Cultivo Do Mlho

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CULTIVO DO MLHO Economia da produo Introduo O desenvolvimento da produo e do mercado do milho devem ser analisados, preferencialmente, sob a tica

das cadeias produtivas ou dos sistemas agro-industriais (SAG). O milho insumo para produo de uma centena de produtos, porm na cadeia produtiva de sunos e aves so consumidos aproximadamente 70% do milho produzido no mundo e entre 70 e 80% do milho produzido no Brasil. Assim sendo, para uma melhor abordagem do que est ocorrendo no mercado do milho torna-se importante, alm da anlise de dados relativos ao produto milho "per si", tambm uma viso, ainda que superficial, do panorama mundial e nacional da produo e consumo da carne de suno e de frango e de como o Brasil se posiciona neste contexto, para que seja possvel o melhor entendimento das possibilidades futuras do milho no Brasil. Panorama Internacional Produo de Milho Os maiores produtores mundiais de milho so os Estados Unidos, China e Brasil, que, em 2005, produziram: 280,2; 131,1; e 35,9 milhes de toneladas, respectivamente (Tabela 1). Tabela 1. Principais pases produtores de milho - 2001-2005. Pases/Anos Produo (1.000 t) 2001 2002 2003 2004 Estados Unidos 241.485 228.805 256.905 299.917 China 114.254 121.497 115.998 130.434 Brasil 41.955 35.933 48.327 41.806 Mxico 20.134 19.299 19.652 22.000 Argentina 15.365 15.000 15.040 15.000 ndia 13.160 10.300 14.720 14.000 Frana 16.408 16.440 11.991 16.391 Indonsia 9.347 9.654 10.886 11.225 frica do Sul 7.772 10.076 9.705 9.965 Itlia. 10.554 10.554 8.702 11.375 Fonte FAO - Agridata

2005 280.228 131.145 34.860 20.500 19.500 14.500 13.226 12.014 11.996 10.622

De uma produo total, no ano de 2005, de cerca de 708 milhes de toneladas (USDA, 2006), cerca de 75 milhes so comercializadas internacionalmente (aproximadamente 10% da produo total em 2005, com uma expectativa de 11,5% em 2006). Isto indica que o milho destina-se principalmente ao consumo interno. Deve-se ressaltar que, dado seu baixo custo de mercado, os custos de transporte afetam muito a remunerao da produo obtida em regies distantes dos pontos de consumo, reduzindo o interesse no deslocamento da produo a maiores distncias, ou em condies que a logstica de transporte desfavorvel.

O mercado mundial de milho abastecido basicamente por trs pases, os Estados Unidos (46 milhes de t de exportaes em 2005), a Argentina (14,0 milhes de t em 2005) e a frica do Sul (2,3 milhes de t em 2005). A principal vantagem destes pases uma logstica favorvel, que pode ser decorrente da excelente estrutura de transporte (caso dos EUA), proximidade dos portos (caso da Argentina) ou dos compradores (caso da frica do Sul). O Brasil eventualmente participa deste mercado, porm, a instabilidade cambial e a deficincia da estrutura de transporte at aos portos tm prejudicado o pas na busca de uma presena mais constante no comrcio internacional de milho. Os principais consumidores so o Japo (16,5 milhes de t em 2005), Coria do Sul (8,5 milhes de t em 2005), Mxico (6,0 milhes de t em 2005) e Egito (5,2 milhes de t em 2005). Outros importadores relevantes so os pases da Sudeste de sia (2,9 milhes de t em 2005) e a Comunidade Europia (2,5 milhes de t em 2005). Nestes dois ltimos casos, alm das importaes ocorre um grande montante de trocas entre os pases que compem cada um destes blocos. Um fato importante a destacar que a China vem gradativamente diminuindo seus estoques (formados, em grande parte como poltica derivada da Guerra Fria), por meio de uma agressiva poltica de exportao. Como a produo chinesa no tem sido suficiente para atender uma demanda crescente, a China dever, em uma primeira fase reduzir as exportaes e, em uma segunda fase passar de exportadora a importadora lquida de milho, em um curto perodo de tempo. Essa situao abrir um mercado de cerca de oito ou nove milhes de toneladas adquiridas anualmente por pases asiticos que tradicionalmente compravam da China. Para finalizar, est ocorrendo um processo de incremento de produo de etanol a partir do milho, nos Estados Unidos, o que pode incrementar o consumo interno deste cereal e reduzir as quantidades disponveis para exportao, no pas que responsvel por mais de 50% da quantidade comercializada internacionalmente. Sunos e aves As principais utilizaes do milho no mundo so as atividades de criao de aves e sunos. Existem previses de que a demanda mundial de carnes continue crescendo e estimativas apontam um consumo superior a 110 milhes de toneladas de carne suna e quase 70 milhes de toneladas de carne de frango, at o ano de 2015 . A China o pas que mais produz e consome carne suna: aproximadamente 50 milhes de toneladas. O segundo lugar ocupado pelos Estados Unidos, com cerca de 9,5 milhes de toneladas. O Brasil o stimo produtor mundial (Tabela 1.2). O consumo per capita registrado com Brasil, de 12 kg/hab/ano, ainda baixo quando comparado com o observado na China, Estados Unidos e Unio Europia, que de 30, 28 e 42 kg/hab/ano, respectivamente. O crescimento verificado nos ltimos anos da China impressionante, pois, nos ltimos anos, foi incorporada produo uma quantidade quase equivalente ao total de carne suna produzida nos Estados Unidos. Com certeza este crescimento est exercendo uma forte presso sobre a quantidade demandada de milho para alimentao do rebanho suno. Tabela 2. Principais pases produtores de carne suna - 2001-2005.

Produo (1.000 t) 2001 2002 China 42.982 44.358 Estados Unidos 8.691 8.929 Alemanha 4.074 4.110 Espanha 2.989 3.070 Brasil 2.637 2.798 Frana 2.315 2.346 Vietn 1.515 1.654 Canad 1.731 1.858 Polona 1.849 2.023 Dinamarca 1.716 1.759 Total Mundial 92.082 95.249 Fonte FAO - Agridata

Pases/Anos

2003 46.233 9.056 4.239 3.190 3.059 2.339 1.795 1.882 2.209 1.762 98.473

2004 48.118 9.312 4.323 3.176 3.110 2.293 2.012 1.936 1.956 1.810 100.484

2005 50.095 9.402 4.505 3.310 3.110 2.257 2.100 1.960 1.923 1.800 102.523

O custo de produo de carne suna na China (US$ 1,32/kg vivo), entretanto, mais que o dobro do verificado no Brasil (US$ 0,62/kg vivo) e maior que os observados na Unio Europia (US$ 1,10/kg vivo) e Estados Unidos (US$0,77/kgvivo). Alm disso, os nmeros de animais por km 2 , que so de 50,6 na China; 36,8 na Unio Europia e 10,2 nos Estados Unidos, so substancialmente maiores que os aproximadamente 4,5 animais por km 2 no Brasil. A alta densidade populacional de sunos traz srias implicaes ambientais, derivadas dos efeitos nocivos causados pela disposio dos dejetos dos animais no meio ambiente, e j afeta as decises sobre a localizao de novos empreendimentos voltados para a criao de sunos. Deve-se registrar que, mesmo no Brasil, estas consideraes crescem de importncia e tem direcionado a produo para reas com menor concentrao de animais e menor impacto ambiental da disposio dos resduos, localizadas principalmente na regio Centro-Oeste. Com relao produo de carne de frango, os Estados Unidos, com aproximadamente 16 milhes de toneladas o maior produtor mundial, seguido pela China e Brasil (Tabela 1.3). A produo mundial crescente, porm o crescimento se distribui de maneira mais uniforme entre os principais produtores. Tabela 3. Principais pases produtores de carne de aves. 2001-2005 Pases /Anos Produo (1.000 t) 2001 2002 2003 2004 2005 Estados Unidos 14.267 14.701 14.924 15.514 16.026 China 9.070 9.275 9.660 9.895 10.149 Brasil 6.208 7.050 7.760 8.668 8.668 Mxico 1.928 2.076 2.116 2.225 2.225 ndia 1.250 1.400 1.600 1.650 1.900 Espanha 1.009 1.191 1.185 1.268 1.320 Reino Unido 1.263 1.272 1.295 1.288 1.309 Indonsia 900 1.083 1.118 1.191 1.245 Japo 1.216 1.229 1.239 1.242 1.240 Federao 862 938 1.030 1.152 1.130

Russa Total Mundial 61.523 Fonte FAO - Agridata Panorama Nacional Produo de Milho

64.262

65.874

68.322

69.892

A produo de milho no Brasil tem se caracterizado pela diviso da produo em duas pocas de plantio (Tabela 1.4). Os plantios de vero, ou primeira safra, so realizados na poca tradicional, durante o perodo chuvoso, que varia entre fins de agosto na regio Sul at os meses de outubro/novembro no Sudeste e Centro Oeste (no Nordeste este perodo ocorre no incio do ano). Mais recentemente tem aumentado a produo obtida na chamada "safrinha", ou segunda safra. A "safrinha" se refere ao milho de sequeiro, plantado extemporaneamente, em fevereiro ou maro, quase sempre depois da soja precoce, predominantemente na regio Centro-Oeste e nos estados do Paran e So Paulo. Verifica-se um decrscimo na rea plantada no perodo da primeira safra, em decorrncia da concorrncia com a soja, o que tem sido parcialmente compensado pelo aumento dos plantios na "safrinha". Embora realizados em uma condio desfavorvel de clima, os plantios da "safrinha" vem sendo conduzidos dentro de sistemas de produo que tem sido gradativamente adaptados a estas condies, o que tem contribudo para elevar os rendimentos das lavouras. Tabela 4. Produo Brasileira de Milho. Safra 2001 2002 2003 2004 2005 Produo (1.000 t) Total 42.290 35.267 47.411 42.192 39.040 1 Safra 35.833 29.086 34.614 31.617 29.319 2 Safra 6.457 6.181 12.797 10.574 9.721 rea plantada (1.000 ha) Total 12.973 12.298 13.226 12.822 12.297 1 Safra 10.546 9.413 9.664 9.465 9.195 2 Safra 2.426 2.885 3.563 3.357 3.102 Rendimento (kg.ha -1 ) Total 3.260 2.868 3.585 3.291 3.175 1 Safra 3.398 3.090 3.582 3.340 3.189 2 Safra 2.661 2.142 3.592 3.150 3.134 Fonte: CONAB (2006) A baixa produtividade mdia de milho no Brasil (3.175 kg por hectare) no reflete o bom nvel tecnolgico j alcanado por boa parte dos produtores voltados para lavouras comerciais, uma vez que as mdias so obtidas nas mais diferentes regies, em lavouras com diferentes sistemas de cultivos e finalidades. O milho cultivado em praticamente todo o territrio, sendo que 90 % da produo concentraram-se nas regies Sul (43 % da produo), Sudeste (25 % da produo) e Centro - Oeste (22% da produo). A participao dessas regies em rea plantada e

produo vem se alterando ao longo dos anos. A evoluo da produo de milho 1 a safra e 2 a safra, nas principais regies produtoras e respectivos estados, mostrada nas Tabelas 5 e 6. Tabela 5. Produo de milho 1 a safra. Centro-Sul. Brasil. Em 1.000 t. REGIO/UF 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 CENTRO-OESTE 5.733 3.884 4.088 3.852 3.308 MT 891 680 772 678 532 MS 1.204 638 681 539 441 GO 3.517 2.435 2.483 2.476 2.165 DF 120 131 153 159 169 SUDESTE 7.687 8.165 8.865 9.515 9.466 MG 4.153 4.657 5.208 5.903 6.068 ES 129 138 145 125 119 RJ 28 27 22 24 26 SP 3.376 3.344 3.490 3.463 3.251 SUL 19.630 14.391 17.658 14.363 10.926 PR 9.446 7.380 8.140 7.523 6.537 SC 3.947 3.106 4.235 3.340 2.818 RS 6.237 3.906 5.283 3.500 1.571 CENTRO-SUL 33.049 26.441 30.611 27.730 23.701 BRASIL 35.833 29.086 34.614 31.617 27.272 Fonte: CONAB (2006) Nota-se que a produo obtida na primeira safra (com exceo do ano da safra 2004/05, afetada por problemas climticos) manteve-se relativamente estvel, em que pese a reduo da rea plantada (e mesmo o deslocamento das melhores reas e dos agricultores comerciais para a cultura da soja). Este equilbrio foi conseguido pelo incremento da produtividade agrcola nos principais estados produtores, nos quais, a produtividade mdia na safra de vero (1 a safra) j superior a 4500 kg/ha. A produtividade na safrinha (2 a safra), embora menor que da safra normal, tem mostrado tendncia de crescimento, demonstrando a maior difuso de tecnologias de produo nesta poca de plantio, apesar das restries climticas. Sunos e aves Diferente do que acontece no mundo, onde a carne suna a mais consumida, no Brasil a carne mais consumida a de frango, seguida da carne bovina e suna. A tabela 7 mostra a evoluo da produo de carnes no Brasil (os dados diferem dos das tabelas 2 e 3, devido diferena de fontes). Tabela 6. Produo de milho na 2 a safra. Brasil. Em 1.000 t. REGIO/UF 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 NORDESTE 121 265 254 219 BA 121 265 254 219

2004/05 219 219

CENTRO-OESTE 2.502 MT 953 MS 970 GO 563 DF 16 SUDESTE 905 MG 75 SP 831 SUL 2.929 PR 2.929 CENTRO-SUL 6.336 BRASIL 6.457 Fonte: CONAB (2006)

3.204 1.519 708 959 17 729 131 598 1.983 1.983 5.916 6.181

5.843 2.456 2.359 1.002 27 1.183 120 1.063 5.517 5.517 12.543 12.797

5.503 2.768 1.814 896 24 1.134 98 1.036 3.669 3.669 10.306 10.574

4.603 2.938 998 636 30 836 104 732 1.806 1.806 7.246 7.704

No que se refere carne de frango, este o segmento do setor de protenas animais que mais cresce no pas, sendo impulsionado pelas exportaes. Do total produzido em 2004, cerca de 71% destinaram-se ao mercado interno e 29% foram exportados. O Brasil o maior exportador mundial de carne de frango e exportou, em 2004, para 136 diferentes pases, sendo que os do Oriente Mdio, sia e Unio Europia foram os que mais adquiriram frango brasileiro. Mais recentemente verifica-se um forte incremento das exportaes de carnes bovinas. A evoluo das exportaes brasileiras de carnes est na Tabela 8. As exportaes de bovinos e aves foram as que mais cresceram. Para atender crescente demanda por rao animal, estima-se que sero consumidas 42 milhes de toneladas de milho em 2005, representando um acrscimo de 8% em relao ao ano anterior. (Tabela 1.9). Para 2015, estima-se que para atender, primordialmente, o segmento de rao animal, a produo brasileira de milho ter que ser de aproximadamente 55 milhes de toneladas. Tabela 7. Evoluo da produo de carnes no Brasil (em 1.000 t) Ano Aves Sunos Bovinos 1997 3.891,2 1.010,4 3.334,9 1998 4.196,0 1.119,1 3.397,9 1999 4.681,3 1.237,8 3.806,7 2000 5.082,0 1.348,5 3.899,8 2001 5.566,7 1.588,1 4.330,3 2002 6.068,9 1.881,1 4.699,6 2003 6.226,4 1.917,5 4.977,2 2004 7.060,0 1.867,6 5.922,3 Fonte: IBGE Tabela 8. Evoluo das exportaes brasileiras de carnes. Em toneladas TIPO 2000 2001 2002 2003 2004 Carne Suna "in natura" 116.006 247.369 449.202 458.031 470.969

(2006)

Carne Peru "in natura" 42.487 67.952 Carne Frango Industr. 9.349 16.599 Carne Frango "in natura" 906.746 1.249.288 Carne Bovina Industr. 132.242 132.636 Carne Bovina "in natura" 188.657 368.286 Fonte: MDIC/SECEX

89.151 24.963 1.599.924 160.480 430.272

110.446 37.730 1.922.046 180.406 620.118 -

134.338 45.177 2.424.513 231.696 925.071 ALICE

Tabela 9. Consumo de milho por segmento. Milhes de t. Carne 2004 2005 Frango Ovo Sunos Bovinos Outros Raes Fonte: Sindiraes 13,70 2,20 7,60 1,05 1,45 26,00 14,60 2,30 8,40 1,21 1,49 28,00

Variao (%) 7 5 11 15 3 8

2005/04

Outro aspecto relevante que deve ser destacado a localizao das unidades industriais de sunos e aves. A regio Sul ainda concentra a maioria da produo e vem apresentando crescimento dessa atividade. Mais recentemente, a produo de sunos e de frangos na regio Centro-Oeste vem mostrando forte expanso, vinculada crescente produo de soja e milho nessa regio. Essa tendncia plenamente justificvel em razo do peso que representa o milho e soja no custo final da rao, tanto para aves quanto para sunos. Alm disso, o custo de transporte, especialmente no Brasil, onde so precrias as condies de infra-estrutura, onera muito o preo do milho quando transportado a longas distncias, refletindo na elevao do custo da rao. Assim, h tendncia de se consumir o milho o mais prximo possvel das reas de produo. Mercado do Milho O milho se caracteriza por se destinar tanto para o consumo humano como por ser empregado para alimentao de animais. Em ambos os casos, algum tipo de transformao industrial ou na prpria fazenda pode ser necessria. Um resumo de possveis utilizaes do milho pode ser encontrada na Tabela 10. Nas sees seguintes, as principais transformaes necessrias para o consumo animal e humano sero exploradas. Consumo Humano Mesmo para o consumo humano, o milho necessita de alguma transformao. exceo do consumo quando os gros esto em estado leitoso, ou "verde", os gros secos no podem ser consumidos diretamente pelos seres humanos. O milho pode ser industrializado atravs dos processos de moagem mida e seca. Este ltimo o mais utilizado no Brasil. Deste processo resultam subprodutos como a farinha de milho, o fub, a quirera, farelos, leo e farinha integral desengordurada, envolvendo escalas menores de produo e menor investimento industrial. O

processamento industrial do milho rende, em mdia, 5% do seu peso na forma de leo. Atravs do processo de moagem mida o principal subproduto obtido o amido, cujo nome do produto foi praticamente substitudo pela designao comercial de Maizena. Tabela 10. Os Mltiplos Uso do Milho (Planta, Espiga e Gro) no Brasil Destinao Forma/Produto Final Uso Animal Direto Silagem; Rolo; Gros (inteiro/desintegrado) para aves, sunos e bovinos. Uso Humano Direto de Preparo Caseiro Espiga assada ou cozida; Pamonha; Curau; Pipoca; Pes; Bolos; Broas; Cuscuz; Polenta; Angus; Sopas; Farofa. Indstria de Raes Raes para aves (corte e postura); outras aves; Sunos; Bovinos (corte e leite); Outros mamferos. Indstria de Alimentos Amidos; Fubs; Farinhas comuns; Farinha pr-cozidas; Flocadas; Canjicas; leo; Creme; Pipocas; Glicose; Dextrose. Produtos Finais Intermedirios Canjicas; Smola; Semolina; Modo; Granulado; Farelo de germe. Xarope de Glucose Balas duras; Balas mastigveis; Goma de mascar; Doces em pasta; salsichas; salames; Mortadelas; Hambrgueres; Outras carnes processadas; Frutas cristalizadas; Compotas; Biscoitos; Xaropes; Sorvetes; Para polimento de arroz. Xarope de Glucose com alto teor de Cervejas maltose Corantes Caramelo Refrigerantes; Cervejas; Bebidas alcolicas; Molhos. Maltodextrinas Aromas e essncias; Sopas desidratadas; Ps para sorvetes; Complexos vitamnicos; Produtos achocolatados. Amidos Alimentcios Biscoitos; Melhoradores de farinhas; Pes; Ps para pudins; Fermento em p; Macarro; Produtos farmacuticos; Balas de goma. Amidos Industriais Para papel; Papelo ondulado; Adesivos; Fitas Gomadas; Briquetes de carvo; Engomagens de tecidos; Beneficiamento de minrios. Dextrinas Adesivos; Tubos e tubetes; Barricas de fibra; lixas; Abrasivos; Sacos de papel; multifolhados; Estampagem de tecidos; Cartonagem; Beneficiamento de minrios. Pr-Gelatinizados Fundio de peas de metal. Adesivos Rotulagem de garrafas e de latas; Sacos; Tubos e tubetes; Fechamento de caixas de papelo; Colagem de papel; madeira e

Ingredientes Proticos Fonte: Jornal Agroceres (1994)

tecidos. Raes para bovinos; sunos; aves e ces.

Em Minas Gerais a moagem seca, como no Brasil o processo mais utilizado. Devido a pequena necessidade de maquinaria, e tambm simplicidade destas, as indstrias processadoras de milho por este processo esto espalhadas pelo Estado, sendo geralmente de pequeno porte e quase que totalmente dedicadas ao processamento para consumo local. A tendncia recente est na concentrao destes produtos em indstrias de maior porte que tem se instalado em Minas Gerais. Como a maioria indstrias de pequena dimenso e voltada para o abastecimento local, a proximidade do mercado mais importante do que a localizao das fontes de produo de milho. Alm dos produtos derivados da moagem seca, uma srie de novos produtos industriais foram acrescentados dentre os destinados ao consumo humano. Os de maior importncia so o amido, derivado da moagem mida, e o leo de milho. Devido complexidade de seu processamento, e necessidade de capital envolvido, estes produtos so oriundos de empresas de grande porte. Em Minas Gerais a produo de leo est concentrada na regio Tringulo onde se encontra instalado o maior parque agro-industrial, processador de milho e soja, do estado e um dos mais modernos do Pas. A produo de derivados mais nobres como a glicose e amido ocorre na regio do Tringulo (Uberlndia). Mais recentemente tem aumentado a produo do milho especificamente destinado ao enlatamento. Esta indstria tem evoludo em termos de qualidade, pois mais recentemente, com a disponibilidade de novos materiais adaptados ao pas, passou a processar milho do tipo doce. Existe um movimento no sentido da transferncia desta indstria, anteriormente localizada principalmente no extremo Sul do Brasil, para as regies do Tringulo e do Alto Paranaba onde, com as novas cultivares, possvel a produo durante todo o ano aproveitando a infra-estrutura de irrigao existente. Consumo animal. Neste ponto, a cadeia produtiva do milho passa a se inserir na cadeia produtiva do leite, de ovos e da carne bovina, suna e de aves sendo este canal por onde os estmulos do mercado so transmitidos aos agricultores. Mudanas nestas cadeias passam a ser de vital importncia como incentivadoras do processo produtivo do milho. Trs grandes derivaes ocorrem neste item: a) a produo de silagem, para alimentao de vacas em produo de leite e mais recentemente de gado confinado para engorda no perodo de inverno; b) a industrializao do gro de milho em rao; c) o emprego do gro em mistura com concentrados proticos para a alimentao de sunos e de aves. A atividade de produo de milho para silagem tem sofrido forte influncia, tanto da necessidade de modernizao do setor de pecuria leiteira de Minas Gerais, como do incremento das atividades de confinamento bovino que ocorreram nos ltimos anos. No caso do item b , o processo de transformao tipicamente industrial, que resulta no fornecimento de raes prontas, principalmente utilizadas na criao de animais de

estimao, como ces, gatos, etc. Na criao de sunos, item c , devido quantidade relativamente grande de milho necessria, este normalmente adquirido em gro, ou parcialmente produzido, pelos criadores para mistura com concentrados na propriedade rural. Todas estas trs derivaes tm se desenvolvido consideravelmente em Minas Gerais, com a criao de plos regionais de consumo de milho, que no necessariamente esto prximos aos locais de produo, (caso da avicultura na regio de Par de Minas e de suinocultura em Ponte Nova). Ao contrario da industrializao de milho para o consumo humano, este setor apresenta grande dinamismo, com grande incremento do nmero de indstrias processadoras. Processamento na Fazenda Uma parcela importante do milho produzido no estado destina-se ao consumo ou transformaes em produtos destinados ao consumo na prpria fazenda. O milho destinado ao consumo humano - principalmente na forma de fub, farinha ou canjica tem menor quantitativo, frente ao destinado alimentao de pequenos animais, geralmente aves e sunos. Embora este estgio da cadeia do milho possa gerar eventualmente algum excedente para comercializao fora da propriedade agrcola, sua importncia no que diz respeito ao abastecimento urbano hoje muito reduzida. O aumento na eficincia dos sistemas alternativos de produo de aves e sunos, as prprias caractersticas dos produtos demandados pelos consumidores urbanos e as quantidades necessrias para atingir escalas mnimas que compensem o transporte para as regies consumidoras reduziu, e muito, sua capacidade de competio. Sua importncia hoje muito maior na subsistncia destas populaes rurais do que como fator de gerao de renda capaz de promover melhorias substanciais em seu padro de vida. O desafio que se defronta neste elo da cadeia seria a transformao da capacidade destes agricultores em se integrar em cadeias de processamento de milho mais modernas e competitivas, sem o que sua situao de marginalidade frente ao processo de desenvolvimento do pas no ser modificada. Custo de Produo Sistemas de Produo de Milho H uma grande diversidade nas condies de cultivo do milho no Brasil. Observa-se desde a agricultura tipicamente de subsistncia, sem utilizao de insumos modernos (produo voltada para consumo na propriedade e eventual excedente comercializado) at lavouras que utilizam o mais alto nvel tecnolgico, alcanando produtividades equivalentes s obtidas em pases de agricultura mais avanada. Independentemente da regio, os seguintes sistemas de produo de milho so bastante evidentes: Produtor Comercial de Gros Normalmente produzem milho e soja em rotao, podendo tambm envolver outras culturas. So especializados na produo de gros e tm por objetivo a comercializao

da produo. Plantam lavouras maiores. Utilizam a melhor tecnologia disponvel, predominando o plantio direto. So os grandes responsveis pelo abastecimento do mercado. Produtor de Gros e Pecuria Neste caso o agricultor usa um nvel mdio de tecnologia, por lhe parecer o mais adequado, em termos de custo de produo. comum o plantio de milho visando a renovao de pastagens. A regio muitas vezes no produz soja e o milho a principal cultura. As lavouras so de tamanho mdio a pequena, A capacidade gerencial no to boa e muitas vezes as operaes agrcolas no so realizadas no momento oportuno, com o insumo adequado ou na quantidade adequada. A qualidade das mquinas e equipamentos agrcolas podem tambm comprometer o rendimento do milho. Recentemente, vem sendo implementada a recuperao de pastagens degradadas, que atingem praticamente 50 milhes de hectares. medida que avance o programa de recuperao, dever haver aumento na oferta de milho, uma vez que o sistema de integrao lavoura-pecuria, utilizando milho, tem se mostrado o mais apropriado para esse fim. Pequeno Produtor aquele produtor de subsistncia, onde a maior parte da produo consumida na propriedade. O nvel tecnolgico baixo, inclusive envolvendo o uso de semente no melhorada. O tamanho da lavoura pequeno. Essa produo tem perdido importncia no que se refere ao abastecimento do mercado. Produo de Milho Safrinha Este tipo de explorao ocupa hoje cerca de trs milhes de hectares de milho plantados principalmente nos estados PR, SP, MT, MS e GO. O milho semeado extemporaneamente, aps a soja precoce. O rendimento e o nvel tecnolgico depende muito da poca de plantio. Nos plantios mais cedo o sistema de produo , s vezes, igual ao utilizado na safra normal. Nos plantios tardios o agricultor reduz o nvel tecnolgico em funo do maior risco da cultura devido, principalmente, s condies climticas (frio excessivo, geada e deficincia hdrica). A reduo do nvel tecnolgico refere-se, basicamente, semente utilizada e reduo nas quantidades de adubos e defensivos aplicados. Essa oferta tem sido importante para a regularizao do mercado. Coeficientes Tcnicos Dos sistemas de produo identificados, o que mais prontamente assimila as tecnologias disponveis na busca de competitividade diz respeito ao "produtor comercial de gros". Para esse sistema, tem-se observado grande homogeneizao do padro tecnolgico empregado pelos produtores na conduo das lavouras de milho, variando pouco entre as principais regies produtoras. Evidentemente no existe um padro tecnolgico nico que atenda a todos os sistemas de produo utilizados e que se adapte a todas as situaes inerentes a cada lavoura. Entretanto, especificamente com relao aos produtores enquadrados no sistema acima

citado, possvel, com razovel preciso, identificar um padro tecnolgico que se apresenta como o mais adequado para essas lavouras. Os coeficientes tcnicos foram elaborados para as trs situaes predominantes nas lavouras comerciais, quais sejam: safra normal usando sistema plantio direto (Tabela 11), safra normal usando plantio convencional (Tabela 12) e safrinha (Tabela 13). Consideraes Finais Uma vez que a produo mundial de sunos e aves, principais consumidores de milho, continuar crescendo, a questo que se coloca a indagao sobre quais regies renem as condies mais favorveis para suportar esse crescimento. Certamente haver um grande peso no sentido de favorecer regies produtoras de milho que disponham de boa logstica de transporte para atender a consumidores situados em uma distncia razovel. Este atendimento regional da maior importncia para a sustentabilidade da atividade produtiva, pois prov um escoamento seguro para a produo. Outro fator importante a disponibilidade de um sistema de armazenamento eficiente, que possibilite aos agricultores realizar a comercializao da produo de forma mais lucrativa ao longo do ano. A disponibilidade de um sistema de comercializao eficiente tambm parte deste complexo de aspectos que aumenta a competitividade dos produtores de milho de determinada regio. Para finalizar, embora o atendimento consumidores localizados a distncias mais curtas possvel seja vital, o estabelecimento de um canal de comrcio exterior interessante, tendo em vista que este fornecer um piso de flutuao dos preos mais estvel do que os normalmente verificados nos preos internos. Tabela 11. Coeficientes Tcnicos de Produo para um Hectare de Milho (Plantio Direto: Produtividade 7.000 kg.ha -1 ) DESCRIO ESPECIFICAO UNIDADE QUANTIDADE UTILIZADA PREPARO DO SOLO Calcrio Gesso Distribuio do Trator 85 hp + calcariador calcrio Dessecao Glifosato herbicida Distribuio herbicida Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 l Mo-de-obra distribuio herbicida PLANTIO Sementes Tratamento

t t hm l hm dh

0,7 0,4 0,125 3 0,3 0,25

Hbridos simples ou triplo de

sc.

Sementes Fungicida Inseticida Adubao Plantio / mecnica Transporte plantio

l l 8-28-16 + FTE kg adubao Trator 120 hp + plant / adub. 12 hm linhas Interno Trator 85 hp + carreta 8 t hm

0,02 0,4 300 0,8 0,3

TRATOS CULTURAIS Adubao de cobertura Uria kg Aplic. adubao de Trator 85 hp + distr. adubo 5 hm cobertura linhas Herbicida Ps Herbicida 1 l Herbicida 2 l Aplicao herbicida Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 l hm (1X) Controle de pragas Inseticida 1 Piretride l Inseticida 2 Fisiolgico l Espalhante adesivo leo mineral l Aplicao inseticida Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 l hm (2X) Controle formigas Formicida Isca kg COLHEITA Colheita mecnica Transporte interno Fonte:

200 0,6

2,5 0,8 0,3

0,3 0,6 1 0,6

0,6

Colheitadeira plataforma 4m Trator 85 hp + carreta 8 t Pesquisa

hm hm

0,85 0,3 prpria.

Tabela 12. Coeficientes Tcnicos de Produo para um Hectare de Milho (Plantio convencional: Produtividade 7.000 kg/ha DESCRIO ESPECIFICAO (*) UNIDADE QUANTIDADE UTILIZADA PREPARO DO SOLO Calcrio Gesso Distribuio do calcrio Gradagem Aradora Trator 120 hp + grade pesada.

t t hm hm

0,7 0,4 0,125 1,6

Gradagem Niveladora PLANTIO Sementes Fungicida Inseticida Distribuio manual Adubao Plantio / mecnica Transporte plantio

Trator 120 hp + grade nivel.

hm

0,4

Hbridos simples ou triplo

inseticida

sc l l dh

1 0,02 0,4 0,05 300 0,8 0,3

8-28-16 + FTE-CAMPO kg adubao Trator 120 hp + plant / adub. 12 hm linhas interno Trator 85 hp + carreta 8 t hm

TRATOS CULTURAIS Adubao de cobertura Uria kg Aplic. Adubao de hm cobertura Herbicida Ps Herbicida 1 l Herbicida 2 l Aplicao herbicida - Trator 85 hp + pulv. barra 2000 hm mquina l Mo-de-obra aplic. dh herbicida Inseticida Inseticida 1 Piretride l Inseticida 2 Fisiolgico l Espalhante adesivo leo mineral l Aplicao inseticida Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 hm l (2X) Mo-de-obra aplic. dh inseticida Controle formigas Formicida Isca kg COLHEITA Colheita mecnica Transporte interno Fonte:

200 0,6

2,5 0,8 0,3 0,16

0,3 0,6 1 0,6 0,32

0,6

Colheitadeira plataforma 4m Trator 85 hp + carreta 8 t Pesquisa

hm hm

0,85 0,3 prpria.

Tabela 13. Coeficientes Tcnicos de Produo para um Hectare de Milho (Safrinha: Produtividade 3.000 kg/ha DESCRIO ESPECIFICAO (*) UNIDADE QUANTIDADE

UTILIZADA PREPARO DO SOLO Dessecao Herbicida 1 Glifosato l Herbicida 2 2,4-D l Distribuio herbicida Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 hm l Mo-de-obra dh distribuio herbicida PLANTIO Sementes Adubo Plantio / adubao Transporte plantio

1,5 0,5 0,15 0,25

Hbridos duplo ou triplo sc. 4-20-20 kg Trator 120 hp + plant / adub. 12 hm linhas interno Trator 85 hp + carreta 8 t hm

1 200 0,8 0,3

TRATOS CULTURAIS Adubao de cobertura Aplic. Adubao Inseticida Aplicao inseticida Mo-de-obra inseticida

kg hm l Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 hm l (2X) aplic. dh

Uria

60 0,5 0,6 0,3 0,32

COLHEITA Colheita mecnica Colheitadeira plataforma 4m Transporte interno Trator 85 hp + carreta 8 t Fonte: Pesquisa prpria. Zoneamento agrcola poca de plantio de milho

hm hm

0,6 0,3

O plantio de milho na poca adequada, embora no tenha nenhum efeito no custo de produo, seguramente afeta o rendimento e, conseqentemente o lucro do agricultor. Para a tomada de deciso quanto poca de plantio, importante conhecer os fatores de riscos, que tendem a ser minimizados quanto maior eficiente for o planejamento das atividades relacionadas produo. O agricultor tem que estar consciente de que a chance de seu sucesso deve-se a seu planejamento, e que este depende de vrios elementos, dentre eles os riscos climticos a que est sujeito.

A produtividade do milho funo de vrios fatores integrados, sendo os mais importantes a interceptao de radiao pelo dossel, eficincia metablica, eficincia de translocao de fotossintatos para os gros e a capacidade de dreno. As relaes de fonte e dreno so funes de condies ambientais e as plantas procuram se adaptar a essas condies. As respostas diferenciadas dos gentipos variabilidade ambiental, ou seja, interao gentipo e ambiente, significa que os efeitos genotpicos e ambientais no so independentes. Da a importncia de conhecer a poca de plantio analisando todo o ciclo da cultura, procurando prever as condies ambientais em todas as suas fases fenolgicas. A grande dificuldade que se encontra com respeito s variaes ambientais no previsveis. Essas variaes imprevisveis correspondem aos fatores ambientais altamente variveis, no s espacialmente como de forma temporal (precipitao, temperatura, vento, etc.). Sabe-se que a interao gentipo e ambiente est associada a fatores simples e complexos. Os simples so proporcionados pela diferena de variabilidade entre gentipos nos ambientes e os complexos, pela falta de correlao entre os desempenhos do gentipo nos ambientes. Como pode-se observar, uma tarefa difcil estabelecer a poca de plantio para uma dada regio sem um conhecimento prvio das cultivares a serem plantadas e das condies ambientais onde se pretende desenvolv-las. Portanto, a poca de semeadura refere-se ao perodo em que a cultura tem maior probabilidade de desenvolver-se em condies edafoclimticas favorveis. No Brasil Central, mais especificamente na regio dos Cerrados, embora o cultivo do milho seja feito em diversas condies climticas, considerando a variabilidade temporal e espacial do clima, pode-se observar que, durante todo o ciclo da cultura, a temperatura superior a 15 o C e no ocorrem geadas. A temperatura noturna, em alguns locais, elevada (maior que 24 o C), o que afeta o desempenho das plantas, principalmente no perodo coincidente com aquele entre emborrachamento e gro leitoso, reduzindo a produtividade. De forma geral, pode-se dizer que, nessa regio, a melhor poca de semeadura entre setembro e novembro, dependendo do incio das chuvas. A produtividade, geralmente, mais alta quando as condies do tempo permitem o plantio em outubro. Depois disso h uma reduo no ciclo da cultura e queda no rendimento por rea. Trabalhos de pesquisa no Brasil Central mostram que, dependendo da cultivar, atraso do plantio a partir da poca mais adequada (geralmente em outubro) pode resultar em reduo no rendimento em at 30 kg de milho por hectare por dia. Obviamente, muitas vezes esse atraso no depende do produtor, por razes diversas. Cabe a ele elaborar seu planejamento de plantio de forma a no atras-lo por negligncia ou por desconhecimento, pois assim estar perdendo dinheiro e comprometendo seu negcio. Excetuando-se as elevadas altitudes, onde o que determina a poca de plantio a temperatura, no Brasil Central, o que define a poca de plantio a distribuio das chuvas. O uso consuntivo de gua para o milho durante seu ciclo varia de 500 e 800mm, dependendo das condies climticas dominantes. A gua absorvida diferencialmente com o estdio de crescimento e desenvolvimento da cultura. Vale a pena ressaltar que o dficit hdrico tem influncia direta na taxa fotossinttica, que est associada diretamente produo de gros e sua importncia varia com o estdio fenolgico em que se encontra a planta. Pesquisas mostram que dois dias de estresse hdrico podem

reduzir at 20% de produtividade e que estresse hdrico de quatro a oito dias diminui a produo em mais de 50%. Considera-se, ainda, que o perodo que vai da iniciao floral at o desenvolvimento da inflorescncia e o perodo do pendoamento at a maturao so as fases crticas do dficit hdrico. Em resumo, a poca de semeadura determinada em funo das condies ambientais (temperatura, distribuio das chuvas e disponibilidade de gua do solo) e da cultivar (ciclo, fases da cultura e necessidade trmicas das cultivares). Ainda com respeito ao clima, deve-se levar em considerao a radiao solar e a intensidade e freqncia do veranico nas diferentes fases fenolgicas da cultura. Objetivando estabelecer a poca de plantio de milho de sequeiro para as diferentes regies, foi desenvolvido um estudo para recomendao das pocas de plantio em funo dos perodos crticos da cultura a estresse hdrico. Nesse trabalho, alm de ser considerado o fator climtico precipitao (intensidade e distribuio) e os elementos temperatura e radiao na estimativa da demanda de gua pela planta, levaram-se tambm em considerao aspectos fisiolgicos da planta e caractersticas fsico-hdricas dos solos. As pocas de plantio de menor risco para a cultura do milho, nas diferentes regies do Brasil Central podem ser vistas no site: ( http://www.cnpms.embrapa.br/) Campanha do milho/poca de plantio do milho. O milho safrinha, que plantado alm dos limites dos Cerrados, no tem um perodo pr-fixado para seu plantio, como o milho de safra normal, que plantado no incio das chuvas. uma cultura desenvolvida de janeiro a abril, normalmente aps a soja precoce e, em alguns locais, aps o milho de vero e o feijo das guas. Por ser plantado no final da poca recomendada, o milho safrinha tem sua produtividade bastante afetada pelo regime de chuvas e por fortes limitaes de radiao solar e temperatura na fase final de seu ciclo. Alm disso, como o milho safrinha plantado aps uma cultura de vero, a sua data de plantio depende da poca do plantio dessa cultura antecessora e de seu ciclo. Assim, o planejamento do milho safrinha comea com a cultura de vero, visando liberar a rea o mais cedo possvel. Quanto mais tarde for o plantio, menor ser o potencial e maior o risco de perdas por adversidades climticas (seca e/ou geadas). Isso a torna uma cultura de alto risco, uma vez que a estao chuvosa encontra-se no fim, o que proporciona uma variabilidade espacial e temporal muito grande e, como conseqncia, uma variabilidade de produo. Na safrinha, alm do potencial de produo ser reduzido, h alto risco de frustao de safras, baixo investimento na cultura e, conseqentemente, baixa produtividade. Considerando a inviabilidade de antever a interao gentipo e ambiente e suas variaes de combinaes, as pocas-limites preferencialmente recomendadas para a semeadura, de acordo com vrios trabalhos de pesquisa, encontram-se na Tabela 1. Em Mato Grosso, Gois, Minas Gerais, norte de So Paulo e Mato Grosso do Sul, o principal fator de risco o dficit hdrico, sendo atenuado nas reas de maior altitude, em razo das temperaturas amenas proporcionarem menor evapotranspirao. No Paran, sul de Mato Grosso do Sul e sudoeste de So Paulo (Vale do Paranapanema), existe elevado risco de geada, principalmente nas reas acima de 600 m de altitude. Assim, ao contrrio do que preconizado para o milho de vero, as baixas

altitudes so favorveis ao cultivo da safrinha nas regies mais ao sul do Pas. No Paran, as geadas ocorrem com maior freqncia nos meses de junho e julho, com destaque para julho, em Guarapuava, Cascavel e Londrina, e junho, em Ponta Grossa, Pinhais e Cambar. Em So Paulo, ocorre com maior freqncia nos meses de junho a agosto, com probabilidades semelhantes entre os meses de junho e julho e ligeiramente superiores em agosto, para todas as localidades estudadas. Tabela 1. Limite das pocas de semeadura para a cultura do milho safrinha, por estado e regio produtora. Estado poca Limite Altitude (1) Regio (cidades referncia) Centro-Norte (Sapezal, Mato Grosso 15 de maro Alta Lucas do Rio Verde) Sudeste (Bom Jesus, 15 de fevereiro Baixa Santa Helena) Gois Sudoeste (Rio Verde, 28 de fevereiro Alta Jata e Montividiu) Vale do Rio Grande Minas Gerais 28 de fevereiro Baixa (Conceio das Alagoas) Centro-Norte (Campo Baixa e Alta Grande, So G. do Oeste, Chapado do Sul) Mato Grosso do 15 de maro Sul Centro-Sul (Dourados, Baixa Sidrolndia, Itapor, Ponta Por) Alto Paranapanema 28 de fevereiro Alta (Taquarituba, Itapeva, Capo Bonito) Norte (Guara, Orlndia, Baixa Ituverava) So Paulo 15 de maro Noroeste (Votuporanga, Baixa Araatuba) Mdio Vale do 30 de maro Baixa Paranapanema (Assis, Ourinhos) Transio (Wenceslau Braz, Mau da Serra, sul 30 de janeiro Alta de Ivaipor, Cascavel, sul de Toledo at Francisco Beltro) Oeste e Vale do Iguau Paran (Campo Mouro, sul de 15 de maro Baixa Palotina, Medianeira e Cruzeiro do Iguau) Norte (Cornlio Procpio, 30 de maro Baixa Londrina, Maring, Apucarana)

Noroeste (Parava, Umuarama) Fonte: Vrios autores, citados por Duarte (2001) (1) Alta = altitude igual ou superior a 600 m e Baixa = altitude inferior a 600 m. Baixa

Clima e solo Existe sempre uma preocupao em analisar as caractersticas ambientais em termos da adequao ao uso que se tem em mente. Isto da mais alta relevncia, porque a capacidade ambiental de dar suporte ao desenvolvimento possui sempre um limite, a partir do qual todos os outros aspectos sero inevitavelmente afetados. Em outras palavras, o uso e a ocupao de uma determinada paisagem so condicionados pelas suas caractersticas intrnsecas. Estas determinam as potencialidades de uso/ocupao e a potencializao de conflitos de interesses. Para qualquer anlise do meio-fsico, necessrio selecionar critrios que permitam avaliar caractersticas ambientais importantes para o tema enfocado. No caso presente, o interesse uma anlise das demandas da cultura do milho, para se fazer um balano com as ofertas ambientais, visando uma produo sustentvel. Ao proceder a essa anlise, verifica-se que a planta capta energia solar (radiao) e necessita de gua e nutrientes para manter o seu crescimento. Esses fatores ambientais so definidos principalmente por clima e solo. Os fatores edafoclimticos so referidos como os mais importantes no s para o desenvolvimento das culturas, como tambm para a definio de sistemas de produo. O milho, assim como a maioria das culturas econmicas, requer a interao de um conjunto de fatores edafoclimticos apropriados ao seu bom desenvolvimento. Assim, um solo rico em nutrientes teria pouco ou quase nenhum significado para a cultura se esse mesmo solo estivesse submetido a condies climticas adversas ou, ainda, apresentasse caractersticas fsicas inadequadas que influenciariam negativamente na conduo e desenvolvimento da cultura, tais como: drenagem e aerao deficientes, percolao excessiva, adensamento subsuperficial, pedregosidade excessiva, profundidade reduzida, declividade acentuada, etc. Em termos de solos, sero aqui discutidas algumas caractersticas fsicas mais importantes que, isoladas ou em conjunto, serviro para orientar a escolha de um solo adequado para a cultura. Textura - Solos de textura mdia, com teores de argila em torno de 30-35%, ou mesmo argilosos, com boa estrutura, como os latossolos, que possibilitam drenagem adequada, apresentam boa capacidade de reteno de gua e de nutrientes disponveis s plantas, so os mais recomendados para a cultura do milho. Os solos arenosos (teor de argila inferior a 15%) devem ser evitados, devido sua baixa capacidade de reteno de gua e nutrientes disponveis s plantas. Apresentam intensa lixiviao, perdem mais gua por evaporao e so normalmente mais secos. Alguns solos com tipo de argila expansiva (tipo montmorilonita) podem apresentar forte

agregao, prejudicando as condies de permeabilidade e a livre penetrao do sistema radicular, e devem tambm ser evitados. Profundidade efetiva - a profundidade at a qual as razes podem penetrar livremente em busca de gua e de elementos necessrios ao desenvolvimentos da planta. Sendo o milho uma planta cujo sistema radicular tem grande potencial de desenvolvimento, desejvel que o solo seja profundo ( mais de 1m). Os solos rasos, alm de dificultarem, o desenvolvimento das razes, possuem menor capacidade de armazenamento de gua, alm de estarem sujeitos a um desgaste mais rpido, devido pouca espessura do perfil. Topografia - Tendo em vista o controle da eroso e as facilidades de mecanizao, deve-se dar preferncia s glebas de topografia plana e suave, com declives at 12%. No h nenhuma parte da superfcie terrestre sem vegetao devido pobreza dos solos. H reas, s vezes extensas, sem vegetao pela deficincia de gua ou por temperaturas muito baixas ou muito altas, pela ausncia de radiao, pelo excesso de sais, mas no pela deficincia de nutrientes. Disso podem ser generalizados alguns princpios (Resende, 1997):

os elementos essenciais esto todos os solos, ainda que em quantidades muito pequenas; quanto deficincia de nutrientes, a cultura do milho apresenta ampla diversidade gentica para adaptao a qualquer ambiente.

Assim, h abundncia de plantas para enfrentar estresses nutricionais ou hdricos, mas no simultaneamente os dois; por que no? Existem trabalhos na literatura demostrando que a seca relaciona-se intimamente com a eficincia na utilizao de nitrognio, ou seja, variedades de milho tolerantes seca podem tambm ser eficientes na absoro do nitrognio. Em condies de seca, o nitrognio disponvel no solo est na forma predominante de amnia e a cultivar tolerante tem que ter mecanismo de eficincia na absoro de nitrognio nessa forma. A boa disponibilidade de gua permite que plantas exuberantes vivam em solos muito pobres, por meio de um eficiente mecanismo de ciclagem. A quantidade de gua extravel pela planta depende do tipo de solo, ou seja, da capacidade de reteno de gua do solo, da profundidade efetiva de extrao, da soluo do solo e da idade da planta. Na regio tropical, a literatura tem mostrado que a maior parte das razes est nos primeiros 30 cm de solos e as demais razes raramente ultrapassam 60 cm. Nas regies temperadas, h informaes de razes ultrapassando a profundidade de 100 cm. Vale a pena ressaltar a disponibilidade de gua do solo. Dados de vrios locais e diferentes tipos de solos tm mostrado que a quantidade de gua no solo no limitante ao desenvolvimento da cultura at quando o teor de gua extravel for superior a 30% e, abaixo desse valor, o consumo relativo de gua decresce linearmente. Embora o milho responda interao de todos os fatores climticos, pode-se considerar que a radiao solar, a precipitao e a temperatura so os de maior influncia, pois atuam eficientemente nas atividades fisiolgicas interferindo diretamente na produo

de gros e de matria seca. No Brasil, pela sua continentalidade, observa-se que os fatores que afetam a estao de crescimento da cultura de milho variam com a regio. Nas regies temperadas e subtropicais, a limitao maior se deve temperatura do ar e a radiao solar, sendo os limites extremos variveis com microrregies agroclimticas. No Brasil Central, a precipitao tem um papel de destaque, inclusive afeta indiretamente o regime de radiao pois altas chuvas implicam na baixa radiao solar que chega na superfcie. Inclusive, milhos adaptados a elevadas taxas de radiao sofrem, nessas regies, drstica alterao no seu metabolismo e, consequentemente, alterao no seu potencial de produo. A temperatura tem um papel de destaque principalmente nas regies Sul e Nordeste, da ser vasta a literatura mostrando o efeito da temperatura do ar e do solo no crescimento e desenvolvimento da cultura do milho. Fancelli & Dourado Neto (2000) citam que, quando a temperatura do solo inferior a 10 C e superior a 40 C h prejuzo sensvel germinao e que o ideal seria entre 25 e 30 C. Por ocasio da florao, temperaturas medias superiores a 26 C aceleram o desenvolvimento dessa fase e inferiores a 15,5 C o retarda. Cada grau acima da temperatura media de 21,1, nos primeiros 60 dias aps a semeadura, pode acelerar o florescimento dois a trs dias. Quando a temperatura acima de 35 C, devido a diminuio da atividade da redutase do nitrato, o rendimento e a composio protica do gro podem ser alterados. Temperaturas acima de 33 C durante a polinizao reduzem sensivelmente a germinao do gro de plen. Vero com temperatura mdia diria inferior a 19 C e noites com temperatura mdia inferior a 12,8 C no so recomendados para produo de milho. Temperaturas noturnas superiores a 24C proporcionam um aumento da respirao de tal forma que a taxa de fotossimilados cai e, com isso, reduz a produo. Reduo da temperatura abaixo de 15 C ocasiona retardamento na maturao do gro. Por pertencer ao grupo de plantas C 4 , a cultura do milho responde com elevados rendimentos ao aumento da intensidade luminosa. O milho, dentre as plantas do tipo C 4 , uma das que possuem um mecanismo foliar interno para utilizao muito eficiente de CO 2 , por folha individualmente, porem a eficincia do dossel no maior que 10%. Necessita-se mais pesquisa sobre a influncia do microclima nas condies de crescimento. A maior sensibilidade variao de radiao ocorre no incio da fase produtiva, ou seja, nos primeiros 15 dias aps o pendoamento, densidade dos gros. Uma reduo de 30 a 40% da intensidade luminosa ocasiona atraso na maturao dos gros, principalmente em cultivares tardias, que mostram-se mais carentes de luz. A maior sensibilidade variao de luz ocorre no incio da fase reprodutiva. O aproveitamento efetivo de luz pelo milho depende muito da estrutura da planta, principalmente da distribuio espacial das folhas. importante que se tenha uma distribuio espacial das plantas na rea de modo que o nmero de plantas no exceda a 65.000 pl/ha. Sabe-se que a arquitetura da planta tem um papel muito importante. O milho apresenta uma taxa fotossinttica muito elevada, podendo atingir taxa maior que 80 mg.dm-2h-1 . O milho apresenta taxa fotossintetica maior que qualquer outra espcie e nunca satura, mesmo em elevada irradiancia. O milho, por razes principalmente economicas, plantado na maioria das reas, no perdo chuvoso, ou seja, uma cultura tpica de sequeiro. Portanto, conhecer o nmero de dias secos consecutivos de muita importncia na determinao da poca de plantio.

Dias secos so considerados como sendo aqueles em que a precipitao inferior a 5 mm. A literatura tem mostrado que as mximas produtividades ocorrem quando o consumo de gua durante todo o ciclo est entre 500 e 800mm e que a cultura exige um mnimo de 350-500 mm para que produza sem necessidade de irrigao. Na cultura do milho, em condies de clima quente e seco, o consumo de gua raramente excede 3 mm/dia, quando a planta apresenta em torno de 30 cm de altura e, no perodo que vai da iniciao floral a maturao, pode atingir valores de 5 a 7 mm/dia. Em resumo, o uso consuntivo de gua pela cultura funo das caractersticas fsicohdricas do solo e da demanda de gua pela atmosfera. Portanto, a interao clima e solo tem um papel primordial no processo produtivo de uma cultura. Enquanto o contedo de gua no solo no atinge um teor critico que, para a cultura do milho, est em torno de 30% da gua extravel, o que governa o consumo de gua pela cultura so as condies climticas. A partir desse limite crtico, o que define o consumo so as condies fsicohdricas do solo. Ecofisiologia Germinao e Estdio Estdio Estdio Estdio Estdio Estdio Pendoamento, Estdio R1, Embonecamento e Estdio R2, Gro Bolha Estdio R3, Gro Estdio R4, Gro Estdio R5, Formao de Estdio R6, Maturidade Fisiolgica Germinao e Emergncia Em condies normais de campo, aps a semeadura, as sementes absorvem gua e comeam a crescer. A radcula a primeira a se alongar, seguida pelo coleptilo, com plmula includa. Esse estdio, conhecido como VE, atingido pela rpida elongao do mesoctilo, o qual empurra o coleptilo em crescimento para a superfcie do solo. Em condies de temperatura e umidade do ar adequadas, a emergncia ocorre 4 a 5 dias aps a semeadura, porm, em condies de baixa temperatura e pouca umidade, a germinao pode demorar at duas semanas ou mais. Assim que a emergncia ocorre e a planta expe a extremidade do coleptilo, o mesoctilo pra de crescer. O sistema radicular seminal, que so as razes oriundas diretamente da semente, tem o seu crescimento nessa fase e a profundidade onde elas se encontram depende da profundidade da semeadura. O crescimento dessas razes, tambm conhecido como sistema radicular temporrio, diminui aps o estdio VE e praticamente inexiste no estdio V3 (trs folhas desenvolvidas). O ponto de crescimento da planta de milho, nesse estdio, est localizado cerca de 2,5 a Emergncia V3 V6 V9 V12 V15 V18 Vt Polinizao d'gua Leitoso Pastoso dente

4,0 cm abaixo da superfcie do solo e encontra-se logo acima do mesoctilo. Essa profundidade onde se acha o ponto de crescimento tambm a profundidade onde vaise originar o sistema radicular definitivo do milho, conhecido como razes nodais ou fasciculada. A profundidade do sistema radicular definitivo independe da profundidade da semeadura, uma vez que a emergncia da planta vai depender do potencial mximo de alongamento de mesoctilo, conforme pode ser visto na Fig. 1. Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989)

Fig. 1 Duas profundidades de plantio, mostrando detalhe do alongamento do mesoctilo. O sistema radicular nodal inicia-se, portanto, no estdio VE e o alongamento das primeiras razes inicia-se no estdio V1, indo at o R3, aps o qual muito pouco crescimento ocorre. No milho, no constatada a presena de fatores inibitrios ao processo de germinao, visto que, sob condies adequadas de umidade, os gros podem germinar imediatamente aps a maturidade fisiolgica, mesmo ainda estando presos espiga. Em sntese, na germinao, ocorre a embebio da semente, com a conseqente digesto das substncias de reserva, sntese de enzimas e diviso celular. Baixa temperatura do solo no plantio geralmente restringe a absoro de nutrientes do solo e causa lentido no crescimento. Esse fato pode ser parcialmente superado por uma aplicao de pequena quantidade de fertilizante no sulco de plantio, ao lado ou abaixo da semente. A lentido na germinao predispe a semente e a plntula a uma menor resistncia a condies ambientais adversas, bom como ao ataque de patgenos, principalmente fungos do gnero Fusarium, Rhizoctonia, Phytium e Macrophomina . Para uma germinao e emergncia mais rpidas em plantio mais cedo, deve-se optar por uma profundidade de semeadura mais rasa, onde a temperatura do solo mais favorvel. Em plantios tardios, as temperaturas do solo so geralmente adequadas em qualquer profundidade e a umidade do solo, nesse caso, o fator limitante para rpido

crescimento. Se a irrigao est disponvel ou uma chuva recente aconteceu, no h com que se preocupar. No entanto, na falta dessas situaes, as camadas mais profundas do solo possuem maior teor de umidade nos plantios tardios.

Estdio

V3

(trs

folhas

desenvolvidas,

Fig.

Foto: Paulo Csar Magalhes

Fig.

Estdio

de

trs

folhas

O estdio de trs folhas completamente desenvolvidas ocorre aproximadamente duas semanas aps a emergncia. Nesse estdio, o ponto de crescimento encontra-se ainda abaixo da superfcie do solo e a planta ainda possui pouco caule formado (Fig. 3). Plos radiculares do sistema radicular nodal esto agora em crescimento e o desenvolvimento das razes seminais paralisado. Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989)

Fig. 3 Planta no estdio V3, mostrando o ponto de crescimento abaixo da superfcie do solo. Todas as folhas e espigas que a planta eventualmente ir produzir esto sendo formadas no V3. Pode-se dizer, portanto, que o estabelecimento do nmero mximo de gros ou a definio da produo potencial esto sendo definidos nesse estdio. No estdio V5 (cinco folhas completamente desenvolvidas), tanto a iniciao das folhas como das espigas vai estar completa e a iniciao do pendo j pode ser vista microscopicamente na extremidade de formao do caule, logo abaixo da superfcie do solo. O ponto de crescimento, que encontra-se abaixo da superfcie do solo e bastante afetado pela temperatura do solo nos estdios iniciais do crescimento. Assim, temperaturas baixas podem aumentar o tempo decorrente entre um estdio e outro, alongando o ciclo da cultura, podendo aumentar o nmero total de folhas, atrasar a formao do pendo e diminuir a disponibilidade de nutrientes para a planta. Uma chuva de granizo ou vento nesse estdio vai ter muito pouco ou nenhum efeito na produo final de gros. Disponibilidade de gua nesse estdio fundamental; por outro lado, o excesso de umidade ou encharcamento, quando o ponto de crescimento ainda encontra-se abaixo da superfcie do solo, pode matar a planta em poucos dias. O controle de plantas daninhas nessa fase fundamental para reduzir competio por luz, gua e nutrientes. Como o sistema radicular est em pleno crescimento, mostrando considervel porcentagem de plos absorventes e ramificaes diferenciadas, operaes inadequadas de cultivo (profundas ou prximas planta) podero afetar a densidade e a distribuio de razes, com conseqente reduo na produtividade. Portanto, recomendada cautela no cultivo.

Estdio

V6

(seis

folhas

desenvolvidas,

Fig.

Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig.

Estdio

de

seis

folhas

completamente

desenvolvidas.

Nesse estdio, o ponto de crescimento e o pendo esto acima do nvel do solo (Fig. 5), o colmo est iniciando um perodo de alongao acelerada. O sistema radicular nodal (fasciculado) est em pleno funcionamento e em crescimento. Foto: Paulo Csar Magalhes

Fig. 5 Planta no estdio V6, mostrando o ponto de crescimento acima da superfcie do solo. Nesse estdio, pode ocorrer o aparecimento de eventuais perfilhos, os quais encontramse diretamente ligados base gentica da cultivar, ao estado nutricional da planta, ao espaamento adotado, ao ataque de pragas e s alteraes bruscas de temperatura (baixa ou alta). No entanto, existem poucas evidncias experimentais que demonstram a sua influncia negativa na produo. No estdio V8, inicia-se a queda das primeiras folhas e o nmero de fileiras de gros definido. Durante esse estdio, constata-se a mxima tolerncia ao excesso de chuvas.

No entanto, encharcamento por perodos de tempo maior que cinco dias poder acarretar prejuzos considerveis e irreversveis. Estresse hdrico nessa fase pode afetar o comprimento de interndios, provavelmente pela inibio da alongao das clulas em desenvolvimento, concorrendo, desse modo, para a diminuio da capacidade de armazenagem de acares no colmo. O dficit de gua tambm vai resultar em colmos mais finos, plantas de menor porte e menor rea foliar. Evidncias experimentais demonstram que a distribuio total das folhas expostas nesse perodo, mediante ocorrncia de granizo, geada, ataque severo de pragas e doenas, alm de outros agentes, acarretaro quedas na produo da ordem de 10 a 25%. Perodos secos, aliados conformao da planta, caracterstica dessa fase (conhecida como fase do "cartucho"), conferem cultura do milho elevada suscetibilidade ao ataque da lagarta-do-cartucho ( Spodoptera frugiperda ), exigindo constante vigilncia. De V6 at o estdio V8, dever ser aplicada a adubao nitogenada em cobertura.

Estdio V9 Nesse estdio, muitas espigas so facilmente visveis, se for feita uma dissecao da planta (Fig. 6). Todo n da planta tem potencial para produzir uma espiga, exceto os ltimos 6 a 8 ns abaixo do pendo. Assim, uma planta de milho teria potencial para produzir vrias espigas, porm, apenas uma ou duas (carter prolfico) espigas conseguem completar o crescimento. Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig. 6 Ttulo: Estdio V9, mostrando detalhes de vrias espigas potenciais. Nesse estdio, ocorre alta taxa de desenvolvimento de rgos florais. O pendo inicia um rpido desenvolvimento e o caule continua alongando. A elongao do caule ocorre atravs dos entrens. Aps o estdio V10, o tempo de apario entre um estdio foliar e outro vai encurtar, de quatro dias para cada dois ou trs dias.

Prximo ao estdio V10, a planta de milho inicia um rpido e contnuo crescimento, com acumulao de nutrientes e peso seco, os quais continuaro at os estdios reprodutivos. H uma grande demanda no suprimento de gua e nutrientes para satisfazer as necessidades da planta.

Estdio V12 O nmero de vulos (gros em potencial) em cada espiga, assim como o tamanho da espiga, so definidos em V12, quando ocorre perda de duas a quatro folhas basais. Pode-se considerar que, nessa fase, inicia-se o perodo mais crtico para a produo, o qual estende-se at a polinizao. O nmero de fileiras de gros na espiga j foi estabelecido, no entanto, a determinao do nmero de gros/fileira s ser definida cerca de uma semana antes do florescimento, em torno do estdio V17. Em V12, a planta atinge cerca de 85% a 90% da rea foliar, e observa-se o incio de desenvolvimento das razes adventcias ("espores"). Devido ao nmero de vulos e ao tamanho da espiga serem definidos nessa fase, a deficincia de umidade ou nutrientes pode reduzir seriamente o nmero potencial de sementes, assim como o tamanho das espigas a serem colhidas. O potencial desses dois fatores de produo est tambm relacionado com o perodo de tempo disponvel para o estabelecimento deles, o qual corresponde ao perodo de V10 a V17. Assim, gentipos precoces, geralmente, nesses estdios, possuem um perodo mais curto de tempo e usualmente tm espigas menores que as dos gentipos tardios. Uma maneira de compensar essa desvantagem dos precoces seria aumentar a densidade de plantio.

Estdio V15 Esse estdio representa a continuao do perodo mais importante e crucial para o desenvolvimento da planta, em termos de fixao do rendimento. Desse ponto em diante, um novo estdio foliar ocorre a cada um ou dois dias. Estilos-estigmas iniciam o crescimento nas espigas. Em torno do estdio V17, as espigas atingem um crescimento tal que suas extremidades j so visveis no caule, assim como a extremidade do pendo j pode tambm ser observada. Estresse de gua no perodo de duas semanas antes at duas semanas aps o florescimento vai causar grande reduo na produo de gros. Porm, a maior reduo na produo poder ocorrer com dficit hdrico na emisso dos estilos-estigmas (incio de R1). Isso verdadeiro tambm para outros tipos de estresse como deficincia de nutrientes, alta temperatura ou granizo. O perodo de quatro semanas em torno do florescimento o mais importante para a irrigao.

Estdio V18 possvel observar que os "cabelos" ou estilos-estigmas dos vulos basais alongam-se primeiro em relao aos "cabelos" dos vulos da extremidade da espiga. Razes areas, oriundas dos ns acima do solo, esto em crescimento nesse estdio. Essas razes contribuem na absoro de gua e nutrientes. Em V18, a planta do milho encontra-se a uma semana do florescimento e o desenvolvimento da espiga continua em ritmo acelerado. Estresse hdrico nesse perodo pode afetar mais o desenvolvimento do vulo e espiga que o desenvolvimento do pendo. Com esse atraso no crescimento da espiga, pode haver problemas na sincronia entre emisso de plen e recepo pela espiga. Caso o estresse seja severo, ele pode atrasar a emisso do "cabelo" at a liberao do plen terminar, ou seja, os vulos que porventura emitirem o "cabelo" aps a emisso do plen no sero fertilizados e, por conseguinte, no contribuiro para o rendimento. Hbridos no prolficos produziro cada vez menos gros com o aumento da exposio ao estresse, porm, tendem a render mais que os prolficos em condies no estressantes. Os prolficos, por sua vez, tendem a apresentar rendimentos mais estveis em condies variveis de estresse, uma vez que o desenvolvimento da espiga menos inibido pelo estresse.

Pendoamento, VT (Fig. 7) Esse estdio inicia-se quando o ltimo ramo do pendo est completamente visvel e os "cabelos" no tenham ainda emergido. A emisso da inflorescncia masculina antecede de dois a quatro dias a exposio dos estilos-estigmas. No entanto, 75% das espigas devem apresentar seus estilos-estigmas expostos, aps o perodo de 10 a 12 dias posterior ao aparecimento do pendo. O tempo decorrente entre VT e R1 pode variar consideravelmente, dependendo do hbrido e das condies ambientais. A perda de sincronismo entre a emisso dos gros de plen e a receptividade dos estilos-estigmas da espiga concorre para o aumento da porcentagem de espigas sem gros nas extremidades. Em condies de campo, a liberao do plen geralmente ocorre nos finais das manhs e no incio das noites. Nesse estdio, a planta atinge o mximo desenvolvimento e crescimento. Estresse hdrico e temperaturas elevadas (acima de 35 o C) podem reduzir drasticamente a produo. Um pendo de tamanho mdio chega a ter 2,5 milhes de gros de plen, o que equivale dizer que a espiga em condies normais dificilmente deixar de ser polinizada pela falta de plen, desde que o nmero de vulos esteja em torno de 750 a 1000. Foto: Paulo Csar Magalhes

Fig. 7 Estdio de pendoamento da planta. A planta apresenta alta sensibilidade ao encharcamento nessa fase. O excesso de gua pode contribuir inclusive com a inviabilidade dos gros de plen. A falta de gua nesse perodo, alm de afetar o sincronismo pendo-espiga, pode reduzir a chance de aparecimento de uma segunda espiga em materiais prolficos. Nos estdios de VT a R1, a planta de milho mais vulnervel s intempries da natureza que qualquer outro perodo, devido ao pendo e todas as folhas estarem completamente expostas. Remoo de folha nesse estdio por certo resultar em perdas na colheita. O perodo de liberao do plen estende-se por uma a duas semanas. Durante esse tempo, cada "cabelo" individual deve emergir e ser polinizado para resultar num gro.

Estdio R1, Embonecamento e Polinizao Esse estdio iniciado quando os estilos-estigmas esto visveis, para fora das espigas. A polinizao ocorre quando o gro de plen liberado capturado por um dos estilosestigmas (Fig. 8). O gro de plen, uma vez em contato com o "cabelo", demora cerca de 24 horas para percorrer o tubo polnico e fertilizar o vulo. Geralmente, o perodo requerido para todos os estilos-estigmas em uma espiga serem polinizados de dois a trs dias. Os "cabelos" da espiga crescem cerca de 2,5 a 4,0 cm por dia e continuam a alongar-se at serem fertilizados.

Foto: Paulo Csar Magalhes

Fig. 8 Estdio R1, estilos-estigmas captando gros de plen. O nmero de vulos que ser fertilizado determinado nesse estdio. vulos no fertilizados evidentemente no produziro gros. Estresse ambiental, nessa fase, especialmente hdrico, causa baixa polinizao e baixa granao da espiga, uma vez que, sob seca, tanto os "cabelos" como os gros de plen tendem dissecao. No se deve descuidar de insetos com a lagarta-da-espiga, que se alimentam dos "cabelos". Deve-se combater essas pragas, caso haja necessidade. A absoro de potssio nessa fase est completa, enquanto nitrognio e fsforo continuam sendo absorvidos. A liberao do gro de plen pode iniciar ao amanhecer, estendendo-se at o meio-dia. No entanto, esse processo raramente exige mais de quatro horas para sua complementao. Ainda sob condies favorveis, o gro de plen pode permanecer vivel por at 24 horas. Sua longevidade, entretanto, pode ser reduzida quando submetido a baixa umidade e altas temperaturas. O estabelecimento do contato direto entre o gro de plen e os plos viscosos do estigma estimula a germinao do primeiro, dando origem a uma estrutura denominada de tubo polnico, que responsvel pela fecundao do vulo inserido na espiga. A fertilizao ocorre de 12 a 36 horas aps a polinizao, perodo esse varivel em funo de alguns fatores envolvidos no processo, tais como teor de gua, temperatura do ar, ponto de contato e comprimento do estilo-estigma. Assim, o nmero de vulos fertilizados apresenta estreita correlao com o estado nutricional da planta, com a temperatura, bem como com a condio de umidade contida no solo e no ar. Evidencia-se, portanto, a decisiva influncia do ambiente nessa etapa de desenvolvimento, recomendando-se criterioso planejamento da cultura, com referncia principal poca de semeadura e escolha da cultivar, de forma a garantir as condies climticas favorveis exigidas pela planta nesse estdio.

A escolha do gentipo para uma determinada regio, assim como a poca de semeadura, deve ser fundamentada em fatores como finalidade da produo, disponibilidade de calor e gua, ocorrncia de veranicos durante o ciclo, bem como no nvel tecnolgico a ser adotado, entre outros.

Estdio R2, Gro Bolha d'gua Os gros aqui apresentam-se brancos na aparncia externa e com aspectos de uma Bolha d'gua (Fig. 9). O endosperma, portanto, est com uma colorao clara, assim como o seu contedo, que basicamente um fluido, cuja composio so acares. Embora o embrio, esteja ainda desenvolvendo-se vagarosamente nesse estdio, a radcula, o coleoptilo e a primeira folha embrionria j esto formados. Assim, dentro do embrio em desenvolvimento j encontra-se uma planta de milho em miniatura. A espiga est prxima de atingir seu tamanho mximo. Os estilos-estigmas, tendo completado sua funo no florescimento, esto agora escurecidos e comeando a secar. Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig. 9 Gro no estdio R2, conhecidos como Bolha d'gua. A acumulao de amido inicia-se nesse estdio, com os gros experimentando um perodo de rpida acumulao de matria seca, N e P continuam sendo absorvidos e a realocao desses nutrientes das partes vegetativas para a espiga tem incio nesse estdio. A umidade de 85% nos gros.

Estdio R3, Gro Leitoso Essa fase iniciada normalmente 12 a 15 dias aps a polinizao. O gro apresenta-se com uma aparncia amarela e, no seu interior, um fluido de cor leitosa. Este acares so oriundos da translocao dos fotoassimilados presentes nas folhas e no colmo, para a espiga e gros em formao. A eficincia dessa translocao, alm de ser importante para a produo, extremamente dependente de gua. Embora, nesse estdio, o crescimento do embrio ainda seja considerado lento, ele j pode ser visto caso haja uma dissecao. Este estdio conhecido como aquele em que ocorre a definio da densidade dos gros.

Os gros, nessa fase, apresentam rpida acumulao de matria seca e com cerca de 80% de umidade, sendo que as divises celulares dentro do endosperma apresentam-se essencialmente completas. O crescimento a partir da devido expanso e ao enchimento das clulas do endosperma com amido. Um estresse hdrico nessa fase, embora menos crtico que na fase anterior, pode afetar a produo. Embora, nesse perodo, a planta deva apresentar considervel teor de slidos solveis prontamente disponveis, objetivando a evoluo do processo de formao de gros, a fotossntese mostra-se imprescindvel. Em termos gerais, considera-se como importante o carter condicionador de produo a extenso da rea foliar que permanece fisiologicamente ativa aps a emergncia da espiga. Essa fase crtica para o consumo do milho verde, pois representa a poca de colheita. O descarregamento e transporte de acares para os gros em desenvolvimento se d via floema; a sacarose, penetrando no apoplasto, dividida em frutose e glicose pela enzima invertase cida. Na verdade, os estdios de desenvolvimento da planta de milho para o consumo verde, em "R3" ou "Gro leitoso" (Fig. 10) no diferenciam-se do desenvolvimento da planta para consumo de gros secos. Entretanto, preciso ficar atento para as caractersticas exigidas pelo mercado consumidor dessa modalidade de milho, principalmente quanto cultivar a ser utilizada, uma vez, que, dependendo do ciclo, o momento de colheita (R3) varivel, assim como o tempo de permanncia no campo na fase de gro leitoso apto para colheita. Foto: Paulo Csar Magalhes

Fig. 10 Estdio R3 ou gro leitoso, com umidade em torno de 80%.

Estdio R4, Gro Pastoso Esse estdio alcanado com cerca de 20 a 25 dias aps a emisso dos estilos-estigmas; os gros continuam desenvolvendo-se rapidamente, acumulando amido. O fluido interno dos gros passa de um estado leitoso para uma consistncia pastosa (Fig. 11) e

as estruturas embrinicas de dentro dos gros encontram-se j totalmente diferenciadas. A deposio de amido bastante acentuada, caracterizando, desse modo, um perodo exclusivamente destinado ao ganho de peso por parte do gro. Em condies de campo, tal etapa do desenvolvimento prontamente reconhecida, pois, quando os gros presentes so submetidos presso imposta pelos dedos, mostram-se relativamente consistentes, embora ainda possam apresentar pequena quantidade de slidos solveis, cuja presena em abundncia caracteriza o estdio R3 (gro leitoso). Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig. 11 Gros no estdio R4, pastoso. Os gros encontram-se com cerca de 70% de umidade e j acumularam cerca da metade do peso que eles atingiro na maturidade. A ocorrncia de adversidades climticas, sobretudo falta de gua, resultar numa maior porcentagem de gros leves e pequenos, o que comprometeria definitivamente a produo.

Estdio R5, Formao de dente Esse perodo caracterizado pelo aparecimento de uma concavidade na parte superior do gro, comumente designada de "dente", coincide normalmente com o 36 o dia aps o princpio da polinizao (Fig. 12). Nessa etapa, os gros encontram-se em fase de transio do estado pastoso para o farinceo. A diviso desses estdios feita pela chamada linha divisria do amido ou linha de leite. Essa linha aparece logo aps a formao do dente e, com a maturao, vem avanando em direo base do gro. Devido acumulao do amido, acima da linha duro e abaixo macio (Fig. 13). Nesse estdio, o embrio continua desenvolvendo-se, sendo que, alm do acentuado acrscimo de volume experimentado pelo endosperma, mediante o aumento do tamanho das clulas, observa-se tambm a completa diferenciao da radcula e das folhas embrionrias no interior dos gros. Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig.

12

Estdio

R5,

formao

de

dente.

Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig. 13 Detalhe do desenvolvimento da linha de leite. Alguns gentipos do tipo "duro" no formam dente, da, nos referidos materiais, ser mais difcil notar esse estdio de ser notado, podendo apenas relacion-lo ao aumento gradativo da dureza dos gros. Estresse ambiental nessa fase pode antecipar o aparecimento da formao da camada preta, indicadora da maturidade fisiolgica. A reduo na produo, nesse caso, seria relacionada ao peso dos gros e no ao nmero de gros. Os gros nesse estdio apresentam-se com cerca de 55% de umidade. Materiais destinados a silagem devem ser colhidos nesse estdio, pois as plantas apresentam em torno de 33 a 37% de matria seca. O milho colhido nessa fase apresenta as seguintes vantagens: apesar do decrscimo na produo de matria verde, obtm-se significativo aumento na produo de matria seca por rea; decrscimo nas perdas de armazenamento, pela diminuio do efluente, e aumento significativo no consumo voluntrio da silagem produzida.

Estdio R6, Maturidade Fisiolgica Esse o estdio em que todos os gros na espiga alcanam o mximo peso seco e vigor, ocorre cerca de 50 a 60 dias aps a polinizao. A linha do amido j avanou at a espiga e a camada preta j foi formada. Essa camada preta ocorre progressivamente da

ponta da espiga para a base.(Fig. 14). Nesse estdio, alm da paralisao total do acmulo de matria seca nos gros, acontece tambm o incio do processo de senescncia natural das folhas das plantas, as quais gradativamente comeam a perder a sua colorao verde caracterstica. Foto: Adaptaptao sobre imagem de Ritchie & Hanway (1989).

Fig. 14 Detalhe do desenvolvimento da camada preta (ponto da maturidade fisiolgica). O ponto de maturidade fisiolgica caracteriza o momento ideal para a colheita, ou ponto de mxima produo, com 30 a 38% de umidade, podendo variar entre hbridos. No entanto, o gro no est ainda em condies de ser colhido e armazenado com segurana, uma vez que deveria estar com 13 a 15% de umidade, para evitar problemas com a armazenagem. Com cerca de 18 a 25% de umidade, a colheita j pode acontecer, desde que o produto colhido seja submetido a uma secagem artificial antes de ser armazenado. A qualidade dos gros produzidos pode ser avaliada pela percentagem de gros ardidos, que interfere notadamente na destinao do milho em qualquer segmento da cadeia de consumo. A ocorrncia de gros ardidos est diretamente relacionada ao hbrido de milho e ao nvel de empalhamento a que esto submetidas as suas espigas. Ainda de forma indireta, a presena de pragas, adubaes desequilibradas e perodo chuvoso no final do ciclo, atraso na colheita e incidncia de algumas doenas podem influir no incremento do nmero de gros ardidos. A partir do momento da formao da camada preta, que nada mais do que a obstruo dos vasos, rompe-se o elo de ligao da planta-me e o fruto, passando o mesmo a apresentar vida independente. Manejo de solos importante usar corretamente as tcnicas de preparo do terreno, para evitar a progressiva degradao fsica, qumica e biolgica do solo. O preparo do solo tem por objetivo bsico otimizar as condies de germinao, emergncia e o estabelecimento das plntulas. Atualmente, deve ser visto tambm como um sistema que dever aumentar a infiltrao de gua, de modo a reduzir a enxurrada e a eroso a um mnimo tolervel. Nesse tpico sero discutidos aspectos relacionados ao preparo convencional do solo, envolvendo o preparo primrio do solo atravs da arao e do preparo

secundrio, realizado por meio de gradagem. Sero tambm comentados aspectos relacionados ao plantio direto e rotao de culturas um sistema iniciado no inicio da dcada de setenta e consolidado como uma tecnologia conservacionista largamente aceita entre os agricultores, havendo sistemas adaptados a diferentes regies e aos diferentes nveis tecnolgicos, do grande ao pequeno agricultor que usa a trao animal. Grande parte do sucesso do Sistema de Plantio Direto (SPD) reside no fato de que a palha deixada por culturas de cobertura sobre a superfcie do solo, somada aos resduos das culturas comerciais, cria um ambiente extremamente favorvel ao crescimento vegetal, contribuindo para a estabilizao da produo e para a recuperao ou manuteno das caractersticas e propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do solo, de tal modo que a sua qualidade seja melhorada (plantas de cobertura de solo ). A escolha e utilizao dos equipamentos agrcolas, nos diferentes sistemas de manejo do solo, so dependentes do tratamento que se quer dar ao solo para explorao agrcola. Alm disso, os requerimentos de energia nos sistemas de manejo do solo podero definir a viabilidade econmica dos referidos sistemas, assim nesse tpico sero tambm apresentados aspectos relacionados a equipamentos para o manejo de solo Fertilidade de solos A anlise do solo, num sentido amplo, uma medida fsico-qumica, mas, no agronmico, seu objetivo determinar a habilidade do solo em fornecer nutriente s plantas, e tambm determinar as necessidades de calcrio e fertilizantes, alm de diagnosticar problemas de toxidez de alguns elementos, excesso de sais e outros. Nesse tpico fundamental discutir aspectos relacionados amostragem do solo e a interpretao de resultados de anlise do solo levando em considerao que os resultados de uma anlise qumica de solo para que tenham validade e representatividade, indispensvel o mximo cuidado e critrio na coleta de amostras que devero ser enviadas aos laboratrios. Nenhuma anlise melhor que uma boa coleta de amostras, pois elas que iro representar toda a rea da propriedade onde devero ser aplicados os corretivos e fertilizantes. Alm dos sintomas caractersticos de uma ou outra desordem, que s se manifestam em casos graves, a identificao do estado nutricional da planta somente possvel pela anlise qumica da mesma. A utilizao da diagnose foliar como critrio diagnstico baseia-se na premissa de existir uma relao bem definida entre o crescimento e a produo das culturas e o teor dos nutrientes em seus tecidos. Os solos brasileiros, na sua maioria, so cidos, destacando-se aqueles sob vegetao de cerrado. Tais solos so caracterizados por baixas concentraes de clcio e de magnsio, elementos diretamente envolvidos no desenvolvimento das razes, e por valores elevados de alumnio trocvel e baixa disponibilidade de fsforo do solo. Nos ltimos anos, a cultura do milho, no Brasil, vem passando por importantes mudanas tecnolgicas, resultando em aumentos significativos da produtividade e produo. Entre essas tecnologias, destaca-se a necessidade da melhoria na qualidade dos solos, visando uma produo sustentada. Essa melhoria na qualidade dos solos est

geralmente relacionada ao adequado manejo, o qual inclui, entre outras prticas, a rotao de culturas, o plantio direto e o manejo da fertilidade, atravs da calagem e gessagem , nutrio e adubao do milho (adubao equilibrada com macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes qumicos) adubao orgnica (estercos, compostos, adubao verde, etc.). Cultivares Introduo Sem dvida alguma, o primeiro passo na produo de uma cultura a escolha da semente. O rendimento de uma lavoura de milho o resultado do potencial gentico da semente e das condies edafoclimticas do local de plantio, alm do manejo da lavoura. De modo geral, a cultivar responsvel por 50% do rendimento final. Conseqentemente, a escolha correta da semente pode ser a razo do sucesso ou insucesso da lavoura. Para safra de 2007/08, esto disponibilizadas para comercializao, 278 cultivares de milho, sendo que 36 novas cultivares (2 variedades, 4 hbridos duplos, 9 hbridos triplos e 21 hbridos simples (Tabela 1 e Tabela 2 ) substituram 37 cultivares (5 variedades, 5 hbridos duplos, 9 hbridos triplos e 21 hbridos simples) que deixaram de ser comercializadas na safra anterior confirmando assim a dinmica dos programas de melhoramento e a confiana do setor na evoluo da cultura e a importncia do uso de semente no aumento da produtividade. Essas cultivares foram desenvolvidas por 26 diferentes Programas de melhoramento de milho. Nessa safra no se observou um crescimento das ofertas de hbridos simples como vinha ocorrendo at a safra passada, sendo que em termos percentuais a oferta dos diferentes tipos de cultivares bastante semelhante situao da safra anterior(Tabela 3) H uma confirmao de predominncia no nmero de hbridos simples, modificados ou no, que representam hoje 44,2% das opes de mercado. Os hbridos simples e triplos, modificados ou no, representam, hoje, cerca de 69% das opes para os produtores, mostrando uma tendncia na agricultura brasileira e uma maior necessidade de se aprimorar os sistemas de produo utilizados, para melhor explorar o potencial gentico dessas sementes. Tabela 3. Distribuio percentual dos diferentes tipos de sementes nas ltimas safras Tipo de Cultivar 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 Hbridos Simples 34,8 35,7 37,6 40,0 Hbridos Triplos 31,3 29,7 28,4 25,3 Hbridos Duplos 20,5 22,4 22,7 22,3 Variedades 13,4 12,2 11,3 12,4 Total de cultivares 207 233 230 237 Eliminadas / Novas 13 / 25 9 / 35 35 / 32 22 / 29 Fonte: Cruz & Pereira Filho, 2007 et al. de milho no Brasil 2006/07 44,0 24,0 20,7 11,3 279 5/47 2007/08 44,0 25,1 20,5 10,4 278 37/36

pode-se afirmar que existem cultivares adaptadas a qualquer regio do Pas e a qualquer sistema de produo, sendo provavelmente o insumo moderno de uso mais generalizado na cultura do milho. A escolha de cada cultivar deve atender a necessidades especficas, pois no existe uma cultivar superior que consiga atender a todas as situaes. Na escolha da cultivar, o produtor deve fazer uma avaliao completa das informaes geradas pela pesquisa, assistncia tcnica, empresas produtoras de sementes,

experincias regionais e pelo comportamento de safras passadas. Aspectos relacionados s caractersticas da cultivar e do sistema de produo devero ser levados em considerao, para que a lavoura se torne mais competitiva.. O produtor dever ter em mente os seguintes aspectos: Adaptao regio, produtividade e estabilidade, ciclo, tolerncia s principais doenas comuns na regio, qualidade do colmo e raiz, sanidade, textura e cor do gro Adaptao regio Um dos primeiros aspectos a serem considerados a adaptao da cultivar regio. Geralmente as empresas que comercializam sementes de milho dividem o Brasil em quatro grandes macro-regies homogneas de cultivo do milho, que se diferenciam por fatores como altitude, latitude e clima. Essas regies so: Regio subtropical, formada pelo RS, SC e sul do PR; Regio de transio formada pelo norte e oeste do PR, sul de SP, sul do MS e sul de MG; Regio tropical, formada pelas regies centro e norte de SP, MG, TO, norte do MS, MT, oeste da BA, parte dos estados do MA e do PI, RJ e ES; Regio Nordeste. Os contornos dessas regies no so rgidos e variam de acordo com os conceitos das firmas produtoras de sementes. comum a subdiviso por altitudes, geralmente separandas em acima e abaixo de 700 m. Para efeito do zoneamento agrcola, as cultivares so recomendadas para cada Estado. Produtividade e Estabilidade O potencial produtivo de uma cultivar um dos primeiros aspectos considerado pelos agricultores na compra de sua semente. Entretanto, a sua estabilidade de produo, que determinada em funo do seu comportamento em cultivos em diferentes locais e anos, tambm dever ser considerada. Cultivares estveis so aqueles que, ao longo dos anos e dentro de determinada rea geogrfica, tem menor oscilao de produo, respondendo melhoria do ambiente (anos mais favorveis) e no tendo grandes quedas de produo nos anos mais desfavorveis. As sementes das variedades melhoradas so de menor custo e com os devidos cuidados na multiplicao podem ser reutilizadas por alguns anos, sem diminuio substancial da produtividade. So ainda de grande utilidade em regies onde, devido s condies econmico-sociais e de baixa tecnologia, a utilizao de milho hbrido torna-se invivel. O preo de um saco de 20Kg de sementes de variedade varia de R$ 40,00 a R$ 50,00. No segmento da agricultura familiar e em sistemas de produo orgnica, as variedades so amplamente utilizadas e recomendadas. Os hbridos s tm alto vigor e produtividade na primeira gerao (F1), sendo necessria a aquisio de sementes hbridas todos os anos. Se os gros colhidos forem

semeados, o que corresponde a uma segunda gerao (F2), dependendo do tipo do hbrido haver reduo de 15 a 40% na produtividade, perda de vigor e grande variao entre plantas. Os hbridos simples so potencialmente mais produtivos que os outros tipos, apresentando maior uniformidade de plantas e espigas. So tambm os mais caros, custando muitas vezes acima de R$ 200,00 o saco de 60.000 sementes, normalmente suficiente para o plantio de um hectare. Os hbridos triplos so tambm bastante uniformes e seu potencial produtivo intermedirio entre os hbridos simples e duplos. O mesmo ocorre com o preo de suas sementes. Os hbridos duplos so um pouco mais variveis em caractersticas da planta e espiga que os simples e triplos. O custo da semente dos duplos mais baixo que o preo da semente dos simples e triplos. Em termos de quantidade de sementes (toneladas) vendidas, tambm j existe uma predominncia dos hbridos simples no mercado (Tabela 4 e Fig. 1), mas a melhoria do nvel tecnolgico em regies especficas e a maior competitividade do mercado nacional de sementes, tem aumentado a oferta de hbridos triplos e simples que somados j dominam uma maior fatia de mercado. Tabela 4. Percentagem dos diferentes tipos de sementes de cultivares de milho vendidas no Brasil. Tipo de cultivar 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 H. simples 20,39 27,94 30,16 33,70 36,6 41,7 43,6 H. triplo 27,62 25,00 27,20 24,62 26,9 25,2 23,2 H. duplo 42,81 38,66 34,20 34,21 30,6 29,0 30,4 Variedade 9,18 8,40 8,44 7,47 5,9 4,1 2,8 Fonte: Associao Paulista dos Produtores de Sementes - APPS(2005). Considerando que estes diferentes tipos de cultivares apresentam grande variao, tanto no custo da semente como no seu potencial produtivo, bvio que a escolha da cultivar deve levar em conta o sistema de produo que o agricultor usar. De nada adianta usar uma semente de alto potencial produtivo e de maior custo, se o manejo e as condies da lavoura no permitirem que a semente expresse o seu potencial gentico. Fonte: Adaptao de Associao Paulista dos Produtores de Sementes - APPS(2005).

Fig. 1. Quantidade dos diferentes tipos de sementes de cultivares de milho vendidas no Brasil. Os hbridos apresentam caractersticas morfo e fisiolgicas distintas, como: arquitetura de planta, qualidade do colmo e raiz, sincronismo de florescimento, tolerncia a estresses nutricionais, hdricos e climticos, tolerncia s pragas e doenas. Outras caractersticas a serem consideradas na escolha da cultivar so: Ciclo O ciclo de uma cultivar pode ser determinado em nmero de dias da semeadura at o pendoamento, at a maturao fisiolgica ou at a colheita. As cultivares de milho so agrupadas de acordo com o ciclo da planta em: superprecoce, precoce, semiprecoce e normal. Tecnicamente, o ciclo de uma cultivar leva em considerao as unidades de calor necessrias para atingir o florescimento. Unidades de calor (UC) so a soma das unidades dirias de calor, a partir da emergncia dada pela frmula: UC = [ (temperatura mxima + temperatura mnima) : 2] - 10 onde temperaturas mximas iguais ou maiores que 30C devem ser consideradas como 30C, e temperaturas mnimas iguais ou menores que 10C devem ser consideradas como 10C. As cultivares normais apresentam exigncias trmicas maior do que 890 graus-dias (G.D.), as precoces, de 830 a 890 G.D., e as superprecoces, menor do que 830 G.D. Essas exigncias calricas se referem ao comprimento das fases fenolgicas compreendidas entre a emergncia e o incio da polinizao. Muitas vezes as Empresas de sementes usam subdividir as cultivares de ciclo normal em normais propriamente ditas e semiprecoces, sem entretanto apresentar uma distino objetiva entre estas duas

categorias. Na safra 2007/08, as cultivares classificadas como precoces representam 65,0% das opes de mercado enquanto as hiper e superprecoces representam 20,8%. Verifica-se que tanto as variedades quanto os diferentes tipos de hbridos apresentam todas as variaes possveis em seus ciclos. O agricultor deve ter em mente que esta determinao de ciclo das cultivares no muito rgida. A diferena entre as cultivares mais tardias e as mais superprecoces pode no chegar a 10 dias. Alm da classificao no ser rigorosa, e uma cultivar classificada como superprecoces pode comportar-se como precoce e vice-versa. Por outro lado, as cultivares apresentam diferentes taxas de secagem aps a maturao fisiolgica ("dry down"), sendo algumas mais rpidas, o que permite uma colheita mais cedo. Porm, importante salientar que a escolha do ciclo adequado da cultivar, pode torna-se imprescindvel em algumas situaes como sucesso de culturas ou plantios escalonados. Tolerncia a doenas As doenas podem ocorrer de forma epidmica, podendo atingir at 100% das plantas na lavoura. Em reas de plantio direto, os problemas podero ser agravados, principalmente com cercosporiose, helmintospirose e podrides do colmo e espigas. Atualmente, o problema com doenas srio em algumas regies do pas, especialmente onde a cultura permanece no campo durante todo o ano, como em reas irrigadas, ou onde o plantio de safrinha significante. Nestas situaes, fundamental a escolha de cultivares tolerantes s principais doenas (Tabela 2) para evitar reduo de produtividade. A sanidade dos gros tambm deve merecer ateno na escolha da cultivar. Esta caracterstica funo principalmente da resistncia gentica da cultivar aos fungos que atacam o gro e est normalmente associada a um bom empalhamento. Baixa percentagem de espigas doentes e gros ardidos so caractersticas que podem estar incorporadas ao insumo semente e representam valor agregado pois, melhor qualidade de gros poder significar maior preo no mercado. Qualidade do colmo e raiz Com o aumento do nvel tecnolgico na cultura do milho, um dos fatores que deve ser considerado a resistncia da planta ao acamamento e ao quebramento. Embora estas caractersticas tambm sejam afetadas pelo manejo da lavoura, elas variam com a cultivar. Lavouras que sero colhidas mecanicamente devero ser plantadas com cultivares que apresentam boa qualidade de colmo, evitando desta forma perdas na colheita. Textura e cor do gro As cultivares de milho podem ser agrupadas de acordo com a textura do gro. Os milhos comuns podem apresentar gros com as seguintes texturas: 1-dentado ou mole ("dent"): os gros de amido so densamente arranjados nas laterais dos gros, formando um cilindro aberto que envolve parcialmente o embrio. Na parte central, os gros de

amido so menos densamente dispostos e farinceos. O gro caracterizado pela depresso ou "dente" na sua parte superior, resultado da rpida secagem e contrao do amido mole; 2-gro duro ou cristalino ("flint"): os gros apresentam reduzida proporo de endosperma amilceo em seu interior, notando-se que a parte dura ou cristalina a predominante e envolve por completo o amido amilcio. A textura dura devida ao denso arranjo dos gros de amido com protena. Existem ainda os gros semiduros e os semidentados, que apresentam caractersticas intermedirias. Os gros mais duros apresentam a vantagem de boa armazenagem e qualidade de germinao. Milhos de gros mais duros, preferidos pela indstria alimentcia, em algumas situaes alcanam preo um pouco superior no mercado enquanto que os de gros dentados no so aceitos ou comprados por um preo menor. No entanto, em materiais para produo de milho verde e silagem, gros dentados uma caracterstica desejada e freqente. Alm dos aspectos relacionados, as cultivares tambm se diferenciam em outras caractersticas morfo e fisiolgicas, como: arquitetura de planta, sincronismo de florescimento, empalhamento, decumbncia (percentagem de dobramento de espigas aps a maturao), tolerncia a estresses de seca e temperatura, tolerncia s pragas, tolerncia ao alumnio txico e eficincia no uso de nutrientes. Todas estas outras caractersticas tambm devem ser consideradas na escolha da cultivar . Consideraes gerais Com todas estas consideraes, conclui-se que a escolha da cultivar uma tarefa complexa. O agricultor dever levar em considerao todas as informaes que conseguir junto s empresas produtoras de semente, assistncia tcnica e pesquisa, de forma a ajustar a semente escolhida ao seu sistema de produo, principalmente levando em considerao que todos os anos novas cultivares so lanadas no mercado. Plantio Dentre os cereais cultivados no Brasil, o milho o mais expressivo, com cerca de 50,567 milhes de toneladas de gros produzidos, em uma rea de aproximadamente 13,8 milhes de hectares (CONAB, 2007), referente a duas safras, normal e safrinha. Por suas caractersticas fisiolgicas a cultura do milho tem alto potencial produtivo, j tendo sido obtida produtividade superior a 16 t ha-1, em concursos de produtividade de milho conduzidos por rgos de assistncia tcnica e extenso rural e por empresas produtoras de semente. No entanto, o nvel mdio nacional de produtividade muito baixo, cerca de 3.655 kg ha-1, demonstrando que manejo cultural do milho deve ser ainda bastante aprimorados para se obter aumento na produtividade e na rentabilidade que a cultura pode proporcionar. O plantio de uma lavoura deve ser muito bem planejado, pois determina o inicio de um processo de cerca de 120 dias e que afetar todas as operaes envolvidas, alm de determinar as possibilidades de sucesso ou insucesso da lavoura. por ocasio do plantio que se obtm uma boa ou m populao de plantas ou densidade de plantio. Esta caracterstica no to importante em outras culturas com grande capacidade de perfilhamento como arroz, trigo, aveia, sorgo e outras gramneas, ou de maior habilidade de produo de floradas, como o feijo ou a

soja. Isto faz com que o agricultor tenha especial ateno na operao de plantio, de forma a assegurar a densidade desejada na ocasio da colheita. Neste contexto , a escolha e o cuidado com as plantadoras representam um importante elemento dentro do processo de produo, uma vez que afeta a distribuio e localizao do adubo, a distribuio de sementes nas fileiras e a profundidade de plantio, o espaamento entre fileiras, determinando a qualidade do plantio e seu efeito sobre as operaes subsequentes e a produtividade da lavoura. A cultura do milho tem se destacado nos ltimos anos na integrao lavoura-pecuria (ILP) devido s inmeras aplicaes que este cereal tem dentro da propriedade agrcola quer seja na alimentao animal na forma de gros ou de forragem verde ou conservada, na alimentao humana ou na gerao de receita mediante a comercializao da produo excedente. Outro ponto importante so as vantagens comparativas do milho em relao a outros cereais ou fibras no que diz respeito ao consrcio dele com forrageiras. Irrigao Antes de adquirir qualquer equipamento, ou construir qualquer estrutura para irrigao, deve-se primeiro determinar se h necessidade de irrigar a cultura naquele local e se possvel irrigar ou seja, deve ser verificado a viabilidade de irrigao de milho . Em geral, o interesse pela irrigao costuma aumentar quando ocorre estiagem, com quebra ou perda da produo. Por outro lado, muitos agricultores, motivados pelo modismo, ou impulsionados pela presso comercial e facilidade de crdito, adquirem sistemas de irrigao, sem mesmo verificar se a cultura a ser irrigada necessita ou responde irrigao, ou se a fonte de gua de que dispem suficiente para atender necessidade hdrica da cultura. O interesse pela irrigao, no Brasil, emerge nas mais variadas condies de clima, solo, cultura e socioeconomia. No existe um sistema de irrigao ideal, capaz de atender satisfatoriamente todas essas condies e interesses envolvidos. Em conseqncia, deve-se selecionar o sistema de irrigao mais adequado para uma certa condio e para atender os objetivos desejados. Com a expanso rpida da agricultura irrigada no Brasil, muitos problemas tm surgido, em conseqncia do desconhecimento das diversas alternativas de sistemas de irrigao, conduzindo a uma seleo inadequada do melhor mtodos de irrigao para uma determinada condio. O manejo de Irrigao da cultura do milho nada mais do que estabelecer o momento correto de aplicar gua e a sua respectiva lmina (quando e quanto aplicar). Vrios critrios podem ser adotados para o manejo da irrigao. Nesse tpico sero discutidos os mais comuns e que so de maior uso prtico nas condies atuais. Tambm sero abordados aspectos relacionados quimigao que consiste em aplicar uma soluo, ou calda, de agroqumicos (fertilizante, inseticida, fungicida, herbicida ou nematicida) por meio do sistema de irrigao. Quando se trata de produtos que atuam no solo, a aplicao, em princpio, pode ser feita por meio de qualquer mtodo de irrigao: gravitacional, asperso ou localizado. Porm, a plicao de produtos com atividade foliar somente vivel nos sistemas de irrigao por asperso: laterais portteis (convencional), piv central, rolo e outros.

Plantas daninhas As plantas daninhas requerem para seu desenvolvimento os mesmos fatores exigidos pela cultura do milho, ou seja, gua, luz, nutrientes e espao fsico, estabelecendo um processo competitivo quando cultura e plantas daninhas se desenvolvem conjuntamente. importante lembrar que os efeitos negativos causados pela presena das plantas daninhas no devem ser atribudos exclusivamente competio, mas sim a uma resultante total de presses ambientais, que podem ser diretas (competio, alelopatia, interferncia na colheita e outras) e indiretas (hospedar insetos, doenas e outras). Esse efeito total denomina-se INTERFERNCIA. O grau de interferncia imposto pelas plantas daninhas a cultura do milho determinado pela composio florstica (pelas espcies que ocorrem na rea e pela 3distribuio espacial da comunidade infestante) e pelo perodo de convivncia entre as plantas daninhas e a cultura. A competio por nutrientes essenciais de grande importncia, pois esses na maioria das vezes, so limitados. Mesmo o milho sendo eficiente na absoro, no consegue acumular nutrientes como as plantas daninhas fazem em seus tecidos. Em condies de competio o nitrognio seria o nutriente de maior limitao entre milho e planta daninha. Assim, a adubao nitrogenada merece especial ateno em condies de alta infestao. A competio por espao ocorre e a planta do milho assume uma arquitetura diferente daquela que possue quando cresce livre da presena de outras plantas, mudando o posicionamento de suas folhas , porque o espao que deveria ocupar j se encontra ocupado por outra planta. importante ressaltar que qualquer mudana na arquitetura da planta do milho representa srios prejuzos na produo. O termo alelopatia aplica-se quando uma planta daninha libera substancias qumicas no meio, prejudicando o desenvolvimento de outro, podendo ocorrer inclusive entre indivduos da mesma espcie. Diversas plantas daninhas possuem capacidade aleloptica que reduzem o desenvolvimento do milho, como exemplo o capim-arroz(Echinochloa crusgalli), o capim-colcho (Digitaria horizontalis) e o caoim-rabo-de-raposa (Setaria faberil). O grau de interferncia das plantas daninhas pode variar de acordo com as condies climticas e sistemas de produo. No entanto, as perdas ocasionadas na cultura do milho em funo da interferncia imposta pelas plantas daninhas tm sido descritas como sendo da ordem de 13,1%, sendo que em casos onde no tenha sido feito nenhum mtodo de controle esta reduo pode chegar a aproximadamente 85%. Objetivos do Manejo de Plantas Daninhas O manejo integrado visa eliminar as plantas daninhas durante o perodo crtico de competio, que o perodo em que a convivncia com as plantas daninhas pode causar danos irreversveis a cultura, prejudicando o rendimento. Outro importante aspecto dar condies para que a colheita mecanizada tenha a mxima eficincia, e evitar a proliferao de plantas daninhas, garantindo-se a produo de milho nas safras seguintes. Portanto ao usar algum mtodo de controle de plantas daninhas na cultura do milho, o produtor deve lembrar-se que os principais objetivos so: a. Evitar perdas devido competio;Beneficiar as condies de colheita;Evitar o aumento da infestao; e b. Proteger o ambiente

Evitar perdas devido competio O importante que o produtor entenda que as perdas pode variar de ano a ano, devido s condies climticas, e de propriedade a propriedade, devido s variaes de solo, populao de plantas daninhas, sistemas de manejo (rotao de culturas, plantio direto) etc. Portanto, necessrio que o produtor de milho tenha uma estimativa das perdas que as plantas daninhas ocasionam em sua lavoura pois ela servir para avaliar quando e de que modo deve ser feito o controle Beneficiar as condies de colheita Os mtodos de controle de plantas daninhas sero usados tambm para beneficiar a colheita e no apenas para evitar a competio inicial. As plantas daninhas que germinam, emergem e crescem no meio da lavoura do milho aps o perodo crtico de competio, no acarretam perdas na produo. Entretanto, tanto a colheita manual quanto a mecnica podem ser prejudicadas. No caso da colheita manual a presena da espcie Mimosa invisa Mart. Ex Colla, popularmente conhecida como malistra ou dormideira, pode provocar ferimentos nas mos dos trabalhadores. A colheita mecnica quando realizada em lavouras com alta infestao de corda-de-viola (Ipomoea sp.) e trapoeraba (Commelinna sp.) pode ser inviabilizada pois a mquina no consegue operar devido ao embuchamento dos componentes da plataforma de corte. Evitar o aumento da infestao O terceiro objetivo do manejo integrado de plantas daninhas est ligado produo sustentada. Ao terminar a colheita da safra, o produtor deve lembrar-se de que a terra um bem sagrado e que deve ser conservada para as prximas safras. Se a terra deixada em pousio, as plantas daninhas iro sementear e aumentar a infestao. O banco de sementes das plantas daninhas o solo e, se nada for feito para evitar a produo de sementes, o nmero de plantas daninhas emergindo a cada ano vai aumentar significativamente, as produes de milho cairo, a dependncia do uso de herbicidas aumentar, os custos de controle ficaro mais elevados e, depois disso, o nico jeito abandonar a terra. Em um sistema de produo sustentado, um dos fatores mais importantes a manuteno da populao de plantas daninhas em baixos nveis de infestao. Para isso podem ser adotadas algumas tcnicas como rotao de culturas e semeadura de plantas de cobertura e de adubao verde. Culturas de cobertura, como nabo forrageiro, aveia, ervilhaca peluda, milheto, no perodo de entressafra, tem grande poder de supresso na emergncia e desenvolvimento das plantas daninhas. Operaes de ps-colheita, como a passada de uma roadeira ou aplicao de herbicidas para dessecao das plantas daninhas, tambm podem ser realizadas para que no ocorra produo de sementes e/ou outros propgulos. Proteger o meio ambiente Finalmente, o ltimo objetivo do manejo integrado est ligado diretamente ao controle qumico, que no atual sistema de produo de milho realizado quase que exclusivamente com herbicidas. Herbicidas so substncias qumicas que apresentam diferentes caractersticas fsico-qumicas e, portanto, um comportamento ambiental diferenciado. Dependendo dessas caractersticas, como o coeficiente de adsoro (Kd), a constante da lei de Henry e, principalmente, a meia-vida do composto no solo, ar e gua

(T1/2), o herbicida usado pode ser uma fonte de contaminao do ambiente. Produtos volteis (que se transformam em gases) podero contaminar o ar, produtos lixiviveis (que sofrem movimentao no perfil do solo) podero atingir o lenol de gua subterrneo e os herbicidas fortemente presos nos sedimentos podero atingir depsitos de guas superficiais, por meio da eroso. A adoo de mtodos de controle de plantas daninhas que minimizem ou dispensem o uso de herbicidas so desejveis para tornar a atividade agrcola ambientalmente mais segura. Mtodos de Controle de Plantas Daninhas Diversos so os mtodos de controle de plantas daninhas empregados na cultura do milho, dentre os quais pode-se destacar: Controle Preventivo O controle preventivo tem como objetivo evitar a introduo ou disseminao de plantas daninhas nas reas de produo. A introduo de novas espcies geralmente ocorrem por meio de lotes contaminados de sementes, mquinas agrcolas e animais. De acordo com Gazziero et al. (1989) a utilizao de sementes de boa procedncia, livres de sementes de plantas daninhas, limpeza de mquinas e implementos ante de cercas e de estradas, em terraos, em ptios, em fontes de gua e em canais de irrigao, ou em qualquer lugar da propriedade, so importantes para evitar a disseminao de sementes e de outras estruturas de reproduo. Controle Cultural O mtodo cultural normalmente utilizado pelos agricultores mas no como uma tcnica de manejo de plantas daninhas. O mtodo cultural visa aumentar a capacidade competitiva da cultura em detrimento das plantas daninhas. Menor espaamento entre linhas, maior densidade de plantio, poca adequada de plantio, uso de variedades adaptadas as regies, uso de cobertura morta, adubaes adequadas, irrigao bem manejada, rotao de culturas, so tcnicas que permitem a cultura tornar-se mais competitivas com as plantas daninhas. O plantio direto tem auxiliado no controle das plantas daninhas, especialmente no milho safrinha, semeado aps a lavoura de vero. Nesse sistema, sem revolvimento do solo, o banco de sementes na parte superficial do solo tende a reduzir, reduzindo a germinao dos propgulos. Controle Mecnico de Plantas Daninhas Capina Manual Esse mtodo amplamente utilizado em pequenas propriedades. De acordo com Hill (1982) dos 350 milhes de produtores no mundo, estimados nos anos 80, aproximadamente 250 milhes usavam algum tipo de capina manual. Normalmente de duas a trs capinas com enxada so realizadas durante os primeiros 40 a 50 dias aps a semeadura, pois a partir da o crescimento do milho contribuir para a reduo das condies favorveis para a germinao e desenvolvimento das plantas daninhas. A capina manual deve ser realizada preferencialmente em dias quentes e secos e com o solo com pouca umidade. Cuidados devem ser tomados para evitar danos as plantas de milho, principalmente s razes. Este mtodo de controle demanda grande quantidade de

mo-de-obra visto que o rendimento desta operao de aproximadamente 8 dias. homem por hectare (Silva et al., 1987). Capina Mecnica A capina mecnica usando cultivadores, tracionados por animais ou tratores, ainda o sistema mais utilizado no Brasil. As capinas devem ser realizadas nos primeiros 40 a 50 dias aps a semeadura da cultura. Neste perodo os danos ocasionados cultura so minimizados comparados com os possveis danos (quebra e arranquio das plantas de milho) em capinas realizadas tardiamente. exemplo da capina manual, o cultivo mecnico deve ser realizado superficialmente em dias quentes e secos, com o solo com pouca umidade, aprofundando-se as enxadas o suficiente para o arranquio ou corte das plantas daninhas. Quando as plantas de milho encontrarem-se de 4 a 6 folhas utilizar enxadas do tipo asa de andorinha para evitar danos no sistema radicular do milho pois o mesmo encontra-se superficial. A produtividade deste mtodo de aproximadamente 0,5 a 1 dia.homem por hectare (trao animal) e 1,5 a 2,0 horas por hectare (tratorizada) (Silva et al., 1987). Controle Qumico O controle qumico consiste na utilizao de produtos herbicidas para o controle das plantas daninhas, sendo necessrio o registro dos produtos no Ministrio da Agricultura. Em algumas situaes as Secretarias Estaduais de Agricultura podem proibir o uso de determinado(s) produto(s). Ao se pensar em controle qumico em milho, algumas consideraes devem ser feitas: i - a seletividade do herbicida para a cultura, ii - a eficincia no controle das principais espcies na rea cultivada e iii - o efeito residual dos herbicidas para as culturas que sero implantadas em sucesso ao milho. O uso de herbicidas, por ser uma operao de maior custo inicial, indicado para lavouras mdias e grandes, e com alto nvel tecnolgico onde a expectativa de uma produtividade acima de 4.000 kg/ha. Embora seja, ultimamente, o mtodo de controle com maior nvel de crescimento, o controle qumico, se utilizado indiscriminadamente, pode vir a causar problemas de contaminao ambiental. Cuidados adicionais devem ser tomados com o descarte de embalagens, armazenamento, manuseio e aplicao dos herbicidas. Os herbicidas registrados para uso na cultura do milho podem ser vistos nas Tabelas 1 e 2. O seu uso est vinculado aos cuidados normais recomendados nos rtulos pelos fabricantes e assistncia de um tcnico da extenso oficial ou do distribuidor. Tabela 1. Herbicidas pr-emergentes para o controle de plantas daninhas na cultura do milho. Nome Comum Nome Comercial Concentrao Dose (g/L ou g/kg) Comercial (kg ou L/ha) 1 acetochlor Kadett 840 3,0 4,0 Kadett CE 840 3,0 4,0 Surpass 768 2,6 - 5,2 1 alachlor Alachlor Nortox 480 5,0 7,0 Lao CE 480 5,0 - 7,0 alachlor + atrazine1 Alachlor + Atrazina SC 240 + 250 6,0 8,0

amicarbazone atrazine

atrazine dimethenamid atrazine isoxaflutole2 atrazine metolachlor atrazine + metolachlor

Nortox 250 + 250 7,0 Alazine 500 SC 300 + 180 7,0 Boxer 260 + 260 6,0 - 8,0 Agimix Dinamic 700 0,4 Atranex 500 Sc 500 4,0 Atrazina Nortox 500 SC 500 3,0 Atrazinax 500 500 3,0 Coyote 500 5,0 Gesaprim 500 500 5,0 Herbitrin 500 Br 500 4,0 Stauzina 500 SC 500 4,0 Siptran 800 2,0 Gesaprim GRDA 880 2,5 Trac 50 SC 500 4,0 Proof 500 4,0 - 5,0 + Guardsman 320 + 280 4,0 - 5,0 + Alliance WG 830 + 34

8,0 9,0

5,0 6,5 6,5 6,0 6,0 8,0 6,0 4,0 -3,5 6,0

1,5 2,0 + Primaiz 500 SC 250 + 250 5,0 Primestra SC 200 + 300 5,0 - 8,0 s- Primagran Gold 370 + 230 3,5 Primaiz Gold 370 +270 3,5 Primestra Gold 370 + 270 3,25 - 4,5 atrazine + simazine Actiomex 500 SC 250 + 250 3,5 Atrazimex 500 SC 250 + 250 4,0 Extrazin SC 250 + 250 3,6 Herbimix SC 250 + 250 6,0 Primatop SC 250 + 250 3,5 Triamex 500 SC 250 + 250 3,5 Controller 500 SC 250 + 250 3,5 - 6,0 cyanazine3 Bladex 500 500 3,0 - 5,0 2,4-D Aminamar 670 2,5 Aminol 806 720 2,5 Capri 400 2,0 Deferon 670 3,0 DMA 806 BR 400 2,5 Esteron 400 BR 400 3,0 Herbi D-480 720 3,0 Tento 867 CS 720 2,0 U 46 D - Fluid 2,4-D 2,0 - 3,0 670 dimethenamid Zeta 900 900 1,25 2 isoxaflutole Alliance SC 20 2,5 Provence 750 WG 750 80 linuron Linurex Agricur 500 PM 500 1,2 -

8,0 4,5 4,5 7,0 6,0 6,8 7,0 6,5 6,0

3,5 3,5 3,0 4,5 3,0 4,5 4,5 3,0

4,0 4,0

Afalon SC 450 1,6 - 3,3 metolachlor Dual 960 CE 960 2,5 - 3,0 4 s-metolachlor Dual Gold 960 5 pendimethalin Herbadox 500 CE 500 2,0 - 3,5 5 simazine Herbazin 500 BR 500 3,0 5,0 Sipazina 800 PM 800 2,0 - 5,0 simazine + cyanazine Blazina SC 250 + 250 4,8 - 8,0 terbuthylazine Gardoprim 500 4,0 - 7,0 trifluralin Novolate 600 0,9 4,0 Premerlin 600 CE 600 3,0 4,0 Trifluralina Nortox Gold 450 1,2 - 2,4 Fonte: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (2006) 1 Utilizar a maior dose em solos com teor de material orgnica superior a 5%. 2 No aplicar em solos arenosos que recebam calagem pesada no intervalo de 90 dias, e em hibridos e variedades de milho branco, Milho pipoca e linhagens. 3 Utilizar a maior dose em solos com teor de material orgnica superior a 4%. 4 Utilizar em solos com teor de material orgnica superior a 2% e baixa infestao de capim marmelada. 5 Utilizar a maior dose em solos com teor de material orgnica superior a 3%.
4

Tabela 2. Herbicidas ps-emergentes para o controle de plantas daninhas na cultura do milho Nome Comum Nome Comercial Concentrao Dose (g/L ou g/kg) Comercial (kg ou L/ha) alachlor + atrazine Alachlor + Atrazina 240 + 250 6,0 - 8,0 SC Nortox 250 + 250 7,0 - 8,0 Alazine 500 SC 300 + 180 7,0 - 9,0 Boxer 260 + 260 6,0 - 8,0 Agimix ametryne1 Ametrina Agripec 500 3,0 - 4,0 Gesapax 50 500 3,0 - 4,0 Gesapax GRDA 785 2,0 - 2,5 Amicarbazone Dinamic 700 0,4 2 amnio-glufosinato Finale 200 1,5 - 2,0 3 atrazine + metolachlor Primaiz 500 SC 250 + 250 5,0 - 8,0 Primestra SC 200 + 300 5,0 - 8,0 atrazine + bentazon Laddok 200 + 200 2,4 - 3,0 3 atrazine + leo vegetal Posmil 400 + 300 5,0 - 7,0 Primleo 400 + 300 5,0 - 6,0 Atrazine + nicosulfuron Sanson AZ 500 + 20 1,75 - 2,0 atrazine + simazine Actiomex 500 SC 250 + 250 3,5 - 7,0 Atrazimex 500 SC 250 + 250 4,0 - 6,0 Extrazin SC 250 + 250 3,6 - 6,8 Herbimix SC 250 + 250 6,0 - 7,0 Primatop SC 250 + 250 3,5 - 6,5

Bentazon Carfentrazone-ethyl 2,4-D4

Foramsulfuron iodosulfuron-methyl Glyphosate2

Triamex 500 SC 250 + 250 3,5 - 6,0 Controller 500 SC 250 + 250 3,5 - 6,0 Basagran 600 600 1,2 Banir 480 480 1,5 - 2,5 Aurora 400 SC 400 0,025 - 0,125 Aminamar 670 2,5 - 3,5 Aminol 806 670 2,5 - 3,5 Capri 720 2,0 - 3,0 Deferon 400 3,0 - 4,5 DMA 806 BR 670 2,5 - 3,0 Esteron 400 BR 400 3,0 - 4,5 Herbi D-480 400 3,0 - 4,5 Tento 867 CS 720 2,0 - 3,0 U 46 D - Fluid 2,4-D 720 2,0 - 3,0 + Equip Plus 300 + 20 0,12 - 0,15 Agrisato 480 CS 360 Glifosato 480 360 Agripec 360 Glifosato Fersol 360 Gliz 480 CS 360 Round Original 360 Gliphogan 480 360 Glifosato Nortox 360 Glifosato Atanor 360 Glifosato Alkagro 360 Gliz BR 360 Polaris 360 Radar 648 Roundup Transorb 720 Roundup WG 360 Rustler 360 Stinger 360 Touchdown 360 Trop 620 Zapp Qi Onduty 525 + 175 Nisshin 750 Sanson 40 Sc 340
da Agricultura, Pecuria e

1,0 1,0 2,0 1,0 0,5 2,0 1,0 1,0 2,0 1,0 0,5 0,5 1,0 0,5 0,5 0,5 1,0 1,0 0,72 -4,2

6,0 6,0 5,0 6,0 6,0 4,0 6,0 3,0 5,0 6,0 5,0 5,0 4,5 3,5 5,0 5,0 6,0 6,0

imazapic + imazapyr5 Nicosulfuron6


Fonte: 1 Ministrio

100 70 80 1,25 - 1,50


Abastecimento (2006)

Utilizar nas entrelinhas aps o estdio de 50cm de altura do milho. Adicionar adjuvante. 2 Utilizar em ps-emergncia dirigida ou no manejo de plantas daninhas em plantio direto 3 Aplicar quando as gramineas estiverem no estdio de 3 folhas e as folhas largas no estdio de 6 folhas. 4 Aplicar com o milho com no mximo 4 folhas, antes da formao do cartucho. 5 Somente recomendado para o sistema de produo CLEARFIELD com os hbridos

C909, C901 e C806 6 No utilizar em misturas com inseticidas organofosforados. Verificar susceptibilidade de cultivares. 7 Aplicar nas entrelinhas, em jato dirigido, quando o milho estiver com mais de 8 folhas. 8 Utilizado para o controle de folhas largas com at 4 folhas. Pode ser aplicado at a 4a folha do milho Mtodos de Aplicao de Herbicidas A eficincia de um herbicida est intimamente relacionada sua aplicao, que deve ser feita de maneira uniforme e utilizando os equipamentos adequados a cada tipo de situao. Os problemas verificados na ineficincia do controle de plantas daninhas na maioria dos casos est relacionada a tecnologia de aplicao. Ross e Lembi (1999) apontam que 46% dos problemas das aplicaes ocorrem na calibragem do pulverizador, 5% na mistura de produtos e 12% na combinao da calibragem e da mistura de produtos. Segundo Zimdahl (1999) mais de 90% dos herbicidas ainda so aplicados via trator (sistemas hidrulicos), embora a aplicao via gua de irrigao tem aumentado nos ltimos anos. Terrestre A calibragem do sistema de aplicao terrestre deve ser realizada preferencialmente no local da aplicao observando-se os fatores que interferem na eficincia dos herbicidas. Os equipamentos tratorizados apresentam quatro componentes bsicos: tanque, regulador de presso, bomba e bicos de aplicao, que devem ser sempre verificados, evitando defeitos ou entupimentos que possam vir a tornar a aplicao ineficiente. Area A principal vantagem da aplicao area em relao as aplicaes terrestres tratorizadas ou manual o menor tempo gasto para tratar uma mesma rea. Este mtodo economicamente e tecnicamente vivel somente em reas extensas e planas. Aplicaes areas apresentam alto risco de contaminao ambiental em funo do alto risco de deriva, devendo portanto sempre ser acompanhada por um tcnico responsvel. Via irrigao A aplicao de herbicidas via gua de irrigao conhecida como herbigao. Embora a adoo deste mtodo de aplicao ter aumentado nos ltimos anos ainda no existem herbicidas registrados para essa modalidade. Alm disso apenas alguns herbicidas possuem caractersticas favorveis a aplicao com gua de irrigao. Embora a herbigao apresente como vantagens a reduo do custo de aplicao, o aumento da atividade herbicida, maior uniformidade de aplicao e maior compatibilidade com o sistema de plantio direto por no haver trnsito de mquinas na poca de controle das plantas daninhas, a aplicao, principalmente via piv-central pode apresentar riscos de contaminao ambiental e aumento do tempo de aplicao. Normas Gerais Para o Uso de Defensivos Agrcolas Antes da aquisio de qualquer defensivo agrcola deve-se fazer uma avaliao correta do problema e da necessidade da aplicao. No adquira nenhum defensivo agrcola sem receiturio agronmico e verifique a data de validade evitando comprar produtos

vencidos e com embalagens danificadas. No aplique defensivos agrcolas sem estar vestindo os Equipamento de Proteo Individual (EPI) necessrios. Fazer a trplice lavagem da embalagem aps o uso e inutiliz-la por meio de furos. Toda embalagem vazia e inutilizada de qualquer defensivo agrcola dever ser retornada aos pontos de compra (oriente-se junto ao vendedor). Cumpra as suas obrigaes e exija seus direitos de consumidor. Manejo de Plantas Daninhas no Milho "Safrinha" As prticas de controle a serem adotadas no milho "safrinha" ou milho de segunda poca que semeado em sua maioria, aps a cultura de vero em final de fevereiro e maro, devem levar em conta que o plantio do milho nesse perodo apresenta maior risco e produo menor que a poca normal. Nesse perodo a temperatura do solo menor, fazendo com que a emergncia e desenvolvimento das plantas daninhas seja menor e, por conseguinte, a presso exercida por elas reduzida, especialmente as gramineas, que tem como poca preferencial de emergncia os meses de outubro a dezembro. importante lembrar que alguns herbicidas de efeito residual longo utilizados nas culturas de vero, como exemplo o imazaquim, utilizado na cultura da soja, podem causar prejuzos ao desenvolvimento do milho que plantado em sequncia. Doenas Trabalhos de monitoramento de doenas realizados pela Embrapa Milho e Sorgo e pelo setor privado, tm demonstrado que a mancha branca, a cercosporiose. a ferrugem polissora, a ferrugem tropical, a ferrugem comum, a helmintosporiose e os enfezamentos plido e vermelho esto entre as principais doenas da cultura do milho no momento. A importncia de cada uma dessas doenas varivel de ano para ano e de regio para regio, mas no possvel afirmar que alguma delas seja de maior importncia em relao s demais. Alm das doenas acima mencionadas, novos desafios tm surgido ao longo dos ltimos anos, como o aumento na severidade da antracnose foliar em algumas regies do pas e a ocorrncia de podrides de causadas por Stenocarpella maydis e S. macrospora, antes mais comuns em reas de plantio na regio Sul do pas, em algumas reas do CentroOeste. Normalmente, um programa de pesquisa tende a se concentrar na busca de solues para problemas identificados at que solues adequadas sejam encontradas, o que exige um certo nmero de anos. O agricultor, por outro lado, enfrenta, a cada ano, novos problemas e tende normalmente a consider-los como prioritrios exigindo solues rpidas e imediatas. Vrias medidas so sugeridas para o manejo de doenas na cultura do milho: 1.) o plantio em poca adequada, de modo a se evitar que os perodos crticos para a produo no coincidam com condies ambientais mais favorveis ao desenvolvimento da doena. 2.) a utilizao de sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas 3.) a utilizao da rotao com culturas no suscetveis, 4.) o manejo adequado da lavoura adubao, populao de plantas adequada, controle de pragas e de invasoras e colheita na poca correta. Essas medidas trazem um benefcio imediato ao produtor por reduzir o potencial de inculo em sua lavoura, mas, principalmente, contribuem para uma maior durabilidade e estabilidade da resistncia gentica presentes nas cultivares comerciais por reduzirem a populao de agentes patognicos. A mais atrativa estratgia de manejo de doenas a utilizao de cultivares

geneticamente resistentes, uma vez que o seu uso no exige nenhum custo adicional ao produtor, no causa nenhum tipo de impacto negativo ao ambiente, perfeitamente compatvel com outras alternativas de controle e , muitas vezes, suficiente para o controle da doena. Dentre as doenas que ocorrem na cultura do milho, merecem destaque, pela sua importncia:doenas foliares, podrides do colmo e das razes, doenas causadas por molicutes e por vrus, doenas causadas por nematides, qualidade sanitria de gros.

Doenas Foliares Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis e C. sorghi f. sp.. maydis) Importncia e Distribuio: A doena foi observada inicialmente no Sudoeste do estado de Gois em Rio Verde, Montividiu, Jata e Santa Helena, no ano de 2000. Atualmente a doena est presente em praticamente todas as reas de plantio de milho no Centro Sul do Brasil. A doena ocorre com alta severidade em cultivares suscetveis, podendo as perdas serem superiores a 80%. Sintomas: Os sintomas caracterizam-se por manchas de colorao cinza, retangulares a irregulares com as leses desenvolvendo-se paralelas s nervuras. Pode ocorrer acamamento em ataques mais severos da doena (Fig. 1). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 1 Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis e C. sorghi f. sp.. maydis) Epidemiologia: A disseminao ocorre atravs de esporos e restos de cultura levados pelo vento e respingos de chuva. Os restos de cultura so, portanto, fonte local e fonte para outra reas. Manejo da Doena: Plantio de cultivares resistentes. Evitar a permanncia de restos da cultura de milho em reas em que a doena ocorreu com alta severidade, para reduzir o potencial de inculo. Realizar rotao com culturas como soja, sorgo, girassol, algodo e outras, uma vez que o milho o nico hospedeiro da Cercospora zeae-maydis. Para evitar o aumento do potencial de inculo da Cercospora zeae-maydis deve - se evitar o

plantio de milho aps milho. Plantar cultivares diferentes em uma mesma rea e em cada poca de plantio. Realizar adubaes de acordo com as recomendaes tcnica para evitar desequilbrios nutricionais nas plantas de milho, favorveis ao desenvolvimento desse patgeno, principalmente a relao nitrognio/potssio. Para que essas medidas sejam eficientes recomenda-se a sua aplicao regional (em macro regies) para evitar que a doena volte a se manifestar a partir de inculo trazido pelo vento de lavouras vizinhas infectadas. Mancha de phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis) Importncia e Distribuio: A doena apresenta ampla distribuio no Brasil. As perdas na produo podem ser superiores a 60% em determinadas situaes. Sintomas: As leses iniciais apresentam um aspecto de encharcamento (anasarca), tornando-se necrticas com colorao palha de formato circular a oval com 0,3 a 2cm de dimetro. H coalescncia de leses em ataques mais severos (Fig. 2). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 2 Mancha branca (Pantoae ananas) Epidemiologia: Alta precipitao, alta umidade relativa (>60%) e baixas temperaturas noturnas em torno de 14C so favorveis doena. Plantios tardios favorecem a doena. H o envolvimento da bactria Pantoeae ananas nas fases inciais da doena. Manejo da Doena: Plantio de cultivares resistentes. Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade da doena. O uso da prtica da rotao de culturas contribui para a reduo do potencial de inculo.

Epidemiologia: Alta precipitao, alta umidade relativa (>60%) e baixas temperaturas noturnas em torno de 14C so favorveis doena. Plantios tardios favorecem a doena. H o envolvimento da bactria Pantoeae ananas nas fases inciais da doena. Manejo da Doena: Plantio de cultivares resistentes. Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade da doena. O uso da prtica da rotao de culturas contribui para a reduo do potencial de inculo. Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.) Importncia e Distribuio Geogrfica: No Brasil, foram j determinados danos de 44,6%, produo de milho pelas ferrugens branca e polissora, sendo a maior parte atribuda a P. polysora e parte a Physopella zeae. A doena est distribuda por toda a regio Centro-Oeste, Noroeste de Minas Gerais, So Paulo e parte do Paran. Sintomas: Pstulas circulares a ovais, marron claras, distribudas na face superior das folhas e, com muito menor abundncia na face inferior da folha (Fig. 3). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 3 Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.) Epidemiologia: A ocorrncia da doena dependente da altitude, ocorrendo com maior intensidade em altitudes abaixo de 700m. Altitudes acima de 1200m so desfavorveis ao desenvolvimento da doena. Manejo da Doena: Plantio de cultivares com resistncia gentica. Ferrugem Comum (Puccinia sorghi) Importncia e Distribuio: No Brasil a doena tem ampla distribuio com severidade moderada, tendo maior severidade nos estados da regio Sul. Sintomas: As pstulas so formadas na parte rea da planta e so mais abundantes nas folhas. Em contraste com a ferrugem polissora, as pstulas so formadas em ambas as superfcies da folha, apresentam formato circular a alongado e se rompem rapidamente

(Fig. Foto: Carlos Roberto Casela

4).

Fig.

Ferrugem

Comum

(Puccinia

sorghi)

Epidemiologia: Temperaturas baixas (16 a 230C) e alta umidade relativa (100%) favorecem o desenvolvimento da doena. Manejo da Doena: Plantio de cultivares com resistncia gentica. Epidemiologia: Temperaturas baixas (16 a 230C) e alta umidade relativa (100%) favorecem o desenvolvimento da doena. Manejo da Doena: Plantio de cultivares com resistncia gentica.

Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae) Importncia e Distribuio:No Brasil, encontra-se distribuda no Centro - Oeste, e Sudeste (Norte de So Paulo) . O problema maior em plantios contnuos de milho, principalmente reas de pivot. Sintomas: Pstulas brancas ou amareladas, em pequenos grupos, de 0,3 a 1,0mm de comprimento na superfcie superior da folha, paralelamente s nervuras (Fig. 5). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 5 Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae) Epidemiologia: Os uredosporos so o inculo primrio e secundrio, sendo transportados pelo vento ou em material infectado. No so conhecidos hospedeiros intermedirios de P. zeae. A doena favorecida por condies de alta temperatura (22340C), alta umidade relativa e baixas altitudes. Por ser um patgeno de menor exigncia em termos de umidade o problema tende a ser a maior na safrinha. Manejo da Doena: Plantio de cultivares resistentes. Os plantios contnuos tendem a agravar o problema causados pelas ferrugens em geral. Recomenda-se a alternncia de gentipos e a interrupo no plantio durante um certo perodo para que ocorra a morte dos uredosporos. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum) Importncia e Distribuio: No Brasil o problema tem sido maior em plantios de safrinha. As perdas podem atingir a 50% em ataques antes do perodo de florao. Sintomas: Os sintomas caractersticos so leses alongadas, elpticas de colorao cinza ou marrom e comprimento varivel entre 2,5 a 15cm. A doena ocorre inicialmente nas folhas inferiores (Fig. 6). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 6 Helmintosporiose (Exserohilum turcicum) Epidemiologia: O patgeno sobrevive em folhas e colmos infectados. A disseminao ocorre pelo transporte de condios pelo vento a longas distncias. Temperaturas moderadas (18-270C) so favorveis doena bem como a presena de orvalho. O patgeno tem como hospedeiros o sorgo, o capim sudo, o sorgo de halepo e o teosinto.

Manejo da Doena: O controle da doena feito atravs do plantio de cultivares com resistncia gentica. A rotao de culturas tambm uma prtica recomendada para o manejo desta doena. Helmintosporiose (Bipolaris maydis ) Importncia e Distribuio: Esta doena encontra-se bem distribuda no Brasil, porm com severidade baixa a mdia. Sintomas: A Raa 0 produz leses alongadas, delimitadas pelas nervuras com margens castanhas com forma e tamanho variveis. O patgeno ataca apenas as folhas. A Raa T produz leses de colorao marron de formato elptico, margens amareladas ou clorticas (Fig. 7) Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 7 Helmintosporiose (Bipolaris maydis) Epidemiologia: A sobrevivncia ocorre em restos culturais infectados e gros. Os condios: so transportados pelo vento e por respingos de chuva. A temperatura tima para o desenvolvimento da doena de 22 a 30C. A doena favorecida por alta umidade relativa. A ocorrncia de longos perodos de seca e dias de muito sol entre dias chuvosos so desfavorveis doena. Manejo da Doena: Plantio de cultivares resistentes e rotao de culturas. Mancha Foliar de Diplodia (Diplodia macrospora) Importncia e Distribuio: Esta doena est presente nos Estados de: Minas Gerais, Gois, So Paulo, Bahia e Mato Grosso e na regio Sul do pas. Apesar de amplamente distribuda, a doena tem ocorrido com baixa severidade at o momento. Sintomas: As leses so alongadas, grandes, semelhantes as de H. turcicum. Diferem desta por apresentar, em algum local da leso, pequeno crculo visvel contra a luz

(ponto de infeco). Podem alcanar at 10 cm de comprimento (Fig. 8). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 8 Mancha Foliar de Diplodia (Diplodia macrospora) Epidemiologia: A disseminao ocorre atravs dos esporos e os restos de cultura levados pelo vento e por respingos de chuva. Os esporos e os restos de cultura levados pelo vento. Os restos de cultura so fonte local e fonte de disseminao da doena para outra reas. Manejo da doena: plantio de cultivares resistentes e rotao de culturas. Antracnose do Milho (Colletotrichum graminicola) Importncia e Distribuio: O aumento desta doena est associado ao cultivo mnimo e ao plantio direto e tambm pela no utilizao da rotao de cultura. A doena est presente nos estados de GO, MG, MT, MS, SP, PR e SC. Sintomas: Na fase foliar, a doena caracteriza-se pela presena de leses de formas variadas, sendo s vezes difcil o seu diagnstico. Nas nervuras, comum a presena de leses elpticas com frutificaes (acrvulos do patgeno) (Fig. 9). Foto: Carlos Roberto Casela

Fig. 9 Antracnose do Milho (Colletotrichum graminicola) Epidemiologia: A taxa de aumento da doena uma funo da quantidade inicial de inculo presente nos restos de cultura, o que indica a importncia do plantio direto e plantio em sucesso para o aumento do potencial de inculo. Um outro fator a influir na quantidade de doena a taxa de reproduo do patgeno, que vai depender das condies ambientais a da prpria raa do patgeno presente.

Manejo da doena: Plantio de cultivares resistentes. A rotao de cultura essencial para a reduo do potencial de inculo presente nos restos de cultura. Podrides do Colmo e das Razes Introduo As principais podrides do colmo na cultura do milho podem ocorrer antes do fase de enchimento dos gros, em plantas jovens e vigorosas ou aps a maturao fisiolgica dos gros, em plantas senescentes. No primeiro caso as perdas se devem morte prematura das plantas com efeitos negativos no tamanho e no peso dos gros como consequncia na reduo na absoro de gua e nutrientes. Pode ocorrer o tombamento das plantas. No segundo caso, as perdas na produo se devem ao tombamento das plantas o que dificulta a colheita mecnica e expe as espigas ao de roedores e a o apodrecimento, pelo contacto com o solo. O tombamento das plantas funo do peso e altura da espiga; da quantidade do colmo apodrecida; da dureza da casca e da ocorrncia de ventos. As podrides do colmo geralmente se iniciam pelas razes, passando para os entrens inferiores e, posterioremente para os entrens superiores ou diretamente pelo colmo, atravs de ferimentos. Estresses durante a fase de enchimento de gros predispem as plantas s podrides. So considerados fatores estressantes, as doenas foliares, os danos nas folhas ou no colmo causados por insetos, a umidade excessiva ou deficiente do solo, o baixo teor de K em relao ao de N, os perodos prolongados de nebulosidade, a alta densidade de semeadura e a ocorrncia de chuvas com intensidade acima do normal, 2 a 3 semanas aps o florescimento. De um modo geral, as podrides do colmo no ocorrem uniformemente na rea mas ao acaso. possvel encontrar plantas sadias ao lado de plantas apodrecidas. Por serem os microorganimos causadores das podrides do colmo capazes de sobreviver nos restos de cultura e no solo, a adoo do Sistema Plantio Direto pode pode aumentar significativamente a quantidade de inculo no solo tornando as lavouras de milho nesse sistema de cultivo mais sujeitas ocorrncia das podrides em alta intensidade. Quanto s podrides de raizes, as perdas econmicas esto diretamente relacionadas ao teor de umidade no solo e geralmente so causadas por um complexo de microorganismos. Podrido por Diplodia Etiologia: Pode ser causada pelos fungos Diplodia maydis ou Diplodia macrospora, os mesmos agentes causais da podrido branca das espigas. D. macrospora pode tambm causar leses foliares em milho D.maydis se difere de D. macrospora:. por apresentar condios duas vezes menores que os de D. macrospora. e . por no causar leses foliares. Sintomas: Plantas infectadas por qualquer um desses fungos apresentam, externamente, prximo aos entrens inferiores, leses marrom-claras, quase negras nas quais possvel observar a presena de pequenos pontinhos negros (picndios). Internamente, o tecido da medula adquire colorao marrom, pode se desintegrar permanecendo intactos

somente os vasos lenhosos sobre os quais possvel observar tambm, a presena de picndios. Epidemiologia: As podrides do colmo por Diplodia so favorecidas por temperaturas entre 28 e 30oC e alta umidade, principalmente na forma de chuva. Esses fungos sobrevivem no solo nos restos de cultura, na forma de picndios e nas sementes, na forma de picndios ou de miclio. Apresentam como nico hospedeiro, o milho o que torna a rotao de cultura uma medida eficiente no controle dessa doena. A disseminao dos condios pode ocorrer pela ao da chuva ou do vento. Manejo da doena: Utilizao de cultivares resistentes e rotao de culturas. principalmente em reas onde se utiliza o Sistema Plantio Direto. Evitar altas densidades de semeadura. Realizar adubaes de acordo com as recomendaes tcnicas para evitar desequilibrios nutricionais nas plantas de milho. As prticas da arao e gradagem quando associadas rotao de culturas, reduzem significativamente a quantidade de inculo do patgeno no solo e consequentemente a intensidade da doena nas prximas semeaduras. Podrido por Fusarium Etiologia: uma doena causada por vrias especies de Fusarium entre elas F. moniliforme e F. moniliforme var. subglutinans que tambm causam a podrido rosada das espigas. Sintomas: Em plantas infectadas, o tecido dos entrens inferiores geralmente adquire colorao avermelhada que progride de forma uniforme e contnua da base em direo parte superior da planta. Embora a infeco do colmo possa ocorrer antes da polinizao, os sintomas s se tornam visveis logo aps a polinizao e aumentam em severidade medida que as plantas entram em senescncia. A infeo pode se iniciar pelas razes e favorecida por ferimentos causados por nematides ou pragas subterrneas. Epidemiologia: Esse patgeno um fungo de solo capaz de sobreviver nos restos de cultura na forma de miclio e apresenta vrias espcies vegetais como hospedeiras o que torna a medida de rotao de cultura pouco eficiente. Frequentemente pode ser encontrado associado s sementes. A disseminao dos condios se d atravs do vento ou da chuva. Manejo da doena: Uso de cultivares resistentes. Evitar altas densidades de semeadura. Realizar adubaes de acordo com as recomendaes tcnicas para evitar desequilibrios nutricionais nas plantas de milho. Podrido por Colletotrichum Etiologia: Essa podrido, tambm denominada de antracnose do colmo, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola. Esse fungos pode infectar todas as partes da planta de milho, resultando diferentes sintomas nas folhas, no colmo, na espiga, nas razes e no pendo.

Sintomas: Embora esse patgeno possa infectar as plantas nas fases iniciais de seu desenvolvimento, os sintomas so mais visveis aps o florescimento. A podrido do colmo caracterizada pela formao, na casca, de leses encharcadas, estreitas, elpticas na vertical ou ovais. Posteriormente tornam;-se marrom-avermelhadas e, finalmente marrom-escuras a negras. As leses podem coalescer, formando extensas reas necrosadas de colorao escura-brilhante. O tecido interno do colmo apresenta, de forma contnua e uniforme, colorao marrom-escura podendo se desintegrar, levando a planta morte prematura e ao acamamento (Fig. 1). Foto: Alexandre da Silva Ferreira

Fig. 1 Podrido por Colletotrichum Epidemiologia: C. graminicola pode sobreviver em restos de cultura ou em sementes, na forma de miclio e condios. A disseminao dos conidios se d por respingos de chuva. A infeco do colmo pode ocorrer pelo ponto de juno das folhas com o colmo ou atravs de razes. A antracnose favorecida por longos perodos de altas temperaturas e umidade principalmente na fase de plntula e aps o florescimento. Manejo da doena: Utilizao de cultivares resistentes no s podrido do colmo por C. graminicola mas tambm s doenas foliares. A rotao de culturas imprescindvel no Sistema Plantio Direto. Tratamento de sementes com fungicidas. Realizar adubaes de acordo com as recomendaes tcnica para evitar desequilbrios nutricionais nas plantas de milho. Arao e gradagem so prticas que, associadas rotao de cultura, reduzem significativamente a quantidade de inculo do patgeno no solo e consequentemente a intensidade da doena nas prximas semeaduras.

Podrido por Macrophomina Etiologia: causada pela fungo Macrophomina phaseolina. Sintomas: A infeo das plantas se inicia pelas razes. Embora essa infeco possa ocorrer nos primeiros estdios de desenvolvimento da planta, os sintomas so visveis nos entrens inferiores, aps a polinizao. Internamente, o tecido da medula se desintegra permanecendo intactos somente os vasos lenhosos sobre os quais possvel observar a presena de numerosos pontinhos negros que conferem internamente ao colmo, uma cor cinza tpica (Fig. 2). Foto: Alexandre da Silva Ferreira

Fig. 2 Podrido por Macrophomina Epidemiologia: A podrido por Macrophomina favorecida por altas temperaturas (37 oC) e baixa umidade no solo. A sobrevivncia de M. phaseolina no solo bem como sua disseminao ocorre na forma de esclercios. Esse fungo apresenta um grande nmero de hospedeiros inclusive o sorgo e a soja o que torna a rotao de cultura uma medida de controle pouco eficiente. Manejo da doena: Utilizao de cultivares resistentes Promover uma irrigao adequada em anos de pouca chuva. Evitar altas densidades de semeadura. Realizar adubaes de acordo com as recomendaes tcnicas para evitar desequilibrios nutricionais nas plantas de milho Podrido por Pythium

Etiologia: causada pelo fungo Pythium aphanidermatum. Sintomas: Essa podrido do tipo aquosa assemelhando-se s podrides por bactria. Difere dessas por ficar tpicamente restrita ao primeiro entren acima do solo enquanto que as bacterioses atingem vrios entrens (Fig. 3). As plantas antes de tombarem, geralmente sofrem uma toro. Plantas tombadas permanecem verdes por algum tempo visto que os vasos lenhosos permanecem intactos. Foto:Fernando Tavares Fernandes

Fig. 3 Podrido por Pythium Epidemiologia: Esse fungo sobrevive no solo, apresenta elevado nmero de espcies vegetais hospedeiras e capaz de infectar plantas de milho jovens e vigorosas, antes do florescimento. Essa podrido favorecida por temperaturas em torno de 32 oC e alta umidade no solo proporcionada por prolongados perodos de chuva ou irrigao excessiva. Manejo da doena: Manejo adequado da gua de irrigao. Epidemiologia: Esse fungo sobrevive no solo, apresenta elevado nmero de espcies vegetais hospedeiras e capaz de infectar plantas de milho jovens e vigorosas, antes do florescimento. Essa podrido favorecida por temperaturas em torno de 32 oC e alta umidade no solo proporcionada por prolongados perodos de chuva ou irrigao excessiva. Manejo da doena: Manejo adequado da gua de irrigao. Podrides bacterianas

Etiologia: Vrias espcies de bactrias do gnero Pseudomonas e Erwinia causam podrides do colmo em plantas de milho. Sintomas: As podrides causadas por bactrias so do tipo aquosa e quando causadas por Erwinia exalam tipicamente um odor desagradvel. Em geral iniciam-se nos entrens prximos ao solo e rapidamente atingem os entrens superiores. Essas podrides podem tambm se iniciar pela parte superior do colmo causando a "podrido do cartucho por Erwinia". Os sintomas tpicos dessa doena so as murcha e a seca das folhas do cartucho decorrentes de uma podrido aquosa na base desse cartucho. As folhas se desprendem facilmente e exalam um odor desagradvel (Fig. 4). Na bainha das outras folhas pode-se observar a presena de leses encharcadas (anasarcas). Pode ocorrer o apodrecimento dos entrens inferiores ao cartucho e a murcha do restante da planta. Ferimentos no cartucho causados por insetos podem favorecer a incidncia dessa podrido. Foto:Fernando Tavares Fernandes

Fig.

Podrides

bacterianas

Epidemiologia: Essas podrides so favorecidas por altas temperaturas associadas a altos teores de umidade. Manejo da doena: Manejo adequado da gua de irrigao e melhoria no sistema de drenagem do solo. Podrido de raizes Etiologia: Pode ser causada por vrias espcies de Fusarium e de Pythium alm daqueles microorganismos causadores de podrides do colmo.

Sintomas: Os sintomas tpicos dessa podrido no sistema radicular so razes com colorao escuras e apodrecidas. Os sintomas na parte area so enfezamento, clorose, mau enchimento dos gros e murcha (Fig. 5). Foto:Fernando Tavares Fernandes

Fig. 5 Podrido de razes Manejo da doena: Manejo adequado da gua de irrigao e melhoria no sistema de drenagem do solo. Doenas causadas por molicutes e por vrus Rayado Fino (Maize Rayado Fino Virus) Importncia e Distribuio: A virose rayado fino, tambm, denominada de risca, pode reduzir a produo de gros em at 30% e ocorre nas principais regies produtoras de milho. Essa doena transmitida e disseminada por uma cigarrinha de cor palha, tamanho de 0,5cm, denominada Dalbullus maidis (Fig. 1). Fonte: Ortega/CIMMYT (1987)

Fig.

Dalbullus

maidis

Sintomas: Os sintomas caractersticos so riscas formadas por numerosos pontos clorticos coalescentes ao longo das nervuras que so facilmente observados quando as folhas so colocadas contra a luz (Fig. 2). Foto: Jos Magid Waquil

Fig.

Sintoma

de

rayado

fino

Epidemiologia: O virus do rayado fino ocorre sistemicamente na planta de milho que transmitido de forma persistente propagativa pela cigarrinha Dalbullus maidis que ao se alimentar em plantas doentes adquire o virus que o transmite para plantas sadias. O

perodo latente entre a aquisio desse virus e sua transmisso varia de 7 a 37 dias. A incidncia e a severidade dessa doena so influenciadas por grau de susceptibilidade da cultivar, por semeaduras tardios e por populao elevada de cigarrinha coincidente com fases iniciais de desenvolvimento da lavoura de milho. O milho principal hospedeiro tanto do virus como da cigarrinha. Controle: O mtodo mais eficiente e econmico para controlar o virus rayado fino a utilizao de cultivares resistentes. Prticas culturais recomendadas que reduzem a incidncia dessa doena no milho so: eliminao de plantas voluntrias de milho, fazer o pousio por um perodo de dois a trs meses sem a presena de plantas de milho, alterar a poca de semeadura evitando, as semeaduras tardias e sucessivas de milho. Mosaico Maize Sugar Johnson Sorghum comum Dwarf Cane Grass Mosaic Mosaic Mosaic Mosaic do Virus Virus Virus Virus milho (MDMV) (SCMV) (JGMV) (SrMV)

Importncia e Distribuio: Importncia e Distribuio: O mosaico comum do milho ocorre, praticamente, em toda regio onde se cultiva o milho. Calcula-se que essa doena pode causar uma reduo na produo de 50%. Sintomas: Os sintomas caracterizam-se pela formao nas folhas de manchas verde claro com reas verde normal dando um aspecto de mosaico(Fig. 3). As plantas doentes so, normalmente, menores em altura e em tamanho de espigas e de gros. Foto: Jos Magid Waquil

Fig.

Mosaico

comum

do

milho

Agente Causal: O mosaico comum do milho causado por um complexo viral pertencente ao grupo Potyvirus. Dentre eles incluem-se o "Maize Dwarf Mosaico Virus" (MDMV), O "Sugar Cane Mosaico Virus" (SCMV), o "Johnson Grss Mosaico Virus" (JGMV) e o "Sorghum Mosaico Virus" (SrMV). Epidemiologia: A transmisso do mosaico comum do milho feita por vrias espcies de pulges. Os vetores mais eficientes so as espcies Ropalosiphum maidis, Schizophis graminum e Myzus persicae. Os insetos vetores adquirem os virus em poucos segundos ou minutos e os transmitem, tambm, em poucos segundos ou minutos. A transmisso desses virus pode ser feita, tambm, mecanicamente. Mais de 250 espcies de gramneas so hospedeiras dos virus do mosaico comum domilho. Controle: A utilizao de cultivares resistentes o mtodo mais eficiente para controlar essa virose. A eliminao de outras plantas hospedeiras pode contribuir na reduo da incidncia dessa doena. A aplicao de inseticidas para o controle dos vetores no tem sido um mtodo muito efetivo no controle do mosaico comum do milho. Enfezamentos Plido (Spiroplasma) Vermelho (Phytoplasma) Importncia e Distribuio: Os enfezamentos do milho, causados por Spiroplasma e por Phytoplasma, so considerados doenas importantes para a cultura do milho por afetarem a produtividade desse cereal e por sua ocorrncia generalizada nas principais regies produtoras de milho. Essas doenas so transmitidas e disseminadas por uma cigarrinha de cor palha, tamanho de 0,5cm, denominada Dalbulus maidis (Fig. 1). Sintomas: Enfezamento plido: Os sintomas caractersticos so estrias esbranquiadas irregulares na base das folhas que se estendem em direo ao pice (Fig. 4). Normalmente, as plantas so raquticas devido ao encurtamento dos entrens, pode haver uma proliferao de espigas pequenas e sem gros. Quando h produo de gros, eles so pequenos, manchados e frouxos na espiga. As plantas podem secar precocemente. Foto: Jos Magid Waquil

Fig.

Sintoma

de

enfezamento

plido

Enfezamento vermelho: Os sintomas tpicos dessa doena so o avermelhamento das folhas, a proliferao de espigas, perfilhamento na base da planta e nas axilas foliares e encurtamento dos entrens (Fig. 5).

Foto: Jos Magid Waquil

Fig. 5 Perfilhamento na base da planta e nas axilas foliares e encurtamento dos entrens. Agente Causal: O enfezamento plido causado por procarionte pertencente ao gnero Spiroplasma denominado pelo nome comum espiroplasma. O enfezamento vermelho causado por procarionte pertencente ao gnero Phytoplasma denominado pelo nome comum fitoplasma. Epidemiologia: Molicutes Spiroplasma e Phytoplasma ocorrem somente em clulas do floema de plantas doentes de milho que so transmitidos de forma persistente propagativa pela cigarrinha Dalbulus maidis que ao se alimentar em plantas doentes adquire os molicutes que os transmite para as plantas sadias. O perodo latente entre a aquisio do patgeno e sua transmisso pela cigarrinha varia entre 12 e 28 dias para Spiroplasma enquanto para Phytoplasma a variao de 22 a 26 dias. A incidncia e severidade dessas doenas so influenciadas por grau de susceptibilidade da cultivar, por semeaduras tardias, temperaturas elevadas e densidade elevada de cigarrinhas coincidente com fases iniciais de desenvolvimento da lavoura de milho. Controle: O controle dessas doenas mais eficiente a utilizao de cultivares resistentes. Outras prticas recomendadas para o manejo dessas doenas so: evitar semeaduras sucessivas de milho, fazer o pousio por perodo de dois a trs meses sem a presena de plantas de milho e alterar a poca de semeadura evitando-se a semeadura tardia do milho. Doenas Causadas Por Nematides Introduo Mais de 40 espcies de 12 gneros de nematides tm sido citadas como parasitas de razes de milho, em todas as reas do mundo onde este cereal cultivado. No Brasil, as espcies mais importantes, devido patogenicidade, distribuio e alta densidade populacional, so Pratylenchus brachyurus, Pratylenchus zeae, Helicotylenchus dihystera, Criconemella spp., Meloidogyne spp. e Xiphinema spp. Resultados de pesquisa demonstram que o controle qumico de nematides na cultura do milho permitiu o aumento da produo de gros em 39%, em rea naturalmente infestada por Pratylenchus zeae e Helicotylenchus dihystera. H tambm em gros de milho relatos de aumento de produtividade de 699 kg/ha, em parcelas experimentais, devido ao controle qumico de Pratylenchus sp. e Helicotylenchus sp. A ocorrncia de nematides do gnero Meloidogyne parasitando o milho e causando prejuzos significativos em condies naturais, foi relatada no Brasil em 1986, tendo sido identificado como Meloidogyne incognita raa 3, em razes de plantas de milho que no se desenvolveram. Contudo, o milho est entre as culturas mais recomendadas para a rotao em reas infestadas por Meloidogyne spp. Atualmente, devido necessidade de se controlar o nematide do cisto (Heterodera glycines) na cultura da soja, o milho tem sido uma alternativa para a rotao de cultura, pois no parasitado por este nematide. Por outro lado, estas duas culturas podem ser parasitadas por nematides do gnero Meloidogyne, notadamente por M. incognita e M. javanica. Sintomas

As injrias por nematides variam com o gnero e a populao do nematide envolvido, condies do solo e a idade da planta de milho. Os sistemas radiculares parasitados por nematides so menos eficientes na absoro de gua e nutrientes da soluo do solo. Conseqentemente, uma planta parasitada tem seu crescimento reduzido, apresenta sintomas de deficincias minerais e a produo reduzida. Uma cultura de milho atacada por nematides apresenta, em sua parte area, os seguintes sintomas: plantas enfezadas e clorticas, sintomas de murcha durante os dias quentes, com recuperao noite, espigas pequenas e mal granadas. Esses sintomas do cultura do milho uma aparncia de irregularidade, podendo aparecer em reboleiras ou em grandes extenses. Quando esses sintomas, observados na parte area, so causados por nematides, as raizes apresentam os seguintes sintomas: a. Encurtamento e engrossamento das razes : Trichodorus spp., Longidorus spp. e Belonolaimus spp.Sistema radicular prticamente destituido de radicelas: Xiphinema spp., Tylenchorhynchus spp., Helicotylenchus spp., Belonolaimus spp. e Macroposthonia spp.Sistema radicular praticamente destitudo de radicelas e com leses radiculares e razes apodrecidas : Pratylenchus spp., Xiphinema spp., Hoplolaimus spp. e Helicotylenchus spp. b. Sistema radicular com pequenas galhas : Meloidogyne spp. Fator de Reproduo (FR) do nematide necessrio conhecer muito bem o Fator de Reproduo (FR) das espcies de nematides que parasitam as cultivares de milho disponveis regionalmente. O FR expressa se a cultivar excelente, boa, fraca ou no hospedeira do nematide presente na rea de cultivo do milho, em relao populao inicial presente no solo infestado por este nematide. Isto , o FR representa a populao do nematide no estdio final da cultura / populao inicial do nematide presente na ocasio de semeadura. Consequentemente, a cultivar de milho a ser utilizada em plantios comerciais ou em rotao com a cultura da soja deve apresentar FR < 1, se possvel igual a zero ou prximo de zero. Na avaliao da reao de 107 gentipos de milho a Meloidogyne incognita raas 1, 2, 3 e 4 e a M. arenaria raa 2; incluindo populaes de polinizao aberta, linhagens, cruzamentos intervarietais e hbridos comerciais; os resultados mostraram que todos os gentipos foram bons hospedeiros desses nematides. O FR para Meloidogyne incognita raa 1 variou de 8,5 a 24,3 e para a raa 3 variou de 5,3 a 34,8; enquanto que para M. arenaria raa 2, variou de 16,2 a 31,9. Estes resultados mostram a existncia de variabilidade gentica entre os gentipos avaliados. Ademais, em outro ensaio de resistncia Meloidogyne incognita raa 3, empregando-se 29 cultivares de milho recomendadas para o Estado de So Paulo; todas as cultivares mostraram-se suscetveis ao nematide (FR > 1). Contudo, entre as cultivares avaliadas as que apresentaram menor FR foram: BR 206 (4,9), BR 205 (5,1), IAC Taiba (5,9), XL 660 (8,0) e Agromen 2012 (9,5); sendo portanto as alternativas possveis para o plantio em reas infestadas por M. incognita raa 3. O milho tem sido uma cultura amplamente recomendada para rotao em reas infestadas com Meloidogyne javanica. No entanto, mesmo no mostrando sintomas de galhas evidentes, algumas cultivares podem permitir acentuada multiplicao deste nematide. Em avaliao de 36 gentipos de milho em relao patogenicidade de

Meloidogyne javanica todos eles apresentaram o FR < 1, indicando que estes gentipos diminuiram a populao inicial deste nematide no solo. Adicionalmente, h informao de que a cultivar Hat resistente a M. javanica. Contudo, recentemente em 18 gentipos de milho avaliados todos comportaram-se como bons hospedeiros de Meloidogyne javanica, com o FR variando de 2,2 a 6,9. Controle A utilizao de cultivares resistentes a medida mais eficiente e econmica de controle dos nematides que parasitam a cultura do milho. A rotao de cultura com espcie botnica no hospedeira do nematide presente na rea de cultivo do milho tambm recomendada. Ademais, a utilizao de plantas armadilha como Crotalaria spectabilis, as quais atraem e aprisionam larvas de nematides, especificamente recomendada para o controle de Meloidogyne spp. No obstante, a Crotalaria juncea possui alto potencial de multiplicao dos nematides Pratylenchus spp. e Helicotylenchus spp., enquanto que a rotao com mucuna preta (Mucuna aterrima) diminui as populaes iniciais de Pratylenchus spp. O controle qumico dos nematides parasitas do milho depende da disponibilidade de produtos registrados no MAPA, bem como da anlise econmica da utilizao desta tecnologia Qualidade sanitria de gros Introduo Os gros de milho podem ser danificados por fungos em duas condies especficas, isto , em pr-colheita (podrides de espigas com a formao de gros ardidos) e em ps-colheita dos gros durante o beneficiamento, armazenamento e transporte (gros mofados ou embolorados). No processo de colonizao dos gros, muitas espcie denominadas de fungos toxignicos, pode alm dos danos fsicos (descoloraes dos gros, redues nos contedos de carboidratos, de protenas e de acares totais) podem produzir substncias txicas denominadas de micotoxinas. importante ressaltar que, a presena do fungo toxignico no implica necessariamente na produo de micotoxinas, as quais esto intimamente relacionada capacidade de biossntese do fungo e das condies ambientais predisponentes, como em alguns casos, da alternncia das temperaturas diurna e noturna. Produo de gros ardidos Os gros ardidos em milho so o reflexo das podrides de espigas, causadas principalmente pelos fungos presentes no campo: Diplodia maydis (Stenocarpela maydis), Diplodia macrospora (Stenocarpela macrospora), Fusarium moniliforme, F. subglutinans, F. graminearum, F. sporotrichioides e Gibberella zeae. Ocasionalmente, no campo, h produo de gros ardidos pelos fungos Penicillium oxalicum. e Aspergillus flavus e A. parasiticus. Os fungos F. graminearum, F. sporotrichioides e Diplodia maydis so mais freqente nos Estados do sul do Brasil; e F. moniliforme, F. subglutinans e Diplodia macrospora nas demais regies produtoras de milho. A seguir sero descritas as principais podrides de espigas ocorrentes no Brasil. 1- Podrido Branca da Espiga

A podrido branca da espiga causada pelos fungos Diplodia maydis (Stenocarpela maydis) e Diplodia macrospora (Stenocarpela macrospora). As espigas infectadas apresentam os gros de cor marrom, de baixo peso e com crescimento micelial branco entre as fileiras de gros. No interior da espiga ou nas palhas das espigas infectadas, h a presena de numerosos pontinhos negros (picndios), que so as estruturas de frutificao do patgeno. Uma caracterstica peculiar entre as duas espcies de Diplodia que apenas a D. macrospora ataca as folhas do milho. A precisa distino entre estas espcies s possvel mediante anlises microscpicas, pois comparativamente os esporos de D. macrospora so maiores e mais alongados do que os de D. maydis. Os esporos destes fungos sobrevivem dentro dos picndios no solo e nos restos de cultura contaminados, e nas sementes na forma de esporos e de miclio dormente, sendo estas as fontes primrias de inculo para a infeco das espigas. A infeco pode se iniciar em qualquer uma das extremidades das espigas. Entretanto, as espigas mal empalhadas ou com palhas frouxas ou que no se dobram aps a maturidade fisiolgica so as mais suscetveis. A alta precipitao pluviomtrica na poca da maturao dos gros favorece o aparecimento desta doena. A evoluo da podrido praticamente cessa quando o teor de umidade dos gros atinge 21 a 22%, em base mida. O manejo integrado par o controle desta podrido de espiga envolve a utilizao de cultivares resistentes; de sementes livres dos patgenos; da destruio de restos culturais de milho infectados; e da rotao de culturas, visto que o milho o nico hospedeiro destes patgenos. 2- Podrido Rosada da Espiga Essa podrido causada por Fusarium moniliforme ou por Fusarium subglutinans . Esses patgenos apresentam elevado nmero de plantas hospedeiras, sendo, por isso, considerados parasitas no especializados. A infeco pode se iniciar pelo topo ou por qualquer outra parte da espiga, mas sempre asssociada a alguma injria (insetos, pssaros). Com o desenvolvimento da doena, uma massa cotonosa avermelhada pode recobrir os gros infectados ou a rea da palha atingida. Em alguns gros, pode haver o aparecimento de estrias brancas no pericarpo causadas pela ao do fungo. Quando a infeco ocorre atravs do pednculo da espiga, todos os gros podem ser infectados, mas a infeco s se desenvolver naqueles que apresentarem alguma injria no pericarpo. O desenvolvimento dos patgenos nas espigas paralisado quando o teor de umidade dos gros atinge 18 a 19%, em base mida. Embora esses fungos sejam freqentemente isolados das sementes, estas no so a principal fonte de inculo. Como estes fungos possuem a fase saproftica ativa, sobrevivem e se multiplicam na matria orgnica, no solo, sendo essa a fonte principal de inculo. 3- Podrido Rosada da Ponta da Espiga Esta podrido de espiga conhecida tambm pelo nome de podrido de giberela (Gibberella zeae), sendo mais comum em regies de clima ameno e de alta umidade relativa. A ocorrncia de chuvas aps a polinizao propicia a ocorrncia desta podrido de espiga. Esta doena inicia-se com uma massa cotonosa avermelhada na ponta da espiga e pode progredir para a base da espiga. A palha pode ser colonizada pelo fungo e tornar-se colada na espiga. Ocasionalmente, esta podrido pode iniciar-se na base e progredir para a ponta da espiga, confundindo o sintoma com aquele causado por Fusarium moniliforme ou F. subglutinans. Chuvas freqentes no final do desenvolvimento da cultura, principalmente em lavoura com cultivar com espigas que no dobram, aumentam a incidncia desta podrido de espiga. Este fungo sobrevive nas

sementes na forma de miclio dormente. A forma anamrfica de G. zeae denominada de Fusarium graminearum. A produo de gros ardidos em ensaio com 78 cultivares de milho est relacionada na Tabela 1. Produo de Micotoxinas Atualmente, os gros ardidos, constituem-se, num dos principais problemas de qualidade do milho, devido a possibilidade da presena de micotoxinas, tais como aflatoxinas (Aspergillus flavus e A. parasiticus), fumonisinas (Fusarium moniliforme e F. subglutinans), zearalenona (Fusarium graminearum e F. poae), vomitoxinas (Fusarium moniliforme), toxina T-2 (Fusarium sporotrichioides), entre outras. As perdas qualitativas por gros ardidos so motivos de desvalorizao do produto e uma ameaa sade dos rebanhos e humana. Como padro de qualidade tm-se, em algumas agroindstrias, a tolerncia mxima de 6% para gros ardidos em lotes comerciais de milho. O gnero Fusarium tem uma faixa de temperatura tima para o seu desenvolvimento situada entre 20 a 25 C. Contudo, suas toxinas so produzidas temperaturas baixas, isto significa que o Fusarium produz as micotoxinas sob o efeito de choque trmico, principalmente com alternncia das temperaturas, principalmente a diurna e a noturna. Para a produo de zearalenona a temperatura tima est em torno de 10-12 C. Tabela 1- Porcentagem de gros ardidos em cultivares de milho, oriundos da safrinha 2001, de ensaio conduzido pela Coopervale, Palotina, PR. Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG, 2001. Tratamento Cultivar Ardidos* Tratamento Cultivar Ardidos* 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 AG-9050 AG-9010 AS-1544 AGN-3050 A-2005 DKB-440 6,2 3,3 0,2 1,2 0,3 2,2 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 AS-2001 7 1,0 AGN-3180 3,4 BR-3123 0,7 PL-6440 4,9 CD-302 1,9 CDX-T 2,7 195 DKB-350 1,5 MASTER 1,1 EXCELER 0,6 P-3021 3,4 Z-8330 3,0 Z-8440 1,1 CO-32 2,3 Z-8550 2,4 BRS-3133 1,5 BRS-3101 2,8 BRS-3150 0,4 XB-7011 0,9

DKB-770 2,4 DKB-909 3,4 DKB-901 2,0 FLASH 0,9 D-766 2,1 AG-6016 0,9 AGN-3150 3,2 PL-6001 4,9 DOMINIUM 5,1 SHS-5050 1,4 SHS-5070 3,0 XB-7070 1,3

19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

AG-3010 AGN-3100 AGN-2012 AG-7575 A-2288 A-2560 CD-3121 DKB-929 FORT TORK DCO-9560 Z-8420 AS-1533 Z-8486 Z-8460 D-657 AG-8080 AS-2001 3

1,4 2,5 8,2 3,6 11,6 2,8 1,1 2,3 2,5 1,1 2,1 0,3 1,1 3,5 7,1 1,7 0,8 6,2

58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75

37 AS-3477 0,0 76 38 AS-2001 1 3,5 77 39 AS-3466 0,5 78 Fonte: Embrapa Milho * Peso da amostra de gros/peso dos gros ardidos Controle da produo de gros ardidos

DKB-747 6,3 AS-523 1,6 AS-32 2,8 OC-705 5,2 CDX-D 60 2,2 BRS-2114 1,6 BRS-2110 3,4 XB-8010 2,3 A-2555 2,1 P-X 1409 2,2 K P-X 1409 10,9 P P-X 1399 3,9 H P-X 1379 2,6 F P-30K75 0,8 P-30F88 6,5 P-30F80 0,4 DK-333 B 6,5 P-X 1389 1,9 G Z-8501 1,9 BRS-3060 0,4 PL-6880 2,3 e Sorgo

(2002).

A preveno contra a infeco dos gros de milho por fungos promotores de gros ardidos deve levar em considerao um conjunto de medidas: a) utilizar cultivares de milho com gros mais resistentes aos fungos dos gneros Fusarium e Diplodia; b) realizar rotao de culturas com espcies de plantas no suscetveis aos fungos dos gneros Fusarium e Diplodia; c) interromper o monocultivo do milho; d) promover o controle das plantas daninhas hospedeiras de fungos do gnero Fusarium; e) usar sementes de alta qualidade sanitria; f) evitar altas densidades de plantio; g) utilizar cultivares de milho com espigas decumbentes; h) evitar colher espigas atacadas por insetos e pssaros; i) no colher espigas de plantas acamadas; j) no retardar a colheita e k) realizar o enterrio de restos culturais de milho infectados com fungos causadores de gros ardidos. Pragas A ocorrncia de doenas, plantas daninhas e insetos pragas, juntos ou individualmente podem afetar significativamente o potencial produtivo da planta de milho. Tambm os

insetos pragas em especial, podem afetar de maneira total ou parcial esse potencial produtivo. possvel encontrar em determinada regio ou determinado ano agrcola, a presena de espcies de pragas que tm a capacidade de reduzir o nmero ideal de plantas, seja por danificar e matar a semente logo aps o plantio, ou a plntula antes ou aps a emergncia. A planta tambm pode ser morta pelo efeito sinrgico do ataque dos insetos praga e pela competio com outros fatores, como plantas daninhas, doenas ou estresses abiticos como escassez de gua, por exemplo. Em funo da espcies de insetos e da poca de ataque pode no ocorrer a morte da planta, e sim uma reduo parcial de sua capacidade de produo. No entanto, como pode haver ataques por mais de uma espcie, o somatrio das perdas pode atingir valores significativos, a ponto de comprometer a rentabilidade do agronegcio. O manejo de pragas tem sido considerado como fator fundamental para reduzir as perdas ocasionadas pelas pragas levando em considerao alm dos aspectos econmicos, tambm os aspectos ambientais, notadamente quando ainda se considera a utilizao de um inseticida qumico como parte das tticas do manejo. As pragas iniciais atacam as sementes, razes e plntulas (Plantas jovens) do milho aps a semeadura. O tipo de ataque reduz o nmero de plantas na rea cultivada e o potencial produtivo da lavoura. Esses insetos so de hbito subterrneo ou superficiais e a maioria das vezes passam despercebidos pelo agricultor, dificultando o emprego de medidas para o seu controle. Os danos causados pelas pragas da fase vegetativa e reprodutiva do milho variam de acordo com o estdio fenolgico da planta, condies edafoclimticas, sistemas de cultivo e fatores biticos localizados. Nessas fases, a cultura atacada por vrias espcies-praga. A definio de manejo integrado de pragas (MIP) adotada por um painel organizado pela FAO enuncia: "Manejo Integrado de Pragas o sistema de manejo de pragas que no contexto associa o ambiente e a dinmica populacional da espcie, utiliza todas as tcnicas apropriadas e mtodos de forma to compatvel quanto possvel e mantm a populao da praga em nveis abaixo daqueles capazes de causar dano econmico". Os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas, baseiam-se em quatro elementos: na explorao do controle natural, dos nveis de tolerncia das plantas aos danos causados pelas pragas, no monitoramento das populaes para tomadas de deciso e na biologia e ecologia da cultura e de suas pragas. Estas premissas implicam no conhecimento dos fatores naturais de mortalidade, nas definies das densidades populacionais ou da quantidade de danos causados pelas espcies-alvo equivalentes aos nveis de dano econmico (NDE) e de controle (NC), que fica imediatamente abaixo do NDE. Outra varivel importante seria a determinao do nvel de equilbrio (NE) das espcies que habitam o agroecossistema em questo. Em funo da flutuao da densidade da espcie-alvo e de sua posio relativa a esses trs nveis (NE, NDE E NC) ao longo do tempo, as espcies podem ser classificadas em pragas-chave (densidade populacional sempre acima do NDE), pragas espordicas (densidade na lavoura raramente atinge o NDE) e no-pragas (a densidade da espcie em questo nunca atinge o NDE). Mais recentemente tem sido proposto tambm o nvel de no-controle (NNC), ou seja, a densidade populacional de uma ou mais espcies de inimigos naturais capaz de reduzir a populao da espcie -alvo a nveis no econmicos, dispensando assim, a utilizao de medidas de controle.

Pragas Iniciais Vrios insetos atacam as sementes, razes e plntulas (Plantas jovens) do milho aps a semeadura. O tipo de ataque reduz o nmero de plantas na rea cultivada e o potencial produtivo da lavoura. Esses insetos so de hbito subterrneo ou superficiais e a maioria das vezes passam despercebidos pelo agricultor, dificultando o emprego de medidas para o seu controle. A importncia desses insetos variam de acordo com o local, ano e sistema de cultivo. As principais espcies, sua importncia para a cultura, sintomas de danos e mtodos de controle disponveis so descritos a seguir: Pragas que atacam sementes e razes Larva alfinete (Diabrotica spp.) Importncia econmica - No Brasil, a espcie predominante a D. speciosa, cujos adultos (Fig. 1) alimentam-se das folhas de hortalias, feijoeiro, soja, girassol, bananeira, algodoeiro e milho. As larvas, atacam as razes do milho e tubrculos de batata. O prejuzo causado por essa larva tem sido expressivo nos Estados do Sul e em algumas reas das regies Sudeste e Centro-Oeste. Foto: Ivan Cruz / Paulo Afonso Viana

Fig.

Pragas

que

atacam

sementes

razes

Sintomas de danos - a larva alimenta das razes do milho (Fig. 2) e interfere na absoro de nutrientes e gua, e tambm reduz a sustentao das plantas. O ataque, ocasiona o acamamento das plantas em situaes de ventos fortes e de alta precipitao pluviomtrica. Mais de 3,5 larvas por planta so suficientes para causar danos ao sistema radicular. Foto: Ivan Cruz / Paulo Afonso Viana

Fig.

Pragas

que

atacam

sementes

razes

Mtodos de controle - No Brasil, o controle dessa larva pouco realizado na cultura do milho e tem-se baseado quase que exclusivamente no emprego de inseticidas qumicos (Tabela 1) aplicados via tratamento de sementes, granulados e pulverizao no sulco de plantio. Excesso e baixa umidade do solo so desfavorveis a larva. O mtodo de preparo de solo influncia a populao desse inseto. A ocorrncia da larva maior em sistema de plantio direto do que em plantio convencional. Os agentes de controle biolgico mais eficientes so atravs dos inimigos naturais, Celatoria bosqi, Centistes gasseni, e dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae. Tabela 1. Inseticidas registrados para o controle de insetos-praga na cultura do milho. 2002 Praga Ingrediente ativo Nome Form C.TOX Dose Fabricante comercial . . (p.c./ha ) Agrotis ipsilon carbaryl Carbaryl SC II 2,0 - 3,0 Fersol Fersol 480 l SC Carbaryl DP III 15,0 - Fersol Fersol P 75 20,0 kg carbofuran Furadan 350 SC I 2,0 - 3,0 FMC TS l/100 kg sem. Ralzer 350 SC I 2,0 - 3,0 Fersol SC l/100 kg sem. terbufos Counter 150 GR I 13,0 kg Basf G Counter 50 GR I 40,0 kg Basf G chlorpyrifos Lorsban 480 EC II 1,0 l Dow

BR Vexter cypermethrin Galgotrin

EC EC

II II III II I I

1,0 l 0,06 l 0,01 l

Astylus variegatus Cornitermes snyderi

lambdacyhalothri Karate Zeon CS n 250 CS permethrin Pounce 384 EC CE carbofuran Furadan 350 SC TS carbofuran Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS carbosulfan Marshal TS SC

AgroSciences Dow AgroSciences Chemotcnic a Sintyal Syngenta

II

Marzinc 250 DS TS Daubulus maidis imidaclorprid thiomethoxan Gaucho FS SC Cruiser DP

II

IV III

0,01 - FMC 0,013 l 2,0 - 3,0 sem. l/100 kg 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 0,8 l Bayer 0,15 - Syngenta 0,2 kg/100 kg sem. 20,0 kg Hokko 2,4 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 0,6 Bayer l/100 kg sem. 0,15 - Syngenta 0,20 kg/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,6 l Bayer

Deois flavopicta

carbofuran carbosulfan

Diafuran 50 GR Marshal TS FS

I II

imidacloprid

Gaucho FS FS

IV

thiamethoxan

Cruiser 700 WS WS

III

thiodicarb

Semevin 350 Astro

SC

III

Diabrotica speciosa

chlorpyrifos

EW

III

Lorsban 10 GR G Sabre EW fipronil imidacloprid Regente 800 WG WG Gaucho WP

IV III II IV

11,0 kg Dow AgroSciences 2,6 l Dow AgroSciences 0,1 kg Aventis 0,7 Bayer kg/100 kg sem. 17 kg Basf 40 kg 13 kg Basf Basf

phorate terbufos

Dichelops furcatus

imidacloprid

Granutox GR 150 G Counter 50 GR G Counter 150 GR G Gaucho FS SC

II I I IV

thiamethoxan

Cruiser 700 DP WS Futur 300 SC

III

Diloboderus abderus

thiodicarb

III

Semevin 350 Elasmopalpus carbaryl lignosellus

SC

III

carbofuran

Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Carbofuran SC Sanachem 350 TS Carboran SC Fersol 350 SC Diafuran 50 GR Furandan SC 350 SC Furadan 350 SC TS

II

0,35 Bayer l/100 kg sem. 0,3 Syngenta kg/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,25 l 2,0 - 3,0 Dow l/100 kg AgroSciences sem. 2,0 Fersol l/100 kg sem. 30 kg Hokko 3,0 - 4,0 FMC l 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem.

III II I

I I I

Furadan 50 GR G Furazin 310 SC TS Ralzer SC 350 SC

III I

30,0 kg FMC 2,25 FMC l/100 kg sem 2,0 - 3,0 Fersol l/100 kg sem. 30,0 kg Fersol 2,4 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 1,0 l Dow AgroSciences 1,0 l Dow AgroSciences 1,6 Syngenta l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 0,8 Bayer l/100 kg sem. 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,90 - Aventis 2,25 l 0,45 - Action 0,67 l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 2,0 - 2,3 Fersol

carbosulfan

Ralzer 50 GR GR Marshal TS SC

I II

Marzinc 250 DP TS chlorpyrifos Lorsban 480 EC BR Vexter EC Promet 400 SL CS Futur 300 SC

II

II II III

furathiocarb

thiodicarb

III

Semevin 350 Frankliniella williamsi Helicoverpa zea imidacloprid

SC

III

Gaucho FS SC

IV

carbaryl

Mocis latipes

Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC parathion-methyl Bravik 600 EC CE trichlorphon Dipterex SL 500 Trichorfon SL 500 Milena carbaryl Carbaryl SC

II

III II I II II II

chlorpyrifos

Fersol 480 SC Carbaryl PD Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Lorsban 480 EC BR Vexter EC

l III II II II III 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,,25 l 0,6 l Dow AgroSciences 0,6 l Dow AgroSciences 2,5 l Action

Malathion EC 500 CE Sultox parathion-methyl Bravik 600 EC CE Folisuper EC 600 BR trichlorphon Dipterex SL 500 Triclorfon SL 500 Milenia Procornitermes benfuracarb Laser 400 SC triacifer SC

malathion

I I II II II

Oncol Sipcam

SC

II

carbofuran

Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS

carbosulfan

Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS imidacloprid Gaucho FS FS

II

IV

terbufos

Counter 50 GR G

0,45 - Action 0,675 l 0,25 - Agripec 0,65 l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 1,75 - Iharabras 2,5 l/100 kg sem. 1,75 - Sipcam 2,5 l/100 kg sem. 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 0,25 Bayer l/100 kg sem. 40 kg Basf

Rhopalosiphu imidacloprid m maidis Scaptocoris castanea terbufos

Counter 150 GR G Gaucho FS SC

I IV

13 kg

Basf

Spodoptera frugiperda

alphacypermethrin beta-cyfluthrin

carbaryl

carbofuran

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Fastac 100 SC SC Bulldock SC 125 SC Full EC Novapir EC Turbo EC Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Carbofuran SC Sanachem 350 TS Carboran SC Fersol 350 SC Diafuran 50 GR Furadan 350 SC TS Furadan 50 GR G Ralzer 350 SC SC Ralzer GR Pirate 50 GR SC

I I III II II II II II

0,8 Bayer l/100 kg sem. 40 kg Basf 13 kg 0,05 l 0,04 l Basf Basf Bayer

0,1 l Bayer 0,1 l Cheminova 0,1 l Bayer 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol Ltda. 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,25 l 2,0 - 3,0 Dow l AgroSciences 2,0 Fersol kg/100 kg sem. 20,0 - Hokko 30,0 kg 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 20,0 - FMC 30,0 kg 2,0 - 3,0 Fersol l/100 kg sem. 20,0 - Fersol 30,0 kg 0,5 - Basf 0,75 l 0,15 - Ishihara 0,3 l

III II I

I I

III I

I III I

chlorfenapyr chlorfluazuron

Atabron 50 EC CE

chlorpyrifos

Astro

EW

III II

Clorpirifs EC Fersol 480 CE Clorpirifos EC Sanachem 480 CE Klorpan 480 EC CE Lorsban 480 EC BR Nufos 480 EC CE Pyrinex 480 EC CE Sabre EW Vexter cyfluthrin cypermethrin EC

0,3 - 0,5 Bayer l 0,4 - 0,6 Fersol l 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Agripec l 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Cheminova l 0,4 l Agricur 0,3 - 0,5 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,3 l Bayer 0,05 - FMC 0,08 l 0,04 - Nortox 0,065 l 0,05 - Prentiss 0,06 l 0,05 - FMC. 0,06 l 0,05 - Agripec 0,06 l 0,05 l Chemotcnic a Sintyal 0,1 l Basf 0,2 l Aventis 1,3 - 2,0 Aventis l 0,05 - Aventis 0,075 l 0,04 - Aventis 0,05 l 0,2 l Agricur 0,25 - Aventis

II II III II III II III III I

Baytroid CE EC Arrivo 200 EC CE Cipermetrin EC a Nortox 250 CE Cipertrin EC Commanche EC 200 CE Cyptrin 250 EC CE Galgotrin EC Ripcord 100 EC Decis 25 CE EC Decis 4 UL UBV Decis 50 SC SC Decis Ultra EC 100 CE Keshet 25 EC CE + Deltaphos EC

II III I II II III III IV I I I

deltamethrin

deltamethrin

triazophos diflubenzuron enxofre esfenvalerate etofenprox fenitrothion

fenpropathrin furathiocarb

Dimilin WP Kumulus DF WG Sumidan 25 EC CE Trebon 300 EC CE Sumibase EC 500 CE Sumithion EC 500 CE Danimen EC 300 CE Promet 400 SL CS

IV IV I III II II I III

lambdacyhalothrin

Karate 50 EC CE Karate Zeon CS 250 CS Karate Zeon CS 50 CS lufenuron Match CE EC malathion Malathion EC 500 CE Sultox methomyl Lannate BR SL Lannate SL Express Methomex SL 215 LS methoxyfenozide Intrepid 240 SC SC Valient SC monocrotophos Agrophos SL 400 novaluron Gallaxy 100 EC CE Rimon 100 EC CE parathion-methyl Bravik 600 EC CE Folidol 600 EC

II III III IV III

0,35 l 0,1 kg Uniroyal 1,0 kg Basf 0,6 - 0,8 Sumitomo l 0,07 - Sipcam 0,1 l 1,0 - 2,0 Sumitomo l 1,0 - 1,5 Sumitomo l 0,1 - Sumitomo 0,12 l 1,6 Syngenta l/100 kg sem. 0,15 l Syngenta 0,03 l 0,15 l 0,3 l 2,5 l Syngenta Syngenta Syngenta Action

I II II IV IV I IV IV I II

0,6 l 0,6 l 0,6 l

Du Pont Du Pont Agricur

0,15 - Dow 0,18 l AgroSciences 0,15 - Bayer 0,18 l 0,6 - 0,9 Agripec l 0,15 l Agricur 0,15 l Agricur

0,45 - Action 0,675 l 0,45 - Bayer 0,675 l

permethrin

profenofos pyridaphenthion spinosad

Folidol ME CS Folisuper EC 600 BR Mentox 600 EC CE Paracap 450 CS MCS Parathion DP Metlico Pikapau Ambush 500 EC CE Corsair 500 EC CE Permetrina EC Fersol 384 CE Piredan EC Pounce 384 EC CE Talcord 250 EC CE Valon 384 EC CE Curacron EC 500 Ofunack 400 EC CE Credence SC Tracer SC

III I II III I

0,7 l Bayer 0,25 - Agripec 0,65 l 0,65 l Prentiss 0,7 l 0,65 l Cheminova Qumicas So Vicente Syngenta Aventis.

II II I

0,05 l 0,1 l

0,1 - Fersol 0,13 l 0,065 l Du Pont 0,065 l FMC 0,1 l Basf

II II II II III III III III IV III

0,065 l Dow AgroSciences 0,5 l Syngenta 0,5 l Sipcam

tebufenozide thiodicarb

Mimic 240 SC SC Futur 300 SC

thiodicarb

Futur 300

SC

III

Larvin 800 WG WG Semevin SC 350

II III

0,037 - Dow 0,1 l AgroSciences 0,037 - Dow 0,1 l AgroSciences 0,3 l Dow AgroSciences 2,0 l Aventis. /100 kg sem. 2,0 l Aventis. /100 kg sem. 0,1 - Aventis. 0,15 l 2,0 Aventis l/100 kg sem.

triazophos

Hostathion EC 400 BR trichlorphon Dipterex SL 500 Triclorfon SL 500 Milena triflumuron Alsystin 250 WP PM Alsystin 480 SC SC Brigadier WP Certero SC Rigel SC zeta-cypermethrin Fury 180 EW EW Fury 200 EW EW Fury 400 CE EC Syntermes molestus benfuracarb Laser SC 400 SC

I II II IV IV II IV IV II III II II

0,3 - 0,5 Aventis. l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 0,1 kg Bayer 0,05 l 0,1 kg 0,05 l 0,05 l 0,04 l Bayer. Bayer Bayer Cheminova FMC

Oncol Sipcam

SC

II

carbofuran

Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS

carbosulfan

Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS imidacloprid Gaucho WS

II

IV

Gaucho FS FS

IV

terbufos

Counter 50 GR

0,08 - FMC 0,1 l 0,05 - FMC 0,08 l 1,75 - Iharabras 2,5 l/100 kg sem. 1,75 - Sipcam 2,5 l/100 kg sem. 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 1 Bayer kg/100 kg sem. 0,4 Bayer l/100 l gua 40 kg Basf

thiodicarb

G Counter 150 GR G Futur 300 SC

I III

13 kg

Basf

Semevin 350 Fonte: MAPA

SC

III

2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. Agrofit

Larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp) Importncia econmica - esse grupo de inseto causa danos espordicos em vrias culturas. Para o milho, os danos so mais severos em lavouras semeadas em reas de pastagens, situao em que o solo no preparado anualmente, proporcionando uma condio favorvel para o desenvolvimento da larva. Sintomas de danos - as larvas danificam as sementes aps a semeadura e o sistema radicular da planta de milho e de outras gramneas. Geralmente, constri galerias e destri a base do colmo das plantas (Fig. 3). Foto: Ivan Cruz

Fig. 3 Larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp) Mtodos de controle - ainda no existem informaes sobre o nvel de controle para esse grupo de inseto. A biologia dessas espcies no bem conhecida e os hbitos so variados. Embora o controle qumico tenha sido realizado em reas experimentais, no h inseticidas registrados para o controle desse inseto. Em reas que apresentam histrico de ataque da larva-arame, medidas de controle devero ser utilizadas

preventivamente na semeadura. Inseticidas utilizados no controle da larva-alfinete, tambm apresentam boa performance para a larva-arame. A umidade do solo um fator importante no manejo dessa praga. Em sistemas irrigados, a suspenso da irrigao e a conseqente drenagem da camada agricultvel do solo, fora a larva aprofundar-se, reduzindo o dano no sistema radicular. Bicho-bolo, cor ou po de galinha (Diloboderus abderus, Eutheola humilis, Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys, sp.) Importncia econmica - para o milho, a importncia econmica dessa praga maior para lavouras de safrinha, instaladas em semeadura direta sobre a resteva da soja. Geralmente a populao do inseto alta em reas cultivadas anteriormente com gramneas como o caso de pastagem. Sintomas de danos - As larvas danificam as sementes aps o plantio prejudicando sua germinao (Fig. 4). Tambm alimentam-se das razes provocando o definhamento e morte das plantas. O nvel de dano para esse inseto ocorre a partir de 5 larvas/m 2. Foto: Ivan Cruz

Fig. 4 Bicho-bolo, cor ou po de galinha (Diloboderus abderus, Eutheola > humilis, > > Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys, sp.) Mtodos de controle - agentes de controle biolgico natural de larvas do bicho-bolo so nematides, bactrias, fungos, principalmente Metarhizium e Beauveria sp e parasitides da ordem Diptera. O preparo de solo com implementos de disco uma alternativa de controle cultural da larva. Com essa prtica, ocorre o efeito mecnico do implemento sobre as larvas que possuem corpo mole e so expostas a radiao solar e aos inimigos naturais, especialmente pssaros. O controle qumico pode ser utilizado via tratamento de sementes (Tabela 1). Experimentalmente, a pulverizao de inseticidas no sulco de semeadura tem se mostrado vivel para o controle dessa larva.

Percevejo castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae) Importncia econmica - essa praga ataca vrias culturas, podendo causar danos na soja, algodo, pastagens, feijo e no milho. Em reas localizadas, o percevejo ataca o milho, acarretando srios prejuzos. A ocorrncia deste inseto espordica o que dificulta o estabelecimento de um programa de manejo para impedir os danos desta praga. Sintomas de danos - as ninfas e os adultos (Fig. 5) alimentam nas razes e sugam a seiva. O ataque severo causa o definhamento e morte da planta. Os sintomas de ataques variam com a intensidade e poca do ataque e muitas vezes so confundidos com deficincia nutricional ou doena da planta. Foto: Ivan Cruz

Fig. 5 Percevejo castanho (Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae) Mtodos de controle - O mtodo cultural pode ser empregado para o manejo desse inseto. A arao e a gradagem expem os insetos aos predadores e causam o esmagamento das ninfas e adultos. A arao com arado de aiveca o que apresenta maior eficincia no controle do percevejo castanho. O fungo Metarhizium anisopliae um agente de controle biolgico da praga. Devido ao hbito subterrneo do percevejo, o controle qumico (Tabela 1) difcil de ser realizado e a recomendao de uso de inseticidas tem sido preventivo. Larva Angor (Astylus variegatus) Importncia econmica - essa praga ataca vrias espcies de plantas cultivadas e considerada uma praga secundria da cultura do milho. Somente alta populao do inseto causa prejuzos para cultura de baixa densidade de sementes como a do milho.

Sintomas de danos - as larvas (Fig. 6) alimentam-se preferencialmente das sementes do milho aps a semeadura e de razes, reduzindo a germinao e o nmero de plantas na lavoura. Foto: Ivan Cruz

Fig. 6 Larva Angor (Astylus variegatus) Mtodos de controle - mtodo cultural como a arao e gradagem, ocasiona a morte de larvas. O controle qumico (Tabela 1) deve ser realizado em reas com histrico de ocorrncia da praga. O tratamento de sementes com inseticidas evita o dano da praga. Cupim (Procorniterms sp., Cornitermes sp., Syntermes sp. e Heterotermes sp.) Importncia econmica - os cupins so insetos sociais, organizados em castas e que se alimentam de celulose. So insetos que atacam inmeras culturas. Entre a grande variao existente para esse grupo de inseto, os cupins de hbitos subterrneos dos gneros Proconitermes e Syntermes (Fig. 7), so os mais importantes para a cultura do milho. Foto: Ivan Cruz

Fig. 7 Cupim (Procorniterms sp., Cornitermes sp., Syntermes sp. e Heterotermes sp.) Sintomas de danos - esses insetos atacam as sementes aps a semeadura do milho, destruindo-as antes da germinao, acarretando falhas na lavoura. As razes tambm so atacadas, causando descortiamento das camadas externas, e as plantas amarelecem, murcham e morrem. Mtodos de controle - os cupins subterrneos so difceis de controlar. Pode-se reduzir a infestao e os danos na lavoura com o emprego de inseticidas (Tabela 1) aplicados no sulco de plantio ou atravs de tratamento de sementes. Pragas que atacam as plntulas (Plantas jovens) Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) Importncia econmica - uma praga espordica com grande capacidade de destruio num intervalo curto de tempo. Seus danos esto associados a estiagem logo aps a emergncia das plantas, condies que aumenta a susceptibilidade da planta pelo atraso no desenvolvimento da planta e favorece a exploso populacional de lagartas na lavoura. Maiores danos so observados em solos leves e bem drenados, sendo sua incidncia menor sob plantio direto. Sintomas de danos - as lagartas recm eclodidas iniciam raspando as folhas e dirigem para a regio do coleto da planta (Fig. 8), onde cava uma galeria vertical. A destruio do ponto de crescimento provoca inicialmente murcha e posteriormente morte das folhas centrais proporcionando provocando o sintoma conhecido como "corao morto" (Fig. 9). Foto: Ivan Cruz

Fig.

Pragas

que

atacam

as

plntulas

(Plantas

jovens)

Foto: Ivan Cruz

Fig. 9 Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) Mtodos de controle - em reas de risco, deve ser usado o tratamento de sementes com inseticidas sistmicos base de tiodicarb, carbofuran ou imidacloprid (Tabela 1). Sob condies de estresse hdrico mesmo esse tratamento no efetivo, recomendando-se a aplicao de um inseticida de ao de contato e profundidade como os a base de clorpirifs. A alta umidade do solo contribui para reduzir os problemas causados pela lagarta-elasmo no milho.

Tripes (Frankliniela williamsi) Importncia econmica - reclamaes por produtores so freqentes nos Estados do Paran e Mato Grosso do Sul. Os danos causados pelos tripes tm sido verificados nos perodos de estiagem logo aps a emergncia das plntulas, podendo, sob altas infestaes, causar at morte das plantas com perdas econmicas significativas. Sintomas de danos - devido raspadura do limbo foliar, as folhas apresentam-se amarelecidas, esbranquiadas ou prateadas. A infestao pode ser confirmada pela verificao de pequenos insetos amarelados (Fig. 10) no interior do cartucho e sob altas infestaes ocorre murcha das folhas. Foto: Ivan Cruz

Fig. 10 Tripes (Frankliniela williamsi) Mtodos de controle - inicialmente, o tratamento de sementes com inseticidas sistmicos d boa proteo s plantas (Tabela 1), entretanto, sob condies de altas refinfestao pode ser necessrio pulverizaes. Percevejos - barriga-verde (Dichelops furcatus, D. melacanthus), verde (Nezara viridula) Importncia econmica - os percevejos so pragas tipicamente da soja, mas com o plantio do milho em sucesso ou mesmo em rotao passaram a causar danos tambm ao milho logo aps a emergncia das plantas. Os danos ocorrem na fase inicial de desenvolvimento da cultura, podendo causar perdas parciais ou totais das lavouras. Sintomas de danos - os adultos e ninfas ao se alimentarem na base das plntulas (Fig. 11) de milho, introduzem seus estiletes atravs da bainha at as folhas internas causando leses que posteriormente, aps a abertura das folhas, mostram vrios furos de

distribuio simtrica no limbo foliar, apresentando halos amarelados ao redor dos furos. Outros sintomas so a deformao das plantas podendo lev-las a morte e/ou intenso perfilhamento que so totalmente improdutivos. Foto: Ivan Cruz

Fig. 11 Percevejos - barriga-verde (Dichelops furcatus, D. melacanthus), verde (Nezara viridula) Mtodos de controle - pode ser feito com o tratamento de sementes com inseticidas sistmicos (Tabela 1) ou atravs de pulverizaes logo aps a emergncia das plantas quando constado a presena dos insetos. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) Importncia econmica - os danos diretos causados pela suco de seiva dos adultos e ninfas pode reduzir principalmente o desenvolvimento do sistema radicular, mas os principais prejuzos causados por essa espcie devido a transmisso de fitopatgenos como o vrus do rayado fino e dois milicutes Spiroplasma kunkelli (enfezamento plido) e fitoplasma (enfezamento vermelho). Os prejuizos causados por essas doenas pode chegar a mais de 80% dependendo do patgeno, dos fatores ambientais e da sensibilidade dos hbridos cultivados. A incidncia da doena est associada alta densidade populacional de insetos infectivos o que ocorre no final do vero (plantios tardios). Sintomas de danos - a presena do inseto (Fig. 12) pode ser constatada diretamente pelo exame do cartucho das plantas ou atravs de amostragem com rede entomolgica passada no topo das plantas. A incidncia das doenas s confirmada depois do aparecimento dos sintomas:

Rayado fino - folhas com riscas amareladas (paralelas s nervuras) com aparncia pontilhada, Enfezamento plido - no incio, plantas podem apresentar folhas com deformaes e posteriormente inicia-se pela descolorao (clorose) das bordas da base das folhas que pode progredir para toda a planta, nanismo acentuado com os ltimos interndios pouco desenvolvido dando planta a aparncia de uma palmeira o que facilmente confundido com plantas "dominadas". Enfezamento vermelho - dependendo do estdio de infeco das plantas pode no se observar o nanismo, mas geralmente ele est presente, com ltimos interndios pouco desenvolvidos e folhas com avermelhamento generalizado. Na fase reprodutiva, nota-se manchas descoloridas nos gros incompletamente cheios o que d espiga certa flexibilidade ao ser torcida nas mos. Foto: Embrapa Milho e Sorgo

Fig. 12 Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) Mtodos de controle - os mais eficientes so os culturais evitando-se a multiplicao do vetor em plantios sucessivos, erradicao de plantas voluntrias na rea antes do plantio e uso de cultivares menos susceptveis aos patgenos. Evitar o plantio de milho pipoca e milho doce em reas com histrico recente de alta incidncia dos enfezamentos dado alta susceptibilidade da maioria dessas cultivares. Finalmente pode tambm ser utilizado o tratamento de semente com inseticidas sistmicos (Tabela 1). Pulgo-do-milho (Rhopalosiphum maidis)

Importncia econmica - este a espcie de inseto de ocorrncia mais endmica no milho, mas raramente constitui problema para a cultura pela ao eficiente dos inimigos naturais (predadores e parasitide). Ele ataca as partes jovens da planta, preferencialmente o cartucho, mas pode infestar tambm o pendo e gemas florais. Seus danos diretos ocorrem somente quando a densidade populacional muito alta e a planta esteja sofrendo de estresse hdrico. Os maiores danos ocorrem sob condies favorveis para transmisso do vrus do mosaico. Neste caso, mesmo sob densidades muitas vezes no detectveis pode ocorrer perdas significativas, pois o principal vetor a forma alada e o vrus de transmisso estiletar, ou seja transmite de plantas doentes para sadias simplesmente por via mecnica, atravs da picada de prova. Sintomas de danos - sob altas populaes visvel a colnias sobre as plantas (Fig. 13) e sob estresse hdrico as folhas mostram-se murchas e com bordas necrosadas. O sintoma da doena aparece no limbo foliar na forma de um mosaico de colorao verde claro num fundo verde escuro. Foto: Ivan Cruz

Fig. 13. Pulgo-do-milho (Rhopalosiphum maidis) Mtodos de controle - - para o controle da doena, os mtodos culturais, na forma de eliminao dos hospedeiros nativos do patgeno e do vetor (gramneas em geral), tm sido os mais eficientes. No inicio de desenvolvimento das plantas, o tratamento de sementes oferece proteo (Tabela 1). Durante o ciclo da planta os inimigos naturais tm ao primordial na manuteno do equilbrio. Raramente tem sido necessrio tomar outras medidas de controle. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) Importncia econmica - a lagarta-do-cartucho atacando plantas mais jovens de milho pode causar a sua morte, especialmente quando a cultura instalada aps a dessecao no sistema de plantio direto. Nessas condies, a lagarta j est presente na rea e quando o milho emerge as lagartas podem causar danos nas plantas ainda jovens,

aumentando significativamente sua importncia no estabelecimento da populao de plantas ideal na lavoura. Sintomas de danos - embora a esta espcie ataca tipicamente o cartucho da planta (Fig. 14) , o que pode ocorrer desde a emergncia at o pendoamento, todavia, quando o ataque ocorre no incio de desenvolvimento da cultura, a lagarta pode perfurar a base da planta, atingindo o ponto de crescimento e provocar o sintoma de "corao morto", tpico da elasmo. Foto: Ivan Cruz

Fig. 14. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) Mtodos de controle - o tratamento de sementes tem sido o mtodo mais recomendado para controle das pragas iniciais do milho (Tabela 1). Os inseticidas sistmicos do controle at cerca de 17 dias aps o plantio sob condies satisfatrias de suprimento de gua. Sob estresse hdrico os tratamento de semente no apresentam a mesma eficincia e devem ser suplementados por pulverizaes dirigidas para o sitio de ataque do inseto. Cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta) Importncia econmica - o milho, o arroz e o sorgo no so considerados hospedeiros dessa espcie por no permitirem o fechamento do seu ciclo biolgico. Portanto, a infestao do milho pela cigarrinha resultado da imigrao de adultos proveniente de

reas de pastagens, principalmente daquelas formadas com capins do gnero Brachiaria. Sintomas de danos - relativamente fcil observar a presena dos insetos (Fig. 15) alimentando-se nas folhas que aps serem picadas, mostram reas de clorose, amarelecimento e necrose, podendo causar a morte de toda planta. A sensibilidade das plantas tanto maior quanto mais nova forem. Foto:Ivan Cruz

Fig. 15 Cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta) Mtodos de controle - evitar sempre que possvel, o cultivo de milho em reas prximas a pastagens de brachirias. O tratamento de sementes com inseticidas sistmicos tambm pode reduzir significativamente os danos causados s plantas(Tabela 1). Broca-da-cana (Diatraea saccharalis) Importncia econmica - tem sido mais problema em plantas mais desenvolvidas, mas essa praga pode tambm infestar as plantas recm emergidas. Neste caso, as plantas atacadas so totalmente improdutivas sendo os prejuzos proporcionais reduo da populao de plantas. Sintomas de danos - os danos pela broca-da-cana em plantas novas so semelhantes aos causados pela lagarta-elasmo, folhas raspadas no inicio da infestao e posteriormente o sintoma de "como o corao morto" e/ou perfilhamento das plantas sobreviventes (Fig. 16). Foto: Ivan Cruz

Fig. 16 Broca-da-cana (Diatraea saccharalis) Mtodos de controle - neste caso os mtodos recomendados so os mesmos anteriormente citados. Experimentalmente, o tratamento de sementes com inseticidas sistmicos ou pulverizao dirigida para a base da planta utilizando inseticidas de efeito de profundidade e/ou de ao translaminar possibilita um bom controle da praga. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) Importncia econmica - predomina em reas de solos pesados, mal cultivado ou seja reas "sujas". Os danos resultam da reduo da populao de plantas produtivas cujos prejuzos so proporcionais a taxa de infestao. Sintomas de danos - as larvas atacam a regio do coleto, cortando as plantas na base (Fig. 17) o que provoca morte ou perfilhamento. Em reas muito infestadas nota-se muitas plantas cortadas, mas os insetos no so facilmente visveis j que tm atividade preferencialmente noturna. Foto: Ivan Cruz

Fig. 17 Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) Mtodos de controle - os culturais envolvem a antecipao da eliminao de plantas daninhas principalmente via dessecante o que pode reduzir a infestao, pois as mariposas preferem ovipositar em plantas ou restos culturais ainda verdes. O tratamento de sementes com inseticidas sistmicos tambm recomendado em reas com histrico de incidncia dessa praga. Em reas menores recomendado tambm a distribuio de iscas preparadas a base de farelo, melao e um inseticida sem odor como o trichlorfon (Tabela 1). Pragas da fase vegetativa e reprodutiva Os danos causados pelas pragas na fase vegetativa e reprodutiva do milho variam de acordo com o estdio fenolgico da planta, condies edafoclimticas, sistemas de cultivo e fatores biticos localizados. Nessas fases, a cultura atacada por vrias espcies-praga conforme mostrado a seguir. Na Fase Vegetativa: Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) Importncia econmica - esse inseto considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a sua emergncia at o pendoamento e espigamento. As perdas devido ao ataque da lagarta pode reduzir a produo em at 34%. Sintomas de danos - no incio do ataque, as lagartas raspam as folhas deixando reas transparentes. Com o seu desenvolvimento, a lagarta localiza-se no cartucho da planta destruindo-o (Fig. 18 e 19). O estdio da planta de milho mais sensvel ao ataque o de 8-10 folhas. A poca ideal de realizar medidas para o controle quando 17% das plantas estiverem com o sintoma de folhas raspadas. Foto: Ivan Cruz

Fig.

18.

Lagarta-do-cartucho

(Spodoptera

frugiperda)

Foto: Ivan Cruz

Fig. 19. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) Mtodos de controle - o predador Doru luteipes e os parasitides Trichogramma spp., Telenomus sp., Chelonus insularis e Campoletis flavicincta, so importante agentes de controle biolgico dessa praga. Vrias doenas tambm atacam a lagarta, como os fungos Nomuraea rileyii, Botrytis rileyi, Beauveria globulifera; virus, Baculovirus; bactrias, Bacillus thuringiensis e outros agentes de menor importncia como nematides e protozorios. Existem um grande nmero de inseticidas (Tabela 1) registrados para o controle da lagarta que podem serem aplicados via pulverizao, e em alguns casos, atravs de gua de irrigao (insetigao). Esses inseticidas diferem em seletividade, ou seja, causam impacto diferenciado sobre os inimigos naturais. Curuquer-dos-capinzais (Mocis latipes) Importncia econmica - essa praga de importncia secundria para a cultura do milho. Porm, em determinados locais pode ocorrer alta infestao da praga, demandando controle imediato para evitar elevada perda no rendimento de gros. Sintomas de danos - A lagarta alimenta das folhas do milho deixando somente a nervura central (Fig. 20). A infestao geralmente desenvolve em gramneas ao redor da lavoura e quando ocorre competio por alimento, as lagartas emigram para o milho. Para evitar danos, necessrio realizar vistorias frequentes na fase vegetativa da lavoura, principalmente em reas vizinhas s pastagens. Foto: Ivan Cruz

Fig.

20.Curuquer-dos-capinzais

(Mocis

latipes)

Mtodos de controle - O mtodo qumico o mais utilizado e eficiente para o controle dessa lagarta. Porm, nem sempre necessrio aplicar o inseticida em toda rea da lavoura, uma vez que a infestao inicia pelas bordas da cultura e a pulverizao localizada sobre a rea infestada bastante eficiente. Apesar do tamanho, a lagarta muito sensvel a ao da maioria dos inseticidas recomendados para o controle da lagarta-do-cartucho (Tabela 1). A aplicao do inseticida pode ser realizada tanto por pulverizao convencional ou via gua de irrigao por asperso. Tabela 1. Inseticidas registrados para o controle de insetos-praga na cultura do milho. 2002 Praga Ingrediente ativo Nome Form C.TOX Dose Fabricante comercial . . (p.c./ha ) Agrotis ipsilon carbaryl Carbaryl SC II 2,0 - 3,0 Fersol Fersol 480 l SC Carbaryl DP III 15,0 - Fersol Fersol P 75 20,0 kg carbofuran Furadan 350 SC I 2,0 - 3,0 FMC TS l/100 kg sem. Ralzer 350 SC I 2,0 - 3,0 Fersol SC l/100 kg sem. terbufos Counter 150 GR I 13,0 kg Basf G

chlorpyrifos

Counter 50 GR G Lorsban 480 EC BR Vexter EC Galgotrin EC

I II II II III II I I

40,0 kg Basf 1,0 l 1,0 l 0,06 l 0,01 l Dow AgroSciences Dow AgroSciences Chemotcnic a Sintyal Syngenta

cypermethrin

Astylus variegatus Cornitermes snyderi

lambdacyhalothri Karate Zeon CS n 250 CS permethrin Pounce 384 EC CE carbofuran Furadan 350 SC TS carbofuran Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS carbosulfan Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS Daubulus maidis imidaclorprid thiomethoxan Gaucho FS SC Cruiser DP

II

IV III

0,01 - FMC 0,013 l 2,0 - 3,0 sem. l/100 kg 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 0,8 l Bayer 0,15 - Syngenta 0,2 kg/100 kg sem. 20,0 kg Hokko 2,4 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 0,6 Bayer l/100 kg sem. 0,15 - Syngenta 0,20 kg/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg

Deois flavopicta

carbofuran carbosulfan

Diafuran 50 GR Marshal TS FS

I II

imidacloprid

Gaucho FS FS

IV

thiamethoxan

Cruiser 700 WS WS

III

thiodicarb

Semevin 350

SC

III

Diabrotica speciosa

chlorpyrifos

Astro

EW

III IV III II IV

sem. 2,6 l

Bayer

Lorsban 10 GR G Sabre EW fipronil imidacloprid Regente 800 WG WG Gaucho WP

11,0 kg Dow AgroSciences 2,6 l Dow AgroSciences 0,1 kg Aventis 0,7 Bayer kg/100 kg sem. 17 kg Basf 40 kg 13 kg Basf Basf

phorate terbufos

Dichelops furcatus

imidacloprid

Granutox GR 150 G Counter 50 GR G Counter 150 GR G Gaucho FS SC

II I I IV

thiamethoxan

Cruiser 700 DP WS Futur 300 SC

III

Diloboderus abderus

thiodicarb

III

Semevin 350 Elasmopalpus carbaryl lignosellus

SC

III

carbofuran

Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Carbofuran SC Sanachem 350 TS Carboran SC Fersol 350 SC Diafuran 50 GR Furandan SC 350 SC

II

0,35 Bayer l/100 kg sem. 0,3 Syngenta kg/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,25 l 2,0 - 3,0 Dow l/100 kg AgroSciences sem. 2,0 Fersol l/100 kg sem. 30 kg Hokko 3,0 - 4,0 FMC l

III II I

I I

Furadan 350 SC TS Furadan 50 GR G Furazin 310 SC TS Ralzer SC 350 SC

III I

2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 30,0 kg FMC 2,25 FMC l/100 kg sem 2,0 - 3,0 Fersol l/100 kg sem. 30,0 kg Fersol 2,4 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 1,0 l Dow AgroSciences 1,0 l Dow AgroSciences 1,6 Syngenta l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 0,8 Bayer l/100 kg sem. 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,90 - Aventis 2,25 l 0,45 - Action 0,67 l 0,8 - 2,0 Bayer l

carbosulfan

Ralzer 50 GR GR Marshal TS SC

I II

Marzinc 250 DP TS chlorpyrifos Lorsban 480 EC BR Vexter EC Promet 400 SL CS Futur 300 SC

II

II II III

furathiocarb

thiodicarb

III

Semevin 350 Frankliniella williamsi Helicoverpa zea imidacloprid

SC

III

Gaucho FS SC

IV

carbaryl

Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC parathion-methyl Bravik 600 EC CE trichlorphon Dipterex SL 500

II

III II I II

Mocis latipes

carbaryl

chlorpyrifos

Trichorfon SL 500 Milena Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl PD Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Lorsban 480 EC BR Vexter EC

II II

1,0 - 2,0 Milenia l 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,,25 l 0,6 l Dow AgroSciences 0,6 l Dow AgroSciences 2,5 l Action

III II II II III

Malathion EC 500 CE Sultox parathion-methyl Bravik 600 EC CE Folisuper EC 600 BR trichlorphon Dipterex SL 500 Triclorfon SL 500 Milenia Procornitermes benfuracarb Laser 400 SC triacifer SC

malathion

I I II II II

Oncol Sipcam

SC

II

carbofuran

Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS

carbosulfan

Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS imidacloprid Gaucho FS FS

II

IV

0,45 - Action 0,675 l 0,25 - Agripec 0,65 l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 1,75 - Iharabras 2,5 l/100 kg sem. 1,75 - Sipcam 2,5 l/100 kg sem. 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 0,25 Bayer l/100 kg

terbufos

Rhopalosiphu imidacloprid m maidis Scaptocoris castanea terbufos

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Gaucho FS SC

I I IV

sem. 40 kg 13 kg

Basf Basf

Spodoptera frugiperda

alphacypermethrin beta-cyfluthrin

carbaryl

carbofuran

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Fastac 100 SC SC Bulldock SC 125 SC Full EC Novapir EC Turbo EC Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Carbofuran SC Sanachem 350 TS Carboran SC Fersol 350 SC Diafuran 50 GR Furadan 350 SC TS Furadan 50 GR G Ralzer 350 SC SC Ralzer GR Pirate 50 GR SC

I I III II II II II II

0,8 Bayer l/100 kg sem. 40 kg Basf 13 kg 0,05 l 0,04 l Basf Basf Bayer

0,1 l Bayer 0,1 l Cheminova 0,1 l Bayer 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol Ltda. 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,25 l 2,0 - 3,0 Dow l AgroSciences 2,0 Fersol kg/100 kg sem. 20,0 - Hokko 30,0 kg 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 20,0 - FMC 30,0 kg 2,0 - 3,0 Fersol l/100 kg sem. 20,0 - Fersol 30,0 kg 0,5 - Basf

III II I

I I

III I

I III

chlorfenapyr

chlorfluazuron chlorpyrifos

Atabron 50 EC CE Astro EW Clorpirifs EC Fersol 480 CE Clorpirifos EC Sanachem 480 CE Klorpan 480 EC CE Lorsban 480 EC BR Nufos 480 EC CE Pyrinex 480 EC CE Sabre EW Vexter EC

I III II

0,75 l 0,15 - Ishihara 0,3 l 0,3 - 0,5 Bayer l 0,4 - 0,6 Fersol l 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Agripec l 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Cheminova l 0,4 l Agricur 0,3 - 0,5 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,3 l Bayer 0,05 - FMC 0,08 l 0,04 - Nortox 0,065 l 0,05 - Prentiss 0,06 l 0,05 - FMC. 0,06 l 0,05 - Agripec 0,06 l 0,05 l Chemotcnic a Sintyal 0,1 l Basf 0,2 l Aventis 1,3 - 2,0 Aventis l 0,05 - Aventis 0,075 l 0,04 - Aventis 0,05 l

II II III II III II III III I

cyfluthrin cypermethrin

Baytroid CE EC Arrivo 200 EC CE Cipermetrin EC a Nortox 250 CE Cipertrin EC Commanche EC 200 CE Cyptrin 250 EC CE Galgotrin EC Ripcord 100 EC Decis 25 CE EC Decis 4 UL UBV Decis 50 SC SC Decis Ultra EC 100 CE

II III I II II III III IV I

deltamethrin

deltamethrin triazophos diflubenzuron enxofre esfenvalerate etofenprox fenitrothion

Keshet 25 EC CE + Deltaphos EC Dimilin WP Kumulus DF WG Sumidan 25 EC CE Trebon 300 EC CE Sumibase EC 500 CE Sumithion EC 500 CE Danimen EC 300 CE Promet 400 SL CS

I I IV IV I III II II I III

0,2 l

Agricur

fenpropathrin furathiocarb

lambdacyhalothrin

Karate 50 EC CE Karate Zeon CS 250 CS Karate Zeon CS 50 CS lufenuron Match CE EC malathion Malathion EC 500 CE Sultox methomyl Lannate BR SL Lannate SL Express Methomex SL 215 LS methoxyfenozide Intrepid 240 SC SC Valient SC monocrotophos Agrophos SL 400 novaluron Gallaxy 100 EC CE Rimon 100 EC CE parathion-methyl Bravik 600 EC

II III III IV III

0,25 - Aventis 0,35 l 0,1 kg Uniroyal 1,0 kg Basf 0,6 - 0,8 Sumitomo l 0,07 - Sipcam 0,1 l 1,0 - 2,0 Sumitomo l 1,0 - 1,5 Sumitomo l 0,1 - Sumitomo 0,12 l 1,6 Syngenta l/100 kg sem. 0,15 l Syngenta 0,03 l 0,15 l 0,3 l 2,5 l Syngenta Syngenta Syngenta Action

I II II IV IV I IV IV I

0,6 l 0,6 l 0,6 l

Du Pont Du Pont Agricur

0,15 - Dow 0,18 l AgroSciences 0,15 - Bayer 0,18 l 0,6 - 0,9 Agripec l 0,15 l Agricur 0,15 l 0,45 Agricur - Action

CE Folidol 600 EC Folidol ME CS Folisuper EC 600 BR Mentox 600 EC CE Paracap 450 CS MCS Parathion DP Metlico Pikapau Ambush 500 EC CE Corsair 500 EC CE Permetrina EC Fersol 384 CE Piredan EC Pounce 384 EC CE Talcord 250 EC CE Valon 384 EC CE Curacron EC 500 Ofunack 400 EC CE Credence SC Tracer tebufenozide thiodicarb SC

II III I II III I

0,675 l 0,45 0,675 l 0,7 l 0,25 0,65 l 0,65 l 0,7 l 0,65 l

- Bayer Bayer - Agripec Prentiss Cheminova Qumicas So Vicente Syngenta Aventis.

permethrin

II II I

0,05 l 0,1 l

0,1 - Fersol 0,13 l 0,065 l Du Pont 0,065 l FMC 0,1 l Basf

II II II II III III III III IV III

profenofos pyridaphenthion spinosad

0,065 l Dow AgroSciences 0,5 l Syngenta 0,5 l Sipcam

Mimic 240 SC SC Futur 300 SC

thiodicarb

Futur 300

SC

III

Larvin WG

800 WG

II

0,037 - Dow 0,1 l AgroSciences 0,037 - Dow 0,1 l AgroSciences 0,3 l Dow AgroSciences 2,0 l Aventis. /100 kg sem. 2,0 l Aventis. /100 kg sem. 0,1 - Aventis. 0,15 l

Semevin 350 triazophos

SC

III

Hostathion EC 400 BR trichlorphon Dipterex SL 500 Triclorfon SL 500 Milena triflumuron Alsystin 250 WP PM Alsystin 480 SC SC Brigadier WP Certero SC Rigel SC zeta-cypermethrin Fury 180 EW EW Fury 200 EW EW Fury 400 CE EC Syntermes molestus benfuracarb Laser SC 400 SC

I II II IV IV II IV IV II III II II

2,0 Aventis l/100 kg sem. 0,3 - 0,5 Aventis. l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 0,1 kg Bayer 0,05 l 0,1 kg 0,05 l 0,05 l 0,04 l Bayer. Bayer Bayer Cheminova FMC

Oncol Sipcam

SC

II

carbofuran

Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS

carbosulfan

Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS imidacloprid Gaucho WS

II

IV

Gaucho FS FS

IV

0,08 - FMC 0,1 l 0,05 - FMC 0,08 l 1,75 - Iharabras 2,5 l/100 kg sem. 1,75 - Sipcam 2,5 l/100 kg sem. 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 1 Bayer kg/100 kg sem. 0,4 Bayer

terbufos

thiodicarb

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Futur 300 SC

I I III

l/100 l gua 40 kg Basf 13 kg Basf

Semevin 350 Fonte: MAPA

SC

III

2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. Agrofit

Broca da cana-de-acar (Diatraea saccharalis) Importncia econmica - essa praga tem constitudo um problema srio para a cultura do milho no Brasil Central. Em altas infestaes, o ataque desse inseto pode causar perdas de at 21% na produo. Sintomas de danos - essa praga tem causado danos diretos e indiretos, afetando o enchimento dos gros, bem como provocando o quebramento do colmo devido a infeco por microorganismos e ao prprio dano causado pela broca na haste da planta (Fig. 21). Quando o ataque intenso, a planta pode secar precocemente e se tornar improdutiva. Foto: Ivan Cruz

Fig. 21. Broca da cana-de-acar (Diatraea saccharalis) Mtodos de controle - na cultura da cana-de-acar, o controle desse inseto tem sido realizado com sucesso atravs de inimigos naturais. Os principais parasitides so o Metagonistylum minense e o Trichogramma spp., podendo o parasitismo da lagarta chegar a atingir 20%. Para regies onde o milho plantado na safra e na safrinha, e onde vrias outras culturas hospedeiras da broca so cultivadas durante quase todo o ano, aumenta a importncia desse mtodo de controle. No existem inseticidas registrados no MAPA para o controle dessa praga atacando o milho. Experimentalmente, os inseticidas lufenuron (15 g i.a./ha) e acephate (750 g i.a./ha) aplicados antes da broca penetrar no colmo, possibilita um controle eficiente da praga. Eliminao de restos culturais de plantas hospedeiras, ajuda a reduzir a infestao na prxima safra. Foto: Embrapa Milho e Sorgo

Fig. 22. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) Importncia econmica - essa cigarrinha o vetor das doenas denominadas enfezamentos plido e vermelho. O inseto tambm vetor do vrus do raiado fino. As perdas na lavoura de milho variam de 9 a 90%, dependendo da susceptibilidade das cultivares utilizadas, do patgeno envolvido e das condies ambientais. Essa inseto tem trazido srios prejuzos para a cultura do milho no Brasil Central. Sintomas de danos - os sintomas das plantas infectadas aparecem depois de 4 a 7 semanas da alimentao do inseto. Os danos diretos causados pela cigarrinha decorrem da suco de seiva, ocasionando mudana na colorao da folha (avermelhada ou amarelada), murcha e morte das plantas. Os danos so mais acentuados em plantios de vero realizados tardiamente e em cultivos de safrinha. Mtodos de controle - o principal mtodo de controle para essa praga tem sido o emprego de cultivares resistentes. Tem-se observado diferenas significativas entre os hbridos comerciais disponveis no mercado quanto a susceptibilidade s doenas transmitidas pela cigarrinha. Medidas culturais como a eliminao das plantas voluntrias, plantio mais cedo, evitar plantio sucessivos e contnuos, reduzem a populao da praga. O controle qumico pode ser realizado com inseticidas (Tabela 1) aplicados no sulco de plantio ou atravs do tratamento de sementes. Pulgo-do-milho (Rhopalosiphum maidis) Importncia econmica - esse inseto uma praga secundria do milho e somente causa prejuzos em alta infestao. Sintomas de danos - A praga vive em colnias (Fig. 23) e elimina dejees lquidas onde se desenvolve um fungo negro (fumagina). O inseto alimenta nos tecidos jovem e vive em colnias situadas no interior do cartucho, no pendo e nas gemas das plantas. O inseto suga a seiva das plantas e transmite viroses, principalmente mosaico. A infestao do pulgo no estdio de pr-florescimento prejudica a formao de gros, originando espigas pequenas que quando torcida manualmente, apresentam o aspecto de "gros frouxos".

Foto: Ivan Cruz

Fig. 23. Pulgo-do-milho (Rhopalosiphum maidis) Mtodos de controle - vrios inimigos naturais parasitam e predam o pulgo do milho mantendo sua populao sob controle. Fatores climticos como vento e chuvas frequentes so desfavorveis ao inseto. O controle qumico somente justificvel em altas populaes, principalmente quando coincide com o pr-florescimento, podendo nesse caso acarretar perda econmica na lavoura devido ao ataque da praga (Tabela 1). Na fase reprodutiva Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) Importncia econmica o inseto considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a sua emergncia at o pendoamento e espigamento. As perdas devido ao ataque da lagarta na espiga pode ser alta, especialmente quando o ataque na insero com a planta, pois pode haver queda da espiga ou at mesmo falta de enchimento dos gros. Muitas vezes a falta de controle ou o controle inadequado do inseto na fase vegetativa (fase de cartucho), faz com que se tenha a presena na espiga de lagartas bem desenvolvidas com grande capacidade de destruio. Sintomas de danos - Na espiga a lagarta pode atacar os estilo-estigmas ("cabelo do milho"), os gros em formao, na ponta da espiga ou em outras parte como a poro mediana ou basal. Orifcios na palha um bom indicativo da presena da praga; Espigas

cadas e/ou danos no ponto de insero da espiga com o colmo tambm so sintomas do ataque da lagarta (Fig. 24 e 25). Foto: Ivan Cruz

Fig.

24.

Lagarta-do-cartucho

(Spodoptera

frugiperda)

Foto: Ivan Cruz

Fig.

25

Lagarta-do-cartucho

(Spodoptera

frugiperda)

Mtodos de controle - o controle da praga quando o ataque na espiga muito difcil com mtodos convencionais em funo da dificuldade de colocao do inseticida qumico (Tabela 1) no local onde se encontra a praga, mesmo quando ela est exposta nos estilos-estigma. Fica praticamente impossvel quando a praga encontra-se protegida pela palha. O controle biolgico especialmente com os predadores Doru luteipes e Orius spp. tem sido importante na manuteno dessa praga em nveis populacionais baixo na espiga de milho. Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) Importncia econmica - tipicamente o inseto coloca seus ovos nos estilos-estigmas (Fig. 26), local onde as lagartas recm-nascidas iniciam os seus danos, podendo ocasionar falhas na produo de gros. medida que a larva desenvolve ela dirige-se para a ponta da espiga para alimentar-se dos gros em formao. Os prejuzos estimados para essa praga cerca de 8% nos rendimentos. Foto: Ivan Cruz

Fig.

26

Lagarta-da-espiga

(Helicoverpa

zea)

Sintomas de danos - estilo-estigmas danificados e gros na ponta da espiga danificados (Fig. 27), podem representar os sintomas de ataque da praga. Deve-se considerar que tambm a lagarta-do-cartucho pode tambm estar presente na espiga e ocasionar sintoma de dano semelhante. Foto: Ivan Cruz

Fig. 27. Lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) Mtodos de controle - pela localizao da praga o controle convencional atravs da pulverizao tem baixa eficincia (Tabela 1). Um controle efetivo pode ser conseguido atravs da liberao de vespas do gnero Trichogramma, comercialmente disponveis no mercado brasileiro. De maneira geral, onde ainda existe o equilbrio biolgico o controle natural atravs de Trichogramma, ou da tesourinha, Doru luteipes ou de espcies de Orius tem sido suficiente para manter a praga com nvel populacional insuficiente para causar dano econmico. Manejo integrado de pragas (MIP) A definio de MIP adotada por um painel organizado pela FAO enuncia: "Manejo Integrado de Pragas o sistema de manejo de pragas que no contexto associa o ambiente e a dinmica populacional da espcie, utiliza todas as tcnicas apropriadas e mtodos de forma to compatvel quanto possvel e mantm a populao da praga em nveis abaixo daqueles capazes de causar dano econmico". Os fundamentos, tanto do Controle Integrado como do Manejo Integrado de Pragas, baseiam-se em quatro elementos: na explorao do controle natural, dos nveis de tolerncia das plantas aos danos causados pelas pragas, no monitoramento das populaes para tomadas de deciso e na biologia e ecologia da cultura e de suas pragas. Estas premissas implicam no conhecimento dos fatores naturais de mortalidade, nas definies das densidades populacionais ou da quantidade de danos causados pelas espcies-alvo equivalentes aos nveis de dano econmico (NDE) e de controle (NC), que fica imediatamente abaixo do NDE. Outra varivel importante seria a determinao do nvel de equilbrio (NE) das espcies que habitam o agroecossistema em questo. Em funo da flutuao da densidade da espcie-alvo e de sua posio relativa a esses trs nveis (NE, NDE E NC) ao longo do tempo, as espcies podem ser classificadas em pragas-chave (densidade populacional sempre acima do NDE), pragas espordicas (densidade na lavoura raramente atinge o NDE) e no-pragas (a densidade da espcie em questo nunca atinge o NDE). Mais recentemente tem sido proposto tambm o nvel de no-controle (NNC), ou seja, a densidade populacional de uma ou mais espcies de inimigos naturais capaz de reduzir a populao da espcie -alvo a nveis no econmicos, dispensando assim, a utilizao de medidas de controle. Monitoramento O monitoramento o primeiro passo para se praticar o MIP. Sem monitorar a densidade populacional da espcie-alvo no campo no h como se aplicar os princpios do MIP. Assim, recomenda-se iniciar o monitoramento mesmo antes de se iniciar o plantio. A freqncia e o mtodo de amostragem depende da fase de desenvolvimento da cultura e do nvel de preciso que se pretende conduzir o manejo. Quanto maior a freqncia e tamanho da amostra melhor, entretanto, deve-se considerar tambm os custos dessas amostragens. Monitoramento de pragas de solo - deve-se examinar amostras de solo de 30 cm x 30 cm por 15 cm de profundidade utilizando-se uma peneira e procurando por insetos. Para a larva-arame, medias de controle devem ser adotadas se dois ou mais insetos forem

detectadas por amostra. A mdia de uma larva pr amostra suficiente para causar dano significativo. Neste caso, o tratamento do solo com inseticidas necessrio. Para a simples deteco da presena de insetos no campo, pode-se proceder da seguinte maneira: tomar cerca de 200 g de sementes sem tratamento e enterrar em locais, com identificao, dentro da rea a ser cultivada e cobrir com um pedao de plstico transparente; alguns dias depois, desenterrar o material e procurar por insetos. No caso de cupins subterrneos, examinar pedaos de colmo ou sabugos de milho da cultura anterior ou pode-se enterrar pedaos desses materiais ou mesmo rolo de papel higinico (sem cor e perfume) em pontos estratgicos e aps alguns dias examinar o material visando detectar a presena de insetos. Monitoramento de pragas iniciais e do perodo vegetativo - Sendo realizado o tratamento de sementes, esse levantamento pode ser iniciado a partir da terceira semana aps a semeadura do milho. A deteco de cigarrinhas pode ser feitao atravs de exame direto ou utilizando-se rede entomolgica. Para se estimar densidades com maior preciso pode-se usar o mtodo do saco plstico. Neste caso, se em reas e/ou condies de risco de incidncia de enfezamentos e viroses, recomenda-se fazer o controle quando detectado a presena dos insetos. No caso da incidncia da lagarta-do-cartucho, lagartaelasmo, broca-da-cana ou lagarta-rosca, deve-se estimar a incidncia contando-se o nmero de plantas atacadas em 10 m de fileira e adotar medidas de controle em funo do nvel de dano. Para o controle da lagarta-do-cartucho, existem recomendaes de amostragemns seqencial. Algumas estratgias de manejo Tratamento de sementes O tratamento de sementes uma prtica que tem sido largamente difundida nos ltimos anos visando o controle de pragas subterrneas e iniciais da cultura do milho em reas que apresentam histrico de problemas oriundos de ataque de determinados grupos de insetos (ver sesses de pragas subterrneas e iniciais). Os danos causados por essas pragas, resultam em falhas na lavoura devido a sua alimentao, nas sementes aps a semeadura, nas razes aps a germinao, e da parte area de plantas recm-emergidas. Tem-se como ponto primordial para se obter alta produtividade na lavoura, o estabelecimento de um nmero ideal de plantas por rea para que tal fato se suceda. Em lavoura com baixo estande, a utilizao dos demais insumos no contribuiro para que o agricultor obtenha a rentabilidade esperada da lavoura. No tratamento de sementes, a quantidade relativamente pequena de ingrediente ativo aplicado sobre a semente, protege as sementes no solo at a sua germinao, bem como as razes e a parte area da planta logo aps a sua emergncia. O seu emprego, muitas vezes reduz a necessidade de pulverizaes de plantas recm-emergidas com inseticidas de custos elevados e que na aplicao, geralmente, no atinge o alvo, devido a pequena rea foliar das plantas em ps-emergncia. Portanto, a prtica contribui para reduzir o impacto negativo no ecossistema, uma vez que no afeta diretamente os inimigos naturais que esto se estabelecendo nesta fase de desenvolvimento da cultura. A tcnica ainda apresenta a vantagem do uso ser relativamente fcil e em alguns casos, de baixo custo. Atualmente, existe uma variao bastante grande nos preos de inseticidas, na toxicidade e na eficincia no do tratamento de sementes. Tem-se observado que

determinados grupos de inseticidas possibilitam melhor controle de lagartas (elasmo, lagarta-rosca), outros apresentam melhor desempenho para insetos sugadores (percevejo castanho, percevejo barriga verde, percevejo preto), trmitas (cupins) e finalmente, larvas de coleopteros (bicho-bolo, larva-arame, larva-alfinete). Para cada caso, a escolha do inseticida deve estar em consonncia com os registros no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Tabela 1). Tabela 1. Inseticidas registrados para o controle de insetos-praga na cultura do milho. 2002 Praga Ingrediente ativo Nome Form C.TOX Dose Fabricante comercial . . (p.c./ha ) Agrotis ipsilon carbaryl Carbaryl SC II 2,0 - 3,0 Fersol Fersol 480 l SC Carbaryl DP III 15,0 - Fersol Fersol P 75 20,0 kg carbofuran Furadan 350 SC I 2,0 - 3,0 FMC TS l/100 kg sem. Ralzer 350 SC I 2,0 - 3,0 Fersol SC l/100 kg sem. terbufos Counter 150 GR I 13,0 kg Basf G Counter 50 GR I 40,0 kg Basf G chlorpyrifos Lorsban 480 EC II 1,0 l Dow BR AgroSciences Vexter EC II 1,0 l Dow AgroSciences cypermethrin Galgotrin EC II 0,06 l Chemotcnic a Sintyal lambdacyhalothri Karate Zeon CS III 0,01 l Syngenta n 250 CS permethrin Pounce 384 EC II 0,01 - FMC CE 0,013 l Astylus carbofuran Furadan 350 SC I 2,0 - 3,0 sem. variegatus TS l/100 kg Cornitermes carbofuran Furadan 350 SC I 2,0 - 3,0 FMC snyderi TS l/100 kg sem. Furazin 310 SC I 2,25 FMC TS l/100 kg sem. carbosulfan Marshal TS SC II 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg

Marzinc 250 DS TS Daubulus maidis imidaclorprid thiomethoxan Gaucho FS SC Cruiser DP

II

IV III

sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 0,8 l Bayer 0,15 - Syngenta 0,2 kg/100 kg sem. 20,0 kg Hokko 2,4 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 0,6 Bayer l/100 kg sem. 0,15 - Syngenta 0,20 kg/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,6 l Bayer 11,0 kg Dow AgroSciences 2,6 l Dow AgroSciences 0,1 kg Aventis 0,7 Bayer kg/100 kg sem. 17 kg Basf 40 kg 13 kg Basf Basf

Deois flavopicta

carbofuran carbosulfan

Diafuran 50 GR Marshal TS FS

I II

imidacloprid

Gaucho FS FS

IV

thiamethoxan

Cruiser 700 WS WS

III

thiodicarb

Semevin 350 Astro

SC

III

Diabrotica speciosa

chlorpyrifos

EW

III IV III II IV

Lorsban 10 GR G Sabre EW fipronil imidacloprid Regente 800 WG WG Gaucho WP

phorate terbufos

Dichelops furcatus

imidacloprid

Granutox GR 150 G Counter 50 GR G Counter 150 GR G Gaucho FS SC

II I I IV

thiamethoxan

Cruiser 700 DP

III

0,35 Bayer l/100 kg sem. 0,3 Syngenta

WS Diloboderus abderus thiodicarb Futur 300 SC III

Semevin 350 Elasmopalpus carbaryl lignosellus

SC

III

carbofuran

Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Carbofuran SC Sanachem 350 TS Carboran SC Fersol 350 SC Diafuran 50 GR Furandan SC 350 SC Furadan 350 SC TS Furadan 50 GR G Furazin 310 SC TS Ralzer SC 350 SC

II

kg/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,25 l 2,0 - 3,0 Dow l/100 kg AgroSciences sem. 2,0 Fersol l/100 kg sem. 30 kg Hokko 3,0 - 4,0 FMC l 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 30,0 kg FMC 2,25 FMC l/100 kg sem 2,0 - 3,0 Fersol l/100 kg sem. 30,0 kg Fersol 2,4 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 1,0 l Dow AgroSciences 1,0 l Dow

III II I

I I I

III I

carbosulfan

Ralzer 50 GR GR Marshal TS SC

I II

Marzinc 250 DP TS chlorpyrifos Lorsban 480 EC BR Vexter EC

II

II II

furathiocarb

Promet 400 SL CS Futur 300 SC

III

thiodicarb

III

Semevin 350 Frankliniella williamsi Helicoverpa zea imidacloprid

SC

III

Gaucho FS SC

IV

carbaryl

Mocis latipes

Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC parathion-methyl Bravik 600 EC CE trichlorphon Dipterex SL 500 Trichorfon SL 500 Milena carbaryl Carbaryl SC Fersol 480 SC Carbaryl PD Fersol P 75 Sevin 480 SC SC chlorpyrifos Lorsban 480 EC BR Vexter EC malathion Malathion EC 500 CE Sultox parathion-methyl Bravik 600 EC CE Folisuper EC 600 BR trichlorphon Dipterex SL 500

II

1,6 l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem. 0,8 Bayer l/100 kg sem. 2,0 - 2,3 Fersol l

AgroSciences Syngenta

III II I II II II

15,0 - Fersol 20,0 kg 1,90 - Aventis 2,25 l 0,45 - Action 0,67 l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 2,0 - 2,3 Fersol l 15,0 - Fersol 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,,25 l 0,6 l Dow AgroSciences 0,6 l Dow AgroSciences 2,5 l Action

III II II II III

I I II

0,45 - Action 0,675 l 0,25 - Agripec 0,65 l 0,8 - 2,0 Bayer l

Procornitermes benfuracarb triacifer

Triclorfon SL 500 Milenia Laser 400 SC SC

II II

Oncol Sipcam

SC

II

carbofuran

Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS

carbosulfan

Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS imidacloprid Gaucho FS FS

II

IV

terbufos

Rhopalosiphu imidacloprid m maidis Scaptocoris castanea terbufos

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Gaucho FS SC

I I IV

1,0 - 2,0 Milenia l 1,75 - Iharabras 2,5 l/100 kg sem. 1,75 - Sipcam 2,5 l/100 kg sem. 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 0,25 Bayer l/100 kg sem. 40 kg Basf 13 kg Basf

Spodoptera frugiperda

alphacypermethrin beta-cyfluthrin

carbaryl

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Fastac 100 SC SC Bulldock SC 125 SC Full EC Novapir EC Turbo EC Carbaryl SC Fersol 480 SC

I I III II II II II II

0,8 Bayer l/100 kg sem. 40 kg Basf 13 kg 0,05 l 0,04 l Basf Basf Bayer

0,1 l Bayer 0,1 l Cheminova 0,1 l Bayer 2,0 - 2,3 Fersol l

carbofuran

Carbaryl DP Fersol P 75 Sevin 480 SC SC Carbofuran SC Sanachem 350 TS Carboran SC Fersol 350 SC Diafuran 50 GR Furadan 350 SC TS Furadan 50 GR G Ralzer 350 SC SC Ralzer GR Pirate 50 GR SC

III II I

15,0 - Fersol Ltda. 20,0 kg 1,9 - Aventis 2,25 l 2,0 - 3,0 Dow l AgroSciences 2,0 Fersol kg/100 kg sem. 20,0 - Hokko 30,0 kg 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 20,0 - FMC 30,0 kg 2,0 - 3,0 Fersol l/100 kg sem. 20,0 - Fersol 30,0 kg 0,5 - Basf 0,75 l 0,15 - Ishihara 0,3 l 0,3 - 0,5 Bayer l 0,4 - 0,6 Fersol l 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Agripec l 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Cheminova l 0,4 l Agricur 0,3 - 0,5 Dow l AgroSciences 0,4 - 0,6 Dow l AgroSciences

I I

III I

I III I III II

chlorfenapyr chlorfluazuron chlorpyrifos

Atabron 50 EC CE Astro EW Clorpirifs EC Fersol 480 CE Clorpirifos EC Sanachem 480 CE Klorpan 480 EC CE Lorsban 480 EC BR Nufos 480 EC CE Pyrinex 480 EC CE Sabre EW Vexter EC

II II III II III II

cyfluthrin cypermethrin

Baytroid CE EC Arrivo 200 EC CE Cipermetrin EC a Nortox 250 CE Cipertrin EC Commanche EC 200 CE Cyptrin 250 EC CE Galgotrin EC Ripcord 100 EC Decis 25 CE EC Decis 4 UL UBV Decis 50 SC SC Decis Ultra EC 100 CE Keshet 25 EC CE + Deltaphos EC Dimilin WP Kumulus DF WG Sumidan 25 EC CE Trebon 300 EC CE Sumibase EC 500 CE Sumithion EC 500 CE Danimen EC 300 CE Promet 400 SL CS Karate 50 EC CE Karate Zeon CS 250 CS

III III I

0,3 l Bayer 0,05 - FMC 0,08 l 0,04 - Nortox 0,065 l 0,05 - Prentiss 0,06 l 0,05 - FMC. 0,06 l 0,05 - Agripec 0,06 l 0,05 l Chemotcnic a Sintyal 0,1 l Basf 0,2 l Aventis 1,3 - 2,0 Aventis l 0,05 - Aventis 0,075 l 0,04 - Aventis 0,05 l 0,2 l Agricur 0,25 - Aventis 0,35 l 0,1 kg Uniroyal 1,0 kg Basf 0,6 - 0,8 Sumitomo l 0,07 - Sipcam 0,1 l 1,0 - 2,0 Sumitomo l 1,0 - 1,5 Sumitomo l 0,1 - Sumitomo 0,12 l 1,6 Syngenta l/100 kg sem. 0,15 l Syngenta 0,03 l Syngenta

II III I II II III III IV I I I IV IV I III II II I III

deltamethrin

deltamethrin triazophos diflubenzuron enxofre esfenvalerate etofenprox fenitrothion

fenpropathrin furathiocarb

lambdacyhalothrin

II III

Karate Zeon CS 50 CS lufenuron Match CE EC malathion Malathion EC 500 CE Sultox methomyl Lannate BR SL Lannate SL Express Methomex SL 215 LS methoxyfenozide Intrepid 240 SC SC Valient SC monocrotophos Agrophos SL 400 novaluron Gallaxy 100 EC CE Rimon 100 EC CE parathion-methyl Bravik 600 EC CE Folidol 600 EC Folidol ME CS Folisuper EC 600 BR Mentox 600 EC CE Paracap 450 CS MCS Parathion DP Metlico Pikapau Ambush 500 EC CE Corsair 500 EC CE Permetrina EC Fersol 384 CE Piredan EC Pounce 384 EC CE

III IV III

0,15 l 0,3 l 2,5 l

Syngenta Syngenta Action

I II II IV IV I IV IV I II III I II III I

0,6 l 0,6 l 0,6 l

Du Pont Du Pont Agricur

0,15 - Dow 0,18 l AgroSciences 0,15 - Bayer 0,18 l 0,6 - 0,9 Agripec l 0,15 l Agricur 0,15 l 0,45 0,675 l 0,45 0,675 l 0,7 l 0,25 0,65 l 0,65 l 0,7 l 0,65 l Agricur - Action - Bayer Bayer - Agripec Prentiss Cheminova Qumicas So Vicente Syngenta Aventis.

permethrin

II II I

0,05 l 0,1 l

0,1 - Fersol 0,13 l 0,065 l Du Pont 0,065 l FMC

II II

profenofos pyridaphenthion spinosad

Talcord 250 EC CE Valon 384 EC CE Curacron EC 500 Ofunack 400 EC CE Credence SC Tracer SC

II II III III III III IV III

0,1 l

Basf

0,065 l Dow AgroSciences 0,5 l Syngenta 0,5 l Sipcam

tebufenozide thiodicarb

Mimic 240 SC SC Futur 300 SC

thiodicarb

Futur 300

SC

III

Larvin 800 WG WG Semevin SC 350 triazophos Hostathion EC 400 BR trichlorphon Dipterex SL 500 Triclorfon SL 500 Milena triflumuron Alsystin 250 WP PM Alsystin 480 SC SC Brigadier WP Certero SC Rigel SC zeta-cypermethrin Fury 180 EW EW Fury 200 EW EW Fury 400 CE EC Syntermes benfuracarb Laser 400 SC

II III

I II II IV IV II IV IV II III II II

0,037 - Dow 0,1 l AgroSciences 0,037 - Dow 0,1 l AgroSciences 0,3 l Dow AgroSciences 2,0 l Aventis. /100 kg sem. 2,0 l Aventis. /100 kg sem. 0,1 - Aventis. 0,15 l 2,0 Aventis l/100 kg sem. 0,3 - 0,5 Aventis. l 0,8 - 2,0 Bayer l 1,0 - 2,0 Milenia l 0,1 kg Bayer 0,05 l 0,1 kg 0,05 l 0,05 l 0,04 l Bayer. Bayer Bayer Cheminova FMC

0,08 - FMC 0,1 l 0,05 - FMC 0,08 l 1,75 - Iharabras

molestus

SC

Oncol Sipcam

SC

II

carbofuran

Furadan 350 SC TS Furazin 310 SC TS

carbosulfan

Marshal TS SC

II

Marzinc 250 DS TS imidacloprid Gaucho WS

II

IV

Gaucho FS FS

IV

terbufos

thiodicarb

Counter 50 GR G Counter 150 GR G Futur 300 SC

I I III

2,5 l/100 kg sem. 1,75 - Sipcam 2,5 l/100 kg sem. 2,0 - 3,0 FMC l/100 kg sem. 2,25 FMC l/100 kg sem. 2,0 - 2,8 FMC l/100 kg sem. 2,0 FMC kg/100 kg sem. 1 Bayer kg/100 kg sem. 0,4 Bayer l/100 l gua 40 kg Basf 13 kg Basf

Semevin 350 Fonte: MAPA Agrofit

SC

III

2,0 Aventis l/100 kg sem. 2,0 Aventis l/100 kg sem.

O perodo de proteo das sementes e das plantas recm-emergidas proporcionado pelo tratamento de sementes depender da interao de vrios fatores. Pode-se destacar os relacionados com a prpria semente (tamanho, formato, textura, permeabilidade), com a natureza dos inseticidas (modo e espectro de ao, formulao, dose) e com as caractersticas do ambiente (presso de infestao da praga, textura, temperatura e umidade do solo). Associado a esses fatores, tambm importante levar em considerao a qualidade da aplicao, como o tipo de equipamento utilizado e a qualificao e capacitao do pessoal envolvido. Dependendo da toxicidade do inseticida, o tratamento de sementes pode ser realizado na prpria fazenda, ou deve ser realizado em Centros de Tratamentos de Sementes ou em

revendas especializadas com mquinas apropriadas e com pessoal treinado. Nas fazendas, geralmente so utilizados tambores rotativos (Fig. 28), construdos especificamente para essa finalidade. No entanto, independente do equipamento ou inseticida utilizado, todos os cuidados devem ser tomados para evitar possveis contaminaes ou intoxicaes do operador. Foto: Acervo Embrapa Milho e Sorgo

Fig. 28 Tambor rotativo para tratamento de sementes. No caso da semente de milho, a eficincia na distribuio da semente tratada no sulco de semeadura pode ser melhorada com a adio de grafite em p. Isso se deve ao fato, que a semente tratada com inseticida apresenta uma alterao em sua forma original, muitas vezes trazendo como conseqncia maior dificuldade de escoamento dentro do compartimento da semeadora. Nesse caso, o uso de grafite melhora o escoamento das sementes tratadas, especialmente em sistemas de distribuio atravs de discos. Aos contrrio, o excesso de grafite, colocado nos sistemas de dedos (garras), tem funcionado de maneira contrria. A quantidade recomendada de grafite varia de acordo com o tamanho da semente. Sementes maiores demandam uma maior quantidade. Em mdia, recomenda-se cerca de 2 a 4 gramas de grafite em p por quilo de semente tratada. Como recomendao final, sugere-se que as sementes tratadas no sejam armazenadas e que se faa a semeadura em poucos dias aps o tratamento. Os inseticidas geralmente no afetam a germinao de sementes de alta qualidade. Entretanto, sementes de qualidade inferior, podem ter o vigor afetado e consequentemente reduzir o nmero de plantas na lavoura. Deve-se tambm, evitar que as sementes fiquem descobertas no sulco de plantio, pois so txicas para pssaros e outros animais. Seletividade de inseticidas No passado a escolha de determinado inseticida para uso contra as pragas da agricultura era baseada na capacidade do produto qumico de atuar rapidamente e sobre diferentes

espcies de praga. Geralmente eram produtos de amplo espectro de ao, e, invariavelmente altamente txico. Por apresentarem custo relativamente baixo, tais produtos qumicos eram considerados como um seguro para a produo de alimentos. Eram utilizados independente da necessidade. No entanto, com o passar dos anos foi fcil verificar os efeitos danosos dos produtos para a natureza como um todo. E, especialmente em relao ao mtodo de controle em si, comearam-se a aparecer raas resistentes de pragas e at mesmo novas pragas, anteriormente presentes, porm em nvel populacional baixo em virtude da ao de diferentes agentes de controle natural. Atualmente, o conceito do controle qumico tem mudado. H uma preocupao crescente no s pela sociedade como um todo, mas tambm pelo prprio agricultor, com o uso indiscriminado de produtos qumicos. Tem-se buscado inclusive pelas empresas produtoras de inseticidas, produtos que sejam menos danosos ao ambiente tem-se portanto, buscado a seletividade dos produtos. Tal seletividade pode ser alcanada atravs do produto em si, por exemplo, produtos que atuem somente sobre determinados grupos ou sobre determinadas fases da fisiologia dos insetos (inseticidas fisiolgicos). A seletividade tambm pode ser alcanada atravs de aplicaes dirigidas. Por exemplo, a aplicao de inseticidas para o controle da lagartas no cartucho da planta de milho posicionando o bico de pulverizao de modo a aplicar o produto somente na rea desejada utilizando o trator mais seletiva do que a aplicao via gua de irrigao (que uma aplicao em rea total). De maneira semelhante, o tratamento de sementes mais seletivo do que a pulverizao, em funo da formulao do produto e do modo de utilizao. A seletividade tambm pode ser em relao a determinados inimigos naturais. Por algum mecanismo do inseto, ele pode no ser afetado drasticamente por determinado produto qumico. Tais produtos devem ser preferidos em programas de manejo. Aplicao de Inseticidas via gua de Irrigao Define-se como insetigao, a aplicao de inseticidas via gua de irrigao. Na insetigao o sistema de irrigao por asperso, tem sido o mtodo mais utilizado para a aplicao dos inseticidas. A tcnica iniciou-se na Amrica do Norte na dcada de 60 visando o controle de pragas foliares com a utilizao dos inseticidas azinphos methyl e carbaryl para o controle de insetos-praga na cultura do milho. No Brasil, a insetigao comeou a ser utilizada na dcada de 80, havendo uma grande escassez de informaes tcnicas para as nossas condies. Atualmente, com a expanso de reas agrcolas irrigadas, tem-se utilizado aplicaes de inseticidas via irrigao por asperso, muita das vezes, sem se conhecer parmetros tcnicos necessrios para se obter a melhor eficincia e reduo de riscos oriundos de qualquer utilizao de defensivos agrcola. A insetigao tem sido utilizada com sucesso para o controle de diversas pragas e culturas, entretanto existem exemplos de insucessos, indicando que o mtodo no se aplica para todas as condies. As doses dos inseticidas aplicados na insetigao so as mesmas utilizadas em pulverizaes pelos utilizando-se os mtodos convencionais (tratorizada ou costal). As primeiras avaliaes de inseticidas na insetigao, baseiaramse nos princpios ativos que apresentavam eficincia comprovada atravs de pulverizao para o controle de determinada praga. Vrios parmetros so relevantes para se obter uma boa eficincia na insetigao e evitar riscos, destacando-se as condies ambientais (velocidade do vento, umidade relativa, precipitao pluviomtrica), tipo e umidade do solo, seleo de inseticidas

(solubilidade em gua, dose), volume, qualidade e velocidade do fluxo de gua e compatibilidade de produtos. Na utilizao da insetigao, deve-se precaver contra aplicaes indiscriminadas de inseticidas, cuidados no manuseio de inseticidas que na maioria so inflamveis, utilizar equipamentos de segurana adequados, evitar deriva e no entrar na rea logo aps ser tratada. O emprego dessa tcnica tem sido pesquisada na Embrapa Milho e Sorgo para o controle da lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, lagarta-da-espiga, Helicoverpa zea, lagarta elasmo, Elasmopalpus lignosellus e larva alfinete, Diabrotica speciosa. Os resultados indicam que essas pragas podem ser controladas empregando os inseticidas aplicados via gua de irrigao por asperso mostrados na Tabela 2. Tabela 2. Inseticidas com melhores performance para o controle de insetos-pragas de milho aplicados via irrigao por asperso. EMBRAPA/CNPMS. Insetos-praga Inseticida (i.a.) Dose (i.a./ha) Lmina de gua (mm) Lagarta-do-cartucho chlorpyrifos 288 6 mm fenvalerate 200 carbaryl 1105 diazinon 480 lambdacyalothrin 10 spinosad 48 Lagarta elasmo chlorpyrifos 480 10 mm Larva alfinete chlorpyrifos 480 10 mm imidacloprid 140 Lagarta-da-espiga cyfluthrin 15 10 mm fenitrothion 750 Fonte: Paulo Afonso Viana Os inseticidas mostrados na Tabela 3 podem ser aplicados utilizando equipamentos convencionais de irrigao (tipo lateral porttil) ou atravs de piv. Para o equipamento convencional a calda inseticida pode ser injetada no sistema de irrigao atravs de bomba dosadora ou de um equipamento porttil de injeo desenvolvido na Embrapa Milho e Sorgo, denominado "vaquinha" (Fig. 29). Para o piv central, utiliza-se a bomba dosadora. Independentemente do mtodo de injeo adotado, a qualidade dos resultados obtidos na aplicao depende do clculo correto de variveis como taxa de injeo, quantidade do inseticida a ser injetada, volume do tanque de injeo e dose do inseticida a ser aplicada na rea irrigada. Foto: Paulo Afonso Viana

Fig. 29 Equipamento porttil de injeo desenvolvido na Embrapa Milho e Sorgo denominado "vaquinha". Desde o incio de sua utilizao, a insetigao, tem adaptado tecnologias existentes, tanto na parte de equipamentos ou dos qumicos a serem aplicados. No futuro, novas formulaes de inseticidas devero ser desenvolvidas para essa modalidade de aplicao, visando obter maior eficincia no controle das pragas. Pesquisas devero ser conduzidas objetivando reduzir a quantidade de inseticidas aplicados nas lavouras, com reflexos diretos nos custos de produo e de contaminao ambiental. A indstria dever desenvolver equipamentos para alta eficincia tanto para irrigao como para aplicao de produtos qumicos. Melhoria de eficincia de controle de pragas poder tambm ser obtida com novos aspersores, tanques e depsitos para a mistura da calda inseticida, microprocessador controlando irrigao e injeo. Controle Biolgico: Papel dos inimigos naturais no controle das pragas Em funo da importncia de insetos-praga da ordem Lepidoptera (mariposas, especialmente) como pragas da cultura do milho no Brasil e tambm em relao ao aparecimento de populaes resistentes aos inseticidas, como o caso da lagarta-docartucho, as pesquisas com controle biolgico tm aumentado no pas. Deve-se considerar que, em certas circunstncias, os inimigos naturais podem diminuir consideravelmente a populao da praga no campo. So importantes inimigos naturais das principais pragas do milho quatro espcies de vespas (chamados parasitides, ou seja, insetos cujas larvas se desenvolvem dentro dos ovos ou das lagartas da praga) e, talvez, o mais importante, e facilmente percebido no campo, a chamada "tesourinha", presente no cartucho da planta ou na espiga. Todos esses inimigos naturais atuam nas primeiras fases de desenvolvimento da praga, e, portanto, evitando danos significativos planta. Dos parasitides dois atuam exclusivamente sobre os ovos da praga, impedindo a ecloso da larva: Trichogramma spp. (Fig. 30) e Telenomus remus (Fig. 31). So insetos facilmente criados no laboratrio, a um custo inferior ao do produto qumico padro.

Esses inimigos naturais j esto sendo liberados em reas comerciais, em diferentes regies do Brasil, com sucesso. O ciclo total dessas vespas varia entre 10 e 12 dias. Foto: Ivan Cruz

Fig. Foto: Ivan Cruz

30

Trichogramma

spp.

Fig.

31

Telenomus

remus

A vespa Chelonus insularis (Fig. 32) de ocorrncia comum no Brasil. A fmea coloca seus ovos no interior dos ovos da praga, permitindo no entanto a ecloso das larvas. A larva parasitada no provoca danos significativos ao milho. O ciclo biolgico total do parasitide de 28 dias, distribudos em perodo de incubao de 1,8 dias, perodo larval de 20,4 dias e perodo pupal de 6,2 dias. A larva parasitada sai precocemente do cartucho, dirigindo-se para o solo, onde constri uma cmara. Aps a construo desta cmara a larva do parasitide perfura o abdmen da lagarta-do-cartucho e dentro da

cmara,

constri

seu

casulo

transforma-se

em

pupa.

Foto: Ivan Cruz

Fig.

32

Vespa

Chelonus

insularis

Campoletis flavicincta (Fig. 33) uma outra vespa medindo cerca de 7 mm de comprimento, que coloca seus ovos no interior do corpo de lagartas de S. frugiperda recm-nascidas. Uma s fmea pode parasitar mais de 200 lagartas. O ciclo biolgico completo do inseto de 16,5 dias. Dentro da lagarta-do-cartucho o parasitide passa cerca de 9,6 dias. A larva parasitada reduz significativamente o alimento ingerido. Prximo sada da larva do parasitide, o inseto parasitado sai do cartucho da planta e dirige-se para as folhas mais altas da planta. Neste local fica praticamente imvel at ser morto pelo parasitide que perfura seu abdmen. Foto: Ivan Cruz

Fig. 33 Campoletis flavicincta A tesourinha Doru luteipes (Fig. 34) tem presena constante na cultura de milho. Tanto os imaturos quanto os adultos alimentam-se de ovos e de lagartas pequenas da praga. Um adulto do predador pode consumir cerca de 21 larvas pequenas por dia. Os ovos da tesourinha so colocados dentro do cartucho da planta, sendo que uma postura possui em mdia, 27 ovos. O perodo de incubao dura cerca de sete dias. As ninfas, a semelhana dos adultos so tambm predadoras. A fase ninfal dura em torno de 40 dias. Os adultos podem viver quase um ano. A presena do predador em at 70% das plantas de milho suficiente para manter a praga sob controle. Foto: Ivan Cruz

Fig. 34 Tesourinha Doru luteipes

Existem vrios outros inimigos naturais da lagarta-do-cartucho que de certa forma contribuem para diminuir a populao da praga na cultura do milho. No entanto, os mencionados aqui j so criados em laboratrio e apresentam com grande potencial para serem utilizados em liberaes inundativas ou inoculativas. A conscientizao de que os inimigos naturais podem ser aliados importantes no manejo de pragas tem forado a busca de inseticidas e/ou aplicaes mais seletivas. No caso especfico da cultura de milho, o predador Doru luteipes por sua importncia no controle biolgico da praga, alm de todas as suas formas biolgicas estarem intimamente ligadas ao cartucho da planta, o mais sujeito a ao dos produtos qumicos. Por essa razo, tem-se avaliado o impacto dos diferentes produtos qumicos sobre suas fases. Sabe-se que os adultos so mais tolerantes a vrios produtos, especialmente biolgicos e fisiolgicos. No entanto ovos e formas imaturas so bem mais sensveis. A sensibilidade desse e de outros inimigos naturais bem como os critrios para a escolha de um produto qumico para uso no manejo integrado de S. frugiperda em milho, foram abordados por Cruz (1997). Colheita e ps-colheita Junto com o esforo para o aumento da produtividade, necessariamente h que se aprimorar o processo de colheita e as condies de armazenagem de gros. Uma caracterstica positiva dos gros a possibilidade de serem armazenados por longo perodo de tempo, sem perdas significativas da qualidade. Entretanto, o armazenamento prolongado s pode ser realizado quando se adotam corretamente as prticas de colheita, limpeza, secagem, combate a insetos e preveno de fungos. O agricultor deve integrar a colheita ao sistema de produo e planejar todas as fases, para que o gro colhido apresente bom padro de qualidade. Nesse sentido, vrias etapas, como a implantao da cultura, at o transporte, secagem e armazenamento dos gros tm de estar diretamente relacionadas. Um lote de gros armazenados um material sujeito s transformaes, deterioraes e perdas devido a interaes entre os fenmenos fsicos, qumicos e biolgicos. Exercem grande influncia nesse ambiente os fatores temperatura, umidade, disponibilidade de oxignio, microorganismos, insetos, roedores e pssaros. Nesse aspecto cuidados especiais devem ser tomados na secagem e armazenamento . So vrias as pragas de gros armazenados que se alimentam dos gros de milho, porm o gorgulho ou caruncho, Sitophilus zeamais e a traa-dos-cereais, Sitotroga cerearella , so responsveis pela maior parte das perdas.

Colheita O agricultor deve integrar a colheita ao sistema de produo e planejar todas as fases, para que o gro colhido apresente bom padro de qualidade. Nesse sentido, vrias etapas, como a implantao da cultura, at o transporte, secagem e armazenamento dos gros tm de estar diretamente relacionadas.

Para um melhor escoamento da safra depois de colhida, alguns aspectos devem ser levados em considerao desde o planejamento de instalao. Num sistema de produo em que, por exemplo, o milho vai comear a ser colhido com o teor de umidade superior a 13%, alguns pontos decisivos devem ser destacados:

rea total plantada e data de plantio de cada gleba;produtividade de cada gleba;nmero de dias disponveis para a colheita;nmero de colhedoras;distncia entre os silos e as glebas;nmero de carretas graneleiras;velocidade da colheita;nmero de horas de colheita/dia;teor de umidade do gro;capacidade do secador; e capacidade do silo de armazenamento.

O milho est pronto para ser colhido a partir da maturao fisiolgica do gro, o que acontece no momento em que 50% das sementes na espiga apresentam uma pequena mancha preta no ponto de insero das mesmas com o sabugo. Todavia, se no houver a necessidade de antecipao da colheita, esta deve ser iniciada quando o teor de umidade estiver na faixa entre 18-20%. Para tal, o produtor deve levar em considerao a necessidade e disponibilidade de secagem, o risco de deteriorao, o gasto de energia na secagem o preo do milho na poca da colheita. Planejamento da Colheita Para melhorar o rendimento, as reas devem ser divididas com carreadores, de forma a facilitar a movimentao da colhedora e o escoamento da colheita pelas carretas ou caminhes. Diferena de produtividade das glebas, assim como desuniformidade nas condies da cultura no campo, tambm podem alterar a capacidade efetiva de utilizao da colhedora, isto , a quantidade de milho colhida em determinada rea, por unidade de tempo. A fim de obter uma boa colheita, devem ser considerados tambm os seguintes itens:

a regulagem do espaamento entre cilindro e cncavo;a velocidade de rotao do cilindro;o teor de umidade do gro; a qualidade do gro e as perdas.

O conjunto formado pelo cilindro e o cncavo constitui-se no que pode ser chamado de "corao" do sistema de colheita, e exige muita ateno na hora da regulagem. O cilindro adequado para a debulha do milho o de barras, e a distncia entre este e o cncavo regulada de acordo com o dimetro mdio das espigas. A distncia deve ser tal que a espiga seja debulhada sem ser quebrada e o sabugo saia inteiro ou, no mximo, quebrado em grandes pedaos. Outro ponto fundamental diz respeito relao entre a rotao do cilindro e o teor de umidade. A rotao do cilindro debulhador regulada conforme o teor de umidade dos gros, ou seja, quanto mais midos, maior ser a dificuldade de debulh-los, exigindo maior rotao do cilindro batedor. medida que os gros vo perdendo umidade, eles se tornam mais quebradios e mais fceis de serem destacados, sendo necessrio reduzir a rotao do debulhador.

A regulagem de rotao do cilindro e a abertura entre o cilindro e o cncavo uma deciso entre a opo de perda e gros quebrados, sem nunca ter os dois fatores 100% satisfatrios. Por exemplo, em caso de sementes, pode-se optar por uma perda maior, com menos gros quebrados. Pesquisas realizadas na Embrapa Milho e Sorgo, com uma colhedora automotriz, confirmam que, em teores de umidade mais altos (22-24%), h uma maior dificuldade para se destacar a semente do sabugo, sendo recomendado colher com rotaes na faixa entre 600 e 700 rpm. medida que os gros vo secando no campo, as rotaes mais baixas so recomendadas, pela facilidade de debulhar, alm de reduzir risco de danificao mecnica na semente. No caso da colhedora de cilindro helicoidal, acoplada ao trator, verificou-se que a debulha foi mais eficiente, tendo-se conseguido retirar praticamente todos os gros dos sabugos, apesar de o mecanismo debulhador no ter regulagem para variao de rotao. Durante a regulagem do sistema de debulha, devem ser verificadas algumas partes da colhedora como: tanque graneleiro, para ver se h gros quebrados; elevador da retrilha, para saber se h muito material voltando para o sistema de debulha; e sada da mquina, a fim de verificar se est saindo gro preso ao sabugo e se o sabugo est sendo muito quebrado. Qualidade dos gros No final da dcada de 70, a Embrapa realizou uma avaliao dos danos mecnicos em gros de milho durante a colheita. O mtodo utilizado aliava inspeo visual determinao de um ndice de danos, baseado na avaliao do poder germinativo de sementes com diferentes categorias de danos. Os resultados mostraram que, em todas as situaes, o ndice de danos menor quando os gros foram colhidos em rotaes mais baixas e teores de umidade inferiores a 16%. Verificou-se, tambm, que a quantidade de gros com danificao muito severa (gros quebrados com mais da metade faltando) no foi afetada pela rotao do cilindro na faixa de 400 a 700 rpm, para a automotriz, e na faixa de 850 a 980 rpm, para a colhedora acoplada ao trator. Entretanto, a danificao dessa categoria aumentou medida que o teor de umidade aumentava de 12 a 14%, (dano de 2 a 3%) para 20 a 24% (dano de 6 a 8%), tendo sido maior tambm na colheita pela mquina acoplada ao trator. A quantidade de gros com danos considerados grandes (trincas no embrio, menos da metade do gro faltando) no foi afetada pela rotao do cilindro (550 a 700 rpm) quando o teor de umidade estava alto, comeando a ser afetada pela rotao (400 a 550 rpm) nas faixas mais baixas de umidade. Gros com danos aparentemente menos severos apareceram em maior quantidade em todos os casos, em teores de umidade mais baixos, mesmo tendo-se usado rotaes de cilindro mais baixas. Os resultados mostram que, para rotaes do cilindro debulhador entre 400 e 550 rpm e gros com umidade entre 14 e 20%, o percentual de danos foi em torno de 25%, considerando a colhedora automotriz. J no caso da colhedora acoplada ao trator, mais de 50% dos gros apresentaram esse tipo de dano em todas as situaes.

Perdas A velocidade de trabalho recomendada para uma colhedora determinada em funo da produtividade da cultura do milho, por causa da capacidade admissvel de manusear toda a massa que colhida junto com o gro. A faixa de velocidade de trabalho varia de 4 a 6 km/h, mas em colheita, o trabalho medido em toneladas/hora. Portanto, ao tomar a deciso de aumentar ou diminuir a velocidade, no se deve preocupar com a capacidade de trabalho da colhedora em hectares/hora, mas verificar se os nveis tolerveis de perdas de 1,5 sacos/ha para o milho esto sendo obtidos. Existem quatro tipos de perdas: Pr-colheita - O primeiro tipo de perda ocorre no campo sem nenhuma interveno da mquina de colheita e deve ser avaliada antes de iniciar a colheita mecnica. Essa avaliao, tem, tambm, o objetivo de saber se uma cultivar apresenta ou no problemas de quebramento excessivo de colmo, se adaptada ou no para colheita mecnica. Plataforma - As perdas de espigas na plataforma so as que causam maior preocupao, uma vez que apresentam efeito significativo sobre a perda total. Podem ter sua origem na regulagem da mquina de colheita, mas, de maneira geral, esto relacionadas com: a adaptabilidade da cultivar colhedora (uniformidade da altura da insero de espiga, altura de insero de espiga, porcentagem de acamamento de plantas, porcentagem de quebramento de plantas); o nmero de linhas das semeadoras, que dever ser igual ou mltiplo do nmero de bocas da plataforma de colheita, e parmetros inerentes mquina de colheita (velocidade de deslocamento, altura da plataforma, regulagem das chapas de bloqueio da espiga e regulagem do espaamento entre bocas). Gro soltos - As perdas de gros soltos (rolo espigador e de separao) e de gros no sabugo esto relacionadas com a regulagem da mquina. O rolo espigador, geralmente no final da linha, recebe um fluxo menor de plantas e, com isso, debulha um pouco a espiga, ou ento a chapa de bloqueio est um pouco aberta e/ou com espigas menores que o padro, entrando em contato com o rolo espigador. As perdas por separao so ocasionadas quando ocorre sobrecarga no saca-palha, peneiras superior ou inferior um pouco fechadas, ventilador com rotao excessiva, sujeira nas peneiras. Gros nos sabugos - Esse tipo de perda ocorre em funo da regulagem do cilindro e cncavo e apresenta, como possveis causas, a quebra do sabugo antes da debulha, grande folga entre cilindro e cncavo, velocidade elevada de avano, baixa velocidade do cilindro debulhador, barras do cilindro tortas ou avariadas, cncavo torto e existncia de muito espao entre as barras do cncavo. Nos teores de umidade mais altos, testes indicaram que a perda de gros no sabugo foi o que mais contribuiu para o aumento da perda total. Por isso, rotaes mais altas (600 a 800 rpm) so mais indicadas. Nos teores de umidade mais baixos, a perda de espigas, aps a colheita, foi a maior responsvel pelas perdas totais, e a rotao mais indicada est na faixa de 400 a 600 rpm.

A secagem natural do milho no campo traz benefcios no sentido de economizar energia na secagem artificial, mas, medida que o milho seca, diminui a concorrncia com as plantas daninhas, aumentando a incidncias destas. Este fato traz inmeros problemas para a operao de colheita mecnica, como, por exemplo, o embuchamento das colhedoras com plantas daninhas, impedindo que as mquinas tenham bom desempenho. Exemplo de clculo para uso da colhedora Considerando-se uma colhedora trabalhando a uma velocidade de 5 km/h e com plataforma de quatro bocas, espaadas 90 cm entre si, em um campo cuja produtividade de 6.000 kg/ha, a capacidade terica de colheita :

Se no perodo de uma hora foram colhidos 1,42 ha de milho, a eficincia de campo igual a:

No caso de colheita mecnica, so aceitveis valores mdios de eficincia de campo entre 70% e 80% ou, em outras palavras, 20% a 30% do tempo perdido em manobras, desembuchamento, consertos, entre outros. Considerando que as reas a serem colhidas, de modo geral, apresentam produtividades (t/ha) desuniformes, importante relacionar a capacidade efetiva de trabalho em colheita em t/h. Clculo de Capacidade Efetiva de Trabalho (CET): Se, por exemplo, uma determinada colhedora automotriz estiver trabalhando em dois locais diferentes, campos A e B, com produtividades de 7 t/ha e 3 t/ha, respectivamente, e eficincia de campo de 80%, o tempo necessrio para colher o campo B poder ser menor, mas a quantidade colhida, por tempo, maior em A. Justifica-se, assim, a reduo da velocidade de colheita, para evitar embuchamento. Pode-se, ento, fazer o seguinte clculo de Capacidade Efetiva de Trabalho (CET): Campo A: velocidade 3 km/h

Campo B: Velocidade 5 km/h

Para estimar esta velocidade, com colhedoras que no possuem medidores de velocidade (velocmetro), procede-se da seguinte maneira: Conta-se o nmero de passos largos (cerca de 90 cm/passo) tomados em 20 segundos, caminhando na mesma velocidade e ao lado da colhedora; Multiplica-se este nmero de passos por um fator 0,16 para obter a velocidade em km/h.

Secagem e Armazenamento Introduo O tipo de armazenamento ideal funo da necessidade de armazenar gro ou espiga de milho. Alm disso, o nvel tecnolgico do armazenamento ser estabelecido de acordo com o volume a ser armazenado e a disponibilidade de recursos para a construo e para os equipamentos que constituiro a unidade armazenadora. Caso se queira armazenar gros, estes podem ser armazenados a granel, em silos, ou a granel ou em sacarias, em armazns. Caso se queira armazenar espigas, estas podem ser armazenadas em paiol ou ensacadas em armazm. Hoje em dia, em geral, o armazenamento de gros, porm o milho produzido em pequenas propriedades, com reduzidos nveis tecnolgicos, ainda podem ser armazenados em espigas. A qualidade do milho armazenado, bem como as perdas na colheita e ps-colheita, dependente de vrios fatores como cultivar, poca de colheita, regio de cultivo e da regulagem das mquinas colheitadeiras.

1. Fatores pr-colheita 1.1. 1.2. Secagem natural 1.3. Condies 1.4. Ponto 1.5. Tipo de colheita 2. 3. Armazenamento a granel 3.1. Silo 3.2. Silo 3.3. Sistema hermtico

no de

Cultivar campo climticas colheita Limpeza areo subterrneo

4. Armazenamento 5. Armazenamento de espigas 5.1. 5.2. 5.3. Armazm 6. Recomendaes gerais 1. Fatores pr-colheita

em Paiol Paiol

sacaria aberto fechado

So todos aqueles fatores que conferem caractersticas prprias ao milho e que iro determinar as respostas do produto ao manejo ps-colheita e sua qualidade final. Estima-se em 3%, o percentual de perdas que ocorrem no milho produzido no cerrado, abaixo da mdia nacional (4%), devido s condies climticas da regio. 1.1. Cultivar: As cultivares disponveis para os agricultores se destinam a suprir alguma necessidade regional, como adaptabilidade a caractersticas de solo e clima, ciclo, tipo e cor de gro, resistncia a doenas, adequao a colheita mecanizada ou composio nutricional, por exemplo. Desta forma, as diferenas entre as caractersticas dos produtos colhidos, refletidos em sua composio qumica, na resistncia a danos mecnicos e ao ataque de pragas, influenciam a qualidade final do milho armazenado. Cultivares decumbentes, ou seja, cujas espigas se curvam para baixo quando ocorre a maturao fisiolgica (32% de umidade) favorecem a qualidade ps-colheita devido a dificuldade de penetrao de gua de chuva, dentro da espiga, ainda no campo. 1.2. Secagem natural no campo: A secagem natural do gro de milho na planta ainda um mtodo corriqueiro em muitas propriedades brasileiras. A permanncia do milho no campo traz o inconveniente de exp-lo a condies adversas de clima, ao ataque de pragas e maior susceptibilidade de trincamento na trilhagem. 1.3. Condies climticas: As condies climticas na poca de produo e da colheita podem favorecer ou desfavorecer a qualidade final do milho. Caso as condies climticas no difiram muito daquelas para a qual a cultivar foi desenvolvida a tendncia de que a qualidade fsica e sanitria do milho correspondam s expectativas baseadas nos testes de produo que foi submetido. Caso a umidade seja maior que a prevista, pode ocorrer maior incidncia de doenas. Na regio do cerrado, em geral no chove na poca da colheita, favorecendo a qualidade ps-colheita do milho. 1.4. Ponto de colheita: O ponto de colheita se refere a caractersticas relacionadas ao momento timo para se colher o milho, de acordo com o tipo de armazenamento disponvel ou finalidade a que se destina. O milho doce, por exemplo, colhido com 72 a 75% de umidade, de 20 a 28 dias aps o florescimento. J o milho pipoca colhido com 20% de umidade, quando se utiliza secagem artificial, aps a colheita ou com 13 a 15%, quando se utiliza secagem natural. Outro caso, que ser discutido com mais detalhes, o caso do gro de milho que ser seco em silo cheio, devendo ter, no mximo, 20% de umidade, pois o tempo de secagem longo. 1.5. Tipo de colheita: A colheita manual promove menos danos espiga, bem como a debulha manual. Estimam-se em 1,0 a 1,5% as perdas promovidas pela colheita manual. Entretanto, o rendimento da colheita muito baixo, requerendo muita mo de obra e aumentando os custos. mais apropriada para pequenas propriedades e terrenos muito

declivosos. Na colheita mecanizada, a regulagem adequada das mquinas importante para se reduzir as perdas quantitativas e qualitativas, ou seja, perda de gros ou de massa de gros, propriamente dita, e reduo da qualidade por trincamento e quebra do gro, alm da ocorrncia de doenas. As perdas devido a colheita mecanizada so da ordem de 8 a 10%.

2. Limpeza a remoo de impureza, de restos culturais e de gros tricados, quebrados ou ardidos do lote a ser armazenado. Deve se realizar previamente ao armazenamento, com ou sem secagem, para que se garanta a qualidade dos gros normais e sadios, reduzindo umidade e minimizando contaminaes, uniformizando a massa de gros, para os processos de aerao e/ou secagem.

3. Armazenamento a granel a forma mais comum de se armazenar milho, atualmente, devido aos avanos tecnolgicos disponveis aos produtores, como colheitadeiras e estruturas de armazenamento/secagem de gros. Apropriada para armazenamento de produes em maior escala. Pode ser feita em silos areo ou subterrneo, e em armazns em sistema hermtico. 3.1. Silo: o mtodo mais seguro de armazenamento, permitindo maior controle da qualidade, devido a facilidade de associao com sistemas de secagem com ar forado. Pode ser vertical ou horizontal, de acordo com a proporo altura:largura. O silo vertical possui proporo de 2:1, podendo ser de chapa metlica ou de concreto. O silo horizontal, ou graneleiro, possui altura baixa e base maior, no sendo vedados, dificultando a fumigao. No descarregamento dos gros, o milho pode ser seco aps o enchimento completo do silo (em lotes), ou em camadas. Quando se adota a secagem em lotes (silo cheio) a secagem lenta e, portanto, a umidade do gro deve ser de, no mximo, 20%. Isto reduzir o desenvolvimento de patgenos em ps-colheita. A secagem tambm pode se realizar em camadas, de forma a se realizar a secagem numa massa de gros, interrompendo o enchimento do silo, at que esta camada esteja seca. Em seguida, descarregada nova camada de gros e realizada nova secagem. Isto se repetir at que se atinja o limite de armazenagem do silo. Na secagem em camadas recomendvel adotar-se a aerao de manuteno nos gros que aguardam a secagem. A secagem de ambos os processos poder ser com ar natural, ou melhor, em temperatura ambiente, com o ventilador sendo ligado ao mesmo tempo em que se realiza o enchimento do silo. Ao se associar um aquecedor ao ventilador, realiza-se secagem com ar aquecido, acelerando esta etapa do processo, porm correndo-se o risco de secar o milho alm do recomendado. A temperatura de secagem para gros destinados a moagem no pode ultrapassar 55o C, e para os gros destinados a fabricao de rao no deve ultrapassar 82o C, de modo a no comprometer a qualidade do produto a que se destina. A secagem com ar aquecido deve ser seguida de seca-aerao para se reduzir a temperatura da massa de gros, ainda um pouco mida, mais rapidamente. Durante o armazenamento, a massa de gros tende a ter sua temperatura elevada naturalmente

devido a liberao de calor proveniente do processo respiratrio. Toda vez que exista um gradiente de temperatura superior a 5o C, entre a massa de gros e a temperatura externa deve-se proceder aerao de resfriamento, no prprio silo de armazenagem, ou transilagem, que consiste na transferncia da massa de gros para outro silo. 3.2. Silo subterrneo: O armazenamento em silo subterrneo est em desuso. Apesar de vivel tecnicamente e economicamente, a descarga difcil, sendo sugerido que se construam vrios pequenos silos para que sejam descarregados totalmente, a medida que for necessrio. O silo consiste de uma vala escavada, revestida de lona plstica, firmada com barras de ferro na parte superior, para fixao. Por debaixo da lona plstica, no fundo do silo recomendvel a colocao de uma camada de palha do prprio milho, ou outra cultura. O milho ento descarregado, com umidade entre 12 e 13%, e coberto com a lona. Acima da lona coloca-se uma camada de solo, outra de palha e outra de solo, formando uma estrutura cncava para escorrimento de gua de chuva e no empoamento. No se deve esquecer de construir canaletas para escoar gua de chuva e evitar contato quando da abertura do silo ou penetrao por alguma abertura acidental. 3.3. Sistema hermtico em armazm ou depsito: consiste em se acondicionar gros de milho, com 12% de umidade, em tambores metlicos (200L, por exemplo), vedandoo com parafina de modo a eliminar trocas gasosas e a entrada de umidade, ou em sacos plsticos, para 40kg de gros. Os sacos plsticos cheios devem ser colocados dentro de outro saco que tambm dever ser vedado. Assim, realiza-se a modificao da atmosfera pelo consumo de oxignio pela massa de gros e acmulo de dixido de carbono. Esta modificao torna o ambiente imprprio para o desenvolvimento de fungos (fungisttico) e de insetos (inseticida). Os tambores ou os sacos devem ser previamente limpos e aps seu enchimento devem ser colocados em ambiente coberto, fresco, sem incidncia de raios solares e protegidos do ataque de ratos, pelas providncias que se pode tomar em armazns e que esto descritos no armazenamento em sacaria.

4. Armazenamento em sacaria Em armazns, o armazenamento feito em sacaria, devendo atentar para algumas exigncias da tcnica para garantir a qualidade do milho. O milho deve estar com umidade entre 12,5 e 14%, e a sacaria deve ser suspensa do piso, sobre estrados, e mantida distante das paredes de forma que possa haver circulao de carrinhos hidrulicos ou de pessoas, para movimentao da carga e facilitar inspees. As instalaes devem possuir boa ventilao. O piso deve ser concretado, impermeabilizado e estar 30cm acima do nvel do solo. Deve-se proceder o controle de ratos, com telas em todos os ralos, janelas e nos vos entre a estrutura e os telhados. Alm de consumir o milho em sua alimentao, os roedores podem transmitir doenas atravs da urina e dos plos. Os gros contaminados so imprprios para o consumo humano e animal. O expurgo peridico dos lotes deve ser realizado sempre que se identificar alta incidncia de traa e de caruncho. Os cuidados bsicos para este tipo de armazenamento so a garantia da limpeza dos gros antes de ensac-los ( remoo de restos culturais, insetos, gros quebrados ou ardidos), umidade adequada do gro, limpeza e desinfestao do armazm, eliminao de focos de ratos e de insetos, uso de sacaria limpa e empilhamento adequado, inspees permanentes de modo a se efetuar eficaz controle de ratos e de pragas. O armazenamento em sacaria requer maior mo de

obra e requer maiores espaos que os silos, alm do custo da sacaria em si, como inconveniente. Porm, a deteco de poucos sacos contaminados, impede a inviabilizao de lotes inteiros, pela facilidade de remoo e de inspeo.

5. Armazenamento de espigas um mtodo mais empregado em pequenas propriedades, com baixo investimento tecnolgico, requerendo muita ateno durante o perodo de armazenamento, devido s maiores perdas inerentes ao sistema. O bom empalhamento das espigas favorece a boa conservao, desfavorecendo o ataque de pragas. As caractersticas gerais para estruturas para o armazenamento de espigas so baixo custo e durabilidade (aproveitando materiais da propriedade), possuir barreiras contra a penetrao de ratos mas que permita bom arejamento, facilidade para o controle de pragas e para o manejo da carga. apropriado para a alimentao de animais na propriedade (gros para sunos e aves, e sabugo e palha triturados para bovinos), ou mesmo, para estocagem seguida de comercializao. Permite ao agricultor colher o milho com umidade elevada (18%), ocorrendo continuao da secagem natural j no paiol. Em caso de colheita das espigas com umidade inferior a 16%, so mnimos os problemas com fungos, desde que o paiol possua boa ventilao. Pode ser feito em paiis abertos (espigas com palha), paiis fechados (espigas sem palha) ou em armazns. 5.1. Paiol aberto: apropriado para armazenamento de espigas com palha, colhidas com teor de umidade de 13-14%, uma vez que a palhada promove proteo adicional aos gros, possibilitando que o produtor possa esperar melhor poca para comercializao. Os materiais utilizados para construo deste tipo de estrutura so madeira, bambu, alvenaria, etc, e depende da maior ou menor facilidade de obteno pelo armazenista. Com exceo dos paiis de alvenaria, os demais possuem frestas para circulao de ar e so construdos sobre colunas de 0,8 a 1,0m de altura do nvel do solo. Independentemente do material utilizado para sua construo, tais colunas devem ser fixadas em sapatas de concreto. fundamental a colocao de "chapu chins", nestas colunas para se evitar o acesso de ratos. As aberturas de acesso devem ser feitas acima do dispositivo anti-ratos e as escadas de acesso somente devem permanecer no local quando estiverem em uso. Deve-se construir o paiol longe de rvores ou de construes que permitam o acesso de roedores pelo seu telhado. Os paiis de alvenaria no necessitam de vo entre seu piso e o solo, e o dispositivo anti-ratos consiste de um beiral de alvenaria ou metlico, projetado 30cm alm das paredes. A construo de paiol de alvenaria deve seguir algumas recomendaes da construo de armazns, com impermeabilizao do piso, que deve estar a 30-40cm do nvel do solo. Suas paredes podem ser de tijolos furados ou de tijolos macios afastados de 2,0 a 3,0cm. Nas duas opes, o incio de sua colocao deve ser a partir de 80cm do nvel do solo. As portas e janelas devem ser, obviamente, acima do dispositivo anti-ratos. O bom empalhamento das espigas garante bom controle de pragas, superior at a tratamentos qumicos, devendo-se classificar as espigas quanto ao empalhamento e armazen-las separadamente. As espigas com pior empalhamento podem requerer tratamentos peridicos. 5.2. Paiol fechado: Quando se deseja armazenar espigas sem palha, o paiol no deve ter aberturas permanentes. Deve-se constru-lo com duas aberturas teladas: uma em sua

parte inferior e outra em sua parte superior, com tampas removveis. Assim pode-se garantir circulao de ar e possibilitar tratamentos peridicos, para controle de pragas, garantindo maiores possibilidades de manuteno da qualidade do que paiis abertos. Nos dois tipos de paiis, recomendvel aproveitar a declividade natural do terreno para facilitar a operao de descarga. 5.3. Armazm: o armazenamento de espigas em armazns deve ser separado do armazenamento de sacaria, devido a diferenas na susceptibilidade a infestao por insetos. Assim, se possvel deve-se evitar ter os dois produtos em uma mesma estrutura.

6. Recomendaes gerais Todas as instalaes e equipamentos citados devem ser limpos antes de novo carregamento, de modo a se eliminar focos de infestao e de contaminao. Deve se ter em mente que todo procedimento realizado no milho colhido no aumentar sua qualidade ps-colheita, mantendo, no mximo, a qualidade obtida durante o processo de produo no campo. Assim deve-se ter muito cuidado na escolha da cultivar, adequada s condies de cada regio e s condies de armazenamento, aos tratos culturais e controle de pragas, poca de colheita e adequada regulagem das mquinas utilizadas na colheita. Deve-se realizar registros de origem e das caractersticas de qualidade de cada lote individual, para que se garanta a rastreabilidade do milho, devido a ocorrncias que possam ocorrer no destino final do produto. Pragas de gros armazenados 1. INTRODUO

O Brasil um pas cujo grande potencial de produo de gros ainda no foi plenamente explorado. O milho a cultura mais amplamente difundida e cultivada, pois se adapta aos mais diferentes ecossistemas. Ela ocupa, em todo o territrio nacional, cerca de 12 milhes de hectares, com uma produo anual mdia em torno de 40 milhes de toneladas, concentrada nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois, Minas Gerais, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que respondem por cerca de 98% da produo nacional. Embora seja uma cultura apropriada ao uso de alta tecnologia e com potencial para produzir acima de 16 t/ha, predomina o uso de tecnologia de baixo investimento, o que tem mantido a produtividade mdia nacional em torno de 2,5 t / ha. O Brasil um pas de contrastes. Se, por um lado, mostra uma agricultura muito vigorosa, grandes propriedades, plantaes e pastagens imensas, alta gentica, muita tecnologia, muita produo, mas pouca gente envolvida; por outro, mostra uma agricultura de subsistncia praticada por 4,5 milhes de agricultores familiares. Estes representam cerca de 85% do total de produtores rurais e se caracterizam por possurem pequenas propriedades, ou por no terem terra, no terem capacidade de investimento em tecnologia e, de modo geral, por terem baixo nvel de escolaridade. Junto com o esforo para o aumento da produtividade, necessariamente h que se aprimorar o processo de colheita e as condies de armazenagem de gros. Uma

caracterstica positiva dos gros a possibilidade de serem armazenados por longo perodo de tempo, sem perdas significativas da qualidade. Entretanto, o armazenamento prolongado s pode ser realizado quando se adotam corretamente as prticas de colheita, limpeza, secagem, combate a insetos e preveno de fungos. Um lote de gros armazenados um material sujeito s transformaes, deterioraes e perdas devido a interaes entre os fenmenos fsicos, qumicos e biolgicos. Exercem grande influncia nesse ambiente os fatores temperatura, umidade, disponibilidade de oxignio, microorganismos, insetos, roedores e pssaros. Pesquisas no segmento da colheita e armazenagem so muito importantes para a conservao de gros obtidos pelos agricultores familiares. fundamental que a qualidade dos gros seja preservada, mantendo-os sadios, limpos e livres de resduos de agrotxicos utilizados para combater as pragas que sempre atacam os gros armazenados. As alternativas nesta rea so: a armazenagem na forma de silagem da planta inteira triturada, especialmente para alimentao de ruminantes produtores de leite e carne, a armazenagem na forma de silagem de gros midos, especialmente visando alimentao de sunos e a armazenagem de gros secos, seja a granel ou em espiga, para serem usados na alimentao animal, de modo geral. 2. A COLHEITA

A fase chamada pr-colheita compreende o perodo que vai da maturao fisiolgica, caracterizada pelo surgimento da camada preta (gro com cerca de 32% de umidade) at a realizao da colheita. Quando a colheita realizada logo aps a fase da maturao fisiolgica, propicia o mais alto rendimento de gros; entretanto, no recomendvel colher nessa fase, pois os gros ainda esto com alto teor de umidade (32%), requerendo a secagem complementar por mtodos artificiais, com excessivo consumo de energia e a com possibilidade de comprometer a qualidade dos gros, provocando-lhes quebras e trincas, tornando-os mais vulnerveis a serem atacados por insetos, posteriormente. A temperatura do ar de secagem no pode exceder a 44 o C no caso de sementes, 55 o C para gros que se destinam indstria de moagem e 82 o C para os destinados fabricao de rao, sob pena de comprometer a qualidade. Quando o produtor no dispe de infra-estrutura de secagem artificial, normalmente tem que esperar o milho secar naturalmente no campo. O tempo de permanncia do milho no campo por perodo prolongado, ou seja, o atraso na colheita, varia de regio para regio, dependendo das condies climticas, como umidade do ar, temperatura e insolao. Fatores como insetos (gorgulhos e traas), pssaros, chuva e ventos contribuem para aumentar as perdas pelo atraso na colheita. A ocorrncia de chuva na pr-colheita, com a conseqente penetrao de gua na espiga, a principal causa de perdas. Entretanto, nas cultivares em que predominam espigas decumbentes (espigas que viram a ponta para baixo, logo aps a maturao fisiolgica), as perdas por penetrao de gua de chuva so minimizadas. Na regio Centro-Oeste e nas reas de cerrado do Estado de Minas Gerais, onde normalmente no chove no perodo que antecede a colheita, o gro colhido de excelente qualidade e as perdas no perodo da pr-colheita so pequenas, ( Santos ,

1991). Na regio Sudeste e no Estado do Paran, essas perdas podem chegar a 4%, no milho que sofre atraso na colheita. J nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde normalmente chove no perodo da colheita e a umidade relativa muito alta, as perdas na pr-colheita podem chegar a 5% naquele milho que no colhido mecanicamente (SANTOS et al., 1994.). 3. O PROCESSO DE COLHEITA E SUA IMPORTNCIA SOBRE AS PRAGAS A colheita do milho pode ser realizada manual e mecanicamente. Colheita manual e seus reflexos na ocorrncia de pragas No Brasil, a colheita do milho , ainda, em grande parte (cerca de 40%), realizada manualmente, ou seja, o trabalhador recolhe espiga por espiga, tanto aquelas presas nas plantas quanto aquelas cadas pelo cho. O trabalho manual de coleta das espigas contribui para reduzir as perdas nessa fase, que ocorrem na magnitude de 0,5 a 1%. O grande inconveniente da colheita manual que ela realizada, de modo geral, tardiamente, pois, na falta de estrutura de secagem o produtor espera pelo milho secar naturalmente no campo, at atingir 13,5 a 14% de umidade. Este atraso na colheita predispe os gros a serem infestados por pragas de gros armazenados, criando a necessidade de se adotar um controle preventivo de pragas, antes de armazenar os gros. Colheita mecnica e sua importncia na preveno a pragas A colheita mecnica do milho, no Brasil, atinge cerca de 60 % da produo e, em geral, observam-se perdas totais de gros cados pelo cho que atingem a ordem de 8 a 10%. Essas perdas podem ser reduzidas a um patamar aceitvel de 3 a 4%, atravs do treinamento dos operadores, para a adequada manuteno, regulagem das mquinas, bem como escolher a melhor velocidade de trabalho. O dano mecnico provocado nos gros durante a operao de colheita, causando-lhe quebras e trincas contribuir para maior ocorrncia de insetos durante o armazenamento, criando a necessidade de para se tomar medidas preventivas de controle de pragas. 4. PERDAS NA PS-COLHEITA Sero consideradas aqui as perdas que ocorrem durante o transporte e o armazenamento. 4.1. Transporte Os dados so escassos com relao s perdas durante o transporte e variam muito em funo das estradas, do veculo transportador, da distncia etc. No Estado de Santa Catarina, foi conduzido um trabalho que considerou apenas o transporte da lavoura at a primeira recepo, tanto quando o milho era armazenado em paiol, na propriedade rural, quanto em silo ou armazm na cidade. O ndice de perdas encontrado foi pequeno, em torno de 0,5% da produo transportada. 4.2. Armazenamento Sobre as perdas que ocorrem durante o armazenamento de gros, h que se considerar a armazenagem a granel em silos, em graneleiros, em sacarias e em paiol. Nas trs

primeiras modalidades de armazenagem, as perdas de peso ocorrem em torno de 1 a 2% (SANTOS et al., 1994). Nessa modalidade de armazenagem, tem-se adotado tecnologia adequada no combate s pragas e na preveno da ocorrncia de fungos. Porm, no armazenamento de milho em espiga, utilizando estruturas rsticas, como so os paiis de madeira, as perdas de peso causadas por insetos e roedores podem atingir prximo a 15% do milho armazenado nessas condies (Tabela 1). Apenas mais recentemente que foram desenvolvidas tecnologias para conservao de gros, de uso apropriado para pequenos e mdios produtores, que so os que mais adotam a armazenagem de milho em espiga com palha. Para se prevenirem perdas durante a armazenagem a granel, alguns princpios bsicos devem ser observados: a) construo de estruturas armazenadoras tecnicamente adequadas e dispondo de equipamento de termometria e aerao; b) baixo teor de umidade nos gros; c) baixa presena de impurezas no lote de gros; d) ausncia de pragas e microorganismos; e) manipulao correta dos gros. Para se prevenirem perdas na armazenagem em espigas deve-se combater insetos e roedores. A correta armazenagem no melhora a qualidade dos gros, mas objetiva mant-la. Para isso, alguns fatores devem ser observados: Caractersticas varietais como bom empalhamento, decumbncia das espigas, dureza e alta densidade dos gros, resistncia a danos mecnicos, resistncia a insetos e microorganismos; Condies ambientais, ataques de lagartas e pssaros s espigas durante o desenvolvimento no campo; Atraso na colheita, ocorrncia de chuva durante o processo de secagem natural e durante a prpria colheita; Tipo de colheita, manual ou mecanizada, e regulagem da colhedora; Mtodo e temperatura de secagem artificial; Combate a pragas de gros, ocorrncia de fungos e condies gerais de armazenamento. Os insetos constituem o principal fator de perdas nos gros durante o perodo de armazenagem e, por isso, importante conhec-los, diferenci-los, aprender como causam danos e como combat-los 5. PRINCIPAIS PRAGAS DOS GROS ARMAZENADOS So vrias as espcies de insetos que se alimentam dos gros de milho, porm o gorgulho ou caruncho, Sitophilus zeamais e a traa-dos-cereais, Sitotroga cerearella , so responsveis pela maior parte das perdas. Embora ainda no seja encontrada no Brasil, devido aos grandes prejuzos que vem causando ao milho armazenado, no Mxico e em pases da Amrica Central e da Amrica do Sul, bem como em alguns pases africanos, deve-se prestar ateno broca-grande-do-gro, Prostephanus truncatus a fim de evitar sua entrada no pas (Fig. 1).

Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig. 1 Principais pragas do gro de milho A migrao do Prostephanus truncatus pode-se dar por processos naturais, deslocandose pouco a pouco, atravs de vos curtos em busca de alimento, entrando em outros pases pelas fronteiras agrcolas. Entretanto, no caso de gros armazenados, o mais provvel que a migrao se d atravs do comrcio de gros infestados, transportados de um pas para outro, quer seja por caminhes (via terrestre) ou por navios, entrando atravs de portos martimos. Como esse inseto adaptado s regies mais quentes e secas do Mxico, da Amrica Central e da frica, alm de j ter sido encontrado no Peru e na Colmbia, e como as condies climticas de vrias regies brasileiras so propcias ao seu desenvolvimento, todo cuidado deve ser tomado para que o Prostephanus truncatus nunca chegue e se estabelea aqui. H registros de que, em seis meses, as perdas provocadas por esse inseto chegam a 34 e a 40%, em milho armazenado em espigas, na Tanznia e na Nicargua, respectivamente. 6. CONSEQNCIAS DO ATAQUE DE INSETOS Os insetos se alimentam dos gros e provocam grandes perdas, as quais podem ser consideradas sob diferentes aspectos. 6.1. Perda de Peso dos Gros De acordo com um levantamento feito por amostragem, em milho armazenado em espigas, em Minas Gerais ( Santos et al., 1983), verificou-se que entre a colheita (maio/junho) e os meses de agosto, novembro e maro do ano seguinte, o ndice de danos (gros carunchados) causados pelos insetos ao milho estocado em paiol atingiu 17,3%, 36,4% e 44,5%, respectivamente (Tabela 1). A esses ndices de carunchamento corresponderam redues no peso de 3,1%, 10,4% e 14,3%, como pode ser observado na Tabela 2. No Estado do Esprito Santo, observou-se um dano de 36 % (SANTOS et al. 1988a) e, no Paran, de 36,5%, no perodo entre a colheita e o armazenamento por seis a sete meses; em So Paulo, de 36,2%, em Santa Catarina, de 29,8% e no Rio Grande do Sul, de 36,2% (SANTOS, 1992).

Para cada unidade percentual de dano, isto , gros danificados pelo caruncho ou pela traa, h um correspondente de perda de peso, o qual varia um pouco, dependendo das caractersticas da cultivar. Essa perda pode ser avaliada em laboratrio, utilizando balanas de preciso. No campo, normalmente no se dispe de uma balana com a preciso necessria para se determinar essas perdas. Por isso, desenvolveu-se um estudo visando estabelecer um mtodo para estimar o percentual de reduo de peso em um lote de gros, tendo-se como base o percentual de gros danificados por insetos (SANTOS e OLIVEIRA, 1991). Tabela 1. Danos causados por insetos ao milho armazenado em paiis, em Minas Gerais. Tipo de dano pocas de avaliao Agosto Novembro Maro Gros danificados 1 (%) 17,3 36,4 44,5 Perda de peso nos 17,8 20,6 32,2 gros danificados (%) Perda de peso em relao ao total 3,1 10,4 14,3 armazenado (%) Fonte: SANTOS (1992) 1 . Gros danificados por carunchos ( Sitophilus sp ) e traa-domilho ( Sitotroga cerealella ). O ajustamento dos dados a um modelo de regresso linear resultou na equao y = 0,82 + 0,284x, com R 2 acima de 90%, em que "x" representa a porcentagem de gros carunchados (gros com orifcio de emergncia) e "y", a porcentagem de perda em peso. Com base na equao, elaborou-se a Tabela 2 , que possibilita conhecer o percentual de reduo de peso para qualquer valor entre trs e 92% de gros carunchados. A porcentagem de gros danificados (carunchados) pode ser obtida atravs de uma amostragem bem conduzida e da contagem de gros danificados e gros intactos. Usando-se a Tabela 2, possvel estimar a perda de peso causada pelos insetos-pragas em condies, sem o uso de balana. Basta que se conhea a porcentagem de gros danificados. Tabela 2. Perda de peso em gros de milho causada pelo dano de insetos. Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG. (%) Gros (%) Reduo de peso (%) Gros (%) Reduo de danificados (x) (y) danificados (x) peso (y) 5 0,60 50 13,38 10 2,02 55 14,80 15 3,44 60 16,22 20 4,86 65 17,64 25 6,28 70 19,06 30 7,70 75 20,48 35 9,12 80 21,90 40 10,54 85 23,32 45 11,96 90 24,74 Fonte: SANTOS & OLIVEIRA (1991). Equao para o clculo da reduo de peso: y = - 0,82 + 0,284 x

x = % de gros danificados ( gros y = reduo de peso pelo ataque de insetos.

com

orifcio

de

emergncia

6.2. Perda do Poder Germinativo e do Vigor da Semente O ataque dos insetos s sementes inicia-se pela regio do embrio, onde o ovo depositado. Do ovo nascem as larvas, que completam seu desenvolvimento dentro da semente. Na Tabela 3 , observa-se que todas as fases de desenvolvimento do caruncho (gorgulho) do milho causaram reduo significativa na germinao, sendo a reduo em funo da idade do inseto no interior da semente (SANTOS et al. 1990). Tabela 3. Efeito do caruncho, Sitophilus zeamais , sobre a germinao de sementes de milho Tratamentos Idade dosSementes Plantas Plantas Sementes (instares) insetos danificadas normais anormais mortas (dias) (%) 1 (%) 2 (%) (%) 1. Pupa/adulto 41-46 87,0 02 f 04 94 2. Pupa/adulto 35-40 45,5 01 f 01 98 3. Pupa/adulto 29-34 11,0 25 e 27 48 4. L . 4 o instar 23-28 0,0 35 d 22 43 5. L . 3 o instar 17-22 0,0 63 c 17 20 6. L . 2 o instar 11-16 0,0 65 c 12 23 7. L . 1 o instar 5-10 0,0 72 c 12 16 8. Ovo 0-5 0,0 82 b 02 16 9. Testemunha 95 a 03 02 Fonte: SANTOS et al . (1990). 1 a porcentagem de sementes cujos insetos j haviam emergido at o dia do teste. 2 Mdias seguidas da mesma letra no diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. A simples presena do ovo, depositado no interior da semente, causou significativa perda, reduzindo a germinao de 95% (testemunha) para 82%, ou seja, uma reduo de 13%. Um lote de sementes cujos insetos em seu interior estavam na fase de larva de primeiro instar ( 5 a 10 dias) teve uma reduo de 23% na germinao, enquanto as larvas de segundo instar ( 11 a 16 dias) provocaram uma reduo de 30%, larvas de terceiro instar ( 17 a 22 dias), 32%, larvas de quarto instar ( 23 a 28 dias), 60%, pupa/adulto ( 29 a 34 dias) em 70%, pupa/adulto ( 35 a 40 e 41 a 46 dias), 94 e 93% (Tabela 3) (SANTOS et al., 1990). A reduo da germinao (plantas normais) foi acompanhada por aumento na porcentagem de sementes no germinadas, o que indica que o caruncho causou danos substanciais a partes vitais do embrio (Tabela 3). Em todos os tratamentos, principalmente quando havia sementes j com orifcio de emergncia dos insetos adultos, houve intenso aparecimento de fungos nas sementes durante os testes de germinao, o que pode ter contribudo para a reduo do poder germinativo.

6.3

Perda

do

Valor

Nutritivo

O valor nutritivo de um lote de gros infestados por carunchos pode ser determinado in vivo, por meio de testes de alimentao, ou in vitro, atravs da avaliao de digestibilidade da protena e de anlises qumicas. Em um teste de alimentao com uma variedade de rato albino ( Mus musculus ) distriburam-se lotes de dez ratos em quatro dietas diferentes. Essas dietas continham 20% de complexo protico e vitamnico mais 80% de fub de milho com diferentes padres de qualidade, medida pela variao da reduo do peso em funo do ataque de carunchos, conforme se pode observar na Tabela 4 . O milho que fez parte da dieta 1 era integral, ou seja, totalmente isento de dano de insetos e, por isso, com 0% de perda de peso. No perodo de 25 dias, o consumo mdio da dieta 1 por animal foi de 73,70g, sendo que essa quantidade garantiu um ganho de peso de 4,580g, considerado como o mximo possvel de se ganhar (100%), em razo de ser a dieta de melhor qualidade. As outras dietas (2, 3 e 4), cujo fub se originou de milho de pior qualidade, foram menos consumidas e proporcionaram menores ganhos de peso. A dieta 4, cujo milho estava com 25,9% de reduo de peso, foi a menos consumida (46,71g) e provocou uma reduo de 1,442 g , ou seja, 31%, no peso inicial dos ratos (Tabela 4). Tabela 4. Ganho de peso de ratos aps 25 dias de alimentao com uma rao protica balanceada, porm com 80% do milho com diferentes nveis de perda de peso em funo do ataque de insetos. Qualidade do milho Consumo mdio de Ganho de peso dos Ganho de rao (g) animais (g) (% perda de peso) 1 Peso (%) Dieta 1 0,00 73,70 4.580 100 Dieta 2 2,5 70,33 3.283 71 Dieta 3 6,8 62,50 1.887 41 Dieta 4 25,9 46,71 - 1.442 - 31 Fonte: SANTOS e MANTOVANI (1997). 1 Porcentagem de perda de peso em funo do ataque de insetos. Pode-se ressaltar que a reduo no ganho de peso dos ratos no foi devido a diferentes teores de protena na dieta balanceada, mas, provavelmente, devido reduo no consumo e digestibilidade da dieta da qual fez parte o milho de pior qualidade. Esse fato parece indicar que gros com alta infestao produziram uma rao menos aceitvel pelos ratos do que a preparada com milho isento de ataque de insetos. Se essa relao for verdadeira para animais como sunos, aves, bovinos, eqinos, dentre outros, fica evidenciado que se deve evitar a incluso de gros infestados nas raes. Em outro trabalho, VILELA et al., (1988) observaram alteraes do valor nutritivo de milho em funo do ataque de insetos durante o armazenamento em paiol. No perodo de um ano e a intervalos de quatro meses, amostras de gros foram obtidas de milho armazenado em diferentes regies do estado de Minas Gerais. Observou-se que os teores de carboidratos solveis decresceram de 73,30% para 29,25%, em 12 meses de armazenamento. No mesmo perodo, a digestibilidade "n vitro" da matria orgnica

(DIVMO) do gro de milho passou de 78,47% para 33,30% (Tabela 5). Por outro lado, os teores de protena bruta e de lipdios aumentaram, provavelmente devido preferncia dos insetos por se alimentarem do endosperma em vez do embrio, que mais rico em protena e leo. Tabela 5. Digestibilidade "in vitro" da matria orgnica (DIVMO) de gros de milho em funo do tempo de armazenamento e das regies amostradas. Regies de DIVMO (%) 1 Minas Gerais Maio

Outubro

Abril

Mdia

Norte Sul Leste

78,1 Aa 78,5 Aa 78,6 Aa

(ano seguinte) 45,5 Bb 31,5 Cb 48,3 Ba 48,6 Ba 34,6 Ca 34,5 Ca

52,0 54,8 53,9

Oeste 78,7 Aa 46,4 Bb 32,6 Cb 52,5 Fonte: VILELA et al. (1988) 1 Letras maisculas referem-se s regies e minsculas, aos meses. Mdias seguidas de letras maisculas iguais no diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. 6.4. Perda Quanto Reduo do Padro Comercial Para racionalizar o sistema de comercializao e informao do mercado de milho, os gros devem ser classificados segundo a qualidade, definida atravs de padres prfixados representados por tipos de valores decrescentes. A classificao do milho feita com base em normas ditadas por portaria do Ministrio da Agricultura. Seu objetivo determinar a qualidade do produto, garantindo a comercializao por preo justo. Para cada tipo h um valor correspondente. Assim, paga-se mais por um produto de melhor qualidade e penaliza-se o de qualidade inferior. O milho, segundo a sua qualidade, classificado em Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3. Um lote de gros de milho, que, pelas suas caractersticas, no se enquadrar em nenhum dos tipos descritos, ser classificado como Abaixo do Padro - AP, desde que apresente bom estado de conservao. O milho classificado como AP poder, conforme o caso, ser rebeneficiado, eliminando alguns defeitos e podendo se enquadrar num dos tipos anteriores. Devero constar do laudo da classificao os motivos que deram lugar denominao Abaixo do Padro. Ser desclassificado todo o milho que apresentar: a) mau estado de conservao; b) aspecto generalizado de mofo e/ou fermentao; c) sementes de mamona ou outras que possam ser prejudiciais utilizao normal do produto; d) odor estranho, de qualquer natureza, imprprio ao produto, prejudicial sua utilizao normal. Devero ser declarados no Certificado de Classificao os motivos que derem lugar desclassificao.

No Sudoeste Paranaense, freqentemente na poca da colheita, no perodo do inverno, o clima frio e mido, devido ocorrncia de neblina e chuvas. A alta umidade relativa retarda a secagem natural do milho no campo. Conseqentemente, os produtores daquela regio, em sua grande maioria, colhem o milho com teor de umidade relativamente alto, isto , em torno de 16 a 18% de umidade. A colheita predominantemente manual e o milho armazenado em espigas com palha. Realizou-se um levantamento em propriedades rurais daquela regio (SANTOS et al., 1988b), visando determinar o nvel de perdas causadas pelas pragas de gros armazenados. Um dos parmetros observados foi a classificao das amostras quanto ao tipo comercial. Pela Tabela 6 , pode-se observar que em apenas 13% das propriedades o milho foi classificado como Tipo 1. Apresentou Tipo 2 tambm em outros 13% das propriedades. Entretanto, pela Tabela 6 , observa-se, ainda, que 47% das amostras foram consideradas como Abaixo do Padro (Tipo AP) e 27% foram classificadas como Tipo 3, ltimo tipo para que, na comercializao, exista um valor de referncia. Deve-se ressaltar que todas as amostras foram coletadas e debulhadas manualmente. Isso pode indicar que, se o mesmo milho fosse trilhado mquina, aumentariam os fragmentos e gros quebrados, e aqueles 27% de amostras classificados como Tipo 3 poderiam se somar quelas do Tipo AP. Ento, seriam 74% das propriedades que, j em outubro, metade do perodo de armazenagem, estariam com o milho desclassificado. De acordo com a Claspar, antigo rgo da Secretaria de Agricultura do Estado do Paran na poca, que realizou as anlises, o ataque de insetos ou a presena de gros carunchados foi o defeito mais srio e determinou o tipo em 92% das amostras. Tabela 6. Classificao comercial das amostras de milho retiradas de paiis, em municpios do estado do Paran. Classificao por tipos Defeitos 1 T1 T2 T3 AP Total Total (%) 1 92 7 100 o (1988b). tipo

Matrias estranhas Impurezas 1 1 Fragmentos Quebrados Chochos Carunchados 2 11 10 21 36 78 Ardidos 1 2 3 6 Queimados Total 11 11 23 40 85 Total (%) 13 13 27 47 100 Fonte: SANTOS et al. 1 So os defeitos que determinaram 2 Gros carunchados determinaram tipo em 92% das amostras. 6.5 . Perda da Qualidade por Contaminao da Massa de Gros

Alm das perdas j mencionadas anteriormente, o ataque de insetos ainda altera o odor e o sabor natural dos gros e dos produtos derivados. A presena de insetos vivos ou mortos ou partes do seu corpo, como patas, asas e escamas, alm das excrees que permanecem na massa de gros, constituem contaminantes. Essas matrias estranhas freqentemente excedem os limites de tolerncia, tornando os gros ou seus produtos imprprios para o consumo humano ou at mesmo animal. 6.6. Perdas Provocadas por Fungos Os fungos esto sempre presentes nos gros armazenados, constituindo, juntamente com os insetos, as principais causas de deteriorao e perdas constatadas durante o armazenamento (Fig. 2). Os fungos so propagados por esporos, que tm nos insetospragas de gros um dos principais agentes disseminadores. Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig. 2 Espiga e gros com danos por insetos e fungos Os fungos que atacam os gros antes da colheita, como Fusarium , e s Helminthosporium, so chamados de fungos de campo e requerem gros com alta umidade (> 20%) para se multiplicarem. Os fungos de armazenamento, como o Aspergillus e o Penicillium, contaminam os gros aps a colheita e tm a capacidade de viver associados a gros com teor de umidade mais baixo ( 13 a 13,5%) e temperaturas mais elevadas (25 o C). Os principais fatores que afetam a atividade dos fungos nos gros armazenados so: umidade, temperatura, taxa de oxignio, danos mecnicos, impurezas e ataque de insetos. A infestao de insetos provoca danos ao tegumento dos gros, produz gs carbnico (CO 2 ) e gua (H 2 O), contribuindo para o aumento do teor de umidade, que, por sua vez, aumenta a respirao dos gros e, conseqentemente, a temperatura, facilitando a multiplicao dos fungos. AGRAWAL (1957), em trigo, e, MATIOLI e ALMEIDA (1979), em milho, verificaram aumentos significativos no teor de umidade e contaminao por fungos em

gros atacados por carunchos. De tal forma, pode-se considerar que o ataque de insetos aos gros constitui, conseqentemente, tambm um problema de fungos, conforme afirmou PUZZI (1986). Pesquisas realizadas na Embrapa Milho e Sorgo demonstraram que o combate aos insetos fundamental para a eficcia de fungicidas. Na ausncia do inseticida, os insetos danificam os gros e expem as partes internas, facilitando o desenvolvimento de fungos, a despeito de os gros ou sementes terem sido tratados com fungicidas. 7- MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA A OCORRNCIA DE PRAGAS O controle preventivo constitui um passo importante para o sucesso de um programa de manejo integrado de pragas em gros armazenados. Para implementar um efetivo programa de manejo integrado, com reduo do potencial de infestao, torna-se necessrio que a gerncia da unidade armazenadora se conscientize da importncia da influncia dos fatores ecolgicos, como temperatura, teor de umidade do gro, a umidade relativa do ambiente e o perodo de armazenagem, envolvidos no sistema. Da mesma maneira a escolha da cultivar, o processo de colheita, a recepo e limpeza, a secagem de gros, a aerao e refrigerao, so fatores tambm importantes para o controle preventivo das pragas de gros armazenados. Uma caracterstica positiva dos gros a possibilidade de serem armazenados por longo perodo de tempo, sem perdas significativas da qualidade. Sobre o ambiente dos gros armazenados exercem grande influncia os fatores como temperatura, umidade, disponibilidade de oxignio, microorganismos, insetos, roedores e pssaros. 8- INFLUNCIA DA CULTIVAR NA QUALIDADE DOS GROS De modo geral, as cultivares que produzem gros mais duros so mais resistentes ao ataque de pragas. Fatores como o empalhamento, a dureza do gro e a concentrao em cidos fenlicos so preponderantes para a menor incidncia de pragas, as quais iniciam o ataque no campo, mas no armazm que se multiplicam em grande nmero e causam os maiores danos. desejvel que a cultivar tenha bom empalhamento e cubra bem a ponta da espiga, pois essa caracterstica evita dano por insetos e por fungos que propiciam a ocorrncia de gros ardidos, que tenha maior teor de cidos fenlicos e, conseqentemente, gros mais duros, para dificultar o ataque de pragas durante o armazenamento. 9. EFEITO DA TEMPERATURA E UMIDADE SOBRE OS INSETOS A temperatura e a umidade do ambiente constituem elementos determinantes na ocorrncia de insetos e fungos durante o armazenamento. A maioria das espcies de insetos e de fungos reduz sua atividade biolgica a 15 o C. E a aerao, que consiste em forar a passagem de ar atravs da massa de gros, constitui uma operao fundamental para abaixar e uniformizar a temperatura da massa de gros armazenados. O teor de umidade do gro outro ponto crtico para uma armazenagem de qualidade. Gros com altos teores de umidade tornam-se muito vulnerveis a serem colonizados por altas populaes de insetos e fungos. Para uma armazenagem segura, necessrio secar o gro, forando a passagem do ar aquecido atravs da massa de gros ou secando-o com

ar natural. Embora o fluxo de ar durante a aerao seja to baixo ao ponto de no reduzir a umidade do gro (quando realizado temperatura natural), deve-se ter cuidado, porque uma aerao excessiva poder reduzir o teor de umidade e, conseqentemente, o peso. O desenvolvimento de insetos e fungos acelera-se rapidamente sob as condies ideais de temperatura e umidade, impondo limites no tempo para uma armazenagem segura. Gros com umidade adequada e uniformemente distribuda por toda a massa podem permanecer armazenados com segurana por longo perodo de tempo. Quando no houver aerao, a umidade migra de um ponto para outro. Essa movimentao da umidade ocorre em funo de diferenas significativas na temperatura dentro da massa de gros, provocando correntes de conveco de ar, criando pontos de alta umidade relativa e alto teor de umidade no gro e, conseqentemente, pontos com condies ambientais favorveis para o desenvolvimento de insetos e fungos. Portanto, a aerao exerce uma funo essencial tanto para manter a temperatura e a umidade no ponto desejado quanto para uniformizar e distribuir esses fatores na massa de gros. Concluise, portanto, que estabilidade da umidade e temperatura fundamental para o controle preventivo da ocorrncia de insetos e fungos. 10. IMPORTNCIA DO MONITORAMENTO NO MANEJO DA INFESTAO Monitorar significa obter o registro por amostragem da ocorrncia de insetos, ou de outro organismo, com freqncia previamente definida, ao longo de um perodo de tempo e sob determinadas condies ambientais. Qualquer fator que influencia na movimentao dos insetos afeta a amostragem e, portanto, deve ser registrado. A magnitude dos efeitos depende principalmente da espcie do inseto a ser capturada, da temperatura, do tipo e umidade do gro. Portanto, amostragem o ponto crtico de qualquer programa de monitoramento visando um controle de pragas em gros armazenados. Existem diversos tipos de armadilhas que se mostram eficientes para detectar a presena de insetos adultos. 11 - AES PARA PREVENIR E/OU CONTROLAR AS PRAGAS Alm da observncia de aspectos importantes, como a escolha da cultivar, colher no momento adequado e promover a limpeza dos armazns, ainda existem outras prticas que contribuem para prevenir. a) Efeito da aerao O uso da aerao para inibir o desenvolvimento de pragas j vem, h muito tempo, sendo adotado. A aerao pode reduzir a temperatura da massa de gros a um valor que inibe a multiplicao dos insetos, conforme observou SUTHERLAND, (1968) e REED et al., (2000) . Porm, algumas espcies de insetos so mais adaptadas s condies de temperaturas mais baixas e o efeito da aerao, somente, no capaz de reprimir o desenvolvimento populacional de algumas espcies. A aerao deve ser realizada quando a temperatura do ar estiver mais baixa e o ar mais seco. Ela pode ser realizada de forma contnua ou em intervalos de tempo determinados, considerando-se faixas de

temperatura ideal, ou mesmo baseando-se na diferena entre a temperatura do ar ambiente e temperatura dos gros. b) Efeito do resfriamento No processo de resfriamento, o ar frio e seco tem sua passagem forada pela massa de gros armazenados em silos, que podem ser de diferentes tamanhos. Normalmente, uma vez o gro tenha sido resfriado, ele assim permanece por vrios meses. Alm da reduo de custos de secagem, de reduzir perdas fisiolgicas pela respirao do gro e manter alta qualidade, o resfriamento do gro oferece excelente proteo contra insetos. Mesmo aps a colheita, os gros continuam a respirar. O oxignio absorvido e, durante o metabolismo, os carbohidratos se transformam em gs carbnico, gua e calor, havendo perda de matria seca e, conseqentemente, perda de peso. A produo de calor e a intensidade da respirao dependem, portanto, da temperatura e do teor de umidade do gro. A influncia do resfriamento sobre a perda de matria seca e conseqente perda de peso podem ser observadas na Tabela 7. Tomando-se, por exemplo, uma quantidade de 1.000 toneladas de gros com o teor de umidade de 15% e uma temperatura de armazenagem de 35 o C, a perda de matria seca, aps, um ms de armazenado, ser de cerca de 5,4 t. Se esse lote de gros estivesse mais mido, as perdas seriam ainda muito maiores. Se a temperatura de armazenagem for reduzida para 10 o C, essas perdas cairiam para 0,2 t. Isso mostra que o resfriamento dos gros pode reduzir a perda de matria seca em torno de 80 a 90%, em apenas um ms de armazenagem Tabela 7 . Influncia do resfriamento na perda de matria seca, considerando 1.000t de milho a 15% de umidade e tempo de armazenamento de 30 dias. Condies ambientais Temperatura Perda matria seca Temperatura ambiente alta 35 o C 0,54% ( = 5,4 t) Temperatura ambiente 25 o C 0,12% ( = 1,2 t) mdia Gros resfriados 10 o C 0,02% ( = 0,2 t) Fonte : HEINRICH (1989) . Em regies de clima temperado. Inicialmente, o resfriamento dos gros era usado para condicionar sementes e/ou gros colhidos muito midos, enquanto aguardavam pela entrada no secador. Atualmente, proporcionalmente, mais gros secos do que midos so resfriados como forma de controlar o desenvolvimento dos insetos. Na faixa de temperatura que vai de 17 a 21 o C, o ciclo biolgico, isto , o tempo de desenvolvimento de ovo a adulto, leva prximo de 100 dias. Temperaturas acima de 21 o C, ou em torno de 25 a 30 o C, oferecem as condies ideais para diferentes espcies de insetos se desenvolverem. A atividade dos insetos, bem como sua multiplicao, suspensa temperatura em torno de 13 o C. O controle qumico de insetos torna-se desnecessrio quando os gros esto refrigerados e cuja temperatura est abaixo de 17 o C, alm de se dispensar transilagem. Dependendo do tipo de estrutura, uma vez que o gro tenha sido resfriado, assim ele permanecer por vrios meses, conforme ilustra a Tabela 8 . Nesse caso gros com 15,5 a 17,5% de umidade, uma vez resfriados a 10 o C, permanecem, sem sofrer aquecimento, suficiente para causar danos, por at 10 meses.

Tabela-8 . Tempo de durao, ou intervalo necessrio para novo resfriamento para garantir a qualidade do milho, a partir de uma refrigerao inicial de 10 o C. Teor de umidade do gro Tempo de durao at novo resfriamento 12,0 15,0% Aproximadamente 08 12 meses 15,5 17,5% Aproximadamente 06 10 meses 17,5 18,5% Aproximadamente 04 06 meses 18,5 20,0% Aproximadamente 01 04 meses 20,0 23,0% Aproximadamente 02 08 semanas Fonte : HEINRICH (1989). A quantidade de energia para resfriar o gro depende de vrios fatores, como o teor de umidade e a temperatura da massa de gros. Gros mais midos so mais fceis de serem resfriados do que gros secos. Outros fatores importantes so a temperatura do ar ambiente e a umidade relativa do ar. c) Higienizao espacial Para prevenir e controlar a infestao, preciso conhecer onde os insetos ocorrem ou se escondem. Levantamentos tm demonstrado que a maioria das unidades armazenadoras, mesmo vazias, so infestadas por insetos de diferentes espcies e por caros. Alimentos para animais, como raes, e equipamentos agrcolas, como carretas transportadoras de gros, constituem outras fontes de infestao. Muitos insetos so dotados de grande capacidade de vo, o que aumenta sua condio de infestar os gros armazenados. Para evitar maiores problemas durante a armazenagem, algumas medidas preventivas devem ser tomadas: Promover uma boa limpeza dos gros antes de serem armazenados, isto porque os insetos tm mais dificuldades de infestar gros limpos; Limpar toda a estrutura, de preferncia utilizando jatos de ar para desalojar a sujeira das paredes e dos equipamentos, e recolher todo o material fino com aspirador de p; Inspecionar todo o teto e consertar toda e qualquer possibilidade de goteira antes de carregar o silo ou armazm; No permitir acmulo de lixo, dentro ou mesmo fora da unidade armazenadora; Pulverizar as paredes, tetos e piso de unidades armazenadoras vazias com produto inseticida registrado e aprovado tecnicamente para essa finalidade; Monitorar a temperatura da massa de gros, a umidade do gro e a presena dos insetos em pontos crticos do silo; Somente armazenar gros de safra nova em estrutura vazia e que tenha passado por uma higienizao geral e nunca misturar gros novos com velhos; Lembrar sempre que gros, submetidos aerao programada, ou melhor ainda se refrigerados, nunca se deterioram.

Pesquisas visando testar a eficincia de diferentes inseticidas, aplicados sobre superfcies de diferentes naturezas, bem como visando avaliar o efeito residual em operaes de higienizao espacial, indicaram grande eficincia dos produtos Deltametrina 2,5 CE, Pirimiphos metil 50 CE e Bifentrina 25 CE, quando aplicados sobre superfcie de madeira,, alvenaria, cermica, tecido de algodo, de juta, de plstico tranado, de papel (tipo sacaria de semente). A nebulizao uma prtica que consiste na aplicao de um inseticida, na forma de micropartculas, que so lanadas numa corrente de fumaa produzida por um equipamento que queima leo mineral, produz e lana no ambiente um jato de fumaa..Esta fumaa, de baixa densidade, carrega as micropartculas de inseticida para os pontos mais altos da unidade armazenadora, onde normalmente no so atingidos por pulverizao. Este tipo de tratamento visa controlar, especialmente, os insetos voadores, como as mariposas, que se alojam nos pontos mais altos da unidade armazenadora. A dose do inseticida, na operao de nebulizao, calculada em funo do volume (m 3 ) de espao interno da estrutura que ser ocupada pela fumaa. A Tabela 10 indica doses para alguns inseticidas. 12. FORMAS DE ARMAZENAMENTO REDUO DE PERDAS E RECOMENDAES PARA

Os insetos-pragas de gros armazenados constituem os principais agentes causadores de perdas durante o armazenamento. So vrias espcies diferentes e o mtodo de combate a ser empregado depende do tipo de armazenamento adotado. 12.1. Silagem da Planta Triturada A silagem de milho preparada a partir da planta inteira picada uma forma de armazenar alimento para bovinos de leite e carne, alm de outros ruminantes (CARLOS CRUZ et al, 2001). O ponto de colheita quando o teor de matria seca acumulado est em torno de 35 a 40%. A operao de colheita e ensilagem toda mecanizada. A silagem possui uma srie de vantagens do ponto de vista nutricional, mas h que destacar sua grande vantagem no aspecto de qualidade sanitria. A conservao da silagem se baseia no processo de fermentao e nestas condies, no h desenvolvimento de fungos produtores de micotoxinas. Pela mesma razo, no h desenvolvimento de insetos. Portanto, a silagem de milho, ou de sorgo, uma excelente opo para armazenagem de alimentos ricos em protenas, leos e fibras livres de micotoxinas, de insetos e resduos txicos e, por isso, a alternativa recomendvel para alimentao de animais produtores de carne e leite, no sistema orgnico. 12.2. Silagem de Gros midos A silagem de milho preparada com gro mido, cujo teor de umidade deve estar entre 30 e 40%, uma tcnica diferente da silagem feita a partir da planta inteira picada. Neste caso, somente os gros so colhidos, seja mecanicamente ou manualmente (no incluindo folhas e caule) debulhados e modos em um moinho de martelo adaptado para moer gros midos. O material modo ensilado e compactado. importante ressaltar que a silagem de gros midos uma tcnica desenvolvida visando, especialmente, alimentao de sunos. A silagem de gros midos na alimentao de sunos apresenta uma srie de vantagens do ponto de vista nutricional, principalmente porque tem maior

digestibilidade, mas h de se que destacar, tambm, sua grande vantagem no aspecto de qualidade sanitria (SOUZA, 2002). A conservao da silagem de gros midos se baseia no processo de fermentao e, nessas condies, no h desenvolvimento de fungos produtores de micotoxinas. Pela mesma razo, no h desenvolvimento de insetos. Portanto, a silagem de milho a partir de gro com alta umidade uma excelente opo para armazenagem de alimentos ricos em protenas, leos e fibras livres de micotoxinas, de insetos e resduos txicos e, por isso, a alternativa recomendvel para alimentao de sunos no sistema orgnico. 12.3 . Armazenamento a Granel O armazenamento de milho a granel, em estruturas com sistemas de termometria e aerao forada, o mtodo que permite melhor qualidade do produto. Para se ter sucesso nesse tipo de armazenamento, so necessrios alguns procedimentos, como a limpeza e a secagem dos gros, a aerao e o controle das pragas. Silos para armazenamento a granel podem ser construdos com chapas metlicas ou de concreto. O armazenamento de milho a granel o mais indicado, podendo tambm ser utilizado com sucesso por pequenos e mdios produtores. Um silo de alvenaria que viabiliza o armazenamento de 100 a 200 toneladas de milho a granel, em fazendas, foi idealizado por HARA & CORREA (1981). Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo introduziram modificaes (cobertura com lage pr-fabricada) nesse modelo de silo, para permitir o uso da fumigao como mtodo de combate de pragas. A indstria de silos metlicos fabrica estruturas de tamanho mdio e econmico, que possibilitam aos produtores de sunos e aves armazenar milho a granel em suas propriedades. O sucesso na utilizao desses tipos de silo de porte pequeno e mdio (Fig. 3) est na possibilidade de se armazenar o milho colhido com 14 a 15% de umidade, completar a secagem com aerao natural e fazer o expurgo aps os silos terem sido carregados. Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig. 3 Silos para armazenagem na propriedade familiar O expurgo com fosfina, na dose recomendada na Tabela 9 , um mtodo de comprovada eficincia para se controlar os insetos no milho armazenado a granel O expurgo um mtodo eficiente e barato, porm deve ser praticado somente por pessoas habilitadas, em ambientes hermticos, para no ocorrer escapamento de gs durante a operao.

Tabela 9. Doses e tempo de exposio para expurgo com fosfina. Tipo de Material Doses Temperatura Durao a estrutura fumigar Pastilhas Comprimidos ( 0 C ) (dias) (3g) 6 / carro (0,6g) 30 / carro

Sob plsticas Sacaria

lonas Espigas

15-20

10

(15 sacas) (15 sacas) 2 por 20 10 por 20 20-25 sacas 60kg Granel sacas 60 kg 2 / tonelada 10 / tonelada ou 1 m 3 ou 1 m 3

07

No prprio silo

+ de 25

Fote: SANTOS e MANTOVANI Obs.: No se recomenda expurgo a temperatura inferior a 15 0 C

(1997).

Na Tabela 10, so mostrados os resultados da avaliao da evoluo de infestaes que ocorreram dentro de dois silos de alvenaria, durante 220 dias de armazenamento, quando se adotaram dois mtodos de controle dos insetos (MAIA et al., 1984). No silo em que foi realizado o expurgo uma vez, no incio da armazenagem, o milho se conservou bem, embora a infestao tenha aumentado um pouco. O milho tratado pela mistura direta com o inseticida pirimiphos metil manteve-se livre de insetos durante todo o perodo de armazenamento. Por esses resultados, pode-se concluir que a operao de expurgo no armazenamento do milho a granel deve ser repetida a cada trs meses. A mistura de inseticida aos gros, seguindo-se as doses recomendadas na Tabela 9 , tambm garante o controle dos insetos. 12.4. Armazenamento em Sacaria

O armazenamento de milho em sacaria, em armazns convencionais, pode ser empregado com sucesso, desde que as estruturas armazenadoras atendam s condies mnimas. O milho deve estar seco ( 13 a 13,5% de umidade) e deve haver boa ventilao na estrutura. O piso deve ser concretado e cimentado e a cobertura perfeita, com controle e proteo anti-ratos, as pilhas de sacos devem ser erguidas sobre estrados de madeira e afastadas das paredes. O combate aos insetos deve ser atravs de expurgo peridico e pulverizao externa das pilhas de sacos, bem como de toda a estrutura, seguindo as concentraes sugeridas nas Tabelas 9 e 11 . Nesse tipo de armazenamento, as perdas que ocorrem devido ao ataque de insetos podem ser minimizadas, porque os mtodos para seu controle so eficientes. 12.5. Armazenamento hermtico

Armazenamento hermtico: O armazenamento em ambiente hermtico tambm uma alternativa no qumica para o armazenamento de gros secos a granel. Neste sistema no h renovao do ar, e o gro, atravs de sua atividade respiratria, consome todo o oxignio disponvel. Na ausncia de oxignio os insetos no sobrevivero e os fungos no se multiplicaro e, portanto, no haver nenhum dano aos gros durante todo o perodo de armazenagem. O mercado hoje oferece um produto chamado SILO BAG R (Fig. 4) que constitudo de uma mquina para transporte de gros e uma bolsa plstica que fecha muito bem, criando um ambiente hermtico . Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig. 4 Armazenamento hermtico em Silos BAG 12.6 . Armazenamento em Espigas Da produo nacional de milho, cerca de 40% (SANTOS et al. 1994) permanecem armazenados em espigas, em paiis, para alimentao dos animais domsticos ou comercializao posterior. Esse milho, durante o armazenamento, sofre ataque de insetos e roedores, que causam grandes prejuzos. Somente insetos como o Sitophilus zeamais e Sitophilus oryzae e a Sitotroga cerealella provocam perdas que atingem at 15% (SANTOS et al. 1983) do peso. Essas pragas comprometem, ainda, a qualidade nutritiva do milho. O armazenamento de milho em espigas sempre foi adotada no pas. Embora seja um processo rstico, existem algumas vantagens em sua utilizao: a) uma forma de armazenamento que permite ao agricultor colher o milho com teor de umidade mais elevado (18%), pois ele acaba de secar no paiol, desde que esse seja bem arejado; b) os produtores rurais, em sua grande maioria, alm de criarem sunos e aves, tambm criam bovinos, que, alm dos gros, alimentam-se da palha e do sabugo triturados; c) no armazenamento em espigas, normalmente no ocorrem problemas de fungos, salvo nos casos em que o paiol extremamente abafado e o milho tenha sido colhido com teores de umidade acima de 16%;

d) o bom empalhamento (Fig. 5) da espiga atua como uma proteo natural dos gros contra as pragas enquanto que o mal empalhamento favorece o ataque de pragas (Fig. 6). Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig.

Proteo

gros

pela

cobertura

da

espiga

Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig.

Danos

por

pragas

em

espigas

mal(A)

bem(B)

empalhadas

Tabela 10. Acompanhamento da infestao e teor de umidade no milho armazenado em silo de alvenaria, submetido a dois tratamentos. Dias aps o Expurgo 1 Mistura direta 2 armazenamento % de gros Umidade

% de gros Umidade danificados

danificados 3 30 75 120 165 220

3,6 4,0 5,3 5,8 8,2

10,0 9,8 11,0 12,0 12,5

2,1 1,9 1,9 2,0 2,2

10,3 11,7 13,0 13,0 13,6

Fonte: SANTOS e MANTOVANI (1997). 1 Expurgo com fosfina (1g p.a./t) / 72 h, durante o enchimento do silo. 2 Mistura direta do inseticida pirimiphos methyl com os gros, na dose de 4ppm (8ml p.c./t). 3 Gros danificados por insetos.

Tabela 11. Recomendao de inseticidas para tratamento preventivo contra pragas de gros armazenados. Forma de aplicao Deltametrina 2,5CE Pirimiphos metil 50 CE Bifentrina 2,5 CE Mistura com espigas 1 500 g / t de espigas Mistura com gros 20-40 ml /L.de gua / t Sobre pilha de sacaria 10 ml/L de gua / 20m 2 Sobre parede de alvenaria 15 ml/L de gua / 20m 2 Sobre madeira 10 ml/L de gua / 20m 2 Nebulizao 10 ml/ 90ml leo

_ 8-16 ml/L de gua / t 10 ml/L de gua / 20m 2 15 ml/L de gua / 20m 2 10 ml/L de gua / 20m 2 5 ml/95ml leo

por 100m 3 Por 100m 3 Fonte: SANTOS e MANTOVANI (1997). 1 K-Obiol 2 P (Deltamerina 0,2% P),aplicado em camadas de espigas com 25 a 30 cm de altura, na quantidade de 40 g / m 2 de superfcie de rea a ser tratada. Como desvantagens desse tipo de armazenamento, podem-se citar: a) maior dificuldade de controle dos insetos; b) maior espao requerido para armazenamento, devido ao maior volume estocado, c) aumento da mo-de-obra para manuseio no momento da utilizao. O expurgo com fosfina, sob lonas plsticas (Fig. 7), realizado apenas uma vez, no terreiro, antes do armazenamento, reduz a menos da metade o potencial de perdas. J o expurgo repetido a cada trs meses resolve totalmente o problema do ataque de insetos. Quando o milho armazenado em paiol comum de tbua, de tela ou de madeira rolia (Fig. 8), a repetio do expurgo requer que o agricultor retire o milho do paiol, faa o expurgo e guarde-o novamente. Visando reduzir essa mo-de-obra para a movimentao do milho, foram idealizados modelos de paiis que permitem realizar a fumigao aps o armazenamento.

Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig.

Expurgo

das

espigas

com

fosfina

Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig. 8 Diferentes tipos de paiis - uso na Agricultura Familiar

A preferncia dos produtores por colher o milho em etapas, aproveitando os intervalos de colheita de outras culturas, faz aumentar o interesse por estruturas armazenadoras que permitem realizar o expurgo do milho depois de totalmente colhido e armazenado. Uma estrutura armazenadora de milho em espiga deve reunir as seguintes caractersticas: baixo custo, barreiras contra invaso de ratos, bom arejamento, fcil controle de insetos, fcil manejo, boa durabilidade, simplicidade, ser de fcil construo e permitir o aproveitamento de material existente na fazenda. O paiol Rei-do-Mato pode ser construdo da seguinte maneira: piso de cho batido, coberto com uma camada de 10 cm de brita grossa, parede com 1,5 m de altura, estruturadas com pilares de concreto e ferragens, de 2 em 2 metros , com 2,80 m de altura. O espao entre a parede e o teto fechado com tela e a cobertura de telha de amianto. Na parte superior interna da parede, constri-se uma canaleta de 8 cm de profundidade e 10 cm de largura. Essa canaleta deve ser preenchida com gua, para submergir as margens da lona e promover uma perfeita vedao do ambiente na hora do expurgo. O paiol Balaio de Milho (Fig. 9 ) surgiu, recentemente, de uma parceria entre a EMATER-MG e a Embrapa Milho e Sorgo. O objetivo desse paiol disponibilizar um modelo de estrutura para armazenamento do milho em espiga que atenda s seguintes necessidades: Facilidade de construo; Baixo custo dos materiais e de mo-de-obra; Possibilidade de ajuste a diferentes quantidades de milho a ser armazenado; Possibilidade de expurgo do milho no seu interior, em qualquer momento. Facilidade para controle de roedores, por impedir o acesso do rato ao milho atravs de barreira criada por chapa de zinco com 0,70 m de largura. Favorecimento, pela circulao do ar atravs da tela de arame, da secagem natural do milho em espiga, Adequao s propriedades de agricultura familiar;

Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig. 9 Paiol Balaio de Milho A relao de materiais e o custo estimado de construo desse paiol, nas dimenses de 4 x 3 x 2,2 metros , ou seja, 26,4 m 3 , com capacidade estimada em oito carros de milho em espiga (cerca de 8 toneladas ou aproximadamente 135 sacos), so descritos em um folder de divulgao recentemente publicado pela Embrapa Milho e Sorgo (EMBRAPA, 2006). A utilizao desse modelo de paiol a soluo para o problema de pragas no milho armazenado em espiga Mesmo com os novos modelos de paiis que facilitam o expurgo, ainda continua a haver interesse de pequenos e mdios agricultores por um inseticida na forma de p, para o tratamento do milho em espiga. Em razo disso, foi pesquisada a eficincia do inseticida piretride deltamethrin 0,2% p no controle de insetos-pragas de milho armazenado em espigas. Considerando-se os bons resultados obtidos nas pesquisas (Tabela 12) e a concesso pelo Ministrio da Agricultura do registro de deltamthrin 0,2% p para uso no milho em espiga, elaborou-se um programa de testes avanados (unidades de observao) junto ao Servio de Extenso Rural de alguns estados. Esses testes, em nmero de 191, foram conduzidos em Minas Gerais (53), So Paulo (57), Paran (18), Santa Catarina (22) e Rio Grande do Sul (27). Os resultados obtidos nas unidades de observao indicaram que o uso do deltamethrin 0,2% p (K-Obiol), aplicado como ilustrado na Fig. 10 , reduziu o dano mdio cerca de quatro vezes (Tabela 13). Foto: Jamilton Pereira dos Santos

Fig.

10

Inseticida

para

proteo

do

milho

no

paiol

Tabela 12. Comparao entre diversos tratamentos para controle dos insetos-pragas de milho armazenado em paiol. Tratamentos 1 pocas de avaliao e % de gros danificados Julho. Outubro Dezembro Fevereiro Malathion - 4% p 1,55 13,16 30,11 36,13 Testemunha 1,19 4,77 19,84 33,54 Seleo de espigas 0,50 1,60 8,30 14,00 bem empalhadas Expurgo com fosfina uma vez Expurgo com fosfina

0,83

1,56

4,20

21,89

1,50

1,50

4,00

5,00

a cada trs meses Deltamethrin - 2 P 0,99 1,51 2,08 3,07 Fonte: SANTOS e MANTOVANI (1997). 1 Doses utilizadas: Deltamethrin - 2 P a 500 g / t ; Expurgo - 1 g fosfina / m 3

Tabela 13. Eficincia do controle de insetos no milho armazenado em paiol, em Unidades de Observao conduzidas por extensionistas. Gros danificados (%) Estados Deltamethrin-2 P 1 Testemunha Junho Dezembro Variao Junho Dezembro Variao

M. Gerais

4,8

9,6

4,8

4,5

21,3

16,9

(53-46) 2 So 5,1 Paulo (71-55) Paran 10,0 (18-18) S 5,9 .Catarina (22-14) R G. Sul 3,60

12,5

7,4

5,5

38,6

33,1

18,3

8,3

8,98

30,7

21,8

12,4

6,5

4,7

29,8

25,1

9,0

5,4

5,1

35,4

30,3

(15-14) Mdia 5,8 10,7 4,9 5,0 30,3 25,3 geral 3 Fonte: SANTOS e MANTOVANI (1997). 1 Deltamethrin -2 P, aplicado na dose de 500 g / t de milho em espiga. 2 Valores entre parnteeis representam o nmero de Unidades de Observao conduzidas, sendo o primeiro o tratamento e o segundo, a testemunha. 3 Mdia geral calculada considerando o nmero de Unidades em cada estado Mercado e comercializao Produo A produo de milho no Brasil, juntamente com a soja, contribui com cerca de 80% da produo de gros no Brasil. A diferena entre as duas culturas est no fato que soja tem liquidez imediata, dada as suas caracterstica de "commodity" no mercado internacional, enquanto que milho tem sua produo voltada para abastecimento interno. Apesar disto, o milho tem evoludo como cultura comercial apresentando, nos ltimos vinte e oito ano, taxas de crescimento da produo de 3,0% ao ano e da rea cultivada de 0,4% ao ano. A Fig. 1 apresenta a mdia de quatro anos, 1998 a 2001, da produo brasileira de milho por estado. Observa-se que o Estados do Paran, com mais de 5 milhes de toneladas, o maior produtor de milho do pas. Na faixa de 1 a 5 milhes de tonelada, com exceo do Rio de Janeiro e Esprito Santo, esto a grande parte dos estados do Centro-Sul do Brasil. A Bahia, Piau, Maranho e Par tem se constitudo em nova fronteira para produo de milho em escala comercial, principalmente, nas reas de cerrado, nos trs primeiros e sul do estado no ltimo, onde essa cultura vem sendo impulsionadas pela expanso da soja que, em vinte e um anos, a rea total cultivada cresceu a taxa de 58,9% ao ano, ou seja, saiu dos 80 ha, em 1980, para 847.070 ha, em 2000. No Cear, expanso do cultivo de milho se deve ao aumento da demanda por este produto, que foi

impulsionada pelo crescimento da produo de aves no estado e no vizinho Pernambuco. Nos outros estados a produo de milho marginal, sendo caracterizada por cultivos familiares para consumo no estabelecimento. Fonte: IBGE

Fig. 1 Mdia de quatro anos, 1998 a 2001, da produo brasileira de milho por estado. Na Fig. 2, observa-se dois grficos que retratam a produo de milho por estado no ano de 2001. No grfico de barras esto retratadas as produes estaduais, onde a parte verde das barras representa a produo da primeira safra (safra de vero) e a parte amarela, a da segunda safra (safrinha). Tanto na primeira quanto na segunda safra, o estado do Paran teve a maior produo no ano de 2001. Segundo representado na grfico, Minas Gerais ocupou a posio do segundo maior produtor na primeira safra, enquanto que Mato Grosso o segundo maior produtor na segunda safra. Fonte: IBGE

Fig. 2 Rank da produo estadual de milho no Brasil, 2001. O Grfico de torta representa o "rank" da produo total de milho no Brasil. Novamente, pode-se observar que o Estado do Paran o maior produtor nacional com 26% do total produzido no pas, seguido por Minas Gerais (13%), Rio Grande do Sul (12%), So Paulo (10%) e Gois (9%). Verifica-se nesse grfico que 94% da produo de milho em gro no Brasil foi produzido por 9 (nove) estados, sendo apenas Bahia o nico estado fora da regio Centro-Sul (Os dados com respeito a produo, rea e produtividade podem ser vistos na pgina de introduo e importncia econmica). Observa-se na Fig. 3 que os nveis de produtividade mdia por estados so melhores na regio Centro-Sul do Brasil. Destaca-se o estado de Gois que nos quatro anos utilizados para elaborao do mapa, teve produtividades mdias altas, superiores aos estados da regio sul. O estado de Gois tem se caracterizado por produzir milho em reas grandes, com uso de tecnologias modernas e sementes de alta qualidade e potencialidade, o que favorece ao crescimento da produtividade daquele estado. Fonte: IBGE

Fig. 3 Distribuio da produtividade mdia de milho no Brasil, mdia de 4 anos 19982001. Outro fator que tem impulsionado o crescimento de milho na regio Centro-Oeste, e em especial no estado de Gois, a ampliao do parque industrial, em direo regio de cerrado, que utiliza milho como insumo. Por outro lado, o uso da cultura de milho no sistema de cultivo de PLANTIO DIRETO tambm tem favorecido os nveis de produo e produtividade nesta regio. Nota-se que os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tem nveis de produtividade mdia semelhantes aos estados do Paran, So Paulo e Santa Catarina. Rio Grande do Sul tem nvel de produtividade inferiores aos Estados acima citado, apesar da cultura de milho ser importante para aquele estado. Talvez isto pode ser explicado pelo aspecto geoclimtico do estado, que nos anos de ocorrncia de veranicos h, freqentemente, reduo na produtividade das lavouras de milho. A segunda safra de milho foi introduzida pelos agricultores com o objetivo de se ter mais uma opo de cultivo para o perodo de inverno. Em alguns estados ela se tornou to importante que substituiu quase que completamente o cultivo do trigo. Dois fatores foram importantes para que isto acontecesse. O primeiro esta relacionado a necessidades tcnicas de rotao de cultura com soja, porm com a vantagem de se reduzir o tempo entre safras de vero, e de produo de cobertura morta para solo no sistema de plantio direto, assim, o milho safrinha, na maioria das vezes, passou a ser plantado em sucesso soja logo aps a colheita desta. O segundo diz respeito crescente presso de demanda por milho, principalmente no perodo de "entressafra", causando, consequentemente, elevao dos preos deste gros nesse perodo.

Com o aumento da importncia da soja no mercado internacional, esta passou a disputar com o milho, reas para cultivo de vero, levando mais produtores a optarem pelo cultivo da soja no vero e do milho na segunda safra. Na Fig. 4, pode-se observar a evoluo da produo de milho no Brasil a partir da safra 1974/1975. Nota-se que a partir do inicio dos anos noventa, h uma diferena entre o total produzido na primeira safra e o total produzido em cada ano no Brasil. Esta diferena a quantidade produzida na segunda safra, e como pode ser visto no grfico, tem crescido sistematicamente desde que se comeou a se ter estatsticas sobre esta forma de cultivo de milho. Fonte: IBGE

Fig. 4 Evoluo da produo de milho no Brasil na primeira safra e total, 1974 a 2001. Na Fig. 5 est representado a evoluo da rea plantada com milho para o mesmo perodo citado acima. O comportamento de aumento de uso de rea com milho na segunda safra tambm pode ser observado. Apesar de ser ainda uma prtica marginal no cultivo de milho, a segunda safra tem sido responsvel pela manuteno de mdia de rea em torno de 12 a 13 milhes de hectares cultivado com milho. Se no fosse isso, a rea usada com cultivo de milho j estaria abaixo de nveis de 11 milhes de hectares desde 1998, conforme pode-se ver na linha que diferencia a rea usada na primeira safra no grfico. Fonte: IBGE

Fig. 5 Evoluo da rea plantada com milho no Brasil na primeira safra e total, 1974 a 2001. Na Fig. 6 retratada a produo de milho nos estado na segunda safra. Novamente o Estado do Paran aparece como o maior produtor, passando a ser seguido pelos Estados do Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Isto caracteriza bem as informaes acima com respeito ao cultivo do milho em sucesso a soja e a sua importncia para sistema de Plantio Direto. Na regio Centro-Oeste, onde est localizada 48,4% da Regio do Cerrado brasileiro, o cultivo da soja teve uma expanso muito rpida, no que diz respeito ao uso de reas, aumento da produo e produtividade das lavouras, com isso aumentou-se a necessidade de ter uma cultura para rotao, e o milho esta cultura por excelncia. Por outro lado, dada as caractersticas dos solos desta regio, o uso de sistema de Plantio Direto teve rpido crescimento, por aumentar a proteo destes solos e, consequentemente, a qualidades dos indicadores deste solos, melhorando o desempenho dos mesmos quanto aumento da produtividade das lavouras. Com respeito a produo nos Estados de Minas Gerais e Bahia, elas esto restritas a regies mais prximas as caractersticas de Cerrado, isto , oeste de ambos estados. Fonte: IBGE

Fig. 6 Produo de milho safrinha no Brasil na safra de 2001. Destino da Produo A produo brasileira de milho em gros tem dois destinos. Primeiro, o consumo no estabelecimento rural, refere-se aquela parcela do milho que produzida e consumida no prprio estabelecimento, destinando-se ao consumo animal em sua maior parte e ao consumo humano. Segundo a oferta do produto no mercado consumidor, onde tem-se fluxos de comercializao direcionados para fabricas de raes, indstrias qumicas, mercado de consumo in natura e exportaes, quando o caso. Segundo dados do censo agropecurio de 1996 (IBGE, 1996), 24,93% da produo de milho consumido na propriedade, sendo que 60,54% dos estabelecimentos realizam esta prtica. Ainda so estocados no estabelecimentos 6,32 porcento da produo em 6,63% dos estabelecimentos que produzem este gro. No se pode afirmar que a produo estocada na propriedade toda consumida internamente, nem que toda comercializada, mas pode-se dizer que este milho estocado participam dos dois tipo de destino da produo. Por outro lado, 68,75% da produo de milho comercializada, com fluxos direcionado s vendas para cooperativas, indstrias, intermedirios e diretamente aos consumidores. Apenas 32,83% dos estabelecimentos comercializam sua produo (veja tabela). Tabela 1. Destino da Produo de Milho em Gros. Censo Agropecurio do IBGE de 1996. Destino da Produo Produo Nmero de Produtividade Estabelecimentos % % Kg/ha Consumo no 24,93 60,54 1.660

Estabelecimento Estocada no 6,32 6,63 Estabelecimento Comercializada 68,75 32,13 Cooperativa 20,04 3,40 Indstria 13,41 0,71 Intermedirio 31,50 24,80 Direto ao 3,80 3,72 Consumidor Fonte: Censo Agropecurio do IBGE de 1996.

2.166 2.914 3.480 3.817 2.469 2.427

Relacionando o tamanho das propriedades com o consumo nos estabelecimento agropecurios, censo agropecurio de 1996, indicam que cerca de 67 % das propriedades esto relacionadas com o consumo do milho internamente, 31,25 % da prooduo de milho, sem a preocupao com o mercado, enquanto que 68,75% da produo de milho destinada ao mercado, por diferentes meios. Pode-se concluir que a produo de milho no destinadas ao mercado realizado em pequenas reas cultivadas, e na sua maioria destinada ao consumo de subsistncia. Observa-se que neste tipo de propriedade encontram-se os menores ndices de produtividade, 1660 kg/ha, entre os dados analisados, o que um indicativo de baixo nvel tecnolgico. Na anlise de dados da produo de milho destinado ao mercado, alguns pontos devem ser destacados. Um deles a importncia do intermedirio como agente de comercializao, que ainda muito grande no mercado de milho. Conforme constatado no censo de 1996, indicado que os intermedirios movimentavam a comercializao do maior volume de milho transacionveis no mercado, 31,50 % da produo nacional, porm os estabelecimentos que usam este meio para venda das suas produes tem produtividade mdia baixa, quando comparada com os estabelecimentos que usam as cooperativas e indstrias para escoar suas produes (ver tabela). Alm disso, destacase que em 56,78% da rea cultivada com milho a produo destinada ao mercado, isso revela que a cultura comercial feita em grandes reas e so mais tecnificadas, com produtividade mdiasem torno de 5.000 a 7.000 kg/ha, bem acima da mdia nacional, que foi 2.406 kg/ha no perdo analisado. Consumo O mercado de milho no Brasil depende da demanda do milho para a indstria de rao animal. Para se saber o tamanho deste mercado, a CONAB faz um balano anual de oferta e demanda de milho, onde so calculados variveis relacionadas com consumo interno, produo, comercio externo e estoques de milho. Estas informaes tambm so usadas pelo mercado para estabelecimento dos preos, e pelos produtores de insumos para planejarem a produo do ano seguinte. Porm, devido ao alto percentual da produo estocada nas propriedades, as estimativas tem que ser revistas constantemente. Na Fig. 7 contm o balano de oferta e demanda por milho para o perodo de 1997 a 2002. Observa-se que os estoques iniciais e finais de milho, no pas, tem diminudo sistematicamente. Este fato pode ser resultado da reduo das importaes de milho do Brasil e aumento das exportaes, notadamente 2001 e 2002. O consumo de milho tem

tendncia de crescimento, apesar de se observar alguns problemas localizados de oferta. Um dos aspectos relevantes que , segundo as estimativas da CONAB, o suprimento total de milho gira em torno de 40 milhes de toneladas, enquanto que o consumo situase entre 35 a 36 milhes de toneladas. Fonte: CONAB

Fig. 7 Balano de oferta e demanda de milho no Brasil. As estimativas apresentadas na Fig. 7, no justifica as incertezas de abastecimentos do mercado de milho no Brasil, porm a cada ano pode-se observar um comportamento defensivo por parte dos produtores, de milho e dos usurios de milho como insumo. Se as estimativas retratam uma situao de suprimento de milho condizente com a realidade, o mercado deste produto tem um comportamento irracional. Se a cada ano a quantidade ofertada maior que a quantidade demandada, haveria uma tendncia de diminuio do preo real de milho em gros durante a srie apresentada. No entanto, observou-se no perodo, picos e vales nos preos deste gro. Analisando as informaes do balano de oferta e demanda, safras 1999/2000 e 2000/2001, verifica-se que houve uma forte presso de demanda por milho no ano de 2000, causada pela baixa produo nas duas safras anteriores que, conjugada com informaes que faltaria milho antes da colheita da safra 2000/2001, fez o preo da saca do milho subir alcanando ndices nunca praticados no Brasil. Mas no final do ano de 2000, cresceu a oferta de milho no mercado fazendo com que os preos comeassem a diminuir no quarto trimestre daquele ano, principalmente, aps inicio do plantio da safra seguinte. Tudo indica que esta oferta cresceu em virtude de pequenos produtores que armazenam milho na propriedade recorrerem ao mercado para escoar a produo, uma vez que os preos daquele ano estavam atrativos. Este fato chama ateno, porque este movimento no foi detectado, com rapidez, por nenhuma das instituies que analisaram o mercado e a produo de milho em gro nesse perodo, e resultou em uma safra recorde em 2000/2001. (Fig. 8). Fonte: Fundao Getlio Vargas - FGV

Fig. 8 Preo mdio do milho no mercado brasileiro. Apesar do Brasil no ter tradio de exportador e importador de milho em gros, sempre se pensou nesse pas com potencial para participar do mercado externo, porm este potencial s pde ser sentido nos anos de 2001 e 2002 (Tabela 2) quando as participaes brasileira no mercado mundial, foram de 8% e 2%, para esses anos respectivamente. Alguns fatores contriburam para essa mudana. O primeiro, a super safra de milho colhida no Brasil no ano de 2001, que agravou a situao de queda dos preos iniciada no ano anterior, favoreceu aos produtores a busca de opes de mercados diferentes para escoar a produo. O segundo, a cotao do milho no mercado externo estavam mais que compensadores para a busca de mercado em outros pases. E finalmente, a proibio de produzir milho transgnico (Bt ou RR) no pas atraiu compradores de pases que tem legislao mais rgida com respeito ao uso destes produtos e que possuem um mercado mais exigente com respeito aos produtos que iro consumir. Estes fatores fizeram com que o Brasil passasse de uma mera participao de 0,01% no comrcio exterior de milho, para cerca de 8% deste mercado. No ano seguinte, esta participao caiu para 2%, Essa queda resultado da retrao da oferta de milho no mercado interno causada pelo crescimento da produo de soja. Tabela 2. Participao do Brasil no mercado Mundial de Milho, 1998 a 2002. Milho em Gro, com Casca Participao do Brasil na Exportao e Importao Mundial 1998 1999 2000 2001 2002 Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Quant.(t) Comrcio Mundial 68.660.000 73.209.000 75.641.000 72.310.000 74.200.000* Exportao Brasil 7.171 7.517 6.699 5.628.978 1.500.000** Participao Brasil 0,01% 0,01% 0,01% 7,78% 2,02% (%)

IMPORTAO 1815 899 DO BRASIL Participao Brasil 0,003% 0,001% (%) Fonte: * Estimativa ** Estimativa Safras e Mercados

2135 0,003%

568 0,001%

700 0,001% USD USDA

Seguindo a tendncia mundial onde a alimentao animal consome 70% do milho produzido (vide Quadro.1 que retrata a situao nos Estados Unidos da Amrica), o Brasil tem nesse segmento o seu grande mercado de milho com variao de 70% a 80 A% da demanda interna. Fonte: USDA

Quadro.1 : Uso de Milho nos Estados Unidos da Amrica. No consumo de milho destinado produo de rao, estima-se que 51% deste total direcionado ao setor avcola; 33% suinocultura; 11% pecuria, principalmente a de leite, (a produo de leite crescente em Gois regio onde h disponibilidade de matria prima para rao na poca seca do ano); e 5% usado para fazer rao para os outros animais. Como menciona anteriormente, o mercado interno de milho esta atrelado ao comportamento da produo animal. Como pode ser observado na tabela, o consumo de milho para essa finalidade variou de 54,2% em 1996 a 72,2% em 2000, com tendncia de crescimento de 11,7% ao ano; enquanto, que a utilizao do milho para fins industriais cresceu a taxa de apenas 1,2% ao ano, esse segmento do mercado absorve cerca de 10,9% da oferta nacional deste gro. A indstria moageira se divide em dois grande grupo. O grupo de moagem a mido, que produzem subprodutos do milho com alto valor agregado e geralmente destinados a

reprocessamento por parte de outra indstria e o grupo de moagem a seco que geram produtos de baixa elasticidade renda, geralmente produtos destinado ao consumo humano. Deste dois grupos o de moagem a seco o que consome maior percentual de milho e que tambm gera maior nmero de subprodutos. Tabela 3. Estimativa de Consumo de Milho por Setor no Brasil, 1996 e 2000- 2002. Segmento Consumo 1996* 2000 2001 2002** Avicultura 9,798 12,976 13,479 13,913 Suinocultura 7,596 8,329 8,587 8,864 Pecuria 2,110 2,691 2,772 2,861 Outros Animais 1,498 1,528 1,577 Consumo Industrial 4,100 4,000 4,163 4,246 Consumo Humano 1,415 1,476 1,505 1,505 Perdas/Sementes 162 850 263 328 Exportao 5,629 1,500 Outros 10,818 3,480 3,613 3,417 Total 35,999 35,300 41,539 38,211 Fontes: Abimilho, (*) MB Associados, Conab e Safras & Mercado Obs: (**) Estimativa 2002 As Fig. .9, 10 e 11 apresentam a evoluo da produo de milho, aves e sunos, projeo de produo at 2010 e projeo de consumo de milho por estes setores at 2010. Observa-se que frango est em expanso devido principalmente ao mercado externo por este produto com origem no Brasil ter perspectiva de crescimento. O mercado de suno tem uma demanda latente, que se reflete nos grficos, com crescimento bem inferior ao do frango, porm com perspectiva de se tornar uma demanda real no que diz respeito a substituio da carne bovina. De certo modo, o grfico de sunos refletem uma demanda interna, que bem pequena quando comparada com a demanda de frangos e carne bovina. Vale ressaltar que a carne suna o tipo de carne mais consumido em nvel mundial, tendo os pases Nrdicos como os maiores demandadores. Se o pas conquistar uma parte do mercado externo deste tipo de carne, isto iria favorecer no s os produtores de sunos, mas, tambm, os produtores de milho, principal insumo na produo de sunos. Fonte: UBA, IBGE e ABCS

Fig. 9 Comparao da evoluo da produo de milho, sunos e aves no Brasil no perodo de 1978 a 2001, em mil toneladas.

Fonte: CONAB.

Fig. 10 Projeo da Produo Brasileira de Milho, Sunos e Frango em mil toneladas 2002 a 2010.

Fonte: CONAB.

Fig. 11 Projeo do Consumo Brasileiro de Milho Segundo Setores em mil toneladas 2002/2010. Coeficientes tcnicos O milho no Brasil, cultivado em 3,6 milhes de propriedades rurais, abrangendo na safra 2000/2001, uma rea de 13 milhes de hectares, e apresentou, respectivamente, produo e produtividade de 41500 milhes de toneladas e 3272 kg/ha (IBGE, 2001). Nos ltimos 31 anos a rea plantada aumentou em 2,38 milhes de hectares, a produtividade em 1619 kg/ha e produo total em 23,61 milhes de toneladas (Fig. 1). Na safra de 2001/2002 houve uma reduo de 10,1% na rea plantada e 15,8 % na produo de milho em relao a safra anterior. Fonte: IBGE

Fig. 1 Evoluo da Produo, rea total e produtividade de milho no Brasil, 1971 a 2001.

O milho cultivado em praticamente todo o territrio nacional (Fig. 2). Na safra 2000/2001, 77 % da rea plantada e 92 % da produo concentraram-se nas regies Sul , Sudeste e Centro-Oeste, sendo que a regio Sul participou com 42,32 % da rea e 53,70 % da produo; Sudeste com 19,01 % da rea e 19,62%da produo e Centro Oeste com15,77 % da rea e 19,22% da produo. Entretanto, a participao dessas regies, tanto em rea plantada quanto em produo, vem se alterando ao longo dos ltimos 31 anos. A regio Nordeste tem apresentado grandes variaes na rea plantada e produo, o que dificulta estimar se sua participao tem aumentado ou diminudo. Na regio Sul a participao na rea plantada e produo se mantm praticamente constante, enquanto que a regio Sudeste reduziu em 10 % a rea plantada e produo. As regies Norte e Centro - Oeste, apresentaram, no mesmo perodo, aumentos da participao na rea plantada e produo. Enquanto que a regio Norte aumentou sua participao em 5,3 % na rea plantada e 2,8 % na produo, a regio Centro - Oeste aumentou sua participao em 9,6 % na rea plantada e em 14,6 % na produo. Fonte: IBGE

Fig. 2 Distribuio da produo de milho no Brasil por estado. H uma grande diversidade nas condies de cultivo. Observa-se desde a agricultura tipicamente de subsistncia, sem utilizao de insumos modernos (produo voltada para consumo na propriedade e eventual excedente comercializado) at lavouras que utilizam o mais alto nvel tecnolgico, alcanando produtividades equivalentes s obtidas em pases de agricultura mais avanada. De acordo com um levantamento realizado em 1995 a estratificao da cultura, por nveis tecnolgicos, foi assim distribuda: a) nvel tecnolgico marginal = 43 %; b) nvel tecnolgico baixo = 24 %; c) nvel tecnolgico mdio = 22 %; d) nvel tecnolgico alto = 11 % da rea cultivada. Recentemente, ocorreram importantes mudanas nos sistemas de produo, destacandose o aumento da rea do milho "safrinha" e a expanso do sistema de plantio direto. A "safrinha" se refere ao milho de sequeiro, cultivado extemporaneamente, de fevereiro a abril, quase sempre depois da soja precoce, predominantemente na regio Centro - Sul. No decorrer da dcada de 1990, o processo de deslocamento de cultura do milho da safra normal, provocado pela introduo da soja, se intensificou; passando parte do

cereal a ser cultivado em sucesso oleaginosa, como uma cultura de segunda safra (milho safrinha). Essa mudana se acentuou nos ltimos anos e, atualmente, a rea com milho safrinha nos estados de Mato Grosso (548,9 mil hectare)e Mato Grosso do Sul (361,8 mil hectare) foram maiores do que a rea da safra normal ( 169,4 mil e 119,4 mil hectares no MT e MS, respectivamente). A baixa produtividade mdia de milho no Brasil (Fig. 1) no reflete o bom nvel tecnolgico j alcanado por boa parte dos produtores voltados para lavouras comerciais, uma vez que as mdias so obtidas nas mais diferentes regies, em lavouras com diferentes sistemas de cultivos e finalidades. A produtividade mdia superior a 4500 kg/ha nos estados onde concentram-se esses produtores (Fig. 3). Assim, para aumento da produtividade necessrio que em parte das propriedades sejam adotadas tcnicas bsicas, incluindo cultivares melhoradas, prticas de manejo, calagem e adubao, e, noutras, o aprimoramento integrado de todas as tcnicas culturais para suplantar os atuais tetos de 6000 a 8000 kg/ha. Fonte: IBGE

Fig. 3 Evoluo da Produo, rea total e produtividade de milho no Brasil, 1971 a 2001. Dentro desse enfoque, e, de acordo com os dados do Censo Agropecurio de 1995/96, verifica-se que h uma relao direta entre o tamanho da rea cultivada pelos agricultores e a produtividade de milho, isto , medida que aumenta o tamanho da lavoura aumenta o rendimento. Exatamente nessas lavouras maiores onde se observam os maiores ndices de crescimento do rendimento (Tabela 1). importante ressaltar, que nos ltimos anos, a cultura do milho no Brasil, vem passando por importantes mudanas tecnolgicas, resultando em aumentos significativos da produtividade e produo. Entre as tecnologias adotadas, destacam-se a utilizao de sementes de cultivares melhoradas (variedades e hbridos), alteraes no espaamento e densidade de semeadura de acordo com as caractersticas das cultivares, alm da conscientizao dos produtores da necessidade de melhoria na qualidade dos solos, visando uma produo sustentada.

Essa melhoria na qualidade dos solos est, geralmente, relacionada ao manejo adequado, o qual inclui entre outras prticas, a rotao de culturas, plantio direto, manejo da fertilidade atravs da calagem, gessagem e adubao equilibrada com macro e micronutrientes, utilizando fertilizantes qumicos e/ou orgnicos (estercos, compostos, adubao verde, etc.). Tabela 1. Rendimento mdio e taxa de crescimento da produtividade de milho de acordo com o tamanho das lavouras dos agricultores. rea1/(ha) Rendimento1/(kg/ha) Classe de Rendimento Taxa de rendimento mdio2/ crescimento (kg/ha) 2/ (kg/ha) (%)2/ (0 - 5] 963 (0 - 2000] 963 0,93 (5 - 10] 1599 (2000 - 3000] 2573 2,00 (10 - 20] 1982 (3000 - 3500] 3308 2,37 (20 - 50] 2126 (3500 - 4000] 3717 3,47 (50 - 100] 2274 (4000 - 4500] 4312 4,43 (100 - 2514 > 4500 5164 7,09 200] (200 - 2997 500] (500 - 3248 1000] > 1000 3637 1/ Fonte: Censo Agropecurio 1995/96 e 2/Alves et al. (1999). Sistemas de Produo de Milho Independentemente da regio, os seguintes sistemas de produo de milho so bastante evidentes : Produtor Comercial de Gros Normalmente produzem milho e soja em rotao, podendo tambm envolver outras culturas. So especializados na produo de gros e tm por objetivo a comercializao da produo. Plantam lavouras maiores. Utilizam a melhor tecnologia disponvel, inclusive o plantio direto. Produtor de Gros e Pecuria Neste caso o agricultor usa um nvel mdio de tecnologia, por lhe parecer o mais adequado. comum o plantio de milho visando a renovao de pastagens. A regio muitas vezes no produz soja e o milho a principal cultura. As lavouras so de tamanho mdio a pequena. A capacidade gerencial no to boa e muitas vezes as operaes agrcolas no so realizadas no momento oportuno, com o insumo adequado ou na quantidade adequada. A qualidade das mquinas e equipamentos agrcolas podem tambm comprometer o rendimento do milho.

Pequeno Produtor aquele produtor de subsistncia, onde a maior parte da produo consumida na propriedade. O nvel tecnolgico baixo, inclusive envolvendo o uso de semente no melhorada. O tamanho da lavoura pequena. Produo de Milho Safrinha Este tipo de explorao ocupa hoje cerca de 2.600.000 ha de milho plantados nos estados PR, SP, MT, MS e GO, principalmente. O milho semeado extemporaneamente, aps a soja precoce. O agricultor tem um bom conhecimento sobre a cultura. O rendimento e o nvel tecnolgico dependem muito da poca de plantio. Nos plantios mais cedo o sistema de produo , s vezes, igual ao utilizado na safra normal. Nos plantios tardios o agricultor reduz o nvel tecnolgico em funo do maior risco da cultura devido, principalmente, s condies climticas (frio excessivo, geada e deficit hdrico) . A reduo do nvel tecnolgico refere-se, basicamente, semente utilizada e reduo nas quantidades de adubos e defensivos aplicados. Coeficientes Tcnicos Dos sistemas de produo identificados, o que mais prontamente assimila as tecnologias disponveis na busca de competitividade diz respeito ao "produtor comercial de gros". Para esse sistema, tem-se observado grande homogeneizao do padro tecnolgico empregado pelos produtores na conduo das lavouras de milho. Evidentemente que no existe um padro tecnolgico nico que atenda a todos os sistemas de produo utilizados e que se adapte a todas as situaes inerentes a cada lavoura. Entretanto, especificamente com relao aos produtores enquadrados no sistema acima citado, possvel, com razovel preciso, recomendar um padro tecnolgico que se apresenta como o mais adequado para essa lavouras. Os coeficientes tcnicos foram elaborados para as trs situaes predominantes nas lavouras comerciais, quais sejam: safra normal usando sistema plantio direto ( Quadro 1), safra normal usando plantio convencional ( Quadro 2 ) e safrinha ( Quadro 3 ). Quadro 1. Coeficientes Tcnicos de Plantio Direto - Produtividade: 7000 kg/ha Descrio Especificao Produo um Hectare de Milho

Unidade Quantidade Utilizada

Quantidade Utilizada

Correo do Solo Calcrio t Gsso t Distribuio do calcrio trator 85 hp + calcariador hm mecnica Dessecao-Herbicida 1 ROUNDUP l Dessecao-Herbicida 2 l/kg Distribuio herbicida trator 85 hp + pulv. Barra hm

0,7 0,4 0,125 3 0,3

2000 l Mo-de-obra distribuio dh herbicida PLANTIO Sementes Sementes - 1 Hbridos simples ou sc triplo Sementes - 2 kg Tratamento de Sementes Fungicida 1 Rhodiauram 700 l Fungicida 2 l/kg Distribuio fungicida dh manual Inseticida 1 Furazin l Distribuio inseticida dh manual Adubao Adubo 1 8-28-16 + FTE-CAMPO kg Plantio/adubao trator 120 hp + plat/adub. hm mecnica Jumil 12 linhas Transporte Interno plantio trator 85 hp + carreta 8 t hm Tratos Culturais Adubao de cobertura Adubo 1 uria kg Mq.aplic.adubao de trator 85 hp + distr. hm cobertura 1 Adubo 5 linhas Herbicida - POS Herbicida 1 Gesaprin 500 l Herbicida 2 Sanson 40 SC l Aplicao herbicida - trator 85 hp + pulv. Barra hm mquina 2000 l (1X) Mo-de-obra dh aplic.herbicida Inseticida Inseticida 1 Karate ( Piretride )- 2 l aplicaes Inseticida 2 Match ( Fisiolgico )- 2 l aplicaes Espalhante adesivo lleo mineral l Aplicao inseticida - trator 85 hp + pulv. Barra hm mquina 2000 l (2X) Mo-de-obra dh aplic.inseticida Formicida Formicida 1 Isca ( MIREX ) kg 0,25

0,02 0,05 0,4 0,05

300 0,8 0,3

200 0,6

2,5 0,8 0,3 0,16

0,3 0,6 1 0,6 0,32

0,6

Mo-de-obra Formicida Colheita Colheita mecnica Transporte interno Fonte:

aplic.

dh

colheitadeira 120 hp - hm plataforma 4m trator 85 hp + carreta 8 t hm Pesquisa

0,85 0,3 prpria de Milho

Quadro 2. Coeficientes Tcnicos de Produo um Hectare Plantio Convencional - Produtividade: 7000 kg/ha Descrio Especificao Unidade Quantidade Utilizada Correo do Solo Calcrio t Gsso t Distribuio do calcrio dh manual Distribuio do calcrio hm mecnica Preparo de Solo Gradagem Aradora trator 120 hp + GP hm Gradagem Niveladora trator 120 hp + grade hm nivel. Plantio Sementes Sementes - 1 Hbridos simples ou sc triplo Sementes - 2 kg Tratamento de Sementes Fungicida 1 Rhodiauram 700 l Distribuio fungicida dh manual Inseticida 1 Furazin l Inseticida 2 l/kg Distribuio inseticida dh manual Adubao Adubo 1 8-28-16 + FTE-CAMPO kg Plantio/adubao trator 120 hp + plat/adub. hm mecnica Jumil 12 linhas Transporte Interno plantio trator 85 hp + carreta 8 t hm Tratos Culturais Adubao de cobertura Adubo 1 uria kg

Quantidade Utilizada

0,7 0,4

0,125

1,6 0,4

0,02 0,05 0,4 0,05

300 0,8 0,3

200

Mq.aplic.adubao de hm cobertura 1 Mq.aplic.adubao de cobertura 2 Herbicida - POS Herbicida 1 Gesaprin 500 l Herbicida 2 Sanson 40 SC l Herbicida 3 l/kg Aplicao herbicida - trator 85 hp + pulv. Barra hm mquina 2000 l (1X) Mo-de-obra dh aplic.herbicida Inseticida Inseticida 1 Karate ( Piretride )- 2 l aplicaes Inseticida 2 Match ( Fisiolgico )- 2 l aplicaes Espalhante adesivo lleo mineral l Aplicao inseticida - trator 85 hp + pulv. Barra hm mquina 2000 l (2X) Mo-de-obra dh aplic.inseticida Formicida Formicida 1 Isca ( MIREX ) kg Colheita Colheita mecnica colheitadeira 120 hp - hm plataforma 4m Transporte interno trator 85 hp + carreta 8 t hm Fonte: Pesquisa Quadro 3. Coeficientes Tcnicos de Produo um Hectare Plantio Direto - Safrinha - Produtividade: 3000 kg/ha Descrio Especificao Unidade Quantidade Utilizada Sistematizao do Solo Dessecao-Herbicida 1 Glifosato l Dessecao-Herbicida 2 2,4-D l Distribuio herbicida trator 85 hp + pulv. Barra hm 2000 l Mo-de-obra distribuio herbicida Plantio Sementes Sementes - 1 Hbridos duplo ou triplo sc

0,6

2,5 0,8 0,3 0,16

0,3 0,6 1 0,6 0,32

0,6 0,85 0,3 prpria de Milho

Quantidade Utilizada

1,5 0,5 0,15 0,25

Adubao Adubo 1 4-20-20 kg Plantio/adubao trator 120 hp + plat/adub. hm mecnica Jumil 12 linhas Transporte Interno plantio trator 85 hp + carreta 8 t hm Tratos Culturais Adubao de cobertura Adubo 1 uria kg Mq.aplic.adubao de hm cobertura 1 Inseticida Inseticida 1 Lanate l Aplicao inseticida - trator 85 hp + pulv. Barra hm mquina 2000 l (2X) Mo-de-obra dh aplic.inseticida Colheita Colheita mecnica colheitadeira 120 hp - hm plataforma 4m Transporte interno trator 85 hp + carreta 8 t hm Fonte: Pesquisa prpria

200 0,8 0,3

60 0,5

0,6 0,3 0,32

0,6 0,3

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Glossrio A Acrvulo - frutificao tpica de fungos pertencentes ao gnero Coletotrichum, onde so produzidos os esporos do patgeno. gua facilmente disponvel (AFD) - a frao da gua total disponvel (ATD) que se diz facilmente retirada do solo pela cultura, pois essa frao de gua est retida a maiores potenciais (ou menores tenses). Ela o resultado do produto do fator de disponibilidade (f) com a ATD (f x ATD). gua total disponvel (ATD) - a gua compreendida entre a capacidade de campo (CC - limite superior) e o ponto de murcha permanente (PMP - limite inferior) do solo (ATD = CC - PMP). Anasarca - reas de tecidos doentes com aspecto encharcado.

B Blocos de resistncia eltrica - blocos construdos de gesso ou outro material (clula de Colman) que medem a resistncia do solo passagem da corrente eltrica, a qual correlacionada com a umidade ou o potencial desse solo, necessitando, dessa forma, serem calibrados para diferentes tipos de solo.

C Capacidade de campo (CC) - a quantidade de gua retida pelo solo aps a drenagem ter ocorrido ou cessado em um solo previamente saturado por chuva ou irrigao; a quantidade de gua retida pelo solo quando a condutividade hidrulica no saturada se torna to pequena que o fluxo de gua pode ser considerado como sendo zero; para fins de irrigao, capacidade de campo o contedo volumtrico de gua em equilbrio com o componente matricial do potencial de gua de -10 a -30 kPa (-0,1 a -0,3 bar). Clorose (Clorticas) - amarelecimento dos tecidos foliares, devido destruio ou no formao de clorofila. Coalescncia (Coalescer) - Fuso de duas ou mais leses na folha. Coeficiente de cultura (Kc) - a razo entre a evapotranspirao da cultura (ETc) e a evapotranspirao de referncia (ETo). varivel de acordo com o estdio fenolgico da cultura, podendo atingir, por exemplo, valor superior unidade na fase reprodutiva de muitas culturas; Kc = ETc / ETo. Coeficiente de tanque (Kt) - a razo entre a evapotranspirao de referncia (ETo) e

a evaporao da gua do tanque Classe A (ECA). varivel de acordo com as condies climticas (principalmente umidade relativa do ar e velocidade do vento) e extenso da bordadura do tanque (solo vegetado ou nu); Kt = ETo / ECA. Condios - esporo produzido por fungos na fase de reproduo assexual. Cultivar - Forma cultivada de algumas espcie. No caso do milho serve para designar tanto hbridos quanto variedade, sem distino. Curva de reteno ou curva caracterstica - uma propriedade ou caracterstica fsico-hdrica do solo que relaciona o contedo volumtrico de gua (q) e o componente matricial do potencial de gua no solo (Ym), muitas vezes expresso como carga hidrulica, h em unidades de coluna d'gua (cm, m).

D Densidade do solo (d) ou densidade aparente ou global - a relao entre a massa de uma amostra de solo seco a 110 C e o volume dessa amostra no deformada, incluindo os espaos ocupados pelo ar e pela gua. Tambm conhecida como massa especfica aparente. Geralmente expressa em g/cm3. Desintegrar - desaparecer

E Eficincia de irrigao (Ei) - a eficincia com que o sistema aplica gua cultura, levando-se em conta fatores como as perdas por deriva, vazamentos etc. e a uniformidade de distribuio. Endogamia - Fenmeno que corresponde perda de vigor quando se acasalam indivduos relacionados por ascendncia. O mximo de endogamia ocorre com a autofecundao. Endosperma - Tecido triplide encontrado nas sementes de muitas angiospermas. formado pela unio dos dois ncleos polares do vulo com um dos ncleos do gameta masculino. Epidemiologia - estudo dos fatores que afetam a ocorrncia e disseminao de doenas infecciosas. Esclercios - estruturas do fungo capazes de sobreviverem durante dias ou anos, em condies ambientais desfavorveis. Esporo - unidade reprodutiva do fungo, correspondente semente das plantas.

Estande - nmero de plantas finais por unidade de rea. Evaporao (E) - processo fsico, dependente de energia, envolvendo uma mudana de estado da gua de uma fase lquida para vapor. Tambm pode ser definida como a quantidade total de gua perdida de uma superfcie coberta com vegetao atravs da evaporao direta da gua de interceptao e da superfcie do solo. Evapotranspirao (ET) - combinao da transpirao (T) e evaporao (E); ET = T + E. Evapotranspirao da cultura (ETc) - a evapotranspirao real de qualquer cultura em qualquer estdio fenolgico, podendo estar sofrendo ou no limitao hdrica ou outro fator que impea a sua taxa potencial. Diz-se que a ETc mxima ou potencial quando a cultura no sofre limitaes tanto hdrica quanto de outros fatores (ataque de doenas, pragas, restrio mineral etc.). Evapotranspirao de referncia (ETo) - a nova conceituao de ETo considera a taxa de evapotranspirao (ET) de uma cultura hipottica, com uma altura uniforme de 0,12 m, resistncia do dossel da cultura de 70 sm-1 e albedo de 0,23. Esse conceito de ETo assemelha-se, bem de perto, a ET de uma superfcie extensa coberta com grama de altura uniforme, em crescimento ativo e cobrindo completamente a superfcie do solo e sem restrio de umidade.

F F1 - Primeira gerao filial proveniente do acasalamento de progenityores homozigticos. No caso do milho representa a semente comercial de uma cultivar. F2 - Segunda gerao filial proveniente do intercruzamento ou autofecundao de indivduos de gerao F1. No caso do milho representa o gro colhido de uma lavoura comercial e que ser utilizado como semente na lavoura do ano seguinte. Fator ou frao de disponibilidade ou coeficiente de depleo (f) - o percentual sobre o total da gua disponvel no solo que previamente estabelecido, a fim de que a cultura no sofra reduo em sua taxa mxima de evapotranspirao. O seu valor est na faixa de 0 a 1 e depende basicamente do tipo de cultura e das condies climticas reinantes. Define o conceito de gua Facilmente Disponvel.

G Gentipo - a constituio gentica de um organismo.

Hbrido - Indivduo resultante do acasalamento de dois progenitores com gentipos diferentes. Hbridos duplos - semente de milho obtida pelo cruzamento de dois hbridos simples, envolvendo, portanto, quatro linhagens endogmicas. Hbridos triplos - semente de milho obtida do cruzamento de um hbrido simples com uma terceira linhagem. Hbridos simples - semente de milho obtida pelo cruzamento de duas linhagens endogmicas. Hifas - estrutura filamentosa simples ou ramificada, septada ou no, de cor varivel. Hospedeiro - todo vegetal do qual o fungo retira os nutrientes para seu sustento

I Inculo - o patgeno ou parte do patgeno capaz de causar infeco. A parte ou poro do patgeno que entra em contacto com o hospedeiro.

L Lmina bruta de irrigao (LB) - lmina total que dever ser aplicada prevendo-se perdas (devido a deriva, vazamentos etc.) e a uniformidade de distribuio, por isso obtida pela diviso da lmina lquida (LL) pela eficincia de irrigao (Ei) (LB = LL / Ei). Lmina lquida de irrigao (LL) - a lmina de gua que representa o consumo real de gua pela cultura, essa dever ser adicionada ao solo para suprir a demanda das plantas num determinado espao de tempo, o qual pode ser definido pelo turno de irrigao. Leso - rea de tecido doente (clortica ou necrtica).

M Miclio - parte vegetativa dos fungos, formada por um conjunto de hifas Mollicute - microorganismos do grupo procarionte sem parede celular, pertencentes aos gneros Spiroplasma e Phytoplasma

N Necrose(Necrticas) - morte ou descolorao de tecidos foliares resultantes da infeco por um agente patognico.

P Patgeno - qualquer organismo vivo capaz de causar doena. Perfilhamento - Capacidade de alguns grupos de plantas emitir brotao lateral Picndios - corpos de frutificao dos fungos dentro dos quais sso produzidos os condios Plantabilidade - Facilidade de passagem das sementes tratadas com inseticidas, em sistema de distribuio de disco de plantio, aps o uso do grafite como agente lubrificante Plntula - plantas com poucos dias de emergncia Potencial da gua no solo (Y) - representa o estado de energia da gua no solo e governa todos os processos de transporte de gua no sistema solo - planta - atmosfera; representa o trabalho realizado quando a unidade de massa (volume ou peso) de gua em estado padro levada isotrmica, isobrica e reversivelmente para o estado considerado no solo. Esse potencial o somatrio dos potenciais de presso, de soluto ou osmtico, matricial e gravitacional. Para efeito de irrigao, o potencial matricial torna-se o componente mais importante, que expressa a parte do potencial de gua devido interao com a matriz do solo, esse sempre negativo e normalmente chamado tambm de tenso da gua no solo, neste caso, ele representado em mdulo (sem o sinal negativo). Ponto de murcha permanente (PMP) - o contedo de gua no solo retido a um componente matricial do potencial de gua to elevado, em valor absoluto, tal que a maioria das plantas no consegue extrair gua do solo e entra em murcha permanente; para fins de irrigao, o ponto de murcha permanente o contedo volumtrico de gua

em equilbrio com o componente matricial do potencial de gua no solo de -1500 kPa (15 bar). Profundidade efetiva do sistema radicular (Z) - a profundidade do solo considerada onde se concentra o maior volume de razes, que particularmente til para a determinao da lmina de gua no solo que pode estar disponvel s plantas. Pstula - pequenas elevaes que se formam na epiderme da folha, resultante da presso causada pelos uredosporos formados internamente.

R Radiao Fotossintticamente Ativa - a radiao que efetivamente faz a fotossintese.

S Senescentes - plantas no estdio final do ciclo Sistmica(infeco) - Disseminada internamente por toda parte da planta.

T Tanque Classe A - tanque de ao com dimetro de 120 cm e altura de 30 cm que utilizado cheio de gua para medir a sua evaporao diria (ECA) e relacion-la com a evapotranspirao de referncia (ETo) atravs do coeficiente de tanque (Kt); ETo = Kt x ECA. Tensimetro - um instrumento que mede o componente matricial do potencial de gua no solo na faixa entre 0 e -80 kPa. Os valores determinados atravs do tensimetro podem ser expressos nas seguintes unidades: centibar ou quilopascal, atmosfera, metro ou centmetro de coluna d'gua ou centmetro de mercrio. Transpirao (T) - quantidade total de gua perdida de uma superfcie coberta com vegetao atravs da evaporao direta da gua que passa principalmente pelas folhas das plantas. Turno de Rega ou de Irrigao (TI) - o intervalo de tempo (geralmente em dias) entre duas irrigaes sucessivas, sendo esse o tempo necessrio para que a cultura consuma, atravs da evapotranspirao (ETc), a gua facilmente disponvel (AFD) no

solo na profundidade efetiva do sistema radicular (Z). Portanto, TI = AFD x Z / ETc.

V Variedade - um conjunto de plantas com caractersticas comuns, sendo um material geneticamente estvel. Velocidade de infiltrao (VI) - a velocidade com que a gua se infiltra no solo. expressa em termos de altura de lmina de gua por unidade de tempo. A velocidade de infiltrao nos solos diminui com o aumento do tempo de aplicao da gua. No incio ela relativamente alta e vai diminuindo gradativamente at um valor quase constante. Nesse ponto, onde a variao da VI muito pequena, praticamente constante, ela chamada de Velocidade de Infiltrao Bsica (VIB).

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