundo com um eletrodo em cada extremidade.
Experimento: Uma alta voltagem era aplicada entre dois eletrodos em um tubo de vidro sob vcuo.
Essa voltagem produzia uma radiao dentro do tubo. A radiao ficou conhecida como raios catdicos (os
eltrons) porque originava-se no eletrodo negativo (ctodo) em direo ao eletrodo positivo (nodo).





A partir deste experimento Thomson calculou a proporo entre a carga eltrica e a massa do eletron
= 1,76 x10
8
Coulomb/grama.
Uma vez conhecida proporo carga-massa do eltron foi possvel medir a massa do eltron.
Millikan realizou um experimento que ficou conhecido como experimento da gota de leo de Millikan e
determinou a massa do eltron = 9,10x10
-28
g.
Thomson argumentou que j que a massa do eltron compreendia uma frao muito pequena da
massa do tomo, eles seriam responsveis por uma frao igualmente pequena do tamanho do tomo. E
assim ele props que o tomo poderia ser uma esfera macia carregada positivamente, na qual os eltrons
estariam inseridos, de modo que a se obter um sistema eletrostaticamente estvel (carga total nula).
21

3.1.3 Modelo de Rutherford
Em 1908, Ernest Rutherford derrubou a teoria de Thomson baseando-se em observaes sobre o
espalhamento de partculas o por finas folhas de metal.
Rutherford executou o seguinte experimento:
Uma fonte de partculas o (partculas carregadas positivamente) foi colocada na boca de um detector
circular.
As partculas o foram lanadas atravs de um pedao de chapa de ouro.
A maioria das partculas o passou diretamente atravs da chapa, sem desviar.
Algumas partculas o foram desviadas com ngulos grandes.
Se o modelo do tomo de Thomson estivesse correto, o resultado de Rutherford seria impossvel.
Para fazer com que a maioria das partculas o passe atravs de um pedao de chapa sem sofrer desvio, a
maior parte do tomo deve consistir de carga negativa difusa de massa baixa o eltron.Para explicar o
pequeno nmero de desvios grandes das partculas o, o centro ou ncleo do tomo deve ser constitudo
de uma carga positiva densa.
Rutherford modificou o modelo de Thomson da seguinte maneira:
No tomo h uma densa carga positiva central circundada por um grande volume de espao vazio,
onde os eltrons esto inseridos. Rutherford chamou a regio carregada positivamente de ncleo atmico
e as partculas positivas de prtons.
Rutherford observou ainda que somente cerca da metade da massa nuclear poderia ser justificada
pelos prtons. Ento, ele sugeriu que o ncleo atmico deveria conter partculas eletr icamente neutras e
de massa aproximadamente igual a dos prtons. Em 1932, o cientista ingls Chadwick observou ao
bombardear o berlio com partculas o, a emisso de partculas no carregadas eletricamente e com
massa ligeiramente maior que a dos prtons. Ele as chamou de nutrons.
Atualmente, o modelo atmico aceito baseado no modelo de Rutherford, um modelo nuclear.

3.1.3.1 O Modelo Nuclear

O tomo consiste de entidades neutras, positivas e negativas (prtons, eltrons e nutrons).
Os prtons e nutrons esto localizados no ncleo do tomo, que pequeno. A maior parte da massa
do tomo se deve ao ncleo.
Os eltrons esto localizados fora do ncleo. Grande parte do volume do tomo se deve aos eltrons.
No tomo nuclear, cada elemento caracterizado pelo seu nmero atmico (Z), o qual determina o
nmero de prtons no ncleo. Em um tomo neutro a carga total zero, logo o nmero de prtons igual ao
nmero de eltrons que circunda o ncleo.
Exemplo:
He nmero de prtons = 2 (carga positiva)
nmero de eltrons = 2 (carga negativa)
carga total = (+2 2) = 0

3.2 Orbitais e nmeros qunticos
22


O orbital a regio do espao onde grande a probabilidade de se encontrar um eltron de
determinada energia.
Os nmeros qunticos so usados para definir os estados de energia e os orbitais disponvel para o
eltron.

3.2.1 Nmero quntico principal, n

Indica a quantidade de energia. medida que n aumenta o orbital torna-se maior e o eltron passa
mais tempo mais distante do ncleo.

3.2.2 O nmero quntico azimutal, l

Os eltrons em uma determinada camada podem ser agrupados em subcamadas.
Esse nmero quntico depende do valor de n.
Os valores de l comeam de 0 e aumentam at n -1.
Cada valor de l corresponde a um tipo diferente de orbital com um formato diferente.
Normalmente utilizamos letras para l (s, p, d e f para l = 0, 1, 2, e 3). Geralmente nos referimos aos
orbitais s, p, d e f.
Ento, a camada com n = 2 consiste de duas subcamadas de orbitais, uma com l = 0 e a outra com l = 1
3.2.3 O nmero quntico magntico, m
l
Est relacionado orientao dos orbitais em uma subcamada
Os orbitais em uma determinada subcamada deferem apenas quanto a sua orientao no espao, no
quanto a sua energia.
Esse nmero quntico depende de l. O nmero quntico magntico tem valores inteiros entre -l e +l.



3.2.4 Nmero quntico de spin magntico, ms
Cientistas observaram que o eltron comporta-se como se fosse uma esfera minscula rodando em
torno de seu prprio eixo chamado spin eletrnico.
Com isso surgiu um novo nmero quntico, o nmero quntico de spin magntico, m
s
- pode
assumir somente dois valores + e -.
Podemos caracterizar estes dois estados de spin como a rotao de um eltron em seu prprio eixo
em dois sentidos opostos.
Os dois estados so freqentemente representados por duas setas ou pelas letras gregas o e |
23

+ ou o - ou |

3.3 Representao dos orbitais

2.3.1 Orbitais s

Todos os orbitais s so esfricos.
medida que n aumenta os orbitais s ficam maiores.
medida que n aumenta, aumenta o nmero de ns.
Um n uma regio no espao onde a probabilidade de se encontrar um eltron zero.
Em um n, Y
2
= 0
Para um orbital s, o nmero de ns n-1.

3.3.2 Orbitais p

Existem trs orbitais p, p
x
, p
y
, e p
z
.
Os trs orbitais p localizam-se ao longo dos eixos x-, y- e z- de um sistema cartesiano.
As letras correspondem aos valores permitidos de m
l
, -1, 0, e +1.
Os orbitais tm a forma de halteres.
medida que n aumenta os orbitais p ficam maiores.
Todos os orbitais p tm um n no ncleo.


3.3.3 Orbitais d e f

Existem cinco orbitais d e sete orbitais f.
Trs dos orbitais d encontram-se em um plano bissecante aos eixos x-, y- e z.
Dois dos orbitais d se encontram em um plano alinhado ao longo dos eixos x-, y- e z.
Quatro dos orbitais d tm quatro lbulos cada.
Um orbital d tem dois lbulos e um anel.

3.4 Orbitais e suas energias

Orbitais de mesma energia so conhecidos como degenerados.
Para n = 2, os orbitais s e p no so mais degenerados porque os eltrons interagem entre si.
Portanto, o diagrama de Aufbau apresenta-se ligeiramente diferente para sistemas com muitos
eltrons.

3.5 tomos polieletrnicos
tomo com mais de um eltron
Para descrever esses tomos devemos considerar no apenas a natureza dos orbitais e suas energias,
mas tambm como os eltrons ocupam os orbitais disponveis.
Nos tomos hidrogenides, isto , formados por um ncleo e um s eltron (se chamam assim porque
seu comportamento qumico similar ao do hidrognio. hidrogenide dentro desta definio
24

quaisquer dos istopos do hidrognio. Um caso tpico de tomo hidrogenide tambm o de um
tomo de qualquer elemento que se tenha ionizado at perder todos os eltrons menos um), a energia
de um orbital depende apenas do seu nmero quntico principal, n.
Em um tomo multieletrnico a repulso eltron-eltron faz com que os diferentes subnveis estejam
em diferentes nveis de energia.
Orbitais e suas energias



3.6 Configuraes eletrnicas

3.6.1 Regra de Hund

As configuraes eletrnicas nos dizem em quais orbitais os eltrons de um elemento esto
localizados.
Trs regras:
Os orbitais so preenchidos em ordem crescente de n.
Dois eltrons com o mesmo spin no podem ocupar o mesmo orbital (Pauli).
Para os orbitais degenerados, os eltrons preenchem cada orbital isoladamente antes de
qualquer orbital receber um segundo eltron (regra de Hund).

3.6.2 Configuraes eletrnica condensadas
O nenio tem o subnvel 2p completo.
O sdio marca o incio de um novo perodo.
Logo, escrevemos a configurao eletrnica condensada para o sdio como
Na: [Ne] 3s
1

[Ne] representa a configurao eletrnica do nenio.
Eltrons mais internos: os eltrons no [Gs Nobre].
Eltrons de valncia: os eltrons fora do [Gs Nobre].

3.6.3 Metais de transio

25

Depois de Ar, os orbitais d comeam a ser preenchidos.
Depois que os orbitais 3d estiverem preenchidos, os orbitais 4p comeam a ser preenchidos.
Metais de transio: so os elementos nos quais os eltrons d so os eltrons de valncia.

3.6.4 Lantandeos e actindeos

Do Ce em diante, os orbitais 4f comeam a ser preenchidos.
Observe: La: [Kr]6s
2
5d
1
4f
1

Os elementos Ce -Lu tm os orbitais 4f preenchidos e so chamados lantandeos ou elementos terras
raras.
Os elementos Th - Lr tm os orbitais 5f preenchidos e so chamados actindeos.
A maior parte dos actindeos no encontrada na natureza.

3.9 Configuraes eletrnicas e a tabela peridica

A forma moderna da tabela peridica reflete a estrutura eletrnica fundamental dos elementos.
O nmero do perodo o valor de n.
As colunas na tabela peridica chamam-se grupos (numeradas de 1A a 8A ou de 1 a 18 (IUPAC)).
Esto relacionados ao nmero de eltrons na camada de valncia do tomo.
Os grupos 1A e 2A (1 e 2) tm o orbital s preenchido.
Os grupos 3A -8A (13 a 18) tm o orbital p preenchido.
Os grupos 3B -2B (3 a 12) tm o orbital d preenchido.
Os lantandeos e os actindeos tm o orbital f preenchido. No so numerados porque h pouca
similaridade entre eles.
A tabela peridica utilizada para organizar os 114 elementos de modo significativo. Como
consequncia dessa organizao, existem propriedades peridicas associadas tabela peridica.
Alguns dos grupos na tabela peridica recebem nomes especiais.
Estes nomes indicam as similaridades entre os membros de um grupo:
Grupo 1A: Metais alcalinos
Grupo 2A: Metais alcalinos terrosos
Grupo 6A: Calcognio
Grupo 7A: Halognios
Grupo 8A: Gases nobres
Configuraes eletrnicas e a tabela peridica



Exerccios

1. Explique resumidamente o modelo atmico de Thomson.
2. Explique resumidamente o modelo atmico de Rutherford.
3. Responda as seguintes questes:
26

a) Quais as partculas subatmicas de um tomo? b) Qual a carga, em unidades de carga eletrnica, de
cada uma das partculas? c) Qual das partculas a mais pesada? d) Qual a menos pesada?
4. Determine se cada uma das seguintes afirmaes verdadeira ou falsa, se for falsa corrija a afirmao,
tornando-a verdadeira:
a) O ncleo tem a maior parte da massa e constitui a maior parte do volume de um tomo;
b) todo tomo de um elemento qualquer tem o mesmo nmero de prtons;
c) O nmero de eltrons de um tomo igual ao seu nmero de nutrons;
d) o ncleo de um tomo constitudo apenas de prtons.
5. Quantos prtons, nutrons e eltrons existem nos seguintes tomos:
a)
28
Si b)
60
Ni c)
85
Rb d)
128
Xe e)
195
Pt f)
238
U?
6. Qual o nmero mximo de orbitais que podem ser identificados em cada um dos seguintes conjuntos
de nmeros qunticos? Quando nenhum for a resposta correta, explique seu raciocnio.
a) n = 3, l = 0, m
l
= +1
b) n = 5, l = 1
c) n = 7, l = 5
d) n = 4, l = 2, m
l
= -2
7. Um determinado orbital particular tem n = 4 e l = 2. Esse orbital tem de ser:
a) 3p b) 3d c) 4f d) 4d.
8. Explique de maneira simples por que cada um dos seguintes conjuntos de nmeros qunticos no
possvel para um eltron em um tomo.
a) n = 2, l = 2, m
l
= 0
b) n = 3, l = 0, m
l
= -2
c) n = 6, l = 0, m
l
= 1
9. As seguintes configuraes de camada de valncia so possveis para um tomo neutro. Qual o
elemento e qual a configurao que representa o estado fundamental?

10. Qual a configurao do estado fundamental esperada para cada um dos seguintes elementos:
a) titnio b) estrncio c) tlio;
d) mangans e) smio; f) rubdio?
11. Quais elementos tero as seguintes configuraes eletrnicas de estado fundamental:
a) [Kr]4d
8
5s
1
b) [Ne] 3s
2
3p
3
c) [Ar]4s
2
?
12. Responda as seguintes perguntas sobre os elementos com as configuraes eletrnicas mostradas aqui:
A= [Ar]4s
2

B = [Ar] 3d
10
4s
2
4p
5
a) O elemento A um metal, metalide ou um no-metal?
b) O elemtento B um metal, metalide ou um no- metal?
13. Explique de modo simplificado por que cada um dos seguintes conjuntos de nmeros qunticos no
possvel para um eltron em um tomo. Em cada caso, altere o(s) valores incorreto(s) para obter um
conjunto vlido.
a) n = 4, l = 2, m
l
= 0, m
s
= 0
b) n = 3, l = 1, m
l
= -3, m
s
= -1/2
c) n = 3, l = 3, m
l
=-1, m
s
= +1/2
14. O bromo um elemento do grupo VIIA e do quarto perodo. D a configurao da sua camada de
valncia.
15. O titnio elemento do grupo IVB e do quarto perodo, qual deve ser a configurao dos eltrons
externos do titnio no estado fundamental.
16. Quais os subnveis encontrados nas camadas n=3 e n=4.

Unidade 4 Propriedades Peridicas
27


4.1 A tabela peridica

A tabela peridica utilizada para organizar os 115 elementos de modo significativo.
Como consequncia dessa organizao, existem propriedades peridicas associadas tabela
peridica.

As colunas na tabela peridica chamam-se grupos (numeradas de 1A a 8A ou de 1 a 18).
As linhas na tabela peridica chamam-se perodos.
Os metais esto localizados no lado esquerdo da tabela peridica (a maioria dos elementos so
metais).
Os no-metais esto localizados na parte superior do lado direito da tabela peridica.
Os elementos com propriedades similares, tanto com os metais quanto com os no- metais, so
chamados metalides e esto localizados no espao entre os metais e os no- metais.
Alguns dos grupos na tabela peridica recebem nomes especiais.
Estes nomes indicam as similaridades entre os membros de um grupo:
Grupo 1A: Metais alcalinos
Grupo 2A: Metais alcalinos terrosos
Grupo 6A: Calcognios
Grupo 7A: Halognios
Grupo 8A: Gases nobres
A tabela peridica pode ser utilizada como um guia para as configuraes eletrnicas.
O nmero do perodo o valor de n.
Os grupos 1A e 2A tm o orbital s preenchido.
Os grupos 3A -8A tm o orbital p preenchido.
Os grupos 3B -2B tm o orbital d preenchido.
Os lantandeos e os actindeos tm o orbital f preenchido.
Ordenar os elementos de modo que reflita as tendncias nas propriedades qumicas e fsicas.
A primeira tentativa (Mendeleev e Meyer) ordenou os elementos em ordem crescente de massa
atmica.
Faltaram alguns elementos nesse esquema.
Exemplo: em 1871, Mendeleev observou que a posio mais adequada para o As seria abaixo do P, e no
do Si, o que deixou um elemento faltando abaixo do Si. Ele previu um nmero de propriedades para este
elemento. Em 1886 o Ge foi descoberto. As propriedades do Ge se equiparam bem previso de Mendeleev.
A tabela peridica moderna: organiza os elementos em ordem crescente de nmero atmico.

4.2 Carga nuclear efetiva

A carga nuclear efetiva a carga sofrida por um eltron em um tomo polieletrnico.
A carga nuclear efetiva no igual carga no ncleo devido ao efeito dos eltrons internos.
Os eltrons esto presos ao ncleo, mas so repelidos pelos eltrons que os protegem da carga
nuclear.
A carga nuclear sofrida por um eltron depende da sua distncia do ncleo e do nmero de eltrons
mais internos.
Quando aumenta o nmero mdio de eltrons protetores (S), a carga nuclear efetiva (Z
eff
) diminui.
Quando aumenta a distncia do ncleo, S aumenta e Z
ef
diminui.
Todos os orbitais ns tm a mesma forma, mas tamanhos e nmeros de ns diferentes.
28

A densidade eletrnica radial a probabilidade de se encontrar um eltron a uma determinada
distncia.
Considere uma molcula diatmica simples. A distncia entre os dois ncleos denominada
distncia de ligao.
Se os dois tomos que formam a molcula so os mesmos, metade da distncia de ligao
denominada raio covalente do tomo.


4.3 Tamanho dos tomos e dos ons

Quando o nmero quntico principal aumenta, o tamanho do orbital aumenta.
Considere os orbitais s:
Todos os orbitais s so esfricos e aumentam em tamanho quando n aumenta.
A simetria esfrica dos orbitais pode ser vista nos mapas de relevos.
Mapas de relevos so pontos conectados de densidade eletrnica igual.

4.4 Tendncias peridicas nos raios atmicos

Como uma consequncia do ordenamento na tabela peridica, as propriedades dos elementos variam
periodicamente.
O tamanho atmico varia consistentemente atravs da tabela peridica.
Ao descermos em um grupo, os tomos aumentam.
Ao longo dos perodos da tabela peridica, os tomos tornam-se menores.
Existem dois fatores agindo:
Nmero quntico principal, n, e
a carga nuclear efetiva, Z
ef
.

medida que o nmero quntico principal aumenta (ex., descemos em um grupo), a distncia do
eltron mais externo ao ncleo aumenta. Consequentemente, o raio atmico aumenta.
Ao longo de um perodo na tabela peridica, o nmero de eltrons mais internos mantm-se
constante. Entretanto, a carga nuclear aumenta. Conseqentemente, aumenta a atrao entre o ncleo
e os eltrons mais externos. Essa atrao faz com que o raio atmico diminua.
O tamanho do on a distncia entre os ons em um composto inico.
29

O tamanho do on tambm depende da carga nuclear, do nmero de eltrons e dos orbitais que
contenham os eltrons de valncia.
Os ctions deixam vago o orbital mais volumoso e so menores do que os tomos que lhes do
origem.
Os nions adicionam eltrons ao orbital mais volumoso e so maiores do que os tomos que lhe do
origem.



Para ons de mesma carga, o tamanho do on aumenta medida que descemos em um grupo na
tabela peridica.
Todos os membros de uma srie isoeletrnica tm o mesmo nmero de eltrons.

Quando a carga nuclear aumenta em uma srie isoeletrnica, os ons tornam-se menores : O
2-
> F
-
>
Na
+
> Mg
2+
> Al
3+

4.5 Energia de Ionizao

A primeira energia de ionizao, I
1
, a quantidade de energia necessria para remover um eltron de
um tomo gasoso:
Na(g) Na
+
(g) + e
-
.
A segunda energia de ionizao, I
2
, a energia necessria para remover um eltron de um on
gasoso:
Na
+
(g) Na
2+
(g) + e
-
.
Quanto maior a energia de ionizao, maior a dificuldade para se remover o eltron.

4.5.1 Variaes nas energias de ionizao sucessivas

H um acentuado aumento na energia de ionizao quando um eltron mais interno removido.

4.5.2 Tendncias peridicas nas primeiras energias de ionizao

A energia de ionizao diminui medida que descemos em um grupo.
Isso significa que o eltron mais externo mais facilmente removido ao descermos em um grupo.
30

medida que o tomo aumenta, torna-se mais fcil remover um eltron do orbital mais volumoso.
Geralmente a energia de ionizao aumenta ao longo do perodo.
Ao longo de um perodo, Z
ef
aumenta. Consequentemente fica mais difcil remover um eltron.
So duas as excees: a remoo do primeiro eltron p e a remoo do quarto eltron p.
Os eltrons s so mais eficazes na proteo do que os eltrons p. Conseqentemente, a formao de
s
2
p
0
se torna mais favorvel.
Quando um segundo eltron colocado em um orbital p, aumenta a repulso eltron-eltron. Quando
esse eltron removido, a configurao s
2
p
3
resultante mais estvel do que a configurao inicial
s
2
p
4
. Portanto, h uma diminuio na energia de ionizao.


Para retirar os eltrons mais externos de um tomo, necessria uma certa quantidade de energia.
Depende de dois fatores:
Carga nuclear (que positiva e corresponde ao nmero de prtons);
Tamanho do tomo (que pode ser expresso atravs do raio atmico).
medida que acompanhamos um perodo da esquerda para a direita, a carga do ncleo aumenta e o
raio atmico diminui = aumento da energia de ionizao.
Acompanhando um grupo de baixo para cima, o raio atmico (e, portanto o tamanho dos tomos)
diminui, e os eltrons vo ficando cada vez mais prximos do ncleo a energia de ionizao cresce
tambm.
4.6 Configuraes eletrnicas de ons
Ctions: os eltrons so primeiramente removidos do orbital com o maior nmero quntico principal,
n:
Li (1s
2
2s
1
) Li
+
(1s
2
)
Fe ([Ar]3d
6
4s
2
) Fe
3+
([Ar]3d
5
)

nions: os eltrons so adicionados ao orbital com o mais baixo valor de n disponvel:
F (1s
2
2s
2
2p
5
) F
-
(1s
2
2s
2
2p
6
)
4.7 Afinidade eletrnica
A afinidade eletrnica o oposto da energia de ionizao.
31

A afinidade eletrnica a alterao de energia quando um tomo gasoso ganha um eltron para
formar um on gasoso:
Cl(g) + e
-
Cl
-
(g)
A afinidade eletrnica pode ser tanto exotrmica (como o exemplo acima) quanto endotrmica:
Ar(g) + e
-
Ar
-
(g)
Analise as configuraes eletrnicas para determinar se a afinidade eletrnica positiva ou negativa.
O eltron extra no Ar precisa ser adicionado ao orbital 4s, que tem uma energia significativamente
maior do que a energia do orbital 3p.
Existem tomos que, apesar de j possurem todos os seus prprios eltrons, podem ainda receber
eltrons extras com muita facilidade. Essa capacidade conhecida como afinidade por eltrons ou
eletroafinidade.
tomos de elementos com alta eletroafinidade, ao receberem eltrons extras, transformam-se em
ons negativos (nions) bastante estveis.
J os tomos que no aceitam eltrons facilmente (ou seja, de elementos com baixa eletroafinidade)
formam nions bastante instveis.
O valor da eletroafinidade , na maioria das vezes, negativo, embora possa tambm ser positivo (ao
contrrio do potencial de ionizao, que sempre positivo).
Quanto mais negativo o valor da afinidade eletrnica, maior a facilidade do tomo para receber um
ou mais eltrons. Contrariamente, quanto mais positivo esse valor, mais ser preciso "forar" o
tomo para que receba eltrons.
Tal como o potencial de ionizao, a variao da afinidade eletrnica na tabela peridica tende a ser
contrria variao do raio atmico.
Ao percorrermos um perodo da esquerda para a direita, o raio atmico diminui. Com isso, a atrao
que o ncleo exerce sobre os eltrons se torna maior, o que aumenta a afinidade eletrnica
Ao longo dos grupos, o raio atmico diminui de baixo para cima, e, pelo mesmo raciocnio, a
eletroafinidade aumenta nesse sentido.
Em oposio, os tomos dos gases nobres (grupo 18 ou VIIIA) tm valores positivos de afinidade
eletrnica, revelando sua dificuldade em receber eltrons e formar nions
Os tomos dos halognios (grupo 17 ou VIIA) tm grandes valores negativos de afinidade eletrnica.
De fato, esses tomos recebem eltrons com muita facilidade, e os nions por eles formados (F-, Cl-,
Br-, I-) tm estabilidade muito grande.
Eletronegatividade a capacidade que um tomo tem, de atrair eltrons de outro tomo quando os
dois formam uma ligao qumica.
Assim, um tomo que, quando isolado, possui grande potencial de ionizao e grande afinidade
eletrnica tambm apresentar, quando ligado a outro tomo, grande atrao por eltrons, ou seja,
ter uma alta eletronegatividade.
Depende de dois fatores: tamanho do tomo e nmero de eltrons na ltima camada
tomos com maior nmero de eltrons na ltima camada exercem maior atrao sobre os eltrons de
outros tomos.
4.8 Metais

O carter metlico refere-se s propriedades dos metais (brilhante ou lustroso, malevel e dctil, os
xidos formam slidos inicos bsicos e tendem a formar ctions em soluo aquosa).
O carter metlico aumenta medida que descemos em um grupo.
32

O carter metlico diminui ao longo do perodo.
Os metais tm energias de ionizao baixas.
A maioria dos metais neutros sofre oxidao em vez de reduo.
Quando os metais so oxidados, eles tendem a formar ctions caractersticos.
Todos os metais do grupo 1A formam ons M
+
.
Todos os metais do grupo 2A formam ons M
2+
.

A maioria dos metais de transio tem cargas variveis.
A maior parte dos xidos metlicos bsico:

xido metlico + gua hidrxido metlico
Na
2
O(s) + H
2
O(l) 2NaOH(aq)

4.9 No-metais

Os no- metais apresentam um comportamento mais variado do que os metais.
Quando os no- metais reagem com os metais, os no- metais tendem a ganhar eltrons:
metal + no-metal sal
2Al(s) + 3Br
2
(l) 2AlBr
3
(s)

A maior parte dos xidos no- metlicos cido:

xido no-metlicos + gua cido
P
4
O
10
(s) + H
2
O(l) 4H
3
PO
4
(aq)
4.10 Metalides

Os metalides tm propriedades intermedirias entre os metais e os no- metais.
Exemplo: o Si tem brilho metlico, mas quebradio.
Os metalides so famosos na indstria de semicondutores.

Exerccios

1. Sem fazer uso da Tabela Peridica, responda quais dos seguintes elementos :
a) Metal alcalino:
29
Cu,
11
Na,
18
Ar,
3
Li,
b) Metal Alcalino-terroso:
19
K,
12
Mg,
17
Cl,
38
Sr
c) Elemento de transio:
24
Cr,
7
N,
11
Na,
21
Sc
d) Actindio:
8
O,
20
Ca,
92
U
e) Lantandeo:
58
Ce,
4
Be,
15
P
f) Halognio:
17
Cl,
10
Ne,
9
F,
33
As
g) Gs Nobre:
10
Ne,
9
F,
18
Ar,
12
Mg
2. Organize os seguintes elementos na ordem crescente de raios atmicos (F,S e Cl)
3. Organize os elementos na ordem de energias de ionizao crescentes: Mg, Ca e S.
4. Qual o tomo entre os alcalinos terrosos tem o menor raio.
5. Selecione o on ou o tomo que possui o maior raio atmico nos seguintes pares:
a) Cl ou Cl
-

b) Al ou O
33

c) In ou I
6. Compare os elementos Na, Mg, O e P.
a) Qual tem o maior raio atmico?
b) Qual tem a afinidade eletrnica mais negativa?
c) Coloque os elementos em ordem crescente de energia de ionizao.
7. Identifique o elemento que corresponde a cada uma das seguintes caractersticas:
a) O elemento com configurao eletrnica 1s
2
2s
2
2p
6
3s
2
3p
3
.
b) O elemento alcalino terroso com menor raio atmico.
c) O elemento com maior energia de ionizao do grupo 5A.
d) O elemento cujo on 2+ tem configurao [Kr]4d
5
.
e) O elemento com afinidade eletrnica mais negativa no grupo 7A.
f) O elemento com configurao eletrnica [Ar]3d
10
4s
2
.
8. Coloque os seguintes elementos em ordem crescente de energia de ionizao: Cl, Ca
2+
e Cl
-
.
Explique resumidamente sua resposta.
9. Explique as seguintes variaes de raios atmicos ou inicos:
a) I
-
>I b) Ca
2+
>Mg
2+
>Be
2+
c) Fe>Fe
2+
>Fe
3+
10. Considere as seguintes esferas:

Qual representa Ca, Ca
2+
e Mg
2+
?




11. a) Qual a relao geral entre o tamanho do tomo e sua primeira energia de ionizao? b) Qual
elemento na tabela peridica tem a maior energia de ionizao? E qual tem a menor?

Unidade 5 - Ligaes qumicas

5.1 Conceitos

Ligao qumica: a fora atrativa que mantm dois ou mais tomos unidos.
Ligao inica: resulta da transferncia de eltrons de um metal para um no- metal.
Ligao covalente: resulta do compartilhamento de eltrons entre dois tomos. Normalmente
encontrada entre elementos no- metlicos. Os exemplos mais familiares de ligaes covalentes so
vistos nas interaes entre elementos no-metlicos. Exemplo: Br
2
; C
12
H
22
O
11
.
Ligao metlica: a fora atrativa que mantm metais puros unidos. So encontradas em metais
como o cobre, ferro, alumnio. Nesses metais cada tomo est ligado a vrios tomos vizinhos. Os
eltrons ligantes esto relativamente livres para mover-se pela estrutura tridimensional do metal. As
ligaes metlicas do origem a tais propriedades metlicas como altas condutividades eltricas e
brilho. Exemplo: Au; Cu

5.2 Smbolos de Lewis

O qumico americano G. N. Lewis sugeriu uma maneira simples de mostrar os eltrons de valncia dos
tomos.
O smbolo do elemento representa o ncleo e os eltrons das camadas internas. Os eltrons da camada de
valncia so representados por pontos, que so colocados em torno do smbolo.
Para um entendimento atravs de figuras sobre a localizao dos eltrons em um tomo,
representamos os eltrons como pontos ao redor do smbolo do elemento.
O nmero de eltrons disponveis para a ligao indicado por pontos desemparelhados.
Esses smbolos so chamados smbolos de Lewis.
Geralmente colocamos os eltrons nos quatro lados de um quadrado ao redor do smbolo do
elemento.
34




5.3 A regra do octeto

Na natureza, todos os sistemas tendem a adquirir a maior estabilidade possvel. Os tomos ligam-se
uns aos outros para aumentar a sua estabilidade.
Os tomos frequentemente ganham, perdem ou compartilham seus eltrons para atingir o nmero de
eltrons do gs nobre mais prximo deles na tabela peridica.
A regra do octeto: os tomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar eltrons at que eles estejam
rodeados por 8 eltrons de valncia (4 pares de eltrons).
Um octeto de eltrons que cerca um tomo considerado uma configurao estvel.
Todos os gases nobres, com exceo do He, tm uma configurao s
2
p
6
.
Os gases nobres tm distribuies eletrnicas muito estveis, como evidenciados por suas altas
energias de ionizao, baixas afinidades por eltrons e deficincia geral de reatividade.
Cuidado: existem vrias excees regra do octeto.

5.4 Ligao Inica

Resulta da transferncia de um ou mais eltrons de um tomo para outro.
O termo ligao inica refere-se s foras eletrostticas que existem entre ons de cargas de sinais opostos.
Ocorre quando um ou mais eltrons so transferidos da camada de valncia de um tomo para a camada de
valncia para outro tomo.
O tomo que perde um ou mais eltrons torna-se um on positivo (ction), enquanto que o tomo que ganha
eltrons torna-se negativamente carregado, um nion.
As substncias inicas geralmente so resultantes da interao de metais do lado esquerdo da tabela
peridica, com no-metais do lado direito (excluindo-se os gases nobres, do grupo 8A). Exemplo: NaCl;
NiO.
Quando o sdio metlico, Na(s), colocado em contato com o gs cloro, Cl
2
(g), ocorre uma reao
fortemente exotrmica, liberando tanto calor quanto luz.

Na(s) + Cl
2
(g) NaCl(s) H
f
= - 410,9 kJ

O cloreto de sdio composto de ons Na
+
e Cl
-
, arranjados em uma rede tridimensional regular.
A formao do Na
+
a partir do Na e de Cl
-
a partir de Cl
2
indica que o tomo de sdio perdeu um eltron e
um tomo de cloro ganhou um. A transferncia de eltrons para formar ons de cargas opostas ocorre quando
tomos envolvidos diferem enormemente em suas atraes por eltrons. O NaCl um composto comum
porque consiste em um metal de baixa energia de ionizao e um no-metal com alta afinidade por eltrons.
5.5 Energias envolvidas na formao da ligao inica
A principal razo para os compostos inicos serem estveis a atrao entre os ons de cargas opostas. Essa
atrao mantm os ons unidos, liberando energia e fazendo com que eles formem um arranjo ou rede. Uma
35

medida da quantidade de energia necessria para a estabilizao que se obtm quando os ons de cargas
opostas so agrupados em um composto inico dada pela energia de rede.
Energia de rede a energia requerida para separar completamente um mol de um composto inico em ons
gasosos.

NaCl(s) Na
+
(g) + Cl
-
(g) H
rede
= + 788 kJ /mol (endotrmico)

O processo oposto, portanto, a aproximao do Na
+
(g) + Cl
-
(g) para formar NaCl(s) altamente exotrmico
(H = - 788 kJ /mol).
O valor da energia de rede de um slido depende das cargas dos ons, de seus tamanhos e de seus arranjos no
slido. O estudo da Termoqumica nos mostra que a energia de interao entre duas partculas carregadas
dada por:




Onde:
Q
1
e Q
2
so as cargas nas partculas;
d a distancia entre seus centros e
k uma constante, 8,99 10
9
Jm/C
2
.
A equao anterior indica que as interaes de atrao entre dois ons com cargas de sinais contrrios
aumentam medida que os mdulos de suas cargas tambm aumentam e que a distncia de seus centros
diminui, isto , que seus raios diminuem, lembrando que os tamanhos dos ons aumentam medida que
descemos um grupo na tabela peridica.
Energias de rede de alguns compostos inicos


Composto
Energia de rede
(kJ/mol)

Composto
Energia de rede
(kJ/mol)
LiF 1030 KBr 671
LiCl 834 CsCl 657
LiI 730 CsI 600
NaF 910 MgCl
2
2326
NaCl 788 SrCl
2
2127
NaBr 732 MgO 3795
NaI 682 CaO 3414
KF 808 SrO 3217
KCl 701 ScN 7547

5.6 Configuraes eletrnicas de ons dos elementos representativos

O estudo das energias envolvidas na formao da ligao inica ajuda a explicar a tendncia que muitos ons
possuem da adquirir configuraes eletrnicas de gs nobre. Por exemplo, o sdio perde rapidamente um
eltron para formar Na
+
, que tem a mesma configurao eletrnica do Ne:

Na 1s
2
2s
2
2p
6
3s
1
= [Ne] 3s
1

Na
+
1s
2
2s
2
2p
6
= [Ne]

Mesmo que a energia de rede aumente com o aumento da carga inica, nunca encontraremos compostos
inicos que contenham ons Na
2+
. O segundo eltron a ser removido teria de vir de um nvel mais interno do
tomo de sdio, que requer uma quantidade muito grande de energia. O aumento da energia de rede no
suficiente para compensar a energia necessria remoo de um eltron de um nvel mais interno. Assim, o
sdio e os outros elementos metlicos do grupo 1A so encontrados em substncias inicas com apenas ons
1+.
d
Q Q
E
l
2 1
k =
36

Do mesmo modo, a adio de eltrons aos no- metais exotrmica ou apenas ligeiramente endotrmica
desde que os eltrons sejam adicionados ao nvel de valncia. Portanto, um tomo de cloro recebe facilmente
um eltron para formar Cl
-
, que tem a mesma configurao eletrnica do Ar:

Cl 1s
2
2s
2
2p
6
3s
2
3p
5
= [Ne] 3s
2
3p
5

Cl
-
1s
2
2s
2
2p
6
3s
2
3p
6
= [Ne] 3s
2
3p
6
= [Ar]

Um segundo eltron teria que ser adicionado ao prximo maior nvel do tomo de cloro, que seria
energicamente muito desfavorvel. Conseqentemente, nunca observaremos Cl
2-
em compostos inicos.
As configuraes eletrnicas podem prever a formao de on estvel:

Mg: [Ne]3s
2

Mg
+
: [Ne]3s
1
no estvel
Mg
2+
: [Ne] estvel
Cl: [Ne]3s
2
3p
5

Cl
-
: [Ne]3s
2
3p
6
= [Ar] estvel

5.7 ons de metais de transio

Como as energias de ionizao aumentam de forma rpida para cada eltron removido sucessivamente, as
energias de rede dos compostos inicos so em geral grandes o suficiente para compensar apenas a perda de
trs eltrons dos tomos. Naturalmente, encontramos ctions com cargas 1+, 2+ ou 3+ em compostos
inicos. Entretanto, muitos metais de transio tm mais de trs eltrons alm do cerne do gs nobre.
Para formao do ction precisamos lembrar que quando os eltrons so removidos de um tomo para
formar um ction, eles sempre so removidos primeiro do orbital com maior nmero quntico principal
disponvel, n. Portanto, para formar ons, os metais de transio perdem primeiro os eltrons s do nvel de
valncia, em seguida, tantos eltrons d quantos necessrios para atingir a carga do on.
Consideremos o ferro com configurao eletrnica [Ar] 3d
6
4s
2
ao formar o ction Fe
2+
, os dois eltrons 4s
so perdidos, levando a uma configurao eletrnica [Ar] 3d
6
. A remoo de um eltron adicional fornece o
on F 3+, cuja configurao eletrnica [Ar] 3d
5

Como nesse exemplo, os metais de transio quase sempre no formam ons com configuraes de gases
nobres.
Portanto:
As energias de rede compensam a perda de at trs eltrons.
Em geral, os eltrons so removidos dos orbitais em ordem decrescente de n (i.e. os eltrons
so removidos do 4s antes do 3d).

5.8 ons poliatmicos

Os ons poliatmicos so formados quando h uma carga global em um composto contendo ligaes
covalentes. Por exemplo, SO
4
2-
, NO
3
-
.
5.9 Ligao Covalente

So ligaes que ocorrem pelo compartilhamento de par ou pares de eltrons. Normalmente ocorre entre
no- metais, entre semi- metais (metalides) ou entre ambos. Numa situao rara, o Berlio (Be), apesar de ser
um metal, tambm participa das ligaes covalentes.
O compartilhamento de um par de eltrons constitui uma ligao covalente simples. Em muitas molculas,
os tomos atingem os octetos pelo compartilhamento de mais de um par de eltrons entre eles. Quando dois
pares de eltrons so compartilhados, dois traos so desenhados na frmula estrutural plana, representando
uma ligao covalente dupla. Uma ligao covalente tripla corresponde ao compartilhamento de trs pares
de eltrons, como na molcula de N
2
.
37

Ocorre quando um tomo est estvel e possui um ou mais pares de eltrons no ligantes e outro tomo que
est com deficincia de eltron. O tomo que possui o par de eltrons livres compartilha este par de eltrons
com o outro tomo.
Logo:
Quando dois tomos similares se ligam, nenhum deles quer perder ou ganhar um eltron para formar
um octeto.
Quando tomos similares se ligam, eles compartilham pares de eltrons para que cada um atinja o
octeto.
Cada par de eltrons compartilhado constitui uma ligao qumica.
Por exemplo: H + H H
2
tem eltrons em uma linha conectando os dois ncleos de H.

5.10 Estruturas de Lewis

As ligaes covalentes podem ser representadas pelos smbolos de Lewis dos elementos:

Nas estruturas de Lewis, cada par de eltrons em uma ligao representado por uma nica linha:





5.11 Ligaes mltiplas

possvel que mais de um par de eltrons seja compartilhado entre dois tomos (ligaes mltiplas):


Um par de eltrons compartilhado = ligao simples (H
2
);
Dois pares de eltrons compartilhados = ligao dupla (O
2
);
Trs pares de eltrons compartilhados = ligao tripla (N
2
).
Em geral, a distncia entre os tomos ligados diminui medida que o nmero de pares de eltrons
compartilhados aumenta.
Em uma ligao covalente, os eltrons esto compartilhados.
O compartilhamento de eltrons para formar uma ligao covalente no significa compartilhamento
igual daqueles eltrons.
Existem algumas ligaes covalentes nas quais os eltrons esto localizados mais prximos a um
tomo do que a outro.
O compartilhamento desigual de eltrons resulta em ligaes polares.

5.12 Polaridade da ligao e eletronegatividade
Quando dois tomos iguais se ligam, como em O
2
ou Cl
2
, os pares de eltrons da ligao so compartilhados
igualmente. Como j sabemos, em compostos inicos no existe compartilhamento de eltrons e sim
formao de ons onde o eltron de um tomo transferido completamente para outro. As ligaes que
acontecem na maioria das substncias covalentes encaixam-se em algum ponto entre esses dois extremos.
O conceito de polaridade de ligao ajuda a descrever o compartilhamento de eltrons entre os tomos. Uma
ligao covalente apolar aquela na qual os eltrons esto igualmente compart ilhados entre dois tomos. Em
38

uma ligao covalente polar um dos tomos exerce uma maior atrao pelos eltrons ligantes que o outro.
Se a diferena de habilidade relativa em atrair eltrons grande o suficiente, uma ligao inica formada.

5.12.1 Eletronegatividade

Define-se eletronegatividade como a capacidade de um tomo em atrair eltrons para si em uma molcula.
Usamos essa grandeza para estimar se determinada ligao ser covalente apolar, covalente polar ou inica.
A eletronegatividade de um tomo em uma molcula est relacionada sua energia de ionizao e a sua
afinidade eletrnica, que so propriedades de tomos isolados.
A energia de ionizao a energia necessria para remover um eltron de um tomo gasoso em seu
estado fundamental. Portanto, a energia de ionizao mede quo fortemente um tomo segura seus
eltrons. Quanto maior o tamanho do tomo menor ser sua energia de ionizao.
Variao da energia de ionizao na tabela peridica: num mesmo grupo aumenta de baixo para
cima, e, num mesmo perodo da esquerda para a direita.
A afinidade eletrnica, de forma similar, uma medida de quo facilmente um tomo atrai eltrons
adicionais. a energia liberada quando um tomo isolado, no estado gasoso, captura um eltron.
Portanto, quanto menor for o tamanho do tomo maior ser a sua afinidade eletrnica
Variao da afinidade eletrnica na tabela peridica: num mesmo grupo aumenta de baixo para
cima, num mesmo perodo da esquerda para a direita.
Logo, um tomo com afinidade eletrnica muita negativa e alta energia de ionizao tanto trair
eltrons de outros tomos quanto resistir em ter seus eltrons atrados por outros, alm de ser
altamente eletronegativo.
Os valores numricos da eletronegatividade podem ser baseados em outras propriedades atmicas, mas
dependem, principalmente, da afinidade eletrnica e do potencial de ionizao, ou seja, quanto menor o
tamanho do tomo e maior for seu nmero de eltrons na camada de valncia, mais eletronegativo ser este
tomo (quanto menor o tomo maior a tendncia do tomo em atrair eltrons e tomos com maior nmero de
eltrons na camada de valncia exercem maior atrao sobre os eltrons de outros tomos).
A primeira e mais usada escala de eletronegatividade foi desenvolvida por Linus Pauling. Os valores so
sem unidades. O flor, F, o elemento mais eletronegativo, com eletronegatividade igual a 4,0 e os
elementos menos eletronegativos (ou os mais eletropositivos) so o csio, Cs e o Frncio, (Fr), ambos com
eletronegatividade iguais a 0,7. Os valores de outros elementos esto entre esses dois extremos.



5.12.2 Eletronegatividade e polaridade da ligao

Podemos usar a diferena de eletronegatividade entre dois tomos para medir a polaridade da ligao entre
eles. Essa diferena representada por (delta), que calculada subtraindo-se a maior pela menor
39

eletronegatividade. Por exemplo, a eletronegatividade do hidrognio igual a 2,1 e a do cloro igual a 3,0.
A diferena de eletronegatividade para HCl ser, ento, = 3,0 2,1 = 0,9. Na prtica, as diferenas de
eletronegatividade variam entre 0,0 e 3,3. No existe uma linha divisria clara entre uma ligao covalente
polar e uma inica, porm a maioria dos compostos covalentes polares possui diferena de
eletronegatividade menor do que 1,7 e maior do que zero (0 < < 1,7) e os compostos inicos possuem
diferena de eletronegatividade maior do que 1,7 e menor ou igual a 3,3 (1,7 < 3,3). Quanto maior for a
diferena de eletronegatividade, maior ser a polaridade da ligao, e no caso extremo, ocorre a perda de
eltron pelo tomo menos eletronegativo, surgindo a ligao inica.

Excees: O hidreto de ltio, (LiH), e o hidreto de sdio, (NaH), possuem < 1,7, mas so considerados
substncias inicas, devido s suas propriedades serem de compostos inicos. O dixido de silcio, (SiO
2
),
possui = 1,7, porm, devido s suas propriedades considerado um composto covalente, pois apresenta
propriedades covalentes. O cido fluordrico, (HF), possui = 1,9, no entanto, considerado um composto
covalente, pois apresenta propriedades covalentes.
Quando tomos de um mesmo elemento qumico compartilham os eltrons numa ligao, no haver
diferena de eletronegatividade, levando formao de uma ligao covalente apolar. A distribuio de
eltrons se faz de uma maneira simtrica. Exemplo: H
2
, O
2
, Cl
2
, etc.
Quando a ligao covalente se faz por tomos diferentes, o tomo mais eletronegativo atrai mais para si os
eltrons, resultando numa ligao covalente polar. Exemplo: HCl, HF, HCN, H
2
0, etc. Nestes casos, o
deslocamento de eltrons para o tomo mais eletronegativo provoca o aparecimento de cargas parciais
+
(delta mais) e
-
(delta menos) nos tomos. Os smbolos
+
e
-
no HF, por exemplo, o flor que mais
eletronegativo, atrai a densidade eletrnica afastando-a do tomo de hidrognio, menos eletronegativo.
Portanto, parte da densidade eletrnica ao redor do tomo de hidrognio puxada para o ncleo do flor,
deixando uma carga parcial positiva no tomo de hidrognio e uma carga parcial negativa no tomo de flor.
Podemos representar a distribuio de cargas como:




Comparando a molcula de HCl com a molcula de HF, nota-se que a polarizao mais acentuada no HF,
devido maior diferena de eletronegatividade entre os tomos participantes da ligao. Para comparar as
intensidades da polarizao de diferentes ligaes, utiliza-se normalmente a escala de eletronegatividade
proposta por Pauling. Essa escala pode ser representada simplificadamente por:

H P C S I Br Cl N O F
------------------------------
eletronegatividade crescente

Lembramos que em uma ligao inica, ocorre transferncia definitiva de eltrons, acarretando a formao
de ons positivos (ctions) ou negativos (nions), originando compostos inicos. Como todos os ons
apresentam excesso de cargas eltricas positivas ou negativas, elas sempre tero plos, portanto, toda
ligao inica uma ligao polar.
A partir dos itens discutidos, estabelecemos a seguinte relao:

Ligao covalente apolar; ligao covalente polar; ligao inica
----------------------------------------------------------------------------------------------------
Polaridade crescente
Resumindo:
A diferena na eletronegatividade entre dois tomos uma medida da polaridade de ligao:
as diferenas de eletronegatividade prximas a 0 resultam em ligaes covalentes apolares
(compartilhamento de eltrons igual ou quase igual);
o+

o-
40

as diferenas de eletronegatividade prximas a 2 resultam em ligaes covalentes polares
(compartilhamento de eltrons desigual);
as diferenas de eletronegatividade prximas a 3 resultam em ligaes inicas (transferncia
de eltrons).
No h distino acentuada entre os tipos de ligao.
A extremidade positiva (ou polo) em uma ligao polar representada por o+ e o polo negativo por
o-.


5.14 Momentos de dipolo

Considere HF:
A diferena de eletronegatividade leva a uma ligao polar.
H mais densidade eletrnica no F do que no H.
Uma vez que h duas extremidades diferentes da molcula, chamamos o HF de um dipolo.
O momento de dipolo, , a ordem de grandeza do dipolo:



onde Q a grandeza das cargas.
Os momentos de dipolo so medidos em debyes (D).

5.15 Cargas formais

A frmula eletrnica de Lewis um modelo de distribuio de eltrons na molcula ou num composto
inico. Quando possvel ter duas ou mais estruturas de Lewis, devemos observar a viabilidade dessas
estruturas. Para tanto, devemos determinar as cargas formais de cada tomo numa ligao qumica.
A carga formal de um tomo a carga que um tomo teria em uma molcula se todos os outros tomos
tivessem a mesma eletronegatividade (isto , se todos os pares de eltrons ligantes estivessem igualmente
compartilhados entre os tomos).
Para calcular a carga formal em qualquer tomo em uma estrutura de Lewis, atribumos os eltrons aos
tomos como a seguir:
1 - Todos os eltrons no compartilhados (no ligantes) so atribudos ao tomo no qual esto localizados;
2 - A metade dos eltrons ligantes atribuda a cada tomo da ligao.
A carga formal de um tomo igual ao nmero de eltrons de valncia do tomo isolado no estado
fundamental menos o nmero de eltrons atribudos ao tomo na estrutura de Lewis.
Exemplo: calculando as cargas formais nos tomos de C e N no on cianeto (CN)
-
, que tem a estrutura de
Lewis:


Carga formal do C: existem dois eltrons no ligantes e trs eltrons dos seis na ligao tripla, dando um
total de 5. O nmero de eltrons de valncia do tomo de carbono 4. Portanto, a carga formal no carbono
4 5 = -1.
Carga formal do N: para o nitrognio, existem dois eltrons no ligantes e trs eltrons da ligao tripla.
Como o nmero de valncia em um tomo neutro de N 5, sua carga formal 5 5 = 0. Assim, as cargas
formais dos tomos, na estrutura de Lewis, do CN- so:



Observe que a soma das cargas formais igual carga total no on, 1-. As cargas formais em uma molcula
somam zero, enquanto a soma em um on ser igual carga do on.
Qr =
41

Para mostrar como a carga formal pode ajudar a verificar entre duas estruturas de Lewis alternativas qual
delas a mais estvel, vamos considerar a molcula de CO
2
que pode apresentar as seguintes estruturas de
Lewis:

O C O O C O
Estrutura 1 Estrutura 2

Determinao das cargas formais:
Para a estrutura 1:
Carga formal para o oxignio da esquerda: 6 6 = 0;
Carga formal para o carbono: 4 4 = 0;
Carga formal para o oxignio da direita: 6 6 = 0.
Para a estrutura 2:
Carga formal para o oxignio da esquerda: 6 7 = -1;
Carga formal para o carbono: 4 4 = 0;
Carga formal para o oxignio da direita: 6 5 = +1.
Em virtude de CO
2
ser uma molcula neutra, as cargas formais em ambas as estruturas somam zero.
Como regra geral, quando vrias estruturas so possveis, para a escolha da mais estvel deve-se levar em
considerao os seguintes itens:
a) os tomos ostentem cargas formais muito prximas de zero e
b) qualquer carga negativa esteja localizada nos tomos mais eletronegativos.

Dessa forma, a estrutura 1 a preferida porque os tomos no carregam cargas formais.
Apesar de o conceito de carga formal ajudar- nos a escolher estruturas de Lewis alternativas, cargas formais
no representam cargas reais nos tomos

5.16 Desenhando a estrutura de Lewis

1. Some os eltrons de valncia de todos os tomos. Para um nion, adicione um eltron para cada
carga negativa. Para um ction, subtraia um eltron para cada carga positiva.
2. Escreva os smbolos para os tomos a fim de mostrar quais tomos esto ligados entre si e una-os
com uma ligao simples. As frmulas qumicas so geralmente escritas na ordem nos quais os
tomos esto ligados na molcula ou on, como no HCN. Quando um tomo central tem um grupo de
outros tomos ligados a ele, o tomo central normalmente escrito primeiro, como no CO
3
-2
.
3. Complete o octeto dos tomos ligados ao tomo central. Lembre-se de que o hidrognio pode ter
apenas dois eltrons.
4. Coloque os eltrons que sobrarem no tomo central, mesmo que ao fazer isso voc fuja da regra do
octeto.
5. Se no existem eltrons suficientes para dar ao tomo central um octeto, tente ligaes mltiplas.
Use um ou mais pares de eltrons no compartilhados dos tomos ligados ao tomo central para
formar ligaes duplas ou triplas.

5.17 Estruturas de ressonncia

Algumas vezes no possvel representar um composto por uma nica estrutura de Lewis. Consideremos a
molcula de oznio (O
3
), por exemplo:


A estrutura I apresenta a dupla ligao esquerda e a estrutura II direita. A representao com ambas as
estruturas pode ser uma soluo vlida, porm, no o , uma vez que evidncias experimentais mostram que
as ligaes entre os oxignios O O so equivalentes. Uma ligao dupla tipicamente mais forte e mais
curta que uma ligao simples entre os mesmos tomos. No O
3
ambas as ligaes possuem a mesma fora e
os comprimentos das duas ligaes so iguais (1,278). Como as estruturas I e II nos levam a esperar uma
42

ligao mais curta que a outra nenhuma serve para representar a estrutura de Lewis do oznio. A estrutura
da molcula de oznio conhecida como um hbrido de ressonncia das estruturas I e II e no pode ser
representada satisfatoriamente por uma simples estrutura de Lewis. Cada ligao oxignio-oxignio no
simples nem dupla, mas intermediria entre essas duas.
Exemplos comuns: O
3
, NO
3
-
, SO
4
2-
, NO
2
e benzeno.
O benzeno consiste de seis tomos de carbono em um anel hexagonal. Cada tomo de C est ligado a
dois outros tomos de C e um tomo de hidrognio.
Existem ligaes simples e duplas alternadas entre os tomos de C.



A estrutura experimental do benzeno mostra que todas as ligaes C-C tm o mesmo comprimento.
Da mesma forma, sua estrutura mostra que o benzeno plano.

5.18 Excees regra do octeto

A regra do octeto pode ser utilizada para prever as frmulas de muitas substncias, no entanto, alm de ter
suas limitaes para tratar com compostos inicos de metais de transio, tambm falha em muitas situaes
envolvendo ligaes covalentes. Essas excees regra do octeto so de trs tipos principais:

5..3 Molculas nos quais os tomos adquirem estabilidade com menos de oito eltrons

Relativamente raro.
As molculas com menos de um octeto so tpicas para compostos dos Grupos 1A, 2A, e 3A.
O exemplo mais tpico o BF
3
.
As estruturas de Lewis nas quais existe uma ligao dupla BF so menos importantes que aquela
na qual existe deficincia de eltrons.

O berlio

Embora o berlio seja classificado como um metal alcalino terroso, ele no se comporta como um metal
devido ao fato de apresentar altas energias de ionizao para seus dois eltrons da camada de valncia.
Assim, o berlio atinge a estabilidade com duas ligaes simples. No entanto, apesar de ficar com seus
eltrons de valncia emparelhados, apresenta somente quatro eltrons em sua camada de valncia, aps
as ligaes.
Exemplo: difluoreto de berlio (BeF
2
).

O boro

O boro forma um composto estvel quando, por meio de trs ligaes covalentes simples, se liga a trs
tomos de flor, constituindo o trifluoreto de boro (BF
3
). Quando o boro, que apresenta trs eltrons de
valncia, liga-se aos tomos de flor, que apresentam sete eltrons de valncia, fica com todos seus
eltrons emparelhados, mas apresenta somente seis eltrons em sua camada de valncia.

O alumnio

Embora o alumnio seja um metal, pode formar ligaes covalentes quando combinado com alguns
no- metais.
Exemplo: trifluoreto de alumnio (AlF
3
).

5.18.2 Molculas nos quais os tomos adquirem estabilidade com mais de oito eltrons (expanso do
octeto)

43

Esta a maior classe de excees.
Os tomos do 3 perodo em diante podem acomodar mais de um octeto.
Alm do terceiro perodo, os orbitais d so baixos o suficiente em energia para participarem de
ligaes e receberem a densidade eletrnica extra.
Freqentemente, elementos do terceiro perodo e de perodos mais elevados, formam compostos e
ons nos quais o elemento central est rodeado por mais do que quatro pares de eltrons de valncia.
Na maioria dos compostos e ons nesta condio, o tomo central est ligado ao flor, ao cloro ou ao
oxignio.
Exemplos: PCl
5
(camada de valncia do Fsforo tem 10 eltrons) e SF
6
(camada de valncia do
Enxofre com 12 eltrons).


No caso de compostos que se estabilizam com mais de oito eltrons, parece haver uma expanso na camada
de valncia para poder acomodar os eltrons adicionais. Essa expanso ocorrer em tomos relativamente
grandes, do terceiro perodo em diante. Os exemplos mais comuns so:

Pentacloreto de fsforo (PCl
5
) o fsforo se estabiliza com dez eltrons na camada de
valncia .
Hexafluoreto de enxofre (SF
6
) o enxofre se estabiliza com doze eltrons na camada de
valncia.

5..3Molculas com nmero mpar de eltrons

Na grande maioria das molculas, o nmero de eltrons par e ocorre um completo emparelhamento
de eltrons. Em alguns casos, o nmero de eltrons mpar. O completo emparelhamento de eltrons
impossvel; um octeto ao redor de cada tomo no pode ser atingido. So poucos exemplos.
Geralmente, molculas como ClO
2
, NO e NO
2
tm um nmero mpar de eltrons.

Monxido de nitrognio (NO) o NO apresenta um total de onze eltrons de valncia,
sendo cinco deles do nitrognio e seis do oxignio. N O

Dixido di nitrognio (NO
2
) o NO
2
apresenta um total de dezessete eltrons de valncia,
sendo cinco deles do nitrognio e seis de cada oxignio. O N O



Exerccios

1. Qual dos seguintes compostos improvvel de existir: CaCl
2
ou CaCl
4
? Explique

2. Determine a frmula qumica do composto inico formado entre os seguintes pares de elementos: a)
Al e F b) K e S c) Mg e N

3. (a) A energia de rede de um slido inico aumenta ou diminui (i) quando as cargas dos ons
aumentam; (ii) quando os tamanhos dos ons aumentam? (b) Coloque os seguintes compostos em
ordem crescente de energia reticular (energia de rede): LiI, LiF, CaO e RbI. Explique.

4. Para derreter um slido inico necessrio fornecer energia para vencer as foras entre os ons, de
modo que o arranjo regular de ons sofre um colapso, perde o ordenamento e torna-se um lquido. Se
a distncia entre um nion e um ction em um slido cristalino diminui, mas a carga dos ons
permanecem iguais, o ponto de fuso deve aumentar ou diminuir? Explique.

5. Desenhe as estruturas de Lewis para as seguintes molculas ou ons:
a) NF
3
b) HOBr c) ClO
3
-
d) SO
3
2-


44

6. Desenhe as estruturas de Lewis para cada um dos seguintes ons ou molculas. Identifique os que
no obedecem regra do octeto e explique por que isso ocorre.
a) NO b) ICl
2
-
c) SO
2
d) BCl
3
e) XeF
4
.
7. Mostre as estruturas de ressonncia possveis para cada uma das seguintes molculas ou ons. Qual a
estrutura de Lewis deve ser a preferencial?
a) SO
2
b) NO
2
-
c) SCN
-

8. Determine a carga formal de cada tomo nas seguintes molculas ou ons:
a) NH
3
b) PO
4
-
c) NH
2
OH d) HNO
3

9. A acrelona, C
3
H
4
O, o material de partida para determinados plsticos.

a) Quais das ligaes na molcula so polares e quais so apolares?
b) Qual a ligao mais polar na molcula? Qual o tomo mais negativo dessa ligao?
10. Duas estruturas de ressonncia so possveis para o NO
2
-
. Desenhe-as e encontre ento a carga
formal de cada tomo em cada estrutura de ressonncia. Se um on H
+
se ligar ao NO
2
-
, para formar o
cido HNO
2
, este on se liga ao O ou ao N?

11. A molcula, 2- furilmetanotiol, responsvel pelo aroma do caf:



a) Quais so as cargas formais nos tomos de S e de O?
b) Quais so as ligaes carbono-carbono mais curtas na molcula?
c) Que ligao nesta molcula a mais polar?

12. A molcula epinefrina um composto usado como um bronco dilatador (uma medicao para abrir
as vias respiratrias) e um agente antiglaucoma.

a) Quais so as cargas formais nos tomos de N e de O?
b) Quais so as ligaes mais polares nesta molcula?

13. Qual(is) da(s) seguinte(s) molcula(s) (so) polar(es)? Para cada molcula polar, indique o sentido
da polaridade, isto , qual a extremidade positiva e qual a extremidade negativa.
a) CO
2
b) HBF
2
c) CH
3
Cl d) SO
3


Unidade 6 - Geometria Molecular

a disposio espacial dos tomos que constituem uma molcula. Um mtodo utilizado para
determinar a geometria das molculas atravs do Modelo da Repulso dos Pares de Eltrons da Camada de
45

Valncia ou valence-shell electron-pair repulsion model (VSPER ou RPENV), desenvolvido por Gillespie e
Nyholm em 1957. Esta teoria prev a geometria espacial das molculas determinado a orientao mais
estvel dos pares de eltrons ao redor de um tomo central de uma molcula, ou seja, que o arranjo
geomtrico dos tomos ligantes ao redor do tomo central seja determinado somente pela repulso entre os
pares de eltrons presentes na camada de valncia do tomo central. Os tomos devem estar distribudos no
espao de maneira que a energia total seja mnima. Isto significa que os eltrons devem estar o mais
prximo possvel do ncleo e ao mesmo tempo o mais afastados entre si, para minimizar as repulses
intereletrnicas.
Essa teoria est baseada na idia de que os pares eletrnicos ao redor do tomo central, quer estejam ou no
participando das ligaes, comportam-se como nuvens eletrnicas que se repelem entre si, de forma a
ficarem orientadas no espao com maior distncia angular possvel.
Existe um nmero muito grande de molculas diferentes, mas o nmero de maneiras diferentes que os
tomos se arranjam muito limitado. Todas as molculas possuem formas que podem ser consideradas
como derivadas de cinco geometrias diferentes:linear, trigonal plana, tetradrica, bipirmide trigonal e
octadrica
Para melhor visualizao dessa teoria representaremos cada par eletrnico de valncia ao redor de um tomo
central como uma nuvem eletrnica. Nessa teoria uma nuvem eletrnica pode corresponder a:
Uma ligao covalente simples;
Uma ligao covalente dupla;
Uma ligao covalente tripla;
Um par de eltrons no ligantes.
Assim, a orientao espacial dessas nuvens depender do nmero total de pares eletrnicos ao redor do
tomo central A.
A geometria das molculas, porm, ser determinada pela posio dos ncleos dos tomos ligados ao central
A. Considerando a orientao das nuvens e o nmero de tomos ligados ao tomo central, temos as possveis
geometrias moleculares, de acordo com a posio dos ncleos dos tomos.

6.1 Formas espaciais moleculares

As estruturas de Lewis fornecem a conectividade atmica: elas nos mostram o nmero e os tipos de
ligaes entre os tomos.
A forma espacial de uma molcula determinada por seus ngulos de ligao.
Considere o CCl
4
: no nosso modelo experimental, verificamos que todos os ngulos de ligao Cl-C-
Cl so de 109,5.
Conseqentemente, a molcula no pode ser plana.
Todos os tomos de Cl esto localizados nos vrtices de um tetraedro com o C no seu centro.
Para prevermos a forma molecular, supomos que os eltrons de valncia se repelem e,
conseqentemente, a molcula assume qualquer geometria 3D que minimize essa repulso.
Denominamos este processo de teoria de Repulso do Par de Eltrons no Nvel de Valncia
(RPENV).
Existem formas simples para as molculas AB
2
e AB
3
.



46

Existem cinco geometrias fundamentais para a forma molecular:


Ao considerarmos a geometria ao redor do tomo central, consideramos todos os eltrons (pares
solitrios e pares ligantes).
Quando damos nome geometria molecular, focalizamos somente na posio dos tomos.


Para se determinar a forma de uma molcula, fazemos a distino entre pares de eltrons solitrios
(ou pares no- ligantes, aqueles fora de uma ligao) e pares ligantes (aqueles encontrados entre dois
tomos).
Definimos o arranjo eletrnico pelas posies no espao 3D de TODOS os pares de eltrons (ligantes
ou no ligantes).
Os eltrons assumem um arranjo no espao para minimizar a repulso e
-
-e
-
.



6.2 Modelo RPENV

Para determinar o arranjo:
desenhe a estrutura de Lewis,
conte o nmero total de pares de eltrons ao redor do tomo central,
ordene os pares de eltrons em uma das geometrias acima para minimizar a repulso e
-
-e
-
e
conte as ligaes mltiplas como um par de ligao.
47




6.3 O efeito dos eltrons no-ligantes e ligaes mltiplas nos ngulos de ligao

Determinamos o arranjo observando apenas os eltrons.
Damos nome geometria molecular pela posio dos tomos.
Ignoramos os pares solitrios na geometria molecular.
Todos os tomos que obedecem regra do octeto tm arranjos tetradricos.
No nosso modelo experimental, o ngulo de ligao H-X-H diminui ao passarmos do C para o N e
para o O:



Como os eltrons em uma ligao so atrados por dois ncleos, eles no se repelem tanto quanto os
pares solitrios.
48

Conseqentemente, os ngulos de ligao diminuem quando o nmero de pares de eltrons no-
ligantes aumenta.
Da mesma forma, os eltrons nas ligaes mltiplas se repelem mais do que os eltrons nas ligaes
simples.

6.4 Molculas com nveis de valncia expandidos

Os tomos que tm expanso de octeto tm arranjos AB
5
(de bipirmide trigonal) ou AB
6

(octadricos).
Para as estruturas de bipirmides trigonais existe um plano contendo trs pares de eltrons. O quarto
e o quinto pares de eltrons esto localizados acima e abaixo desse plano.



Para as estruturas octadricas, existe um plano contendo quatro pares de eltrons. Da mesma forma,
o quinto e o sexto pares de eltrons esto localizados acima e abaixo desse plano.
Para minimizar a repulso e
-
-e
-
, os pares solitrios so sempre colocados em posies equatoriais.
49



6.5 Formas espaciais de molculas maiores

No cido actico, CH
3
COOH, existem trs tomos centrais.
Atribumos a geometria ao redor de cada tomo central separadamente.

6.6 Forma molecular e polaridade molecular

Quando existe uma diferena de eletronegatividade entre dois tomos, a ligao entre eles polar.
possvel que uma molcula que contenha ligaes polares no seja polar.
Por exemplo, os dipolos de ligao no CO
2
cancelam-se porque o CO
2
linear.


Na gua, a molcula no linear e os dipolos de ligao no se cancelam.
Conseqentemente, a gua uma molcula polar.


A polaridade como um todo de uma molcula depende de sua geometria molecular.


6.7 Ligao covalente e superposio de orbitais

As estruturas de Lewis e o modelo RPENV no explicam porque uma ligao se forma.
Como devemos considerar a forma em termos da mecnca quntica?
Quais so os orbitais envolvidos nas ligaes?
50

Usamos a teoria de ligao de valncia:
As ligaes formam quando os orbitais nos tomos se superpem.
Existem dois eltrons de spins contrrios na superposio de orbitais.

medida que dois ncleos se aproximam, seus orbitais atmicos se superpem.
medida que a superposio aumenta, a energia de interao diminui.
A uma determinada distncia, a energia mnima alcanada.
A energia mnima corresponde distncia de ligao (ou comprimento de ligao).
Quando os dois tomos ficam mais prximos, seus ncleos comeam a se repelir e a energia
aumenta.
distncia de ligao, as foras de atrao entre os ncleos e os eltrons equilibram exatamente as
foras repulsivas (ncleo-ncleo, eltron-eltron).

6.8 Orbitais hbridos

Os orbitais atmicos podem se misturar ou se hibridizar para adotarem uma geometria adequada para
a ligao.
A hibridizao determinada pelo arranjo.

6.8.1 Orbitais hbridos sp

Considere a molcula de BeF
2
(sabe-se experimentalmente que ela existe):
O Be tem uma configurao eletrnica 1s
2
2s
2
.
No existem eltrons desemparelhados disponveis para ligaes.
Conclumos que os orbitais atmicos no so adequados para descreverem os orbitais nas
molculas.
Sabemos que o ngulo de ligao F-Be-F de 180 (teoria de RPENV).
Sabemos tambm que um eltron de Be compartilhado com cada um dos eltrons desemparelhados
do F.
Admitimos que os orbitais do Be na ligao Be-F esto distantes de 180.
Poderamos promover um eltron do orbital 2s no Be para o orbital 2p para obtermos dois eltrons
desemparelhados para a ligao.
Mas a geometria ainda no est explicada.
Podemos solucionar o problema admitindo que o orbital 2s e um orbital 2p no Be misturam-se ou
formam um orbital hbrido.
O orbital hbrido surge de um orbital s e de um orbital p e chamado de orbital hbrido sp.
Os lbulos dos orbitais hbridos sp esto a 180 de distncia entre si.



J que somente um dos orbitais 2p do Be foi utilizado na hibridizao, ainda existem dois orbitais p
no-hibridizados no Be.
51

6.8.2 Orbitais hbridos sp
2
e sp
3


Importante: quando misturamos n orbitais atmicos, devemos obter n orbitais hbridos.
Os orbitais hbridos sp
2
so formados com um orbital s e dois orbitais p. (Consequentemente, resta
um orbital p no- hibridizado.)
Os grandes lbulos dos hbridos sp
2
encontram-se em um plano trigonal.
Todas as molculas com arranjos trigonais planos tm orbitais sp
2
no tomo central.


Os orbitais hbridos sp
3
so formados a partir de um orbital s e trs orbitais p. Conseqentemente, h
quatro lbulos grandes.
Cada lbulo aponta em direo ao vrtice de um tetraedro.
O ngulo entre os grandes lbulos de 109,5.
Todas as molculas com arranjos tetradricos so hibridizadas sp
3
.




Os orbitais hbridos sp
2
e sp
3


Exerccios

1. D o arranjo e a geometria molecular de uma molcula que tem os seguintes domnios de eltrons em
seu tomo central: (a) quatro domnios ligantes e nenhum domnio no- ligante; (b) trs domnios ligantes
e dois domnios no-ligante; (c) cinco domnios ligante e um domnio no- ligante.
2. Descreva o arranjo e a geometria molecular das seguintes molculas:
a) CH
4

b) ClF
3

c) PF
5

d) BeCl
2

e) SO
2

f) BF
3

g) XeF
4

52

3. Dado que a exigncia de um par isolado muito maior do que aquela de um par ligado, explique por
que:
a) o XeF
2
uma molcula linear
b) o ClF
3
uma molcula em forma de T

4. As molculas SiF
4
, SF
4
e XeF
4
tm todas frmulas moleculares do tipo AF
4
, mas as molculas tm
diferentes geometrias moleculares. Determine a forma espacial de cada molcula e explique por que as
formas espaciais so diferentes.
5. Determine se as seguintes molculas so polares ou apolares:
a) IF; b) CS
2
; c) SO
3
; d) PCl
3
; e) SF
6
; f) IF
5

6. Indique o conjunto de orbitais hbridos usados pelo tomo central em cada um dos seguintes ons e
molculas:

a) BCl
3
; b) AlCl
4
-
; c) CS
2
; d) KrF
2
; e) PF
6
-

7. Desenhe a estrutura de Lewis para o on SO
3
2-
. Qual o arranjo? Qual a geometria molecular?
Determine o ngulo de ligao O-S-O. Quais os orbitais hbrido que o enxofre usa na ligao?
8. Escreva as estruturas de Lewis e a frmula VSEPR, indicando a forma, e preveja aproximadamente os
ngulos de ligao para: (a)CF
3
Cl; (b) GaI
3
(c) XeOF
4
; (d) CH
3
-

9. D a hibridizao do tomo em negrito das seguintes molculas:
a) SF
4
; b) BCl
3
; c) NH
3
; d) (CH
3
)
2
Be

Unidade 7 Foras Intermoleculares

So genericamente chamadas de Foras de Van der Waals;
As ligaes intermoleculares so as foras atrativas que existem entre as molculas ou entre os ons e
as molculas;
De modo geral, as foras intermoleculares no so to fortes quanto s foras intramoleculares. A
intensidade das foras intermoleculares em diferentes substncias varia em uma grande faixa, mas
elas so muito mais fracas que ligaes inicas e covalentes. Todas tendem a ser at 15% menos
fortes que as ligaes covalentes e inicas;
Dessa forma, necessrio menos energia para vaporizar um lquido ou fundir um slido do que
quebrar as ligaes covalentes em molculas;
Para que ocorra mudana de estado: preciso fornecer energia ao sistema proporcional intensidade
das foras intermoleculares. Quanto maior for intensidade das foras intermoleculares, maior ser a
energia necessria para provocar a mudana de estado e, consequentemente, maiores sero os pontos
de fuso (PF) e de ebulio (PE);
As ligaes intramoleculares (ligaes inicas, covalentes e metlicas) influenciam nos aspectos do
comportamento qumico, enquanto que as propriedades fsicas dependem em grande parte das foras
intermoleculares;
No estado slido: molculas organizadas e com pouca liberdade de movimento, a interao a maior
possvel;
No estado lquido: aumenta o grau de liberdade das molculas devido a uma diminuio das foras
intermoleculares;
No estado gasoso: liberdade mxima de movimento, no existe interao entre elas;

7.1 Foras on-dipolo

Ocorrem entre um on e a carga parcial em certo lado de uma molcula polar. As molculas polares
so dipolos, elas tm um lado positivo ou negativo. HCl uma molcula polar, por exemplo, porque
as eletronegatividades dos tomos de H e Cl so diferentes;
Os ons positivos so atrados pelo lado negativo de um dipolo, enquanto os negativos so atrados
pelo lado positivo;
53

As foras on-dipolo so especialmente importantes em solues de substncias inicas em lquidos
polares, como soluo de NaCl em gua.

7.2 Foras Dipolo Induzido Dipolo Induzido Foras de Disperso de London

Ocorrem em todos os tipos de molculas;
So as nicas que ocorrem em molculas apolares. Exemplo: H
2
, CO
2

London identificou que o movimento de eltrons em um tomo ou molcula pode criar um momento
dipolo instantneo
A facilidade com que a distribuio de cargas em uma molcula pode ser distorcida por um campo
eltrico externo chamada polarizabilidade;
Quanto maior a polarizabilidade de uma molcula mais facilmente sua nuvem eletrnica ser
distorcida para dar um dipolo momentneo. Dessa forma, molculas mais polarizveis tm fora de
disperso de London mais fortes;
Em geral, molculas maiores tendem a ter maiores polarizabilidades porque elas tm maior nmero
de eltrons que esto afastados do ncleo;
Portanto, a intensidade das foras de disperso de London tende a aumentar com o aumento do
tamanho molecular;
Uma vez que o tamanho e a massa molecular geralmente assemelham-se, as foras de disperso de
London tendem a aumentar em intensidade com o aumento da massa molecular;
Assim, os pontos de ebulio dos halognios e dos gases nobres aumentam com o aumento da massa
molecular.

7.3 Foras Dipolo Permanente Dipolo Permanente ou Dipolo Dipolo

Caractersticas de molculas polares. Exemplo: HCl, H
2
S;
Molculas polares neutras se atraem quando o lado positivo de uma molcula est prximo do lado
negativo de outra;
So geralmente mais fracas que as foras on-dipolo;
Este tipo de interao o mesmo que ocorre entre ons Na
+
e Cl
-
no retculo do NaCl (ligao
inica), porm de menor intensidade.

7.4 Pontes de Hidrognio

muito intensa, sendo um exemplo extremo de interao dipolo dipolo;
Ocorre comumente entre molculas que apresentam tomos de H ligados ao F, O ou N, os quais so
altamente eletronegativos. Exemplo: H
2
O, NH
3
.

7.5 Polaridade, Foras Intermoleculares e Ponto de Ebulio

Muitas propriedades dos lquidos, incluindo ponto de ebulio, refletem a intensidade das foras
intermoleculares. Por exemplo, uma vez que as foras entre as molculas de HCl so fracas, HCl entra em
ebulio a apenas -85
o
C presso atmosfrica. O lquido entra em ebulio quando se formam de seu
vapor. As molculas de um lquido devem vencer as foras de atrao para separar-se e formar um vapor.
Quanto mais forte as foras de atrao, maior a temperatura no qual o lquido entra em ebulio. De forma
similar, o ponto de fuso de um sodo aumenta medida que as foras intermoleculares ficam mais fortes.
Dois fatores influenciam no ponto de ebulio:

Tipo de fora intermolecular: quanto mais intensas forem as foras, maiores sero os PE;
Tamanho das molculas: quanto maior o tamanho, maior ser a superfcie, o que propiciar um
maior nmero de interaes entre as molculas vizinhas, acarretando num maior PE.

7.6 Polaridade, Foras Intermoleculares e Solubilidade
54


De modo geral, substncias polares tendem a se dissolver em substncias polares e substncias apolares a se
dissolverem em substncias apolares.

7.7 Comparando as foras intermoleculares

As foras de disperso so encontradas em todas as substncias;
A intensidade dessas foras aumenta com o aumento da massa molecular e dependem das formas
moleculares
As foras dipolo-dipolo adicionam-se ao efeito das foras de disperso e so encontradas em
molculas polares;
As ligaes de hidrognio, que necessitam de tomos de H ligados a F, O ou N, tambm se
adicionam aos efeitos das foras de disperso;
As ligaes de hidrognio tendem a ser o tipo mais forte de fora intermolecular;
Nenhuma dessas foras intermoleculares to forte quanto as ligaes covalentes e inicas
ordinrias.

7.8 Fluxograma para reconhecer os principais tipos de foras intermoleculares

As foras de disperso de London ocorrem em todas as instncias;
A intensidade das outras foras geralmente aumenta quando se procede da esquerda para a
direita.

Exerccios

1. Qual ou quais das foras intermoleculares devem ser vencidas para:
a) Fundir o gelo
b) Fundir I
2

c) Converter NH
3
lquida a NH
3
vapor

2. Que tipo de fora intermolecular deve ser superada na converso de cada um dos seguintes lquidos em
gs?
a) O
2

b) Mercrio;
c) CH
3
I (Iodeto de metila)
d) CH
3
CH
2
OH (etanol)
55


3. Em quais dos seguintes compostos se espera a formao de ligaes de hidrognio intermoleculares no
estado lquido?
a) CH
3
OCH
3
(ter dimetlico)
b) CH
4

c) HF
d) CH
3
COOH (cido actico)
e) Br
2

f) CH
3
OH (metanol)

4. Ordene as seguintes substncias em ordem crescente de intensidade das foras intermoleculares:
I - Ar II - CH
3
OH III - CO
2

5. Os pontos de ebulio dos compostos aumentam com a massa molar devido s crescentes foras de
disperso. Porm, algumas substncias como a H
2
O, NH
3
e HF esto significativamente em desacordo
com essa tendncia. Justifique.
6. Justifique o seguinte fato: Embora o etanol (C
2
H
5
OH) (pe = 80 C) tenha uma massa molar mais alta do
que a gua (pe = 100 C), o lcool tem um ponto de ebulio menor.
7. Identifique os tipos de foras intermoleculares nas seguintes substncias:
a) HCl b) CH
3
CH
3
c) CH
3
NH
2
d) Kr.
8. Considere os tipos de foras intermoleculares presentes nos seguintes compostos e ento relacione as
substncias conforme o aumento do ponto de ebulio:
H
2
S (34 uma); CH
3
OH (32 uma); C
2
H
6
(30 uma); Ar (40uma).

Exerccios de Reviso

1) Faa as estruturas de Lewis, d o arranjo, a geometria e as cargas formais de cada tomo, classifique
quanto polaridade e indique o tipo de fora intermolecular das molculas ou ons abaixo:

1 SO
4
2-
21 - ICl
4
-

2 - SO
3
2-
22 - PCl
3

3 - SO
2
23 - BrF
5

4 - SO
3
24 - BCl
3

5 - CO
3
2-
25 - Cl
2
O
6 - NO
2
-
26 - ClO
4
-

7 - NO
3
-
27 - ClO
2
-

8 - H
2
28 - ClO
3
-

9 SeO
3
2-
29 - H
2
O
10 - H
2
S 30 - PCl
5

11 - PH
4
+
31 - SF
6

12 - CN
-
32 - BrF
5

13 - BeCl
2
33 - SF
4

14 - NH
4
+
34 - ClF
3

15 - PO
4
3-
35 - NH
3

16 - CO 36 - HCN
17 - O
3
37 - AlF
3

18 - H
3
O
+
38 - SiO
2

19 - BrO
3
-
39 - C
2
H
6

20 - SeF
4
40 - C
3
H
8


2) Escreva as configuraes eletrnicas para os ons abaixo:

a)
27
Co
3+

b)
16
S
2-

56


3) Ordene as seguintes substncias de acordo com suas expectativas de energia de rede, listando-as em
ordem crescente: KCl, RbCl, BaO, CsCl, CaO e CsCl. Justifique sua resposta.

4) O on cianato (NCO
-
) tem trs estruturas possveis. Desenhe as estruturas de Lewis e atravs das cargas
formais verifique qual estrutura a preferencial. Justifique.

5) Coloque as substncias BaCl
2
, H
2
, CO, HF e Ne em ordem crescente de ponto de ebulio.


Unidade 8 Estequiometria

Estequiometria uma palavra de origem grega: estequio significa elemento ou substncia e metria significa
medida, portanto, medida de uma substncia. o clculo das quantidades de reagentes e produtos que
participam da reao qumica. Essas quantidades podem ser expressas em massa, volume, quantidade de
matria ou nmero de molculas.
baseada em entendimento de massas atmicas e na lei da conservao da massa: a massa total de uma
substncia presente ao final de uma reao qumica a mesma massa total do incio da reao. (Lei de
Lavoisier). Os tomos no so nem criados nem

8.1 Equaes qumicas

Equaes qumicas: descries de reaes qumicas.
Duas partes de uma equao: reagentes e produtos:

2H
2
+ O
2
2H
2
O

A equao qumica para a formao da gua pode ser visualizada como duas molculas de
hidrognio reagindo com uma molcula de oxignio para formar duas molculas de gua:

2H
2
+ O
2
2H
2
O

Coeficientes estequiomtricos: so os nmeros na frente das frmulas qumicas; fornecem a
proporo de reagentes e produtos.

2Na + 2H
2
O 2NaOH + H
2

Uma vez que os tomos no so formados nem destrudos em uma reao, a equao qumica deve
ter um nmero igual de tomos de cada elemento em cada lado da seta. Quando essa condio
satisfeita, diz-se que a equao est balanceada. Caso contrrio, devemos fazer o balanceamento da
equao, determinando os coeficientes que fornecem nmeros iguais de cada tipo de tomo de cada
lado da equao. Geralmente, uma equao balanceada deve conter deve conter os menores
coeficientes inteiros possveis.

8.2 Unidade de massa atmica (u)

a massa de 1/12 do tomo de carbono com nmero de massa igual a 12 (
12
C).
1u = 1,66054 x 10
-24
g.

8.3 Massa atmica de um tomo (MA)

A massa atmica de um tomo sua massa determinada em u, ou seja, a massa comparada com 1/12 da
massa do
12
C.
57

As massas atmicas dos diferentes tomos podem ser determinadas experimentalmente com grande
preciso, usando um aparelho denominado espectrmetro de massa.

8.4 Massa atmica de um elemento (MA)

A grande maioria dos elementos qumicos so constitudos por uma mistura de dois ou mais istopos, ou
seja, de tomos que apresentam o mesmo nmero atmico (Z), Mas diferentes nmeros de massa (A).
O espectro de massa tambm usado para determinar a massa de cada istopo e sua abundncia percentual
na constituio do elemento qumico, por meio de seu espectro.
Quando um elemento constitudo por istopos, sua massa atmica (MA) determinada calculando-se a
mdia ponderada das massas atmicas dos seus istopos.
Exemplo:
MA do elemento magnsio: (78,9x24) + (10,0x25) + (11,1x26) = 24,32
100

Quando um elemento formado por um nico tipo de tomo, sua massa atmica (MA) a massa atmica do
elemento.

8.5 Massa molecular (MM)

A massa molecular de uma substncia a soma das massas atmicas de cada tomo em sua frmula
qumica. Portanto:

A massa molecular (MM): a soma de MA para os tomos na frmula.
MM (H
2
SO
4
) = 2(MA do H) + (MA do S) + 4(MA do O)
= 2(1,0 u) + (32,1 u) + 4(16,0 u) = 98,1 u

A massa molecular (MM) a massa da frmula molecular.
MM de C
6
H
12
O
6
) = 6(12,0 u) + 12(1,0 u) + 6(16,0 u) = 180,0 u

8.6 Mol

Sabe-se que mesmo as menores amostras contm enormes nmeros de tomos, ons ou molculas. Em
qumica, a unidade para lidar com o nmero de tomos, ons ou molculas em uma amostra de tamanho
normal o mol. O termo mol vem da palavra latina moles, significa uma massa. Portanto, um mol a
quantidade de matria que contm tantos tomos, ons ou molculas quantos nmeros de tomos em
exatamente 12g de
12
C isotopicamente puro. Logo mol uma medida conveniente de quantidades qumicas.
Os cientistas determinaram que esse nmero 6,0221421 x 10
23
e o chamaram de nmero de Avogrado.
Generalizando:

Em uma massa em gramas numericamente igual a massa atmica (MA), para qualquer elemento,
existem 6,0221421 x 10
23
tomos.
Em uma massa em em gramas numericamente igual a massa molecular (MM), para qualquer
substncia molecular, existem 6,0221421 x 10
23
molculas.

Logo, um mol de tomos, um mol de molculas ou um mol de qualquer coisa contm o nmero de
Avogrado desses objetos:
1 mol de algo = 6,0221421 x 10
23
daquele algo.
1 mol de molculas de H
2
O = 6,0221421 x 10
23
molculas de H
2
O.
1 mol de ons NO
3
-
= ons de 6,0221421 x 10
23
ons de NO
3
-
.
Concluindo: mol a quantidade de substncia que contm tantas entidades elementares quantos so
os tomos de
12
C contidos em 12g de
12
C.

58

8.6.1 Massa molar

Massa molar: a massa em gramas de 1 mol de substncia.
a quantidade de substncia que contm 6,0221421 x 10
23
entidades.
Unidades g/mol, g.mol
-1
.
A massa molar sempre numericamente igual a sua massa molecular (em u).
A massa de 1 mol de
12
C = 12 g.


8.7 Converses entre massas, mols e nmero de partculas

Massa molar: a soma das massas molares dos tomos:
massa molar de N
2
= 2 x (a massa molar de N) = 2 x 14 = 28 g/mol
As massas molares para os elementos so encontradas na tabela peridica.
As massas moleculares so numericamente iguais s massas molares.

Abaixo temos o esboo do procedimento usado para converter a massa de uma substncia em gramas e o
nmero de frmulas unitrias da substncia. A quantidade de matria da substncia central para o clculo;
assim, o conceito de mol pode ser obtido como uma ponte entre a massa de uma substncia e o nmero de
frmulas unitrias.


Resumidamente temos:
Se
pesa contm
1 mol................. .................... gramas ..................... 6,0221421 x 10
23

tomos MA(gramas) tomos
molculas MM(gramas) molculas


Ento:

pesa contm
n x mol ............. .............. n x gramas ............. n x 6,0221421 x 10
23

tomos MA(gramas) tomos
molculas MM(gramas) molculas

59

8.8 Tipos de frmulas

8.8.1 Frmula percentual

A frmula percentual indica a porcentagem, em massa, de cada elemento que constitui o composto.
Uma maneira de determinar a frmula percentual a partir da frmula molecular da substncia,
aplicando os conceitos de massa atmica e massa molecular.

8.8.2 Frmula mnima ou emprica a partir de anlises

A frmula mnima de um composto diz o nmero relativo de tomos de cada elemento que ela contm.
Assim, a frmula da H
2
O indica que a gua contm dois tomos de H para cada tomo de oxignio.
Portanto, a frmula mnima indica a menor proporo, em nmeros inteiros de mol, dos tomos dos
elementos que constituem um composto.
Ao determinar a frmula mnima devemos:
calcular o nmero de mols de tomos de cada elemento;
dividir os resultados pelo menor valor encontrado.
Comece com a % em massa dos elementos (por exemplo, Dados Empricos) e calcule uma frmula,
ou
Comece com a frmula e calcule os elementos da % em massa.

8.8.3 Frmula molecular a partir de frmula mnima

A frmula molecular indica o nmero real de tomos de cada tipo na molcula. Em alguns casos a frmula
molecular igual frmula mnima; em outros, porm, um mltiplo inteiro da frmula mnima
Uma vez que conhecemos a frmula mnima, precisamos da MM para encontrarmos a frmula
molecular.
Os ndices inferiores na frmula molecular so sempre nmeros inteiros mltiplos dos ndices
inferiores na frmula mnima.

Frmula molecular = (frmula mnima)
n
Onde n inteiro

A frmula molecular pode ser determinada de vrias maneiras. Vejamos algumas delas:
A partir da % em massa calculando a frmula mnima;
Relacionando as % em massa com a massa molecular do composto.

8.8.4 Anlise por combusto

A frmula mnima de um composto baseada em experimentos, com diferentes tcnicas, que fornecem a
quantidade de cada elemento na mostra do composto. Uma dessas tcnicas a anlise por combusto, sendo
a mais utilizada para compostos contendo principalmente carbono e hidrognio como seus elementos
constituintes.
Quando um composto contendo carbono e hidrognio sofre combusto completa, todo carbono no composto
convertido em CO
2
e todo hidrognio em H
2
O. As quantidades de CO
2
e H
2
O produzidas so determinadas
pela medida do aumento na massa de CO
2
e H
2
O absorvidos. A partir das massas de CO
2
e H
2
O, podemos
calcular a quantidade de matria de C e H no composto original e, a seguir, a frmula mnima. Se um
terceiro elemento est presente no composto, sua massa pode ser determinada subtraindo-se as massas de C
e H da massa original do composto.

8.9 Informaes quantitativas a partir de equaes balanceadas

A equao balanceada fornece o nmero de molculas que reagem para formar produtos.
60

Interpretao: a proporo da quantidade de matria de reagente necessria para se chegar
proporo da quantidade de matria do produto.
Essas propores so denominadas propores estequiomtricas.
As propores estequiomtricas so propores ideais.
As propores ideais de reagentes e produtos no laboratrio devem ser medidas em gramas e
convertidas para mols.

8.10 Reagentes em excesso e reagente limitante

Quando misturamos dois reagentes que no esto em proporo estequiomtrica, um deles ser consumido
totalmente, sendo denominado reagente limitante. O outro reagente, do qual restar certa quantidade sem
reagir, ser denominado reagente em excesso. Portanto:
Se os reagentes no esto presentes em quantidades estequiomtricas, ao final da reao alguns
reagentes ainda estaro presentes (em excesso).
Reagente limitante: um reagente que consumido.

Para resolvermos questes com reagentes limitantes e em excesso, podemos seguir as seguintes etapas:
considerar um dos reagentes como sendo o limitante e determinar quanto produto seria formado;
repetir o procedimento para o outro reagente;
a menor quantidade de produto encontrada corresponder ao reagente limitante e indicar a
quantidade de produto formada.

8.11 Reaes qumicas com substncias impuras

Normalmente, trabalhamos com compostos que apresentam certa porcentagem de impurezas. Nos clculos
envolvendo essa situao, temos duas possibilidades:

Quando for preciso calcular a massa de produto obtido a partir de uma amostra impura, devemos
inicialmente calcular qual a parte impura dessa amostra e efetuar os clculos com o valor obtido;
Quando conhecemos a massa de um produto obtido a partir de uma amostra impura, devemos
inicialmente determinar a massa do reagente puro necessria para formar a massa do produto. A
seguir, relacionamos a massa do reagente puro com a massa total da amostra.

8.12 Rendimentos tericos

Na prtica, quando realizamos uma reao qumica, mesmo utilizando quantidades estequiomtricas dos
reagentes, nem sempre conseguimos obter a quantidade mxima possvel de produtos.
A quantidade de produto formada calculada quando todo o reagente limitante foi consumido chamada
rendimento terico. A quantidade de produto de fato obtida em uma reao chamada rendimento real. O
rendimento real sempre menor que o rendimento terico. Existem vrias razes para essa diferena. Parte
dos reagentes podem no reagir, por exemplo, ou podem reagir de forma diferente da desejada (reaes
laterais). Alm disso, nem sempre possvel recuperar da mistura da reao todo produto formado.
O rendimento percentual de uma reao relaciona o rendimento real com o rendimento terico (calculado).



Exerccios

1. Quantos mols esto presentes em cada item?
a) 82,0 g de Cr, b) 23,0 g de CO
2
, c) 1,00 g de CH
4
, d) 122 g de C
6
H
12
O
6
.
2. Qual a massa expressa em gramas de:
a) 0,475 mol de NO
2
. b) 8,85 x 10
22
molculas de NO
2
, c) 1 molcula de NO
2
.
61

3. Calcule a massa de:
a) 3,77 x 10
18
tomos de Na; (b) 8,22 x 10
-6
mol de U; (c) 6,020 x 10
-6
mol de K; (d) 6,02x10
23

tomos de B.
4. Calcule a quantidade (em mols) e o nmero de molculas (ou tomos se indicado) em:
a) 10,0 g de tetracloreto de carbono, CCl
4
; b) 1,65 mg de iodeto de hidrognio, HI; c) 3,77 mg de
hidrazina, N
2
H
4
; d) 500 g de sacarose, C
12
H
22
O
11
; e) 2,33 g de oxignio como tomos de O e como
molculas de O
2
.
5. Determine a frmula mnima de cada composto usando os seguintes dados:
a) A composio percentual de massa da criolita, um composto usado na produo de alumnio,
32,79% de Na, 13,02% de Al e 54,19% de F. b) Um composto usado para gerar gs O
2
no laboratrio
tem a composio percentual de massa 31,91% de K e 28,93% de Cl, o restante sendo oxignio. c)
Um fertilizante tem a seguinte composio percentual de massa: 12,2% de N, 5,26% de H, 26,9% de
P e 55,6% de O.
6. A cafena, um estimulante encontrado no caf e no ch, tem massa molar 194,19 g/mol e composio
percentual de massa 49,48% de C, 5,19% de H, 28,85% de N e 16,48% de O. Qual a frmula
molecular da cafena?
7. Um certo produto qumico que causa severos danos pele composto de 44,2% de C, 43,5% de Cl,
9,82% de O, e 2,48% de H. Tem massa molar de 326 g/mol. a) Qual a sua frmula mnima? b)
Determine a sua frmula molecular.

8. Balanceie as seguintes equaes:
a) Cr(s) + O
2
(g) Cr
2
O
3
(s)
b) Cu
2
S(s) + O
2
(g) Cu(s) + SO
2
(g)
c) C
6
H
5
CH
3
(l) + O
2
(g) H
2
O(l) + CO
2
(g)
d) AlCl
3
(s) + H
2
O(l Al(OH)
3
(s) + HCl(aq)
e) NaNO
3
(s) + H
2
SO
4
(l) Na
2
SO
4
(s) + HNO
3
(l)
9. Como muitos metais, o alumnio reage com um halognio para formar o haleto do metal.
Al(s) + Br
2
(l) Al
2
Br
6
(s)
10. Que massa de Br
2
, em gramas, necessria para a reao completa com 2,56 g de Al? Que massa do
slido branco, Al
2
Br
6
, esperada?
11. O ferro metlico reage com o oxignio para formar o xido de ferro(III), Fe
2
O
3
.
a) Escreva a equao balanceada para essa reao.
b) Se um prego de ferro comum (considere que seja de ferro puro) tem uma massa de 2,68 g, qual
a massa (em gramas) de Fe
2
O
3
produzida se o prego for totalmente convertido em xido
c) Que massa de O
2
(em gramas) necessria para a reao?
12. A amnia gasosa pode ser preparada pela reao de um xido metlico, como xido de clcio, com
cloreto de amnio:
CaO(s) + 2NH
4
Cl(s) 2NH
3
(g) + H
2
O(g) + CaCl
2
(s)
13. Se 112 g de CaO e 224 g de NH
4
Cl so misturados:
a) Que massa de NH
3
pode ser produzida?
b) Que massa do reagente em excesso permanece aps a produo da amnia?
14. O composto azul intenso Cu(NH
3
)
4
SO
4
formado pela reao do sulfato cprico com amnia.
CuSO
4
(aq) + 4NH
3
(aq) Cu(NH
3
)
4
SO
4
(aq)
15. Se voc usar 10,0 g de CuSO
4
e NH
3
em excesso, qual ser o rendimento terico de Cu(NH
3
)
4
SO
4
?
Se voc obtiver 12,6 g de Cu(NH
3
)
4
SO
4
, qual ser o rendimento percentual?
16. Uma amostra de calcrio e de outros materiais do solo aquecida, e o calcrio se decompe em xido
de clcio e dixido de carbono.
CaCO
3
(s) CaO(s) + CO
2
(g)
Uma amostra de 1,506 g de material contendo calcrio fornece 0,558 g de CO
2
, alm do CaO, aps
ser aquecida a alta temperatura. Qual a porcentagem em massa de CaCO
3
na amostra original?

17. O ciclopentano um hidrocarboneto simples. Se 0,0956 g do composto for queimado em oxignio,
0,300 g de CO
2
e 0,123 g de H
2
O sero isolados.
62

a) Qual a frmula mnima do ciclopentano?
b) Se um experimento separado determinar que a massa molar do composto 70,1 g/mol, qual ser
a sua frmula molecular?
18. Suponha que 6,04 g de metano, CH
4
, Sejam queimados no oxignio.
a) Quais so os produtos da reao?
b) Qual a equao balanceada para a reao?
c) Que massa de O
2
, em gramas, necessria para a combusto completa do metano?
d) Qual a massa total de produtos esperada a partir de 6,04 g de metano?

Unidade 9 Gases

Caractersticas dos gases
Os gases so altamente compressveis e ocupam o volume total de seus recipientes.
Quando um gs submetido presso, seu volume diminui.
Os gases sempre formam misturas homogneas com outros gases.
Os gases ocupam somente cerca de 0,1 % do volume de seus recipientes.

Presso
A presso a fora atuando em um objeto por unidade de rea:


A gravidade exerce uma fora sobre a atmosfera terrestre
Uma coluna de ar de 1 m
2
de seo transversal exerce uma fora de 10
5
N.
A presso de uma coluna de ar de 1 m
2
de 100 kPa.

A presso atmosfrica e o barmetro
Unidades SI: 1 N = 1 kg m/s
2
; 1 Pa = 1 N/m
2
.
A presso atmosfrica medida com um barmetro.
Se um tubo inserido em um recipiente de mercrio aberto atmosfera, o mercrio subir 760 mm
no tubo.
A presso atmosfrica padro a presso necessria para suportar 760 mm de Hg em uma coluna.
Unidades: 1 atm = 760 mmHg = 760 torr = 1,01325 10
5
Pa = 101,325 kPa.
As presses de gases no abertos para a atmosfera so medidas em manmetros.
Um manmetro consiste de um bulbo de gs preso a um tubo em forma de U contendo Hg:
Se P
gas
< P
atm
ento P
gas
+ P
h2
= P
atm
.
Se P
gas
> P
atm
ento P
gas
= P
atm
+ P
h2
.

As leis dos gases
Relao presso-volume: lei de Boyle
Os bales de previso de tempo so usados como uma consequncia prtica para a relao entre a
presso e o volume de um gs.
Quando o balo de previso de tempo sobe, o volume diminui.
A
F
P =
63

Quando o balo de previso de tempo se distancia da superfcie terrestre, a presso atmosfrica
diminui.
A Lei de Boyle: o volume de uma quantidade fixa de gs inversamente proporcional sua presso.
Boyle usou um manmetro para executar o experimento.

Matematicamente:

Um grfico de V versus P um hiperbolide.
Da mesma forma, um grfico de V versus 1/P deve ser uma linha reta passando pela origem.

Relao presso-volume: lei de Boyle




Relao temperatura-volume: lei de Charles
Sabemos que bales de ar quente expandem quando so aquecidos.
A lei de Charles: o volume de uma quantidade fixa de gs presso constante aumenta com o
aumento da temperatura.
Matematicamente:


Um grfico de V versus T uma linha reta.
64

Quando T medida em C, a intercepo no eixo da temperatura -273,15C.
Definimos o zero absoluto, 0 K = -273,15C.
Observe que o valor da constante reflete as suposies: quantidade de gs e presso.

Relao quantidade-volume: lei de Avogadro

A lei de Gay-Lussac de volumes combinados: a uma determinada temperatura e presso, os volumes
dos gases que reagem so propores de nmeros inteiros pequenos.
A hiptese de Avogadro: volumes iguais de gases mesma temperatura e presso contero o mesmo
nmero de molculas.
A lei de Avogadro: o volume de gs a uma dada temperatura e presso diretamente proporcional
quantidade de matria do gs.
Matematicamente:

Podemos mostrar que 22,4 L de qualquer gs a 0C contm 6,02 10
23
molculas de gs.


Considere as trs leis dos gases.

Podemos combin- las em uma lei geral dos gases:

Se R a constante de proporcionalidade (chamada de constante dos gases), ento

A equao do gs ideal :



65

R = 0,08206 L atm mol
-1
K
-1
= 8,314 J mol
-1
K
-1



Definimos TPP (temperatura e presso padro) = 0C, 273,15 K,
1 atm.
O volume de 1 mol de gs na TPP :

Relacionando a equao do gs ideal e as leis dos gases
Se PV = nRT e n e T so constantes, ento PV = constante e temos a lei de Boyle.
Outras leis podem ser criadas de modo similar.
Em geral, se temos um gs sob dois grupos de condies, ento:



Da equao do gs ideal, temos
Para 1 mol de gs, PV/RT = 1 para todas as presses.
Em um gs real, PV/RT varia significativamente de 1.
Quanto maior for a presso, maior ser o desvio do comportamento ideal.


Da equao do gs ideal, temos


Para 1 mol de gs, PV/RT = 1 a todas as temperaturas.
medida que a temperatura aumenta, os gases se comportam de maneira mais ideal.
As suposies na teoria cintica molecular mostram onde o comportamento do gs ideal falha :
as molculas de um gs tm volume finito;
as molculas de um gs se atraem.
2 2
2 2
1 1
1 1
T n
V P
T n
V P
=
n
RT
PV
=
66



Gases reais: desvios do Comportamento ideal
medida que a presso em um gs aumenta, as molculas so foradas a se aproximarem.
medida que as molculas ficam mais prximas, o volume do recipiente torna-se menor.
Quanto menor for o recipiente, mais espao as molculas de gs comeam a ocupar.
Como conseqncia, quanto maior for a presso, o gs se torna menos semelhante ao gs ideal.
Da equao do gs ideal, temos

Para 1 mol de gs, PV/RT = 1 a todas as temperaturas.
medida que a temperatura aumenta, os gases se comportam de maneira mais ideal.
As suposies na teoria cintica molecular mostram onde o comportamento do gs ideal falha :
as molculas de um gs tm volume finito;
as molculas de um gs se atraem.
medida que as molculas de gs ficam mais unidas, diminui a distncia intermolecular.
Quanto menor for a distncia entre as molculas de gs, maior a chance das foras de atrao se
desenvolverem entre as molculas.
Conseqentemente, menos o gs se assemelha com um gs ideal.
medida que a temperatura aumenta, as molculas de gs se movem mais rapidamente e se
distanciam mais entre si.
Altas temperaturas significam tambm mais energia disponvel para a quebra das foras
intermoleculares.
Conseqentemente, quanto maior for a temperatura, mais ideal o gs.
A equao de van der Waals
Adicionamos dois termos equao do gs ideal: um para corrigir o volume das molculas e o outro
para corrigir as atraes intermoleculares.
Os termos de correo geram a equao de van der Waals:


onde a e b so constantes empricas.


n
RT
PV
=
2
2
V
a n
nb V
nRT
P

=
67

Unidade 10 Solues
10.1 Conceito: uma mistura homognea de duas ou mais substncias, onde uma o solvente meio em
que a outra substncia( o soluto) est dissolvida. Quando o solvente gua a reao dita ocorrer em
soluo aquosa.
Solues Aquosas:
Muitas substncias se dissolvem em gua:
Compostos inicos solveis (e cidos e base fortes) dissociam-se em seus ctions e nions
constituintes.
compostos moleculares permanecem intactos enquanto molculas
A compreenso da natureza das substncias em soluo aquosa, bem como as reaes de que elas
participam, fundamental para a compreenso de grande parte da qumica do mundo natural.
10.2 Propriedades Gerais das solues aquosas
10.2.1 Propriedades eletrolticas
Segundo a teoria inica das solues elaborada por Arrhenius, certas substncias produzem ons que
se movem livremente na soluo aquosa e so condutoras de corrente eltrica na soluo. Embora a gua
no seja condutora de eletricidade, tem a capacidade de dissolver diversas substncias, algumas das quais se
solubilizam em ons livres. A soluo desses ons eletricamente condutora.
Eletrlito: uma substncia que se dissolve em gua e forma uma soluo eletricamente condutora.
Em geral slidos inicos que se dissolvem em guas so eletrlitos.
Nem todos os eletrlitos so substncias inicas. Algumas substncias moleculares se dissolvem em
gua e formam ons. A soluo resultante eletricamente condutora e assim a substncia molecular um
eletrlito. Ex: o cido clordrico (HCl) uma substncia molecular que , em soluo aquosa, produz ons H
+

e Cl
-
.
No-eletrlito: substncia que se dissolve em gua e no condutora, ou muito pouco condutora.
Ex: a sacarose, C
12
H
22
O
11
, o acar comum. Outro exemplo o metanol CH
3
OH. lcool usado em solues
para limpeza de vidros de automveis.
Os eletrlitos podem ser classificados em:
Fortes dissociam-se completamente em soluo (forma ons). A maioria dos slidos inicos so
eletrlitos fortes e alguns compostos moleculares (como HCl).
Fracos dissociam-se parcialmente em soluo, dando uma frao relativamente pequena de ons. Em
geral so substncias moleculares.

10.2.2 Compostos inicos em gua
Quando NaCl se dissolve em gua, cada ons se separa da estrutura cristalina e se dispersa por toda a
soluo, como mostra a figura, O slido inico dissocia-se em seus ons constituintes medida que se
dissolve.
Dissoluo de um composto inico
68

A gua um solvente muito eficaz para compostos inicos. Apesar de ser uma molcula
eletricamente neutra, um dos lados da molcula (o tomo de O) rico em eltrons e possui carga parcial
negativa. O outro lado (os tomos de H) tem carga parcial positiva. Os ons positivos (ctions) so atrados
pelo lado negativo de H
2
O, e os ons negativos (nions) so atrados pelo lado positivo. Esse processo ajuda
a estabilizar os ons em soluo e previne que ctions e ncions se combinem novamente. Alm disso, como
os ons e suas camadas circundantes de molculas de gua podem se mover livremente, os ons tornam-se
uniformemente dispersos por toda a soluo.

10.2.3 Compostos moleculares em gua
Quando um composto molecular se dissolve em gua, a soluo normalmente compe-se de
molculas intactas dispersas pela soluo. Consequentemente, a maioria dos compostos moleculares so
no-eletrlitos.
Entretanto, existem algumas substncias moleculares cujas solues aquosas contm ons. A mais
importante destas so os cidos.

Um composto molecular dissolve-se sem formar ons.

10.3 Regras de solubilidade

Certos compostos como o cloreto de sdio (NaCl) se dissolvem facilmente em gua e so chamados
de solveis, outros no se solubilizam em gua como o carbonato de clcio (CaCO
3
) e so insolveis.
Tabela 1: Regras de solubilidade em gua de compostos inicos comuns.


10.4 Reaes cido-base

10.4.1 O conceito de Arrhenius
69

Conforme Arrhenius, cido uma substncia que dissolvida em gua, produz ons hidrognios
H
+
.Exemplo: cido ntrico (HNO
3
).
Reao: HNO
3
(aq) H
+
(aq) + NO
3
-
(aq)
De acordo com Arrhenius base, so substncias que reagem com os ons H
+
. Elas produzem ons
hidrxido (OH
-
) quando dissolvidos em gua. Exemplo: Hidrxido de sdio (NaOH).
Reao: NaOH(aq) Na
+
(aq) + OH
-
(aq).

10.4.2 cidos e bases fortes e fracos

cido forte cido que se ioniza completamente em gua, eletrlito forte. Ex: HCl, HNO
3
, H
2
SO
4
, HI,
HBr, HClO
3
,

HClO
4
.
cido fraco aquele que se ioniza parcialmente em gua, eletrlito fraco. Ex: HCN, HF.
Base forte uma base que em soluo aquosa esta presente inteiramente no forma de ons um dos quais o
on OH
-
; eletrlito forte. Exs: NaOH, LiOH, KOH, Ca(OH)
2
, Ba(OH)
2
, Sr(OH)
2
. Todos os hidrxidos dos
metais do grupo 1A e alguns do grupo 2A (Ca, Ba, Sr) so eletrlitos fortes.
Base fraca aquela que em soluo aquosa esta parcialmente ionizada, eletrlito fraco. Ex: NH
3
,
Mg(OH)
2
.


10.4.3 Identificando eletrlitos fortes e fracos

Inico e solvel em gua = eletrlito forte (provavelmente).
Solvel em gua e no- inico, mas um cido (ou base) forte = eletrlito forte.
Solvel em gua e no- inico, e um cido ou uma base fraca = eletrlito fraco.
Caso contrrio, o composto provavelmente um no-eletrlito.

70

10.4.4 Reaes de neutralizao e Sais
a reao entre um cido e uma base que leva a formao de um composto inico e possivelmente gua.
Quando se junta uma base a uma soluo de cido, diz-se que o cido neutralizado. O composto inico
resultante da neutralizao um sal. Exemplos:
2HC(aq) + Ca(OH)
2
(aq) CaCl
2
(aq) + 2H
2
O(l)
HCN(aq) + KOH(aq) KCN(aq) + H
2
O(l)
Pode-se observar que o sal formado durante a reao de neutralizao, constitudo pelos ctions
provenientes das bases e pelos nions gerados pelos cidos.
A equao inica simplificada para qualquer reao entre um cido forte e uma base forte :
H
+
(aq) + OH
-
(aq) H
2
O(l)
Embora a gua seja um dos produtos da maioria das reaes de neutralizao, a reao abaixo, entre
a base amnia e um cido, evidencia uma exceo importante.
H
2
SO
4
(aq) + 2NH
3
(aq) (NH
4
)
2
SO
4
(aq)
Os cidos que possuem apenas um tomo de hidrognio cido por molcula chamado cido
monoprtico. Um cido poliprtico um cido capaz de ceder dois ou mais hidrognios cidos por
molcula.
Ex: H
3
PO
4
(cido triprtico) a reao desse cido com quantidades diferentes de bases leva a formao de
sais diferentes.
H
3
PO
4
(aq) + NaOH(aq) NaH
2
PO
4
(aq) + H
2
O(l)
H
3
PO
4
(aq) + 2NaOH(aq) Na
2
HPO
4
(aq) + 2H
2
O(I)
H
3
PO
4
(aq) + 3NaOH(aq) Na
3
PO
4
(aq) +3 H
2
O(l)

10.4.5 Reaes cido-base com formao de gs
Alguns sais, especialmente carbonatos, sulfitos e sulfetos reagem com cidos dando produtos
gasosos.
Na
2
CO
3
(aq) + 2HCl 2NaCl(aq) + H
2
O(l) + CO
2
(g)
2HCl(aq) + Na
2
S(aq) H
2
S(g) + 2NaCl(aq)
2H+(aq) + S
2-
(aq) H
2
S(g)
HCl(aq) + NaHCO
3
(aq) NaCl(aq) + H
2
O(l) + CO
2
(g)

10.5 Unidades de concentrao
A composio de uma soluo descrita quantitativamente especificando as concentraes de seus
componente.
As unidade de concentrao normalmente usadas incluem:
frao molar
Percentagem molar
Molaridade
molalidade,
Percentagem em massa

71

10.5.1 Frao Molar
A frao molar, X, de um componente em soluo a razo do nmero de mols daquele componente
pelo nmero total de mols de todos os componentes.


Note que: XA + XB + XC + ... = 1
Exemplo
Se 28,60 g de sacarose (C12H22O11) forem dissolvidos em 101,4 g de gua, qual a frao molar
da sacarose na soluo?

10.5.2 Porcentagem molar:
o nmero de mols de um componente expresso como uma percentagem do nmero total de mols
presentes.



Exemplo:
Qual a pecentagem molar da sacarose na soluo?



10.5.3 Molalidade
o nmero de mols de soluto dissolvido por quilograma de solvente.

Molalidade de A =


Exemplo
Calcule a molalidade do soluto na seguinte soluo: 14,0 g de benzeno, C
6
H
6
, dissolvidos em 25 g de
CCl
4
.

10.5.4 Percentagem em massa
Ou massa percentual, a quantidade de um componente de uma soluo expressa como uma
percentagem da massa total:
% em massa de A =

Exemplo:
4,50 g de amnia so dissolvidos em 3,30 x 102 g de gua. Qual percentagem do NH
3
em massa?

... + + +
=
C B A
A
A
n n n
n
X
100
...
% x
n n n
n
moldeA
C B A
A
+ + +
=
= 100 x X
sacarose
kg solvente
A
m
n
,
100
...
x
m m m
m
C B A
A
+ + +
72

10.6 Estequiometria de solues
10.6.1 Molaridade
M(Concentrao em quantidade de matria)= n(mols de soluto) / L(volume da soluo)
Soluo = o soluto dissolvido em solvente.
Soluto: est presente em menor quantidade.
Se soubermos a concentrao em quantidade de matria e o volume de soluo, podemos calcular a
quantidade de matria (e a massa) do soluto.
Se 1,0 L de uma soluo foi preparada pela dissoluo de 1,0 mol de clor eto de sdio, NaCl, isto
significa que esta uma soluo de cloreto de sdio 1,0 mol/L e abrevia-se como 1,0 M de NaCl



10.6.2 Diluio

Dois termos geralmente usados pra descrever solues so concentrado e diludo. Uma soluo
concentrada apresenta uma concentrao alta de soluto; uma soluo diluda apresenta uma
concentrao baixa.
A palavra diluio usada quando uma soluo pode ser mais diluda pela adio de mais solvente.

Para ilustrar a preparao de uma soluo diluda a partir de uma soluo concentrada, vamos supor
que queremos preparar 250 mL de uma soluo de 0,100 mol/L de CuSO
4
por diluio de uma
soluo estoque de 1,00 mol/L de CuSO
4
.

Esse clculo direto, porque quando o solvente adicionado soluo, a quantidade de matria do
soluto permanece inalterada.
Quantidade de matria de soluto na soluo conc.= quantidade de matria na soluo diluda.
Ou seja, Cconc x Vconc = Cdil x Vdil
Ento: 1,00 mol/L x Vconc= 0,100 mol/L x 0,250 L
Vconc = 0,0250 L

73


10.6.3 Titulaes
Suponha que sabemos a concentrao em quantidade de matria de uma soluo de NaOH e que
queremos encontrar a concentrao em quantidade de matria de uma soluo de HCl.
Sabemos:
a concentrao em quantidade de matria de NaOH, o volume de HCl.
O que queremos?
A concentrao em quantidade de matria de HCl.
O que devemos fazer?
Tome um volume conhecido da soluo de HCl. Adicionar lentamente a soluo padro de
NaOH at que a reao de neutralizao entre HCl e NaOH seja completo.
HCl + NaOH NaCl + H
2
O
Para Calcular:
Ento medimos o volume gasto de NaOH, que reagiu com 20 mL de HCl.
E calculamos a concentrao em quantidade de matria de HCl.
Como para o NaOH e HCl a razo estequiomtrica 1:1, calculamos direto a concentrao.
Se a concentrao de NaOH 0,10 mol/L e o volume necessrio para atingir o ponto de
equivalncia foi 43 mL, qual a concentrao de HCl?
C
HCl
x V
HCl
= C
NaOH
x V
NaOH



O ponto no qual a reao completou, ou seja, o ponto no qual as quantidades estequiomtricas
se equivalem conhecido como ponto de equivalncia ou ponto de viragem da titulao.
74

Temos que determinar quando o ponto de equivalncia foi atingido, para isso necessrio
encontrar alguma maneira de se determinar.
Em uma titulao cido-base adicionamos fenolftalena (indicador) a uma soluo
desconhecida de cido, a soluo ficar incolor.
Ento quando se comearmos adicionar a soluo de base, a soluo de incolor torna-se rosa.
Essa mudana de cor indica que o cido foi completamente neutralizada.

Para a reao de H
2
SO
4
e NaOH, reao de neutralizao:
H
2
SO
4
(aq) + 2NaOH(aq) 2H
2
O + Na
2
SO
4
(aq)
Se 25,00 mL de uma soluo de H
2
SO
4
de concentrao desconhecida, titulada com uma soluo
de hidrxido de sdio, 0,1200 mol/L.
Se so necessrios 38,14 mL de soluo NaOH para atingir o ponto de equivalncia, qual a
concentrao molar do cido?
Resoluo: Calcular a quantidade de matria (mols) do NaOH:
Se 38,14 mL = 0,03814 L, ento
Quantidade de matria de NaOH = (0,03814 L de soluo) (0,1200 mol/L)
Quantidade de matria de NaOH = 0,004577 mol
Pela equao balanceada:
1 mol H
2
SO
4
(aq) 2 mol NaOH(aq)
Quantidade de matria de H
2
SO
4
= 0,004577/2 = 0,002288 mol
Concentrao do H
2
SO
4
= 0,002288 mol/ 0,025 L = 0,09154 mol/L

10.7 Solubilidade
10.7.1 Mecanismo de dissoluo
Uma soluo formada quando uma substncia se dispersa uniformemente em outra.
Um fator muito importante que determina se uma soluo se forma a intensidade relativa das
foras intermoleculares entre as partculas do soluto e do solvente
E quando as foras atrativas entre as partculas do soluto e do solvente possuem mdulos
comparveis em magnitude com as que existem entre as partculas do soluto ou entre as partculas do
solvente.
Regra: os solventes polares dissolvem solutos polares. Os solventes apolares dissolvem solutos
apolares. Ou seja, semelhante dissolve semelhante.

10.7.1.1 Solvente Apolares.
Em substncias no-polares, as nicas atraes intermoleculares so as foras fracas de London.
Quando solues destes componentes so formadas, as interaes soluto-soluto e solvente-solvente
so facilmente substitudas pelas interaes soluto-solvente.
Por outro lado, solventes no-polares no so bons solventes para compostos inicos e polares. As
energias reticulares nestes compostos tendem a ser maiores do que nos solutos apolares.
Exemplos:
75

NaCl em gasolina: as foras on-dipolo so fracas, uma vez que a gasolina apolar.
Conseqentemente, as foras on-dipolo no so compensadas pela separao de ons.

10.7.1.2 Solvente polares.
Um solvente polar, por exemplo a gua, um bom solvente para solutos polares e para solutos
inicos.
As interaes fortes soluto-solvente fornece a energia necessria para superar as fortes foras de
interao no soluto.
Esse solventes so maus solventes para sustncia apolares. Porque as interaes solvente-solvente
(dipolo-dipolo) na gua so to fortes que elas no podem ser superadas pelas fracas foras soluto-
solvente , tais como aquela originada por um soluto-apolar.
Exemplos:
Octano em gua: a gua tem ligaes de H fortes. No h
foras atrativas entre a gua e o octano para compensar as ligaes de H.
Considere o NaCl (soluto) dissolvendo-se em gua (solvente): A substncia inica NaCl se
dissolve rapidamente em gua porque as interaes atrativas entre os ons e as molculas
polares de H
2
O superam a energia de rede de NaCl(s).
Exerccios
1) Uma quantidade de etanol (C
2
H
5
OH) com uma massa de 54,6 g misturada com 75,4 g de gua para
formar uma soluo tendo uma densidade de 0,931 g/mL. Calcule (a) a percentagem em massa, (b) a
frao molar, (c) a molalidade, (d) a molaridade do etanol na soluo.
2) Uma soluo tem um volume de 250 mL e contm 26,8 g de CaCl
2
. Qual a concentrao molar do
CaCl
2
? MA: Ca=40,1; Cl=35,5.
3) Quantos gramas de NaNO
3
, precisam ser usados para preparar 5,00 x 10 mL de uma soluo 0,100
mol/L? MA: Na=23.
4) 50,0 mL de uma soluo aquosa de KNO
3
, 0,134 mol/L diluda pela adio de uma quantidade de gua
suficiente para aumentar seu volume para 225 mL qual a nova concentrao?
5) 15,00 mL de uma soluo de hidrxido de brio, Ba(OH)
2
, so exatamente neutralizados por 31,40 mL de
cido clordrico 0,1428 ml/L.
6) Calcule a concentrao em quantidade de matria das seguintes solues aquosas: (a) 10,5 g de
Mg(NO
3
)
2
em 250,0 mL de soluo; (b) 22,4 g de LiClO
4
.3H
2
O em 125 mL de soluo; (c) 25,0 mL de
3,50 mol/L de HNO
3
diludos em 0,250 L.
7) Um qumico estudando as propriedades de emulses fotogrficas precisa preparar 25,0 mL de AgNO
3
(aq)
0,155 M. que massa de nitrato de prata precisa ser colocada em um balo volumtrico de 25,0 mL e
dissolvida e diluda at a marca com gua?
8) Um qumico dissolve 0,09400 g de CuSO
4
. 5H
2
O em gua e dilui a soluo at a marca em um balo
volumtrico de 500,0 mL. Um amostra de 2,000 mL desta soluo transferida para um segundo balo
volumtrico de 500,0 mL e diluda.
(a) Qual a molaridade do CuSO
4
na soluo final?
(b) Para preparar a soluo diretamente, que massa de CuSO
4
. 5H
2
O seria necessrio pesar?
9) Calcule a frao molar de cada componente nas seguintes solues: (a) 25,0 g de gua e 50,0 g de etanol,
C
2
H
5
OH; (b) 25,0 g de gua e 50,0 g de metanol, CH
3
OH; (c) Uma soluo de sacarose C
12
H
22
O
11
(aq)
0,0220 m.
10) A densidade de uma soluo de (NH
4
)
2
SO
4
(aq) 0,35 M 1,024 g/mL. Determine:
(a) A molalidade; (b) a frao molar do sulfato de amnio em soluo.
76

11) Quais pares de lquidos sero miscveis, explique por qu?
(a) H
2
O e CH
3
CH
2
CH
2
CH
3

(b) H
2
O e CH
3
CO
2
H
12) a) Considerando as energias das interaes soluto-soluto, solvente-solvente e soluto-solvente, explique
por que NaCl dissolve-se em gua, mas em benzeno(C
6
H
6
) no se dissolve. b) Por que as substncias
inicas com energias de rede mais altas tendem a ser menos solveis em gua que as com energias de
rede mais baixas?
13) Indique o tipo de interao soluto-solvente que deve ser mais importante em cada uma das seguintes
solues: (a) CCl
4
em benzeno (C
6
H
6
); (b) CaCl
2
em gua; (c) propanol (CH
3
CH
2
CH
2
OH) em gua; (d)
HCl em acetonitrila(CH
3
CN).
14) Qual dos seguintes em cada par provavelmente o mais solvel em gua: a) CCl
4
ou CaCl
2
; (b) benzeno
(C
6
H
6
) ou fenol (C
6
H
5
OH)? Explique sua resposta em cada caso.
15) A gua e o glicerol, CH
2
(OH)CH(OH)CH
2
OH so miscveis em todas as propores. O que significa
isso? Explique em termos de caractersticas estruturais de suas respectivas molculas e as foras entre
elas.
16) Considere uma srie de cidos carboxlicos cuja frmula geral CH
3
(CH
2
)
n
COOH. Como voc espera
que as solubilidades desses compostos em gua e em hexano variem medida que n varie? Justifique sua
resposta.
17) Quando o metanol, CH
3
OH, dissolvido em gua, obtm-se uma soluo no-condutora. Quando o
cido actico, HC
2
H
3
O
2
, dissolve-se em gua, a soluo m condutora e de natureza cida. Descreva o
que acontece na dissoluo nos dois casos e julgue as diferenas.
18) Descreva como cada um dos seguintes eletrlitos fortes ionizam-se ou dissociam-se em ons na
dissoluo em gua: (a) ZnCl
2
; (b) HNO
3
; (c) K
2
SO
4
; (d) Ca(OH)
2
.
19) Usando as regras de solubilidade, diga se cada um dos seguintes compostos e solvel ou insolvel em
gua:
(a) NiCl
2
; (b) Ag
2
S; (c) Cs
3
PO
4
; (d) SrCO
3
; (e) (NH
4
)
2
SO
4
.
20) Classifique cada um dos seguintes itens como cido forte, fraco ou base: (a) HClO
4
; (b) HClO
2
; (c) NH
3
;
(d) Ba(OH)
2

21) Classifique cada uma das substncias como um no-eletrlito, eletrlito fraco ou eletrlito forte em
gua: (a) H
2
SO
3
; (b) C
2
H
5
OH (etanol); (c) NH
3
; (d) KClO
3
; (e)Cu(NO
3
)
2

22) Calcule a molaridade de uma soluo que tem um volume de 425 mL e que contm 25,0 g de (a)
Na
2
SO
4
, (b) K
3
PO
4
, (c) Al(NO
3
)
3
.
23) 125 cm
3
de NaCl 2,46 mol/L so diludos para um volume final de 845 cm
3
. Qual a molaridade do
NaCl na soluo final?
24) Quantos mols de MgCl
2
esto presentes em uma soluo de MgCl
2
0,448 mol/L que tem um volume de
(a) 1,00 dm
3
, (b) 2,68 L, (c) 122 mL?
25) 40,0 mL de NaCl 0,150 mol/L e 65,0 mL de NaCl 0,190 mol/L so misturados. Se o volume final
105,0 mL, qual a molaridade do NaCl na soluo final?
26) Se 25,0 mL de H
3
PO
4
0,142 mol/L so titulados com KOH, 0,414 mol/L e o cido completamente
neutralizado, quantos mililitros de soluo de base so necessrios?
Unidade 11 Termoqumica
O estudo da energia e suas transformaes so conhecidos como termodinmica.
A termoqumica um aspecto da termodinmica que estuda as transferncias de calor que ocorrem
durante as transformaes qumicas e algumas transformaes fsicas.
A energia um importante tpico qumico
77

Quase toda a energia de que dependemos derivada de reaes qumica, como a queima de
combustveis fsseis, as reaes qumicas ocorridas em baterias ou a formao de biomassa pela
fotossntese.
Os processos qumicos podem fazer mais do que simplesmente gerar calor; eles podem realizar
trabalho, como acionar a ignio de um automvel, etc.
Energia a capacidade de realizar trabalho ou de transferir calor.
A energia pode ser classificada em cintica e potencial.
A energia cintica a energia do movimento. A quantidade de energia cintica de um objeto em
movimento com massa m e velocidade v dada pela equao: Ec= 1/2mv
2

A energia potencial a energia que um objeto possui em virtude de sua posio ou em uma molcula
devido suas ligaes qumicas. Ep.
A energia potencial pode ser convertida em energia cintica.
Por exemplo: um ciclista no topo de um morro energia potencial alta - medida que o ciclista
desce a colina energia cintica alta e baixa energia potencial.

11.1 A primeira lei da termodinmica

11.1.1 Energia cintica e energia potencial
Energia a capacidade de realizar trabalho ou de transferir calor. A energia pode ser classificada em
cintica e potencial.
A energia cintica a energia do movimento. A quantidade de energia cintica de um objeto em
movimento com massa m e velocidade v dada pela eq. E
c
= 1/2mv
2
A energia potencial a energia que um objeto possui em virtude de sua posio ou em uma molcula
devido suas ligaes qumicas. E
p
.
A energia potencial pode ser convertida em energia cintica.
Por exemplo: um ciclista no topo de um morro energia potencial alta - a medida que o ciclista desce a
colina energia cintica alta e baixa energia potencial.
11.1.1.1 Unidades de energia
A unidade SI para energia (Kg m
2
/s
2
) dada em joule, J.
Algumas vezes utilizamos a caloria em vez do joule:
1 cal = 4,184 J
Exemplo: Uma massa de 2 Kg movendo-se velocidade de 1 m/s possui energia cintica de 1 J:
E
c
= 1/2mv
2
= (2 kg) (1 m/s)
2
= 1 Kg m
2
/s
2
= 1 J
Os nutricionistas tambm usam a unidade caloria (cal, com letra maiscula, Cal)
1 Cal = 1.000 cal = 1 kcal
Exemplo: Uma banana contm 70 Calorias = 70 kcal de energia. A energia liberada quando ela usada
pelo corpo como combustvel.
11.1.1.2 Variao de energia e conservao de energia
Conforme a lei da conservao de energia, a 1 lei da termodinmica, a energia no pode ser criada e nem
destruda, ela pode ser somente convertida de uma forma para outra.
78

Exemplo: a queda dgua: a gua em um reservatrio tem E
p
devido sua altura acima do porto do
reservatrio, porm no tem E
c
devido no ter movimento (v = 0). Quando a gua comea a cair sobre a
porta do reservatrio a E
p
diminui enquanto que sua velocidade aumenta, aumentando a E
c
. Quando a gua
alcana o solo sua E
c
convertida em outras formas de energia talvez em calor que aumenta a temperatura
da gua, ou em energia eltrica.
11.1.1.3 Energia Interna e funes de estado
A primeira lei da termodinmica ser utilizada para analisar as variaes de energia ocorrida em reaes
qumicas.
O sistema: a parte do universo na qual estamos interessados.
A vizinhana: o resto do universo.
Exemplo: Os gases hidrognio e oxignio em um cilindro. Se estivermos interessados apenas em suas
propriedades, os gases so o sistema, e o cilindro, a sala . . ., fazem parte da vizinhana.
Se o H
2
e O
2
reagem para formar gua, libera-se energia:
2H
2
(g) + O
2
(g) H
2
O(g) + energia
Os sistemas fechados no trocam matrias com sua vizinhana (so os mais estudados). Eles trocam
energia com ela na forma de trabalho e calor.
11.1.1.3.1 A energia interna: a soma de toda a energia cintica e potencial de um sistema.
Definimos a variao na energia interna, AE, como a diferena entre, energia interna final, quando o
sistema realiza trabalho ou transferncia de calor, E
final
, e a energia interna inicial, E
inicial
.
AE = E
final


E
inicial

Por converso o AE medido a partir do ponto de vista do sistema. Qualquer energia que flui do sistema
para vizinhana (-) pois o sistema perde a energia (E
final
menor que E
inicial
). Qualquer energia que flui
para o sistema a partir da vizinhana (+) devido o sistema ganhar a energia (E
final
maior que E
inicial
).
Por exemplo: Queimando 1,0 mol de metano na presena de 2,0 mol de oxignio, sero liberados 802 KJ
como calor e transferido do sistema para vizinhana. O sistema teria 802 KJ menos energia, ento AE = -802
KJ. Essa energia que flui seria detectada e medida colocando o recipiente em banho- maria e anotando a
temperatura do banho antes e depois da reao.
CH
4
(g) + 2O
2
(g) CO
2
(g) + 2H
2
O(g) + 802 KJ AE = -802 KJ
Note que o AE = -802 KJ para reao se refere energia liberada quando os reagentes so convertidos em
produtos. Isto , 802 KJ so liberados quando 1 mol de metano reage com 2 moles de oxignio.
11.1.1.3.2 Funes de estado
Grande parte da termodinmica faz uso do conceito importante de funo de estado, que uma
propriedade com um valor que depende somente do estado atual do sistema e independente da maneira
como esse estado foi atingido.
A energia interna (E) tambm um a funo de estado; ento a energia interna de um recipiente de gua a
25 C a mesma, no importa qual a histria de sua preparao. Uma vez que E funo de estado, AE
depende to-somente dos E
inicial
e E
final
do sistema, e no de como a mudana ocorre.
79

A energia interna (E) do sistema depende de alguns fatores: quantidade qumica, temperatura, presso,
estado fsico (gs, lquido ou slido). O que a energia interna no depende do passado histrico do sistema.
No importa qual a temperatura do sistema ou o estado fsico ela tinha ontem ou a uma hora atrs, e no
importa como as substncias qumicas foram feitas. Tudo o que importa a condio presente do sistema.
Desta forma, a energia interna dita ser uma funo de estado, cujo valor depende somente o estado do
sistema no presente. Presso, volume e temperatura so outros exemplos de funo de estado, porm
trabalho e calor no so.
11.1.1.4 A transferncia de energia: trabalho e calor
Fora uma trao ou uma compresso exercida em um objeto.
Trabalho a energia utilizada para fazer um objeto se mover contra uma fora.
O trabalho, w, o produto da fora aplicada em um objeto, F, em uma distncia, d.
w = F x d
Calor a transferncia de energia entre dois objetos.
Exemplo: Imagine uma bola de argila de modelar de 5,4 kg, como nosso sistema. Se levantarmos at o topo
de um muro de altura de 1,6 m, a bola tem energia potencial relacionada gravidade. medida que a bola
cai, sua energia potencial convertida em energia cintica. Quando a bola toca o cho, parte da energia
cintica usada para realizar trabalho amassando a bola; o resto liberado como calor.
Para calcular o trabalho realizado para se elevar a bola, utilizamos as equaes:
w = F x d para o trabalho e F = m x g para a fora devida gravidade
Ento:
F = 5,4 kg x 9,8 m/s
2

= 52,92 kg m/s
2

w = 52,92 kg m/s
2
x 1,6 m = 85 kg m
2
/s
2
= 85 J
No momento do impacto, suponhamos que a energia cintica seja igual ao trabalho realizado quando
levantamos a bola. Ento, a velocidade no impacto tem o valor de:
E
c
= 1/2mv
2
= 85 J = 85 kg m
2
/s
2
v
2
= 2E
c
/m = (2 x 85 kg m
2
/s
2
)/ 5,4 kg = 31,5 m
2
/s
2

v = 31,5 m/s
11.1.1.4.1 Relao de AE, calor e a trabalho.
A energia no pode ser criada ou destruda.
A energia (sistema + vizinhana) constante.
Toda energia transferida de um sistema deve ser transferida para as vizinhanas (e vice-versa).
A partir da primeira lei da termodinmica:
Quando um sistema sofre qualquer mudana fsica ou qumica, a variao obtida em sua energia interna,
AE, dada pelo calor adicionado ou liberado pelo sistema, q, mais o trabalho realizado pelo ou no sistema:
AE = q

+

w
O calor, q, absorvido pelo sistema e o trabalho, w, realizado no sistema so grandezas positivas. Ambos
servem para aumentar a energia interna, E, do sistema.
80

Entretanto, o calor, q, liberado pelo sistema na vizinhana como o trabalho, w, realizado pelo sistema na
vizinhana tm valores negativos, eles diminuem a energia interna, E, do sistema.
A tabela a seguir mostra a relao entre os sinais de q e w e o sinal de AE.







Exemplo: Os gases hidrognio e oxignio, no cilindro, so queimados. Enquanto a reao ocorre, o sistema
perde 1.150 J de calor para a vizinhana. A reao faz com que o mbolo suba medida que os gases
quentes se expandem. O gs em expanso realiza 480 J de trabalho na vizinhana medida que pressiona a
atmosfera. Qual a mudana na energia interna do sistema?
Soluo:
Como o calor transferido do sistema para a vizinhana, e trabalho realizado pelo sistema na vizinhana,
ambos tm sinal negativo. Ento:
AE = q

+

w = -1.1150 J + (-480 J) = -1.630 J.
Isso indica que 1.630 J de energia foram transferidos do sistema para a vizinhana, em forma de calor e de
trabalho realizado na vizinhana.
11.1.1.4.2 Trabalho de expanso
O mais comum tipo de trabalho encontrado em qumica o trabalho de expanso (tambm chamado
presso-volume, ou trabalho PV, feito como resultado da variao de volume no sistema).
Por exemplo, a reao do propano (C
3
H
8
) com o oxignio. A equao balanceada diz que 7 moles de
produtos vem de 6 moles de reagentes.
C
3
H
8
(g) + 5O
2
(g) 3CO
2
(g) + 4H
2
O(g)
6 moles de gs 7 moles de gs
Se a reao ocorre dentro de um recipiente que contm um pisto removvel o volume maior de gs no
produto forar o pisto a mover-se contra a presso da atmosfera (P), movendo as molculas do ar e
realizando trabalho.


O gs dentro do frasco est realizando trabalho na vizinhana ao levantar o pisto contra a fora da presso
atmosfrica que o pressiona para baixo. Quando a presso constante, como nesse caso, o trabalho de
presso x volume dado por:
w = -PAV
81

Onde AV representa a variao no volume. Quando a mudana no volume positiva, como em nosso
exemplo, o trabalho realizado pelo sistema negativo, ou seja, o trabalho realizado pelo sistema na
vizinhana.
Exemplo: Calcule o w (KJ) feito durante uma reao na qual o volume se expande de 12,0 L at 14,5 L
contra uma presso constante de 5,0 atm.
Soluo: O trabalho de expanso feito durante a reao qumica calculado pela frmula w = -PAV, ento:
w = - (5,0 atm) x (14,5 12,0 L)
w = -12,5 L.atm
Sabendo que:
1 L.atm = 101 J ; Temos: (-12,5)x(101) = -1,3x10
3
J = -1,3 KJ.

11.2 Entalpia

A funo termodinmica chamada entalpia correspondente ao fluxo de calor nas mudanas qumicas que
ocorrem presso constante quando nenhuma forma de trabalho realizada a no ser trabalho PV.
Representamos a entalpia por H, e igual energia interna mais o produto da presso pelo volume do
sistema:
H = E + PV
A entalpia uma funo de estado porque a energia interna, a presso e o volume o so tambm.
As presses constantes tm: AH =AE +PAV
Isto , a variao na entalpia dada pela variao da energia interna mais o produto da presso
constante pela variao de volume.
O trabalho de expanso de um gs dado por w = -PAV, logo podemos substituir w por PAV e AE por q
+ w, na equao AH = AE + PAV.
Ento: AH = q
p
+ w w = q
p
, ou seja, AH = q
p
Onde o subscrito P no calor, q, enfatiza variaes presso constante.
A variao de entalpia, portanto, igual ao calor obtido ou despendido presso constante.
A entalpia uma funo mais til do que a energia interna, porque que muitas mudanas qumicas de
nosso interesse ocorrem presso constante.
Para a maioria das reaes, a diferena entre o AH e o AE pequeno porque PAV pequeno.


11.2.1 Entalpias de reao
A variao de entalpia que acompanha uma reao chamada ent alpia de reao ou calor de reao.
A entalpia uma propriedade extensiva (a ordem de grandeza do AH diretamente
proporcional quantidade):
Quando AH positivo, o sistema
ganha calor da vizinhana.
Quando AH negativo, o sistema
libera calor para a vizinhana.

82

CH
4
(g) + 2O
2
(g) CO
2
(g) + 2H
2
O(l) AH = -890 kJ
2CH
4
(g) + 4O
2
(g) 2CO
2
(g) + 4H
2
O(g) AH = -1780 kJ
Quando invertemos uma reao, alteramos o sinal do AH:
CO
2
(g) + 2H
2
O(l) CH
4
(g) + 2O
2
(g) A H = +890 kJ
A variao na entalpia depende do estado dos reagentes e produtos:
Se o produto da combusto do metano fosse H
2
O(g) em vez de H
2
O(l), o AH seria 802 KJ. Menos calor
liberado.
Porque:
H
2
O(l) H
2
O(g) AH = +88 kJ endotrmico (absorver)
11.3 A lei de Hess
Se uma reao executada em uma srie de etapas, o AH para a reao ser igual soma das variaes de
entalpia para as etapas individuais.
Por exemplo:
CH
4
(g) + 2O
2
(g) CO
2
(g) + 2H
2
O(g) AH = -802 kJ
2H
2
O(g) 2H
2
O(l) AH = -88 kJ
CH
4
(g) + 2O
2
(g) CO
2
(g) + 2H
2
O(l) AH = -890 kJ
11.4 Entalpias de formao: Se 1 mol de composto formado a partir de seus elementos constituintes, a
variao de entalpia para a reao denominada entalpia de formao, AH
o
f
.
Condies padro (estado padro): 1 atm e 25
o
C (298 K).
A entalpia padro, AH
o
, a entalpia medida quando tudo est em seu estado padro.
Entalpia padro de formao: 1 mol de composto formado a partir de substncias em seus estados
padro.
Se existe mais de um estado para uma substncia sob condies padro, o estado mais estvel utilizado.
A entalpia padro de formao da forma mais estvel de um elemento zero.






11.4.1 Utilizao de entalpias de formao para o clculo de entalpias de reao
Utilizamos a lei de Hess para calcular as entalpias de uma reao a partir das entalpias de formao.
O AH de reao para qualquer reao qumica encontrado pela subtrao da soma dos calores de
formao, AH
f
, de todos os produtos pela soma dos calores de formao de todos os reagentes.
83

AH reao = AH
f
(produto) - AH
f
(reagentes)
No esqueam de multiplicar cada calor de formao pelo coeficiente da substncia na equao
balanceada





Exerccios
1. Para os seguintes processos, calcule a variao na energia interna do sistema e determine se o
processo endotrmico ou exotrmico:
a) Um balo aquecido pela adio de 900 J de calor. Ele expande-se, realizando 422 J de trabalho
na atmosfera.
b) Uma amostra de 50 g resfriada de 30 C para 15 C, nisso perdendo aproximadamente 3.140 J de
calor.
c) Uma reao qumica libera 8,65 KJ de calor e no realiza trabalho na vizinhana.
2. A partir das entalpias de reao:
H
2
(g) + F
2
(g) 2HF(g) AH = -537 KJ
C(s) + 2F
2
(g) CF
4
(g) AH = -680 KJ
2C(s) + 2H
2
(g) C
2
H
4
(g) AH = +52,3 KJ
Calcule o AH para a reao do etileno com F
2
:
C
2
H
4
(g) + 6F
2
(g) 2CF
4
(g) + 4HF(g)
3. Usando os valores da Tabela de Entalpia padro, calcule os valores de AH
o
para cada uma das
seguintes reaes:
a) N
2
O
4
(g) + 4H
2
(g) N
2
(g) + 4H
2
O(g)
b) 2KOH(s) + CO
2
(g) K
2
CO
3
(s) + H
2
O(g)
c) SO
2
(g) + 2H
2
S(g) 3/8S
8
(s) + 2H
2
O(g)
d) Fe
2
O
3
(s) + 6HCl(g) 2FeCl
3
(s) + 3H
2
O(g)
4. As entalpias padro de formao do propino (C
3
H
4
), propileno (C
3
H
6
) e propano (C
3
H
8
), todos
gasosos, so +185,4; +20,4 e +103,8 KJ/mol, respectivamente.
a) Calcule o calor liberado por mol na combusto de cada substncia para produzir CO
2
(g) e H
2
O(g).
b) Qual o combustvel mais eficiente em termos de calor liberado por unidade de massa?
5. Escreva a equao balanceada para a combusto de 1 mol de etanol (C
2
H
6
O ) e calcule o AH de
combusto.
Dados: AH
f
(CO
2
(g)) = -393,5 kJ/mol
AH
f
(H
2
O(g)) = -241,8 kJ/mol
84

AH
f
(C
2
H
6
O(l)) = -277,7 kJ/mol
6. Na respirao celular a glicose reage com o oxignio de acordo com a equao:
C
6
H
12
O
6
(s) + 6O
2
(g) 6CO
2
(g) + 6H
2
O(l)
Considerando os dados abaixo:
6C (graf) + 6H
2
(g) + 3O
2
(g) C
6
H
12
O
6
(s) H = -1275 kJ
C (graf) + O
2
(g) CO
2
(g) H = - 394 kJ
H
2
(g) + O
2
(g) H
2
O(l) H = -286 kJ
Use a lei de Hess para calcular o H do processo.
Unidade 12 Eletroqumica
o ramo da Qumica que estuda a relao entre a energia eltrica e as reaes qumicas.
A eletroqumica nos permite compreender como as reaes qumicas de oxidao-reduo espontneas
podem ser utilizadas para gerar eletricidade ou como a eletricidade pode ser utilizada para produzir uma
reao qumica no espontnea.
12.1 Reaes de oxidao-reduo ou Redox
So reaes qumicas que envolvem perda e ganho de eltrons simultaneamente.
Oxidao: a perda de eltrons, ocasionando o aumento do nmero de oxidao.
Reduo: o ganho de eltrons, ocasionando a diminuio do nmero de oxidao.
Agente oxidante ou oxidante: a substncia que contm o elemento que foi reduzido.
Agente redutor ou redutor: a substncia que contm o elemento que foi oxidado.
Exemplo: Zn(s) + 2H
+
(aq) Zn
2+
(aq) + H
2
(g)

0 +1 +2 0
Zn
0


Zn
2+
oxidao agente redutor
H
+
H
2
0
reduo agente oxidante
As reaes de oxi-reduo ocorrem quando os eltrons so transferidos do tomo oxidado para o tomo
reduzido.
12.2 Balanceamento de equaes de oxi-reuo
A quantidade de cada elemento deve ser a mesma em ambos os lados da equao.
Os eltrons recebidos e doados devem ser balanceados.
12.2.1 Regras de balanceamento de equaes por oxi-reduo
1 Determinar o Nox de todos os elementos antes e depois da reao e verificar os que sofrem oxidao e
reduo;
2 Calcular a variao total do Nox () do oxidante e do redutor da seguinte maneira:
= variao do Nox X nmero de tomos do elemento que sofreu oxidao ou reduo
85

3 Tomar o do oxidante como coeficiente do redutor e vice- versa;
4 Prosseguir o balanceamento pelo mtodo das tentativas e fazer os devidos ajustes.
Semi- reaes
Sn
2+
(aq) + 2Fe
3+
(aq) Sn
4+
+ 2Fe
2+
(aq)
Sn
2+
Sn
4+
+ 2e semi-reao de oxidao
2Fe
3+
+

2e 2Fe
2+
semi-reao de oxidao
OBS: No processo de oxidao e os eltrons so mostrados como produtos e no processo de reduo so
mostrados como reagentes.
Na reao redox como um todo, o nmero de eltrons perdidos na semi-reao de oxidao deve ser igual ao
nmero de eltrons ganhos na semi-reao de reduo. Quando essas condies so satisfeitas e cada semi-
reao estiver balanceada, os eltrons de cada lado cancelam-se quando as duas semi- reaes forem
somadas para fornecer a equao de oxi-reduo balanceada.
12.3 Balanceamento das equaes pelo mtodo das semi-reaes
Outra maneira de equilibrar as reaes de oxi-reduo pelo mtodo das equaes parciais ou semi-reaes.
Este tipo de balanceamento utilizado nas reaes de oxi-reduo que envolvam ons em soluo aquosa.
Esta soluo pode ser em meio cido (soluo cida) ou em meio bsico ou alcalino (soluo bsica ou
alcalina). O mtodo baseia-se na montagem de duas equaes parciais, uma envolvendo somente a reao de
oxidao e a outra somente a reao de reduo, no sendo necessrio determinar o Nox dos elementos.
O processo de oxidao e reduo pode ser verificado atravs da adio de eltrons. Conforme j
mencionado, na reao de oxidao os eltrons aparecem como produto (perda de eltrons) e no processo de
reduo os eltrons aparecem entre os reagentes da reao (ganho de eltrons).
12.3.1 Procedimento para balancear uma reao redox que ocorre em meio cido
1 Divida a equao em duas semi-reaes incompletas, uma para oxidao e outra para reduo;
2 Faa o balanceamento de cada semi- reao:
a) Primeiro, faa o balanceamento por tentativas de todos os elementos diferentes de oxignio e
hidrognio;
b) Em seguida, faa o balanceamento dos tomos de oxignio adicionando H
2
O;
c) Depois faa o balanceamento dos tomos de hidrognio adicionando H
+
;
d) Finalmente, faa o balanceamento da carga de eltrons do lado com maior carga positiva total.
3 Multiplique cada semi-reao por um nmero inteiro de tal forma que o nmero de eltrons despendidos
em uma semi-reao se iguale ao nmero de eltrons ganhos na outra.
4 Some as duas semi- reaes e simplifique quando possvel cancelando as espcies iguais que aparecem
em ambos os membros da equao
5 Confira a equao tendo certeza de que existe o mesmo nmero de tomos de cada tipo e a mesma carga
total em ambos os lados.
12.3.2 Procedimento para balancear uma reao redox que ocorre em meio bsico
1 Seguir os passos 1 e 2 da soluo cida;
A converso para a soluo bsica feita em trs etapas:
a) Para cada H
+
, adiciona-se em OH
-
em ambos os lados da equao;
b) Combina-se H
+
e OH
-
que aparecem do mesmo lado da equao para formar H
2
O;
c) Cancelam-se as molculas de gua que aparecem em ambos os lados da coao;
2 Repetir os passos 3, 4 e 5 da soluo cida.
86

12.4 Clulas voltaicas ou galvnicas
A energia liberada em uma reao redox espontnea pode ser usada para realizar trabalho eltrico, isto ,
produzir energia eltrica. Essa tarefa efetuada numa clula galvnica ou voltaica, dispositivo no qual a
transferncia de eltrons ocorre pelo caminho externo em vez de diretamente pelos reagentes.
Uma reao espontnea dessa ocorre quando uma tira de zinco colocada em contato com uma soluo
contendo Cu
2+
(colorao azul).
Os eltrons so transferidos do Zn
0
para o on Cu
2+
, formando Zn
2+
e Cu
0
. A medida que a reao prossegue,
a cor azul dos Cu
2+
(aq) vai desaparecendo, o Zn se dissolve e o cobre metlico (material escuro na lmina de
zinco e no fundo do bquer) deposita-se.
Essas transformaes so resumidas pela seguinte equao:
Zn(s) + Cu
2+
(aq) Zn
2+
(aq) + Cu(s)

12.4.1 Pilha de Daniell (montagem)
Nesse caso, o Zn metlico e os ons de Cu
2+
no esto diretamente em contato.
O Zn metlico colocado em contato com Zn
2+
(aq) em um compartimento da pilha, bem como o Cu
metlico colocado em contato com ons Cu
2+
(aq) em outro compartimento.
Em conseqncia, a reduo do Cu
2+
pode ocorrer apenas pelo fluxo de eltrons atravs de um circuito
externo, ou seja, por um fio que conecte as barras de Zn e Cu.
Os dois metais slidos conectados por um circuito externo so chamados de eletrodos.
nodo: eletrodo onde ocorre oxidao.
Ctodo: eletrodo onde ocorre reduo.
Semi-clula: cada um dos dois compartimentos da clula voltaica. Portanto, uma clula o local onde ocorre
a semi-reao de oxidao e a outra o local onde ocorre uma semi-reao de reduo.
No nosso exemplo podemos observar que uma semi-clula formada pela placa de zinco mergulhada numa
soluo de ZnSO
4
, a outra semi-clula formada pela placa de cobre mergulhada numa soluo de CuSO
4
.
As duas solues so colocadas em contato atravs de uma ponte salina ou usamos uma placa ou disco
poroso, que tem por finalidade permitir a migrao de ons que mantm a neutralidade eltrica das solues,
porque para que uma clula voltaica funcione necessrio que as solues das duas semi-clulas
permaneam eletricamente neutras. Uma ponte salina consiste em um tubo que contm uma soluo, como
NaNO
3
(aq), cujos ons no reagem com os outros da clula ou com os materiais dos eletrodos.
Quando feito o contato entre as duas barras atravs de um fio, que possui um voltmetro observamos as
seguintes reaes:
Zn(s) Zn
2+
(aq) + 2e (semi- reao de oxidao)
Cu
2+
(aq) + 2e Cu(s) (semi-reao de reduo)
Os eltrons tornam-se disponveis medida que o Zn metlico oxidado. Portanto, os eltrons partem da
placa de zinco, plo negativo da pilha ou nodo, dirigindo-se pelo fio para a placa de cobre, plo positivo ou
ctodo. Como o Zn oxidado na clula, o eletrodo de Zn perde massa e a concentrao de Zn
2+
aumenta
conforme a pilha funciona. De forma semelhante, o eletrodo de Cu ganha massa e a soluo de Cu
2+
torna-se
menos concentrada medida que o Cu
2+
reduzido a Cu(s).
Conforme a oxidao e a reduo ocorrem nos eletrodos os ons da ponte salina migram para neutralizar a
carga nos compartimentos da clula. Qualquer que seja o meio usado para permitir que os ons migrem entre
as semi-clulas, os nions sempre migram no sentido do nodo e os ctions no sentido do ctodo.
Na figura abaixo representamos a pilha de Danniel:
87


nions Ctions
Resumindo:
A oxidao ocorre no nodo;
A reduo ocorre no ctodo;
Os eltrons fluem espontaneamente do nodo para o ctodo;
O circuito eltrico completado pelo movimento de ons na soluo;
Os nions movimentam-se no sentido do nodo;
Os ctions movimentam-se no sentido do ctodo;
Os compartimentos da clula podem ser separados por uma barreira de vidro poroso ou por uma
ponte salina;
O eletrodo negativo (nodo) perde massa e a concentrao de ctions aumenta na soluo;
O eletrodo positivo (ctodo) ganha massa e a concentrao de ctions na soluo torna-se menor;
Funo do fio metlico: permitir a transferncia de eltrons do nodo para o ctodo.
12.5 Fora eletromotriz (Fem) da pilha
A diferena de potencial entre dois eletrodos em uma clula voltaica fornece a fora diretora que empurra os
eltrons por um circuito externo. Consequentemente, chamamos essa diferena de potencial de fora
eletromotriz (provoca o movimento de eltrons) ou fem. A fem de uma pilha, denominada E
0
cel
, tambm
chamada potencial da clula. Como E
0
cel
medido em volts, geralmente nos referimos a ele como voltagem
da clula. Para qualquer reao da clula que prossegue espontaneamente, como da clula voltaica, o
potencial da clula ser positivo.
A fem de uma clula voltaica em particular depende das reaes especficas que ocorrem no ctodo e no
nodo, das concentraes dos reagentes e produtos e da temperatura, que suporemos ser 25
o
C. Nessa seo
focaremos as clulas que funcionam a 25
o
C sob condies-padro, isto , com concentraes de 1mol/L
para reagentes e produtos na soluo e 1atm de presso para os gases. Para a clula voltaica Zn-Cu do
exemplo dado, o potencial a 25
o
C 110V.
Zn(s) + Cu
2+
(aq, 1mol/L) Zn
2+
(aq, 1mol/L) + Cu(s) E
0
cel
= +1,10V
Conforme mencionado acima, os processos qumicos que constituem qualquer clula voltaica so
espontneos. Os eltrons fluem do nodo de uma clula voltaica para o ctodo devido diferena na energia
potencial. A energia potencial dos eltrons mais alta no nodo do que no ctodo e, por isso, eles fluem
espontaneamente por um circuito externo do nodo para o ctodo.
O potencial da clula, E
0
cel
dado pelo potencial-padro de reduo da reao do ctodo, E
0
red
(ctodo),
menos o potencial-padro de reduo da reao do nodo, E
0
red
(nodo).
E
0
cel
= E
0
red
(ctodo) - E
0
red
(nodo)
88

Como toda clula voltaica envolve duas semi-clulas, no possvel medir o potencial-padro de reduo
diretamente. Entretanto, se atribuirmos um potencial-padro de reduo para determinada semi-reao de
referncia, podemos, ento, determinar os potenciais-padres de reduo de outras semi-reaes em relao
quela referncia. Foi escolhido como referncia a semi-reao de reduo de H
+
(aq) a H
2
(g) sob condies-
padro, ao qual atribudo um potencial-padro de reduo de zero volt.
2 H
+
(aq, 1mol/L) +2e H
2
(g, 1mol/L) E
0
red
= 0V
O eletrodo desenvolvido para produzir essa reao chamado de eletrodo-padro de hidrognio (EPH).
Como o potencial eltrico mede a energia potencial por carga eltrica, os potenciais-padres de reduo so
propriedades intensivas. Assim, a variao do coeficiente estequiomtrico em uma semi-reao no afeta o
valor do potencial-padro de reduo. Por exemplo: E
0
red
para a reduo de 2 mols de Zn
2+
o mesmo que
aquele para reduo de 1mol de Zn
2+
.
2 Zn
2+
(aq, 1mol/L) +4e 2Zn(s) E
0
red
= -0,76V
Em anexo apresentamos uma tabela de potenciais-padres de reduo de alguns eletrodos a 25
o
C.

12.6 Agentes oxidantes e redutores

Podemos generalizar a relao entre o valor de E
0
red
e a espontaneidade de uma reao redox como:
Como mais positivo (maior) o valor do E
0
red
para uma semi- reao, maior a tendncia para o reagente
da semi-reao ser reduzido e, em consequncia, de oxidar a outra espcie.
Na tabela dada, a espcie mais facilmente reduzida o flor, F
2
, de forma que o agente oxidante mais forte
entre os testados.
F
2
(g) +2e 2F
+
(aq) E
0
red
= +2,87V
Entre os agentes oxidantes mais utilizados esto os halognios, o oxignio e os oxinions, como MnO
4
-
,
Cr
2
O
7
2-
e NO
3
-
, cujos tomos centrais tm estados de oxidao altos e positivos.
O on Li+ a espcie mais difcil de se reduzir e , por isso, o pior agente oxidante.
Li
+
(aq) +e Li(s) E
0
red
= -3,05V
Como Li
+
muito difcil de reduzir, a reao inversa, a oxidao do Li(s) a Li
+
(aq), uma reao altamente
favorvel. A semi-reao com menor potencial de reduo o mais facilmente invertida como uma
oxidao. Portanto, o ltio metlico tem alta tendncia em transferir eltrons para outras espcies. Na gua, o
Li o agente redutor mais forte entre as substncias listadas na Tabela dada.
Agentes redutores comumente utilizados incluem o hidrognio, H
2
, e os metais alcalinos e alcalinos terrosos.
Outros metais cujos ctions tm valor do E
0
red
negativo (Zn e Fe, por exemplo) so usados como agentes
redutores.
12.7 Espontaneidade de reaes redox

A equao seguinte refere-se s reaes redoxes em geral, no apenas s reaes em clulas voltaicas.
E
0

= E
0
red
(processo de reduo) - E
0
red
(processo de oxidao)
Um valor positivo de E indica um processo espontneo e um valor negativo de E indica um processo no
espontneo. Usaremos E para representar a fem sob condies no-padro, e E
0
para indicar a fem padro.
12.8 Efeito da concentrao na fem da pilha
Verificamos como calcular a fem de uma clula quando reagentes e produtos esto sob condies- padro.
Entretanto, medida que uma clula voltaica descarregada, os reagentes da reao so consumidos e os
89

produtos so gerados, de forma que as concentraes dessas substncias variam. A fem cai progressivamente
at E = 0, no ponto no qual dizemos que a pilha acabou. Naquele ponto as concentraes dos reagentes
param de variar; eles esto em equilbrio. Estudaremos como a fem das pilhas depende das concentraes
dos reagentes e produtos da reao da pilha. A fem gerada sob condies no-padro podem ser calculadas
usando uma equao elaborada por Walther Nernest, qumico alemo que estabeleceu muitas
fundamentaes tericas da eletroqumica.
12.8.1 Equao de Nernst
A dependncia da fem da pilha com a concentrao pode ser obtida a partir da dependncia da variao da
energia livre, G, est relacionada com a variao da energia livre padro, G
0
.
G = G
0
+ RT ln Q
A grandeza Q o quociente de reao, que tem a forma da expresso da constante de equilbrio exceto que
as concentraes so as que existem na mistura da reao em certo momento.
A variao da energia livre (G) uma medida da espontaneidade de um processo que ocorre a temperatura
e presso constantes. Uma vez que a fem, E, de uma reao redox indica que a reao espontnea, a fem de
energia livre esto descritas pela equao:
G = - nFE
Onde n um nmero positivo sem unidades que representa o nmero de eltrons transferidos na reao. A
constante F chamada de constante de Faraday, e a grandeza de carga eltrica em 1mol de eltrons. Essa
grandeza de carga chamada faraday (F).
1F = 96500C/mol = 96500JV
-1
mol
-1

A unidade de G J/mol.
Tanto n quanto F so nmeros positivos. Portanto, um valor positivo de E na equao leva a um valor
negativo de G. Lembre-se que tanto um valor positivo do E quanto um valor negativo de G indicam que
uma reao espontnea. Quando os reagentes e produtos esto todos em seus estados-padro, a equao
pode ser modificada para relacionar G e E.
G
0
= - nFE
0
Substituindo na equao de Nernst temos:
- nFE = - nFE
0
+ RT ln Q
A resoluo dessa equao para E fornece a equao de Nernst:
E = E
0
- RT log Q
nF
Essa equao comumente expressa em termos de logaritmos mais comuns (base 10).
E = E
0
2,303RT log Q
nF
A T = 298K, a grandeza 2,303RT/F igual a 0,0592V, logo a equao se simplifica para:
E = E
0
0,0592V log Q (T = 298 K)
n
Podemos usar essa equao para encontrar a fem produzida por uma clula sob condies no-padro ou
para determinar a concentrao de um reagente ou produto medindo a fem da clula.
Exemplo: Para a seguinte equao j abordada anteriormente temos:
Zn(s) + Cu
2+
(aq) Zn
2+
(aq) + Cu(s)
Nesse caso, n=2 (dois eltrons so transferidos do Zn para o Cu
2+
) e a fem +1,10 V. Assim, a 298K, a
equao de Nernest fornece:
90

E = 1,10 V 0,0592V log [Zn
2+
]
2 [Cu
2+
]

Lembre-se de que slidos puros so excludos da expresso para Q. De acordo com a equao acima, a fem
aumenta medida que [Cu
2+
] e [Zn
2+
] diminui. Por exemplo, quando [Cu
2+
] 5,0 mol/L e [Zn
2+
] 0,0050
mol/L, temos:
E = 1,10 V 0,0592V log 0,050
2 5,0
E = 1,10 V 0,0592V log (-2,00) = 1,16V
2
Portanto, o aumento da concentrao do reagente (Cu
2+
) e a diminuio da concentrao do produto (Zn
2+
)
em relao s condies-padro aumentam a fem da pilha (E = 1,16 V) em relao s condies-padro (E
0

= + 1,10V).
Em geral, se as concentraes dos reagentes aumentam em relao s concentraes dos produtos, a fem
aumenta. Contrariamente, se as concentraes dos produtos aumentam em relao aos reagentes, a fem
diminui. medida que a clula voltaica funciona, os reagentes so convertidos em produtos, o que aumenta
o valor de Q e diminui a fem.
12.9 Baterias ou pilhas
Uma bateria um recipiente contendo uma fonte de fora eletroqumica com uma ou mais clulas voltaicas.
Quando as clulas so conectadas em srie, maiores Fems podem ser alcanadas.





12.9.1 Bateria de chumbo e cido
Uma bateria de carro de 12 V consiste de 6 pares de catodo/anodo, cada um produzindo 2 V.
Ctodo: PbO
2
em uma grade de metal em cido sulfrico:
PbO
2
(s) + SO
4
2-
(aq) + 4H
+
(aq) + 2e
-
PbSO
4
(s) + 2H
2
O(l)
nodo: Pb:
Pb(s) + SO
4
2-
(aq) PbSO
4
(s) + 2e
-



A reao eletroqumica global
PbO
2
(s) + Pb(s) + 2SO
4
2-
(aq) + 4H
+
(aq) 2PbSO
4
(s) + 2H
2
O(l)
91

E
cel
= E
red
(catodo) E
red
(anodo)
E
cel
= (+1,685 V) (-0,356 V) = +2,041 V.
Espaadores de madeira ou fibra de vidro so usados para evitar que os eletrodos se toquem.
12.9.2 Pilhas alcalinas
nodo: tampa de Zn:
Zn(s) Zn
2+
(aq) + 2e
-

Ctodo: pasta de MnO
2
, NH
4
Cl e C:
2NH
4
+
(aq) + 2MnO
2
(s) + 2e
-
Mn
2
O
3
(s) + 2NH
3
(aq) + 2H
2
O(l)
O basto de grafite no centro um ctodo inerte.
Em uma bateria alcalina, o NH
4
Cl substitudo por KOH.



12.9.3 Clulas de combustvel
A produo direta de eletricidade a partir de combustveis ocorre em uma clula de combustvel.
Nos vos lua da Apollo a clula de combustvel H
2
-O
2
era a fonte primria de eletricidade.
Ctodo: reduo de oxignio:
2H
2
O(l) + O
2
(g) + 4e
-
4OH
-
(aq)
nodo:
2H
2
(g) + 4OH
-
(aq) 4H
2
O(l) + 4e
-

4.20 Corroso do ferro
Uma vez que E
red
(Fe
2+
) < E
red
(O
2
), o ferro pode ser oxidado pelo oxignio.
Ctodo: O
2
(g) + 4H
+
(aq) + 4e
-
2H
2
O(l).
nodo: Fe(s) Fe
2+
(aq) + 2e
-
.
O oxignio dissolvido em gua normalmente provoca a oxidao de ferro.
O Fe
2+
inicialmente formado pode ser ainda mais oxidado a Fe
3+
, que forma a ferrugem, Fe
2
O
3

.
x H
2
O(s).A
oxidao ocorre no local com a maior concentrao de O
2
.
12.10 Prevenindo a corroso do ferro
A corroso pode ser impedida atravs do revestimento do ferro com tinta ou um outro metal.
O ferro galvanizado revestido com uma fina camada de zinco.
92

O zinco protege o ferro uma vez que o Zn o anodo e Fe o catodo:
Zn
2+
(aq) +2e
-
Zn(s) E
red
= -0,76 V
Fe
2+
(aq) + 2e
-
Fe(s) E
red
= -0,44 V
Com os potenciais padres de reduo acima, o Zn mais facilmente oxidvel do que o Fe.



Para a proteo do encanamento subterrneo, um anodo de sacrifcio adicionado.
O tubo de gua transformado no catodo e um metal ativo usado como o anodo.
Frequentemente, o Mg usado como o anodo de sacrifcio:
Mg
2+
(aq) +2e
-
Mg(s) E
red
= -2,37 V
Fe
2+
(aq) + 2e
-
Fe(s) E
red
= -0,44 V


Exerccios
1. D os nmeros de oxidao de cada elemento nos seguintes compostos:

a) NO
2
b) SO
3
c) H
2
SO
4
d) KClO
3
e) HNO
3

2. Escreva as equaes balanceadas inicas lquidas para as seguintes reaes em solues cidas:
a) Zn(s) + VO
2+
(aq) Zn
2+
(aq) + V
3+
(aq)
b) Ag(s) + NO
3
-
(aq) Ag
+
(aq) + NO
2
(g)
c) Mg(s) + VO
4
3-
(aq) Mg
2+
(aq) + V
2+
(aq)
d) I
-
(aq) + IO
3
-
(aq) I
3
-
(aq).
3. Escreva as equaes balanceadas inicas lquidas para as seguintes reaes em solues bsicas:

a) MnO
4
-
(aq) + IO
3
-
(aq) MnO
2
(s) + IO
4
-
(aq)
b) Cu(OH)
2
(s) + N
2
H
4
(aq) Cu(s) + N
2
(g)
c) Fe(OH)
2
(s) + CrO
4
2-
(aq) Fe(OH)
3
(s) + Cr(OH)
4
-
(aq)
d) H
2
O
2
(aq) + ClO
4
-
(aq) ClO
2
-
(aq) + O
2
(g)
4. Descreva as celas galvnicas que usam as seguintes reaes, em cada caso, escreva as meias reaes do
nodo e do ctodo e esquematiza o experimento. Marque o nodo e o ctodo, identifique o sinal de cada
eletrodo e indique a direo do fluxo de ons e eltrons.

a) Cd(s) + Sn
2+
(aq) Cd
2+
(aq) + Sn(s)
b) 2Al(s) + 3Cd
2+
(aq) 3Al
3+
(aq) + 3Cd(s)
93

5. Escreva as equaes balanceadas para os eletrodos das reaes totais das celas nas seguintes celas
galvnicas. Esquematize cada cela, marcando o nodo e o ctodo e mostre a direo do fluxo dos
eltrons e ons.

a) Co(s)/Co
2+
(aq) // Cu
2+
(aq)/Cu(s)
b) Fe(s)/Fe
2+
(aq) // O
2
(g)/H
+
(aq), H
2
O(l)/Pt(s)
6. A bateria de xido de zinco usada para ajudar deficientes auditivos libera uma voltagem de 1,60V.
Calcule a variao de energia livre (em kilojoules) para a reao de cela:
Zn(s) + Ag
2
O(s) ZnO(s) + 2Ag(s)
7. Calcule E
o
para cada uma das seguintes reaes, e digam quais so espontneas sob o estado padro:
a) 2Fe
2+
(aq) + Pb
2+
(aq) 2Fe
3+
(aq) + Pb(s)
b) Mg(s) + Ni
2+
(aq) Mg
2+
(aq) + Ni(s)
8. O que ferrugem? Qual o motivo dela se formar? O que pode ser feito para prevenir sua formao?
9. De uma clula galvnica so conhecidas as semi-reaes e seus respectivos potenciais-padro:
Zn
2+
(aq) + 2 Zn(s) E = -0,763 V
Al
3+
(aq) + 3 Al(s) E = -1,66 V
Escreva as semi-reaes balanceadas para os eletrodos e indique-os (nodo e ctodo).

a) Escreva a reao global da clula galvnica.

b) Qual o sentido do fluxo de eltrons (indique os eletrodos)?

d) Em qual eletrodo ocorre corroso?

e) Indique o plo negativo da clula.

f) Qual a Fem (E
0
) gerada pela clula sob condies padres?

Referncias bibliogrficas

1) Brown, L. T.; Lemay Jr., H. E.; Bursten, B. E.; Burdge, J. R. Qumica a Cincia Central. 9 ed. So
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
2) Russel, J. B. Qumica Geral v. 1 e v. 2, 2 ed. So Paulo: Makron Books, 1994.
3) Brown, L. S.; Holme, T. A. Qumica Geral Aplicada Engenharia, 1 ed. So Paulo: Cengage Learning,
2009.
4) Jones, L.; Atkins, P. Princpios de Qumica questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed.
Artmed Bookman, 2006.

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